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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS - CCT


ENGENHARIA MECÂNICA
DISCIPLINA: LABORATÓRIO DE SISTEMAS TÉRMICOS
PROFESSOR: ANDRÉ SALES

COMPRESSÃO DE AR

São Luís, 11 de abril de 2022


AR COMPRIMIDO
O ar atmosférico está no seu estado natural de equilíbrio (pressão atmosférica) e
não dispõe de nenhuma energia que possa ser utilizada para realizar qualquer tipo de
trabalho. Ou seja, é o mesmo que dizer que o ar está "desenergizado" para uso.
Quando este ar estiver com uma pressão maior que a atmosférica, aí sim ele
poderá realizar trabalho. Uma forma de obter-se um ar industrial dotado de muita
energia consiste em comprimi-lo (isto é, aumentar sua pressão), pois assim ele ficará
dotado de energia de pressão e, portanto, estará, qualificado para realizar trabalho.
A área da engenharia que se ocupa do ar comprimido é denominada
Pneumática, que tem a finalidade de estudar o controle e o uso da energia potencial
de pressão de que está dotado o ar.

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SISTEMAS DE AR COMPRIMIDO

Figura 1 – Esquema de um sistema de ar comprimido.


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COMPRESSORES
TIPOS:
• Deslocamento positivo
(volumétrico) de pistão;
• Parafuso;
• Turbocompressores (dinâmicos).

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COMPRESSORES
Compressor recíproco de pistão:
As vantagens desses compressores são: produzirem altas pressões e funcionam
com excelente desempenho mecânico.
Os compressores de pistão com lubrificação foram os primeiros que chegaram ao
mercado. Seu conceito de construção foi desenvolvido no século 20 e até hoje são os
mais comuns em uso. Normalmente, são fabricados nos modelos ditos: ação simples e
dupla ação. Os compressores de pistão aspiram e comprimem o ar durante seu
movimento entre o ponto morto inferior e o ponto morto superior, à medida que são
acionadas automaticamente as válvulas de admissão e descarga do ar. Estes
compressores podem possuir vários cilindros e, logo, vários pistões. Pode-se com eles
obter grande flexibilidade na produção de pressões e vazões.

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COMPRESSORES
Compressor recíproco de pistão:

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COMPRESSORES
Compressor de parafuso:
Os compressores de parafuso são do tipo volumétrico rotativo. Foram
desenvolvidos durante os anos 30, quando se necessitou de compressores que
produzissem altas vazões e que mantivessem o comportamento estável quando
houvesse variação de carga.
Dois rotores montados em paralelo – o rotor dito "macho" e o rotor dito "fêmea" –
giram em sentidos opostos dentro de uma carcaça. Um dos parafusos é o que recebe
energia motriz e o outro é acionado pelo movimento transmitido por meio de
engrenagens acionadas pelo primeiro rotor.
O ar é aprisionado nos espaços entre os rotores, os quais são diminuídos ao longo
da trajetória do ar pelos rotores. Portanto, a pressão do ar vai aumentando até que o ar
atinja o final da trajetória, onde a pressão final é alcançada e o ar é descarregado.
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COMPRESSORES
Compressor de parafuso:
Principais características:
• Volume reduzido;
• Produção contínua de ar;
• Temperatura mais baixa no fim da compressão.

Figura 2 – Compressor parafuso.

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COMPRESSORES
Compressor dinâmicos:
Também são chamados de compressores de fluxo.
Compressor axial: Nos compressores axiais, o ar que será comprimido segue uma
trajetória axial ao passar pelas pás fixadas em um rotor (pás móveis). Sua trajetória é
orientada por pás fixas presas na carcaça. O ar é acelerado nas pás móveis e
desacelerado nas pás fixas. Devido ao formato e disposição das pás, a energia cinética
fornecida ao ar pelas pás móveis vai se transformando em energia de pressão ao longo
da trajetória do ar pelo compressor nas pás fixas. A força de empuxo axial gerada é
contraposta pelo uso de rolamentos de encosto axiais. A vazão de ar normal obtida
nestes compressores é bastante alta em comparação com os compressores citados até
aqui, porém as pressões efetivas obtidas são limitadas.

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COMPRESSORES
Compressor axial
Principais características:
• Produção uniforme do ar comprimido;
• Produzem o ar isento de óleo;
• É sensível a variações de carga e tensões;
• Atendem a vazões elevadas.

Figura 3 – Compressor axial.

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COMPRESSORES
Compressor dinâmicos:
Também são chamados de compressores de fluxo.
Compressor radiais centrífugos: Nestes compressores, o ar é admitido no sentido
axial no interior do rotor, sendo depois dirigido, verticalmente, ao eixo por meio da
força centrífuga gerada pela rotação do rotor e pela forma das pás, onde o ar é
acelerado. Na saída do compressor existe uma roda de pás fixas, denominada difusor,
onde a energia cedida ao ar, na forma de energia cinética, será transformada em
energia de pressão. Se o compressor possuir mais de um rotor, ele é denominado
multiestágio (ou turbo compressor), podendo atingir a pressões acima de 25
bar.Operam com rotações entre 15000 a 100.000 rpm. Possuem resfriamento de ar
entre os estágios, o que aumenta bastante o rendimento. O eixo que suporta os rotores
é montado em rolamentos de esferas ou de cilindros.

