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Antonio Cicero
Antonio Cicero
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ANTONIO CICERO
Antonio Cícero nasceu no Rio de Janeiro em 1045. Filho de Edwaldo Correia Lima,
já morto, e Amélia Burlamárqui Correia Lima, ele é irmão da cantora Marina Lima
e do economista, Roberto.
Em 1996, Antonio Cicero reuniu seus próprios poemas prediletos no livro Guardar
(ed. Record, Rio de Janeiro), que foi vencedor do Prêmio Nestlé de Literatura, na
categoria Estreante. Em 1997, publicou o disco Antonio Cicero por Antonio Cicero
(ed. Luz da Cidade, Rio de Janeiro), em que recita poemas de sua autoria.
Poemas seus constam da antologia bilíngüe Outras praias / Other Shores (ed.
Iluminuras, São Paulo, 1998, organizada por Ricardo Corona), da antologia Esses
poetas (ed. Aeroplano, Rio de Janeiro, 1999, organizada por Heloísa Buarque de
Hollanda), da antologia 41 poetas do Rio (ed. Funarte, Rio de Janeiro, 1999,
organizada por Moacyr Félix), e da coletânea de textos Mais poesia hoje (ed.
Universidade Federal Fluminense, Niterói, 1999, organizada por Célia Pedrosa,
Cláudia Matos e Evando Nascimento).
De 1991 a 1992, Antonio Cicero foi, junto com o professor Alex Varella,
Coordenador de Estética e Teoria das Artes no Galpão das Artes do MAM, onde
ministrou diversos cursos e pronunciou inúmeras palestras. Em 1993, concebeu a
organização de uma série de ciclos de conferências que reunissem grandes
pensadores e artistas em torno de alguns dos temas decisivos deste final de
século. Sob a orientação dele e de Waly Salomão, três desses ciclos foram
realizados, parte no Rio de Janeiro, parte em São Paulo, reunindo poetas do
calibre de João Cabral de Mello Neto, John Ashbery, Haroldo de Campos, Derek
Walcott e Joan Brossa, artistas como os diretores Peter Sellars, José Celso
Martines Correa e Arnaldo Jabor, e pensadores como Richard Rorty, José Arthur
Giannotti, Ernest Gellner, Darcy Ribeiro, Peter Sloterdijk, Hans-Magnus
Enzensberger e Tzvetan Todorov, entre outros.
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Em 1994, junto com Waly Salomão, organizou o livro O relativismo enquanto visão
do mundo (ed. Francisco Alves, Rio de Janeiro), que reuniu as contribuições
referentes a um desses ciclos. No mesmo ano, participou da Bienal Internacional
do Livro, de Frankfurt, a convite do Ministério da Cultura, tendo pronunciado na
Literaturhaus uma conferência sobre a cultura brasileira. Em 1995, publicou o
ensaio filosófico de sua autoria O mundo desde o fim (ed. Francisco Alves, Rio de
Janeiro), que discute o conceito de modernidade. Em 1998, publicou, na coletânea
organizada por Alberto Pucheu intitulada Poesia (e) filosofia (ed. Sete Letras, Rio
de Janeiro), o ensaio "Epos e muthos em Homero", parte de uma obra mais
extensa, ainda inédita, consagrada à poesia grega arcaica.
Em 1999 foi publicado o seu ensaio "A época da crítica: Kant, Greenberg e o
modernismo", na coletânea organizada por Ileana Pradilla Cerón e Paulo Reis
intitulada Kant: Crítica e estética na modernidade (ed. Senac, São Paulo). No ano
de 2000 foi publicado o seu ensaio "Poesia e paisagens urbanas", na coletânea
Mais poesia hoje, organizada por Celia Pedrosa (ed. 7 Letras, Rio de Janeiro).
Atualmente, Antonio Cicero se dedica a escrever poemas e ensaios, além de
ocasionalmente fazer leituras e palestras em instituições tais como o MAM do Rio
de Janeiro, o Museu de Arte Contemporânea de Niterói e o Centro Cultural Banco
do Brasil, bem como noutros estados do Brasil.
OBRAS
Ensaios:
– O mundo desde o fim. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995.
– Finalidades sem fim. Ensaios sobre poesia e arte. São Paulo: Companhia das
Letras, 2005.
Poesia:
– Guardar. Rio de Janeiro: Record, 1996.
– A cidade e os livros. Rio de Janeiro, Record, 2002.
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Alguns versos
Antonio Cícero
Vitrine
Antonio Cícero
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GUARDAR
Antonio Cícero
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Leblon
Antonio Cícero
Noite
Antonio Cícero
Vêm lá do canal
reverberações
do ladrar de um cão.
Abre-se o sinal
pra ninguém passar.
É melhor ser vão
tudo o que pontua
nossa escuridão.
De: GUARDAR. Rio de Janeiro: Record, 1996 / Vila Nova do Famalicão: Quase, 2002.
PERPLEXIDADE
Antonio Cícero
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QUASE
Antonio Cícero
SAIR
Antonio Cícero
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PROVA
Antonio Cícero
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do-sol a cidade alâmbar a seus pés.
Decide escrever uma carta ou uma nota
no próprio papel da prova, mas cadê
o toco de lápis? Largara-o na escola.
Resolve deixar para alguma outra hora
o suicídio. Dobra o papel, desdobra,
dobra e o solta a dar voltas, revoltas, voltas
acima de todas as coisas, gaivota.
O POETA CEGO
Antonio Cícero
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BALANÇO
Antonio Cícero
A CIDADE E OS LIVROS
Antonio Cícero
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travessas, avenidas, galerias,
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TÂMIRIS
Antonio Cícero
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CANÇÃO DO AMOR IMPOSSÍVEL
Antonio Cícero
se te amei perdidamente
elevada a poesia
SEGUNDO A TRADIÇÃO
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OBSESSÃO I
Antonio Cícero
alcantiladas e plúmbeas,
e protegida de acesso
e inacessíveis, senão
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STROMBOLI
Antonio Cícero
Dormes,
Belo.
Eu não eu velo
Enquanto voas ou velejas
E inocente exerces teu império.
Amo: o que é que tu desejas?
Pois sou o a noite, somos
Eu poeta, tu proeza
E de repente exclamo:
Tanto mistério é,
Tanta beleza.
ONDA
Antonio Cícero
Conheci-o no Arpoador,
garoto versátil, gostoso,
ladrão, desencaminhador
de sonhos, ninfas e rapsodos.
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DE TRÁS PARA FRENTE
Antonio Cícero
O amante,
O amante é devorado.
Já o amado,
Transparências
Antonio Cícero
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por que me induzes por areias sem águas
ou paludes sombrios
ou friagens cíticas
ou mares coagulados
O GRITO
Antonio Cícero
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MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA
Antonio Cícero
MEDUSA
Antonio Cícero
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Refleti muito, antes. Na verdade
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e lá jaz seu vulto desalmado.
AS LIVRARIAS
Antonio Cícero
Ia ao centro da cidade
e acabava em livrarias,
livros, páginas, Bagdad,
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Protegido pela Lei do Direito Autoral
LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998
Permitido o uso apenas para fins educacionais.
Este material pode ser redistribuído livremente, desde que não seja alterado, modificado e que as
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