Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ATIVIDADE 01
Literatura regionalista
Por meio de um debate, discuta com todos os alunos da turma quais as características de uma
literatura considerada regionalista:
• utilização da variedade linguística de uma dada região;
• espaço da narrativa bem definido (no nordeste brasileiro, no sertão mineiro, nos pampas
gaúchos);
• narração de costumes, lendas e tradições que fazem parte de uma dada cultura regional. Para
isso, utilize fragmentos de obras literárias e autores considerados regionalistas.
Por exemplo:
• José Lins do Rego, traga fragmentos de "Menino de Engenho";
• Guimarães Rosa, traga fragmentos de "Grande Sertão Veredas";
• João Cabral de Melo Neto, traga fragmentos de "Morte e Vida Severina".
As três citadas obras possuem intenso caráter regionalista que se dá por meio de expressões
populares, crenças, costumes, fauna e flora da região etc.
Faça cópias dos trechos e distribua para os alunos visualizarem tais características nas obras desses
autores.
• expressões populares utilizadas;
• região retratada;
• costumes e tradições citadas.
A leitura deverá ser desenvolvida em sala de aula e em voz alta. Caso possível, permita que todos os
alunos leiam um fragmento dos textos recortados.
Alguns vídeos que podem ser reproduzidos para os alunos conhecerem um pouco sobre os
principais autores de literatura regionalista brasileira. Selecione um dos vídeos abaixo, optando pelo
que melhor explorar a temática da literatura regionalista. No dvd disponibilizado junto a esse
Caderno Pedagógico, há há vários vídeos sobre autores considerados regionalistas.
Após a leitura dos fragmentos das obras e a exibição dos vídeos, é importante que o professor
discuta com os alunos o que foi depreendido acerca da literatura regionalista.
Peça que os alunos anotem no caderno as características e comentários que surgirem da leitura dos
trechos, da exibição dos vídeos, bem como dessa discussão final.
Tais anotações auxiliarão nas próximas atividades.
ATIVIDADE 02
Conhecendo a estrutura da narrativa na Literatura de Cordel:
A atividade poderá ser desenvolvida no laboratório de informática ou em sala de aula, desde que
seja utilizado recursos de projeção de vídeos (datashow).
Como introdução da presente atividade, exiba os três vídeos para a classe (os vídeos estão
disponíveis no dvd disponibilizado junto a esse Caderno Pedagógico).
Tais filmes servirão como base teórica acerca da Literatura de Cordel
1. O que é o cordel (em versos): http://www.youtube.com/watch?v=OTxEL9lptW4
Após a exibição dos vídeos, desenvolva uma discussão entre os alunos. Organize-os em 4 ou 5
grupos para o desenvolvimento das discussões. Eles deverão anotar no caderno as características da
poesia de cordel depreendidas dos vídeos exibidos. Por exemplo:
• características estruturais - métrica, versos;
• narrativa em versos;
• temáticas fantásticas e regionalistas;
• metáforas, humor e rimas;
• xilogravuras;
• origem do nome cordel.
Nesse debate, o professor será o mediador, conduzindo o enfoque desejado para a discussão.
Se possível, mostre aos alunos como são impressas as histórias da Literatura de Cordel. Caso não
consiga as obras, utilize as seguinte ilustrações:
ATIVIDADE 03
A cultura da nossa região
Boa parte da Literatura de Cordel produzida no Brasil tem como foco o regionalismo nordestino.
A presente atividade tem por objetivo desenvolver uma discussão acerca de questões que envolvam
o regionalismo da turma em questão.
Por exemplo:
• uma turma de alunos do interior de Minas Gerais (jeitinho mineiro, costumes, personagens,
tradições, culinária);
• uma turma de alunos do pantanal matogrossense (Pantanal, natureza, lendas e mitos, música,
tradições);
• uma turma de alunos do Rio Grande do Sul (costumes gaúchos, origem europeia, danças e
lendas, história).
Para desenvolver a atividade em questão:
• divida a turma em 4 ou 5 grupos;
• cada grupo pesquisará um aspecto da cultura regional (culinária, costumes, lendas, tradições
etc);
• as pesquisas poderão ter como fonte a internet, livros, relatos orais (pais, avós, bisavós).
Terminado o prazo estipulado para a pesquisa, empreenda um fórum na classe, em que todos
tenham seu momento de fala. O professor será o mediador das apresentações, organizando o tempo
de fala de cada grupo/aluno.
Peça aos alunos que:
• não interfiram na fala dos colegas;
• anotem possíveis dúvidas ou questionamentos;
• anotem no caderno as principais informações de cada uma das apresentações.
Utilize o momento posterior às apresentações para a solução das dúvidas e questionamentos que
surgirem. Caso sejam capazes, os alunos do grupo apresentado é que deverão responder aos
questionamentos dos colegas. Se não, o professor deverá interferir, quando possível, em
comentários e citações equivocadas.
Assim como os alunos, faça sua pesquisa. O objetivo é que os alunos adquiram o máximo de
informações coerentes acerca da cultura de sua região.
ATIVIDADE 04
Produzindo um poema de cordel
Para a efetivação dessa atividade, o aluno deve:
• compreender as características da Literatura de Cordel;
• conhecer parte da cultura popular de sua região.
A partir das discussões empreendidas em classe (literatura regionalista, literatura de cordel, cultura
popular da região), bem como das anotações feitas pelos alunos, será proposto ao aluno:
• produzir, individualmente, um texto literário que se enquadre nas características cordelistas
(regionalismo, narrativa com rimas, humor e metáforas);
• utilizar como temática da narrativa em versos o conteúdo compartilhado acerca da cultura
regional em questão;
• utilizar as características de impressão tradicional do cordel (folha sulfite comum dobrada ao
meio e capa como sulfite colorido);
• se possível, produzir uma ilustração que se assemelhe à técnica da xilogravura.
Lembre-se: Não exija textos muito extensos, já que o objetivo é que os alunos produzam um texto
artístico.
ATIVIDADE 05
Promovendo um recital de poesias de cordel
Após a produção dos textos em cordel, proponha aos alunos desenvolver um recital.
Discuta com eles a natureza do recital. Por exemplo:
• os textos serão recitados somente para os colegas da turma?
• cada aluno recitará uma poesia completa ou somente alguns versos?
• serão convidados outras turmas da escola?
• será um evento aberto aos familiares dos alunos?
Após decidido a natureza do recital, é importante que seja desenvolvido, pelo menos, dois ensaios
com os alunos, visando:
• aprimorar a leitura expressiva e poética;
• construir possíveis cenários e figurinos;
• organizar a ordem e o tempo de duração das apresentações.
Como o ensaio para o recital é imprescindível, os mesmos deverão ocorrer entre as atividades 04 e
05.
Avaliação :
Após a efetivação das seguinte aulas, o aluno deverá ser avaliado a partir dos critérios:
• Compreensão do conceito de literatura regionalista;
• Compreensão das características, peculiaridades e origem da Literatura de Cordel;
• Pesquisa, discussão e organização das informações sobre a cultura popular de sua região;
• Produção de um texto literário com características cordelistas e a temática regionalista;
• Organização, preparação e dedicação para o recital de poesias.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=18576
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 02
Para que os alunos exercitem a descoberta ativa de novas informações, propomos uma pesquisa
para a seguinte atividade.
