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FAP- CENTRO DE ENSINO SUPERIOR PIAUIENSE

COORDENAÇÃO DOS CURSOS DE PÓS – GRADUAÇÃO

O TRATAMENTO DA DISLEXIA NA SALA DE AULA

VALQUIRIA MARIA DE SOUSA LIMA

TERESINA - PIAUÍ

2009
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR PIAUIENSE

COORDENAÇÃO DOS CURSOS DE PÓS GRADUAÇÃO

O TRATAMENTO DA DISLEXIA NA SALA DE AULA

MONOGRAFIA APRESENTADA COMO


TRABALHO DE CONCLUSÃO DE PÓS-
GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA
JUNTO A FAP- FACULDADE PIAUIENSE.
SOBRE ORIENTAÇÃO DA PROFESSORA
AMPARO HOLANDA.

TERESINA - PIAUÍ

2009
“Nada lhe posso dar que já não exista em você

mesmo. Não posso abrir-lhe outro mundo de

imagens, além daquele que há em sua própria

alma. Nada lhe posso dar a não ser a

oportunidade, o impulso, a chave. Eu o ajudarei

a tornar visível o seu próprio mundo, e isso é

tudo.

(H. Hesse, 1887-1962, Alemanha)


DEDICO ESTE TRABALHO A:

a) todos os mestres que moldaram o meu

conhecimento e educaram-me. Professores

maravilhosos e dignos de denominação;

b) á vida, sem ela nada seria possível,

c) Paulo Marcos, parte integrante da minha

vitória.

Agradeço-te pelo exemplo, pela dedicação,

paciência e apoio em meus estudos, me dando

força e coragem para buscar sempre novas

conquistas.
AGRADECIMENTOS

A minha família pela vivencia do compromisso solidário, pelo aprendizado da

humildade, determinação, e pelo exemplo de amor e fé.

Aos professores da faculdade FAP, e a todos os colegas de classe, que caminhando

comigo em busca do conhecimento, permitiram-me vislumbrar a verdadeira amplitude

da dimensão humana e do compromisso com a educação.


RESUMO

Este trabalho tem por objetivo caracterizar e estudar quais são as causas,
sintomas e tratamento da dislexia, demonstrando seus principais aspectos e
modalidades, os tipos e os tratamentos que sejam possíveis, embora essa síndrome seja
uma dificuldade presente nas salas de aulas, ela ainda é de difícil entendimento, e por
essa razão, muitas vezes as crianças que passa por essa dificuldade são mal
interpretadas, tornando-se mais difícil o diagnostico. Por esse fato, faz-se necessário que
os educadores estejam sempre atentos sobre o que é dislexia, assim evita-se um
diagnostico tardio, o que facilita o tratamento. Reconhecer quais são os critérios
utilizados para determinar o diagnostico de crianças disléxicas, com o intuito de
encontrar subsídios de como trabalhar com alunos com esse transtorno de aprendizagem
na escola. O presente trabalho foi organizado em capítulos tratando de uma ampla
pesquisa sobre essa síndrome, foi também utilizada uma pesquisa bibliográfica, e tem
como base os elementos que caracterizam a dislexia. Sendo assim, chega-se um
processo de profunda reflexão critica frente à necessidade de um trabalho pedagógico e
eficaz, e que possibilite o sucesso escolar de uma criança com dislexia. Sabemos que
essa pesquisa será importantíssima para todos os educadores, pois é grande a
dificuldade em encontrar alternativas que ajudem a identificar as causas o os sintomas
da dislexia. Serão abordadas as leis e alguns os projetos que amparam uma criança com
dislexia. Será mostrada também, uma nova modalidade de um programa de software
desenvolvido para aperfeiçoar os processos verbais e não verbais das crianças que
apresentam esta síndrome. E também foram abordadas com brevidade, novas
experiências de pesquisas do Projeto Genoma, mas que atualmente ainda estão em fase
de pesquisa.

Palavras Chave: Dislexia. Dificuldade de Aprendizagem. Diagnostico na Dislexia.


ANEXO

FIGURA 1 ÁREA DA LINGUAGEM NO CÉREBRO

FIGURA 2 SOFTWARES DE APOIO

FIGURA 3 DRA MARIA ESTER NA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DISLEXIA

TABELAS

TABELA 1 PRINCIPAIS GENES COM SUSCEPTIBILIDADE À DISLEXIA


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 09
2. SÍNDROME CHAMADA DISLEXIA 11
2.1 O QUE É A DISLEXÍA 11
2.2 COMO SE INDENTIFICA A DISLEXÍA 13
2.3 TIPOS DE DISLEXIA 16
2.4 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ONDE OS PRINCIPAIS
PROFISSIONAIS QUE PODEM AJUDAR AO ALUNO DISLÉXICO 19
2.5 COMO DIAGNOSTICAR A DISLEXÍA 26
2.6 SOFTWARE DE APOIO AO DISLEXICO 28
2.7 GENES ESTUDADOS QUE PODEM ESTAR RELACIONADO
À DISLEXIA 30
3. METOLOGIA E PROCEDIMENTO DE PESQUISA DOS
TRABALHOS DE CAMPO 31
3.1 ESTUDOS DOS RELATÓRIOS 33
4. CÓDIGO DE LEIS QUE AMPARAM A PESSOA DISLÉXICA 34
4.1 CONSTUIÇÃO FEDERAL 34
4.2 LEIS FEDERAIS 35
4.3 LEIS ESTADUAIS 38
4.4 DECRETO DE LEIS 39
4.5 OUTRAS DELIBERAÇÕES, INICAÇÕES E PARECERES 40
5. CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFÍA
1. INTRODUÇÃO

A dislexia é uma dificuldade específica na aprendizagem da leitura com


repercussão, muitas vezes, na ortografia que é designada disortográfica. O disléxico
mais comum no âmbito escolar são aqueles que, sem consciência fonológica,
apresentam dificuldade de fazer o reconhecimento da palavra escrita, ou seja, não
conseguem transformar as letras em sons da fala., ou fonemas da língua como vogais
semivogais e consoantes.
A dislexia é a incapacidade parcial de a criança ler compreendendo o que se lê,
apesar da inteligência normal, audição ou visão normal e de serem oriundas de lares
adequados, isto é, que não passem privação de ordem doméstica ou cultural.
Encontramos disléxicos em famílias ricas e pobres. Enquanto as famílias ricas podem
levar o filho a um psicólogo, neurologista ou psicopedagogo, uma criança, de família
pobre, estudando em escola pública, tende a agravar a dificuldade persistir com o
transtorno de linguagem na fase adulta. Talvez, por essa razão, isto é, por uma questão
de classe social, a dislexia seja uma doença da classe média, exatamente porque,
temporão, os pais conseguem diagnosticar a dificuldade e partir para intervenções
médicas e psicopedagógica.
Sabe-se que são muitos os distúrbios de aprendizagem que afligem as crianças
de nossas escolas. Estes distúrbios têm vários sintomas, e dentre eles podemos destacar
a Dislexia, que é muito mais comum do que se imagina. Vivemos em um mundo tão
moderno onde há professores que ainda não sabem ou nunca ouviram falar sobre essa
diferença de aprendizado.
A seguir, dividimos os capítulos abordados:
CAPITULO I, INTRODUÇÃO, foi feito um resumo com os tópicos principais
da monografia.
CAPITULO II, SINDROME CHAMADA DISLEXIA, neste capitulo foi
abordado o conceito sobre dislexia, e a dificuldade parcial da leitura e escrita de
crianças com esse distúrbio. Foi visto também, as questões das equipes
multidisciplinares, que são responsáveis pelo diagnóstico de crianças com esta
síndrome, que geralmente, é diagnosticada nos primeiros anos da vida escolar do aluno.
Foram abordados os diferentes tipos de dislexia, com características, causas e
conseqüências. Vimos o sintoma que podem identificar uma criança disléxica, através

9
um diagnóstico preciso feito por uma equipe especializada. Foi mostrado um programa
de computador, desenvolvido com ajuda da fonoaudióloga Dra. Cristina Murphy, com
intuito da mesma, desenvolver a parte de verbal, e não verbal da criança disléxica.
Foram abordadas novas experiências de pesquisas do projeto genoma, mas que são
experiências novas, e requer um melhor aprofundamento acadêmico.
CAPITULO III, METOTOLOGIA E PROCEDIMENTO DE PESQUISA DOS
TRABALHOS DE CAMPO, foi feito uma entrevista junto a AND através da presidente
Dra Maria Ester, e a mesma forneceu importantes informações do dia a dia de pessoas
disléxicas, inclusive com as resposta a perguntas previamente feitas a ela.
CAPITULO IV, CODIGO DE LEIS QUE AMPARAM A PESSOAS
DISLÉXICAS, neste capitulo foi abordado, algumas leis e projetos de lei, e instrumento
legais que protege a pessoa disléxica.
CAPITULO V, CONCLUSÃO, foi feito a conclusão contendo fatos relevantes
que foram identificados na confecção da monografia.
CAPITULO VI, REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS, foi disponibilizado as
referências bibliográficas, documentos jurídicos em meio eletrônico, referência com
parte de monografia em meio eletrônico, documento iconográfico, documento
iconográfico de meio eletrônico.

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2. SINDROME CHAMADA DISLEXIA

Dislexia é uma palavra grega que quer dizer distúrbio de linguagem. Abrangendo:
leitura escrita e soletração ou uma combinação de duas ou três destas dificuldades.
Caracteriza-se por alterações quantitativas e qualitativas.
É um problema que quando mais cedo for detectado melhor. “Assim há
possibilidade de uma intervenção terapêutica, assim podendo ajudar a criança a se
desenvolver melhor, sendo capaz de amenizar as dificuldades e desenvolver novas
habilidades que possam fazer com que ela não sofra tanto na escola e também em outras
situações nas quais depende da leitura e escrita.” Assim indica o orientador educacional,
fundador e membro da diretoria da ABD - Associação Brasileira de Dislexia, Mario
Ângelo Braggio. Outro fato muito importante sobre a síndrome é a indicação da não
dominância hemisférica cerebral – o que pode estar associado às dificuldades no
estabelecimento da lateralidade o que traz também transtornos na aprendizagem.
A dificuldade da dislexia não está na audição ou no reconhecimento das formas
gráficas, também não está na memorização dos nomes das letras. O que acontecem com
eles é que não conseguem, digamos assim traduzir de forma adequada e imediata, as
unidades mínima da fala que são fonemas, para os sinais gráficos convencionais como
seus representantes, falta para a criança presteza nessa tradução (FAGUNDES, 2002
p71).
A dislexia sendo uma síndrome de origem neurológica, ela pode ser genética
desenvolvida ou adquirida. O disléxico é potencialmente um mal leitor, embora a
criança consiga ler, mas lê mal, sua leitura é lenta é sofrível. Só um neurologista, a
rigor, tem a competência técnica, em equipe multidisciplinar, juntamente com os
psicólogos e pediatras podem a firmar se uma criança é ou não disléxica. Sendo uma
síndrome para tratamento médico, embora não seja uma doença para os educadores, o
que inclui pedagogos, psicólogos e profissionais de ensino.

