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Introdução
Os microrganismos são agentes primários das mudanças geoquímicas. Algumas características que
possibilitam essa atuação ampla no ambiente são sua distribuição ubíqua devido à grande diversi-
dade metabólica e fisiológica, pelo fato de serem pequenos e possuírem grande área superficial e as
altas taxas de atividade metabólica e de crescimento.
Os microrganismos são elementos chave na ciclagem e liberação dos nutrientes e na manutenção
da composição química do solo, água, sedimentos e atmosfera. Além disso, são importantes na de-
toxificação de poluentes orgânicos e inorgânicos, sendo a base de muitas tecnologias emergentes
com aplicação ambiental e industrial.
Biogeografia
Os ecossistemas são formados pelas comunidades biológicas e pelos componentes abióticos. Cada
ecossistema apresenta uma diversidade de microrganismos distribuídos em duas categorias:
1 – Autóctones ou indígenas, que são os microrganismos residentes e naturais daquele am-
biente.
2- Alóctones ou não indígenas, que são os microrganismos transitórios.
O ecossistema pode ser ocupado por microrganismos especializados metabolicamente e que são
restritos a um ambiente distinto.
Nicho Ecológico
Densidade Populacional
Corresponde ao número de indivíduos por área. Pode ser modificada por fatores abióticos, como
modificações físico-químicas no meio, por fatores bióticos, especialmente por relações ecológicas
como a competição, e pelas taxas de migração, mortalidade e natalidade.
Biofilmes
A biomassa total de um organismo é determinada pelo nutriente presente no meio em menor con-
centração em relação a seus requerimentos. Em um dado ecossistema sempre haverá algum fator
nutricional limitante.
Determinantes ambientais
1- Químicos – nutrientes, minerais, composição atmosférica, pH, fatores de crescimento,
fontes de carbono e energia, potencial de eletro-redução.
2- Físicos – radiação, pressão, salinidade, temperatura, atividade de água, superfície.
3- Biológicos – relações espaciais, genética do microrganismo e relações ecológicas.
Microrganismos extremófilos
Prosperam ou requerem condições extremas que excedem as condições ótimas para o crescimento
e reprodução da maioria dos microrganismos. Sobrevivem em um leque de ambientes diferentes e
utilizam uma gama de diferentes fontes de carbono e energia. Possuem estratégias para reter água
e manter suas membranas, proteínas e ácidos nucléicos funcionais.
Temperatura
Afeta a taxa de crescimento por alterar a taxa das reações químicas. A elevação da tempera-
tura, até certos limites, leva ao aumento do crescimento e das atividades metabólicas até um ponto,
a partir do qual as reações de inativação começam a atuar.
Os microrganismos são classificados de acordo com a faixa de temperatura em que sobrevivem e
crescem em (Gráfico 1):
Pressão osmótica
Força com a qual a água se move através da membrana plasmática, de uma solução hipotônica para
uma solução hipertônica. Pode causar desidratação, lise ou plasmólise.
Salinidade
É a soma da concentração de todos os constituintes iônicos dissolvidos na água. A alta concentração
de sal afeta a pressão osmótica, desnatura proteínas e desidrata a célula. De acordo com a salinida-
de os microrganismos podem ser classificados em (Gráfico 2):
1- Não halofílicos – não necessitam de sal para crescer e não toleram sua presença no meio.
2- Halotolerantes – não necessitam de sal para crescer, mas suportam certa quantidade no
meio. O crescimento ótimo ocorre na ausência do sal.
3- Halófilos- requerem certa quantidade de sal para crescer. Podem ser discretos ou mode-
rados, necessitando de baixa concentração de sal no meio, ou extremo, necessitando de altíssima
concentração de sal para crescer.
Gráfico 2: Faixa de salinidade de crescimento de microrganismos não halofílicos, halotolerantes, halófilos moderados
e halófilos extremos.
Microrganismos que crescem em baixas atividades de água bombeiam íons inorgânicos para o in-
terior da célula ou sintetizam solutos orgânicos (chamados de solutos compatíveis). A quantidade
máxima de solutos compatíveis acumulados corresponde a uma característica geneticamente deter-
minada.
pH
Assim como na temperatura, cada organismo possui uma faixa de pH onde seu crescimento é possí-
vel, exibindo no entanto um pH ótimo definido. Esse pH ótimo corresponde ao pH do meio externo,
sendo que o pH intracelular deve permanecer próximo a neutralidade, o que é possível devido a
impermeabilidade da membrana plasmática aos íons. Alguns procariotos que vivem em pH extremo
parecem manter a neutralidade interna bombeando prótons para fora da célula.
A maioria dos ambientes tem o pH entre 5 e 9 e os organismos mais comuns são os que crescem
nessa faixa, conhecidos como neutrófilos. Os organismos acidófilos crescem em pH menor que 5.
Os fungos tendem a ser mais tolerantes à acidez, mas algumas bactérias também são acidófilas. Os
microrganismos alcalifílicos crescem em valores elevados de pH.
Potencial de oxi-redução
Mede a tendência de um composto doar ou receber elétrons. É uma escala útil para medida de ana-
erobiose. O oxigênio molecular é um poderoso agente oxidante. Ambientes com potenciais de oxi-
-redução positivos favorecem a oxidação e permitem o crescimento de microrganismos aeróbios. Em
contrapartida, ambientes com potenciais de oxi-redução negativos favorecem a redução e permitem
o crescimento de microrganismos anaeróbios. Os microrganismos aeróbios facultativos sobrevivem
a uma ampla faixa de potencial de oxi-redução. À medida que o oxigênio vai sendo reduzido vão
sendo formadas moléculas altamente reativas como o ânion superóxido (O2-) e o peróxido de hi-
drogênio (H2O2). Os microrganismos que crescem na presença de oxigênio sintetizam enzimas que
transformam as moléculas reativas em moléculas inertes como a água e o oxigênio (O2).
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