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4329 17008 1 PB PDF
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Jorge Valentim*
Resumo
Retomando intertextualmente a temtica do vampiro, propomos uma leitura
das representaes ficcionais da imagem do personagem milenar e suas res-
pectivas apropriaes nos textos de Paula Tavares, O mistrio da Rua da
Misso e Jos Eduardo Agualusa, M., de malria, sublinhando algumas
questes particulares da produo literria atual: o signo da transitoriedade,
o dilogo entre tradio e modernidade e a condio do sujeito contempo-
rneo.
Palavras-chave: Literatura africana; Tradio e modernidade; Vampiros.
1 - Sobre a histria, a formao do mito do vampiro e suas variaes, sugerimos os ttulos de Argel e
Moura Neto (2008), Carvalho (2010), Lecouteux (2005), Marigny (1994) e Wachtel (1996).
2 - Em virtude do rico carter do mito, entendemos, como Bruno Berlendis de Carvalho (2010), que
todo estudo que surge, afirmando um determinado texto inaugural sobre o tema, acaba sendo contestado
diante da constatao de uma fonte textual anterior. O que se pode afirmar, na verdade, o aspecto
pioneiro de certas obras, deixando em aberto, portanto, o momento genesaco da figura do vampiro.
A rua parecia ter vida prpria e volta e meia era possvel olhar
vrias dessas camadas: alcatro, calada portuguesa, terra batida,
caminhos de p posto e areia de um deserto distante, onde nascia
uma planta chamada melancolia, que os mais velhos guardavam,
por rara e doce mezinha, para muitas doenas e, acreditava a av
Faninha, garantia de longevidade e de possibilidade de escolher a
morte de cada um. (...)
O antigo n 77 da Rua da Misso era uma espcie de no-lugar
porque, em boa verdade, no existia nem do lado par nem do
lado mpar da rua, por muito que se contasse do mar, em sentido
ascendente ou a partir dos Combatentes, Rua dos Massacres, para
baixo. (TAVARES, 2009, p. 13-14).
Abstract
By intertextually addressing the vampire theme, we propose a reading
of fictional representations of the ancient character image and some of
Referncias