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COMPRESSORES
Compressor radial centrífugo
Principais características:
• Produção uniforme do ar comprimido uniforme;
• Produzem o ar isento de óleo;
• É sensível a variações de carga e tensões;
• Atendem a vazões elevadas.

Figura 4 – Compressor radial centrifugo.

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RESERVATÓRIOS
O compressor, usualmente, funciona fornecendo ar para um reservatório.
Considera-se que os resfriadores posteriores, ou aftercoolers, são parte integrante dos
compressores. As necessidades instantâneas de ar comprimido da instalação são
cobertas pelo reservatório, que, enquanto está cedendo ar para a instalação, permite
que o compressor permaneça desligado ou funcione de modo contínuo, sem quedas
bruscas de pressão.
A armazenagem compensa as flutuações no consumo e atende aos picos de
consumo. Como o motor elétrico é desligado poucas vezes, o seu desgaste é reduzido.

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RESERVATÓRIOS
Principais funções do reservatório:
• Redução da condição de pulsação de ar
comprimido;
• Coleta do condensado;
• Atender a picos de demanda.

Figura 4 – Compressor radial centrifugo.

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RESERVATÓRIOS
Principais componentes:
1. Pressostato;
2. Válvula de retenção;
3. Válvula de segurança;
4. Flange de controle;
5. Manômetro;
6. Válvula de bloqueio de esfera;
7. Dreno;
8. Base para conexões;
9. Abertura para inspeções; Figura 4 – Compressor radial centrifugo.
10. Mangueira de alta pressão. 15
TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO
Os equipamentos mais modernos que utilizam ar comprimido exigem que este
esteja completamente livre de impurezas, seco (isento de água) e, em certas
aplicações, até esterilizado. As impurezas contidas no ar atmosférico são normalmente
invisíveis a olho nu. Elas podem danificar e reduzir a performance de funcionamento
dos equipamentos pneumáticos, podendo até, em certos casos, provocar falhas nos
produtos finais do usuário / indústria.
Quando o ar é comprimido, o volume ocupado pelo ar é reduzido e a concentração
dessas impurezas aumenta bruscamente. Por exemplo, em média, 1 m3 de ar
atmosférico contém mais de 180 milhões de partículas, de tamanhos que se distribuem
entre 0,01 e 100 μm, e contém de 5 a 40 g/m3 de água.na compressão de ar a 10 bar a
concentração de impurezas aumenta 11 vezes. Assim, o volume de 1 m3 de ar
comprimido nesta pressão conterá cerca de 2 bilhões de partículas.

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TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO
Benefícios do tratamento de ar:
• Aumento da vida útil dos equipamentos consumidores de ar comprimido;
• Melhoria na qualidade do produto final;
• Isenção de condensado e impurezas nas tubulações pneumáticas;
• Redução de problemas mecânicos por mau funcionamento, causado por essas
sujeiras;
• Redução de custos com aquisição de dispositivos de coleta e a eliminação de
condensado nas linhas;
• Redução de tempos mortos, devido a manutenção corretiva;
• Redução de perdas de pressão na distribuição de ar, por eliminar as resistências ao
escoamento;
• Redução ao consumo de energia, ligada à perda de pressão. 17
TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO
Secagem do ar comprimido:
Uma parte importante no tratamento do ar comprimido é cumprida pela retirada da
água do ar comprimido. Esta ação é denominada secagem do ar comprimido. A
secagem oferece inúmeras vantagens aos usuários de ar comprimido, em termos de
qualidade, durabilidade e manutenbilidade.

Figura 5 – Secador antes do reservatório. Figura 6 – Secador após o reservatório.

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TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO
Filtragem do ar comprimido:
Os filtros utilizados nas instalações têm a
função de retirar partículas sólidas e óleo presentes
no ar comprimido.
• Filtros coalescentes grau AO;
• Filtros coalescentes grau AA;
• Filtros coalescentes grau ACS e AC.

Figura 7 – Secador após o reservatório.

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TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO
Drenagem do condensado gerado nos sistemas de ar comprimido:
Sempre e onde aparecer nos sistemas pneumáticos, o condensado deve ser
drenado. Caso contrário, ele tomará conta de toda a tubulação, e o ar o transportará
para onde for.
A coleta e a eliminação de condensado representa um custo operacional
obrigatório. O condensado deve ser drenado também para que possam se manter as
perdas de pressão do sistema sob controle. Deve-se levar em conta que a formação de
condensado não ocorre em regime constante.

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TRATAMENTO DO AR COMPRIMIDO
Drenagem do condensado gerado nos sistemas de ar comprimido:
Tipos de dreno:

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APLICAÇÕES

Indústria

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APLICAÇÕES

Saúde

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