Forme grupos de 4 ou 5 alunos. Cada grupo deverá, por meio de sites da internet, livros, revistas e
informações orais, desenvolver uma pesquisa biográfica sobre o poeta Patativa do Assaré, bem
como algumas características e peculiaridades à obra.
Exemplos de sites:
http://www.revista.agulha.nom.br/anton.html
http://www.tanto.com.br/Patativa.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patativa_do_Assaré
http://www.palavrarte.com/artigos/artigos_sylviedebs.htm
Atividades que envolvem pesquisas nem sempre dão certo. Por isso, é indispensável que você
sugira alguns itens norteadores para que os alunos as desenvolvam.
Passo a passo:
• informações biográficas: não é necessário que o aluno pesquise sobre cada acontecimento da
vida do poeta. Ater-se ao que se constitui como essencial para o estudo literário do mesmo;
• origem do apelido Patativa;
• características peculiares de sua obra (estrutura, exemplos de poemas);
• temáticas recorrentes (poesia da cultura caipira, poesia de cunho político);
• metáforas, ironias, humor e crítica social.
Como não é possível precisar como serão as pesquisas desenvolvidas pelos alunos, é importante que
você também faça a sua, para que também conheça melhor o poeta, bem como saiba
contrapor/complementar/esclarecer questionamentos e informações possíveis.
Peça que cada grupo produza um trabalho escrito e uma apresentação oral que será desenvolvida em
sala de aula.
ATIVIDADE 02
Debatendo Patativa
Essa atividade está relacionada à anterior. A partir das pesquisas desenvolvidas pelos alunos, você
organizará apresentações interativas. Divida a sala em espaços equivalentes à quantidade de grupos.
Cada qual terá seu espaço de apresentação. Enquanto um grupo apresenta, os demais escutam e
anotam possíveis questionamentos que serão feitos ao final da atividade. Faça o sorteio da ordem
das apresentações.
Observação: é possível que algumas informações se repitam nos trabalhos. Demonstre que isso não
tem tanta importância, uma vez que o olhar de cada grupo sobre o poeta será singular. Atente-se
também para informações incorretas, uma vez que muitos trabalhos terão a internet como suporte
principal de pesquisa. Corrija-as.
Esclareça aos alunos que serão avaliados nos seguintes aspectos:
• riqueza e coerência das informações do trabalho escrito;
• participação de todos os componentes na apresentação oral do trabalho;
• participação passiva e ativa na apresentação dos demais grupo (respeitando-os e anotando os
questionamentos).
É indispensável que, nas apresentações, tenha sido contemplado o fato das poesias de Patativa
serem narrativas em versos, característica do cordel. Caso essa peculiaridade não tenha aparecido,
demonstre isso para os alunos.
Após as apresentações iniciais, faça as inscrições dos questionamentos e comentários que, por
ventura, os alunos queiram fazer. É interessante que você prepare alguns também, se valendo, é
claro, de informações que talvez não tenham aparecido nas apresentações.
Encerre essa atividade com a exibição do vídeo Patativa do Assaré: 100 anos, que condensa vida e
obra de Patativa do Assaré em pouco mais de quatro minutos.
ATIVIDADE 03
Recitando Patativa do Assaré
Mantenha a formação dos grupos da atividade anterior.
Na presente atividade, você poderá optar por selecionar anteriormente as poesias ou deixar que os
alunos escolham. Caso opte por fazer uma seleção prévia, indicamos os seguintes poemas:
• "Vaca Estrela e Boi Fubá"; - link para o poema:
http://www.mpbnet.com.br/musicos/pena.branca.e.xavantinho/letras/vaca_estrela_e_boi_fub
a.htm (ver anexo)
• "Cante lá, que eu canto cá" (170 versos em 18 estrofes - por ser tratar de um texto longo,
você poderá agrupar dois grupos para trabalhar com a mesma); - link para o poema:
http://poemia.wordpress.com/2008/04/14/patativa-do-assare-cante-la-que-eu-canto-ca/ (ver
anexo)
• "O Poeta da Roça" (16 versos em 4 estrofes); link para o poema:
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/p01/p010392.htm (ver anexo)
É indicado que você imprima tais poemas para que os alunos acompanhem. É indispensável que
eles ensaiem para o recital. Demonstre que o imprescindível não é decorar as estrofes. É preferível
que se leia os versos mas possua uma leitura poética. Para isso, ensaios serão importantes, embora
nem todos tenham que ter a presença do professor. Os alunos podem se organizar extraclasse para
tais ensaios.
Organização para o recital:
• pode ser uma atividade realizada somente na sala de aula, como pode envolver pais,
responsáveis e outros membros da comunidade escolar;
• cada grupo poderá dividir o poema como preferir: cada um com uma estrofe ou verso, ou
todos juntos;
• cada grupo compreenda o sentido da narrativa em versos que emerge dos poemas de
Patativa;
• todos os componentes do grupo devem ensaiar a recitação de forma organizada, com a
mesma entonação;
• a leitura expressiva (poética) é mais importante do que decorar os versos.
No momento do recital, auxilie-os na organização dos grupos, para que nenhum caráter de
organização desconstrua o trabalho empreendido.
ATIVIDADE 04
Interpretando as temáticas
A presente atividade pode ser desenvolvida em sala de aula ou ser uma proposta para casa.
Selecione dois poemas, por exemplo, "Vaca Estrela e Boi Fubá" e "Poeta da Roça". A partir
daquelas folhas impressas com os poemas, peça que os alunos façam uma interpretação da narrativa
em versos. O poeta Patativa do Assaré produziu vários textos em literatura de cordel, de modo que
o caráter narrativo de suas produções é inegável.
Os alunos deverão:
• produzir dois textos narrativos, escritos em parágrafos, que parafraseiem os dois poemas
selecionados;
• respeitar o desenrolar narrativo que permeia os poemas, evitando a "inversão" de
acontecimentos;
• utilizar uma linguagem objetiva, que, às vezes, difere da poética utilizada nos poemas.
ATIVIDADE 05
Leitura das paráfrases
Os alunos produziram paráfrases. Dessa forma, você não terá a presença determinante da
criatividade nessas produções. Os textos se diferenciarão de acordo com o nível de trato com a
língua e a interpretação de texto de cada alunos.
Assim, desenvolva uma leitura dos textos avaliando:
• respeito à narrativa original dos poemas;
• construção línguística e semântica adequadas às paráfrases;
• leitura em voz alta adequada às necessidades expressivas do gênero produzido;
• questões de ordem linguística e gramatical (não dê preferência a esse aspecto, ele deve ser
apenas um acessório na avaliação).
Conclua a aula relembrando todo o trajeto desenvolvido, ressaltando os aspectos culturais, poéticos
e prosaicos da poesia e da obra de Patativa do Assaré.
