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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL


Cursos de Eng. Ambiental e Eng. Civil

TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS (CIV 1401)


Objetivos do tratamento de esgoto; Qual eficiência deve ter uma ETE?

Professor : Hélio Rodrigues dos Santos

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Objetivos da aula
- Responder às perguntas:
- Por que tratar esgotos?
- Objetivos do sistema de tratamento (ETE)?
- O que remover na ETE?
- O que é um “padrão” (de lançamento etc.)?
- Como saber se uma ETE atende “aos padrões”?
- Como determinar a eficiência que uma ETE deve ter?

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Por que tratar esgotos?
• Reduzir a proliferação de doenças de veiculação hídrica
• Evitar a poluição dos corpos hídricos receptores

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Objetivos do tratamento de esgoto
1) “Históricos”: Remoção de (1) sólidos, (2) material orgânico biodegradável,
(3) organismos patogênicos, (4) nutrientes (N e P), (5) microcontaminantes
orgânicos (ex., agrotóxicos, fármacos) e inorgânicos (ex., metais pesados)

2) Anos recentes: + Sustentabilidade: reduzir utilização de recursos naturais


(energia!), aproveitar recursos do esgoto (água, nutrientes, energia etc.),
minimizar emissões (ex., gases estufa e odorantes) etc.

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O que (e quanto) remover na ETE?
Tratamento deve atender qualidade desejada ou padrão
vigente
• Lançamento em corpos hídricos (atender simultaneamente)!
• Padrões de qualidade (Res. CONAMA 357/2005) dos corpos hídricos
receptores
• Padrão de lançamento (Res. CONAMA 430/2011) no efluente
• Reúso
• Padrão para reúso (leis estaduais ou municipais; NBR 13969/1997; norma
industrial para uso específico etc.)

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Padrão de qualidade & padrão de lançamento
• Corpos hídricos receptores são enquadrados em classes, cada classe possui um Padrão
de qualidade (Res. CONAMA 357/2005)
• Efluentes lançados devem obedecer Padrão de lançamento (Res. CONAMA 430/2011)
• Após mistura com o efluente, o corpo receptor deve se manter dentro do Padrão de
qualidade de sua classe
ETE DO BALDO

Padrão de lançamento deve


ser obedecido no efluente
(CONAMA 430/2011)

Padrão de qualidade deve ser


obedecido no corpo receptor (de
acordo com a classe) após
mistura (CONAMA 357/2005)

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Enquadramento dos corpos
hídricos é feito com base em
usos previstos, não apenas
com qualidade atual!

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Trecho da Resolução CONAMA N. 357/2005 – Padrão de qualidade – Classe 1, águas doces

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Trecho da Resolução CONAMA N. 357/2005 – Padrão de qualidade – Classe 1, águas doces

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Trecho da Resolução CONAMA N. 357/2005 – Padrão de qualidade – Classe 1, águas doces

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Trecho da Resolução CONAMA N. 430/2011 – Padrão de lançamento

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Trecho da Resolução CONAMA N. 430/2011 – Padrão de lançamento

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Padrão de qualidade & padrão de lançamento
Padrão de qualidade, de acordo com a
classe, deve ser obedecido antes e
Padrão de lançamento após lançamento
(Res. CONAMA 430/2011) (Res. CONAMA 357/2005)

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Padrão de qualidade (de acordo com Padrão de lançamento deve
a classe) deve ser obedecido no rio, ser obedecido no efluente
após mistura (CONAMA 357/2005) (CONAMA 430/2011)

Rio Tietê

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Reúso de esgotos tratados
• Padrão para reúso (leis estaduais ou municipais; NBR 13969/1997)

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Como calcular concentração na mistura?
DBOmist? Pmist?...

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Como determinar eficiência da ETE para
que padrão de qualidade seja atendido?
(Projeto)
Padrão de qualidade
será obedecido?

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Como calcular concentração na mistura?
• Concentração (C) = Massa soluto(M)/Volume da solução (V) →
C = M/V → M = C×V

• Carga (L): Massa total do poluente por tempo


Carga (L) = Massa (M)/Tempo (T) → L = M/T
L = (C×V)/T = C×(V/T) = C×Vazão(Q) → L = C×Q
Carga (L) = Concentração(C) ×Vazão(Q)

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Como calcular concentração na mistura?
• As massas (e as cargas) se conservam:
Carga rio (Lr) + Carga esgoto (Le) = Carga Mistura (Lm)
Cr×Qr + Ce×Qe = Cm×Qm (Equação de mistura)

DBOr×Qr + DBOe×Qe = DBOm×Qm


DBOr×Qr + DBOe×Qe = DBOm×(Qr+Qe)
DBOm = (DBOr×Qr + DBOe×Qe)/(Qr+Qe)

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Exemplo: Rio, antes do lançamento:
Calcule a DBO5 resultante na DBO5rio = 3 mg/L
mistura do rio com o esgoto da Qrio = 2 m3/s
cidade.
Cr×Qr + Ce×Qe = Cm×Qm
Cm = (Cr×Qr + Ce×Qe)/(Qr+Qe)

DBO5mist = (3 mg/L×2000 L/s +


Esgoto:
300 mg/L×200 L/s)/[(2000)+200) DBO5esg = 300 mg/L
L/s] = 30 mg/L
Qesg = 200 L/s
DBO5mist = 30 mg/L

DBO5mist ≤ 5 mg/L (Classe II, água doce).


DBO5mist = ?

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Exemplo: Rio, antes do lançamento:
Qual deve ser a eficiência da ETE para DBO5rio = 3 mg/L
DBO5mist ≤ 5 mg/L (Classe II, água Qrio = 2 m3/s
doce).
Eficiência. = (Caf – Cef)/Caf

Cm× (Qrio+Qef)= Esgoto:


(Crio×Qrio + Cef×Qef) DBO5esg = 300 mg/L
DBO5ef = ?
Cef =[Cm×(Qrio+Qef) – Crio×Qrio]/Qef Qesg = 200 L/s

DBO5ef = {5 mg/L×[(200+2000) L/s] – ETE


3mg/L×2000 L/s}/(200L/s) = 25 mg/L

Efic. = (Caf – Cef)/Caf


= (300mg/L – 25mg/L)/300mg/L = 0,92 DBO5mist ≤ 5 mg/L
Efic. (%) = 0,92×100% = 92%

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Qual tecnologia de
tratamento adotar?

Além da eficiência, vários outros


fatores devem ser considerados:
custos (instalação e operação),
requisito de área, simplicidade,
confiabilidade, disposição do lodo,
requisito de área, impactos
ambientais, sustentabilidade etc.
(Fonte: Von Sperling (2005) Introdução à
qualidade da água e ao tratamento dos esgotos).

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• Estime a DBO
média do esgoto
de Buenos Aires
(DBO per capita =
60 g/hab/dia)
• Qual a DBO
média acrescida
ao Rio da Prata se
Buenos Aires
lançar seus
esgotos sem
tratamento?
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Obrigado!

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