2.1 O QUE É DISLEXIA?

O termo dislexia refere-se a dificuldades de leitura na ausência de qualquer outra


limitação ou alteração das capacidades intelectuais. Esta perturbação pode-se ainda

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classificar como dislexia adquirida, de desenvolvimento, central, periférica, de
superfície e profunda. A dislexia é uma dificuldade específica na aprendizagem da
leitura com repercussão, muitas vezes, na ortografia (disortográfica). O disléxico mais
comum no âmbito escolar são aqueles que, sem consciência fonológica, apresentam
dificuldade de fazer o reconhecimento da palavra escrita, ou seja, não conseguem
transformar as letras em sons da fala, fonemas da língua como vogais semivogais e
consoantes. Os primeiros sinais de que a pessoa pode apresentar dislexia, tendem
manifestarem-se através de problemas de aprendizagem, dificuldades na linguagem
oral, quando não há associação de símbolos gráficos às suas componentes auditivas,
dificuldades em seguir orientações e instruções, dificuldades de memorização auditiva,
problemas de atenção e ou de lateralidade.
Na leitura ou na escrita, a pessoa pode confundir algumas letras, como por
exemplo: “f “ com o “v”; “p” com o “b”; “ch” com o “j”; “p” com o “t”; “v” com o “z”,
“b” com o “d”, entre outros; ou, fazer possíveis inversões, tais como:: “ai” com o “ia”;
“per” com o “pré”; “fla” com o “fal”; “cubido” com a palavra “bicudo”, entre outras;
podendo fazer ainda omissões tais como: “livo” que tinha um significado “livro’; “bata”
que tinha um significado “batata”; estes são alguns exemplos na leitura de uma pessoa
disléxica.. Sendo assim, esta é uma dificuldade específica na aprendizagem da leitura
com repercussão, muitas vezes, na ortografia, também chamada de disortografia. O
aluno disléxico torna-se mais comum no âmbito escolar, e são aqueles que, sem
consciência fonológica, apresentam dificuldade de fazer o reconhecimento da palavra
escrita, ou seja, não conseguem transformar as letras em sons da fala, fonemas da língua
como vogais semivogais e consoantes. Sendo assim, a dislexia é a incapacidade parcial
da criança ler compreendendo o que se lê, apesar da inteligência normal, audição ou
visão normal e de serem oriundas de lares adequados, isto é, que não passem privação
de ordem doméstica ou cultural. Encontramos disléxicos em famílias ricas e pobres.
Enquanto as famílias de melhores condições podem levar o filho a um psicólogo,
neurologista ou psicopedagogo, uma criança, de família com condições inferiores,
estudando em escola pública, tende a agravar a dificuldade persistir com o transtorno de
linguagem na fase adulta.
Talvez, por essa razão, isto é, por uma questão de classe social, a dislexia seja
uma doença da classe média, exatamente porque, os pais conseguem diagnosticar a
dificuldade, e inicia à intervenções médicas e psicopedagógica. Sabe-se que são muitos
os distúrbios de aprendizagem que afligem as crianças de nossas escolas. Estes

12
distúrbios têm vários sintomas, e dentre eles podemos destacar a dislexia, que é muito
mais comum do que se imagina. Vivemos em um mundo tão moderno onde há
professores que ainda não sabem ou nunca ouviram falar sobre essa diferença de
aprendizado.

ÁREA DA LINGUAGEM NO CÉREBRO

FIGURA 1

2.2 COMO SE IDENTIFICA A DISLEXIA

A dislexia é talvez a causa mais freqüente de baixo rendimento e insucesso


escolar. Na grande maioria dos casos não identificados, nem corretamente tratados. O
objetivo desse trabalho é dar a conhecer os conceitos básicos desta perturbação, de
maneira a permitir aos médicos de família conhecer e identificar, nas crianças, os sinais

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de riscos mais precoces, colocarem a hipótese do seu diagnostico e encaminha-lhos para
uma avaliação e intervenção especializada.
Para se fazer um diagnostico mais preciso sobre a dislexia deve-se verificar
inicialmente a historia familiar, se existe ou já existiu algum caso de dificuldade de
aprendizagem e se na historia desenvolvimento mental da criança ocorreu um atraso na
aquisição da linguagem, As crianças ou adultos disléxicos pensam primariamente
através de imagens e sentimentos, e não com sons e palavras,sendo assim bastante
intuitivos.
Na leitura notam-se as confusões de grafemas cuja correspondência fonética é
próxima ou cuja forma é aproximada como a existência de inversões, omissões e
substituições de letras e silabas ao nível da frase. Existe uma grande dificuldade nas
pausas e no ritmo como revelam uma analise compreensiva da informação lida muito
deficitária, ou seja, muita dificuldade em compreender o que lêem.
As principais manifestações da dislexia nas competências da leitura e escrita;
Velocidade de leitura bastante lenta para a idade e para o nível escolar;
Leitura silábica sem ritmo;
Problemas na compreensão semântica e na análise compreensiva de textos lidos;
Substituição de palavras inteiras por outras semanticamente vizinhas;
Dificuldades em exprimir as suas idéias e pensamentos em palavras;
Dificuldades acentuadas ao nível da consciência fonológica descodificação,
descodificação grafema-fonema;
Confusão entre letras silaba ou palavras com grafia similar, mas com diferente
orientação no espaço: b-d; d-p; b-q; d-q; n-u; a-e.;
Inversões parciais ou totais de silabas ou palavras: ai-ia; per-pré; fla-fal; me-em;
sal-las; pla-pal; ra-ar;.;.
Substituição de palavras por outras de estrutura similar, porém com significado
diferente: saltou-salvou; cubido-bicudo;.
Adição ou omissão de sons, sílabas ou palavras: famosa-fama, casaco-casa,
livro-livo, batata-bata;
Ilegibilidade da escrita: letra rasurada, disforme e irregular, presença de muitos
erros ortográficos e dificuldades ao nível da estruturação e seqüenciarão lógicas das
idéias, surgindo estas desordenadas e sem nexo (também a nível verbal);

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Outros sintomas que podem estar associados são:
Dificuldades na memória auditiva imediata;
Problemas ao nível da motricidade fina e do esquema corporal;
Problemas na percepção visuo-espacial;
Problemas na orientação espaço-temporal;
A escrita pode surgir em espelho;
Problemas ao nível da dominância lateral: lateralidade difusa confunde a direita
e esquerda.
Identificar as deficiências de leitura é de suma importância, pois ao detectar o
quanto antes fica mais fácil criar métodos eficazes para auxiliar as crianças que
apresentam tais problemas. Essa preocupação tem mobilizado várias categorias de
profissionais, como por exemplo: psicopedagogos, fonoaudiólogos, professores,
psicólogos que estejam engajados em desenvolver estratégias de avaliação e até mesmo
de intervenção. Pois somente mediante a uma compreensão geral do problema, com
coleta de dados e analises de casos, é que se pode pensar em como agir dependendo de
cada situação encontrada, então, deve-se encontrar uma a melhor forma de sanar as
deficiências.
Dificuldades no campo da dislexia, quando não tratadas e sendo apresentadas com
freqüência, tendem a gerar comportamentos negativos, causando algumas vezes,
inquietações e até perturbações. Considerando a atual preocupação governamental com
os problemas educacionais, vale ressaltar que a identificação precoce de casos de
deficiência aquisitiva, como a dislexia, gera um menor custo no tratamento, uma
vantagem econômica, do que situações detectadas tardiamente, tendo em vista, que o
tratamento através de um programa de ensino, para crianças de 6 anos, durante um ano,
é bem mais barato do que proporcionar um programa por meio de uma ajuda diária a
uma criança de dez anos que foi diagnosticada com atraso.
Outra opção para identificar alunos que apresentam dificuldades de leitura, quando é
proposta uma atividade de paráfrase, ou seja, recontar o texto com suas próprias
palavras, testando habilidades de memória, entendimento, organização e competência
lingüística; pois alguns alunos não apresentam dificuldades em ler e pronunciar, mas
eles decodificam sem obter nenhuma extração de sentido daquilo que estão lendo.
A maioria das crianças que apresentam dislexia começam a falar tardiamente, e
podem ser identificadas essas deficiências quando não conseguem ou sentem
dificuldades ao utilizar estratégias fonológicas para ler e escrever palavras

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desconhecidas ou longas. É preciso detectar os fracassos de ordem cognitiva ou se
ocorre inadaptações visuais, acústicas ou de memória, ou mesmo, pela falta de
informação não-visual, que é o conhecimento prévio que o leitor já deve possuir em sua
mente para interagir com conhecimento a ser aprendida, ou seja, informação visual,
texto ou algo impresso, e a falta de informação não-visual dificulta a leitura, daí então a
atribuição do significado para facilitar o ato de ler.
Os educadores podem detectar estes distúrbios se atentarem para os aspectos
fonológicos, semânticos, sintáticos que ocasionam dificuldades no desempenho da
aquisição da leitura.. Mas é necessário que estejam presentes todos os aspectos
indicadores em simultâneo, para que seja diagnosticado um caso de dislexia. Estes
indicadores devem apenas alertar para a possibilidade de um possível caso de dislexia,
já que é preciso compreender a razão destes comportamentos.