Avaliação:
Ao final das atividades empreendidas, os alunos deverão ser avaliados nos seguintes aspectos:
• desenvolvimento da pesquisa sobre vida e obra de Patativa do Assaré;
• produção de um trabalho escrito que contemple os pontos pesquisados;
• apresentação ativa no debate empreendido em sala de aula;
• preparação e ensaio dos poemas selecionados para o recital;
• recitação dos poemas (aspectos de entonação, compromisso e responsabilidade com a
proposta);
• interpretação dos poemas de Patativa dos Assaré;
• produção de paráfrases sobre os poemas;
• leitura dos textos produzidos.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 03
ATIVIDADE 01:
Para iniciar a discussão sobre Literatura de Cordel o professor deve instigar os alunos com a
exibição do filme “A árvore do dinheiro” (presente no dvd disponibilizado junto a esse Caderno
Pedagógico):
Agora que os alunos já despertaram o interesse pela Literatura de Cordel é possível discutir com os
alunos os seguintes pontos: o perfil do personagem principal, exemplos na sociedade, valores
expressados na mensagem. A linguagem: verbal e não verbal, o suporte (animação) em relação a
técnica (xilogravura).
ATIVIDADE 02:
Agora chegou a hora dos alunos produzirem uma pesquisa sobre Literatura de Cordel, Xilogravura
e suas curiosidades. Para isso o professor deve dividir a turma em 6 pequenos grupos e propor a
escolha dos seguintes temas:
• Literatura de Cordel
• Xilogravura
• A cultura do Cordel Hoje
• Curiosidades sobre o Cordel
• Artistas que utilizam a técnica da Xilogravura no Brasil hoje
Como referência os alunos podem acessar os sites indicados. É interessante que o professor divida a
aula em dois momentos: o primeiro para pesquisa e reunião das informações e o segundo para
apresentação do resultado.
Na apresentação os alunos deverão elaborar um texto sobre o tema pesquisado, focando sua opinião,
dificuldades durante a pesquisa, conhecimentos prévios sobre o tema, a importância da pesquisa
sobre o tema proposto.
Para complementar a apresentação os alunos podem utilizar os recursos: apresentações de slides,
desenhos e fotos.
Para fechar a discussão o professor deve comentar os pontos positivos e negativos de cada
apresentação e o que deve ser complementado sobre cada tema, para publicação de um jornal.
ATIVIDADE 03:
Agora que já foi despertado nos alunos o interesse pela Xilogravura é hora do professor demonstrar
para os alunos a técnica e iniciar a experimentação com a turma. Enquanto os alunos vão
experimentando a nova técnica o professor deve direcionar a produção em relação aos temas
pesquisados na Atividade 2
O professor deve reservar um tempo da aula para fazer uma discussão sobre o resultado dos
trabalhos: as descobertas dos alunos em relação as formas, figura e fundo, uso da luz e sombra,
texturas da matriz, impressão e papel; qualidades na impressão, pertinência da imagem em relação
ao tema apresentado.
ATIVIDADE 04:
Nesse momento, o professor e a turma devem resgatar a pesquisa complementada realizada na aula
02 e selecionar alguns trabalhos impressos na aula 03 e produzir um jornal sobre Literatura de
Cordel e Xilogravura.
Esta atividade requer a participação da turma inteira, como forma de integração dos alunos
sugerimos a divisão da turma em 4 equipes:
1. Grupo 1 – Edição do conteúdo pesquisado – para formar esse grupo selecione um ou dois
alunos que formaram o grupo inicial de pesquisa na aula 02.
2. Grupo 2 – Ilustração do Jornal – para formar esse grupo selecione um ou dois alunos de
cada grupo dos seguintes temas: Xilogravura, Artistas que Trabalham com Xilo no Brasil
hoje.
3. Grupo 3 – Produção de Histórias – para formar esse grupo selecione um ou mais alunos de
cada grupo do seguintes temas: Literatura de Cordel, Curiosidades sobre o Cordel, A Cultura
de Cordel Hoje.
4. Grupo 4 – Diagramação – este será o menor grupo pois será responsável para organizar as
informações produzidas pelo Grupo 1, 2 e 3.
Sugerimos também para edição do material os softwares livres:
• o Inkscape para trabalhar imagens vetoriais: http://www.inkscape.org/
• o Scribus para diagramação: http://baixaki.ig.com.br/download/Scribus.htm .
• o Ambos estão disponíveis para as plataformas Windows e Linux.
Após a produção do material é hora da publicação, distribua cópias impressas ou envie para lista de
e-mails da escola o jornal no formato pdf. E verifique com os alunos e a Comunidade Escolar em
geral a opinião/reação deles sobre o material.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=571
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 04
LITERATURA DE CORDEL
Uma boa atividade inicial é dar um texto de cordel sem as gravuras e pedir aos alunos que criem
uma ilustração que represente a idéia principal do texto. Segue na página seguinte um texto extraído
do site da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.
Vale a pena destacar que no texto do cordel, como os alunos poderam observar, aparecem erros de
português. Isso se dá pelo uso da linguagem coloquial ou cotidiana e/ou em função da métrica -
número de sílabas em cada verso. Isso pode ser comentado com os alunos.
Sugiro que o professor trabalhe de forma interdisciplinar com o Português, pois isso enriquece
muito a produção, fazendo com que os alunos conheçam não só a manifestação escrita e oral como
também visual. A sugestão descrita nesta aula se refere ao desdobramento nas Artes Visuais. O
tema pode ser definido de acordo com situações atuais, acontecimentos ocorridos na escola. Eles
podem ser divididos em grupos de 4 ou 5 pessoas e enquanto criam nas aulas de português as rimas,
desenvolvem nas aulas de artes os desenhos para capa e miolo do cordel seguindo as orientações
abaixo:
Divididos nos grupos, decidem quem vai ficar responsável pela criação da capa e do miolo do
cordel. Cada aluno deve criar um desenho que se transformará em gravura. O desenho deve atender
ao tema desenvolvido no cordel. Os alunos devem encaminhar de forma que a criação sintetize a
idéia de partes do texto gerando um vínculo entre os dois.
O processo de inverter (espelhar) a imagem continua e é de extrema importância no cordel, já que
alguns alunos optam por criar desenhos que contenham palavras e frases referentes ao texto. Se não
houver a inversão as letras saem espelhadas na gravura o que não gera um bom resultado final. Com
o desenho invertido e transferido para a placa, no caso do isopor deve ser feito o rebaixamento das
áreas acompanhado pelo professor. Se o trabalho for feito no papelão, basta o aluno recortar as
áreas e colar na placa base.
No momento da impressão sugiro que o professor tente oferecer papel colorido de preferência
reciclado para dar um acabamento bem próximo dos cordéis já vistos. O tamanho pode ser o A5 que
gera um trabalho pequeno e fácil de ser manipulado. Cada aluno pode fazer cerca de 6 impressões e
posteriormente escolher a melhor para o cordel.
A montagem do trabalho deve ser feita mesclando as gravuras e as rimas impressas no mesmo papel
e respeitando o mesmo tamanho já determinado pelas impressões. Sugiro que seja grampeado, o que
dá firmeza aos livrinhos.
Os trabalhos podem ser expostos em barbantes para a manipulação do público, tomando somente o
cuidado para mantê-los amarrados para que não sumam, já que se trata de cópias únicas.
Avaliação:
Além da avaliação dos trabalhos realizados e de todo o processo de criação que envolveu a
participação de duas ou mais disciplinas, os alunos podem organizar pequenas apresentações das
rimas (pode-se, ainda, usar instrumentos musicais para criar o clima original como os repentistas
apresentam os textos dos cordéis).
