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Belém
2008
MARINEY SANTANA DO ESPÍRITO SANTO
NÚBIA ELENA CHAVES LEÃO
Belém
2008
2
Dedicamos este trabalho com muito
amor e respeito aos nossos pais que
sempre nos apoiaram com sua dedicação
e perseverança.
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A DEUS, pelo dom da vida e pela infinita bondade de nos guiar até aqui.
Aos nossos pais, que jamais mediram esforços para edificar e lapidar cada degrau desta
árdua caminhada.
Agradecemos imensamente ao Profº. Orientador Alexandre Samarone, por suas precisas
indicações e seu inestimável apoio.
À Nádia Leão Viana, técnica de Segurança da Albras S.A se dirige calorosos
agradecimentos pela eficiência e dedicação na colaboração de dados.
À Vera Lúcia Campos Germano, coordenadora da rede social da Coopsai, pelas
informações fornecidas e considerável tolerância na solicitação dos dados.
À Paulo Ivan de Faria Campos, assessor de relações externas da Albras S.A, na
autorização de fotografias e documentos da referida empresa.
Enfim, a todos aqueles que direta ou indiretamente se propuseram a auxiliar no decorrer
desta pesquisa, nossos sinceros agradecimentos.
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LISTA DE SIGLAS
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LISTA DE TABELAS
LISTA DE FIGURAS
1- Mapa de localização da Albras.................................................................................p.31
2- Mapa de localização (II) detalhado..........................................................................p.32
3- Mapa de localização dos municípios que participam do
Programa “Nosso Lixo tem Futuro”.............................................................................p.37
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1-Prédio de reciclagem de papel artesanal, sala de reunião e cozinha.........................p.39
2- Prédio de triagem do lixo, escritório, banheiros e depósitos....................................p.40
3- Pátio de compostagem..............................................................................................p.42
4- Pavilhão de maturação, peneiramento, embalagem e trituração de substratos........p.43
5- Lixo orgânico na Plataforma de triagem..................................................................p.44
6- Pátio de Compostagem com leiras por revolvimento manual..................................p.44
7- Pátio de Compostagem com leira estática aerada com ventilação natural...............p.44
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RESUMO
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ABSTRACT
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................................ p.10
1 CAPÍTULO I p.12
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE TRANSFORMAÇÃO
SOCIOECONÔMICA DA ATUALIDADE..........................................................................
2 CAPÍTULO II p.17
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL: BREVE HISTÓRICO...............................................................
p.29
HISTÓRICO DA ALBRÁS E SUAS AÇÕES DE R.S.E..............................................................
3.1
4 CAPÍTULO IV p.36
PROGRAMA “NOSSO LIXO TEM FUTURO”: ALTERNATIVA RESPONSÁVEL
PARA A REDUÇAÕ DE IMPACTOS AMBIENTAIS................................................................
p.47
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................................................
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ p.49
9
INTRODUÇÃO
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sistematizar, o tanto que for possível, reunir informações e incentivar a construção de
canais de comunicação e diálogos com as comunidades no entorno da Albras S.A .
Destarte, temos a intenção de esclarecer e formar linhas de intervenção aproximando a
empresa da sua realidade local.
A falta de informação e a distância entre as empresas e as comunidades têm
contribuído para alimentar e reforçar vários equívocos sobre a importância da
responsabilidade sócio-ambiental das indústrias. Acrescido a isso, a forma como as
noticias sobre danos ambientais são repassadas à sociedade distorce e é injusta com as
experiências que são corretas quando se trata de divulgar o controle dos resíduos da
produção industrial por meio de programas e projetos. Observou-se que pouco se
divulga e se esclarece junto a população que existe e as empresas estão implementando
a obediência a legislação internacional sobre a qualidade ambiental, programas de
gestão de qualidade ambiental e, sobretudo, a formação de um mercado ambiental
exigente que pune as indústrias que não respeitem o meio ambiente.
A experiência que temos na área educacional foi de extrema relevância para a
execução desse trabalho. Já tendo trabalhado em escolas de ensino fundamental da rede
particular e pública e na região metropolitana de Belém, o que nos deu maturidade
profissional e intelectual, acrescido ainda, de participação em projetos, programas e
pesquisas sobre a temática do tratamento de resíduos sólidos (lixo) de vários tipos. O
conhecimento local aonde a pesquisa vai se realizar, a comunidade próxima no entorno
da Albras S.A, região metropolitana de Belém, dará subsídios como informações e
dados que formarão o corpo da pesquisa.
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CAPÍTULO I
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE
TRANSFORMAÇÃO SOCIOECONÔMICA DA ATUALIDADE
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Na Amazônia, um exemplo claro é a Serra do Navio, no Estado do Amapá.
Neste local, a exploração indiscriminada do minério de manganês durante 50 anos pelos
americanos gerou a exaustão. Moral da história: a Serra do Navio é hoje uma “cidade-
fantasma”, restando no local desilusões e perda total do minério, uma vez que foi
transportado e armazenado nos Estados Unidos. A Amazônia ganhou como “prêmio de
consolação”, imensas crateras no solo amazônico.
Geralmente atividades industriais estão relacionadas a problemas ambientais.
