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Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Evangelhos

Conteúdo 
CAPÍTULO PRIMEIRO ...................................................................... 3
O PERÍODO INTERBÍBLICO ............................................................... 3
I. Recapitulando o AT ................................................................. 3
II. A importância do Período Interbíblico .......................................... 5
III. História do Período Interbíblico .............................................. 6
CAPÍTULO SEGUNDO ..................................................................... 8
SEITAS, INSTITUIÇÕES E OUTROS GRUPOS SOCIAIS .................................. 8
I. Seitas.................................................................................. 8
II. Instituições .......................................................................... 9
III. Outros grupos sociais ............................................................ 10
CAPÍTULO TERCEIRO .................................................................... 11
PANORAMA DOS EVANGELHOS ......................................................... 11
I. Introdução ao Novo Testamento ................................................. 11
II. Um salto pelos Evangelhos ....................................................... 11
CAPÍTULO QUARTO ...................................................................... 14
A VIDA DE CRISTO ....................................................................... 14
Consideração inicial .................................................................. 14
I. Cronologia da vida de Jesus ................................................ 14
II. Vida e ministério público de Jesus ....................................... 15
CAPÍTULO QUINTO....................................................................... 17
A VIDA DE CRISTO PARTE II ............................................................ 17
CAPÍTULO SEXTO ........................................................................ 20
A VIDA DE CRISTO PARTE III ............................................................ 20
CAPÍTULO SÉTIMO ....................................................................... 22
A VIDA DE CRISTO PARTE IV ............................................................ 22

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 2 


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Evangelhos 
CAPÍTULO PRIMEIRO
O PERÍODO INTERBÍBLICO
I. Recapitulando o AT
 

CRIAÇÃO – QUEDA – DILÚVIO – BABEL 

Gênesis 1‐11 
                             

2090  1844 

ABRAÃO  ISAQUE  JACÓ  JOSÉ 

Gn 12‐25:18  25:19‐26:35  27‐36  37‐50 


 

1526  1446 

ISRAEL AINDA NO  A PARTIDA DE ISRAEL  ISRAEL NO SINAI 


EGITO  E  PEREGRINAÇÕES 
ATÉ O SINAI 

Ex 1‐12:36  12:37‐18:27  19‐40 

    Levítico 
(26:46;27:34) 

    Nm 1‐10:10 
 

   1406 

DO  SINAI  AO  ISRAEL  EM  DE  CADES  (OUTRA  NAS  CAMPINAS  DE 
DESERTO  DE  PARà CÍRCULOS:  VEZ) ÀS CAMPINAS DE  MOABE:  PREPARATIVOS 
(Cades)  SOB  MOABE  PARA A ENTRADA 
JULGAMENTO 

Nm 10:11‐14:45  15:1‐19:22  20:1‐25:18  26‐30 

Deuteronômio 
 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 3 


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1406  1380 

ENTRADA  E  DIVISÃO DA TERRA  ESTABELECIMENTO 


CONQUISTA  NA TERRA 

Js 1‐12  13‐21  22‐24 


 
 

1043  931 

JUÍZES  REINO UNIDO: SAUL/ DAVI/ SALOMÃO 

Jz – I Sm 9                              I Sm 10‐31/  II Sm/  I Rs 1‐11 
Rute 
 
 

931  722  606 


REINO DO NORTE (ISRAEL)   
  CATIVEIRO ASSÍRIO 
REINO DO SUL (JUDÁ) 
REINO  CATIVEIRO BABILÔNICO 
DIVIDIDO: 

I Rs 12  I Rs 17  II Rs 23 


 
 
O cativeiro do Sul aconteceu em três deportações: 
A primeira em 606 a.C, quando jovens inteligentes da nobreza são levados à Babilônia, dentre 
estes Daniel e amigos (Dn 1). 
A segunda deportação ocorreu em 597 a.C. São levados o rei Jeoaquim, o profeta Ezequiel e 10 
homens com habilidades manuais. 
Por  último,  em  586  a.C,  todos  são  levados,  exceto  os  muito  pobres  para  que  a  terra  não  se 
tornasse  em  deserto.  A  cidade  foi  queimada,  o  templo  destruído  e  sua  mobília  e  utensílios 
levados à Babilônia. 
Restauração sob o império Medo‐Persa: 
Ciro  uniu  as  nações  Média,  Lídia  e  Pérsia  e  capturou  a  Babilônia  em  538  a.C,  permitindo  ao 
povo deslocado voltar para as terras de seus pais: 
Zorobabel  conduziu  o  1o  retorno  em  536  a.C,  ano  em  que  foi  iniciada  a  reconstrução  do 
templo. Tendo sido parada a obra em 534 a.C, por causa dos samaritanos, permaneceu assim 
até 520 a.C, quando o povo é encorajado a recomeçar a obra pelos ministérios de Zacarias e 
Ageu, tendo sido concluída a obra em 516 a.C. 
O segundo retorno aconteceu sob Esdras em 458 a.C. E o terceiro sob Neemias, em 444 a.C, 
para a reconstrução dos muros. 
Assim deixamos o Antigo Testamento com as reformas de Neemias e Malaquias, logo após o 
retorno de cerca de 50.000 judeus à Palestina, sob o domínio Medo‐Persa. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 4 


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QUADRO COMPARATIVO 

Império  Autoridade sobre  Data  Política 


Assírio  Reino do Norte –  722 a.C  Destruir todo o 
Israel  (cativeiro de  vestígio de 
Israel)  linhagem 
Estratégia  nacional 
Habitantes 
deportados para a 
Assíria (II Rs 17:6), e 
povos de outras 
nações importados 
para Samaria. 
Babilônico  Reino do Sul – Judá  606, 597, 586  Punir aos que se 
a.C  opunham ao 
Estratégia  (cativeiro de  governo 
Os povos eram  Judá) 
deportados à 
Babilônia, vivendo 
em bairros com certa 
liberdade 
Medo‐ Reino do Sul ‐ Judá  538 a.C  Receber 
Persa  (a Pérsia toma o  impostos dos 
poder da  povos 
Babilônia)  conquistados 
 

II. A importância do Período Interbíblico


O  estudioso  da  Bíblia  é  confrontado  com  marcantes  diferenças  nas  atitudes  e  estruturas 
políticas, culturais e religiosas entre o Antigo e o Novo Testamento. 
Por exemplo, no Novo Testamento encontramos outro dominador (Roma), outra língua (grego 
e aramaico; hebraico limitado aos eruditos), novas seitas político‐religiosas (saduceus, fariseus, 
essênios,  escribas,  zelotes,  herodianos),  novas  estruturas  (sinagoga,  sinédrio),  gente  odiada 
(publicanos, pecadores, samaritanos), fim da idolatria, etc. Portanto, a questão é: Aonde está a 
explicação para estes pressupostos do Novo Testamento? 
É necessário, então, saber o que aconteceu no período de 400 anos que se localiza entre o fim 
do  AT  e  o  início  do  NT.  Nesta  época  se  encontram  as  explicações  para  as  várias  mudanças 
observáveis entre os testamentos. 
Além  disso,  e  principalmente,  o  estudo  deste  período  demonstra  como  Deus  preparou  o 
mundo para o advento do Messias. 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 5 