2.3 TIPOS DE DISLEXIA

Nos dias de hoje, as dificuldades de leitura e escrita continuam a constituir um


dos principais obstáculos que surgem ao longo da escolaridade, na medida em que, além
da dificuldade na aquisição da leitura em si, causam dificuldades em outras áreas de
aprendizagem, condicionando o percurso. As dificuldades de aprendizagem da leitura e
da escrita podem ser consideradas como dificuldades que se manifestam na aquisição de
competências básicas, sobretudo na fase de descodificação. A seguir exemplificaremos
com alguns tipos de dislexias:
DISLEXIA CONGÊNITA: É a dislexia que a criança pode ter a mais variadas
causas e tem características, como por exemplo, uma comprovada alteração hemisférica
cerebral, onde o hemisférico cerebral, encontra-se com tamanho invertido em tamanhos
exatamente iguais, quando o considerado normal é que o esquerdo seja maior que o
direito. Em conseqüência dessa alteração, o individuo disléxico tem pouca ou nenhuma
habilidade para a aquisição de leitura ou escrita, geralmente não chega a ser alfabetizado
e, quando chega não consegue ler ou escrever por muito tempo, e quando termina de
escrever, já não se lembra de mais nada. Este tipo de dislexia é incurável, deve ser
tratada por uma junta de profissionais, a qual que chamamos de tratamento
multidisciplinar, envolvendo sempre psicopedagogos, neurologistas e psiquiatras,

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podendo depender da gravidade do caso. Em casos onde haja também um distúrbio de
fala e audição, serão diagnosticado por um fonoaudiólogo; caso haja dificuldades
motoras de lateralidade serão diagnosticado por um psicomotricista, e, nestes casos,
também é aconselhável que um psicólogo acompanhe o tratamento e desenvolva
atendimento paralelo.
DISLEXIA ADQUIRIDA: É a dislexia que vem através de um acidente
vascular cerebral, e também, outros acidentes ou distúrbios que podem causar a dislexia
adquirida. Neste caso, o individuo antes escrevia e lia normalmente, mas passa a ter
períodos de dislexia, ele não consegue ler ou escrever, fazendo com algumas
dificuldades. e podem apresentar falhas na lateralidade. Dependendo do grau de
dificuldade é também necessário um tratamento multidisciplinar, mas neste caso,.é bem
provável que somente o psicopedagogo e o neurologista, ou psiquiatra sejam
solicitados. Caso o acidente também tenha afetado a lateralidade, um psicomotricista
será necessário, ou se a fala e audição estiverem comprometidas também o
fonoaudiólogo. Seguindo o tratamento, pode obter a cura ou melhora do paciente, já que
a dislexia não envolve alterações hemisféricas. Este distúrbio surge na seqüência de um
traumatismo ou lesão cerebral, onde a pessoa lia bem, mas depois com o surgimento
deu algum problema e passou a ter a perturbação.
DISLEXIA DE DESENVOLVIMENTO: É definida como um distúrbio
neurológico de origem congênita que acomete crianças com potencial intelectual
normal, sem déficits sensoriais e com suposta instrução educacionais apropriada, mas
que não conseguem adquirir ou desempenhar satisfatoriamente a habilidade para a
leitura e, ou, a escrita. Mesmo a criança tendo o Q.I acima da media, ocorre um
distúrbio de leitura; geralmente, a criança tem dificuldades em aprender a ler e a
escrever, e especialmente, em escrever corretamente sem erros ortográficos.
DISLEXIA OCASIONAL: É a dislexia causada por fatores externos e que
aparece ocasionalmente. Pode ser causado por esgotamento do sistema nervoso, por
intermédio de estresse ou excesso de atividades. Se esse tipo de dislexia for
diagnosticado, não há necessidades de grandes tratamentos, e em alguns casos, apenas
repouso, uma mudança de horários ou rotina e tudo voltará ao normal.
É preciso deixar definitivamente de imaginar que a dislexia faça troca de letras,
o que acontece com os disléxicos é que na maioria dos casos, ele não identifica sinais
gráficos, letras ou qualquer código escrito. É aconselhável que qualquer tipo de dislexia
seja praticado um tipo de esporte, onde será desenvolvido a sua coordenação motora,

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raciocínio e agilidade. Um dos melhores esportes são a natação, o futebol, o handball, o
vôlei, entre outros.
DISLEXIA VISUAL: Ocorre quando há imprecisão de coordenação viso-
espacial, é manifestada na confusão de letras com semelhanças gráficas. Então, quando
se manifesta alguma confusão no campo visual, o primeiro procedimento dos pais, ou
educadores, será encaminhar a criança ao medico especializado um oftalmologista. Este
tipo de dislexia é o mais fácil de corrigir, que pode ser por meio de exercício adequados,
podendo aprender os signos gráficos com precisão, e gradualmente, aprender
seqüências, porém, a lentidão pode persistir.

CARACTERISTICAS DA DISLEXIA VISUAL:


Problemas de orientação direita ou esquerda
Disgrafia ou fraca qualidade da letra
Erros de leitura que implicam aspectos visuais, inversão de letra p com q
Erros ortográficos
QI de realização inferior ao verbal

DISLEXIA FONOLÓGICA: De grande interesse para a Pedagogia, refere-se à


incapacidade de ler em voz alta as não-palavras e as pseudo-palavras, por exemplo,
"bur", "páquina", enquanto se mantém intacta a capacidade de leitura do vocabulário
corrente. Consiste na incapacidade de decodificação fonológica, em danos na via de
conversão grafema-fonema. O indivíduo pode acusar igualmente outros sintomas, por
exemplo, erros visuais ao produzir pseudo-palavras na leitura em voz alta, em vez da
palavra existente, "páquina" em vez de "máquina"; e erros derivacionais também
podem surgir na leitura.
DISLEXIA PERIFERICA: São transtornos nos quais os danos localizam-se no
sistema de analise visual, provocando uma serie de prejuízos na percepção da letra.
Assim, os danos podem ocorrer no nível de identificação de letras, ou seja, dislexia por
negligencia, no nível de analise visual, dislexia de atenção, ou, no nível do
processamento global e do reconhecimento de palavras como todo, como por exemplo,
letra por letra
Sabe-se hoje que a dislexia não tem cura, a criança vai aprender de acordo com o
seu tempo, não existe um único método pra tratar a mesma, o que deve ser feito é
considerar a dificuldade de cada um e estipular um plano de trabalho, que seja,

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multisensorial, gradativo e acumulativo. O tratamento é longo e sistemático, sendo que
o melhor tratamento para a dislexia seria nutrir corretamente e fazer um treinamento,
várias vezes por dia, de dez a quinze minutos, tanto para a leitura quanto para a escrita e
a fala.
Quanto mais estimulo à criança receber melhor será o seu desenvolvimento,
avanços na compreensão da neurologia dos processos de desenvolvimento da
linguagem, e aprendizagem, certamente irão contribuir para uma melhoria na
abordagem terapêutica desses pacientes. A sistemática da investigação em busca do
diagnostico preciso, pode direcionar pode o profissional de saúde na escolha do melhor
caminho indicado para cada caso.

2. 4 EQUIPE MULTIDISCIPLINAR ONDE OS PRINCIPAIS PROFISSIONAIS


QUE PODEM AJUDAR AO ALUNO DISLÉXICO

Grande parte dos estudantes que invertem letras no processo de alfabetização


age dessa forma porque estas ocorrências são normais no processo de aquisição de
alfabetização. Esta síndrome caracteriza-se pela dificuldade da criança em entender
diferente formas da linguagem, de leitura, de escrita e até mesmo, de soletração.
Para detectar esse distúrbio é preciso uma avaliação multidisciplinar, que
diferencie a dislexia de outras disfunções como, por exemplo, um retardamento mental
leve. Entretanto, é necessário ter muito cuidado para não rotular toda e qualquer
alteração de leitura com à dislexia. Este diagnostico exige quase sempre uma equipe de
profissionais da área como: neurologistas, psiquiatras, psicólogos, psicopedagogos,
fonoaudiólogos, entre outros. Esta equipe tem a função básica de eliminar outras causas
responsáveis pelas trocas de letras, e outras, alterações da linguagem.
A dificuldade de aprendizagem, também conhecido como comportamentos
divergentes podem levar o aluno ao fracasso, causando grandes angustias nos
educadores, e a relação que se dá entre alunos e professores, principalmente por meio da
“fala”. Todos esses fatos não podem ser vistos como algo sem solução, e que não tenha
mais conserto. Importante é entender o que se passa em um processo educativo, e os
motivos que levam essas dificuldades e fracassos escolares, tornando-se muitas vezes
fracassos de vida. Importante, e desafiante, é repensar as praticas educativas envolvendo

19
não só os alunos, mas tambem professores, coordenadores, diretores e todos que fazem
parte do processo. Portanto, na atuação do professor, existe uma fragilidade em relação
ao aluno que não se sustenta pela psicologia nem pela pedagogia, principalmente no
dias atuais..
FONOAUDIÓLOGO – Atuam em pesquisas, prevenção e terapia fonoaudióloga
na área de comunicação oral e escrita, voz e audição. Podem atuar sozinhas, ou em
conjunto, com outros profissionais de saúde em clínicas, creches, escolas comuns,
especiais, e comunidades. Incluindo o PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA, é ele
quem reabilita pacientes neuropatas na área da linguagem, essa ciência se volta
especificamente para psicologia. Ela aborda os distúrbios de voz, audição e da
linguagem: no caso, trata-se de problemas e saúde, tais como, gagueira, dislexia, ou
seja, dificuldade de leituras, afasia ou dificuldade e compreensão da fala e rouquidão.
As quatro maiores áreas abordadas pela fonoaudióloga são, portanto: voz, audição,
linguagem e motricidade oral.
A consulta à um fonoaudiólogo pode ajudar a discernir o que faz parte de um
desenvolvimento saudável da linguagem, daquilo que necessita de intervenção
profissional. Nem sempre a dificuldades e erros são sinônimos de problemas que
precisam de tratamento fonoaudiólogos. Mas somente uma consulta com o profissional
pode auxiliar a adotar uma conduta mais adequada, e encontrar soluções para a
dificuldade que se apresente no momento
NEUROLOGISTA – A aprendizagem ocorre no cérebro, logo o educador deve
ser um grande conhecedor dessa estrutura geradora dos processos mentais superiores.
Estes são conhecidos como função neuropsicológica, e são as habilidades ou
ingredientes necessários e utilizados em qualquer aprendizagem, desde as mais simples
até as mais complexas.
A avaliação neurológica no pré- escolar ou no escolar, é essencial ter uma idéia
clara do que vai revelar o exame neurológico. Obviamente, ele deveria detectar falhas
funcionais ou comprovar sua ausência, mas poderia também diferenciar os desvios de
normalidade, que resultam de atraso na velocidade de maturação cerebral, isto é, os
sinais de retardo neurológicos, que não são necessariamente o resultado de lesão
cerebral. Para distinguir esses casos, é necessário, o uso uma técnica refinada e
apropriada à idade.
O exame neurológico deveria ser uma avaliação ampla das funções neurais
devendo, portanto, ser mais completa possível, a fim de ser diagnosticado pelos

20
examinadores, e ser baseados em critérios objetivos. Mas este exame por sua natureza, é
limitado, e avaliando a partir do comportamento que cai dentro do escopo do exame em
si. Por exemplo: a função sensória motora, a postura e movimento, as reações e as
respostas.
Entretanto, a ausência de sinais neurológicos não é prova de integridade perfeita
do cérebro, nem a presença desses sinais implicam automaticamente em uma relação
casual com o comportamento manifestado. Porém, o cérebro é encarregado de gerar o
comportamento e a avaliação neurológica, que capacita o especialista a avaliar pelo
menos, parte da integridade do cérebro.
O processo diagnóstico neurológico tem fases distintas:
a) historia clinica, que busca pesquisar dados de caráter pessoal e familiar da
criança;
b) exame físico, que avalia o crescimento físico e maturacional;
c) exame neurológico, que avalia o nível neuromaturacional da criança,
procurando desvios grosseiros responsáveis por patologias especifica;
d) exames complementares que auxiliam na elucidação do diagnóstico.
OFTALMOLOGISTA – Reafirmam que a síndrome dislexia não é causada por
um problema de visão A troca insistente e erros de inversão, ou seja, ver as letras ao
contrário, como por exemplo “p” e “b”; que são erros de origem fonológica, é
confundido porque são duas consoantes com o mesmo ponto de articulação, ou seja,
uma surda e outra sonora, e não de origem visual.
Diversos estudos revelam que criança com esta síndrome tem o mesmo
problema visual das outras crianças. Pesquisas apontam que crianças com dislexia têm
os mesmo problemas visuais das outras crianças. A sociedade de pediatria e
oftalmologia refere à independência entre a dislexia e problema de visão, e alertam para
a ineficácia do uso de lentes prismáticas. Estas lentes não devem ser confundidas com
lentes coloridas, usadas arbitrariamente por alguns que já demonstraram não ter
resultados adequados. Na montagem os óculos com lentes prismáticas nada difere de
um óculo normal, sendo que, a diferença básica está na confecção da lente, que é tipo
triangular. Essas lentes devem receber acompanhamento terapêutico adequado com
psicopedagogo, psicólogos e fonoaudiólogo, além de receber atendimento diferenciado
no ambiente escolar. As adaptações do uso de óculos de lentes prismáticas trazem uma
significativa melhora no tratamento dessa síndrome.