SAMPAIO (2005) afirma que a Revolução Industrial provocou 2 facetas para a
sociedade – O BEM E O MAL: “O espetacular desenvolvimento da indústria, alcançado
ao longo do século XX, trouxe benefícios e prejuízos para a humanidade. Produtos
industrializados como o avião, a televisão e o computador, sem nenhuma dúvida, são
maravilhas do mundo contemporâneo. Por outro lado, a devastação das florestas, a
poluição da atmosfera, rios e mares representam o lado negativo desse avanço
industrial”. Apesar de sua importância a satisfação das necessidades humanas, a
indústria, as inovações tecnológicas e principalmente agroindustriais tem sido as
maiores responsáveis pela degradação do ambiente.
MARX (1977) já havia previsto os efeitos desastrosos do capitalismo, pois
ofereceria riscos para a humanidade, uma vez que os códigos do mercado levam a
destruição da natureza. As transformações socioeconômicas promovidas pelo sistema
capitalista influenciam não apenas as relações de poder entre trabalho e organização
social, mas afetam a visão acerca da natureza e o modo de o ser humano se relacionar
com ela. Não é a toa que o pensamento de Marx sempre foi sistematicamente ecológico.
Sabemos que os países desenvolvidos capitalistas encontram nos
subdesenvolvidos a matéria-prima necessária para a fonte de suas riquezas. Àqueles, por
sua vez, não se preocupam com os problemas ambientais causados por sua ganância
desenfreada. Destarte, os problemas ambientais não são focos de discussão. Negam-se
ao óbvio, como é o caso dos Estados Unidos que recusaram assinar o Protocolo de
Kyoto. Este ato ratifica tudo o que foi mencionado anteriormente: assinar seria
comprometer o seu desenvolvimento a qualquer custo, uma vez que o Estado
Americano é um dos mais poluidores do mundo.
É necessária a participação ativa da sociedade a fim de evitar a continuação dos
entraves ambientais. A educação ambiental tem a ver com a nossa relação dentro da
sociedade, com qualidade de vida que temos e com a nossa sobrevivência. Daí, a
necessidade de unificar o conhecimento de maneira que seja refletida a preservação do
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meio ambiente que é o espaço de manutenção da vida do ser humano, que tem que ser
preservada com sustentabilidade, ou seja, desenvolver-se economicamente assegurando
as necessidades do presente sem ameaçar a vida da futura geração.
A educação ambiental como um tema de preocupação mundial apareceu pela
primeira vez na década de 70 através da conferência de Estocolmo. Em 1977, Tbilizi,
ocorre a primeira Conferência de Educação Ambiental. O princípio básico é de que o
ser humano precisa se apropriar e transformar o mundo natural. O ser humano só
consegue transformar-se no decorrer dos tempos através de sua ação sobre a natureza.
Ele tem o direito e a necessidade de intervir na natureza, caso contrário, seriamos iguais
aos outros seres vivos que não modificam sua maneira de ser e viver através dos
tempos. Ao mesmo tempo, porém, é necessário considerar a existência de limites éticos
nesse direito de intervenção. Portanto, o conceito de sustentabilidade direciona a ação
de homem para a permanência de sua espécie na terra, com qualidade e harmonia
(SIOLI, 1985).
O grande desafio da Educação ambiental é ajudar a criar um homem ético, uma
vez que a ÉTICA têm como essência os costumes, os hábitos adquiridos que são
compreendidos ao longo do processo civilizatório. Os hábitos adquiridos e os costumes
nem sempre são éticos ou mesmos favoráveis a uma cultura de respeito ao meio
ambiente, mas o esforço da educação e da cultura em prol da aprendizagem é
importante para a formação de uma consciência ambiental. Portanto, não é algo natural
e sim construído. O homem ético é aquele que reconhece ter obrigações para com a
sociedade. É aquele que descarta e substitui a lei do mais forte. BRANCO (1991)
aborda muito bem essa afirmação: “O homem ético aceita conscientemente, nos seus
semelhantes, o direito à vida e o direito à liberdade, assumindo o compromisso de não
eliminar a vida do próximo e de não restringir a sua liberdade: A liberdade de cada um
se estende até o limite da liberdade do próximo, e esse limite tem de ser reconhecido
eticamente, pois ele não é fixado pela natureza”. (pág. 106)
A sociedade atual necessita urgentemente pôr em prática esses princípios éticos
de respeito ao próximo e ao meio natural. Muitas vezes, a ausência desses princípios por
uma minoria, leva a destruição de uma nação inteira, a exemplo de uma série de bombas
lançadas em países adversários.
Não se pode falar em desenvolvimento sustentável desassociado de ética, uma
vez que aquele é um conceito que envolve compromisso entre objetivos sociais,
ecológicos e econômicos e para haver equilíbrio ambiental entre esses objetivos é
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imprescindível a ética prevalecer. Conciliar DESENVOLVIMENTO, crescimento
econômico com SUSTENTABILIDADE é um grande desafio da sociedade
contemporânea, pois é tarefa bastante difícil, mas não é impossível. A reserva ecológica
e biológica de Mamirauá em Tefé (AM) é um exemplo de equilíbrio entre a conservação
e uso dos recursos naturais.
