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Em primeiro lugar convém referir que a primeira frase de cada uma das bem-
aventuranças não contém um verbo. Não há nenhum "são," nem "é" nem "abençoados são..."
Então, em vez de ler as declarações, (por exemplo, "Bem-aventurados os pobres de espírito")
elas devem ser lidas como exclamações: "Oh, felicidade dos pobres de espírito!" Esta forma de
leitura concorda com o uso do hebraico ashrei ( ), uma partícula de interjeição que significa
"quão feliz!" (a partir da raiz ( ) que significa caminhar retamente na alegria), que é
frequentemente utilizado nos Salmos. Cada frase inicial, portanto, não funciona como uma
declaração condicional, mas exprime uma realidade atual: "Oh, alegria dos pobres de espírito,
dos que choram, dos mansos, dos que têm fome e sede de justiça, dos misericordiosos, dos
puros de coração, daqueles que promovem a paz, daqueles que são perseguidos ".
A Bênção do Desamparo...
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Esta é uma afirmação paradoxal, uma vez que aquele que verdadeiramente está
chorando pode estar qualquer coisa, exceto feliz (ou seja, me'ushar ou µ878SI<T). Com efeito,
segundo o mundo, essa declaração parece ilógica e talvez incoerente. O mundo diz, "Divirta-
se!" Mas, o Mashiach diz, "Chore!" (Lucas 6:21, "Bem-aventurados os que agora choram ").
Mas tomadas à luz daquela “piedosa tristeza" que resulta em teshuvah - arrependimento - esse
luto é, de fato, um passo necessário no caminho para a felicidade eterna (2 Coríntios. 7:10).
Esta é a tristeza que leva a ser "educado para a eternidade" e investe no sentido de sofrimento
que o mundo carece. Como dizia Sócrates, "a vida não examinada não vale a pena ser vivida"
(Desculpas), mas o sistema mundano não examina e, portanto, não sofre a respeito da
condição da humanidade pecadora.
Aqueles que estão atentos, contudo, percebem que Deus sofre de amor por um
mundo perdido. Deus confortará tais sofredores - a palavra grega significa "chamar para estar
ao lado" (J8S878; L) para incentivo e força.
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Esta é uma citação direta de Salmos 37:11. A palavra traduzida "mansos" é JS8YIT
(ou JS8<T), talvez melhor traduzida como humilde ou gentil. No texto hebraico do Salmo 37, a
palavra é anavim ( ), normalmente traduzida como "os humildes" (anavah é a palavra
hebraica para humildade). Esta palavra não significa fraqueza, mas sim o reconhecimento de
alguém do seu lugar no universo, diante de Deus. Não é singelo, mas com foco na realidade. Os
mansos, herdarão a terra porque estão baseados na verdade da realidade...
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A palavra traduzida por "fome" (JYI98L) está relacionada com a palavra para os
pobres que trabalham arduamente, a fim de repelir a fome. uma palavra que descreve um
profundo desejo ou anseio. A palavra traduzida por "sede" (:I\8L) é uma palavra ainda mais
forte que sugere uma dolorosa necessidade de água para se manter vivo.
Alguns analistas têm dito que Jesus estava sendo especialmente gracioso com estas
palavras, tendo a intenção sincera de coração para com a verdade. Quem entre nós pode
reivindicar verdadeira justiça nas palavras e na verdade? Mas aqueles que têm fome e sede de
justiça - tanto pessoais como para o mundo em geral - acabarão por encontrar a sua satisfação.
Além disso, retidão aqui bem mais provavelmente remete para uma retidão imputada,
divinamente determinada, adquirida pela graça através da fé no próprio Jesus. Ter fome e sede
desta justiça, portanto, significa confiar em Deus para satisfazer a nossa necessidade.
"Como o cervo anseia pelos riachos de água, assim a minha alma anseia por ti, ó
Deus. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando entrarei e comparecerei perante
Deus?" (Salmos 42:1-2). Jesus é a satisfação e o cumprimento das nossas necessidades
espirituais. Ele é o pão da vida; aquele que transmite águas vivas. Em Olam Haba (o mundo
vindouro), está escrito: "Eles nunca mais terão fome nem sede... pois o Cordeiro que está no
meio do trono os apascentará e lhes servirá de guia para os mananciais de águas da vida" (Ap.
7:16-17).
A Benção da Misericórdia...
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O mundo pagão romano desprezava a piedade (como fez Nietzsche), enquanto que os
fariseus relacionavam o sofrimento com o pecado (ver Mat. 23:23). Com efeito, a ideia de
"karma" - a ideia de que o sofrimento é um mal necessário, uma consequência imutável do
pecado (quer seja nesta vida ou em uma anterior) é uma crença antiga. Em contraste com
estas ideias generalizadas da época, Jesus instrui que devemos mostrar simpatia e amor para
com aqueles que estão aflitos.
