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Número 48
BOLETIM OFICIAL
3.º SUPLEMENTO
SUMÁRIO
MINISTÉRIO DA FINANÇAS: Despacho Normativo nº 5/2008:
Portaria nº 49/2008: Aprova a Norma de Relato Financeiro 4 – Divulgação de partes
Aprova o Código de Contas do Sistema de Normalização Contabi- relacionadas – IAS 24.
lístico e Relato Financeiro.
Despacho Normativo nº 6/2008:
Despacho Normativo nº 1/2008:
Aprova a Norma de Relato Financeiro 5 – Acontecimentos após a
Aprova a Estrutura Conceptual do Sistema de Normalização Con-
data do balanço – IAS 10.
tabilístico e Relato Financeiro.
Despacho Normativo nº 2/2008: Despacho Normativo nº 7/2008:
Aprova a Norma de Relato Financeiro 1- Apresentação das Demons- Aprova a Norma de Relato Financeiro 6 – Activos intangíveis – IAS 38.
trações Financeiras – IAS 1.
Despacho Normativo nº 3/2008: Despacho Normativo nº 8/2008:
Aprova a Norma de Relato Financeiro 2 – Demonstração de Fluxos Aprova a Norma de Relato Financeiro 7 – Activos fixos tangíveis – IAS 16.
de Caixa – IAS 7.
Despacho Normativo nº 4/2008: Despacho Normativo nº 9/2008:
Aprova a Norma de Relato Financeiro 3 – Politicas Contabilísticas, Aprova a Norma de Relato Financeiro 8 – Activos não correntes detidos
alterações nas estimativas contabilísticas e erros – IAS 8. para venda e unidades operacionais descontinuadas – IFRS 5.
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Despacho Normativo nº 10/2008: MINISTÉRIO DAS FINANÇAS
Aprova a Norma de Relato Financeiro 9 – Locações – IAS 17.
–––––––
Despacho Normativo nº 11/2008:
Gabinete da Ministra
Aprova a Norma de Relato Financeiro 10 – Propriedades de Inves-
timento – IAS 40. Portaria n.º 49/2008
Despacho Normativo nº 12/2008: de 29 de Dezembro
Aprova a Norma de Relato Financeiro 11 – Custos de Empréstimos
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
Obtidas – IAS 23.
dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
Despacho Normativo nº 13/2008: Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
Aprova a Norma de Relato Financeiro 12 – Agricultura – IAS 41.
em substituição do Plano Nacional de Contabilidade,
aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
Despacho Normativo nº 14/2008: objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
Aprova a Norma de Relato Financeiro 13 – Inventários – IAS 2. nas directivas internacionais quanto à qualidade da
informação financeira. Assim as alterações introduzidas
Despacho Normativo nº 15/2008: têm em atenção a previsível evolução do sistema fiscal,
Aprova a Norma de Relato Financeiro 14 – Contratos de Construção a modernização do tecido económico do País e do mer-
– IAS 11. cado de capitais, bem como a preocupação de melhorar
Despacho Normativo nº 16/2008:
a qualidade das demonstrações financeiras e do relato
financeiro das empresas, como factor de credibilidade ao
Aprova a Norma de Relato Financeiro 15 – Contabilização dos sub- funcionamento da economia real em Cabo Verde.
sídios do Governo e divulgação de apoios do Governo – IAS 20.
Neste sentido cumprindo o estabelecido nessa Decreto-
Despacho Normativo nº 17/2008:
Lei uma Comissão de Normalização Contabilística, visan-
Aprova a Norma de Relato Financeiro 16 – Instrumentos Financeiros do transpor para transpor para o direito interno Normas
– IAS 32, 29 – IFRS 7. de Relato Financeiro que constituem uma adaptação das
Despacho Normativo nº 18/2008: Normas Internacionais da Contabilidade e as Normas de
Relato Financeiro emitidas pelo International Accounting
Aprova a Norma de Relato Financeiro 17 – Imparidade de Activos
Standard Board (IASB) trabalhou-se a apresentação da
– IAS 36.
documentação complementar ao referido diploma, no
Despacho Normativo nº 19/2008: sentido de operacionalizar o Sistema de Normalização
Aprova a Norma de Relato Financeiro 18 – Rédito – IAS 18.
Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde.
Aprova a Norma de Relato Financeiro 21 – Benefícios dos Empre- É aprovado o Código de Contas do Sistema de Nor-
gados – IAS 19 e 26. malização Contabilístico e Relato Financeiro e que se
Despacho Normativo nº 23/2008:
apresenta em anexo ao presente regulamento como parte
integrante.
Aprova a Norma de Relato Financeiro 22 – Impostos sobre o Ren-
dimento – IAS 12. Artigo 2º
Aprova a Norma de Relato Financeiro 23 – Interesses em empreendi- O Código de Contas composto pelo quadro síntese de
mentos conjuntos e investimentos em associadas – IAS 28 e 31. contas, código de contas e notas de enquadramento, é
Despacho Normativo nº 25/2008:
parte integrante do Sistema de Normalização Contabi-
lístico e Relato Financeiro para Cabo Verde.
Aprova a Norma de Relato Financeiro 24 – Concentrações de Acti-
vidades Empresarias – IFRS 3. Artigo 3º
Aprova a Norma de Relato Financeiro 25 – Investimentos em Sub- A presente Portaria entra em vigor com a entrada em
sidiárias e Consolidação – IAS 22 e 27. vigor do Decreto-Lei 5/2008.
Despacho Normativo nº 27/2008: Gabinete da Ministra das Finanças e Administração
Aprova o Regime Especial para as Pequenas Entidades do Sistema Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra, Cristina
de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro. Duarte.
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SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA mentos que estando em moeda estrangeira tenham o
E DE RELATO FINANCEIRO cambio fixado isto é cujo valor (a pagar ou a receber) não
CÓDIGO DE CONTAS esteja pendente de variações cambiais.
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destinados aos investimentos da entidade em que deverá Esta conta regista também, a crédito, o Iva liquidado
ser utilizada a conta 262 — Devedores e credores por (subconta 2443 IVA – Liquidado) nas vendas e outras
acréscimos (subconta 2622 – Credores por acréscimos situações previstas na lei.
de gastos), que devam ser reconhecidos no próprio perí-
odo, ainda que não tenham documentação vinculativa, O apuramento é feito na subconta 2445 IVA – Apu-
cuja despesa só venha a ocorrer em período ou períodos ramento por anulação dos valores constantes em Iva
posteriores. dedutível, Iva liquidado e Iva regularizações, sendo
posteriormente transferido o saldo do apuramento para
228 - Adiantamentos a fornecedores 2446 IVA - A pagar (saldo credor) ou para 2447 IVA - A
Regista as entregas feitas pela entidade relativas a recuperar (saldo devedor), consoante o caso.
fornecimentos, sem preço fixado, a efectuar por terceiros. Para efeitos de controlo e de responder a solicitações de
Pela recepção da factura (ou documento equivalente), ordem fiscal as diversas contas devem ser subdivididas
estas verbas serão transferidas para as respectivas sub- em função das necessidades de informação concreta, entre
contas da conta 221. outras a subdivisão pelas diversas taxas de IVA.
229 - Perdas por imparidade acumuladas 24433 - Operações especiais
(ver comentário à conta 219) Esta conta destina-se a registar o IVA liquidado nas
23 - Financiamentos obtidos situações previstas no nº 3 do artigo 26 e no nº 6 do artigo 6º
do regulamento do IVA.
As contas (constantes no quadro de contas) podem ter
subcontas de forma a se evidenciar os financiamentos 251 - Accionistas c/subscrição e 252 — Quotas
obtidos a serem reembolsados no curto ou no médio e não liberadas
longo prazo de forma a facilitar a informação a incluir
Aquando a elaboração do balanço, os saldos destas
nas demonstrações financeiras.
contas são incluídos na rubrica “Capital realizado” re-
24 - Estado e outros entes públicos duzindo o capital próprio.
Nesta conta registam-se as relações com o Estado, 259 - Perdas por imparidade acumuladas
Autarquias Locais e outros entes públicos que tenham
características de impostos, tributos e contribuições. (ver comentário à conta 219)
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São registados nesta conta os activos por impostos Inventários e activos biológicos
diferidos que sejam reconhecidos para as diferenças tem-
porárias dedutíveis e os passivos por impostos diferidos Esta classe inclui os inventários: detidos para venda
que sejam reconhecidos para as diferenças temporárias no decurso da actividade empresarial; no processo de
tributáveis. produção para essa venda; na forma de materiais con-
sumíveis a serem aplicados no processo de produção ou
265 - Credores por subscrições não liberadas na prestação de serviços; na forma de outros produtos
Credita-se pelo valor total da subscrição de quotas, de consumo a serem consumidos nas actividades gerais
acções, obrigações e outros títulos, por contrapartida das da entidade.
respectivas contas de investimentos financeiros.
Esta classe inclui também, os activos biológicos (ani-
266 - Adiantamentos por conta de vendas mais e plantas vivos), no âmbito da actividade agrícola,
Regista as entregas feitas à entidade com relação a quer consumíveis no decurso do ciclo normal da activi-
fornecimentos de bens e serviços cujo preço esteja pre- dade, quer de produção.
viamente fixado. Pela emissão da factura, estas verbas
serão transferidas para as respectivas contas da rubrica 31 - Activos biológicos
211 — Clientes c/c. Esta conta tem características únicas devido a espe-
269 - Perdas por imparidade acumuladas cificidade dos activos nela incluídos incluindo tanto os
(ver comentário à conta 219) activos biológicos (animais e plantas vivos) consumíveis,
que são os que estejam para ser colhidos como produto
271 - Remunerações a pagar agrícola ou vendidos como activos biológicos, como os ac-
Esta conta regista a crédito o valor da remuneração a tivos biológicos de produção que são os restantes activos
pagar aos órgãos de gestão e ao pessoal (pelo lançamento biológicos no âmbito da actividade agrícola. As subcontas
contabilístico do processamento das remunerações) sendo existentes no quadro de contas deverão ser desdobradas
debitado aquando do pagamento. para adaptação a cada caso podendo por exemplo ter
273 – Adiantamentos para gastos por conta da subcontas que classifiquem os activos biológicos em: ac-
empresa tivos biológicos maduros (ou adultos); e activos biológicos
imaturos (ou juvenis). Os activos biológicos maduros (ou
Esta conta destina-se e registar a débito o valor dos adultos) são os que tenham atingido as especificações de
meios monetários postos à disposição aos órgãos sociais colhíveis (relativamente aos activos biológicos consumí-
ou ao pessoal para estes fazerem face a pagamentos veis) ou sejam susceptíveis de sustentar colheitas regu-
diversos que tenham de suportar nomeadamente em lares (relativamente aos activos biológicos de produção).
deslocações. Esta conta é creditada pelos gastos verifi- Ver a este propósito a NRF 12 – Agricultura.
cados ou pelo retorno a meios monetários dos eventuais
excedentes dos adiantamentos. As variações de justo valor são reconhecidas nas contas
2761 - Acréscimos por férias e subsidio férias e 664 e 774.
encargos* Os produtos agrícolas colhidos são incluídos nas apro-
Esta conta regista a contrapartida dos gastos com fé- priadas contas de inventários.
rias e subsidio férias e demais encargos que devam ser
reconhecidos no próprio período, ainda que não tenham 321 e 361 Compra
documentação vinculativa, cuja despesa só venha a Registo os valores envolvidos na compra incluindo descontos
ocorrer em período ou períodos posteriores referente à e abatimentos em compra e devoluções de compras.
responsabilidade. Esta conta é regularizada aquando do
processamento das férias e do subsídio de férias. 3221 e 3621 - Inventário – Em armazém
279 - Perdas por imparidade acumuladas Estas contas incluem reclassificação e regularização
(ver comentário à conta 219) de inventário
28 - Diferimentos 3224 e 3624 — Adiantamentos por conta de compras
Esta conta regista a contrapartida dos rendimentos
e dos gastos que tendo documentação vinculativa no Regista as entregas feitas pela entidade relativas a
período devam ser reconhecidos em período ou períodos compras cujo preço esteja previamente fixado. Pela re-
posteriores. cepção da factura, estas verbas devem ser transferidas
para a conta 221 – Fornecedores c/c.
283 - Subsídios para investimentos
Inclui os subsídios associados com activos, que deverão 37 – Outros produtos de consumo
ser transferidos, numa base sistemática, para a conta Esta conta inclui os inventários de produtos de consumo
7883 - Imputação de subsídios para investimentos, à diverso para outras actividades da empresa que não a
medida em que forem contabilizadas as depreciações/ produção, como sejam entre outros os inventários de com-
amortizações do investimento a que respeitem. bustíveis, material de reposição, material de escritório.
29 - Provisões
CLASSE 4
Esta conta serve para registar as responsabilidades
cuja natureza esteja claramente definida e que à data Investimentos
do balanço sejam de ocorrência provável ou certa, mas Esta classe inclui os bens detidos com continuidade
incertas quanto ao seu valor ou data de ocorrência. ou permanência e que não se destinem a ser vendidos
As suas subcontas devem ser utilizadas directamente ou transformados no decurso normal das operações da
pelos dispêndios para que foram reconhecidas, sem pre- entidade, quer sejam de sua propriedade, quer estejam
juízo das reversões a que haja lugar. em regime de locação financeira.
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Serão registados nesta conta os dispêndios com pro- 5512 - Ajustamentos em activos financeiros – Re-
jectos que, nos termos da NRF 6 — Activos intangíveis, lacionados com o método da equivalência patrimo-
reúnam as condições para se qualificarem como activos nial – Lucros não atribuídos
intangíveis. Esta conta será creditada pela diferença entre os lucros
454 - Adiantamentos por conta de investimentos imputáveis às participações e os lucros que lhes forem
atribuídos (dividendos), movimentando-se em contrapar-
Regista as entregas feitas pela entidade por conta de tida a conta 591 – Resultados transitados.
investimentos cujo preço esteja previamente fixado. Pela
recepção da factura, estas verbas devem ser transferidas 5513 - Ajustamentos em activos financeiros
para a conta 261 — Fornecedores de investimentos. — Relacionados com o método da equivalência
patrimonial — Decorrentes de outras variações
46 – Activos não correntes detidos para venda nos capitais próprios das participadas
Esta conta destina-se a registar os activos a que se Esta conta acolherá, por contrapartida das contas 411
refere a NRF 8 — Activos não correntes detidos para a 413 os valores imputáveis à participante na variação
venda e unidades operacionais descontinuadas. Os pas- dos capitais próprios das participadas, que não respeitem
sivos associados a activos não correntes detidos para a resultados.
venda mantêm a sua mensuração e apenas deverão ser
identificados para efeitos de divulgação. 571 - Diferenças de conversão de demonstrações
financeiras
Classe 5
Inclui as diferenças de câmbio derivadas da trans-
Capital próprio posição de uma unidade operacional estrangeira (nos
termos da NRF 20 — Os efeitos de alterações em taxas
51 - Capital
de câmbio).
Esta conta evidencia o capital subscrito. Aquando a
592 - Resultado do período anterior a aguardar
elaboração do balanço, o saldo desta conta em conjunto
distribuição
com o saldo da conta 251- Accionistas c/subscrição ou 252
– Quotas não liberadas constituem o valor a inscrever na No início de cada período de relato esta conta recebe
rubrica “Capital realizado”. logo no início, da conta 5933 – Resultado líquido-apura-
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mento (que nesse momento se refere ao período anterior), 684 - Perdas em inventários
o valor do resultado líquido do período anterior. Esta con-
ta será regularizada após a decisão do órgão competente Apenas regista, por contrapartida da correspondente conta
sobre o destino do resultado do período anterior. da classe 3, as perdas que se verificarem no período.
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8 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
CÓDIGO DE CONTAS
1 MEIOS FINANCEIROS *
11 Caixa
12 Depósitos à ordem
13 Depósitos a prazo
14 Outros depósitos bancários
15 Instrumentos financeiros *
151 Derivados
1511 Potencialmente favoráveis
1512 Potencialmente desfavoráveis
152 Instrumentos financeiros detidos para negociação
1521 Activos financeiros
1522 Passivos financeiros
153 Outros activos e passivos financeiros (justo valor através dos resultados)
1531 Outros activos financeiros
1532 Outros passivos financeiros
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23 Financiamentos obtidos *
231 Instituições de crédito e sociedades financeiras
2311 Empréstimos bancários
2312 Descobertos bancários
2313 Locações financeiras
……
232 Mercado de valores mobiliários
2321 Empréstimos por obrigações
……
233 Participantes de capital
2331 Empresa-mãe - Suprimentos e outros mútuos
2332 Outros participantes - Suprimentos e outros mútuos
234 Subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
……
……
238 Outros financiadores
24 Estado e outros entes públicos *
241 Imposto sobre o rendimento ano N *
2411 Pagamentos por conta
2412 Retenção na fonte (Terceiros)
2413 Imposto estimado
……
2417 Apuramento
2418 Imposto a pagar
2419 Imposto a recuperar
242 Imposto sobre o rendimento anos anteriores *
2421 Excesso de estimativa
2422 Insuficiência de estimativa
243 Retenção de impostos sobre rendimentos *
2431 – Trabalho dependente
2432 – Trabalho independente
24321 - Residente
24322 – Não residente
2433 – Capitais
2434 – Prediais
…
244 Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) *
2441 IVA – Suportado
24411 – Inventários
24412 – Investimentos
24413 - Outros bens e serviços
2442 IVA - Dedutível
24421 – Inventários
24422 – Investimentos
24423 - Outros bens e serviços
24424 – Não pago (decreto lei 16/2004)
24425 – Pago (decreto lei 16/2004)
2443 IVA - Liquidado
24431 - 0perações gerais
24432 - Auto consumos e operações gratuitas
24433 - Operações especiais *
24434 – Não cobrado (decreto lei 16/2004)
24435 – Cobrado (decreto lei 16/2004)
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272 Adiantamentos
2721 Aos órgãos sociais
2722 Ao pessoal
273 – Adiantamentos para gastos por conta da empresa. *
2731 – Aos órgãos sociais.
2732 – Ao pessoal.
……
276 Acréscimos com gastos com pessoal
2761 Acréscimos por férias e subsidio férias e encargos*
2762 …
277 Cauções
2771 Dos órgãos sociais
2772 Do pessoal
278 Outras operações
2781 Com os órgãos sociais
2782 Com o pessoal
279 Perdas por imparidade acumuladas *
28 Diferimentos *
281 Gastos a reconhecer
282 Rendimentos a reconhecer
283 Subsídios para investimentos *
29 Provisões *
291 Impostos
292 Garantias a clientes
293 Processos judiciais em curso
294 Acidentes de trabalho e doenças profissionais
295 Matérias ambientais
296 Contratos onerosos
297 Reestruturação
298 Outras provisões
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4 INVESTIMENTOS *
41 Investimentos financeiros
411 Investimentos em subsidiárias
4111 Participações de capital - método da equivalência patrimonial
4112 Participações de capital - outros métodos
4113 Empréstimos concedidos
412 Investimentos em associadas
4121 Participações de capital - método da equivalência patrimonial
4122 Participações de capital - outros métodos
4123 Empréstimos concedidos
413 Investimentos em entidades conjuntamente controladas
4131 Participações de capital - método da equivalência patrimonial
4132 Participações de capital - outros métodos
4133 Empréstimos concedidos
414 Investimentos noutras empresas
4141 Participações de capital
4142 Empréstimos concedidos
415 Outros investimentos financeiros
4151 Detidos até à maturidade
4158 Outros
419 Perdas por imparidade acumuladas *
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14 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
42 Propriedades de investimento
421 Terrenos e recursos naturais
422 Edifícios e outras construções
426 Outras propriedades de investimento
428 Depreciações acumuladas
429 Perdas por imparidade acumuladas *
43 Activos fixos tangíveis
431 Terrenos e recursos naturais
432 Edifícios e outras construções
433 Equipamento básico
434 Equipamento de transporte
435 Equipamento administrativo
436 Equipamentos biológicos *
437 Outros activos fixos tangíveis
438 Depreciações acumuladas
439 Perdas por imparidade acumuladas *
44 Activos intangíveis
441 Trespasse (goodwill)
442 Propriedade industrial
443 Programas de computador
……
446 Outros activos intangíveis
448 Amortizações acumuladas
449 Perdas por imparidade acumuladas *
45 Investimentos em curso
451 Investimentos financeiros em curso
452 Activos fixos tangíveis em curso
453 Activos intangíveis em curso
4531 Projectos de desenvolvimento *
……
454 Adiantamentos por conta de investimentos *
459 Perdas por imparidade acumuladas *
46 Activos não correntes detidos para venda *
……
469 Perdas por imparidade acumuladas *
5 CAPITAL PRÓPRIO
51 Capital *
52 Acções (quotas) próprias *
521 Valor nominal
522 Descontos e prémios
53 Prestações suplementares e outros instrumentos de capital próprio*
54 Prémios de emissão
55 Ajustamentos em activos financeiros *
551 Relacionados com o método da equivalência patrimonial
5511 Ajustamentos de transição *
5512 Lucros não atribuídos *
5513 Decorrentes de outras variações nos capitais próprios das participadas *
……
558 Outros
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 15
6 GASTOS *
61 Gastos com inventários vendidos e consumidos e variação de produção
611 Gasto com mercadorias vendidas e matérias consumidas *
6111 Mercadorias
6112 Matérias-primas, subsidiarias e de consumo
6113 Outros produtos de consumo*
612 Gastos com Activos biológicos (compras) *
613 Subcontratos relacionados com a produção
614 Variações nos inventários de produção
6141 Produtos acabados e intermédios
6142 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
6143 Produtos e trabalhos em curso
6144 Activos biológicos
62 Fornecimentos e Serviços Externos *
6211 Água
6212 Electricidade
6213 Combustíveis e outros fluidos
62131 Gasóleo
62132 Gasolina
62138 Outros combustíveis
62139 Outros Fluidos
6214 Conservação e reparação
6215 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido
6216 Material de escritório
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16 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
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18 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
7 RENDIMENTOS *
71 Vendas *
711 Mercadorias
712 Produtos acabados e intermédios
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
714 Activos biológicos
716 …
717 Devoluções de vendas
718 Descontos e abatimentos em vendas
719 “Rappel” sobre vendas
72 Prestações de serviços *
721 (Serviço A)
722 (Serviço B)
723 …
725 Serviços secundários
726 …
728 Descontos e abatimentos
73 Trabalhos para a própria entidade *
731 Activos fixos tangíveis
732 Activos intangíveis
733 Propriedades de investimento
……
74 Subsídios à exploração *
741 Subsídios do Estado e outros entes públicos
742 Subsídios de outras entidades
75 …
76 Reversões
761 De depreciações e de amortizações
7611 Propriedades de investimento
7612 Activos fixos tangíveis
7613 Activos intangíveis
762 De perdas por imparidade
7621 Em dívidas a receber
76211 Clientes
76212 Outros devedores
7622 Ajustamentos em inventários
7623 Em investimentos financeiros
7624 Em propriedades de investimento
7625 Em activos fixos tangíveis
7626 Em activos intangíveis
7627 Em investimentos em curso
7628 Em activos não correntes detidos para venda
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 19
763 De provisões
7631 Impostos
7632 Garantias a clientes
7633 Processos judiciais em curso
7634 Acidentes no trabalho e doenças profissionais
7635 Matérias ambientais
7636 Contratos onerosos
7637 Reestruturação
7638 Outras provisões
77 Ganhos por aumentos de justo valor
771 Em instrumentos financeiros
772 Em investimentos financeiros
773 Em propriedades de investimento
774 Em activos biológicos
78 Outros rendimentos
781 Rendimentos suplementares
7811 Serviços sociais
7812 Aluguer de equipamento
7813 Estudos, projectos e assistência tecnológica
7814 Royalties
7815 Desempenho de cargos sociais noutras empresas
7816 Outros rendimentos suplementares
782 Descontos de pronto pagamento obtidos
783 Recuperação de dívidas a receber
784 Ganhos em inventários
7841 Sinistros
7842 Sobras
7848 Outros ganhos
785 Rendimentos em subsidiárias, associadas e empreendimentos conjuntos
7851 Dividendos
7852 Aplicação do método da equivalência patrimonial *
7853 Alienações
7858 Outros rendimentos
786 Rendimentos nos restantes investimentos financeiros
7861 Dividendos
7862 Juros
7863 Diferenças de câmbio favoráveis
7864 Alienações
7868 Outros rendimentos
787 Rendimentos em investimentos não financeiros
7871 Alienações
7872 Sinistros
7873 Rendas e outros rendimentos em propriedades de investimento
7878 Outros rendimentos
788 Outros
7881 Correcções relativas a períodos anteriores
7882 Excesso da estimativa para impostos
7883 Imputação de subsídios para investimentos
7884 Ganhos em instrumentos financeiros *
7885 Restituição de impostos
7888 Outros não especificados
79 Ganhos de financiamento
791 Juros obtidos
7911 De aplicações de financiamentos obtidos
7918 Outros
792 Diferenças de câmbio favoráveis
7921 Relativas a aplicações de financiamentos obtidos
7928 Outras
798 Outros ganhos de financiamento
7981 Relativos a aplicações de financiamentos obtidos
7988 Outras
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20 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
31 Activos biológicos
32 Mercadorias
41 Investimentos financeiros
33 Produtos acabados e intermédios
42 Propriedades de investimento
34 Subprodutos, desperdícios, resíduos e
43 Activos fixos tangíveis
refugos
44 Activos intangíveis
35 Produtos e trabalhos em curso
45 Investimentos em curso
36 Matérias-primas, subsidiárias e de con-
46 Activos não correntes detidos para venda
sumo
37 Outros produtos de consumo
71 Vendas
72 Prestações de serviços
73 Trabalhos para a própria entidade
74 Subsídios à exploração
75
76 Reversões
77 Ganhos por aumentos de justo valor
78 Outros rendimentos
79 Ganhos de financiamento
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22 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
(a) Ajudar os preparadores das demonstrações fi- 7. Nos utentes do relato financeiro (demonstrações
nanceiras na aplicação das Normas de Relato financeiras) incluem-se investidores actuais e potenciais,
Financeiro (NRF); empregados, mutuantes, fornecedores e outros credores,
clientes, Governo e seus departamentos e o público. Eles
(b) Ajudar no tratamento de tópicos que não estejam utilizam as demonstrações financeiras a fim de satis-
ainda contemplados em nenhuma norma; fazerem algumas das suas diferentes necessidades de
informação para a tomada de decisão. Estas necessidades
(c) Ajudar a formar opinião sobre a aderência das incluem o seguinte:
demonstrações financeiras às NRF;
(a) Investidores – Os fornecedores de capital estão
(d) Ajudar os utentes na interpretação da informação ligados ao risco inerente aos, e ao retorno
contida nas demonstrações financeiras pre- proporcionado pelos, seus investimentos. Ne-
paradas. cessitam de informação para os ajudar a deter-
minar se devem comprar, deter ou vender. Os
Âmbito (4 e 5)
accionistas/sócios estão também interessados
4.Esta Estrutura Conceptual trata: em informação que lhes facilite determinar a
capacidade da entidade pagar dividendos/dis-
(a) Do objectivo das demonstrações financeiras; tribuir lucros.
(b) Das características qualitativas que determinam (b) Empregados – Os empregados e os seus grupos
a utilidade da informação contida nas demons- representativos (sindicatos e outros) estão
trações financeiras; interessados na informação acerca da estabi-
lidade e da capacidade de gerar resultados dos
(c) Da definição, reconhecimento e mensuração dos seus empregadores. Estão também interessa-
elementos a partir dos quais se constroem as dos na informação que os habilite a avaliar a
demonstrações financeiras; e capacidade da entidade proporcionar remune-
ração, benefícios de reforma e oportunidades
(d) Dos conceitos de capital e de manutenção de de emprego.
capital.
(c) Mutuantes – Os mutuantes estão interessados
5.Esta Estrutura Conceptual respeita às demonstrações em informação que lhes permita determinar
financeiras de finalidades gerais (daqui por diante re- se os seus empréstimos, e os juros que a eles
feridas como “demonstrações financeiras”) incluindo as respeitam, serão pagos quando vencidos.
demonstrações financeiras consolidadas. Tais demons-
trações financeiras são preparadas e apresentadas pelo (d) Fornecedores e outros credores – Os fornecedo-
menos anualmente e dirigem-se às necessidades comuns res e outros credores estão interessados em
de informação de um vasto leque de utentes. Os relató- informação que lhes permita determinar se
rios financeiros de finalidades especiais, por exemplo, as quantias que lhes são devidas serão pagas
prospectos e cálculos preparados para efeitos de tribu- no vencimento.
tação ou para efeitos meramente promocionais, estão (e) Clientes – Os clientes têm interesse em informa-
fora do âmbito desta Estrutura Conceptual. Contudo, a ção acerca da continuação de uma entidade,
Estrutura Conceptual pode ser aplicada na preparação especialmente quando com ela têm envolvi-
de tais relatórios para finalidades especiais quando os mentos a prazo, ou dela estão dependentes.
seus requisitos o permitam.
(f) Governo e seus departamentos – O Governo e
Conjunto completo de demonstrações financeiras (6) os seus departamentos estão interessados na
alocação de recursos e, por isso, nas actividades
6.Um conjunto completo de demonstrações financeiras
das entidades. Também exigem informação a
inclui normalmente um balanço, uma demonstração dos
fim de regularem as actividades das entidades,
resultados, uma demonstração das alterações na posição
determinar as políticas de tributação e como
financeira, bem como um anexo e outras demonstrações
base para estatísticas do rendimento nacional
e material explicativo que constituam parte integrante
e outras semelhantes.
das demonstrações financeiras. Elas podem também
incluir mapas suplementares e informação baseada em (g) Público - As entidades afectam o público de di-
tais demonstrações ou derivada delas, e que se espera que versos modos. Por exemplo, podem dar uma
seja lida juntamente com elas. Tais mapas e informações contribuição substancial à economia local
suplementares podem tratar, por exemplo, de informação de muitas maneiras incluindo o número de
financeira de segmentos de negócio e/ou geográficos ou pessoas que empregam e patrocinar comércio
de um relatório de sustentabilidade. As demonstrações dos fornecedores locais. As demonstrações
financeiras não incluem, porém, elementos preparados financeiras podem ajudar o público ao pro-
pelo órgão de gestão, tais como relatórios, exposições, porcionar informação acerca das tendências e
debate e análise e elementos similares que possam ser desenvolvimentos recentes na prosperidade da
incluídos num relatório financeiro ou anual. entidade e leque das suas actividades.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 23
8. O órgão de gestão duma entidade tem a respon- 13. A informação acerca do desempenho de uma enti-
sabilidade primária pela preparação e apresentação dade, principalmente proporcionada pela demonstração
das suas demonstrações financeiras. O órgão de gestão de resultados, em particular a sua lucratividade, é ne-
está também interessado na informação contida nas cessária a fim de determinar as alterações potenciais nos
demonstrações financeiras mesmo que tenha acesso a recursos económicos que sejam prováveis que ela controle
informação adicional de gestão e financeira que o ajude no futuro. A informação acerca da variabilidade do de-
a assumir as suas responsabilidades de planeamento, sempenho é, a este respeito, importante. A informação
de tomada de decisões e de controlo. O órgão de gestão acerca do desempenho é útil na predição da capacidade da
tem a capacidade de determinar a forma e conteúdo de entidade gerar fluxos de caixa a partir dos seus recursos
tal informação adicional para satisfazer as suas próprias básicos existentes. É também útil na formação de juízos
necessidades. Porém, o relato de tal informação, está para de valor acerca da eficiência com que a entidade pode
além do âmbito desta Estrutura Conceptual. empregar recursos adicionais.
Objectivo das demonstrações financeiras (9 a 16) 14. A informação respeitante às alterações na posição
financeira de uma entidade, principalmente proporciona-
9.O objectivo das demonstrações financeiras é o de da pela demonstração de fluxos de caixa, é útil a fim de
proporcionar informação acerca da posição financeira, avaliar as suas actividades de investimento, de financia-
do desempenho e das alterações na posição financeira de mento e operacionais durante o período de relato. Esta
uma entidade que seja útil a um vasto leque de utentes informação é útil ao proporcionar ao utente uma base
na tomada de decisões. para determinar a capacidade de uma entidade para
gerar caixa e equivalentes de caixa e as necessidades da
10. As demonstrações financeiras não proporcionam entidade para utilizar esses fluxos de caixa.
toda a informação de que os utentes possam necessitar
para tomarem decisões uma vez que elas, em grande me- 15. As partes componentes das demonstrações finan-
dida, retratam os efeitos financeiros de acontecimentos ceiras interrelacionam-se porque reflectem aspectos
passados e não proporcionam necessariamente informa- diferentes das mesmas transacções ou outros aconte-
ção não financeira. cimentos. Se bem que cada demonstração proporcione
informação distinta das outras, é provável que nenhuma
Posição financeira, desempenho e alterações na só por si sirva um propósito único ou proporcione toda
posição financeira (11 a 15) a informação que satisfaça as necessidades particulares
dos utentes.
11. As decisões que sejam tomadas pelos utentes das
demonstrações financeiras requerem uma avaliação da Notas e quadros suplementares e outras infor-
capacidade da entidade para gerar caixa e equivalentes mações (16)
de caixa e da tempestividade e certeza da sua geração.
Os utentes ficam mais habilitados para avaliar esta capa- 16. As demonstrações financeiras de uma entidade
cidade de gerar caixa e equivalentes de caixa se lhes for também contêm notas e quadros suplementares e outras
proporcionada informação que foque a posição financeira, informações que complementam a informação prestada
o desempenho e as alterações na posição financeira de na posição financeira, principalmente proporcionada
uma entidade. pelo balanço; na informação acerca do desempenho,
principalmente proporcionada pela demonstração de
12. A posição financeira de uma entidade, princi- resultados na informação respeitante às alterações na
palmente proporcionada pelo balanço, é afectada pelos posição financeira, principalmente proporcionada pela
recursos económicos que ela controla, pela sua estrutura demonstração de fluxos de caixa. Este complemento infor-
financeira, pela sua liquidez e solvência, e pela sua capa- mativo é divulgado na demonstração financeira “Anexo”.
cidade de se adaptar às alterações no ambiente em que Por exemplo, elas podem conter informação adicional que
opera. A informação acerca dos recursos económicos con- seja relevante para as necessidades dos utentes acerca
trolados pela entidade e a sua capacidade no passado para dos itens do balanço e da demonstração dos resultados.
modificar estes recursos é útil na predição da capacidade Podem incluir divulgações acerca dos riscos e incertezas
da entidade para gerar no futuro caixa e equivalentes de que afectem a entidade e quaisquer recursos e obrigações
caixa. A informação acerca da estrutura financeira é útil não reconhecidos no balanço (tais como recursos mine-
na predição de futuras necessidades de empréstimos e de rais). A informação acerca dos segmentos geográficos e
como os lucros futuros e fluxos de caixa serão distribuídos industriais é também muitas vezes proporcionada na
entre os que têm interesses na entidade; é também útil forma de informação suplementar
ao predizer que sucesso a entidade provavelmente terá
em conseguir fundos adicionais. A informação acerca da Pressupostos subjacentes (17 e 18)
liquidez e solvência é útil na predição da capacidade da Regime de acréscimo (17)
entidade para satisfazer os seus compromissos finan-
ceiros à medida que se vencerem. A liquidez refere-se 17. A fim de satisfazerem os seus objectivos, as de-
à disponibilidade de caixa no futuro próximo depois de monstrações financeiras são preparadas de acordo com o
ter em conta os compromissos financeiros durante este regime contabilístico do acréscimo. Através deste regime,
período. A solvência refere-se à disponibilidade de caixa os efeitos das transacções e de outros acontecimentos
durante prazo mais longo para satisfazer os compromissos são reconhecidos quando eles ocorram (e não quando
financeiros à medida que se vençam. caixa ou equivalentes de caixa sejam recebidos ou pagos)
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24 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
sendo registados contabilisticamente e relatados nas e outros assuntos em que os utentes estejam directamente
demonstrações financeiras dos períodos com os quais se interessados, tais como pagamento de dividendos, de
relacionem. As demonstrações financeiras preparadas de remuneração e de benefícios de reforma, movimentos de
acordo com o regime de acréscimo informam os utentes preços de títulos e a capacidade da entidade de satisfazer
não somente das transacções passadas envolvendo o os seus compromissos à medida que se vençam. Para ter
pagamento e o recebimento de caixa mas também das valor preditivo, a informação não necessita de estar na
obrigações de pagamento no futuro e de recursos que forma de uma previsão explícita. A capacidade de fazer
representem caixa a ser recebida no futuro. predições a partir das demonstrações financeiras é porém
melhorada pela maneira como é apresentada a informação
Continuidade (18) sobre as transacções e acontecimentos passados.
18. As demonstrações financeiras são normalmente 24. A relevância da informação é afectada pela sua
preparadas no pressuposto de que uma entidade é uma natureza e materialidade. Nalguns casos, a natureza
entidade em continuidade e de que continuará a operar da informação é por si mesma suficiente para determi-
no futuro previsível. Daqui que seja assumido que a nar a sua relevância. Por exemplo, o relato de um novo
entidade não tem nem a intenção nem a necessidade de segmento pode afectar a avaliação dos riscos e oportu-
liquidar ou de reduzir drasticamente o nível das suas nidades que se deparam à entidade independentemente
operações. da materialidade dos resultados conseguidos pelo novo
Características qualitativas das demonstrações segmento no período de relato. Noutros casos, quer a
financeiras (19 a 43) natureza quer a materialidade são importantes, como
por exemplo, as quantias de inventários detidas em cada
19.As características qualitativas são os atributos que uma das principais categorias que sejam apropriadas
tornam a informação proporcionada nas demonstrações para o negócio
financeiras útil aos utentes. As quatro principais ca-
racterísticas qualitativas são a compreensibilidade, a Materialidade (25)
relevância, a fiabilidade e a comparabilidade. 25. A informação é material se a sua omissão ou ine-
xactidão influenciarem as decisões das utentes tomadas
Compreensibilidade (20)
na base das demonstrações financeiras. A materialidade
20.Uma qualidade essencial da informação proporcio- depende da dimensão do item ou do erro julgado nas cir-
nada nas demonstrações financeiras é a de que ela seja cunstâncias particulares da sua omissão ou distorção. Por
rapidamente compreensível pelos utentes. Para este fim, conseguinte, a materialidade proporciona um patamar ou
presume-se que os utentes tenham um razoável conhe- ponto de corte, não sendo uma característica qualitativa
cimento das actividades empresariais e económicas e da primária que a informação tenha de ter para ser útil,
contabilidade e vontade de estudar a informação com ra- está no entanto ligada a característica qualitativa da
zoável diligência. Porém, a informação acerca de matérias relevância, e deve ser analisada nesse contexto.
complexas, a incluir nas demonstrações financeiras dada
Fiabilidade (26 a 34)
a sua relevância para a tomada de decisões dos utentes,
não deve ser excluída meramente com o fundamento de 26. Para que seja útil, a informação também deve
que ela possa ser demasiado difícil para a compreensão ser fiável. A informação tem a qualidade da fiabilidade
de certos utentes. quando estiver isenta de erros materiais e de preconcei-
tos, e os utentes dela possam depender ao representar
Relevância (21 a 25)
fidedignamente o que ela ou pretende representar ou pode
21. Para ser útil, a informação tem de ser relevante razoavelmente esperar-se que represente.
para a tomada de decisões dos utentes. A informação tem
27. A informação pode ser relevante mas tão pouco
a qualidade da relevância quando influencia as decisões
fiável por natureza ou representação que o seu reconheci-
económicas dos utentes ao ajudá-los a avaliar os aconte-
mento pode ser potencialmente enganador. Por exemplo,
cimentos passados, presentes ou futuros ou confirmar,
se a validade e quantia de uma reclamação por danos sob
ou corrigir, as suas avaliações passadas.
acção legal estiverem em disputa, pode ser inapropriado
22. As funções preditivas e confirmatórias da informa- para a entidade reconhecer no balanço a quantia inteira
ção estão interrelacionadas. Por exemplo, a informação da reclamação, embora possa ser apropriado divulgar a
acerca do nível corrente e da estrutura da detenção de quantia e circunstâncias da reclamação.
activos tem valor para os utentes, quando estes se es-
28. Para que a informação se considere fiável ela deve
forçam por predizer a capacidade da entidade para tirar
atender também: à sua representação fidedigna: à sua
vantagem das oportunidades e a capacidade de reagir a
substância e realidade económica e não meramente com
situações adversas. A mesma informação desempenha
a sua forma legal; à sua neutralidade; à aplicação de
um papel confirmatório a respeito de predições passadas,
prudência na sua preparação; e á sua plenitude.
acerca, por exemplo, do caminho em que a entidade seria
estruturada ou do resultado de operações planeadas. Representação fidedigna (29 e 30)
23. A informação acerca da posição financeira e do de- 29. Para ser fiável, a informação deve representar
sempenho passado é frequentemente usada como a base fidedignamente as transacções e outros acontecimentos
para predizer a posição financeira e o desempenho futuros que ela ou pretende representar ou possa razoavelmente
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 25
esperar-se que represente. Assim, por exemplo, o balanço é a inclusão de um grau de precaução no exercício dos
deve representar fidedignamente as transacções e outros juízos necessários ao fazer as estimativas necessárias
acontecimentos de que resultem activos, passivos e capital em condições de incerteza, de forma que os activos ou
próprio da entidade na data do relato que satisfaçam os os rendimentos não sejam sobreavaliados e os passivos
critérios de reconhecimento. ou os gastos não sejam subavaliados. Porém, o exercício
da prudência não permite, por exemplo, a criação de
30. A maior parte da informação financeira está su- reservas ocultas ou provisões excessivas, a subavaliação
jeita a algum risco de não chegar a ser a representação deliberada de activos ou de rendimentos, ou a deliberada
fidedigna daquilo que ela pretende retratar. Isto não é sobreavaliação de passivos ou de gastos, porque as de-
devido a preconceito, mas antes a dificuldades inerentes monstrações financeiras não seriam neutras e, por isso,
seja na identificação das transacções e outros aconteci- não teriam a qualidade de fiabilidade.
mentos a serem divulgados seja na concepção e aplicação
de técnicas de mensuração e apresentação que possam Plenitude (34)
comunicar mensagens que correspondam a essas tran- 34.Para que seja fiável, a informação nas demonstrações
sacções e acontecimentos. Em certos casos, a mensuração financeiras deve ser completa adentro dos limites de ma-
dos efeitos financeiros dos itens poderá ser tão incerta terialidade e de custo. Uma omissão pode fazer com que
que as entidades geralmente não os reconhecerão nas a informação seja falsa ou enganadora e por conseguinte
demonstrações financeiras; por exemplo, se bem que a não fiável e deficiente em termos da sua relevância.
maior parte das entidades gerem internamente trespasse
Comparabilidade (35 a 38)
(goodwill) no decorrer do tempo, é geralmente difícil
identificar ou mensurar com fiabilidade esse trespasse 35. Os utentes têm de ser capazes de comparar as
(goodwill). Noutros casos, porém, pode ser relevante demonstrações financeiras de uma entidade ao longo
reconhecer os itens e divulgar o risco de erro que rodeia do tempo a fim de identificar tendências na sua posi-
o seu reconhecimento e a sua mensuração. ção financeira, no seu desempenho e das alterações
na posição financeira. Os utentes têm também de ser
Substância sobre a forma (31) capazes de comparar as demonstrações financeiras de
31. Se a informação deve representar fidedignamente diferentes entidades a fim de avaliar de forma relativa
as transacções e outros acontecimentos que tenha por a sua posição financeira, o seu desempenho e as altera-
fim representar, é necessário que eles sejam contabili- ções na posição financeira. Daqui que a mensuração e
zados e apresentados de acordo com a sua substância exposição dos efeitos financeiros de transacções e outros
e realidade económica e não meramente com a sua acontecimentos semelhantes devam ser levados a efeito
forma legal. A substância das transacções ou de outros de maneira consistente em toda a entidade e ao longo
acontecimentos nem sempre é consistente com a que é do tempo nessa entidade e de maneira consistente para
mostrada pela sua forma legal. Por exemplo, uma enti- diferentes entidades.
dade pode alienar um activo a uma terceira entidade de 36. Uma implicação importante da característica
tal maneira que a documentação tenha por fim passar a qualitativa da comparabilidade é a de que os utentes
propriedade legal a essa entidade; contudo, podem existir sejam informados das políticas contabilísticas usadas na
acordos que assegurem que a entidade continua a fruir preparação das demonstrações financeiras, de quaisquer
os benefícios económicos incorporados no activo. Em tais alterações nessas políticas e dos efeitos de tais alterações.
circunstâncias, o relato de uma venda não representaria Os utentes necessitam de ser capazes de identificar dife-
fidedignamente a transacção celebrada (se na verdade renças entre as políticas contabilísticas para transacções
houve uma transacção). e outros acontecimentos semelhantes usados pela mesma
entidade de período para período e entre diferentes en-
Neutralidade (32) tidades. A conformidade com as NRF, incluindo a divul-
32. Para que seja fiável, a informação contida nas de- gação das políticas contabilísticas usadas pela entidade,
monstrações financeiras tem de ser neutra, isto é, livre ajuda a conseguir comparabilidade.
de preconceitos. As demonstrações financeiras não são 37. A necessidade de comparabilidade não deve ser
neutras se, por via da selecção ou da apresentação da confundida com a mera uniformidade e não deve ser
informação, elas influenciarem a tomada de uma decisão permitido que se torne um impedimento à introdução de
ou um juízo de valor a fim de atingir um resultado ou um normas contabilísticas melhoradas. Não é apropriado que
efeito predeterminado. uma entidade continue a contabilizar da mesma manei-
ra uma transacção ou outro acontecimento se a política
Prudência (33) adoptada não estiver de acordo com as características
33. Os preparadores das demonstrações financeiras qualitativas da relevância e da fiabilidade. É também
têm, porém, de lutar com as incertezas que inevitavel- inapropriado que uma entidade deixe as suas políticas
mente rodeiam muitos acontecimentos e circunstâncias, contabilísticas inalteradas quando existam alternativas
tais como a cobrabilidade duvidosa de contas a receber, mais relevantes e fiáveis.
a vida útil provável activos fixos tangíveis e o número 38. Porque os utentes desejam comparar a posição
de reclamações de garantia que possam ocorrer. Tais financeira, o desempenho e as alterações na posição finan-
incertezas são reconhecidas através da divulgação da ceira de uma entidade ao longo do tempo, é importante
sua natureza e extensão e pela aplicação de prudência na que as demonstrações financeiras mostrem a informação
preparação das demonstrações financeiras. A prudência correspondente divulgada no período precedente.
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Constrangimentos à informação relevante e fiável (39 a 42) sição financeira de uma entidade. Se bem que esta Estru-
tura Conceptual não trate directamente tais conceitos, a
39. O preparador das demonstrações financeiras aplicação das principais características qualitativas e das
deve estar consciente de que existem constrangimentos normas contabilísticas apropriadas resulta normalmente
à informação relevante e fiável pelo que na sua elabo- em demonstrações financeiras que transmitem o que é
ração deve atender que a demora indevida no relato da geralmente entendido como uma imagem verdadeira e
informação pode fazer perder a sua relevância, bem como apropriada de, ou como apresentando razoavelmente,
deve atender ao balanceamento entre benefícios e custo tal informação.
e entre características qualitativas
Elementos das demonstrações financeiras (44 a 79)
Tempestividade (40)
44. As demonstrações financeiras retratam os efeitos
40. Se houver demora indevida no relato da informação das transacções e de outros acontecimentos ao agrupá-los
ela pode perder a sua relevância. O órgão de gestão pode em grandes classes de acordo com as suas características.
necessitar de balancear os méritos relativos do relato Estas grandes classes são constituídas pelos elementos
tempestivo com o fornecimento de informação fiável. das demonstrações financeiras. Os elementos directa-
Para proporcionar informação numa base tempestiva mente relacionados com a mensuração da posição finan-
pode muitas vezes ser necessário relatar antes de serem ceira no balanço são os activos, os passivos e os capitais
conhecidos todos os aspectos de uma transacção ou outro próprios. Os elementos directamente relacionados com
acontecimento, diminuindo por conseguinte a fiabilida- a mensuração do desempenho na demonstração dos re-
de. Ao contrário, se o relato for demorado até que todos sultados são os rendimentos e os gastos. A demonstração
os aspectos sejam conhecidos, a informação pode ser de alterações na posição financeira reflecte geralmente
altamente fiável mas de pouca utilidade para os utentes elementos da demonstração dos resultados e as altera-
que tenham tido entretanto de tomar decisões. Para ções de elementos do balanço; concordantemente, esta
conseguir a ponderação entre relevância e fiabilidade, a Estrutura Conceptual não identifica nenhuns elementos
consideração dominante é a de como melhor satisfazer as que sejam exclusivos daquela demonstração.
necessidades dos utentes nas tomadas de decisões.
Posição financeira (45 a 47)
Balanceamento entre benefício e custo (41)
45. Os elementos directamente relacionados com a
41. A ponderação entre benefício e custo é mais um mensuração da posição financeira são os activos, os pas-
constrangimento influente do que uma característica sivos e o capital próprio.
qualitativa. Os benefícios derivados da informação de-
46. As definições de activo e de passivo identificam as
vem exceder o custo de a proporcionar. A avaliação dos
suas características essenciais mas não tentam especi-
benefícios e custos é, contudo, substancialmente um
ficar os critérios que necessitam de ser satisfeitos antes
processo de ajuizamento. Para além disso, os custos não
de serem reconhecidos no balanço. Por conseguinte,
recaem necessariamente sobre os utentes que fruem os
as definições abarcam itens que não são reconhecidos
benefícios. Os benefícios podem também ser usufruí-
como activos ou como passivos no balanço porque não
dos pelos utentes que não sejam aqueles para quem a
satisfazem os critérios de reconhecimento debatidos
informação é preparada; por exemplo, o fornecimento
nos parágrafos 80 a 96. Particularmente, a expectativa
de informação adicional a mutuantes pode reduzir os
de que benefícios económicos futuros fluirão para ou de
custos dos empréstimos obtidos por uma entidade. Por
uma entidade tem de ser suficientemente certa para ir
estas razões é difícil aplicar um teste custo - benefício a
de encontro ao critério da probabilidade do parágrafo 81
qualquer caso particular. Não obstante, os normalizado-
antes de um activo ou passivo ser reconhecido.
res em particular, assim como os preparadores e utentes
das demonstrações financeiras, devem estar conscientes 47. Ao avaliar se um item satisfaz a definição de ac-
deste constrangimento. tivo, passivo ou capital próprio, é preciso dar atenção à
sua subjacente substância e realidade económica e não
Balanceamento entre características qualitativas (42) meramente à sua forma legal.
42. Na prática é muitas vezes necessário um balan- Activos (48 a 55)
ceamento, ou um compromisso, entre características
qualitativas. Geralmente a aspiração é conseguir um 48. Activo é um recurso controlado pela entidade
balanceamento apropriado entre as características a como resultado de acontecimentos passados e do qual se
fim de ir ao encontro dos objectivos das demonstrações espera que fluam para a entidade benefícios económicos
financeiras. A importância relativa das características futuros;
em casos diferentes é uma questão de juízo de valor 49. Os benefícios económicos futuros incorporados num
profissional. activo são o potencial de contribuir, directa ou indirecta-
Imagem verdadeira e apropriada/apresentação mente, para o fluxo de caixa e equivalentes de caixa para
apropriada (43) a entidade. O potencial pode ser um potencial produtivo
que faça parte das actividades operacionais da entidade.
43. As demonstrações financeiras são frequentemente Pode também tomar a forma de convertibilidade em caixa
descritas como mostrando uma imagem verdadeira e ou equivalentes de caixa ou a capacidade de reduzir os
apropriada de, ou como apresentando apropriadamente, exfluxos de caixa, tais como quando um processo alter-
a posição financeira, o desempenho e as alterações na po- nativo de fabricação baixe os custos de produção.
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50. Uma entidade emprega geralmente os seus activos ausência de um dispêndio relacionado não evita que um
para produzir bens ou serviços capazes de satisfazer os item satisfaça a definição de activo e por conseguinte se
desejos ou as necessidades de clientes; pelo facto de es- torne um candidato ao reconhecimento no balanço; por
tes bens e serviços poderem satisfazer esses desejos ou exemplo, itens que tenham sido doados à entidade podem
necessidades, os clientes estão preparados para pagá-los, satisfazer a definição de activo.
contribuindo assim para o fluxo de caixa da entidade. O
próprio dinheiro presta um serviço à entidade por causa Passivos (56 a 61)
da sua predominância sobre os outros recursos. 56. Passivo é uma obrigação presente da entidade
51. Os benefícios económicos futuros incorporados proveniente de acontecimentos passados, da liquidação
num activo podem fluir para a entidade de diferentes da qual se espera que resulte um exfluxo de recursos da
maneiras. Por exemplo, um activo pode ser: entidade incorporando benefícios económicos.
(a) Usado isoladamente ou em combinação com ou- 57. Uma característica essencial de um passivo é a
tros activos na produção de bens ou serviços de que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma
para serem vendidos pela entidade; obrigação é um dever ou responsabilidade para agir ou
executar de certa maneira. As obrigações podem ser le-
(b) Trocado por outros activos; galmente impostas como consequência de um contrato
vinculativo ou de requisito estatutário. Este é geralmente
(c) Usado para liquidar um passivo; ou o caso, por exemplo, de quantias a pagar por bens e ser-
(d) Distribuído aos proprietários da entidade. viços recebidos. As obrigações também surgem, porém,
das práticas normais dos negócios, costumes e de um
52. Muitos activos, por exemplo, activos fixos tangíveis, desejo de manter boas relações negociais ou de agir de
têm uma forma física. Porém, a forma física não é essencial maneira equilibrada. Se, por exemplo, uma entidade de-
à existência de um activo; daqui que as patentes e os di- cidir como questão de política rectificar deficiências nos
reitos de autor, por exemplo, sejam activos se se espera seus produtos mesmo quando estas se tornem evidentes
que deles fluam benefícios económicos futuros para a após o período de garantia ter expirado, são passivos as
entidade e se eles forem controlados pela entidade. quantias que se espera que sejam gastas respeitantes a
bens já vendidos.
53. Muitos activos, por exemplo, as dívidas a receber
e propriedades, estão associados a direitos legais, incluindo 58. Deve distinguir-se entre uma obrigação presente
o direito de propriedade. Ao determinar a existência e um compromisso futuro. Por exemplo, uma decisão do
de um activo, o direito de propriedade não é essencial; órgão de gestão de uma entidade para adquirir activos
por conseguinte, por exemplo, a propriedade detida sob no futuro não dá, por si própria, origem a uma obrigação
locação é um activo se a entidade controlar os benefícios presente. Normalmente uma obrigação surge somente
que espera que fluam da propriedade. Se bem que a ca- quando o activo é entregue ou a entidade entra num
pacidade de uma entidade de controlar benefícios seja acordo irrevogável para adquirir o activo. No último
geralmente a consequência de direitos legais, um item caso, a natureza irrevogável do acordo significa que as
pode no entanto satisfazer a definição de activo mesmo consequências económicas da falha de honrar o com-
quando não haja controlo legal. Por exemplo, o “know- promisso, por exemplo, por causa da existência de uma
how’ obtido das actividades de desenvolvimento pode penalidade substancial, deixam a entidade com pouca
satisfazer a definição de activo quando, ao conservar se- ou nenhuma margem para evitar o exfluxo de recursos
creto esse ‘know-how’, uma entidade controle os benefícios para uma outra parte.
que espera que dele fluam.
59. A liquidação de uma obrigação presente envolve
54. Os activos de uma entidade resultam de transac- geralmente que a entidade ceda recursos incorporando
ções passadas ou de outros acontecimentos passados. As benefícios económicos a fim de satisfazer a reivindicação
entidades normalmente obtêm activos pela sua compra da outra parte. A liquidação de uma obrigação presente
ou produção, mas outras transacções ou acontecimentos pode ocorrer de maneiras várias, por exemplo, por:
podem gerar activos; incluem-se como exemplos a proprie-
dade recebida do Governo por uma entidade como parte (a) Pagamento a dinheiro;
de um programa para encorajar o crescimento económico
(b) Transferência de outros activos;
numa área e a descoberta de depósitos minerais. As tran-
sacções ou acontecimentos que se espera que venham a (c) Prestação de serviços;
ocorrer no futuro não dão por si próprio origem a activos;
daqui que, por exemplo, uma intenção de comprar inven- (d) Substituição dessa obrigação por outra ou
tários não satisfaz à definição de activos. (e) Conversão da obrigação em capital próprio.
55. Há uma íntima associação entre dispêndios em Uma obrigação pode também ser extinta por outros meios,
que se incorrem e activos que se geram mas ambos não coin- tais como um credor abdicar ou perder os seus direitos.
cidem necessariamente. Daqui que, quando uma entidade
incorre em dispêndios, isto possa proporcionar prova de 60. Os passivos resultam de operações passadas ou de
que benefícios económicos futuros foram procurados mas outros acontecimentos passados. Assim, por exemplo, a
não é prova concludente de que um item que satisfaça a aquisição de bens e o uso de serviços dão origem a dívidas
definição de activo tenha sido obtido. Semelhantemente a comerciais a pagar (a menos que pagos adiantadamente
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ou no acto da entrega) e o recebimento de um empréstimo estatais de negócios. A estrutura legal e reguladora para
bancário resulta numa obrigação de pagar o empréstimo. tais entidades são muitas vezes diferentes da aplicável às
Uma entidade pode também reconhecer como passivos sociedades. Por exemplo, podem existir algumas restri-
os descontos futuros baseados nas compras anuais feitas ções na distribuição aos proprietários ou a outros benefi-
por clientes; neste caso, a venda de bens no passado é a ciários de quantias incluídas no capital próprio. Contudo,
operação que dá origem ao passivo. a definição de capital próprio e os outros aspectos desta
Estrutura Conceptual que tratam do capital próprio são
61. Alguns passivos só podem ser mensurados usando um apropriados para tais entidades.
grau substancial de estimativa, designando-se estes pas-
sivos como provisões. Quando uma provisão envolva uma Desempenho (67 a 78)
obrigação presente e satisfaça a definição do parágrafo
67. O resultado da entidade é frequentemente usado
49(b), ela é um passivo mesmo que a respectiva quantia
como uma medida de desempenho e no caso do resultado
tenha de ser estimada. Como exemplos indicam-se as
positivo (lucro) como a base para outras mensurações,
provisões para pagamentos a serem feitos relativamente
tais como o retorno do investimento ou os resultados
a garantias existentes e provisões para cobrir as obriga-
por acção. Os elementos directamente relacionados com
ções de pensões de reforma.
a mensuração do resultado são rendimentos e gastos. O
Capital próprio (62 a 66) reconhecimento e mensuração dos rendimentos e gastos,
e consequentemente do resultado, dependem em parte
62. Capital próprio é o interesse residual nos activos dos conceitos de capital e de manutenção do capital usa-
da entidade depois de deduzir todos os seus passivos. dos pela entidade na preparação das suas demonstrações
financeiras. Estes conceitos são tratados nos parágrafos
63. Se bem que o capital próprio seja definido no
100 a 108.
parágrafo anterior como um resíduo, ele deve ser sub-
classificado no balanço. Por exemplo, numa sociedade, 68. As definições de rendimentos e de gastos identificam
os fundos contribuídos pelos accionistas, os resultados as suas características essenciais mas não tentam especi-
retidos, os resultados do período, as reservas que repre- ficar os critérios que necessitarão de ser satisfeitos antes
sentem apropriações de resultados retidos e as reservas de serem reconhecidos na demonstração dos resultados.
que representem ajustamentos de manutenção do capital Os critérios para o reconhecimento de rendimentos e de
podem ser mostradas separadamente. Tais classificações gastos são tratados nos parágrafos 80 a 96.
podem ser relevantes para as necessidades de tomada
de decisões dos utentes das demonstrações financeiras 69. Os rendimentos e os gastos são apresentados na
quando indiquem restrições legais ou outras sobre a demonstração dos resultados de formas diversificadas, a
capacidade da entidade distribuir ou, de outra maneira, fim de proporcionar informação que seja relevante para
aplicar o seu capital próprio. Podem também reflectir o a tomada de decisões económicas. Esta diversificação é
facto de detentores de capital numa entidade terem direi- feita na base de que a origem de um item é relevante
tos diferentes em relação ao recebimento de dividendos na avaliação da capacidade da entidade gerar caixa ou
ou ao reembolso de capital próprio contribuído. equivalentes de caixa no futuro.
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exemplo, os que provenham da revalorização de títulos conceitos de manutenção do capital. Em vez disso, estes
negociáveis e os que resultem de aumentos na quantia itens são incluídos no capital próprio como ajustamentos
escriturada de activos a longo prazo. Quando os ganhos de manutenção do capital ou reservas de revalorização.
sejam reconhecidos na demonstração dos resultados, eles Estes conceitos de manutenção do capital são tratados
são geralmente apresentados em separado porque o seu nos parágrafos 100 a 108 desta Estrutura Conceptual.
conhecimento é útil para o propósito de tomar decisões
económicas. Os ganhos são muitas vezes relatados líqui- Reconhecimento dos elementos das demonstrações
dos de gastos relacionados. financeiras (80 a 96)
74. Várias espécies de activos podem ser recebidos ou 80. Reconhecimento é o processo de incorporar no
aumentados através dos rendimentos; exemplos incluem balanço e na demonstração dos resultados um item que
o dinheiro, dívidas a receber e bens e serviços recebidos satisfaça a definição de um elemento e satisfaça os cri-
por troca de bens e serviços fornecidos. Os rendimentos térios de reconhecimento estabelecidos no parágrafo 81.
podem também resultar da liquidação de passivos. Por Isso envolve a descrição do item por palavras e por uma
exemplo, uma entidade pode fornecer bens e serviços quantia monetária e a inclusão dessa quantia nos totais
a um mutuante em liquidação de uma obrigação para do balanço ou da demonstração dos resultados. Os itens
reembolsar um empréstimo por liquidar. que satisfaçam os critérios de reconhecimento devem
ser reconhecidos no balanço ou na demonstração dos
Gastos (75 a 78) resultados. A falha do reconhecimento de tais itens não
é rectificada pela divulgação das políticas contabilísticas
75. Gastos são diminuições nos benefícios económicos
usadas nem por informação divulgado no Anexo
durante o período contabilístico na forma de exfluxos ou
deperecimentos de activos ou na incorrência de passivos 81. Um item que satisfaça a definição de uma classe
que resultem em diminuições do capital próprio, que não deve ser reconhecido se:
sejam as relacionadas com distribuições aos participantes
no capital próprio. (a) For provável que qualquer benefício económico
futuro associado com o item flua para ou da
76. A definição de gastos, em sentido lato, engloba entidade; e
aqueles gastos que resultem do decurso das actividades
correntes da entidade assim como perdas. Os gastos (b) O item tiver um gasto ou um valor que possa ser
que resultem do decurso das actividades correntes da mensurado com fiabilidade.
entidade incluem, por exemplo, o gasto das vendas, as
remunerações e as depreciações. Tomam geralmente a 82. Ao avaliar se um item satisfaz estes critérios e por
forma de um exfluxo ou deperecimento de activos tais isso se qualifica para reconhecimento nas demonstrações
como caixa e seus equivalentes, inventários e activos financeiras, é necessário ter em atenção a condição de
fixos tangíveis. materialidade tratada no parágrafo 25.
77. As perdas representam outros itens que satisfaçam Probabilidade de benefícios económicos futuros
a definição de gastos e podem, ou não, surgir no decurso (83)
das actividades correntes da entidade. As perdas repre- 83. O conceito de probabilidade é usado nos critérios
sentam diminuições em benefícios económicos e como de reconhecimento para referir o grau de incerteza em
tal não são na sua natureza diferentes de outros gastos. que os benefícios económicos futuros associados ao item
Daqui que não sejam vistas como um elemento separado fluirão para, ou de, a entidade. O conceito está em har-
nesta Estrutura Conceptual. monia com a incerteza que caracteriza o ambiente em
78. As perdas incluem, por exemplo, as que resultam que uma entidade opera. As avaliações do grau de in-
de desastres como os incêndios e as inundações bem como certeza ligadas ao fluxo de benefícios económicos futuros
as que provêm da alienação de activos não correntes. A são feitas com base nas provas disponíveis aquando da
definição de gastos também inclui perdas não realiza- preparação das demonstrações financeiras. Por exemplo,
das como, por exemplo, as provenientes dos efeitos do quando for provável que uma dívida a receber devida por
aumento da taxa de câmbio de uma moeda estrangeira uma entidade venha a ser paga, é justificável então, na
respeitante a empréstimos obtidos de uma entidade ausência de provas em contrário, reconhecer a dívida a
nessa moeda. Quando as perdas forem reconhecidas receber como um activo. Para uma grande população de
na demonstração dos resultados, elas são geralmente dívidas a receber, porém, é considerado provável algum
mostradas separadamente porque o conhecimento das grau de não-pagamento; daqui que seja reconhecido um
mesmas é útil para finalidades de tomar decisões econó- gasto que represente a redução esperada de benefícios
micas. As perdas são muitas vezes relatadas líquidas de económicos.
rendimentos relacionados. Fiabilidade da mensuração (84 a 86)
Ajustamentos de manutenção do capital (79)
84. O segundo critério para o reconhecimento de um
79. A revalorização ou reexpressão de activos e pas- item é que este possua um gasto ou um valor que possa
sivos dá origem a aumentos ou diminuições de capital ser mensurado com fiabilidade como referido nos pará-
próprio. Se bem que estes aumentos ou diminuições sa- grafos 26 a 34 desta Estrutura Conceptual. Em muitos
tisfaçam a definição de rendimentos e de gastos, eles não casos, o gasto ou o valor precisam de ser estimados; o uso
são incluídos na demonstração dos resultados segundo certos de estimativas razoáveis é uma parte essencial da prepa-
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ração das demonstrações financeiras e não destrói a sua Reconhecimento de rendimentos (90 e 91)
fiabilidade. Quando, porém, uma estimativa razoável não
possa ser feita o item não é reconhecido no balanço ou na 90. Um rendimento é reconhecido na demonstração dos
demonstração dos resultados. Por exemplo, os proventos resultados quando tenha surgido um aumento de bene-
esperados de uma acção judicial podem estar de acordo fícios económicos futuros relacionados com um aumento
com as definições quer de activo quer de rendimento num activo ou com uma diminuição de um passivo e que
assim como do critério de probabilidade para reconheci- possa ser quantificado com fiabilidade. Isto significa,
mento; porém, se não for possível que a reivindicação seja com efeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocorre
mensurada com fiabilidade, ela não deve ser reconhecida simultaneamente com o reconhecimento de aumentos em
como activo ou como rendimento; a existência da reivin- activos ou com diminuições em passivos (por exemplo, o
dicação, porém, será divulgada no Anexo. aumento líquido em activos provenientes de uma venda
de bens ou de serviços ou a diminuição em passivos pro-
85. Um item que, num dado momento, falhe em satis- venientes do perdão de uma dívida a pagar).
fazer os critérios de reconhecimento do parágrafo 81 pode
qualificar-se para reconhecimento numa data posterior 91. Os procedimentos geralmente adoptados na prática
como resultado de circunstâncias ou acontecimentos para o reconhecimento de um rendimento, por exemplo, o
subsequentes. requisito de que o rédito deve ser gerado, são aplicações dos
critérios de reconhecimento nesta Estrutura Conceptual.
86. Um item que possua as características essenciais Tais procedimentos dirigem-se geralmente à restrição
de um elemento mas falhe em satisfazer os critérios de do reconhecimento como rendimentos àqueles itens que
reconhecimento pode no entanto exigir divulgação no possam ser mensurados com fiabilidade e que tenham
anexo. Isto é apropriado quando o conhecimento do item um grau suficiente de certeza.
seja considerado relevante pelos utentes das demonstra-
ções financeiras para a avaliação da posição financeira, Reconhecimento de gastos (92 a 96)
desempenho e das alterações na posição financeira de 92. Os gastos são reconhecidos na demonstração dos
uma entidade. resultados quando tenha surgido uma diminuição dos
Reconhecimento de activos (87 e 88) benefícios económicos futuros relacionados com uma
diminuição num activo ou com um aumento de um pas-
87. Um activo é reconhecido no balanço quando for sivo e que possam ser mensurados com fiabilidade. Isto
provável que os benefícios económicos futuros fluam para significa, com efeito, que o reconhecimento de gastos
a entidade e o activo tenha um gasto ou um valor que ocorre simultaneamente com o reconhecimento de um
possa ser mensurado com fiabilidade. aumento de passivos ou de uma diminuição de activos
88. Um activo não é reconhecido no balanço quando, (por exemplo, o acréscimo de direitos dos empregados ou
relativamente ao dispêndio incorrido, seja considerado a depreciação de equipamento).
improvável que benefícios económicos fluirão para a 93. Os gastos são reconhecidos na demonstração dos
entidade para além do período contabilístico corrente. resultados com base numa associação directa entre os
Em vez disso, tal transacção resulta no reconhecimento gastos incorridos e a obtenção de rendimentos específicos.
de um gasto na demonstração dos resultados. Este tra- Este processo, geralmente referido como o balanceamento
tamento não implica que a intenção do órgão de gestão, de gastos com réditos, envolve o reconhecimento simul-
ao incorrer no dispêndio, fosse outra que não a de gerar tâneo ou combinado de réditos e de gastos que resultem
benefícios económicos futuros para a entidade, ou que a directa e conjuntamente das mesmas transacções ou de
gestão dos negócios fosse mal orientada. A única impli- outros acontecimentos; por exemplo, os vários componen-
cação é a de que o grau de certeza de que os benefícios tes de gastos constituindo o gasto dos produtos vendidos
económicos fluirão para a entidade para além do período são reconhecidos ao mesmo tempo que o rédito derivado
contabilístico corrente é insuficiente para justificar o da venda dos produtos. Porém, a aplicação do conceito de
reconhecimento de um activo. balanceamento segundo esta Estrutura Conceptual não
Reconhecimento de passivos (89) permite o reconhecimento de itens no balanço que não
satisfaçam a definição de activos ou passivos.
89. Um passivo é reconhecido no balanço quando for
provável que um exfluxo de recursos incorporando bene- 94. Quando se espere que surjam benefícios económicos
fícios económicos resulte da liquidação de uma obrigação durante vários períodos contabilísticos e a associação com
presente e que a quantia pela qual a liquidação tenha rendimentos só possa ser determinada de uma forma
lugar possa ser mensurada com fiabilidade. Na prática, geral ou indirectamente, os gastos são reconhecidos na
as obrigações ao abrigo de contratos que estejam propor- demonstração dos resultados na base de procedimentos
cional e igualmente não executados (por exemplo passivos de imputação sistemáticos e racionais. Isto é muitas vezes
por inventários encomendados mas ainda não recebidos) necessário ao se reconhecerem os gastos associados com
não são geralmente reconhecidos como passivos nas de- o consumo de activos tais como os activos fixos tangíveis,
monstrações financeiras. Porém, tais obrigações podem o trespasse (goodwill), as patentes e as marcas; em tais
satisfazer a definição de passivos e, desde que os critérios casos, o gasto é referido como depreciação ou amortiza-
de reconhecimento sejam satisfeitos nas circunstâncias ção. Estes procedimentos de imputação destinam-se a
particulares, podem qualificar-se para reconhecimento. reconhecer gastos nos períodos contabilísticos em que
Em tais circunstâncias, o reconhecimento de passivos im- os benefícios económicos associados com estes itens se
plica o reconhecimento dos activos ou gastos relacionados. consumam ou se extingam.
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95. Um gasto é imediatamente reconhecido na demons- 99.A base de mensuração geralmente adoptada pelas
tração dos resultados quando o dispêndio não produza entidades ao preparar as suas demonstrações financeiras
benefícios económicos futuros ou quando, e somente se, é o custo histórico. Este é geralmente combinado com
os benefícios económicos futuros não se qualifiquem, ou outras bases de mensuração. Por exemplo, os inventários
cessem de qualificar-se, para reconhecimento no balanço são geralmente escriturados pelo mais baixo do custo ou
como um activo. do valor realizável líquido, os títulos negociáveis podem
ser escriturados pelo seu valor de mercado e os passivos
96. Um gasto é também reconhecido na demonstração
por pensões de reforma são escriturados pelo seu valor
dos resultados nos casos em que seja incorrido um passivo
presente.
sem o reconhecimento de um activo, o que sucede quando
surge um passivo por garantia de um produto. Conceitos de capital e manutenção de capital (100 a 108)
Mensuração dos elementos das demonstrações
financeiras (97 a 99) Conceitos de capital (100 e 101)
97. Mensuração é o processo de determinar as quantias 100. Geralmente as entidades adoptam um conceito
monetárias pelas quais os elementos das demonstrações financeiro de capital na preparação das suas demons-
financeiras devam ser reconhecidos e relatados no ba- trações financeiras. No conceito financeiro de capital, tal
lanço e na demonstração dos resultados. Isto envolve a como dinheiro investido ou poder de compra investido,
selecção da base particular de mensuração. o capital é sinónimo de activos líquidos ou de capital
98. São utilizadas diferentes bases de mensuração em próprio da entidade. No conceito físico de capital, tal
graus diferentes e em variadas combinações nas demons- como a capacidade operacional, o capital é visto como a
trações financeiras. Elas incluem as seguintes: capacidade produtiva da entidade baseada, por exemplo,
em unidades de produção diária.
(a) Custo histórico. Os activos são registados pela
quantia de caixa, ou equivalentes de caixa paga 101. A selecção por uma entidade do conceito apropria-
ou pelo justo valor da retribuição dada para do de capital deve basear-se nas necessidades dos utentes
os adquirir no momento da sua aquisição. Os das suas demonstrações financeiras. Por conseguinte,
passivos são registados pela quantia dos pro- um conceito financeiro de capital deve ser adoptado se
ventos recebidos em troca da obrigação, ou em os utentes das demonstrações financeiras estiverem
algumas circunstâncias (por exemplo, impostos principalmente interessados na manutenção do capital
sobre o rendimento), pelas quantias de caixa,
nominal investido ou no poder de compra do capital in-
ou de equivalentes de caixa, que se espera que
vestido. Se, porém, a principal preocupação dos utentes
venham a ser pagas para satisfazer o passivo
for a capacidade operacional da entidade, deve ser usado
no decurso normal dos negócios.
um conceito físico de capital. O conceito escolhido indica o
(b) Custo corrente. Os activos são registados pela objectivo a ser atingido na determinação do lucro, mesmo
quantia de caixa ou de equivalentes de caixa que possam existir algumas dificuldades de mensuração
que teria de ser paga se o mesmo ou um activo para tornar o conceito operacional.
equivalente fosse correntemente adquirido.
Os passivos são registados pela quantia não Conceitos de manutenção do capital e a determi-
descontada de caixa, ou de equivalentes de nação do lucro (102 a 108)
caixa, que seria necessária para liquidar cor-
rentemente a obrigação. 102. Os conceitos de capital no parágrafo 100 dão ori-
gem aos seguintes conceitos de manutenção do capital:
(c) Valor realizável (de liquidação). Os activos são re-
gistados pela quantia de caixa, ou equivalentes (a) Manutenção do capital financeiro. Por este con-
de caixa, que possa ser correntemente obtida ceito um lucro só é obtido se a quantia finan-
ao vender o activo numa alienação ordenada. ceira (ou dinheiro) dos activos líquidos no fim
Os passivos são escriturados pelos seus valores
do período exceder a quantia financeira (ou
de liquidação; isto é, as quantias não descon-
dinheiro) dos activos líquidos do começo do pe-
tadas de caixa ou equivalentes de caixa que
ríodo, depois de excluir quaisquer distribuições
se espera que sejam pagais para satisfazer os
passivos no decurso normal dos negócios. aos, e contribuições dos, proprietários durante
o período. A manutenção do capital financeiro
(d) Valor presente. Os activos são escriturados pelo pode ser mensurada quer em unidades mone-
valor presente descontado dos futuros influxos tárias nominais quer em unidades de poder de
líquidos de caixa que se espera que o item gere compra constante.
no decurso normal dos negócios. Os passivos
são escriturados pelo valor presente desconta- (b) Manutenção do capital físico. Por este conceito
do dos futuros exfluxos líquidos de caixa que se um lucro só é obtido se a capacidade física pro-
espera que sejam necessários para liquidar os dutiva (ou capacidade operacional) da entidade
passivos no decurso normal dos negócios. (ou os recursos ou os fundos necessários para
(e) Justo valor. Quantia pela qual um activo pode conseguir essa capacidade) no fim do período
ser trocado ou um passivo liquidado, entre exceder a capacidade física produtiva no co-
partes conhecedoras e dispostas a isso, numa meço do período, depois de excluir quaisquer
transacção em que não exista relacionamento distribuições aos, e contribuições dos, proprie-
entre elas. tários durante o período.
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103. O conceito de manutenção do capital está ligado Despacho Normativo n.º 2/2008
à forma como uma entidade define o capital que procura
manter. Proporciona a ligação entre os conceitos de ca- O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
pital e os conceitos de resultados porque proporciona o dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
ponto de referência pelo qual o resultado é mensurado; Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
é um pré requisito para distinguir entre o retorno sobre em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
o capital da entidade e o retorno do seu capital; só os aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
influxos de activos em excesso das quantias necessárias objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
para manter o capital podem ser vistos como lucro e por nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
conseguinte como um retorno sobre o capital. Daqui que mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
o lucro seja a quantia residual que permanece após os em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
gastos (incluindo os ajustamentos da manutenção do das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
capital, quando apropriados) terem sido deduzidos dos sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
rendimentos. Se os gastos excederem os rendimentos a País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
quantia residual é um prejuízo. de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
104. O conceito de manutenção do capital físico requer e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
a adopção da base de mensuração pelo custo corrente. O dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
conceito de manutenção do capital financeiro, porém, não Verde.
requer o uso de uma base particular de mensuração. A Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
selecção da base segundo este conceito está dependente Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
do tipo de capital financeiro que a entidade está a pro- Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
curar manter. tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
105. A diferença principal entre os dois conceitos de Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
manutenção do capital é o tratamento dos efeitos das Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
alterações dos preços nos activos e passivos da entidade. Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
Em termos gerais, uma entidade tem mantido o seu ca- se a apresentação da documentação complementar ao
pital se tiver tanto capital no fim do período como tinha diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
no começo do mesmo. Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
106. Pelo conceito de manutenção do capital financeiro Cabo Verde.
quando o capital seja definido em termos de unidades
Nestes termos,
monetárias nominais, o lucro representa o aumento
do capital monetário nominal durante o período. Por No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo
conseguinte, os aumentos dos preços dos activos detidos 204 e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda
durante o período, convencionalmente referidos como ga- o Governo da República de Cabo Verde através da Minis-
nhos de detenção, são, conceptualmente, lucros. Podem, tra das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
porém, não ser reconhecidos como tal até que os activos
sejam alienados numa transacção de troca. Quando o Artigo 1º
conceito de manutenção do capital financeiro seja definido Aprovação
em termos de unidades de poder de compra constante, o
lucro representa o aumento de poder de compra investido É aprovado a Norma de Relato Financeiro 1- Apre-
durante o período. Por conseguinte, apenas aquela parte sentação das Demonstrações Financeiras do Sistema de
do aumento nos preços dos activos que exceda o aumento Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que
no nível geral de preços é vista como lucro. O resto do se apresenta em anexo ao presente regulamento como
aumento é tratado como ajustamento da manutenção do parte integrante.
capital e, daqui, como parte do capital próprio.
Artigo 2º
107. Pelo conceito de manutenção do capital físico
Natureza
quando o capital seja definido em termos da capacidade
produtiva física, o lucro representa o aumento nesse A Norma de Relato Financeiro 1 - Apresentação das
capital durante o período. Todas as alterações de preços Demonstrações Financeiras é parte integrante do Siste-
que afectem os activos e passivos da entidade são vistas ma de Normalização Contabilístico e Relato Financeiro
como alterações na mensuração da capacidade física para Cabo Verde.
produtiva da entidade; daqui que sejam tratadas como
ajustamentos da manutenção do capital, que fazem parte Artigo 3º
do capital próprio, e não como lucro. Entrada em vigor
108. A selecção das bases de mensuração e do con-
ceito de manutenção do capital determina o modelo O presente Despacho Normativo entra em vigor na
contabilístico usado na preparação das demonstrações data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
financeiras. Modelos contabilísticos diferentes exibem aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
diferentes graus de relevância e de fiabilidade e, como lato Financeiro.
noutras áreas, tem de se procurar um balanceamento Gabinete da Ministra das Finanças e Administração
entre relevância e fiabilidade. Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra, Cristina
A Ministra, Cristina Duarte. Duarte.
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SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA (c) Capital próprio;
E DE RELATO FINANCEIRO
(d) Rendimentos (réditos e ganhos);
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 1
(e) Gastos (gastos e perdas);
APRESENTAÇÃO
DE DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS (f) Outras alterações no capital próprio; e
Esta Norma de Relato Financeiro tem como objectivo (g) Fluxos de caixa.
prescrever as bases para a apresentação de demonstra-
ções financeiras nomeadamente quanto à estrutura e Esta informação, juntamente com outra incluída nas
conteúdo do balanço, da demonstração dos resultados, notas do Anexo, ajuda os utentes das demonstrações fi-
seja por natureza ou por funções, da demonstração das nanceiras a prever os futuros fluxos de caixa da entidade
alterações no capital próprio e do anexo, por forma a as- e, em particular, a sua tempestividade e certeza
segurar a comparabilidade quer com as demonstrações
financeiras, da entidade, apresentadas no período ante- 5. Um conjunto completo de demonstrações financeiras
rior, quer com as demonstrações financeiras de outras inclui:
entidades. As bases quanto à estrutura e conteúdo da
demonstração de fluxos de caixa são desenvolvidamente (a) Um balanço;
tratadas na NRF 2.
(b) Uma demonstração dos resultados;
Âmbito, finalidade e componentes (1 a 8)
(c) Uma demonstração das alterações no capital
1. Esta Norma deve ser aplicada a todas as demons- próprio;
trações financeiras de finalidades gerais preparadas
e apresentadas de acordo com as Normas de Relato (d) Uma demonstração dos fluxos de caixa; e
Financeiro.
(e) Um anexo.
2. As bases para a apresentação de demonstrações fi-
nanceiras de finalidades gerais estabelecem os requisitos 6. As demonstrações financeiras devem apresentar
globais que permitem assegurar a comparabilidade quer apropriadamente a posição financeira, o desempenho
com as demonstrações financeiras de períodos anteriores financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade. A apre-
da entidade quer com as demonstrações financeiras de sentação apropriada exige a representação fidedigna
outras entidades. O reconhecimento, a mensuração, a dos efeitos das transacções, outros acontecimentos e
divulgação e aspectos particulares de apresentação de condições de acordo com as definições e critérios de reco-
transacções específicas e outros acontecimentos são tra- nhecimento para activos, passivos, rendimentos e gastos
tados em normas específicas. estabelecidos na Estrutura Conceptual. Presume-se que
a aplicação das NRF, com divulgação adicional quando
3. As demonstrações financeiras de finalidades gerais
necessária, resulta em demonstrações financeiras que
são as que se destinam a satisfazer as necessidades de
utentes que não estejam em posição de exigir relatórios alcançam uma apresentação apropriada.
feitos para ir ao encontro das suas necessidades parti-
7. Na generalidade das circunstâncias, uma apresen-
culares de informação. As demonstrações financeiras
tação apropriada é conseguida pela conformidade com as
de finalidades gerais incluem as que são apresentadas
NRF aplicáveis. Uma apresentação apropriada também
isoladamente ou incluídas num outro documento para o
público, tal como um relatório anual ou um prospecto. exige que uma entidade:
4. As demonstrações financeiras são uma representa- (a) Seleccione e adopte políticas contabilísticas de
ção estruturada da posição financeira e do desempenho acordo com a NRF aplicável;
financeiro de uma entidade. O objectivo das demonstra-
(b) Apresente informação, incluindo políticas con-
ções financeiras de finalidades gerais é o de proporcionar
informação acerca da posição financeira, do desempenho tabilísticas, de uma forma que proporcione
financeiro e dos fluxos de caixa de uma entidade que seja informação relevante, fiável, comparável e
útil a uma vasta gama de utentes na tomada de decisões. compreensível;
As demonstrações financeiras também mostram os re-
(c) Proporcione divulgações adicionais quando o cum-
sultados da condução por parte do órgão de gestão dos
recursos a ele confiados. Para satisfazer este objectivo, primento dos requisitos específicos contidos
as demonstrações financeiras proporcionam informação nas NRF possa ser insuficiente para permitir
de uma entidade acerca do seguinte: a sua compreensão pelos utentes.
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compensação quer na demonstração dos resultados quer 24. Quando a apresentação e classificação de itens nas
no balanço, excepto quando a mesma reflicta a substân- demonstrações financeiras for emendada, as quantias
cia da transacção ou outro acontecimento, prejudica a comparativas devem ser reclassificadas, a menos que
capacidade dos utentes em compreender as transacções, seja impraticável. Considera-se que a aplicação de um
outros acontecimentos e condições que tenham ocorrido e requisito é impraticável quando a entidade não o possa
de avaliar os futuros fluxos de caixa da entidade. A men- aplicar depois de ter feito todos os esforços razoáveis
suração de activos líquidos de deduções de valorização, para o conseguir.
por exemplo, deduções de obsolescência nos inventários,
não é compensação. 25. Quando as quantias comparativas sejam reclassi-
ficadas, uma entidade deve divulgar:
20. O rédito deve ser mensurado tomando em consi-
deração a quantia de quaisquer descontos comerciais e (a) A natureza da reclassificação;
abatimentos de volume concedidos pela entidade. Uma
entidade empreende, no decurso das suas actividades (b) A quantia de cada item ou classe de itens que
ordinárias, outras transacções que não geram rédito mas tenha sido reclassificada; e
que são inerentes às principais actividades que o geram. (c) A razão para a reclassificação.
Os resultados de tais transacções são apresentados,
quando esta apresentação reflicta a substância da tran- 26. Quando for impraticável reclassificar quantias
sacção ou outro acontecimento, compensando qualquer comparativas, uma entidade deve divulgar:
rendimento com os gastos relacionados resultantes da
mesma transacção. Por exemplo: (a) A razão para não as reclassificar, e
(a) Os ganhos e perdas na alienação de activos não (b) A natureza dos ajustamentos que teriam sido feitos
correntes, incluindo investimentos e activos se as quantias tivessem sido reclassificadas.
operacionais, são relatados, deduzindo ao
produto da alienação a quantia escriturada do 27. Aperfeiçoar a comparabilidade de informação
activo e os gastos de venda relacionados; e inter-períodos ajuda os utentes a tomar decisões, so-
bretudo porque lhes permite avaliar as tendências na
(b) Os dispêndios relacionados com uma provisão informação financeira para finalidades de previsão. Em
reconhecida de acordo com a NRF respectiva algumas circunstâncias, torna-se impraticável reclas-
e reembolsada segundo um acordo contratual sificar informação comparativa para um período em
com terceiros (por exemplo, um acordo de ga- particular para conseguir comparabilidade com o período
rantia de um fornecedor) podem ser compen- corrente. Por exemplo, podem não ter sido coligidos
sados com o reembolso relacionado. dados no(s) período(s) anterior(es) de modo a permitir a
reclassificação e, por isso, pode não ser praticável recriar
21. Adicionalmente, os ganhos e perdas provenientes a informação.
de um grupo de transacções semelhantes são relatados
numa base líquida, por exemplo, ganhos e perdas de Estrutura e conteúdo das demonstrações finan-
diferenças cambiais ou ganhos e perdas provenientes de ceiras (28 a 69)
instrumentos financeiros detidos para negociação. Estes
ganhos e perdas são, contudo, relatados separadamente Considerações gerais (28)
se forem materiais.
28. Esta Norma exige determinadas divulgações na face
Informação comparativa (22 a 27) do balanço, na demonstração dos resultados e na demons-
tração das alterações no capital próprio e no anexo
22. A menos que uma NRF o permita ou exija de outra
Identificação das demonstrações financeiras (29 e 30)
forma, informação comparativa deve ser divulgada com
respeito ao período anterior para todas as quantias rela- 29. As NRF aplicam-se apenas às demonstrações fi-
tadas nas demonstrações financeiras. A informação com- nanceiras enunciadas e estruturadas nesta norma, pelo
parativa deve ser incluída para a informação narrativa e que se deve reservar a expressão “demonstrações finan-
descritiva quando for relevante para uma compreensão ceiras” apenas a estes documentos, e não a outra qualquer
das demonstrações financeiras do período corrente. informação seja ela apresentada conjuntamente com as
demonstrações financeiras ou num outro documento.