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III. História do Período Interbíblico


 
1. Período Persa (538‐331 a.C) 
No  final  do  AT  Eliasibe  era  o  sumo‐sacerdote  (445‐430  a.C).  Seu  sucessor,  Jeoiada  (430‐405 
a.C), teve dois filhos, Jonatã e Josué. Jonatã, que foi sumo‐sacerdote de 405 a 359 a.C, também 
teve  dois  filhos  (Jadua  e  Manassés).  Jadua  foi  sucessor  de  seu  pai.  Manassés,  não  podendo 
exercer o ofício ocupado por seu irmão, casou‐se com a filha de Sambalate, o horonita, e se 
tornou  sumo‐sacerdote  do  templo  no  monte  Gerizim,  construído  por  seu  sogro,  onde  os 
samaritanos iam adorar.  
   
2. Período Grego (331‐167 a.C) 
Filipe II da Macedônia foi assassinato em 336 a.C e substituído por seu filho de então 20 anos, 
Alexandre.  
Alexandre reuniu a Macedônia e a Grécia e se tornou o senhor do Antigo Oriente Médio, ao 
infligir sucessivas derrotas aos persas nas batalhas de Granico (334 a.C), Isso (333 a.C) e Arbela 
(331 a.C), quando derrotou o exército inteiro dos persas e Dário III foi morto. 
Com  o  falecimento  de  Alexandre,  em  323  a.C,  tendo  ele  33  anos,  seus  principais  generais 
dividiram o império em quatro porções, duas das quais tendo ligação com o desenvolvimento 
histórico da Palestina: O Egito (sob o domínio dos Ptolomeus) e a Síria (sob os Selêucidas). 
 
2.1. Ptolomeus (321‐198 a.C) 
Os  ptolomeus  dominaram  a  Palestina  por  122  anos,  período  em  que  os  judeus  gozaram  de 
boas condições. 
Sob Ptolomeu Filadelfo (285‐246) os judeus começaram a tradução do Antigo Testamento do 
hebraico  para  o  grego,  resultando  na  Septuaginta  (LXX),  as  Escrituras  para  a  comunidade 
judaica de fala grega.  
 
2.2. Selêucidas (198‐167 a.C) 
Após longas tentativas dos selêucidas para tomarem a Palestina, Antíoco III derrotou o Egito 
em 198 a.C, mas em 190 a.C foi derrotado pelos romanos na batalha de Magnésia. Ele teve de 
pagar grande indenização, entregar sua marinha, elefantes de guerra e enviar um filho como 
refém para Roma. 
Seleuco  IV  herdou  o  trono  e  a  dívida  de  seu  pai,  mas  foi  assassinado  pelo  seu  tesoureiro 
(Heliodoro),  em  175  a.C,  que  tentou  usurpar  o  trono,  mas  fracassou  em  seu  golpe  porque 
Antíoco IV (Epifânio) retornara de Roma depois de passar 12 anos como refém. 
Sob  o  pretexto  de  resolver  um  problema  de  casamento  (a  irmã  era  casada  com  Ptolomeu), 
Antíoco  invadiu  o  Egito  em  169/8  a.C,  e  chegaram  a  Jerusalém  os  rumores  de  que  ele  fora 
morto no Egito e a cidade ardeu em exultação. 
Epifânio ganhou antipatia judaica dada a sua tentativa de helenizar os judeus, incentivando a 
freqüência  aos  teatros,  a  adoção  de  vestes  do  estilo  grego,  esportes  onde  judeus  se 
exercitavam despidos (à moda grega), etc. 
Ao ouvir que a cidade comemorava sua morte e ao imaginar que havia uma revolta contra ele, 
massacrou 40.000 judeus num só dia, sacrificou um porco no altar, um altar dedicado a Zeus 
foi  colocado  no  templo,  cópias  da  Lei  foram  destruídas,  até  que,  em  168  a.C,  o  sacrifício  do 
templo cessou (Dn 9:27). 
3. O Período Macabeu ou Hasmoneu (167‐63 a.C) 
A resistência  dos macabeus teve origem em 167 a.C, quando  Matatias (bisneto de  Hasmom) 
recusou‐se  em  fazer  um  sacrifício  pagão  e  matou  um  judeu  que  propôs‐se  em  fazê‐lo.  Após 
matar  o  judeu  e  demolir  o  altar,  fugiu  da  aldeia  de  Modim  para  a  região  montanhosa  na 
companhia de cinco filhos e alguns simpatizantes. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 6 


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Após um ano e a morte do pai, a liderança do exército passou a Judas (Macabeu) que, depois 
de  uma  série  de  brilhantes  vitórias,  entrou  em  Jerusalém  e  rededicou  o  templo  em  25  de 
dezembro de 165 a.C. 
Depois da morte de Judas Macabeu, em 161 a.C, Jônatas e Simão sucederam‐no na liderança 
e,  graças  à  astuta  diplomacia  deste  último,  a  independência  judaica  foi  reconhecida  em  142 
a.C, permanecendo a Palestina livre até 63 a.C. 
 
4. O Período Romano (63 a.C) 
Um conflito causado pela sede de poder entre os irmãos João Hircano II e Aristóbulo II fez com 
que  Hircano  apelasse  à  intervenção  de  Pompeu,  general  romano.  Em  63  a.C  Pompeu  entrou 
em Jerusalém e decidiu em favor de Hircano. Contudo a Judéia ficou sob o controle romano, 
sendo  que  Antipater  (idumeu  e  conselheiro  de  Hircano)  foi  nomeado  procurador,  e  Hircano 
como sumo‐sacerdote. Antipater designou seu filho Fasael a governador da Judéia, e seu filho 
Herodes para ser governador da Galiléia. 
Após a morte de Antipater e Fasael, Herodes recebeu de Antônio e Otávio, em 40 a.C, o título 
de “Rei dos judeus”. 
Herodes era astuto, invejoso e cruel. Assassinou duas de suas próprias esposas e pelo menos 
três  de  seus  próprios  filhos.  Augusto  disse  que  era  melhor  ser  porco  ( )  do  que  filho 
(U ) de Herodes. 
Tentando ganhar o apoio dos judeus, Herodes iniciou uma ambiciosa reforma do templo, em 
19 a.C, que ainda estava em progresso 46 anos mais tarde (Jo 2:20). 
Foi Herodes o Grande quem ordenou a matança dos infantes de Belém, registrada em Mateus. 
E, por ocasião de sua morte, de hidropsia e câncer nos intestinos (4 a.C), havia ordenado que 
fossem executados líderes judeus para que tivessem de que lamentar, já que não lamentariam 
por causa dele. Tal ordem nunca foi executada.  
5. A dinastia dos Herodes 
Destituídos das habilidades e ambições de seu pai, os filhos de Herodes passaram a governar 
porções separadas da Palestina: 
• Arquelau  tornou‐se  governador  da  Judéia,  Samaria  e  Iduméia.  Era  homem  cruel  e 
despótico. 
• Herodes Filipe foi governador da Ituréia, Traconites, Gaulanites, Auranites e Bataméia 
(Lc 3:1). 
• Herodes Antipas governou a Galiléia e Peréia (Mc 6:17‐29; Mt 14:3‐12; Lc 13:32; 23:7‐
12). 
• Herodes Agripa I, neto de Herodes o Grande, executou o Apóstolo Tiago e encarcerou 
Pedro (Atos 12). 
• Herodes Agripa II, bisneto de Herodes o Grande, ouviu Paulo em sua auto‐defesa (Atos 
25 e 26). 
 