O desenvolvimento sustentável busca simultaneamente a eficiência econômica, a
justiça social e a harmonia ambiental. Mais do que um novo conceito, é um processo de
mudança onde a exploração de recursos, a orientação dos investimentos, os rumos do
desenvolvimento ecológico e a mudança institucional devem levar em conta as
necessidades das gerações futuras (MAIMON, 1996:10). Assim, o objetivo geral do
Desenvolvimento Sustentável (D.S.) é promover o desenvolvimento econômico sem
deteriorar ou prejudicar a base que lhe dá sustentação. O D.S. só se concretizará de fato
se o homem ganancioso “capitalista selvagem” se tornar um “homem ético” e
consciente. Deve haver não só um compromisso, mas uma imediata coerência entre
crescimento e manutenção da vida.
Mas até que ponto seria possível promover o desenvolvimento, nos moldes da
atual economia de mercado, sem comprometer a qualidade ambiental?
Esta é uma indagação que precisa ser respondida agora, não podemos deixar
para as próximas gerações se preocuparem.
É muito comum hoje ouvimos o termo: manejo florestal, que representa o
conjunto de regras e métodos utilizados na exploração da floresta para gerar benefícios
econômicos e sociais de maneira sustentável. Mesmo com um grande número de áreas
obedeça a esses princípios, a utilização do manejo florestal ainda não conseguiu chegar
à dualidade esperada: DESENVOLVIMENTO e PRESERVAÇÃO.
Segundo o Dossiê: Florestas sustentáveis, da Revista Horizonte (2006). “Dos
353 milhões de hectares de mata tropical existentes no mundo, fora das áreas protegidas
(como parques e reservas) apenas 27% tem programas de manejo legalizados. E apenas
7% são, ao mesmo tempo, produtivos e sustentáveis”. Esses números demonstram que o
ataque à floresta, principalmente, à Amazônia é brutal. A ilegalidade é muito freqüente,
uma vez que desde os anos 60, a cobertura vegetal, como área equivalente à França já
desapareceu na Amazônia pela ação de madeireiros, pecuaristas e atividades
mineradoras.
Ainda que ações internacionais como: a conferência das Nações Unidas para o
meio ambiente humano (Estocolmo, 1972); para o desenvolvimento (Rio de Janeiro,
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1992); a conferência mundial sobre mudanças climáticas, como o Protocolo de Kyoto,
em 1997; a Rio +10, em Johanesburgo, 2002 a fim de racionalizar as proposições e
metas da agenda XXI, muito ainda precisa ser feito, uma vez que estas e outras ações só
serão cumpridas de fato se o poder público, o setor empresarial e a sociedade civil
organizada assumirem um compromisso tendo “a ética como base de toda regra de
convivência racional e consciente”. (BRANCO, 1991). Neste sentido, a educação
ambiental será efetivamente coerente na busca de valores mais adequados ao
desenvolvimento sustentável quando o homem dispôs dos princípios éticos fortalecidos
pela responsabilidade, humanidade e respeito ao próximo.
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CAPÍTULO II
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL: BREVE HISTÓRICO.
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com a edição da Resolução nº. 23/97, onde indicará todas as atividades sujeitas ao
licenciamento com exigência da execução e avaliação do EIA/RIMA.
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A precaução aplica ao estado uma atenção para as situações de graves riscos ou
danos irreversíveis. Esta precaução deverá acontecer mesmo quando a administração
pública não conceder a licença.
O princípio poluidor-pagador impõe a obrigatoriedade de arcar com todas as
despesas em reparação aos danos provocados ao meio ambiente. Embora este princípio
imponha tal obrigatoriedade, ele é bem mais expansivo, pois determina a
responsabilidade de todos os custos da proteção ambiental sem repassá-los a
coletividade.
Os investimentos a proteção não deverão restringir somente aos custos oriundos
do poluidor-pagador, porém todo custo arrecadado deverá ser investido em tecnologia
menos poluidora, programa de educação ambiental, aparelhamento técnico e materiais
para órgãos que sejam responsáveis pela fiscalização.
Para os projetos de mineração segundo a Constituição de 88, ficou reservada a
aplicação reparatória da atividade. Este fato faz crer que o pagamento deve ser feito
apenas para quem causa degradação, principalmente no que se refere aos recursos não
renováveis. Destarte, mesmo com a solução ‘técnica’ que o órgão público exige, nem
sempre conseguirá reparar os danos, uma vez que se trata de danos na maioria das vezes
não recuperáveis.
2.2- MEIO AMBIENTE: E A PARTICIPAÇÃO PÚBLICA.
É necessária e obrigatória a intervenção do poder público na proteção e
preservação do meio ambiente. O caput da Carta Federal de 88 art. 225 e §1º aponta
como finalidade, a ação preventiva referente ao dano causado ao meio. Logo, são
através do poder da administração pública que será limitada, disciplinados os interesses,
direitos e abstenção na realização de atos em razão dos interesses públicos e social sobre
o privado.
Portanto o meio empregado pelo poder público no gerenciamento aos recursos
ambientais são feitos através dos atos administrativos de autorização, licença,
permissão, homologação, aprovação, concessão, admissão e dispensa. No entanto, tais
termos na maioria das vezes, são usados inadequadamente pela doutrina e legislador e
não sendo compreendidos na prática administrativa.
