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E O INFERNO VIRGILIANO
Em Cames, difcil procurar uma fonte nica para qualquer
episdio ou trecho significativo, no pela preocupao da originalidade
a todo preo, corrente em nossos dias, mas por outros motivos que
adiante recordarei.
As pessoas com a sua formao cultural sabiam que a reminiscncia dos Antigos no era sinal de falta de inspirao prpria, mas
homenagem consciente ao modelo prestigioso, para ser reconhecida
e admirada na sua execuo por aqueles que eram capazes de reconhec-la
e admir-la.
Por isso, quando um classicista procura as fontes greco-latinas
de Cames ou de qualquer outro poeta moderno, no pretende diminu-lo, antes exalt-lo, na amplitude do seu convvio espiritual com
a Antiguidade. Este foi em Cames muito extenso e, por isso, difcil
se torna, como atrs dizia, encontrar um modelo nico para os episdios
de inspirao greco-latina, tanto mais que, alm dos escritores da
Hlade (possivelmente, em traduo latina) e de Roma, h que ter
em conta intermedirios como os humanistas e os escritores modernos
at o seu tempo (1).
Tambm a aproximao literal, de verso a verso, no to frequente em Cames quanto a sugesto genrica, como pode verificar
(1)
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(4) Cf. Literary and philosophical sources of Aeneid VI, em Virgil, Aeneid VI
edited with Introduction and Commentary by Sir Frank Fletcher. Oxford, 1966.
GORDON WILLIAMS, Tradition and Originality in Roman Poetry, Oxford, 1968, p. 395
e segs.
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AMRICO
DA
COSTA
RAMALHO
(6)
(7)
265
640
ILHA
DOS
AMORES
INFERNO
VIRGILIANO
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660
(9)
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AMRICO DA COSTA
RAMALHO
(10) Vnus qui nobis cunctando restituis rem (En., VI, 846); cf. com o verso
de nio, citado por Ccero, De Senectute IV, 10: unus qui nobis cunctando restituit rem.
VIRGILIANO
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VIRGILIANO
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