Após as apresentações podem ser feitas avaliações comparativas entre o resultado do folheto criado
por eles a apresentação feita oralmente para a turma.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=9421
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 05
Etapa um:
Forme equipes de quatro a cinco alunos e distribua a cada uma delas uma cartolina onde terão que
desenhar ou escrever o que sabem a respeito do tema Aquecimento global. Estipular um tempo
para que realizem o levantamento do conhecimento prévio. É preciso definir o que os estudantes já
sabem e o que precisam saber. Em seguida abrir as descobertas dentro do grupo classe. Esse
momento de discussão permite que os alunos partilhem seus conhecimentos entre si e com o
professor, gerando mudanças de atitude em relação ao tema.
Etapa dois:
Após a sondagem inicial, propor aos alunos a leitura do texto “ O planeta tem pressa”, publicado em
Veja. (ver boxe na página seguinte)
Etapa três:
Após a leitura e discussão do texto, dividir a turma em grupos e solicitar que em fontes de pesquisa
(sites, revistas, livros, reportagens...) cada grupo possa aprofundar e se atualizar frente aos
problemas ambientais. Propor que os estudantes coletem, selecionem e organizem os dados obtidos
na pesquisa. É interessante também que os alunos tragam recortes de gravuras que mostrem
impactos ambientais causados pela ação humana.
Leitura da reportagem O planeta tem pressa, Revista Veja, maio de 2008.
Até mesmo os mais incrédulos já concordam: a temperatura da Terra está subindo e a maior
parte do problema é provocada por ações do homem, como a queima de combustíveis fósseis.
Ainda persistem divergências acerca do tamanho do impacto sobre a vida humana. O conjunto
demonstra que é preciso agir agora.
O acúmulo de gases começou com o advento da Revolução Industrial, no século XVIII. O
aquecimento é diretamente proporcional à atividade industrial. Portanto, quanto mais intensa ela
for, mais dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso (N2O) serão lançados na atmosfera.
Os problemas começaram a se manifestar agora porque esses gases tendem a se acumular.
A mais grave conseqüência para o Brasil seria a mudança de vegetação em metade da
Amazônia,que se tornaria uma espécie de savana ou cerrado, já a partir de 2050. Isso porque a
temperaturana região subiria pelo menos 3 graus. Com a temperatura média do país, que hoje é de
25 graus,passando aos 29 graus, milhares de famílias teriam de deixar o sertão nordestino em
busca de regiões de clima mais ameno. O nível do mar também subiria nas cidades litorâneas,
como Recife e Rio de Janeiro.
As chuvas seriam muito mais intensas, e isso afetaria todas as regiões. Espera-se que haja um
maior número de noites quentes e ondas de calor, mas também invernos mais rigorosos. A
temperatura variaria em extremos. Se for mantido o atual ritmo de emissões – e levando-se em
conta as projeções de crescimento econômico, populacional etc. –, haverá elevação do nível do
mar, redução de florestas, enchentes nas regiões mais úmidas, secas mais severas nas regiões de
clima árido e semi-árido.
ATIVIDADE 02:
1- Socializar as pesquisas e as gravuras trazidas pelas estudantes. Após esse momento, dividir a
turma em duplas e propor uma produção de texto baseado nas pesquisas, discussões e leitura da
reportagem O planeta tem pressa.
3- Propor a leitura do texto elaborado para a turma (solicitar que 5 duplas façam a apresentação).
4- Elaborar um texto coletivo sobre o tema a partir das produções das duplas. Confeccionar um
cartaz com o texto coletivo e ilustrações dos estudantes para montagem do mural da escola.
ATIVIDADE 03:
3- Discussão sobre o tema “Aquecimento global” a partir do que foi lido no cordel estudado.
ATIVIDADE 04:
2- Essa atividade pode ser integrada à disciplina de Arte, já que um dos objetivos pode ser a
produção da capa do poema de cordel elaborado pelos estudantes na técnica de xilogravura.
4- Selecionar, com os alunos, um poema de Cordel elaborado pela turma e transformá-lo em rap.
Fonte: http://www.rnsites.com.br/cordeis-aquecimento.htm
A terra está esquentando e a culpa é do homem Walter Medeiros
1 – Leia este poema " A morte de Nanã" (ver boxe nas páginas seguintes) de Antônio Gonçalves da
Silva, mais conhecido como Patativa de Assaré:
2 – Patativa de Assaré (1909-2002) foi um importante poeta brasileiro, que se destacou na literatura
de cordel. Pelas características de sua linguagem, é possível supor que ele seja:
3 – O poema A morte de Nanã foge às normas da língua escrita e procura retratar o modo de falar
do poeta
a) Identifique palavras que tenham sido escritas de modo diferente daquele registrado no dicionário.
b) O poeta emprega no texto a palavra “cajuêro”, muito usada em certa região do país. Qual é essa
região?
Antes de fazer a correção do exercício com os alunos, pergunte se eles sabem o que é a literatura de
cordel. Exponha à turma que esse será o assunto das próximas aulas e apresente o vídeo em que
Patativa do Assaré declama o texto estudado (ver no dvd disponibilizado o vídeo “A morte de
Nanã”).
A Morte de Nanã de Patativa do Assaré
Eu vou contá uma histora Era gorda, bem gordinha Quando ela via o angu,
Que eu não sei como comece, Minha querida Nanã, Todo dia demenhã,
Pruquê meu coração chora, Tão gorda que reluzia. Ou mesmo o rôxo beju
A dô no meu peito cresce, O seu corpo parecia De goma de mucanã,
Omenta o meu sofrimento Uma banana-maçã. Sem a comida querê,
E fico uvindo o lamento Oiava pro dicumê,
De minha arma dilurida, Todo dia, todo dia, Depois oiava pra mim
Pois é bem triste a sentença Quando eu vortava da roça, E o meu coração doía,
De quem perdeu na isistença Na mais compreta alegria, Quando Nanã me dizia:
O que mais amou na vida. Dento da minha paioça Papai, ô comida ruim!
Minha Nanã eu achava.
Já tou velho, acabrunhado, Por isso, eu não invejava Se passava o dia intêro
Mas inriba dêste chão, Riqueza nem posição E a coitada não comia,
Fui o mais afortunado Dos grandes dêste país, Não brincava no terrêro
De todos fios de Adão. Pois eu era o mais feliz Nem cantava de alegria,
Dentro da minha pobreza, De todos fio de Adão. Pois a farta de alimento
Eu tinha grande riqueza: Acaba o contentamento,
Era uma querida fia, Mas, neste mundo de Cristo, Tudo destrói e consome.
Porém morreu muito nova. Pobre não pode gozá. Não saía da tipóia
Foi sacudida na cova Eu, quando me lembro disto, A minha adorada jóia,
Com seis ano e doze dia. Dá vontade de chorá. Infraquecida de fome.
Quando há sêca no sertão,
Morreu na sua inocença Ao pobre farta feijão, Daqueles óio tão lindo
Aquêle anjo incantadô, Farinha, mio e arrôis. Eu via a luz se apagando
Que foi na sua isistença, Foi isso que aconteceu: E tudo diminuindo.
