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Climatização

X- Princípios de
ventilação

A ventilação geral consiste na movimentação de quantidades relativamente grandes de


ar através de espaços confinados, com a finalidade de melhorar as condições do
ambiente graças ao controle da temperatura, da distribuição e da pureza do ar, e em
certos casos, também a umidade. Costuma-se classificar a ventilação geral em:
Ventilação geral para manutenção do conforto térmico e eficiência do homem
restabelece as condições desejáveis para o ar, alteradas pela presença do homem,
pelo aquecimento devido a equipamentos ou a condições climáticas. É conhecida
também como ventilação geral de ambientes normais.
Ventilação geral visando à saúde e a segurança do homem.
Controla a concentração ambiental de gases, vapores e partículas. É o que se
pretende nos ambientes industriais para diluir contaminantes gerados em um recinto
quando não é possível capturar o contaminante antes que o mesmo se espalhe e é
conhecida como ventilação geral diluidora.
Pode-se realizar a ventilação geral por um dos seguintes métodos:

• Admissão e exaustão naturais do ar;


• Insuflação mecânica e exaustão natural;
• Insuflação natural e exaustão mecânica;
• Insuflação e exaustão mecânicas, também chamado de sistema misto.

Ventilação natural

A ventilação natural consiste em proporcionar a entrada e saída de ar de um ambiente


sob uma forma controlada e intencional graças a aberturas existentes para esse fim,
como é o caso de janelas, portas e lanternins.
A ventilação natural é objeto das considerações que se fazem na elaboração do
projeto de arquitetura e se baseia nas constatações de que:
Princípios de Ventilação 161
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1. O fluxo de ar que penetra ou sai pelas aberturas de um prédio por ventilação


natural depende:
1.1. Da diferença entre as pressões existentes no exterior e no interior do prédio ou
do recinto;
1.2. Da resistência oferecida à passagem pelas aberturas;
2. A diferença é uma conseqüência da ação direta do vento sobre as paredes e
coberturas e da diferença entre as densidades do ar no exterior e no interior do
prédio (efeito de chaminé).

Quando não for possível adotar o sistema de ventilação, seja pelas características das
atividades e presença de poluentes, exigência de que o ambiente seja fechado, seja
por imposição arquitetônica que não aceite lanternins, brise-soleil e outras aberturas ,
tem de se adotar a ventilação mecânica. Obs.: Qualquer que seja o tipo de ventilação
que se aplique, deverá prever a remoção do ar contaminado do recinto, mas de modo
a não causar prejuízo a vizinhança.

Figura 10.1 - Ventilação natural em prédio, efeito de “tiragem” com chaminé

Ventilação forçada

162 Princípios de Ventilação


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É usada quando a ventilação natural não possuir condições de confiabilidade e


eficiência para atender à vazão, temperatura e umidade desejadas.

Insuflação mecânica e exaustão natural

Nesta modalidade de ventilação geral diluidora, um ou mais ventiladores enviam ar


exterior para o interior do recinto. Como a pressão no recinto (pr) se torna maior que a
pressão exterior (pe), o ar insuflado sai por outras aberturas existentes, produzindo os
efeitos desejados de diluição dos contaminantes, de diminuição de temperatura e de
arejamento.
A insuflação mecânica permite um bom controle da incidência do ar e um melhor
controle da pureza do ar insuflado do que no caso da ventilação natural. Usa-se
também quando é necessário impedir que o ar contaminado de outro recinto penetre
naquele que se está pretendendo ventilar.
Deve-se localizar a abertura de admissão de ar para o ventilador numa parede, a fim
de que a tomada de ar se efetue livremente. Quando for necessário fazer-se uma
tomada de ar local afastado, deve-se instalar um duto ou plenum até o ventilador ou do
ventilador até o recinto. É necessário, em qualquer caso, garantir um fluxo de ar
adequado, livre de concentração anormal de agentes contaminantes externos.

Figura 10.2 - Insuflação mecânica e exaustão natural

Um ou mais exaustores removem o ar do recinto para o exterior. A pressão no interior


abaixa devido a essa exaustão, estabelece-se através de aberturas um fluxo de ar do
exterior para o interior do recinto, e deste para o exterior e, portanto a pressão externa
(pe) será maior que a interna (pr).

Princípios de Ventilação 163


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Figura 10.3 - Insuflação natural e exaustão mecânica.

Neste caso, há ventiladores que insuflam o ar e ventiladores que removem o ar do


recinto, quer sejam colocados diretamente no recinto, quer seja atuando através de
sistemas de dutos. Consegue-se, assim, uma ventilação mais controlável tanto em
relação à qualidade do ar que entra, quanto a distribuição do mesmo no recinto.
Pode-se, escolhendo adequadamente os ventiladores, conseguir que a pressão no
recinto seja maior, igual ou menor do que a exterior.

Figura 10.4 - Insuflação e exaustão mecânica.

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Tipos de Ventiladores e Aplicações

A maior parte dos ventiladores comerciais pode ser colocada em uma das duas
classificações gerais: ventiladores centrífugos e ventiladores axiais. O fluxo de ar em
ventiladores centrífugos é essencialmente radial (perpendicular ao eixo), enquanto que
nos ventiladores axiais é essencialmente co-axial (paralelo ao eixo). Os ventiladores
centrífugos numa caixa tipo caracol. Os axiais funcionam numa caixa cilíndrica ou
anular.