23. Em alguns casos, a informação narrativa pro-
porcionada nas demonstrações financeiras relativa(s) 30. Cada componente das demonstrações financeiras
ao(s) período(s) anterior(es) continua a ser relevante no deve ser identificado claramente. A informação seguin-
período corrente. Por exemplo, os pormenores de uma te deve ser mostrada de forma proeminente e repetida
disputa legal, cujo desfecho era incerto à data do último quando for necessário para a devida compreensão da
balanço e esteja ainda para ser resolvida, são divulgados informação apresentada:
no período corrente. Os utentes beneficiam da informa-
ção de que a incerteza existia à data do último balanço (a) O nome da entidade que relata ou outros meios
e da informação acerca das medidas adoptadas durante de identificação, e qualquer alteração nessa
o período para resolver a incerteza. informação desde a data do balanço anterior;
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(b) Se as demonstrações financeiras abrangem a en- liquidez e solvência de uma entidade. Para alguns ins-
tidade individual ou um grupo de entidades; trumentos financeiros é exigida a divulgação das datas
de maturidade de activos financeiros e de passivos finan-
(c) A data do balanço ou o período abrangido pelas ceiros. Os activos financeiros incluem dívidas a receber
demonstrações financeiras, conforme o que for comerciais e outras e os passivos financeiros incluem
apropriado para esse componente das demons- dívidas a pagar comerciais e outras. A informação sobre
trações financeiras; a data prevista para a recuperação e liquidação de acti-
vos e de passivos não monetários tais como inventários e
(d) A moeda de apresentação; e provisões é também útil, quer os activos e passivos sejam
ou não classificados como correntes ou não correntes.
(e) O nível de arredondamento usado na apresentação
de quantias nas demonstrações financeiras. Activos correntes (36 a 38)
Período de relato (31) 36. Um activo deve ser classificado como corrente
quando satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
31. As demonstrações financeiras devem ser apre-
sentadas pelo menos anualmente. Quando se altera a (a) Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que
data do balanço de uma entidade e as demonstrações seja vendido ou consumido, no decurso normal
financeiras anuais sejam apresentadas para um período do ciclo operacional da entidade;
mais longo ou mais curto do que um ano, a entidade deve
divulgar, além do período abrangido pelas demonstrações (b) Seja detido essencialmente para a finalidade de
financeiras: ser negociado;
(a) A razão para usar um período mais longo ou (c) Espera-se que seja realizado num período até
mais curto; e doze meses após a data do balanço; ou
(b) O facto de que não são inteiramente comparáveis (d) É caixa ou equivalente de caixa, a menos que lhe
quantias comparativas da demonstração dos seja limitada a troca ou uso para liquidar um
resultados, da demonstração das alterações no passivo durante pelo menos doze meses após
capital próprio, da demonstração de fluxos de a data do balanço.
caixa e das notas do anexo relacionadas.
Todos os outros activos devem ser classificados como
Balanço (32 a 52) não correntes.
Distinção corrente/não corrente (32 a 35)
37. Esta norma usa a expressão “não corrente” para
incluir activos tangíveis, intangíveis e financeiros cuja
32.Uma entidade deve apresentar activos correntes e
natureza seja de longo prazo. Para efeitos deste parágrafo
não correntes, e passivos correntes e não correntes, como
deve-se entender longo prazo como tendo uma duração
classificações separadas na face do balanço.
que vai além do período das demonstrações financeiras
33. Uma entidade deve divulgar as quantias que se em preparação.
espera sejam recuperadas ou liquidadas num prazo su-
perior a doze meses para cada linha de item de activo 38. O ciclo operacional de uma entidade é o tempo
e de passivo que combine quantias que se espera sejam entre a aquisição de activos para processamento e sua
recuperadas ou liquidadas: realização em caixa ou seus equivalentes. Quando o ci-
clo operacional normal da entidade não for claramente
(a) Até doze meses após a data do balanço e identificável, pressupõe-se que a sua duração seja de
doze meses. Os activos correntes incluem activos (tais
(b) Após doze meses a data do balanço. como inventários e dívidas a receber comerciais) que
são vendidos, consumidos ou realizados como parte do
34. Quando uma entidade fornece bens ou serviços ciclo operacional normal mesmo quando não se espere
dentro de um ciclo operacional claramente identificável, que sejam realizados num período até doze meses após
a classificação separada de activos e passivos correntes e a data do balanço. Os activos correntes também incluem
não correntes na face do balanço proporciona informação activos essencialmente detidos para a finalidade de serem
útil ao se distinguir os activos líquidos que estejam con- negociados e a parte corrente de activos financeiros não
tinuamente em circulação, como capital circulante, dos correntes.
que são usados nas operações de longo prazo da entidade.
Essa classificação também realça os activos que se espera Passivos correntes (39 a 46)
que sejam realizados dentro do ciclo operacional corrente,
bem como os passivos que devam ser liquidados dentro 39. Um passivo deve ser classificado como corrente
do mesmo período. quando satisfizer qualquer um dos seguintes critérios:
35. A informação acerca das datas previstas para a (a) Se espere que seja liquidado durante o ciclo ope-
realização de activos e de passivos é útil na avaliação da racional normal da entidade;
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(b) Seja detido essencialmente para a finalidade de à data do balanço, inclusive com o efeito de o passivo se
ser negociado; tornar pagável à ordem, o passivo é classificado como cor-
rente, mesmo que o mutuante tenha concordado, após a
(c) Deva ser liquidado num período até doze meses data do balanço e antes da autorização das demonstrações
após a data do balanço; ou financeiras para emissão, em não exigir pagamento como
consequência do incumprimento. O passivo é classificado
(d) A entidade não tenha um direito incondicional como corrente porque, à data do balanço, a entidade não
de diferir a liquidação do passivo durante pelo tem um direito incondicional de diferir a sua liquidação
menos doze meses após a data do balanço. durante pelo menos doze meses após essa data.
Todos os outros passivos devem ser classificados como 45. Contudo, o passivo é classificado como não corrente
não correntes. se o mutuante tiver concordado, até à data do balanço,
em proporcionar um período de graça a terminar pelo
40. Alguns passivos correntes, tais como dívidas a
menos doze meses após a data do balanço, dentro do qual
pagar comerciais e alguns acréscimos de gastos relativos
a entidade pode rectificar o incumprimento e durante o
a empregados e outros gastos operacionais, são parte do
qual o mutuante não pode exigir o reembolso imediato.
capital circulante usado no ciclo operacional normal da
entidade. Tais itens operacionais são classificados como 46. Com respeito a empréstimos classificados como
passivos correntes mesmo que estejam para ser liqui- passivos correntes, se os acontecimentos que se seguem
dados a mais de doze meses após a data do balanço. O ocorrerem entre a data do balanço e a data em que as
mesmo ciclo operacional normal aplica-se à classificação demonstrações financeiras forem autorizadas para emis-
dos activos e passivos de uma entidade. são, esses acontecimentos qualificam-se para divulgação
como acontecimentos que não dão lugar a ajustamentos
41. Outros passivos correntes não são liquidados como de acordo com a NRF 5 - Acontecimentos após a data do
parte do ciclo operacional normal, mas está prevista a balanço:
sua liquidação para um período até doze meses após a
data do balanço ou estão essencialmente detidos para (a) Refinanciamento numa base de longo prazo;
a finalidade de serem negociados. Exemplos disto são
os passivos financeiros classificados, como detidos para (b) Rectificação de um incumprimento de um acordo
negociação, descobertos em bancos e a parte corrente de de empréstimo de longo prazo; e
passivos financeiros não correntes, dividendos a pagar,
(c) A recepção, da parte do mutuante, de um período
impostos sobre o rendimento e outras dívidas a pagar não
de graça para rectificar um incumprimento de
comerciais. Os passivos financeiros que proporcionem
um acordo de empréstimo de longo prazo que
financiamento numa base a longo prazo e cuja liquidação
termine pelo menos doze meses após a data
não esteja prevista para um período até doze meses após
do balanço.
a data do balanço são passivos não correntes.
Informação a ser apresentada na face do balanço
42. Uma entidade classifica os seus passivos finan-
(47 a 50)
ceiros como correntes quando a sua liquidação estiver
prevista para um período até doze meses após a data do 47. A informação mínima a apresentar na face do ba-
balanço, mesmo que: lanço consta do respectivo modelo anexo a esta norma.
(a) O prazo original tenha sido por um período su- 48. Linhas de itens adicionais, títulos e sub totais
perior a doze meses; e podem ser apresentados na face do balanço quando tal
apresentação for relevante para uma melhor compreen-
(b) Um acordo de refinanciamento, ou de reescalo- são da posição financeira da entidade.
namento de pagamentos, numa base de longo
prazo seja completado após a data do balanço 49. Uma entidade deve divulgar, ou na face do balanço
e antes das demonstrações financeiras serem ou no anexo, outras subclassificações das linhas de itens
autorizadas para emissão. apresentadas, classificadas de uma forma apropriada
para as operações da entidade.
43. Se uma entidade esperar, e tiver a possibilidade
de, refinanciar ou substituir (“roll over”) uma obrigação 50. O pormenor proporcionado nas subclassificações
durante pelo menos doze meses após a data do balanço, depende dos requisitos das NRF e da dimensão, natureza
ela classifica a obrigação como não corrente, mesmo que e função das quantias envolvidas.
fosse devida dentro de um período mais curto. Contudo,
Informação a ser apresentada no anexo (51 e 52)
quando o refinanciamento ou a substituição (‘roll over”)
da obrigação não depender do critério da entidade (por 51. Uma entidade deve divulgar o seguinte no anexo:
exemplo, se não houver um acordo de refinanciamento),
o potencial de refinanciamento não é considerado e a (a) Para cada classe de capital por acções:
obrigação é classificada como corrente.
i. A quantidade de acções emitidas e inteira-
44. Quando uma entidade não cumprir um compromis- mente pagas, e emitidas mas não inteiramente
so segundo um acordo de empréstimo de longo prazo até pagas;
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ii. Os direitos, preferências e restrições asso- 60. Quando as entidades classifiquem os gastos por
ciados a essa classe incluindo restrições na função, devem divulgar informação adicional sobre a
distribuição de dividendos e no reembolso de natureza dos gastos, incluindo os gastos de depreciação
capital; e de amortização e os gastos com o pessoal.
iii. Quantidade de acções da entidade detidas Demonstração das alterações no capital próprio
pela própria entidade ou por subsidiárias ou (61 a 63)
associadas; e
61. As rubricas a incluir na face da demonstração
(b) Uma descrição da natureza e da finalidade de das alterações no capital próprio constam do respectivo
cada reserva dentro do capital próprio. modelo anexo a esta norma.
52. Uma entidade sem capital por acções, deve divulgar 62. As alterações no capital próprio de uma entidade
informação equivalente à exigida no parágrafo 25. entre duas datas de balanço reflectem o aumento ou a
redução nos seus activos líquidos durante o período. Com
Demonstração dos resultados (53 a 60) a excepção das alterações resultantes de transacções com
detentores de capital próprio agindo na sua capacidade de
Resultados do período (53)
detentores de capital próprio (tais como contribuições de
53.Todos os itens de rendimentos e de gastos reconhe- capital, reaquisições de instrumentos de capital próprio
cidos num período devem ser incluídos nos resultados a da entidade e dividendos) e dos gastos de transacção di-
menos que uma norma o exija de outro modo. rectamente relacionados com tais transacções, a alteração
global no capital próprio durante um período representa
Informação a ser apresentada na face da demons- a quantia total de rendimentos e gastos, incluindo ganhos
tração dos resultados (54 a 57) e perdas, gerada pelas actividades da entidade durante
esse período (quer esses itens de rendimentos e de gastos
54.A informação mínima a apresentar na face da de-
sejam reconhecidos nos resultados ou directamente como
monstração dos resultados consta do respectivo modelo
alterações no capital próprio).
anexo a esta norma.
63. A NRF 3 — Políticas contabilísticas, alterações
55.Linhas de itens adicionais, títulos e sub totais
nas estimativas contabilísticas e erros exige ajustamen-
podem ser apresentados na face da demonstração dos
tos retrospectivos para efectuar alterações nas políticas
resultados, quando tal apresentação for relevante para
contabilísticas, até ao ponto que seja praticável, excepto
uma melhor compreensão do desempenho financeiro da
quando as disposições transitárias noutra Norma o
entidade.
exijam de outra forma. A NRF 3 também exige que as
56.Uma entidade não deve apresentar itens de rendi- reexpressões para corrigir erros sejam feitas retros-
mento e de gasto como itens extraordinários, quer na face pectivamente, até ao ponto em que seja praticável. Os
da demonstração dos resultados quer no anexo. ajustamentos retrospectivos e as reexpressões retrospec-
tivas são feitos no saldo dos resultados retidos, excepto
57.Os itens a apresentar na demonstração dos resul- quando uma Norma exija ajustamentos retrospectivos
tados deverão basear-se numa classificação que atenda à de outro componente do capital próprio. A divulgação na
sua natureza, podendo, adicionalmente, ser apresentada demonstração das alterações no capital próprio do ajus-
uma demonstração de resultados em que a classificação tamento total para cada componente do capital próprio
dos itens se baseie na sua função dentro da entidade. resultante, é feita separadamente das alterações nas
políticas contabilísticas e de correcções de erros. Estes
Informação a ser apresentada no anexo (58 a 60) ajustamentos são divulgados para cada período anterior
e no início do período.
58. Quando os itens de rendimentos e de gastos são
materiais, a sua natureza e quantia devem ser divulgadas Anexo (64 a 69)
separadamente.
Estrutura (64 a 66)
59. As circunstâncias que dão origem à divulgação
separada de itens de rendimentos e de gastos incluem: 64.O anexo deve:
(a) Reestruturações das actividades de uma entida- (a) Apresentar informação acerca das bases de pre-
de e reversões de quaisquer provisões para os paração das demonstrações financeiras e das
custos de reestruturação; políticas contabilísticas usadas;
(b) Alienações de itens de activos fixos tangíveis; (b) Divulgar a informação exigida pelas NRF que
não seja apresentada na face do balanço, na
(c) Alienações de investimentos; demonstração dos resultados, na demonstra-
ção das alterações no capital próprio ou na
(d) Unidades operacionais descontinuadas;
demonstração dos fluxos de caixa; e
(e) Resolução de litígios; e
(c) Proporcionar informação adicional que não seja
(f) Outras reversões de provisões. apresentada na face do balanço, na demons-
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tração dos resultados, na demonstração das Principais fontes de incerteza das estimativas (69)
alterações no capital próprio ou na demonstra-
ção dos fluxos de caixa, mas que seja relevante 69. Uma entidade deve divulgar, no anexo, informação
para uma melhor compreensão de qualquer acerca dos principais pressupostos relativos ao futuro,
uma delas. e outras principais fontes da incerteza das estimativas
à data do balanço, que tenham um risco significativo
65. As notas do anexo devem ser apresentadas de de provocar um ajustamento material nas quantias
uma forma sistemática. Cada item na face do balanço, escrituradas de activos e passivos durante o período
na demonstração dos resultados, na demonstração das contabilístico seguinte.
alterações no capital próprio e na demonstração dos fluxos
de caixa, que tenha merecido uma nota no anexo, deve Data de eficácia (70)
ter uma referência cruzada.
70. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os
66. As notas do anexo devem ser apresentadas pela períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2009.
seguinte ordem:
ANEXO 1
(a) Identificação da entidade, incluindo domicílio,
Regime especial das pequenas entidades
natureza da actividade, nome e sede da em-
presa-mãe, se aplicável;
1. Às Entidades inseridas no regime especial para
pequenas entidades (REPE) não se aplicam as alíneas c)
(b) Referencial contabilístico de preparação das
e d) do nº 5 devendo no entanto no Anexo proporcionar
demonstrações financeiras;
informação que seja relevante para uma melhor com-
preensão nas alterações no capital próprio e nos fluxos
(c) Resumo das principais políticas contabilísticas
de caixa
adoptadas;
2. As Entidades inseridas no regime especial para pequenas
(d) Informação de suporte de itens apresentados na entidades (REPE) podem optar pelos modelos reduzidos do
face do balanço, na demonstração dos resulta- Balanço e da demonstração de resultados por naturezas
dos, na demonstração das alterações no capital (alíneas a) e b) do nº 5), que constam do anexo 2.
próprio e na demonstração dos fluxos de caixa,
pela ordem em que cada demonstração e cada ANEXO 2
linha de item seja apresentada;
Modelos de demonstrações financeiras
(e) Passivos contingentes e compromissos contratu-
ais não reconhecidos; Em anexo, fazendo parte integrante desta norma,
apresentam-se os modelos de demonstrações financeiras,
(f) Divulgações exigidas por diplomas legais; a que a norma se refere, sendo que os dois últimos:
Modelo de balanço-PE; e Modelo de demonstração de
(g) Outras informações cuja divulgações seja consi- resultados por natureza-PE destinam-se exclusivamente
derada relevante para melhor compreensão da às entidades inseridas no REPE, e que não optem pelos
posição financeira e dos resultados). modelos completos.
67. Uma entidade deve divulgar um resumo das prin- 2. Modelo de demonstração de resultados por natureza;
cipais políticas contabilísticas, designadamente:
3. Modelo de Demonstração de resultados por funções;
(a) Bases de mensuração usadas na preparação das
demonstrações financeiras; 4. Modelo de Demonstração de fluxos de caixa - método
directo;
(b) Outras políticas contabilísticas usadas que
5. Modelo de Demonstração de fluxos de caixa - método
sejam relevantes para uma compreensão das
indirecto;
demonstrações financeiras.
6. Modelo de Demonstração das alterações no capital
68. Uma entidade deve divulgar, no resumo das políti- próprio;
cas contabilísticas significativas ou outras notas, os juízos
de valor, com a excepção dos que envolvam estimativas, 7. Modelo do Anexo.
que o órgão de gestão fez no processo de aplicação das
políticas contabilísticas da entidade e que tenham maior 8. Modelo de balanço-PE;
impacto nas quantias reconhecidas nas demonstrações
financeiras. 9. Modelo de demonstração de resultados por natureza-PE;
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IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
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IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade ________________________________________________________________
Outros Elementos ________________________________________________________________
Resultado das actividades descontinuadas (líquido de impostos) incluido no resultado liquído do período
(1) — O escudo, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de escudos
IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade ________________________________________________________________
Outros Elementos ________________________________________________________________
B8N4F6B2-1P9B9E9C-7F3J8H4Q-29D3WLKM-2E0L1T2J-68021U92-2Z9G9V3A-284JXEHG
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IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade ________________________________________________________________
Outros Elementos ________________________________________________________________
Método Directo
B8N4F6B2-1P9B9E9C-7F3J8H4Q-29D3WLKM-2E0L1T2J-68021U92-2Z9G9V3A-284JXEHG
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IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade ________________________________________________________________
Outros Elementos ________________________________________________________________
Método Indirecto
B8N4F6B2-1P9B9E9C-7F3J8H4Q-29D3WLKM-2E0L1T2J-68021U92-2Z9G9V3A-284JXEHG
44
IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade _______________________________________________________________________________________________________________________
Outros Elementos de identificação_______________________________________________________________________________________________________________
DESCRIÇÃO Notas
Total
período
próprias)
Prestações
Revalorização
Excedentes de
capital Próprio
Capital Próprio
Acções (quotas
Outras reservas
Reservas Legais
Capital realizado
Suplementares e
Ajustamentos em
Interesses Minoritários
activos Financeiros
Total do Capital Próprio
Outras Variações no
Resultado liquido do
Prémios de Emissão
outros Instrumentos de
Resultados Transitados
OUTRAS OPERAÇÔES
…
4
POSIÇÕES NO FIM DO PÉRIODO N 1+2+3+4
(1) — O escudo, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de escudos
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IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade _______________________________________________________________________________________________________________________
Outros Elementos de identificação_______________________________________________________________________________________________________________
DESCRIÇÃO Notas
Total
período
próprias)
Prestações
Resultados
Transitados
Revalorização
Excedentes de
capital Próprio
Capital Próprio
Acções (quotas
Outras reservas
Reservas Legais
Capital realizado
Suplementares e
Ajustamentos em
Interesses Minoritários
activos Financeiros
Total do Capital Próprio
Outras Variações no
Resultado liquido do
Prémios de Emissão
outros Instrumentos de
POSIÇÕES NO INÍCIO DO PÉRIODO N-1 1
OUTRAS OPERAÇÔES
…
4
POSIÇÕES NO FIM DO PÉRIODO N-1\ 1+2+3+4
(1) — O escudo, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de escudos
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IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
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IDENTIFICAÇÃO DA ENTIDADE
Designação da entidade ________________________________________________________________
Outros Elementos ________________________________________________________________
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Nota nº. Título da nota e conteúdo mínimo
ANEXO - PE
0 Referencial contabilístico de preparação das
Nota introdutória demonstrações financeiras
1 Resumo das principais políticas contabilísticas
Não existe uma estrutura rígida para o Anexo-PE. No adoptadas
entanto de acordo com a NRF1 a demonstração finan- 2 Fluxos de caixa
ceira “Anexo” é constituído por um conjunto de notas
apresentadas por uma determinada ordem, devendo 3 a N-4 Estas notas devem ser apresentadas de uma
forma sistemática, e estão reservadas para
esta demonstração financeira começar por identificar a informação de suporte de itens apresentados
entidade e o referencial contabilístico utilizado para a na face do balanço, na demonstração dos re-
preparação das demonstrações financeiras. sultados.
A informação mínima a ser apresentada no anexo é a Deverá haver uma referência cruzada entre o
Anexo e as demais demonstrações financeiras
que a cada momento for exigida pelo sistema de norma- de forma a tornar fácil e inequívoca a identifi-
lização contabilística e de relato financeiro. cação do local do anexo onde a informação se
encontra.
Neste sentido o Anexo deverá iniciar por identificar
N-3 Outras informações sobre a aplicação do regi-
a entidade e o referencial contabilístico seguindo-se as me de acréscimo.
restantes notas, sendo que: a identificação da entidade; a
nota 0; as notas 1 e 2; e as notas N-3 a N são de apresen- N-2 Passivos contingentes e compromissos contra-
tuais não reconhecidos
tação obrigatória e na sequência em que se apresentam
no quadro abaixo onde N é o ultimo número da sequência N-1 Divulgações exigidas por diplomas legais
das notas (o N-1 o penúltimo e assim sucessivamente) N Outras informações cuja divulgações seja con-
siderada relevante para melhor compreensão
ESTRUTURA DO ANEXO da posição financeira e dos resultados
Identificação da entidade, incluindo: designação da Na nota N-3, entre outra informação, deverá constar
entidade; domicílio; natureza da actividade; nome e sede informação sobre os acréscimos e deferimentos que pode
da empresa- mãe, se aplicável. ser dada num quadro como seja:
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Acréscimos de Gastos
(Tipo movimento) (nº e nome da conta (quadro contas)) (Valor) (Obs)
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Artigo 2º Caixa e Equivalentes de Caixa (3 a 5)
Natureza 3. Os equivalentes de caixa são detidos com a finali-
A Norma de Relato Financeiro 2 – Demonstração de Fluxos dade de ir ao encontro dos compromissos de caixa a curto
de Caixa é parte integrante do Sistema de Normalização prazo e não para investimento ou outros propósitos. Para
Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde um investimento se qualificar como um equivalente de
caixa ele tem de ser prontamente convertível para uma
Artigo 3º
quantia conhecida de dinheiro e estar sujeito a um risco
Entrada em vigor insignificante de alterações de valor. Por isso, um investi-
mento só se qualifica normalmente como um equivalente
O presente Despacho Normativo entra em vigor na
de caixa quando tiver um vencimento a curto prazo, seja
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
três meses ou menos a partir da data de aquisição. Os
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
investimentos de capital próprio são excluídos dos equi-
lato Financeiro.
valentes de caixa a menos que sejam, em substância,
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração equivalentes de caixa, por exemplo no caso de acções
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra, Cristina preferenciais adquiridas dentro de um curto período do
Duarte. seu vencimento e com uma data específica de remição.
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA 4. Os empréstimos bancários obtidos são geralmente
E DE RELATO FINANCEIRO considerados como actividades de financiamento.
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 2 5. Os fluxos de caixa excluem movimentos entre itens que
constituam caixa e seus equivalentes porque estes compo-
DEMONSTRAÇÃO DE FLUXOS DE CAIXA
nentes são parte da gestão de caixa de uma entidade e não
Esta Norma de Relato Financeiro tem como objectivo parte das suas actividades operacionais, de investimento e
prescrever as bases quanto à estrutura e conteúdo da de financiamento. A gestão de caixa inclui o investimento
demonstração de fluxos de caixa, por forma a assegurar de excessos de caixa nos equivalentes de caixa.
a comparabilidade quer com a demonstração de fluxos Apresentação de uma demonstração de fluxos
de caixa, da entidade, apresentada no período anterior, de caixa (6 a 12)
quer com a demonstração de fluxos de caixa de outras
entidades. 6. A demonstração de fluxos de caixa deve relatar os
fluxos de caixa durante o período classificados por activi-
Âmbito (1) dades operacionais, de investimento e de financiamento,
1. Uma entidade deve preparar uma demonstração de conforme modelo publicado em Portaria.
fluxos de caixa de acordo com os requisitos desta Nor- 7. A classificação por actividades proporciona infor-
ma e deve apresentá-la como parte integrante das suas mação que permite aos utentes determinar o impacto
demonstrações financeiras de cada período em que são dessas actividades na posição financeira da entidade e
apresentadas demonstrações financeiras. nas quantias de caixa e seus equivalentes. Esta infor-
Definições (2 a 5) mação pode ser também usada para avaliar as relações
entre estas actividades.
2. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
Actividades operacionais (8 a 10)
com os significados especificados:
8. A quantia de fluxos de caixa proveniente de activi-
Actividades de financiamento: são as actividades que dades operacionais é um indicador chave da medida em
têm como consequência alterações na dimensão e com- que as operações da entidade geraram fluxos de caixa
posição do capital próprio contribuído e nos empréstimos suficientes para pagar empréstimos, manter a capaci-
obtidos pela entidade. dade operacional da entidade, pagar dividendos e fazer
Actividades de investimento: são a aquisição e aliena- novos investimentos, sem recurso a fontes externas de
ção de activos a longo prazo e de outros investimentos financiamento. A informação acerca dos componentes
não incluídos em equivalentes de caixa. específicos dos fluxos de caixa operacionais históricos é
útil, juntamente com outra informação, na previsão de
Actividades operacionais: são as principais actividades futuros fluxos de caixa operacionais.
produtoras de rédito da entidade e outras actividades que
não sejam de investimento ou de financiamento. 9. Os fluxos de caixa das actividades operacionais
são principalmente derivados das principais activida-
Caixa: compreende o dinheiro em caixa e em depósitos des geradoras de réditos da entidade. Por isso, eles são
à ordem. geralmente consequência das operações e outros acon-
Equivalentes de caixa: são investimentos financeiros a tecimentos que entram na determinação dos resultados
curto prazo, altamente líquidos que sejam prontamente da entidade. Exemplos de fluxos de caixa de actividades
convertíveis para quantias conhecidas de dinheiro e que operacionais são:
estejam sujeitos a um risco insignificante de alterações (a) Recebimentos de caixa provenientes da venda de
de valor. bens e da prestação de serviços;
Fluxos de caixa: são influxos (recebimentos, entradas) e (b) Recebimentos de caixa provenientes de royalties,
exfluxos (pagamentos, saídas) de caixa e seus equivalentes. honorários, comissões e outros réditos;
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(c) Pagamentos de caixa a fornecedores de bens e (e) Adiantamentos de caixa e empréstimos feitos a
serviços; outras entidades;
(d) Pagamentos de caixa a e por conta de empregados; (f) Recebimentos de caixa provenientes do reembolso
(e) Pagamentos ou recebimentos de caixa por res- de adiantamentos e de empréstimos feitos a
tituições de impostos sobre rendimento, a outras entidades;
menos que estes se relacionem com as outras (g) Pagamentos de caixa para contratos de futuros,
actividades; e contratos de forward, contratos de opção e
(f) Recebimentos e pagamentos de caixa de con- contratos de swap excepto quando os contratos
tratos detidos com a finalidade de negócio. sejam mantidos para as finalidades do negócio,
Algumas transacções, tal como a alienação de ou os pagamentos sejam classificados como
um elemento do activo fixo tangível originam actividades de financiamento; e
ganhos ou perdas que são incluídos na demons- (h) Recebimentos de caixa provenientes de contratos
tração dos resultados. Contudo, os fluxos de de futuros, contratos foivvard, contratos de
caixa relacionados com estas transacções são opção e contratos de swap, excepto quando os
classificados como pertencentes a actividades contratos sejam mantidos para as finalidades
de investimento. do negócio, ou os recebimentos sejam classifi-
10. Uma entidade pode deter títulos e empréstimos cados como actividades de financiamento.
para finalidades do negócio, situação em que são similares
Actividades de financiamento (12)
a inventários adquiridos especificamente para revenda.
Por isso, os fluxos de caixa provenientes da compra e 12. A divulgação separada de fluxos de caixa prove-
venda de títulos para negociar ou comercializar são nientes das actividades de financiamento é importante
classificados como actividades operacionais. De forma porque é útil na predição de reivindicações futuras de
semelhante, os adiantamentos de caixa e empréstimos fluxos de caixa pelos fornecedores de capitais à entidade.
feitos por instituições financeiras são geralmente clas- São exemplos de fluxos de caixa provenientes de activi-
sificados como actividades operacionais desde que se dades de financiamento:
relacionem com as principais actividades geradoras de
rédito dessa entidade. (a) Recebimentos de caixa provenientes da emissão
de acções ou de outros instrumentos de capital
Actividades de investimento (11) próprio;
11. A divulgação separada dos fluxos de caixa prove- (b) Pagamentos de caixa por aquisição de acções
nientes das actividades de investimento é importante (quotas) próprias, redução do capital ou amor-
porque os fluxos de caixa representam a extensão pela tização de acções (quotas);
qual os dispêndios foram feitos relativamente a recursos
destinados a gerar rendimento e fluxos de caixa futuros. (c) Recebimentos provenientes da emissão de cer-
São exemplos de fluxos de caixa provenientes de activi- tificados de dívida, empréstimos, livranças,
dades de investimento: obrigações, hipotecas e outros empréstimos
obtidos a curto ou longo prazo;
(a) Pagamentos de caixa para aquisição de activos
fixos tangíveis, intangíveis e outros activos (d) Desembolsos de caixa de quantias de emprésti-
a longo prazo. Estes pagamentos incluem os mos obtidos; e
relacionados com custos de desenvolvimento
capitalizados e activos fixos tangiveis auto (e) Pagamentos de caixa por um locatário para a
construídos; redução de uma dívida em aberto relacionada
com uma locação financeira.
(b) Recebimentos de caixa por vendas de activos
fixos tangíveis, intangíveis e outros activos a Relato de fluxos de caixa das actividades opera-
longo prazo; cionais (13 a 15)
(c) Pagamentos de caixa para aquisição de instru- 13. Uma entidade deve relatar os fluxos de caixa pro-
mentos de capital próprio ou de dívida de venientes de actividades operacionais pelo uso de um dos
outras entidades e de interesses em empre- dois métodos seguintes:
endimentos conjuntos (que não sejam paga-
mentos dos instrumentos considerados como (a) Método directo, pelo qual, são divulgadas as
sendo equivalentes de caixa ou dos detidos principais classes dos recebimentos e dos pa-
para finalidades de negócio); gamentos brutos de caixa; ou
(d) Recebimentos de caixa de vendas de instrumentos (b) Método indirecto, os resultados são ajustados pe-
de capital próprio ou de dívida de outras en- los efeitos de transacções de natureza que não
tidades e de interesses em empreendimentos sejam por caixa, de quaisquer diferimentos ou
conjuntos (que não sejam recebimentos dos acréscimos de recebimentos e pagamentos de
instrumentos considerados como equivalentes caixa operacionais passados ou futuros, e itens
de caixa e dos detidos para as finalidades do de rédito ou gasto associados com fluxos de
negócio); caixa de investimento ou de financiamento.
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52 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
14. As entidades devem privilegiar o método directo Fluxos de caixa em moeda estrangeira (20 a 23)
para o relato dos fluxos de caixa de actividades opera-
20. Os fluxos de caixa resultantes de transacções em
cionais. Este método proporciona informação que pode
moeda estrangeira devem ser registados na moeda funcio-
ser útil na estimativa de fluxos de caixa futuros e que
nal de uma entidade mediante a aplicação à quantia em
não é disponibilizada pelo método indirecto. Pelo método
moeda estrangeira da taxa de câmbio entre a moeda fun-
directo, a informação acerca das principais classes de
cional e a moeda estrangeira à data do fluxo de caixa.
recebimentos brutos (de caixa) e de pagamentos brutos
(de caixa) pode ser obtida quer: 21. Os fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira
devem ser transpostos às taxas de câmbio entre a moeda fun-
(a) A partir dos registos contabilísticos da entidade;
cional e a moeda estrangeira às datas dos fluxos de caixa.
quer
(b) Pelo ajustamento de vendas, custo das vendas e 22. Os fluxos de caixa denominados numa moeda
outros itens da demonstração dos resultados estrangeira são relatados de maneira consistente com a
relativamente a: NRF 20 - Os efeitos de alterações em taxas de câmbio.
Esta permite o uso de uma taxa de câmbio que se aproxi-
i. Alterações, durante o período, em inventários me da taxa real. Por exemplo, uma taxa de câmbio média
e em contas a receber e a pagar, relacionadas ponderada de um período pode ser usada para registar
com a actividade operacional; transposições de moeda estrangeira ou a transposição dos
ii. Outros itens que não sejam de caixa; e fluxos de caixa de uma subsidiária estrangeira. Porém,
iii. Outros itens pelos quais os efeitos de caixa a NRF 20 não permite o uso da taxa de câmbio à data do
sejam fluxos de caixa de investimento ou de balanço quando sejam transpostos os fluxos de caixa de
financiamento. uma subsidiária estrangeira.
15. Pelo método indirecto, o fluxo de caixa líquido das 23. Os ganhos e as perdas não realizados provenientes
actividades operacionais é determinado pelo ajustamento de alterações de taxas de câmbio de moeda estrangeira
dos resultados relativamente aos efeitos de: não são fluxos de caixa. Porém, o efeito das alterações
(a) Alterações, durante o período, em inventários e das taxas de câmbio sobre caixa e seus equivalentes
em contas a receber e a pagar, relacionadas detidos ou devidos numa moeda estrangeira é relatado
com a actividade operacional; na demonstração dos fluxos de caixa a fim de reconciliar
caixa e seus equivalentes no começo e no fim do período.
(b) Itens que não sejam de caixa tais como depre- Esta quantia é apresentada separadamente da dos fluxos
ciações, ajustamentos, provisões, impostos de caixa das actividades operacionais, de investimento e
diferidos, perdas e ganhos não realizados de de financiamento e inclui as diferenças, se as houver, caso
moeda estrangeira, lucros de associadas não esses fluxos de caixa tivessem sido relatados às taxas de
distribuídos e interesses minoritários; e câmbio do fim do período.
(c) Todos os outros itens quanto aos quais os efeitos
Juros e dividendos (24 a 27)
de caixa sejam fluxos de caixa de investimento
ou de financiamento. 24.Cada um dos fluxos de caixa de juros e dividendos
Alternativamente, o fluxo de caixa líquido das activi- recebidos e pagos deve ser separadamente divulgado.
dades operacionais pode ser apresentado pelo método Cada um deve ser classificado de maneira consistente
indirecto ao mostrar-se os réditos e os gastos divulgados de período a período quer como actividade operacional,
na demonstração dos resultados e as alterações, durante de investimento ou de financiamento.
o período, em inventários e em contas a receber e a pagar, 25. A quantia total de juros pagos durante um período
relacionadas com a actividade operacional. deve ser divulgada na demonstração de fluxos de caixa
Relato de fluxos de caixa das actividades de in- quer tenha sido reconhecida como um gasto na demons-
vestimento e de financiamento (16) tração dos resultados quer tenha sido capitalizada de
acordo com a NRF 11-Gastos de empréstimos obtidos.
16. Uma entidade deve relatar separadamente as
principais classes dos recebimentos brutos de caixa e dos 26. Os juros pagos e juros e dividendos recebidos podem
pagamentos brutos de caixa provenientes das actividades ser classificados como fluxos de caixa operacionais porque
de investimento e de financiamento, excepto até ao ponto entram na determinação dos resultados. Alternativamen-
em que os fluxos de caixa descritos no parágrafo 18 sejam te os juros pagos e os juros e dividendos recebidos podem
relatados numa base líquida. ser classificados como fluxos de caixa de financiamento e
Relato de fluxos de caixa numa base líquida (17 a 19) fluxos de caixa de investimento respectivamente porque
são custos de obtenção de recursos financeiros ou retornos
17. Os fluxos de caixa provenientes das seguintes acti- do investimento.
vidades operacionais, de investimento e de financiamento
podem ser relatados numa base líquida: 27. Os dividendos pagos podem ser classificados como
fluxos de caixa de financiamento porque são um custo da
18. Recebimentos e pagamentos (de caixa) por conta
obtenção de recursos financeiros. Alternativamente, os
de clientes quando o fluxo de caixa reflicta as actividades
dividendos pagos podem ser classificados como um com-
do cliente e não os da entidade; e
ponente de fluxo de caixa das actividades operacionais
19. Recebimentos e pagamentos (de caixa) dos itens a fim de ajudar os utentes a determinar a capacidade de
em que a rotação seja rápida, as quantias sejam grandes uma entidade de pagar dividendos a partir dos fluxos de
e os vencimentos sejam curtos. caixa operacionais.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 53
Impostos sobre o rendimento (28) Tais operações devem ser divulgadas noutra parte das
demonstrações financeiras de tal maneira que proporcio-
28. Os fluxos de caixa provenientes de impostos sobre o nem toda a informação relevante acerca das actividades
rendimento devem ser divulgados separadamente deven- de investimento e de financiamento.
do ser classificados como fluxos de caixa de actividades
operacionais a menos que possam ser especificamente 39. Algumas actividades de financiamento e de inves-
identificados com as actividades de financiamento e de timento não têm um impacto directo nos fluxos correntes
investimento. de caixa se bem que afectem a estrutura do capital e do
activo da entidade. A exclusão das transacções que não
Investimentos em subsidiárias, em associadas e
sejam de caixa da demonstração de fluxos de caixa é con-
em empreendimentos conjuntos (29 e 30)
sistente com o objectivo dessa demonstração porque esses
29. Quando se contabilizar um investimento numa elementos não envolvem fluxos de caixa no período cor-
associada ou numa subsidiária contabilizado pelo uso rente. Exemplos de operações que não sejam de caixa são:
do método da equivalência patrimonial ou pelo método
do custo, uma investidora restringe o seu relato na de- 40. A aquisição de activos quer pela assunção de
monstração de fluxo de caixa aos fluxos de caixa entre ela passivos directamente relacionados ou por meio de uma
própria e a investida, como por exemplo, aos dividendos locação financeira;
e adiantamentos.
41. A aquisição de uma entidade por meio de uma
30. Uma entidade que relate os seus interesses numa emissão de capital; e
entidade conjuntamente controlada usando a consolida-
ção proporcional, incluirá na sua demonstração conso- (c) a conversão de dívidas em capital.
lidada de fluxos de caixa a sua parte proporcional dos
fluxos de caixa da entidade conjuntamente controlada. Outras divulgações (42)
Uma entidade que relate tal interesse usando o método da
42. Uma entidade deve divulgar, juntamente com um
equivalência patrimonial inclui na sua demonstração de
comentário, a quantia dos saldos significativos de caixa e
fluxos de caixa os fluxos de caixa que respeitem aos seus
seus equivalentes detidos pela entidade, que não estejam
investimentos na entidade conjuntamente controlada, e
disponíveis para uso pelo grupo.
distribuições e outros pagamentos ou recebimentos entre
ela e a entidade conjuntamente controlada. Data de eficácia (43)
Aquisições e alienações de subsidiárias e de ou-
43.Uma entidade deve aplicar esta Norma para os
tras unidades empresariais (31 a 37)
períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2009.
31. Os fluxos de caixa agregados provenientes de aqui-
sições e de alienações de subsidiárias ou de outras unida- ANEXO 1
des empresariais devem ser apresentados separadamente
e classificados como actividades de investimento. Regime especial das pequenas entidades
32. Uma entidade deve divulgar, agregadamente, no 1. Às Entidades inseridas no regime especial para pequenas
que respeita tanto a aquisições como a alienações de entidades (REPE) não se aplica esta norma.
subsidiárias ou de outras unidades empresariais durante
o período cada um dos seguintes pontos: –––––––
33. A retribuição total da compra ou da alienação; Despacho Normativo n.º 4/2008
34. A parte da retribuição da compra ou da alienação O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
liquidada por meio de caixa e seus equivalentes; dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
35.a quantia de caixa e seus equivalentes na subsidiá- Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
ria ou na unidade empresarial adquirida ou alienada; e em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
36. A quantia dos activos e passivos que não sejam objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
caixa ou seus equivalentes na subsidiária ou unidade nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
empresarial adquirida ou alienada, resumida por cada mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
categoria principal. em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
37. A quantia agregada de dinheiro pago ou recebido
sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
como retribuição de compra ou de venda é relatada na
País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
demonstração de fluxos de caixa, pelo líquido de caixa e
de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
seus equivalentes adquiridos ou alienados.
e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
Transacções que não sejam por caixa (38 e 41) dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
Verde.
38. As transacções de investimento e de financiamento
que não exijam o uso de caixa ou seus equivalentes devem Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
ser excluídas de uma demonstração de fluxos de caixa. Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
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Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap- a melhorar a relevância e a fiabilidade das demonstrações
tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as financeiras de uma entidade, e a sua comparabilidade ao
Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International longo do tempo e com as demonstrações financeiras de
Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de outras entidades.
Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
2. Os requisitos de divulgação relativos a políticas
se a apresentação da documentação complementar ao
contabilísticas, excepto aqueles que digam respeito a al-
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
terações nas políticas contabilísticas, são estabelecidos na
Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
NRF 1 — Apresentação de Demonstrações Financeiras.
Cabo Verde.
Âmbito (3 e 4)
Nestes termos,
3. Esta Norma deve ser aplicada na selecção e apli-
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo cação de políticas contabilísticas e na contabilização
204º e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda de alterações nas políticas contabilísticas, alterações
o Governo da República de Cabo Verde através da Ministra nas estimativas contabilísticas e correcções de erros de
das Finanças e Administração Pública, o seguinte: períodos anteriores.
Artigo 1º 4. Os efeitos fiscais de correcções de erros de períodos
anteriores e ajustamentos retrospectivos derivados da
Aprovação
aplicação de alterações nas políticas contabilísticas são
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 3 – Politicas contabilizados e divulgados de acordo com a NRF 22 -
contabilísticas, alterações nas estimativas contabilísticas Impostos Sobre o Rendimento.
e erros do Sistema de Normalização Contabilístico e Re- Definições (5 e 6)
lato Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
5. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
regulamento como parte integrante.
com os significados especificados:
Artigo 2º
Alteração na estimativa contabilística: é um ajusta-
Natureza mento na quantia escriturada de um activo ou de um
passivo, ou a quantia de consumo periódico de um activo,
A Norma de Relato Financeiro 3 – Politicas contabilís- que resulta da avaliação do presente estado dos activos
ticas, alterações nas estimativas contabilísticas e erros é e passivos, e obrigações e benefícios futuros esperados
parte integrante do Sistema de Normalização Contabi- associados aos mesmos. As alterações nas estimativas
lístico e Relato Financeiro para Cabo Verde contabilísticas resultam de nova informação ou novos
Artigo 3º desenvolvimentos e, em conformidade, não são correcções
de erros.
Entrada em vigor
Aplicação prospectiva: de uma alteração numa política
O presente Despacho Normativo entra em vigor na contabilística e de reconhecimento do efeito de uma alte-
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que ração numa estimativa contabilística, respectivamente, é:
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
lato Financeiro. (a) A aplicação da nova política contabilística a tran-
sacções, outros acontecimentos e condições,
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração que ocorram após a data em que a política
Pública, 16 de Dezembro de 2008. seja alterada; e
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 55
(i) proporcione provas das circunstâncias que exis- (a) Relevante para a tomada de decisões económicas
tiam na(s) data(s) em que essas quantias foram por parte dos utentes;
reconhecidas, mensuradas ou divulgadas;
(b) Fiável, de tal modo que as demonstrações finan-
ceiras:
(ii) teria estado disponível quando as demonstrações
financeiras desse período foram autorizadas (i) Representem com fidedignidade a posição fi-
para emissão. nanceira, o desempenho financeiro e os fluxos
de caixa da entidade;
Material: as omissões ou declarações incorrectas de
itens são materiais se puderem, individual ou colectiva- (ii) Reflictam a substância económica de transac-
mente, influenciar as decisões económicas dos utentes, ções, outros acontecimentos e condições e não
tomadas com base nas demonstrações financeiras. A ma- meramente a forma legal;
terialidade depende da dimensão e natureza da omissão
(iii) Sejam neutras, isto é, que estejam isentas
ou declaração incorrecta ajuizada nas circunstâncias que
de preconceitos;
a rodeiam. A dimensão e a natureza do item, ou uma com-
binação de ambas, podem ser o factor determinante. (iv) Sejam prudentes; e
Políticas contabilísticas: são os princípios, bases, con- (v) Sejam completas em todos os aspectos ma-
venções, regras e práticas específicos aplicados por uma teriais.
entidade na preparação e apresentação de demonstrações
10. Ao fazer os juízos de valor descritos no parágrafo 9,
financeiras.
o órgão de gestão deve consultar e considerar a aplicabi-
Reexpressão retrospectiva: é a correcção do reconheci- lidade das seguintes fontes, por ordem indicada:
mento, mensuração e divulgação de quantias de elemen- (a) Os requisitos e a orientação das Normas e Inter-
tos das demonstrações financeiras como se um erro de pretações que tratam de assuntos semelhantes
períodos anteriores nunca tivesse ocorrido. e relacionados; e
6. Avaliar se uma omissão ou declaração incorrecta (b) As definições, critérios de reconhecimento e
poderia influenciar as decisões económicas dos utentes, conceitos de mensuração para activos, pas-
sendo portanto material, exige a consideração das carac- sivos, rendimentos e gastos na Estrutura
terísticas desses utentes. Para esse efeito, “presume-se Conceptual.
que os utentes tenham um razoável conhecimento das
actividades empresariais económicas e da contabilidade Consistência de políticas contabilísticas (11)
e vontade de estudar a informação com razoável dili- 11. Uma entidade deve seleccionar e aplicar as suas
gência”. Por isso, a avaliação deve ter em conta a forma políticas consistentemente para transacções semelhan-
como se pode esperar razoavelmente que os utentes com tes, outros acontecimentos e condições, a menos que
tais atributos possam ser influenciados na tomada de uma Norma ou Interpretação especificamente exija ou
decisões económicas. permita a categorização de itens para os quais possam
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ser apropriadas diferentes políticas. Se uma Norma ou 18. Para a finalidade desta Norma, a aplicação an-
Interpretação exigir ou permitir tal categorização, uma tecipada de uma Norma ou Interpretação não é uma
política contabilística deve ser seleccionada e aplicada alteração voluntária na política contabilística.
consistentemente a cada categoria.
Aplicação retrospectiva (19)
Alterações nas políticas contabilísticas (12 a 26)
19. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 20, quando
12. Uma entidade deve alterar uma política contabi- uma alteração na política contabilística é aplicada re-
lística apenas se a alteração: trospectivamente de acordo com o parágrafo 17(a) ou 17
(a) For exigida por uma Norma ou Interpretação; ou (b), a entidade deve ajustar o saldo de abertura de cada
componente do capital próprio afectado para o período
(b) Resultar no facto de as demonstrações financei-
anterior mais antigo apresentado e as outras quantias
ras proporcionarem informação fiável e mais
comparativas divulgadas para cada período anterior
relevante sobre os efeitos das transacções,
apresentado como se a nova política tivesse sido sempre
outros acontecimentos ou condições, na posição
aplicada.
financeira, desempenho financeiro ou fluxos de
caixa da entidade. Limitações à aplicação retrospectiva (20 a 24)
13. Os utentes das demonstrações financeiras precisam 20. Quando a aplicação retrospectiva for exigida pelo
de poder comparar as demonstrações financeiras de uma parágrafo 17(a) ou 17(b), uma alteração na política con-
entidade ao longo do tempo para identificar tendências tabilística deve ser aplicada retrospectivamente excepto
na sua posição financeira, desempenho financeiro e flu- até ao ponto em que seja impraticável determinar quer os
xos de caixa. Por isso, são aplicadas as mesmas políticas efeitos específicos de um período quer o efeito cumulativo
contabilísticas em cada período ou de um período para da alteração.
o outro, a menos que uma alteração numa política con-
tabilística esteja em conformidade com um dos critérios 21. Quando for impraticável determinar os efeitos
enunciados no parágrafo 12. específicos num período da alteração duma políti-
ca contabilística na informação comparativa para
14. O que se segue não são alterações nas políticas
um ou mais períodos anteriores apresentados. a
contabilísticas:
entidade deve aplicar a nova política contabilística às
(a) A aplicação de uma política contabilística para quantias escrituradas de activos e passivos no início do
transacções, outros acontecimentos, ou condi- período mais antigo para o qual seja praticável a apli-
ções, que difiram em substância daqueles que cação retrospectiva, que pode ser o período corrente, e
ocorreram anteriormente; e deve fazer um ajustamento correspondente no saldo de
(b) A aplicação de uma nova política contabilística abertura de cada componente do capital próprio afectado
para transacções, outros acontecimentos ou desse período.
condições, que não ocorreram anteriormente 22. Quando for impraticável determinar o efeito cumu-
ou eram imateriais. lativo, no início do período corrente, da aplicação de uma
15. A aplicação inicial de uma política para regula- nova política contabilística a todos os períodos anteriores,
rizar activos em conformidade com a NRF 6 - Activos a entidade deve ajustar a informação comparativa para
Intangíveis ou a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis é uma aplicar a nova política contabilística prospectivamente a
alteração numa política contabilística a ser tratada como partir da data mais antiga em que seja praticável fazê-lo.
uma revalorização de acordo com a NRF 6 ou NRF 7 e 23. Quando uma entidade aplicar uma nova política
não de acordo com esta Norma. contabilística retrospectivamente, ela aplica a nova
16. Os parágrafos 17 a 26 não se aplicam à alteração política contabilística à informação comparativa para
na política descrita no parágrafo 15. períodos anteriores tão antigos quanto for praticável. A
Aplicar alterações nas políticas contabilísticas aplicação retrospectiva a um período anterior não é pra-
(17 e 18) ticável a menos que seja praticável determinar o efeito
cumulativo nas quantias dos balanços de abertura e de
17. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 20: fecho desse período. A quantia do ajustamento resultante
(a) Uma entidade deve contabilizar uma alteração relacionado com períodos anteriores aos apresentados nas
na política contabilística resultante da apli- demonstrações financeiras é feita para o saldo de aber-
cação inicial de uma Norma ou Interpretação tura de cada componente do capital próprio afectado do
de acordo com as disposições transitárias período anterior mais antigo apresentado. Normalmente
específicas, se existirem nessa Norma ou In- o ajustamento é feito nos resultados retidos. Contudo,
terpretação; e o ajustamento pode ser feito noutro componente do
capital próprio (por exemplo, para cumprir uma Norma
(b) Quando uma entidade altere uma política con- ou interpretação). Qualquer outra informação sobre pe-
tabilística na aplicação inicial de uma Norma ríodos anteriores, tal como resumos históricos de dados
ou Interpretação que não inclua disposições financeiros é também ajustada para períodos tão antiga
transitárias específicas que se apliquem a essa quanto praticável.
alteração, ou quando altere uma política con-
tabilística voluntariamente, ela deve aplicar a 24. Quando for impraticável a uma entidade fazer a
alteração retrospectivamente. aplicação retrospectiva de uma nova política contabilís-
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tica, porque não pode determinar o efeito cumulativo da dendo apenas ser estimados. A estimativa envolve juízos
aplicação da mesma a todos os períodos anteriores, deve, de valor baseados na última informação disponível. Por
de acordo com o parágrafo 22, fazer a aplicação prospec- exemplo, podem ser exigidas estimativas de:
tiva dessa nova política desde o início do período mais
antigo em que tal seja praticável. Por isso, ela ignora a (a) Débitos incobráveis (de Contas a receber);
parte do ajustamento cumulativo nos activos, passivos (b) Obsolescência de inventários;
e capital próprio que seja antes dessa data. A alteração
numa política contabilística é permitida mesmo que seja (c) Justo valor dos activos e passivos financeiros;
impraticável fazer a sua aplicação prospectiva a qualquer
período anterior, Os parágrafos 45 a 48 proporcionam (d) A vida útil de, ou o modelo esperado de consumo
orientação quando for impraticável aplicar uma nova po- dos benefícios económicos futuros incorporados
lítica contabilística a um ou mais períodos anteriores. em, activos depreciáveis; e
(c) A quantia de ajustamento relacionado com perí- 30. Uma alteração na base de mensuração aplicada é
odos anteriores aos apresentados, até ao ponto uma alteração numa política contabilística e não uma
que seja praticável. alteração numa estimativa contabilística. Quando for
difícil distinguir uma alteração numa política contabi-
As demonstrações financeiras de períodos posteriores lística de uma alteração da estimativa contabilística,
não precisam de repetir estas divulgações. a alteração é tratada como alteração numa estimativa
contabilística.
26. Quando uma alteração voluntária em políticas
contabilísticas tiver efeitos no período corrente ou em 31. O efeito de uma alteração numa estimativa con-
qualquer período anterior, mas é impraticável determi- tabilística, que não seja uma alteração à qual se aplique
nar a quantia de ajustamento, ou puder ter efeitos em o parágrafo 32, deve ser reconhecido prospectivamente
períodos futuros, uma entidade deve divulgar: incluindo-o nos resultados do:
(a) A natureza da alteração na política contabilística; (a) Período de alteração, se a alteração afectar ape-
nas esse período; ou
(b) As razões pelas quais a aplicação da nova política
contabilística proporciona informação fiável e (b) Período de alteração e futuros períodos, se a
mais relevante; alteração afectar ambas as situações.
(c) A quantia do ajustamento para o período corrente 32. Até ao ponto em que uma alteração numa estima-
e cada período anterior apresentado, até ao tiva contabilística dá origem a alterações em activos e
ponto que seja praticável; e passivos, ou se relacione com um item do capital próprio,
ela deve ser reconhecida pelo ajustamento da quantia
(d) A quantia de ajustamento relacionado com perí- escriturada do item de capital próprio, activo ou passivo,
odos anteriores aos apresentados, até ao ponto relacionado com o período da alteração.
em que seja praticável.
33. O reconhecimento prospectivo do efeito de uma
Se a aplicação retrospectiva for impraticável para um alteração numa estimativa contabilística significa que a
período anterior, ou para períodos anteriores aos apre- alteração é aplicada a transacções, outros acontecimentos
sentados, as circunstancias que levaram à existência ou condições a partir da data de alteração na estimati-
dessa condição e um a descrição de como e desde quando va. Uma alteração numa estimativa contabilística pode
a politica contabilística tem sido aplicada. afectar apenas os resultados do período corrente ou os
resultados tanto do período corrente como de futuros
As demonstrações financeiras de períodos posteriores períodos. Por exemplo, uma alteração na estimativa da
não precisam de repetir estas divulgações quantia de débitos incobráveis afecta apenas os resul-
Alterações nas estimativas contabilísticas (27 a 35) tados do período corrente e, por isso, é reconhecida no
período corrente. Porém, uma alteração na estimativa
27. Como consequência das incertezas inerentes às ac- da vida útil de, ou no modelo esperado de consumo dos
tividades empresariais, muitos itens nas demonstrações benefícios económicos futuros incorporados num activo
financeiras não podem ser mensurados com precisão, po- depreciável, afecta o gasto de depreciação do período cor-
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rente e de cada um dos futuros períodos durante a vida 40. Quando for impraticável determinar o efeito
útil remanescente do activo. Em ambos os casos, o efeito cumulativo, no início do período corrente, de um erro
da alteração relacionada com o período corrente é reco- em todos os períodos anteriores, a entidade deve reex-
nhecido como rendimento ou gasto no período corrente. pressar a informação comparativa para corrigir o erro
O efeito, caso exista, em futuros períodos é reconhecido prospectivamente a partir da data mais antiga em que
como rendimento ou gasto nesses futuros períodos. tal seja praticável.
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parágrafos 46 a 48, a sua aplicação prospectiva a períodos O facto das estimativas significativas serem fre-
anteriores) quer a reexpressão retrospectiva para corrigir quentemente exigidas quando se emenda informação
um erro de um período anterior, e pode ser impraticável comparativa apresentada para períodos anteriores não
recriar essa informação. impede o ajustamento ou correcção fiável da informação
comparativa.
46. É frequentemente necessário fazer estimativas de
aplicação de uma política contabilística a elementos das 49. Quando uma norma ou interpretação tenha sido
demonstrações financeiras reconhecidos ou divulgados emitida mas não esteja ainda em vigor, a entidade deve
com respeito a transacções, outros acontecimentos ou divulgar esse facto e a informação conhecida ou razoavel-
condições. A estimativa encerra alguma subjectividade mente calculada que seja relevante para avaliar o pos-
e as estimativas podem ser feitas após a data do balanço. sível impacto que a aplicação irá ter nas demonstrações
É mais difícil fazer estimativas quando se aplica retros- financeiras no período da aplicação inicial.
pectivamente uma política contabilística ou se faz uma
Data de eficácia (50)
reexpressão retrospectiva para corrigir um erro de um
período anterior, devido ao período de tempo mais longo 50. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
que pode ter decorrido desde a transacção, outro aconte- primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
cimento ou condição afectados. Contudo, o objectivo das de 2009.
estimativas relacionadas com períodos anteriores perma-
nece o mesmo que para as estimativas feitas no período –––––––
corrente, nomeadamente, para que a estimativa reflicta
as circunstâncias que existiam quando a transacção, Despacho Normativo n.º 5/2008
outro acontecimento ou condição ocorreram. O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
47. Por isso, aplicar retrospectivamente uma nova Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
política contabilística ou corrigir um erro de um período em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
anterior exige que se distinga a informação que: aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
(a) Proporcione provas de circunstâncias que exis- nas directivas internacionais quanto à qualidade da
tiam na(s) data(s) em que tiver ocorrido a tran- informação financeira. Assim as alterações introduzi-
sacção, outro acontecimento ou condição; e das têm em conta o tecido empresarial a estrutura e a
dimensão das entidades em Cabo Verde e a previsível
(b) Teria estado disponível quando as demonstrações evolução do sistema fiscal, a modernização do tecido
financeiras desse período anterior foram au- económico do País e do mercado de capitais, bem como a
torizadas para emissão. preocupação de melhorar a qualidade das demonstrações
financeiras e do relato financeiro das empresas, como
Para alguns tipos de estimativas (por exemplo, uma factor de credibilidade ao funcionamento da economia real
estimativa de justo valor não baseada num preço ou em em Cabo Verde.
contributos observáveis) é impraticável distinguir estes
tipos de informação. Quando a aplicação retrospectiva ou Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
a reexpressão retrospectiva exija que se faça uma estima- Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
tiva significativa para a qual seja impossível distinguir Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
estes dois tipos de informação, é impraticável aplicar a tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
nova política contabilística. Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
48. Não deve ser usada percepção ao aplicar uma nova Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
política contabilística a, ou ao corrigir quantias para, um se a apresentação da documentação complementar ao
período anterior, quer ao fazer suposições sobre quais diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
teriam sido as intenções do órgão de gestão num perío- Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
do anterior, quer ao estimar as quantias reconhecidas, Cabo Verde.
mensuradas ou divulgadas num período anterior.
Nestes termos,
Por exemplo, quando uma entidade corrija um erro de No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
um período anterior na mensuração de activos financeiros e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o
previamente classificados como investimentos detidos até Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
à maturidade, ela não altera a respectiva base de men- das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
suração para esse período. Num outro exemplo, quando
uma entidade corrija um erro de um período anterior ao Artigo 1º
calcular o seu passivo relativo a baixa por doença acu- Aprovação
mulada dos empregados, ela ignora a informação sobre
uma época de gripe invulgarmente grave no período É aprovado a Norma de Relato Financeiro 4 – Divulgação de
seguinte que, naturalmente, apenas foi conhecida depois partes relacionadas do Sistema de Normalização Conta-
das demonstrações financeiras do período anterior terem bilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo
sido autorizadas para emissão. ao presente regulamento como parte integrante.
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Artigo 2º 5. Um relacionamento com partes relacionadas pode
Natureza ter um efeito nos resultados e na posição financeira de
uma entidade. As partes relacionadas podem efectuar
A Norma de Relato Financeiro 4 – Divulgação de transacções que partes não relacionadas não realizariam.
partes relacionadas é parte integrante do Sistema de Por exemplo, uma entidade que venda bens à sua em-
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para presa-mãe pelo custo poderá não vender nesses termos
Cabo Verde a outro cliente. Além disso, as transacções entre partes
Artigo 3º relacionadas podem não ser feitas pelas mesmas quantias
Entrada em vigor que entre partes não relacionadas.
O presente Despacho Normativo entra em vigor na 6. Os resultados e a posição financeira de uma enti-
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que dade podem ser afectados por um relacionamento com
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re- partes relacionadas mesmo que não ocorram transacções
lato Financeiro. entre si. A mera existência do relacionamento pode ser
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração suficiente para afectar as transacções da entidade com
Pública, 16 de Dezembro de 2008. A Ministra Cristina outras partes. Por exemplo, uma subsidiária pode ces-
Duarte sar relações com um parceiro comercial fora do grupo
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
aquando da aquisição pela empresa-mãe de uma outra
E DE RELATO FINANCEIRO subsidiária que se dedique à mesma actividade que o
parceiro comercial alheio ao grupo. Outro exemplo poderá
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 4 ocorrer quando uma das partes relacionadas se abstiver
DIVULGAÇÕES DE PARTES RELACIONADAS de agir por causa da influência significativa exercida pela
outra parte (uma subsidiária pode ser instruída pela sua
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Nor-
empresa-mãe a não se dedicar a actividades de pesquisa
ma Internacional emitida pelo IASB sobre divulgações
e desenvolvimento).
de partes relacionadas
Objectivo (1) 7. Por estas razões, o conhecimento de transacções,
saldos pendentes e relacionamentos com partes relacio-
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de
nadas pode afectar as avaliações das operações de uma
prescrever, no sentido de assegurar que as demonstrações
entidade por parte dos utentes de demonstrações finan-
financeiras de uma entidade, contenham as divulgações
ceiras, incluindo avaliações dos riscos e de oportunidades
necessárias para chamar a atenção para a possibilidade
que se deparem à entidade.
de que a sua posição financeira e resultados possam ter
sido afectados pela existência de partes relacionadas e Definições (8 a 10)
por transacções e saldos pendentes com as mesmas.
Âmbito (2 e 3) 8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
com os significados especificados:
2. Esta Norma deve ser aplicada ao:
(a) Identificar relacionamentos e transacções com Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras
partes relacionadas; e operacionais de uma entidade ou de uma actividade
económica a fim de obter benefícios da mesma.
(b) Identificar saldos pendentes entre uma entidade
e as suas partes relacionadas; Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada
contratualmente, de uma actividade económica.
(c) Identificar as circunstâncias em que é exigida a
divulgação dos itens das alíneas (a) e (b); e Influência significativa: é o poder de participar nas de-
(d) Determinar as divulgações a fazer relativamente cisões das políticas financeira e operacional da investida
a esses itens. ou de uma actividade económica mas que não é controlo
nem controlo conjunto sobre essas políticas. A influência
3. No conjunto das transacções e saldos pendentes com
significativa pode ser obtida por posse de acções, estatuto
partes relacionadas, só não serão objecto de divulgação
ou acordo.
as transacções e saldos pendentes intragrupo (empre-
sa-mãe e subsidiárias), tratando-se das demonstrações Membros íntimos da família: de um individuo são aque-
financeiras consolidadas. les membros da família que se espera que influenciem, ou
Finalidade das divulgações de partes relacionadas sejam influenciados por esse indivíduo nos seus negócios
(4 a 7) com a entidade. Podem incluir:
4. Os relacionamentos com partes relacionadas são (a) O cônjuge ou pessoa com análoga relação de
uma característica normal do comércio e negócios. Por afectividade e os filhos do indivíduo;
exemplo, as entidades realizam frequentemente parte
das suas actividades através de subsidiárias, empreen- (b) Filhos do cônjuge ou de pessoa com análoga
dimentos conjuntos e associadas. Nestas circunstâncias, relação de afectividade; e
a capacidade da entidade afectar as políticas financeiras
e operacionais da investida decorre da presença de con- (c) Dependentes do indivíduo, do cônjuge ou de pes-
trolo, controlo conjunto ou influência significativa. soa com análoga relação de afectividade.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 61
Parte relacionada: Uma parte está relacionada com cença sabática, jubilação ou outros benefícios
uma entidade se: por anos de serviço, benefícios de invalidez
de longo prazo e, se não forem pagáveis na
(a) Directa, ou indirectamente através de um ou
totalidade num período de doze meses após o
mais intermediários, a parte:
final do período, participação nos lucros, bónus
(i) Controlar, for controlada por ou estiver sob o e remuneração diferida;
controlo comum da entidade (isto inclui relacio- (d) Benefícios por cessação de emprego; e
namentos entre empresas-mãe e subsidiárias e
entre subsidiárias da mesma empresa-mãe); (e) Pagamento com base em acções.
(ii) Tiver um interesse na entidade que lhe confira Transacção com partes relacionadas: é uma transfe-
influência significativa sobre a mesma; ou rência de recursos, serviços ou obrigações entre partes
relacionadas, independentemente de haver ou não um
(iii) Tiver um controlo conjunto sobre a entidade; débito de preço.
(b) A parte for uma associada ou um empreendi- 9. Ao considerar cada possível relacionamento com
mento conjunto em que a entidade seja um partes relacionadas, deve prestar-se atenção para a
empreendedor (ver NRF 23 — Interesses em substância do relacionamento e não meramente para a
Empreendimentos Conjuntos e Investimentos forma legal.
em Associadas);
10. No contexto desta Norma, não são necessariamente
(c) A parte for membro do pessoal chave da gestão partes relacionadas as seguintes:
da entidade ou da sua empresa-mãe; (a) Duas entidades simplesmente por terem um ad-
(d) A parte for membro íntimo da família de qualquer ministrador ou outro membro do pessoal chave
indivíduo referido nas alíneas (a) ou (c); da gestão em comum, não obstante as alíneas
(c) e (e) da definição de «parte relacionada».
(e) A parte for uma entidade sobre a qual qualquer
indivíduo referido nas alíneas (c) ou (d) exerce (b) Dois empreendedores simplesmente por parti-
controlo, controlo conjunto ou influência sig- lharem o controlo conjunto sobre um empre-
nificativa, ou que possui, directa ou indirecta- endimento conjunto.
mente um significativo poder de voto; ou (c) As seguintes entidades:
(f) A parte for um plano de benefícios pós-emprego (i) Entidades que proporcionam financiamentos,
para benefício dos empregados da entidade,
(ii) Sindicatos,
ou de qualquer entidade que seja uma parte
relacionada dessa entidade. (iii) Empresas de serviços públicos, e
Pessoal chave de gestão: são as pessoas que têm auto- (iv) Departamentos e agências governamentais
ridade e responsabilidade pelo planeamento, direcção e (estatais), simplesmente em virtude dos seus
controlo das actividades da entidade, directa ou indirec- negócios normais com uma entidade (embora
tamente, incluindo qualquer administrador (executivo possam afectar a liberdade de acção de uma
ou outro) dessa entidade. entidade ou participar no seu processo de to-
mada de decisões); e
Remuneração: inclui todos os benefícios dos empregados
Os benefícios dos empregados são todas as formas de re- (d) Um cliente, fornecedor, franchisador, distribui-
tribuição paga, a pagar ou proporcionada pela entidade, dor ou agente geral com quem uma entidade
ou em nome da entidade, em troca de serviços prestados à transaccione um volume significativo de ne-
entidade. Também inclui as retribuições pagas em nome gócios meramente em virtude da dependência
da empresa-mãe da entidade com respeito aos serviços económica resultante.
prestados à entidade. A remuneração inclui: Divulgação (11 a 17)
(a) Benefícios de curto prazo de empregados no 11. Os relacionamentos entre empresas-mãe e subsi-
activo, tais como ordenados, salários e contri- diárias devem ser divulgados independentemente de ter
buições para a segurança social, licença anual havido ou não transacções entre essas partes relaciona-
paga e pagamento de baixa por doença, parti- das. Uma entidade deve divulgar o nome da empresa-mãe
cipação nos lucros e bónus (se pagáveis num imediata e, se for diferente, o nome da empresa-mãe
período de doze meses após o fim do período) controladora final. Se nem a empresa-mãe imediata da
e benefícios não monetários (tais como cuida- entidade nem a empresa-mãe controladora final produ-
dos médicos, habitação, automóveis e bens ou zirem demonstrações financeiras disponíveis para uso
serviços gratuitos ou subsidiados); público, deve também ser divulgado o nome da empresa-
mãe intermédia superior seguinte que as produza.
(b) Benefícios pós-emprego tais como pensões, outros
benefícios de reforma, seguro de vida pós- em- 12. Uma entidade deve divulgar a remuneração do
prego e cuidados médicos pós-emprego; pessoal chave da gestão no total e para cada uma das
seguintes categorias:
(c) Outros benefícios de longo prazo dos empregados,
incluindo licença por anos de serviço ou li- (a) Benefícios de curto prazo dos empregados;
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Artigo 2º Data de autorização para emissão das demonstrações
Natureza financeiras: é a data a partir da qual as demonstrações
A Norma de Relato Financeiro 5 – Acontecimentos financeiras aprovadas pelo órgão de gestão se disponi-
após a data do balanço é parte integrante do Sistema de bilizam para conhecimento de terceiros ou, se aplicável,
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para dum conselho de supervisão (constituído unicamente por
Cabo Verde não-executivos).
Artigo 3º 4. O processo de autorização da emissão de demons-
Entrada em vigor trações financeiras variará consoante a natureza, a
O presente Despacho Normativo entra em vigor na organização da entidade e as exigências legais a que a
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que mesma está submetida.
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re- Reconhecimento e mensuração (5 a 10)
lato Financeiro.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Acontecimentos após a data do balanço que dão
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra Cristina lugar a ajustamentos (5 e 6)
Duarte 5. Uma entidade deve ajustar as quantias reconheci-
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA das nas suas demonstrações financeiras para reflectir os
E DE RELATO FINANCEIRO
acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 5 ajustamentos.
6. Exemplos de acontecimentos ocorridos após a data
ACONTECIMENTOS APÓS A DATA DO BALANÇO
do balanço que dão lugar a ajustamentos e que exigem
Objectivo (1) que uma entidade ajuste as quantias reconhecidas nas
O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de suas demonstrações financeiras, ou que reconheça itens
estabelecer: que não foram anteriormente reconhecidos, são:
(a) Quando uma entidade deve ajustar as suas (a) A resolução, após a data do balanço, de um caso
demonstrações financeiras quanto a aconteci- judicial que confirma que a entidade tinha
mentos após a data do balanço; e uma obrigação presente à data do balanço. A
(b) As divulgações que uma entidade deve fornecer: entidade ajusta qualquer provisão anterior-
(i) Quanto à data em que as demonstrações finan- mente reconhecida relacionada com este caso
ceiras foram autorizadas para emissão; judicial de acordo com a NRF 19- Provisões,
Passivos Contingentes e Activos Contingentes
(ii) Quanto a acontecimentos após a data do balanço. ou reconhece uma nova provisão. A entidade
A Norma também exige que uma entidade não deve não pode divulgar meramente um passivo
preparar as suas demonstrações financeiras numa base contingente porque a resolução proporciona
de continuidade se os acontecimentos após a data do provas adicionais que seriam consideradas de
balanço indicarem que o pressuposto da continuidade acordo com da NRF 19;
não é apropriado.
(b) A recepção de informação após a data do balanço
Âmbito (2)
que indique que um activo estava em imparida-
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização e de à data do balanço, ou que a quantia da perda
divulgação de acontecimentos após a data do balanço. por imparidade anteriormente reconhecida
Definições (3 e 4) para esse activo necessita de ser ajustada, tal
3. Os termos que se seguem são usados nesta Norma como ocorre, designadamente, nas seguintes
com os significados especificados: situações:
Acontecimentos após a data do balanço: são aqueles (i) a falência de um cliente que ocorre após a data
acontecimentos, favoráveis e desfavoráveis, que ocorram do balanço confirma, normalmente, que existia
entre a data do balanço e a data em que as demonstrações uma perda à data do balanço numa conta a
financeiras forem autorizadas para emissão, pelo órgão receber comercial e que a entidade necessita de
de gestão, mesmo que esses acontecimentos ocorram após ajustar a respectiva quantia escriturada; e
o anúncio público dos resultados ou de outra informação
(ii) a venda de inventários após a data do balanço
financeira seleccionada. Podem ser identificados dois
pode dar evidência acerca do valor realizável
tipos de acontecimentos:
líquido à data do balanço;
(a) Aqueles que proporcionem prova de condições
que existiam à data do balanço (acontecimen- (c) A determinação após a data do balanço do custo
tos após a data do balanço que dão lugar a de activos comprados, ou os proventos de acti-
ajustamentos) e vos vendidos, antes da data do balanço;
(b) Aqueles que sejam indicativos de condições que (d) A determinação após a data do balanço da
surgiram após a data do balanço (acontecimen- quantia de participação no lucro ou de paga-
tos após a data do balanço que não dão lugar mentos de bónus, caso a entidade tivesse uma
a ajustamentos). obrigação presente legal ou construtiva à data
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64 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
do balanço de fazer tais pagamentos em con- 13. A NRF 1- Apresentação de Demonstrações Finan-
sequência de acontecimentos antes dessa data ceiras especifica as divulgações exigidas se
(ver supletivamente a NRF 21 - Benefícios dos
Empregados); (a) As demonstrações financeiras não forem prepa-
radas numa base de continuidade; ou
(e) A descoberta de fraudes ou erros que mostrem que as
demonstrações financeiras estão incorrectas. (b) O órgão de gestão estiver ciente de incertezas
materiais relacionadas com acontecimentos
Acontecimentos após a data do balanço que não ou condições que possam lançar dúvida signi-
dão lugar a ajustamentos (7 e 8) ficativa na capacidade da entidade para pros-
seguir em continuidade. Os acontecimentos ou
7. Uma entidade não deve ajustar as quantias reconhe- condições que exijam divulgação podem surgir
cidas nas suas demonstrações financeiras para reflectir após a data do balanço.
os acontecimentos após a data do balanço que não dão
lugar a ajustamentos. Divulgação (14 a 19)
8. Um exemplo de um acontecimento após a data do Data de autorização para emissão (14 e 15)
balanço que não dá lugar a ajustamentos é um declínio
no valor de mercado de investimentos entre a data 14. Uma entidade deve divulgar a data em que as
do balanço e a data em que foi autorizada a emissão demonstrações financeiras foram autorizadas para
das demonstrações financeiras. O declínio no valor de emissão e quem deu essa autorização. Se os proprietá-
mercado não se relaciona normalmente com as condi- rios da entidade ou outros tiverem o poder de alterar as
ções dos investimentos, à data do balanço, mas reflecte demonstrações financeiras após esta data, a entidade
circunstâncias que surgiram posteriormente. Portanto, deve divulgar esse facto.
uma entidade não ajusta as quantias reconhecidas nas 15. É importante para os utentes saber quando é que
suas demonstrações financeiras relativas aos investimen- as demonstrações financeiras foram autorizadas para
tos. De forma semelhante, a entidade não actualiza as emissão, porque as demonstrações financeiras não re-
quantias divulgadas relativas aos investimentos à data flectem acontecimentos após essa data.
do balanço, embora possa necessitar de dar divulgações
adicionais de acordo com o parágrafo 16. Actualização da divulgação acerca de condições
à data do balanço (16 e 17)
Dividendos (9 e 10)
16. Se uma entidade receber informação após a data do
9. Se uma entidade declara dividendos aos detentores balanço acerca de condições que existiam à data do balanço,
de investimentos de capital próprio após a data do ba- ela deve actualizar as divulgações que se relacionem com
lanço, a entidade não deve reconhecer esses dividendos essas condições, à luz da nova informação.
como um passivo à data do balanço.
17. Nalguns casos, uma entidade necessita de actua-
10. Se os dividendos forem declarados (i.e. os divi- lizar as divulgações nas suas demonstrações financeiras
dendos são correctamente autorizados e não ficam ao para reflectir as informações recebidas após a data do
critério da entidade) após a data do balanço mas antes balanço, mesmo quando as informações não afectam as
das demonstrações financeiras serem autorizadas para quantias que a entidade reconhece nas suas demonstra-
emissão, os dividendos não são reconhecidos como passivo ções financeiras. Um exemplo da necessidade de actua-
à data do balanço porque não correspondem aos critérios lizar divulgações é quando fica disponível evidência após
de uma obrigação presente definidos na NRF 21 -Provi- a data do balanço acerca de um passivo contingente que
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Tais existia à data do balanço. Além de considerar se deve ou
dividendos são divulgados nas notas às demonstrações não reconhecer ou alterar uma provisão segundo a NRF
financeiras de acordo com a NRF 1-Apresentação de 19 - Provisões, Passivos Contingentes e Activos Con-
Demonstrações Financeiras. tingentes, uma entidade actualiza as suas divulgações
acerca do passivo contingente à luz dessa evidência.
Continuidade (11 a 13)
Acontecimentos após a data do balanço que não
11. Uma entidade não deve preparar as suas demons-
dão lugar a ajustamentos (18 e 19)
trações financeiras numa base de continuidade se o órgão
de gestão determinar após a data do balanço que pretende 18. Se os acontecimentos após a data do balanço que
ou liquidar a entidade ou cessar de negociar, ou que não não dão lugar a ajustamentos forem materiais, a sua não
tenha alternativa realista a não ser fazer isso. divulgação poderia influenciar as decisões económicas dos
utentes tomadas com base nas demonstrações financei-
12. A deterioração nos resultados operacionais e da
ras. Em conformidade uma entidade deve divulgar, para
posição financeira após a data do balanço pode indicar a
cada categoria material de acontecimentos após a data do
necessidade de considerar se ainda é ou não apropriado o
balanço que não dão lugar a ajustamentos, o seguinte:
pressuposto da continuidade. Se o pressuposto da conti-
nuidade deixar de ser apropriado, o efeito é tão profundo (a) A natureza do acontecimento; e
que esta Norma exige uma alteração fundamental no
regime contabilístico, em vez de um ajustamento nas quantias (b) Uma estimativa do efeito financeiro, ou uma decla-
reconhecidas no âmbito do regime contabilístico original. ração de que tal estimativa não pode ser feita.
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19. Exemplos de acontecimentos após a data do ba- sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
lanço que não dão lugar a ajustamentos e que dão lugar País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
a divulgação: de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
(a) Uma importante concentração de actividades dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
empresariais após a data do balanço (a NRF Verde.
24-Concentrações de Actividades Empresariais
exige divulgações específicas em tais casos) ou Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
a alienação de uma importante subsidiária; Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
(b) Anúncio de um plano para descontinuar uma tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
unidade operacional; Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
(c) Importantes compras de activos, classificação de
Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
activos como detidos para venda de acordo com
se a apresentação da documentação complementar ao
a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
Venda e Unidades Operacionais Descontinua-
Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
das, outras alienações de activos, ou expropria-
Cabo Verde.
ção de activos importantes pelo Governo;
Nestes termos,
(d) A destruição por um incêndio de uma importante
instalação de produção; No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o
(e) O anúncio ou início do processo de uma reestru- Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
turação importante; das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
(f) Importantes transacções de acções ordinárias e de Artigo 1º
potenciais transacções de acções ordinárias; Aprovação
(g) Alterações anormalmente grandes em preços de É aprovado a Norma de Relato Financeiro 6 – Activos
activos ou taxas de câmbio; intangíveis do Sistema de Normalização Contabilístico
e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao
(h) Alterações nas taxas fiscais ou leis fiscais decre-
presente regulamento como parte integrante.
tadas ou anunciadas, que tenham um efeito
significativo nos activos e passivos por impos- Artigo 2º
tos correntes e diferidos; Natureza
(i) Celebrar compromissos significativos ou passivos A Norma de Relato Financeiro 6 – Activos intangíveis
contingentes, por exemplo, pela emissão de é parte integrante do Sistema de Normalização Conta-
garantias significativas; e bilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
(j) Iniciar litígios importantes que provenham unica- Artigo 3º
mente de acontecimentos que ocorreram após Entrada em vigor
a data do balanço.
O presente Despacho Normativo entra em vigor na
Data de eficácia (20) data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
20. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do lato Financeiro.
primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
de 2009. Gabinete da Ministra das Finanças e Administração
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra Cristina
A Ministra Cristina Duarte Duarte
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
––––––– E DE RELATO FINANCEIRO
Despacho Normativo n.º 7/2008 NORMA DE RELATO FINANCEIRO 6
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo- ACTIVOS INTANGÍVEIS
dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a
em substituição do Plano Nacional de Contabilidade Norma Internacional emitida pelo IASB sobre activos
aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o intangíveis.
objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos Objectivo (1)
nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o de
em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão prescrever o tratamento de activos intangíveis que não
das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do sejam especificamente tratados noutras Normas. Esta
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66 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
Norma exige que uma entidade reconheça um activo integrante do equipamento respectivo e é tratado como
intangível se, e apenas se, critérios especificados forem activo fixo tangível. O mesmo se aplica ao sistema ope-
satisfeitos. A Norma também especifica como mensurar a rativo de um computador. Quando o programa (software)
quantia escriturada de activos intangíveis e exige divul- não for uma parte integrante do equipamento (hardware)
gações especificadas acerca de activos intangíveis. respectivo, o programa (software) de computador é tra-
tado como um activo intangível.
Âmbito (2 a 7)
5. Esta Norma aplica-se, entre outras coisas, a dispên-
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização de dios com publicidade, formação, arranque e actividades
activos intangíveis, excepto: de pesquisa e desenvolvimento. As actividades de pes-
(a) Activos intangíveis que se encontrem no âmbito quisa e desenvolvimento destinam-se ao desenvolvimento
de outra Norma; de conhecimentos. Por isso, se bem que estas actividades
possam resultar num activo com substância física (por
(b) Activos financeiros, tal como definidos na NRF16- exemplo, num protótipo), o elemento físico do activo é
Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e secundário em relação ao seu componente intangível, i.e.
Mensuração; o conhecimento incorporado no mesmo.
3. Se uma outra Norma prescrever a contabilização 6. No caso de uma locação financeira, o activo sub-
de um tipo específico de activo intangível, uma entidade jacente pode ser tangível ou intangível. Após o reco-
aplica essa Norma em vez desta. Por exemplo, esta Norma nhecimento inicial, um locatário contabiliza um activo
não se aplica a: intangível, detido sob uma locação financeira, de acordo
(a) Activos intangíveis detidos por uma entidade com esta Norma. Os direitos protegidos por acordos de
para venda no decurso ordinário da actividade licenciamento de itens tais como filmes, vídeos, peças de
empresarial (ver a NRF 13 - Inventários e a teatro, manuscritos, patentes e copyrights são excluídos
NRF 14 - Contratos de Construção); do âmbito da NRF 9 — Locações e caem dentro do âmbito
desta Norma.
(b) Activos por impostos diferidos (ver NRF 22 - Im-
postos sobre o Rendimento); 7. As exclusões do âmbito de uma Norma podem ocorrer
se as actividades ou transacções forem tão especializadas
(c) Locações que estejam dentro do âmbito da NRF que dêem origem a questões contabilísticas que podem
9 – Locações; necessitar de ser tratadas de uma maneira diferente.
(d) Activos provenientes de benefícios de empre- Tais questões surgem na contabilização dos dispêndios
gados; com a exploração de, ou desenvolvimento e extracção de,
petróleo, gás e depósitos minerais em indústrias extrac-
(e) Activos financeiros tal como definidos na NRF16 tivas e no caso de contratos de seguros. Por isso, esta
— Instrumentos Financeiros: Reconhecimento Norma não se aplica a dispêndios com tais actividades e
e Mensuração, bem como activos financeiros contratos. Porém, esta Norma aplica-se a outros activos
cujo reconhecimento e mensuração sejam intangíveis usados (tais como programas (software) de
tratados na NRF 23 - Interesses em Empre- computador), e a outros dispêndios incorridos (tais como
endimentos Conjuntos e Investimentos em custos de arranque), em indústrias extractivas.
Associadas e na NRF 25 - Investimentos em
Subsidiárias e Consolidação Definições (8 a 17)
(f) Trespasse (goodwill) adquirido numa concentração 8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
de actividades empresariais (ver a NRF 24 - Con- com os significados especificados:
centrações de Actividades Empresariais). Activo: é um recurso:
(g) Activos intangíveis não correntes classificados (a) Controlado por uma entidade como resultado de
como detidos para venda (ou incluídos num acontecimentos passados; e
grupo para alienação que esteja classificado
(b) Do qual se espera que fluam benefícios económi-
como detido para venda), de acordo com a NRF
cos futuros para a entidade. Activo intangível:
8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda
é um activo não monetário identificável sem
e Unidades Operacionais Descontinuadas.
substância física. Activos monetários: são
4. Alguns activos intangíveis podem estar contidos dinheiros detidos e activos a ser recebidos
numa substância física tal como um disco compacto (no em quantias fixadas ou determináveis de
caso de programas de computadores), documentação dinheiro.
legal (no caso de uma licença ou patente) ou filme. Ao
Amortização: é a imputação sistemática da quantia apre-
determinar se um activo que incorpore tanto elementos
ciável de um activo intangível durante a sua vida útil.
intangíveis como tangíveis deve ser tratado segundo a
NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis ou como um activo in- Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes paga
tangível segundo esta Norma, a entidade usa o seu juízo ou o justo valor de outra retribuição dada para adquirir
de valor para avaliar qual o elemento mais significativo. um activo no momento da sua aquisição ou construção,
Por exemplo, os programas de computador (software) de ou, quando aplicável, a quantia atribuída a esse activo
uma máquina ferramenta controlada por computador que aquando do reconhecimento inicial de acordo com os
não funcione sem esse software específico é uma parte requisitos específicos de outras NRF.
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forçado por um tribunal. Na ausência de direitos legais, é Reconhecimento e mensuração (18 a 67)
mais difícil demonstrar o controlo sobre o activo. Porém,
o cumprimento legal de um direito não é uma condição 18. O reconhecimento de um item como activo intan-
necessária para o controlo porque uma entidade pode ser gível exige que uma entidade demonstre que o item
capaz de controlar os benefícios económicos futuros de satisfaz:
alguma outra maneira. (a) A definição de um activo intangível (ver pará-
14. O mercado e o conhecimento técnico podem dar grafos 8 a 17); e
origem a benefícios económicos futuros. Uma entidade
(b) Os critérios de reconhecimento (ver parágrafos
controla esses benefícios se, por exemplo, o conhecimento
21 a 23).
estiver protegido por direitos legais tais como copyrights,
uma restrição de acordos de comércio (quando permiti- Estes requisitos aplicam-se aos custos incorridos
do) ou por deveres legais dos empregados de manter a inicialmente para adquirir ou gerar internamente um
confidencialidade. activo intangível e aqueles incorridos posteriormente
15. Uma entidade pode ter uma equipa de pessoal ha- para adicionar a, substituir parte de, ou dar assistência
bilitado e pode ser capaz de identificar capacidades incre- ao mesmo.
mentais do pessoal que conduzam a benefícios económicos 19. Os parágrafos 25 a 32 tratam da aplicação dos cri-
futuros derivados da formação. A entidade pode também térios de reconhecimento a activos intangíveis adquiridos
esperar que o pessoal continue a pôr as suas capacidades separadamente, e os parágrafos 33 a 43 tratam da sua
ao seu dispor. Porém, geralmente uma entidade não tem aplicação a activos intangíveis adquiridos numa concen-
controlo suficiente sobre os benefícios económicos futuros tração de actividades empresariais. O parágrafo 44 trata
provenientes de uma equipa de pessoal habilitado e da da mensuração inicial dos activos intangíveis adquiridos
formação para que estes itens satisfaçam a definição de por meio de subsídio governamental, os parágrafos 45 a
um activo intangível. Por uma razão semelhante, é im- 47 das trocas de activos intangíveis e os parágrafos 48 a
provável que uma gestão específica ou um talento técnico 50 do tratamento do trespasse (goodwill) gerado interna-
satisfaça a definição de activo intangível, a menos que mente. Os parágrafos 51 a 67 tratam do reconhecimento
esteja protegido por direitos legais para usá-lo e obter e mensuração iniciais dos activos intangíveis gerados
dele os benefícios económicos futuros esperados e que internamente.
também satisfaça as outras partes da definição.