A cura da minha dô A minha fia morreu, Quando eu tava reparando
E a vida do meu vivê. Na sêca de trinta e dois. Os oínho da criança,
Eu bejava, com prazê, Vinha na minha lembrança
Todo dia, demenhã, Vendo que não tinha inverno, Um candiêro vazio
Sua face pura e bela. O meu patrão, um tirano, Com uma tochinha acesa
Era Ana o nome dela, Sem temê Deus nem o inferno, Representando a tristeza
Mas, eu chamava Nanã. Me deixou no desengano, Bem na ponta do pavio.
Sem nada mais me arranjá.
Nanã tinha mais primô Teve que se alimentá E, numa noite de agosto,
De que as mais bonita jóia, Minha querida Nanã, Noite escura e sem luá,
Mais linda do que as fulô No mais penoso matrato, Eu vi crescê meu desgôsto,
De un tá de Jardim de Tróia Comendo caça do mato Eu vi crescê meu pená.
Que fala o dotô Conrado. E goma de mucunã. Naquela noite, a criança
Seu cabelo cachiado, Se achava sem esperança
Prêto da cô de viludo. E com as braba comida, E quando vêi o rompê
Nanã era meu tesôro, Aquela pobre inocente Da linha e risonha orora,
Meu diamante, meu ôro, Foi mudando a sua vida, Fartava bem pôcas hora
Meu anjo, meu céu, meu tudo, Foi ficando deferente. Pra minha Nanã morrê.
Não sirria nem brincava,
Pelo terrêro corria, Bem pôco se alimentava Por ali ninguém chegou,
Sempre sirrindo e cantando, E inquanto a sua gordura Ninguém reparou nem viu
Era lutrida e sadia, No corpo diminuía, Aquela cena de horrô
Pois, mesmo se alimentando No meu coração crescia Que o rico nunca assistiu,
Com feijão, mio e farinha, A minha grande tortura. Só eu a minha muié,
Que ainda cheia de fé Na sua pequena bôca Pra dizê como é que fico.
Rezava pro Pai Eterno, Eu via os laibo tremendo Pensando naquele adeus
Dando suspiro maguado E, naquela afrição lôca, E a curpa não é de Deus,
Com o rosto seu moiado Ela também conhecendo A curpa é dos home rico.
Das água do amó materno. Que a vida tava no fim,
Foi regalando pra mim Morreu no maió matrato
E, enquanto nós assistia Os tristes oínho seu, Meu amô lindo e mimoso.
A morte da pequenina, Fêz um esfôrço ai, ai, ai, Meu patrão, aquele ingrato,
Na menhã daquele dia, E disse: "Abença, papai!" Foi o maior criminoso
Veio um bando de campina, Fechó os óio e morreu. Foi o maió assassino.
De canaro e sabiá O meu anjo pequenino
E começaro a cantá Enquanto finalizava Foi sacudido no fundo
Um hino santificado, Seu momento derradêro, Do mais pobre cimitero
Na copa de um cajuêro Lá fora os passo cantava, E eu hoje me considero
Que havia bem no terrêro Na copa do cajuêro. O mais pobre dêste mundo.
Do meu rancho esburacado. Em vez de gemido e choro,
As ave cantava em coro. Soluçando, pensativo,
Aqueles passo cantava, Era o bendito prefeito Sem consôlo e sem assunto,
Em lovô da despedida, Da morte do meu anjinho. Eu sinto que inda tou vivo,
Vendo que Nanã dexava Nunca mais os passarinho Mas meu jeito é de defunto.
As misera desta vida. Cantaro daquele jeito. Invorvido na tristeza,
Pois não havia ricurso, No meu rancho de pobreza,
Já tava fugindo os purso. Nanã foi, naquele dia, Tôda vez que eu vou rezá,
Naquele estado misquinho, A Jesus mostrá seu riso Com meus juêio no chão,
Ia apressando o cansaço, E omentá mais a quantia Peço em minhas oração:
Seguido pelo compasso Dos anjo do Paraíso. Nanã, venha me buscá!
Da musga dos passarinho. Na minha maginação,
Caço e não acho expressão
ATIVIDADE 02:
Nesta segunda aula, o professor falará sobre o que é literatura de cordel. Ele poderá levar um texto
para os alunos expondo sobre o assunto. É interessante que o professor leve alguns exemplares de
cordel, para que os alunos conheçam e tenham contato com esse material.
Como sugestão segue o seguinte texto:
Literatura de Cordel
A poesia popular, enquanto literatura oral já existe há mais de 3.500 anos. No Brasil o cordel
chegou, trazido de Portugal, onde era vendido como "folhas soltas", mas foi com um poeta nascido
em Pombal, que ele ganhou celebridade. Foi Leandro Gomes de Barros quem primeiro passou a
editar e comercializar, no final do século XIX, o folheto na forma tal como temos atualmente, por
isso ele é considerado o patriarca dessa expressão popular e a Paraíba é tida como o berço da
literatura de cordel.
O cordel que era vendido nas barracas das feiras livres pendurado em cordões e recitado ou
cantado pelos poetas violeiros para atrair os compradores, hoje sofre dos males do esquecimento e
do abandono, explicado pelo advento da era tecnológica e assimilação desenfreada da cultura
estrangeira. Ele já foi, no interior do Nordeste, o jornal, a música, o lazer de um povo que se reunia
nos salões ou terreiros das casas para fantasiar histórias lidas por aqueles que dominavam os
códigos da leitura e servia também para alfabetizar tantos outros que às vezes sabia de cor folhetos
famosos. O hábito de ler cotidianamente o cordel fez surgir no Nordeste poetas de expressão como
Patativa do Assaré e revelar ao mundo uma música inigualável de Luiz Gonzaga, valores que
sintetizam a grandiosidade da nossa arte popular.
Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a
presença do público. Ainda hoje são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.
De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem
grande sucesso em estados
O professor poderá ler alguns poemas de literatura de cordel (ver textos contidos no anexo desse
Caderno Pedagógico) e, oralmente, após a leitura, pedir para os alunos identificarem os temas
presentes nesses poemas.
ATIVIDADE 03:
O professor fará a leitura de alguns poemas de literatura de cordel para análise das características do
gênero. Em seguida, esquematizará no quadro de giz as principais características da literatura de
cordel, juntamente com os alunos.
Como lição de casa, o professor pedirá aos alunos que pesquisem sobre o significado e o histórico
da Literatura de Cordel, com o intuito de que eles possam ampliar o conhecimento sobre esse
gênero. Os alunos podem ler e anotar as informações mais importantes no caderno, tais como:
1- O que significa Literatura de Cordel?
2- Onde e como surgiu?
3- Quais as suas principais características?
4-Quem são os principais autores?
ATIVIDADE 04:
O professor iniciará um trabalho em grupo de 3 a 5 pessoas na classe. Cada grupo elaborará um
texto no formato da literatura de cordel. Logo após, os grupos deverão escolher uma temática para
desenvolver. O professor poderá sugerir alguns temas:
• Reciclagem
• A importância da água
• O meio ambiente
• A importância da educação
• Nossa escola
• A dengue
Cada grupo ficará encarregado do material utilizado na confecção do trabalho. É importante
ressaltar que a ilustração do cordel será feita pelos próprios alunos, de acordo com a temática de
cada grupo.