"Quem fecha seus ouvidos para o grito dos pobres também chorará e não será
ouvido" (Pv. 21:13). O misericordioso mostra rachamim, uma palavra que provém da palavra
"rechem," a palavra hebraica para "útero". Ter compaixão, então, significa expressar piedade
como a que temos por amor de uma criança que ainda está no útero. A qualidade da compaixão
é chamada rachamanut. Além disso, envolve empatia, misericórdia e amor expressos pelos
miseráveis. "O justo se compadece e dá" (Salmo 37:21). Amor sacrifícial é a prática da
misericórdia.
A Bênção da Pureza…
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A pureza interior - "pureza do coração" - é de grande valor, uma vez que implica, como
Kierkegaard observou, "desejar apenas uma coisa". Nós simplesmente não podemos ver a
Deus, se formos dúbios ou hesitantes em nossa paixão pela Sua presença e verdade. Os puros
de coração verão a Deus em seu redor, mesmo se os outros estiverem cegos. Todo lírio do vale
está revestido da glória de Deus; cada arbusto está a arder com a Sua presença... Para aqueles
cujo maior desejo é ver a Deus, Jesus promete cumprimento.
A Bênção da Filiação...
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A vida inteira de Jesus é marcada pela paz. Ele é chamado Sar Shalom, o Príncipe da
Paz (Is. 9:6). Deus é chamado de El Shalom, o Deus da Paz (Rm. 15:33, Hb. 13:20, etc), e a
própria salvação traz reconciliação (paz) entre Deus e o homem (Rm. 5:1).
Tão importante é essa ideia de reconciliação que Jesus afirma que aqueles que
"promovem a paz" serão chamados de filhos de Deus. Pacificadores são um com o Pai. O
mundo dá suas homenagens aos que são criadores de guerra e que rotineiramente exercitam o
capcioso "desejo de poder". Mas "o fruto da justiça é semeado na paz para os que exercitam a
paz" (Tiago 3:18). Jesus prometeu que aqueles que regularmente praticam/fazem shalom serão
chamados "filhos do Deus vivo" - Bnei el chai ( - ). Aqueles que buscam a paz por amar
seus inimigos estão fazendo como o Pai faz, e por isso eles estão demonstrando que eles são
seus filhos (Mt. 5:44-45).
A Bênção do Céu...
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Haverá recompensas no céu? Jesus diz que sim. Àqueles que sofrem perseguições por
Seu amor é prometida "uma grande recompensa." Será que isto contradiz a ideia de que todos
nós somos salvos pela graça através da fé - e não por "obras de justiça que temos feito" (Ef.
2:8; Tito 3:5-6)? Não, porque a recompensa, bem como a fé, é, em última instância, o dom
gratuito de Deus. Nossa motivação para a recompensa deve ser simplesmente amar e agradar
ao Senhor Jesus, e não crassas noções de um egoístico gozo dos prazeres (por exemplo,
setenta virgens no céu ou a capacidade de comer e beber, etc.).
Os sábios judaicos ensinaram que fazer uma boa ação (mitzvah) leshem shamayim -
para o bem do céu - é melhor do que fazê-la por uma questão de recompensa, mas eles ainda
assim escreveram sobre recompensa no Olam Haba, o mundo do porvir. Atos virtuosos são
exigidos de todos os judeus: "Se você tem feito muito na Torah não reclame o mérito para si
próprio, porque, para este efeito, você foi criado" (Pirke Avot 2:8), ainda, "a recompensa é
proporcional à labuta" ( Pirke Avot 5:23). "Não sejais como servos que servem o comandante,
desde que receba uma recompensa. Antes, sejam como servos que servem o capitão
independentemente de qualquer recompensa. E deixem que o temor do céu esteja com vocês"
(Avot 1:3).
Esses pensamentos não são diferentes dos de Jesus, embora, naturalmente Jesus
tenha repetidamente advertido contra falsas mostras de retidão e externalismo religioso. Além
disso, Jesus teve problema com a ideia de que a salvação - a recompensa final, depois de tudo
- pode ser adquirida, uma vez que a recompensa é incomparavelmente grande (Mt. 20:1-16;
25:21-23), é desproporcional a qualquer serviço possivelmente prestado a Deus (Mt. 19:29,
25:21-23), e é inteiramente um dom gratuito (Jo.4:10, Rm. 6:23, Ef. 2:8). Além disso, a
salvação é algo que vem do Senhor (Salmos 3:8): l'Adonai ha-Yeshua ( ) e, portanto,
é apenas uma prerrogativa divina.