20. A natureza dos activos intangíveis é tal que, em
16. Uma entidade pode ter uma carteira de clientes
muitos casos, não há adições a um tal activo ou substi-
ou uma quota de mercado e esperar que, devido aos seus
tuições de parte do mesmo. Em conformidade, é provável
esforços para criar relacionamentos e fidelizar clientes,
que a maioria dos dispêndios subsequentes mantenham
estes continuarão a negociar com a empresa. Porém, na
os futuros benefícios económicos esperados incorporados
ausência de direitos legais para proteger, ou de outras
num activo intangível existente em vez de corresponder
formas controlar, o relacionamento com clientes ou a
à definição de activo intangível e aos critérios de reco-
sua fidelidade para com a entidade, esta geralmente não
nhecimento nesta Norma. Além disso, é muitas vezes
tem controlo suficiente sobre os benefícios económicos
difícil atribuir os dispêndios subsequentes directamente
esperados derivados do relacionamento e fidelização dos
a um activo intangível em particular em vez de à em-
clientes para que tais itens (por exemplo, carteira de
presa como um todo. Portanto, apenas raramente os
clientes, quotas de mercado, relacionamento com clientes
dispêndios subsequentes — dispêndios incorridos após o
e fidelidade dos clientes) satisfaçam a definição de activos
reconhecimento inicial de um activo intangível adquirido
intangíveis. Na ausência de direitos legais para proteger
ou após a conclusão de um activo intangível gerado inter-
os relacionamentos com os clientes, as transacções de
namente — serão reconhecidos na quantia escriturada
troca dos próprios relacionamentos com os clientes ou
de um activo. Consistentemente com o parágrafo 63, os
outros semelhantes (que não sejam como parte de uma
dispêndios subsequentes com marcas, cabeçalhos, títulos
concentração de actividades empresariais) constituem
de publicações, listas de clientes e itens substancialmente
prova de que a entidade está, não obstante, capacitada
semelhantes (sejam comprados externamente ou gerados
para controlar os benefícios económicos futuros esperados
internamente) são sempre reconhecidos nos resultados
que fluam dos relacionamentos com os clientes. Dado que
como incorridos. Tal acontece porque um tal dispêndio
essas transacções de troca também constituem prova de
não pode ser distinguido do dispêndio para desenvolver
que os relacionamentos com os clientes, em si mesmos,
o negócio como um todo.
são separáveis, esses relacionamentos com os clientes
satisfazem a definição de activo intangível. 21. Um activo intangível deve ser reconhecido se, e
apenas se:
Benefícios económicos futuros (17)
17. Os benefícios económicos futuros que fluam de (a) For provável que os benefícios económicos futu-
um activo intangível podem incluir réditos da venda de ros esperados que sejam atribuíveis ao activo
produtos ou serviços, poupanças de custos, ou outros fluam para a entidade; e
benefícios resultantes do uso do activo pela entidade. Por (b) O custo do activo possa ser fiavelmente mensurado.
exemplo, o uso da propriedade intelectual num processo
de produção pode reduzir os custos de produção futuros 22. Uma entidade deve avaliar a probabilidade de
e não aumentar os réditos futuros. benefícios económicos futuros esperados usando pres-
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supostos razoáveis e sustentáveis que representem a 30. O reconhecimento de custos na quantia escriturada
melhor estimativa do conjunto de condições económicas de um activo intangível cessa quando o activo estiver
que existirão durante a vida útil do activo. na condição necessária para ser capaz de funcionar da
forma pretendida. Assim sendo, os custos incorridos na
23. Uma entidade usa o seu juízo de valor para avaliar utilização ou reinstalação de um activo intangível não
o grau de certeza ligado ao fluxo de benefícios económicos são incluídos na quantia escriturada desse activo. Por
futuros que sejam atribuíveis ao uso do activo na base exemplo, os custos seguintes não são incluídos na quantia
da evidência disponível no momento do reconhecimento escriturada de um activo intangível:
inicial, dando maior peso à evidência externa.
(a) Os custos incorridos enquanto um activo capaz
24. Um activo intangível deve ser mensurado inicial- de funcionar da forma pretendida ainda esteja
mente pelo seu custo. para ser colocado em uso; e
Aquisição separada (25 a 32) (b) Perdas operacionais iniciais, tais como as incor-
ridas enquanto cresce a procura da produção
25. Normalmente, o preço que uma entidade paga para
do activo.
adquirir separadamente um activo intangível reflecte as
expectativas acerca da probabilidade de que os benefícios 31. Algumas operações ocorrem em ligação com o
económicos futuros esperados incorporados no activo desenvolvimento de um activo intangível, mas não são
irão fluir para a entidade. Por outras palavras, o efeito indispensáveis para colocar o activo na condição neces-
da probabilidade é reflectido no custo do activo. Assim, o sária para que seja capaz de funcionar da forma preten-
critério de reconhecimento da probabilidade no parágrafo dida. Estas operações inerentes podem ocorrer antes ou
21(a) é sempre considerado como estando satisfeito para durante as actividades desenvolvimento. Dado que as
activos intangíveis adquiridos separadamente. operações inerentes não são indispensáveis para colocar
um activo na condição necessária para que seja capaz de
26. Além disso, o custo de um activo intangível adqui- funcionar da forma pretendida, o rendimento e os gastos
rido separadamente pode normalmente ser mensurado relacionados de operações inerentes são reconhecidos
com fiabilidade. Isto é particularmente assim quando a imediatamente nos resultados e incluídos nas respectivas
retribuição de compra for na forma de dinheiro ou outros classificações de rendimento ou gasto.
activos monetários.
32. Se o pagamento de um activo intangível for dife-
27. O custo de um activo intangível adquirido separa- rido para além do prazo normal de crédito, o seu custo
damente compreende: é o equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre
(a) O seu preço de compra, incluindo os direitos de esta quantia e os pagamentos totais é reconhecida como
importação e os impostos sobre as compras não gasto de juros durante o período do crédito a não ser que
reembolsáveis, após dedução dos descontos seja capitalizada de acordo com o tratamento de capita-
comerciais e abatimentos; e lização permitido na NRF 11 - Custos de Empréstimos
Obtidos.
(b) Qualquer custo directamente atribuível de prepa-
Aquisição como parte de uma concentração de
ração do activo para o seu uso pretendido.
actividades empresariais (33 a 43)
28. Exemplos de custos directamente atribuíveis são:
33. De acordo com a NRF 24 - Concentrações de Activi-
(a) Custos de benefícios dos empregados directamen- dades Empresariais, se um activo intangível for adquirido
te resultantes de levar o activo à sua condição numa concentração de actividades empresariais, o custo
de funcionamento; desse activo intangível é o seu justo valor à data da aqui-
sição. O justo valor de um activo intangível reflecte as
(b) Honorários resultantes directamente de levar o expectativas do mercado relativas à probabilidade de que
activo até à sua condição de funcionamento; os benefícios económicos futuros incorporados no activo
e fluam para a entidade. Por outras palavras, o efeito da
probabilidade é reflectido na mensuração do justo valor
(c) Custos de testes para concluir se o activo funciona do activo intangível. Assim, o critério de reconhecimento
correctamente. da probabilidade no parágrafo 21(a) é sempre considerado
29. Exemplos de dispêndios que não fazem parte do como estando satisfeito para activos intangíveis adquiri-
custo de um activo intangível são: dos em concentrações de actividades empresariais.
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43. A aplicação dos requisitos dos parágrafos 54 a 62 (b) A valor específico para a entidade relativo à parte
significa que o dispêndio subsequente num projecto de das operações da entidade afectada pela tran-
pesquisa ou investigação em curso adquirido separada- sacção se altera como resultado da troca; e
mente ou numa concentração de actividades empresariais
(c) A diferença identificada na alínea (a) ou na (b)
e reconhecido como activo intangível é:
for significativa em relação ao justo valor dos
(a) Reconhecido como um gasto quando incorrido se activos trocados.
for dispêndio de pesquisa; Para a finalidade de determinar se uma transacção de
(b) Reconhecido como um gasto quando incorrido troca tem substância comercial, o valor específico para
se for dispêndio de desenvolvimento que não a entidade relativo à parte das operações da entidade
satisfaça os critérios de reconhecimento como afectada pela transacção deve reflectir os fluxos de cai-
activo intangível do parágrafo 57; e xa após impostos. O resultado destas análises pode ser
claro sem que uma entidade tenha de efectuar cálculos
(c) Adicionado à quantia escriturada do projecto de detalhados.
pesquisa ou desenvolvimento em curso ad-
quirido se for dispêndio de desenvolvimento 47. O parágrafo 21 (b) especifica que uma condição
que satisfaça os critérios de reconhecimento para o reconhecimento de um activo intangível é que o
do parágrafo 57. custo do activo possa ser fiavelmente mensurado. O justo
valor de um activo intangível para o qual não existam
Aquisição por meio de um subsídio do Governo (44) transacções de mercado comparáveis é fiavelmente men-
44. Em alguns casos, um activo intangível pode ser surável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas
adquirido livre de encargos, ou por retribuição nominal, razoáveis do justo valor não for significativa para esse
por meio de um subsídio do Governo. Isto pode acontecer activo ou (b) as probabilidades das várias estimativas
quando um Governo transferir ou imputar a uma enti- dentro do intervalo possam ser razoavelmente avaliadas
dade activos intangíveis tais como direitos de aterragem e usadas para estimar o justo valor. Se uma entidade for
em aeroportos, licenças para operar estações de rádio ou capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto
do activo recebido como do activo cedido, então o justo
de televisão, licenças de importação ou quotas ou direitos
valor do activo cedido é usado para mensurar o custo a
para aceder a outros recursos restritos. De acordo com
não ser que o justo valor do activo recebido seja mais
a NRF 15 - Contabilização dos Subsídios do Governo e claramente evidente.
Divulgação de Apoios do Governo, uma entidade pode
escolher reconhecer inicialmente pelo justo valor tanto Trespasse (goodwill) gerado internamente (48 a 50)
o activo intangível como o subsídio. Se uma entidade 48. O trespasse (goodwill) gerado internamente não
escolher não reconhecer o activo inicialmente pelo justo deve ser reconhecido como um activo.
valor, a entidade reconhece inicialmente o activo por
49. Em alguns casos, é incorrido dispêndio para gerar
uma quantia nominal (o outro tratamento permitido
benefícios económicos futuros, mas isso não resulta na
pela NRF 15) mais qualquer dispêndio que seja directa- criação de um activo intangível que satisfaça os critérios
mente atribuível para preparar o activo para o seu uso de reconhecimento desta Norma. Tal dispêndio é muitas
pretendido. vezes descrito como contribuindo para o trespasse (goo-
Troca de activos (45 a 47) dwill) gerado internamente, O trespasse (goodwill) gera-
45. Um ou mais activos intangíveis podem ser adquiri- do internamente não é reconhecido como activo porque
não é um recurso identificável (i.e. não é separável nem
dos em troca de um activo ou activos não monetários, ou
resulta de direitos contratuais ou de outros direitos le-
de uma combinação de activos monetários e não monetá- gais) controlado pela entidade que possa ser fiavelmente
rios. Esta questão refere-se simplesmente a uma troca de mensurado pelo custo.
um activo não monetário por outro, mas também se aplica
a todas as trocas descritas na frase anterior. O custo de 50. As diferenças entre o valor de mercado de uma
tal activo intangível é mensurado pelo justo valor a não entidade e a quantia escriturada dos seus activos líqui-
ser que (a) a transacção da troca careça de substância dos identificáveis em qualquer momento podem captar
uma série de factores que afectem o valor da entidade.
comercial ou (b) nem o justo valor do activo recebido
Contudo, tais diferenças não representam o custo dos
nem o justo valor do activo cedido sejam fiavelmente
activos intangíveis controlados pela entidade.
mensuráveis, O activo adquirido é mensurado desta for-
ma mesmo que uma entidade não possa imediatamente Activos intangíveis gerados internamente (51 a 67)
desreconhecer o activo cedido. Se o activo adquirido não 51. Por vezes, é difícil avaliar se um activo intangível
for mensurado pelo justo valor, o seu custo é mensurado gerado internamente se qualifica para reconhecimento
pela quantia escriturada do activo cedido. por causa de problemas em:
46. Uma entidade determina se uma transacção de (a) Identificar se e quando existe um activo identi-
troca tem substância comercial considerando a extensão ficável que gere benefícios económicos futuros
em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam esperados; e
alterados como resultado da transacção. Uma transacção
(b) Determinar fiavelmente o custo do activo. Em
de troca tem substância comercial se:
alguns casos, o custo de gerar internamente
(a) A configuração (i.e. risco, tempestividade e um activo intangível não pode ser distinguido
quantia) dos fluxos de caixa do activo recebido do custo de manter ou aumentar o trespasse
diferir da configuração dos fluxos de caixa do (goodwill) da entidade gerado internamente ou
activo transferido; ou do decorrer operacional do dia-a-dia.
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Por isso, além de se conformar com os requisitos gerais (c) A sua capacidade de usar ou vender o activo
do reconhecimento e mensuração inicial de um activo intangível.
intangível, uma entidade aplica os requisitos e orienta-
(d) A forma como o activo intangível gerará pro-
ção dos parágrafos 52 a 67 a todos os activos intangíveis
váveis benefícios económicos futuros. Entre
gerados internamente.
outras coisas, a entidade pode demonstrar a
52. Para avaliar se um activo intangível gerado inter- existência de um mercado para a produção
namente satisfaz os critérios de reconhecimento, uma do activo intangível ou para o próprio activo
entidade classifica a formação do activo em: intangível ou, se for para ser usado interna-
mente, a utilidade do activo intangível.
(a) Uma fase de pesquisa; e
(e) A disponibilidade de adequados recursos téc-
(b) Uma fase de desenvolvimento. nicos, financeiros e outros para concluir o
Se bem que os termos “pesquisa” e “desenvolvimento” desenvolvimento e usar ou vender o activo
estejam definidos, os termos “fase de pesquisa” e “fase intangível.
de desenvolvimento” têm um sentido mais amplo para a (f) A sua capacidade para mensurar fiavelmente o
finalidade desta Norma. dispêndio atribuível ao activo intangível du-
rante a sua fase de desenvolvimento.
53. Se uma entidade não puder distinguir a fase de
pesquisa da fase de desenvolvimento num projecto in- 58. Na fase de desenvolvimento de um projecto interno,
terno para criar um activo intangível, a entidade trata o uma entidade pode, nalguns casos, identificar um activo
dispêndio nesse projecto como se fosse incorrido somente intangível e demonstrar que o activo gerará prováveis
na fase da pesquisa. benefícios económicos futuros. Tal acontece porque a fase
de desenvolvimento de um projecto é mais avançada do
Fase de pesquisa (54 a 56)
que a fase de pesquisa.
54. Nenhum activo intangível proveniente de pesquisa 59. Exemplos das actividades de desenvolvimento são:
(ou da fase de pesquisa de um projecto interno) deve ser
reconhecido. O dispêndio com pesquisa (ou da fase de (a) a concepção, construção e teste de protótipos e
pesquisa de um projecto interno) deve ser reconhecido modelos de pré-produção ou de pré-uso;
como um gasto quando for incorrido. (b) a concepção de ferramentas, utensílios, moldes
55. Na fase de pesquisa de um projecto interno, uma e suportes envolvendo nova tecnologia;
entidade não pode demonstrar que existe um activo (c) a concepção, construção e operação de uma fábri-
intangível que irá gerar benefícios económicos futuros ca piloto que não seja de uma escala económica
prováveis. Por isso, este dispêndio é reconhecido como exequível para produção comercial; e
um gasto quando for incorrido.
(d) a concepção, construção e teste de uma alter-
56. Exemplos de actividades de pesquisa são: nativa escolhida para materiais, aparelhos,
produtos, processos, sistemas ou serviços novos
(a) Actividades visando a obtenção de novos conhe-
ou melhorados.
cimentos;
60. Para demonstrar como um activo intangível gerará
(b) A procura de, avaliação e selecção final de, benefícios económicos futuros prováveis, uma entidade
aplicações das descobertas de pesquisa ou de avalia os futuros benefícios económicos a serem recebidos
outros conhecimentos; do activo usando os princípios da NRF 17 - Imparidade de
(c) A procura de alternativas para materiais, Activos. Se o activo gerar benefícios económicos apenas
aparelhos, produtos, processos, sistemas ou em combinação com outros activos, a entidade aplica o
serviços; e conceito de unidades geradoras de caixa tal como definido
na NRF 17.
(d) A formulação, concepção, avaliação e selecção
final de possíveis alternativas de materiais, 61. A disponibilidade de recursos para concluir, usar
aparelhos, produtos, processos, sistemas ou e obter os benefícios de um activo intangível pode ser
serviços novos ou melhorados. demonstrada, por exemplo, por um plano empresarial
que mostre os recursos técnicos, financeiros e outros
Fase de desenvolvimento (57 a 64) necessários e a capacidade da entidade para assegurar
esses recursos. Em alguns casos, uma entidade demons-
57. Um activo intangível proveniente de desenvolvi-
tra a disponibilidade de financiamento externo pela
mento (ou da fase de desenvolvimento de um projecto
obtenção de uma indicação do mutuante da sua vontade
interno) deve ser reconhecido se, e apenas se, uma enti-
de financiar o plano.
dade puder demonstrar tudo o que se segue:
62. Os sistemas de custeio de uma entidade podem
(a) A viabilidade técnica de concluir o activo intan-
muitas vezes mensurar com fiabilidade o custo de gerar
gível a fim de que o mesmo esteja disponível
internamente um activo intangível, tais como os orde-
para uso ou venda.
nados e outros dispêndios incorridos para assegurar
(b) A sua intenção de concluir o activo intangível e copyrights ou licenças ou para desenvolver software de
usá-lo ou vendê-lo. computadores.
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63. As marcas, cabeçalhos, títulos de publicações, necessários para criar, produzir e preparar o activo para
listas de clientes e itens substancialmente semelhantes ser capaz de funcionar da forma pretendida. Exemplos
gerados internamente não devem ser reconhecidos como de custos directamente atribuíveis são:
activos intangíveis.
(a) Os custos dos materiais e serviços usados ou
64. Dispêndios com marcas, cabeçalhos, títulos de consumidos ao gerar o activo intangível;
publicações, listas de clientes e itens semelhantes em
substância gerados internamente não podem ser distin- (b) Os custos dos benefícios dos empregados associa-
guidos do custo de desenvolver a empresa no seu todo. dos à formação do activo intangível;
Por isso, tais itens não são reconhecidos como activos (c) As taxas de registo de um direito legal; e
intangíveis.
(d) A amortização de patentes e licenças que sejam
Custo de um activo intangível gerado interna-
usadas para gerar o activo intangível.
mente (65 a 67)
A NRF 11 - Custos de Empréstimos Obtidos espe-
65. O custo de um activo intangível gerado internamen-
cifica os critérios para o reconhecimento do juro como
te para a finalidade do parágrafo 24 é a soma dos dispên-
um elemento do custo de um activo intangível gerado
dios incorridos desde a data em que o activo intangível
internamente.
primeiramente satisfaz os critérios de reconhecimento
dos parágrafos 21, 22 e 57. O parágrafo 71 proíbe a re- 67. Não são, porém, componentes do custo de um activo
posição de dispêndio anteriormente reconhecido como intangível gerado internamente:
um gasto.
(a) Os dispêndios com vendas, gastos administra-
Exemplo ilustrativo do parágrafo 65 tivos e outros gastos gerais a menos que estes
dispêndios possam ser directamente atribuídos
Uma entidade está a desenvolver um novo processo
à preparação do activo para uso;
de produção. Durante 2005, os dispêndios incorridos
foram 1000 unidades monetárias (UM), das quais 900 (b) Ineficiências identificadas e perdas operacionais
UM foram incorridas antes de 1 de Dezembro de 2005 e iniciais incorridas antes de o activo atingir o
100 UM entre 1 de Dezembro de 2005 e 31 de Dezembro desempenho planeado; e
de 2005. A entidade é capaz de demonstrar que, em 1 de
Dezembro de 2005, o processo de produção satisfazia os (c) Dispêndios com a formação do pessoal para
critérios de reconhecimento como um activo intangível. utilizar o activo.
A quantia recuperável do know-how incorporado no
Reconhecimento de um gasto (68 a 71)
processo (incluindo os exfluxos de caixa futuros para
concluir o processo antes de ele estar disponível para 68. O dispêndio com um item intangível deve ser re-
uso) é estimada em 500 UM. conhecido como um gasto quando for incorrido a menos
No fim de 2005, o processo de produção é reconhecido que:
como um activo intangível por um custo de 100 UM (a) Faça parte do custo de um activo intangível que
(dispêndio incorrido desde a data em que os critérios de satisfaça os critérios de reconhecimento (ver
reconhecimento foram satisfeitos, isto é, 1 de Dezembro parágrafos 18 a 67); ou
de 2005). O dispêndio de 900 UM incorrido antes de 1
de Dezembro de 2005 foi reconhecido como um gasto (b) O item seja adquirido numa concentração de
porque os critérios de reconhecimento não foram satis- actividades empresariais e não possa ser reco-
feitos até 1 de Dezembro de 2005. Este dispêndio não faz nhecido como um activo intangível. Neste caso,
parte do processo de produção reconhecido no balanço. o dispêndio (incluído no custo da concentração
Durante 2006, o dispêndio incorrido foi de 2.000 UM. No de actividades empresariais) deve fazer parte
fim de 2006, a quantia recuperável de know-how incorpo- da quantia atribuída ao trespasse (goodwill) à
rado no processo (incluindo os exfluxos de caixa futuros data da aquisição (ver a NRF 24 - Concentra-
para concluir o processo antes de estar disponível para ções de Actividades Empresariais).
uso) é estimado em 1.900 UM.
69. Em alguns casos, o dispêndio é incorrido para
No fim de 2006, o custo de processo de produção é de proporcionar benefícios económicos futuros a uma en-
2.100 UM (um dispêndio de 100 UM reconhecido no fim tidade, mas nenhum activo intangível ou outro activo é
de 2005 mais dispêndio de 2.000 UM reconhecido em adquirido ou criado que possa ser reconhecido. Nestes
2006). A entidade reconhece uma perda por imparidade casos, o dispêndio é reconhecido como um gasto quando
de 200 UM para ajustar a quantia escriturada do processo for incorrido. Por exemplo, excepto quando fizer parte do
antes da perda por imparidade (2.100 UM) à sua quantia custo de uma concentração de actividades empresariais,
recuperável (1.900 UM). Esta perda por imparidade será o dispêndio com pesquisa é reconhecido como um gasto
revertida num período subsequente se os requisitas da quando for incorrido (ver o parágrafo 54). Outros exem-
NRF 17 - Imparidade de Activos para a reversão de uma plos de dispêndio que seja reconhecido como um gasto
perda por imparidade forem satisfeitos. quando for incorrido incluem:
66. O custo de um activo intangível gerado internamen- (a) Dispêndio com actividades de arranque (i.e. custos
te compreende todos os custos directamente atribuíveis de arranque), a não ser que este dispêndio es-
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teja incluído no custo de um item de activo fixo valor deve ser determinado com referência a um mercado
tangível de acordo com a NRF 7 - Activos Fixos activo. As revalorizações devem ser feitas com tal regula-
Tangíveis. Os custos de arranque podem con- ridade que na data do balanço a quantia escriturada do
sistir em custos de estabelecimento tais como activo não difira materialmente do seu justo valor.
os custos legais ou de secretariado incorridos
no estabelecimento de uma entidade legal, 76. O modelo de revalorização não permite:
dispêndios para abrir novas instalações ou (a) A revalorização de activos intangíveis que não
negócio (i.e. custos pré-abertura) ou dispêndios tenham sido previamente reconhecidos como
para iniciar novas unidades operacionais ou activos; ou
lançar novos produtos ou processos (i.e. custos
pré-operacionais). (b) O reconhecimento inicial de activos intangíveis
por quantias que não sejam o custo.
(b) Dispêndios com actividades de formação.
77. O modelo de revalorização é aplicado depois de um
(c) Dispêndios com actividades de publicidade e activo ter sido inicialmente reconhecido pelo seu custo.
promocionais. Porém, se apenas parte do custo de um activo intangível
for reconhecido como um activo porque o activo só satisfez
(d) Dispêndios com a mudança de local ou reorganização
os critérios de reconhecimento a meio do seu processo de
de uma entidade no seu todo ou em parte.
fabrico (ver parágrafo 65), o modelo de revalorização pode
70. O parágrafo 68 não exclui o reconhecimento de um ser aplicado ao total desse activo. Além disso, o modelo
pré-pagamento como um activo quando o pagamento de revalorização pode ser aplicado a um activo intangí-
pela entrega de bens ou serviços tenha sido feito antes vel que tenha sido recebido por meio de um subsídio do
da entrega de bens ou da prestação de serviços. Governo e reconhecido por uma quantia nominal (ver
parágrafo 44).
Gastos passados a não serem reconhecidos como
um activo (71) 78. Não é vulgar que exista um mercado activo com as
características descritas no parágrafo 8 para um activo
71. O dispêndio com um item intangível que tenha sido intangível, se bem que isto possa acontecer. Por exemplo,
inicialmente reconhecido como um gasto não deve ser em algumas jurisdições, pode existir um mercado activo
reconhecido como parte do custo de um activo intangível para licenças de táxis livremente transferíveis, licenças
em data posterior. de pesca ou quotas de produção. Contudo, pode não existir
um mercado activo para marcas, cabeçalhos de jornais,
Mensuração após reconhecimento (72 a 87) direitos de editar músicas e filmes, patentes ou marcas
72. Uma entidade deve escolher ou o modelo de custo do comerciais, porque cada um de tais activos é único. Além
parágrafo 74 ou o modelo de revalorização do parágrafo disso, se bem que activos intangíveis sejam comprados e
75 como sua política contabilística. Se um activo intan- vendidos, os contratos são negociados entre compradores
gível for contabilizado usando o modelo de revalorização, e vendedores individuais, sendo as transacções relativa-
todos os outros activos da sua classe devem também ser mente pouco frequentes. Por estas razões, o preço pago
contabilizados usando o mesmo modelo, a não ser que por um activo pode não proporcionar evidência suficiente
não haja mercado activo para esses activos. do justo valor de um outro. Além disso, os preços não
estão muitas vezes disponíveis publicamente.
73. Uma classe de activos intangíveis é um agrupa-
mento de activos de natureza e uso semelhantes nas 79. A frequência de revalorizações depende da volatili-
operações de uma entidade. Os itens de uma classe de dade dos justos valores dos activos intangíveis que estão
activos intangíveis são simultaneamente revalorizados a ser revalorizados. Se o justo valor de um activo revalo-
para evitar revalorizações selectivas de activos e o relato rizado diferir materialmente da sua quantia escriturada,
de quantias nas demonstrações financeiras que repre- é necessário uma revalorização adicional. Alguns activos
sentem uma mistura de custos e de valores em datas intangíveis podem sofrer movimentos significativos e
diferentes. voláteis no justo valor necessitando, por conseguinte, de
revalorizações anuais. Tais frequentes revalorizações
Modelo do custo (74) são desnecessárias para activos intangíveis com apenas
movimentos insignificantes no justo valor.
74. Após o reconhecimento inicial, um activo intangível
deve ser escriturado pelo seu custo menos qualquer amor- 80. Se um activo intangível for revalorizado, qualquer
tização acumulada e quaisquer perdas por imparidade amortização acumulada à data da revalorização é ou:
acumuladas.
(a) Reexpressa proporcionalmente com a alteração
Modelo de revalorização (75 a 87) na quantia bruta escriturada do activo de
forma a que a quantia escriturada do activo
75. Após o reconhecimento inicial, um activo intangível após a revalorização iguale a sua quantia
deve ser escriturado por uma quantia revalorizada, que revalorizada; ou
seja o seu justo valor à data da revalorização menos qual-
quer amortização acumulada subsequente e quaisquer (b) Eliminada contra a quantia bruta escriturada
perdas por imparidade acumuladas subsequentes. Para a do activo e a quantia líquida reexpressa como
finalidade de revalorizações segundo esta Norma, o justo a quantia revalorizada do activo.
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81. Se um activo intangível numa classe de activos 89. A contabilização de um activo intangível baseia-
intangíveis revalorizados não puder ser revalorizado se na sua vida útil. Um activo intangível com uma vida
porque não há qualquer mercado activo para esse activo, o útil finita é amortizado (ver parágrafos 97 a 106), e um
activo deve ser escriturado pelo seu custo menos qualquer activo intangível com uma vida útil indefinida não o é
amortização e perdas por imparidade acumuladas. (ver parágrafos 107 a 110).
82. Se o justo valor de um activo intangível revalori- 90. Muitos factores são considerados na determinação
zado já não puder ser determinado com referência a um da vida útil de um activo intangível, incluindo:
mercado activo, a quantia escriturada do activo deve ser a
(a) O uso esperado do activo por parte da entidade
sua quantia revalorizada à data da última revalorização
e se o activo puder ser eficientemente gerido
com referência ao mercado activo menos qualquer amor-
por uma outra equipa de gestão;
tização acumulada subsequente e quaisquer perdas por
imparidade acumuladas subsequentes. (b) Os ciclos de vida típicos para o activo e a infor-
mação pública sobre estimativas de vida útil
83. O facto de já não existir um mercado activo para de activos semelhantes que sejam usados de
um activo intangível revalorizado pode indicar que o forma semelhante;
activo pode estar com imparidade e que ele necessita
de ser testado de acordo com a NRF 17 - Imparidade de (c) Obsolescência técnica, tecnológica, comercial ou
Activos. de outro tipo;
84. Se o justo valor do activo puder ser determinado (d) A estabilidade do sector em que o activo opera
com referência a um mercado activo numa data de mensu- e alterações na procura do mercado para os
ração subsequente, o modelo de revalorização é aplicado produtos ou serviços produzidos pelo activo;
a partir dessa data.
(e) Acções esperadas dos concorrentes ou potenciais
85. Se a quantia escriturada de um activo intangível concorrentes;
for aumentada como resultado de uma revalorização, o (f) O nível de dispêndio de manutenção exigido
aumento deve ser creditado directamente ao capital pró- para obter os benefícios económicos futuros
prio com o título de excedente de revalorização. Contudo, esperados do activo e a capacidade e intenção
o aumento deve ser reconhecido nos resultados até ao da entidade para atingir tal nível;
ponto em que reverta um decréscimo de revalorização do
mesmo activo previamente reconhecido nos resultados. (g) O período de controlo sobre o activo e limites
legais ou semelhantes sobre o uso do activo,
86. Se a quantia escriturada de um activo intangível tais como as datas de extinção de locações
for diminuída como resultado de uma revalorização, a relacionadas, e datas do termo do período de
diminuição deve ser reconhecida nos resultados. Contudo, concessão estabelecido nos Acordos de Conces-
a diminuição deve ser debitada directamente ao capital são de Serviços; e
próprio com o título de excedente de revalorização até ao
ponto de qualquer saldo credor no excedente de revalo- (h) Se a vida útil do activo está dependente da vida
rização com respeito a esse activo. útil de outros activos da entidade.
91. O termo “indefinida” não significa “infinita”. A vida
87. O excedente de revalorização acumulado incluído
útil de um activo intangível reflecte apenas o nível de
no capital próprio só pode ser transferido directamente
dispêndio de manutenção futuro exigido para manter o
para resultados retidos quando o excedente for realizado.
activo no seu padrão de desempenho avaliado no momen-
O excedente total pode ser realizado pela retirada ou pela
to da estimativa da vida útil do activo, e a capacidade e
alienação do activo. Porém, algum do excedente pode ser
intenção da entidade para atingir tal nível. Uma conclu-
realizado logo que o activo seja usado pela entidade; em
são de que a vida útil de um activo intangível é indefinida
tal caso, a quantia do excedente realizado é a diferença
não deve depender do dispêndio futuro planeado para
entre a amortização baseada na quantia escriturada va-
além do exigido para manter o activo nesse padrão de
lorizada do activo e a amortização que teria sido reconhe-
desempenho.
cida baseada no custo histórico do activo. A transferência
do excedente de revalorização para resultados retidos não 92. Dada a história de rápidas alterações na tecnolo-
é feita através da demonstração dos resultados. gia, o software de computadores e muitos outros activos
intangíveis são susceptíveis de obsolescência tecnológica.
Vida útil (88 a 96)
Por isso, é provável que a sua vida útil seja curta.
88. Uma entidade deve avaliar se a vida útil de um 93. A vida útil de um activo intangível pode ser muito
activo intangível é finita ou indefinida e, se for finita, longa ou mesmo indefinida. A incerteza justifica estimar
a duração de, ou o número de produção ou de unidades a vida útil de um activo intangível numa base prudente,
similares constituintes, dessa vida útil. Um activo in- mas isso não justifica escolher uma vida que seja irrea-
tangível deve ser visto pela entidade como tendo uma listicamente curta.
vida útil indefinida quando, com base numa análise de
todos os factores relevantes, não houver limite previsível 94. A vida útil de um activo intangível que resulte de
para o período durante o qual se espera que o activo gere direitos contratuais ou de outros direitos legais não deve
influxos de caixa líquidos para a entidade. exceder o período dos direitos contratuais ou de outros
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direitos legais, mas pode ser mais curta dependendo do sumidos pela entidade. Se não for possível determinar
período durante o qual a entidade espera usar o activo. fiavelmente esse modelo, deve usar-se o método da linha
Se os direitos contratuais ou outros direitos legais fo- recta. O custo de amortização em cada período deve ser
rem transmitidos por um prazo limitado que possa ser reconhecido nos resultados a menos que esta ou outra
renovado, a vida útil do activo intangível deve incluir Norma permita ou exija incluí-lo na quantia escriturada
o(s) período(s) de renovação apenas se existir evidência de um outro activo.
que suporte a renovação pela entidade sem um custo
significativo. 98. Pode ser usada uma variedade de métodos de
amortização para imputar a quantia depreciável de um
95. Podem existir tanto factores legais como económicos activo numa base sistemática durante a sua vida útil.
que influenciem a vida útil de um activo intangível. Os Estes métodos incluem o método da linha recta e o método
factores económicos determinam o período durante o da unidade de produção. O método usado é seleccionado
qual os benefícios económicos futuros serão recebidos na base do modelo de consumo esperado dos futuros be-
pela entidade. Os factores legais podem restringir o nefícios económicos incorporados no activo e é aplicado
período durante o qual a entidade controla o acesso a consistentemente de período a período, a não ser que
esses benefícios. A vida útil é o mais curto dos períodos ocorra uma alteração no modelo de consumo esperado
determinados por estes factores. desses futuros benefícios económicos. É muito raro haver,
se é que há, evidência persuasiva para apoiar um mé-
96. A existência dos seguintes factores, entre outros, todo de amortização para activos intangíveis com vidas
indica que uma entidade deveria ser capaz de renovar úteis finitas que resulte numa quantia de amortização
os direitos contratuais ou outros direitos legais sem um acumulada inferior à do método da linha recta.
custo significativo:
99. A amortização é normalmente reconhecida nos
(a) Há evidência, possivelmente baseada na experi- resultados. Contudo, por vezes, os futuros benefícios
ência, de que os direitos contratuais ou outros económicos incorporados num activo são absorvidos pela
direitos legais serão renovados. Se a renovação produção de outros activos. Neste caso, o custo de amorti-
depender do consentimento de terceiros, isto zação constitui parte do custo do outro activo e é incluído
inclui evidência de que os terceiros darão o seu na sua quantia escriturada. Por exemplo, a amortização
consentimento; de activos intangíveis usados num processo de produção
é incluída na quantia escriturada dos inventários (ver
(b) Há evidência de que quaisquer condições neces- NRF 13 - Inventários).
sárias para obter a renovação serão satisfeitas;
e Valor residual (100 a 103)
(c) O custo da renovação para a entidade não é sig- 100. O valor residual de um activo intangível com
nificativo quando comparado com os benefícios uma vida útil finita deve ser assumido como sendo zero
económicos futuros que se espera que fluam a menos que:
para a entidade a partir da renovação.
(a) Haja um compromisso de um terceiro de comprar
Se o custo de renovação for significativo quando compa- o activo no final da sua vida útil; ou
rado com os benefícios económicos futuros que se espera
(b) Haja um mercado activo para o activo e:
que fluam para a entidade a partir da renovação, esse
custo representa em substancia o custo de aquisição de (i) O valor residual possa ser determinado com
um novo activo intangível à data de renovação. referência a esse mercado; e
Activos intangíveis com vidas úteis finitas (97 a 106) (ii) Seja provável que tal mercado exista no final
da sua vida útil.
Período de amortização e método de amortização
(97 a 99) 101. A quantia depreciável de um activo com uma vida
útil finita é determinada após dedução do seu valor re-
97. A quantia depreciável de um activo intangível sidual. Um valor residual que não seja zero implica que
com uma vida útil finita deve ser imputada numa base uma entidade espera alienar o activo intangível antes do
sistemática durante a sua vida útil. A amortização deve fim da sua vida económica.
começar quando o activo estiver disponível para uso,
i.e. quando estiver na localização e condição necessárias 102. Uma estimativa do valor residual de um activo
para que seja capaz de operar da forma pretendida. A baseia-se na quantia recuperável resultante da alienação
amortização deve cessar na data que ocorrer mais cedo usando os preços prevalecentes à data da estimativa para
entre a data em que o activo for classificado como detido a venda de um activo semelhante que tenha atingido o
para venda (ou incluído num grupo de alienação que final da sua vida útil e que tenha funcionado em condições
seja classificado como detido para venda) de acordo com semelhantes àquelas em que o activo será utilizado. O
a NRF 8 — Activos não Correntes Detidos para Venda e valor residual é revisto pelo menos no final de cada ano
Unidades Operacionais Descontinuadas e a data em que financeiro. De acordo com a NRF 3 - Políticas Contabilís-
o activo for desreconhecido. O método de amortização ticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros,
usado deve reflectir o modelo pelo qual se espera que uma alteração no valor residual do activo é contabilizada
os futuros benefícios económicos do activo sejam con- como alteração numa estimativa contabilística.
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103. O valor residual de um activo intangível pode como alteração numa estimativa contabilística de acordo
aumentar até uma quantia igual ou superior à quantia com a NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas
escriturada do activo. Se assim for, o débito de amorti- Estimativas Contabilísticas e Erros.
zação do activo é zero a menos que, e até que, o seu valor
residual diminua posteriormente para uma quantia 110. De acordo com a NRF 17 — Imparidade de Activos,
abaixo da quantia escriturada do activo. a reavaliação da vida útil de um activo intangível como
finita em vez de indefinida é um indicador de que o activo
Revisão do período de amortização e do método pode estar com imparidade. Como resultado, a entidade
de amortização (104 a 106) testa a imparidade do activo comparando a sua quantia
recuperável, determinada de acordo com a NRF 17 — Im-
104. O período de amortização e o método de amorti- paridade de Activos, com a sua quantia escriturada, e
zação para um activo intangível com uma vida útil finita reconhecendo qualquer excesso da quantia escriturada
devem ser revistos pelo menos no final de cada ano finan- em relação à quantia recuperável como uma perda por
ceiro. Se a vida útil esperada de um activo for diferente imparidade.
das estimativas anteriores, o período de amortização
deve ser alterado em conformidade. Se tiver havido uma Recuperabilidade da quantia escriturada — per-
alteração no modelo de consumo esperado dos futuros das por imparidade (111)
benefícios económicos incorporados no activo, o método
de amortização deve ser modificado para reflectir o mo- 111. Para determinar se um activo intangível está com
delo alterado. Tais alterações devem ser contabilizadas imparidade, uma entidade aplica a NRF 17 - Imparidade
como alterações em estimativas contabilísticas de acordo de Activos. Esta Norma explica quando e como uma en-
com a NRF 3 — Políticas Contabilísticas, Alterações nas tidade revê a quantia escriturada dos seus activos, como
Estimativas Contabilísticas e Erros. determina a quantia recuperável de um activo e quando
reconhece ou reverte uma perda por imparidade.
105. Durante a vida de um activo intangível, pode
tornar-se evidente que a estimativa da vida útil é inapro- Retiradas e alienações (112 a 117)
priada. Por exemplo, o reconhecimento de uma perda por 112. Um activo intangível deve ser desreconhecido:
imparidade pode indicar que o período de amortização
deve ser alterado. (a) No momento da alienação; ou
106. Com o decorrer do tempo, o modelo de benefícios (b) Quando não se esperam futuros benefícios eco-
económicos futuros que são esperados que fluam para nómicos do seu uso ou alienação.
uma entidade provenientes de um activo intangível pode
113. O ganho ou perda decorrente do desreconhecimen-
alterar-se. Por exemplo, pode tornar-se evidente que um
to de um activo intangível deve ser determinado como
método de amortização de saldo decrescente seja apro-
a diferença entre os proventos líquidos da alienação, se
priado e não um método de linha recta. Um outro exemplo
os houver, e a quantia escriturada do activo. Deve ser
é se o uso dos direitos representados por uma licença é
reconhecido nos resultados quando o activo for desreco-
diferido dependendo de acção sobre outros componentes
nhecido (a menos que a NRF 9 - Locações o exija de outra
do plano de negócio. Neste caso, os benefícios económi-
forma numa venda e relocação). O rendimento deve ser
cos que fluem do activo só podem vir a ser recebidos em
reconhecido como ganho, e o gasto deve ser reconhecido
períodos mais tardios.
como perda.
Activos intangíveis com vidas úteis indefinidas
114. A alienação de um activo intangível pode ocorrer
(107 a 110)
numa variedade de formas, incluindo a própria venda ou
107. Um activo intangível com uma vida útil indefinida doação. Ao determinar a data da alienação desse activo,
não deve ser amortizado. uma entidade aplica os critérios da NRF 18 — Rédito
para reconhecer o resultado da venda de bens. A NRF 9
108. De acordo com a NRF 17 — Imparidade de Ac- - Locações aplica-se à alienação por venda e relocação.
tivos, é exigido a uma entidade que teste a imparidade
de um activo intangível com uma vida útil indefinida 115. Se de acordo com o princípio de reconhecimento
comparando a sua quantia recuperável com a sua quantia do parágrafo 21 uma entidade reconhecer na quantia
escriturada: escriturada de um activo o custo de uma substituição
de parte de um activo intangível, então ela desreconhe-
(a) Anualmente, e ce a quantia escriturada da parte substituída. Se não
(b) Sempre que haja uma indicação de que o activo for praticável que uma entidade determine a quantia
intangível pode estar com imparidade. escriturada da parte substituída, ela pode usar o custo
da substituição como indicação de qual o custo da parte
Revisão da avaliação da vida útil (109 e 110) substituída no momento em que foi adquirida ou gerada
internamente.
109. A vida útil de um activo intangível que não esteja
a ser amortizado deve ser revista a cada período para 116. A retribuição recebível pela alienação de um ac-
determinar se os acontecimentos e circunstâncias conti- tivo intangível é reconhecida inicialmente pelo seu justo
nuam a apoiar uma avaliação de vida útil indefinida para valor. Se o pagamento do activo intangível for diferido,
esse activo. Se não apoiarem, a alteração na avaliação de a retribuição recebida é reconhecida inicialmente pelo
vida útil de indefinida para finita deve ser contabilizada equivalente ao preço a dinheiro. A diferença entre a
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quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço As classes mencionadas acima são desagregadas
a dinheiro é reconhecida como rédito de juros de acordo (agregadas) em classes mais pequenas (maiores) se isto
com NRF 18 - Rédito reflectindo o rendimento efectivo resultar em informação mais relevante para os utentes
sobre a conta a receber. das demonstrações financeiras.
117. A amortização de um activo intangível com uma 120. Uma entidade deve também divulgar:
vida útil finita não cessa quando o activo intangível já
(a) Para um activo intangível avaliado como tendo
não for usado, a não ser que o activo tenha sido total-
uma vida útil indefinida, a quantia escriturada
mente depreciado ou esteja classificado como detido para
desse activo e as razões que apoiam a avaliação
venda (ou incluído num grupo de alienação que esteja
de uma vida útil indefinida. Ao apresentar
classificado como detido para venda), de acordo com a
estas razões, a entidade deve descrever o(s)
NRF 8 — Activos Não Correntes Detidos Para Venda e
factor(es) que desempenhou(aram) um papel
Unidades Operacionais Descontinuadas.
significativo na determinação de que o activo
Divulgações (118 a 124) tem uma vida útil indefinida.
(b) Uma descrição, a quantia escriturada e o período
Geral (118 a 120)
de amortização restante de qualquer activo
118. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada intangível individual que seja materialmente
classe de activos intangíveis, distinguindo entre os ac- relevante para as demonstrações financeiras
tivos intangíveis gerados internamente e outros activos da entidade.
intangíveis: (c) Para os activos intangíveis adquiridos por meio
de um subsídio do Governo e inicialmente reco-
(a) Se as vidas úteis são indefinidas ou finitas e,
nhecidos pelo justo valor (ver parágrafo 44):
se forem finitas, as vidas úteis ou as taxas de
amortização usadas; (i) O justo valor inicialmente reconhecido para
estes activos;
(b) Os métodos de amortização usados para activos
intangíveis com vidas úteis finitas; (ii) A sua quantia escriturada; e
(c) A quantia bruta escriturada e qualquer amor- (iii) Se são mensurados após o reconhecimento
tização acumulada (agregada com as perdas segundo o modelo de custo ou o modelo de
por imparidade acumuladas) no começo e fim revalorização.
do período; (d) A existência e as quantias escrituradas de activos
intangíveis cuja titularidade esteja restringida
(d) Os itens de cada linha da demonstração dos
e as quantias escrituradas de activos intangí-
resultados em que qualquer amortização de
veis dados como garantia de passivos;
activos intangíveis esteja incluída;
(e) A quantia de compromissos contratuais para
(e) Uma reconciliação da quantia escriturada no aquisição de activos intangíveis.
começo e fim do período que mostre as adições,
as revalorizações, as alienações, os activos Activos intangíveis mensurados após reconheci-
classificados como detidos para venda, as mento usando o modelo de revalorização (121 e 122)
amortizações, as perdas de imparidade e suas
121. Se os activos intangíveis forem contabilizados por
reversões e outras alterações.
quantias revalorizadas, uma entidade deve divulgar:
119. Uma classe de activos intangíveis é um agrupa- (a) Por classe de activos intangíveis:
mento de activos de natureza e uso semelhantes nas ope-
rações de uma entidade. Exemplos de classes separadas (i) A data de eficácia da revalorização;
podem incluir:
(ii) A quantia escriturada de activos intangíveis
(a) (nome de) marcas comerciais; revalorizados; e
(iii) A quantia escriturada que teria sido reco-
(b) Cabeçalhos e títulos de publicações;
nhecida se a classe revalorizada de activos
(c) Software de computadores, intangíveis tivesse sido mensurada após o reco-
nhecimento usando o modelo de custo referido
(d) Licenças e franquias; no parágrafo 74;
(e) Copyrights, patentes e outros direitos de pro- (b) A quantia do excedente de revalorização relacio-
priedade industrial, direitos de serviços e nada com activos intangíveis no início e no final
operacionais; do período, indicando as alterações durante o
período e quaisquer restrições na distribuição
(f) Receitas, fórmulas, modelos, concepções e pro- do saldo aos accionistas; e
tótipos; e
(c) Os métodos e pressupostos significativos aplicados
(g) Activos intangíveis em desenvolvimento. na estimativa do justo valor dos activos.
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122. Pode ser necessário agregar as classes de activos sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
revalorizados em classes maiores para finalidades de País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
divulgação. Porém, as classes não são agregadas se isto de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
resultar na combinação de uma classe de activos intan- e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
gíveis que inclua quantias mensuradas tanto segundo o dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
modelo de custo como o de revalorização. Verde.
Dispêndios de pesquisa e desenvolvimento (123 e 124) Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno
123. Uma entidade deve divulgar a quantia agregada as Normas de Relato Financeiro que constituem uma
do dispêndio de pesquisa e desenvolvimento reconhecido adaptação das Normas Internacionais da Contabili-
como um gasto durante o período. dade e as Normas de Relato Financeiro emitidas pelo
International Accounting Standard Board (IASB), uma
124. A quantia a divulgar incluirá assim, todos os Comissão de Normalização Contabilística foi nomeada e tra-
gastos por natureza que sejam, face ao seu destino, balhou-se a apresentação da documentação complementar
classificáveis como gasto de pesquisa e desenvolvimento ao diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
(p.ex. gastos com pessoal afecto à actividade de pesquisa Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
e desenvolvimento; bens e serviços usados, amortizações, Cabo Verde.
quer dos bens do imobilizado utilizados na actividade de
pesquisa e desenvolvimento, quer dos gastos de pesquisa Nestes termos,
e desenvolvimento que tenham sido capitalizados).
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo
Outras informações (125) 204º e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda
o Governo da República de Cabo Verde através da Minis-
125. Uma entidade é encorajada, mas não se exige, a tra das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
divulgar uma descrição de qualquer activo intangível
Artigo 1º
inteiramente amortizado que ainda esteja em uso e uma
breve descrição de activos intangíveis significativos con- Aprovação
trolados pela entidade mas não reconhecidos como activos
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 7 – Activos
porque não satisfazem os critérios de reconhecimento
fixos tangíveis do Sistema de Normalização Contabilís-
desta norma.
tico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao
Data de eficácia (126) presente regulamento como parte integrante.
Artigo 2º
126. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os
períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2009. Natureza
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fixos tangíveis, para que os utentes das demonstrações Activos fixos tangíveis: são itens tangíveis que:
financeiras possam discernir a informação acerca do
investimento de uma entidade nos seus activos fixos (a) Sejam detidos para uso na produção ou forneci-
tangíveis, bem como as alterações nesse investimento. mento de bens ou serviços, para arrendamento
Os principais aspectos a considerar na contabilização a outros, ou para fins administrativos; e
dos activos fixos tangíveis são o seu reconhecimento e a (b) Se espera que sejam usados durante mais do que
determinação das suas quantias escrituradas, as depre- um período.
ciações e as perdas por imparidade.
Custo: é a quantia de caixa ou seus equivalentes
Âmbito (2 a 5) paga ou o justo valor de outra retribuição dada
para adquirir um activo no momento da sua
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização aquisição ou construção ou, quando aplicável,
de activos fixos tangíveis excepto quando uma outra a quantia atribuída a esse activo aquando do
Norma exija ou permita um tratamento contabilístico reconhecimento inicial de acordo com os requi-
diferente. sitos específicos de outras NRF.
3. Esta norma não se aplica a: Depreciação: é a imputação sistemática da quantia
depreciável de um activo fixo tangível durante a sua
(a) Activos fixos tangíveis classificados como detidos
vida útil.
para venda de acordo com a NRF 8 - Activos
não Correntes Detidos para Venda e Unidades Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser
Operacionais Descontinuadas; trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece-
doras e dispostas a isso, numa transacção em que não
(b) Activos biológicos relacionados com a actividade exista relacionamento entre elas.
agrícola (ver NRF 12 - Agricultura);
Perda por imparidade: é o excedente da quantia es-
(c) Activos relacionados com a exploração e avaliação criturada de um activo, ou de uma unidade geradora de
de recursos minerais: ou caixa, em relação à sua quantia recuperável.
(d) Direitos minerais e reservas minerais tais como Quantia depreciável: é o custo de um activo, ou outra
petróleo, gás natural e recursos não regenera- quantia substituta do custo, menos o seu valor residual.
tivos semelhantes.
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo
Contudo, esta Norma aplica-se aos activos fixos tan- fixo tangível/intangível é reconhecido no Balanço, após a
gíveis usados para desenvolver ou manter os activos dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada
descritos nas alíneas (b) a (d). e de perdas por imparidade acumuladas inerentes.
4. Outras Normas podem exigir o reconhecimento de Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o
um item do activo fixo intangível com base numa abor- preço de venda líquido de um activo e o seu valor de uso.
dagem diferente da usada nesta Norma. Por exemplo, a
Valor específico para a entidade: é o valor presente dos
NRF 9 - Locações exige que uma entidade avalie o seu
fluxos de caixa que uma entidade espera que resultem do
reconhecimento de um item do activo fixo tangível locado
uso continuado de um activo e da sua alienação no final
na base da transferência de riscos e vantagens. Porém,
da sua vida útil ou em que espera incorrer ao liquidar
em tais casos, outros aspectos do tratamento contabi-
um passivo.
lístico para estes activos, incluindo a depreciação, são
prescritos por esta Norma. Valor residual: de um activo é a quantia estimada que
uma entidade obteria correntemente pela alienação de
5. Uma entidade deve aplicar esta Norma a proprie- um activo, após dedução dos custos de alienação estima-
dades que estejam a ser construídas ou desenvolvidas dos, se o activo já tivesse a idade e as condições esperadas
para futuro uso como propriedades de investimento, mas no final da sua vida útil.
que não satisfaçam ainda a definição de “propriedade de
investimento” constante da NRF 10 - Propriedades de Vida útil: é:
Investimento. Uma vez que esteja concluída a construção
(a) O período durante o qual uma entidade espera
ou o desenvolvimento, a propriedade torna-se proprieda-
que um activo esteja disponível para uso; ou
de de investimento e exige-se à entidade que aplique a
NRF 10. A NRF 10 também se aplica a propriedades de (b) O número de unidades de produção ou similares
investimento que estejam a ser novamente desenvolvidas que uma entidade espera obter do activo.
para uso futuro continuado como propriedades de inves-
timento. Uma entidade que use o modelo de custo para Reconhecimento (7 a 15)
propriedades de investimento em conformidade com a 7. O custo de um item de activo fixo tangível deve ser
NRF 10 deve usar o modelo de custo desta Norma. reconhecido como activo se, e apenas se:
Definições (6) (a) For provável que futuros benefícios económicos
associados ao item fluam para a entidade; e
6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
com os significados especificados: (b) O custo do item puder ser mensurado fiavelmente.
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(b) Quaisquer custos directamente atribuíveis para capaz de funcionar da forma pretendida. Assim sendo, os
colocar o activo na localização e condição ne- custos incorridos na utilização ou reinstalação de um item
cessárias para o mesmo ser capaz de funcionar não são incluídos na quantia escriturada desse item. Por
da forma pretendida; exemplo, os custos seguintes não são incluídos na quantia
escriturada de um item do activo fixo tangível:
(c) A estimativa inicial dos custos de desmante-
lamento e remoção do item e de restauração (a) Custos incorridos enquanto um item capaz de
do local no qual este está localizado, em cuja funcionar da forma pretendida ainda não tenha
obrigação uma entidade incorre seja quando o sido colocado em uso ou esteja a ser usado a uma
item é adquirido seja como consequência de ter capacidade inferior à sua capacidade total;
usado o item durante um determinado período
(b) Perdas operacionais iniciais, tais como as incor-
para finalidades diferentes da produção de
ridas enquanto cresce a exigência da produção
inventários durante esse período.
do item; e
18. Exemplos de custos directamente atribuíveis são: (c) Custos de relocalização ou reorganização de uma parte
ou de todas as operações de uma entidade.
(a) Custos de benefícios dos empregados (ver
subsidiariamente a NRF 21 - Benefícios dos 22. Algumas operações ocorrem em ligação com a
Empregados) decorrentes directamente da construção ou desenvolvimento de um item do activo
construção ou aquisição de um item do activo fixo tangível, mas não são necessárias para colocar o
fixo tangível; item na localização e condição necessárias para que
este seja capaz de funcionar da forma pretendida. Estas
(b) Custos de preparação do local; operações incidentais podem ocorrer antes ou durante
as actividades de construção ou desenvolvimento. Por
(c) Custos iniciais de entrega e de manuseamento;
exemplo, podem ser obtidos rendimentos através do uso
(d) Custos de instalação e montagem; de um local de construção como um parque de estacio-
namento até a construção ter início. Dado que não são
(e) Custos de testar se o activo funciona correcta- necessárias operações inerentes para colocar um item
mente, após dedução dos proventos líquidos da na localização e condição necessárias para que este seja
venda de qualquer item produzido enquanto capaz de funcionar da forma pretendida, o rendimento e
se coloca o activo nessa localização e condição os gastos relacionados das operações inerentes são reco-
(tais como amostras produzidas quando se nhecidos nos resultados e incluídos nas suas respectivas
testa o equipamento); e classificações de rendimento ou de gasto.
(b) Custos de introdução de um novo produto ou 24. O custo de um item do activo fixo tangível é equiva-
serviço (incluindo custos de publicidade ou lente ao preço a dinheiro à data do reconhecimento. Se o
actividades promocionais); pagamento for diferido para além das condições normais
de crédito, a diferença entre o equivalente ao preço a
(c) Custos de condução do negócio numa nova lo- dinheiro e o pagamento total é reconhecida como juro
calização ou com uma nova classe de clientes durante o período de crédito a não ser que esse juro seja
(incluindo custos de formação de pessoal); e reconhecido na quantia escriturada do item de acordo com
o tratamento alternativo permitido na NRF 11 — Custos
(d) Custos de administração e outros custos gerais. de Empréstimos Obtidos.
21. O reconhecimento dos custos na quantia escriturada 25. Um ou mais itens do activo fixo tangível podem
de um item do activo fixo tangível cessa quando o item ser adquiridos em troca de um activo ou activos não mo-
está na localização e condição necessárias para que seja netários, ou de uma combinação de activos monetários
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36. Se um item do activo fixo tangível for revalorizado, Depreciação (43 a 62)
toda a classe do activo fixo tangível à qual pertença esse
43. Cada parte de um item do activo fixo tangível com
activo deve ser revalorizada.
um custo que seja significativo em relação ao custo total
37. Uma classe do activo fixo tangível é um agrupa- do item deve ser depreciada separadamente.
mento de activos de natureza e uso semelhantes nas
44. Uma entidade imputa a quantia inicialmente re-
operações de uma entidade. O que se segue são exemplos
conhecida com respeito a um item do activo fixo tangível
de classes separadas:
às partes significativas deste e deprecia separadamente
(a) Terrenos; cada parte. Por exemplo, pode ser apropriado depreciar
separadamente a estrutura e os motores de uma aero-
(b) Terrenos e edifícios; nave, sejam eles propriedade da entidade ou sujeitos a
(c) Maquinaria; locação financeira.
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o valor residual do activo não exceda a sua quantia es- benefícios económicos incorporados no activo. Por isso,
criturada. A reparação e manutenção de um activo não a vida útil de um activo pode ser mais curta do que a
evitam a necessidade de o depreciar. sua vida económica. A estimativa da vida útil do activo
é uma questão de juízo de valor baseado na experiência
53. A quantia depreciável de um activo é determinada
da entidade com activos semelhantes.
após dedução do seu valor residual. Na prática, o valor
residual de um activo é muitas vezes insignificante e por 58. Os terrenos e edifícios são activos separáveis e são
isso imaterial no cálculo da quantia depreciável. contabilizados separadamente, mesmo quando sejam ad-
54. O valor residual de um activo pode aumentar até quiridos conjuntamente. Com algumas excepções, como
uma quantia igual ou superior à quantia escriturada do as pedreiras e os locais usados como aterros, os terrenos
activo. Se assim for, o gasto de depreciação do activo é têm uma vida útil ilimitada pelo que não são depreciados.
zero a menos que, e até que, o seu valor residual diminua Os edifícios têm vida útil limitada e, por isso, são activos
posteriormente para uma quantia abaixo da quantia depreciáveis. Um aumento no valor de um terreno no qual
escriturada do activo. um edifício esteja construído não afecta a determinação
da quantia depreciável do edifício.
55. A depreciação de um activo começa quando este es-
teja disponível para uso, i.e. quando estiver na localização 69. Se o custo do terreno incluir os custos do desman-
e condição necessárias para que seja capaz de operar na telamento, remoção e restauração do local, essa porção
forma pretendida. A depreciação de um activo cessa na do custo do terreno é depreciada durante o período de
data que ocorrer mais cedo entre a data em que o activo benefícios obtidos ao incorrer nesses custos. Nalguns
for classificado como detido para venda (ou incluído num casos, o próprio terreno pode ter uma vida útil limitada,
grupo para alienação que seja classificado como detido caso em que é depreciado de modo a reflectir os benefícios
para venda) de acordo com a NRF 8 — Activos não Cor- a serem dele retirados.
rentes Detidos para Venda e Unidades Operacionais Des- Método de depreciação (60 a 62)
continuadas e a data em que o activo for desreconhecido.
Porém, a depreciação não cessa quando o activo se tornar 60. O método de depreciação usado deve reflectir o
ocioso ou for retirado do uso a não ser que o activo esteja modelo por que se espera que os futuros benefícios eco-
totalmente depreciado. Contudo, segundo os métodos de nómicos do activo sejam consumidos pela entidade.
depreciação pelo uso, o gasto de depreciação pode ser zero 61. O método de depreciação aplicado a um activo deve
enquanto não houver produção. ser revisto pelo menos no final de cada ano financeiro e, se
56. Os futuros benefícios económicos incorporados num existiu alguma alteração significativa no modelo esperado
activo são consumidos por uma entidade principalmente de consumo dos futuros benefícios económicos incorpora-
através do seu uso. Porém, outros factores, tais como dos no activo, o método deve ser alterado para reflectir
obsolescência técnica ou comercial e desgaste normal o modelo alterado. Tal alteração deve ser contabilizada
enquanto um activo permaneça ocioso, dão origem mui- como alteração numa estimativa contabilística de acordo
tas vezes à diminuição dos benefícios económicos que com a NRF 3 — Políticas Contabilísticas, Alterações nas
poderiam ter sido obtidos do activo. Consequentemente, Estimativas Contabilísticas e Erros.
todos os factores que se seguem são considerados na 62. Pode ser usada uma variedade de métodos de depre-
determinação da vida útil de um activo: ciação para imputar a quantia depreciável de um activo
(a) Uso esperado do activo. O uso é avaliado por numa base sistemática durante a sua vida útil. Estes
referência à capacidade ou produção física métodos incluem o método da linha recta, o método do
esperadas do activo; saldo decrescente e o método das unidades de produção.
A depreciação pelo método da linha recta resulta num
(b) Desgaste normal esperado, que depende de débito constante durante a vida útil do activo se o seu
factores operacionais tais como o número de valor residual não se alterar. O método do saldo decres-
turnos durante os quais o activo será usado cente resulta num débito decrescente durante a vida
e o programa de reparação e manutenção, e útil. O método das unidades de produção resulta num
o cuidado e manutenção do activo enquanto débito baseado no uso ou produção esperados. A entidade
estiver ocioso; selecciona o método que reflicta mais aproximadamente
(c) Obsolescência técnica ou comercial proveniente o modelo esperado de consumo dos futuros benefícios eco-
de alterações ou melhoramentos na produção, nómicos incorporados no activo. Esse método é aplicado
ou de uma alteração na procura de mercado consistentemente de período para período a menos que
para o serviço ou produto derivado do activo; ocorra uma alteração no modelo esperado de consumo
e desses futuros benefícios económicos.
(d) Limites legais ou semelhantes no uso do activo, Imparidade (63)
tais como as datas de extinção de locações com
63. Para determinar se um item do activo fixo tangível
ele relacionadas.
está ou não com imparidade, uma entidade aplica a NRF
57. A vida útil de um activo é definida em termos da 17 — Imparidade de Activos. Essa Norma explica como
utilidade esperada do activo para a entidade. A política uma entidade revê a quantia escriturada dos seus activos,
de gestão de activos da entidade pode envolver a alie- como determina a quantia recuperável de um activo e
nação de activos após um período especificado ou após quando reconhece ou reverte o reconhecimento de uma
consumo de uma proporção especificada dos futuros perda por imparidade.
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75. Se os itens do activo fixo tangível forem expressos por sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
quantias revalorizadas, deve ser divulgado o seguinte: País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
(a) A data de eficácia da revalorização; e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
(b) Se esteve ou não envolvido um avaliador inde-
Verde.
pendente;
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
(c) Os métodos e pressupostos significativos aplicados Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
na estimativa do justo valor dos itens; Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
(d) A medida em que o justo valor dos itens foi deter-
Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
minado directamente por referência a preços
Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
observáveis num mercado activo ou em tran-
Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
sacções de mercado recentes numa base de não
se a apresentação da documentação complementar ao
relacionamento entre as partes ou foi estimado
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
usando outras técnicas de valorização; e
Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
(e) O excedente de revalorização, indicando a al- Cabo Verde.
teração do período e quaisquer restrições na Nestes termos,
distribuição do saldo aos accionistas.
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
Outras informações (76) e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o
Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
76. Uma entidade é encorajada, mas não se exige, a das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
divulgar uma descrição de qualquer activo intangível
Artigo 1º
inteiramente depreciados que ainda esteja em uso e uma
breve descrição de activos tangíveis significativos contro- Aprovação
lados pela entidade mas não reconhecidos como activos
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 8 – Activos
porque não satisfazem os critérios de reconhecimento
não correntes detidos para venda e unidades operacionais
desta norma.
descontinuadas do Sistema de Normalização Contabilís-
Data de eficácia (77) tico e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao
presente regulamento como parte integrante.
77. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os Artigo 2º
períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2009.
Natureza
ANEXO 1
A Norma de Relato Financeiro 8 – Activos não correntes
Regime especial das pequenas entidades detidos para venda e unidades operacionais desconti-
nuadas é parte integrante do Sistema de Normalização
1. Às Entidades inseridas no regime especial para Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde.
pequenas entidades (REPE) não se exige “reconciliação Artigo 3º
da quantia escriturada no começo e fim do período que
Entrada em vigor
mostre as adições…, os activos classificados como detidos
para venda, …” por as situações de activos classificados O presente Despacho Normativo entra em vigor na
como detidos para venda estarem excluídos do âmbito data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
do REPE. aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
lato Financeiro.
A Ministra, Cristina Duarte.
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração
––––––– Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra, Cristina
Duarte.
Despacho Normativo n.º 9/2008
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA
E DE RELATO FINANCEIRO
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização NORMA DE RELATO FINANCEIRO 8
Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
em substituição do Plano Nacional de Contabilidade ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS
aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o PARA VENDA E UNIDADES OPERACIONAIS
objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos DESCONTINUADAS
nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor- Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Nor-
mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm ma Internacional emitida pelo IASB sobre activos não
em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão correntes detidos para venda e unidades operacionais
das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do descontinuadas.
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3. Os activos classificados como não correntes de (a) Se espera que seja realizado, ou se pretende que
acordo com a NRF 1 — Apresentação de Demonstrações seja vendido ou consumido, no decurso normal
Financeiras não devem ser reclassificados como activos do ciclo operacional da entidade;
correntes enquanto não satisfizerem os critérios de (b) Esteja detido essencialmente para a finalidade
classificação como detidos para venda de acordo com a de ser negociado;
presente Norma. Os activos de uma classe que uma en-
tidade normalmente consideraria como não corrente, que (c) Se espere que seja realizado num período de doze
sejam adquiridos exclusivamente com vista a revenda, meses após a data do balanço; ou
não devem ser classificados como correntes, a não ser
(d) Seja caixa ou um activo equivalente de caixa a
que satisfaçam os critérios de classificação como detidos
menos que lhe seja limitada a troca ou o uso
para venda de acordo com a presente Norma.
para liquidar um passivo pelo menos doze
4. Por vezes, uma entidade aliena um grupo de activos, meses após a data do balanço.
possivelmente com alguns passivos directamente as-
Activos não correntes: são activos que não satisfaçam
sociados, em conjunto numa única transacção. Um tal
a definição de activo corrente.
grupo para alienação pode ser um grupo de unidades
geradoras de caixa, uma única unidade geradora de caixa, Altamente provável: é um acontecimento cuja possi-
ou parte de uma unidade geradora de caixa1 . O grupo bilidade de ocorrência é significativamente mais do que
pode incluir quaisquer activos e quaisquer passivos da provável.
entidade, incluindo activos correntes, passivos correntes
e activos excluídos pelo parágrafo 5 dos requisitos de Componente de uma entidade: são unidades opera-
mensuração desta Norma. Se um activo não corrente cionais e fluxos de caixa que possam ser claramente
dentro do âmbito dos requisitos desta Norma fizer parte distinguidos, operacionalmente e para finalidades de
de um grupo para alienação, os requisitos de mensuração relato financeiro, do resto de uma entidade.
desta Norma aplicam-se ao grupo como um todo, de forma Compromisso firme de compra: é um acordo com uma
que o grupo seja mensurado pelo menor valor entre a parte não relacionada, vinculando ambas as partes e
sua quantia escriturada e o justo valor menos os gastos normalmente legalmente imponível, que:
de vender. Os requisitos para mensuração de activos e
passivos individuais dentro do grupo para alienação estão (a) Especifique todos os termos significativos, in-
definidos nos parágrafos 18, 19 e 23. cluindo o preço e a tempestividade das tran-
sacções; e
1
Contudo, uma vez que se espera que os fluxos de caixa de tal activo ou grupos
de activos resultem principalmente da venda e não do uso continuado, eles to- (b) Inclua um desincentivo por não desempenho
mam-se menos dependentes dos fluxos de caixa resultantes de outros activos, e que seja suficientemente grande para tornar
um grupo para alienação que faz parte de uma unidade geradora de caixa toma-
se uma unidade separada geradora de caixa o desempenho altamente provável.
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Gastos de vender: são os gastos incrementais directa- para alienação) e a sua venda seja altamente provável.
mente atribuíveis à alienação de um activo (ou grupo para Para que a venda seja altamente provável, a hierarquia
alienação), excluindo gastos de financiamento e gastos de gestão apropriada deve estar empenhada num plano
de impostos sobre o rendimento. para vender o activo (ou grupo para alienação) e deve ter
sido iniciado um programa para localizar um comprador
Grupo para alienação: é um grupo de activos a alienar, e concluir o plano. Além disso, o activo (ou grupo para
por venda ou de outra forma, em conjunto com um grupo alienação) deve ser amplamente publicitado para venda
numa só transacção, e passivos directamente associados a um preço que seja razoável em relação ao seu justo
a esses activos que serão transferidos na transacção. O valor corrente. Deve, ainda, esperar-se que a venda se
grupo inclui trespasse (goodwill) adquirido numa concen- qualifique para reconhecimento como venda concluída
tração de actividades empresariais se o grupo for uma dentro de um ano a partir da data da classificação, ex-
unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputado cepto conforme permitido pelo parágrafo 9, e as acções
trespasse (goodwill) de acordo com os requisitos cons- necessárias para concluir o plano devem indicar a im-
tantes dos parágrafos 36 a 39 da NRF 17 - imparidade probabilidade de alterações significativas no mesmo ou
de activos de o mesmo ser retirado.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser 9. Os acontecimentos ou circunstâncias podem prolongar
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece- o período para concluir a venda para lá de um ano. Um
doras e dispostas a isso, numa transacção em que não prolongamento do período durante o qual se exija que a
exista relacionamento entre elas. venda seja concluída não exclui que um activo (ou grupo
para alienação) seja classificado como detido para venda
Provável: um acontecimento é provável quando a pos-
se o atraso for causado por acontecimentos ou circuns-
sibilidade da sua ocorrência for superior à possibilidade
tâncias fora do controlo da entidade e se houver prova
da não ocorrência.
suficiente de que a entidade continua comprometida com
Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre o o seu plano de vender o activo (ou grupo para alienação).
justo valor de um activo menos os gastos de vender e o Será este o caso quando os critérios do Apêndice A forem
seu valor de uso. satisfeitos.
Unidade geradora de caixa: é o mais pequeno grupo 10. As transacções de venda incluem trocas de activos
identificável de activos que seja gerador de influxos de não correntes por outros activos não correntes quando
caixa e que seja em larga medida independente dos influ- uma troca tiver substância comercial de acordo com a
xos de caixa de outros activos ou grupos de activos. NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis.
Unidade operacional descontinuada: é um componente 11. Quando uma entidade adquire um activo não
de uma entidade que seja alienado ou esteja classificado corrente (ou grupo para alienação) exclusivamente com
como detido para venda e: vista à sua posterior alienação, deve classificar o activo
não corrente (ou grupo de disposição) como detido para
(a) Represente uma importante linha de negócios se- venda à data de aquisição somente se: (i) o requisito de
parada ou uma área geográfica operacional; um ano do parágrafo 8 for satisfeito (excepto conforme
permitido pelo parágrafo 9) e (ii) se for altamente prová-
(b) Seja parte integrante de um único plano coor- vel que qualquer outro critério do parágrafo 8, que não
denado para alienar uma importante linha esteja satisfeito nessa data, o será no curto prazo após a
de negócios separada ou área geográfica ope- aquisição (normalmente no prazo de três meses).
racional; ou
12. Se o critério do parágrafo 8 for satisfeito após a data
(c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente do balanço, uma entidade não deve classificar um activo
com vista à revenda. não corrente (ou grupo para alienação) como detido para
Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa venda nessas demonstrações financeiras quando emiti-
futuros estimados, que se espere surjam do uso continu- das. Contudo, quando esses critérios forem satisfeitos
ado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua após a data do balanço mas antes da autorização para
alienação no fim da sua vida útil. emissão das demonstrações financeiras, a entidade deve
divulgar a informação especificada nas alíneas (a), (b) e
Classificação de activos não correntes (ou grupos (d) do parágrafo 38 desta Norma.
para alienação) como detidos para venda (7 a 14)
Activos não correntes a abandonar (13 e 14)
7. Uma entidade deve classificar um activo não corrente
13. Uma entidade não deve classificar como detido para
(ou um grupo para alienação) como detido para venda se
venda um activo não corrente (ou grupo para alienação)
a sua quantia escriturada é recuperada principalmente
a abandonar porque a sua quantia escriturada será
através de uma transacção de venda em lugar de o ser
recuperada principalmente através do uso continuado.
pelo uso continuado.
Contudo, se o grupo para alienação a abandonar satisfizer
8. Assim, o activo (ou grupo para alienação) deve os critérios do parágrafo 32(a) a 32(c) desta Norma, a
estar disponível para venda imediata na sua condição entidade deve apresentar os resultados e fluxos de caixa
presente, sujeito apenas aos termos que sejam habituais do grupo para alienação como unidades operacionais des-
e costumeiros para a venda de tais activos (ou grupos continuadas de acordo com os parágrafos 33ª) e b) à data
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em que ele deixe de ser usado. Os activos não correntes de vender de um activo, mas não para além da perda por
(ou grupos para alienação), a abandonar, incluem activos imparidade cumulativa que tenha sido reconhecida seja
não correntes (ou grupos para alienação) a usar até ao de acordo com esta Norma seja anteriormente de acordo
final da sua vida económica e activos não correntes (ou com a NRF 17 - Imparidade de Activos.
grupos para alienação) a encerrar em vez de vender.
22. Uma entidade deve reconhecer um ganho para
14. Uma entidade não deve contabilizar como activo qualquer aumento posterior no justo valor menos os
não corrente um activo que tenha sido temporariamente gastos de vender de um grupo para alienação:
retirado do serviço, como se tivesse sido abandonado.
(a) Até ao ponto em que não tenha sido reconhecido
Mensuração de activos não correntes (ou grupos de acordo com o parágrafo 19; mas
para alienação) classificados como detidos para
venda (15 a 29) (b) Não para além da perda por imparidade cumula-
tiva que tenha sido reconhecida, seja de acordo
Mensuração de um activo não corrente (ou grupo
com esta Norma ou anteriormente de acordo
para alienação) (15 a 19)
com a NRF 17 — Imparidade de Activos, relati-
15. Uma entidade deve mensurar um activo não corren- vamente aos activos não correntes que estejam
te (ou grupo para alienação) classificado como detido para dentro do âmbito dos requisitos de mensuração
venda pelo menor valor entre a sua quantia escriturada desta última Norma;
e o justo valor menos os gastos de vender.
23. A perda por imparidade (ou qualquer ganho pos-
16. Se um activo (ou grupo para alienação) recém-ad- terior) reconhecida para um grupo para alienação deve
quirido satisfizer os critérios de classificação como detido reduzir (ou aumentar) a quantia escriturada dos activos
para venda (ver parágrafo 11), a aplicação do parágrafo não correntes do grupo que estejam dentro do âmbito dos
15 resultará em que o activo (ou grupo para alienação) requisitos de mensuração desta Norma, pela ordem de
seja mensurado no reconhecimento inicial pelo valor imputação definida nos parágrafos 48 e 58 da NRF 17
mais baixo entre a sua quantia escriturada se não tivesse - Imparidade de Activos.
sido assim classificado (por exemplo, o custo) e o justo
valor menos os gastos de vender. Assim, se o activo (ou 24. Um ganho ou perda que não tenha sido anterior-
grupo para alienação) for adquirido como parte de uma mente reconhecido à data da venda de um activo não
concentração de actividades empresariais, ele deve ser corrente (ou grupo para alienação) deve ser reconhecido
mensurado pelo justo valor menos os gastos de vender. à data do desreconhecimento. Os requisitos relacionados
com o desreconhecimento estão definidos:
17. Quando se espera que a venda ocorra para além de
um ano, a entidade deve mensurar os gastos de vender (a) Nos parágrafos 67-72 da NRF 7 — Activos Fixos
pelo seu valor presente. Qualquer aumento no valor pre- Tangíveis relativamente aos activos fixos
sente dos gastos de vender que resulte da passagem do tangíveis;
tempo deve ser apresentado nos resultados como custo
de financiamento. (b) Nos parágrafos 112-117 da NRF 6— Activos
Intangíveis relativamente aos activos intan-
18. Imediatamente antes da classificação inicial do gíveis.
activo (ou grupo para alienação) como detido para venda,
as quantias escrituradas do activo (ou de todos os activos 25. Uma entidade não deve depreciar (ou amortizar)
e passivos do grupo) devem ser mensuradas de acordo um activo não corrente enquanto estiver classificado como
com as NRF aplicáveis. detido para venda ou enquanto fizer parte de um grupo
para alienação classificado como detido para venda. Os
19. Na remensuração posterior de um grupo para
juros e outros gastos atribuíveis aos passivos de um grupo
alienação, as quantias escrituradas de quaisquer activos
para alienação classificado como detido para venda devem
e passivos que não estejam no âmbito dos requisitos de
continuar a ser reconhecidos.
mensuração desta Norma mas estejam incluídos num
grupo para alienação classificado como detido para venda, Alterações num plano de venda (26 a 29)
devem ser remensurados de acordo com as NRF aplicá-
veis antes de o justo valor menos os gastos de vender do 26. Se uma entidade classificou um activo (ou grupo
grupo para alienação ser remensurado. para alienação) como detido para venda, mas os critérios
Reconhecimento de perdas por imparidade e dos parágrafos 8 e 9 já não estiverem satisfeitos, a en-
reversões (20 a 25) tidade deve cessar de classificar o activo (ou grupo para
alienação) como detido para venda.
20. Uma entidade deve reconhecer uma perda por
imparidade relativamente a qualquer redução inicial ou 27. A entidade deve mensurar um activo não corrente que
posterior do activo (ou grupo para alienação) para o justo deixe de ser classificado como detido para venda (ou deixe
valor menos os gastos de vender, até ao ponto em que não de ser incluído num grupo para alienação classificado como
tenha sido reconhecida de acordo com o parágrafo 19. detido para venda) pelo valor mais baixo entre:
21. Uma entidade deve reconhecer um ganho ou qual- (a) A sua quantia escriturada antes de o activo (ou
quer aumento posterior no justo valor menos os gastos grupo para alienação) ser classificado como
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detido para venda, ajustada por qualquer de- (b) Seja parte integrante de um único plano coor-
preciação, amortização ou revalorização que denado para alienar uma importante linha
teria sido reconhecida se o activo (ou grupo de negócios separada ou área geográfica ope-
para alienação) não estivesse classificado como racional, ou
detido para venda;
(c) Seja uma subsidiária adquirida exclusivamente
(b) A sua quantia recuperável à data da decisão com vista à revenda.
posterior de não vender. 2 33. Uma entidade deve divulgar relativamente às
28. A entidade deve incluir qualquer ajustamento exi- operações descontinuadas:
gido na quantia escriturada de um activo não corrente (a) A quantia de resultados reconhecida no período
que deixe de ser classificado como detido para venda nos e respectiva análise; e
rendimentos3 de unidades operacionais em continuação
(b) Os fluxos de caixa líquidos atribuíveis às
no período em que os critérios dos parágrafos 8 e 9 já
actividades de exploração, investimento e
não forem satisfeitos. A entidade deve apresentar esse
financiamento das unidades operacionais
ajustamento na mesma secção de demonstração dos re-
descontinuadas.
sultados usado para apresentar um ganho ou perda, se
houver reconhecido de acordo com o parágrafo 35. 34. Se uma entidade deixar de classificar um com-
ponente de uma entidade como detido para venda, os
29. Se uma entidade remover um activo ou passivo resultados do componente anteriormente apresentados
individual de um grupo para alienação classificado como nas unidades operacionais descontinuadas devem ser
detido para venda, os activos e passivos restantes do reclassificados e incluídos no rendimento das unidades
grupo para alienação a ser vendido devem continuar a operacionais em continuação para todos os períodos
ser mensurados como um grupo apenas se o grupo satis- apresentados. As quantias relativas a exercícios ante-
fizer os critérios dos parágrafos 8 e 9. De outro modo, os riores devem ser descritas como tendo sido novamente
activos não correntes restantes do grupo que satisfaçam apresentadas.
individualmente os critérios de classificação como deti-
dos para venda devem ser mensurados individualmente Ganhos ou perdas relacionados com unidades
pelo menor valor entre as suas quantias escrituradas e operacionais em continuação (35)
os justos valores menos os gastos de vender nessa data. 35. Qualquer ganho ou perda relativo à remensuração
Quaisquer activos não correntes que não satisfaçam os de um activo não corrente (ou grupo para alienação)
critérios deixam de ser classificados como detidos para classificado como detido para venda que não satisfaça
venda de acordo com o parágrafo 26. a definição de unidade operacional descontinuada deve
ser incluído nos resultados das unidades operacionais
Apresentação e divulgação (30 a 39)
em continuação.
30. Uma entidade deve apresentar e divulgar in-
Apresentação de um activo não corrente ou de
formação que permita aos utentes das demonstrações
um grupo para alienação classificado como detido
financeiras avaliar os efeitos financeiros das unidades
para venda (36 e 37)
operacionais descontinuadas e das alienações de activos
não correntes (ou grupos para alienação). 36. Uma entidade deve apresentar um activo não cor-
rente classificado como detido para venda e os activos de
Apresentar unidades operacionais descontinu- um grupo para alienação classificado como detido para
adas (31 a 34) venda separadamente de outros activos no balanço. Os
31. Um componente de uma unidade compreende passivos de um grupo para alienação classificado como de-
unidades operacionais e fluxos de caixa que possam tido para venda devem ser apresentados separadamente
ser claramente distinguidos, operacionalmente e para dos outros passivos no balanço. Esses activos e passivos
finalidades de relato financeiro, do resto da entidade. não devem ser compensados nem apresentados como uma
Por outras palavras, um componente de uma entidade única quantia. As principais classes de activos e passivos
terá sido uma unidade geradora de caixa ou um grupo de classificados como detidos para venda devem ser divulga-
unidades geradoras de caixa enquanto detida para uso. das separadamente ou na face do balanço ou no Anexo,
excepto conforme permitido pelo parágrafo 37.
32. Uma unidade operacional descontinuada é um
componente de uma entidade que tenha sido alienada 37. Se o grupo para alienação for uma subsidiária re-
ou esteja classificada para venda, e cém-adquirida que satisfaça os critérios de classificação
como detido para venda no momento da aquisição (ver
(a) Represente uma importante linha de negócios se- parágrafo 11), não é exigida a divulgação das principais
parada ou uma área geográfica operacional; classes de activos e passivos.
2
Divulgações adicionais (38 e 39)
Se um activo não corrente fi zer parte de uma unidade geradora de caixa, a sua quantia
recuperável é a quantia escriturada que teria sido reconhecida após a imputação de qualquer 38. Uma entidade deve divulgar a seguinte informação
perda por imparidade resultante dessa unidade geradora de caixa de acordo com a NRF
17-Imparidade de activos. no Anexo do período em que o activo não corrente (ou
grupo para alienação) foi classificado como detido para
3
A não ser que o activo seja um activo fi xo tangível ou um activo intangível que tenha sido venda ou vendido:
revalorizado de acordo com a NRF 7-Activos fi xos tangíveis ou a NRF 6-Activos Intangí-
veis antes da classifi cação como detido para venda, em cujo caso o ajustamento deve ser (a) Uma descrição do activo não corrente (ou grupo
tratado como acréscimo ou decréscimo de revalorização.
para alienação);
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(b) Uma descrição dos factos e circunstâncias da (c) durante o período inicial de um ano, ocorrem
venda, ou que conduziram à alienação esperada, circunstâncias que foram anteriormente con-
e a forma e tempestividade esperada para essa sideradas improváveis e, como resultado, um
alienação; activo não corrente (ou grupo para alienação)
anteriormente classificado como detido para
(c) O ganho ou perda reconhecido de acordo com os
venda não é vendido até ao final desse período;
parágrafos 20 a 22 e, se não tiver sido apresen-
e
tado separadamente na face da demonstração
dos resultados, o título na demonstração dos (i) Durante o período inicial de um ano, a entidade
resultados que inclua esse ganho ou perda. envidou as acções necessárias para responder
à alteração nas circunstâncias;
39. Caso se aplique o parágrafo 26 ou o parágrafo 29,
uma entidade deve divulgar, no período da decisão para (ii) O activo não corrente (ou grupo para alie-
alterar o plano de vender o activo não corrente (ou grupo nação) está a ser amplamente publicitado a
para alienação), uma descrição dos factos e circunstâncias um preço que é razoável, dada a alteração nas
que levaram à decisão. circunstâncias; e
Data de eficácia (40) (iii) foi satisfeito o critério do parágrafo 8.
40. Uma entidade deve aplicar esta Norma para os A Ministra, Cristina Duarte.
períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2009.
–––––––
ANEXO 1
Despacho Normativo n.º 10/2008
Suplemento de aplicação
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
Extensão do período exigido para concluir uma
dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
venda
Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
Tal como indicado no parágrafo 9, uma extensão do em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
período durante o qual se exige que a venda seja conclu- aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
ída não exclui que um activo (ou grupo para alienação) objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
seja classificado como detido para a venda se o atraso nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
for causado por acontecimentos ou circunstâncias fora mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
do controlo da entidade e se houver prova suficiente de em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
que a entidade continua comprometida com o seu plano das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
de vender o activo (ou grupo para alienação). Uma excep- sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
ção ao requisito de um ano referido no parágrafo 8 deve País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
portanto aplicar-se nas seguintes situações em que esses de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
acontecimentos ou circunstâncias ocorram: e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
(a) À data em que uma entidade se compromete a dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
planear a venda de um activo não corrente (ou Verde.
grupo para alienação), ela espera razoavelmen- Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
te que outros (não compradores) imponham Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
condições à transferência do activo (ou grupo Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
para alienação) que prolonguem o período exi- tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
gido para que a venda seja concluída; e Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
(i) As acções necessárias para responder a essas Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
condições não podem ser iniciadas antes de ser Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
obtido um compromisso firme de compra; e se a apresentação da documentação complementar ao
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
(ii) Um compromisso firme de compra é altamente Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
provável dentro de um ano. Cabo Verde.
(b) uma entidade obtém um compromisso firme de Nestes termos,
compra e, como resultado, um comprador ou
outros impõem inesperadamente condições No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
à transferência de um activo não corrente e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o
(ou grupo para alienação), anteriormente Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
classificado como detido por venda, que irão das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
prolongar o período exigido para que a venda Artigo 1º
seja concluída; e Aprovação
(i) foram tomadas as acções tempestivas neces- É aprovado a Norma de Relato Financeiro 9 – Locações
sárias para responder às condições; e do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
(ii) se espere uma resolução favorável dos factos Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
que condicionam o atraso. regulamento como parte integrante.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 93
Artigo 2º Definições (4 a 6)
Natureza
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
A Norma de Relato Financeiro 9 – Locações é parte com os significados especificados: Começo do prazo da
integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e locação: é a data a partir da qual o locatário passa a poder
Relato Financeiro para Cabo Verde exercer o seu direito de usar o activo locado. É a data do
Artigo 3º reconhecimento inicial da locação (i.e. o reconhecimento
Entrada em vigor dos activos, passivos, rendimentos ou gastos resultantes
da locação, conforme for apropriado).