Os termos autorização e licença são empregados de forma confusa, pois a
legislação usa o termo licenciamento ambiental para avaliar as condições que permita o
uso racional dos recursos ambientais, enquanto que a licença com alvará que permita a
autorização para esse exercício.
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De acordo com dados da PRAC (Programa de Responsabilidade Ambiental
Compartilhada), “as indústrias estão conscientes da necessidade de adotarem práticas de
gestão ambiental e pretendem ampliar seus investimentos destinados à proteção do meio
ambiente”. Entretanto, a maiorias das empresas enfrentam dificuldades no que se refere
às exigências da legislação ambiental.. Muitas vezes essas exigências são consideradas
inadequadas sob o ponto de vista da aplicabilidade técnica e dos aspectos de
sustentabilidade econômica. Observe a tabela abaixo:
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Apesar de todo cuidado acerca dos instrumentos norteadores dos Direitos
Ambientais, ainda não se reproduz o que determina a legislação brasileira e as
convenções internacionais. As avaliações de alguns estudos tornam-se difícies quando
os problemas de ordem técnica (qualificação da equipe) e de conteúdo ficam longe de
serem sanados, principalmente quando estão à frente da avaliação do relatório em
audiência pública em que todos os RIMA’s são muito questionados ficando paralisados
por muitas exigências e mudanças.
As dificuldades começam a aparecer a partir da exigência mínima
contida na Resolução nº. 001/86 que deverão ser complementadas de acordo com o tipo
de projeto. Logo o tempo exíguo com que é feito às avaliações, trazem informações
incompletas que não estão em consonância com a realidade local.
Toda a forma estrutural seria bem aproveitada se o EIA/RIMA fosse
primeiramente bem feito, começando pela equipe contratada que deveria ser
multidisciplinar e interdisciplinar, com tempo maior para realizar um levantamento
minucioso dos ecossistemas existentes do sistema hídrico referente ao empreendimento
e dos impactos sócio-econômico negativo que ocasionará.
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ambiental, da criação de instrumentos de políticas públicas de meio-ambiente, da
criação de organismos internacionais voltadas para a questão da relação entre ecologia e
desenvolvimento. Assim como, da formação de um mercado de consumidores que não
tolera comprar produtos ilegais oriundos do tráfico e do desmatamento de floretas, por
exemplo.
Na prática, nos anos 90, com a intensificação do processo de globalização, as
empresas que participam do comércio internacional tiveram que se adaptarem às
exigências desse novo mercado consumidor internacional influenciado pela defesa de
posturas produtivas ecológicas. Como para competir e sobreviver no competitivo
mercado internacional é preciso investir em tecnologia, mão de obra especializada,
capital, redução de custos, marketing e se associar à ecologia, as empresas tiveram que
investir em programas de qualidade ambiental. Assim surge, o conceito de
responsabilidade sócio-ambiental que procura conciliar o desenvolvimento social com a
redução de impactos ao meio ambiente decorrente da produção industrial.
Nota-se, atualmente, que os empresários, estão cada vez mais convencidos da
necessidade da inserção das ações de responsabilidade sócio-ambiental em seu modelo
de gestão empresarial.
Segundo MEIRELLES FILHO (2004) o conceito de Responsabilidade Social
Empresarial (RSE) considera que o planeta, as comunidades locais, o meio ambiente, a
sobrevivência dos negócios, estão todos relacionados. O International Finance
Corporation (IFC), organização do Banco Mundial, em parceria com o Instituto Ethos e
a empresa Sustainability realizaram em 2002 uma pesquisa intitulada “Criando Valor”.
Trata-se do primeiro estudo em larga escala a analisar histórias de sucesso para a
sustentabilidade em mercados emergentes, procurando ajudar as empresas a identificar
oportunidades de geração de lucro a partir da sustentabilidade. (MEIRELLES, 2004)
A citação acima nos remete entender que a sustentabilidade surge como um bom
negócio para as empresas que deixam seqüelas no meio devido suas atividades.
Diversas empresas vêm adotando uma nova gestão administrativa, baseando-se na
sustentabilidade colocando em prática a R.S.E. Um exemplo é a Schincariol - uma
empresa de bebidas brasileira - implantou o Projeto “Água para que te quero”,
promovendo cursos de capacitação para professores da rede municipal e estadual de
ensino.Enquanto os empresários, através dessas e outras ações visam o lucro, a
sociedade agradece as contribuições e oportunidades geradas pelo novo modelo de
gestão administrativa.
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CAPÍTULOIII
A MINERAÇÃO E SUAS CONSEQUÊNCIAS AMBIENTAIS NA AMAZÔNIA
X LEGISLAÇÃO AMBIENTAL.
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O PGC foi um dos programas beneficiados com os financiamentos especiais
concedidos pela SUDAM, assim como a isenção de vários impostos. Destarte,
verificam-se os grandes prejuízos causados ao meio ambiente, uma vez que a obra
faraônica acarretou uma série de prejuízos ambientais no local. O Programa Grande
Carajás inclui três grandes frentes integradas:
* um conjunto de projetos minero-metalúrgicos;
* um conjunto de projetos agropecuários e florestais;
* um grupo de projetos de infra-estrutura.