21
OTORRINOLARINGOLOGISTA – É considerada uma das mais completas
especialidades médicas do mundo, com características clinicas e cirúrgicas. Seu campo
de atuação envolve as doenças do ouvido , do nariz e seios paranasais, faringe e laringe.
A comunicação é indispensável para o aprendizado, e entre todas as formas de
comunicação, a auditiva é a mais importante. Para o processo de aprendizagem é
preciso comunicar-se, o que inclui a fala que depende da pronuncia, da gramática e do
estilo da língua. Para dar conta de muitos detalhes, e identificar, corrigir fonemas e
mensagens, e, é preciso uma orientação precisa e uma sensibilidade auditiva o mais
perfeito possível.
Crianças com transtornos de aprendizagem não devem ser punidas, o que ainda
acontece nos dias atuais, e sim elas devem ser amparadas e reabilitadas de forma lógica
e civilizada. O especialista otorrino deve ser responsável por parte desse processo, fica
sobre sua responsabilidade a detecção precoce da perda auditiva, o tratamento da
doença quando possível e a orientação sobre como será a sua reabilitação. Nesse
processo, ele deve suspeitar também de outras dificuldades e encaminhar a criança ao
profissional adequado.
São recomendáveis testes específicos para pesquisa de distúrbio de vias auditiva,
e se a suspeita é de distúrbios fora da esfera auditiva, como disfunção psicológica,
neurológica congênita ou associação sindromica, a criança deve ser encaminhada a um
neuropediatra, ou psicólogo, ou a um fisioterapeuta. Existem varias submodalidades,
como distração, desatenção, memória falha, compreensão auditiva deficitária,
comportamento mal adaptado, passivo, hiperativo, criança impulsiva e problemas para
ouvir ler e escrever, como por exemplo, dislexia e disgrafia. Para cada problema, existe
uma técnica especifica de reabilitação, que é aplicada por otorrinos, fonoaudiólogos,
psicólogos, oftalmologistas, psicomotricista, psicopedagogo, entre outros.
PSICÓLOGO - A psicologia estuda cientificamente o comportamento e os
processos mentais e a relação entre os dois. Este estuda também os sentimentos, as
emoções, as atitudes, os pensamentos, as representações mentais, as fantasias, as
percepções; isto é, os processos mentais que não podem ser observados diretamente. Em
psicologia o resultado é entendido como de exclusão no sentido de que a investigação
buscará averiguar o potencial intelectual da criança o qual deverá se situar
necessariamente a partir dos percentuais considerados como médios, com isso se exclui
a possibilidade da presença de déficit cognitivo. Estuda-se também, a existência ou não
de conteúdos emocionais que possam estar interferindo de modo negativo, no processo

22
de aprendizagem, além da investigação dos aspectos que se referem, de modo geral ao
desenvolvimento da criança.
Os aspectos investigados pelos psicólogos serão associados aos profissionais das
demais áreas citadas, com objetivo de compor o diagnóstico, ou não, sobre dislexia.
Deve-se buscar e identificar as origens das dificuldades de aprendizagem de uma
criança e tem como objetivo conhecê-la em suas especificidades, o que possibilita
escolher os modos mais indicados de intervenção. Neste tratamento a criança poderá se
beneficiar dos amplos conhecimentos desenvolvidos nas áreas da psicologia, da
fonoaudióloga, da oftalmologia e da psicopedagogia, como relevantes no seu processo
de desenvolvimentos.
PSICOMOTRICISTA - Para saber se uma criança tem problemas de
psicomotricidade, é preciso fazer uma avaliação psicomotora, através de exercícios
específicos, que verifiquem esses aspectos como:
Qualidade tônica - rigidez ou relaxamento muscular;
Qualidade gestual - dissociação manual e dos membros superiores e
inferiores;
Agilidade;
Coordenação;
Lateralidade;
Organização tempo espacial;
Grafomotricidade.
Essa avaliação pode revelar na criança, as características próprias do seu
desenvolvimento, se existem atrasos no desenvolvimento motor e perturbações de
equilíbrio, coordenação, lateralidade, sensibilidade, esquema corporal, estrutura e
orientação espacial, grafismo e afetividade.
Tais problemas podem fazer-se notar tanto na pré-escola como nas series
iniciais, com maior ou menor intensidade, e decorre das mais variadas causas, como por
exemplo: debilidade intelectual, retardos de maturação, certas desarmonias tônico-
motora.
O desenvolvimento psicomotor tanto de crianças normais quanto de crianças
portadora de distúrbio requer auxílio do professor, através da estimulação em sala de
aula e do encaminhamento a uma equipe multidisciplinar quando for necessário. A
reeducação psicomotora é um processo lento, esta requer uma terapia programada que
visa modificar o comportamento. Parte dessa atuação é privativa do especialista em

23
psicomotricidade, no entanto, as atitudes do professor têm de estar relacionadas com a
orientação do profissional habilitado. É necessário intervenção com trabalho adequado
de força adequada, no momento oportuno, com técnicas apropriadas. Na área de
educação, a psicomotricidade abrange um tempo preventivo e o ideal seria que todos os
educadores tivessem conhecimentos básicos do assunto.
PSICOPEDAGOGO – Esse profissional estuda a atividade da criança e dos
princípios que daí decorre, para regular a ação educativa do indivíduo. (HOLLANDA,
1999, p.449). O trabalho psicopedagógico se baseia em diversas áreas do conhecimento.
Eis algumas delas psicologia, pedagogia, psicanálise, psicologia genética, lingüística.
Diante de tais contribuições, Bossa (1994b, p.8) afirma que “... a psicopedagogia vem
constituindo seu corpo teórico na articulação da psicanálise e psicologia genética.
Articulando que fica evidente quando se trata de observar os problemas de
aprendizagem, que é um pilar da teoria da psicopedagogia.
No campo psicopedagógico situa-se tanto no âmbito da educação, da prevenção
como na reeducação. Ela atua como educativa, quando procura compreender, promover
e favorecer um melhor desenvolvimento integral do aluno: é preventiva quando tenta
evitar algumas desadaptações nas escolas, na medida em que orientam professores,
assessora escolas, organiza estratégias de ensino. Trata-se também, do processo
educativo, especificamente dos problemas de aprendizagem, e procura descobrir e
minimizar as causas do fracasso escolar.
Não se pretende que o psicoeducador se preocupe unicamente em catalogar ou
diagnosticar as causas que determinada criança apresenta para culpar os responsáveis.
Mas, é importante que ele reconheça que existem algumas dificuldades que impedem
uma criança de alcançar seu pleno desenvolvimento escolar. De posse dessas
informações o psicopedagogo tem condições de corrigir, ou minimizar, algumas
dificuldades por meio de uma intervenção eficaz.
Quando este profissional faz um diagnostico, ele tem como objetivo realizar
uma investigação, com a finalidade de conhecer melhor o aluno aos seus cuidados,
descobrir o que está interferindo no processo de aprendizagem, para depois estabelecer
outras estratégias de atuação. Um diagnóstico bem feito e estruturado é um passo
fundamental para a intervenção eficaz.
PSIQUIATRA – Especialidade da medicina que lida com a prevenção,
atendimento, diagnóstico, tratamento e reabilitação das doenças mentais. Seja elas, de
cunho orgânico ou funcional, tais como: depressão, doença bipolar, esquizofrenia e

24
transtornos de ansiedade. A meta principal é o alivio do sofrimento psíquico e o bem-
estar do individuo, para isso é necessário uma avaliação completa do doente, co
perspectivas biológicas, psicológicas e outras áreas afins.
As manifestações psiquiátricas das alterações cerebrais, em crianças, constituem
uma área interessante e vasta, porém, pouco exploradas e ate mesmo evitada, tanto por
psiquiatras ou por neurologistas. A compreensão das relações entre o funcionamento
cerebral e os problemas de comportamento na infância é particularmente incipiente,
parte devido ás próprias limitações da psiquiatria e da neurologia da infância.
Quanto às alterações cerebrais que ocorrem em crianças, vale lembrar que não
são apenas tipo lesionas. A idéia de lesão sugere que o cérebro se desenvolveu
adequadamente por um determinado período, até que o evento ocorresse, causando
danos estruturais; o que é verdade em algumas situações, como: epilepsia após
traumatismo craniano, hidrocefalia após meningite. Entretanto, alterações cerebrais
também podem acontecer devido a fatores genéticos. Sendo assim, é importante ao
analisar um caso, não fazer diagnóstico precipitado, antes de um exame preciso.
TERAPEUTA OCUPACIONAL - Pertencente ao campo da reabilitação, e
assim, trabalhando conjuntamente com a fonoaudióloga, ela procura fornecer ao seu
cliente o máximo de qualidade de vida possível, executando de maneira clara e
totalitária um novo conceito de saúde. Utiliza-se a atividades diversas para restaurar a
capacidade dos indivíduos em realizar também atividades, os terapeutas ocupacionais
têm como especificidade de seu trabalho a atividade ou ocupação humana.
O especialista atua nas escolas, no trabalho e em situação de vida comunitária,
ou em estado de saúde de um indivíduo, onde possa afetar suas capacidades mentais,
motoras ou psíquicas impedindo de realizar certas atividades necessárias para de sentir
competente e com qualidade de vida.
Terapia Ocupacional apóia o paciente, a ligar as suas capacidades para que ele
volte a desempenhar as suas atividades diária, para que ele volte de forma desejada aos
seus papeis na sociedade e outros contextos.
Esses profissionais utilizam o código CID10 da ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DE SAÚDE, e foram identificados da seguinte forma::
CID10 F81.0 - Transtorno Específico de Leitura, “... a principal característica é
um específico e significativo no desenvolvimento das competências de leitura que não é
apenas explicada pela idade mental, problemas de acuidade visual, ou escolaridade
inadequada. Habilidade compreensão de leitura, o reconhecimento palavra lidas, a

25
habilidade leitura oral e desempenho de tarefas que requerem leitura, podem todos ser
afetados. Dificuldades ortografia são freqüentemente associados com distúrbio
específico leitura e, muitas vezes, permanecem na adolescência, mesmo após alguns
progressos na leitura. Distúrbios específicos de desenvolvimento da leitura, são
comumente precedidos por uma história de distúrbios na fala e linguagem
desenvolvimento. Associado distúrbios emocionais e comportamentais, e são comuns
durante o período escolar.”
CID10 R48.0 - Dislexia e Alexia, transtornos específicos do desenvolvimento
das habilidades escolares, Dislexia e outras disfunções simbólicas, não classificadas em
outra parte.