O presente Despacho Normativo entra em vigor na
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que Custos directos iniciais: são custos incrementais que
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re- são directamente atribuíveis à negociação e aceitação de
lato Financeiro. uma locação, excepto os custos incorridos pelos locadores
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração fabricantes ou negociantes.
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra, Cristina
Início da locação: é a mais antiga de entre a data do
Duarte.
acordo de locação e a de um compromisso assumido pe-
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA las partes quanto às principais disposições da locação.
E DE RELATO FINANCEIRO
Nesta data:
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 9 (a) uma locação é classificada como uma locação
financeira ou uma locação operacional; e
LOCAÇÕES
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Nor- (b) no caso de uma locação financeira, são determi-
ma Internacional emitida pelo IASB sobre locações. nadas as quantias a reconhecer no começo do
prazo da locação.
Objectivo (1)
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o Investimento bruto na locação: é o agregado de:
de prescrever, para locatários e locadores, as políticas (a) Os pagamentos mínimos da locação a receber pelo
contabilísticas e divulgações apropriadas a aplicar em locador segundo uma locação financeiro; e
relação a locações
Âmbito (2 e 3) (b) Qualquer valor residual não garantido que acresça
ao locador.
2. Esta Norma aplica-se a acordos que transfiram o
direito de usar activos mesmo que serviços substan- Investimento líquido na locação: é o investimento
ciais pelo locador possam ser postos em conexão com o bruto na locação descontado à taxa de juro implícita na
funcionamento ou manutenção de tais activos, devendo locação.
ser, igualmente, aplicada na contabilização de todas as
locações que não sejam: Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece-
(a) Acordos de locação para explorar ou usar miné- doras e dispostas a isso, numa transacção em que não
rios, petróleo, gás natural e recursos similares exista relacionamento entre elas.
não regeneráveis, e
Locação: é um acordo pelo qual o locador transmite ao
(b) Acordos de licenciamentos para itens tais como
locatário, em troca de um pagamento ou série de paga-
fitas cinematográficas, registos de vídeo, peças
mentos, o direito de usar um activo por um período de
de teatro, manuscritos, patentes e direitos de
tempo acordado.
autor.
3. A Norma não se aplica a acordos que sejam contratos Locação financeira: é uma locação que transfere subs-
de serviços que não transfiram o direito de usar activos tancialmente todos os riscos e vantagens inerentes à
de uma parte contratante para a outra, não devendo ser posse de um activo. O título de propriedade pode ou não
aplicada, igualmente, na mensuração de: ser eventualmente transferido.
(a) Propriedade detida por locatários que seja conta- Locação não cancelável: é uma locação que somente
bilizada como propriedade de investimento (ver pode ser cancelável:
NRF 10 - Propriedades de Investimento);
(a) Após a ocorrência de alguma contingência remota;
(b) Propriedade de investimento proporcionada pelos
locadores segundo locações operacionais (ver (b) Com a permissão do locador;
NRF 10 - Propriedades de Investimento);
(c) Se o locatário celebrar uma nova locação para o
(c) Activos biológicos detidos por locatários segundo
mesmo activo ou para um activo equivalente
locações financeiras (ver NRF 12 - Agricultura);
com o mesmo locador; ou
ou
(d) Activos biológicos proporcionados por locadores (d) Após o pagamento pelo locatário de uma quantia
segundo locações operacionais (ver NRF 12 adicional tal que, no início da locação, a conti-
- Agricultura). nuação da mesma seja razoavelmente certa.
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Locação operacional: é uma locação que não seja uma Taxa de juro incremental de financiamento do locatário:
locação financeira. é a taxa de juro que o locatario teria que pagar numa
locação semelhante ou, se isso não for determinável,
Pagamentos mínimos da locação: são os pagamentos a taxa que, no início da locação, o locatário incorreria
durante o prazo da locação que o locatário vai fazer, ou ao pedir emprestados por um prazo semelhante, e com
que lhe possam ser exigidos, excluindo a renda contingen- uma segurança semelhante, os fundos necessários para
te, custos relativos a serviços e impostos a serem pagos comprar o activo.
pelo, e reembolsados ao, locador, juntamente com:
Valor residual garantido: é
(a) No caso do locatário, quaisquer quantias garanti-
das pelo locatário ou por uma parte relacionada (a) No caso do locatário, a parte do valor residual que
com o locatário; ou seja garantida pelo locatário ou por uma parte
relacionada com o locatário (sendo a quantia
(b) No caso do locador, qualquer valor residual ga-
da garantia a quantia máxima que possa, em
rantido ao locador:
qualquer caso, tornar-se pagável); e
(i) Pelo locatário;
(b) No caso do locador, a parte do valor residual que
(ii) Por uma parte relacionada com o locatário; seja garantida pelo locatário ou por um terceiro
ou não relacionado com o locador que seja finan-
ceiramente capaz de satisfazer as obrigações
(iii) Por um terceiro não relacionado com o loca- cobertas pela garantia.
dor, que seja financeiramente capaz de satis-
fazer tal garantia. Valor residual não garantido: é a parte do valor resi-
dual do activo locado, cuja realização pelo locador não
Contudo, se o locatário tiver a opção de comprar o ac- esteja assegurada ou esteja unicamente garantida por
tivo por um preço que se espera que seja suficientemente uma parte relacionada com o locador.
mais baixo do que o justo valor na data em que a opção
se torne exercível para que, no início da locação, seja Vida económica: é
razoavelmente certo que ela será exercida, os pagamen-
tos mínimos da locação compreendem os pagamentos (a) o período durante o qual se espera que um activo
mínimos a pagar durante o prazo da locação até à data seja economicamente utilizável por um ou mais
esperada do exercício desta opção de compra e o paga- utentes; ou
mento necessário para a exercer.
(b) o número de unidades de produção, ou similares,
Prazo da locação: é o período não cancelá- que se espera que seja obtido a partir do activo
vel pelo qual o locatário contratou locar o activo por um ou mais utentes.
juntamente com quaisquer termos adicionais pelos quais
o locatário tem a opção de continuar a locar o activo, com Vida útil: é
ou sem pagamento adicional, quando no início da loca-
ção for razoavelmente certo que o locatário irá exercer (a) O período durante o qual uma entidade espera
a opção. que um activo esteja disponível para uso; ou
Renda contingente: é a parte dos pagamentos da loca- (b) O número de unidades de produção ou simila-
ção que não está fixada em quantia mas antes baseada res que uma entidade espera obter do activo.
na futura quantia de um factor que se altera sem ser Aquele período é contado a partir do começo do
pela passagem do tempo (por exemplo, percentagem de prazo da locação e não está condicionado pela
futuras vendas, quantidade de futuro uso, futuros índices duração do contrato.
de preços, futuras taxas de juro do mercado).
5. Um acordo ou compromisso de locação pode incluir
Rendimento financeiro não obtido: é a diferença entre: uma disposição para ajustar os pagamentos da locação
(a) O investimento bruto na locação; e devido a alterações na construção ou no custo de aquisição
da propriedade locada ou devido a alterações numa outra
(b) O investimento líquido na locação. mensuração do custo ou valor, tal como níveis de preço ge-
rais, ou nos custos de financiamento da locação por parte
Taxa de juro implícita na locação: é a taxa de desconto do locador, durante o período entre o início da locação e
que, no início da locação, faz com que o valor presente o começo do prazo de locação. Se assim for, para a fina-
agregado de: lidade desta Norma, o efeito de tais alterações deve ser
considerado como tendo ocorrido no início da locação.
(a) Os pagamentos mínimos da locação; e
6. A definição de uma locação inclui contratos para o
(b) O valor residual não garantido seja igual à soma:
aluguer de um activo que contenha uma cláusula que dê
(c) Do justo valor do activo locado; e àquele que toma de aluguer, uma opção para adquirir
o direito ao activo após o cumprimento das condições
(d) De quaisquer custos directos iniciais do locador. acordadas.
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normalmente classificado como locação operacional a não Locações nas demonstrações financeiras de lo-
ser que se espere que o título passe para o locatário no catários (20 a 31)
final do prazo da locação, de acordo com o parágrafo 14. O
elemento edifícios é classificado como locação financeira Locações financeiras (20 a 29)
ou operacional de acordo com os parágrafos 7 a 13.
Reconhecimento inicial (20 a 22)
16. Sempre que for necessário para classificar e conta-
bilizar uma locação de terrenos e edifícios, os pagamentos 20. No começo do prazo de locação, os locatários devem
mínimos da locação (incluindo qualquer pagamento glo- reconhecer as locações financeiras como activos e passivos
bal à cabeça) são imputados entre os elementos terrenos nos seus balanços por quantias iguais ao justo valor da
e edifícios em proporção aos justos valores relativos dos propriedade locada ou, se inferior, ao valor presente dos
juros da detenção de locação no elemento terrenos e no pagamentos mínimos da locação, cada um determinado
elemento edifícios da locação no início da locação. Se os no início da locação. A taxa de desconto a usar no cálculo
pagamentos da locação não puderem ser fiavelmente do valor presente dos pagamentos mínimos da locação
imputados entre estes dois elementos, a totalidade da é a taxa de juro implícita na locação, se for praticável
locação é classificada como locação financeira, a não ser determinar essa taxa; se não for, deve ser usada a taxa
que seja claro que ambos os elementos são locações opera- incremental de financiamento do locatário. Quaisquer
cionais, caso em que a totalidade da locação é classificada custos directos iniciais do locatário são adicionados à
como locação operacional. quantia reconhecida como activo.
17. Para uma locação de terrenos e edifícios na qual 21. São frequentemente incorridos custos directos ini-
a quantia que seria inicialmente reconhecida para o ciais em ligação com actividades específicas da locação,
elemento terrenos, de acordo com o parágrafo 20, seja como na negociação e garantia de acordos de locação.
imaterial, os terrenos e os edifícios podem ser tratados Os custos identificados directamente como atribuíveis a
como uma única unidade para a finalidade da classifica- actividades executadas pelo locatário para uma locação
ção da locação e classificados como locação financeira ou financeira, são incluídos como parte da quantia reconhe-
operacional de acordo com os parágrafos 7 a 13. Em tal cida como um activo sob locação.
caso, a vida económica dos edifícios é considerada como
a vida económica da totalidade do activo locado. 22. Não é apropriado que os passivos por activos locados
sejam apresentados nas demonstrações financeiras como
18. A gestão separada dos elementos terrenos e edifícios uma dedução dos activos locados. Se para a apresentação
não é exigida quando os juros do locatário tanto com os de passivos na face do balanço for feita uma distinção en-
terrenos como com os edifícios forem classificados como tre passivos correntes e não correntes, a mesma distinção
propriedade de investimento de acordo com a NRF 10 deve ser feita para os passivos da locação.
— Propriedades de Investimento e for adoptado o modelo
do justo valor. Apenas são necessários cálculos pormeno- Mensuração subsequente (23 a 27)
rizados para esta avaliação se a classificação de um ou
ambos os elementos for incerta. 23. Os pagamentos mínimos da locação devem ser
repartidos entre o encargo financeiro e a redução do
19. De acordo com a NRF 10 — Propriedades de passivo pendente. O encargo financeiro deve ser impu-
Investimento, é possível a um locatário classificar um tado a cada período durante o prazo da locação de forma
interesse de propriedade detido mediante uma locação a produzir uma taxa de juro periódica constante sobre o
operacional como propriedade de investimento. Se assim saldo remanescente do passivo. As rendas contingentes
fizer, o interesse da propriedade é contabilizado como se devem ser debitadas como gastos nos períodos em que
fosse uma locação financeira e, além disso, o modelo do foram incorridas.
justo valor é usado para o reconhecimento do activo. O
locatário deve continuar a contabilizar a locação como 24. Uma locação financeira dá origem a um gasto de
locação financeira, mesmo que um evento posterior altere depreciação relativo ao activo depreciável assim como
a natureza do interesse de propriedade do locatário de a um gasto financeiro em cada período contabilístico. A
forma que já não seja classificado como propriedade de política de depreciação para os activos locados depreciá-
investimento. É este o caso se, por exemplo, o locatário: veis deve ser consistente com a dos activos depreciáveis
que sejam possuídos e a depreciação reconhecida deve
(a) ocupar a propriedade, a qual é depois transferida ser calculada nas bases estabelecidas na NRF 6 - Acti-
para propriedade ocupada pelo proprietário vos Intangíveis e NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis. Se
por um “custo considerado” que seja igual ao não houver certeza razoável de que o locatário obtenha
seu justo valor à data da alteração no uso; ou a propriedade no fim do prazo da locação, o activo deve
ser totalmente depreciado durante o prazo da locação ou
(b) conceder uma sublocação que transfira substan- da sua vida útil, o que for mais curto.
cialmente todos os riscos e vantagens inerentes
à propriedade do interesse para uma parte não 25. A quantia depreciável de um activo locado é impu-
relacionada. Uma tal sublocação é contabiliza- tada a cada período contabilístico durante o período do
da pelo locatário como locação financeira a um uso esperado numa base sistemática consistente com a
terceiro, embora possa ser contabilizada como política de depreciação que o locatário adopte para activos
locação operacional pelo terceiro. depreciáveis de que seja proprietário. Se houver certeza
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razoável de que o locatário obterá a propriedade no fim Locações operacionais (30 e 31)
do prazo da locação, o período de uso esperado é a vida
útil do activo; se tal não for possível o activo é depreciado Reconhecimento (30)
durante o prazo da locação ou da sua vida útil, dos dois 30. Os pagamentos de uma locação operacional devem
o mais curto. ser reconhecidos como um gasto numa base linear duran-
te o prazo da locação salvo se uma outra base sistemática
26. A soma do gasto de depreciação do activo e do
for mais representativa do modelo temporal do benefício
gasto financeiro do período raramente é a mesma que a
do utente.
dos pagamentos da locação no período, sendo, por isso,
inadequado simplesmente reconhecer os pagamentos da Divulgações (31)
locação como um gasto. Por conseguinte, é improvável
que o activo e o passivo relacionados sejam de quantia 31. Os locatários devem fazer as seguintes divulgações
igual após o início da locação. para as locações operacionais:
(a) O total dos futuros pagamentos mínimos da loca-
27. Para determinar se um activo locado está em im-
ção nas locações operacionais não canceláveis
paridade, uma entidade aplica a NRF 17 - Imparidade
para cada um dos seguintes períodos:
de Activos.
(i) Não mais de um ano;
Divulgações (28 e 29)
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
28. Os locatários devem fazer as seguintes divulgações
relativas a locações financeiras: (iii) Mais de cinco anos;
(a) Para cada categoria de activo, a quantia escritu- (b) O total dos futuros pagamentos mínimos de su-
rada líquida à data do balanço; blocação que se espera sejam recebidos nas su-
blocações não canceláveis à data do balanço;
(b) Uma reconciliação entre o total dos futuros paga-
mentos mínimos da locação à data do balanço, e (c) Pagamentos de locação e de sublocação reconhe-
o seu valor presente. Além disso, uma entidade cidos como um gasto no período, com quantias
deve divulgar o total dos futuros pagamentos separadas para pagamentos mínimos de lo-
mínimos da locação à data do balanço, e o seu cação, rendas contingentes, e pagamentos de
valor presente, para cada um dos seguintes sublocação;
períodos. (d) Uma descrição geral dos acordos de locação sig-
(i) Não mais de um ano; nificativos do locatário incluindo, pelo menos,
o seguinte:
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
(i) A base pela qual é determinada a renda con-
(iii) Mais de cinco anos; tingente a pagar;
(c) As rendas contingentes reconhecidas como um (ii) A existência e cláusulas de renovação ou de opções
gasto do período; de compra e cláusulas de escalonamento; e
(d) O total dos futuros pagamentos mínimos de su- (iii) Restrições impostas por acordos de locação,
blocação que se espera receber por sublocações tais como as que respeitem a dividendos, dívida
não canceláveis à data do balanço; e adicional, e posterior locação.
(e) Uma descrição geral dos acordos de locação sig- Locações nas demonstrações financeiras de lo-
nificativos do locatário incluindo, pelo menos, cadores (32 a 50)
o seguinte; Locações financeiras (32 a 41)
(i) A base pela qual é determinada a renda con- Reconhecimento inicial (32 a 34)
tingente a pagar;
32. Os locadores devem reconhecer os activos detidos
(ii) A existência e cláusulas de renovação ou sob uma locação financeira nos seus balanços e apresen-
de opções de compra e cláusulas de escalo- tá-los como uma conta a receber por uma quantia igual
namento; e ao investimento líquido na locação.
(iii) Restrições impostas por acordos de locação, 33. Substancialmente, numa locação financeira todos
tais como as que respeitam a dividendos, dívida os riscos e vantagens inerentes à propriedade legal são
adicional, e posterior locação. transferidos pelo locador, e por conseguinte os pagamen-
tos da locação a receber são tratados pelo locador como
29. Além disso, os requisitos da divulgação segundo reembolso de capital e rendimento financeiro para reem-
a NRF 6 - Activos Intangíveis, NRF 7 - Activos Fixos bolsar e recompensar o locador pelo seu investimento e
Tangíveis, NRF 10 Propriedades de Investimento, NRF serviços.
17- Imparidade de Activos e NRF 12- Agricultura, apli-
cam-se a locatários por activos locados segundo locações 34. Os custos directos iniciais são muitas vezes incor-
financeiras. ridos por locadores e incluem quantias como comissões,
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honorários legais e custos internos que sejam incremen- 40. Os locadores fabricantes ou negociantes indicam
tais e directamente atribuíveis à negociação e aceitação algumas vezes taxas de juro artificialmente baixas a
da locação. Excluem gastos gerais como aqueles que são fim de atrair clientes. A utilização de tal taxa resultaria
incorridos por uma equipa de vendas e marketing. Para numa parte excessiva do rendimento total da transacção
locações financeiras que não sejam as que envolvem ser reconhecida no momento da venda. Se forem fixadas
locadores fabricantes ou negociantes, os custos directos taxas de juro artificialmente baixas, o lucro da venda
iniciais são incluídos na mensuração inicial da conta a seria restrito ao que se aplicaria se uma taxa de juro do
receber de locação financeira e reduzem a quantia de mercado fosse debitada.
rendimento reconhecida durante o prazo da locação. A
taxa de juro implícita na locação é definida de tal forma Divulgações (41)
que os custos directos iniciais são automaticamente in- 41. Os locadores devem fazer as seguintes divulgações
cluídos na conta a receber de locação financeira e não há para locações financeiras:
necessidade de os adicionar separadamente. Os custos
incorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes em (a) Uma reconciliação entre o investimento bruto na
ligação com a negociação e aceitação de uma locação estão locação à data do balanço, e o valor presente
excluídos da definição de custos directos iniciais. Como dos pagamentos mínimos da locação a receber
resultado, são excluídos do investimento líquido na loca- à data do balanço. Além disso, uma entidade
ção e são reconhecidos como um gasto quando o lucro da deve divulgar o investimento bruto na locação
venda for reconhecido, o que para uma locação financeira e o valor presente dos pagamentos mínimos
é normalmente no começo do prazo da locação. da locação a receber na data do balanço, para
cada um dos períodos seguintes:
Mensuração subsequente (35 a 40)
35. O reconhecimento do rendimento financeiro deve (i) Não mais de um ano;
ser baseado num modelo que reflicta uma taxa de retor-
no periódica constante sobre o investimento líquido do (ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos;
locador na locação financeira. (iii) Mais de cinco anos;
36. São regularmente revistos os valores residuais
estimados não garantidos usados no cálculo do investi- (b) Rendimento financeiro não obtido;
mento bruto do locador numa locação. Se tiver havido (c) Os valores residuais não garantidos que acresçam
uma redução no valor residual estimado não garantido, ao benefício do locador;
é revista a imputação do rendimento durante o prazo da
locação e qualquer redução no que respeita a quantias (d) A dedução acumulada para créditos incobrá-
já acrescidas é imediatamente reconhecida. veis dos pagamentos mínimos da locação a
37. Um activo envolvido numa locação financeira que receber;
esteja classificado como detido para venda (ou incluído
(e) As rendas contingentes reconhecidas como ren-
num grupo para alienação, que esteja classificado como
dimento durante o período; e
detido para venda) de acordo com a NRF 8 — Activos Não
Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais (f) Uma descrição geral dos acordos significativos de
Descontinuadas, deve ser contabilizado de acordo com locação do locador.
essa Norma.
Locações operacionais (42 a 50)
38. Os locadores fabricantes ou negociantes devem
reconhecer lucro ou perda de venda no período, de acordo Reconhecimento (42 a 48)
com a política seguida pela entidade para vendas imedia-
tas. Se forem fixadas taxas de juro artificialmente baixas, 42. Os locadores devem apresentar os activos sujeitos
o lucro de venda deve ser restrito ao que se aplicaria se a locações operacionais nos seus balanços de acordo com
uma taxa de juro do mercado fosse debitada. Os custos a natureza do activo.
incorridos pelos locadores fabricantes ou negociantes
43. O rendimento proveniente de locações operacionais
em ligação com a negociação e aceitação de uma locação
deve ser reconhecido no rendimento numa base linear
devem ser reconhecidos como um gasto quando o lucro
durante o prazo da locação, salvo se outra base sistemá-
da venda for reconhecido.
tica for mais representativa do modelo temporal em que
39. O rédito de vendas reconhecido no começo do prazo o benefício do uso do activo locado seja diminuído por
de uma locação financeira por um locador fabricante ou incentivo concedido pelo locador.
negociante é o justo valor do activo, ou, se mais baixo,
o valor presente dos pagamentos mínimos da locação 44. Os custos, incluindo a depreciação, incorridos para
que acresça ao locador, calculado a uma taxa de juro do se obter o rendimento de locação são reconhecidos como
mercado. O custo de venda reconhecido no começo do um gasto. O rendimento de locação (excluindo recebi-
prazo da locação é o custo, ou a quantia escriturada se mentos de serviços proporcionados tais como seguros e
diferente, da propriedade locada menos o valor presen- manutenção) é reconhecido numa base linear durante
te do valor residual não garantido. A diferença entre o o período da locação mesmo que os recebimentos não o
rédito da venda e o custo da venda é o lucro da venda, sejam, a menos que uma outra base sistemática seja mais
que é reconhecido de acordo com a política seguida pela representativa do modelo temporal em que o benefício do
entidade para as vendas. uso do activo locado seja diminuído.
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45. Os custos directos iniciais incorridos pelos locado- considerar como rendimento um excesso do produto da
res ao negociar e aceitar uma locação operacional devem venda sobre a quantia escriturada. Tal excesso, é diferido
ser adicionados à quantia escriturada do activo locado e e amortizado durante o prazo da locação.
reconhecidos como um gasto durante o prazo da locação
na mesma base do rendimento da locação. 54. Se uma transacção de venda seguida de locação
resultar numa locação operacional, e for claro que a tran-
46. A política de depreciação para activos locados sacção é estabelecida pelo justo valor, qualquer lucro ou
depreciáveis deve ser consistente com a política de de- perda deve ser imediatamente reconhecido.
preciação normal do locador para activos semelhantes,
e a depreciação deve ser calculada da acordo com a NRF 55. Se o preço de venda estiver abaixo do justo valor, qual-
6 - Activos Intangíveis e a NRF 7 — Activos Fixos Tan- quer lucro ou perda deve ser imediatamente reconhecido,
gíveis. a menos que a perda esteja compensada por pagamentos
futuros da locação abaixo do preço de mercado. Neste caso
47. Para determinar se um activo locado ficou em im- tal lucro ou perda deve ser diferido e amortizado na pro-
paridade, uma entidade aplica a NRF 17— Imparidade porção dos pagamentos da locação durante o período pelo
de Activos. qual se espera que o activo seja usado.
48. Um locador fabricante ou negociante não reconhece 56. Se o preço de venda estiver acima do justo valor, o
qualquer lucro de venda ao celebrar uma locação opera- excesso sobre o justo valor deve ser diferido e amortizado
cional porque esta não é equivalente a uma venda. durante o período pelo qual se espera que o activo seja
usado.
Divulgações (49 e 50)
57. Se a venda seguida de locação resultar numa locação
49. Os locadores devem fazer as seguintes divulgações
operacional, e os pagamentos da locação e o preço de venda
para as locações operacionais:
estiverem estabelecidos pelo justo valor, houve com efeito
(a) Os futuros pagamentos mínimos da locação sob uma operação de venda normal e qualquer lucro ou perda
locações operacionais não canceláveis no agre- é imediatamente reconhecido.
gado e para cada um dos períodos seguintes;
58. Para as locações operacionais, se o justo valor na
(i) Não mais de um ano; altura de uma transacção de venda seguida de locação for
menor do que a quantia escriturada do activo, deve ser
(ii) Mais de um ano e não mais de cinco anos; imediatamente reconhecida uma perda igual à diferença
entre a quantia escriturada e o justo valor.
(iii) Mais de cinco anos;
Divulgações (59)
(b) o total das rendas contingentes reconhecidas
como rendimento durante o período; 59. Os requisitos de divulgação para locatários e lo-
(c) uma descrição geral dos acordos de locação do cadores aplicam-se igualmente a transacções de venda
locador. seguida de locação. A descrição exigida dos acordos sig-
nificativos de locação conduz à divulgação de cláusulas
50. Além disso, os requisitos de divulgação segundo a únicas ou invulgares do acordo ou das cláusulas das
NRF 6 - Activos Intangíveis, NRF 7 - Activos Fixos Tan- transacções de venda seguida de locação.
gíveis, NRF 10 - Propriedades de Investimento, NRF 17-
Imparidade de Activos e NRF 12- Agricultura, aplicam-se Data de eficácia (60)
a locadores por activos segundo locações operacionais. 60. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
Transacções de venda seguida de locação (51 a 59) primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
de 2009.
Reconhecimento (51 a 58)
ANEXO 1
51. Numa transacção de venda seguida de locação, o
pagamento da locação e o preço de venda são geralmente Regime especial das pequenas entidades
interdependentes por serem negociados num pacote. O 1. Às entidades inseridas no regime especial para
tratamento contabilístico de uma transacção de venda se- pequenas entidades (REPE) não se aplicam as alíneas
guida de locação depende do tipo de locação envolvido. b) c) e d) do nº 28.
52. Se uma transacção de venda seguida de locação 2. Às entidades inseridas no regime especial para
resultar numa locação financeira, qualquer excesso pequenas entidades (REPE) não se aplica o parágrafo 31
do provento da venda sobre a quantia escriturada não devendo no entanto estas entidades darem informação
deve ser imediatamente reconhecido como rendimento das cláusulas mais significativas existentes no contrato
pelo vendedor-locatário, mas sim diferido e amortizado de locação operacional nomeadamente: opções de compra;
durante o prazo da locação. renovações; e compromissos temporais.
53. Se a venda seguida de locação resultar numa 3. Não se permite a utilização dos parágrafos 32 a 50
locação financeira, a transacção é um meio pelo qual o às entidades inseridas no REPE.
locador proporciona meios financeiros ao locatário, com
o activo como garantia. Por esta razão não é apropriado A Ministra, Cristina Duarte.
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um activo no momento da sua aquisição ou construção (b) Terrenos detidos para uso futuro ainda não
ou, quando aplicável, a quantia atribuída a esse activo determinado (se uma entidade não tiver de-
aquando do reconhecimento inicial de acordo com os terminado que usará o terreno como proprie-
requisitos específicos de outras NRF. dade ocupada pelo dono ou para venda a curto
prazo no curso ordinário do negócio, o terreno
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser é considerado como detido para valorização
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece- do capital);
doras e dispostas a isso, numa transacção em que não
exista relacionamento entre elas. (c) Um edifício que seja propriedade da entidade (ou
detido pela entidade numa locação financeira)
Propriedade de investimento: é a propriedade (terreno
e que seja locado segundo uma ou mais locações
ou um edifício - ou parte de um edifício - ou ambos) deti-
operacionais;
da (pelo dono ou pelo locatário numa locação financeira)
para obter rendas ou para valorização do capital ou para (d) Um edifício que esteja desocupado mas detido
ambas as finalidades, e não para: para ser locado segundo uma ou mais locações
(a) Uso na produção ou fornecimento de bens ou operacionais.
serviços ou para finalidades administrativas;
9. Seguem-se exemplos de itens que não são proprie-
ou (b) venda no curso ordinário do negócio.
dades de investimento, estando, por isso, fora do âmbito
Propriedade ocupada pelo dono: é a propriedade detida desta Norma:
(pelo dono ou pelo locatário numa locação financeira) para
uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou (a) Propriedades destinadas à venda no curso or-
para finalidades administrativas. dinário do negócio ou em vias de construção
ou desenvolvimento para tal venda (ver NRF
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo 13 - Inventários), por exemplo, propriedade
é reconhecido no Balanço, após a dedução de qualquer adquirida exclusivamente com vista a aliena-
depreciação/amortização acumulada e de perdas por ção subsequente no futuro próximo ou para
imparidade acumuladas inerentes. desenvolvimento e revenda;
6. Um interesse de propriedade que seja detido por um (b) Propriedade que esteja a ser construída ou de-
locatário numa locação operacional pode ser classificado senvolvida por conta de terceiros (ver NRF 14
e contabilizado como propriedade de investimento se, - Contratos de Construção);
e apenas se, a propriedade satisfizer de outra forma a
definição de uma propriedade de investimento e o locatá- (c) Propriedade ocupada pelo dono (ver NRF 7
rio usar o modelo do justo valor definido nos parágrafos — Activos Fixos Tangíveis), incluindo (entre
35 a 57 para o activo reconhecido. Esta classificação outras coisas) propriedade detida para futuro
alternativa está disponível numa base de propriedade uso como propriedade ocupada pelo dono, pro-
por propriedade. Contudo, uma vez escolhida esta clas- priedade detida para futuro desenvolvimento
sificação alternativa para um interesse de propriedade e uso subsequente como propriedade ocupada
deste género detido segundo uma locação operacional, pelo dono, propriedade ocupada por emprega-
todas as propriedades classificadas como propriedade de dos (paguem ou não os empregados rendas a
investimento devem ser contabilizadas usando o modelo taxas de mercado) e propriedade ocupada pelo
do justo valor. Quando esta classificação alternativa for dono aguardando alienação;
escolhida, qualquer interesse assim classificado é incluído
nas divulgações exigidas nos parágrafos 76 a 79 (d) Propriedade que esteja a ser construída ou de-
senvolvida para futuro uso como propriedade
7. As propriedades de investimento são detidas para de investimento. A NRF 7 — Activos Fixos
obter rendas ou para valorização do capital ou para ambas Tangíveis aplica-se a tal propriedade até que
as finalidades. Por isso, uma propriedade de investi- a construção ou o desenvolvimento esteja
mento gera fluxos de caixa altamente independentes dos concluído, momento em que a propriedade se
outros activos detidos por uma entidade. Isto distingue torna propriedade de investimento e em que se
as propriedades de investimento de propriedades ocu- aplica esta Norma. Porém, esta Norma aplica-
padas pelos donos. A produção ou fornecimento de bens se a propriedades de investimento existentes
ou serviços (ou o uso de propriedades para finalidades que estejam a ser desenvolvidas de novo para
administrativas) gera fluxos de caixa que são atribuíveis futuro uso continuado como propriedade de
não apenas ás propriedades, mas também a outros activos investimento (ver parágrafo 60);
usados no processo de produção ou de fornecimento. A
NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis aplica-se a propriedades 10. Algumas propriedades compreendem uma parte
ocupadas pelos donos. que é detida para obter rendas ou para valorização de ca-
pital e uma outra parte que é detida para uso na produção
8. O que se segue são exemplos de propriedades de ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades
investimento: administrativas. Se estas partes puderem ser vendidas
(a) Terrenos detidos para valorização do capital a separadamente (ou locadas separadamente segundo uma
longo prazo e não para venda a curto prazo no locação financeira), uma entidade contabilizará as partes
curso ordinário de negócios; separadamente. Se as partes não puderem ser vendidas
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separadamente, a propriedade só é uma propriedade de 17. Uma entidade avalia segundo este princípio de
investimento se uma parte não significativa for detida reconhecimento todos os seus custos da propriedade de
para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços investimento no momento em que eles sejam incorridos.
ou para finalidades administrativas. Estes custos incluem custos incorridos inicialmente para
adquirir uma propriedade de investimento e custos in-
11. Em alguns casos, uma entidade proporciona corridos subsequentemente para adicionar a, substituir
serviços de apoio aos ocupantes de uma propriedade partes de, ou prestar manutenção a uma propriedade.
que ela detenha. Uma entidade trata tal propriedade
como propriedade de investimento se os serviços forem 18. Segundo o princípio de reconhecimento do parágrafo 16,
insignificantes em relação ao acordo como um todo. Um uma entidade não reconhece na quantia escriturada de
exemplo é quando o dono de um edifício de escritórios uma propriedade de investimento os custos da manu-
proporciona serviços de segurança e de manutenção aos tenção diária à propriedade. Pelo contrário, estes custos
locatários que ocupam o edifício. são reconhecidos nos resultados quando incorridos. Os
custos da manutenção diária são basicamente os custos
12. Noutros casos, os serviços prestados são significati- da mão-de-obra e dos consumíveis, e podem incluir o
vos. Por exemplo, se uma entidade possui e gere um hotel, custo de peças sobresselentes menores. A finalidade des-
os serviços proporcionados aos hóspedes são significativos tes dispêndios é muitas vezes descrita como sendo para
para o acordo como um todo. Por isso, um hotel gerido “reparações e manutenção” da propriedade.
pelo dono, é uma propriedade ocupada pelo dono e não
uma propriedade de investimento. 19. Partes de propriedades de investimento podem ter
sido adquiridas por substituição. Por exemplo, as paredes
13. Pode ser difícil determinar se os serviços de apoio interiores podem ser substituições das paredes originais.
são ou não tão significativos que uma propriedade não Segundo o princípio do reconhecimento, uma entidade
se qualifique como propriedade de investimento. Por reconhece na quantia escriturada de uma propriedade de
exemplo, o dono de um hotel por vezes transfere algumas investimento o custo da parte de substituição de uma pro-
responsabilidades a terceiros segundo um contrato de priedade de investimento existente no momento em que
gestão. Os termos de tais contratos variam grandemente. o custo seja incorrido se os critérios de reconhecimento
Num extremo do espectro, a posição do dono pode, em forem cumpridos. A quantia escriturada das partes que
substância, ser a de um investidor passivo. No outro sejam substituídas é desreconhecida de acordo com as
extremo do espectro, o dono pode simplesmente ter disposições de desreconhecimento desta Norma.
procurado fora funções do dia a dia, embora ficando com
significativa exposição a riscos de variações nos fluxos Mensuração no reconhecimento (20 a 29)
de caixa gerados pelas operações do hotel. 20. Uma propriedade de investimento deve ser mensu-
14. É necessário juízo de valor para determinar se uma rada inicialmente pelo seu custo. Os custos de transacção
propriedade se qualifica como uma propriedade de inves- devem ser incluídos na mensuração inicial.
timento. Uma entidade desenvolve critérios a fim de que 21. O custo de uma propriedade de investimento com-
possa exercer esse juízo de valor de forma consistente de prada compreende o seu preço de compra e qualquer
acordo com a definição de propriedade de investimento dispêndio directamente atribuível. Os dispêndios directa-
e com a relacionada orientação nos parágrafos 7 a 13. O mente atribuíveis incluem, por exemplo, as remunerações
parágrafo 77 (c) exige que uma entidade divulgue estes profissionais por serviços legais, impostos de transferên-
critérios quando a classificação for difícil. cia de propriedade e outros custos de transacção.
15. Em alguns casos, uma entidade possui propriedade 22. O custo de uma propriedade de investimento de
que está locada à, e ocupada pela, sua empresa-mãe ou construção própria é o seu custo à data em que a cons-
por uma outra subsidiária. A propriedade não se qualifica trução ou desenvolvimento fique concluído. Até essa data,
como propriedade de investimento nas demonstrações uma entidade aplica a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis.
financeiras consolidadas, porque a propriedade está Nessa data, a propriedade torna-se propriedade de in-
ocupada pelo dono na perspectiva do grupo. Porém, da vestimento e aplica-se a presente Norma (ver parágrafos
perspectiva da entidade que a possui, tal propriedade é 59 (e) e 67).
propriedade de investimento se satisfizer a definição do
parágrafo 5. Por isso, o locador trata a propriedade como 23. O custo de uma propriedade de investimento não
propriedade de investimento nas suas demonstrações é aumentado por:
financeiras individuais. (a) Custos de arranque (a menos que sejam neces-
Reconhecimento (16 a 19) sários para trazer a propriedade à condição
necessária para que seja capaz de funcionar
16. A propriedade de investimento deve ser reconhecida da forma pretendida);
como um activo quando, e apenas quando:
(b) Perdas operacionais incorridas antes de a pro-
(a) For provável que os futuros benefícios económi- priedade de investimento ter atingido o nível
cos que estejam associados à propriedade de de ocupação previsto; ou
investimento fluirão para a entidade; e
(c) Quantidades anormais de material, mão-de-obra ou
(b) O custo da propriedade de investimento possa outros recursos consumidos incorridos na cons-
ser mensurado fiavelmente. trução ou desenvolvimento da propriedade.
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24. Se o pagamento de uma propriedade de investi- sacção de troca tem substância comercial, o
mento for diferido, o seu custo é o equivalente ao preço valor específico para a entidade relativo à
a dinheiro. A diferença entre esta quantia e os pagamen- parte das operações da entidade afectada pela
tos totais é reconhecida como gasto de juros durante o transacção deve reflectir os fluxos de caixa após
período de crédito. impostos. O resultado destas análises pode ser
claro sem que uma entidade tenha de efectuar
25. O custo inicial do interesse de propriedade detido cálculos detalhados.
numa locação e classificado como uma propriedade
de investimento deve estar de acordo com o prescrito 29. O justo valor de um activo para o qual não existam
para uma locação financeira no parágrafo 20 da NRF 9 transacções de mercado comparáveis é fiavelmente men-
- Locações, i.e. o activo deve ser reconhecido pelo menor surável se (a) a variabilidade no intervalo de estimativas
do justo valor da propriedade e do valor presente dos razoáveis do justo valor não for significativa para esse
pagamentos mínimos da locação. Uma quantia equiva- activo ou (b) as probabilidades de várias estimativas
lente deve ser reconhecida como passivo de acordo com dentro do intervalo puderem ser razoavelmente avalia-
o mesmo parágrafo. das e usadas ao estimar o justo valor. Se a entidade for
capaz de determinar com fiabilidade o justo valor tanto
26. Qualquer prémio pago por uma locação é tratado do activo recebido como do activo cedido, então o justo
como parte dos pagamentos mínimos da locação para valor do activo cedido é usado para mensurar o custo a
esta finalidade, e é portanto incluído no custo do activo, não ser que o justo valor do activo recebido seja mais
mas excluído do passivo. Se um interesse de propriedade claramente evidente.
detido segundo uma locação for classificado como pro-
priedade de investimento, o item contabilizado pelo justo Mensuração após reconhecimento (30 a 58)
valor é esse interesse e não a propriedade subjacente. Política contabilística (30 a 34)
A orientação para a determinação do justo valor de um
interesse de propriedade está desenvolvida para o modelo 30. Com as excepções indicadas nos parágrafos 32 a 36,
do justo valor nos parágrafos 35 a 57. Essa orientação uma entidade deve escolher como sua política contabilís-
também é relevante para a determinação do justo valor tica ou o modelo do justo valor referido nos parágrafos 35
quando esse valor é usado como custo para finalidades a 57 ou o modelo do custo mencionado no parágrafo 58 e
do reconhecimento inicial. deve aplicar essa política a todas as suas propriedades
de investimento.
27. Uma ou mais propriedades de investimento podem
ser adquiridas em troca de um activo ou activos não mo- 31. A NRF 3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas
netários, ou de uma combinação de activos monetários e Estimativas Contabilísticas e Erros afirma que uma alte-
não monetários, O seguinte exemplo refere-se a uma troca ração voluntária na política contabilística deve ser feita
de um activo não monetário por um outro, mas também apenas se a alteração resultar numa apresentação mais
se aplica a todas as trocas descritas na frase anterior. O apropriada de transacções, de outros acontecimentos ou
custo de tal propriedade de investimento é mensurado de condições nas demonstrações financeiras da entidade.
pelo justo valor a menos que (a) a transacção de troca É altamente improvável que uma alteração do modelo
careça de substância comercial ou (b) nem o justo valor do justo valor para o modelo do custo resulte numa apre-
do activo recebido nem o justo valor do activo cedido sentação mais apropriada.
sejam fiavelmente mensuráveis. O activo adquirido é 32. Esta Norma exige que todas as entidades determi-
mensurado desta forma mesmo que uma entidade não nem o justo valor de propriedades de investimento, para
possa imediatamente desreconhecer o activo cedido. Se a finalidade de mensuração (se a entidade usar o modelo
o activo adquirido não for mensurado pelo justo valor, do justo valor) ou de divulgação (se usar o modelo do
o seu custo é mensurado pela quantia escriturada do custo). Incentiva-se uma entidade, mas não se lhe exige,
activo cedido. que determine o justo valor das propriedades de inves-
timento na base de uma valorização por um avaliador
28. Uma entidade determina se uma transacção de
independente que tenha uma qualificação profissional
troca tem substância comercial considerando a extensão
relevante e reconhecida e que tenha experiência recente
em que espera que os seus futuros fluxos de caixa sejam
na localização e na categoria da propriedade de investi-
alterados como resultado da transacção. Uma transacção
mento que esteja a ser valorizada.
de troca tem substância comercial se:
33. Uma entidade pode:
(a) A configuração (risco, tempestividade e quantia)
dos fluxos de caixa do activo recebido diferir (a) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo
da configuração dos fluxos de caixa do activo do custo para todas as propriedades de inves-
transferido; ou timento que suportem passivos que pagam um
retorno directamente associado ao justo valor
(b) O valor específico para a entidade relativo à parte de, ou aos retornos de, activos especificados in-
das operações da entidade afectadas pela tran- cluindo essa propriedade de investimento; e
sacção se altera em resultado da troca; e
(b) Escolher ou o modelo do justo valor ou o modelo
(c) A diferença na alínea (a) ou (b) for significativa do custo para todas as outras propriedades de
em relação ao justo valor dos activos trocados. investimento, independentemente da escolha
Para a finalidade de determinar se uma tran- feita na alínea (a).
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34. Se uma entidade escolher diferentes modelos para respeito à propriedade. Alguns desses exfluxos estão re-
as duas categorias descritas no parágrafo 33, as vendas flectidos no passivo enquanto outros se relacionam com
de propriedades de investimento entre conjuntos de exfluxos que não são reconhecidos nas demonstrações
activos mensurados usando modelos diferentes devem financeiras até data posterior (por exemplo, pagamentos
ser reconhecidas pelo justo valor e a alteração cumula- periódicos como rendas contingentes).
tiva no justo valor deve ser reconhecida nos resultados.
43. O parágrafo 25 especifica a base do reconhecimento
Em conformidade, se a propriedade de investimento for
inicial do custo de um interesse numa propriedade locada.
vendida de um conjunto em que se usa o modelo do justo
O parágrafo 35 exige que o interesse numa propriedade
valor para um conjunto em que se usa o modelo do custo,
locada seja remensurado, se necessário, pelo justo valor.
o justo valor da propriedade à data da venda torna-se o
Numa locação negociada às taxas de mercado, o justo
seu custo considerado.
valor de um interesse numa propriedade locada na aquisi-
Modelo do justo valor (35 a 57) ção, líquido de todos os pagamentos de locação esperados
(incluindo os relativos a passivos reconhecidos), deve ser
35. Após o reconhecimento inicial, uma entidade que zero. Este justo valor não se altera independentemente,
escolha o modelo do justo valor deve mensurar todas para fins contabilísticos, de um activo e passivo locados
as suas propriedades de investimento pelo justo valor, serem reconhecido pelo justo valor ou pelo valor presente
excepto nos casos descritos no parágrafo 55. dos pagamentos mínimos da locação, de acordo com o
36. Quando um interesse de propriedade detido por um parágrafo 20 da NRF 9 - Locações. Assim, remensurar
locatário numa locação operacional for classificado como um activo locado para o custo de acordo com o parágrafo
uma propriedade de investimento segundo o parágrafo 6, 25 para o justo valor de acordo com o parágrafo 35 não
o parágrafo 30 deixa de ser opcional. O modelo do justo deveria resultar em qualquer ganho ou perda inicial, a
valor deve ser aplicado. não ser que o justo valor seja mensurado em momentos
diferentes. Isto pode ocorrer quando for feita uma escolha
37. Um ganho ou uma perda proveniente de uma alteração para aplicar o modelo do justo valor após o reconheci-
no justo valor de propriedades de investimento deve ser mento inicial.
reconhecido nos resultados do período em que ocorra.
44. A definição de justo valor refere-se a “partes conhe-
38. O justo valor da propriedade de investimento é o cedoras e dispostas a isso”. Neste contexto, “conhecedo-
preço pelo qual a propriedade poderia ser trocada entre ras” significa que tanto o comprador disposto a isso como o
partes conhecedoras e dispostas a isso numa transacção vendedor disposto a isso estão razoavelmente informados
em que não exista relacionamento entre as mesmas (ver acerca da natureza e características da propriedade de
parágrafo 5). O justo valor exclui especificamente um pre- investimento, dos seus usos reais e potenciais, e das condi-
ço estimado inflacionado ou deflacionado por condições ou ções do mercado à data do balanço. Um comprador disposto
circunstâncias especiais tais como financiamento atípico, a isso está motivado, mas não compelido, a comprar.
acordos de venda e relocação, considerações especiais ou Este comprador não está nem ansioso nem determinado
concessões dadas por alguém associado à venda. a comprar por qualquer preço. O comprador assumido
não pagaria um preço mais elevado do que o exigido por
39. Uma entidade determina o justo valor sem qualquer um mercado composto por compradores e vendedores
dedução para custos de transacção em que possa incorrer conhecedores e dispostos a isso.
por venda ou outra alienação.
45. Um vendedor disposto a isso não é nem um vendedor
40. O justo valor da propriedade de investimento deve ansioso nem um vendedor forçado, preparado para ven-
reflectir as condições de mercado à data do balanço. der a qualquer preço, nem um vendedor preparado para
resistir a um preço não considerado razoável de acordo
41. O justo valor é específico do tempo relativo a uma
com as condições correntes do mercado. O vendedor
determinada data. Dado que as condições de mercado
disposto a isso está motivado a vender a propriedade de
podem mudar, a quantia relatada como justo valor pode
investimento nos termos do mercado pelo melhor preço
ser incorrecta ou não ser apropriada se estimada rela-
possível. As circunstâncias factuais do proprietário efec-
tivamente a outro momento. A definição de justo valor
tivo da propriedade de investimento não fazem parte
assume também troca simultânea e conclusão do contrato
desta consideração porque o vendedor disposto a isso é
de venda sem qualquer variação de preço que pudesse
um proprietário hipotético (por exemplo, um vendedor
ser realizado entre partes conhecedoras e dispostas a isso
disposto a isso não teria em consideração as circuns-
numa transacção em que não exista relacionamento entre
tâncias fiscais particulares do proprietário efectivo da
elas se a troca e conclusão não forem simultâneas.
propriedade de investimento).
42. O justo valor da propriedade de investimento 46. A definição de justo valor refere-se a uma tran-
reflecte, entre outras coisas, rendimento de rendas pro- sacção entre partes sem relacionamento entre si. Uma
venientes de locações correntes e pressupostos razoáveis transacção entre partes sem relacionamento entre si é
e suportáveis que representem aquilo que entidades uma transacção entre partes que não tenham um rela-
conhecedoras e dispostas a isso assumiriam acerca de cionamento particular ou especial entre elas que torne os
rendimentos de rendas de futuras locações à luz de condi- preços das transacções não característicos das condições
ções correntes. Também reflecte, numa base semelhante, de mercado. A transacção é tida como uma transacção
quaisquer exfluxos de caixa (incluindo pagamentos de entre entidades não relacionadas, cada uma delas actu-
rendas e outros exfluxos) que possam ser esperados com ando independentemente.
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47. A melhor evidência de justo valor é dada por preços geral. Por exemplo, o justo valor não reflecte qualquer
correntes num mercado activo de propriedades seme- dos seguintes factores na medida em que não estariam
lhantes no mesmo local e condição e sujeitas a locações geralmente disponíveis para compradores e vendedores
e outros contratos semelhantes. Uma entidade trata conhecedores e dispostos a isso:
de identificar quaisquer diferenças de natureza, local
ou condição da propriedade, ou nos termos contratuais (a) Valor adicional derivado da criação de uma carteira
das locações e de outros contractos relacionados com a de propriedades em diferentes localizações;
propriedade. (b) Sinergias entre propriedades de investimento e
48. Na ausência de preços correntes num mercado outros activos;
activo do género descrito no parágrafo 47, uma entidade (c) Direitos legais ou restrições legais que somente
considera a informação proveniente de uma variedade sejam específicos ao dono actual; e
de fontes, incluindo:
(d) Benefícios fiscais ou encargos fiscais que sejam
(a) Preços correntes num mercado activo de pro- específicos ao dono actual.
priedades de diferente natureza, condição ou
localização (ou sujeitas a diferentes locações 52. Ao determinar o justo valor da propriedade de in-
ou outros contratos), ajustados para reflectir vestimento, uma entidade não conta duplamente activos
essas diferenças; ou passivos que estejam reconhecidos como activos ou
passivos separados.Por exemplo:
(b) Preços recentes de propriedades semelhantes em
mercados menos activos, com ajustamentos (a) Equipamento, tal como elevadores ou ar condi-
para reflectir quaisquer alterações nas condi- cionado, é muitas vezes uma parte integrante
ções económicas desde a data das transacções de um edifício e está geralmente incluído no
que ocorreram a esses preços; e justo valor da propriedade de investimento,
não sendo reconhecido separadamente como
(c) Projecções de fluxos de caixa descontados com activos fixos tangíveis;
base em estimativas fiáveis de futuros fluxos
de caixa, suportadas pelos termos de qual- (b) Se um escritório for locado mobilado, o justo valor
quer locação e de outros contratos existentes do escritório inclui geralmente o justo valor da
e (quando possível) por evidência externa tal mobília, porque o rendimento das rendas se
como rendas correntes de mercado de proprie- relaciona com o escritório mobilado. Quando a
dades semelhantes no mesmo local e condição, mobília for incluída no justo valor da propriedade
e usando taxas de desconto que reflictam de investimento, uma entidade não reconhece a
avaliações correntes de mercado quanto à mobília como um activo separado;
incerteza na quantia e tempestividade dos (c) O justo valor da propriedade de investimento
fluxos de caixa. exclui o rendimento da locação operacional
acrescido ou pré-pago, porque a entidade reco-
49. Em alguns casos, as várias fontes listadas no pará-
nhece-o como um passivo ou activo separado;
grafo anterior podem sugerir conclusões diferentes quanto
ao justo valor de uma propriedade de investimento. Uma (d) O justo valor da propriedade de investimento
entidade considera as razões dessas diferenças, visando detida numa locação reflecte os fluxos de caixa
chegar à estimativa mais fiável do justo valor dentro de um esperados (incluindo a renda contingente que
intervalo de estimativas razoáveis de justo valor. se espera que se torne pagável). Em confor-
midade, se uma valorização obtida para uma
50. Em casos excepcionais, há clara evidência quando
propriedade for líquida de todos os pagamentos
uma entidade adquire pela primeira vez uma propriedade
que se espera que sejam feitos, será necessário
de investimento (ou quando uma propriedade existente
voltar a adicionar qualquer passivo de locação
se torna pela primeira vez propriedade de investimento
reconhecido, para atingir o justo valor da
na sequência da conclusão de construção ou desenvolvi-
propriedade de investimento para finalidades
mento, ou após uma alteração de uso) de que a variabili-
contabilísticas.
dade no intervalo de estimativas razoáveis de justo valor
seria tão grande, e as probabilidades dos vários efeitos 53 O justo valor da propriedade de investimento não re-
tão difíceis de avaliar, que é negada a utilidade de uma flecte os dispêndios futuros de capital fixo que melhorem ou
única estimativa de justo valor. Isto pode indicar que o aumentem a propriedade e não reflecte os benefícios futuros
justo valor da propriedade não será determinável com relacionados derivados destes dispêndios futuros.
fiabilidade numa base continuada (ver parágrafo 55).
54. Em alguns casos, uma entidade espera que o valor
51. O justo valor difere do valor de uso, tal como presente dos seus pagamentos relacionados com uma
definido na NRF 17 — Imparidade de Activos, O justo propriedade de investimento (que não sejam pagamen-
valor reflecte o conhecimento e as estimativas de com- tos relacionados com passivos reconhecidos) excederá o
pradores e vendedores conhecedores e dispostos a isso. valor presente dos respectivos recebimentos de caixa.
Em contraste, o valor de uso reflecte as estimativas da Uma entidade aplica a NRF 19 - Provisões, Passivos
entidade, incluindo os efeitos de factores que podem ser Contingentes e Activos Contingentes para determinar se
específicos da entidade e não aplicáveis às entidades em reconhece um passivo e, nesse caso, como mensurá-lo.
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pelo justo valor, uma entidade deve aplicar a NRF 7 Alienações (68 a 75)
— Activos Fixos Tangíveis até à data da alteração de uso.
A entidade deve tratar qualquer diferença nessa data 68. Uma propriedade de investimento deve ser desre-
entre a quantia escriturada de propriedade de acordo conhecida (eliminada do balanço) na alienação ou quando
com a NRF 7 e o seu justo valor da mesma forma que a propriedade de investimento for permanentemente
uma revalorização de acordo com a NRF 7. retirada de uso e nenhuns benefícios económicos forem
esperados da sua alienação.
64. Até à data em que uma propriedade ocupada pelo
dono se torne uma propriedade de investimento escritura- 69. A alienação de uma propriedade de investimento
da pelo justo valor, uma entidade deprecia a propriedade pode ser alcançada pela venda ou pela celebração de
e reconhece quaisquer perdas por imparidade que tenham uma locação financeira. Ao determinar a data de alie-
ocorrido. A entidade trata qualquer diferença nessa data nação da propriedade de investimento, uma entidade
entre a quantia escriturada da propriedade de acordo com aplica os critérios enunciados na NRF 18 — Rédito para
a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis e o seu justo valor reconhecimento do rédito da venda de bens. A NRF 9
da mesma forma que uma revalorização de acordo com — Locações aplica-se a uma alienação efectuada pela
a NRF 7. Por outras palavras: celebração de uma locação financeira e a uma venda
seguida de locação.
(a) Qualquer diminuição resultante na quantia
escriturada da propriedade é reconhecida nos 70. Se, de acordo com o princípio de reconhecimento
resultados. Porém, até ao ponto em que uma do parágrafo 16, uma entidade reconhecer na quantia
quantia seja incluída no excedente de revalori- escriturada de um activo o custo de uma substituição
zação dessa propriedade, a diminuição é debi- de parte de uma propriedade de investimento, então ela
tada contra esse excedente de revalorização; desreconhece a quantia escriturada da parte substituída.
Relativamente à propriedade de investimento contabi-
(b) Qualquer aumento resultante na quantia escri- lizada usando o modelo do custo, uma parte substituída
turada é tratado como se segue: pode não ser uma parte que tenha sido depreciada se-
paradamente. Se não for praticável que uma entidade
(i) até ao ponto em que o aumento reverta uma determine a quantia escriturada da parte substituída,
anterior perda por imparidade dessa proprie- ela pode usar o custo da substituição como indicação do
dade, o aumento é reconhecido nos resultados. custo da parte substituída que era no momento em que
A quantia reconhecida nos resultados não pode foi adquirida ou construída. Segundo o modelo do justo
exceder a quantia necessária para repor a valor, o justo valor da propriedade de investimento pode
quantia escriturada para a quantia escriturada já reflectir o facto de que a parte a ser substituída per-
que teria sido determinada (líquida de depre- deu o seu valor. Noutros casos, pode ser difícil discernir
ciação) caso nenhuma perda por imparidade quanto do justo valor deve ser reduzido para a parte a
tivesse sido reconhecida; ser substituída. Uma alternativa à redução do justo valor
para a parte substituída, quando não for prático realizar
(ii) qualquer parte remanescente do aumento essa redução, é incluir o custo da substituição na quantia
é creditada directamente no capital próprio escriturada do activo e reavaliar o justo valor, como seria
no excedente de revalorização. Na alienação exigido para adições não envolvendo substituição.
subsequente da propriedade de investimento,
o excedente de revalorização incluído no capital 71. Os ganhos ou perdas provenientes da retirada ou
próprio pode ser transferido para resultados alienação de propriedades de investimento devem ser de-
retidos. A transferência do excedente de reva- terminados como a diferença entre os proventos líquidos
lorização para resultados retidos não é feita da alienação e a quantia escriturada do activo e devem
através dos resultados. ser reconhecidos nos resultados (a menos que a NRF 9
— Locações exija doutra maneira no caso de uma venda
65. Para uma transferência de inventários para pro- e relocação) no período da retirada ou da alienação.
priedades de investimento que sejam escrituradas pelo
justo valor, qualquer diferença entre o justo valor da 72. A retribuição a receber com a alienação de uma
propriedade nessa data e a sua quantia escriturada an- propriedade de investimento é inicialmente reconhecida
terior deve ser reconhecida nos resultados. pelo justo valor. Em particular, se o pagamento de uma
propriedade de investimento for diferido, a retribuição
66. O tratamento de transferências de inventários para recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao
propriedades de investimento que serão escrituradas pelo preço a dinheiro. A diferença entre a quantia nominal
justo valor é consistente com o tratamento de vendas de da retribuição e o equivalente ao preço a dinheiro é re-
inventários. conhecida como rédito de juros de acordo com a NRF 18
— Rédito usando o método do juro efectivo.
67. Quando uma entidade concluir a construção ou o
desenvolvimento de uma propriedade de investimento de 73. Uma entidade aplica a NRF 19 — Provisões, Pas-
construção própria que será escriturada pelo justo valor, sivos Contingentes e Activos Contingentes, ou outras
qualquer diferença entre o justo valor da propriedade Normas, conforme apropriado, a quaisquer passivos
nessa data e a sua quantia escriturada anterior deve ser que retenha após a alienação de uma propriedade de
reconhecida nos resultados. investimento.
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74. A compensação de terceiros para propriedades de do mercado ou foi mais ponderada por outros
investimento que tenham sofrido imparidade, se tenham factores (que a entidade deve divulgar) por
perdido ou tenham sido cedidas deve ser reconhecida nos força da natureza da propriedade e da falta
resultados quando a compensação se tornar recebível. de dados de mercado comparáveis;
75. Imparidades ou perdas de propriedades de inves- (e) A extensão até à qual o justo valor da proprie-
timento, reivindicações relacionadas por ou pagamentos dade de investimento (tal como mensurado
de compensação de terceiros e qualquer aquisição ou ou divulgado nas demonstrações financeiras)
construção posterior de activos de substituição cons- se baseia numa valorização de um avaliador
tituem acontecimentos económicos separados que são independente que possua uma qualificação
contabilizados separadamente como se segue: profissional reconhecida e relevante e que
tenha experiência recente na localização e na
(a) As imparidades da propriedade de investimen-
categoria da propriedade de investimento que
to são reconhecidas de acordo com a NRF 17
está a ser valorizada. Se não tiver havido tal
— Imparidade de Activos;
valorização, esse facto deve ser divulgado;
(b) As retiradas ou alienações da propriedade de
(f) As quantias reconhecidas nos resultados para:
investimento são reconhecidas de acordo com
os parágrafos 68 a 73 desta Norma; (i) rendimentos de rendas de propriedades de in-
(c) A compensação de terceiros por propriedades de vestimento;
investimento que tenham sofrido imparidade, (ii) gastos operacionais directos (incluindo repara-
se tenham perdido ou tenham sido cedidas é ções e manutenção) provenientes de proprieda-
reconhecida nos resultados quando se tomar des de investimento que geraram rendimentos
recebível; e de rendas durante o período; e
(d) O custo dos activos restaurados, comprados ou (iii) gastos operacionais directos (incluindo
construídos como substituições é determinado reparações e manutenção) provenientes de
de acordo com os parágrafos 20 a 29 desta propriedades de investimento que não geraram
Norma. rendimentos de rendas durante o período.
Divulgação (76 a 79)
(iv) a alteração cumulativa no justo valor reco-
Modelo do justo valor e modelo do custo (76 a 79) nhecido nos resultados com a venda de uma
propriedade de investimento de um conjunto de
76. As divulgações indicadas adiante aplicam-se para activos em que se usa o modelo do custo para
além das enunciadas na NRF 9 - Locações. De acordo com um conjunto em que se usa o modelo do justo
a NRF 9, o proprietário de uma propriedade de investi- valor (ver parágrafo 34).
mento proporciona as divulgações dos locadores acerca
das locações que tenham celebrado. Uma entidade que (g) A existência e quantias de restrições sobre a
detenha uma propriedade de investimento numa locação capacidade de realização de propriedades de
financeira ou operacional proporciona divulgações dos investimento ou a remessa de rendimentos e
locatários para locações financeiras e divulgações dos proventos de alienação;
locadores para qualquer locação operacional que tenham
celebrado. (h) Obrigações contratuais para comprar, construir
ou desenvolver propriedades de investimento ou
77. Uma entidade deve divulgar: para reparações, manutenção ou aumentos.
(a) Se aplica o modelo do justo valor ou o modelo Modelo do justo valor (78)
do custo;
78. Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 77,
(b) Caso aplique o modelo do justo valor, se, e em que uma entidade que aplique o modelo do justo valor dos
circunstâncias, os interesses de propriedade parágrafos 35 a 57 deve divulgar uma reconciliação entre
detidos em locações operacionais são classifi- as quantias escrituradas da propriedade de investimento
cados e contabilizados como propriedades de no início e no fim do período, que mostre o seguinte:
investimento;
(a) Adições, divulgando separadamente as adições
(c) Quando a classificação for difícil (ver parágrafo resultantes de aquisições e as resultantes de
14), os critérios que usa para distinguir pro- dispêndio subsequente reconhecido na quantia
priedades de investimento de propriedades escriturada de um activo;
ocupadas pelo dono e de propriedades detidas
para venda no curso ordinário dos negócios; (b) Adições que resultem de aquisições por inter-
médio de concentrações de actividades em-
(d) Os métodos e pressupostos significativos apli- presariais;
cados na determinação do justo valor de
propriedades de investimento, incluindo uma (c) Activos classificados como detidos para venda ou
declaração a afirmar se a determinação do incluídos num grupo para alienação classifi-
justo valor foi ou não suportada por evidências cado como detido para venda de acordo com a
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NRF 8 — Activos Não Correntes Detidos para (e) O justo valor das propriedades de investimento.
Venda e Unidades Operacionais Descontinua- Nos casos excepcionais descritos no parágrafo 55,
das e outras alienações; quando uma entidade não possa determinar
o justo valor da propriedade de investimento
(d) Ganhos ou perdas líquidos provenientes de ajus- com fiabilidade, ela deve divulgar:
tamentos de justo valor;
(e) As diferenças cambiais líquidas resultantes da (i) Uma descrição da propriedade de investimento;
transposição das demonstrações financeiras
para outra moeda de apresentação, e da (ii) Uma explanação da razão pela qual o justo
transposição de uma unidade operacional valor não pode ser determinado com fiabili-
estrangeira para a moeda de apresentação da dade; e
entidade que relata;
(iii) Se possível, o intervalo de estimativas dentro
(f) Transferências para e de inventários e proprie- do qual seja altamente provável que o justo
dade ocupada pelo dono; e valor venha a recair.
(g) Outras alterações. Data de eficácia (80)
Modelo do custo (79)
80. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
79. Além das divulgações exigidas pelo parágrafo 77, primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
uma entidade que aplique o modelo do custo do parágrafo de 2009.
58 deve divulgar:
A Ministra Cristina Duarte.
(a) Os métodos de depreciação usados;
(b) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas; –––––––
(c) A quantia escriturada bruta e a depreciação acu-
Despacho Normativo n.º 12/2008
mulada (agregada com as perdas por imparidade
acumuladas) no início e no fim do período;
O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
(d) Uma reconciliação da quantia escriturada da dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
propriedade de investimento no início e no fim Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
do período, mostrando o seguinte: em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
(i) Adições, divulgando separadamente as adições objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
que resultem de aquisições e as que resultem de nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
dispêndio subsequente reconhecido como activo; mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
(ii) Adições que resultem de aquisições por em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
intermédio de concentrações de actividades das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
empresariais; sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
(iii) Activos classificados como detidos para venda de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
ou incluídos num grupo para alienação classi- e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
ficado como detido para venda de acordo com dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Verde.
Venda e Unidades Operacionais Descontinua-
das, e outras alienações; Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
(iv) Depreciações;
Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
(v) A quantia de perdas por imparidade reco- tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
nhecida e a quantia de perdas por imparidade Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
revertida durante o período de acordo com a Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
NRF 17 — imparidade de Activos; Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
se a apresentação da documentação complementar ao
(vi) As diferenças cambiais líquidas resultantes diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
da transposição das demonstrações finan- Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
ceiras para outra moeda de apresentação, e Cabo Verde.
da transposição de uma unidade operacional
estrangeira para a moeda de apresentação da Nestes termos,
entidade que relata;
(vii) Transferências para e de inventários e pro- No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
priedade ocupada pelo dono; e e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o
Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
(viii) Outras alterações; e das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
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110 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
Artigo 1º Custos de empréstimos obtidos: são os custos de juros e
Aprovação
outros incorridos por uma entidade relativos aos pedidos
de empréstimos de fundos.
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 11 – Custos
5. Os custos de empréstimos obtidos incluem:
de empréstimos obtidos do Sistema de Normalização
Contabilístico e Relato Financeiro e que se apresenta em (a) Juros de descobertos bancários e de empréstimos
anexo ao presente regulamento como parte integrante. obtidos a curto e longo prazo;
Artigo 2º
(b) Amortização de descontos ou de prémios relacio-
Natureza nados com empréstimos obtidos;
A Norma de Relato Financeiro 11 – Custos de em- (c) Amortização de custos acessórios incorridos em
préstimos obtidos é parte integrante do Sistema de ligação com a obtenção de empréstimos;
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro para
Cabo Verde (d) Encargos financeiros relativos a locações finan-
ceiras reconhecidas de acordo com a NRF 9
Artigo 3º - Locações; e
Entrada em vigor
(e) Diferenças de câmbio provenientes de emprésti-
O presente Despacho Normativo entra em vigor na mos obtidos em moeda estrangeira até ao ponto
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que em que sejam vistos como um ajustamento do
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re- custo dos juros.
lato Financeiro.
6. Exemplos de activos que se qualificam são os inven-
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração tários que exijam um período substancial de tempo para
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra Cristina os pôr numa condição vendável, instalações industriais,
Duarte. instalações de geração de energia e propriedades de
investimento. Outros investimentos e inventários que
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA sejam de forma rotineira fabricados ou de qualquer forma
E DE RELATO FINANCEIRO
produzidos em grandes quantidades numa base repeti-
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 11 tiva durante um curto período de tempo não são activos
que se qualificam. Os activos que estejam prontos para o
CUSTOS DE EMPRÉSTIMOS OBTIDOS seu uso pretendido ou venda quando adquiridos também
não são activos que se qualificam.
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a
Norma Internacional emitida pelo IASB sobre custos de Reconhecimento (7 a 24)
empréstimos obtidos
7. Os custos de empréstimos obtidos devem ser reconhe-
Objectivo (1) cidos como um gasto no período em que sejam incorridos,
excepto nos casos em que sejam capitalizados de acordo
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o com o parágrafo 8.
de prescrever o tratamento dos custos de empréstimos
obtidos. Esta Norma exige que, de uma forma geral, eles 8. Os custos de empréstimos obtidos que sejam direc-
sejam imediatamente considerados como gastos do perío- tamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção
do, excepto quanto aos custos de empréstimos obtidos que de um activo que se qualifica podem ser capitalizados
sejam directamente atribuíveis à aquisição, construção como parte do custo desse activo, quando seja provável
ou produção de um activo que se qualifica, caso em que que deles resultarão benefícios económicos futuros para
é permitida a sua capitalização. a entidade e tais custos possam ser fiavelmente mensura-
dos. A quantia de custos de empréstimos obtidos elegível
Âmbito (2 e 3) para capitalização deve ser determinada de acordo com
esta Norma.
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos
custos de empréstimos obtidos. Custos de empréstimos obtidos elegíveis para
capitalização (9 a 14)
3. Esta Norma não trata do custo real ou imputado
do capital próprio, incluindo o capital preferencial não 9. Os custos de empréstimos obtidos que sejam direc-
classificado como passivo. tamente atribuíveis à aquisição, construção ou produção
de um activo que se qualifica são os custos de emprés-
Definições (4 a 6)
timos obtidos que teriam sido evitados se o dispêndio
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma no activo que se qualifica não tivesse sido feito. Quando
com os significados especificados: uma entidade contrai empréstimos especificamente com
o fim de obter um particular activo que se qualifica, os
Activo que se qualifica: é um activo que leva necessa- custos dos empréstimos obtidos que estejam relacionados
riamente um período substancial de tempo para ficar directamente com esse activo que se qualifica podem ser
pronto para o seu uso pretendido ou para venda. prontamente identificados.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 111
10. Pode ser difícil identificar um relacionamento di- Excesso da quantia escriturada do activo que se
recto entre certos empréstimos obtidos e um activo que qualifica sobre a quantia recuperável (15)
se qualifica e determinar os empréstimos obtidos que
15. Quando a quantia escriturada ou o último custo
poderiam de outra maneira ser evitados. Tal dificuldade
esperado do activo que se qualifica exceda a sua quantia
ocorre, por exemplo, quando a actividade financeira de
recuperável ou o seu valor realizável líquido, a quantia
uma entidade seja centralmente coordenada. Também
escriturada é reduzida ou anulada de acordo com as
surgem dificuldades quando um grupo usa uma variedade
exigências de outras NRF. Em certas circunstâncias, a
de instrumentos de dívida para pedir fundos empresta-
quantia da redução ou do abate é revertida de acordo
dos a taxas de juro variáveis e empresta esses fundos
com essas outras NRF
em bases variadas a outras entidades no grupo. Outras
complicações surgem através do uso de empréstimos es- Início da capitalização (16 a 18)
tabelecidos em ou ligados a moedas estrangeiras, quando 16. A capitalização dos custos de empréstimos obtidos
o grupo opera em economias altamente inflacionárias, e como parte do custo de um activo que se qualifica deve
de flutuações em taxas de câmbio. Como consequência, começar quando:
a determinação da quantia dos custos de empréstimos
obtidos que sejam directamente atribuíveis à aquisição (a) Os dispêndios com o activo estejam a ser incorridos;
de um activo que se qualifica é difícil sendo de exigir o (b) Os custos de empréstimos obtidos estejam a ser
exercício de bom senso. incorridos; e
11. Até ao ponto em que sejam pedidos fundos em- (c) Os actividades que sejam necessárias para pre-
prestados especificamente com o fim de obter um activo parar o activo para o seu uso pretendido ou
que se qualifica, a quantia dos custos de empréstimos venda estejam em curso.
obtidos elegível para capitalização nesse activo deve 17. Os dispêndios de um activo que se qualifica in-
ser determinada como os custos reais dos empréstimos cluem somente os dispêndios que tenham resultado em
obtidos incorridos nesse empréstimo durante o período pagamentos de caixa, transferência de outros activos ou
menos qualquer rendimento de investimento temporário a assunção de passivos que incorram em juros. Os dis-
desses empréstimos. pêndios são reduzidos por quaisquer pagamentos progres-
sivos recebidos. A quantia escriturada média do activo
12. Os acordos de financiamento de um activo que se durante um período, incluindo os custos de empréstimos
qualifica podem fazer com que uma entidade obtenha obtidos previamente capitalizados é normalmente uma
fundos pedidos de empréstimo e incorra em custos de aproximação razoável dos dispêndios aos quais a taxa de
empréstimos associados antes de alguns ou todos os capitalização é aplicada nesse período.
fundos serem usados para dispêndios no activo que se
qualifica. Em tais circunstâncias, os fundos são muitas 18. As actividades necessárias para preparar o activo
vezes temporariamente investidos aguardando o seu para o seu uso pretendido ou para a sua venda englobam
dispêndio no activo que se qualifica. Ao determinar a mais do que a construção física do activo. Elas englobam
quantia dos custos de empréstimos obtidos elegíveis para o trabalho técnico e administrativo anterior ao começo
capitalização durante um período, qualquer rendimento da construção física tais como as actividades associadas
do investimento gerado de tais fundos é deduzido dos com a obtenção de licenças antes do começo da construção
custos incorridos nos empréstimos obtidos. física. Porém, tais actividades excluem a detenção de um
activo quando nenhuma produção ou acção que altere
13. Na medida em que os fundos sejam pedidos de uma a condição do activo esteja a ter lugar. Por exemplo, os
forma geral e usados com o fim de obter um activo que custos de empréstimos obtidos incorridos enquanto um
se qualifica, a quantia de custos de empréstimos obtidos projecto esteja em fase de desenvolvimento são capitaliza-
elegíveis para capitalização deve ser determinada pela dos durante o período em que as actividades relacionadas
aplicação de uma taxa de capitalização aos dispêndios com o desenvolvimento estejam a decorrer. No entanto,
respeitantes a esse activo. A taxa de capitalização deve os custos de empréstimos obtidos incorridos enquanto
ser a média ponderada dos custos de empréstimos obti- terrenos adquiridos para fins de construção sejam detidos
dos aplicável aos empréstimos contraídos pela entidade sem qualquer actividade associada de desenvolvimento,
que estejam em circulação no período, que não sejam não são qualificáveis para capitalização.
empréstimos contraídos especificamente com o fim de Suspensão da capitalização (19 e 20)
obter um activo que se qualifica. A quantia dos custos de
empréstimos obtidos capitalizados durante um período 19. A capitalização dos custos dos empréstimos obtidos
não deve exceder a quantia dos custos de empréstimos deve ser suspensa durante os períodos extensos em que
obtidos incorridos durante o período. o desenvolvimento das actividades a que se refere o pa-
rágrafo 16 (c) seja interrompido.
14. Em algumas circunstâncias, é apropriado incluir 20. Os custos de empréstimos obtidos podem ser
todos os empréstimos obtidos da empresa-mãe e das suas incorridos durante um período extenso em que sejam
subsidiárias quando seja calculada uma média ponderada interrompidas as actividades necessárias para preparar
dos custos dos empréstimos obtidos. Noutras circunstân- um activo para o seu uso pretendido ou para a sua venda.
cias, é apropriado para cada subsidiária usar uma média Tais custos são custos de detenção de activos parcialmente
ponderada dos custos dos empréstimos obtidos aplicável concluídos e não são qualificáveis para capitalização.
aos seus próprios empréstimos obtidos. Porém, a capitalização dos custos de empréstimos ob-
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112 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
tidos não é normalmente suspensa durante um período Despacho Normativo n.º 13/2008
quando esteja sendo levado a efeito trabalho técnico e
administrativo substancial. A capitalização dos custos de O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
empréstimos obtidos também não é suspensa quando uma dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
demora temporária seja uma parte necessária do processo Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
de tornar um activo pronto para o seu uso pretendido ou em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
para a sua venda. Por exemplo, a capitalização continua aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
durante o período necessário alargado para que alguns objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
inventários atinjam a maturação ou o período alarga- nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
do durante o qual os níveis altos das águas atrasam a
mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
construção de uma ponte, se tais níveis de água altos
são usuais durante o período da construção na região em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
geográfica envolvida. das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
Cessação da capitalização (21 a 24) País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
21. A capitalização dos custos dos empréstimos ob- de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
tidos deve cessar quando substancialmente todas as e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
actividades necessárias para preparar o activo elegível dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
para o seu uso pretendido ou para a sua venda estejam Verde.
concluídas.
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
22. Um activo está normalmente pronto para o seu Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
uso pretendido ou para a sua venda quando a construção Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
física do activo estiver concluída mesmo se o trabalho
tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
administrativo de rotina puder ainda continuar. Se
modificações menores, tais como a decoração de uma Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
propriedade conforme as especificações do comprador Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
ou do utente, sejam tudo o que está por completar, isto Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
indica que todas as actividades estão substancialmente se a apresentação da documentação complementar ao
concluídas. diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
23. Quando a construção de um activo que se qualifica
Cabo Verde.
for concluída por partes e cada parte estiver em condições
de ser usada enquanto a construção continua noutras
Nestes termos,
partes, a capitalização dos custos de empréstimos obtidos
deve cessar quando todas as actividades necessárias para No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
preparar essa parte para o seu pretendido uso ou venda
e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o
estejam concluídas.
Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
24. Um parque empresarial compreendendo vários das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
edifícios em que cada um deles pode ser usado indivi-
dualmente é um exemplo de um activo que se qualifica Artigo 1º
relativamente ao qual cada parte está em condições de ser
Aprovação
usada embora a construção continue noutras partes. Um
exemplo de um activo que se qualifica que necessita de
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 12 – Agricul-
estar concluído antes de que cada parte possa ser usada
é uma instalação industrial que envolve vários proces- tura do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
sos que sejam executados em sequência em diferentes Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
partes da fábrica dentro do mesmo local, tal como uma regulamento como parte integrante.
laminagem de aço.
Artigo 2º
Divulgação (25)
Natureza
25. As demonstrações financeiras devem divulgar:
A Norma de Relato Financeiro 12 – Agricultura é parte
(a) A política contabilística adoptada nos custos dos integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e
empréstimos obtidos; Relato Financeiro para Cabo Verde
(b) A quantia de custos de empréstimos obtidos
Artigo 3º
capitalizada durante o período; e
Entrada em vigor
(c) A taxa de capitalização usada para determinar
a quantia do custo dos empréstimos obtidos
O presente Despacho Normativo entra em vigor na
elegíveis para capitalização.
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
Data de eficácia (26) aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
lato Financeiro.
26. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro Gabinete da Ministra das Finanças e Administração
de 2009.
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra Cristina
A Ministra Cristina Duarte Duarte.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 113
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA Definições (6 a 10)
E DE RELATO FINANCEIRO
Definições relacionadas com a agricultura (6 a 8)
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 12
AGRICULTURA 6. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
com os significados especificados:
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Norma
Internacional emitida pelo IASB sobre agricultura. Actividade agrícola: é a gestão por uma entidade da
Objectivo (1) transformação biológica de activos biológicos, em produto
agrícola ou em activos biológicos adicionais, para venda.
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o
de prescrever o tratamento contabilístico, a apresentação Activo biológico: é um animal ou planta vivos.
de demonstrações financeiras e as divulgações relativas
à actividade agrícola. Colheita: é a separação de um produto de um activo
biológico ou a cessação dos processos de vida de um activo
Âmbito (2 a 5) biológico.
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização
Grupo de activos biológicos: é uma agregação de ani-
do que se segue quando se relacione com a actividade
mais ou de plantas vivos semelhantes.
agrícola:
(a) Activos biológicos; Produto agrícola: é o produto colhido dos activos bio-
lógicos da entidade.
(b) Produto agrícola no ponto da colheita; e
(c) Subsídios governamentais incluídos nos pará- Transformação biológica: compreende os processos de
grafos 35 e 36. crescimento natural, degeneração, produção e procriação
que causem alterações qualitativas e quantitativas num
3. Esta Norma não se aplica a: activo biológico.
(a) Terrenos relacionados com a actividade agrícola
7.A actividade agrícola cobre uma escala diversa de
(ver a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis e NRF
actividades. Por exemplo, criação de gado, silvicultura,
10 - Propriedades de Investimento); e
safra anual ou perene, cultivo de pomares e de planta-
(b) Activos intangíveis relacionados com a actividade ções, floricultura e aquacultura (incluindo criação de
agrícola (ver a NRF 6 - Activos Intangíveis). peixes). Existem certas características comuns dentro
4. Esta Norma é aplicada ao produto agrícola, que desta diversidade:
é o produto colhido dos activos biológicos da entidade, (a) Capacidade de alteração: os animais vivos e as plantas
somente no momento da colheita. Após isso, é aplicada são capazes de transformação biológica;
a NRF 13 - Inventários, ou uma outra NRF aplicável.
Concordantemente, esta Norma não trata do processa- (b) Gestão de alterações: a gestão facilita a transfor-
mento do produto agrícola após colheita; por exemplo, a mação biológica pelo aumento, ou, pelo menos,
transformação de uvas em vinho por um vitivinicultor estabilização, de condições necessárias para
que tenha cultivado a vinha e colhido as uvas. Se bem que o processo tenha lugar (por exemplo, níveis
que tal processamento possa ser uma extensão lógica e nutricionais, mistura, temperatura, fertilida-
natural da actividade agrícola e os acontecimentos que de e luz). Tal gestão distingue a actividade
tenham tido lugar possam ter alguma similitude com a agrícola de outras actividades. Por exemplo,
transformação biológica, tal processamento não é incluído colher de fontes não geridas (tais como pesca
na definição de actividade agrícola nesta Norma. oceânica e de florestação) não é uma actividade
5. O quadro abaixo apresentado proporciona exemplos agrícola; e
de activos biológicos, produto agrícola e produtos que são (c) Mensuração de alterações: a alteração de quali-
o resultado de processamento após colheita: dade (por exemplo, mérito genético, densidade,
Produtos resultantes amadurecimento, cobertura de gordura, con-
Activos biológicos Produto agrícola de processamento teúdo de proteínas e resistência das fibras) ou
após colheita de quantidade (por exemplo, progénie, peso,
Carneiros Lã Fio de lã, carpetes metros cúbicos, comprimento ou diâmetro
Arvores numa plan- Troncos Madeiras das fibras e número de rebentos) ocasionada
tação florestal por transformação biológica é mensurada
Plantas Algodão Fio de algodão, roupas e monitorizada como uma função de gestão
rotinada.
Cana colhida Açúcar
Gado produtor de leite Leite Queijo 8.A transformação biológica origina as consequências
Porcos Carcaças Salsichas, presuntos seguintes:
curados
Arbustos Folhas Chá, tabaco curado
(a) Alterações de activos por intermédio de:
Vinhas Uvas Vinho (i) crescimento (um aumento de quantidade ou melho-
Arvores de fruto Frutos colhidos Frutos processados ramento na qualidade de um animal ou planta):
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114 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
(ii) degeneração (uma diminuição na quantidade 14. O produto agrícola colhido dos activos biológicos de
ou deterioração na qualidade de um animal ou uma entidade deve ser mensurado pelo seu justo valor
planta): ou menos gastos estimados no ponto de venda no momento
da colheita. Tal mensuração é o custo nessa data aquando
(iii) procriação (criação de animais ou de plantas da aplicação da NRF 13-Inventários, ou uma outra NRF
vivos adicionais); ou aplicável.
(b) produção de produto agrícola tal como borracha
15. Os gastos no ponto de venda incluem comissões a
em bruto (latex), folhas de chá, lã e leite.
corretores e negociadores, taxas de agências regulado-
Definições gerais (9 e 10) ras e de bolsas de mercadorias e taxas de transferência
e direitos. Os gastos no momento de venda excluem os
9. Os termos que se seguem são usados nesta Norma gastos de transporte e outros necessários para levar os
com os significados especificados: activos para o mercado.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser 16. A determinação do justo valor de um activo biológico
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras ou produto agrícola pode ser facilitada pelo agrupamento
e dispostas a isso, numa transacção em que não exista de activos biológicos ou de produto agrícola de acordo
relacionamento entre elas. Mercado activo: é um mercado com atributos significativos, por exemplo, por idade ou
no qual se verifiquem todas as condições seguintes: qualidade. Uma entidade selecciona os atributos que
(a) Os itens negociados no mercado são homogéneos: correspondam aos atributos usados no mercado como
base de apreçamento.
(b) Podem ser encontrados em qualquer momento
compradores e vendedores dispostos a comprar 17. As entidades incorrem muitas vezes em contratos
e vender; e para vender os seus activos biológicos ou produto agrí-
cola numa data futura. Os preços de contrato não são
(c) Os preços estão disponíveis ao público. necessariamente relevantes na determinação do justo
valor porque o justo valor reflecte o mercado corrente
Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo
em que um comprador e um vendedor dispostos a uma
é reconhecido no Balanço, após a dedução de qualquer
transacção nela incorrerão. Consequentemente, o justo
depreciação acumulada e de perdas por imparidade acu-
valor de um activo biológico ou produto agrícola não é
muladas inerentes.
ajustado por força da existência de um contrato. Nalguns
Subsídios governamentais: são os definidos na NRF15 casos, um contrato para a venda de um activo biológico
Contabilização dos Subsídios do Governo e Divulgação ou produto agrícola pode ser um contrato oneroso, como
de Apoios do Governo. definido na NRF 19-Provisões, Passivos Contingentes e
Activos Contingentes.
10. O Justo valor de um activo é baseado na sua lo-
calização e condição presentes. Consequentemente, por 18. Se existir um mercado activo para um activo bio-
exemplo, o justo valor do gado numa fazenda é o preço do lógico ou produto agrícola, o preço cotado nesse mercado
gado no mercado relevante menos o gasto de transporte é a base apropriada para determinar o justo valor desse
e outros para levar o gado para o mercado. activo. Se uma entidade tiver acesso a diferentes mer-
cados activos, a entidade usará a mais relevante. Por
Reconhecimento e mensuração (11 a 34) exemplo, se uma entidade tiver acesso a dois mercados
11. Uma entidade deve reconhecer um activo biológico activos, usará o preço existente no mercado em que espera
ou produto agrícola quando, e somente quando: que seria o usado.
(a) A entidade controle o activo como consequência 19. Se não existir um mercado activo, uma entidade
de acontecimentos passados; usará um ou mais dos indicadores que se seguem, quando
disponíveis, na determinação do justo valor:
(b) Seja provável que benefícios económicos associa-
dos ao activo fluirão para a entidade; e (a) O preço mais recente de transacção no mercado,
desde que não tenha havido uma alteração sig-
(c) O justo valor ou custo do activo possa ser fiavel- nificativa nas circunstâncias económicas entre
mente mensurado. a data dessa transacção e a do balanço;
12. Na actividade agrícola, o controlo pode ser evi- (b) Os preços de mercado de activos semelhantes
denciado, por exemplo, pela posse legal do gado e pela com ajustamento para reflectir diferenças; e
marcação a quente ou de outro modo, aquando da aqui-
sição, nascimento ou desmama. Os benefícios económicos (c) Referências do sector tais como o valor de um
futuros são normalmente estimados pela mensuração dos pomar expresso por contentores de exportação,
atributos físicos significativos. hectare ou outra unidade de medida do sector e
o valor do gado expresso em quilo de carne.
13. Um activo biológico deve ser mensurado, no reco-
nhecimento inicial e em cada data de balanço, pelo seu 20. Em certos casos, as fontes de informação listadas
justo valor menos gastos estimados no ponto de venda, no parágrafo 19 podem sugerir diferentes conclusões
excepto no caso descrito no parágrafo 31 em que o justo quanto ao justo valor de um activo biológico ou produto
valor não pode ser fiavelmente mensurado. agrícola. Uma entidade considerará as razões dessas
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diferenças, a fim de chegar à estimativa mais fiável de Uma entidade pode usar informação relativa a activos
justo valor dentro de uma série relativamente estreita combinados para determinar o justo valor de activos bio-
de estimativas razoáveis. lógicos. Por exemplo, o justo valor de terrenos em bruto
e melhoramento de terrenos pode ser deduzido do justo
21. Em certas circunstâncias, os preços ou valores valor dos activos combinados para chegar ao justo valor
determinados pelo mercado podem não estar disponíveis de activos biológicos.
para um activo biológico na sua condição actual. Nestas
circunstâncias, na determinação do justo valor, uma Ganhos e perdas (27 a 30)
entidade usará o valor presente dos fluxos de caixa líqui-
dos de um activo, descontados a uma taxa pré-imposto 27. Um ganho ou uma perda proveniente do reconhe-
determinada no mercado corrente. cimento inicial de um activo biológico pelo justo valor
menos os gastos estimados no ponto de venda e de uma
22. O objectivo de um cálculo do valor presente de fluxos alteração de justo valor menos os gastos estimados no
de caixa líquidos esperados é o de determinar o justo valor ponto de venda de um activo biológico devem ser incluídos
de um activo biológico no seu local e condição actuais. no resultado líquido do exercício do período em que surja.
Uma entidade considerará isto na determinação de uma
taxa de desconto apropriada a ser usada e ao estimar os 28. Pode surgir uma perda no reconhecimento inicial
fluxos de caixa líquidos esperados. A condição actual de de um activo biológico, porque os gastos estimados no
um activo biológico exclui quaisquer aumentos de valor ponto de venda são deduzidos ao determinar o justo
derivados de transformação biológica adicional e de ac- valor menos os gastos estimados no ponto de venda de
tividades futuras da entidade, tais como os relacionados um activo biológico. Pode surgir um ganho no reconhe-
com o aumento por transformação biológica, colheita e cimento inicial de um activo biológico, tal como quando
venda futura. nasce um bezerro.