6. Governadores Romanos 
Após a remoção e exílio do cruel Arquelau por ordem de Augusto, em 6 dC, o território passou 
a ser dirigido por governadores romanos. Pilatos foi o quinto procurador, o juiz de Jesus. 
Herodes Agripa I (37‐44 d.C) despojou os procuradores e alcançou proeminência (ver At 12). 
Após Herodes se sucederam Fadus  (44‐46 d.C), Alexandre (46‐48 d.C), Cumanus  (48‐52 d.C), 
Félix (52‐60 d.C), Festo (60‐62 d.C), Albino (62‐64 d.C) e Floro (64‐66 d.C). 
Floro saqueava cidades inteiras e permitia que ladrões pagassem suborno para o livre exercício 
de sua “profissão”. 
Por conseguinte, a nação judaica caiu numa situação intolerável. Desde 68 até 70 d.C os judeus 
travaram uma guerra heróica que terminou em trágica derrota em 70 d.C, quando a cidade e o 
templo foram invadidos e destruídos. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 7 


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CAPÍTULO SEGUNDO
SEITAS, INSTITUIÇÕES E OUTROS GRUPOS SOCIAIS
I. Seitas
 
1. Fariseus (“Separatistas”) 
Os fariseus surgiram como o desenvolvimento dos hassidim (“piedosos”), grupo que se opôs à 
helenização da cultura judaica no período dos selêucidas. Compunham a mais numerosa seita 
religiosa dos judeus, embora consistissem de tão‐somente seis mil membros. 
Eles  se  opunham  à  dominação  estrangeira,  observavam  escrupulosamente  as  leis  rabínicas  e 
mosaicas. Eram igualmente escrupulosos quanto à guarda do Sábado. Por exemplo, proibiam 
que  se  cuspisse  no  chão  desnudo  em  dia  de  Sábado  a  fim  de  que  o  mover  da  areia  não  se 
constituísse  em aragem.  As mulheres  não deveriam olhar‐se num espelho em dia de Sábado 
para evitar que, se vissem uma cã, fossem tentadas a arrancá‐la. Consistia num dilema se um 
fariseu podia comer um ovo posto no Sábado. 
Os fariseus são duramente acusados por Jesus de invalidarem a Palavra de Deus pela tradição 
dos homens (Mc 7), de suas superficialidades e evasivas para escaparem à Lei de Deus (Mt 5) e 
pelo seu desejo por glória humana (Mt 6;23), além do senso de justiça própria (Lc 18:9‐13). 
 
2. Saduceus 
A  origem  da  seita  está  envolta  em  obscuridade.  O  nome  pode  ter‐se  originado  de  Zadoque, 
que  sucedeu  Abiatar  como  sumo‐sacerdote  nos  dias  de  Salomão,  ou  da  palavra  hebraica 
“Saddiq” (“Justo”). 
Eram mais políticos e menos religiosos que os fariseus. Tinham ainda a tendência de favorecer 
ao domínio estrangeiro. Davam importância somente ao Pentateuco. Rejeitavam as doutrinas 
da ressurreição (Mc 12:18), demônios, anjos, espíritos e advogavam a vontade livre em lugar 
da preordenação divina, ao contrário dos fariseus. Ver Mt 16:5‐12. 
3. Herodianos (Mt 22:16; Mc 3:6; 12:13) 
Os  herodianos  não  eram  uma  seita  religiosa.  Eram  uma  minoria  de  judeus  influentes  que 
davam apoio à dinastia dos Herodes. Pareciam preferir um governo autônomo sob os Herodes 
do  que  a  supervisão  de  Roma.  Outros  estudiosos  colocam  sua  origem  em  6  dC,  quando 
Arquelau foi deposto por Augusto César e substituído por um procurador, Copônico. 
4. Zelotes 
Ao contrário dos herodianos e saduceus, os zelotes estavam interessados na independência e 
autonomia da nação. 
O líder zelote mais conhecido foi Judas, o Galileu (At 5:37), que liderou uma revolta malfadada 
contra os romanos por ocasião do recenseamento de César Augusto (Lc 2:1). 
Durante  o  tempo  de  Félix  como  procurador  da  Judéia  (52‐60  dC)  os  zelotes  formaram  um 
grupo radical conhecido como “os sicários” (“gente da adaga”), que circulavam pelas multidões 
matando simpatizantes de Roma com adagas que traziam sob as vestes. 
Um dos apóstolos foi zelote, Simão (Mt 10:4; Mc 3:18; Lc 6:15; At 1:13). 
 
5. Escribas 
Os  escribas  não  eram  nem  uma  seita  religiosa  nem  um  partido  político.  Eram  um  grupo  de 
profissionais que  interpretavam  e  ensinavam  a  Lei  do  Antigo  Testamento,  aplicando‐a  à  vida 
diária. Eram os escribas que deveriam responder a perguntas do tipo: “o que constitui trabalho 
em dia de sábado?”.  

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 8 


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Evangelhos

Segundo  a  tradição,  o  “escribismo”  iniciou‐se  com  Esdras.  Eles  ensinavam  no  templo  e  nas 
sinagogas  e  não  recebiam  por  esta  tarefa.  Tinham  que  garantir  o  seu  sustento  mediante 
alguma outra ocupação. 
 
6. Essênios 
Esse  grupo,  que  não  é  mencionado  no  NT,  era  um  desenvolvimento  radical  dos  “hassidim”, 
portanto de origem comum dos fariseus, mas mais extremados que estes. 
Alguns  essênios  viviam  em  comunidades  monásticas  como  a  de  ‘Qumran’,  ao  redor  do  Mar 
Morto. 
A  admissão  requeria  abandono  das  propriedades  privadas  e  das  riquezas,  as  quais  eram 
doadas a um tesouro comum. Os membros mais estritos se refreavam do casamento.  
 
