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PONCIÁ

VICÊNCIO
CONCEIÇÃO
EVARISTO
DISCENTES:ALINE RODRIGUES,
BÁRBARA BIANCA, HÉLYDA ROMERO E
MÁRCIA CAMILLY.
SEMINÁR
IO 01 BREVE BIOGRAFIA DA
AUTORA 04 PARTES SIGNIFICATIVAS DO
ROMANCE

02 RESUMO DO ENREDO
05 CONCLUSÃO

03 VERBETES DOS
PERSONAGENS
BREVE
BIOGRAFIA DA
AUTORA
CONCEIÇÃO
EVARISTO
Nasceu em uma favela na cidade de Belo Horizonte no dia 29 de
novembro de 1946. Mudou-se para o Rio de Janeiro onde graduou-se
em Letras na UFRJ, fez mestrado em literatura brasileira na PUC/RJ e
doutorado em literatura Comparada na Universidade Federal
Fluminense. Surgiu no cenário literário em 1990 nos Cadernos
Negros, publicação dedicada a produção literária afrodescendente.
Desde então, sua produção nunca parou. Militante, ativista, feminista,
professora e ensaísta, Evaristo sempre deixou registrado a sua voz e
posicionamento sobre diversos assuntos, tanto em sua obra poética
quanto em seus contos. Em 2003, Evaristo publicou o seu primeiro
romance, intitulado “ Ponciá Vicêncio”, obra que será objeto desse
trabalho.
RESUM
O
A INFÂNCIA E A VIDA DE PONCI
Naquela época Ponciá Vicêncio gostava de ser menina. Gostava de ser ela própria.
Gostava de tudo. Gostava. Gostava da raça, do rio que corria entre as pedras, gostava
dos pés de pequi, dos pés de coco-de- catarro, das canas e do milharal. (P.9)

"Para ponciá, a cidade lhe parecia agora sem graça e a vida seguia sem qualquer motivo.
Trabalhadora, conseguira juntar algum dinheiro com o qual pudera comprar uma
casinha, mas faltava-lhe os seus." (pág 74)
A INFÂNCIA E A VIDA DE PONCI
Seria isto vida, meu Deus? Os dias passavam, estava cansada, fraca para viver, mas
coragem para morrer, também não tinha ainda. O homem gostava de dizer que ela era
pancada da idéia. Seria? Seria! Às vezes, se sentia, mesmo, como se a sua cabeça fosse
um grande vazio, repleto de nada e de nada. (P32)
HERANÇA DO AVÔ
(LOUCURA)
O primeiro homem que Ponciá Vicêncio conhecera fora o avô. Guardava mais a imagem dele
do que a do próprio pai. Vô Vicêncio era muito velho, Andava encurvadinho com o rosto quase
no chão. Era miudinho como um graveto. Ela era menina, de colo ainda, quando ele morreu,
mas se lembrava nitidamente de um detaIhe: em Vô Vicêncio faltava uma das mãos e vivia
escondendo o braço mutilado pra trás. Ele chorava e ria muito. P 12.

Ponciá Vicêncio, mesmo menina de colo ainda, nunca esqueceu o derradeiro choro e riso do avô.
Nunca esqueceu que, naquela noite, ela, que pouco via o pai, pois ele traba Ihava lá na terras dos
brancos, escutou quando ele disse para a mãe que Vô Vicêncio deixava uma herança para a
menina.
RELAÇÃO COM A
FAMÍLIA
O pai era forte, o irmão quase um homem, a mãe mandava e eles obedeciam. Era tão bom
ser mulher! Um dia também ela teria um homem que, mesmo brigando, haveria de fazer
tudo que ela quisesse e teria filhos também. P.24/25