23. Uma entidade não inclui quaisquer fluxos de caixa 29. Um ganho ou perda que surja no reconhecimento
para financiar os activos, impostos, ou repor activos bio- inicial do produto agrícola pelo justo valor menos gastos
lógicos após colheita (por exemplo, o custo de replantar estimados no ponto de venda deve ser incluído no resul-
árvores numa plantação após o corte). tado líquido do período em que surja.
24. Ao acordar no preço de uma transacção entre partes 30. Pode surgir um ganho ou uma perda no reconhe-
não relacionadas entre si, compradores e vendedores co- cimento inicial do produto agrícola como consequência
nhecedores e dispostos a isso considerarão a possibilidade de colheitas.
de variações nos fluxos de caixa. Assim, esse justo valor Incapacidade de mensurar fiavelmente o justo
reflecte a possibilidade de tais variações. Concordante- valor (31 a 34)
mente, uma entidade incorpora expectativas acerca de
possíveis variações nos fluxos de caixa quer nos fluxos de 31. Há um pressuposto de que o justo valor pode ser
caixa esperados, quer na taxa de desconto, quer nalguma mensurado com fiabilidade para um activo biológico.
combinação das duas. Ao determinar uma taxa de des- Contudo, esse pressuposto pode ser refutado apenas no
conto, uma entidade usa pressupostos consistentes com reconhecimento inicial de um activo biológico, relativa-
os usados na estimativa de fluxos de caixa esperados, mente ao qual os preços ou valores determinados pelo
para evitar o efeito da dupla contagem de pressupostos mercado não estejam disponíveis e relativamente ao
ou da sua omissão. qual as estimativas alternativas do justo valor estejam
determinadas como sendo claramente pouco fiáveis.
25. O custo pode aproximar-se algumas vezes do justo Nesse caso, esse activo biológico deve ser mensurado pelo
valor, particularmente quando: custo menos qualquer depreciação acumulada e qualquer
(a) Tenha tido lugar pouca transformação bioló- perda por imparidade acumulada. Quando o justo valor
gica desde a incorrência do custo inicial (por desse activo biológico se tornar fiavelmente mensurável,
exemplo, pés de árvores de fruto brotados de uma entidade deve mensurá-lo pelo seu justo valor
sementes, plantados imediatamente antes da menos os gastos estimados do ponto de venda. Quando
data do balanço); ou um activo biológico não corrente satisfizer os critérios
de classificação como detido para venda (ou for incluído
(b) Não se espera que o impacto da transformação num grupo para alienação que esteja classificado como
biológica sobre os preços seja material (por detido para venda) de acordo com a NRF 8 - Activos Não
exemplo, no crescimento inicial, num ciclo de Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais
produção de 30 anos, de uma plantação de Descontinuadas, presume-se que o justo valor pode ser
pinheiros). mensurado com fiabilidade.
26. Os activos biológicos estão muitas vezes fisicamente 32. A presunção do parágrafo 31 somente pode ser
implantados nos terrenos (por exemplo, árvores numa refutada no reconhecimento inicial. Uma entidade que
floresta plantada). Pode não haver mercado separado tenha previamente mensurado um activo biológico pelo
para activos biológicos que estejam implantados no ter- seu justo valor menos gastos estimados no ponto de venda
reno mas pode existir um mercado activo para os activos continuará a mensurar o activo biológico pelo seu justo
combinados, isto é, para os activos biológicos, terrenos em valor menos gastos estimados no ponto de venda até à
bruto e melhoramentos de terrenos, como um conjunto. sua alienação.
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33. Em todos os casos, uma entidade mensura o pro- fruto e árvores a partir das quais se obtenha lenha por
duto agrícola no ponto de colheita pelo seu justo valor desbaste enquanto essas árvores permanecem vivas. Os
menos gastos estimados no ponto de venda. Esta Norma activos biológicos de produção não são produto agrícola
reflecte o ponto de vista de que o justo valor do produto mas, antes, de regeneração própria.
agrícola no ponto de colheita pode ser sempre fiavelmente
mensurado. 41. Os activos biológicos podem ser classificados quer
como activos biológicos maduros (ou adultos) ou activos
34. Ao determinar o custo, depreciação acumulada e biológicos imaturos (ou juvenis). Os activos biológicos
perdas por imparidade acumuladas, uma entidade toma maduros (ou adultos) são os que tenham atingido as
em consideração a NRF 138 - Inventários, a NRF 7 - Activos especificações de colhíeis (relativamente aos activos bio-
Fixos Tangíveis e a NRF 17 - Imparidade de Activos. lógicos consumíveis) ou sejam susceptíveis de sustentar
colheitas regulares (relativamente aos activos biológicos
Subsídios do Governo (35 a 39)
de produção).
35. Um subsídio do Governo não condicional que se
relacione com um activo biológico mensurado pelo seu 42. O justo valor menos os gastos estimados no ponto de
justo valor menos gastos estimados no ponto de venda venda de um activo biológico pode alterar-se quer devido
deve ser reconhecido como rendimento quando, e somente a alterações físicas quer devido a alterações de preços no
quando, o subsidio do Governo se torne recebível. mercado. É útil a divulgação separada de alterações físi-
cas e de preços, na avaliação do desempenho do período
36. Se um subsídio do Governo relacionado com um corrente, e das perspectivas futuras, particularmente
activo biológico mensurado pelo seu justo valor menos quando haja um ciclo de produção maior do que um ano.
gastos estimados no ponto de venda for condicional, in- Em tais casos, uma entidade é encorajada a divulgar,
cluindo quando um subsídio do Governo exige que uma por grupo ou de qualquer outra maneira, a quantia de
entidade não se ocupe em actividade agrícola específica, alterações no justo valor menos gastos estimados no
uma entidade deve reconhecer o subsídio do Governo ponto de venda incluída nos resultados líquidos devida a
como rendimento quando, e somente quando, sejam sa- alterações físicas e a alterações de preços. Esta alteração
tisfeitas as condições ligadas ao subsídio do Governo. é geralmente menos útil quando o ciclo produtivo seja
37. Os termos e condições de subsídios governamentais menor do que um ano (por exemplo, quando se criem
variam. Por exemplo, um subsídio do Governo pode exigir frangos ou se cultivem cereais).
que uma entidade cultive num dado local durante cinco 43. A transformação biológica origina uma quantidade
anos e exigir que a entidade devolva todo o subsídio se de tipos de alterações físicas - crescimento, degeneração,
ela cultivar durante menos do que cinco anos. Neste caso, produção e procriação - cada uma das quais é observá-
o subsídio do Governo não será reconhecido como ren- vel e mensurável. Cada um desses tipos de alterações
dimento até que os cinco anos tenham passado. Porém, físicas tem um relacionamento directo com benefícios
se o subsídio do Governo permitir que parte do mesmo económicos futuros. Uma alteração de justo valor de
seja retida com base na passagem do tempo, a entidade um activo biológico devido a colheita é também uma
reconhecerá o subsídio do Governo como rendimento alteração física.
numa base proporcional ao tempo.
Divulgações gerais (44 a 47)
38. Se um subsídio do Governo se relacionar com um
activo biológico mensurado pelo seu custo menos qual- 44. Uma entidade deve divulgar:
quer depreciação acumulada e quaisquer perdas por
imparidade acumuladas (ver parágrafo 31), será aplicada (a) Uma descrição de cada grupo de activos bioló-
a NRF 15 - Contabilização dos Subsídios do Governo e gicos; e
Divulgação de Apoios do Governo. (b) As medidas ou estimativas não financeiras usa-
39. Esta Norma exige um tratamento diferente do da das na quantificação física de cada um dos gru-
NRF 15 se um subsídio do Governo se relacionar com um pos de activos biológicos no fim do período.
activo biológico mensurado pelo seu justo valor menos
gastos estimados no ponto de venda ou um subsídio do 45. Uma entidade deve descrever os métodos e os
Governo exigir que uma entidade não se ocupe numa pressupostos significativos aplicados na determinação
actividade agrícola especificada. A NRF 15 é somente do justo valor de cada um dos grupos do produto agrícola
aplicada a um subsídio do Governo relacionado com um no ponto de colheita e de cada um dos grupos de activos
activo biológico mensurado pelo seu custo menos qual- biológicos.
quer depreciação acumulada e quaisquer perdas por 46. Uma entidade deve divulgar o justo valor menos os gastos
imparidade acumuladas. estimados no ponto de venda do produto agrícola colhido du-
Divulgação (40 a 50) rante o período, determinado no momento de colheita.
Considerações preliminares (40 a 43) 47. Uma entidade deve divulgar:
40. Os activos biológicos consumíveis são os que este- (a) A existência e quantias escrituradas de activos
jam para ser colhidos como produto agrícolas ou vendidos biológicos cuja posse seja restrita e as quantias
como activos biológicos. escrituradas de activos biológicos penhorados
Exemplos de activos biológicos consumíveis são o gado como garantia de passivos; e
destinado à produção de carne, gado detido para venda, (b) A quantia de compromissos relativos ao desen-
peixe em aquacultura, colheitas tal como milho e trigo e volvimento ou à aquisição de activos biológicos;
árvores que estejam em desenvolvimento para obtenção e
de madeiras. Os activos biológicos de produção são os que
não sejam activos biológicos consumíveis; por exemplo, (c) As estratégias de gestão de riscos financeiros
gado do qual pode ser obtido leite, vinhas, árvores de relacionados com a actividade agrícola.
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(e) As vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas; e Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
(f) A quantia escriturada bruta e a depreciação
Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
acumulada (agregada com as perdas por im-
tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
paridade acumuladas) no início e no final do
Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
período.
Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
49. Se o justo valor dos activos biológicos previamente Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
mensurados pelo seu custo menos qualquer depreciação se a apresentação da documentação complementar ao
acumulada e quaisquer perdas por imparidade acumula- diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
das se tornar fiavelmente mensurável durante o período Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
corrente, uma entidade deve divulgar em relação a esses Cabo Verde.
activos biológicos:
Nestes termos,
(a) Uma descrição dos activos biológicos;
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
(b) Uma explanação da razão pela qual o justo valor e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o
se tornou fiavelmente mensurável; e Governo da República de Cabo Verde através da Ministra
(c) O efeito da alteração. das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
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SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA E DE haja um risco negligenciável de fracasso de venda. Estes
RELATO FINANCEIRO inventários apenas são excluídos dos requisitos de men-
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 13 suração desta Norma.
(c) Activos biológicos relacionados com a actividade Valor realizável líquido: é o preço de venda estimado
agrícola e produto agrícola na altura da colhei- no decurso ordinário da actividade empresarial menos os
ta (ver a NRF 12 - Agricultura). custos estimados de acabamento e os gastos estimados
necessários para efectuar a venda.
3. Esta Norma não se aplica à mensuração dos inven-
tários detidos por: 7. O valor realizável líquido refere-se à quantia líquida
que uma entidade espera realizar com a venda do inven-
(a) Produtores de produtos agrícolas e florestais, tário no decurso ordinário da actividade empresarial. O
do produto agrícola após a colheita, até ao justo valor reflecte a quantia pela qual o mesmo inventá-
ponto em que sejam mensurados pelo valor rio poderia ser trocado entre compradores e vendedores
realizável líquido de acordo com práticas já conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor
bem estabelecidas nesse sector. Quando tais específico de uma entidade, ao passo que o segundo já não
inventários sejam mensurados pelo valor re- é. O valor realizável líquido dos inventários pode não ser
alizável líquido, as alterações nesse valor são equivalente ao justo valor menos os gastos de vender.
reconhecidas nos resultados do período em que
se tenha verificado a alteração; 8. Os inventários englobam bens comprados e detidos
para revenda incluindo, por exemplo, mercadorias
(b) Corretores/negociantes de mercadorias que compradas por um retalhista e detidas para revenda ou
mensurem os seus inventários pelo justo terrenos e outras propriedades detidas para revenda. Os
valor menos os gastos de vender. Quando inventários também englobam bens acabados produzidos,
tais inventários sejam mensurados pelo justo ou trabalhos em curso que estejam a ser produzidos pela
valor menos os gastos de vender, as alterações entidade e incluem materiais e consumíveis aguardando o
no justo valor menos os gastos de vender são seu uso no processo de produção. No caso de um prestador
reconhecidas nos resultados do período em que de serviços, os inventários incluem os custos do serviço,
se tenha verificado a alteração. tal como descrito no parágrafo 19, relativamente ao qual
a entidade ainda não tenha reconhecido o referido rédito
4. Os inventários referidos no parágrafo 3(a) são men-
(ver a NRF 18 - Rédito).
surados pelo valor realizável líquido em determinadas
fases de produção. Isto ocorre, por exemplo, quando as Mensuração de inventários (9 a 33)
culturas agrícolas tenham sido colhidas e a venda esteja
assegurada sob um contrato de futuros ou de uma garantia 9. Os inventários devem ser mensurados pelo custo ou
governamental ou quando exista um mercado activo e valor realizável líquido, dos dois o mais baixo.
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Técnicas para a mensuração do custo (21 e 22) os itens mais recentemente comprados ou produzidos.
Pela fórmula do custo médio ponderado, o custo de cada
21. As técnicas para a mensuração do custo de inven- item é determinado a partir da média ponderada do custo
tários, tais como o método do custo padrão ou o método de itens semelhantes no começo de um período e do custo
de retalho, podem ser usadas por conveniência se os de itens semelhantes comprados ou produzidos durante o
resultados se aproximarem do custo. Os custos padrão período. A média pode ser determinada numa base perió-
tomam em consideração os níveis normais dos materiais e dica ou à medida que cada entrega adicional seja recebida,
consumíveis, da mão de obra, da eficiência e da utilização o que depende das circunstâncias da entidade.
da capacidade produtiva. Estes devem ser regularmente
revistos e, se necessário, devem sê-lo à luz das condições Valor realizável líquido (28 a 33)
correntes.
28. O custo dos inventários pode não ser recuperável se
22. O método de retalho é muitas vezes usado no esses inventários estiverem danificados, se se tornarem
sector de retalho para mensurar inventários de grande total ou parcialmente obsoletos ou se os seus preços de
quantidade de itens que mudam rapidamente, que têm venda tiverem diminuído. O custo dos inventários pode
margens semelhantes e para os quais não é praticável também não ser recuperável se os custos estimados de
usar outros métodos de custeio. O custo do inventário é acabamento ou os custos estimados a serem incorridos
determinado pela redução do valor de venda do inven- para realizar a venda tiverem aumentado. A prática de
tário na percentagem apropriada da margem bruta. A reduzir o custo dos inventários para o valor realizável
percentagem usada toma em consideração o inventário líquido é consistente com o ponto de vista de que os acti-
que tenha sido marcado abaixo do seu preço de venda vos não devem ser escriturados por quantias superiores
original. É usada muitas vezes uma percentagem média àquelas que previsivelmente resultariam da sua venda
para cada departamento de retalho. ou uso.
Fórmulas de custeio (23 a 27)
29. Os inventários são geralmente reduzidos para o seu
23. O custo dos inventários de itens que não sejam valor realizável líquido item a item. Nalgumas circuns-
geralmente intermutáveis e de bens ou serviços produ- tâncias, porém, pode ser apropriado agrupar unidades
zidos e segregados para projectos específicos deve ser semelhantes ou relacionadas. Pode ser o caso dos itens
atribuído pelo uso da identificação específica dos seus de inventário relacionados com a mesma linha de produ-
custos individuais. tos que tenham finalidades ou usos finais semelhantes,
que sejam produzidos e comercializados na mesma área
24. A identificação específica do custo significa que são geográfica e não possam ser avaliados separadamente de
atribuídos custos específicos a elementos identificados outros itens dessa linha de produtos. Não é apropriado
de inventário. Este é o tratamento apropriado para os reduzir inventários com base numa classificação de in-
itens que sejam segregados para um projecto específico, ventários como, por exemplo, bens acabados, ou em todos
independentemente de eles terem sido comprados ou os inventários de um determinado sector ou segmento
produzidos. Porém, quando haja grandes quantidades de geográfico. Normalmente, os prestadores de serviços
itens de inventário que sejam geralmente intermutáveis, acumulam custos com respeito a cada serviço para o qual
a identificação específica de custos não é apropriada. Em será cobrado um preço de venda individual. Por isso, cada
tais circunstâncias, o método de selecção dos itens que um destes serviços é tratado como um item separado.
permanecem nos inventários poderia ser usado para obter
efeitos predeterminados nos resultados. 30. As estimativas do valor realizável líquido são base-
adas nas provas mais fiáveis disponíveis no momento em
25. O custo dos inventários, que não sejam os tratados
que sejam feitas as estimativas quanto à quantia que se
no parágrafo 23, deve ser atribuído pelo uso da fórmula
espera que os inventários venham a realizar. Estas esti-
“primeira entrada, primeira saída” (FIFO) ou da fórmula
mativas tomam em consideração as variações nos preços
do custeio médio ponderado. Uma entidade deve usar
ou custos directamente relacionados com acontecimentos
a mesma fórmula de custeio para todos os inventários
que ocorram após o fim do período, na medida em que
que tenham uma natureza e um uso semelhantes para
tais acontecimentos confirmem condições existentes no
a entidade. Para os inventários que tenham outra na-
fim do período.
tureza ou uso, poderão justificar-se diferentes fórmulas
de custeio. 31. As estimativas do valor realizável líquido também
26. Por exemplo, os inventários usados num segmento tomam em consideração a finalidade pela qual é detido
de negócio podem ter um uso para a entidade diferente do o inventário. Por exemplo, o valor realizável líquido da
mesmo tipo de inventários usados num outro segmento de quantidade de inventário detida para satisfazer contratos
negócio. Porém, uma diferença na localização geográfica de vendas firmes ou de prestações de serviços é baseado
dos inventários (ou nas respectivas normas fiscais), por no preço do contrato. Se os contratos de venda disserem
si só, não é suficiente para justificar o uso de diferentes respeito a quantidades inferiores às quantidades de
fórmulas de custeio. inventário detidas, o valor realizável líquido do excesso
basear-se-á em preços gerais de venda. Podem surgir
27. A fórmula FIFO pressupõe que os itens de inventá- provisões resultantes de contratos de venda Esta Norma
rio que foram comprados ou produzidos primeiro sejam de Relato Financeiro tem por base a Norma Internacional
vendidos em primeiro lugar e consequentemente os itens emitida pelo IASB sobre agricultura quantidades superiores
que permanecerem em inventário no fim do período sejam às quantidades de inventários detidas ou resultantes de
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contratos de compra firmes. Tais provisões são tratadas (d) A quantia de inventários reconhecida como um
de acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contin- gasto durante o período;
gentes e Activos Contingentes.
(e) A quantia de qualquer ajustamento de inventá-
32. Os materiais e outros consumíveis detidos para rios reconhecida como um gasto do período de
o uso na produção de inventários não serão reduzidos acordo com o parágrafo 34;
abaixo do custo se for previsível que os produtos acaba-
dos em que eles serão incorporados sejam vendidos pelo (f) A quantia de qualquer reversão de ajustamento
custo ou acima do custo. Porém, quando uma diminuição que tenha sido reconhecida como uma redução
no preço dos materiais constitua uma indicação de que o na quantia de inventários reconhecida como
custo dos produtos acabados excederá o valor realizável gasto do período de acordo com o parágrafo 34;
líquido, os materiais são reduzidos para o valor realizável
líquido. Em tais circunstâncias, o custo de reposição dos (g) As circunstâncias ou acontecimentos que con-
materiais pode ser a melhor mensuração disponível do duziram à reversão de um ajustamento de
seu valor realizável líquido. inventários de acordo com o parágrafo 34; e
33. Em cada período subsequente é feita uma nova (h) A quantia escriturada de inventários dados como
avaliação do valor realizável líquido. Quando as circuns- penhor de garantia a passivos.
tâncias que anteriormente resultavam em ajustamento
ao valor dos inventários deixarem de existir ou quando 37. A informação acerca das quantias escrituradas
houver uma clara evidência de um aumento no valor detidas em diferentes classificações de inventários e a
realizável líquido devido à alteração nas circunstâncias extensão das alterações nesses activos é útil para os
económicas, a quantia do ajustamento é revertida (i.e. a utentes das demonstrações financeiras. As classificações
reversão é limitada à quantia do ajustamento original) comuns de inventários são: mercadorias, matérias pri-
de modo a que a nova quantia escriturada seja o valor mas, consumíveis de produção, materiais, trabalhos em
mais baixo do custo e do valor realizável líquido revisto. curso e bens acabados. Os inventários de um prestador de
Isto ocorre, por exemplo, quando um item de inventários serviços podem ser descritos como trabalhos em curso.
que é escriturado pelo valor realizável líquido, porque o
seu preço de venda desceu, está ainda detido num período 38. A quantia de inventários reconhecida como um gasto
posterior e o seu preço de venda aumentou. durante o período, que é muitas vezes referida como o gasto
de venda, consiste nos custos previamente incluídos na
Reconhecimento como gasto (34 e 35) mensuração do inventário agora vendido, nos gastos ge-
34. Quando os inventários forem vendidos, a quantia rais de produção não imputados e nas quantias anormais
escriturada desses inventários deve ser reconhecida de custos de produção de inventários. As circunstâncias
como um gasto do período em que o respectivo rédito da entidade também podem admitir a inclusão de outras
seja reconhecido. A quantia de qualquer ajustamento quantias, tais como custos de distribuição.
dos inventários para o valor realizável líquido e todas
Data de eficácia (39)
as perdas de inventários devem ser reconhecidas como
um gasto do período em que o ajustamento ou perda 39. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
ocorra. A quantia de qualquer reversão do ajustamento primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
de inventários, proveniente de um aumento no valor re- de 2009.
alizável líquido, deve ser reconhecida como uma redução
na quantia de inventários reconhecida como um gasto no A Ministra Cristina Duarte
período em que a reversão ocorra.
35. Alguns inventários podem ser imputados a outras –––––––
contas do activo, como por exemplo, inventários usados
Despacho Normativo n.º 15/2008
como um componente de activos fixos tangíveis de cons-
trução própria. Os inventários imputados desta forma a O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
um outro activo, são reconhecidos como um gasto durante dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
a vida útil desse activo. Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
Divulgação (36 a 38) em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
36. As demonstrações financeiras devem divulgar: objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
(a) As políticas contabilísticas adoptadas na men- nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
suração dos inventários, incluindo a fórmula mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
de custeio usada; em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
(b) A quantia total escriturada de inventários e a sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
quantia escriturada em classificações apro- País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
priadas para a entidade; de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
(c) A quantia de inventários escriturada pelo justo e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
valor menos os gastos de vender (corretores/ dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
negociantes); Verde.
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122 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido custos do contrato aos períodos contabilísticos em que
Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as o trabalho de construção seja executado. Esta Norma
Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap- usa os critérios de reconhecimento estabelecidos na Es-
tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as trutura Conceptual para determinar quando os réditos
Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International do contrato e os custos do contrato devam ser e gastos
Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de na demonstração dos resultados. Também proporciona
Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou- indicação prática sobre a aplicação destes critérios.
se a apresentação da documentação complementar ao
Âmbito (2)
diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para 2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização dos
Cabo Verde. contratos de construção nas demonstrações financeiras
das entidades contratadas.
Nestes termos,
Definições (3 a 6)
No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º
e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o 3. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
Governo da República de Cabo Verde através da Ministra com os significados especificados: Contrato de construção:
das Finanças e Administração Pública, o seguinte: é um contrato especificamente negociado para a constru-
ção de um activo ou de uma combinação de activos que
Artigo 1º estejam intimamente interrelacionados ou interdepen-
Aprovação dentes em termos da sua concepção, tecnologia e função
ou do seu propósito ou uso final. Contrato de «cost plus»: é
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 14 – Contratos um contrato de construção em que a entidade contratada
de construção do Sistema de Normalização Contabilísti- é reembolsada por custos permitidos ou de outra forma
co e Relato Financeiro e que se apresenta em anexo ao definidos mais uma percentagem destes custos ou uma
presente regulamento como parte integrante. remuneração fixada.
Artigo 2º Contrato de preço fixado: é um contrato de construção
Natureza em que a entidade contratada concorda com um preço
fixado ou com uma taxa fixada por unidade de «output»
A Norma de Relato Financeiro 14 – Contratos de cons- que, nalguns casos, está sujeito a cláusulas de custos
trução é parte integrante do Sistema de Normalização escalonados.
Contabilístico e Relato Financeiro para Cabo Verde
4. Um contrato de construção pode ser negociado para
Artigo 3º a construção de um activo único tal como uma ponte,
Entrada em vigor um edifício, uma barragem, um oleoduto, uma estrada,
um navio ou um túnel. Um contrato de construção pode
O presente Despacho Normativo entra em vigor na também tratar da construção de um número de activos
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que que estejam intimamente interrelacionados ou inter-
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re- dependentes em termos da sua concepção, tecnologia e
lato Financeiro. função ou do seu propósito ou uso final; entre os exem-
plos de tais contratos incluem-se os da construção de
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração
refinarias e de outras partes complexas de fábricas ou
Pública, 16 de Dezembro de 2008. A Ministra Cristina
de equipamentos.
Duarte.
5. Para os fins desta Norma, os contratos de construção
SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA E DE
RELATO FINANCEIRO incluem:
(a) Contratos para a prestação de serviços que este-
NORMA DE RELATO FINANCEIRO 14
jam directamente relacionados com a constru-
CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO ção do activo, por exemplo, os relativos a servi-
ços de gestores de projecto e arquitectos; e
Esta Norma de Relato Financeiro tem por base a Nor-
ma Internacional emitida pelo IASB sobre contratos de (b) Contratos para a destruição ou restauração de
construção activos e a restauração do ambiente após a
demolição de activos.
Objectivo (1)
6. Os contratos de construção são formulados de várias
1. O objectivo desta Norma de Relato Financeiro é o maneiras mas, para os fins desta Norma, são classificados
de prescrever o tratamento contabilístico de réditos e como contratos de preço fixado e contratos de «cost plus».
custos associados a contratos de construção. Por força Alguns contratos de construção podem conter caracte-
da natureza da actividade subjacente aos contratos de rísticas quer de um contrato de preço fixado quer de um
construção, a data em que a actividade do contrato é contrato de «cost plus» com um preço máximo acordado.
iniciada e a data em que a actividade é concluída caem Em tais circunstâncias, uma entidade contratada neces-
geralmente em períodos contabilísticos diferentes. Por sita considerar todas as condições dos parágrafos 23 e 24
isso, o assunto primordial na contabilização dos contratos a fim de determinar quando reconhecer réditos e gastos
de construção é a imputação do rédito do contrato e dos do contrato.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 123
Combinação e segmentação de contratos de 12. O rédito do contrato é mensurado pelo justo valor
construção (7 a 10) da retribuição recebida ou a receber. A mensuração do
rédito do contrato é afectada por uma variedade de in-
7. Os requisitos desta Norma são usualmente aplicados certezas que dependem do desfecho de acontecimentos
separadamente a cada contrato de construção. Porém, futuros. As estimativas necessitam muitas vezes de ser
em certas circunstâncias, é necessário aplicar a Norma a revistas á medida que os acontecimentos ocorram e as
componentes separadamente identificáveis de um único incertezas se resolvam. Por isso, a quantia do rédito do
contrato ou conjuntamente a um grupo de contratos afim contrato pode aumentar ou diminuir de um período para
de reflectir a substância de um contrato ou de um grupo o seguinte. Por exemplo:
de contratos.
(a) Uma entidade contratada e um cliente podem
8. Quando um contrato cobrir vários activos, a cons- acordar variações ou reivindicações que au-
trução de cada activo deve ser tratada como um contrato mentem ou diminuam o rédito do contrato num
de construção separado quando: período subsequente àquele em que o contrato
(a) Propostas separadas tenham sido submetidas foi inicialmente acordado;
para cada activo;
(b) A quantia de rédito acordada num contrato de
(b) Cada activo tenha sido sujeito a negociação preço fixado pode aumentar em consequência
separada e a entidade contratada e o cliente de cláusulas de custo escalonadas;
tenham estado em condições de aceitar ou
(c) A quantia de rédito do contrato pode diminuir
rejeitar a parte do contrato relacionada com
como consequência de penalidades provenien-
cada activo; e
tes de atrasos causados pela entidade contra-
(c) Os custos e réditos de cada activo possam ser tada na conclusão do contrato; ou
identificados.
(d) Quando um contrato de preço fixado envolve um
9. Um grupo de contratos, quer com um único cliente preço fixado por unidade de «output», o rédito
ou com vários clientes, deve ser tratado como um contrato do contrato aumenta á medida que a quanti-
de construção único quando: dade de unidades aumente.
(a) O grupo de contratos seja negociado como um 13. Uma variação é uma instrução dada pelo cliente para
pacote único; uma alteração no âmbito do trabalho a ser executado segun-
do o contrato. Uma variação pode conduzir a um aumento
(b) Os contratos estejam tão intimamente inter- ou a uma diminuição no rédito do contrato. Exemplos de
relacionados que sejam, com efeito, parte de variações são as alterações nas especificações ou na con-
um projecto único com uma margem de lucro cepção do activo e alterações na duração do contrato. Uma
global; e variação é incluída no rédito do contrato quando:
(c) Os contratos sejam executados simultaneamente (a) Seja provável que o cliente aprovará a variação
ou numa sequência contínua. e a quantia de rédito proveniente da variação;
10. Um contrato pode proporcionar a construção de e
um activo adicional por opção do cliente ou pode ser al- (b) A quantia de rédito possa ser fiavelmente men-
terado para incluir a construção de um activo adicional. surada.
A construção do activo adicional deve ser tratada como
um contrato de construção separado quando: 14. Uma reivindicação é uma quantia que a entidade
contratada procura cobrar do cliente ou de uma outra
(a) O activo difira significativamente na concepção, terceira parte como reembolso de custos não incluídos no
tecnologia ou função do activo ou activos co- preço do contrato. Uma reivindicação pode surgir de, por
bertos pelo contrato original; ou exemplo, demoras causadas por clientes, por erros nas
(b) O preço do activo seja negociado sem atenção ao especificações ou na concepção e de alterações discutidas
preço original do contrato. nos trabalhos do contrato. A mensuração da quantia de
rédito proveniente de reivindicações está sujeita a um
Rédito do contrato (11 a 15) alto nível de incerteza e depende muitas vezes do desfecho
das negociações. Por isso, as reivindicações somente são
11. O rédito do contrato deve compreender:
incluídas no rédito do contrato quando:
(a) A quantia inicial de rédito acordada no contrato;
(a) As negociações tenham atingido um estágio
e
avançado de tal forma que seja provável que
(b) Variações no trabalho, reclamações e pagamentos o cliente aceitará a reivindicação; e
de incentivos do contrato:
(b) A quantia que seja provável ser aceite pelo cliente
(i) até ao ponto que seja provável que resultem possa ser fiavelmente mensurada.
em rédito; e
15. Os pagamentos de incentivos são quantias adi-
(ii) estejam em condições de serem fiavelmente cionais pagas à entidade contratada se os níveis de
mensurados. desempenho especificados forem atingidos ou excedidos.
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Por exemplo, um contrato pode permitir um pagamento actividade de construção. Os gastos gerais de construção
de incentivos à entidade contratada pela conclusão do incluem custos tais como a preparação e processamento
contrato mais cedo. Os pagamentos de incentivos são de salários do pessoal de construção. Os custos que pos-
incluídos no rédito do contrato quando: sam ser atribuíveis à actividade do contrato em geral e
possam ser imputados a contratos específicos também
(a) O contrato esteja suficientemente adiantado que
incluem os custos de empréstimos obtidos quando a
seja provável que os níveis de execução especi-
entidade contratada adopte o tratamento alternativo
ficados serão atingidos ou excedidos; e
permitido na NRF 11-Custos de Empréstimos Obtidos.
(b) A quantia dos pagamentos de incentivos possa
19. Os custos que sejam especificamente debitáveis
ser fiavelmente mensurada.
ao cliente segundo os termos do contrato podem incluir
Custos do contrato (16 a 21) alguns custos gerais administrativos e custos de desen-
volvimento para os quais o reembolso esteja especificado
16. Os custos do contrato devem compreender:
nos termos do contrato.
(a) Os custos que se relacionem directamente com o
contrato específico; 20. Os custos que não possam ser atribuídos à activi-
dade do contrato ou que não lhe possam ser imputados
(b) Os custos que sejam atribuíveis à actividade do são excluídos dos custos de um contrato de construção.
contrato em geral e possam ser imputados ao Tais custos incluem:
contrato; e
(a) Custos administrativos gerais cujo reembolso
(c) Outros custos que sejam especificamente debitá- não esteja especificado no contrato;
veis ao cliente nos termos do contrato.
(b) Custos de vender;
17. Os custos que directamente se relacionem com um
contrato específico incluem: (c) Custos de pesquisa e desenvolvimento cujo reem-
bolso não esteja especificado no contrato; e
(a) Custos de mão-de-obra, incluindo supervisão;
(d) Depreciação de instalações e equipamentos
(b) Custos de materiais usados na construção;
ociosos que não sejam usados num contrato
(c) Depreciação de activos fixos tangíveis utilizados particular.
no contrato;
21. Os custos do contrato incluem os custos atribuíveis
(d) Custos de movimentar os activos fixos tangíveis a esse contrato no período que vai desde a data em que o
e os materiais para e do local do contrato; mesmo é assegurado até à sua conclusão final. Porém, os
custos que se relacionem directamente com um contrato
(e) Custos de alugar instalações e equipamentos;
e que sejam incorridos ao assegurar o contrato são tam-
(f) Custos de concepção e de assistência técnica bém incluídos como parte dos custos do contrato se eles
que estejam directamente relacionados com puderem ser separadamente identificados e mensurados
o contrato: fiavelmente e for provável que o contrato seja obtido.
Quando os custos incorridos ao assegurar o contrato
(g) Custos estimados de rectificar e garantir os
forem reconhecidos como um gasto do período em que
trabalhos, incluindo os custos esperados de
sejam incorridos, não são incluídos nos custos do contrato
garantia; e
quando o contrato for obtido num período subsequente.
(h) Reivindicações de terceiras partes.
Reconhecimento do rédito e dos gastos do con-
Estes custos devem ser reduzidos por qualquer ren- trato (22 a 35)
dimento inerente que não esteja incluído no rédito do
contrato, por exemplo, rendimento proveniente da venda 22. Quando o desfecho de um contrato de construção
de materiais excedentários e da alienação de instalações puder ser fiavelmente estimado, o rédito do contrato e os
e equipamentos no fim do contrato. custos do contrato associados ao contrato de construção
devem ser reconhecidos como rédito e gastos respectiva-
18. Compreendem-se nos custos que podem ser atribu- mente com referência à fase de acabamento da actividade
íveis à actividade do contrato em geral e que podem ser do contrato à data do balanço. Uma perda esperada no
imputados a contratos específicos: contrato de construção deve ser reconhecida imediata-
(a) Seguros; mente como um gasto de acordo com o parágrafo 36.
(b) Os custos de concepção e assistência técnica que 23. No caso de um contrato de preço fixado, o desfecho
não estejam directamente relacionados com de um contrato de construção pode ser fiavelmente es-
um contrato específico; e timado quando estiverem satisfeitas todas as condições
seguintes:
(c) Gastos gerais de construção.
(a) O rédito do contrato possa ser mensurado fia-
Tais custos são imputados usando métodos que sejam velmente;
sistemáticos e racionais e sejam aplicados consisten-
temente a todos os custos que tenham características (b) Seja provável que os benefícios económicos asso-
semelhantes. A imputação é baseada no nível normal de ciados ao contrato fluirão para a entidade;
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(c) Tanto os custos do contrato para o acabar como a 29. Uma entidade está geralmente em condições de
fase de acabamento do contrato na data do ba- fazer estimativas fiáveis após ter aceite um contrato
lanço possam ser fiavelmente mensurados; e que estabeleça:
(d) Os custos de contrato atribuíveis ao contrato pos- (a) Os direitos a cumprir por cada parte no que
sam ser claramente identificados e fiavelmente respeita ao activo a ser construído;
mensurados de forma que os custos reais do (b) A retribuição a ser trocada; e
contrato incorridos possam ser comparados
com estimativas anteriores. (c) A forma e o prazo de liquidação.
É também normalmente necessário que a entidade
24. No caso de um contrato de «cost plus», o desfecho
tenha um sistema eficaz de orçamentação e de relato
de um contrato de construção pode ser fiavelmente men-
financeiro. A entidade passa em revista e, quando ne-
surado quando estiverem satisfeitas todas as condições
cessário, revê as estimativas do rédito do contrato e dos
seguintes:
custos do contrato à medida que o trabalho progride. A
necessidade de tais revisões não indica necessariamente
(a) Seja provável que os benefícios económicos asso-
que o desfecho do contrato não possa ser estimado com
ciados ao contrato fluirão para a entidade; e
fiabilidade
(b) Os custos do contrato atribuíveis ao contrato, 30. A fase de acabamento de um contrato pode ser
quer sejam ou não reembolsáveis, possam determinada de várias maneiras. A entidade usa o mé-
ser claramente identificados e fiavelmente todo que mensure com fiabilidade o trabalho executado.
mensurados. Dependendo da natureza do contrato, os métodos podem
incluir:
25. O reconhecimento de rédito e de gastos com referên-
cia à fase de acabamento de um contrato é muitas vezes (a) A proporção em que os custos do contrato incor-
referido como o método da percentagem de acabamento. ridos no trabalho executado até à data estejam
Segundo este método, o rédito contratual é balanceado para os custos estimados totais do contrato;
com os gastos contratuais incorridos ao atingir a fase (b) Levantamentos do trabalho executado; e
de acabamento, resultando no relato de rédito, gastos e
lucros que possam ser atribuíveis à proporção de traba- (c) Conclusão de uma proporção física do trabalho
lho concluído. Este método proporciona informação útil contratado.
sobre a extensão de actividade e desempenho do contrato
Os pagamentos progressivos e os adiantamentos rece-
durante um período.
bidos dos clientes não reflectem muitas vezes o trabalho
executado.
26. Pelo método da percentagem de acabamento, o
rédito do contrato é reconhecido como rédito na demons- 31. Quando a fase de acabamento seja determinada
tração dos resultados nos períodos contabilísticos em que com referência aos custos do contrato incorridos até
o trabalho seja executado. Os custos do contrato são geral- à data, somente os custos do contrato que reflictam
mente reconhecidos como um gasto na demonstração dos trabalho executado são incluídos nos custos incorridos
resultados nos períodos contabilísticos em que o trabalho até à data. São exemplos de custos de contrato que são
com o qual se relacionam seja executado. Porém, qualquer excluídos:
excesso esperado dos custos totais do contrato sobre os
réditos totais do contrato é reconhecido imediatamente (a) Custos do contrato que se relacionem com a acti-
como um gasto de acordo com o parágrafo 36. vidade futura do contrato, tais como custos de
materiais que tenham sido entregues num lo-
27. Uma entidade contratada pode ter incorrido em cal do contrato ou postos de lado para uso num
custos do contrato que se relacionem com a actividade contrato mas não ainda instalados, usados ou
futura do contrato. Tais custos são reconhecidos como um aplicados durante a execução do contrato, a
activo desde que seja provável que sejam recuperados. menos que os materiais tenham sido produzi-
Tais custos representam uma quantia devida pelo cliente dos especificamente para o contrato; e
e muitas vezes são classificados como trabalho em curso (b) Pagamentos feitos a entidades subcontratadas
do contrato. adiantadamente a trabalho executado segundo
o subcontrato.
28. O desfecho de um contrato de construção só pode
ser estimado fiavelmente quando for provável que os 32. Quando o desfecho de um contrato de construção
benefícios económicos associados ao contrato fluirão para não possa ser estimado fiavelmente:
a entidade. Porém, quando surja uma incerteza acerca
(a) O rédito somente deve ser reconhecido até ao
da cobrabilidade de uma quantia já incluída no rédito
ponto em que seja provável que os custos do
do contrato, e já reconhecida na demonstração dos re-
contrato incorridos serão recuperáveis; e
sultados, a quantia não cobrável ou a quantia a respeito
da qual a recuperação tenha cessado de ser provável é (b) Os custos do contrato devem ser reconhecidos
reconhecida como um gasto e não como um ajustamento como um gasto no período em que sejam in-
da quantia do rédito do contrato. corridos.
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126 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
Uma perda esperada num contrato de construção deve Alterações nas estimativas (38)
ser reconhecida imediatamente como um gasto de acordo
com o parágrafo 36. 38. O método da percentagem de acabamento é aplicado
numa base acumulada em cada período contabilístico às
33. Durante as fases iniciais de um contrato dá-se muitas estimativas correntes de rédito do contrato e custos do
vezes o caso de o desfecho do contrato não poder ser contrato. Por isso, os efeitos de uma alteração na esti-
fiavelmente estimado. Não obstante, pode ser provável mativa no rédito do contrato e nos custos do contrato, ou
que a entidade recupere os custos incorridos do contrato. os efeitos de uma alteração na estimativa do desfecho de
Por isso, o rédito do contrato somente é reconhecido um contrato, são contabilizados como uma alteração na
até ao ponto dos custos incorridos que se espera serem estimativa contabilística (ver a NRF 3 - Políticas Con-
recuperáveis. Se o desfecho do contrato não puder ser tabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas
fiavelmente estimado, nenhum lucro é reconhecido.
e Erros). As estimativas alteradas são usadas na deter-
Porém, mesmo quando o desfecho do contrato não pos-
minação da quantia de rédito e de gastos reconhecidos
sa ser fiavelmente estimado, pode ser provável que os
na demonstração dos resultados no período em que a
custos totais do contrato excedam os réditos totais do
alteração seja feita e em períodos subsequentes.
contrato. Em tais casos, qualquer excesso esperado dos
custos totais do contrato sobre o rédito total do contrato
Divulgação (39 a 41)
é reconhecido imediatamente como um gasto de acordo
com o parágrafo 36. 39. Uma entidade deve divulgar:
34. Os custos do contrato cuja recuperação não seja
(a) A quantia do rédito do contrato reconhecida como
provável são reconhecidos imediatamente como um gasto.
rédito do período;
Exemplos das circunstâncias em que a recuperabilidade
dos custos do contrato incorridos pode não ser provável e (b) Os métodos usados para determinar o rédito do
em que os custos do contrato podem não ser reconhecidos
contrato reconhecido no período; e
como um gasto incluem contratos:
(a) Que não sejam inteiramente coagíveis, isto é, a (c) Os métodos usados para determinar a fase de
sua validade esteja seriamente em questão; acabamento dos contratos em curso.
(b) Cuja conclusão esteja sujeita ao desfecho de 40. Uma entidade deve divulgar o que se segue para
litígio ou de legislação pendente; os contratos em curso à data do balanço:
(c) Relacionados com propriedades que seja provável (a) A quantia agregada de custos incorridos e lucros
estarem em risco de perda ou expropriação; reconhecidos (menos perdas reconhecidas) até
à data;
(d) Em que o cliente não esteja em condições de
cumprir as suas obrigações; (b) A quantia de adiantamentos recebidos; e
(e) Em que a entidade contratada seja incapaz de
(c) A quantia de retenções.
completar o contrato ou de cumprir as suas
obrigações segundo o contrato. 41. Retenções são quantias de facturas progressivas
35. Quando já não existirem as incertezas que im- que só são pagas depois da satisfação das condições es-
pediram que fosse fiavelmente estimado o desfecho do pecificadas no contrato para o pagamento de tais quan-
contrato, o rédito e os gastos associados ao contrato de tias ou até que os defeitos tenham sido rectificados. As
construção devem ser reconhecidos de acordo com o pa- facturas progressivas por autos de medição são quantias
rágrafo 22 e não de acordo com o parágrafo 32. facturadas do trabalho executado de um contrato quer
tenham ou não sido pagas pelo cliente. Adiantamentos
Reconhecimento de perdas esperadas (36 e 37) são quantias recebidas pela entidade contratada antes
que o respectivo trabalho seja executado.
36. Quando for provável que os custos totais do contrato
excedam o rédito total do contrato, a perda esperada deve Data de eficácia (42)
ser reconhecida imediatamente como um gasto.
42. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
37. A quantia de tal perda é determinada indepen-
dentemente: primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
de 2009.
(a) De ter ou não começado o trabalho do contrato;
A Ministra Cristina Duarte
(b) Da fase de acabamento da actividade do con-
trato; ou –––––––
(c) Da quantia de lucros que se espere surjam nou- Despacho Normativo n.º 16/2008
tros contratos que não sejam tratados como um
contrato de construção único de acordo com o O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
parágrafo 9. dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 127
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração Empréstimos perdoáveis: são empréstimos em que o
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra Cristina emprestador se compromete a renunciar ao seu reembolso
Duarte sob certas condições acordadas.
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128 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
Governo: refere-se ao Governo, agências do Governo e 10. A maneira pela qual um subsídio é recebido não
organismos semelhantes sejam eles locais, nacionais ou afecta o método contabilístico a ser adoptado com respeito
internacionais. ao subsídio. Por conseguinte, um subsídio é contabilizado
da mesma maneira quer ele seja recebido em dinheiro
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser
quer como redução de um passivo para com o Governo.
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece-
doras e dispostas a isso, numa transacção em que não 11. Um empréstimo perdoável do Governo é tratado
exista relacionamento entre elas. como um subsídio do Governo quando haja segurança
Subsídios do Governo: são auxílios do Governo na razoável de que a entidade satisfará as condições de
forma de transferência de recursos para uma entidade perdão do empréstimo.
em troca do cumprimento passado ou futuro de certas 12. Uma vez que o subsídio do Governo seja reconhe-
condições relacionadas com as actividades operacionais cido, qualquer contingência relacionada será tratada de
da entidade. Excluem as formas de apoio do Governo às acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes
quais não possa razoavelmente ser-lhes dado um valor e e Activos Contingentes.
transacções com o Governo que não se possam distinguir
das transacções comerciais normais da entidade. 13. Os subsídios do Governo devem ser reconhecidos
Subsídios relacionados com activos: são subsídios do como rendimentos durante os períodos necessários para
Governo cuja condição primordial é a de que a entidade balanceá-los com os custos relacionados que se pretende
que a eles se propõe deve comprar, construir ou por qual- que eles compensem, numa base sistemática. Eles não
quer forma adquirir activos a longo prazo. Podem também devem ser directamente creditados ao capital próprio.
estar ligadas condições subsidiárias restringindo o tipo 14. É fundamental que os subsídios do Governo sejam
ou a localização dos activos ou dos períodos durante os reconhecidos na demonstração dos resultados numa base
quais devem ser adquiridos ou detidos. sistemática e racional durante os períodos contabilísticos
Subsídios relacionados com rendimentos: são subsídios necessários para balanceá-los com os custos relacionados.
do Governo que não sejam os que estão relacionados com O reconhecimento nos rendimentos dos subsídios do
activos. Governo na base de recebimentos não está de acordo
com o princípio contabilístico do acréscimo (ver NRF 1
5. O apoio do Governo assume muitas formas variando
— Apresentação de Demonstrações Financeiras) e tal só
quer na natureza da assistência dada quer nas condições
será aceitável se não existir qualquer outra base para
que estão geralmente ligadas a ele. O propósito dos apoios
imputar os subsídios a períodos, que não seja a de os
pode ser o de encorajar uma entidade a seguir um certo
imputar aos períodos em que são recebidos.
rumo que ela normalmente não teria tomado se o apoio
não fosse proporcionado. 15. Na maior parte dos casos os períodos durante os
6. A aceitação de apoio do Governo por uma entidade quais uma entidade reconhece os custos ou gastos rela-
pode ser significativa para a preparação das demonstra- cionados com um subsídio do Governo são prontamente
ções financeiras por duas razões. Primeira, porque se os determináveis e, por conseguinte, os subsídios associados
recursos tiverem sido transferidos, deve ser encontrado ao reconhecimento de gastos específicos são reconheci-
um método apropriado de contabilização para a transfe- dos como rédito no mesmo período do gasto relaciona-
rência. Segunda, porque é desejável dar uma indicação do. Semelhantemente, os subsídios relacionados com
da extensão pela qual a entidade beneficiou de tal apoio activos depreciáveis são geralmente reconhecidos como
durante o período de relato. Isto facilita as comparações rendimento durante os períodos e na proporção em que
das demonstrações financeiras da entidade com as de a depreciação desses activos é reconhecida.
períodos anteriores e com as de outras entidades.
16. Os subsídios relacionados com activos não depreci-
7. Os subsídios do Governo são algumas vezes deno- áveis podem também requerer o cumprimento de certas
minados por outros nomes, como por exemplo, dotações, obrigações e serão então reconhecidos como rendimento
subvenções ou prémios. durante os períodos que suportam o custo de satisfazer
as obrigações. Como exemplo, temos que um subsídio de
Subsídios do Governo (8 a 26)
terrenos pode ser condicionado pela construção de um
8. Os subsídios do Governo, incluindo subsídios não edifício no local, podendo ser apropriado reconhecê-lo
monetários pelo justo valor, só devem ser reconhecidos como rendimento durante a vida do edifício.
após existir segurança de que:
17. Os subsídios são algumas vezes recebidos como um
(a) A entidade cumprirá as condições a eles asso- pacote de ajudas financeiras ou fiscais a que estão asso-
ciadas; e ciadas um certo número de condições. Em tais casos, é
(b) Os subsídios serão recebidos. necessário cuidado na identificação das condições que dão
origem aos custos e gastos que determinam os períodos
9. Um subsídio do Governo não é reconhecido, até que durante os quais o subsídio será obtido. Pode ser apro-
haja segurança razoável de que a entidade cumprirá as priado imputar parte de um subsídio numa determinada
condições a ele associadas, e que o subsídio será recebi- base e parte numa outra.
do. O recebimento de um subsídio não proporciona ele
próprio prova conclusiva de que as condições associadas 18. Um subsídio do Governo que se torne recebível
ao subsídio tenham sido ou serão cumpridas. como compensação por gastos ou perdas já incorridos
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ou para a finalidade de dar suporte financeiro imediato reembolso de um subsídio relacionado com rendimentos
à entidade sem qualquer futuro custo relacionado deve ou relacionado com activos deve ser aplicado em primei-
ser reconhecido como rendimento do período em que se ro lugar em contrapartida de qualquer crédito diferido
tornar recebível. não amortizado registado com respeito ao subsídio. Na
medida em que o reembolso exceda tal crédito diferido,
19. Em algumas circunstâncias, um subsídio do Governo ou quando não exista crédito diferido, o reembolso deve
pode ser concedido para a finalidade de dar suporte ser reconhecido imediatamente como um gasto.
financeiro imediato a uma entidade e não como um
incentivo para levar a cabo dispêndios específicos. Tais Apoio do Governo (27 a 31)
subsídios podem ser limitados a uma entidade individu- 27. Certas formas de apoio do Governo que não possam
al e podem não estar disponíveis para toda uma classe ter um valor razoavelmente atribuído são excluídas da
de beneficiários. Estas circunstâncias podem garantir definição de apoio do Governo dada no parágrafo 4, as-
o reconhecimento de um subsídio como rendimento no sim como as transacções com o Governo que não possam
período em que a entidade se qualificar para o receber, ser distinguidas das operações comerciais normais da
com a divulgação necessária para assegurar que o seu entidade.
efeito seja claramente compreendido.
28. São exemplos de apoio que não podem de uma ma-
20. Um subsídio do Governo pode tornar-se recebível neira razoável ter valor atribuído os conselhos técnicos e
por uma entidade como compensação por gastos ou per- de comercialização gratuitos e a concessão de garantias.
das incorridos num período anterior. Um tal subsídio é Um exemplo de apoio que não pode ser distinguido das
reconhecido como rendimento do período em que se tornar operações comerciais normais da entidade é o da política
recebível, com a divulgação necessária para assegurar de aquisições do Governo a qual seja responsável por
que o seu efeito seja claramente compreendido. parte das vendas da entidade. A existência do benefício
pode ser indiscutível mas qualquer tentativa de segregar
Subsídios do Governo não monetários (21) as actividades comerciais das do apoio do Governo pode
21. Um subsídio do Governo pode tomar a forma de muito bem ser arbitrária.
transferência de um activo não monetário, tal como ter- 29. O significado do benefício nos exemplos atrás pode
renos ou outros recursos, para uso da entidade. Nestas ser tal que a divulgação da natureza, extensão e duração
circunstâncias é usual avaliar o justo valor do activo não do apoio seja necessária a fim de que as demonstrações
monetário e contabilizar quer o subsídio quer o activo por financeiras não sejam enganosas.
esse justo valor. Caso este não possa ser determinado
30. Os empréstimos sem juros ou a taxas de juros bai-
com fiabilidade, tanto o activo como o subsídio serão de
xos são uma forma de apoio do Governo, mas o benefício
registar por uma quantia nominal.
não é quantificado pela imputação de juros.
Apresentação de subsídios relacionados com 31. Para efeitos da presente Norma, o apoio do Governo
activos (22 a 24) não inclui o fornecimento de infra-estruturas através
da melhoria da rede de transportes e de comunicações
22. Os subsídios do Governo relacionados com activos,
gerais e o fornecimento de meios melhorados tais como
incluindo os subsídios não monetários pelo justo valor,
irrigação ou rede de águas que fiquem disponíveis numa
devem ser apresentados no balanço tomando o subsídio
base contínua e indeterminada para o benefício de toda
como rendimento diferido.
uma comunidade local.
23. Deve considerar-se o subsídio como rendimento Divulgação (32)
diferido, sendo reconhecido numa base sistemática e
racional durante a vida útil do activo. 32. Devem ser divulgados os assuntos seguintes:
(a) A política contabilística adoptada para os sub-
24. A compra de activos e o recebimento dos subsídios
sídios do Governo, incluindo os métodos de
relacionados pode causar movimentos importantes no
apresentação adoptados nas demonstrações
fluxo de caixa de uma entidade. Por esta razão, e a fim
financeiras;
de mostrar o investimento bruto em activos, tais movi-
mentos devem ser divulgados como itens separados na (b) A natureza e extensão dos subsídios do Governo
demonstração de fluxos de caixa. reconhecidos nas demonstrações financeiras
e indicação de outras formas de apoio do Go-
Apresentação de subsídios relacionados com verno de que a entidade tenha directamente
rendimentos (25) beneficiado; e
25. Os subsídios relacionados com rendimentos devem (c) Condições não satisfeitas e outras contingências
ser apresentados separadamente como tal na demonstra- ligadas ao apoio do Governo que tenham sido
ção dos resultados. reconhecidas.
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O presente Despacho Normativo entra em vigor na 4. Muitos dos contratos para comprar ou vender itens
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que não financeiros tais como mercadorias (commodity),
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re- outros inventários, propriedades ou equipamentos são
lato Financeiro. excluídos da presente norma porque não são instru-
mentos financeiros. Porém, alguns contratos são subs-
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração tancialmente idênticos a instrumentos financeiros na
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra, Cristina medida em que (i) possam ser liquidados pela entrega
Duarte. de instrumentos financeiros ao invés de activos não fi-
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nanceiros ou (ii) contenham termos não relacionados com Compromisso firme: é um acordo vinculativo para
compra ou venda de itens não financeiros no âmbito da a troca de uma quantidade especificada de recursos a
actividade normal da entidade. Assim, esta norma deve um preço especificado numa data ou em datas futuras
ser aplicada a tais contratos de compra ou venda de itens especificadas.
não financeiros que:
Custo amortizado de um activo financeiro ou de um
(a) Possam ser liquidados, de forma compensada, passivo financeiro: é a quantia pela qual o activo finan-
em dinheiro ou outro activo financeiro, ou pela ceiro ou o passivo financeiro é mensurado no reconheci-
troca de instrumentos financeiros, como se o mento inicial, menos os reembolsos de capital, mais ou
contrato fosse instrumento financeiro, com ex- menos a amortização cumulativa, usando o método do
cepção dos contratos que tenham sido celebra- juro efectivo, de qualquer diferença entre essa quantia
dos com o propósito de entrega ou recepção de inicial e a quantia na maturidade, e menos qualquer re-
itens não financeiros em conformidade com a dução (directamente ou por meio do uso de uma conta de
respectiva expectativa da entidade de comprar, abatimento) quanto à imparidade ou incobrabilidade.
vender ou utilizar o referido item;
Custos de transacção: são custos incrementais que
(b) Embora excluídos do âmbito da anterior alínea, sejam directamente atribuíveis à aquisição, emissão ou
resultem numa perda para o comprador ou alienação de um activo ou passivo financeiro. Um custo
vendedor na sequência dos termos do contrato incremental é aquele que não seria incorrido se a entidade
que não esteja relacionada com não tivesse adquirido, emitido ou alienado o instrumento
(i) alterações no preço do item não financeiro, financeiro.
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líquido numa unidade operacional estrangeira que. (a) 8. Uma entidade deve reconhecer instrumentos de ca-
expõe a entidade ao risco de alterações no justo valor pital próprio no capital próprio quando a entidade emite
ou nos fluxos de caixa futuros; (b) foi designado como tais instrumentos e os subscritores fiquem obrigados a
estando coberto. pagar dinheiro ou entregar qualquer outro recurso em
troca dos referidos instrumentos de capital próprio. Se
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece- os instrumentos de capital próprio forem emitidos antes
doras e dispostas a isso, numa transacção em que não dos recursos serem proporcionados a entidade deve apre-
exista relacionamento entre elas. sentar a quantia a receber como dedução ao capital pró-
prio e não como activo. Se os recursos ou dinheiro forem
Método do juro efectivo: é um método de calcular o recebidos antes da emissão de acções e a entidade não
custo amortizado de um activo financeiro ou de um pas- poder ser obrigada a devolver tais recursos ou dinheiro, a
sivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou de entidade deve reconhecer um aumento de capital próprio
passivos financeiros) e de imputar o rendimento dos juros
até ao limite da quantia recebida.
ou o gasto dos juros durante o período relevante. A taxa
de iuro efectiva é a taxa que desconta exactamente os Na medida em que as acções sejam subscritas mas
pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados nenhum dinheiro ou outro recurso tenha sido recebido,
durante a vida esperada do instrumento financeiro ou, nenhum aumento de capital próprio deverá ser reco-
quando apropriado, um período mais curto na quantia nhecido.
escriturada líquida do activo financeiro ou do passivo
financeiro. 9. Se uma entidade adquirir ou readquirir os seus
próprios instrumentos de capital próprio, esses instru-
Passivo financeiro: é qualquer passivo que seja:
mentos (“acções próprias”) devem ser reconhecidos como
(a) Uma obrigação contratual: dedução ao capital próprio. A quantia a reconhecer deve
ser o justo valor da retribuição paga pelos respectivos
(i) De entregar dinheiro ou outro activo financeiro
instrumentos de capital próprio. Uma entidade não deve
a uma outra entidade; ou
reconhecer qualquer ganho ou perda na demonstração
(ii) De trocar activos financeiros ou passivos de resultados decorrente de qualquer compra, venda
financeiros com outra entidade em condições emissão ou cancelamento de acções próprias.
que sejam potencialmente desfavoráveis para
a entidade; ou 10. No caso da entidade emitente ficar obrigada ou
sujeita a uma obrigação de entregar dinheiro, ou qual-
(b) Um contrato que seja ou possa ser liquidado em quer outro activo, por contrapartida de instrumentos de
instrumentos de capital próprio da própria
capital próprio emitidos pela entidade, o valor presente
entidade e que seja:
da quantia a pagar deverá ser inscrito no passivo por
(i) Um não derivado para o qual a entidade esteja contrapartida de capital próprio. Caso cesse tal obrigação
ou possa estar obrigada a entregar um número e não seja concretizado o referido pagamento, a entidade
variável de instrumentos de capital próprio da deverá reverter a quantia inscrita no passivo por contra-
própria entidade; ou partida de capital próprio.
(ii) Um derivado que seja ou possa ser liquidado Mensuração (11 a 22)
de forma diferente da troca de uma quantia fixa
em dinheiro ou outro activo financeiro por um 11. Nos termos da presente norma, todos os activos e
número fixo dos instrumentos de capital pró- passivos financeiros são mensurados, em cada data de
prio da própria entidade. Para esta finalidade, relato, quer:
os instrumentos de capital próprio da própria
entidade não incluem instrumentos que sejam (a) Ao custo ou custo amortizado menos qualquer
eles próprios contratos para futuro recebimento perda por imparidade; ou
ou entrega dos instrumentos de capital próprio
(b) Ao justo valor com as alterações de justo valor a ser
da própria entidade.
reconhecidas na demonstração de resultados.
Transacção prevista: é uma transacção futura não
comprometida mas antecipada. 12. Uma entidade deve mensurar os seguintes ins-
trumentos financeiros ao custo ou ao custo amortizado
Reconhecimento (6 a 10) menos perda por imparidade:
6. Uma entidade deve reconhecer um activo financei- (a) Instrumentos que satisfaçam as condições de-
ro, um passivo financeiro ou um instrumento de capital finidas no parágrafo 13 (tais como clientes,
próprio apenas quando a entidade se torne uma parte fornecedores, contas a receber, contas a pagar
das disposições contratuais do instrumento. ou empréstimos bancários) e que a entidade de-
7. Uma entidade não deve incluir os custos de transacção signe, no momento do seu reconhecimento ini-
na mensuração inicial do activo ou passivo financeiro cial, para ser mensurado ao custo amortizado
que seja mensurado ao justo valor com contrapartida (utilizando o método da taxa de juro efectiva)
em resultados. menos qualquer perda por imparidade;
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(b) Contratos para conceder ou contrair empréstimos 15. Uma entidade deve mensurar ao justo valor todos
que: os instrumentos financeiros que não sejam mensurados
ao custo ou ao custo amortizado nos termos do parágrafo
(i) não possam ser liquidados em base líquida,
12 com contrapartida em resultados.
(ii) quando executados, se espera que reúnam
as condições para reconhecimento ao custo ou 16. Exemplos de instrumentos financeiros que sejam
ao custo amortizado menos perdas por impa- mensurados ao justo valor através de resultados:
ridade, e (a) Investimentos em instrumentos de capital próprio
(iii) a entidade designe, no momento do reconheci- com cotações divulgadas publicamente, uma vez
mento inicial, para serem mensurados ao custo que o parágrafo 12 (c) define a mensuração ao
menos perdas por imparidade; custo apenas para os restantes casos;
(c) Instrumentos de capital próprio que não sejam (b) Derivados que não sejam sobre instrumentos de
negociados publicamente e cujo justo valor não capital próprio que satisfaçam o parágrafo 12
possa ser obtido de forma fiável, bem como (c) ou que fixem uma taxa de câmbio de uma
contratos ligados a tais instrumentos que, se conta a receber ou a pagar conforme referido
executados, resultem na entrega de tais ins- no parágrafo 14 (d);
trumentos, os quais devem ser mensurados ao
custo menos perdas por imparidade. (c) Instrumentos de dívida perpétua ou obrigações
convertíveis;
13. Um instrumento financeiro pode ser designado, nos
termos do parágrafo 12(a), para ser mensurado ao custo (d) Activos financeiros ou passivos financeiros clas-
amortizado se satisfizer todas as seguintes condições: sificados como detidos para negociação. Um
activo financeiro ou um passivo financeiro é
(a) Seja à vista ou tenha uma maturidade definida; classificado como detido para negociação se for:
(b) Os retornos para o seu detentor sejam (i) de
(i) adquirido ou incorrido principalmente para a
montante fixo, (ii) de taxa de juro fixa duran-
finalidade de venda ou de recompra num prazo
te a vida do instrumento ou de taxa variável
que seja um indexante típico de mercado para muito próximo;
operações de financiamento (como por exemplo (ii) parte de uma carteira de instrumentos finan-
a Euribor) ou que inclua um spread sobre esse ceiros identificados que sejam geridos em con-
mesmo indexante; junto e para os quais exista evidência de terem
(c) Não contenha nenhuma cláusula contratual que recentemente proporcionado lucros reais.
possa resultar para o seu detentor em perda do 17. Uma entidade não deve alterar a sua política de
valor nominal e do juro acumulado (excluindo- mensuração subsequente de um activo ou passivo fi-
se os casos típicos de risco de crédito).
nanceiro enquanto tal instrumento for detido, seja para
14. Exemplos de instrumentos que são mensurados ao passar a usar o modelo do justo valor, seja para deixar
custo ou ao custo amortizado: de usar esse método.
(a) Clientes e outras contas a receber ou pagar, bem 18. Se deixar de estar disponível uma mensuração fiá-
como empréstimos bancários, uma vez que vel do justo valor para um instrumento de capital próprio
satisfazem tipicamente as condições previstas mensurado ao justo valor, a quantia escriturada do justo
no parágrafo 13; valor torna-se, à data da transição, a quantia de custo
(b) Investimentos em obrigações não convertíveis; para efeitos da adopção do modelo do custo amortizado.
(c) Um derivado (contrato ou direito a adquirir numa 19. Uma entidade deve mensurar os instrumentos de
data futura) sobre instrumentos de capital pró- capital próprio emitidos pelo dinheiro recebido ou pelo
prio cujo justo valor não possa ser mensurado justo valor dos recursos recebidos ou a receber: Se o paga-
fiavelmente; mento for diferido e o valor temporal do dinheiro for signi-
(d) Contas a receber ou a pagar em moeda estran- ficativo, a mensuração inicial deve ser o valor presente da
geira, uma vez que satisfaçam tipicamente as quantia a receber. Todos os custos associados à emissão
condições previstas no parágrafo 13. Porém, de instrumentos de capital próprio devem ser deduzidos
qualquer alteração no montante a pagar ou a à quantia inscrita no respectivo capital próprio.
receber devido a alterações cambiais é reconhe- 20. Na emissão de instrumentos compostos, como se-
cida na demonstração de resultados, excepto jam instrumentos de dívida com opção de conversão ou
se a taxa de câmbio estiver garantida, podendo
obrigações com warrant ou qualquer outro instrumento
utilizar-se a referida taxa de câmbio;
que combine instrumentos de capital próprio com pas-
(e) Empréstimos a subsidiárias ou associadas que sivos financeiros, uma entidade deve alocar a quantia
sejam exigíveis, uma vez que satisfaçam as recebida entre as respectivas componentes. Para tal
condições previstas no parágrafo 13; imputação, uma entidade deve primeiro determinar a
(f) Um instrumento de dívida que seja imediatamente quantia da componente do passivo financeiro como sendo
exigível se o emitente incumprir o pagamento o justo valor do passivo financeiro similar que não tenha
de juro ou de amortização de dívida (tais associado nenhuma componente de capital próprio. A
cláusulas não violam as condições definidas entidade deve imputar a quantia residual à componente
no parágrafo 13). de capital próprio.
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21. Uma entidade não deve reverter tal imputação em Mensuração (27)
qualquer período subsequente.
27. O montante de perda por imparidade deverá ser
22. Em períodos subsequentes à emissão, uma entidade mensurado da seguinte forma:
deve reconhecer sistematicamente qualquer diferença
(a) Para um instrumento mensurado ao custo amor-
entre a componente de passivo e a quantia nominal a
tizado, nos termos do parágrafo 12(a), a perda
pagar, à data da maturidade, como gastos de juro utili-
por imparidade é a diferença entre a quantia
zando o método da taxa de juro efectiva.
escriturada e o valor presente (actual) dos flu-
Imparidade (23 a 29) xos de caixa estimados descontados à taxa de
juro original efectiva do activo financeiro; e
Reconhecimento (23 a 26)
(b) Para instrumentos de capital próprio, compro-
23. À data de cada período de relato financeiro, uma missos de empréstimo e opções mensuradas ao
entidade deve avaliar a imparidade de todos os activos custo, nos termos dos parágrafos 12 (b) e 12(c),
financeiros que não sejam mensurados ao justo valor a perda por imparidade é a diferença entre a
através de resultados. Se existir uma evidência objectiva quantia escriturada e a melhor estimativa de
de imparidade, a entidade deve reconhecer uma perda justo valor do referido activo.
por imparidade na demonstração de resultados.
Reversão (28 e 29)
24. Evidência objectiva de que um activo financeiro
ou um grupo de activos está em imparidade inclui dados 28. Se, num período subsequente, a quantia de perda
observáveis que chamem a atenção ao detentor do activo por imparidade diminuir e tal diminuição possa estar
sobre os seguintes eventos de perda: objectivamente relacionada com um evento ocorrido
após o reconhecimento da imparidade (como por exemplo
(a) Significativa dificuldade financeira do emitente uma melhoria na notação de risco do devedor) a entidade
ou devedor; deve reverter a imparidade anteriormente reconhecida.
A reversão não poderá resultar numa quantia escritu-
(b) Quebra contratual, tal como não pagamento rada do activo financeiro que exceda aquilo que seria o
ou incumprimento no pagamento do juro ou custo amortizado do referido activo, caso a perda por
amortização da dívida; imparidade não tivesse sido anteriormente reconhecida.
(c) O credor, por razões económicas ou legais relacio- A entidade deve reconhecer a quantia da reversão na
nados com a dificuldade financeira do devedor, demonstração de resultados.
oferece ao devedor concessões que o credor de 29. A reversão de imparidade em instrumentos de
outro modo não consideraria; capital próprio é proibida.
(d) Torne-se provável que o devedor irá entrar em Desreconhecimento de activos financeiros (30 a 32)
falência ou qualquer outra reorganização
financeira; 30. Uma entidade deve desreconhecer um activo finan-
ceiro apenas quando:
(e) O desaparecimento de um mercado activo para o
activo financeiro devido a dificuldades finan- (a) Os direitos contratuais aos fluxos de caixa resul-
ceiras do devedor; tantes do activo financeiro expiram; ou
(f) Informação observável indicando que existe uma (b) A entidade transfere para outra parte todos os
diminuição na mensuração da estimativa dos riscos significativos e benefícios relacionados
fluxos de caixa futuros de um grupo de activos com o activo financeiro; ou
financeiros desde o seu reconhecimento inicial, (c) A entidade, apesar de reter alguns riscos sig-
embora a diminuição não possa ser ainda nificativos e benefícios relacionados com o
identificada para um dado activo financeiros activo financeiro, tenha transferido o controlo
individual do grupo, tal como sejam condições do activo para uma outra parte e esta tenha
económicas nacionais, locais ou sectoriais a capacidade prática de vender o activo na
adversas. sua totalidade a uma terceira parte não re-
25. Outros factores poderão igualmente evidenciar im- lacionada e a possibilidade de exercício dessa
paridade, incluindo alterações significativas com efeitos capacidade unilateralmente sem necessidade
adversos que tenham ocorrido no ambiente tecnológico, de de impor restrições adicionais à transferência.
mercado, económico ou legal em que o emitente opere. Se tal for o caso a entidade deve:
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justos valores à data da transferência. Os direitos e obri- futura de transacção de compra ou de venda
gações criados de novo devem ser mensurados ao justo de mercadorias que tenham preços de mercado
valor àquela data. Qualquer diferença entre a retribuição determináveis; ou
recebida e o montante reconhecido e desreconhecido nos (d) Exposição de risco cambial no investimento lí-
termos do presente parágrafo deverá ser incluída na de- quido de uma operação no estrangeiro.
monstração de resultados do período da transferência.
Cobertura de risco de taxa de juro fixa ou de
32. Se a transferência não resultar num desreconheci- risco de preços de mercadorias para mercadorias
mento, uma vez que a entidade reteve significativamente detidas (37 a 40)
os riscos e benefícios de posse do activo transferido, a en-
37. Se as condições de qualificação forem satisfeitas e a
tidade deve continuar a reconhecer o activo transferido de
cobertura de risco for para fazer face a uma exposição a
forma integral e deverá reconhecer um passivo financeiro
taxa de juro fixa de um instrumento de dívida mensurado
pela retribuição recebida. Nos períodos subsequentes,
ao custo amortizado ou de risco de preço de mercadoria
a entidade deve reconhecer qualquer rendimento no
de uma mercadoria detida, a entidade deve:
activo transferido e qualquer gasto incorrido no passivo
financeiro. (a) Reconhecer o instrumento de cobertura como
um activo ou passivo à data do balanço e as
Desreconhecimento de passivos financeiros (33) alterações no justo valor na demonstração de
33. Uma entidade deve desreconhecer um passivo resultados;
financeiro (ou parte de um passivo financeiro) apenas (b) Reconhecer a alteração no justo valor do item
quando este se extinguir, isto é, quando a obrigação coberto, relacionada com o risco coberto, na
estabelecida no contrato seja liquidada, cancelada ou demonstração de resultados e como um ajusta-
expirada. mento à quantia escriturada do item coberto.
Contabilização da cobertura (34 a 43) 38. Se o risco coberto for o risco de taxa de juro fixa de
um activo ou passivo mensurado ao custo amortizado, a
34. Uma entidade poderá designar uma relação de entidade deve reconhecer as liquidações periódicas, em
cobertura entre um instrumento de cobertura e um ins- base líquida, no instrumento de cobertura, na demons-
trumento coberto de tal forma que se qualifique como tração de resultados do período a que as liquidações
contabilização da cobertura. Se os critérios estabelecidos respeitem.
forem cumpridos, a contabilização da cobertura permite
que o ganho ou perda no instrumento de cobertura e no 39. A entidade deve descontinuar a contabilização da
instrumento coberto seja reconhecido na demonstração cobertura se:
de resultados simultaneamente. (a) O instrumento de cobertura expirar, for vendido
ou termine;
35. Para a qualificação da contabilização da cobertu-
ra, estabelecida na presente norma, uma entidade deve (b) A cobertura deixe de satisfazer as condições para
cumprir com todas as seguintes condições: a contabilização da cobertura;
(c) A entidade revogue a designação.
(a) Designe e documente a relação de cobertura de tal
forma que o risco coberto, o item de cobertura 40. Se a contabilização da cobertura for descontinuada
e o item coberto estejam claramente identifi- e o instrumento coberto for um activo ou passivo mensu-
cados e que o risco do item coberto seja o risco rado ao custo amortizado que não seja desreconhecido,
para que esteja a ser efectuada a cobertura qualquer ganho ou perda reconhecido como ajustamen-
com o instrumento de cobertura; to à quantia escriturada do activo coberto deverá ser
amortizado na demonstração de resultados durante a
(b) O risco a cobrir seja um dos riscos estabelecidos vida remanescente do instrumento coberto, utilizando o
no parágrafo seguinte; e método da taxa de juro original efectiva.
(c) A entidade espera que as alterações no justo valor Cobertura do risco de variabilidade da taxa de
ou fluxos de caixa no item coberto, atribuíveis juro, risco cambial, risco de preço de mercadorias
ao risco que estava a ser coberto, compensará no âmbito de um compromisso ou de elevada proba-
praticamente as alterações de justo valor ou bilidade de transacção futura ou de investimento
fluxos de caixa do instrumento de cobertura. líquido numa operação estrangeira (41 a 43)
36. Esta Norma permite a contabilização da cobertura 41. Se as condições de qualificação forem satisfeitas e
somente para: a cobertura de risco respeitar à exposição à variabilidade
na taxa de juro de um instrumento de dívida mensurado
(a) Risco de taxa de juro de um instrumento de dívida
ao custo amortizado, a entidade deve:
mensurado ao custo amortizado;
(a) Reconhecer as alterações no justo valor do instru-
(b) Risco de câmbio num compromisso firme ou numa mento de cobertura directamente em capital
transacção de elevada probabilidade futura, próprio; e
sem prejuízo do disposto no parágrafo 14(d);
(b) Subsequentemente, deverá reconhecer as liqui-
(c) Exposição a risco de preço em mercadorias que dações periódicas em base líquida na demons-
sejam detidas ou abrangidas por um compro- tração de resultados no período em que as
misso firme ou por uma elevada probabilidade liquidações em base líquida ocorram.
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Divulgação de políticas contabilísticas utiliza- (b) A natureza dos riscos e benefícios de detenção a
das em instrumentos financeiros (44) que a entidade continue exposta;
44. Uma entidade deve divulgar as bases de mensura- (c) As quantias escrituradas dos activos e de quais-
ção utilizadas para os instrumentos financeiros e outras quer passivos associados que a entidade con-
políticas contabilísticas utilizadas para a contabilização tinue a reconhecer.
de instrumentos financeiros que sejam relevantes para
Colateral (49)
a compreensão das demonstrações financeiras.
49. Quando uma entidade tenha dado em garantia ou
Balanço — categorias de activos e passivos finan-
penhor activos como colateral de passivos ou passivos
ceiros (45 a 47)
contingentes, deverá divulgar:
45. Uma entidade deve divulgar a quantia escriturada
(a) A quantia escriturada dos activos financeiros
de cada uma das categorias de activos financeiros e pas-
dados em garantia, em penhor ou promessa
sivos financeiros, no total e para cada um dos tipos sig-
de penhor como colateral; e
nificativos de activos e passivos financeiros de entre cada
categoria, quer seja na face do balanço ou no anexo: (b) Os termos e condições relativos à garantia, pe-
nhor ou promessa de penhor.
(a) Activos financeiros mensurados ao justo valor
por contrapartida em resultados; Incumprimentos em empréstimos obtidos (50 e 51)
(b) Activos financeiros mensurados ao custo amor- 50. Para empréstimos contraídos reconhecidos à data
tizado menos imparidade; do balanço, uma entidade deve divulgar:
(c) Instrumentos de capital próprio mensurados ao (a) Detalhe de qualquer incumprimento no decurso
custo; do período relativo a amortização, juro, procura
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de fundos ou nos termos da conversão de tais 54. Para cobertura de risco de taxa de juro fixa ou risco
empréstimos que permitam ao credor exigir o de preço de mercadorias numa cobertura de bens detidos,
pagamento à data do balanço; a entidade deve divulgar:
(b) A quantia escriturada de empréstimos a pagar (a) A quantia de alteração no justo valor do instru-
em incumprimento à data do balanço; mento de cobertura reconhecida na demons-
tração de resultados;
(c) Em que medida o incumprimento tenha sido sa-
nável, ou os termos do pagamento tenham sido (b) A quantia de alteração no justo valor dos elemen-
renegociados, antes das demonstrações finan- tos cobertos reconhecida na demonstração de
ceiras terem sido autorizadas para emissão. resultados.
55. Para cobertura do risco de taxa de juro variável, ris-
51. Se, durante o período, tiver ocorrido incumprimento co de taxa de câmbio, risco de preço de mercadorias num
dos termos de contratos de empréstimo além dos referidos compromisso firme ou numa transacção futura de elevada
no parágrafo anterior, a entidade deve divulgar a mesma probabilidade, ou num investimento líquido numa ope-
informação exigida no referido parágrafo se tais incum- ração no estrangeiro a entidade deve divulgar:
primentos permitirem ao credor exigir um pagamento
acelerado (a não ser que os incumprimentos tenham sido (a) Os períodos em seja expectável que os fluxos
sanados, ou os termos do compromisso renegociados, até de caixa ocorram e os períodos em que seja
à data do balanço). expectável que afectem os resultados;
(b) A descrição de qualquer transacção futura para
Demonstração de resultados e capital próprio
a qual a contabilização da cobertura tenha
— elementos de rendimentos, gastos, ganhos e per-
sido previamente utilizada mas que já não se
das (52)
espera mais que a transacção ocorra;
52. Uma entidade deve divulgar os seguintes elemen- (c) A quantia resultante da alteração de justo va-
tos do rendimento, gasto, ganhos ou perdas na face das lor de instrumentos de cobertura que tenha
demonstrações financeiras ou no anexo: sido reconhecida no capital próprio durante
o período;
(a) Os ganhos líquidos e as perdas líquidas reco-
nhecidas de: (d) A quantia que tenha sido removida do capital
próprio e reconhecida no resultados do período,
(i) Activos financeiros mensurados ao justo valor evidenciando a quantia incluída em cada uma
por contrapartida em resultados; das linhas da demonstração de resultados.
(ii) Passivos financeiros ao justo valor por con- Instrumentos de capital próprio (56 a 58)
trapartida em resultados;
56. As sociedades anónimas devem divulgar o número
(iii) Activos financeiros mensurados ao custo de acções representativas do capital social da entidade,
amortizado menos imparidade; e as respectivas categorias e o seu valor nominal.
57. As sociedades anónimas devem divulgar, para cada
(iv) Passivos financeiros mensurados ao custo
classe de acções, uma reconciliação entre o número de
amortizado;
acções em circulação no início e no fim do período. Em tal
(b) Total de rendimento de juros e total de gasto de reconciliação, a entidade deve identificar separadamente
juros (calculado utilizado o método da taxa de cada tipo de alterações verificadas no período, incluído
juro efectiva) para activos e passivos financei- novas emissões, exercício de opções, direitos e warrants,
ros que não sejam mensurados ao justo valor conversões de valores mobiliários convertíveis, transac-
com contrapartida em resultados; ções com acções próprias, fusões ou cisões e emissões de
bónus (aumentos de capital por incorporação de reservas)
(c) A quantia de qualquer perda por imparidade ou splits de acções.
reconhecida para cada uma das classes de
58. A entidade deve divulgar as quantias de aumentos
activos financeiros.
de capital realizados no período e a dedução efectuada
Contabilidade da cobertura (53 a 55) como custos de emissão bem como, separadamente, as
quantias e descrição de outros instrumentos de capital
53. Uma entidade deve divulgar o seguinte, separado próprio emitidos e a respectiva quantia acumulada à
por cada uma das quatro categorias de cobertura defini- data do balanço.
das no parágrafo 36:
Riscos relativos a instrumentos financeiros men-
(a) A descrição da cobertura; surados ao custo ou custo amortizado (59)
(b) A descrição dos instrumentos financeiros desig- 59. Para activos financeiros mensurados ao custo
nados como instrumentos de cobertura e os amortizado menos imparidade, a entidade deve divulgar
respectivos justos valores à data do balanço; os termos significativos e condições que possam afectar
a quantia, o momento e segurança de fluxos de caixa
(c) A natureza do risco que esteja a ser coberto, in- futuros, incluindo risco de taxa de juro, risco de taxa de
cluindo uma descrição do item coberto. câmbio e risco de crédito.
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(e) Activos financeiros que estejam no âmbito da Custos com a alienação: são custos incrementais direc-
NRF 16 - Instrumentos Financeiros; tamente atribuíveis à alienação de um activo ou unidade
geradora de caixa, excluindo custos de financiamento e
(f) Propriedades de investimento que sejam mensu-
gastos de impostos sobre o rendimento.
radas pelo justo valor (ver a NRF 10 - Proprie-
dades de Investimento); Data de acordo para uma concentração de actividades
(g) Activos biológicos relacionados com a actividade empresariais: é a data em que um acordo substantivo
agrícola que sejam mensurados pelo justo valor entre as partes concentradas seja celebrado e, no caso
menos o custo estimado no ponto de venda (ver de entidades cotadas em bolsa, anunciado ao público. No
a NRF 12 - Agricultura); caso de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil,
a primeira data em que tiver sido atingido um acordo
(h) Activos não correntes (ou grupos para aliena- substantivo entre as partes que se concentram é a data
ção) classificados como detidos para venda de em que um número suficiente dos proprietários da ad-
acordo com a NRF 8 - Activos não Correntes quirida tenham aceite a oferta do adquirente para que
Detidos para Venda e Unidades Operacionais este obtenha o controlo daquela.
Descontinuadas.
Depreciação (Amortização): é a imputação sistemática
3. Esta Norma aplica-se a activos que sejam escriturados da quantia depreciável de um activo durante a sua vida
pela quantia revalorizada (i.e. justo valor) de acordo com útil.
outras Normas, tais como o modelo de revalorização da
NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis. Identificar se um activo Justo valor menos os custos de vender: é a quantia a
revalorizado pode estar com imparidade depende dos obter da venda de um activo ou unidade geradora de caixa
fundamentos usados para determinar o justo valor: numa transacção entre partes conhecedoras e dispostas
a isso, sem qualquer relacionamento entre elas, menos
(a) Se o justo valor do activo for o seu valor de mer- os custos com a alienação.
cado, a única diferença entre o justo valor do
activo e o seu justo valor menos os custos de Mercado activo: é um mercado no qual se verifiquem
vender são os custos directos incrementais todas as condições seguintes:
para alienar o activo: (a) Os itens negociados no mercado são homogé-
(i) se os custos com a alienação forem negli- neos;
genciáveis, a quantia recuperável do activo (b) Podem ser encontrados em qualquer momento
revalorizado aproxima-se necessariamente da compradores e vendedores dispostos a comprar
sua quantia revalorizada (i.e. justo valor) ou é e vender; e
superior à mesma. Neste caso, após os requi-
sitos de revalorização terem sido aplicados, é (c) Os preços estão disponíveis ao público.
improvável que o activo revalorizado esteja Perda por imparidade: é o excedente da quantia es-
com imparidade e a quantia recuperável não criturada de um activo, ou de uma unidade geradora de
necessita de ser estimada; caixa, em relação à sua quantia recuperável.
(ii) se os custos com a alienação não foram ne- Quantia depreciável: é o custo de um activo ou outra
gligenciáveis, o justo valor menos os custos de quantia substituta do custo, menos o seu valor residual.
vender do activo revalorizado é necessariamen-
te inferior ao seu justo valor. Por isso, o activo Quantia escriturada: é a quantia pela qual um activo
revalorizado estará com imparidade se o seu é reconhecido no Balanço, após a dedução de qualquer
valor de uso for inferior à sua quantia reva- depreciação/amortização acumulada e de perdas por
lorizada (i.e. justo valor). Neste caso, após os imparidade acumuladas inerentes.
requisitos de valorização terem sido aplicados, Quantia recuperável: é a quantia mais alta de entre
uma entidade aplica esta Norma para determi- o justo valor de um activo ou unidade geradora de caixa
nar se o activo pode estar com imparidade; menos os custos de vender e o seu valor de uso.
(b) se o justo valor do activo for determinado numa Unidade geradora de caixa: é o mais pequeno grupo
base que não seja o seu valor de mercado, a sua identificável de activos que seja gerador de influxos de
quantia revalorizada (i.e. justo valor) pode ser caixa e que seja em larga medida independente dos influ-
superior ou inferior à sua quantia recuperável. xos de caixa de outros activos ou grupo de activos.
Deste modo, após os requisitos de revalorização
terem sido aplicados, uma entidade aplica esta Valor de uso: é o valor presente dos fluxos de caixa
Norma para determinar se o activo pode estar futuros estimados, que se espere surjam do uso continu-
com imparidade. ado de um activo ou unidade geradora de caixa e da sua
alienação no fim da sua vida útil.
Definições (4)
Vida útil: é
4. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
com os significados especificados: (a) O período durante o qual uma entidade espera
Activos “corporate”: são activos excepto trespasse (goo- que um activo esteja disponível para uso; ou
dwill) que contribuam para os fluxos de caixa futuros de (b) O número de unidades de produção ou similares
várias unidades geradoras de caixa. que uma entidade espera obter do activo.
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Identificação de um activo que possa estar com (f) Alterações significativas com um efeito adverso
imparidade (5 a 8) na entidade ocorreram durante o período, ou
espera-se que ocorram num futuro próximo,
5. Uma entidade deve avaliar em cada data de relato até ao ponto em que, ou na forma em que, um
se há qualquer indicação de que um activo possa estar activo seja usado ou se espera que seja usado.
com imparidade. Se existir qualquer indicação, a entidade Estas alterações incluem um activo que se
deve estimar a quantia recuperável do activo. tomou ocioso, planos para descontinuar ou
reestruturar a unidade operacional a que o
6. Independentemente de existir ou não qualquer indi-
activo pertence, planos para alienar um ac-
cação de imparidade, uma entidade deve também:
tivo antes da data anteriormente esperada, e
(a) Testar anualmente a imparidade de um activo a reavaliação da vida útil de um activo como
intangível com uma vida útil indefinida ou um finita em vez de indefinida.
activo intangível ainda não disponível para (g) Existe evidência nos relatórios internos que indi-
uso comparando a sua quantia escriturada ca que o desempenho económico de um activo
com a sua quantia recuperável. Este teste de é, ou será, pior do que o esperado.
imparidade pode ser efectuado em qualquer
momento durante o período anual, desde que 8. Se houver uma indicação de que um activo possa
seja efectuado no mesmo momento de cada estar com imparidade, isto pode indicar que a vida útil
ano. Activos intangíveis diferentes podem ser remanescente, o método de depreciação (amortização) ou
testados quanto a imparidade em momentos o valor residual do activo precisa de ser revisto e ajustado
diferentes. Contudo, se um desses activos in- de acordo com a Norma aplicável ao activo, mesmo que
tangíveis for inicialmente reconhecido durante não seja reconhecida qualquer perda por imparidade
o período anual corrente, esse activo deve ser relativa a esse activo.
testado quanto a imparidade antes do final do Mensuração da quantia recuperável (9 a 23)
período corrente.