7. Samaritanos 
Estes  provinham  de  casamentos  mistos  entre  judeus  e  colonizadores  assírios.  Daí  que  sua 
própria existência era uma violação da Lei de Deus. 
Adoravam  a  Deus  no  monte  Gerizim,  onde  possuíam  seu  próprio  templo  com  seu  sistema 
sacrificial. 
Os samaritanos foram desprezados pelos judeus que voltaram do exílio (Ed 4). Eram chamados 
“o povo estúpido que habita em Siquém” (Eclesiástico 50:25‐26). 
Em 128 a.C João Hircano destruiu o templo do Monte Gerizim. Desse ponto em diante judeus e 
samaritanos realmente não se davam (Jo 4:9; ver Lc 9:52‐54; 10:25‐37; 17:11‐19; At 1:8). 
 

II. Instituições
 
1. Sinagoga 
O mais provável é que as “sinagogas” (“reunidos juntos”) tenham iniciado durante o período 
babilônico  ou  persa,  tempo  em  que  os  judeus  estavam  espalhados  em  terra  estranha  e 
distantes do templo central. 
Criaram  as  sinagogas  para  orar,  cantar  e  discutir  a  Torá.  E,  já  que  não  podiam  sacrificar  no 
templo, entenderam que a oração era o “sacrifício do coração”. 
Os judeus exilados começaram a perceber a necessidade de perseverar no conhecimento  de 
Deus. Logo a sinagoga tornou‐se central à vida dos judeus da diáspora (“dispersão”). 
Era  fácil  formar  uma  sinagoga;  necessitava‐se  apenas  de  10  homens  judeus.  O  livro  de  Atos 
revela a importância da sinagoga na propagação do cristianismo primitivo (At 9:2,20; 13:5,15; 
14:1; 17:1,10; 18:4,26; 19:8). 
2. Sinédrio 
Durante  a  maior  parte  do  período  romano  o  governo  interno  da  Judéia  estava  nas  mãos  do 
Sinédrio, o supremo tribunal dos judeus. 
Era  composto  por  mais  de  setenta  membros,  anciãos  presididos  pelo  sumo‐sacerdote.  Eles 
tinham autoridade de decretar a sentença de morte, embora não pudessem executá‐la sem a 
aprovação  do  governador  romano,  razão  pela  qual  Jesus  teve  de  ser  julgado  por  Pilatos  (Jo 
18:31‐32).  Por  causa  do  seu  prestígio,  suas  decisões  eram  honradas  por  toda  a  dispersão 
judaica. 
 
3. Templo 
Com o retorno dos exilados, foi iniciado o trabalho de construção  do templo sob a liderança 
de Zorobabel, obra concluída pelo encorajamento de Ageu e Zacarias, em 516 a.C. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 9 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Evangelhos

Com  alguns  poucos  acréscimos  o  templo  de  Zorobabel  durou  até  Herodes  que,  para  obter  o 
favor dos judeus, iniciou o embelezamento do templo que excedia ao de Salomão. A obra foi 
iniciada em 19 a.C e terminada somente em 65 dC, cinco anos antes de sua destruição pelas 
legiões romanas.  
 

III. Outros grupos sociais


 
1. Prosélitos (Mt 23:15; At 2:11; 6:5; 13:43) 
Estes  eram  os  gentios  convertidos  ao  judaísmo  que,  a  despeito  de  sua  ‘boa  vontade’,  eram 
considerados  geneticamente  maculados  ou,  por  alguns  judeus,  considerados  ‘bastardos’  por 
suporem que todas as mulheres gentias praticavam a prostituição e, portanto, nenhum gentio 
poderia saber com certeza quem era seu pai. 
 
2. Publicanos 
Os publicanos eram coletores de impostos, dentre os judeus, ligados a Roma. 
Os  impostos  pessoais  e  sobre  as  propriedades  eram  coletados  diretamente  pelo  governo 
romano,  mas  os  impostos  alfandegários,  sobre  os  bens,  eram  arrendados;  um  sistema  que 
dava campo para ilimitadas oportunidades de exploração. 
Os  publicanos  eram  muitíssimo  odiados  por  serem  considerados  pessoas  de  mal  caráter  e 
traidores de sua pátria já que estavam a serviço de Roma. 
Para Jesus eram símbolos e modelo de homens descrentes (Mt 5:46; 18:17), embora comesse 
com eles (Mt 9:10ss) e, através deles, desafiasse os fariseus e sua justiça própria (Mt 21:28‐31; 
Lc 18:10ss). 
Um  dos  apóstolos,  Mateus  (Mt  10:3),  era  publicano.  Zaqueu,  “maioral  dos  publicanos”  (Lc 
19:2), também foi atraído a Cristo. 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 10 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Evangelhos

CAPÍTULO TERCEIRO
PANORAMA DOS EVANGELHOS
I. Introdução ao Novo Testamento
“He  Kaine  Diatheke”  (Novum  Testamentum  –  Latim)  significa  “A  Nova  Aliança”.  Nas  páginas 
desta segunda grande divisão das Escrituras Sagradas, temos a história da ratificação do pacto 
da  graça  de  Deus  com  o  sangue  de  Cristo,  pacto  este  acordado  pelas  pessoas  da  Trindade 
antes que houvesse mundo, pelo qual salvaria o povo eleito, prometido nas páginas do Antigo 
Testamento, e tornado real com a morte do Testador. 
O Novo Testamento foi escrito em grego koinê (comum) em um período de aproximadamente 
50 anos (45‐95 dC). 
Dos autores neo‐testamentários, Lucas era o único gentio genuíno. Paulo escreve treze livros; 
João cinco; Lucas e Pedro dois cada qual; Mateus, Marcos, Tiago, Judas e o autor de Hebreus – 
cada um destes – escreveu um livro.  
 
Uma classificação comum do NT é a tríplice divisão: 
1. Livros Históricos. Estes livros descrevem os eventos‐chave na vida de Cristo (Mt, Mc, 
Lc, Jo) e a difusão do cristianismo primitivo (At). 
2. Epístolas  Paulinas.  Estas  cartas  desenvolvem  as  doutrinas  que  se  acham  em  forma 
embrionária nos evangelhos. Paulo escreveu nove cartas às igrejas (Rm, I e II Co, Gl, Ef, 
Fp, Cl, I e II Ts) e quatro a indivíduos (I e II Tm, Tt e Fl). 
3. Epístolas não‐paulinas e Apocalipse. Pedro, João, Tiago e o autor de Hebreus trataram 
de  uma  porção  de  problemas  que  se  infiltravam  nas  igrejas.  Apocalipse  é  uma 
adequada  conclusão  ao  NT,  e  tem  como  propósito  principal  consolar  e  encorajar  os 
crentes demonstrando o triunfo final de Cristo e Sua Igreja e apontando para o estado 
eterno nos novos céus e nova terra. 