Neste contexto o Projeto ALBRÁS-ALUNORTE (PA) está inserido neste
programa, uma vez que possui ampla relação comercial com o demais projeto minero-
metalúrgicos como é o caso do Projeto TROMBETAS (PA) e Projeto ALUMAR (MA).
Os projetos de alumínio ALBRÁS/ALUNORTE e ALUMAR como mencionado
anteriormente possuem uma relação econômica muito próxima com o projeto
TROMBETAS, uma vez que para produzir alumínio é necessária a matéria-prima:
bauxita. Esta, por sua vez, é extraída pelo projeto TROMBETAS que a encaminha à
ALUNORTE e ALUMAR.
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projetos minerais na Amazônia, o governo brasileiro contribuiu comuns os problemas
ambientais ao permitir a instalação da usina hidrelétrica de Tucuruí. Esta, com
finalidade de abastecer os complexos de alumínio do Programa Grande Carajás.
De acordo com MONTEIRO (2OOO), os grandes projetos instalados na
Amazônia não trouxeram benefícios à nossa região, uma vez que se percebem inúmeras
conseqüências negativas: o aumento da dívida externa para a construção de obras da
infra-estrutura necessária ao funcionamento desses projetos; assim como a exploração
desordenada dosa recursos naturais da região e a conseqüente destruição do meio
ambiente; a desorganização da economia local.
O desmatamento como um dos problemas mais agravantes das atividades
mineradoras, não está na pauta das discussões das empresas mineradoras, como sendo
um dos temas mais relevantes. Percebe-se, no entanto, que não há uma preocupação
para o reflorestamento das áreas degradadas. Na verdade, o que deveria ser feito era:
assim que uma fosse escolhida a ser desmatada pela mineradora, biólogos, botânicos e
mateiros fossem chamados para colher os animais, plantas e sementes das árvores a
serem derrubadas. Os animais seriam distribuídos para outras áreas. As sementes e as
plantas deveriam ser cultivadas em viveiros para serem usadas em áreas de
reflorestamento.
De acordo com Constituição Estadual do meio ambiente, Lei nº. 5.887 de 09 de
maio de 1995, parágrafo único, remete algo que na realidade não vem sendo cumprido
pelas empresas de mineração:
“As normas da Política Estadual do Meio Ambiente serão
obrigatoriamente observadas na definição de qualquer
política, programa ou projeto, público ou privado, no
território do Estado, como garantia do direito da coletividade
ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado.”
No artigo 2º, observa-se que as normas ambientais vêm sendo cada vez mais
violadas, uma vez que se analisarmos as conseqüências ambientais ocorridas nos 10
últimos anos na Amazônia. Verifica-se nos incisos I, II, III e IV que apontam
respectivamente:
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O Estado e a coletividade têm o dever de proteger e defender o meio ambiente,
conservando-o para a atual e futuras gerações, com vistas ao desenvolvimento
sócio-econômico;
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Criar e implementar instrumentos e meios de preservação e controle do
meio ambiente;
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arqueológicos e cavernas na área de influência direta da execução de suas atividades,
assim como responsabilizar-se pela sua preservação.
Art. 44 - A criação de áreas de garimpagem e a concessão de lavra garimpeira
dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental do Estado.
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A empresa estima reduzir emissões de gases PFC – tetrafluormetano(CF4) e
hexafluoretano(C2F6)liberados durante o processo de transformação da alumina em
alumínio( efeito anódico)- de acordo com as diretrizes do Protocolo de Quioto.
Conforme a tabela acima se percebe o objetivo da empresa em reduzir por volta de
802.862 toneladas de emissões de CO2, num período de dez anos, e assim obter créditos
das reduções. Destarte, traz benefícios sociais e ambientais, contribuindo para o
desenvolvimento sustentável da região.
É baseado nas legislações ambientais que está o foco deste trabalho
monográfico: a Albrás, pretende através do projeto “Nosso Lixo Tem Futuro”, amenizar
os impactos ambientais na região. E, assim, manter a certificação ISO 14001. Neste
sentido, vem investindo, nos últimos anos em programas sociais para a conscientização
da sociedade como um todo.
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incentivos fiscais (a energia subsidiada); os corredores de exportação, como o complexo
portuário de Vila do Conde em Barcarena, no Pará.
De acordo com dados da empresa (Portfólio, 2006) a Albras foi construída por
meio de um acordo entre os governos do Brasil e do Japão, na década de 70, tendo
como acionistas:
CVRD – A época empresa estatal – através de sua subsidiária ALUVALE –
com 51% do capital.
NAAC – Com 49% do capital.
A CVRD, privatizada em 1997, é um dos mais importantes grupos empresariais
brasileiros e tem no alumínio um de seus ramos de atuação, por meio da ALUVALE,
empresa holding que administra quatro unidades industriais, as empresa do ciclo
paraense do alumínio, MRN, ALUNORTE e ALBRÁS e a VALESUL, no Rio de
Janeiro.
A NAAC é um consórcio de empresas e entidades japonesas, como grandes
consumidores, um banco privado, trading companies, sendo o maior participante o
governo do Japão, com o The Overseas Economic Cooperation Fund – OECF,
Atualmente IBCI (Japan Bank for International Cooperation).
