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Claude - Lvi Strauss. (O.feiticeiro.e.sua - Magia)
Claude - Lvi Strauss. (O.feiticeiro.e.sua - Magia)
)
Claude Lvi-Strauss
Desde os trabalhos de Cannon, percebe-se mais claramente sobre quais
mecanismos psico-fisiolgicos esto fundados os casos atestados em inmeras
regies do mundo; de morte por conjuro ou enfeitiamento
(1)
: um indivduo,
consciente de ser objeto de um malefcio, intimamente persuadido, pelas mais
solenes tradies de seu grupo, de que est condenado; parentes e amigos
partilham desta certeza. Desde ento, a comunidade se retrai: afasta-se do
maldito, conduz-se a seu respeito como se fosse, no apenas j morto, mas
fonte de perigo para o seu crculo; em cada ocasio e por todas as suas
condutas, o corpo social sugere a morte infeliz vtima, que no pretende mais
escapar quilo que ela considera como seu destino inelutvel. Logo, alis,
celebram-se por ela os ritos sagrados que a conduziro ao reino das sombras.
Incontinenti, brutalmente privado de todos os seus. elos familiares e sociais,
excludo de todas as funes e atividades pelas quais o indivduo tomava
conscincia de si mesmo, depois encontrando essas foras to imperiosas
novamente conjuradas, mas somente para bani-lo do mundo dos vivos, o
enfeitiado cede ao combinada do intenso terror que experimenta, da
retirada sbita e total dos mltiplos sistemas de referncia fornecidos pela
conivncia do grupo, enfim, sua inverso decisiva que, de vivo, sujeito de
direitos e de obrigaes, o proclama morto, objeto de temores, de ritos e
proibies. A integridade fsica no resiste dissoluo da personalidade
social
(2)
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