II. Um salto pelos Evangelhos


A. Mateus,  Marcos  e  Lucas  são  conhecidos  como  os  evangelhos  sinóticos  (grego: 
“synoptikos”,  “visão  conjunta”),  em  virtude  de  seu  ponto  de  vista  comum  e 
características  similares,  especialmente  em  contraste  com  João,  o  evangelho 
suplementar: 
SINÓTICOS  JOÃO 
TÓPICOS  Mt, Mc, Lc 
Perspectiva  Históricos  Teológico 
Material ímpar  Menos ímpar (Mt: 42%/ Mc: 7%/ Lc:  Mais ímpar (92%) 
59%) 
Cronologia  Menção de uma só Páscoa  Menção  de  quatro  Páscoas 
(incluindo Jo 5:1) 
Geografia   Concentrados no ministério galileu  Concentrado  no  ministério  da 
Judéia 
Relação  com  outros  Complementar   Suplementar  
evangelhos 
Audiência original  Específica   Universal  
Extraído parcialmente de “Descobrindo a Bíblia”, Bruce Wilkison e Kenneth Boa. 
 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 11 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Evangelhos

 
 
B. Um panorama dos Sinóticos: 
  Mateus   Marcos   Lucas 
A  tradição  antiga  é  unânime  Ver  At  12:12,25;  13:5,13;  15:36‐ Lucas,  provavelmente  um 
em atribuir autoria a Mateus.  41;  Cl  4:10;  II  Tm  4:11;  Fm  24;  I  médico  grego  (Cl  4:10‐14), 
Eusébio  (4o  séc)  cita  Pe  5:13.  A  tradição  da  igreja  companheiro  fiel  de  Paulo 
Clemente  de  Roma  (c.101  primitiva  é  unânime  em  afirmar  (Fm  24;  II  Tm  4:11),  foi 
d.C) e Papias (c. 130 dC) para  a  autoria  de  Marcos.  Papias,  autor de “Lucas/Atos”(cf. At 
Autoria

comprovar.  Ver  Mc  2:14;  Mt  Justino Mártir, Irineu e Clemente  16:1‐17;  20:5‐21:18;  27:1‐


9:9‐13; Lc 5:27‐28; At 1:13.  de Alexandria.  18:16).  O  uso  de  “nós” 
nestes  textos  indica  autoria 
lucana,  o  que  recebe  apoio 
unânime  da  tradição 
primitiva. 
Uma  data  provável  é  58‐68  Uma  data  provável  é  55‐65  d.C,  Sua  data  precede  a 
d.C,  anterior  à  destruição  de  antes  da  destruição  do  templo  destruição  do  templo  (70 
Jerusalém  em  70  d.C.  O  (13:2).  Hoje  é  largamente  aceito  d.C). 
Data

discurso  no  monte  das  como o evangelho mais antigo. 


Oliveiras  antecipa  tal  evento 
(Mt 24‐25). 
É o evangelho mais “judaico”  Marcos  escreveu  a  romanos,  de  Escreveu ao “excelentíssimo 
Propósito/ Audiência original

e  foi  escrito,  provavelmente,  Roma  mesmo,  para  instruir  e  Teófilo”,  homem  de 
para cristãos de fala grega de  encorajar os cristãos vivendo sob  educação social nobre, para 
origem judaica. Seu propósito  a  perseguição  de  Nero.  Por  isso  mostrar  ‐lhe  que  o 
maior  foi  apresentar  a  Jesus  interpreta  palavras  aramaicas  cristianismo  não  era  uma 
como grande Messias, o Filho  (3:17;  5:41;  7:34;  15:22)  e  usa  seita  subversiva  (1:3‐4). 
de  Deus  e  esperado  pela  termos  latinos  em  lugar  de  Traduz  termos  aramaicos 
nação judaica.  gregos  (4:21;  6:27;  12:14,42;  para  gregos  e  explica 
15:15‐16).  costumes  e  geografia 
judaicas  para  facilitar  o 
entendi‐  mento  de  leitores 
gregos. 
É  apresentado  como  o  Rei  Jesus  é  retratado  como  Servo  e  Jesus  é  retratado  como  o 
Perfil de Cristo

messiânico  prometido  a  Redentor dos homens (10:45; Fp  “Filho do Homem. 


Israel  (1:23;  2:2;  3:17;  4:15‐ 2:5‐11).  A  ênfase  é  na  ação  do 
17;  21:5;  22:44‐45;  26:64;  Servo.  Contém  apenas  dois 
27:11, 27‐37).  discursos  longos  (4:1‐34;  13:3‐
37).  
(1)Presença do Rei (1‐4:11);  (1)Apresentação do Servo (1‐ (1)Introdução do Filho do 
(2)Proclamação do Rei (4:12‐ 2:12); (2) Oposição do Servo  homem (1:1‐4:13); 
7:29); (3)Poder do Rei (8:1‐ (2:13‐8:26); (3)Instrução do  (2)Ministério do Filho do 
11:1); (4) Rejeição  Servo (8:27‐10:52); (4)Rejeição  homem (4:14‐9:50); 
Esboço

progressiva do Rei (11:2‐ do Servo (11:1‐15:47);  (3)Rejeição do Filho do 


16:12); (5) Preparação dos  (5)Ressurreição do Servo (16:1‐ homem (9:51‐19:27);  
discípulos (16:13‐20:28);  20).  (4)Crucificação e 
(6)Apresentação e rejeição  ressurreição do Filho do 
do Rei (20:29‐27:66); (7)A  homem(19:28‐24:53). 
prova do Rei (28:1‐20). 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 12 


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Evangelhos

C. Um panorama de João: O Evangelho Suplementar. 
Autoria: 
João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu e Salomé (Mc 3:17; 15:40‐41), era um dos galileus que 
seguiram João Batista (1:19‐51), mas tarde contado com os doze (Lc 3:1‐11; 6:12‐16).  
Após  a  ascensão  de  Cristo,  tornou‐se  um  dos  pilares  da  igreja  em  Jerusalém  (Gl  2:9;  At  3:1; 
4:13; 8:14). A tradição diz que João se dirigiu a Éfeso mais tarde. Foi exilado, por certo tempo, 
em Patmos (Ap 1:9). 
Esse  evangelho,  como  os  outros,  é  anônimo.  Contudo,  a  referência  contida  em  Jo  21:24,25 
aponta para “o discípulo a quem Jesus amava” (13:23; 19:26; 20:2; 21:7,20‐25). 
A  igreja  primitiva  é  unânime  em  testemunhar  autoria  de  João,  filho  de  Zebedeu.  A  partir  de 
Irineu,  ligado  a  Policarpo,  que  por  sua  vez  era  discípulo  de  João,  sendo  ratificado  por 
Tertuliano, Clemente de Alexandria, Orígenes, etc. 
Para nós, é importante saber que o autor é fiel quando afirma o que está em Jo 1:14. 
 