O investimento total de implantação da empresa está em torno de U$$ 1,5
bilhão.
A ALBRÁS foi constituída em setembro de 1978, e implantada em duas fases,
cada uma com capacidade nominal de 160 mil toneladas/ano. A primeira fase começou
a operar em julho de 1985 e a segunda fase atingiu plena atividade em 1991. Com a
expansão realizada em 2001 chegou à produção anual superior a 400 mil toneladas
(PORTFÓLIO-Albras, 2006).
No entanto, importa materiais para o processo produtivo e recebe anualmente,
segundo dados do observatório social de 2007, 800 mil toneladas de alumina
diretamente da Alunorte. Em 2005 o faturamento bruto da empresa foi de R$ 1,9 bilhão
(US$ 807 bi). O lucro líquido foi de R$ 247 milhões, 44% menor que o ano anterior.
Localizada na cidade de Barcarena, a 40 quilômetros de Belém, capital do
Estado do Pará, na Região Amazônica (Norte do Brasil). A Albrás é uma empresa que
opera competitivamente em âmbito internacional e considera a preservação do meio
ambiente e o apoio ao desenvolvimento das comunidades vizinhas a unidade industrial,
como princípios administrativos e de responsabilidade social da empresa.
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Figura 1- Mapa de localização da Albrás
FONTE: http://www.alunorte.net/wwwalunorte_ING/index.htm
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Figura 2- Mapa de localização (II )detalhado.
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A localização geográfica da planta, condição básica para um desempenho
competitivo, é extremamente favorável, por estar em local de fácil acesso marítimo e
fluvial, com um porto que recebe matérias-primas e onde o produto é embarcado a
menos de um quilômetro da planta, com acesso fácil aos principais consumidores
da Ásia, Europa e Estados Unidos. Dessa forma, a Albrás possui vantagem competitiva
para o seu produto, principalmente devido às condições logísticas. Esse projeto também
contribuirá para uso eficiente de energia e ao mesmo tempo em que contribui para o
desenvolvimento econômico regional e local desenvolvendo empregos e programas
sociais na região.
De acordo com a ABAL (Associação Brasileira do Alumínio) a produção de alumínio
primário cresceu 7,3% em 2003, atingindo um volume de 28.001 mil toneladas. O
consumo mundial também cresceu, tendo alcançado 27.414 mil toneladas, ou seja, 8,2%
a mais do ano anterior. O continente asiático repetiu nesse ano o forte desempenho
apresentado em 2002, com crescimento tanto de produção, quanto onde consumo, de
cerca de 20%.( ABAL,2003).
Estes dados fornecem a constatação dos prejuízos ambientais, uma vez que a
valorização econômica das mineradoras não leva em consideração os efeitos que podem
ocasionar. No entanto, a legislação que de certa maneira, tem sido um tanto severa
quanto aos impactos ambientais, contribuindo para que algumas mineradoras e
indústrias poluidoras venham repensar mecanismos de ‘disfarçar’ esses impactos.
É sob esse enfoque que a Albrás desde 1991, a empresa adota um modelo de
gestão pela qualidade, investindo em projetos de responsabilidade social, o que totaliza
60 milhões, atendendo mais de 200 mil pessoas em cinco municípios vizinhos. Dessa
maneira, contribui para as atividades geradoras de emprego e renda à população local.
Observe a tabela abaixo:
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Tabela 4 - AÇÕES, PROGRAMAS E PROJETOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL DA
ALBRÁS-1999 A 2007
ANO PROJETOS OBJETIVOS RESULTADOS PARCERIAS LOCAL
1999 Nosso Lixo tem Futuro Implantar unidades de Gerou 180 postos de
reciclagem e trabalho direto e Cooperativa de Vila dos Cabanos-
compostagem,afim de beneficiou aprox. 200 trabalho local e Barcarena/PA
tratar o lixo da cidade e mil pessoas c/ melhor prefeitura municipal.
produzindo composto condição de
orgânico. saneamento.
2001 Programa de Atender as 5 As famílias produtoras Prefeitura de comunidade Vai-
Agricultura comunidades mais rurais participantes Barcarena e apoio da quem Quer e
Familiar(PAFAM) carentes á fabrica desenvolvem suas EMBRAPA/Amazôni Japiim/PA
atividades produzindo a Oriental.
mais e melhor.
2002 Implantação de mais Tratar o lixo da cidade, Gerou mais postos de
duas Unidades de produzindo composto trabalho p/ a COOPSAI e Igarapé-Miri e
Reciclagem e orgânico p/uso agrícola comunidade assistida. prefeitura municipal. Moju- PA
Compostagem do Lixo e materiais recicláveis.
Urbano
2003 Implantação de mais Tratamento do lixo Oportunidade de renda
uma Unidade de orgânico local. p/as pessoas que antes COOPSAI e
Reciclagem e sobreviviam da cata de prefeitura municipal. Abaetetuba/PA
Compostagem. alimentos e materiais
no antigo lixão.