9. Esta Norma define quantia recuperável como a
(b) Testar anualmente a imparidade do trespasse quantia mais alta de entre o justo valor de um activo ou
(goodwill) adquirido numa concentração de de uma unidade geradora de caixa menos os custos de
actividades empresariais de acordo com os vender e o seu valor de uso.
parágrafos 36 a 46. Mensuração da quantia recuperável de um activo
intangível com uma vida útil indefinida (10)
7. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que um
activo possa estar com imparidade, uma entidade deve 10. O parágrafo 6 exige que um activo intangível com
considerar, como mínimo, as seguintes indicações: uma vida útil indefinida seja anualmente testado quan-
to a imparidade mediante comparação da sua quantia
Fontes externas de informação escriturada com a sua quantia recuperável, indepen-
dentemente de existir ou não qualquer indicação de que
(a) Durante o período, o valor de mercado de um ac-
possa estar com imparidade. Contudo, o cálculo detalhado
tivo diminuiu significativamente mais do que
mais recente da quantia recuperável de um tal activo
seria esperado como resultado da passagem do
feito num período precedente pode ser usado no teste de
tempo ou do uso normal.
imparidade no período corrente, desde que os seguintes
(b) Ocorreram, durante o período, ou irão ocorrer no critérios sejam satisfeitos:
futuro próximo, alterações significativas com (a) Se o activo intangível não gerar influxos de caixa
um efeito adverso na entidade, relativas ao resultantes do uso continuado que sejam em
ambiente tecnológico, de mercado, económico larga medida independentes dos de outros
ou legal em que a entidade opera ou no mer- activos ou grupos de activos e for portanto tes-
cado ao qual o activo está dedicado. tado quanto a imparidade como parte de uma
unidade geradora de caixa à qual pertença, os
(c) As taxas de juro de mercado ou outras taxas de activos e passivos que compõem essa unidade
mercado de retorno de investimentos aumen- não mudaram significativamente desde o cál-
taram durante o período, e esses aumentos culo mais recente da quantia recuperável;
provavelmente afectarão a taxa de desconto
usada no cálculo do valor de uso de um activo (b) O mais recente cálculo da quantia recuperável
e diminuirão materialmente a quantia recu- resultou numa quantia que excedeu a quantia
perável do activo. escriturada do activo por uma margem subs-
tancial; e
(d) A quantia escriturada dos activos líquidos da
(c) Com base numa análise de acontecimentos que
entidade é superior à sua capitalização de
tenham ocorrido e das circunstâncias que
mercado.
tenham mudado desde o cálculo mais recente
Fontes internas de informação da quantia recuperável, é remota a probabi-
lidade de que uma determinação da quantia
(e) Está disponível evidência de obsolescência ou recuperável corrente seja inferior à quantia
dano físico de um activo. escriturada do activo.
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Justo valor menos custos de vender (11) (b) Projecções de exfluxos de caixa que sejam neces-
sariamente incorridos para gerar os influxos
11. A melhor evidência do justo valor menos os custos
de caixa derivados do uso continuado do activo
de vender de um activo é um preço num acordo de venda
(incluindo exfluxos de caixa para preparar o
vinculativo numa transacção entre partes sem qualquer
activo para uso) e possam ser directamente
relacionamento entre elas, ajustado para custos incre-
atribuídos, ou imputados numa base razoável
mentais que seriam directamente atribuíveis à alienação
e consistente, ao activo; e
do activo.
(c) Fluxos de caixa líquidos, se os houver, a receber
Valor de uso (12 a 23)
(ou a pagar) pela alienação do activo no fim da
12. Os seguintes elementos devem ser reflectidos no sua vida útil.
cálculo do valor de uso de um activo:
15. Os futuros fluxos de caixa devem ser estimados
(a) Uma estimativa dos fluxos de caixa futuros que para o activo na condição corrente. Estimativas de futu-
a entidade espera obter do activo; ros fluxos de caixa não devem incluir futuros influxos ou
(b) Expectativas acerca das possíveis variações na exfluxos de caixa que se esperem como resultado de:
quantia ou na tempestividade desses fluxos (a) Uma reestruturação futura com a qual uma en-
de caixa futuros; tidade ainda não esteja comprometida; ou
(c) O valor temporal do dinheiro, representado pela (b) Aumentos ou melhorias no desempenho do activo.
taxa corrente de juro sem risco de mercado;
16. Quando uma entidade ficar comprometida com
(d) O preço de suportar a incerteza inerente ao uma reestruturação, é provável que alguns activos sejam
activo; e afectados por essa reestruturação. Logo que a entidade
(e) Outros factores, tais como a falta de liquidez, que esteja comprometida com a reestruturação:
os participantes do mercado reflectissem no (a) As suas estimativas de influxos e exfluxos de
apreçamento dos fluxos de caixa futuros que caixa futuros para a finalidade de determinar o
a entidade espera obter do activo. valor de uso reflectirão as poupanças de custos
Bases para estimativas de fluxos de caixa futuros (13) e outros benefícios da reestruturação (basea-
das nos mais recentes orçamentos/previsões
13. Ao mensurar o valor de uso, uma entidade deve:
financeiros que tenham sido aprovados pelo
(a) Basear as projecções de fluxos de caixa em pres- órgão de gestão); e
supostos razoáveis e suportáveis que represen-
(b) As suas estimativas de exfluxos de caixa futuros
tem a melhor estimativa da escala de condições
para a reestruturação serão incluídas numa
económicas que existirão durante a vida útil
provisão para reestruturação de acordo com a
remanescente do activo. Deve ser dada maior
NRF 19 - Provisões, Passivos Contingentes e
ponderação a evidências externas;
Activos Contingentes.
(b) Basear as projecções de fluxos de caixa nos or-
17. Até que uma entidade incorra em exfluxos de caixa,
çamentos/previsões financeiros mais recentes
que aumentem ou melhorem o desempenho do activo,
aprovados pela gerência, mas deve excluir
as estimativas de fluxos de caixa futuros não incluem os
quaisquer influxos ou exfluxos de caixa futuros
influxos de caixa futuros estimados que se espera que
estimados que se espera venham a resultar de
resultem do aumento de benefícios económicos associados
reestruturações futuras ou de aumentos ou me-
ao exfluxo de caixa.
lhorias no desempenho do activo. As projecções
baseadas nestes orçamentos/previsões devem 18. As estimativas de fluxos de caixa futuros não de-
abranger um período máximo de cinco anos, vem incluir:
a menos que um período mais longo possa ser
justificado. (a) Influxos ou exfluxos de caixa provenientes de
actividades de financiamento; ou
(c) Estimar projecções de fluxos de caixa para além
do período abrangido pelos orçamentos/previ- (b) Recebimentos ou pagamentos de impostos sobre
sões mais recentes extrapolando as projecções o rendimento.
baseadas nos orçamentos/previsões pelo uso 19. A estimativa de fluxos de caixa líquidos a receber
de uma taxa de crescimento estável ou decres- (ou a pagar) pela alienação de um activo no fim da sua
cente para os anos subsequentes, a menos que vida útil deve ser a quantia que uma entidade espera
uma taxa crescente possa ser justificada. obter da alienação do activo numa transacção entre
Composição das estimativas de fluxos de caixa partes conhecedoras e dispostas a isso sem qualquer
futuros (14 a 19) relacionamento entre elas, após dedução dos custos es-
timados com a alienação.
14. As estimativas de fluxos de caixa futuros devem
incluir: Fluxos de caixa futuros de moeda estrangeira (20)
(a) Projecções de influxos de caixa derivados do uso 20. Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda
continuado do activo; em que serão gerados e depois descontados usando uma
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142 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
taxa de desconto apropriada para essa moeda. Uma enti- 28. Se uma perda por imparidade for reconhecida,
dade transpõe o valor presente usando a taxa de câmbio quaisquer activos ou passivos por impostos diferidos re-
à vista na data do cálculo do valor de uso. lacionados serão determinados de acordo com a NRF 22
- Impostos sobre o Rendimento, ao comparar a quantia
Taxa de desconto (21 a 23)
escriturada revista do activo com a sua base fiscal.
21. A(s) taxa(s) de desconto deve(m) ser a(s) taxa(s)
antes de impostos que reflicta(m) as avaliações correntes Unidades geradoras de caixa e trespasse (goo-
de mercado sobre: dwill) (29 a 51)
(a) O valor temporal do dinheiro; e Identificação da unidade geradora de caixa a
(b) Os riscos específicos para o activo em relação aos que pertence um activo (29 a 33)
quais as estimativas de fluxos de caixa futuros
não tenham sido ajustadas. 29. Se houver qualquer indicação de que um activo
possa estar com imparidade, a quantia recuperável do
22. Uma taxa que reflicta as avaliações correntes activo individual deve ser estimada. Se não for possível
de mercado do valor temporal do dinheiro e dos riscos estimar a quantia recuperável do activo individual, uma
específicos para o activo é o retorno que os investidores entidade deve determinar a quantia recuperável da uni-
exigiriam se fossem eles a escolher um investimento dade geradora de caixa à qual o activo pertence.
que gerasse fluxos de caixa de quantias, tempestividade
e perfil de risco equivalentes às que a entidade espera 30. A quantia recuperável de um activo individual não
obter do activo. Esta taxa é estimada a partir da taxa pode ser determinada se:
implícita nas transacções correntes de mercado para ac-
tivos semelhantes ou a partir do custo médio ponderado (a) O valor de uso do activo não puder ser estimado,
do capital de uma entidade cotada em bolsa que tenha como estando próximo do seu justo valor menos
um único activo (ou uma carteira de activos) semelhante os custos de vender (por exemplo, quando os
em termos de potencial de serviço e de riscos para o acti- fluxos de caixa futuros provenientes do uso
vo em causa. Contudo, a(s) taxa(s) de desconto usada(s) continuado do activo não puderem ser estima-
para mensurar o valor de uso de um activo não deve(m) dos como sendo insignificantes); e
reflectir os riscos em relação aos quais as estimativas
de fluxos de caixa futuros tenham sido ajustadas. De (b) O activo não gerar influxos de caixa que sejam
outro modo, o efeito de alguns pressupostos será tido em em larga medida independentes dos de outros
consideração duas vezes. activos.
23. Quando uma taxa de um activo específico não esti-
Em tais casos, o valor de uso e, por isso, a quantia
ver directamente disponível no mercado, uma entidade
recuperável, só podem ser determinados para a unidade
usa substitutos para estimar a taxa de desconto.
geradora de caixa do activo
Reconhecimento e mensuração de uma perda
por imparidade (24 a 28) Exemplo:
24. Se, e apenas se, a quantia recuperável de um Uma entidade mineira possui uma linha férrea
activo for menor do que a sua quantia escriturada, a privada para suportar as suas actividades
quantia escriturada do activo deve ser reduzida para a mineiras. A linha férrea privada só pode ser
sua quantia recuperável. Esta redução é uma perda por vendida pelo valor da sucata e não gera in-
imparidade. fluxos de caixa que sejam em larga medida
25. Uma perda por imparidade deve ser imediatamente independentes dos influxos de caixa de outros
reconhecida nos resultados, a não ser que o activo seja activos da mina. Não é possível estimar a quan-
escriturado pela quantia revalorizada de uma outra tia recuperável da linha férrea privada porque
Norma (por exemplo, de acordo com o modelo de revalo- o seu valor de uso não pode ser determinado e
rização da NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis). Qualquer é provavelmente diferente do valor de sucata.
perda por imparidade de um activo revalorizado deve ser Por isso, a entidade estima a quantia recupe-
tratada como decréscimo de revalorização de acordo com rável da unidade geradora de caixa à qual a
essa outra Norma. linha férrea privada pertence, isto é, à mina
como um todo.
26. Quando a quantia estimada de uma perda por
imparidade for maior do que a quantia escriturada do 31. Tal como definido no parágrafo 4, a unidade gera-
activo com o qual se relaciona, uma entidade deve reco- dora de caixa de um activo é o grupo mais pequeno de
nhecer um passivo, se, e apenas se, tal for exigido por activos que inclui o activo e que gera influxos de caixa
outra Norma. que sejam em larga medida independentes dos influxos
27. Após o reconhecimento de uma perda por imparidade, de caixa de outros activos ou grupos de activos. A identifi-
o encargo com a depreciação (amortização) do activo deve cação da unidade geradora de caixa de um activo envolve
ser ajustado nos períodos futuros para imputar a quantia juízo de valor. Se a quantia recuperável não puder ser
escriturada revista do activo, menos o seu valor residual determinada para um activo individual, uma entidade
(se o houver) numa base sistemática, durante a sua vida identifica o menor agregado de activos que geram influxos
útil remanescente. de caixa em larga medida independentes.
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 143
Exemplo: Exemplo:
Uma empresa de autocarros presta serviços sob Uma empresa explora uma mina num país onde a
contrato com um município que exige serviço legislação exige que o proprietário restaure
mínimo em cada uma das cinco carreiras se- o local quando concluir a sua exploração da
paradas. Os activos afectos a cada carreira e mina, O custo da restauração inclui a reposição
os fluxos de caixa de cada carreira podem ser da camada de terra que teve de ser removida
identificados separadamente. Uma das carrei- antes do começo da exploração mineira. Uma
ras opera com perdas significativas. Dado que a
provisão para os custos de reposição da cama-
entidade não tem a opção de encerrar qualquer
da de terra foi reconhecida logo que a camada
carreira de autocarros, o nível mais baixo dos
foi removida. A quantia proporcionada foi
influxos de caixa identificáveis que sejam em
larga medida independentes dos influxos de reconhecida como parte do custo da mina e
caixa provenientes de outros activos, ou gru- tem sido depreciada durante a vida útil da
pos de activos, são os que correspondem aos mina. A quantia escriturada da provisão para
influxos de caixa gerados pelas cinco carreiras os custos de restauração corresponde a 500
conjuntamente. A unidade geradora de caixa, UM. A entidade está a testar a imparidade da
para cada carreira, é a empresa de autocarros mina. A unidade geradora de caixa da mina é
no seu todo. a mina na sua totalidade. A entidade recebeu
várias ofertas de compra da mina a um preço
32. Se existir um mercado activo para o output produ-
aproximado de 800 UM. Este preço reflecte o
zido por um activo ou grupos de activos, esse activo ou
grupo de activos deve ser identificado como uma unidade facto de que o comprador assumirá a obrigação
geradora de caixa, mesmo se uma parte ou todo o output de restaurar a camada de terra. Os custos de
for usado internamente. Se os influxos de caixa gerados alienação da mina são insignificantes. O valor
por qualquer activo ou unidade geradora de caixa fo- de uso da mina é aproximadamente 1.200 UM,
rem afectados pelo preço de transferência interno, uma excluindo os custos de restauração. A quantia
entidade deve usar a melhor estimativa relativa ao(s) escriturada da mina é 1.000 UM. O justo valor
futuro(s) preço(s) que possa(m) ser alcançado(s) em da unidade geradora de caixa é 800 UM. Esta
transacções em que não exista relacionamento entre as quantia considera os custos de restauração que
partes ao estimar: já foram providenciados. Como consequência,
o valor de uso da unidade geradora de caixa é
(a) Os influxos de caixa futuros usados para deter-
minar o valor de uso do activo ou da unidade determinado após consideração dos custos de
geradora de caixa; e restauração e é estimado em 700 UM (1.200
UM menos 500 UM). A quantia escriturada
(b) Os exfluxos de caixa futuros usados para de- da unidade geradora é 500 UM, que é a quan-
terminar o valor de uso de quaisquer outros tia escriturada da mina (1.000 UM) menos a
activos ou unidades geradoras de caixa que quantia escriturada da provisão para custos
sejam afectados pelo preço de transferência de restauração (500 UM). Portanto, a quantia
interno.
recuperável da unidade geradora de caixa
33. As unidades geradoras de caixa devem ser identi- excede a sua quantia escriturada.
ficadas consistentemente de período para período rela-
tivamente ao mesmo activo ou tipo de activos, a menos Trespasse (goodwill) (36 a 46)
que se justifique uma alteração. Imputação de trespasse (goodwill) a unidades
Quantia recuperável e quantia escriturada de geradores de caixa (36 a 39)
uma unidade geradora de caixa (34 a 47)
36. Para a finalidade de testar a imparidade, o trespas-
34. A quantia escriturada de uma unidade geradora de se (goodwill) adquirido numa concentração de actividades
caixa deve ser determinada numa base consistente com a empresariais deve, a partir da data de aquisição, ser
forma como a quantia recuperável da unidade geradora imputado a cada uma das unidades geradoras de caixa,
de caixa é determinada. ou grupo de unidades geradoras de caixa, do adquirente,
35. Pode ser necessário considerar alguns passivos que se espera que beneficiem das sinergias da concentra-
reconhecidos para determinar a quantia recuperável de ção de actividades empresariais, independentemente de
uma unidade geradora de caixa. Isto pode ocorrer se a outros activos ou passivos da adquirida serem atribuídos
alienação de uma unidade geradora de caixa exigir que a essas unidades ou grupos de unidades. Cada unidade
o comprador assuma o passivo. Neste caso, o justo valor ou grupo de unidades ao qual o trespasse (goodwill) seja
menos os custos de vender (ou o fluxo de caixa estimado assim imputado deve:
com base na última alienação) da unidade geradora de
caixa é o preço de venda estimado para os activos da (a) Representar o nível mais baixo no seio da entida-
unidade geradora de caixa juntamente com o passivo de ao qual o trespasse (goodwill) é monitoriza-
menos os custos com a alienação. Para executar uma do para finalidades de gestão interna; e
comparação com sentido entre a quantia escriturada da
unidade geradora de caixa e a sua quantia recuperável, a (b) Não ser maior do que um segmento, baseado
quantia escriturada do passivo é deduzida ao determinar tanto no formato de relato primário da enti-
tanto o valor de uso da unidade geradora de caixa como dade como no formato secundário (vide IAS 14
a sua quantia escriturada. - Relato por Segmentos).
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37. Se a imputação inicial do trespasse (goodwill) ad- trespasse (goodwill) imputado a A não pode ser
quirido numa concentração de actividades empresariais identificado ou associado a um grupo de activos
não puder ser concluída antes do fim do período anual em inferior ao de A, excepto arbitrariamente. A
que tiver sido efectuada a concentração de actividades vai ser dividida e integrada em três outras
empresariais, essa imputação inicial deve ser concluída unidades geradoras de caixa B, C e D.
antes do fim do primeiro período anual com início após
a data da aquisição. Dado que o trespasse (goodwill) imputado a A não
pode ser identificado ou associado a um grupo
38. Se o trespasse (goodwill) tiver sido imputado a de activos de uma forma não arbitrária a um
uma unidade geradora de caixa e a entidade alienar uma nível inferior ao de A, ele é reimputado às uni-
unidade operacional dessa unidade geradora de caixa, dades B, C e D na base dos valores relativos
o trespasse (goodwill) associado à unidade operacional das três porções de A antes de essas porções
alienada deve ser: de A serem integradas em B, C e D.
(a) Incluído na quantia escriturada da unidade ope- Testar a imparidade de unidades geradoras de
racional aquando da determinação de ganhos caixa com trespasse (goodwill) (40 e 41)
ou perdas no momento da alienação; e 40. Quando o trespasse (goodwill) se relaciona com uma
(b) Mensurado na base dos valores relativos de uma unidade geradora de caixa mas não tenha sido imputado
unidade operacional alienada e da porção da a essa unidade, a unidade deve ser testada quanto a
unidade geradora de caixa retida, a não ser que imparidade, sempre que exista uma indicação de que
a entidade possa demonstrar que algum outro essa unidade possa estar com imparidade, comparando
método reflicta melhor o trespasse (goodwill) a quantia escriturada da unidade, excluindo qualquer
associado à unidade operacional alienada. trespasse (goodwill), com a sua quantia recuperável.
Qualquer perda por imparidade deve ser reconhecida de
Exemplo: acordo com o parágrafo 48.
Uma entidade vende por 100 UM uma unidade 41. Uma unidade geradora de caixa à qual tenha sido
operacional que fazia parte de uma unidade imputado trespasse (goodwill) deve ser testada quanto
geradora de caixa a que foi imputado trespasse a imparidade anualmente, e sempre que exista uma
(goodwill). O trespasse (goodwill) imputado à indicação de que essa unidade possa estar com impa-
unidade não pode ser identificado ou associa- ridade, comparando a quantia escriturada da unidade,
do a um grupo de activos a um nível inferior incluindo o trespasse (goodwill), com a quantia recupe-
ao dessa unidade, excepto arbitrariamente. rável da unidade. Se a quantia recuperável da unidade
A quantia recuperável da porção da unidade exceder a quantia escriturada da unidade, a unidade e
geradora de caixa retida é de 300 UM. o trespasse (goodwill) imputado a essa unidade devem
ser considerados como não estando com imparidade. Se
Porque o trespasse (goodwill) imputado à unidade a quantia escriturada da unidade exceder a quantidade
geradora de caixa não pode ser identificado ou recuperável da unidade, a entidade deve reconhecer a
associado a um grupo de activos de forma não perda por imparidade de acordo com o parágrafo 48.
arbitrária a um nível inferior ao dessa unida-
de, o trespasse (goodwill) associado à unidade Interesses minoritários (42 e 43)
operacional alienada é mensurado na base dos 42. De acordo com a NRF 24 — Concentrações de Ac-
valores relativos da unidade geradora de caixa tividades Empresariais, o goodwill reconhecido numa
alienada e da porção da unidade geradora de concentração de actividades empresariais representa
caixa retida. Assim, 25% do trespasse (goo- o trespasse (goodwill) adquirido por uma empresa mãe
dwill) imputado à unidade geradora de caixa com base no interesse de propriedade da empresa mãe,
é incluído na quantia escriturada da unidade em vez da quantia do trespasse (goodwill) controlada
operacional que é vendida. pela empresa mãe como resultado da concentração de
39. Se uma entidade reorganizar a sua estrutura actividades empresariais. Assim, o trespasse (goodwill)
de relato de forma que altera a composição de uma ou atribuível a um interesse minoritário não é reconhecido
mais unidades geradoras de caixa às quais tenha sido nas demonstrações financeiras consolidadas da empresa
imputado trespasse (goodwill), o trespasse (goodwill) mãe. Em conformidade, se existir um interesse minori-
deve ser reimputado às unidades afectadas. Esta nova tário numa unidade geradora de caixa à qual tenha sido
imputação deve ser efectuada usando uma abordagem imputado trespasse (goodwill), a quantia dessa unidade
pelo valor relativo semelhante à utilizada quando uma compreende:
entidade aliena uma unidade operacional no seio de uma (a) Tanto o interesse da empresa mãe como o in-
unidade geradora de caixa, a não ser que a entidade possa teresse minoritário nos activos líquidos da
demonstrar que outro método reflecte melhor o trespasse unidade; e
(goodwill) associado às unidades reorganizadas.
(b) O interesse da empresa mãe no trespasse (goodwill).
Exemplo:
Contudo, parte da quantia recuperável da unidade gera-
O trespasse (goodwill) tinha sido anteriormente dora de caixa determinada de acordo com esta Norma é atri-
imputado à unidade geradora de caixa A. O buível ao interesse minoritário no trespasse (goodwill).
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43. Dado que o trespasse (goodwill) é reconhecido ape- «corporate» que se relacionem com a unidade geradora de
nas na medida do interesse de propriedade da empresa caixa em análise. Se uma parte da quantia escriturada
mãe, qualquer perda por imparidade relacionada com o de um «activo corporate»:
trespasse (goodwill) é repartida entre a parte atribuível
à empresa mãe e a parte atribuível ao interesse mino- (a) Puder ser imputada numa base razoável e
ritário, apenas com a primeira a ser reconhecida como consistente a essa unidade, a entidade deve
perda de trespasse (goodwill) por imparidade. comparar a quantia escriturada da unidade,
incluindo a parte da quantia escriturada do
Tempestividade dos testes de imparidade (44 a 46) «activo corporate» imputada à unidade, com a
44. O teste de imparidade anual para uma unidade sua quantidade recuperável. Qualquer perda
geradora de caixa a que tenha sido imputado trespasse por imparidade deve ser reconhecida de acordo
(goodwill) pode ser efectuado a qualquer momento duran- com o parágrafo 48;
te um período anual, desde que o teste seja efectuado no
mesmo momento todos os anos. Unidades geradoras de (b) Não puder ser imputada numa base razoável e
caixa diferentes podem ser testadas quanto a imparidade consistente a essa unidade, a entidade deve:
em momentos diferentes. Contudo, se uma parte ou todo
(i) comparar a quantia escriturada da unidade,
o trespasse (goodwill) imputado a uma unidade geradora
excluindo o activo «corporate», com a sua
de caixa tiver sido adquirido numa concentração de acti-
vidades empresariais durante o período corrente anual, quantia recuperável e reconhecer qualquer
essa unidade deve ser testada quanto a imparidade antes perda por imparidade de acordo com o pará-
do final do período corrente anual. grafo 48;
45. Se os activos que constituem a unidade geradora (ii) identificar o mais pequeno grupo de unidades
de caixa a que tenha sido imputado trespasse (goodwill) geradoras de caixa que inclua a unidade gera-
forem testados quanto a imparidade ao mesmo tempo que dora de caixa em questão e a que uma parte
a unidade que contem o trespasse (goodwill, eles devem da quantia escriturada do activo «corporate»
ser testados quanto a imparidade antes da unidade que possa ser imputada numa base razoável e
contém o trespasse (goodwill). Do mesmo modo, se as consistente; e
unidades geradoras de caixa que constituem um grupo de
unidades geradoras de caixa a que tenha sido imputado (iii) comparar a quantia escriturada desse grupo
trespasse (goodwill) forem testadas quanto a imparidade de unidades geradoras de caixa, incluindo a
ao mesmo tempo que o grupo de unidades que contém o parte da quantia escriturada do activo «corpo-
trespasse (goodwill), as unidades Individuais devem ser rate» imputada a esse grupo de unidades, com
testadas quanto a imparidade antes do grupo de unidades a quantia recuperável do grupo de unidades.
que contém o trespasse (goodwill). Qualquer perda por imparidade deve ser reco-
nhecida de acordo com o parágrafo 48.
46. O cálculo detalhado mais recente, feito num perío-
do precedente, da quantia recuperável de uma unidade Perda por imparidade de uma unidade geradora
geradora de caixa à qual tenha sido imputado trespasse de caixa (48 a 51)
(goodwill) pode ser usado no teste de imparidade dessa
unidade no corrente período, desde que os seguintes 48. Uma perda por imparidade deve ser reconhecida
critérios sejam satisfeitos: para uma unidade geradora de caixa (o grupo mais
pequeno de unidades geradoras de caixa ao qual tenha
(a) Os activos e passivos que compõem a unidade
não foram significativamente alterados desde o sido imputado trespasse (goodwill) ou um activo «corpo-
mais recente cálculo da quantia recuperável; rate») se, e apenas se, a quantia recuperável da unidade
(grupo de unidades) for inferior à quantia escriturada da
(b) O mais recente cálculo da quantia recuperável unidade (grupos de unidades). A perda por imparidade
resultou numa quantia que excedeu a quantia deve ser imputada para reduzir a quantia escriturada
escriturada da unidade numa margem subs- dos activos da unidade (grupo de unidades) pela ordem
tancial; e que se segue:
(c) Com base numa análise dos acontecimentos (a) Primeiro, para reduzir a quantia escriturada de
que tenham ocorrido e das circunstâncias que qualquer trespasse (goodwill) imputado à unidade
tenham mudado desde o cálculo mais recente geradora de caixa (grupo de unidades); e
da quantia recuperável, seja remota a proba-
bilidade de que uma determinação corrente da (b) Depois, aos outros activos da unidade (grupos de
quantia recuperável seria inferior à quantia unidades), numa base pró rata relativamente à
escriturada da unidade. quantia escriturada de cada activo da unidade
(grupo de unidades). Estas reduções nas quan-
Activos “corporate” (47)
tias escrituradas devem ser tratadas como
47. Ao testar a imparidade de uma unidade geradora perdas por imparidade nos activos individuais
de caixa, uma entidade deve identificar todos os activos e reconhecidas de acordo com o parágrafo 25.
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49. Ao imputar uma perda por imparidade de acordo imparidade em relação à máquina. Contudo, a
com o parágrafo 48, uma entidade não deve reduzir a entidade pode necessitar de reavaliar o período
quantia escriturada de um activo abaixo do mais alto de depreciação ou o método de depreciação da
de entre: máquina. Talvez um período de depreciação
mais curto ou um método de depreciação mais
(a) O seu justo valor menos os custos de vender (caso rápido seja exigido para reflectir a vida útil re-
seja determinável); manescente esperada da máquina ou o modelo
(b) O seu valor de uso (caso seja determinável); e em que se espera que os benefícios económicos
sejam consumidos pela unidade.
(c) Zero.
Pressuposto 2: orçamentos/previsões aprovados pelo
A quantia da perda por imparidade que de outra forma órgão de gestão reflectem um compromisso da
teria sido imputada ao activo deve ser imputada numa mesma para substituir a máquina e vendê-la
base pró rata aos outros activos da unidade (grupo de no futuro próximo. Estima-se que os fluxos de
unidades). caixa provenientes do uso continuado da má-
quina até à sua alienação sejam insignificantes.
50. Se a quantia recuperável de um activo individual O valor de uso da máquina pode ser estimado
não puder ser determinada (ver parágrafo 30): como estando próximo do seu justo valor menos
(a) É reconhecida uma perda por imparidade do os custos de vender. Por isso, a quantia recupe-
activo se a sua quantia escriturada for maior rável da máquina pode ser determinada e não
que o mais alto do seu justo valor menos os é atribuída qualquer consideração à unidade
custos de vender e os resultados da imputação geradora de caixa a que pertence a máquina
descritos nos parágrafos 48 e 49; e (i.e., a linha de produção). Dado que o justo
valor menos os custos de vender a máquina é
(b) Não é reconhecida qualquer perda por impari- inferior à sua quantia escriturada, é reconhe-
dade do activo se a unidade geradora de caixa cida uma perda por imparidade na máquina.
relacionada não estiver com imparidade. Isto
aplica-se mesmo se o justo valor menos os 51. Após os requisitos dos parágrafos 48 e 49 terem sido
custos de vender do activo for inferior à sua aplicados, deve ser reconhecido um passivo para qualquer
quantia escriturada. quantia remanescente de uma perda por imparidade de
uma unidade geradora de caixa se, e apenas se, isso for
Exemplo: exigido por outra Norma.
Uma máquina sofreu danos físicos mas ainda está Reverter uma perda por imparidade (52 a 60)
a trabalhar, se bem que não tão bem como
52. Uma entidade deve avaliar à data de cada relato
antes de ficar danificada. O justo valor da
se há qualquer indicação de que uma perda por impari-
máquina menos os custos de vender é inferior
dade reconhecida em períodos anteriores relativamente
à sua quantia escriturada. A máquina não
a um activo, que não o trespasse (goodwill), possa já não
gera influxos de caixa independentes, O mais
existir ou possa ter diminuído. Se tal indicação existir,
pequeno grupo de activos identificável que
uma entidade deve estimar a quantia recuperável desse
inclua a máquina e que crie influxos de caixa
activo.
que sejam em larga medida independentes dos
influxos de caixa de outros activos é a linha de 53. Ao avaliar se existe qualquer indicação de que uma
produção à qual pertence a máquina. A quantia perda por imparidade reconhecida em períodos anteriores
recuperável da linha de produção mostra que relativamente a um activo, que não o trespasse (goodwill),
a linha de produção tomada no seu todo não possa já não existir ou possa ser diminuído, uma entidade
está com imparidade. deve considerar, no mínimo, as seguintes indicações:
Pressuposto 1: orçamentos/previsões aprovados Fontes externas de informação
pelo órgão de gestão não reflectem qualquer
(a) O valor de mercado do activo tenha aumentado
compromisso da mesma para substituir a
significativamente durante o período;
máquina:
(b) Tenham ocorrido durante o período, ou irão ocor-
A quantia recuperável desta máquina sozinha não rer no futuro próximo, alterações significativas
pode ser estimada porque o valor de uso da com um efeito favorável na entidade, refe-
máquina: rentes ao ambiente tecnológico, de mercado,
(a) Pode diferir do seu justo valor menos os custos económico ou legal em que a entidade opera
de vender; e ou no mercado a que se destina o activo;
(b) Somente pode ser determinada para a unidade (c) As taxas de juro do mercado ou outras taxas de
geradora de caixa a que a máquina pertence mercado de retorno de investimentos tenham
(linha de produção). diminuído durante o período, e essas diminui-
ções poderão afectar a taxa de desconto usada
A linha de produção não está com imparidade. Por- ao calcular o valor de uso do activo e aumentar
tanto, não é reconhecida qualquer perda por materialmente a sua quantia recuperável.
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Fontes internas de informação 59. Ao imputar uma reversão de uma perda por impa-
ridade de uma unidade geradora de caixa de acordo com
(d) Alterações significativas com um efeito favorável
o parágrafo 58, a quantia escriturada de um activo não
na entidade ocorreram durante o período, ou
deve ser aumentada acima do mais baixo de entre:
espera-se que ocorram num futuro próximo,
até ao ponto em que, ou na forma em que, o (a) A sua quantia recuperável (se determinável); e
activo seja usado ou se espera que seja usado.
Estas alterações incluem os custos incorridos (b) A quantia escriturada que teria sido determi-
durante o período para melhorar ou aumentar nada (líquida de amortização ou depreciação)
o desempenho do activo ou reestruturar a uni- se nenhuma perda por imparidade tivesse
dade operacional à qual o activo pertence; reconhecida no activo em períodos anteriores.
A quantia da reversão da perda por impari-
(e) Exista evidência proveniente de relatórios dade que de outra forma teria sido imputada
internos que indique que o desempenho eco- ao activo deve ser imputada numa base pró
nómico do activo é, ou será, melhor do que o rata em relação aos outros activos da unidade
esperado. (grupo de unidades), excepto para o trespasse
54. Uma perda por imparidade de um activo, que não (goodwill).
o trespasse (goodwill), reconhecida em períodos ante- Reverter uma perda por imparidade de trespasse
riores deve ser revertida se, e apenas se, houver uma (goodwill) (60)
alteração nas estimativas usadas para determinar a
quantia recuperável do activo desde que a última perda 60. Uma perda por imparidade reconhecida para o
por imparidade foi reconhecida. Se for este o caso, a trespasse (goodwill) não deve ser revertida num período
quantia escriturada do activo deve, excepto como des- posterior.
crito no parágrafo 55, ser aumentada até à sua quantia
recuperável. Este aumento é uma reversão de uma perda Divulgação (61 a 65)
por imparidade. 61. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada
Reverter uma perda por imparidade de um activo classe de activos:
individual (55 a 57) (a) A quantia de perdas por imparidade reconhecidas
55. Um aumento da quantia escriturada de um activo, nos resultados durante o período e as linhas de
que não o trespasse (goodwill), atribuível a uma rever- itens da demonstração dos resultados em que
são de uma perda por imparidade não deve exceder a essas perdas por imparidade são incluídas;
quantia escriturada que teria sido determinada (líquida
(b) A quantia de reversões de perdas por imparidade
de amortização ou depreciação) se nenhuma perda por
reconhecida nos resultados durante o período
imparidade tivesse sido reconhecida no activo em anos
e as linhas de itens da demonstração dos re-
anteriores.
sultados em que essas perdas por imparidade
56. Uma reversão de uma perda por imparidade de são revertidas;
um activo, que não o trespasse (goodwill), deve ser
reconhecida imediatamente nos resultados, a não ser (c) A quantia de perdas por imparidade em activos
que o activo esteja escriturado pela quantia revaloriza- revalorizados reconhecidas directamente no
da segundo uma outra Norma (por exemplo, o modelo capital próprio durante o período;
de revalorização da NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis). (d) A quantia de reversões de perdas por imparidade
Qualquer reversão de uma perda por imparidade de um em activos revalorizados reconhecidas directa-
activo revalorizado deve ser tratada como um acréscimo mente no capital próprio durante o período.
de revalorização de acordo com essa outra Norma.
62. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada
57. Após ser reconhecida uma reversão de uma perda perda material por imparidade reconhecida ou revertida
por imparidade, o débito da depreciação (amortização) durante o período para um activo individual, incluindo
do activo deve ser ajustado em períodos futuros para trespasse (goodwill), ou para uma unidade geradora de
imputar a quantia escriturada revista do activo, menos caixa:
o seu valor residual (se o houver), numa base sistemática
durante a sua vida útil remanescente. (a) Os acontecimentos e circunstâncias que condu-
ziram ao reconhecimento ou reversão de perda
Reverter uma perda por imparidade de uma uni-
por imparidade;
dade geradora de caixa (58 e 59)
(b) A quantia de perda por imparidade reconhecida
58. Uma reversão de uma perda por imparidade de
ou revertida;
uma unidade geradora de caixa deve ser imputada aos
activos da unidade, excepto para o trespasse (goodwill), (c) A natureza do activo;
numa base pró rata em relação às quantias escrituradas
desses activos. Estes aumentos nas quantias escrituradas (d) Se a agregação de activos relativa à identificação
devem ser tratados como reversão de perdas por impa- da unidade geradora de caixa se alterou desde
ridade de activos individuais e reconhecidos de acordo a estimativa anterior da quantia recuperável
com o parágrafo 56. (se a houver) da unidade geradora de caixa,
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exemplo, vendas, honorários, juros, dividendos e royal- (c) Contratos de seguro de empresas seguradoras
ties. A questão primordial na contabilização do rédito é a
de determinar quando reconhecer o mesmo. O rédito é re- (d) Alterações no justo valor de activos financeiros e
conhecido quando for provável que benefícios económicos passivos financeiros, ou da sua alienação (ver
futuros fluirão para a entidade e esses benefícios possam subsidiariamente a IAS 39 - Instrumentos Fi-
ser fiavelmente mensurados. Esta Norma identifica as nanceiros: Reconhecimento e Mensuração);
circunstâncias em que estes critérios serão satisfeitos e, (e) Alterações no valor de outros activos correntes;
por isso, o rédito será reconhecido. Ela também propor-
ciona orientação prática na aplicação destes critérios. (f) Reconhecimento inicial e de alterações no justo valor
de activos biológicos, relacionados com a activi-
Âmbito (2 a 6) dade agrícola (ver a NRF 12- Agricultura);
2. Esta Norma deve ser aplicada na contabilização (g) Reconhecimento inicial de produtos agrícolas (ver
do rédito proveniente das transacções e acontecimentos a NRF 12 - Agricultura); e
seguintes:
(h) Extracção de minérios.
(a) Venda de bens;
Definições (7 e 8)
(b) Prestação de serviços; e
7. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
(c) Uso por outros de activos da entidade que produ- com os significados especificados:
zam juros, royalties e dividendos.
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser
3. O termo bens inclui bens produzidos pela entidade trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece-
com a finalidade de serem vendidos e bens comprados doras e dispostas a isso, numa transacção em que não
para revenda, tais como mercadorias compradas por exista relacionamento entre elas.
um retalhista ou terrenos e outras propriedades detidos
para revenda. Método do juro efectivo: é um método de calcular o
custo amortizado de um activo financeiro ou de um pas-
4. A prestação de serviços envolve tipicamente o desem- sivo financeiro (ou grupo de activos financeiros ou de
penho por uma entidade de uma tarefa contratualmente passivos financeiros) e de imputar o rendimento dos juros
acordada durante um período de tempo acordado. Os ou o gasto dos juros durante o período relevante. A taxa
serviços podem ser prestados dentro de um período único de juro efectiva é a taxa que desconta exactamente os
ou durante mais do que um período. Alguns contratos pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados
para a prestação de serviços estão directamente relacio- durante a vida esperada do instrumento financeiro ou,
nados com contratos de construção, como por exemplo, quando apropriado, um período mais curto na quantia
os contratos para os serviços de gestão de projectos e de escriturada líquida do activo financeiro ou do passivo
arquitectura. O rédito proveniente destes contratos não financeiro.
é tratado nesta Norma mas é tratado de acordo com os
requisitos para os contratos de construção como especi- Rédito: é o influxo bruto de benefícios económicos
ficado na NRF 14 - Contratos de Construção. durante o período proveniente do curso das actividades
ordinárias de uma entidade quando esses influxos resul-
5. O uso, por outros, de activos da entidade dá origem tarem em aumentos de capital próprio, que não sejam
a rédito na forma de: aumentos relacionados com contribuições de participan-
tes no capital próprio.
(a) Juros - encargos pelo uso de dinheiro ou seus
equivalentes ou de quantias devidas à enti- 8. O rédito inclui somente os influxos brutos de benefí-
dade; cios económicos recebidos e a receber pela entidade de sua
própria conta. As quantias cobradas por conta de terceiros
(b) Royalties - encargos pelo uso de activos a longo tais como impostos sobre vendas, impostos sobre bens e
prazo da entidade, como, por exemplo, paten- serviços e impostos sobre o valor acrescentado não são
tes, marcas, direitos de autor e software de benefícios económicos que fluam para a entidade e não
computadores; e resultem em aumentos de capital próprio. Por isso, são ex-
(c) Dividendos - distribuições de lucros a detento- cluídos do rédito. Semelhantemente, num relacionamento
res de investimentos em capital próprio na de agência, os influxos brutos de benefícios económicos
proporção das suas detenções de uma classe que não resultem em aumentos de capital próprio para
particular de capital. o agente, são excluídos do rédito. As quantias cobradas
por conta do capital não são rédito. Em vez disso, o rédito
6. Esta Norma não trata de réditos provenientes de: é a quantia de comissão.
(a) Acordos de locação (ver a NRF 9 - Locações); Mensuração do rédito (9 a 12)
(b) Dividendos provenientes de investimentos que 9. O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da
sejam contabilizados pelo método da equiva- retribuição recebida ou a receber.
lência patrimonial (ver a NRF 23 — Interesses
em Empreendimentos Conjuntos e Investimentos 10. A quantia de rédito proveniente de uma transacção
em Associadas); é geralmente determinada por acordo entre a entidade e
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o comprador ou utente do activo. É mensurado pelo justo de tal maneira que o efeito comercial não possa ser com-
valor da retribuição recebida ou a receber tomando em preendido sem referência às séries de transacções como
consideração a quantia de quaisquer descontos comer- um todo. Por exemplo, uma entidade pode vender bens
ciais e de quantidades concedidos pela entidade. e, ao mesmo tempo, celebrar um acordo separado para
recomprar os bens numa data posterior, negando assim
11. Na maior parte dos casos, a retribuição é sob a forma o efeito substantivo da transacção; em tal caso, as duas
de dinheiro ou seus equivalentes e a quantia do rédito é a transacções são tratadas conjuntamente.
quantia em dinheiro ou seus equivalentes recebidos ou a
receber. Porém, quando o influxo de dinheiro ou equiva- Venda de bens (14 a 19)
lentes de dinheiro for diferido, o justo valor da retribuição 14. O rédito proveniente da venda de bens deve ser
pode ser menor do que a quantia nominal de dinheiro reconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as
recebido ou a receber. Por exemplo, uma entidade pode condições seguintes:
conceder crédito isento de juros ao comprador ou aceitar
do comprador uma livrança com taxa de juro inferior à do (a) A entidade tenha transferido para o comprador
mercado como retribuição pela venda dos bens. Quando os riscos e vantagens significativos da proprie-
o acordo constitua efectivamente uma transacção de fi- dade dos bens;
nanciamento, o justo valor da retribuição é determinado (b) A entidade não mantenha envolvimento continu-
descontando todos os recebimentos futuros usando uma ado de gestão com grau geralmente associado
taxa de juro imputada. A taxa de juro imputada é a mais com a posse, nem o controlo efectivo dos bens
claramente determinável de entre: vendidos;
(a) A taxa prevalecente de um instrumento similar (c) A quantia do rédito possa ser fiável mente men-
de um emitente com uma notação (rating) de surada;
crédito similar; ou (d) seja provável que os benefícios económicos
(b) A taxa de juro que desconte a quantia nominal associados com a transacção fluam para a
do instrumento para o preço de venda corrente entidade; e
a dinheiro dos bens ou serviços. (e) Os custos incorridos ou a serem incorridos refe-
rentes à transacção possam ser fiavelmente
A diferença entre o justo valor e a quantia nominal da
mensurados.
retribuição é reconhecida como rédito de juros de acordo
com os parágrafos 29 e 30. 15. A avaliação de quando uma entidade transferiu
os riscos e vantagens significativos da propriedade para
12. Quando os bens ou serviços sejam trocados ou objec- o comprador exige um exame das circunstâncias da
to de swap por bens ou serviços que sejam de natureza e transacção. Na maior parte dos casos, a transferência
valor semelhante, a troca não é vista como uma transac- dos riscos e vantagens da propriedade coincide com a
ção que gera réditos. É muitas vezes o caso de mercado- transferência do documento legal ou da passagem da
rias como petróleo ou leite em que os fornecedores trocam posse para o comprador. Este é o caso da maioria das
ou entram em swap de inventários em vários locais para vendas a retalho. Noutros casos, a transferência de
satisfazer a procura numa base tempestiva num dado riscos e vantagens de propriedade ocorre num momento
local. Quando os bens sejam vendidos ou os serviços sejam diferente da transferência do documento legal ou da
prestados em troca de bens ou serviços dissemelhantes, passagem da posse.
a troca é vista como uma transacção que gera rédito. O
rédito é mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços 16. Se a entidade retiver significativos riscos de
recebidos ajustado pela quantia transferida de dinheiro propriedade, a transacção não é uma venda e o rédito
ou seus equivalentes. Quando o justo valor dos bens ou não é reconhecido. Uma entidade pode reter um risco
serviços recebidos não possa ser fiavelmente mensurado, significativo de propriedade de muitas maneiras. São
o rédito é mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços exemplos de situações em que a entidade pode reter os
entregues, ajustado pela quantia transferida de dinheiro riscos significativos e vantagens de propriedade:
ou seus equivalentes. (a) Quando a entidade retenha uma obrigação por
execução não satisfatória, não coberta por
Reconhecimento do rédito (13 a 33)
cláusulas normais de garantia;
13. Os critérios de reconhecimento nesta Norma são (b) Quando o recebimento do rédito de uma dada
geralmente aplicados separadamente a cada transacção. venda esteja dependente da obtenção de rédito
Contudo, em certas circunstâncias, é necessário aplicar pela venda dos bens pelo comprador;
os critérios de reconhecimento aos componentes separa-
damente identificáveis de uma transacção única a fim (c) Quando os bens sejam expedidos sujeitos a ins-
de reflectir a substância da transacção. Por exemplo, talação e a instalação seja uma parte signifi-
quando o preço da venda de um produto inclua uma cativa do contrato que ainda não tenha sido
quantia identificável de serviços subsequentes, essa concluído pela entidade; e
quantia é diferida e reconhecida como rédito durante o (d) Quando o comprador tenha o direito de rescindir
período em que o serviço seja executado. Inversamente, a compra por uma razão especificada no con-
os critérios de reconhecimento são aplicados a duas ou trato de venda e a entidade não esteja segura
mais transacções conjuntas, quando elas estejam ligadas acerca da probabilidade de devolução.
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17. Se uma entidade retiver somente um insignificante 21. O reconhecimento do rédito com referência à fase de
risco de propriedade, a transacção é uma venda e o rédito acabamento de uma transacção é muitas vezes referido
é reconhecido. Por exemplo, um vendedor pode reter o como o método da percentagem de acabamento. Por este
título legal dos bens unicamente para proteger a cobra- método, o rédito é reconhecido nos períodos contabilísticos
bilidade da quantia devida. Em tal caso, se a entidade em que os serviços sejam prestados. O reconhecimento
tiver transferido os riscos e vantagens significativos do rédito nesta base proporciona informação útil sobre
da propriedade, a transacção é uma venda e o rédito é a extensão da actividade de serviço e desempenho du-
reconhecido. Um outro exemplo de uma entidade que rante um período. A NRF 14 - Contratos de Construção,
retém somente um risco insignificante de propriedade também exige o reconhecimento do rédito nesta base.
pode ser a de uma venda a retalho quando for oferecido As exigências desta Norma são geralmente aplicáveis ao
um reembolso se o cliente não ficar satisfeito. O rédito reconhecimento do rédito e aos gastos associados de uma
em tais casos é reconhecido no momento da venda desde transacção que envolva a prestação de serviços.
que o vendedor possa fiavelmente estimar as devoluções
futuras e reconheça um passivo por devoluções com base 22. O rédito somente é reconhecido quando for provável
em experiência anterior e noutros factores relevantes. que os benefícios económicos associados à transacção flu-
am para a entidade. Porém, quando surja uma incerteza
18. O rédito só é reconhecido quando for provável que acerca da cobrabilidade de uma quantia já incluída no
os benefícios económicos associados com a transacção rédito, a quantia incobrável, ou a quantia com respeito
fluam para a entidade. Nestes casos, tal só é verificável à qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é
depois da retribuição ser recebida ou de uma incerteza reconhecida como um gasto, e não como um ajustamento
ser removida. Por exemplo, pode ser incerto que uma da quantia de rédito originalmente reconhecido.
autoridade governamental estrangeira conceda permis-
são para remeter a retribuição de uma venda num país 23. Uma entidade é geralmente capaz de fazer estima-
estrangeiro. Quando a permissão for concedida, a incer- tivas fiáveis após ter concordado com os outros parceiros
teza é retirada e o rédito é reconhecido. Porém, quando da transacção o seguinte:
surgir uma incerteza acerca da cobrabilidade de uma
(a) Os direitos que cada uma das partes está obriga-
quantia já incluída no rédito, a quantia incobrável ou a
da a cumprir quanto ao serviço a ser prestado
quantia cuja recuperação tenha cessado de ser provável
e recebido pelas partes;
é reconhecida como gasto e não como um ajustamento da
quantia do rédito originalmente reconhecido. (b) A retribuição a ser trocada; e
19. O rédito e os gastos que se relacionem com a mes- (c) O modo e os termos da liquidação.
ma transacção ou outro acontecimento são reconhecidos
simultaneamente; este processo é geralmente referido É também usualmente necessário que a entidade tenha
como o balanceamento dos réditos com os gastos. Os um sistema eficaz de orçamentação financeira interna e
gastos incluindo garantias e outros custos a serem incor- de relato financeiro. A entidade revê e, quando necessário,
ridos após a expedição dos bens podem normalmente ser põe o visto nas estimativas de rédito à medida que o ser-
mensurados com fiabilidade quando as outras condições viço está a ser executado. A necessidade de tais revisões
para o reconhecimento do rédito tenham sido satisfeitas. não indicia que o desfecho da transacção não possa ser
Porém, quando os gastos não possam ser mensurados estimado com fiabilidade.
fiavelmente, o rédito não pode ser reconhecido; em tais
circunstâncias, qualquer retribuição já recebida pela 24. A fase de acabamento de uma transacção pode ser
venda dos bens é reconhecida como um passivo. determinada por uma variedade de métodos. Uma enti-
dade usa o método que mensure fiavelmente os serviços
Prestação de serviços (20 a 28) executados. Dependendo da natureza da transacção, os
métodos podem incluir:
20. Quando o desfecho de uma transacção que envolva
a prestação de serviços possa ser fiavelmente estimado, (a) Vistorias do trabalho executado;
o rédito associado com a transacção deve ser reconhecido
com referência à fase de acabamento da transacção à data (b) Serviços executados até à data, expressos como
do balanço. O desfecho de uma transacção pode ser fia- uma percentagem do total dos serviços a serem
velmente estimado quando todas as condições seguintes executados; ou
forem satisfeitas:
(c) A proporção que os custos incorridos até à data
(a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente men- tenham com os custos totais estimados da
surada; transacção. Somente os custos que reflictam
serviços executados até à data são incluídos
(b) Seja provável que os benefícios económicos asso-
nos custos incorridos até à data. Somente os
ciados à transacção fluam para a entidade;
custos que reflictam serviços executados ou
(c) A fase de acabamento da transacção à data do a serem executados são incluídos nos custos
balanço possa ser fiavelmente mensurada; e totais estimados da transacção.
(d) Os custos incorridos com a transacção e os custos Os pagamentos progressivos e os adiantamentos rece-
para concluir a transacção possam ser fiavel- bidos de clientes não reflectem muitas vezes os serviços
mente mensurados. executados.
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25. Para fins práticos, quando os serviços sejam desem- entre os períodos de pré e pós aquisição. Somente a parte
penhados por um número indeterminado de actos duran- de pós aquisição é reconhecida como rédito. Quando os
te um período específico de tempo, o rédito é reconhecido dividendos de títulos de capital próprio sejam declarados
numa base de linha recta durante o período especifico a a partir de lucros líquidos de pré aquisição, esses divi-
menos que haja evidência de que um outro método re- dendos são deduzidos do custo dos títulos. Se for difícil
presente melhor a fase de acabamento. Quando um acto fazer tal imputação, excepto numa base arbitrária, os
específico seja muito mais significativo do que quaisquer dividendos são reconhecidos como rédito a menos que os
outros actos, o reconhecimento do rédito é adiado até que mesmos representem claramente uma recuperação de
o acto significativo seja executado. parte do custo dos títulos de capital próprio.
26. Quando o desfecho da transacção que envolva a 32.O royalties são acrescidos de acordo com os termos
prestação de serviços não possa ser estimado com fiabi- do acordo relevante e são gradualmente reconhecidos
lidade, o rédito somente deve ser reconhecido na medida nessa base a menos que, tendo em atenção a substância
em que sejam recuperáveis os gastos reconhecidos. do acordo, seja mais apropriado reconhecer o rédito numa
outra base sistemática e racional.
27. Durante as primeiras fases de uma transacção, é
frequente que o desfecho da transacção não possa ser 33. O rédito somente é reconhecido quando seja prová-
fiavelmente estimado. Contudo, pode ser provável que vel que os benefícios económicos inerentes à transacção
a entidade recupere os custos incorridos na mesma. Por fluam para a entidade. Contudo, quando surja uma incer-
isso, o rédito é reconhecido somente na medida em que teza acerca da cobrabilidade de uma quantia já incluída
se espere que sejam recuperados os custos incorridos, no rédito, a quantia incobrável, ou a quantia a respeito
não sendo reconhecido qualquer lucro. da qual a recuperação tenha cessado de ser provável, é
reconhecida como um gasto, e não como um ajustamento
28. Quando o desfecho de uma transacção não possa ser da quantia do rédito originalmente reconhecido.
fiavelmente estimado e não seja provável que os custos
incorridos sejam recuperados, o rédito não é reconhecido Divulgação (34 e 35)
e os custos incorridos são reconhecidos como um gasto.
Quando deixarem de existir as incertezas que impediram 34. Uma entidade deve divulgar:
que o desfecho do contrato pudesse ser fiavelmente esti-
mado, o rédito é reconhecido de acordo com o parágrafo (a) As políticas contabilísticas adoptadas para o
20 (com referência à fase de acabamento) e não de acordo reconhecimento do rédito incluindo os mé-
com o parágrafo 26 (critério de recuperação dos custos todos adoptados para determinar a fase de
incorridos). acabamento de transacções que envolvam a
prestação de serviços;
Juros, royalties e dividendos (29 a 33)
(b) A quantia de cada categoria significativa de ré-
29. O rédito proveniente do uso por outros de activos
dito reconhecida durante o período incluindo
da entidade que produzam juros, royalties e dividendos
o rédito proveniente de:
deve ser reconhecido nas bases estabelecidas no pará-
grafo 30, quando:
(i) venda de bens;
(a) Seja provável que os benefícios económicos
(ii) prestação de serviços;
associados com a transacção fluam para a
entidade ;e
(iii) juros;
(b) A quantia do rédito possa ser fiavelmente men-
surada. (iv) royalties;
30. O rédito deve ser reconhecido nas seguintes bases: (v) dividendos.
(a) Os juros devem ser reconhecidos utilizando o 35. Uma entidade divulgará quaisquer activos e
método do juro efectivo; passivos contingentes de acordo com a NRF 19 - Provi-
sões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes. Os
(b) Os royalties devem ser reconhecidos segundo o passivos contingentes e os activos contingentes podem
regime de acréscimo de acordo com a substân- surgir de itens tais como custos de garantia, reclamações,
cia do acordo relevante; e penalidades ou perdas possíveis.
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6. Outras NRF especificam se os dispêndios são tratados será confirmada pela ocorrência ou não de um
como activos ou como gastos. Dado que esta problemática ou mais acontecimentos futuros incertos não
não é tratada nesta Norma, não consta desta qualquer totalmente sob controlo da entidade; ou
proibição ou exigência de capitalização dos custos reco-
nhecidos quando é constituída uma provisão. (b) Uma obrigação presente que decorra de aconte-
cimentos passados mas que não é reconhecida
7. Esta Norma aplica-se também a provisões para porque:
reestruturações (incluindo unidades operacionais des-
continuadas). Quando uma reestruturação satisfizer a (i) não é provável que um exfluxo de recursos in-
definição de uma unidade operacional descontinuada, corporando benefícios económicos seja exigido
a NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda para liquidar a obrigação; ou
e Unidades Operacionais Descontinuadas pode exigir
divulgações adicionais. (ii) a quantia da obrigação não pode ser mensu-
rada com suficiente fiabilidade.
Definições (8 e 9)
Provisão: é um passivo de tempestividade ou quantia
8. Os termos que se seguem são usados nesta Norma
incerta.
com os significados especificados:
Acontecimento que cria obrigações: é um acontecimen- Reestruturação: é um programa planeado e controlado
to que cria uma obrigação legal ou construtiva que faça pelo órgão de gestão e que altera materialmente ou:
com que uma entidade não tenha nenhuma alternativa
realista senão liquidar essa obrigação. (a) O âmbito de um negócio empreendido por uma
entidade; ou
Activo contingente: é um possível activo proveniente
de acontecimentos passados e cuja existência somente (b) A maneira como o negócio é conduzido
será confirmada pela ocorrência ou não ocorrência de um
ou mais acontecimentos futuros incertos não totalmente 9. A interpretação de «provável» nesta Norma, como
sob o controlo da entidade. «mais provável do que não», não se aplica necessaria-
mente a outras Normas Contabilísticas e de Relato
Contrato executório: é um contrato segundo o qual Financeiro.
nenhuma das partes tenha cumprido qualquer das suas
obrigações ou ambas as partes apenas tenham parcial- Provisões e outros itens (10 a 12)
mente cumprido as suas obrigações em igual extensão.
Provisões e outros passivos (10)
Contrato oneroso: é um contrato em que os custos não
evitáveis de satisfazer as obrigações do contrato excedem 10. As provisões podem ser distinguidas de outros
os benefícios económicos que se espera sejam recebidos passivos tais como contas a pagar e acréscimos comer-
ao abrigo do mesmo. ciais. As primeiras caracterizam-se pela existência de
incerteza acerca da tempestividade ou da quantia dos
Obrigação construtiva: é uma obrigação que decorre
dispêndios futuros necessários para a sua liquidação
das acções de uma entidade em que:
enquanto que:
(a) Por via de um modelo estabelecido de práticas
passadas, de políticas publicadas ou de uma (a) As contas a pagar comerciais são passivos a
declaração corrente suficientemente específica, pagar por bens ou serviços que tenham sido
a entidade tenha indicado a outras partes que facturados ou formalmente acordados com o
aceitará certas responsabilidades; e fornecedor; e
(b) Em consequência, a entidade tenha criado uma (b) Os acréscimos são passivos a pagar por bens
expectativa válida nessas outras partes de que ou serviços que tenham sido recebidos ou
cumprirá com essas responsabilidades. fornecidos mas que não tenham sido pagos,
facturados ou formalmente acordados com o
Obrigação legal: é uma obrigação que deriva de:
fornecedor, incluindo quantias devidas a em-
(a) Um contrato (por meio de termos Explícitos ou pregados (por exemplo, quantias relacionadas
implícitos); com pagamento acrescido de férias). Se bem
que algumas vezes seja necessário estimar a
(b) Legislação; ou
quantia ou tempestividade de acréscimos, a
(c) Outra operação da lei. incerteza é geralmente muito menor do que
nas provisões.
Passivo: é uma obrigação presente da entidade prove-
niente de acontecimentos passados, cuja liquidação se Provisões e passivos contingentes (11 e 12)
espera que resulte num exfluxo de recursos da entidade
que incorporem benefícios económicos. 11. Num sentido geral, todas as provisões são contin-
Passivo contingente: gentes porque são incertas na sua tempestividade ou
quantia. Porém, nesta Norma o termo «contingente» é
(a) É uma obrigação possível que provenha de acon- usado para passivos e activos que não sejam reconhe-
tecimentos passados e cuja existência somente cidos porque a sua existência somente será confirmada
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pela ocorrência ou não ocorrência de um ou mais eventos A evidência a considerar inclui qualquer evidência adi-
futuros incertos não totalmente sob o controlo da enti- cional proporcionada por acontecimentos após a data do
dade. Além disso, nesta Norma, a expressão «passivo balanço. Com base em tal evidência a entidade:
contingente» é usada para passivos que não satisfaçam
os critérios de reconhecimento. (a) Reconhece uma provisão, se os critérios de re-
conhecimento forem satisfeitos, quando seja
12. Esta Norma distingue entre: mais provável do que não que uma obrigação
presente exista à data do balanço; e
(a) Provisões — que, desde que possa ser efectuada
uma estimativa fiável, são reconhecidas como (b) Divulga um passivo contingente, quando seja
passivos porque são obrigações presentes e é mais provável que nenhuma obrigação pre-
provável que um exfluxo de recursos que incor- sente exista à data do balanço, a menos que
porem benefícios económicos será necessário a possibilidade de um exfluxo de recursos que
para liquidar as obrigações; e incorporem benefícios económicos seja remota
(como dispõe o parágrafo 83).
(b) Passivos contingentes — que não são reconheci-
dos como passivos porque: Acontecimento passado (16 a 21)
(i) são obrigações possíveis, uma vez que carecem 16. Um acontecimento passado que conduza a uma
de confirmação sobre se a entidade tem ou não obrigação presente é chamado um acontecimento que cria
uma obrigação presente que possa conduzir a obrigações. Para um evento ser considerado um aconte-
um exfluxo de recursos que incorporem bene- cimento que cria obrigações, é necessário que a entidade
fícios económicos; ou não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar
a obrigação por ele criada, o que apenas ocorre:
(ii) são obrigações presentes que não satisfazem
os critérios de reconhecimento desta Norma, (a) Quando a liquidação da obrigação possa ser im-
seja porque não é provável que será neces- posta legalmente, ou
sário um exfluxo de recursos que incorporem
benefícios económicos para liquidar a obri- (b) No caso de uma obrigação construtiva, quando
gação, seja porque não pode ser feita uma o evento (que pode ser uma acção da própria
estimativa suficientemente fiável da quantia entidade) crie expectativas válidas em terceiros
da obrigação. de que ela cumprirá a obrigação.
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necessária a identificação da parte a quem a obrigação a sua fiabilidade. Isto é especialmente verdade no caso
é devida (na verdade a obrigação pode ser ao público de provisões, que pela sua natureza são mais incertas
em geral). Porque uma obrigação envolve sempre um do que a maior parte de outros elementos do balanço.
compromisso com uma outra parte, isto implica que Excepto em casos extremamente raros, uma entidade
uma decisão do órgão de gestão apenas dá origem a uma será capaz de determinar uma gama de desfechos possí-
obrigação construtiva à data do balanço se a decisão veis e pode por isso fazer uma estimativa da obrigação
tiver sido comunicada antes daquela data aos afectados que seja suficientemente fiável para usar ao reconhecer
por ela de uma maneira suficientemente específica para uma provisão.
suscitar neles uma expectativa válida de que a entidade
25. Nos casos extremamente raros em que nenhuma
cumprirá as suas responsabilidades.
estimativa fiável possa ser feita, existe um passivo que
20. Um acontecimento que não dê origem imediatamente não pode ser reconhecido. Esse passivo é divulgado como
a uma obrigação pode dá-la numa data posterior, por um passivo contingente (ver parágrafo 83).
força de alterações na lei ou porque um acto da entidade Passivos contingentes (26 a 29)
(nomeadamente, uma declaração pública suficientemente
específica) dê origem a uma obrigação construtiva. Por 26. Uma entidade não deve reconhecer um passivo
exemplo, quando forem causados danos ambientais pode contingente.
não haver nenhuma obrigação para remediar as conse- 27. Um passivo contingente é divulgado, como exigido
quências. Porém, o facto de ter havido o dano tornar-se-á pelo parágrafo 83, a menos que seja remota a possibilida-
um acontecimento que cria obrigações quando uma nova de de um exfluxo de recursos que incorporem benefícios
lei exigir que o dano existente seja rectificado ou quando económicos.
a entidade publicamente aceitar a responsabilidade pela
28. Quando uma entidade estiver conjunta e solida-
rectificação de uma maneira que crie uma obrigação
riamente comprometida a uma obrigação, a parte da
construtiva.
obrigação que se espera que seja satisfeita por outras
21. Quando os pormenores de uma nova lei proposta partes é tratada como um passivo contingente. A enti-
tiverem ainda de ser ultimados, uma obrigação só se dade reconhece uma provisão correspondente à parte da
verifica quando se tiver virtualmente a certeza de que obrigação pela qual seja provável um exfluxo de recur-
a legislação será aprovada nos termos constantes da sos que incorporem benefícios económicos, excepto nas
proposta. Para a finalidade desta Norma, tal obrigação circunstâncias extremamente raras em que nenhuma
é tratada como uma obrigação legal. estimativa possa ser feita.
Exfluxo provável de recursos que incorporem 29. Os passivos contingentes podem desenvolver-se
benefícios económicos (22 e 23) de uma maneira não inicialmente esperada. Por isso,
são continuadamente avaliados para determinar se um
22. Para que um passivo se qualifique para reconhe- exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos
cimento precisa de haver não somente uma obrigação se tornou provável. Se se tornar provável que um exfluxo
presente mas também a probabilidade de um exfluxo de benefícios económicos futuros serão exigidos para um
de recursos que incorporem benefícios económicos para item previamente tratado como um passivo contingente, é
liquidar essa obrigação. Para a finalidade desta Norma, reconhecida uma provisão nas demonstrações financeiras
um exfluxo de recursos ou outro acontecimento é conside- do período em que a alteração da probabilidade ocorra
rado como provável se o acontecimento for mais provável (excepto nas circunstâncias extremamente raras em que
do que não de ocorrer, isto é, se a probabilidade de que o nenhuma estimativa fiável possa ser feita).
acontecimento ocorrerá for maior do que a probabilida- Activos contingentes (30 a 34)
de de isso não acontecer. Quando não for provável que
exista uma obrigação presente, uma entidade divulga um 30. Uma entidade não deve reconhecer um activo
passivo contingente, a menos que a possibilidade de um contingente.
exfluxo de recursos que incorporem benefícios económicos 31. Os activos contingentes surgem normalmente de
seja remota (ver parágrafo 83). acontecimento não planeados ou de outros não esperados
que dão origem à possibilidade de um influxo de benefícios
23. Quando houver várias obrigações semelhantes (por
económicos para a entidade. Um exemplo é uma reivindi-
ex. garantias de produtos ou contratos semelhantes) a
cação que uma entidade esteja a intentar por intermédio
probabilidade de que um exfluxo será exigido na liquidação
de processos legais, quando o desfecho seja incerto.
é determinada considerando-se a classe de obrigações
como um todo. Se bem que a probabilidade de exfluxo de 32. Os activos contingentes não são reconhecidos nas
qualquer item possa ser pequeno, pode bem ser possível demonstrações financeiras desde que isto possa resultar
que algum exfluxo de recursos será necessário para li- no reconhecimento de rendimentos que possam nunca ser
quidar a classe de obrigações como um todo. Se esse for realizados. Porém, quando a realização de rendimentos
o caso, é reconhecida uma provisão (se os outros critérios esteja virtualmente certa, então o activo relacionado
de reconhecimento forem satisfeitos). não é um activo contingente e o seu reconhecimento é
apropriado.
Estimativa fiável da obrigação (24 e 25)
33. Um activo contingente é divulgado, como exigido
24. O uso de estimativas é uma parte essencial da pelo parágrafo 85, quando for provável um influxo de
preparação de demonstrações financeiras e não prejudica benefícios económicos.
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34. Os activos contingentes são avaliados continuada- 41. A posição é mensurada antes dos impostos, porque
mente para assegurar que os desenvolvimentos sejam as consequências fiscais da provisão, e alterações na
apropriadamente reflectidos nas demonstrações finan- mesma, são tratadas pela NRF 22 - Impostos sobre o
ceiras. Se se tornar virtualmente certo que ocorrerá um Rendimento.
influxo de benefícios económicos, o activo e o rendimento
relacionado são reconhecidos nas demonstrações financei- Riscos e incertezas (42 a 44)
ras do período em que a alteração ocorra. Se um influxo de 42. Os riscos e incertezas que inevitavelmente rodeiam
benefícios económicos se tornar provável, uma entidade muitos acontecimentos e circunstâncias devem ser tidos
divulga o activo contingente (ver parágrafo 85). em conta para se chegar à melhor estimativa de uma
Mensuração (35 a 52) provisão.
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disponível no momento da limpeza. Por conseguinte é 57. Nalguns casos, a entidade não estará comprome-
apropriado incluir, por exemplo, reduções de custo espe- tida pelos custos em questão se a terceira parte deixar
rados associados com experiência acrescida na aplicação de efectuar o pagamento. Em tal caso a entidade não
de tecnologia existente ou o custo esperado de aplicação tem nenhum passivo por esses custos não sendo assim
de tecnologia existente a uma operação de limpeza incluídos na provisão.
maior ou mais complexa da que previamente tenha sido
levada a efeito. Porém, uma entidade não antecipa o de- Alterações em provisões (58 e 59)
senvolvimento de uma tecnologia completamente nova 58. As provisões devem ser revistas à data de cada
de limpeza a menos que tal seja apoiado por evidência balanço e ajustadas para reflectir a melhor estimativa
objectiva suficiente. corrente. Se deixar de ser provável que será necessário
um exfluxo de recursos que incorporem benefícios econó-
50. O efeito de nova legislação possível é tido em con-
micos futuro para liquidar a obrigação, a provisão deve
sideração na mensuração de uma obrigação existente
ser revertida
quando exista evidência objectiva suficiente de que a
promulgação da lei é virtualmente certa. Além disso, é re- 59. Quando seja usado o desconto, a quantia escritu-
querida evidência quer do que a legislação vai exigir quer rada de uma provisão aumenta em cada período para
de que a sua implementação são virtualmente certas. reflectir a passagem do tempo. Este aumento é reconhe-
cido como um gasto financeiro.
Alienação esperada de activos (51 e 52)
Uso de provisões (60 e 61)
51. Os ganhos da alienação esperada de activos não
devem ser tidos em consideração ao mensurar uma 60. Uma provisão deve ser usada somente para os dis-
provisão. pêndios relativos aos quais a provisão foi originalmente
reconhecida.
52. Os ganhos na alienação esperada de activos não
são tidos em conta ao mensurar uma provisão, mesmo 61. Somente os dispêndios que se relacionem com a
que a alienação esperada esteja intimamente ligada ao provisão original são contrabalançados com a mesma.
acontecimento que dá origem à provisão. A entidade Contrabalançar os dispêndios com uma provisão que foi
apenas reconhece ganhos nas alienações esperadas de originalmente reconhecida para uma outra finalidade es-
activos no momento especificado pela NRF que trata dos conderia o impacto de dois acontecimentos diferentes.
respectivos activos. Aplicação das regras de reconhecimento e de
Reembolsos (53 a 57) mensuração (62 a 80)
Perdas operacionais futuras (62 e 63)
53. Quando se esperar que algum ou todo o dispêndio
necessário para liquidar uma provisão possa ser reem- 62. Não devem ser reconhecidas provisões para perdas
bolsado por uma outra parte, o reembolso deve ser re- operacionais futuras, uma vez que estas não satisfazem
conhecido quando, e somente quando, seja virtualmente a definição de passivo nem os critérios gerais de reconhe-
certo que o mesmo será recebido se a entidade liquidar a cimento estabelecidos.
obrigação. O reembolso deve ser tratado como um activo
separado, não devendo a quantia reconhecida para o 63. Uma expectativa de perdas operacionais futuras é
reembolso exceder a quantia da provisão. uma indicação de que certos activos da unidade opera-
cional podem estar em imparidade, pelo que a entidade
54. Na demonstração dos resultados, o gasto relacio- deverá testar estes activos quanto a imparidade segundo
nado com uma provisão pode ser apresentado líquido a NRF 17 - Imparidade de Activos.
da quantia reconhecida do reembolso que lhe esteja
Contratos onerosos (64 a 67)
associado.
64. Se a entidade tiver um contrato que seja oneroso,
55. Algumas vezes, uma entidade é capaz de esperar a obrigação presente segundo o contrato deve ser reco-
que outra parte pague parte ou todo o dispêndio necessário nhecida e mensurada como uma provisão.
para liquidar a provisão (por exemplo, por intermédio
de contratos de seguro, cláusulas de indemnização ou 65. Muitos contratos (por exemplo, algumas ordens
garantias de fornecedores). A outra parte pode reembolsar de compra de rotina) podem ser cancelados sem pagar
quantias pagas pela entidade ou pagar directamente as compensação à outra parte e por isso não há obrigação.
quantias. Outros contratos estabelecem tanto direitos como obri-
gações para cada uma das partes do contrato. Quando
56. Na maioria dos casos, a entidade permanecerá os eventos tornem tal contrato oneroso, o contrato cai
comprometida pela totalidade da quantia em questão de dentro do âmbito desta Norma, existindo um passivo que
forma que a entidade teria de liquidar a quantia inteira é reconhecido. Os contratos executivos que não sejam
se a terceira parte deixou de efectuar o pagamento por onerosos caiem fora do âmbito desta Norma.
qualquer razão. Nesta situação, uma provisão é reco-
nhecida para a quantia inteira do passivo e um activo 66. Esta Norma define um contrato oneroso como um
separado é reconhecido pelo reembolso esperado quando contrato em que os custos inevitáveis de satisfazer as
seja virtualmente certo que o reembolso será recebido se obrigações segundo o contrato excedem os benefícios eco-
a entidade liquidar o passivo. nómicos que se espera venham a ser recebidos segundo
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o mesmo. Os custos inevitáveis segundo um contrato detalhado para reestruturar somente constitui uma obri-
reflectem o menor do custo líquido de sair do contrato, gação construtiva para reestruturar se ele for feito de tal
que é o mais baixo do custo de o cumprir e de qualquer maneira e em pormenor suficiente (isto é, estabelecendo
compensação ou de penalidades provenientes da falta as principais características do plano) que dê origem a
de o cumprir. expectativas válidas em outras partes, tais como clientes,
fornecedores e empregados (ou os seus representantes)
67. Antes de ser estabelecida uma provisão separada de que a entidade levará a efeito a reestruturação.
para um contrato oneroso, uma entidade reconhece qual-
quer perda de imparidade que tenha ocorrido nos activos 72. Para que um plano seja suficiente para dar origem
inerentes a esse contrato (ver a NRF 17 - Imparidade de a uma obrigação construtiva quando comunicado aos
Activos). afectados pelo mesmo, a sua implementação necessita ser
planeada para começar logo que possível e ser completada
Reestruturação (68 a 80) segundo um calendário que torne improváveis alterações
significativas ao plano. Se se esperar que haverá uma
68. A definição de reestruturação por regra inclui, entre
longa demora antes da reestruturação começar ou que
outras, as seguintes situações:
a reestruturação levará um longo tempo não razoável, é
(a) Venda ou cessação de uma linha de negócios; improvável que o plano suscite uma expectativa válida
da parte de outros de que a entidade está presentemente
(b) O fecho de locais de negócio num país ou região comprometida com a reestruturação, porque o calendário
ou a deslocalização de actividades de negócio dá oportunidades à entidade de alterar os seus planos.
de um país ou de uma região para um outro
ou uma outra; 73. Uma decisão de reestruturação, tomada pelo órgão
de gestão, antes da data do balanço não conduz a uma
(c) Alterações na estrutura de gestão, como por obrigação construtiva à data do balanço a menos que a
exemplo a eliminação de um determinado entidade tenha, antes desta data:
nível ; e
(a) Iniciado a implementação do plano de reestru-
(d) Reorganizações fundamentais que tenham um turação; ou
efeito material na natureza e foco das opera-
ções da entidade. (b) Anunciado as principais características do plano
de reestruturação àqueles afectados pelo mes-
69. Uma provisão para custos de reestruturação mo, de forma suficientemente específica para
somente é reconhecida quando os critérios de reconhe- suscitar expectativas válidas nos mesmos de
cimento gerais de provisões estabelecidos no parágrafo que a entidade irá realizar a reestruturação.
13 sejam satisfeitos. Os parágrafos 70 a 80 estabelecem
como os critérios gerais de reconhecimento se aplicam a Se uma entidade começar a implementar um plano
reestruturações. de reestruturação, ou se anunciar as suas principais
características àqueles afectados pelo plano, só depois
70. Uma obrigação construtiva de reestruturar surge da data do balanço, é exigida divulgação segundo a
somente quando uma entidade: NRF 5 - Acontecimentos após a Data do Balanço, se a
reestruturação for material e se a não divulgação puder
(a) Tenha um plano formal detalhado para a rees- influenciar as decisões económicas dos utentes tomadas
truturação identificando pelo menos: com base nas demonstrações financeiras.
(i) O negócio ou parte de um negócio em questão; 74. Se bem que uma obrigação construtiva não seja
criada unicamente por uma decisão do órgão de gestão,
(ii) As principais localizações afectadas;
uma obrigação pode resultar de outros eventos anteriores
(iii) A localização, função e número aproximado juntamente com tal decisão. Por exemplo, negociações
de empregados que receberão retribuições pela com representantes de empregados para pagamentos de
cessação dos seus serviços; cessação de emprego, ou com compradores para a venda
de uma unidade operacional podem ter sido concluídas
(iv) Os dispêndios que serão levados a efeito; e sujeitos somente à aprovação do órgão de gestão. Uma
vez que a aprovação tenha sido obtida e comunicada a
(v) Quando será implementado o plano; e outras partes, a entidade tem uma obrigação construtiva
(b) Tenha criado uma expectativa válida nos afec- de reestruturar, se as condições do parágrafo 70 forem
tados de que levará a efeito a reestruturação satisfeitas.
ao começar a implementar esse plano ou ao 75. Nenhuma obrigação surge pela venda de uma
anunciar as suas principais características aos unidade operacional até que a entidade esteja compro-
afectados por ele. metida com a venda, isto é, haja um acordo de venda
71. A evidência de que uma entidade tenha começado vinculativo.
a implementar um plano de reestruturação será propor- 76. Mesmo quando uma entidade tenha tomado uma
cionada, por exemplo, ao desmantelar a fábrica ou ao decisão de vender uma unidade operacional e anunciado
vender activos ou pelo anúncio público das principais publicamente essa decisão, ela não pode estar compro-
características do plano. Um anúncio público de um plano metida com a venda até que um comprador tenha sido
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identificado e que haja um acordo vinculativo de venda. 82. Uma entidade deve divulgar o seguinte para cada
Até que haja um acordo vinculativo de venda, a entidade classe de provisão
estará em condições de alterar a sua intenção e na verda-
de terá de tomar uma outra orientação se não puder ser (a) Uma breve descrição da natureza da obriga-
encontrado um comprador em termos aceitáveis. Quando ção e do momento de ocorrência esperado de
a venda de uma unidade operacional for concebida como quaisquer exfluxos de benefícios económicos
parte de uma reestruturação, os activos da unidade resultantes;
operacional são revistos quanto à sua imparidade, se-
gundo a NRF 17 - Imparidade de Activos. Quando uma (b) Uma indicação das incertezas acerca da quantia
venda for somente parte de uma reestruturação, uma ou do momento de ocorrência desses exfluxos.
obrigação construtiva pode surgir para as outras partes Sempre que necessário para proporcionar
da reestruturação antes que exista um acordo de venda informação adequada uma entidade deve
vinculativo. divulgar os principais pressupostos feitos
com respeito a acontecimentos futuros, como
77. Uma provisão de reestruturação somente deve tratado no parágrafo 48; e
incluir os dispêndios directos provenientes da reestru-
turação, que são os que sejam quer: (c) A quantia de qualquer reembolso esperado,
declarando a quantia de qualquer activo que
(a) Necessariamente consequentes da reestruturação;
tenha sido reconhecido para esse reembolso
quer
esperado
(b) Não associados com as actividades continuadas
da entidade. 83. A menos que a possibilidade de qualquer exfluxo
na liquidação seja remota, uma entidade deve divulgar
78. Uma provisão de reestruturação não inclui custos
para cada classe de passivo contingente à data do balanço
tais como:
uma breve descrição da natureza do passivo contingente
(a) Retreinar ou deslocalizar pessoal que continua; e, quando praticável:
(b) Comercialização; ou
(a) Uma estimativa do seu efeito financeiro, mensu-
(c) Investimento em novos sistemas e redes de dis- rado segundo os parágrafos 35 a 52;
tribuição.
(b) Uma indicação das incertezas que se relacionam
Estes dispêndios relacionam-se com a conduta futura
com a quantia ou momento de ocorrência de
da entidade e não são passivos de reestruturação à data
qualquer exfluxo; e
do balanço. Tais dispêndios são reconhecidos na mesma
base como se surgissem independentemente de uma (c ) Possibilidade de qualquer reembolso.
reestruturação.
79. Perdas operacionais futuras identificáveis até à 84. Quando uma provisão e um passivo contingente
data de uma reestruturação não são incluídas numa surjam provenientes do mesmo conjunto de circunstân-
provisão, a menos que se relacionem com um contrato cias, uma entidade faz as divulgações exigidas pelos
oneroso como definido no parágrafo 8. parágrafos 81 a 83 de uma maneira que eles mostrem a
ligação entre a provisão e o passivo contingente.
80. Como exigido pelo parágrafo 51, os ganhos esperados
na alienação de activos não são tidos em consideração na 85. Quando um influxo de benefícios económicos for
mensuração de uma provisão de reestruturação, mesmo provável, uma entidade deve divulgar uma breve descrição
se a venda de activos for vista como parte da reestruturação. da natureza dos activos contingentes à data do balanço
Divulgação (81 a 87) e, quando praticável, uma estimativa do seu efeito finan-
ceiro, mensurada usando os princípios estabelecidos para
81. Para cada classe de provisão, uma entidade deve as provisões nos parágrafos 35 a 52.
divulgar:
(a) A quantia escriturada no começo e no fim do 86. É importante que as divulgações de activos contin-
período; gentes evitem dar indicações enganosas da probabilidade
de surgirem rendimentos.
(b) As provisões adicionais feitas no período, incluin-
do aumentos nas provisões existentes; 87. Quando qualquer da informação exigida pelos
(c) As quantias usadas (isto é, incorridas e debitadas parágrafos 83 e 85 não estiver divulgada porque não é
à provisão) durante o período; praticável fazê-lo, esse facto deve ser declarado.
(d) Quantias não usadas revertidas durante o pe- Data de eficácia (88)
ríodo; e
88. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
(e) O aumento durante o período na quantia descon-
primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
tada proveniente da passagem do tempo e o efeito
de 2009.
de qualquer alteração na taxa de desconto.
Não é exigida informação comparativa. A Ministra, Cristina Duarte
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12. Quando os indicadores atrás forem mistos e a mo- unidades operacionais estrangeiras (como uma empresa-
eda funcional não for óbvia, o órgão de gestão usa o seu mãe) ou uma unidade operacional estrangeira (como uma
juízo de valor para determinar a moeda funcional que subsidiária ou uma sucursal) — determina a sua moeda
mais fidedignamente representa os efeitos económicos funcional em conformidade com os parágrafos 9 a 14. A
das transacções, acontecimentos e condições subjacentes. entidade transpõe os itens de moeda estrangeira para a
Como parte desta abordagem, o órgão de gestão dá priori- sua moeda funcional e relata os efeitos dessa transposição
dade aos indicadores do parágrafo 9 antes de considerar de acordo com os parágrafos 20 a 36 e 49.
os indicadores dos parágrafos 11, que foram concebidos
para proporcionar evidência adicional de suporte para 18. Muitas entidades que relatam compreendem um
determinar a moeda funcional de uma entidade. número de entidades individuais (por exemplo, um
grupo é composto por uma empresa-mãe e uma ou mais
13. A moeda funcional de uma entidade reflecte as subsidiárias). Vários tipos de entidades, sejam membros
transacções, acontecimentos e condições subjacentes de um grupo ou de outro, podem ter investimentos em
que sejam relevantes para a mesma. Em conformidade, associadas ou empreendimentos conjuntos. Também
uma vez determinada, a moeda funcional não é alterada podem ter sucursais. É necessário que os resultados e a
a não ser que ocorra uma alteração nessas transacções, posição financeira de cada entidade individual incluída
acontecimentos e condições subjacentes. na entidade que relata sejam transpostos para a moeda
na qual a entidade que relata apresenta as suas demons-
14. Se a moeda funcional for a moeda de um economia
trações financeiras. Esta Norma permite que a moeda de
Hiperinflacionárias, as demonstrações financeiras da
apresentação de uma entidade que relata seja qualquer
entidade não são reexpressas em conformidade com a
moeda (ou moedas). Os resultados e a posição financeira
presente Norma (vide IAS 29 - Relato Financeiro em
de qualquer entidade individual da entidade que relata
Economias Hiperinflacionárias).
e cuja moeda funcional difira da moeda de apresentação
Investimento líquido numa unidade operacional são transpostos de acordo com os parágrafos 37 a 49.
estrangeira (15)
19. Esta Norma também permite que uma entidade
15. Uma entidade pode ter um item monetário que autónoma que prepare demonstrações financeiras de
seja recebível de ou pagável a uma unidade operacional acordo com a NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias
estrangeira. Um item cuja liquidação não esteja plane- e Consolidação apresente as suas demonstrações finan-
ada nem seja provável que ocorra num futuro previsível ceiras em qualquer moeda (ou moedas). Se a moeda de
faz parte, em substância, do investimento líquido da apresentação da entidade diferir da sua moeda funcio-
entidade nessa unidade operacional estrangeira, sendo nal, os seus resultados e posição financeira também são
contabilizado em conformidade com os parágrafos 31 e transpostos para a moeda de apresentação de acordo com
32. Tais itens monetários podem incluir contas a receber os parágrafos 37 a 49.
ou empréstimos de longo prazo. Não incluem contas a
receber comerciais nem contas a pagar comerciais. Relato de transacções em moeda estrangeira na
Itens monetários (16) moeda funcional (20 a 36)
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usada uma taxa que se aproxime da taxa real à data da 26. Quando estão disponíveis várias taxas de câmbio, a
transacção; por exemplo, pode ser usada uma taxa média taxa usada é aquela pela qual os futuros fluxos de caixa
para uma semana ou um mês para todas as transacções representados pela transacção ou saldo poderiam ter sido
em cada moeda estrangeira que ocorram durante esse liquidados se esses fluxos de caixa tivessem ocorrido na
período. Porém, se as taxas de câmbio variarem signifi- data da mensuração. Se a convertibilidade entre duas
cativamente, o uso da taxa média de um período não é moedas estiver temporariamente suspensa, a taxa usa-
apropriado. da é a primeira taxa subsequente pela qual os câmbios
podem ser efectuados.