2.5 COMO DIAGNOSTICAR A DISLEXÍA

A Dislexia é um dos distúrbios de aprendizagem que se apresenta no momento


como um dos problemas educacionais mais discutidos da atualidade, ou seja, no
passado foi diagnosticada erroneamente que no presente, em alguns casos, este distúrbio
passa despercebido, o qual leva o defini-la como objeto de estudo. A principal questão
abordada será como diagnosticar esta síndrome, e como auxiliar o processo de ensino-
aprendizagem de uma criança disléxica. Por ser uma incapacidade de aprender, de
origem neurológica e genética, caracterizada por dificuldade na leitura e na escrita. A
criança tem problemas para codificar automaticamente as palavras e realizar uma
codificação fluente, correta e compreensiva, embora tendo uma baixa capacidade em
ler, seu cérebro pode ser considerado normal. Por ser um dos distúrbios de mais
repercussão no momento entre autores, educadores e a sociedade como um todo,
acredita-se ser um tema importante a ser pesquisado na psicopedagogia institucional.
Para LAURENTI (2004, p.38), muito freqüente nas falas dos profissionais que
trabalham com educação, a expressão “distúrbios de aprendizagem”, que vem a ser
conceitualmente uma disfunção cerebral mínima (DCM), tem como manifestações,
alterações no comportamento ou na cognição, instabilidade no humor, agressividade,
hiperatividade e outros; porem, qualquer uma dessas manifestações, apesar de não ser
bem definido, qualquer um dos sinais tem sido suficiente para considerá-lo uma

26
disfunção. Dessa forma, qualquer criança que apresente dificuldade enquadrasse nesse
diagnóstico.
O diagnóstico é feito a partir do momento que a criança se alfabetiza, geralmente
por volta dos seis ou sete anos, porém, alguns profissionais nos dias de hoje já fazem o
diagnostico antes da idade, e fazendo uma posterior confirmação. Esta confirmação
deve ser feita por profissionais especializados, que utilizaram varias ferramentas de
trabalho no processo de avaliação. Para diagnosticar a dislexia é necessário uma analise
quantitativa e qualitativa das atividades da fala, da escrita e da parte motora. Os
sintomas variam de criança para criança, mas os principais indícios podem ser:
Demora em aprender a falar, em reconhecer as horas, fazer laços os sapatos, em
pular corda.
Dificuldade de escrever números e letras corretamente.
Dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, meses do ano e silabas das palavras
polissílabas.
Dificuldade de distinguir entre direita e esquerda.
Segundo CONDEMARIN(1987,p23), outras perturbações da aprendizagem
podem acompanhar os disléxicos:
Alterações na memória
Alterações na memória de séries e seqüências
Linguagem e escrita
Dificuldades na matemática
Confusões em ralação a tarefas escolares
Limitação das palavras conhecidas no vocabulário
Escassez de acompanhamento - prévia memória de longo prazo.
Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes de um diagnostico
multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, não confirmam esta
síndrome, os mesmo sintomas também podem indicar outras situações, como lesões e
outras dificuldades. Identificando o problema de baixo rendimento escolar ou sintomas
isolados, que podem ser percebidos na escola ou em casa, e deve-se procurar uma ajuda
especializada, e iniciar uma criteriosa investigação, e ainda, garantir uma ampla
abrangência do processo de avaliação; verificando assim, a necessidades de outros
profissionais, como neurologista, oftalmologista e outros conforme o caso.
Não é o professor que deve diagnosticar o aluno disléxico; ao perceber alguma
dificuldade em seu aluno, o educador deve encaminhá-lo a profissionais especializados

27
que contaram com: psicólogos, fonoaudiólogos, médicos e psicopedagogos entre outros.
A dislexia não tem cura, mas se for tratada e acompanhada adequadamente pode
diminuir as dificuldades enfrentadas. O disléxico irá apresentar prejuízos na sua parte
emocional, mas isso será conseqüência e não causa da dislexia, e outros distúrbios de
aprendizagem, como o déficit de atenção a hiperatividades, ambas podem correr juntas,
essa será chamada de DAAH – Déficit de Atenção e Aprendizagem com hiperatividade:
lembrando que a hiperatividade também podem ocorrer em conjunto com a dislexia.
O diagnostico deve ser significativo para os pais e educadores, assim como para
a criança, ou seja, simplesmente encontrar um rótulo não deve ser o objetivo da
avaliação, mas tentar estabelecer um prognóstico, e encontrar elementos significativos
para o programa de reeducação. É de grande importância que sejam obtidos
informações sobre o potencial da criança, bem como, sobre todas as características
psiconeurológicas de sua atuação e seu comportamento já adquirido.

2.6 SOFTWARE DE APOIO AO DISLEXICO

No segmento de novas tecnologias e softwares no uso da dislexia, foi optado por


um programa que foi desenvolvido pela Dra CRISTINA FERRAZ BORGES
MURPHY, pesquisadora em comunicação humana da Universidade de São Paulo, que
pertence ao programa ciências na reabilitação do departamento fonoaudiologia,
fisioterapia e terapia ocupacional da Faculdade de São Paulo, projeto de
desenvolvimento de um treinamento auditivo - com aplicação em crianças com dislexia
do laboratório de investigação fonoaudiológica de processamento auditivo. Este
programa foi criado para ser utilizado na reabilitação de crianças com dislexia. E
trabalha com base na hipótese de que os transtornos de leitura podem ser causados por
uma alteração no PROCESSAMENTO TEMPORAL AUDITIVO. O PTA é uma
habilidade de percepção auditiva que requer o rápido processamento dos estímulos
sonoros. A partir de uma adaptação do software americano “FAST FORWORD”, a
pesquisadora desenvolveu dois jogos de computador, contendo estímulos não-verbais e
verbais, para o treinamento auditivo das crianças.
O objetivo do jogo não-verbal é estimular a percepção e diferenciação de sons
agudos e graves, apresentando para isso parâmetros acústicos semelhantes aos fonemas

28
do português brasileiro, enquanto o jogo verbal promove os estímulos de fala por meio
da diferenciação de sílabas com sons parecidos.
Segundo Dra. CRISTINA MURPHY, os tipos de estímulos utilizados no jogo
verbal são inéditos no Brasil, em comparação aos programas computadorizados também
usados no país para o treinamento de habilidades auditivas. Esses estímulos verbais
apresentam como característica principal, a fala expandida, ou seja, o tempo de
produção das sílabas aumentado para facilitar a compreensão das crianças
Assim elas são capazes de discriminar, por exemplo, consoantes iniciais como
'ta' ou 'da'. Essa expansão do som vai diminuindo, conforme a melhora do desempenho
da criança, até que seja ouvido o tempo de produção normal da sílaba. Já no jogo não-
verbal a criança aprende a discriminar os sons com o auxílio de imagens e tons musicais
análogos ao som da fala e em diferentes freqüências e tempos de duração.
O software foi desenvolvido em três etapas: criação dos desenhos e animações,
gravação dos sons e criação do programa final, sendo em seguida testado e validado em
dezenas de crianças com dislexia. Para isso a pesquisadora realizou dois estudos, com
crianças na faixa etária entre sete e quatorze anos. Foram comparados, antes e após a
utilização dos jogos, os desempenhos obtidos em testes de leitura, consciência
fonológica e PROCESSAMENTO TEMPORAL AUDITIVO - PTA.

SOFTWARES DE APOIO

FIGURA 2

29
2.7 GENES ESTUDADOS QUE PODEM ESTAR RELACIONADO À DISLEXIA

Estes são os principais genes estudados que podem estar relacionados


diretamente com a dislexia. Os estudos desses genes são recentes, e a comunidade
científica demonstra grandes avanços, e estes, possuem um grande interesse em
continuar com as suas pesquisas.
Anormalidades no desenvolvimento cerebral têm sido relatadas em pacientes
disléxicos. Os quatro genes identificados e estudados na dislexia são: DYX1C1,
ROBO1, KIAA0319 e DCDC2. Todos os quatro genes estão ligados ao
desenvolvimento da dislexia, e participam ativamente do desenvolvimento cerebral, e
fazem parte da superfamília DCX

PRINCIPAIS GENES COM SUSCEPTIBILIDADE À DISLEXIA

SIMBOLO NOME LOCALIZAÇÃO OUTRAS


GENÉTICO GENÉTICO INFORMAÇÕES
DYX1C1 dyslexia 15q21.1 NM_130810
susceptibility 1 EKN1, FLJ37882
DYX2 dyslexia 6
susceptibility 2
DYX3 dyslexia 2p16-p15
susceptibility 3
DYX4 dyslexia 6q13-q16.2
susceptibility 4
DYX5 dyslexia 3p12-q13
susceptibility 5
DYX6 dyslexia 18p11.2
susceptibility 6
DYX7 dyslexia 11p15.5
susceptibility 7
DYX8 dyslexia 1p36-p34
susceptibility 8
DYX9 dyslexia Xq27.3 DXY9
susceptibility 9

Tabela 1

http://www.genenames.org/cgi-bin/hgnc_search.pl (Pesquisa feita em Junho de 2009)

30
3. METOLOGIA E PROCEDIMENTO DE PESQUISA
DOS TRABALHOS DE CAMPO

Foi entrevistada a DRA MARIA ESTER ARAÚJO BORLIDO, presidente da


AND - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DISLEXIA, estabelecida na Rua José Macedo
Soares numero 12 - sala 201 – Gávea – Rio de Janeiro com telefone (21) 2529.2461,
com atendimento de segunda a quinta feira das dez horas às dezesseis horas. Formou-se
em fonoaudióloga e psicopedagoga há trinta anos, pela Universidade Estácio de Sá.
Atualmente desenvolve trabalho em clínicas neuropsicologia aplicada, promovendo
palestras e cursos em escolas publicam e privadas, e ainda ministra aula inaugural para
alunos do quinto ano de medicina.