Avaliação:
A avaliação deverá ocorrer durante a confecção e a apresentação dos cordéis produzidos pelos
alunos. Na confecção, o professor estará atento ao nível de criatividade dos alunos. Já durante as
apresentações dos cordéis, o professor deve valorizar os aspectos positivos do grupo. As
observações deverão ser anotadas pelo professor durante o sarau e serão comentadas somente com a
classe, após todos os grupos apresentarem. Tanto os avaliadores como os avaliados devem ter
clareza do objetivo das observações feitas, ou seja, de contribuir para a melhoria das futuras
apresentações. O professor deve verificar se os cordéis evidenciaram conhecimentos do tema como
um todo, de acordo com o que foi trabalhado em sala de aula.
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8146
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 07
ATIVIDADE 03
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=10182
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 08
ATIVIDADE 01:
Professor, ao iniciar a aula é necessário esclarecer aos alunos que os objetivos das atividades são
baseados no estudo básico de métrica, ritmo e rima (adquiridos ou não até o momento) e que este
estudo será feito a partir do Repente, gênero musical e poético de uso muito comum no nordeste
brasileiro.
Para esse início, pretende-se averiguar o conhecimento que os alunos têm desses temas, tanto dos
recursos rítmicos quanto do próprio Repente.
Inicie um debate e instigue os a expor o que entendem sobre os pontos-chave da aula,
provavelmente alguns já ouviram repentistas na tv ou nas ruas e saberão informar algumas
características do gênero. A rima pode surgir como sendo um elemento sonoro do conhecimento
deles, sem maiores dificuldades de conceituação, mas é bom informá-los que ela é apenas mais um
recurso em que se apóia o ritmo, e que a métrica, sobretudo para o gênero Repente, é também
importantíssima. Abaixo alguns conceitos básicos sobre métrica, ritmo e rima:
MÉTRICA: refere-se à estrutura rítmica e à técnica de composição dos versos. Um verso consiste
num conjunto de palavras, as quais comportam um número específico de acentos tônicos a partir de
um número determinado de sílabas métricas. As palavras que formam um verso – elemento
fundamental da poesia – cumprem um determinado critério rítmico. Esse ritmo é fortemente
influenciado pelo tipo de métrica usado.
RITMO: refere-se à sucessão de sílabas fortes e fracas, com intervalos regulares, ou não muito
espaçados. O ritmo acentua a musicalidade e é fonte de prazer para a poesia.
RIMA: identidade ou semelhança de sons em lugares determinados dos versos.
Veja como exemplo a sextilha de Fenelon Dantas, que será apreciada em outra aula.
"Sou/ po/e/ta/ can/ta/dor
1 2 3 4 5 6 7
des/de o/ tem/po/ de/ me/ni/no - rima (ino)
sa/í/ de/ lá/ pra/ São/ Pau/lo
pra/ cum/prir/ com/ meu/ des/ti/no - rima (ino)
o/ Bra/sil/ co/nhe/ce em/ pe/so
o/ can/ta/dor/ nor/des/ti/no". - rima (ino)
Os versos são heptassílabos (sete sílabas) ou redondilhas maiores, como também são chamados. A
contagem é demonstrada no primeiro verso.
O ritmo é marcado pelas tônicas na 3ª e na 7ª sílabas. Há uma variação no terceiro verso marcada
pelas tônicas na 2ª e na 4ª sílabas, e no sexto verso onde o ritmo é marcado na 4ª e na 7ª sílabas.
Professor, explicar a ocorrência das sílabas tônicas na última e penúltima sílabas, pode haver dúvida
quanto à contagem, as sílabas métricas são contadas até a última tônica de cada verso. Além disso,
há as elisões (junção de vogais) entre as sílabas, marcadas pelo sublinhado.
Para contextualizar um pouco o Repente, sua origem e sua popularidade na cultura nordestina, e
complementar o que os alunos já disseram, a sugestão é pensar em algumas de suas características
mais marcantes:
ORIGEM: herdeiro da tradição medieval ibérica dos trovadores, que deu origem aos cantadores –
poetas populares, que viajam com a viola nas costas para cantar os seus versos. Eles podem
aparecer em diversos gêneros pelo Brasil: Trova gaúcha; Calango (Minas Gerais); Cururu (São
Paulo); Samba de roda (Rio de Janeiro); e Repente nordestino.
IMPROVISO: o Repente se diferencia dos outros pelo improviso – os cantadores fazem os versos
"de repente", em um desafio com outro cantador.
Muitas vezes sem muito conhecimento musical e desafinados, o que vale para os repentistas é o
ritmo e a agilidade mental que permitem, no caso do desafio, vencer o oponente apenas pela força
do discurso.
O instrumental desses improvisos cantados é variado: o gênero pode ser subdividido em embolada
(na qual o cantador toca pandeiro ou ganzá), aboio (apenas com a voz) e cantoria de viola.
MÉTRICA E VERSIFICAÇÃO: variada: temos a sextilha (estrofes de seis versos), a septilha (de
sete versos), a décima (de dez versos) e variações da métrica como o martelo agalopado (décima
composta por versos decassílabos com as tônicas na 3ª, 6ª e 10ª sílabas), o martelo alagoano
(semelhante ao agalopado, porém com um estribilho no final da estrofe que o denomina) , o galope
à beira-mar (décima com versos de onze sílabas, com estribilho cuja palavra final é mar), e tantas
outras.
2ª aula
Atividade:
Na segunda aula, peça aos alunos que pesquisem mais sobre o Repente, utilizando a sala de
informática como recurso. Uma sugestão é que eles procurem em algum site de buscas por uma lei
sancionada recentemente e que regulamenta a profissão dos cantadores. Nela, há alguns pontos
importantes para se entender melhor o perfil do repentista.
Abaixo a Lei 12.198, de 14 de janeiro de 2010, que reconhece a profissão dos repentistas em todo o
Brasil e que fez valer as mesmas regras e direitos dos músicos profissionais aos cantadores e
violeiros improvisadores; emboladores e cantadores de Coco; poetas repentistas; escritores da
literatura de cordel e contadores e declamadores de causos da cultura popular. É interessante
observar com os alunos a definição de Repentista (Art. 2º), e que a profissão agora reconhecida
engloba outras categorias do gênero (Art. 3º) como contadores de causos, e até mesmo aqueles que
produzem a literatura escrita, como o cordel.
“Art. 1º - Fica reconhecida a atividade de Repentista como profissão artística.
Art. 2º - Repentista é o profissional que utiliza o improviso rimado como meio de expressão
artística cantada, falada ou escrita, compondo de imediato ou recolhendo composições de origem
anônima ou da tradição popular.
Art. 3º - Consideram-se repentistas, além de outros que as entidades de classe possam reconhecer,
os seguintes profissionais: I – cantadores e violeiros improvisadores; II – os emboladores e
cantadores de Coco; III – poetas repentistas e os contadores e declamadores de causos da cultura
popular; IV – escritores da literatura de cordel.
Art. 4º - Aos repentistas são aplicadas, conforme as especificidades da atividade, as disposições
previstas nos arts. 41 a 48 da Lei no 3.857, de 22 de dezembro de 1960, que dispõem sobre a
duração do trabalho dos músicos.
Art. 5º - A profissão de Repentista passa a integrar o quadro de atividades a que se refere o art. 577
da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio
de 1943.