Relato em datas subsequentes à do balanço (23 a 26)
Reconhecimento de diferenças de câmbio (27 a 33)
23. À data de cada balanço:
27. As diferenças de câmbio resultantes da liquidação
(a) Os itens monetários em moeda estrangeira devem de itens monetários ou do relato de itens monetários
ser transpostos pelo uso da taxa de fecho; de uma empresa a taxas diferentes das que foram ini-
cialmente registadas durante o período, ou relatadas
(b) Os itens não monetários que sejam mensurados em demonstrações financeiras anteriores, devem ser
em termos de custo histórico numa moeda es- reconhecidas nos resultados do período em que ocorram,
trangeira devem ser transpostos pelo uso da excepto quanto ao descrito no parágrafo 31.
taxa de câmbio à data da transacção;
28. Quando itens monetários resultam de uma tran-
(c) Os itens não monetários que sejam mensura-
sacção em moeda estrangeira e ocorre uma alteração na
dos pelo justo valor numa moeda estrangeira
taxa de câmbio, entre a data da transacção e a data da
devem ser transpostos pelo uso das taxas de
liquidação, o resultado é uma diferença de câmbio. Quan-
câmbio que existiam quando os valores foram
do a transacção é liquidada dentro do mesmo período
determinados.
contabilístico em que ocorreu, toda a diferença de câmbio
é reconhecida nesse período. Porém, quando a transacção
24. A quantia escriturada de um item é determinada
é liquidada num período contabilístico subsequente, a
de acordo com as Normas Contabilísticas e de Relato
diferença de câmbio reconhecida em cada período até
Financeiro relevantes. Por exemplo, os activos fixos
à data de liquidação é determinada pela alteração nas
tangíveis podem ser mensurados pelo justo valor ou pelo
taxas de câmbio durante cada período.
custo histórico de acordo com a NRF 7 - Activos Fixos
Tangíveis. Quer a quantia escriturada seja determinada
29. Quando um ganho ou uma perda num item não
na base do custo histórico ou na base do justo valor, se a
monetário é reconhecido directamente no capital pró-
quantia for determinada numa moeda estrangeira, ela
prio, qualquer diferença de câmbio incluída nesse ganho
deve ser transposta para a moeda funcional de acordo
ou perda deve ser reconhecida directamente no capital
com esta Norma.
próprio. Quando um ganho ou uma perda com um item
25. A quantia escriturada de alguns itens é determi- não monetário é reconhecido nos resultados, qualquer
nada pela comparação de duas ou mais quantias. Por diferença de câmbio incluída nesse ganho ou perda deve
exemplo, a quantia escriturada de inventários é a menor ser reconhecida nos resultados.
do custo e do valor realizável líquido de acordo com a NRF
30. Outras Normas exigem que alguns ganhos ou perdas
13 - Inventários. Da mesma forma, de acordo com a NRF
sejam reconhecidos directamente no capital próprio. Por
17 - Imparidade de Activos, a quantia escriturada de um
exemplo, a NRF 7 — Activos Fixos Tangíveis exige que al-
activo para o qual exista a indicação de imparidade é a
guns ganhos ou perdas resultantes de uma revalorização
menor entre a sua quantia escriturada antes de conside-
de activos fixos tangíveis sejam reconhecidos directamen-
rar as possíveis perdas por imparidade e a sua quantia
te no capital próprio. Quando um tal activo é mensurado
recuperável. Quando um tal activo é não monetário e é
numa moeda estrangeira, o parágrafo 23 (c) desta Norma
mensurado numa moeda estrangeira, a quantia escritu-
exige que a quantia revalorizada seja transposta usando
rada é determinada comparando:
a taxa à data em que o valor é determinado, resultando
(a) O custo ou quantia escriturada, conforme apro- numa diferença de câmbio que também é reconhecida
priado, transposto à taxa de câmbio na data no capital próprio.
em que a quantia foi determinada (i.e. a taxa
à data da transacção para um item mensurado 31. As diferenças de câmbio resultantes de um item
em termos de custo histórico); e monetário que faça parte do investimento líquido numa
unidade operacional estrangeira de uma entidade que
(b) O valor realizável líquido ou quantia recuperá- relata (ver parágrafo 15) devem ser reconhecidas nos
vel, conforme apropriado, transposto à taxa de resultados, nas demonstrações financeiras da entidade
câmbio na data em que o valor foi determinado que relata ou nas demonstrações financeiras da unidade
(por exemplo, a taxa de fecho à data do balan- operacional estrangeira, conforme apropriado. Nas de-
ço). O efeito desta comparação pode ser que monstrações financeiras que incluam a unidade opera-
uma perda por imparidade seja reconhecida cional estrangeira e a entidade que relata (por exemplo,
na moeda funcional, mas não seja reconhecida as demonstrações financeiras consolidadas quando a
na moeda estrangeira, ou vice-versa. unidade operacional estrangeira for uma subsidiária),
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essas diferenças de câmbio devem ser reconhecidas ini- influencia principalmente os preços de venda dos bens e
cialmente num componente separado de capital próprio serviços pode levar a uma alteração na moeda funcional
e reconhecidas nos resultados aquando da alienação do de uma entidade.
investimento líquido de acordo com o parágrafo 47.
36. O efeito de uma alteração na moeda funcional é
32. Quando um item monetário fizer parte do investi- contabilizado prospectivamente. Por outras palavras,
mento líquido numa unidade operacional estrangeira de uma entidade transpõe todos os itens para a nova moeda
uma entidade que relata e está denominado na moeda funcional usando a taxa de câmbio à data da alteração. As
funcional da entidade que relata, surge uma diferença quantias transpostas resultantes para itens não monetá-
de câmbio nas demonstrações financeiras individuais rios são tratadas como o seu custo histórico. As diferenças
da unidade operacional estrangeira. Da mesma forma, de câmbio resultantes da transposição de uma unidade
se esse item estiver denominado na moeda funcional da operacional estrangeira anteriormente classificada no
unidade operacional estrangeira, surge uma diferença capital próprio de acordo com os parágrafos 31 e 38(c)
de câmbio nas demonstrações financeiras separadas não são reconhecidas nos resultados até à alienação da
da entidade que relata. Essas diferenças de câmbio são unidade operacional.
reclassificadas num componente separado de capital
Uso de uma moeda de apresentação diferente da
próprio nas demonstrações financeiras que incluem a
moeda funcional (37 a 48)
unidade operacional estrangeira e a entidade que relata
(i.e. as demonstrações financeiras nas quais a unidade Transposição para a moeda de apresentação (37 a 42)
operacional estrangeira está integral ou proporcional-
mente consolidada, ou contabilizada usando o método da 37. Uma entidade pode apresentar as suas demons-
equivalência patrimonial). Contudo, um item monetário trações financeiras em qualquer moeda (ou moedas).
que faça parte do investimento líquido numa unidade Se a moeda de apresentação diferir da moeda funcional
operacional estrangeira de uma entidade que relata da entidade, ela transpõe os seus resultados e posição
pode ser denominado numa moeda diferente da moeda financeira para a moeda de apresentação. Por exemplo,
funcional tanto da entidade que relata como da unidade quando um grupo contiver entidades individuais com
operacional estrangeira. As diferenças de câmbio que diferentes moedas funcionais, os resultados e posição
resultam da transposição do item monetário para as financeira de cada entidade são expressos numa moeda
moedas funcionais da entidade que relata e da unidade comum para que seja possível apresentar demonstrações
operacional estrangeira não são reclassificadas no com- financeiras consolidadas.
ponente separado de capital próprio nas demonstrações
financeiras que incluem a unidade operacional estrangei- 38. Os resultados e posição financeira de uma entidade
ra e a entidade que relata (i.e. mantêm-se reconhecidas cuja moeda funcional não seja a moeda de uma econo-
nos resultados). mia hiperinflacionária devem ser transpostos para uma
moeda de apresentação diferente usando os seguintes
33. Quando uma entidade mantiver os seus livros e procedimentos:
registos numa moeda diferente da sua moeda funcional,
no momento em que a entidade preparar as suas demons- (a) Os activos e passivos de cada balanço apre-
trações financeiras, todas as quantias são transpostas sentado (i.e. incluindo comparativos) devem
ser transpostos à taxa de fecho na data desse
para a moeda funcional de acordo com os parágrafos 20 a
balanço;
26. Isto resulta nas mesmas quantias na moeda funcional
que teriam ocorrido se os itens tivessem sido registados (b) Os rendimentos e gastos de cada demonstração
inicialmente na moeda funcional. Por exemplo, os itens dos resultados (i.e. incluindo comparativos)
monetários são transpostos para a moeda funcional devem ser transpostos às taxas de câmbio nas
usando a taxa de fecho, e os itens não monetários que datas das transacções; e
são mensurados numa base do custo histórico são trans-
postos usando a taxa de câmbio à data da transacção que (c) Todas as diferenças de câmbio resultantes de-
resultou no seu reconhecimento. vem ser reconhecidas como um componente
separado de capital próprio.
Alterações na moeda funcional (34 a 36)
39. Por razões práticas, é muitas vezes usada uma taxa
34. Quando ocorrer uma alteração na moeda funcional que se aproxime das taxas de câmbio à data das tran-
de uma entidade, a entidade deve aplicar os procedimen- sacções, por exemplo, uma taxa média do período, para
tos de transposição aplicáveis à nova moeda funcional transpor os itens de rendimentos e de gastos. Porém, se
prospectivamente a partir a data da alteração. as taxas de câmbio variarem significativamente, o uso
da taxa média de um período não é apropriado.
35. Conforme referido no parágrafo 13, a moeda fun-
cional de uma entidade reflecte as transacções, aconte- 40. As diferenças de câmbio referidas no parágrafo 38
cimentos e condições subjacentes que sejam relevantes (c) resultam:
para a entidade. Em conformidade, uma vez determinada
a moeda funcional, ela só pode ser alterada se ocorrer uma (a) Da transposição de rendimentos e gastos às
alteração nessas transacções, acontecimentos e condições taxas de câmbio nas datas das transacções e
subjacentes. Por exemplo, uma alteração na moeda que de activos e passivos à taxa de fecho. Essas
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diferenças de câmbio derivam tanto dos itens de uma unidade operacional estrangeira são transpos-
de rendimentos e de gastos reconhecidos nos tos para uma moeda de apresentação a fim de que a
resultados como daqueles reconhecidos direc- unidade operacional estrangeira possa ser incluída, nas
tamente no capital próprio; demonstrações financeiras da entidade que relata, pela
consolidação integral ou proporcional ou pelo método de
(b) Da transposição dos activos líquidos de abertura equivalência patrimonial.
a uma taxa de fecho que difira da taxa de fecho
anterior. 44. A incorporação dos resultados e da posição finan-
ceira de uma unidade operacional estrangeira com os da
Estas diferenças de câmbio não são reconhecidas nos entidade que relata segue os procedimentos normais de
resultados porque as alterações nas taxas de câmbio consolidação, tais como a eliminação de saldos intragrupo
têm pouco ou nenhum efeito sobre os fluxos de caixa e de transacções intragrupo de uma subsidiária (ver NRF
presentes e futuros das unidades operacionais. Quando 25 — Investimentos em Subsidiárias e Consolidação e
as diferenças de câmbio se relacionam com uma unidade NRF 23 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos e
operacional estrangeira que esteja consolidada mas não Investimentos em Associadas). Contudo, um activo (ou
totalmente detida, as diferenças de câmbio acumuladas passivo) monetário intragrupo, seja de curto ou longo
resultantes da transposição e atribuíveis a interesses prazo, não pode ser eliminado contra o correspondente
minoritários são imputadas a, e reconhecidas como parte passivo (ou activo) intragrupo sem que sejam mostrados
de, interesses minoritários no balanço consolidado. os resultados das flutuações da moeda nas demonstrações
financeiras consolidadas. Isto resulta do facto de o item
41. Os resultados e posição financeira de uma entidade monetário representar um compromisso para converter
cuja moeda funcional seja a moeda de uma economia uma moeda noutra e expor a entidade que relata a um
hiperinflacionária devem ser transpostos para uma ganho ou perda através das flutuações cambiais. Em
moeda de apresentação diferente usando os seguintes conformidade, nas demonstrações financeiras consoli-
procedimentos:
dadas da entidade que relata, tal diferença de câmbio
continua a ser reconhecida nos resultados ou, se derivar
(a) Todas as quantias (i.e. activos, passivos, itens de
das circunstâncias descritas no parágrafo 31, é classi-
capital próprio, rendimento e gastos, incluindo
ficada como capital próprio até à alienação da unidade
comparativos) devem ser transpostas à taxa
de fecho na data do balanço mais recente, operacional estrangeira.
excepto que 45. Quando as demonstrações financeiras de uma
unidade operacional estrangeira se referem a uma data
(b) Quando as quantias são transpostas para a mo-
diferente da data da entidade que relata, a unidade ope-
eda de uma economia não hiperinflacionária,
racional estrangeira prepara muitas vezes demonstrações
as quantias comparativas devem ser aquelas
adicionais da mesma data que a data das demonstrações
que tenham sido apresentadas como quantias
financeiras da entidade que relata. Quando tal não se
do ano corrente nas demonstrações financeiras
verificar, a NRF 25 - Investimentos em Subsidiárias
relevantes do ano anterior (i.e. não ajustadas
e Consolidação permite o uso de uma data de relato
para alterações subsequentes no nível de
diferente desde que a diferença não seja superior a três
preço ou alterações subsequentes nas taxas
meses e os ajustamentos sejam feitos para os efeitos de
de câmbio).
qualquer transacção significativa ou outros acontecimentos
42. Quando a moeda funcional de uma entidade é a que ocorram entre as diferentes datas. Em tal caso, os
moeda de uma economia hiperinflacionária, a entidade activos e passivos da unidade operacional estrangeira
deve reexpressar as suas demonstrações financeiras são transpostos à taxa de câmbio na data do balanço da
(procedendo, para o efeito, de acordo com a IAS 29 Relato unidade operacional estrangeira. Os ajustamentos são
Financeiro em Economias Hiperinflacionárias) antes de feitos para alterações significativas nas taxas de câmbio
aplicar o método de transposição definido no parágrafo até à data do balanço da entidade que relata de acordo
41, excepto no caso de quantias comparativas que sejam com a NRF 25. A mesma abordagem é usada na aplicação
transpostas para uma moeda de uma economia não hipe- do método de equivalência patrimonial a associadas e em-
rinflacionária (ver parágrafo 41(b)). Quando a economia preendimentos conjuntos e na aplicação da consolidação
deixar de ser hiperinflacionária e a entidade já não re- proporcional a empreendimentos conjuntos de acordo com
expressar as suas demonstrações financeiras de acordo a NRF 23 — Interesses em Empreendimentos Conjuntos
com o procedimento antes referido, ela deve usar como e Investimentos em Associadas.
custos históricos para a transposição para a moeda de
46. Qualquer trespasse (goodwill) proveniente da
apresentação as quantias reexpressas ao nível de preço
aquisição de uma unidade operacional estrangeira e
à data em que a entidade cessou de reexpressar as suas
quaisquer ajustamentos do justo valor nas quantias es-
demonstrações financeiras.
crituradas de activos e passivos provenientes da aquisição
Transposição de uma unidade operacional es- dessa unidade operacional estrangeira serão tratados
trangeira (43 a 46) como activos e passivos da unidade operacional estran-
geira. Desse modo, serão expressos na moeda funcional
43. Os parágrafos 44 a 46, além dos parágrafos 37 a 42, da unidade operacional estrangeira e serão transpostos
aplicam-se quando os resultados e a posição financeira à taxa de fecho de acordo com os parágrafos 38 e 41.
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50. Nos parágrafos 52 e 53, as referências a «moeda O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
funcional» aplicam-se, no caso de um grupo, à moeda dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
funcional da empresa-mãe. Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
51. Uma entidade deve divulgar: aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
(a) A quantia das diferenças de câmbio reconhecidas nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
nos resultados excepto as que resultem de ins- mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
trumentos financeiros mensurados pelo justo em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
valor através dos resultados (vide IAS 39); das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
(b) As diferenças de câmbio líquidas classificadas País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
num componente separado de capital próprio, de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
e uma reconciliação da quantia de tais diferen- e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
ças de câmbio no começo e no fim do período. dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
Verde.
52. Quando a moeda de apresentação for diferente da
moeda funcional, esse facto deve ser declarado, junto com Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
a divulgação da moeda funcional e a razão para o uso de Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
uma moeda de apresentação diferente. Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
53. Quando houver uma alteração na moeda funcional Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
tanto da entidade que relata como de uma unidade opera- Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
cional estrangeira significativa, esse facto e a razão para Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
a alteração na moeda funcional devem ser divulgados. se a apresentação da documentação complementar ao
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6. Um empregado pode proporcionar serviços a uma Benefícios a curto prazo dos empregados: são os be-
entidade numa base de tempo completo, de tempo par- nefícios dos empregados (que não sejam benefícios de
cial, permanente, acidental ou temporária. Para os fins cessação de emprego e benefícios de compensação em
desta Norma, os empregados incluem directores e outro capital próprio) que se vençam na totalidade dentro de
pessoal de gerência. doze meses após o final do período em que os empregados
prestem o respectivo serviço.
7. Esta Norma não trata do relato dos planos de bene-
fícios do empregado. Benefícios adquiridos pelos empregados: são benefícios
dos empregados que não estejam condicionados ao futuro.
Definições (8)
Benefícios de remuneração em capital próprio: são
8. Os termos que se seguem são usados nes-
benefícios dos empregados pelos quais:
ta Norma com os significados especificados:
Activos detidos ou um fundo de benefícios a longo prazo (a) Os empregados têm direito a receber instrumen-
de empregados: são activos (que não sejam instrumentos tos financeiros de capital próprio emitidos pela
financeiros não transferíveis emitidos pela entidade que entidade (ou pela sua empresa mãe); ou
relata) que:
(b) A quantia da obrigação da entidade para com os
(a) Sejam detidos por uma entidade (o fundo) que
empregados depende do preço futuro de instru-
esteja legalmente separada da entidade que
mentos financeiros de capital próprio emitidos
relata e exista unicamente para pagar ou fi-
pela entidade. Benefícios dos empregados: são
nanciar os benefícios dos empregados; e
todas as formas de remuneração dadas por
(b) Estejam disponíveis para ser unicamente usados uma entidade em troca do serviço prestado
para pagar ou financiar os benefícios dos pelos empregados.
empregados, não estejam disponíveis para os
Benefícios por cessação de emprego (terminus): são be-
credores da própria entidade que relata (mesmo
nefícios dos empregados pagáveis em consequência de:
em falência), e não possam ser devolvidos à
entidade que relata, salvo se ou: (a) A decisão de uma entidade cessar o emprego
(i) os restantes activos do fundo sejam suficientes de um empregado antes da data normal da
para satisfazer todas as respectivas obrigações reforma; ou de
de benefícios dos empregados do plano ou da
(b) Decisão de um empregado de aceitar a saída
entidade que relata; ou
voluntária em troca desses benefícios.
(ii) os activos sejam devolvidos à entidade que
relata para a reembolsar relativamente a be- Benefícios pós emprego: são benefícios dos emprega-
nefícios de empregados já pagos. dos (que não sejam benefícios de cessação de emprego e
benefícios de compensação em capital próprio) que sejam
Activos do plano: compreendem: pagáveis após a conclusão do emprego.
(a) Activos detidos por um fundo de benefícios a Custo de juros: é o aumento durante um período no
longo prazo de empregados; e valor presente de uma obrigação de benefícios definidos
que surge porque os benefícios estão um ano mais pró-
(b) Apólices de seguros elegíveis.
ximo da liquidação.
Apólice de seguro elegível: é uma apólice de seguro
Custo de serviços passados: é o aumento no valor
emitida por uma seguradora que não seja uma parte
presente da obrigação de benefícios definidos quanto ao
relacionada da entidade que relata, se o produto da
serviço de empregados em períodos anteriores, resultan-
apólice:
tes no período corrente da introdução de, ou alterações a,
(a) Só puder ser usado para pagar ou financiar be- benefícios pós-emprego ou outros benefícios a longo prazo
nefícios dos empregados segundo um plano de dos empregados. O custo de serviços passados pode ser
benefícios definidos; ou positivo (quando os benefícios sejam introduzidos ou
melhorados) ou negativo (quando os benefícios existentes
(b) Não estejam disponíveis para os credores da pró- sejam reduzidos).
pria entidade que relata (mesmo em falência)
e não possam ser pagos à entidade que relata, Custo do serviço corrente: é o aumento no valor pre-
a menos que ou: sente da obrigação de benefícios definidos resultante do
serviço do empregado no período corrente.
(i) o produto represente activos excedentários que
não sejam necessários para a apólice satisfazer Ganhos e perdas actuariais: compreendem:
todas as respectivas obrigações de benefícios
dos empregados; ou (a) Ajustamentos de experiência (os efeitos de dife-
renças entre os anteriores pressupostos actu-
(ii) o produto seja devolvido à entidade que relata ariais e aquilo que realmente ocorreu); e
para a reembolsar de benefícios de empregados
já pagos. (b) Os efeitos de alterações nos pressupostos actuariais.
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Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser (b) Ausências permitidas a curto prazo (tais como
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece- licença anual paga e licença por doença paga)
doras e dispostas a isso, numa transacção em que não em que se espera que as faltas ocorram dentro
exista relacionamento entre elas. de doze meses após o final do período em que os
empregados prestam o respectivo serviço;
Outros benefícios a longo prazo dos empregados: são
benefícios dos empregados (que não sejam benefícios pós- (c) Participação nos lucros e gratificações pagáveis
emprego, benefícios de cessação de emprego e benefícios dentro de doze meses após o final do período
de remuneração em capital próprio) que não se vençam em que os empregados prestam o respectivo
na totalidade dentro de doze meses após o final do período serviço; e
em que os empregados prestam o respectivo serviço.
(d) Benefícios não monetários (tais como cuidados
Planos de benefícios definidos: são planos de benefí- médicos, alojamento, automóvel e bens ou
cios pós emprego que não sejam planos de contribuição serviços gratuitos ou subsidiados) para os
definida. empregados correntes.
Planos de benefícios pós emprego: são acordos formais 10. A contabilização dos benefícios a curto prazo dos
ou informais pelos quais uma entidade proporciona be- empregados é geralmente linear porque não são necessá-
nefícios pós emprego a um ou mais empregados. rios pressupostos actuariais para mensurar a obrigação
ou o custo e não há possibilidade de qualquer ganho ou
Planos de contribuição definida: são planos de be-
perda actuarial. Além do mais, as obrigações dos benefí-
nefícios pós emprego pelos quais uma entidade paga
cios dos empregados a curto prazo são mensuradas numa
contribuições fixadas a uma entidade separada (um
base não descontada.
fundo) e não terá obrigação legal ou construtiva de pagar
contribuições adicionais se o fundo não detiver activos Reconhecimento e mensuração (11 a 23)
suficientes para pagar todos os benefícios dos empregados
relativos ao serviço dos empregados no período corrente Todos os Benefícios a Curto Prazo de Empregados (11)
e em períodos anteriores.
11. Quando um empregado tenha prestado serviço
Planos de remuneração em capital próprio: são acordos a uma entidade durante um período contabilístico, a
formais ou informais pelos quais uma entidade propor- entidade deve reconhecer a quantia não descontada de
ciona benefícios de remuneração em capital próprio para benefícios a curto prazo de empregados que espera ser
um ou mais empregados. paga em troca desse serviço:
Planos multi-empregador: são planos de contribuição (a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução
definida (que não sejam planos estatais) ou planos de be- de qualquer quantia já paga. Se a quantia já
nefícios definidos (que não sejam planos estatais) que: paga exceder a quantia não descontada dos
benefícios, uma entidade deve reconhecer esse
(a) Ponham em conjunto activos contribuídos por excesso como um activo (gasto pré-pago) na
várias entidades que não estejam sob controlo extensão de que o pré-pagamento conduzirá,
comum; e por exemplo, a uma redução em futuros paga-
(b) Usem esses activos para proporcionar benefícios mentos ou a uma restituição de dinheiro; e
aos empregados de mais de uma entidade, na (b) Como um gasto, salvo se outra Norma Contabi-
base de que os níveis de contribuições e de lística e de Relato Financeiro exigir ou permitir
benefícios são determinados não olhando á a inclusão dos benefícios no custo de um activo
identidade da entidade que emprega os em- (ver, por exemplo, NRF 13 - Inventários e a
pregados em questão. NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).
Retorno dos activos do plano: é o juro, dividendos e Os parágrafos 12, 15 e 18 explicam como uma entidade
outro rédito proveniente dos activos do plano, juntamente deve aplicar este requisito a benefícios a curto prazo dos
com ganhos ou perdas nos activos do plano realizados e empregados na forma de ausências permitidas e de planos
não realizados, menos quaisquer custos de administrar de participações nos lucros e de gratificações.
o plano e menos qualquer imposto a pagar pelo próprio
plano. Valor presente de uma obrigação de benefícios Ausências permitidas a curto prazo (12 a 17)
definidos: é o valor presente, sem a dedução de quaisquer
activos do plano, dos pagamentos futuros esperados ne- 12. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado de
cessários para liquidar a obrigação resultante do serviço benefícios a curto prazo de empregados na forma de au-
do empregado nos períodos corrente e anteriores. sências permitidas segundo o parágrafo 11 como segue:
Benefícios a curto prazo dos empregados (9 a 23) (a) No caso de ausências permitidas acumuláveis
quando os empregados prestam serviço que
9. Os benefícios a curto prazo de empregados incluem aumente o seu direito a ausências permitidas
itens tais como: futuras; e
(a) Salários, ordenados e contribuições para a se- (b) No caso ausências permitidas não acumuláveis,
gurança social; quando as faltas ocorram.
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13. Uma entidade pode remunerar empregados por Existe uma obrigação presente quando, e só quando,
ausência por variadas razões incluindo férias, doença e a entidade não tem alternativa realista senão a de fazer
incapacidade a curto prazo, maternidade ou paternidade, os pagamentos.
serviço dos tribunais e serviço militar. O direito a ausên-
cias permitidas subdivide-se em duas categorias: 19. Segundo alguns planos de participação nos lucros,
os empregados só recebem uma parte do lucro se perma-
(a) Acumuláveis; e necerem na entidade durante um período especificado.
(b) Não acumuláveis. Tais planos criam uma obrigação construtiva à medida
14. Ausências permitidas não gozadas acumuláveis que os empregados prestam serviço que aumenta a
são as que sejam reportáveis e possam ser usadas em quantia a ser paga se permanecerem ao serviço até ao
períodos futuros se o direito do período corrente não for final do período especificado. A mensuração de tais obri-
usado totalmente. As ausências permitidas não gozadas gações construtivas reflecte a possibilidade de alguns
acumuláveis podem ser ou adquiridas (por outras pa- empregados poderem sair sem receberem pagamentos
lavras, os empregados têm direito a um pagamento em de participação nos lucros.
dinheiro quanto ao direito não utilizado ao saírem da
entidade) ou não adquiridas (quando os empregados não 20. Uma entidade pode não ter obrigação legal de pagar
têm direito a um pagamento a dinheiro pelo direito não uma gratificação. Não obstante, em alguns casos, uma
utilizado ao saírem). Surge uma obrigação à medida que entidade tem a prática de pagar gratificações. Em tais
os empregados prestam serviço que aumente o seu direito casos, a entidade tem uma obrigação construtiva porque
a ausências permitidas futuras. A obrigação existe, e é não tem alternativa realista senão de pagar a gratifica-
reconhecida mesmo se as ausências permitidas não go- ção. A mensuração da obrigação construtiva deve reflectir
zadas forem não adquiridas, embora a possibilidade de a possibilidade de alguns empregados poderem sair sem
os empregados poderem sair antes de utilizarem direito receberem a gratificação.
acumulado não adquirido afecte a mensuração dessa
obrigação. 21. Uma entidade pode fazer uma estimativa fiável
da sua obrigação legal ou construtiva segundo um plano
15. Uma entidade deve mensurar o custo esperado de
de participação nos lucros ou de gratificações quando, e
ausências permitidas não gozadas acumuláveis como a
quantia adicional que a entidade espera pagar em con- só quando:
sequência do direito não utilizado que tenha acumulado
(a) Os termos formais do plano contenham uma
à data do balanço.
fórmula para determinar a quantia do bene-
16. O método especificado no parágrafo anterior fício;
mensura a obrigação como a quantia dos pagamentos
adicionais que se espera que surjam exclusivamente do (b) A entidade determine as quantias a serem pagas
facto de o benefício acumular. Em muitos casos pode não antes das demonstrações financeiras serem
necessitar de fazer cálculos pormenorizados para estimar aprovadas para emissão; ou
que não existe obrigação material quanto às ausências
permitidas não utilizadas. Por exemplo uma obrigação (c) A prática passada dê evidência clara da quantia
de licença por doença só é provável ser material se exis- da obrigação construtiva da entidade.
tir o entendimento formal ou informal de que a licença
por doença paga e não utilizada pode ser tomada como 22. Uma obrigação segundo planos de participação
férias pagas. nos lucros e de gratificações resulta do serviço dos em-
17. As ausências permitidas não acumuláveis não se pregados e não de uma transacção com os proprietários
transportam: elas ficam perdidas se o direito do período da entidade. Por conseguinte, uma entidade reconhece
corrente não for totalmente usado e não dão aos empre- o custo de planos de participação nos lucros e de gratifi-
gados o direito de um pagamento a dinheiro por direitos cações não como uma distribuição do lucro líquido mas
não utilizados quando saírem da entidade. Isto é normal- como um gasto.
mente o caso dos pagamentos por doença (na medida em
que os direitos passados não utilizados não aumentam 23. Se os pagamentos de participação nos lucros e de
os direitos futuros), licença por maternidade ou paterni- gratificações não se vencerem totalmente dentro de doze
dade ou ausências permitidas por serviço nos tribunais meses após o final do período em que os empregados pres-
ou serviço militar. Uma entidade não reconhece passivo tam o respectivo serviço, esses pagamentos são benefícios
nem gasto até ao momento da falta, porque o serviço do a longo prazo dos empregados.
empregado não aumenta a quantia do benefício.
Benefícios pós-emprego: distinção entre planos
Planos de participação nos lucros e de gratificações
de contribuição definida e planos de benefícios
(18 a 23)
definidos (24 a 37)
18. Uma entidade deve reconhecer o custo esperado
dos pagamentos de participação nos lucros e gratificações 24. Os benefícios pós emprego incluem por exemplo:
segundo o parágrafo 11 quando, e só quando:
(a) A entidade tenha uma obrigação presente legal (a) Benefícios de reforma, tais como pensões; e
ou construtiva de fazer tais pagamentos em
(b) Outros benefícios pós emprego, tais como seguros
consequência de acontecimentos passados; e
de vida pós emprego e cuidados médicos pós
(b) Possa ser feita uma estimativa fiável da obrigação. emprego.
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Os acordos pelos quais uma entidade proporciona bene- Planos multi-empregador (28 a 30)
fícios pós emprego são planos de benefícios pós emprego.
Uma entidade aplica esta Norma a todos os acordos que 28. Uma entidade deve classificar um plano multi-
envolvam o estabelecimento de uma entidade separada empregador como um plano de contribuição definida ou
para receber as contribuições e pagar os benefícios. como um plano de benefícios definidos segundo os termos
do plano (incluindo qualquer obrigação construtiva que
25. Os planos de benefício pós emprego classificam-se vá para além dos termos formais). Sempre que um plano
como planos de contribuição definida ou como planos de multi-empregador for um plano de benefícios definidos,
benefícios definidos, dependendo da substância econó- uma entidade deve contabilizar a sua parte proporcional
mica do plano que resulte dos seus principais termos e da obrigação de benefícios definidos, dos activos do pla-
condições. Pelos planos de contribuição definida: no e do custo associado ao plano da mesma forma como
qualquer outro plano de benefícios definidos.
(a) A obrigação legal ou construtiva da entidade é
limitada à quantia que ela aceita contribuir 29. Quando não estiver disponível informação suficien-
te para utilizar a contabilização de benefícios definidos
para o fundo. Assim, a quantia dos benefícios
de um plano multi-empregador que seja um plano de
pós emprego recebidos pelo empregado é de-
benefícios definidos, uma entidade deve contabilizar o
terminada pela quantia de contribuições pagas
plano como se fosse um plano de contribuição definida.
por uma entidade (e, se for caso, também pelo
empregado) para um plano de benefícios pós 30. Um exemplo de um plano multi-empregador de
emprego ou para uma entidade de seguros, benefícios definidos é um em que:
juntamente com os retornos do investimento
provenientes das contribuições; e (a) O plano é financiado numa base «pay as you go»
tal que: as contribuições são fixadas ao nível
(b) Em consequência, o risco actuarial (que os bene- que se espera ser suficiente para pagar os be-
fícios possam vir a ser inferiores aos espera- nefícios que se vençam num mesmo período;
dos) e o risco de investimento (que os activos e benefícios futuros obtidos durante o período
investidos possam vir a ser insuficientes para corrente serão pagos de futuras contribuições;
satisfazer os benefícios esperados) recaem no e
empregado.
(b) Os benefícios dos empregados são determinados
26. São exemplos de casos em que uma obrigação de pela duração do seu serviço e as entidades
participantes não têm meio realista de se reti-
uma entidade não é limitada à quantia que concorda
rarem do plano sem pagarem uma contribuição
contribuir para o fundo quando a entidade tenha uma
pelos benefícios obtidos pelos empregados até
obrigação legal ou construtiva por meio de:
à data da retirada.
(a) Uma fórmula de benefícios do plano que não Tal plano cria risco actuarial para a entidade: se o
esteja exclusivamente ligada à quantia das custo final dos benefícios já ganhos à data do balanço for
contribuições; maior do que o esperado, a entidade terá de ou aumentar
as suas contribuições ou de persuadir os empregados a
(b) Uma garantia, seja indirectamente através de aceitar uma redução dos benefícios.
um plano ou directamente, de um retorno
especificado nas contribuições; ou Planos Estatais (31 a 33)
(c) Aquelas práticas informais que dão origem a 31. Uma entidade deve contabilizar um plano estatal
uma obrigação construtiva. Por exemplo, pode da mesma maneira que um plano multi-empregador (ver
surgir uma obrigação construtiva quando parágrafos 28 e 29).
uma entidade tem um passado de benefícios
32. Os planos estatais são estabelecidos pela legislação
crescentes para antigos empregados para se
para cobrir todas as entidades (ou todas as entidades
manter a par com a inflação mesmo quando
numa particular categoria, por exemplo um sector espe-
não existe obrigação legal de o fazer. cifico) e são operados por um governo nacional ou local
ou por outra organização (por exemplo, uma agência
27. Pelos planos de benefícios definidos:
autónoma criada especificamente para esta finalidade)
que não está sujeita a controlo ou influência pela entidade
(a) A obrigação da entidade é a de proporcionar os
que relata. Alguns planos estabelecidos por uma entidade
benefícios acordados com os empregados cor-
proporcionam não só benefícios obrigatórios que são subs-
rentes e antigos; e titutos dos benefícios que de outra forma seriam cobertos
por um plano estatal bem como benefícios voluntários
(b) O risco actuarial e o risco de investimento reca-
adicionais. Tais planos não são planos estatais.
em, na substância, na entidade. Se a experiên-
cia actuarial ou de investimento forem piores 33. Os planos estatais são caracterizados como de na-
que o esperado, a obrigação da entidade pode tureza de benefícios definidos. Muitos planos estatais são
ser aumentada. contribuídos numa base de «pay as you go»: as contribuições
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são fixadas a um nível que se espera ser suficiente para bilidade exclusiva de pagar os benefícios. Pagamento de
pagar os benefícios requeridos que se vençam no mesmo prémios fixados segundo tais contratos é, em substância,
período; benefícios futuros obtidos durante o período cor- a liquidação da obrigação de benefícios do empregado e
rente serão pagos com contribuições futuras. Contudo, na não um investimento para satisfazer a obrigação. Con-
maioria dos planos estatais, a entidade não tem obrigação sequentemente, a entidade deixa de ter um activo ou um
legal ou construtiva de pagar esses futuros benefícios: a passivo. Portanto, a entidade trata tais pagamentos como
sua única obrigação é a de pagar as contribuições à me- contribuições para um plano de contribuição definida.
dida que se vencem e se a entidade deixar de empregar
Benefícios pós-emprego: planos de contribuição
membros do plano estatal, não terá obrigação de pagar
definida (38 a 41)
os benefícios obtidos pelos seus próprios empregados em
anos anteriores. Por esta razão, os planos estatais são 38. A contabilização dos planos de contribuição defi-
normalmente planos de contribuição definida. Porém, nida é linear porque a obrigação da entidade que relata
em casos raros quando um plano estatal for um plano de relativamente a cada período é determinada pelas
benefícios definidos, uma entidade aplica o tratamento quantias a serem contribuídas relativas a esse período.
prescrito nos parágrafos 28 e 29. Consequentemente, não são necessários pressupostos
actuariais para mensurar a obrigação ou o gasto e não
Benefícios segurados (34 a 37) há possibilidade de qualquer ganho ou perda actuarial.
Além disso, as obrigações são mensuradas numa base
34. Uma entidade pode pagar prémios de seguro para
não descontada, excepto quando não se vençam comple-
contribuir para o fundo de um plano de benefícios pós-
tamente dentro de doze meses após o final do período em
emprego. A entidade deve tratar tal plano como um plano
que os empregados prestam o respectivo serviço.
de contribuição definida salvo se a entidade venha a ter
(quer directamente, quer indirectamente através do Reconhecimento e mensuração (39 e 40)
plano) uma obrigação legal ou construtiva de:
39. Quando um empregado tiver prestado serviço a uma
(a) Pagar os benefícios dos empregados directamente entidade durante um período, a entidade deve reconhecer
quando se vencem; ou a contribuição a pagar para um plano de contribuição
definida em troca desse serviço:
(b) Pagar contribuições adicionais se o segurador
não pagar todos os benefícios futuros do (a) Como um passivo (gasto acrescido), após dedução
empregado relativos ao serviço do empre- de qualquer contribuição já paga. Se a contri-
gado no período corrente e em anteriores. buição já paga exceder a contribuição devida
Se a entidade retiver tal obrigação legal ou relativo ao serviço antes da data de balanço,
construtiva, a entidade deve tratar o plano uma entidade deve reconhecer esse excesso
como um plano de benefícios definidos. como um activo (gasto pré-pago) na medida em
que o pré-pagamento conduzirá, por exemplo a
35. Os benefícios segurados por um contrato de seguro uma redução em futuros pagamentos ou numa
não precisam de ter um relacionamento directo ou auto- restituição de dinheiro; e
mático com a obrigação da entidade quanto aos benefícios
dos empregados. Os planos de benefícios pós-emprego que (b) C omo um gasto, salvo se outra NRF exigir ou
envolvam contratos de seguro estão sujeitos à mesma permitir a inclusão da contribuição no custo de
distinção entre contabilização e contribuição para o fundo um activo (ver, por exemplo, a NRF 13 - Inven-
como outros planos com fundo. tários, e a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis).
36. Quando uma entidade financia uma obrigação de 40. Quando as contribuições para um plano de contri-
benefícios pós-emprego ao contribuir para uma apólice buição definida não se vençam completamente dentro
de seguro pela qual a entidade (quer directamente quer de doze meses após o final do período em que os em-
indirectamente através do plano, através dum mecanis- pregados prestam o respectivo serviço, elas devem ser
mo de fixação de futuros prémios quer através de um descontadas.
relacionamento de parte relacionada com o segurador) Benefícios pós-emprego: planos de benefícios
retém uma obrigação legal ou construtiva, o pagamento definidos (41)
dos prémios não corresponde a um acordo de contribuição
definida. Em consequência a entidade contabiliza uma 41. A contabilização dos planos de benefícios definidos
apólice de seguro elegível como um activo de plano. é complexa porque são necessários pressupostos actu-
ariais para mensurar a obrigação e o gasto e existe a
37. Quando uma apólice de seguro estiver no nome de possibilidade de ganhos e perdas actuariais. Além disso,
um especificado participante do plano ou de um grupo de as obrigações são mensuradas numa base descontada
participantes do plano e a entidade não tiver qualquer porque elas podem ser liquidadas muitos anos após os
obrigação legal ou construtiva para cobrir qualquer per- empregados prestarem o respectivo serviço. Orientação
da na apólice, a entidade não tem obrigação de pagar sobre esta matéria é facultada pela IAS 19— Benefícios
benefícios aos empregados e o segurador tem a responsa- de Empregados.
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Outros benefícios a longo prazo dos empregados (d) Ganhos e perdas actuariais, que devem ser todos
(42 a 46) imediatamente reconhecidos;
42. Outros benefícios a longo prazo dos empregados (e) Custo dos serviços passados, que deve ser todo
incluem, por exemplo: imediatamente reconhecido; e
(a) Ausências permitidas de longo prazo tais como (f) O efeito de quaisquer cortes ou liquidações.
licença por serviços duradouros ou sabática;
46. Uma forma de outros benefícios a longo prazo do
(b) Benefícios de jubileu ou por outro serviço dura- empregado é benefício de incapacidade de longo prazo.
douro; Se o nível do benefício depende da duração do serviço,
uma obrigação surge quando o serviço é prestado. A
(c) Benefícios a longo prazo de incapacidade; mensuração dessa obrigação reflecte a probabilidade
desse pagamento ser obrigatório e a duração do tempo
(d) Participação nos lucros e gratificações pagáveis durante o qual se espera que o pagamento seja feito. Se
doze meses ou mais após o fim do período o nível do benefício for o mesmo para qualquer empre-
no qual os empregados prestam o respectivo gado inválido independentemente dos anos de serviço, o
serviço; e custo esperado desses benefícios é reconhecido quando
ocorre um acontecimento que cause uma incapacidade
(e) remunerações diferidas pagas doze meses ou mais de longo prazo.
após o fim do período no qual seja obtida.
Benefícios de cessação de emprego (47 a 55)
43. A mensuração de outros benefícios a longo prazo dos
empregados não é geralmente sujeita ao mesmo grau de 47. Esta Norma trata de benefícios de cessação de
incerteza que a mensuração de benefícios pós-emprego. emprego em separado de outros benefícios de emprega-
Além disso, a introdução de, ou alterações a, outros bene- dos devido a que o acontecimento que dá origem a uma
fícios a longo prazo dos empregados raramente dá origem obrigação é a cessação em vez do serviço do empregado.
a uma quantia material de custo dos serviços passados.
Reconhecimento (48 a 53)
Por estas razões, esta Norma exige um método simplificado
de contabilização para outros benefícios a longo prazo dos 48. Uma entidade deve reconhecer benefícios de ces-
empregados. Este método difere da contabilização exigida sação de emprego como um passivo e um gasto quando,
para benefícios pós-emprego como segue: e somente quando, a entidade esteja comprometida de
uma forma demonstrável, quer a:
(a) Ganhos e perdas actuariais são imediatamente
reconhecidos e não se aplica o «corridor»; e (a) Cessar o emprego de um empregado ou grupo
de empregados antes da data normal de re-
(b) todo o custo dos serviços passados é imediata- forma; ou
mente reconhecido.
(b) Proporcionar benefícios de cessação como resul-
Reconhecimento e mensuração (44 a 46) tado de uma oferta feita a fim de encorajar a
saída voluntária.
44. A quantia reconhecida como um passivo relativa a
outros benefícios a longo prazo dos empregados deve ser 49. Uma entidade está demonstravelmente compro-
o total líquido das seguintes quantias: metida a uma cessação de emprego quando, e somente
quando, a entidade tem um plano formal pormenorizado
(a) O valor presente da obrigação de benefícios de- para a cessação e não exista possibilidade realista de
finidos à data do balanço; retirada. O plano detalhado deve incluir, como mínimo:
(b) Menos o justo valor à data do balanço dos activos (a) A localização, a função, e o número aproximado
do plano (se os houver) dos quais as obrigações de empregados cujos serviços estão para ser
devem ser liquidadas directamente. cessados;
45. Para outros benefícios a longo prazo dos emprega- (b) O benefício de cessação para cada classificação
dos, uma entidade deve reconhecer o total líquido das ou função de emprego; e
seguintes quantias como gasto ou rendimento, excepto
na medida em que outra NRF exija ou permita a sua (c) Momento em que o plano será implementado.
inclusão no custo de um activo. A implementação deve começar com a maior
brevidade possível e o período de tempo para
(a) Custo dos serviços correntes; completar a implementação deve ser tal que
não sejam prováveis alterações materiais para
(b) Custo de juros; o plano.
(c) O retorno esperado em quaisquer activos do 50. Uma entidade pode estar comprometida, pela
plano e sobre qualquer direito de reembolso legislação, por acordos contratuais ou outros com empre-
reconhecido como um activo; gados ou os seus representantes ou por uma obrigação
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construtiva baseada na prática da entidade, costume ou pessoal chave da gerência. A NRF 1 — Apresentação de
um desejo de agir com equidade, a fazer pagamentos (ou Demonstrações Financeiras, exige a divulgação de gastos
proporcionar outros benefícios) aos empregados quando com os benefícios dos empregados.
dá por cessado o seu emprego. Tais pagamentos são be-
nefícios de cessação. Benefícios de cessação de emprego Divulgação de benefícios pós-emprego: planos de
são tipicamente pagamentos de quantia única, mas por contribuição definida (57 e 58)
vezes também incluem:
57. Uma entidade deve divulgar a quantia reconhecida
(a) Um alargamento de benefícios de reforma ou de como um gasto no que respeita a planos de contribuição
outros benefícios pós-emprego, quer indirec- definida.
tamente através de um plano de benefícios do
empregado ou directamente; e 58. Sempre que exigido pela NRF 4 - Divulgações de
Partes Relacionadas, uma entidade divulga informação
(b) Ordenados até ao final de um período de aviso acerca de contribuições para planos de contribuição defi-
especificado se o empregado não prestar mais nida relativamente ao principal pessoal de gerência.
serviço adicional que proporcione benefícios
económicos para a entidade. Divulgação de outros benefícios a longo prazo de
empregados (59)
51. Alguns benefícios dos empregados são pagáveis
independentemente da razão para a saída do empregado. 59. Para cada categoria de outros benefícios a longo
O pagamento de tais benefícios é certo (sujeito a quais- prazo que uma entidade proporcione aos seus emprega-
quer requisitos de aquisição ou de serviço mínimo) mas dos, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios,
a tempestividade do seu pagamento é incerta. Embora a quantia das suas obrigações e o nível de cobertura das
tais benefícios sejam descritos nalguns países como in- responsabilidades à data do relato, bem como a quantia
demnizações de cessação de emprego, ou liberalidades de de quaisquer ganhos ou perdas actuariais no período
cessação de emprego, eles são benefícios pós-emprego, em corrente e as políticas contabilísticas para tais ganhos
vez de benefícios de cessação de emprego e uma entidade ou perdas actuariais.
contabiliza-os como benefícios pós-emprego. Algumas
entidades proporcionam um nível mais baixo de bene- Divulgação de benefícios de cessação de emprego (60)
fícios para cessação voluntária de emprego a pedido do
empregado (em substância, um benefício pós-emprego) 60. Para cada categoria de benefícios de cessação de
do que para cessação involuntária de emprego a pedido emprego que uma entidade proporcione aos seus empre-
da entidade. O benefício adicional a pagar da cessação gados, a entidade deve divulgar a natureza dos benefícios,
involuntária é um benefício de cessação de emprego. a política contabilística adoptada, a quantia das suas
obrigações e o nível de cobertura das responsabilidades
52. Os benefícios de cessação de emprego não propor- à data do relato. Quando existir uma incerteza acerca
cionam a uma entidade futuros benefícios económicos e do número de empregados que aceitarão uma oferta de
são reconhecidos como um gasto imediatamente. benefícios de cessação de emprego, existe um passivo
contingente. Como exigido pela NRF 19 - Provisões, Pas-
53. Quando uma entidade reconheça benefícios de sivos Contingentes e Activos Contingentes, uma entidade
cessação, a entidade pode também ter necessidade de divulga informação acerca do passivo contingente salvo
contabilizar um corte de benefícios de reforma ou outros se a possibilidade de qualquer exfluxo na liquidação for
benefícios dos empregados. remota.
Mensuração (54 e 55)
Data de eficácia (61)
54. Sempre que benefícios de cessação de emprego se
61. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
vençam a mais de 12 meses após a data do balanço, eles
primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
devem ser descontados.
de 2009.
55. No caso de uma oferta feita para encorajar a saída
voluntária, a mensuração dos benefícios de cessação de ANEXO 1
emprego deve basear-se no número de empregados que
Regime especial das pequenas entidades
se espera que aceitem a oferta.
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Entrada em vigor
2. Às Entidades inseridas no regime especial para
pequenas entidades (REPE) não se aplicam os parágrafos O presente Despacho Normativo entra em vigor na
57 a 59 (divulgação). data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
A Ministra Cristina Duarte lato Financeiro.
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Do mesmo modo, o reconhecimento de activos e passivos (b) Diferenças temporárias dedutíveis, que são dife-
por impostos diferidos numa concentração de actividades renças temporárias de que resultam quantias
empresariais afecta a quantia de trespasse (goodwill) que são dedutíveis na determinação do lucro
resultante dessa concentração de actividades empresa- tributável (perda fiscal) de períodos futuros
riais ou a quantia de qualquer excesso do interesse da quando a quantia escriturada do activo ou do
adquirente no justo valor líquido de activos, passivos e passivo seja recuperada ou liquidada.
passivos contingentes identificáveis da adquirida do custo
da concentração. Gasto de impostos (rendimento de impostos): é a
quantia agregada incluída na determinação do resultado
Esta Norma trata também do reconhecimento dos líquido do período respeitante a impostos correntes e a
activos por impostos diferidos provenientes de perdas impostos diferidos.
fiscais não usadas ou de créditos fiscais não usados, da
apresentação de impostos sobre o rendimento nas de- Imposto corrente: é a quantia a pagar (a recuperar)
monstrações financeiras e da divulgação da informação de impostos sobre o rendimento respeitantes ao lucro
relacionada com impostos sobre o rendimento. tributável (perda) tributável de um período.
Activos por impostos diferidos: são as quantias de 8. A base fiscal de um passivo é a sua quantia escritu-
impostos sobre o rendimento recuperáveis em períodos rada, menos qualquer quantia que será dedutível para
futuros respeitantes a: finalidades fiscais com respeito a esse passivo em períodos
futuros. No caso de réditos que sejam recebidos adian-
(a) Diferenças temporárias dedutíveis; tadamente, a base fiscal do passivo resultante é a sua
quantia escriturada, menos qualquer quantia dos réditos
(b) Reporte de perdas fiscais não utilizadas; e que não serão tributáveis em períodos futuros.
(c) Reporte de créditos tributáveis não utilizados. 9. Alguns itens têm uma base fiscal mas não são reco-
nhecidos como activos e como passivos no balanço. Por
Base fiscal de um activo ou de um passivo: é a quantia
exemplo, os custos de pesquisa são reconhecidos como um
atribuída a esse activo ou passivo para fins fiscais.
gasto na determinação do lucro contabilístico no período
Diferenças temporárias: são diferenças entre a quantia em que forem incorridos mas podem não ser permitidos
escriturada de um activo ou de um passivo no balanço como uma dedução na determinação do lucro tributável
e a sua base de tributação. As diferenças temporárias (perda fiscal) até um período posterior. A diferença en-
podem ser: tre a base fiscal dos custos de pesquisa, que é a quantia
que as autoridades fiscais permitirão como dedução em
(a) Diferenças temporárias tributáveis, que são dife- períodos futuros, e a quantia escriturada nula é uma
renças temporárias de que resultam quantias diferença temporária dedutível que resulta num activo
tributáveis na determinação do lucro tributável por impostos diferidos.
(perda fiscal) de períodos futuros quando a
quantia escriturada do activo ou do passivo 10. Quando a base fiscal de um activo ou de um pas-
seja recuperada ou liquidada; ou sivo não for imediatamente evidente, é de considerar o
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princípio fundamental em que esta Norma se baseia: uma e interesses em empreendimentos conjuntos, deve ser
entidade deve, com certas excepções limitadas, reconhe- reconhecido um passivo por impostos diferidos de acordo
cer um passivo (activo) por impostos diferidos quando com o parágrafo 36.
a recuperação ou liquidação da quantia escriturada de
um activo ou de um passivo fizer com que os pagamentos 16. Está inerente no reconhecimento de um activo que
futuros de impostos sejam maiores (menores) do que a sua quantia escriturada será recuperada na forma de
seriam se tais recuperações ou liquidações não tivessem benefícios económicos que fluam para a entidade nos
consequências tributáveis. períodos futuros. Quando a quantia escriturada do ac-
tivo exceder a sua base fiscal, a quantia dos benefícios
11. Nas demonstrações financeiras consolidadas, as di- económicos tributáveis excederá a quantia que será
ferenças temporárias são determinadas pela comparação permitida como dedução para finalidades de tributação.
das quantias escrituradas de activos e de passivos com a Esta diferença é uma diferença temporária tributável
base fiscal apropriada. A base fiscal é determinada por e a obrigação de pagar os resultantes impostos sobre o
referência a uma declaração de impostos consolidada nas rendimento em períodos futuros é um passivo por im-
jurisdições em que tal demonstração seja preenchida, ou, postos diferidos. Como a entidade recupera a quantia
noutros casos, a base fiscal é determinada por referência escriturada do activo, a diferença temporária tributável
às declarações de impostos de cada entidade no grupo. reverterá e a entidade terá lucro tributável. Isto faz com
que seja provável que benefícios económicos fluirão da
Reconhecimento de passivos por impostos correntes entidade na forma de pagamento de impostos. Por isso,
e de activos por impostos correntes (12 a 14) esta Norma exige o reconhecimento de todos os passivos
por impostos diferidos, excepto em certas circunstâncias
12. Os impostos correntes para períodos correntes e descritas nos parágrafos 15 e 41.
anteriores devem, na medida em que não estejam pagos,
ser reconhecidos como passivos. Se a quantia já paga 17. Algumas diferenças temporárias surgem quando
com respeito a períodos correntes e anteriores exceder a os rendimentos ou gastos sejam incluídos no lucro con-
quantia devida para esses períodos, o excesso deve ser tabilístico de um período se bem que sejam incluídos no
reconhecido como um activo. lucro tributável num período diferente. Tais diferenças
temporárias são muitas vezes descritas como diferenças
13. O benefício relacionado com uma perda fiscal que tempestivas.
possa ser reportada para recuperar impostos correntes
de um período anterior deve ser reconhecido como um 18. Diferenças temporárias também resultam quando:
activo.
(a) O custo de uma concentração de actividades
14. Quando uma perda fiscal for usada para recuperar empresariais é imputado ao reconhecer os
impostos correntes de um período anterior, uma entidade activos identificáveis adquiridos e os passivos
reconhece o benefício como um activo do período em que assumidos pelos seus justos valores, mas ne-
a perda fiscal ocorra porque é provável que o benefício nhum ajustamento equivalente é feito para
fluirá para a entidade e que o benefício pode ser fiavel- finalidades fiscais (ver parágrafo 19);
mente mensurado.
(b) Os activos são revalorizados e nenhum ajus-
Reconhecimento de passivos por impostos diferi- tamento equivalente é feito para finalidades
dos e de activos por impostos diferidos (15 a 42) fiscais (ver parágrafo 20);
Diferenças temporárias tributáveis (15 a 24) (c) O trespasse (goodwill) resulta numa concentração
de actividades empresariais (ver parágrafo 21);
15. Um passivo por impostos diferidos deve ser reco-
nhecido para todas as diferenças temporárias tributáveis, (d) A base fiscal de um activo ou passivo no re-
excepto até ao ponto em que esse passivo por impostos conhecimento inicial difere da sua quantia
diferidos resultar de: escriturada inicial, por exemplo, quando uma
entidade beneficia de subsídios do Governo
(a) O reconhecimento inicial do trespasse (goodwill), não tributáveis relacionados com activos (ver
ou: parágrafo 24); ou
(ii) não afecte, no momento da transacção, nem Concentrações de actividades empresariais (19)
o lucro contabilístico nem o lucro tributável
(perda fiscal). 19. O custo de uma concentração de actividades empre-
sariais é imputado ao reconhecer os activos identificáveis
Porém, para as diferenças temporárias associadas com adquiridos e os passivos assumidos pelos seus justos
investimentos em subsidiárias, sucursais e associadas valores à data de aquisição. Diferenças temporárias re-
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sultam quando as bases fiscais de activos identificáveis zero é uma diferença temporária tributável. Contudo,
adquiridos e de passivos assumidos não são afectados esta Norma não permite o reconhecimento do passivo
pela concentração de actividades empresariais ou são por impostos diferidos resultante porque o trespasse
afectados de forma diferente. Por exemplo, quando a (goodwill) é mensurado como residual e o reconhecimento
quantia escriturada de um activo é aumentada até ao do passivo por impostos diferidos iria aumentar a quantia
justo valor, mas a base fiscal do activo mantém-se pelo escriturada de trespasse (goodwill).
custo para o proprietário anterior, resulta uma diferença
temporária tributável que origina um passivo por impos- 22. As reduções posteriores num passivo por impostos
tos diferidos. O passivo por impostos diferidos resultante diferidos que não seja reconhecido por resultar do re-
afecta o trespasse (goodwill) (ver parágrafo 61). conhecimento inicial do trespasse (goodwill) também
são consideradas como resultando do reconhecimento
Activos escriturados pelo justo valor (20) inicial do trespasse (goodwill), não sendo portanto re-
conhecidas.
20. As Normas de Relato Financeiro permitem que
certos activos sejam assentados pelo justo valor ou se- 23. Os passivos por impostos diferidos por diferenças
jam revalorizados (ver, por exemplo, a NRF 7 - Activos temporárias tributáveis relacionadas com o trespasse
Fixos Tangíveis, a NRF 6 - Activos Intangíveis, a NRF 16 (goodwill) são, porém, reconhecidos até ao ponto em que
— Instrumentos Financeiros e a NRF 10 - Propriedades não resultem do reconhecimento inicial do trespasse
de Investimento). Em função da legislação fiscal existente (goodwill).
a cada momento, a revalorização ou reexpressão de um
activo pode ou não afectar o lucro tributável no período Reconhecimento inicial de um activo ou passivo
da revalorização ou reexpressão e, consequentemente, a (24)
base fiscal do activo pode ou não ser ajustada. No caso de
a revalorização de um activo não afectar o lucro tributável 24. Uma diferença temporária pode surgir no reconhe-
no período da revalorização e, consequentemente, a base cimento inicial de um activo ou passivo, por exemplo, se
fiscal do activo não ser ajustada a recuperação futura da parte ou todo o custo de um activo não for dedutível para
quantia escriturada resultará num fluxo tributável de finalidades de impostos. O método de contabilizar tal
benefícios económicos para a entidade e a quantia que diferença temporária depende da natureza da transacção
será dedutível para finalidades tributárias diferirá da que conduziu ao reconhecimento inicial do activo:
quantia desses benefícios económicos. A diferença entre
a quantia escriturada de um activo revalorizado e a sua (a) Numa concentração de actividades empresariais,
base fiscal é uma diferença temporária e dá origem a um uma entidade reconhece qualquer passivo ou
passivo ou activo por impostos diferidos. Isto é verdade activo por impostos diferidos e isso afecta a
mesmo se: quantia do trespasse (goodwill) ou a quantia
de qualquer excesso acima do custo da con-
(a) A entidade não pretender alienar o activo. Em centração do interesse da adquirente no justo
tais casos, a quantia escriturada revalorizada valor líquido dos activos, passivos e passivos
do activo será recuperada pelo uso e isto gerará contingentes identificáveis da adquirida (ver
rendimento tributável que excede a depre- parágrafo 21);
ciação que será permitida para finalidades
tributáveis nos períodos futuros; ou (b) Se a transacção afectar quer o lucro contabilístico
ou o lucro tributável, uma entidade reconhe-
(b) A tributação sobre os ganhos de capital é diferida cerá qualquer passivo ou activo por impostos
se os proventos da alienação do activo forem diferidos e reconhecerá o resultante gasto ou
investidos em activos semelhantes. Em tais ca- rendimento por impostos diferidos na demons-
sos, o imposto tornar-se-á por fim pagável pela tração dos resultados (ver parágrafo 53);
venda ou pelo uso de activos semelhantes.
(c) Se a transacção não for uma concentração de
Trespasse (goodwill) (21 a 23) actividades empresariais, e não afectar nem
o lucro contabilístico nem o lucro tributável,
21. O trespasse (goodwill) resultante de uma concen- uma entidade, na ausência da excepção pre-
tração de actividades empresariais é mensurado como o vista nos parágrafos 15 e 25, reconhecerá o
excesso do custo da concentração acima do interesse da passivo ou activo diferido resultante e ajustará
adquirente no justo valor líquido dos activos, passivos a quantia escriturada do activo ou passivo pela
e passivos contingentes identificáveis da adquirida. As mesma quantia. Tais ajustamentos tornarão
autoridades fiscais podem ou não permitir reduções na as demonstrações financeiras menos transpa-
quantia escriturada do trespasse (goodwill) como um rentes. Por isso, esta Norma não permite que
gasto dedutível na determinação do lucro tributável. uma entidade reconheça o passivo ou activo
Além disso, o custo do trespasse (goodwill) é muitas ve- por impostos diferidos resultante, quer no
zes não dedutível quando uma subsidiária aliena a sua reconhecimento inicial ou subsequentemente.
actividade empresarial subjacente. Consequentemente, Para além disso, uma entidade não reconhece
o trespasse (goodwill) pode ter uma base fiscal de zero, alterações subsequentes no passivo ou activo
sendo que neste caso qualquer diferença entre a quantia por impostos diferidos não reconhecidos en-
escriturada de trespasse (goodwill) e a sua base fiscal de quanto o activo é depreciado.
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Diferenças temporárias dedutíveis (25 a 30) Em tais circunstâncias, o activo por impostos diferidos
é reconhecido no período em que as diferenças temporárias
25. Um activo por impostos diferidos deve ser reco- dedutíveis surjam.
nhecido para todas as diferenças temporárias dedutíveis
até ao ponto em que seja provável que exista um lucro 29. Quando haja diferenças temporárias tributáveis
tributável relativamente ao qual a diferença temporária insuficientes relacionadas com a mesma autoridade fiscal
dedutível possa ser usada, a não ser que o activo por e a mesma entidade tributável, o activo por impostos
impostos diferidos resulte do reconhecimento inicial de diferidos é reconhecido até ao ponto em que:
um activo ou passivo numa transacção que:
(a) Seja provável que a entidade tenha lucros tribu-
(a) Não seja uma concentração de actividades em- táveis suficientes relacionados com a mesma
presariais; e autoridade fiscal e a mesma entidade tributá-
vel no mesmo período em que a reversão das
(b) No momento da transacção, não afecte o lucro diferenças temporárias dedutíveis (ou nos
contabilístico nem o lucro tributável (perda períodos em que a perda fiscal proveniente
fiscal). Porém, para diferenças temporárias do activo por impostos diferidos possa ser re-
dedutíveis associadas a investimentos em sub- portada ou transportada). Ao avaliar se terá
sidiárias, sucursais e associadas e a interesses ou não lucro tributável suficiente em períodos
em empreendimentos conjuntos, deve ser futuros, uma entidade ignora quantias tribu-
reconhecido um activo por impostos diferidos táveis provenientes de diferenças temporárias
de acordo com o parágrafo 41. dedutíveis que se esperem que se originem
em períodos futuros, porque os activos por
26. Está inerente no reconhecimento de um passivo
impostos diferidos provenientes destas dife-
que a quantia escriturada será liquidada em períodos
renças temporárias dedutíveis exigirão elas
futuros por meio de um exfluxo de recursos da entidade
próprias lucros tributáveis futuros a fim de
incorporando benefícios económicos. Quando os recursos
serem utilizadas; ou
fluam da entidade, parte ou todas as suas quantias podem
ser dedutíveis na determinação do lucro tributável de um (b) Estejam disponíveis oportunidades de planea-
período mais tardio do que o período em que o passivo seja mento de impostos para a entidade, que criará
reconhecido. Em tais casos, uma diferença temporária lucro tributável em períodos apropriados.
existe entre a quantia escriturada do passivo e a sua base
fiscal. Concordantemente, um activo por impostos dife- 30. Quando uma entidade tenha uma história de pre-
ridos surge com respeito a impostos sobre o rendimento juízos recentes, a entidade considera a orientação dos
que serão recuperáveis em períodos futuros quando seja parágrafos 32 e 33.
permitido que essa parte do passivo seja uma dedução
na determinação do lucro tributável. Semelhantemente, Perdas fiscais não usadas e créditos por impostos
se a quantia escriturada de um activo for menor do que não usados (31 a 33)
a sua base fiscal a diferença dá origem a um activo por 31. Um activo por impostos diferidos deve ser reconhe-
impostos diferidos, com respeito a impostos que serão cido para o reporte de perdas fiscais não usadas e créditos
recuperáveis em períodos futuros. tributáveis não usados até ao ponto em que seja provável
que lucros tributáveis futuros estarão disponíveis contra
27. A reversão de diferenças temporárias dedutíveis re-
os quais possam ser usados perdas fiscais não usadas e
sulta em deduções na determinação de lucros tributáveis
créditos tributáveis não usados.
de períodos futuros. Contudo, os benefícios económicos na
forma de reduções nos pagamentos de impostos fluirão 32. Os critérios para reconhecer activos por impostos
para a entidade somente se ela obtiver lucros tributáveis diferidos provenientes do reporte de perdas fiscais e de
suficientes contra os quais as deduções possam ser com- créditos de impostos não utilizados são os mesmos que os
pensadas. Por isso uma entidade reconhece activos por critérios para o reconhecimento de activos por impostos
impostos diferidos somente quando for provável que lucros diferidos provenientes de diferenças temporárias dedu-
tributáveis estarão disponíveis contra os quais as diferenças tíveis. Porém, a existência de perdas fiscais não usadas
temporárias dedutíveis possam ser utilizadas. é forte prova de que podem não estar disponíveis lucros
tributáveis futuros. Por isso, quando uma entidade
28. É provável que lucro tributável esteja disponível e
tenha uma história de perdas recentes, a entidade reco-
contra o qual uma diferença temporária dedutível possa
nhece um activo por impostos diferidos proveniente de
ser utilizada quando haja diferenças temporárias tribu-
perdas fiscais ou de créditos tributáveis não utilizados
táveis suficientes relacionadas com a mesma autoridade
somente até ao ponto que a entidade tenha suficientes
fiscal e com a mesma entidade tributável que se esperem
diferenças temporárias tributáveis ou que haja outras
inverter:
provas convincentes de que lucros tributáveis suficientes
(a) No mesmo período que a reversão esperada da estarão disponíveis contra os quais as perdas fiscais não
diferença temporária dedutível; ou utilizadas ou créditos tributáveis não utilizados possam
ser utilizados pela entidade. Em tais circunstâncias, o
(b) Nos períodos em que uma perda fiscal proveniente parágrafo 75 exige a divulgação da quantia do activo por
do activo por impostos diferidos possa ser re- impostos diferidos e da natureza da prova que suporta o
portada ou transportada. seu reconhecimento.
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33. Uma entidade considera os critérios seguintes na Nas demonstrações financeiras consolidadas, a diferença
avaliação da probabilidade de que o lucro tributável esta- temporária pode ser diferente da diferença temporária
rá disponível contra o qual perdas fiscais não usadas ou associada com esse investimento nas demonstrações fi-
créditos tributáveis não usados possam ser utilizados: nanceiras individuais da empresa-mãe se a empresa-mãe
escriturar o investimento nas suas demonstrações finan-
(a) Se a entidade tiver diferenças temporárias tribu-
ceiras individuais pelo custo ou a quantia revalorizada.
táveis relacionadas com a mesma autoridade
fiscal e com a mesma entidade tributável, de 36. Uma entidade deve reconhecer um passivo por im-
que resultarão quantias tributáveis contra as postos diferidos para todas as diferenças temporárias tri-
quais as perdas fiscais não usadas ou créditos butáveis associadas aos investimentos em subsidiárias,
tributáveis não usados possam ser utilizados sucursais e associadas e interesses em empreendimentos
antes que se extingam; conjuntos, excepto até ao ponto em que as seguintes
(b) Se for provável que a entidade tenha lucros tribu- condições sejam ambas satisfeitas:
táveis antes das perdas fiscais não usadas ou
que créditos tributáveis não usados expirem; (a) Que a empresa-mãe, o investidor ou o empreen-
(c) Se as perdas fiscais não usadas resultarem de dedor seja capaz de controlar a tempestividade
causas identificáveis que provavelmente não da reversão da diferença temporária; e
se repetirão.
(b) Que seja provável que a diferença temporária
Até ao ponto em que não seja provável que lucros tri- não se reverterá no futuro previsível.
butáveis estejam disponíveis contra os quais as perdas
fiscais não usadas ou créditos tributáveis não usados 37. Dado a empresa-mãe controlar a política de divi-
possam ser utilizados, o activo por impostos diferidos dendos da sua subsidiária, é capaz também de controlar
não é reconhecido. a tempestividade da reversão de diferenças temporárias
Reavaliação de activos por impostos diferidos associadas com esse investimento (incluindo as dife-
não reconhecidos (34) renças temporárias provenientes não só de lucros não
34. À data de cada balanço, uma entidade reavalia distribuídos mas também de quaisquer diferenças de
os activos por impostos diferidos não reconhecidos. A transposição de moeda estrangeira). Para além disso,
entidade reconhece previamente um activo por impostos muitas vezes seria impraticável determinar a quantia de
diferidos não reconhecido até ao ponto em que se torne impostos sobre rendimento que devam ser pagos quando
provável que os lucros tributáveis futuros permitirão as diferenças temporárias se revertam. Por isso, quando
que o activo por impostos diferidos seja recuperado. Por a empresa-mãe tenha determinado que esses lucros não
exemplo, um melhoramento nas condições comerciais serão distribuídos no futuro previsível a empresa-mãe
pode tornar mais provável que a entidade seja capaz de não reconhece um passivo por impostos diferidos. As
gerar suficiente lucro tributável no futuro para que o mesmas considerações aplicam-se a investimentos em
activo por impostos diferidos satisfaça os critérios fixados sucursais.
nos parágrafos 25 ou 31. Um outro exemplo dá-se quando
uma entidade reavalia os activos por impostos diferidos 38. Os activos e passivos não monetários de uma enti-
à data da concentração de actividades empresariais ou dade são mensurados na sua moeda funcional (ver NRF
subsequentemente (ver parágrafos 62 e 63). 20 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de Câmbio). Se os
lucros tributáveis e as perdas fiscais (e, consequentemen-
Investimentos em subsidiárias, associadas e inte- te, a base fiscal dos seus activos passivos não monetários)
resses em empreendimentos conjuntos (35 a 42) forem determinados numa moeda diferente, as alterações
35. As diferenças temporárias surgem quando a na taxa de câmbio originam diferenças temporárias que
quantia escriturada de investimentos em subsidiárias, resultam num passivo ou (dependendo do parágrafo 25)
associadas ou interesses em empreendimentos conjuntos activo por impostos diferidos reconhecido. O imposto di-
(nomeadamente a parte da empresa-mãe ou do inves- ferido resultante é debitado ou creditado nos resultados
tidor nos activos líquidos da subsidiária, associada ou (ver parágrafo 52).
investida, incluindo a quantia escriturada de trespasse
(goodwill)) se torna diferente da base fiscal (que é muitas 39. Um investidor numa associada não controla essa
vezes o custo) do investimento ou interesse. Tais diferen- entidade e geralmente não está numa posição para deter-
ças podem surgir numa quantidade de circunstâncias minar a sua política de dividendos. Por isso, na ausência
diferentes, por exemplo: de um acordo exigindo que os lucros da associada não
(a) A existência de lucros não distribuídos de serão distribuídos no futuro previsível, um investidor
subsidiárias, associadas e empreendimentos reconhece um passivo por impostos diferidos provenien-
conjuntos; tes de diferenças temporárias tributáveis associadas
ao investimento na associada. Em alguns casos, um
(b) Alterações nas taxas de câmbio quando uma em- investidor pode não ser capaz de determinar a quantia
presa-mãe e a sua subsidiária estão localizadas de impostos que serão pagos se ele recuperar o custo do
em países diferentes: e seu investimento na associada mas pode determinar
(c) Uma redução na quantia escriturada de um in- que igualará ou excederá uma quantia mínima. Em tais
vestimento numa associada para a sua quantia casos, o passivo por impostos diferidos é mensurado por
recuperável. essa quantia.
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182 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
40. O acordo entre as partes de um empreendimento lendarização é impraticável ou altamente complexa. Por
conjunto trata geralmente da partilha dos lucros e iden- isso, é inapropriado exigir desconto de activos e passivos
tifica se as decisões em tais assuntos exigem ou não o diferidos. Permitir, mas não exigir o desconto, resultaria
consentimento de todos os empreendedores ou de uma em activos e passivos por impostos diferidos que não se-
maioria especificada dos mesmos. Quando o empreende- riam comparáveis entre entidades. Por isso, esta Norma
dor puder controlar a partilha dos lucros e seja provável não exige nem permite o desconto de activos e passivos
que os lucros não serão distribuídos no futuro previsível, por impostos diferidos.
não é reconhecido um passivo por impostos diferidos.
49. As diferenças temporárias são determinadas por
41. Uma entidade deve reconhecer um activo por im- referência à quantia escriturada de um activo ou um pas-
postos diferidos para todas as diferenças temporárias de- sivo. Isto aplica-se mesmo quando essa quantia escritura-
dutíveis provenientes de investimentos em subsidiárias, da seja ela própria determinada numa base descontada,
associadas e interesses em empreendimentos conjuntos, como por exemplo no caso de obrigações de benefícios de
até ao ponto em que, e somente até ao ponto em que, seja reforma (ver a NRF 21 - Benefícios de Empregados).
provável que:
50. A quantia escriturada de um activo por impostos
(a) A diferença temporária reverterá no futuro diferidos deve ser revista à data de cada balanço. Uma
previsível; e entidade deve reduzir a quantia escriturada de um acti-
vo por impostos diferidos até ao ponto em que deixe de
(b) Estará disponível o lucro tributável contra o qual ser provável que lucros tributáveis suficientes estarão
a diferença temporária possa ser utilizada. disponíveis para permitir que o benefício de parte ou
todo desse activo por impostos diferidos seja utilizado.
42. Ao decidir se um activo por impostos diferidos
Qualquer redução deve ser revertida até ao ponto que se
é reconhecido para diferenças temporárias dedutíveis
torne provável que lucros tributáveis suficientes estarão
associadas aos seus investimentos em subsidiárias, asso-
disponíveis.
ciadas e seus interesses em empreendimentos conjuntos,
uma entidade considera a orientação estabelecida nos Reconhecimento de imposto corrente diferido
parágrafos 28 a 30. (51 a 64)
Mensuração (43 a 50) 51. A contabilização dos efeitos de impostos correntes
e diferidos de uma transacção ou de outro acontecimento
43. Os activos (passivos) por impostos correntes dos
é consistente com a contabilização da transacção ou do
períodos correntes e anteriores devem ser mensurados
próprio acontecimento. Os parágrafos 52 a 64 implemen-
pela quantia que se espera que seja paga (recuperada
tam este princípio.
de) às autoridades fiscais, usando as taxas fiscais (e leis
fiscais) aprovadas à data do balanço. Demonstração dos resultados (52 a 54)
44. Os activos e passivos por impostos diferidos devem 52. Os impostos correntes e diferidos devem ser re-
ser mensurados pelas taxas fiscais que se espera que se- conhecidos como um rendimento ou como um gasto e
jam de aplicar no período quando seja realizado o activo incluídos no resultado líquido do período, excepto até ao
ou seja liquidado o passivo, com base nas taxas fiscais (e ponto em que o imposto provenha de:
leis fiscais) que estejam aprovadas à data do balanço.
(a) Uma transacção ou acontecimento que seja reco-
45. A mensuração de passivos por impostos diferidos nhecido, no mesmo ou num diferente período,
e de activos por impostos diferidos deve reflectir as con- directamente no capital próprio (ver parágra-
sequências fiscais que se seguem derivadas da maneira fos 55 a 59); ou
pela qual a entidade espera, à data do balanço, recupe-
rar ou liquidar a quantia escriturada dos seus activos e (b) Uma concentração de actividades empresariais
passivos. (ver parágrafos 61 a 64).
46. Em alguns casos, a maneira pela qual uma entidade 53. A maior parte dos passivos por impostos diferidos e
recupera (liquida) a quantia escriturada de um activo de activos por impostos diferidos surge quando os rendi-
(passivo) pode afectar a base fiscal do activo (passivo). mentos ou gastos sejam incluídos no lucro contabilístico
Em tais casos, uma entidade mensura os passivos por num período, se bem que sejam incluídos no lucro tribu-
impostos diferidos e activos por impostos diferidos usando tável (perda fiscal) noutro período diferente. O imposto
a base fiscal que seja consistente com a maneira esperada diferido resultante é reconhecido na demonstração dos
de recuperação ou liquidação. resultados.
47. Activos e passivos por impostos diferidos não devem 54. A quantia escriturada dos activos e passivos por
ser descontados. impostos diferidos pode alterar-se mesmo se não houver
alteração na quantia das diferenças temporárias relacio-
48. A determinação fiável de activos e passivos por nadas. Isto pode resultar, por exemplo, de:
impostos diferidos numa base descontada exige calen-
darização pormenorizada da tempestividade da reversão (a) Uma alteração nas taxas de tributação ou leis
de cada diferença temporária. Em muitos casos tal ca- fiscais;
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 183
(b) Uma reavaliação da recuperabilidade de activos do imposto corrente e diferido da entidade, ou outro
por impostos diferidos; ou método que atinja uma imputação mais apropriada nas
circunstâncias.
(c) Uma alteração da maneira esperada de recupe-
ração de um activo. 58. A NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis, não especifica
se uma entidade deve transferir ano a ano o exceden-
O imposto diferido resultante é reconhecido na demons- te (reserva) de revalorização para resultados retidos
tração dos resultados, excepto até ao ponto que ele se uma quantia igual à diferença entre a depreciação ou
relacione com itens previamente debitadas ou creditadas amortização de um activo revalorizado e a depreciação
ao capital próprio (ver parágrafo 57). ou amortização baseada no custo desse activo. Se uma
entidade fizer tal transferência, a quantia transferida é
Itens creditados ou debitados directamente ao líquida de qualquer imposto diferido relacionado. Consi-
capital próprio (55 a 60) derações semelhantes aplicam-se a transferências feitas
pela alienação de um item de activo fixo tangível.
55. O imposto corrente ou imposto diferido deve ser
debitado ou creditado directamente ao capital próprio 59. Quando um activo for revalorizado para finalidades
se o imposto se relacionar com itens que sejam credita- de tributação e essa revalorização estiver relacionada com
dos ou debitados, no mesmo ou num diferente período, uma revalorização contabilística de um período anterior,
directamente ao capital próprio. ou com uma que se espera que seja levada a efeito num
período futuro, os efeitos fiscais de quer a revalorização
56. As Normas de Relato Financeiro exigem ou per-
do activo quer do ajustamento da base fiscal são credi-
mitem que certos itens sejam creditadas ou debitadas
tados ou debitados ao capital próprio nos períodos em
directamente ao capital próprio. São exemplos de tais
que ocorram.
itens:
60. Quando uma entidade pagar dividendos aos seus
(a) Uma alteração na quantia escriturada provenien-
accionistas, pode ser-lhe exigido que pague uma parcela
te da revalorização do activo fixo tangível (ver
dos dividendos às autoridades fiscais em nome dos ac-
a NRF 7 - Activos Fixos Tangíveis);
cionistas (retenção de imposto). Tal quantia paga ou a
(b) Um ajustamento no saldo de abertura de resul- pagar às autoridades fiscais é debitada ao capital próprio
tados retidos resultantes ou de uma alteração como parte dos dividendos.
na política contabilística aplicada retrospecti-
Impostos diferidos provenientes de uma concen-
vamente ou da correcção de um erro (ver NRF
tração de actividades empresariais (61 a 64)
3 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas
Estimativas Contabilísticas e Erros); 61. Tal como explicado no parágrafo 19, podem surgir
diferenças temporárias numa concentração de actividades
(c) As diferenças de câmbio resultantes da transpo-
empresariais. De acordo com a NRF 24 - Concentrações
sição das demonstrações financeiras de uma
de Actividades Empresariais, uma entidade reconhece
unidade operacional estrangeira (ver NRF
quaisquer activos por impostos diferidos resultante
20 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de
(até ao ponto em que satisfazem os critérios de reco-
Câmbio);
nhecimento do parágrafo 25) ou passivos por impostos
57. Em circunstâncias excepcionais pode ser difícil de- diferidos como activos e passivos identificáveis à data da
terminar a quantia de impostos correntes e diferidos que aquisição. Consequentemente, esses activos e passivos
se relacione com itens creditados ou debitados ao capital por impostos diferidos afectam o trespasse (goodwill) ou
próprio. Isto pode ser o caso, por exemplo, quando: a quantia de qualquer excesso do interesse da adquirente
no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos
(a) Uma alteração na taxa do imposto ou noutras contingentes identificáveis da adquirida acima do custo
regras de impostos que afecte um activo ou da concentração. Contudo, de acordo com o parágrafo
passivo por impostos diferidos relacionado 25(a), uma entidade não reconhece passivos por impos-
(no todo ou em parte) com um item que esteja tos diferidos resultantes do reconhecimento inicial do
previamente debitado ou creditado ao capital trespasse (goodwill).
próprio; ou
62. Como resultado de uma concentração de activi-
(b) Uma entidade determine que um activo por dades empresariais, uma adquirente pode considerar
impostos diferidos deva ser reconhecido, ou a probabilidade de recuperar o seu próprio activo por
deixe de ser reconhecido por inteiro, e o activo impostos diferidos que não tenha sido reconhecido an-
por impostos diferidos se relacione (no todo tes da concentração de actividades empresariais. Por
ou em parte) com um item que tenha sido an- exemplo, a adquirente pode ser capaz de usar o benefício
teriormente debitado ou creditado ao capital das suas perdas fiscais não usadas face ao futuro lucro
próprio. tributável da adquirida. Nesses casos, a adquirente
reconhece um activo por impostos diferidos, mas não
Em tais casos, o imposto corrente e diferido relacionado o inclui como parte da contabilização da concentração
com itens que sejam creditados ou debitados ao capital de actividades empresariais, e portanto não o tem em
próprio é baseado numa imputação pró rata razoável consideração ao determinar o trespasse (goodwill) ou a
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quantia de qualquer excesso do interesse da adquirente dita entidade tiver um direito legalmente executável de
no justo valor líquido dos activos, passivos e passivos fazer ou receber tal pagamento líquido ou recuperar o
contingentes identificáveis da adquirida acima do custo activo e liquidar o passivo simultaneamente.
da concentração.
68. Uma entidade deve compensar os activos por im-
63. Se o potencial benefício de transportar as perdas postos diferidos e passivos por impostos diferidos se, e
fiscais no rendimento da adquirida ou de outros activos somente se:
por impostos diferidos não satisfizer os critérios da
NRF 24 — Concentração de Actividades Empresariais (a) A entidade tiver um direito legalmente executá-
relativamente ao reconhecimento separado quando uma vel de compensar activos por impostos corren-
concentração de actividades empresariais for inicial- tes contra passivos por impostos correntes; e
mente contabilizada mas posteriormente realizada, a
adquirente deve reconhecer o rendimento por impostos (b) Os activos por impostos diferidos e os passivos
diferidos resultante nos resultados. Além disso, uma por impostos diferidos se relacionarem com
adquirente deve: impostos sobre o rendimento lançados pela
mesma autoridade fiscal sobre a mesma enti-
(a) Reduzir a quantia escriturada de trespasse dade tributável.
(goodwill) à quantia que teria sido reconhecida
se o activo por impostos diferidos tivesse sido 69. Para evitar a necessidade de escalonamento deta-
reconhecido como um activo identificável a lhado da tempestividade da reversão de cada diferença
partir da data de aquisição; e temporária, esta Norma exige que uma entidade compen-
se um activo por impostos diferidos contra um passivo
(b) Reconhecer a redução na quantia escriturada do por impostos diferidos da mesma entidade tributável
trespasse (goodwill) como um gasto. se, e somente se, eles se relacionam com impostos sobre
o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal e
64. Contudo, este procedimento não deve resultar na a entidade tiver um direito legalmente executável de
criação de um excesso do interesse da adquirente no justo compensar activos por impostos correntes contra passivos
valor líquido dos activos, passivos e passivos contingentes por impostos correntes.
identificáveis da adquirida acima do custo da concen-
tração, nem deve aumentar a quantia anteriormente Gasto de impostos (70 e 71)
reconhecida para um tal excesso.
Gasto (rendimento) de imposto relacionado com
Apresentação (65 a 71) resultados de actividades ordinárias (70)
67. Em demonstrações financeiras consolidadas, um ac- (a) Gasto (rendimento) por impostos correntes;
tivo por impostos correntes de uma entidade de um grupo
é compensado contra um passivo por impostos correntes (b) Quaisquer ajustamentos reconhecidos no período
de uma outra entidade de um grupo se, e somente se, a de impostos correntes de períodos anteriores;
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 185
(c) A quantia de gasto (rendimento) por impostos não usados relativamente aos quais nenhum
diferidos relacionada com a origem e reversão activo por impostos diferidos seja reconhecido
de diferenças temporárias; no balanço;
(d) A quantia de gasto (rendimento) por impostos (e) A quantia agregada de diferenças temporárias
diferidos relacionada com alterações nas taxas associadas com investimentos em subsidiárias,
de tributação ou com o lançamento de novos sucursais e associadas e interesses em empre-
impostos; endimentos conjuntos, relativamente aos quais
passivos por impostos diferidos não tenham
(e) A quantia de benefícios provenientes de uma sido reconhecidos (ver parágrafo 36);
perda fiscal não reconhecida anteriormente, de
crédito por impostos ou de diferença temporá- (f) Com respeito a cada tipo de diferença temporária
ria de um período anterior que seja usada para e com respeito a cada tipo de perdas por im-
reduzir gasto de impostos correntes; postos não usadas e créditos por impostos não
usados:
(f) A quantia dos benefícios de uma perda fiscal não
reconhecida anteriormente, de crédito por (i) A quantia de activos e passivos por impostos
impostos ou de diferenças temporárias de um diferidos reconhecidos no balanço para cada
período anterior que seja usada para reduzir período apresentado;
gastos de impostos diferidos; (ii) A quantia de rendimentos ou gastos por
impostos diferidos reconhecidos na demons-
(g) Gasto por impostos diferidos provenientes de
tração dos resultados, se isto não for evidente
uma redução, ou reversão de uma diminuição
das alterações das quantias reconhecidas no
anterior, de um activo por impostos diferidos
balanço;
de acordo com o parágrafo 50; e
(g) Com respeito a operações descontinuadas, o gasto
(h) A quantia do gasto (rendimento) de imposto de impostos relacionado com:
relativa às alterações nas políticas contabi-
lísticas e nos erros que estão incluídas nos (i) O ganho ou perda da descontinuação; e
resultados de acordo com a NRF 3 — Políticas
Contabilísticas, Alterações nas Estimativas (ii) O resultado das actividades ordinárias da
Contabilísticas e Erros porque não podem ser operação descontinuada do período, juntamen-
contabilizadas retrospectivamente. te com as quantias correspondentes de cada
período anterior apresentado; e
74. O que se segue deve ser também divulgado sepa-
(iii) A quantia consequente do imposto de rendi-
radamente:
mento dos dividendos da entidade que foram
(a) O imposto diferido e corrente agregado relaciona- propostos ou declarados antes das demons-
do com itens que sejam debitados ou creditados trações financeiras serem autorizadas para
ao capital próprio; emissão, mas que não são reconhecidos como
passivo nas demonstrações financeiras
(b) Uma explicação do relacionamento entre gasto
75. Uma entidade deve divulgar a quantia de um ac-
(rendimento) de impostos e lucro contabilístico
tivo por impostos diferidos e a natureza das provas que
em uma ou em ambas das seguintes formas:
suportam o seu reconhecimento, quando:
(i) uma reconciliação numérica entre gasto (rendi- (a) A utilização do activo por impostos diferidos seja
mento) de impostos e o produto de lucro conta- dependente de lucros tributáveis futuros em
bilístico multiplicado pela(s) taxa(s) de imposto excesso dos lucros provenientes da reversão
aplicável(eis) divulgando também a base pela de diferenças temporárias tributáveis exis-
qual a taxa(s) de imposto aplicável(eis) é (são) tentes; e
calculada(s); ou
(b) A entidade tenha sofrido um prejuízo quer no
(ii) uma reconciliação numérica entre a taxa período corrente quer no período precedente na
média efectiva de imposto e a taxa de imposto jurisdição fiscal com que se relaciona o activo
aplicável, divulgando também a base pela qual por impostos diferidos.
é calculada a taxa de imposto aplicável;
76. Uma entidade deve divulgar a natureza das po-
(c) Uma explicação de alterações na taxa(s) de tenciais consequências do imposto de rendimento que
imposto aplicável comparada com o período resultariam do pagamento de dividendos aos seus accio-
contabilístico anterior; nistas. Além disso, a entidade deve divulgar as quantias
das potenciais consequências do imposto de rendimento
(d) A quantia (e a data de extinção, se houver) de praticamente determináveis e se existem ou não quais-
diferenças temporárias dedutíveis, perdas quer potenciais consequências no imposto de rendimento
fiscais não usadas, e créditos por impostos não praticamente determináveis.