DRA MARIA ESTER NA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DISLEXIA

FIGURA 3

O procedimento de avaliação é feita com a realização de uma entrevista e de


uma avaliação financeiras; então, a criança começa a receber o tratamento fornecido
pela AND. A associação realiza um trabalho sem fins lucrativos, com um único
interesse em suprir as necessidades da criança disléxica.

31
As consultas particulares custam em media cento e cinqüenta Reais, um terço do
salário mínimo; já para as crianças carentes é cobrado em torno de vinte por centos do
valor normal de uma contribuição para manter os custos e despesas da AND.
Geralmente, o atendimento é feito uma ou duas vezes por semana, é essas atividades são
monitoradas pelos pais; e todos os alunos possuem pasta em anexo, e esta, são
acompanhadas pelos responsáveis.
A Dra. Maria Ester explicou também através de vários livros como funciona o
cérebro do disléxico, no qual o mesmo tem uma região de compreensão das palavras,
região occipital, que arruma as palavras na mente de um disléxico e controla parte da
visão, e reconhece a capacidade de entender o que se lê.
No momento da entrevista, a Dra. Maria Ester se mostrou muito prestativa e
atenciosa, a mesma sugeriu a leitura de três livros sobre a síndrome dislexia, tais como:

Overcoming Dyslexia,
Shaywitz, Sally E.
Random House Inc
ISBN 0375400125
Edição 2003/04/01 / 1ST

A Vida Secreta da Criança com Dislexia


Robert Frank, Ph.D. com
M.Books Editora
ISBN: 85-89384-12-8

Dificuldades de Aprendizagem de A à Z
Corinne Smith & Lisa Strick
Artmed
ISBN: 85-73076-40-2
1ª Edição

A Dra. Maria Ester também indicou vários artigos para leitura, como também
respondeu a varias perguntas da entrevistadora.

32
3.1 RESPOSTA À ENTREVISTA DA DRA MARIA ESTER

1 - Foi perguntada, qual a idade de maior facilidade para a identificação da


dislexia?
Resposta: Ela explicou da impossibilidade de fazer um diagnostico preciso antes
do segundo ou terceiro ano da vida escolar de uma criança, e que, às vezes, um mau
leitor pode ser confundido com uma disléxica.
2 - Tem algum estudo que indique que a dislexia seja hereditária?
Resposta: Sim, tem vários estudos que indicam diferentes tipos de
funcionamento do cérebro. Como a dislexia do desenvolvimento, que o individuo já
nasce com ela, e que geralmente, se tem caso na família. As causas genéticas e
distúrbios estão a ser estudada pala ciência neurocognitiva.
3 – Existem sintomas antes da idade escolar?
Resposta: Sim, um dos sintomas é a dificuldades de fazer rimas, ou seja, em uma
rima: “Pedro boboca nariz de pipoca, a criança disléxica fala por exemplo, “Pedro
boboca nariz de panela. Tornando sem nexo a rima feita pelo aluno.
4 – Existem trabalhos científicos realizados onde a ocorrência de influencia
genética na dislexia, no Projeto Genoma Humano, que existem nove genes de
suscetibilidade à dislexia: DYX1C1, DYX2, DYX3, DYX4, DYX5, DY X6, DYX7,
DYX8 E DYX9?
Resposta: Não que a Dra Maria Ester conhecesse, esses estudos são bastante
recentes, e ainda, precisam ser reconhecidos pala comunidade acadêmica
5 – Como seria feito o diagnóstico na dislexia?
Resposta: O diagnóstico deve ser feito sempre por uma equipe multidisciplinar,
e a partir do segundo ano de vida escolar da criança, devendo ser previamente
observado em alunos do pré-escolar que tenham dificuldades cantar utilizando rimas.
6 – Qual papel da família no tratamento?
Resposta: Os pais devem ficar atentos, a partir dos sete anos, quando começa
uma etapa importante para o desenvolvimento cognitivo da criança. Um bom
acompanhamento dos pais é de fundamental importância para um ótimo rendimento
escolar, não devendo colocar a inteira responsabilidade na escola de educar seus filhos.
Pois a família e a escola devem andar junto, assim garantindo o sucesso do aluno.

33
4. LEGISLAÇÃO DE APOIO PARA ATENDIMENTO AO DISLÉXICO

A seguir, serão mostrados os elementos legais, que pode minimizar os


problemas causados pela dislexia, nas pessoas que tem essa síndrome, estas leis são leis
federais ou leis estaduais

4.1 CONSTUIÇÃO FEDERAL

TÍTULO VIII, CAPÍTULO III, SEÇÃO I, ART. 208. O DEVER DO ESTADO


COM A EDUCAÇÃO SERÁ EFETIVADO MEDIANTE A GARANTIA DE:

I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta


gratuita para todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística,
segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à
saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta
irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental,
fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/con1988/CON1988_15.04.2004/index.htm

34
4.2 LEIS FEDERAIS

LEI LDB 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 - Garante o atendimento às


necessidades especiais de todos os estudantes matriculados na rede de ensino.
Como os alunos com dislexia têm necessidades especiais próprias, deverão estar
nas redes de ensino e serem reconhecidos como cidadãos merecedores das
atenções especializadas para exercitar esses mesmos direitos.

(...)
CAPÍTULO V

DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para
atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa
etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específica, para
atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para
concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a
integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de

35
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis
para o respectivo nível do ensino regular.
Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de
caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo
Poder Público.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do
atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular
de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.”
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96

LEI Nº 8069, DE 13 DE AGOSTO 1990, DISPÕE SOBRE O ESTATUTO DA


CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS (ECA).

Art. 53, incisos I, II e III


“a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de
sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando-se-lhes:
I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II – direito de ser respeitado pelos seus educadores;
III – direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares
superiores.”

http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/fraWeb?OpenFrameSet&Frame=f
rmWeb2&Src=%2Flegisla%2Flegislacao.nsf%2FViw_Identificacao%2Flei%25208.069
-1990%3FOpenDocument%26AutoFramed

36
LEI 10.172, DE 9 DE JANEIRO DE 2001 - PLANO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO - CAPÍTULO 8 - DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

(...) 8.2 – Diretrizes

A educação especial se destina a pessoas com necessidades especiais no campo da


aprendizagem, originadas quer de deficiência física, sensorial, mental ou múltipla, quer
de características como de altas habilidades, superdotação ou talentos.
(...) A integração dessas pessoas no sistema de ensino regular é uma diretriz
constitucional (art. 208, III), fazendo parte da política governamental há pelo menos
uma década. Mas, apesar desse relativamente longo período, tal diretriz ainda não
produziu a mudança necessária na realidade escolar, de sorte que todas as crianças,
jovens e adultos com necessidades especiais sejam atendidos em escolas regulares,
sempre que for recomendado pela avaliação de suas condições pessoais. Uma política
explícita e vigorosa de acesso à educação, de responsabilidade da União, dos Estados e
Distrito Federal e dos Municípios, é uma condição para que às pessoas especiais sejam
assegurados seus direitos à educação.
Tal política abrange: o âmbito social, do reconhecimento das crianças, jovens e adultos
especiais como cidadãos e de seu direito de estarem integrados na sociedade o mais
plenamente possível; e o âmbito educacional, tanto nos aspectos administrativos
(adequação do espaço escolar, de seus equipamentos e materiais pedagógicos), quanto
na qualificação dos professores e demais profissionais envolvidos.
O ambiente escolar como um todo deve ser sensibilizado para uma perfeita integração.
Propõe-se uma escola integradora, inclusiva, aberta à diversidade dos alunos, no que a
participação da comunidade é fator essencial. Quanto às escolas especiais, a política de
inclusão as reorienta para prestarem apoio aos programas de integração.
(...) Requer-se um esforço determinado das autoridades educacionais para valorizar a
permanência dos alunos nas classes regulares, eliminando a nociva prática de
encaminhamento para classes especiais daqueles que apresentam dificuldades comuns
de aprendizagem, problemas de dispersão de atenção ou de disciplina. A esses deve ser
dado maior apoio pedagógico nas suas próprias classes, e não separá-los como se
precisassem de atendimento especial. ( ...)

http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/101486/lei-10172-01

37
4.3 LEIS ESTADUAIS

LEI Nº 12.524, DE 02 DE JANEIRO DE 2007, DEPUTADA ESTADUAL DE


SÃO PAULO MARIA LÚCIA PRANDI - Dispõe sobre a criação do Programa
Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de
Educação.

“O PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA:


Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo, nos termos do artigo
28, § 8º, da Constituição do Estado, a seguinte lei:
Artigo 1º - Fica o Poder Executivo obrigado a implantar o Programa Estadual para
Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede Oficial de Educação, objetivando a
detecção precoce e acompanhamento dos estudantes com o distúrbio.
Parágrafo único - A obrigatoriedade de que trata o “caput” refere-se à aplicação de
exame nos educandos matriculados na 1ª (primeira) série do Ensino Fundamental, em
alunos já matriculados na rede quando da publicação desta lei, e em alunos de qualquer
série admitidos por transferência de outras escolas que não da rede pública estadual.
Artigo 2º - O Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede
Oficial de Educação deverá abranger a capacitação permanente dos educadores para que
tenham condições de identificar os sinais da dislexia e de outros distúrbios nos
educandos.
Artigo 3º - Caberá às Secretarias da Saúde e da Educação a formulação de diretrizes
para viabilizar a plena execução do Programa Estadual para Identificação e Tratamento
da Dislexia na Rede Oficial de Educação.
Artigo 4º - O Programa Estadual para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede
Oficial de Educação terá caráter preventivo e também proverá o tratamento do
educando.
Artigo 5º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta das dotações
orçamentárias próprias.
Artigo 6º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 30 (trinta) dias, a
contar da data de sua publicação.
Artigo 7º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/132508/lei-12524-07-sao-paulo-sp

38
4.4 PROJETOS DE LEI ESTADUAL

PROJETO DE LEI Nº 455 / 2007, DEPUTADO ESTADUAL RIO DE


JANEIRO ALESSANDRO MOLON - Dispõe sobre medidas para identificação
e tratamento da dislexia na rede estadual de educação e dá outras providências.
(escolher na seleção: Projeto de lei 2007 / 2011, e escolher a opção por autor e o
nome do Deputado Alessandro Molon).