2004 Unidade de #Criar oportunidades Aproveitamento de
Reaproveitamento e para os membros correias transportadoras
Reciclagem possam desenvolver e sobras de
#fábrica de chinelos atividades de livre madeira(criaram cerca
/calçados e a de empreendorismo- de 50 postos de
brinquedos. através das coopertivas trabalho) COOPSAI Vila dos
#oportunizar a jovens #escolas auto- Cabanos/PA
#Implantação das EIC- carentes e seus sustentáveis,atendendo
Escola de Informática e familiares ao mercado 120 pessoas a cada 4
Cidadania de trabalho. meses.
.
2005 Inauguração da uma Tratamento do lixo Aos antigos catadores
Unidade de Reciclagem urbano; foram oferecidos COOPSAI e Cametá/PA
e Compostagem Cursos de alfabetização empregos e prefeitura municipal.
de adultos,informática e oportunidades de
outros desenvolvimento
através dos cursos.
2006 Projeto MOVA Contribuir para a 320 famílias foram
#ações: inclusão formação da cidadania beneficiadas. Vila do Conde e
digital;campanha p/ através de criatividades #1.968 doações em 4 # HEMOPA e Itupanema-/PA
doação de sangue,entre criativae e educativas. dias. ALUNORTE
outras.
2007 As ações referentes ao Conjunto de ações Foram desenvolvidas COOPSAI,prefeitura Comunidades do
MOVA foram realizadas sociais desenvolvidas várias atividades para municipal de entorno do
c/ êxito p/empresa resgatar a cidadania. Barcarena, HEMOPA projeto:Vai-quem-
Geração de postos de e ALUNORTE. Quer,Japiim,Itupane
trabalho.320 famílias ma e outras.
beneficiadas.
FONTE: Relatório anual – ALBRÁS/2007-Balanço social.
34
Dentro de seu programa de Responsabilidade Social a empresa implantou a
Unidade de Reciclagem e Compostagem de Lixo Urbano da Vila dos Cabanos,
com recursos próprios, para tratar o lixo da cidade, produzindo composto
orgânico para uso agrícola e materiais recicláveis, gerando emprego e renda para
comunitários. O empreendimento tem parceria com uma cooperativa de trabalho local e
Prefeitura Municipal.
35
CAPÍTULO IV
PROGRAMA “NOSSO LIXO TEM FUTURO”: ALTERNATIVA
RESPONSÁVEL PARA A REDUÇAÕ DE IMPACTOS AMBIENTAIS.
36
Cooperativa de Serviços Agroflorestais e Industriais, prefeituras municipais e Embrapa
Amazônia Oriental.
Os municípios de Abaetetuba, Barcarena, Cametá, Igarapé - Miri e Moju
localizam-se na região do Baixo Tocantins, a nordeste do Estado do Pará.
37
inicialmente projetado para 20 anos, já estava ocupado com 70% da sua capacidade em
apenas sete anos de uso. (DOCUMENTO 191, Agosto de 2004).
De acordo com os dados fornecidos pela Albras (2008), a Unidade da Vila dos
Cabanos foi a primeira a ser implantada em 1999, através do financiamento do BNDES,
em parceria com a COOPSAI e prefeitura municipal local, a empresa realizou as
seguintes construções:
Prédio contendo sala de escritório, banheiros e área para reciclagem
artesanal de papel;
Prédio com pátio de recepção e plataforma de seleção do lixo orgânico,
materiais recicláveis e materiais inertes e áreas para prensagem de
matérias recicláveis;
Pavilhão para, maturação, peneiramento e embalagens de composto
orgânico e trituração de substratos orgânicos;
Pátio com piso cimentado para bioestabilização da massa de
compostagem;
Casa de vegetação para avaliação biológica dos compostos;
Caixa d’água;
Incinerador para materiais inertes e hospitalares;
Dique para lavagens de caçambas coletoras de lixo.
De acordo com a entrevista, realizada em maio deste ano, a Drª. Vera Germano,
coordenadora social da COOPSAI, afirmou que a parceria com a Unidade de Vila dos
38
Cabanos para o ano de 2008 está ameaçada. Fato este, devido a dificuldade com a
Prefeitura de Barcarena sobre o contrato de 2007. Sabendo-se que pela legislação a
Prefeitura é responsável direto pelos resíduos domésticos fica impraticável a
participação da COOPSAI. “Achamos que até 15/06/08 estaremos saindo do programa”,
informou GERMANO (2008). Ficamos cientes desta informação por ser a Unidade de
Vila dos Cabanos o nosso foco. No entanto, as outras unidades continuam funcionando
normalmente.
Inicialmente foi utilizada a infra-estrutura de um aterro sanitário existente
próximo a Vila dos Cabanos, com algumas construções de apoio. As existentes foram
adaptadas e outras foram construídas para o funcionamento adequado da unidade,
Observe a seqüência de fotos a seguir:
39
Prédio de triagem do lixo, escritório, banheiros e depósitos.
40
Tabela 6 - Composição do lixo urbano, em porcentagem, nas comunidades
de Vila dos Cabanos (1), São Francisco (2) e Laranjal/Invasão (3).
Peso em % ( base úmida)
41
Pátio de compostagem.
42
Pavilhão de maturação, peneiramento, embalagem e trituração de substratos.
43
Lixo orgânico na Plataforma de triagem
FONTE: Documento 191 – Albrás, 2006 FONTE: Documento 191 – Albrás, 2006.