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77. As divulgações exigidas pelo parágrafo 74 (c) ter pago impostos sobre o rendimento a uma taxa mais
faz com que os utentes das demonstrações financeiras alta sobre os lucros não distribuídos e estar ciente da
compreendam se o relacionamento entre os gasto (ren- quantia que seria restituída no pagamento de dividendos
dimento) de impostos e o lucro contabilístico é não usual futuros aos accionistas a partir dos lucros retidos con-
e compreendam os factores significativos que podem solidados. Neste caso, é divulgada a quantia restituível.
afectar esse relacionamento no futuro. O relacionamento Se aplicável, a entidade divulga também que existem
entre gasto (rendimento) de impostos e lucro contabilís-
potenciais consequências do imposto sobre o rendimento
tico pode ser afectado por factores tais como rédito que
não praticamente determináveis. Nas demonstrações
seja isento de tributação, gastos que não sejam dedutí-
financeiras individuais da empresa-mãe, se existirem, a
veis na determinação do lucro tributável (perda fiscal),
o efeito de perdas fiscais e o efeito de taxas de tributação divulgação das potenciais consequências do imposto sobre
estrangeiras. o rendimento relaciona-se com os resultados retidos da
empresa-mãe.
78. Ao explicar o relacionamento entre gasto (rendi-
mento) de impostos e lucro contabilístico, uma entidade 83. A uma entidade que se exija que proporcione as
usa uma taxa de tributação aplicável que proporcione a divulgações do parágrafo 76 pode também ser-lhe pedido
informação mais significativa aos utentes das suas de- que proporcione divulgações relacionadas com diferenças
monstrações financeiras. Muitas vezes, a taxa mais sig- temporárias associadas a investimentos em subsidiárias,
nificativa é a taxa doméstica interna de impostos do país sucursais e associadas ou interesses em empreendimen-
em que a entidade está domiciliada, agregando a taxa tos conjuntos. Em tais casos, considera isto ao determinar
aplicada de impostos nacionais com as taxas aplicadas a informação a ser divulgada de acordo com o parágrafo
de quaisquer impostos locais que sejam calculados num 76. Por exemplo, pode ser exigido a uma entidade que
nível substancialmente semelhante de lucro tributável divulgue a quantia agregada de diferenças temporárias
(perda fiscal). Porém, para uma entidade que opere em associada a investimentos em subsidiárias relativamente
várias jurisdições, pode ser mais significativo agregar aos quais não foram reconhecidos quaisquer passivos
reconciliações separadas preparadas em que se use a por impostos diferidos (ver parágrafo 74(e)). Se for im-
taxa interna em cada jurisdição individual. praticável calcular as quantias de passivos por impostos
diferidos não reconhecidos (ver parágrafo 80) podem
79. A taxa efectiva média é o gasto (rendimento) de
existir quantias de potenciais consequências do imposto
impostos dividido pelo lucro contabilístico.
sobre o rendimento de dividendos não determináveis
80. Seria muitas vezes impraticável calcular a quantia praticamente relacionados com estas subsidiárias.
de passivos não reconhecidos por impostos diferidos pro-
84. Uma entidade divulga quaisquer passivos contin-
venientes de investimentos em subsidiárias, associadas
gentes e activos contingentes relacionados com impostos
e interesses em empreendimentos conjuntos (ver pará-
de acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contin-
grafo 36). Por isso, esta Norma exige que uma entidade
gentes e Activos Contingentes. Podem surgir passivos
divulgue a quantia agregada das subjacentes diferenças
temporárias mas não exige divulgação dos passivos contingentes e activos contingentes a partir, por exemplo,
por impostos diferidos. Contudo, quando praticável, as de desentendimentos não resolvidos com as autoridades
entidades são encorajadas a divulgar as quantias não fiscais. Semelhantemente, quando alterações nas taxas
reconhecidas de passivos por impostos diferidos porque de impostos ou de leis fiscais sejam decretadas ou anun-
os utentes das demonstrações financeiras podem achar ciadas após a data do balanço, uma entidade divulgará
útil tal informação. quaisquer efeitos significativos dessas alterações nos seus
activos e passivos por impostos correntes e diferidos (ver
81. O parágrafo 76 exige que uma entidade divulgue a NRF 5 - Acontecimentos Após e Data do Balanço).
a natureza das potenciais consequências do imposto
sobre o rendimento que resultariam do pagamento de Data de eficácia (85)
dividendos aos seus accionistas. Uma entidade divulga
85. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
as características importantes dos sistemas do imposto
primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
de rendimento e os factores que afectarão a quantia das
de 2009.
potenciais consequências dos dividendos no imposto sobre
rendimento. ANEXO 1
82. Não seria algumas vezes praticável calcular a quan- Regime especial das pequenas entidades
tia total das potenciais consequências do imposto sobre
o rendimento que resultariam do pagamento de dividen- 1. Às Entidades inseridas no regime especial para
dos a accionistas. Pode ser o caso, por exemplo, em que pequenas entidades (REPE) não se aplicam os parágrafos
uma entidade tenha uni grande número de subsidiárias (ou alíneas) que se refiram a demonstrações financeiras
estrangeiras. Contudo, mesmo em tais circunstâncias, consolidadas ou situações análogos, como sejam os casos
podem ser facilmente determináveis algumas parcelas da do parágrafo 11 e a alínea c) do parágrafo 56.
quantia total. Por exemplo, num grupo consolidado, uma
empresa-mãe e algumas das suas subsidiárias podem A Ministra, Cristina Duarte
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de uma entidade conjuntamente controlada é combinada mentos conjuntos dos investimentos em associadas. As
linha a linha com itens semelhantes das demonstrações actividades que não tenham acordo contratual para es-
financeiras do empreendedor ou relatada como linhas tabelecer o controlo conjunto não são empreendimentos
de itens separadas nas demonstrações financeiras do conjuntos para as finalidades desta Norma.
empreendedor.
6. Os empreendimentos conjuntos assumem formas e
Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras estruturas muito diferentes. Esta Norma identifica três
e operacionais de uma entidade ou de uma actividade grandes tipos — operações conjuntamente controladas,
económica a fim de obter benefícios da mesma. activos conjuntamente controlados e entidades conjunta-
mente controladas — que são geralmente descritos como,
Controlo conjunto: é a partilha de controlo, acordada e satisfazem a definição de, empreendimentos conjuntos.
contratualmente, de uma actividade económica, e exis- As características seguintes são comuns a todos os em-
te apenas quando as decisões estratégicas financeiras preendimentos conjuntos:
e operacionais relacionadas com a actividade exigem
o consentimento unânime das partes que partilham o (a) Dois ou mais empreendedores estão ligados por
controlo (os empreendedores). um acordo contratual; e
Demonstrações financeiras consolidadas: são as de- (b) O acordo contratual estabelece o controlo conjunto.
monstrações financeiras de um grupo apresentadas como
7. O acordo contratual pode ser evidenciado de várias
as de uma única entidade económica.
maneiras; por exemplo, por um contrato entre os empre-
endedores ou por actas de reuniões entre os empreendedo-
Empreendedor: é um parceiro de um empreendimento
res. Nalguns casos, o acordo é incorporado nos artigos ou
conjunto que tem controlo conjunto sobre esse empreen-
outro clausulado do empreendimento conjunto. Qualquer
dimento.
que seja a sua forma, o acordo contratual é geralmente
escrito e trata de assuntos tais como:
Empreendimento conjunto: é uma actividade económi-
ca empreendida por dois ou mais parceiros, sujeita a con- (a) A actividade, duração e obrigações de relato do
trolo conjunto destes mediante um acordo contratual. empreendimento conjunto;
Influência significativa: é o poder de participar nas de- (b) A nomeação do órgão de direcção ou órgão de ges-
cisões das políticas financeira e operacional da investida tão equivalente do empreendimento conjunto e
ou de uma actividade económica mas que não é controlo os direitos de voto dos empreendedores;
nem controlo conjunto sobre essas políticas. A influência
significativa pode ser obtida por posse de acções, estatuto (c) Contribuições de capital pelos empreendedores;
ou acordo.
(d) A partilha dos empreendedores na produção, nos
Investidor num empreendimento conjunto: é um par- rendimentos, nos gastos ou nos resultados do
ticipante de um empreendimento conjunto, que não tem empreendimento conjunto.
controlo conjunto sobre esse empreendimento conjunto.
8. O acordo contratual estabelece o controlo conjunto
sobre o empreendimento conjunto. Tal requisito assegura
Método da equivalência patrimonial: é um método de
que nenhum empreendedor esteja por si só em posição
contabilização pelo qual o investimento ou interesse é
de controlar unilateralmente a actividade.
inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente
ajustado em função das alterações verificadas, após a 9. O acordo contratual pode identificar um empreen-
aquisição, na quota-parte do investidor ou do empreen- dedor como o operador ou o gestor do empreendimento
dedor nos activos líquidos da investida ou da entidade conjunto. O operador não controla o empreendimento
conjuntamente controlada. Os resultados do investidor ou conjunto, mas age de acordo com as políticas operacionais
empreendedor incluem a parte que lhe corresponda nos e financeiras que tenham sido acordadas pelos empre-
resultados da investida ou da entidade conjuntamente endedores conforme o acordo contratual e delegadas no
controlada. operador. Se o operador tiver o poder de gerir as políti-
cas operacionais e financeiras da actividade económica,
Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entida- ele controla o empreendimento e o empreendimento é
des não constituídas em forma de sociedade, como, p. ex., uma subsidiária do operador e não um empreendimento
as parcerias) que é controlada por uma outra entidade conjunto.
(designada por empresa-mãe).
Operações conjuntamente controladas (10 e 11)
Caracterização de empreendimentos conjuntos
e associadas (5 a 22) 10. Quando se está perante operações conjuntamente
controladas, não há lugar à constituição de uma entidade
Acordo contratual (5 a 9) separada. Em vez disso, os empreendedores participantes
coordenam as suas actividades e trabalham no projecto
5. A existência de um acordo contratual é um elemento comum, aí envolvendo os seus próprios recursos e incor-
essencial para distinguir os interesses em empreendi- rendo nos seus próprios gastos e passivos. O acordo de
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empreendimento conjunto proporciona geralmente meios da actividade do empreendimento conjunto. Cada empre-
pelos quais os réditos da venda da produção conjunta e endedor tem direito a uma parte dos lucros da entidade
quaisquer gastos incorridos em comum são partilhados conjuntamente controlada, sem prejuízo de algumas
entre os empreendedores. dessas entidades também terem direito a partilhar da
produção obtida pelo empreendimento conjunto.
11. Um exemplo de uma operação conjuntamente
controlada dá-se quando dois ou mais empreendedores 17. Um exemplo vulgar de uma entidade conjuntamen-
combinam as suas operações, recursos e perícia para te controlada é quando duas entidades combinam as suas
fabricar, comercializar e distribuir conjuntamente um actividades numa linha particular de negócios através da
produto particular, tal como uma aeronave. As diferentes transferência dos activos e passivos relevantes para uma
partes do processo de fabrico são levadas a efeito por cada entidade conjuntamente controlada. Um outro exemplo
um dos empreendedores. Cada empreendedor suporta é quando uma entidade começa um negócio num país
os seus próprios custos e obtém uma parte do rédito da estrangeiro em conjunto com o governo ou outro depar-
venda do avião, sendo tal partilha determinada segundo tamento nesse país, por meio do estabelecimento de uma
o acordo contratual. entidade separada que é conjuntamente controlada pela
entidade e pelo governo ou departamento.
Activos conjuntamente controlados (12 a 14)
18. Muitas entidades conjuntamente controladas são
12. Alguns empreendimentos conjuntos envolvem o em substância semelhantes aos empreendimentos con-
controlo conjunto, e muitas vezes a propriedade conjunta, juntos referidos como operações ou como activos conjun-
por parte dos empreendedores, de um ou mais activos que tamente controlados. Por exemplo, os empreendedores
tenham sido contribuídos ou adquiridos para a finalidade podem transferir um activo conjuntamente controlado,
do empreendimento conjunto. Os activos são usados para tal como um gasoduto de petróleo para uma entidade con-
a obtenção de benefícios para os empreendedores. Cada juntamente controlada, por razões fiscais ou outras. De
empreendedor pode ficar com uma parte da produção forma semelhante, os empreendedores podem contribuir
obtida a partir dos activos e cada um suporta uma parte para uma entidade conjuntamente controlada com activos
acordada dos gastos incorridos. que serão operados conjuntamente. Algumas operações
conjuntamente controladas também envolvem a criação
13. Estes empreendimentos conjuntos não envolvem de uma entidade conjuntamente controlada para tratar
a fundação de uma sociedade organizada, parceria ou de aspectos particulares da actividade, como por exemplo,
outra entidade, ou uma estrutura financeira que esteja a concepção, a comercialização, distribuição ou serviço
separada dos próprios empreendedores. Cada empre- pós-venda da produção.
endedor tem controlo sobre a sua parte nos futuros
benefícios económicos através da sua parte nos activos Influência significativa (19 a 22)
conjuntamente controlados.
19 Se o investidor detiver, directa ou indirectamente
14. Muitas actividades nas indústrias do petróleo, gás (por exemplo, através de subsidiárias), 20 % ou mais do
e extracção de minérios envolvem activos conjuntamente poder de voto na investida, presume-se que tem influência
controlados. Por exemplo, duas ou mais empresas de significativa, a menos que o contrário possa ser clara-
produção de petróleo podem conjuntamente controlar mente demonstrado. Se o investidor detiver, directa, ou
e explorar um pipeline. Cada um dos empreendedores indirectamente (por exemplo, através de subsidiárias),
utiliza o pipeline para o transporte do seu próprio produto menos de 20 % do poder de voto na investida, presume-
em retorno do qual suporta uma proporção acordada dos se que não tem influência significativa, a menos que o
gastos de exploração. Um outro exemplo de um activo contrário possa ser claramente demonstrado. A existência
conjuntamente controlado é quando duas entidades de outro investidor, que detenha uma participação maio-
controlam conjuntamente um imóvel de rendimento, ritária ou substancial, não impede necessariamente que
cada uma tomando uma parte das rendas recebidas e se exerça influência significativa.
suportando uma parte dos gastos.
20. A existência de influência significativa por parte
Entidades conjuntamente controladas (15 a 18) de um investidor é geralmente evidenciada por uma ou
mais das seguintes formas:
15. Uma entidade conjuntamente controlada é um
empreendimento conjunto que envolve o estabelecimento (a) Representação no órgão de direcção ou órgão de
de uma sociedade, de uma parceria ou de outra entida- gestão equivalente da investida;
de em que cada empreendedor tenha um interesse. A
(b) Participação em processos de decisão de políticas,
entidade opera da mesma forma que outras entidades,
incluindo a participação em decisões sobre
excepto que um acordo contratual entre os empreende-
dividendos e outras distribuições;
dores estabelece o controlo conjunto sobre a actividade
económica da entidade. (c) Transacções materiais entre o investidor e a
investida;
16. Uma entidade conjuntamente controlada controla
os activos do empreendimento conjunto, incorre em (d) intercambio de pessoal de gestão; ou
passivos e gastos e obtém rendimentos. Pode fazer con-
tratos em seu próprio nome e obter fundos para os fins (e) Fornecimento de informação técnica essencial.
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21. Ao avaliar se uma entidade tem influência signi- Uma vez que os activos, passivos, rendimentos e ga-
ficativa, deverá ser tida em conta a existência e o efeito nhos e gastos e perdas são reconhecidos nas demonstra-
de potenciais direitos de voto. ções financeiras do empreendedor, nenhum ajustamento
será necessário com respeito a estes itens quando o em-
22. Uma entidade perde influência significativa sobre preendedor apresentar demonstrações financeiras.
uma investida quando perde o poder de participar nas
decisões de política financeira e operacional da investi- 26. O tratamento de activos conjuntamente controlados
da. A perda de influência significativa pode ocorrer com reflecte a substância e a realidade económica e, geralmen-
ou sem alteração nos níveis absolutos ou relativos de te, a forma legal do empreendimento conjunto. Registos
propriedade. Pode ocorrer, por exemplo, quando uma contabilísticos separados do próprio empreendimento
associada passa a estar sujeita ao controlo de um gover- conjunto podem ser limitados aos gastos incorridos em
no, tribunal, administrador ou regulador. Pode também comum pelos empreendedores e em última instância
ocorrer como resultado de um acordo contratual. suportados pelos empreendedores conforme as partici-
pações acordadas entre si. Podem, ainda, ser preparadas
Reconhecimento e mensuração (23 a 53) demonstrações financeiras específicas para efeitos de ava-
liação do desempenho do empreendimento conjunto.
Operações conjuntamente controladas (23 e 24)
Entidades conjuntamente controladas (27 a 36)
23. Quando o empreendimento conjunto assumir a
forma de operação conjuntamente controlada, os activos, 27. Quando o empreendimento conjunto assumir a for-
passivos, rendimentos e ganhos e gastos e perdas são ma de entidade conjuntamente controlada, esta entidade
reconhecidos nas demonstrações financeiras do empreen- tem os seus próprios registos contabilísticos, prepara e
dedor, pelo que nenhum ajustamento será necessário com apresenta demonstrações financeiras da mesma forma
respeito a estes itens quando o empreendedor apresentar que outras entidades em conformidade com as Normas
demonstrações financeiras. Contabilísticas e de Relato Financeiro.
24. Podem ser preparados registos contabilísticos e 28. Cada empreendedor contribui geralmente com
demonstrações financeiras específicas para efeitos de ava- dinheiro ou com outros recursos para a entidade conjun-
liação do desempenho do empreendimento conjunto. tamente controlada. Estas contribuições são incluídas nos
registos contabilísticos do empreendedor e reconhecidas
Activos conjuntamente controlados (25 e 26) nas demonstrações financeiras como um investimento
na entidade conjuntamente controlada.
25. Quando o empreendimento conjunto assumir a for-
ma de activos conjuntamente controlados cada empreen- 29. Um empreendedor pode reconhecer o seu interesse
dedor inclui nos seus registos contabilísticos e reconhece numa entidade conjuntamente controlada usando:
nas suas demonstrações financeiras:
(a) Um dos dois formatos de relato para a conso-
(a) A sua parte nos activos conjuntamente contro- lidação proporcional descritos no parágrafo
lados, classificados de acordo com a natureza 55, ou
dos mesmos e não como um investimento. Por (b) A equivalência patrimonial descrita no parágrafo 57.
exemplo, uma parte de um pipeline conjunta-
mente controlado é classificado como activo 30. Quando o empreendedor estiver sujeito à elabora-
fixo tangível; ção de demonstrações financeiras consolidadas, deverá
reconhecer nestas demonstrações o seu interesse numa
(b) Quaisquer passivos em que tenha incorrido, por entidade conjuntamente controlada usando o método
exemplo, os incorridos no financiamento da indicado no parágrafo 29(a) e nas demonstrações finan-
sua parte nos activos; ceiras individuais que prepare deverá usar o método
indicado no parágrafo 29 (b).
(c) A sua parte em quaisquer passivos conjuntamen-
te incorridos com outros empreendedores em 31. Quando o empreendedor não estiver sujeito à
relação ao empreendimento conjunto; elaboração de demonstrações financeiras consolidadas,
deverá reconhecer nas suas demonstrações financeiras o
(d) Quaisquer rendimentos da venda ou do uso da seu interesse numa entidade conjuntamente controlada
sua parte da produção obtida do empreendi- usando, como método recomendado, o indicado no pará-
mento conjunto, juntamente com a sua parte grafo 29(a), ou, como método alternativo, o indicado no
em quaisquer gastos incorridos pelo empreen- parágrafo 29 (b).
dimento conjunto; e
32. Um empreendedor deve descontinuar o uso dos mé-
(e) Quaisquer gastos em que tenha incorrido com todos referidos no parágrafo 29 a partir da data em que
respeito ao seu interesse no empreendimento cesse de ter controlo conjunto e influência significativa
conjunto, como por exemplo, os relacionados sobre a entidade.
com o financiamento do interesse do empreen-
dedor nos activos e com a venda da sua parte 33. Quando um interesse numa entidade conjuntamen-
da produção. te controlada anteriormente classificado como detido para
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venda deixar de satisfazer os critérios dessa classificação, 17-Imparidade de Activos. Ao determinar o valor em
ele deve ser contabilizado usando, consoante os casos uso, o empreendedor estima os fluxos de caixa futuros
aplicáveis, a consolidação proporcional ou o método da provenientes do activo com base no uso continuado do
equivalência patrimonial a partir da data da sua classifi- activo e na sua alienação final por parte do empreendi-
cação como detido para venda. Para efeitos comparativos mento conjunto.
as demonstrações financeiras relativas aos períodos desde
a classificação do interesse como detido para venda devem Operadores de empreendimentos conjuntos (40 e 41)
ser reexpressas em conformidade.
40. Os operadores ou gestores de um empreendimento
34. A partir da data na qual a entidade conjuntamente conjunto devem contabilizar quaisquer remunerações de
controlada se torna uma subsidiária de um empreende- acordo com a NRF 18 - Rédito.
dor, o empreendedor deve contabilizar o seu interesse de
acordo com a NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias 41. Um ou mais empreendedores podem agir como o
e Consolidação. A partir da data em que uma entidade operador ou o gestor de um empreendimento conjunto.
conjuntamente controlada se torna uma associada de um Aos operadores é geralmente paga uma remuneração de
empreendedor, o empreendedor deve contabilizar o seu gestão por tais deveres. As remunerações são contabiliza-
interesse de acordo com o parágrafo 57. das pelo empreendimento conjunto como um gasto.
36. Um investidor num empreendimento conjunto 43. Quando um investimento numa associada anterior-
que não disponha de controlo conjunto, nem nele possa mente classificado como detido para venda, e contabiliza-
exercer influência significativa, deve contabilizar esse do nos termos da NRF 8-Activos Não Correntes Detidos
investimento nas suas demonstrações financeiras indivi- para Venda e Unidades Operacionais Descontinuadas,
duais ao custo. Caso prepare demonstrações financeiras deixar de satisfazer os critérios dessa classificação, ele
consolidadas pode contabilizar esse investimento ao custo deve ser contabilizado usando o método da equivalência
ou ao justo valor. patrimonial a partir da data da sua classificação como
detido para venda. Para efeitos comparativos as de-
Transacções entre um empreendedor e um empre- monstrações financeiras relativas aos períodos desde a
endimento conjunto (37 a 39) classificação da associada como detida para venda devem
ser reexpressas em conformidade.
37. Quando um empreendedor contribuir ou vender
activos a um empreendimento conjunto, o reconhecimen- 44. Um investidor deve descontinuar o uso do método
to de qualquer parcela de um ganho ou de uma perda de equivalência patrimonial a partir da data em que
resultante da transacção deve reflectir a substância da perder a influência significativa sobre uma associada.
transacção. Enquanto os activos estiverem retidos pelo Nessa circunstância, o custo a considerar para efeitos de
empreendimento conjunto, e desde que o empreendedor mensuração inicial como activo financeiro deve corres-
tenha transferido os riscos significativos e as recompen- ponder ao da quantia escriturada desse investimento à
sas de propriedade, o empreendedor deve reconhecer data em que deixou de ser uma associada.
apenas aquela parte do ganho ou perda que é atribuível
aos interesses dos outros empreendedores. O empreende- 45. A parte de um grupo numa associada é o agregado
dor deve reconhecer a totalidade da quantia de qualquer das partes detidas nessa associada pela empresa-mãe e
perda quando a contribuição ou venda proporcione provas suas subsidiárias. As partes detidas por associadas ou por
de uma redução no valor realizável líquido dos activos empreendimentos conjuntos do grupo são ignoradas para
correntes ou de uma perda por imparidade. esta finalidade. Quando uma associada tiver subsidiárias,
associadas ou empreendimentos conjuntos, os resultados
38. Quando um empreendedor comprar activos de um e activos líquidos tidos em consideração na aplicação do
empreendimento conjunto, o empreendedor não deve método de equivalência patrimonial são os reconhecidos
reconhecer a sua parte nos lucros do empreendimento nas demonstrações financeiras (consolidadas ou indivi-
conjunto derivados da transacção até que revenda os acti- duais, consoante exista, ou não a obrigação de preparar
vos a um terceiro independente. Um empreendedor deve contas consolidadas) da associada (incluindo a parte
reconhecer a sua parte nas perdas resultantes destas da associada nos resultados e activos líquidos das suas
transacções da mesma forma que os lucros, excepto que associadas e empreendimentos conjuntos), depois dos
as perdas devem ser reconhecidas imediatamente quando ajustamentos necessários para garantir a uniformidade
representem uma redução no valor realizável líquido de das políticas contabilísticas (ver parágrafos 62 e 63).
activos correntes ou uma perda por imparidade.
46. Os resultados provenientes de transacções «ascen-
39. Para avaliar se uma transacção entre um empreen- dentes» e «descendentes» entre um investidor (incluindo
dedor e um empreendimento conjunto proporciona prova as suas subsidiárias consolidadas) e uma associada são
de imparidade de um activo, o empreendedor determina reconhecidos nas demonstrações financeiras do investidor
a quantia recuperável do activo de acordo com a NRF somente na medida em que correspondam aos interesses
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192 I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008
de outros investidores na associada, não relacionados com o in- ciais, contas a pagar comerciais ou quaisquer contas a
vestidor. Transacções «ascendentes» são, por exemplo, vendas receber de longo prazo para as quais existam garantias
de activos de uma associada ao investidor. Transacções adequadas. As perdas reconhecidas segundo o método da
«descendentes» são, por exemplo, vendas de activos do equivalência patrimonial que excedam o investimento do
investidor a uma associada. Assim, a parte do investidor investidor em acções ordinárias são aplicadas a outros
nos resultados da associada resultantes destas transac- componentes do interesse do investidor numa associada
ções é eliminada. pela ordem inversa da sua antiguidade (i.e. prioridade
na liquidação).
47. Um investimento numa associada é contabilizado
usando o método da equivalência patrimonial a partir 50. Depois de o interesse do investidor ser reduzido a
da data em que se tome uma associada. Na aquisição do zero, as perdas adicionais são tidas em conta mediante
investimento, qualquer diferença entre o custo do inves- o reconhecido de um passivo, só na medida em que o
timento e a parte do investidor no justo valor líquido dos investidor tenha incorrido em obrigações legais ou cons-
activos, passivos e passivos contingentes identificáveis trutivas ou tenha feito pagamentos a favor da associada.
da associada é contabilizada de acordo com a NRF 24- Se posteriormente a associada relatar lucros, o investidor
Concentrações de Actividades Empresariais. Portanto: retoma o reconhecimento da sua parte nesses lucros
somente após a sua parte nos lucros igualar a parte das
(a) O trespasse (goodwill) relacionado com uma as- perdas não reconhecidas.
sociada é incluído na quantia escriturada do
investimento. Contudo, a amortização desse Perdas por imparidade (51 a 53)
trespasse (goodwill) não é permitida e não é
portanto incluída na determinação da parte do 51. Tendo aplicado o método da equivalência patrimo-
investidor nos resultados da associada; nial e reconhecido as perdas da associada de acordo com o
parágrafo 49, o investidor deve determinar se é necessário
(b) Qualquer excesso da parte do investidor no justo reconhecer qualquer perda por imparidade adicional com
valor líquido dos activos, passivos e passivos respeito ao conjunto de interesses na associada.
contingentes identificáveis da associada acima
do custo do investimento é excluído da quantia 52. Dado que o trespasse (goodwill) incluído na quantia
escriturada do investimento e é incluído como escriturada de um investimento numa associada não é
rendimento na determinação da parte do in- reconhecido separadamente, a totalidade da quantia es-
vestidor nos resultados da associada do período criturada do investimento é testada quanto a imparidade
em que o investimento é adquirido. segundo a NRF 17- Imparidade de Activos, comparando
a sua quantia recuperável (o mais elevado entre valor
Serão feitos ajustamentos apropriados na parte do de uso e justo valor, menos os custos de vender) com a
investidor nos resultados da associada, após a aquisição, sua quantia escriturada. Ao determinar o valor de uso
para contabilizar, por exemplo, a depreciação dos activos do investimento, uma entidade estima:
depreciáveis baseada nos seus justos valores à data da
aquisição. De forma semelhante, serão feitos ajustamen- (a) A sua parte no valor presente dos futuros fluxos
tos apropriados na parte do investidor nos resultados da de caixa estimados que se espera que venham a
associada, após a aquisição, para ter em conta perdas por ser gerados pela associada, incluindo os fluxos
imparidade reconhecidas pela associada em itens tais de caixa das operações da associada e os pro-
como o trespasse (goodwill) ou activos fixos tangíveis. ventos da alienação final do investimento; ou
48. Se uma associada tiver acções preferenciais cumu- (b) O valor presente dos futuros fluxos de caixa esti-
lativas em circulação, classificadas como capital próprio, mados que se espera que surjam de dividendos
que sejam detidas por outros que não o investidor, este a serem recebidos do investimento e da sua
calcula a sua parte nos resultados depois de os ajustar alienação final.
face aos dividendos de tais acções, independentemente
Segundo pressupostos apropriados, ambos os métodos
de terem ou não sido declarados.
dão o mesmo resultado.
49. Se a parte de um investidor nas perdas de uma as-
53. A quantia recuperável de um investimento numa
sociada igualar ou exceder o seu interesse na associada, o
associada é avaliada para cada associada, a menos que
investidor descontinua o reconhecimento da sua parte de
a associada não gere influxos de caixa largamente inde-
perdas adicionais. O interesse numa associada é a quan-
pendentes dos de outros activos da entidade.
tia escriturada do investimento na associada de acordo
com o método da equivalência patrimonial juntamente Consolidação proporcional (54 a 56)
com quaisquer interesses de longo prazo que, em subs-
tância, façam parte do investimento líquido do investidor 54. A aplicação da consolidação proporcional significa
na associada. Por exemplo, um item cuja liquidação não que o balanço do empreendedor inclui a sua parte nos
esteja planeada nem seja provável que ocorra no futuro activos que controla conjuntamente e a sua parte nos
previsível é, em substância, uma extensão do investimen- passivos pelos quais é conjuntamente responsável. A
to da entidade nessa associada. Tais itens podem incluir demonstração dos resultados do empreendedor inclui a
acções preferenciais e contas a receber ou empréstimos sua parte nos rendimentos e ganhos e gastos e perdas
a longo prazo, mas não incluem contas a receber comer- da entidade conjuntamente controlada. Muitos dos pro-
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cedimentos apropriados para a aplicação da consolidação timento. Podem também ser necessários ajustamentos
proporcional são semelhantes aos procedimentos para a na quantia escriturada, para alterações no interesse
consolidação de investimentos em subsidiárias, que estão proporcional do investidor na investida resultantes de
indicados na NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias alterações no capital próprio da investida que não tenham
e Consolidação. sido reconhecidas nos resultados da investida. Tais alte-
rações incluem as resultantes da revalorização de activos
55. Podem ser usados formatos diferentes de relato fixos tangíveis e das diferenças de transposição de moeda
para levar a efeito a consolidação proporcional. O em- estrangeira. A parte do investidor nessas alterações é
preendedor pode combinar a sua parte em cada um dos reconhecida directamente no seu capital próprio.
activos, passivos, rendimentos e ganhos e gastos e per-
das da entidade conjuntamente controlada com os itens 59. Quando existirem potenciais direitos de voto, a
semelhantes, linha a linha, nas suas demonstrações parte do investidor nos resultados da investida e nas
financeiras. Por exemplo, pode combinar a sua parte alterações no capital próprio da investida é determinada
nos inventários da entidade conjuntamente controlada na base dos interesses de propriedade então existentes e
com os seus inventários e a sua parte nos activos fixos não reflecte o possível exercício ou conversão de potenciais
tangíveis da entidade conjuntamente controlada com os direitos de voto.
seus activos fixos tangíveis.
60. As demonstrações financeiras disponíveis mais
Como alternativa, o empreendedor pode incluir nas recentes da investida são usadas pelo investidor na apli-
suas demonstrações financeiras linhas de itens separadas cação do método da equivalência patrimonial. Quando
relativas à sua parte nos activos, passivos, rendimentos as datas de relato do investidor e da investida forem
e ganhos e gastos e perdas da entidade conjuntamente diferentes, esta prepara, para uso do investidor, demons-
controlada. Por exemplo, pode mostrar a sua parte de um trações financeiras na mesma data das demonstrações
activo corrente da entidade conjuntamente controlada financeiras do investidor a não ser que isso se torne
separadamente como parte dos seus activos correntes; impraticável.
pode mostrar a sua parte nos activos fixos tangíveis da
entidade conjuntamente controlada separadamente como 61. Quando, de acordo com o parágrafo 60, as demons-
parte dos seus activos fixos tangíveis. trações financeiras de uma investida usadas na aplicação
do método da equivalência patrimonial forem preparadas
Ambos os formatos de relato mostrariam quantias
a partir de uma data de relato diferente da data de rela-
idênticas, quer do resultado do exercício, quer de cada
to do investidor, devem ser feitos ajustamentos para os
uma das principais classificações de activos, passivos,
efeitos de transacções ou acontecimentos significativos
rendimentos e ganhos e gastos e perdas, motivo pelo qual
que ocorram entre essa data e a data das demonstrações
ambos os formatos são aceitáveis para as finalidades
desta Norma. financeiras do investidor. Em qualquer caso, a diferença
entre a data de relato da investida e a do investidor não
56. Qualquer que seja o formato usado para levar a deve exceder os três meses. A extensão dos períodos de
efeito a consolidação proporcional, é desapropriado com- relato e qualquer diferença nas datas de relato devem
pensar quaisquer activos ou passivos com a dedução de ser as mesmas de período para período.
outros passivos ou activos ou quaisquer rendimentos ou
gastos com a dedução de outros gastos ou rendimentos, 62. As demonstrações financeiras do investidor devem
a menos que exista um direito legal de compensação e a ser preparadas usando políticas contabilísticas uniformes
compensação represente a expectativa quanto à realiza- para transacções e acontecimentos idênticos em circuns-
ção do activo ou à liquidação do passivo. tâncias semelhantes.
Método da equivalência patrimonial (57 a 63) 63. Se uma investida usar políticas contabilísticas
diferentes das do investidor para transacções e aconte-
57. Muitos dos procedimentos apropriados para a cimentos idênticos em circunstancias semelhantes, de-
aplicação do método da equivalência patrimonial são vem ser feitos ajustamentos para conformar as políticas
semelhantes aos procedimentos de consolidação des- contabilísticas da investida às do investidor quando as
critos na NRF 25 — Investimentos em Subsidiárias e demonstrações financeiras da investida forem usadas
Consolidação. Além disso, os conceitos subjacentes aos pelo investidor na aplicação do método da equivalência
procedimentos usados na contabilização da aquisição de patrimonial.
uma subsidiária são também adoptados na contabilização
da aquisição de um investimento numa associada. Divulgação (64 a 70)
58. Pelo método da equivalência patrimonial, o inves- 64. Um empreendedor deve divulgar a quantia agre-
timento numa entidade é inicialmente reconhecido pelo gada dos passivos contingentes seguintes, a menos que
custo e a quantia escriturada é aumentada ou diminuída a probabilidade de perda seja remota, separadamente da
para reconhecer a parte do investidor nos resultados quantia de outros passivos contingentes:
da investida depois da data da aquisição. A parte do
investidor nos resultados da investida é reconhecida nos (a) Quaisquer passivos contingentes em que o empre-
resultados do investidor. As distribuições recebidas de endedor tenha incorrido em relação aos seus
uma investida reduzem a quantia escriturada do inves- interesses em empreendimentos conjuntos e a
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sua parte em cada um dos passivos contingentes (d) As razões pelas quais se concluiu não existir
que tenham sido incorridos conjuntamente com influência significativa quando o contrário era
outros empreendedores; presumível pelo facto de um investidor deter,
directa ou indirectamente através de subsidi-
(b) A sua parte nos passivos contingentes dos pró- árias, 20% ou mais dos votos ou do potencial
prios empreendimentos conjuntos pelos quais poder de voto da investida;
seja contingentemente responsável; e
(e) A data de relato das demonstrações financeiras
(c) Os passivos contingentes que surjam porque o de uma associada, quando essas demonstra-
empreendedor é contingentemente responsável ções financeiras forem usadas na aplicação do
pelos passivos dos outros empreendedores de método da equivalência patrimonial e forem
um empreendimento conjunto. de uma data de relato ou de um período que
seja diferente da data de relato ou período do
65. Um empreendedor deve divulgar a quantia agre- investidor, e forem a razão para o uso de uma
gada dos seguintes compromissos com respeito aos seus data de relato ou de um período diferente;
interesses em empreendimentos conjuntos, separada-
(f) A natureza e a extensão de quaisquer restrições
mente de outros compromissos:
significativas (por exemplo, resultantes de
(a) Quaisquer compromissos de capital do empre- acordos de empréstimo ou requisitos regula-
endedor em relação com os seus interesses mentares) sobre a capacidade das associadas
para transferir fundos para o investidor sob a
em empreendimentos conjuntos e a sua parte
forma de dividendos em dinheiro ou de reem-
nos compromissos de capital que tenham sido
bolsos de empréstimos ou adiantamentos;
incorridos conjuntamente com outros empre-
endedores; e (g) A parte não reconhecida nas perdas de uma
associada, tanto para o período como cumu-
(b) A sua parte dos compromissos de capital dos lativamente, se um investidor descontinuou
próprios empreendimentos conjuntos. o reconhecimento da sua parte nas perdas de
uma associada;
66. Um empreendedor deve divulgar uma listagem
e descrição de interesses em empreendimen- (h) O facto de uma associada não ter sido contabili-
tos conjuntos significativos e a proporção do zada usando o método da equivalência patri-
interesse de propriedade detido em entidades monial de acordo com o parágrafo 3; e
conjuntamente controladas. Um empreendedor
que reconheça os seus interesses em entidades (i) Informação financeira resumida das associadas,
conjuntamente controladas usando o formato quer individualmente quer em grupo, que não
de relato linha a linha para a consolidação tenham sido contabilizadas usando o método
proporcional ou o método da equivalência pa- da equivalência patrimonial, incluindo as
trimonial deve divulgar as quantias agregadas quantias dos activos totais, passivos totais,
rendimentos e resultados.
de cada um dos activos correntes, dos activos
de longo prazo, dos passivos correntes, dos 69. Os investimentos em associadas contabilizados
passivos de longo prazo, dos rendimentos e dos usando o método da equivalência patrimonial devem
gastos relacionados com os seus interesses em ser classificados como activos não correntes. A parte do
empreendimentos conjuntos. investidor nos resultados dessas associadas, e a quantia
escriturada desses investimentos, devem ser divulgadas
67. Um empreendedor deve divulgar o método que separadamente. A parte do investidor em quaisquer
usa para reconhecer os seus interesses em unidades operacionais descontinuadas dessas associadas
entidades conjuntamente controladas. também deve ser divulgada separadamente.
68. Um investidor deve fazer as seguintes divul- 70. De acordo com a NRF 19 - Provisões, Passivos Contin-
gações: gentes e Activos Contingentes, o investidor divulgará:
(a) O justo valor de investimentos em associadas (a) A sua parte nos passivos contingentes de uma
para os quais sejam publicadas cotações de associada incorridos juntamente com outros
preços; investidores; e
(b) Informação financeira resumida das associadas, (b) Os passivos contingentes que surjam pelo facto de
incluindo as quantias agregadas de activos, o investidor ser solidariamente responsável pela
passivos, rendimentos e resultados; totalidade ou parte dos passivos da associada.
(c) As razões pelas quais se concluiu existir influ- Data de eficácia (71)
ência significativa quando o contrário era
71. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do
presumível pelo facto de um investidor deter,
primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
directa ou indirectamente através de subsidi- de 2009.
árias, menos de 20% dos votos ou do potencial
poder de voto da investida; A Ministra, Cristina Duarte
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No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo 204º (a) Concentrações de actividades empresariais em
e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda o que entidades ou actividades empresariais
Governo da República de Cabo Verde através da Ministra separadas se reúnem para formar um empre-
das Finanças e Administração Pública, o seguinte: endimento conjunto;
Artigo 1º
(b) Concentrações de actividades empresariais que
Aprovação envolvam entidades ou actividades empresa-
riais sob controlo comum;
É aprovado a Norma de Relato Financeiro 24 – con-
centração de actividades empresariais do Sistema de (c) Concentrações de actividades empresariais que
Normalização Contabilístico e Relato Financeiro e que envolvam duas ou mais entidades mútuas.
se apresenta em anexo ao presente regulamento como
parte integrante. Identificar uma concentração de actividades
empresariais (4 a 8)
Artigo 2º
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a compra de todos os activos líquidos de outra entidade, Activo intangível: tem o significado que lhe é dado na
o assumir dos passivos de outra entidade, ou a compra NRF 6 - Activos Intangíveis. Concentração de actividades
de alguns dos activos líquidos de outra entidade que em empresariais: é a junção de entidades ou actividades em-
conjunto formem uma ou mais actividades empresariais. presariais separadas numa única entidade que relata.
A concentração de actividades empresariais pode concre-
tizar-se pela emissão de instrumentos de capital próprio, Concentração de actividades empresariais envolvendo
pela transferência de caixa, equivalentes de caixa ou entidades ou actividades empresariais sob controlo co-
outros activos, ou por uma combinação dos mesmos. A mum: é uma concentração de actividades empresariais
transacção pode ser entre os accionistas das entidades em que todas as entidades ou actividades empresariais
concentradas ou entre uma entidade e os accionistas de concentradas são em última análise controladas pela
outra entidade. Pode envolver o estabelecimento de uma mesma parte ou partes antes e após a concentração,
nova entidade para controlar as entidades concentradas sendo que o controlo não é transitório.
ou os activos líquidos transferidos, ou a reestruturação
Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras
de uma ou mais das entidades concentradas.
e operacionais de uma entidade ou de uma actividade
6. Uma concentração de actividades empresariais pode económica a fim de obter benefícios da mesma.
resultar numa relação entre empresa-mãe e subsidiária,
Deve presumir-se que uma entidade concentrada ob-
na qual a adquirente é a empresa-mãe e a adquirida
teve o controlo de outra entidade concentrada
a subsidiária da adquirente. Nessas circunstâncias, a
quando adquire mais de metade dos direitos
adquirente aplica esta Norma nas suas demonstrações
de voto da outra entidade, a menos que seja
financeiras consolidadas. Ela inclui o seu interesse na
possível demonstrar que essa propriedade
adquirida como um investimento numa subsidiária nas
não constitui controlo. Mesmo que uma das
demonstrações financeiras individuais (ver NRF 25 — In-
entidades concentradas não adquira mais de
vestimentos em Subsidiárias e Consolidação).
metade dos direitos de voto de outra entidade
7. Uma concentração de actividades empresariais concentrada, ela pode ter obtido o controlo da
pode envolver a aquisição dos activos líquidos, incluindo outra entidade se, como resultado da concen-
qualquer trespasse (goodwill), de outra entidade em vez tração, ela obtiver:
da compra do capital próprio da outra entidade. Uma tal
(a) Poder sobre mais de metade dos direitos de voto
concentração não resulta numa relação entre empresa-
da outra entidade em virtude de um acordo
mãe e subsidiária.
com outros investidores; ou
8. Incluídas na definição de uma concentração de acti-
(b) Poder para gerir as políticas financeiras e ope-
vidades empresariais, e portanto no âmbito desta Norma,
racionais da outra entidade segundo uma
estão as concentrações de actividades empresariais em
cláusula estatutária ou um acordo; ou
que uma entidade obtém o controlo de outra entidade
mas cuja data de obtenção de controlo (i.e. a data de (c) Poder para nomear ou demitir a maioria dos mem-
aquisição) não coincide com a data ou datas de aquisição bros do órgão de gestão da outra entidade; ou
de um interesse de propriedade (i.e. a data ou datas de
troca). Esta situação pode acontecer, por exemplo, quando (d) Poder de agrupar a maioria de votos nas reuniões
uma investida celebra acordos de recompra de acções com do órgão de gestão da outra entidade.
alguns dos seus investidores e, como resultado, muda o
controlo da investida. Data de acordo: é a data em que um acordo substantivo
entre as partes concentradas é alcançado e, no caso de
Definições (9) entidades publicamente cotadas, anunciado ao público.
No caso de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil,
9. Os termos que se seguem são usados nes- a data mais recente em que um acordo substantivo entre
ta Norma com os significados especificados: as partes concentradas é celebrado é a data em que um
Actividade empresarial: é um conjunto integrado de acti- número suficiente dos proprietários da adquirida aceitou
vidades conduzidas e de activos geridos com a finalidade a oferta do adquirente para que este obtenha o controlo
de proporcionar: sobre a adquirida.
(a) Um retorno aos investidores; ou Data de aquisição: é a data em que a adquirente obtém
efectivamente o controlo sobre a adquirida.
(b) Custos mais baixos ou outros benefícios econó-
micos directa e proporcionalmente aos parti- Data de troca: é a data de aquisição quando uma
cipantes. concentração de actividades empresariais é alcançada
através de uma única transacção de troca. Quando
Uma actividade empresarial geralmente consiste em uma concentração de actividades empresariais envolve
inputs, processos aplicados a esses inputs e produções mais de uma transacção de troca, por exemplo, quando
resultantes, que são, ou serão, usadas para gerar réditos. é alcançada por fases através de sucessivas compras de
Se existir trespasse (goodwill) num conjunto transferido acções, a data de troca é a data em que cada investimento
de actividades e activos, deve presumir-se que o conjunto individual é reconhecido nas demonstrações financeiras
transferido é uma actividade empresarial. da adquirente.
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Empreendimento conjunto: tem o significado que lhe Método de contabilização (10 e 11)
é dado na NRF 23-Interesses em Empreendimentos
Conjuntos e Investimentos em Associadas. 10. Todas as concentrações de actividades empresariais
devem ser contabilizadas pela aplicação do método de
Empresa-mãe: é uma entidade que detém uma ou mais compra.
subsidiárias.
11. O método de compra considera a concentração de
Entidade mútua: é uma entidade que não seja uma actividades empresariais na perspectiva da entidade
entidade detida pelo investidor, tal como uma companhia concentrada que é identificada como a adquirente. A
de seguros mútuos ou uma entidade cooperativa mútua, adquirente compra activos líquidos e reconhece os ac-
que proporciona custos mais baixos ou outros benefícios tivos adquiridos e os passivos e passivos contingentes
económicos directa e proporcionalmente aos seus segu- assumidos, incluindo aqueles que não tenham sido an-
rados ou participantes. teriormente reconhecidos pela adquirida. A mensuração
dos activos e passivos da adquirente não é afectada pela
Entidade que relata: é uma entidade para a qual exis- transacção, nem quaisquer activos ou passivos adicionais
tem utentes que dependem das demonstrações financei- da adquirente são reconhecidos como consequência da
ras de âmbito geral da entidade para terem informação transacção, porque não são o objecto da transacção.
que lhes será útil na tomada de decisões acerca da im-
putação de recursos. Uma entidade que relata pode ser Aplicação do método de compra (12 a 40)
uma única entidade ou um grupo compreendendo uma
empresa-mãe e todas as suas subsidiárias. 12. A aplicação do método de compra envolve os se-
guintes passos:
Interesse minoritário: é a parte dos resultados e dos ac-
tivos líquidos de uma subsidiária atribuível a interesses (a) Identificar uma adquirente;
de capital próprio que não sejam detidos, directa ou indi-
rectamente através de subsidiárias, pela empresa-mãe. (b) Mensurar o custo da concentração de actividades
empresariais; e
Justo valor: é a quantia pela qual um activo pode ser
trocado ou um passivo liquidado, entre partes conhece- (c) Imputar, à data da aquisição, o custo da concen-
doras e dispostas a isso, numa transacção em que não tração de actividades empresariais aos activos
exista relacionamento entre elas. adquiridos e passivos e passivos contingentes
assumidos.
Passivo contingente:
Identificar a adquirente (13 a 17)
(a) É uma obrigação possível que provenha de acon-
tecimentos passados e cuja existência somente 13. Deve ser identificada uma adquirente para todas
será confirmada pela ocorrência ou não de um as concentrações de actividades empresariais. A adqui-
ou mais acontecimentos futuros incertos não rente é a entidade concentrada que obtém o controlo
totalmente sob controlo da entidade; ou sobre as outras entidades ou actividades empresariais
concentradas.
(b) Uma obrigação presente que decorra de aconte-
cimentos passados mas que não é reconhecida 14. Apesar de por vezes ser difícil identificar uma
porque: adquirente, há normalmente indícios da sua existência.
Por exemplo:
(i) Não é provável que um exfluxo de recursos in-
corporando benefícios económicos seja exigido (a) Se o justo valor de uma das entidades concen-
para liquidar a obrigação; ou tradas for significativamente superior ao da
outra entidade concentrada, a entidade com
(ii) A quantia da obrigação não pode ser mensu- o justo valor mais elevado é provavelmente a
rada com suficiente fiabilidade. adquirente;
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15. Numa concentração de actividades empresariais isto é alcançado através de uma única transacção de
efectuada através da troca de interesses de capital pró- troca, a data da troca coincide com a data da aquisição.
prio, a entidade que emite os interesses de capital próprio Contudo, uma concentração de actividades empresariais
é normalmente a adquirente. Contudo, todos os factos e pode envolver mais de uma transacção de troca, por exem-
circunstâncias pertinentes devem ser considerados para plo, quando for alcançada por fases através de compras
determinar qual das entidades concentradas tem o poder sucessivas de acções. Quanto tal ocorre:
de gerir as políticas financeiras e operacionais da outra
entidade (ou entidades) de forma a obter benefícios das (a) O custo da concentração é o custo agregado das
suas actividades. Em algumas concentrações de activida- transacções individuais; e
des empresariais, geralmente referidas como aquisições
inversas, a adquirente é a entidade cujos interesses de (b) A data da troca é a data de cada transacção de
capital próprio foram adquiridos e a entidade emitente troca (i.e. a data em que cada investimento
é a adquirida. Pode ser este o caso quando, por exemplo, individual é reconhecido nas demonstrações
uma entidade, que não seja sociedade aberta, consegue financeiras da adquirente), enquanto que a
ser “adquirida” por uma sociedade aberta mais pequena data de aquisição é a data na qual a adquirente
como forma de obter uma cotação na bolsa de valores. obtém o controlo da adquirida.
Embora legalmente a sociedade aberta emitente seja
20. Os activos cedidos e os passivos incorridos ou assu-
vista como a empresa-mãe e a entidade “adquirida” seja
midos pela adquirente em troca do controlo da adquirida
considerada a subsidiária, a subsidiária legal é a adqui-
devem ser mensurados pelos justos valores à data da
rente se tiver o poder de gerir as políticas financeiras e
troca, de acordo com o exigido pelo parágrafo 18. Por-
operacionais da empresa-mãe legal por forma a obter be-
tanto, quando a liquidação de todo ou qualquer parte do
nefícios das suas actividades. Normalmente, a adquirente
custo de uma concentração de actividades empresariais
é a entidade de maiores dimensões; contudo, os factos e
for diferido, o justo valor desse componente diferido deve
as circunstâncias que rodeiam uma concentração indicam
ser determinado ao descontar as quantias a pagar do seu
por vezes que uma entidade mais pequena adquire uma
valor presente à data da troca, tendo em conta qualquer
entidade de maiores dimensões. Os parágrafos B1 a B15
prémio ou desconto que provavelmente será incorrido
do Apêndice B da IFRS 3 — Concentrações de Actividades
na liquidação.
Empresariais proporcionam orientação sobre aquisições
inversas. 21. Os parágrafos 27 a 31 da IFRS 3 — Concentrações
16. Quando uma nova entidade é constituída para de Actividades Empresariais, proporcionam orientações
emitir instrumentos de capital próprio para efectuar adicionais sobre o custo de uma concentração de activi-
uma concentração de actividades empresariais, uma das dades empresariais.
entidades concentradas que existiam antes da concen-
Ajustamentos no custo de uma concentração de
tração deve ser identificada como adquirente com base
actividades empresariais dependentes de futuros
nas provas disponíveis.
acontecimentos (22)
17. De forma semelhante, quando uma concentração
de actividades empresariais envolve mais de duas enti- 22. Quando um acordo de concentração de actividades
dades concentradas, uma das entidades concentradas empresariais proporcionar um ajustamento no custo de
que existiam antes da concentração deve ser identificada uma concentração de actividades empresariais dependen-
como adquirente com base nas provas disponíveis. A de- te de futuros acontecimentos, a adquirente deve incluir a
terminação da adquirente nestes casos deve considerar, quantia desse ajustamento no custo da concentração de
entre outras coisas, qual das entidades concentradas actividades empresariais à data da aquisição se o ajusta-
iniciou a concentração e se os activos ou réditos de uma mento for provável e puder ser mensurado com fiabilidade
das entidades concentradas excedem significativamente (feito normalmente com base em estimativas, desde que
os das outras. as mesmas não afectem a fiabilidade da informação).
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detidos para venda de acordo com a NRF 8-Activos Não concentração apenas quando a adquirida tiver, á
Correntes Detidos para Venda e Unidades Operacionais data da aquisição, um passivo por reestruturação
Descontinuadas, os quais devem ser reconhecidos pelo existente reconhecido de acordo com a NRF
justo valor menos os custos de vender. Qualquer diferença 19- Provisões, Passivos Contingentes e Activos
entre o custo da concentração de actividades empresariais Contingentes; e
e o interesse da adquirente no justo valor líquido dos
activos, passivos e passivos contingentes identificáveis (b) A adquirente, quando imputar o custo da con-
assim reconhecidos deve ser contabilizada de acordo com centração, não deve reconhecer passivos por
os parágrafos 32 a 36. perdas futuras ou outros custos em que se es-
pera incorrer como resultado da concentração
24. A adquirente deve reconhecer separadamente os de actividades empresariais.
activos, passivos e passivos contingentes identificáveis
da adquirida à data de aquisição apenas se satisfizerem Activos intangíveis da adquirida (27)
os seguintes critérios nessa data: 27. De acordo com o parágrafo 24, a adquirente reco-
nhece separadamente um activo intangível da adquiri-
(a) No caso de um activo que não seja um activo
da à data da aquisição apenas se esse activo satisfizer
intangível, se for provável que qualquer be-
a definição de activo intangível da NRF 6 — Activos
nefício económico futuro associado flua para
Intangíveis e se o seu justo valor puder ser mensurado
a adquirente, e o seu justo valor possa ser
com fiabilidade. Isto significa que a adquirente reconhece
mensurado com fiabilidade;
como um activo separadamente do trespasse (goodwill)
(b) No caso de um passivo que não seja um passivo um projecto de pesquisa e desenvolvimento em curso da
contingente, se for provável que um exfluxo de adquirida caso o projecto corresponda à definição de ac-
recursos incorporando benefícios económicos tivo intangível e o seu justo valor possa ser fiavelmente
seja necessário para liquidar a obrigação, e mensurado. A NRF 6 proporciona orientação para deter-
o seu justo valor possa ser mensurado com minar se o justo valor de um activo intangível adquirido
fiabilidade; numa concentração de actividades empresariais pode ser
mensurado com fiabilidade.
(c) No caso de um activo intangível ou de um passi-
Passivos contingentes da adquirida (28 a 31)
vo contingente, se o seu justo valor puder ser
mensurado com fiabilidade. 28. O parágrafo 24 especifica que a adquirente reconhece
separadamente um passivo contingente da adquirida
Nesta conformidade, qualquer interesse minoritário na como parte da imputação do custo de uma concentração
adquirida é expresso na proporção da minoria no justo de actividades empresariais apenas se o seu justo valor
valor líquido desses itens. Os parágrafos B16 e B17 do puder ser mensurado com fiabilidade. Se o seu justo valor
Apêndice B da IFRS 3 proporcionam orientação sobre a não puder ser mensurado com fiabilidade:
determinação dos justos valores dos activos, passivos e
passivos contingentes identificáveis da adquirida para (a) Há um efeito resultante da quantia reconhecida
a finalidade de imputar o custo de uma concentração de como trespasse (goodwill) ou contabilizada de
actividades empresariais. acordo com o parágrafo 36; e
25. A demonstração dos resultados da adquirente (b) A adquirente deve divulgar a informação acerca
deve incorporar os resultados da adquirida após a data do passivo contingente exigida pela NRF 19
de aquisição ao incluir os rendimentos e os gastos da — Provisões, Passivos Contingentes e Activos
adquirida com base no custo da concentração de activi- Contingentes.
dades empresariais para a adquirente. Por exemplo, o
gasto por depreciação incluído após a data de aquisição O parágrafo B16(l) do Apêndice B da IFRS 3 propor-
na demonstração dos resultados da adquirente que se ciona orientação sobre a determinação do justo valor de
relaciona com os activos depreciáveis da adquirida deve um passivo contingente.
basear-se nos justos valores desses activos depreciáveis 29. Após o seu reconhecimento inicial, a adquirente
à data da aquisição, i.e. o seu custo para a adquirente. deve mensurar os passivos contingentes que são reconhe-
cidos separadamente pelo valor mais elevado entre:
Activos e passivos identificáveis da adquirida (26)
(a) A quantia que seria reconhecida de acordo com
26. De acordo com o parágrafo 23, a adquirente reco- a NRF 19 — Provisões, Passivos Contingentes
nhece separadamente como parte da imputação do custo e Activos Contingentes, e
da concentração apenas os activos, passivos e passivos
contingentes identificáveis da adquirida que existiam à (b) A quantia inicialmente reconhecida menos, quando
data da aquisição e que satisfazem os critérios de reco- apropriado, a amortização cumulativa reco-
nhecimento do parágrafo 24. Portanto: nhecida de acordo com a NRF 18 — Rédito.
(a) A adquirente deve reconhecer os passivos por 30. O requisito do parágrafo 29 não se aplica a contratos
encerramento ou redução das actividades da que tenham sido contabilizados de acordo com a NRF 16
adquirida como parte da imputação do custo da - Instrumentos Financeiros.
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Os compromissos para fornecer empréstimos a taxas de Excesso do interesse da adquirente no justo valor
juro abaixo do mercado, que não possam ser liquidados, líquido dos activos, passivos e passivos contingentes
ainda que por compensação, em dinheiro ou outro instru- identificáveis da adquirida acima do custo (36)
mento financeiro, devem ser reconhecidos inicialmente
pelo seu justo valor e subsequentemente mensurados 36. Se o interesse da adquirente no justo valor líquido
de acordo com o parágrafo 29. Outros compromissos de dos activos, passivos e passivos contingentes identificá-
empréstimos, que não possam ser liquidados, ainda que veis reconhecidos de acordo com o parágrafo 23 exceder
por compensação, em dinheiro ou outro instrumento fi- o custo da concentração de actividades empresariais, a
nanceiro, são contabilizados como passivos contingentes adquirente deve:
da adquirida se, à data da aquisição, não for provável que
(a) Reavaliar a identificação e a mensuração dos
um exfluxo de recursos incorporando benefícios económi-
activos, passivos e passivos contingentes iden-
cos seja exigido para liquidar a obrigação ou se a quantia
tificáveis da adquirida e a mensuração do custo
da obrigação não puder ser mensurada com suficiente
da concentração; e
fiabilidade. Tais compromissos de empréstimo são, de
acordo com o parágrafo 24, reconhecidos separadamente (b) Reconhecer imediatamente nos resultados
como parte da imputação do custo de uma concentração qualquer excesso remanescente após a rea-
apenas se o seu justo valor puder ser mensurado com valiação.
fiabilidade.
Concentração de actividades empresariais alcan-
31. Os passivos contingentes reconhecidos separada- çada por fases (37)
mente como parte da imputação do custo de uma con-
centração de actividades empresariais são excluídos do 37. Uma concentração de actividades empresariais
âmbito da NRF 19 — Provisões, Passivos Contingentes pode envolver mais de uma transacção de troca, por
exemplo, quando ocorrer por fases através de compras
e Activos Contingentes. Contudo, a adquirente deve
sucessivas de acções. Se assim for, cada transacção de
divulgar, relativamente a esses passivos contingentes,
troca deve ser tratada separadamente pela adquirente,
a informação exigida por essa norma para cada classe
usando a informação do custo da transacção e do justo
de provisão.
valor à data de cada transacção de troca, para determinar
Trespasse (goodwill) (32 a 35) a quantia de qualquer trespasse (goodwill) associado a
essa transacção. Isto resulta numa comparação passo
32. A adquirente deve, à data da aquisição: a passo do custo dos investimentos individuais com o
interesse da adquirente nos justos valores dos activos,
(a) Reconhecer o trespasse (goodwill) adquirido passivos e passivos contingentes identificáveis da adqui-
numa concentração de actividades empresa- rida a cada passo.
riais como um activo; e
Contabilização inicial determinada provisoria-
(b) Inicialmente mensurar esse trespasse (goodwill) mente (38)
pelo seu custo, que é o excesso do custo da
38. Se a contabilização inicial de uma concentração de
concentração de actividades empresariais acima actividades empresariais puder ser determinada apenas
do interesse da adquirente no justo valor liquido provisoriamente no final do período em que a concentra-
dos activos, passivos e passivos contingentes ção for efectuada porque os justos valores a atribuir aos
identificáveis reconhecido de acordo com o activos, passivos e passivos contingentes identificáveis da
parágrafo 23. adquirida ou o custo da concentração apenas podem ser
determinados provisoriamente, a adquirente deve conta-
33. O trespasse (goodwill) adquirido numa concentra- bilizar a concentração usando esses valores provisórios.
ção de actividades empresariais representa um paga- A adquirente deve reconhecer quaisquer ajustamentos
mento feito pela adquirente em antecipação de benefícios nesses valores provisórios como resultado da conclusão
económicos futuros de activos que não sejam capazes da contabilização inicial:
de ser individualmente identificados e separadamente
reconhecidos. (a) Num período até doze meses após a data de
aquisição; e
34. Após o reconhecimento inicial, a adquirente deve
mensurar o trespasse (goodwill) adquirido numa con- (b) Desde a data da aquisição. Portanto:
centração de actividades empresariais pelo custo menos
(i) A quantia escriturada de um activo, passivo
qualquer perda por imparidade acumulada. e passivo contingente identificável que seja
reconhecida ou ajustada como resultado da
35. O trespasse (goodwill) adquirido numa concentra-
conclusão da contabilização inicial deve ser
ção de actividades empresariais não deve ser amortiza-
calculada como se o seu justo valor à data de
do. Em vez disso, a adquirente deve testá-lo quanto a
aquisição tivesse sido reconhecido a partir
imparidade anualmente, ou com mais frequência se os
dessa data;
acontecimentos ou alterações nas circunstâncias indi-
carem que pode estar com imparidade, de acordo com a (ii) O trespasse (goodwill) ou qualquer outro
NRF 17 — Imparidade de Activos. ganho reconhecido de acordo com o parágrafo
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36 deve ser ajustado desde a data da aquisição liar a natureza e o efeito financeiro das concentrações de
por uma quantia igual ao ajustamento no justo actividades empresariais que tenham sido efectuadas:
valor à data de aquisição do activo, passivo e
passivo contingente identificável a ser reconhe- (a) Durante o período;
cido ou ajustado; (b) Após a data do balanço mas antes de as demons-
trações financeiras receberem autorização de
(iii) A informação comparativa apresentada para
emissão.
os períodos anteriores à conclusão da contabi-
lização inicial da concentração deve ser apre- 42. Para tornar efectivo o princípio do parágrafo 41(a),
sentada como se a contabilização inicial tivesse a adquirente deve divulgar a seguinte informação para
sido concluída na data de aquisição. Isto inclui cada concentração de actividades empresariais que tenha
quaisquer efeitos adicionais de depreciação, sido efectuada durante o período:
amortização ou lucro ou perda reconhecidos
como resultado de concluir a contabilização (a) Os nomes e as descrições das entidades ou acti-
inicial. vidades empresariais concentradas;
(b) A data da aquisição;
Ajustamentos após a conclusão da contabilização
inicial (39) (c) A percentagem de instrumentos de capital pró-
prio com direito a voto adquiridos;
39. Excepto de acordo com o delineado no parágrafo 40,
os ajustamentos na contabilização inicial de uma concen- (d) O custo da concentração e uma descrição dos com-
tração de actividades empresariais depois de concluída ponentes desse custo, incluindo quaisquer cus-
a contabilização inicial devem ser reconhecidos apenas tos directamente atribuíveis à concentração.
para corrigir um erro de acordo com a NRF 3 — Políticas Quando os instrumentos de capital próprio são
Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísti- emitidos ou passíveis de emissão como parte
cas e Erros. Os ajustamentos na contabilização inicial de do custo, deve ser divulgado o seguinte:
uma concentração de actividades empresariais depois de
concluída essa contabilização não devem ser reconhecidos (i) O número de instrumentos de capital próprio
para o efeito de alterações nas estimativas. De acordo emitidos ou passíveis de emissão; e
com a NRF 3, o efeito de uma alteração nas estimativas (ii) O justo valor desses instrumentos e a base
deve ser reconhecido no período corrente e nos períodos para determinar esse justo valor. Se não existir
futuros. um preço publicado para os instrumentos à
data da troca, devem ser divulgados os pres-
Reconhecimento de activos por impostos diferidos supostos significativos usados para determinar
após a conclusão da contabilização Inicial (40) o justo valor. Se existir um preço publicado à
data da troca mas que não foi usado como base
40. Se o potencial benefício do reporte das perdas
para determinar o custo da concentração, esse
fiscais no rendimento da adquirida ou de outros activos
facto deve ser divulgado em conjunto com: as
por impostos diferidos não satisfizer os critérios do pa-
razões por que o preço publicado não foi usado;
rágrafo 24 relativamente ao reconhecimento separado
o método e os pressupostos significativos usa-
quando uma concentração de actividades empresariais
dos para atribuir um valor aos instrumentos
for inicialmente contabilizada mas posteriormente rea-
de capital próprio; e a quantia agregada da
lizada, a adquirente deve reconhecer esse benefício como
diferença entre o valor atribuído aos instru-
rendimento de acordo com a NRF 22 — Impostos sobre o
mentos de capital próprio e o preço publicado
Rendimento. Além disso, uma adquirente deve:
dos mesmos;
(a) Reduzir a quantia escriturada de trespasse (e) Detalhes de quaisquer unidades operacionais
(goodwill) à quantia que teria sido reconhecida que a entidade tenha decidido alienar como
se o activo por impostos diferidos tivesse sido resultado da concentração;
reconhecido como um activo identificável a
partir da data de aquisição; e (f) As quantias reconhecidas à data de aquisição
para cada classe de activos, passivos e passivos
(b) Reconhecer a redução na quantia escriturada do contingentes da adquirida, e, a menos que a di-
trespasse (goodwill) como um gasto. Contudo, vulgação seja impraticável, as quantias escri-
este procedimento não deve resultar na criação turadas de cada uma dessas classes, determi-
de um excesso tal como descrito no parágrafo nadas de acordo com as NRF, imediatamente
36, nem deve aumentar a quantia de qualquer antes da concentração. Se essa divulgação for
ganho anteriormente reconhecido de acordo impraticável, esse facto deve ser divulgado,
com o parágrafo 36. junto com uma explicação;
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(h) Uma descrição dos factores que contribuíram (b) Se a contabilização inicial de uma concentração
para um custo que resulta no reconhecimento de actividades empresariais que tenha sido
do trespasse (goodwill) — uma descrição de efectuada no período imediatamente anterior
cada activo intangível que não tenha sido foi determinada apenas provisoriamente no
reconhecido separadamente do trespasse final desse período, as quantias e explicações
(goodwill) e uma explicação sobre a razão pela relativas aos ajustamentos nos valores provisó-
qual não foi possível mensurar o justo valor do rios reconhecidos durante o período corrente;
activo intangível com fiabilidade — ou uma
descrição da natureza de qualquer excesso (c) A informação sobre correcções de erros que a
reconhecido nos resultados de acordo com o NRF 3 — Políticas Contabilísticas, Alterações
parágrafo 36; nas Estimativas Contabilísticas e Erros exige
que seja divulgada em relação a qualquer dos
(i) A quantia dos resultados da adquirida desde a activos, passivos ou passivos contingentes
data da aquisição incluída nos resultados da identificáveis da adquirida, ou alterações nos
adquirente do período, a não ser que a divul- valores atribuídos a esses itens, que a adqui-
gação seja impraticável. Se essa divulgação rente reconhece durante o período corrente de
for impraticável, esse facto deve ser divulgado, acordo com o parágrafo 39.
junto com uma explicação.
47. Uma entidade deve divulgar informação que per-
43. A informação exigida pelo parágrafo 42 deve ser mita aos utentes das suas demonstrações financeiras
divulgada em conjunto no caso de concentrações de acti- avaliar as alterações na quantia escriturada de trespasse
vidades empresariais, efectuadas durante o período de (goodwill) durante o período.
relato, que sejam individualmente imateriais.
48. Para tornar eficaz o princípio do parágrafo 47, a
44. Se a contabilização inicial de uma concentração de entidade deve divulgar uma reconciliação da quantia
actividades empresariais que tenha sido efectuada duran- escriturada de trespasse (goodwill) no início e no final
te o período foi determinada apenas provisoriamente tal do período, mostrando separadamente:
como descrito no parágrafo 38, esse facto deve também
(a) A quantia bruta e as perdas por imparidade
ser divulgado em conjunto com uma explicação.
acumuladas no início do período;
45. Para tomar efectivo o princípio do parágrafo 41(a), (b) O trespasse (goodwill) adicional reconhecido
a adquirente deve divulgar a seguinte informação, a não durante o período, com a excepção do trespasse
ser que essa divulgação seja impraticável: (goodwill) incluído num grupo de alienação
que, no momento da aquisição, satisfaz os cri-
(a) O rédito da entidade concentrada do período
térios para ser classificado como detido para
como se a data de aquisição para todas as
venda de acordo com a NRF 8 — Activos Não
concentrações de actividades empresariais
Correntes Detidos para Venda e Unidades
efectuadas durante o período tivesse sido o
Operacionais Descontinuadas;
início desse período;
(c) Os ajustamentos resultantes do reconhecimento
(b) Os resultados da entidade concentrada do pe-
posterior de activos por impostos diferidos du-
ríodo como se a data de aquisição para todas
rante o período de acordo com o parágrafo 40;
as concentrações de actividades empresariais
efectuadas durante o período tivesse sido o (d) O trespasse (goodwill) incluído num grupo de
início do período. alienação classificado como detido para venda
de acordo com a NRF 8 — Activos Não Corren-
Se a divulgação desta informação for impraticável, esse tes Detidos para Venda e Unidades Operacio-
facto deve ser divulgado, junto com uma explicação. nais Descontinuadas e o trespasse (goodwill)
desreconhecido durante o período sem ter sido
46. A adquirente deve ainda divulgar a seguinte in-
anteriormente incluído num grupo de aliena-
formação:
ção classificado como detido para venda;
(a) A quantia e uma explicação sobre qualquer ganho
(e) As perdas por imparidade reconhecidas durante
ou perda reconhecido no período corrente que:
o período de acordo com a NRF 17 — Impari-
(i) Se relacione com os activos identificáveis ad- dade de Activos;
quiridos ou os passivos ou passivos contingen- (f) As diferenças cambiais líquidas ocorridas durante
tes assumidos numa concentração de activida- o período de acordo com a NRF 20 — Os Efeitos
des empresariais que tenha sido efectuada no de Alterações em Taxas de Câmbio;
período corrente ou num período anterior; e
(g) Quaisquer outras alterações na quantia escritu-
(ii) Seja de tal dimensão, natureza ou incidência rada durante o período; e
que a divulgação se torne relevante para uma
compreensão do desempenho financeiro da (h) A quantia bruta e as perdas por imparidade
entidade concentrada; acumuladas no final do período.
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Entrada em vigor
A Ministra, Cristina Duarte
O presente Despacho Normativo entra em vigor na
––––––– data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
Despacho Normativo n.º 26/2008 lato Financeiro.
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Controlo: é o poder de gerir as políticas financeiras ou convertíveis quando, por exemplo, não puderem ser
e operacionais de uma entidade ou de uma actividade exercidos ou convertidos até uma data futura ou até à
económica a fim de obter benefícios da mesma. ocorrência de um acontecimento futuro.
Demonstrações financeiras consolidadas: são as de- 7. Ao avaliar se os potenciais direitos de voto con-
monstrações financeiras de um grupo apresentadas como tribuem para o controlo, a entidade examina todos os
as de uma única entidade económica. factos e circunstâncias (incluindo os termos de exercer
os potenciais direitos de voto e quaisquer outros acordos
Empresa-mãe: é uma entidade que detém uma ou mais contratuais quer sejam considerados individualmente
subsidiárias. ou em combinação) que afectem os potenciais direitos de
voto, independentemente da intenção do órgão de gestão
Grupo: é constituído por uma empresa-mãe e todas as e da capacidade financeira de exercer ou converter.
suas subsidiárias.
Apresentação de demonstrações financeiras
Interesse minoritário: é a parte dos resultados e dos consolidadas (8 a 10)
activos líquidos de uma subsidiária atribuível a interesses
de capital próprio que não sejam detidos, directa ou indirec- 8. Uma empresa-mãe, que não esteja dispensada de
tamente através de subsidiárias, pela empresa-mãe. apresentar contas consolidadas nos termos previstos
legalmente, deve elaborar demonstrações financeiras
Método da equivalência patrimonial: é um método de consolidadas nas quais consolida os seus investimentos
contabilização pelo qual o investimento ou interesse é em subsidiárias em conformidade com esta Norma.
inicialmente reconhecido pelo custo e posteriormente
ajustado em função das alterações verificadas, após a 9. Nas demonstrações financeiras individuais de uma
aquisição, na quota-parte do investidor ou do empreen- empresa-mãe, a valorização dos investimentos em sub-
dedor nos activos líquidos da investida ou da entidade sidiárias deve ser efectuada de acordo com o método de
conjuntamente controlada. Os resultados do investidor ou equivalência patrimonial, aplicando-se, ainda, o disposto
empreendedor incluem a parte que lhe corresponda nos nos parágrafos 15 e 16.
resultados da investida ou da entidade conjuntamente
controlada. 10. A valorização dos investimentos em entidades
conjuntamente controladas e em associadas nas demons-
Subsidiária: é uma entidade (aqui se incluindo entida- trações financeiras individuais é efectuada nos termos
des não constituídas em forma de sociedade, como, p. ex., da NRF 23 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos
as parcerias) que é controlada por uma outra entidade e Investimentos em Associadas.
(designada por empresa-mãe).
Âmbito das demonstrações financeiras consoli-
5. Uma empresa-mãe ou a sua subsidiária pode ser um dadas (11 e 12)
investidor numa associada ou um empreendedor numa
entidade conjuntamente controlada. Em tais casos, as 11. As demonstrações financeiras consolidadas devem
demonstrações financeiras consolidadas preparadas e incluir todas as subsidiárias da empresa-mãe.
apresentadas de acordo com esta Norma também são
12. A obrigatoriedade de elaboração de contas consoli-
preparadas de modo a cumprir os requisitos da NRF 23
dadas ocorre para a empresa-mãe que detenha o controlo
- Interesses em Empreendimentos Conjuntos e Investi-
sobre uma ou mais subsidiárias, nos termos definidos
mentos em Associadas.
legalmente.
6. Para avaliar se uma entidade tem o controlo, é ne-
Procedimentos de consolidação (13 a 27)
cessário avaliar se a entidade tem potenciais direitos de
voto. Estes potenciais direitos de voto existem se uma 13. Ao preparar demonstrações financeiras consolida-
entidade for proprietária de warrants de acções, opções das, uma entidade combina as demonstrações financeiras
call de acções, instrumentos de dívida ou de capital da empresa-mãe e das suas subsidiárias linha a linha
próprio que sejam convertíveis em acções ordinárias, adicionando itens idênticos de activos, passivos, capital
ou de outros instrumentos semelhantes que tenham a próprio, rendimentos e ganhos e gastos e perdas. A fim
capacidade, se exercidos ou convertidos, de conceder à de que as demonstrações financeiras consolidadas apre-
entidade o poder de voto ou de reduzir o poder de voto de sentem informação financeira acerca do grupo como se
uma terceira entidade relativamente às políticas finan- fosse de uma entidade económica única, são dados os
ceiras e operacionais da entidade relativamente à qual seguintes passos:
podem ser exercidos ou convertidos os potenciais direitos
de voto. A existência e o efeito de potenciais direitos de (a) São eliminadas a quantia escriturada do inves-
voto que sejam correntemente exercíveis ou convertíveis, timento da empresa-mãe em cada subsidiária
incluindo potenciais direitos de voto detidos por terceira e a parte da empresa-mãe do capital próprio
entidade, são tidos em consideração quando se avaliar de cada subsidiária (ver a NRF 24 — Con-
se uma entidade tem o poder de gerir as políticas finan- centrações de Actividades Empresariais, que
ceiras e operacionais de uma outra entidade. Os poten- descreve o tratamento de qualquer trespasse
ciais direitos de voto não são correntemente exercíveis (goodwill) resultante);
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I SÉRIE — NO 48 3º SUP. «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 29 DE DEZEMBRO DE 2008 205
(b) São identificados os interesses minoritários nos 19. As demonstrações financeiras consolidadas devem
resultados das subsidiárias consolidadas para ser preparadas usando políticas contabilísticas uniformes
o período de relato; e para transacções e outros acontecimentos idênticos em
circunstâncias semelhantes.
(c) Os interesses minoritários nos activos líquidos
das subsidiárias consolidadas são identificados 20. Se um membro do grupo usar políticas contabi-
separadamente do capital próprio dos accionistas lísticas que não sejam as adoptadas nas demonstrações
da empresa-mãe. Os interesses minoritários financeiras consolidadas para transacções e aconteci-
nos activos líquidos consistem: mentos idênticos em circunstâncias semelhantes, serão
feitos ajustamentos apropriados às suas demonstrações
(i) Na quantia desses interesses minoritários à financeiras ao preparar as demonstrações financeiras
data da concentração original, calculada de consolidadas.
acordo com a NRF 24— Concentrações de Ac-
tividades Empresariais; e 21. Os rendimentos e ganhos e gastos e perdas de uma
subsidiária são incluídos nas demonstrações financeiras
(ii) Na parte minoritária das alterações no capital consolidadas a partir da data de aquisição, tal como
próprio desde a data da concentração. definido na NRF 24 — Concentrações de Actividades
Empresariais e até à data em que a empresa-mãe deixar
14. Quando existirem potenciais direitos de voto, as de controlar a subsidiária. A diferença entre os proventos
proporções de resultados e alterações no capital próprio da alienação da subsidiária e a sua quantia escriturada
imputadas à empresa-mãe e aos interesses minoritários à data da alienação, incluindo a quantia cumulativa de
são determinadas na base dos interesses de propriedade quaisquer diferenças de câmbio que se relacionem com
presentes e não reflectem o possível exercício ou conver- a subsidiária reconhecidas no capital próprio de acordo
são de potenciais direitos de voto. com a NRF 20 - Os Efeitos de Alterações em Taxas de
Câmbio, é reconhecida na demonstração dos resultados
15. Os saldos, transacções, rendimentos e ganhos e consolidada como o ganho ou perda resultante da alie-
gastos e perdas intragrupo devem ser eliminados por nação da subsidiária.
inteiro.
22. Um investimento numa entidade, desde a data
16. Os saldos e transacções intragrupo, incluindo em que deixe de ser uma subsidiária e desde que não se
rendimentos e ganhos, gastos e perdas e dividendos, torne uma associada ou uma entidade conjuntamente
são eliminados por inteiro. Os resultados provenientes controlada (nos termos da NRF 23 — Interesses em
de transacções intragrupo que sejam reconhecidos nos Empreendimentos Conjuntos e Investimentos em As-
activos, tais como inventários e activos fixos, são elimi- sociadas), deve ser contabilizado nas Demonstrações
nados por inteiro. As perdas intragrupo podem indicar Financeiras Consolidadas de acordo com o previsto na
uma imparidade que exija reconhecimento nas demons- NRF 16 — Instrumentos Financeiros.
trações financeiras consolidadas. A NRF 22 - Impostos
sobre o Rendimento, aplica-se às diferenças temporárias 23. A quantia escriturada do investimento à data em
que surgem da eliminação dos resultados provenientes que a entidade deixar de ser uma subsidiária deve ser
de transacções intragrupo. considerada como o custo aquando da mensuração inicial
de um activo financeiro.
17. As demonstrações financeiras da empresa-mãe e
das suas subsidiárias usadas na preparação das demons- 24. Os interesses minoritários devem ser apresentados
trações financeiras consolidadas devem ser preparadas a no balanço consolidado dentro do capital próprio, separa-
partir da mesma data de relato. Quando as datas de rela- damente do capital próprio dos accionistas da empresa-
to da empresa-mãe e de uma subsidiária forem diferentes, mãe. Os interesses minoritários nos resultados do grupo
a subsidiária prepara, para finalidades de consolidação, também devem ser divulgados separadamente.
demonstrações financeiras adicionais a partir da mesma
data que a das demonstrações financeiras da empresa- 25. Os resultados são atribuídos aos accionistas da
mãe a não ser que isso se torne impraticável. empresa-mãe e aos interesses minoritários. Porque am-
bos constituem capital próprio, a quantia atribuída aos
18. Quando, de acordo com o parágrafo 17, as de- interesses minoritários não é rendimento nem gasto.
monstrações financeiras de uma subsidiária usadas na
preparação de demonstrações financeiras consolidadas 26. As perdas aplicáveis à parte minoritária numa
forem preparadas a partir de uma data de relato diferen- subsidiária consolidada podem exceder o interesse mi-
te da data de relato da empresa-mãe, devem ser feitos noritário no capital próprio da subsidiária. O excesso, e
ajustamentos que tenham em consideração os efeitos de quaisquer perdas adicionais aplicáveis à parte minoritá-
transacções ou acontecimentos significativos que ocorram ria, são imputados ao interesse maioritário excepto até
entre essa data e a data das demonstrações financeiras ao ponto em que a parte minoritária tenha a obrigação
da empresa-mãe. Em qualquer caso, a diferença entre a de fazer um investimento adicional para cobrir as perdas.
data de relato da subsidiária e a data de relato da em- Se a subsidiária subsequentemente relatar lucros, esses
presa-mãe não deve exceder os três meses. A extensão lucros são imputados ao interesse maioritário até que a
dos períodos de relato e qualquer diferença nas datas de parte minoritária das perdas previamente absorvidas
relato devem ser as mesmas de período para período. pela parte maioritária tenha sido recuperada.
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27. Se uma subsidiária tiver acções preferenciais Despacho Normativo n.º 27/2008
cumulativas em circulação que sejam detidas por inte-
resses minoritários e classificadas como capital próprio, O Decreto-Lei n.º 5/2008, de 5 de Fevereiro, veio mo-
a empresa-mãe calcula a sua parte dos resultados depois dernizar e introduzir um Novo Sistema de Normalização
de fazer ajustamentos para os dividendos de tais acções, Contabilística e de Relato Financeiro para Cabo Verde
quer os dividendos tenham ou não sido declarados. em substituição do Plano Nacional de Contabilidade
aprovado pelo Decreto n.º 4/84, de 30 de Janeiro, com o
Divulgação (28 e 29) objectivo de acompanhar os desenvolvimentos havidos
28. Devem ser feitas as seguintes divulgações nas nas directivas internacionais quanto à qualidade da infor-
demonstrações financeiras consolidadas: mação financeira. Assim as alterações introduzidas têm
em conta o tecido empresarial a estrutura e a dimensão
(a) A natureza da relação entre a empresa-mãe e das entidades em Cabo Verde e a previsível evolução do
uma subsidiária quando a empresa-mãe não sistema fiscal, a modernização do tecido económico do
possuir, directa ou indirectamente através País e do mercado de capitais, bem como a preocupação
de subsidiárias, mais de metade do poder de de melhorar a qualidade das demonstrações financeiras
voto; e do relato financeiro das empresas, como factor de cre-
dibilidade ao funcionamento da economia real em Cabo
(b) As razões pelas quais a propriedade, directa
Verde.
ou indirectamente através de subsidiárias,
de mais de metade do poder de voto de uma Neste sentido, cumprindo o estabelecido no referido
investida não constitui controlo; Decreto-Lei e visando transpor para o direito interno as
(c) A data de relato das demonstrações financeiras Normas de Relato Financeiro que constituem uma adap-
de uma subsidiária quando tais demonstrações tação das Normas Internacionais da Contabilidade e as
financeiras forem usadas para preparar Normas de Relato Financeiro emitidas pelo International
demonstrações financeiras consolidadas e Accounting Standard Board (IASB), uma Comissão de
corresponderem a uma data de relato ou a um Normalização Contabilística foi nomeada e trabalhou-
período diferente do da data da empresa-mãe, e a se a apresentação da documentação complementar ao
razão para usar uma data de relato ou período diploma, no sentido de operacionalizar o Sistema de
diferente; e Normalização Contabilística e de Relato Financeiro para
Cabo Verde.
(d) A natureza e a extensão de quaisquer restrições
significativas (por exemplo, resultante de acor- Nestes termos,
dos de empréstimo ou requisitos regulamen-
tares) sobre a capacidade das subsidiárias de No uso da faculdade conferida pela alínea b) do artigo
transferirem fundos para a empresa-mãe sob 204º e do número 3 do artigo 259º da Constituição, manda
a forma de dividendos em dinheiro ou de reem- o Governo da República de Cabo Verde através da Minis-
bolsarem empréstimos ou adiantamentos. tra das Finanças e Administração Pública, o seguinte:
29. Quando forem preparadas demonstrações financei- Artigo 1º
ras individuais por uma empresa-mãe que, nos termos
Aprovação
legais, esteja dispensada de elaborar contas consolida-
das, essas demonstrações financeiras individuais devem É aprovado o Regime Especial para as Pequenas Enti-
divulgar: dades do Sistema de Normalização Contabilístico e Relato
(a) Que a dispensa de consolidação foi usada; o nome Financeiro e que se apresenta em anexo ao presente
e o país de constituição ou sede da entidade regulamento como parte integrante.
que elabora demonstrações financeiras conso- Artigo 2º
lidadas; e a morada onde essas demonstrações
financeiras consolidadas podem ser obtidas; Natureza
(b) Uma listagem dos investimentos significativos O Regime Especial para as Pequenas Entidades é parte
em subsidiárias, entidades conjuntamente integrante do Sistema de Normalização Contabilístico e
controladas e associadas, incluindo o nome, o Relato Financeiro para Cabo Verde
país de constituição ou domicílio, a proporção
do interesse de propriedade e, se for diferente, Artigo 3º
a proporção do poder de voto detido; e Entrada em vigor
(c) Uma descrição do método usado para contabilizar
os investimentos listados na alínea (b). O presente Despacho Normativo entra em vigor na
data da entrada em vigor do Decreto-Lei 5/2008, que
Data de eficácia (30) aprova o Sistema de Normalização Contabilística e Re-
30. Uma entidade deve aplicar esta Norma a partir do lato Financeiro.
primeiro período que se inicie em ou após 1 de Janeiro
Gabinete da Ministra das Finanças e Administração
de 2009.
Pública, 16 de Dezembro de 2008. – A Ministra, Cristina
A Ministra, Cristina Duarte. Duarte.
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3. As normas de relato financeiro para as entidades (em NRF 8 - Activos Não Correntes Detidos para Venda e
geral) aplicam-se também às pequenas entidades com Unidades Operacionais Descontinuadas
alguns ajustamentos/adaptações apresentados nesta nor-
ma de relato financeiro para as pequenas entidades. NRF 23 - Interesses em Empreendimentos Conjuntos
e Investimentos em Associadas
4. A norma de relato financeiro para as pequenas en-
tidades é uma norma que vem pois aplicar às pequenas NRF 24 - Concentrações de Actividades Empresarias
entidades as normas de relato financeiro devidamente
ajustadas/adaptadas para esse efeito. NRF 25 - Investimentos em Subsidiárias e Consolidação
5. Embora as NRF se apliquem às entidades inseridas 11. Fica vedada a possibilidade de revalorizar activos
no REPE reconhece-se que algumas das normas no todo financeiros utilizando como contrapartida contas do
ou parte se destinem a normalizar factos ou transacções capital próprio.
que não existam normalmente nas pequenas entidades
pelo que algumas normas ou partes de normas embora 12. As entidades se tiverem factos ou transacções que
se apliquem não se prevê que sejam utilizadas pelas implique o recurso à aplicação das normas do parágrafo
pequenas entidades como é o caso, entre outras, da NRF 10 ou da situação contemplada no parágrafo 11 só o pu-
2 - Demonstração de Fluxos de Caixa (por esta demons- deram fazer passando para o regime geral.
tração financeira não ser obrigatória para as pequenas
entidades), da NRF 4 - divulgação de Partes relacionadas Data de eficácia (13)
(por exemplo no que se refere à concentração de activida-
des empresariais), da NRF 16 - instrumentos financeiros 13. Esta Norma pode ser aplicada a partir do primeiro
(por exemplo no tratamento da contabilidade de cobertu- período que se inicie em ou após 1 de Janeiro de 2009.
ra), ou ainda da NRF 21 - benefícios de empregados (por
exemplo no tratamento dos benefícios pós emprego). A Ministra, Cristina Duarte.
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