Data: 
John  Rylands  descobriu  o  papiro  “P52”,  datado  de  c.  125  AD,  no  Egito,  contendo  João 
18:33,37,38.  Esta  descoberta  lançou  em  terra  a  proposta  liberal  de  que  João  era  livro  do 
segundo século.  
Uma  data  provável  para  João  é  até  o  ano  90  AD.  Segundo  a  tradição,  João  teria  escrito  este 
evangelho em Éfeso. 
 
Propósito: 
João  expõe  claramente  seu  propósito  em  Jo  20:31.  Os  milagres  e  os  discursos  são 
propositadamente  selecionados  para  gerar  fé.  Os  que  crêem  têm  a  vida  eterna,  os  que  não 
crêem já estão condenados (3:36; 5:24‐29; 10:27‐29). 
Cristo em João: 
Este livro apresenta o mais poderoso testemunho das Escrituras acerca da deidade de Jesus, 
“O Filho do Deus Vivo” (6:69). Há sete afirmações do tipo “Eu Sou”: 6:35,48/ 8:12; 9:5/ 10:7,9/ 
10:11,14/  11:25/ 14:6/ 15:1‐5.  
Os sete sinais (1‐12) e os cinco testemunhos (5:30‐47 – João Batista [v.33]; as obras de Cristo 
[v.36]; o Pai [v.37]; as Escrituras [v.39]; Moisés [v.46]), destacam Sua divindade. 
Em algumas ocasiões Jesus Se equipara ao “EU SOU” do AT (4:25‐26; 8:24,28,58; 13:19; 18:5‐
6,8). Há algumas citações inquestionáveis de Sua deidade (1:1; 8:58; 10:30; 14:9; 20:28). 
 
Esboço: 
A encarnação do Filho de Deus (1:1‐18); 
A apresentação do Filho de Deus (1:19‐4:54); 
A oposição ao Filho de Deus (5:1‐12:50); 
A preparação dos discípulos pelo Filho de Deus (13:1‐17:26); 
A crucificação e ressurreição do Filho de Deus (18:1‐21:25). 
 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 13 


Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Evangelhos

CAPÍTULO QUARTO
A VIDA DE CRISTO
Consideração inicial
“Os  escritos  de  Mateus,  Marcos,  Lucas  e  João  falam‐nos  do  ministério  de  Jesus.  Esses 
escritores foram testemunhas oculares da vida do Mestre ou registraram o que testemunhas 
oculares lhes contaram, todavia não escreveram dele uma biografia completa. 
“Imaginemos  alguém  escrevendo  uma  carta  a  um  amigo  para  apresentar‐lhe  uma  pessoa 
importante.  Estaria  o  autor  da  carta  em  condições  de  descrever  tudo  acerca  da  vida  dessa 
pessoa? Claro que não. Ele só podia escrever acerca daquilo que conhecia e, provavelmente, 
não  tentaria,  também,  escrever  tudo  que  soubesse.  Ele  se  concentraria  no  que,  a  seu  ver,  o 
amigo deseja e precisa conhecer. 
“Os  homens  que  escreveram  os  Evangelhos  fizeram  a  mesma  coisa.  Eles  tinham  em  mira 
explicar  a  pessoa  e  a  obra  de  Jesus,  registrando  o  que  ele  fez  e  disse.  Os  autores  dos 
Evangelhos não tentaram relatar todos os eventos da meninice de Jesus, porque não era esse 
o  motivo  de  escreverem.  Não  procuraram  dar‐nos,  tampouco,  registro  da  vida  cotidiana  de 
Jesus. Eles se ativeram ao que é pertinente à salvação e ao discipulado”. (O Mundo do Novo 
Testamento; J.I.Packer, Merril C. Tenney, William White Jr.; págs. 17,18). 
 

I. Cronologia da vida de Jesus 
 
1. Herodes  o  Grande  reinava  na  Judéia  quando  Jesus  nasceu  (Mt  2:1).  Em  sua  obra 
“Antigüidades” Josefo escreve que houve um eclipse da lua pouco antes da morte de 
Herodes. Dos três eclipses ocorridos nos anos 5 e 4 a.C a melhor alternativa é o de 12 
de março de 4 a.C. O historiador judeu declara ainda que o rei morreu pouco antes da 
Páscoa, a qual ocorreu no dia 11 de abril de 4 a.C (Livro XVII, cap vi, Séc 4). Se Herodes 
morreu  nos  primeiros  dias  de  abril  do  ano  4  a.C,  Jesus  Cristo  nasceu,  obviamente, 
antes deste ano. 
2. A ordem da matança dos infantes de Belém de dois anos para baixo (Mt 2:16) põe o 
nascimento de Jesus entre os anos 6 e 5 a.C, tendo sido ele levado para o Egito no ano 
4 a.C. 
3. Tibério  César  começou  a  governar  com  César  Augusto  por  volta  de  11  ou  12  dC  e 
governaram juntos por cerca de 2 anos. O ministério de João Batista teve início no ano 
15o do Tibério César, o que corresponde ao ano 26 ou 27 dC (Lc 3:1‐3). 
4. Lucas 3:23 nos informa que Jesus tinha cerca de 30 anos no início de Seu ministério. 
5. O início do ministério de Jesus também é indicado pela data da reforma do templo por 
Herodes. A história romana mostra que Herodes se tornou rei da Judéia em 37 a.C. Diz 
Josefo  que  a  reforma  foi  iniciada  no  ano  18  do  seu  reinado,  ou  em  19  a.C.  Quando 
Jesus  esteve  em  Jerusalém  para  celebrar  a  Páscoa,  a  reforma  estava  no  seu  46o 
aniversário (Jo 2:13,20), o que colocaria a primeira visita de Jesus no ano 27 dC.  
6. Observamos que acontecimentos judaicos indicavam a duração do ministério de Jesus. 
O  evangelho  de  João  menciona  três  páscoas  (Jo  2:13;  6:4;  12:1).  Estudiosos  ainda 
asseveram que Jo 5:1 também se refere a uma festa de Páscoa.    
7. Uma  vez  que  Jesus  iniciou  Seu  ministério  antes  da  primeira  das  quatro  páscoas,  seu 
ministério  durou  três  anos  e  meio,  iniciando  em  outono  de  26  dC  e  concluindo  na 
Páscoa de 30 dC. Segundo o calendário judaico, esta Páscoa caiu no dia 7 de abril, na 
noite de quinta‐feira, no dia 14 de Nisã. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 14 


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Evangelhos

Cronologia do Ministério de Jesus 
 
Começo  do  Primeira    Segunda    Terceira  Quarta  
ministério  Páscoa  Páscoa  Páscoa   Páscoa  
(15o  ano  (Jo  (Jo 5:1)  (Jo 6:4)  (Jo 12:1) 
Tibério)  2:13) 
 
O                                                      O                                   
o   O 
26 dC  27 dC  28 dC    29 dC      30 dC 
   
      Tabernáculos     
(Jo 7:2) 
        Dedicação  
  (Jo 10:22) 
 