Ventiladores centrífugos

Os vários tipos de ventiladores centrífugos que existem diferem uns dos outros em
pormenores do seu projeto e montagem. Mas a característica principal que distingue
um tipo de ventilador centrífugo de outro é inclinação das pás. Esta inclinação das pás
determina as características de desempenho do ventilador.

Figura 10.5 - Ventilador centrífugo.

Os três diferentes tipos de ventiladores centrífugos usados em aquecimento, ventilação


e condicionador de ar são:

• ventilador de pás curvadas para frente;


• ventilador de pás inclinadas para trás ;
• ventilador de pás inclinadas para trás em forma de asa.

No ventilador de pás curvadas para a frente, as pontas das pás são inclinadas na
direção de rotação do rotor. Nas pás inclinadas para trás são inclinadas para trás, no

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sentido oposto a rotação do motor. O projeto de pá em forma de asa tem como


resultado uma corrente de ar suave através de superfície da pá, eliminando correntes
em redemoinho que produzem turbulência e barulho na roda do ventilador.
Usar pás de projeto em forma de asa, no ventilador inclinado para trás tem como
resultado rendimento maior e uma faixa mais larga de alto rendimento e um nível de
ruído mais baixo.
O ar move-se através das pás do rotor do ventilador por causa da energia transmitida
pelo movimento do rotor girando. Contudo, o ar pode-se mover através das pás só na
direção determinada pela inclinação das pás. Além do movimento radial, é transmitido
ao ar o movimento de para a frente entre as pás, pelo movimento do próprio motor
rotor. Em resultado destes dois movimentos o radial e o ar para a frente deixa a roda a
um ângulo e com uma velocidade que dependem da inclinação das pás.
Os ventiladores centrífugos com pás curvadas para a frente e inclinadas para trás em
forma de asa tem sido usados com bons resultados para trabalho usual de
condicionamento de ar e ventilação. Geralmente, tamanho por tamanho, para um dado
duto o ventilador inclinado para trás ou em forma de asa usará menos potência do que
o ventilador inclinado para frente. Isto mais o fato de que, apesar da velocidade
(angular dada em rpm) mais alta do ventilador inclinado para trás ou em forma de asa,
eles são, quando adequadamente escolhidos, tão silenciosos ou mais silenciosos do
que o ventilador curvado para a frente, tornando-se uma escolha lógica em tamanhos
maiores.

Ventiladores axiais

Os ventiladores axiais geralmente, são de três tipos. Os tipos não se distinguem pelo
projeto de forma das pás como nos ventiladores centrífugos, mas pelos serviços para
que os ventiladores são projetados:

• Ventiladores de hélice;
• Ventiladores de tubo axial;
• Ventiladores de palhetas axiais.

Os ventiladores de hélice são ventiladores de baixa pressão e alta capacidade que


raramente são aplicados para mais do que 19 mm de pressão estática. Consistem
basicamente de uma roda gravada ou fundida localizada num orifício em anel. Os
ventiladores de hélice são construídos ou para ligação direta um motor elétrico ou para
transmissão de correia trapezoidal.

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Figura 10.6 - (acima) Projeto da direção do ar deixando as diversas pás do ventilador;


(embaixo) cada tipo de pá mostrada incorporada a um rotor de ventilador

Figura 10.7 - Ventilador Axial.

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A potência requerida por um ventilador de hélice é a mais baixa nos volumes de ar


máximos. Esta característica é diretamente oposta aos ventiladores centrífugos que
tem a potência mínima quando não distribuem nenhum ar. Consequentemente, para
distribuir grandes volumes de ar a pressões baixas, o ventilador de hélice é mais
adequado do que o ventilador centrífugo. Os ventiladores de hélice distribuirão grandes
volumes com menos potência do que ventiladores centrífugos, quando escolhidos para
ocuparem a mesma quantidade de espaço ou para terem o mesmo custo inicial.
Os ventiladores de tubo axial podem ser considerados como ventiladores de hélice de
tarefas pesadas. São geralmente dispostos para ligação de dutos, enquanto os de
hélice são usados normalmente para montagem em paredes. Na realidade, não é de
bom uso ligar um ventilador de hélice ou um ventilador tubo axial para descarregar
através de duto.
A não ser que sejam tomadas precauções especiais. Todas as rodas do ventilador
axial descarregam o ar com um movimento em espiral. Esta corrente em espiral,
produzirá perdas mais elevadas no duto e no sistema do que uma corrente de ar em
linha reta. Os ventiladores tubo axiais tem sua aplicação limitadas a tarefas industriais
onde não são importantes as considerações de ruído.
Ventiladores de palhetas axiais são ventiladores tubo axiais com palhetas. As palhetas
localizadas por detrás da roda retificam a corrente em espiral axial, aumentam o
rendimento estático e permitem aplicações de dutos diversificadas.
Os ventiladores de palhetas axiais e tubo axiais são usadas muitas vezes quando são
importantes as considerações de espaço. Por esta razão são, muitas vezes a escolha
lógica no transporte e aplicações marítimas.

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