Ponciá Vicêncio se lembrava pouco do pai. O homem não parava em casa. Vivia
constantemente no trabalho da raça, nas terras dos brancos. Nem tempo para ficar com a
mulher e filhos o homem tinha. Quando não era tempo de semear, era tempo de colheita e
ele passava o tempo todo lá na fazenda. P14
SAÍDA DO POVOADO
Quando Ponciá Vicêncio resolveu sair do povoado onde nascera, a decisão chegou forte e
repentina. Estava cansada de tudo ali. De trabalhar o barro com a mãe, de ir e vir às terras
dos brancos e voltar de mãos vazias. De ver a terra dos negros coberta de plantações,
cuidadas pelas mulheres e crianças, pois os homens gastavam a vida trabalhando nas terras
dos senhores, e depois a maior parte das colheitas ser entregue aos coronéis. Cansada da
luta insana, sem glória, a que todos se entregavam para amanhecer cada dia mais pobres,
enquanto alguns conseguiam enriquecer-se a todo o dia.
P 32
RELAÇÃO COM O HOMEM
DELA
"a pessoa por quem ponciá vicêncio estava enamorando era um homem que trabalhava em uma
construção civil ao lado do emprego dela. Ele também estava enamorando e observara que ela era
uma pessoa ativa[...] era bonita[...] Ele gostava da tenacidade dela de seu olhar adiante. Era uma
mulher sozinha e muito mais forte do que ele. Era de uma pessoa assim que ele precisava" (pág 65).

Ao ver a mulher tão alheia, teve desejos de trazê-la ao mundo à força. Deu- lhe um violento soco nas
costas, gritando-lhe pelo nome. Ela lhe devolveu um olhar de ódio. Pensou em sair dali, ir para o lado
de fora, passar por debaixo do arco-íris e virar logo homem. Levantou-se, porém, amargurada de seu
cantinho e foi preparar a janta dele. P17

Nunca mais ele a agrediu e se tornou carinhoso com ela. Foi tanto pavor, tanto sofrimento, tanta dor que
ele leu nos ołhos dela, enquanto lhe limpava o sangue, que descobriu não só o desamparo dela, mas
também o dele"( pg.111)
O IRMÃO
-"por enquanto não era soldado ainda, estava apenas ensaiando, mas um dia chegaria em
que ele haveria de ser soldado verdadeiro. Desses que prendem e batem. Desses que vão à
guerra. Podia tanto haver uma guerra... uma guerra dos pretos contra os brancos? uma
guerra dos ricos contra os pobres? ah, não...essas guerras não! ele queria bater, prender...se
tivesse uma guerra dessas, de que lado ficaria?" (pág 79)

Soldado Nestor
Bilirisa
A MÃE
"às vezes, vinha um desespero tal, que ela pensava, então, em abreviar a sua hora. Sentia-se tão só, tão
vazia que poderia ir buscar o barro lá no fundi do rio... sozinha, entretanto, se recuperava. Ela
acreditava que a vida tem o tempo certo, assim como o fruto tem o momento exato para ser colhida.
Sabia que a sua vida não era ainda um fruto amadurecido. seus dias não estavam prontos, não era
tempo de se colher" (pág 76)
O REENCONTRO
O nome de Ponciá Vicêncio ecoou na estação como um apito do trem e ela nem
prestou atenção alguma ao chamado. Andava, chorava e ria, dizendo que queria
voltar ao rio. Luandi acercou-se carinhoso da irmā, dizendo-lhe que sabia o
caminho do rio e que haveria de levá- la. Ponció Vicêncio levantou os olhos para
ele, mas não se podia dizer se ela o havia reconhecido ou não. Abriu, porém, a
trouxa, tirou o homem-barro e perguntou ao irmão se ele se lembrava de Vô
Vicêncio. Ele, que até então, à custa de muito esforço, tinha o pranto preso,
abraçou chorando a irmã. P126
VERBET
ES
PONCIÁ MARIA
VICÊNCIO VICÊNCIO
"era uma mulher sozinha e muito mais forte" (pág 65)
Mãe de ponciá e luandi vicêncio ;
"dona de sonhos, parecia morar em outro lugar" (pág 65)
Dona de casa, cantora nas horas vagas e artesã;
"era uma pessoa ativa. estava sempre a lidar. era bonita" (pág 65)
Faz vasilhas de barro junto com ponciá que é sua ajudante;
"ponciá trabalhava tão bem o barro. Tinha os dedos espertos,
Trabalhou nas plantações das terras dos brancos.
fazedores de coisas bonitas, mas do que as da mãe"(pág 73)
"já bem pequena, ela entendia o barro e ia ao rio buscar a
massa. Sabia qual era a melhor, qual a mais macia, a mais
obediente[...] ela conhecia de olhos fechados a materia do
rio."(pág 77)
LUANDI VÔ
JOSÉ VICÊNCIO
VICÊNCIO
- " na roça trabalhava sempre. Se não estava
• “tinha nascido um homem perfeito, com pernas e braços
completos. O braço cotò ele se deu depois, em um