II. Vida e ministério público de Jesus 
 
1. Preâmbulo 
 
A. O Cordeiro morto antes da fundação do mundo indica o decreto imutável de Deus (I Pe 
1:18‐20; Ap 13:8; cf. 17:8; 20:12; At 2:23). 
B. Cristo, o Criador deste mundo (Jo 1:1‐5; Hb 1:10; Cl 1:16). 
C. Sua genealogia humana: 
Mt 1:1‐17: De Abraão a Cristo. 
A  genealogia  de  Mateus  inclui,  contrariando  a  tradição,  quatro  mulheres:  Tamar  (uma 
Cananéia – Gn 38); Raabe (uma meretriz – Js 2:1ss); Rute (uma moabita – Rt); e a esposa de 
Urias,  Bate‐Seba,  a  quem  Davi  seduziu  (II  Sm  11).  A  inclusão  destas  mulheres  demonstra  a 
soberania da graça de Deus e aponta para a fé gentílica que figura no restante do evangelho 
(Mt 28:18‐20). 
Lc 3:23‐38: De Cristo a Deus. 
Gilberto  Pickering  propõe  a  seguinte  tradução  para  o  verso  23:  “Ora  Jesus,  começando  Seu 
ministério  com  cerca  de  trinta  anos,  sendo  (assim  se  supunha)  filho  de  José,  era  mesmo  de 
Heli, de Matã, de Levi, etc”. “Em outras palavras”, afirma Gilberto, “Jesus era neto de Heli, o 
pai de Maria”. 
 
2. Natividade do Senhor Jesus 
 
A. O nascimento de João predito pelo anjo Gabriel (Lc 1:5‐25) a Zacarias, e a concepção 
de  Isabel  (vv.  24,25).  João  Batista  viria  no  poder  de  Elias  (v.  17;  Mt  17:11‐13).  Seria 
“Nazireu”,  pessoa  empenhada  em  negar  a  si  próprio  os  luxos  da  sociedade  em 
demonstração  de  seu  amor  a  Deus  (v.  15;  Nm  6;  Jz  13:3‐5,14).  João  prepararia  o 
caminho para o Messias. 
B. O nascimento de Jesus predito pelo mesmo anjo a Maria (Lc 1:26‐38) no sexto mês da 
gravidez de Isabel. 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 15 


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C. Ao  tomar  conhecimento  da  gravidez  de  Isabel  pelo  anjo  (vv.  36,37),  Maria  visita  a 
Isabel. Esta, cheia do Espírito Santo, disse (vv. 41‐43): “a mãe do meu Senhor!”. Maria 
canta o “Magnificat” (vv. 46‐55) e permanece com Isabel por três meses (v. 56). 
D. A  reação  de  José  (Mt  1:18‐25).  Ao  retornar  Maria  para  a  Galiléia,  já  grávida de  três 
meses,  José  fica  chocado  ao  deparar‐se  com  o  que  parecia  ser  um  fruto  de  terrível 
pecado. É ali que um anjo lhe orienta. 
E. O nascimento de João Batista e o “Benedictus” de Zacarias (Lc 1:57‐80). 
F. Jesus  nasce  em  Belém,  cidade  para  a  qual  os  recém‐casados  foram  chamados  a 
alistarem‐se  por  ordem  do  imperador  César  Augusto  (Lc  2:1‐7),  cumprindo‐se  a 
profecia de Mq 5:2. 
G. O “anjo do Senhor” avisa aos pastores que “nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o 
Senhor” (Lc 2:8‐20). Anjos e pastores (vv. 13,14,20) – estes, os primeiros a visitarem o 
Senhor, glorificam a Deus.  
 
3. A infância do Senhor Jesus 
 
A. Circuncisão e apresentação (Lc 2:21‐24). 
4. “Vindo  a  plenitude  dos  tempos,  Deus  enviou  Seu  Filho,  nascido  de  mulher,  nascido 
sob a lei” (Gl 4:4). O Senhor foi circuncidado ao oitavo dia e apresentado no templo 
para selar a circuncisão, ser “redimido” pelo pagamento de cinco ciclos de prata (v. 
23. cf. Ex 13:12,13; Nm 3:47,48; 18:16).  
5. Para efeito de purificação Maria fez a oferta dos pobres (Lv 12:8), afinal não tinham 
ainda recebido a oferta dos magos. Ainda em Jerusalém: Simeão (Lc 2:25‐35) e Ana 
(Lc 2:36‐38). 
B. A visita dos magos, a fuga para o Egito e a matança dos infantes de Belém (Mt 2:1‐
18). Os magos já encontram a família numa casa (v. 11). Devem ter passado poucos 
dias no estábulo. Fogem para o Egito (vv. 13‐15) e a matança acontece (vv. 16‐18). 
C. Passam alguns meses no Egito até que Herodes morre. A presença do cruel Arquelau 
e  a  divina  revelação  levam  a  família  para  Nazaré  (Mt  2:19‐23;  Lc  2:39)  e  o  menino 
cresce (Lc 2:40). 
D. A viagem de  Jesus com seus pais ao templo quando tinha 12 anos. Jesus passa três 
dias  com  os  doutores  da  lei  no  templo  e  não  pede  desculpas  (Lc  2:41‐52).  Como 
jovem  “crescia  Jesus  em  sabedoria,  e  em  estatura,  e  em  graça  para  com  Deus  e  os 
homens” (Lc 2:52). 
 
A Glória do Menino! 
 
A  narrativa  conjunta  dos  evangelhos  sobre  a  natividade  e  infância  do  nosso  Senhor  Jesus 
apontam  para  a  glória  e  para  a  autoridade,  ou  seja,  para  a  divindade  de  Cristo.  Nem 
precisaríamos ir adiante para vermos, ainda nas primeiras páginas do Evangelho, que o nosso 
Senhor é o “EMANUEL”, “Deus conosco” (Mt 1:23), é o Deus encarnado (Jo 1:1,14). Apenas 
vejamos o testemunho do anjo ao comunicar a Maria (Lc 1:30‐33); a confissão de Isabel (Lc 
1:41‐42);  o  cântico  de  Maria  (Lc  1:46‐55);  o  cântico  de  Zacarias  (Lc  1:67‐79);  o  anjo  ao 
anunciar aos pastores (Lc 2:10‐11); o louvor de uma multidão de anjos (Lc 2:13,14); o cântico 
de Simeão (Lc 2:29‐32); o testemunho da profetisa Ana (Lc 2:37,38); a sabedoria do infante 
Jesus (Lc 2:46,47,49); a adoração dos sábios do oriente (Mt 2:11). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 16 


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CAPÍTULO QUINTO
A VIDA DE CRISTO PARTE II
4. O ministério de João Batista. 
(Mt 3:1‐12; Mc 1:1‐8; Lc 3:1‐8; Jo 1:6‐8) 
 
O ministério de João era único: preparar o caminho para o ministério do Senhor. Ele pregava 
aos seus compatriotas que deviam se arrepender e ser batizados. 
 