Art. 6º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 14 de janeiro de 2010; 189º da Independência e 122º da República.”
Fonte: http://andredepaula.wordpress.com/2010/01/20/sancionada-lei-dos-repentistas/
Além da Lei 12198, indique aos alunos a entrevista feita por Miguel de Almeida com o repentista
Ivanildo Vilanova intitulada "O nordeste dos violeiros repentistas", publicada na Folha de S. Paulo,
domingo, 30 de maio de 1982.
É interessante observar o ponto de vista de Vilanova sobre a influência externa na cultura popular e
no repente, considerada por ele negativa, pois tende muitas vezes a apresentar essa cultura como
exótica fora do nordeste e com intenção exclusivamente comercial. Disponível em:
http://almanaque.folha.uol.com.br/musicapop1.htm
Após a leitura da lei e da entrevista peça aos alunos que avaliem os argumentos do cantador e
discutam sobre a denúncia de exploração comercial da cultura do Repente.
3ª aula
Como material didático para as próximas aulas, a sugestão é a utilização da série de vídeos
produzidos pela TV Escola sobre o gênero, intitulada "Poetas do Repente".
Os 19 vídeos (aproxim. 6 min. cada), que serão citados nas próximas atividades, estão disponíveis
em: http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/handle/mec/752
A série trata da música nordestina e dos repentistas e discorre sobre as origens do gênero poético,
que provém de uma literatura oral, portanto, não escrita. Descreve a influência africana no
repentismo brasileiro do nordeste, principalmente Pernambuco e Paraíba. Além de fazer a
comparação do repentismo com o rap e o hip hop, e sugere algumas aplicações pedagógicas.
Atividade:
Para a 3ª e 4ª aulas é necessário utilizar a sala de informática para que os alunos assistam aos vídeos
propostos ou o professor pode gravá-los e apresentá-los em sala de aula em dvd.
Peça aos alunos que pesquisem os vídeos no link citado acima (objetos educacionais).
O primeiro vídeo sugerido é o vídeo nº 3, no qual há um exemplo de cantoria com os repentistas
Edmilson Pereira e Antônio Lisboa. Aqui transcrevemos as quatro sextilhas cantadas por eles, com
a métrica marcada na primeira estrofe de versos em redondilhas maiores:
"Nem/ tu/do é/ o/ que/ pa/re/ce,
a/ gen/te/ po/de/ pro/var
às/ ve/zes/ um/ lu/gar/ ver/de
tem/ po/lu/i/ção/ no/ ar
e o/ mar/ pa/re/ce o/ce/a/no
mas/ nun/ca/ pas/sa/ de/ mar".
Professor: após a exibição do vídeo peça aos alunos que transcrevam os versos acima e que façam a
contagem das sílabas métricas, e marcação das rimas (sempre na 2ª, 4ª e 6ª sílabas).
Além disso, inicie um debate a fim de que os alunos avaliem a riqueza temática presente nas
sextilhas: poluição do ar, mar, saúde, comparações entre ONG e escola, sapato e chinelo, e entre
rima e repente, cantador de embolada e cantador de viola.
Atividade:
O próximo vídeo sugerido é o nº 5, onde há um embate entre Lourival Batista e Pinto do Monteiro.
O exemplo a ser observado é a resposta do segundo ao primeiro, que é feita em martelo agalopado,
transcrita abaixo:
Professor, após o segundo exemplo, pedir aos alunos que transcrevam a décima de Pinto do
Monteiro para que percebam a ocorrência do martelo agalopado (tônicas na 3ª, 6ª e 10ª sílabas) -
ocorre uma descontinuidade no 3º verso, porém é previsível já que o repente é feito "de repente" -
de improviso. As rimas marcadas na ordem (ABBAACCDDC).
Aqui o repente ocorre em embate, desafio entre dois cantadores.
Instigue-os à análise do tema da resposta de Pinto do Monteiro, que é criticado, e responde a
Lourival Batista com imagens de um apocalipse que ocorre quando o cantador principia em seu
"galope" (referência metalinguística do tipo de verso usado). Além disso, peça-os para que
procurem no texto marcas da linguagem figurada (metáforas) e da linguagem satírica dirigida ao
outro no embate.
4ª aula
Atividade:
Na última aula, indicar aos alunos o acesso aos vídeos nº 7 e nº 13 da série da TV Escola citada
acima.
No vídeo nº 7, há 4 sextilhas de Ivanildo Vilanova, transcritas abaixo, em que o cantador tematiza a
própria maneira de cantar.
"Pois/ a/ pa/la/vra/ da/ gen/te
a/lém/ de/ me/tri/fi/ca/da
u/sa/ a/ o/ra/li/da/de
mu/si/ca/da e/ ri/t/ma/da
no/ ser/tão/ ou/ ca/pi/tal
sem/pre é/ mui/to a/pre/ci/a/da".
Como já visto, as sextilhas são rimadas nos versos pares (2º, 4º, 6º) e compostas em redondilhas
maiores. A décima, também em redondilhas, tem o esquema de rimas (ABBAACCDDC). Porém, o
que mais interessa nos exemplos de Vilanova e dos Irmãos Nonato é o tema das sextilhas.
Peça aos alunos para que transcrevam os textos.
No primeiro deles, sugerir aos alunos que recolham as características da cantoria expostas por
Ivanildo. Pedir para que discutam em grupo e depois apresentem ao restante da turma, como são
tratados no texto determinados aspectos:
Como é a palavra/ linguagem do cantador?
Como o cantador leva a informação ao povo?
E o que ele costuma informar?
Avaliação
Professor, para a avaliação a sugestão é dividir a turma em grupos e pedir para que cada grupo
escolha um dos vídeos da série da TV Escola.
Após assistirem, peça-os que transcrevam um dos repentes cantados e demonstrem para a turma
qual é a estrutura rítmica do texto e apresentem suas características: rima, métrica e acentos tônicos;
além do estudo do tema para perceberem o quanto o repente trabalha tanto os temas mais
tradicionais e rurais, quanto os temas urbanos e os assuntos atuais como as novidades da
tecnologia.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 09
ATIVIDADE:
MÙSICA A TRISTE PARTIDA (PATATIVA DO ASSARÉ)
*Atividade coletiva:
A) Leitura feita pela professora da história de vida do poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido
por “Patativa do Assaré”.
B) Conversa com os alunos sobre o poeta e a importância de suas obras para o povo brasileiro.
C) A partir dessa atividade, os alunos farão um estudo sobre uma das obras deste poeta: “A triste
partida” que mostra o descontentamento do sertanejo com os estados do nordeste e que vem à
procura de São Paulo para se sustentar. Os alunos irão assistir ao vídeo, no Data Show, a música “A
triste partida”. (Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga)
D) Depois de assistirem ao vídeo, a professora irá questionar os alunos sobre o que entenderam
dessa música e o que sentiram ao assisti-la.
*Atividade em grupos: Os alunos irão pesquisar em revistas e jornais algumas figuras que retratam
a realidade do sertanejo de acordo com a música que assistiram e montar um mural. O mural será
exposto na classe.
*Atividade individual
A) Observando o mural, escreva algumas palavras e/ou frases relacionadas ao que acabamos de
estudar.