semeando, estava colhendo ou arando a terra, ou momento de revolta, na procura da morte.” (pág 50)
ainda estocando alimentos nos armazens da fazenda" • "dizia mesmo que ele era doido, assassino. tinha matado a
(pág 68) mulher e quase se matara depois, se não fosse acudido a
" a cidade era mesmo melhor do que a roça. Ali tempo"
estava a prova. O soldado negro! ah! que beleza! na • "[...] fizera tudo aquilo em momento de desespero. Não
cidade, negro também mandava!" (pág 70) queria ser mais escravo[...]" (pag 72)
PAI DE NÊNGUA
PONCIÁ
-" Filho de ex-escravos, crescera na fazendo levando a mesma vida
dos pais. E|ra pajem do sinhô-moço.” (pág 14)
KAINDA
- “a mulher era alta e magra, pareceu-lhe mais alta e
-”pajem do sinhô-moço, escravo do sinhô-moço, tudo sinhô-moço.”
magra ainda. Continuava ereta, apesar da idade, como
“não era dado a muitos risos, caladão, quieto, guardava para si os
uma palmeira seca.” (pág 59)
sentimentos”
-”tinha olhar vivo, enxergador de tudo” (pag 60)
“ e numa tarde clara em que o sol cozinhava a terra e os homens
trabalhavam na colheita, enquanto todos entoavam cantigas ritmadas
com o movimento do corpo na função do trabalho, naquela tarde, o
pai de ponciá vicêncio foi se curvando, se curvando ao ritmo da
música, mas não colheu o fruto da terra, apenas à terra se deu” (pág
29-30)
SOLDADO NÊNGUA
NESTOR KAINDA
- “a mulher era alta e magra, pareceu-lhe mais alta e
magra ainda. Continuava ereta, apesar da idade, como
-" era negro. Negro e soldado.” (pág
uma palmeira seca.” (pág 59)
“nestor também era da roça” (pág105)
-”tinha olhar vivo, enxergador de tudo” (pag 60)
PARTES SIGNIFICATIVAS
DO ROMANCE
Pajem do sinhô-moço, escravo do sinhô-moço, tudo do sinhô-moço, nada do sinhô-moço. Um dia o coronelzinho,
que já sabia ler, ficou curioso para ver se negro aprendia os sinais, as letras de branco e começou a ensinar o pai
de Ponciá. O menino respondeu logo ao ensinamento do distraído mestre. Em pouco tempo reconhecia todas as
letras. Quando sinhô-moço se certificou de que o negro aprendia, parou a brincadeira. Negro aprendia sim! Mas o
que o negro ia fazer com o saber de branco? O pai de Ponciá Vicêncio, em matéria de livros e letras, nunca foi
além daquele saber. P15
CONCLUSÃO
[...]
Ponciá, apesar de encontrar coragem pra partir e tentar modificar sua vida,
encontra barreiras impostas pela estrutura racista, que a coloca em lugar de
subalternidade e a distancia da família, causando seu adoecimento psíquico e
sofrimento. Vô Vicêncio teve sua família dilacerada pela escravidão, pensava
encontrar na própria morte e dos seus a liberdade sonhada.
OBRIGADA!
SE CHOREI OU SE SORRI
O IMPORTANTE É QUE O PERÍODO 2024.1 EU
CONCLUI.

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