44
uma alternativa responsável e muito relevante, uma vez que ao contribuir para a redução
de impactos ambientais, ainda fornece subsídios para a continuidade do Programa de
Agricultura familiar, possibilitando aos ex- catadores do Lixão, melhores condições de
trabalho. Além de eliminar riscos provenientes do contato direto com todo tipo de lixo,
ainda criou novos postos de trabalho. A utilização da mão-de-obra para a realização das
atividades de reciclagem e compostagem é exclusivamente local, uma vez que um dos
objetivos do projeto a geração de emprego e renda na Vila dos Cabanos. O projeto conta
com 32 funcionários no total.
45
reciclagem ou à venda. São encaminhados a fábrica de chinelos e sandálias (sobras de
borrachas e correias) e de brinquedos educativos (sobras de madeira), assim as pessoas
que antes sobreviviam da cata de alimentos no antigo lixão se encontram atualmente
organizados em cooperativas de serviço e produção.
A COOPSAI informou que a Unidade de Vila dos Cabanos, conta com 36
cooperados na unidade de reciclagem e compostagem; 45 cooperados no
reaproveitamento de correias para sandálias, brinquedos e artefatos de madeira. . O
material é comercializado em Belém e Barcarena. Na cooperativa o resultado é
proporcional ao trabalho desenvolvido pelos cooperados depois de retirados todos os
dispêndios, impostos e fundos legais.
O Relatório de Balanço social da Albras de 2007 aponta que o Programa Nosso
Lixo Tem Futuro é referência nacional. Tendo, dessa maneira, recebido
reconhecimentos como o Prêmio Eco/2003, da Câmara Americana de Comércio de São
Paulo – a mais importante premiação empresarial brasileira em responsabilidade social
–, e o destaque no Guia Exame de Boa Cidadania Corporativa em 2002, 2003 e 2004.
No ano de 2006, Nosso Lixo tem Futuro foi reconhecido mundialmente com o relatório
sobre a unidade da Vila dos Cabanos apresentado em Bogotá, na Colômbia, na
Conferência Mundial da organização não-governamental internacional ACDI/VOCA,
que trabalha pelo desenvolvimento da sociedade civil em democracias emergentes.
Esses dados nos remetem analisar que o Programa está atingindo seus objetivos,
de maneira satisfatória, no que se refere aos parâmetros de responsabilidade social e
ambiental.
46
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
47
ações que dizem respeito ao conceito de sustentabilidade. Através do programa “Nosso
Lixo tem Futuro” busca concretizar os novos parâmetros exigidos pela legislação
ambiental brasileira.
A pesquisa demonstrou que através da instalação do Programa, a empresa está
solucionando os problemas ambientais e sociais, gerados pela saturação do lixão a céu
aberto em Vila dos Cabanos. Para a inserção da mão-de-obra no programa, foram
priorizados ex-catadores de lixo, desempregados e moradores das comunidades
circunvizinhas da empresa.
O Aterro Sanitário era projetado para atender 20 anos. Devido o aumento
populacional ocasionado pela implantação do Complexo de alumínio em Barcarena, o
lixão foi saturado em apenas 7 anos de uso.
A entrevista realizada à coordenação social da COOPSAI foi muito relevante
para a elaboração de dados. Constatamos através desta pesquisa que o Programa “Nosso
Lixo tem Futuro” em parceria com a cooperativa oportunizou a geração de trabalho e
renda, a inclusão social de catadores que participam ativamente de palestras, cursos,
oficinas para diversos segmentos da sociedade. Possibilitou também estágios para
alunos de engenharia agronômica, ambiental e química.
Através das informações e dados coletados, podemos concluir que o Programa
além de contribuir para a redução de impactos ambientais, ainda proporciona novas
oportunidades de emprego e renda às comunidades carentes. Vila dos Cabanos e as
outras comunidades participantes, como São Francisco, Itupanema, Vila do Conde
Laranjal e Pioneiro usufruem desde 1999 da implantação desta unidade. Esta, por sua
vez possibilitou a coleta e o processamento do lixo urbano, destinando o material
orgânico para a compostagem e transformação em adubo natural. Os demais materiais
reaproveitáveis (plástico, papel, latinhas e garrafas) são destinados à reciclagem.
Os resultados da pesquisa indicam que a empresa tem atribuído valor às questões
ambientais como mecanismo de controle e desenvolvimento social. Pois, dessa maneira
consegue manter seus padrões de produtividade baseados no conceito de
sustentabilidade e responsabilidade sócio-ambiental.
Esperamos através desta pesquisa, contribuir para que outras ações sejam
realizadas em prol da sociedade e do ambiente. Pois representam um grande avanço
social, econômico, cultural e ambiental, conciliando desenvolvimento e respeito ao
meio natural. E, assim oferecer às futuras gerações condições para usufruir de um
ambiente saudável.
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REFERÊNCIAS
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Websites consultados
1-www.albras.net /Balanço social:2005/2006/2007-Relatório anual 2007.
2- www.abal.org.br
3- www.fepam.rs.gov.br(eiarimainstabril. 2002. pdf)
4- www.mma.gov.br/conama
5- www.prac.com.br
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