“A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO


RESOLVE:
Art.1º - O Estado adotará medidas para Identificação e Tratamento da Dislexia na Rede
Estadual de Educação, objetivando a detecção precoce e acompanhamento dos
estudantes com o distúrbio.
Parágrafo único - A efetivação do previsto no caput deste artigo refere-se à realização
de exame nos alunos matriculados no 1º ano do Ensino Fundamental, em alunos já
matriculados na rede, com o advento desta Lei, e em estudantes de qualquer série
admitidos por transferência de outras escolas que não pertençam à rede pública estadual.
Art. 2º - As medidas previstas por esta Lei deverão abranger a capacitação permanente
dos educadores para que tenham condições de identificar os sinais da dislexia e de
outros distúrbios nos estudantes.
Art.3º - Caberá ao Estado, através de seus órgãos de atuação setorial competentes, a
formulação de diretrizes para viabilizar a plena execução das medidas ora asseguradas,
criando equipes multidisciplinares com profissionais necessários à perfeita execução do
trabalho de prevenção e tratamento.
Parágrafo único - As equipes multidisciplinares responsáveis pelos diagnósticos deverão
possuir em sua composição profissionais das áreas de Psicologia, Fonoaudiologia e
Psicopedagogia.
Art. 4º - As medidas de que trata esta Lei terão caráter preventivo e também
promoverão o tratamento dos estudantes.
Art. 5º - Caberá ao Poder Executivo regulamentar o disposto nesta Lei.
Art. 6º - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação.”
http://alerjln1.alerj.rj.gov.br/scpro0711.nsf/1061f759d97a6b24832566ec0018d832/c872
d6f3092af30d832572de0053a0cc?OpenDocument

39
4.5 OUTRAS DELIBERAÇÕES, INICAÇÕES E PARECERES

CEE / PI Nº 072 / 2003 - FIXA NORMAS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL


NO SISTEMA DE ENSINO DO ESTADO DO PIAUÍ E REVOGA A
RESOLUÇÃO CEE/PI Nº 003/2000
http://www.ceepi.pro.br/Normas%20CEE/2003%20Resolu%C3%A7%C3%A3o%2007
2%20-%20Disciplina%20a%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20especial.doc

DELIBERAÇÃO CEE Nº 11 / 1996, ESTADO DE SÃO PAULO.

Artigo 1º - “o resultado final da avaliação feita pela Escola, de acordo com seu
regimento, deve refletir o desempenho global do aluno durante o período letivo, no
conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados obtidos durante o período letivo
sobre os da prova final, caso esta seja exigida, considerando as características
individuais do aluno e indicando sua possibilidade de prosseguimento nos estudos.”
http://www.ceesp.sp.gov.br/Deliberacoes/de_11_96.htm

INDICAÇÃO CEE Nº 5 / 1998, DE 15/4/1998, D.O.E. EM 23/9/1998.


ESTADO DE SÃO PAULO

“(...) educação escolar consiste na formação integral e funcional dos educandos, ou seja,
na aquisição de capacidades de todo tipo: cognitivas, motoras, afetivas, de autonomia,
de equilíbrio pessoal, de inter-relação pessoal e de inserção social.
(...) os conteúdos escolares não podem se limitar aos conceitos e sim devem incluir
procedimentos, habilidades, estratégias, valores, normas e atitudes. E tudo deve ser
assimilado de tal maneira que possa ser utilizado para resolver problemas nos vários
contextos.
(...) os alunos não aprendem da mesma maneira e nem no mesmo ritmo. O que eles
podem aprender em uma determinada fase depende de seu nível de amadurecimento, de
seus conhecimentos anteriores, de seu tipo de inteligência, mais verbal, mais lógica ou
mais espacial. No cotidiano da sala de aula, convivem pelo menos três tipos de alunos
que têm “aproveitamento insuficiente”: os imaturos, que precisam de mais tempo para

40
aprender; os que têm dificuldade específica em uma área do conhecimento; e os que,
por razões diversas, não se aplicam, não estudam, embora tenham condições.
(...) recuperar significa voltar, tentar de novo, adquirir o que perdeu, e não pode ser
entendido como um processo unilateral. Se o aluno não aprendeu, o ensino não produziu
seus efeitos, não havendo aqui qualquer utilidade em atribuir-se culpa ou
responsabilidade a uma das partes envolvidas. Para recobrar algo perdido, é preciso sair
à sua procura e o quanto antes melhor: inventar estratégias de busca, refletir sobre as
causas, sobre o momento ou circunstâncias em que se deu a perda, pedir ajuda, usar uma
lanterna para iluminar melhor. Se a busca se restringir a dar voltas no mesmo lugar,
provavelmente não será bem sucedida.
(...) O compromisso da Escola não é somente com o ensino, mas principalmente com a
aprendizagem. O trabalho só termina quando todos os recursos forem usados para que
todos os alunos aprendam. A recuperação deve ser entendida como uma das partes de
todo o processo ensino-aprendizagem de uma escola que respeite a diversidade de
características e de necessidades de todos os alunos.
(...) Dentro de um projeto pedagógico consistente, a recuperação deve ser organizada
para atender aos problemas específicos de aprendizagem que alguns alunos apresentam,
e isso não ocorre em igual quantidade em todas as matérias nem em épocas pré-
determinadas no ano letivo. A recuperação da aprendizagem precisa: - ser imediata,
assim que for constatada a perda, e contínua; ser dirigida às dificuldades específicas do
aluno; abranger não só os conceitos, mas também as habilidades, procedimentos e
atitudes.
(...) A recuperação paralela deve ser preferencialmente feita pelo próprio professor que
viveu com o aluno aquele momento único de construção do conhecimento. “Se bem
planejada, e baseada no conhecimento da dificuldade do aluno, é um recurso útil.”

http://www.ceesp.sp.gov.br/Indicacoes/in_05_98.htm

AS POLITICAS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL,


SEPAREDAS POR CADA UMA DAS REGIÕES.

(...)No Estado do Piauí, o Conselho Estadual de Educação – CEE em sua


Resolução Nº 003/2000 apresenta como referência legal os Artigos 23, 208, 227 da

41
Constituição Federal de 1988; o Artigo 216, da Constituição Estadual; os Artigos 58, 59
e 60 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; e os Artigos 50, 51 e 52 da Lei
Nº 5.101/99 que dispõe sobre o Sistema de Ensino no Estado do Piauí. Apóia-se, ainda,
em medidas complementares das Áreas da Saúde, do Trabalho e da Ação Social. O
documento da Secretaria de Educação deste Estado, em sua proposta para a Educação
Especial tem como fundamento legal a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional, o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Nº
8.069/90), a Lei Nº 7.853/89 que estabelece normas gerais para o pleno exercício dos
direitos individuais e sociais, além de apoiar-se em dispositivos legais estaduais acima
citados (Lei Nº 5.101/99 e a Resolução Nº 003/2000 do CEE). (...)

www.anped.org.br/reunioes/26/outrostextos/tegt15.doc

PARECER CNE / CEB Nº 17 / 2001, CONSELHO NACIONAL DE


EDUCAÇÃO – CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA, DISTRITO FEDERAL,
DIRETRIZES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA
EDUCAÇÃO BÁSICA – MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, APROVADO EM
03 DE JULHO 2001.
(...)
2. Alunos atendidos pela educação especial

... O quadro das dificuldades de aprendizagem absorve uma diversidade de


necessidades educacionais, destacadamente aquelas associadas a: dificuldades
específicas de aprendizagem como a dislexia e disfunções correlatas; problemas de
atenção, perceptivos, emocionais, de memória, cognitivos, psicolingüísticos,
psicomotores, motores, de comportamento; e ainda há fatores ecológicos e
socioeconômicos, como as privações de caráter sociocultural e nutricional. ...)

http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CEB017_2001.pdf

42
PARECER CEE Nº 451 / 1998 - 30/7/1998, D.O.E. DE 01/08/1998,
PÁGINAS 18 E 19, SEÇÃO I

"a expressão '...rendimento escolar...' , que se encontra no inciso V do artigo 24 da Lei


9.394/96, se refere exclusivamente a aprendizagem cognitiva? Resposta: Não. A
legislação sobre avaliação/verificação do rendimento escolar, sobretudo o referido
artigo, não restringe a expressão "rendimento escolar" exclusivamente à aprendizagem
cognitiva.
A LEI LDB 9.394/96, ao tratar da educação básica, situou-a no quadro de
abertura que permitiu aos que dela fossem cuidar, em seus diferentes níveis e
modalidades, a pensasse como um todo e a explicitasse, nos limites do seu texto, em sua
proposta pedagógica e em seu regimento. Na elaboração dessa proposta e desse
regimento, consubstanciado certamente numa visão de homem, de sociedade e, por
conseqüência, numa concepção de educação e de avaliação, cuidados especiais deverão
ser tomados para que estejam contidos, nesses instrumentos, procedimentos referentes
ao processo ensino-aprendizagem, e em particular ao de verificação do rendimento
escolar.
O legislador deixou sob a responsabilidade da escola e de toda sua equipe a
definição do projeto de educação, de metodologia e de avaliação a serem desenvolvidas.
Abandonou detalhes para agarrar-se ao amplo, ao abrangente. Aponta, por isso, para
uma educação para o progresso, onde estudo e avaliação devem caminhar juntos, esta
última como instrumento indispensável para permitir em que medida os objetivos
pretendidos foram alcançados. Educação vista como um processo de permanente
crescimento do educando, visando seu pleno desenvolvimento, onde conceitos, menções
e notas devem ser vistos como mero registros, prontos a serem alterados com a mudança
de situação. E, nessa busca do pleno desenvolvimento e do processo do educando, estão
presentes outros objetivos que não só os de dimensão cognitiva mas os de natureza
sócio-afetiva e psicomotora, que igualmente precisam ser trabalhados e avaliados. O
cuidado deve estar é no uso que se pode fazer desta avaliação, não a dissociando da
idéia do pleno desenvolvimento do indivíduo."