B) Leia o trecho da música “A triste partida” e responda as seguintes questões:
a) A palavra “tamo” é um modo de falar. Como escrevemos essa palavra corretamente na Língua
Portuguesa?
b) O que você entendeu ao ler e ouvir o trecho: “Assim fala o pobre do seco Nordeste, com medo da
peste, da fome feroz.”
SEQUÊNCIA DIDÁTICA 10
Atividades
na marginalidade.
tos de venda.
Emigração e as conseqüências
Patativa do Assaré
As temerosas tormentas
.......................................
Um lápis e o caderno.
Para saber
mais
do poema?
entendeu deles.
tristeza e os problemas da
acontecimento.
Conte para seus alunos que Patativa do Assaré, para compor esses
Aprovada a relação
me do poeta: Patativa
Os poetas populares usam esse recurso
como feiras.
Agora, sugira que cada aluno crie um acróstico com o próprio nome,
usando suas características, jeito de ser, gostos etc., para compor os versos.
Eu sou
Às vezes
Sonho com
Dados da Aula
E o pobre do índio
Sem saber se defender
Teve o corpo queimado
E acabou por morrer
Mas uma pessoa viu
Delatou o ato vil
Pra polícia resolver
O auditório lotou
No dia do julgamento
Trouxe muita revolta
O acontecimento
E os índios choraram
Por Galdino clamaram
Houve muito lamento
E os sete jurados
Tomaram a decisão
Os rapazes teriam
14 anos de prisão
Por homicídio doloso
O ato foi maldoso
Mereciam a reclusão
E os tais acusados
Choraram ao ouvir
A sentença prescrita
Que irão enfim cumprir
Os pais revoltados
Os índios animados
Com justiça a servir
Segundo os jurados
Foi muita crueldade
Não deram à vítima
Nem a possibilidade
De poder se defender
Pois queriam entreter
Às custas da maldade
No entanto os outros
Em 2001 renovaram
Na época não podiam
Saída não liberaram
Para esses condenados
Então privilegiados
Assassinos adularam
E no final da contas
Estavam a dirigir
Pelas ruas da cidade
A namorar e curtir
Não seguindo a missão
Trabalho, escola, prisão
Como deviam cumprir
Homicídio doloso
É crime hediondo
Quer queira quer não
Mesmo a defesa opondo
Devem manter posição
Pois se houver armação
A mídia acaba expondo
Se não há igualdade
Geram essas divisões
Do pobre com o rico
Causando distinções
Que não podem ser reais
Pois somos todos iguais
Não importa os tostões
Na nossa sociedade
O que vale é o poder
E a banalização
Cada dia a crescer
É muita violência
Vista com complacência
Os valores a perder
Isabel de Assis Fonseca
http://www.beleleo.com.br/cordeis.asp
Biografia (ver aula: “Cante Lá que Eu Canto Cá: história e vida de Patativa do Assaré”)
Patativa do AssaréAntônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré (Assaré,
C eará, 5 de março de 1909 — 8 de julho de 2002) foi um poeta popular, compositor, cantor e
improvisador brasileiro.
Biografia
Uma das principais figuras da música nordestina do século XX. Segundo filho de uma família pobre
que vivia da agricultura de subsistência, cedo ficou cego de um olho por causa de uma doença. Com
a morte de seu pai, quando tinha nove anos de idade, passa a ajudar sua família no cultivo das
terras. Aos doze anos, freqüenta a escola local, em que é alfabetizado, por apenas alguns meses. A
partir dessa época, começa a fazer repentes e a se apresentar em festas e ocasiões importantes. Por
volta dos vinte anos recebe o pseudônimo de Patativa, por ser sua poesia comparável à beleza do
canto dessa ave. Sendo muito amigo da familia Diniz.
Indo constantemente à Feira do Crato onde participava do programa da rádio Araripe, declamando
seus poemas. Numa destas ocasiões é ouvido por José Arraes de Alencar que, convencido de seu
potencial, lhe dá o apoio e o incentivo para a publicação de seu primeiro livro, Inspiração
Nordestina, de 1956.
Este livro teria uma segunda edição com acréscimos em 1967, passando a se chamar Cantos do
Patativa. Em 1970 é lançada nova coletânea de poemas, Patativa do Assaré: novos poemas
comentados, e em 1978 foi lançado Cante lá que eu canto cá. Os outros dois livros, Ispinho e Fulô e
Aqui tem coisa, foram lançados respectivamente nos anos de 1988 e 1994. Foi casado com Belinha,
com quem teve nove filhos. Faleceu na mesma cidade onde nasceu.
Obteve popularidade a nível nacional, possuindo diversas premiações, títulos e homenagens (tendo
sido nomeado por cinco vezes Doutor Honoris Causa). No entanto, afirmava nunca ter buscado a
fama, bem como nunca ter tido a intenção de fazer profissão de seus versos. Patativa nunca deixou
de ser agricultor e de morar na mesma região onde se criou (Cariri) no interior do Ceará. Seu
trabalho se distingue pela marcante característica da oralidade. Seus poemas eram feitos e
guardados na memória, para depois serem recitados. Daí o impressionante poder de memória de
Patativa, capaz de recitar qualquer um de seus poemas, mesmo após os noventa anos de idade.
A transcrição de sua obra para os meios gráficos perde boa parte da significação expressa por meios
não-verbais (voz, entonação, pausas, ritmo, pigarro e a linguagem corporal através de expressões
faciais, gestos) que realçam características expressas somente no ato performático (como ironia,
veemência, hesitação, etc.). A complexidade da obra de Patativa é evidente também pela sua
capacidade de criar versos tanto nos moldes camonianos (inclusive sonetos na forma clássica),
como poesia de rima e métrica populares (por exemplo, a décima e a sextilha nordestina). Ele
próprio diferenciava seus versos feitos em linguagem culta daqueles em linguagem do dia-a-dia
(denominada por ele de poesia "matuta").
Patativa transitava entre ambos os campos com uma facilidade camaleônica e capacidade criadora e
intelectual ainda não totalmente compreendidas pelo meio acadêmico. Sua obra, de dimensão tanto
estética quanto política, aborda diferentes temas e possui outras vertentes além da social/militante;
como a telúrica, religiosa, filosófica, lírica, humorística/irônica, motes/glosas, entre outras. As
múltiplas tentativas de categorização da obra de Patativa do Assaré (muitas vezes subjetivas e sem
base teórica) expõem falhas inerentes dos próprios parâmetros de julgamento.
Estes, na maior parte, baseados em pressuposições e preconceitos que levam a dois extremos: a
representação idealizada do mito, a exclusão pela classe social, nível de escolaridade, etc.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patativa_do_Assar%C3%A9
Avaliação
A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a
dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades.
O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e
intervenções do professor, a auto - avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais
para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.
A produção textual foi e continua sendo uma difícil atividade escolar, entretanto, o professor precisa
estar atento para alguns procedimentos metodológicos que podem facilitar esse processo. O
professor precisa fornecer informações para a produção textual (condições de produção) e acima de
tudo modelos dos gêneros textuais que seriam escritos. No ato da produção o professor precisa
avaliar se o aluno consegue escrever um texto com coesão e coerência, que esteja de acordo com as
configurações do gênero a ser produzido.