http://www.ceesp.sp.gov.br/Pareceres/pa_451_98.htm

43
5. CONCLUSÃO

Muitos trabalhos têm sido desenvolvidos em busca de uma melhor compreensão de


fatores que implicam no baixo rendimento e desempenho escolar. O fracasso nas series
iniciais tem sido comparado diversos fatores , porém, o problema permanece e persiste
a intrigar os educadores e diversos profissionais que trabalham na área da educação. A
dislexia não pode ser entendida como todo e qualquer distúrbio que afeta a capacidade
de ler e escrever, essa visão é ampla demais e recai sobre o engano dos falsos
diagnósticos, simplistas e genéricos.
O uso da expressão distúrbio de aprendizagem tem se expandido de maneira
assustadora entre os professores, apesar de que a maioria desses profissionais nem
sempre conseguem explicar claramente o significado dessa expressão, ou seja, os
critérios que se baseiam para utilizá-los no contexto escolar. Freqüentemente, crianças
que possuem esse distúrbio de aprendizagem são classificadas como tendo distúrbios
emocionais e seus pais podem culpá-los por isso, quando na verdade cada uma delas é
vitima inocente de uma deficiência escondida, que interfere no caminho em que o
cérebro organiza a habilidade de concentração.
Apesar de assustadora impressão do termo, dislexia não é uma doença. Ela é um
distúrbio genético e neurológico de funcionamento do cérebro para todo um
processamento lingüístico relacionado a leitura. O que ocorre são falhas nas conexões
cerebrais. Assim a criança disléxica tem dificuldades para associar o símbolo gráfico e
as letras ao som que elas representam.
Os mesmo sintomas da dislexia podem aparecer para vários outros quadros, como
hiperatividade ou lesões cerebrais. Assim um diagnósticos preciso deve ser feito por
uma equipe multidisciplinar, esse distúrbio pode ser tratado com exercício de
assimilação de fonemas, desenvolvimento de vocabulário e acompanhamento
psicológico e fonoaudiólogo.Estudos sugerem que, se tratada ainda cedo na vida
escolar, uma criança pode corrigir as falhas nas conexões cerebrais a ponto de elas qse
desaparecerem.
Há advertências de especialistas com bases em estudos mais recentes é de que
crianças que apresentam sinais característicos de algum distúrbio de aprendizagem, e
que passam a receber efetivo treinamento fonológico e psicopedagógico a partir da fase
infantil dos primeiros anos das series iniciais, apresentaram menos problemas no

44
aprendizado da leitura, do que as crianças que não são identificadas e não sejam
devidamente assistidas até o terceiro ano do ensino fundamental. Porque os distúrbios
de aprendizagem não se caracterizam por dificuldades especificas de grupo, mas por
combinações e níveis individuais de facilidade do aprendizado. Ao contrario de que
muitos pensam o disléxico sempre contorna suas dificuldades, ele responde muito bem a
tudo que passa para o concreto. Tudo que envolve os sentidos é mais fácil absorvido, o
aluno disléxico também tem sua própria lógica, sendo muito importante uma boa
comunicação, entre profissionais e pacientes.
Acredita-se que se deve olhar para as crianças com distúrbio de aprendizagem como
seres capazes de aprender que possua ritmos e limitações diferenciadas, que podem
exigir mais cuidado, observação e atenção, e que pode ser até mais complicado e
trabalhoso lidar com eles. Mas também é gratificante e desafiador, e que pode significar
um grande aprendizado para todos os profissionais da educação, para os pais e para as
próprias crianças, na busca para se superar as dificuldades.
É preciso instaurar dentro das escolas, medidas preventivas essências para a
restauração do aluno em sua forma mais abrangente, evitando assim, as situações
constrangedoras e traumáticas que os problemas de aprendizagem escolar causam em
algumas crianças, que neste atual momento não são, ao menos respeitas ou assistidas
adequadamente. Toda e qualquer dificuldade escolar têm uma causa e uma solução,
ninguém nasce com dificuldades escolares, elas surge ao longo do caminho e precisam
ser observadas, respeitadas e solucionadas.
A família tem um importante papel no desenvolvimento do sujeito, principalmente
no que diz respeito à afetividade, condição necessária ao crescimento integral da
criança. A família que oferece um ambiente livre de criticas, ameaças e exigências (que
correspondem aos desejos dos pais) estarão proporcionando um bom equilíbrio à
criança e estabelecendo uma base firme, ajudando-a a lidar com frustrações, fracassos,
sucessos, mudanças, perdas. Crianças e adolescentes que não conseguem conviver com
perdas e fracassos podem apresentar comportamentos agressivos, violentos, recorrem a
drogas, dispersam-se facilmente, isolando-se e, conseqüentemente, tem um baixo
rendimento escolar. É preciso investigar a origem disso tudo, entoa, será possível
encontrar, lá atrás na infância, situações que deveriam ter sido evitadas e não foram.
A escola tem um importante papel, devendo proporcionar um ambiente que trabalhe
a autoestima, o respeito pelas diferenças, a autoconfiança, a aceitação do erro como
condição normal à aprendizagem. Estimular a curiosidade, ouvir as crianças naquilo que

45
elas desejam saber e incorporar estes desejos ao currículo, realizar projetos que possam
trazer assuntos, para serem incorporados à realidade do aluno são atitudes que ajudarão
o aluno a compreender melhor os temas abordados, fazendo sentido para sua
aprendizagem.
O psicopedagogo que trata a criança estar contribuindo com a escola, propondo
mudanças necessárias no currículo, na pratica pedagógica ou mesmo na avaliação, para
o tratamento clinico tenha melhor resultado. Não é raro o psicopedagogo encontrar
barreiras na escola, impedindo que a situação que a situação seja modificada. Algumas
escolas são tão fechadas, que não admitem e não assumem erros, e, dessa forma, uma
possível ajuda fica praticamente inviabilizada. É importante que não só o professor mas
também os demais funcionários da escola se coloquem como seres passiveis de erros,
sabendo reconhecê-los, para que as devidas modificações sejam feitas, visando sempre
ao desenvolvimento integral da criança.

46
6. BIBIOGRAFÍA

ALMEIDA, Geraldo Peçanha. Dificuldades de aprendizagem, em leitura e escrita:


método fônico para tratamento/ Geraldo Peçanha de Almeida- Rio de Janeiro: Wak Ed.,
2009.
ISBN 978-85-7854-045-6

ALVES, Fátima. Inclusão: Muitos olhares, vários caminhos e um grande desafio- 4.


Ed./ Fátima Alves. - RJ: Wak Editora, 2009.
ISBN 978-85-88081-78-9

BOSSA, Nádia A. Fracasso escolar: um olhar psicopedagógico. Porto Alegre: Artes


Medicas med. Ed. 2002

FAGUNDES, Liliana Maria Rosa. O sentido da leitura, dislexia, afetos e aprendizagem.


Porto alegre: edita/edições, Est 2002.

FONSECA, V. D. Introdução ás Dificuldades de Aprendizagem. 2 ed. Porto Alegre:


Artes médicas , 1995.

LAURENTI, R. B. Psicopedagogia: um modelo fenomenológico, 1ª Ed, São Paulo:


Vetor, 2004.

MARTINS, Vicente. (2002). Lingüística Aplicada ás dificuldades de aprendizagem


relacionadas com a linguagem: dislexia, disgrafia e disortográfica

MATTOS, Paulo. No Mundo da Lua: Perguntas e respostas sobre transtorno do déficit


de atenção com hiperatividade e crianças, adolescentes e adultos / Paulo Matos, 7ª
Ed.ev, e atual - São Paulo: Lemos Editorial, 2007. ISBN 85.7450.128x

OLIVER, Lou. Distúrbios de aprendizagem e de comportamento- Lou de Olivier- Rio


de Janeiro: Wak ED., 2008
ISBN 978-85-88081-48-2

PORTO, Olivia. Psicopedagogia institucional: teoria pratica e assessoramento


psicopedagógica / Olivia Porto 2ª Ed. – Rio de Janeiro: Wak Ed. 2007
ISBN 978-85-88081-53-6

PORTO, Olivia, Psicopedagogia hospitalar: intermediando a humanização na saúde /


Olivia Porto , Rio de janeiro. Wak Ed. 2008. ISBN 978-85-88081-99-4.

PORTO, Olivia. Bases da Psicopedagogia: diagnóstico e intervenção nos problemas de


aprendizagem. / Olivia Porto, 4. Ed.- Rio de Janeiro: Wak Ed., 2009
ISBN 978-85-88081-61-1

RELVAS, Marta Pires. Neurociências e transtornos de aprendizagem: as múltiplas


eficiências para uma educação inclusiva / Marta Pires Relvas – 2.ed RJ: Wak Ed., 2008
ISBN 978-85-88081-83-3

47
SAMPAIO, Simaia. Dificuldade de aprendizagem: a psicopedagogia na relação sujeito,
família e escola / Simaia Sampaio, RJ: Wak Ed., 2009
ISBN 978-85-7854-025-8

SÉRIE CADERNOS ABD–ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA – São Paulo


disponível em 15 de maio de 2009

CONSTITUIÇÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, texto consolidado


até a Emenda Constitucional nº 43 de 15 de abril de 2004
http://www.senado.gov.br/sf/legislacao/const/con1988/CON1988_15.04.2004/index.htm

LEI LDB 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996 - ACESSADA EM 22 / 05 / 2009


http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96

LEI Nº 8069, DE 13 DE AGOSTO 1990 - ACESSADAS EM 22 / 05 / 2009


http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/fraWeb?OpenFrameSet&Frame=f
rmWeb2&Src=%2Flegisla%2Flegislacao.nsf%2FViw_Identificacao%2Flei%25208.069
-1990%3FOpenDocument%26AutoFramed

LEI Nº 12.524, DE 02 DE JANEIRO DE 2007 - ACESSADA EM 22 / 05 / 2009


http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/132508/lei-12524-07-sao-paulo-sp

PROJETO DE LEI Nº 455 / 2007, ESTADO RIO DE JANEIRO (SELECIONAR


PROJETO DE LEI 2007 / 2011 - PROJETOS DE LEI ESCOLHER OPÇÃO POR
AUTOR: DEPUTADO ALESSANDRO MOLON) - ACESSADA EM 22 / 05 / 2009
http://www.alerj.rj.gov.br/processo3.htm

PARECERES, RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES: CEE / PI Nº 072 / 2003,


ESTADO DO PIAUI - ACESSADA EM 22 / 05 / 2009
http://www.ceepi.pro.br/Normas%20CEE/2003%20Resolu%C3%A7%C3%A3o%2007
2%20-%20Disciplina%20a%20Educa%C3%A7%C3%A3o%20especial.doc

PARECERES, RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES: DELIBERAÇÃO CEE Nº 11 /


1996, ESTADO DE SÃO PAULO – ACESSADA EM 22 / 05 / 2009
http://www.ceesp.sp.gov.br/Deliberacoes/de_11_96.htm

PARECERES, RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES: PARECER CEE Nº 451 / 1998 -


30/7/1998, D.O.E. DE 01/08/1998, PÁGINAS 18 E 19, SEÇÃO I - ACESSADA EM
23 / 05 / 2009
http://www.ceesp.sp.gov.br/Pareceres/pa_451_98.htm

EDUCAÇÃO ESPECIAL: AS POLITICAS REGIONAIS DE EDUCAÇÃO


ESPECIAL NO BRASIL, SEPAREDAS POR CADA UMA DAS REGIÕES –
ACESSADA EM 22 / 05 / 2009.
www.anped.org.br/reunioes/26/outrostextos/tegt15.doc

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