5. O batismo do Senhor Jesus. 
(Mt 3:13‐17; Mc 1:9‐11; Lc 3:21‐22) 
 
Perto dos 30 anos, Jesus procurou a João para ser batizado. Ele não se arrependeu de nenhum 
pecado.  Nele  não  havia  pecado,  mas, através  do  batismo,  identificou‐se  com  os  pecadores  a 
fim  de  ser  aquele  que  levaria  os  pecados  deles.  Pelo  menos  Jesus  e  João  (e  talvez  os 
assistentes) ouviram a voz de Deus em aprovação de Jesus.  
 
6. O Senhor é tentado por Satanás. 
(Mt 4:1‐11; Mc 1:12‐13; Lc 4:1‐13) 
 
O  Espírito  Santo  de  imediato  conduziu  Jesus  ao  deserto  para  ser  tentado.  O  diabo  tentava  o 
nosso Senhor a satisfazer sua própria fome, demonstrando por essa forma descrer no Pai. Não 
conseguindo, tentou levar o Filho de Deus a provar o Seu Pai arrogantemente. Enfim, propôs 
ao Senhor o domínio do mundo antes que o Pai lhe desse. 
(Segundo  Gilberto  Pickering,  Mateus  dá  a  seqüência  correta  pelo  uso  de  vocábulos  gregos 
seqüenciais). 
 
7. Ministério inicial na Judéia. 
(Somente o Evangelho de João descreve esse período da vida de Jesus) 
 
A. João relata o relacionamento entre Cristo e João Batista. Este afirma não ser o Messias 
(Jo 1:19‐27) e apresenta o Messias (Jo 1:28‐34). 
B. Jesus  começou  a  arregimentar  seus  discípulos  (Jo  1:35‐51).  André  chamou  Simão. 
Jesus chamou Filipe. Filipe chamou Natanael. 
C. Logo  em  seguida  Jesus  viajou  para  a  Galiléia  e  participou  do  casamento  em  Caná, 
onde realizou Seu primeiro milagre (Jo 2:1‐11). 
D. Após  um  breve  período  em  Cafarnaum  (Jo  2:12),  Jesus  e  Seus  seguidores  foram  a 
Jerusalém para a celebração da Páscoa. Aqui demonstra Sua autoridade e prediz Sua 
morte e ressurreição pela primeira vez (Jo 2:13‐22). “Muitos... creram no Seu nome”, 
mas Jesus “não confiava neles, porque a todos conhecia” (Jo 2:23‐25). Nesse período 
dá‐se a conversa com Nicodemus (Jo 3:1‐21). 
(Concluindo os primeiros meses de seu ministério nesta Páscoa, o Senhor ainda teria três anos 
inteiros – consultar “Cronologia do Ministério de Jesus”). 
E. Os  próximos  meses  encontram  Jesus  servindo  fora  de  Jerusalém,  mas  ainda  na 
Judéia.  Aos  poucos  as  pessoas  deixavam  João  e  passavam  a  seguir  a  Cristo.  Isso 
aborrecia aos discípulos de João, mas não ele próprio (Jo 3:22‐36): “É necessário que 
Ele cresça e que eu diminua” (v.30). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 17 


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F. Ao fim desses seis meses, João Batista foi lançado na prisão por denunciar os pecados 
de Herodes Antipas, dentre eles o de tomar a esposa de seu irmão Filipe (Jo 3:24; Lc 
3:19,20; Mt 14:3‐5; Mc 6:17‐20). 
G. O Senhor Jesus deixa a Judéia e vai a Galiléia (Jo 4:1‐4; Lc 4:14,15; Mt 4:12; Mc 1:14), 
talvez impelido pela prisão de João, para pregar alí. No caminho, conversou com uma 
mulher  samaritana  (Jo  4:1‐42)  na  cidade  de  Sicar.  Muitos  samaritanos  creram  nele, 
com os quais passou dois dias (v. 43) e seguiu para a Galiléia. 
 
8. Ministério na Galiléia. 
A. Na qualidade de “Messias”, Jesus teria sido supremamente honrado em Jerusalém, o 
centro religioso do judaísmo. No entanto, “um profeta não tem honra na sua própria 
pátria”  (Jo  4:43‐45).  A  primeira  parada  de  Jesus  na  Galiléia  foi  em  Caná.  Aqui  Ele 
curou o filho de um nobre, à distância (Jo 4:46‐54/ o segundo sinal na Galiléia). 
B. Em Nazaré Jesus leu um texto de Isaías e o explicou. A princípio “se maravilharam das 
palavras  de  graça”  que  Ele  dizia.  Mas  depois  se  iraram  por  Ele  ter  se  proclamado  o 
Messias e mencionado a ação da graça de Deus sobre gentios. “Ele, porém, passando 
pelo meio deles, retirou‐se” (Lc 4:16‐30). 
C. A seguir foi Jesus para Cafarnaum, que parece ter se tornado seu quartel‐general (Mt 
4:13‐17): “deixando Nazaré, foi habitar em Cafarnaum” (v. 13).  
Em João já foi mencionado um contato inical com Pedro, André e João (por inferência). Aqui 
são chamados para um ministério em tempo integral (Mt 4:18‐22; Mc 1:16‐20). 
Em  Cafarnaum  Jesus  expulsa  demônios  (Mc  1:21‐28;  Lc  4:31‐37),  cura  a  sogra  de  Pedro  (Mc 
1:29‐31;  Lc  4:38‐39;  Mt  8:14,15/  Marcos  e  Lucas  escreveram  obedecendo  mais  ou  menos  a 
ordem  cronológica,  Mateus  não!)  e  realiza  muitas  outras  curas  (Mc  1:32‐34;  Lc  4:40‐41;  Mt 
8:16‐17). Depois afasta‐se para orar (Mc 1:35‐38; Lc 4:42‐43). 
D. Após rejeitar aqueles que O queriam circunscrito ao ministério de cura, Jesus faz um 
giro  pela  Galiléia  e  “pregava  nas  sinagogas”  (Mc  1:39;  Lc  4:44;  Mt  4:23‐25)  “porque 
para isso vim” (Mc 1:38). 
Nesse período Jesus profere o Sermão do Monte (Mt 5‐7). Só Mateus registra este discurso; Lc 
6:17‐49 se deu em outra ocasião. Ele pode ser dividido assim: 
 
Mt 5:1‐12:   As bem‐aventuranças 
Mt 5:13‐16:   A influência dos discípulos 
Mt 5:17‐20:  A ratificação da lei 
Mt 5:21‐48:  A interpretação da lei 
Mt 6:1‐18:  Verdadeira justiça religiosa 
Mt 6:19‐34:  A relação correta com os bens materiais 
Mt 7:1‐12:  Relacionamentos  (1‐5:  com  o  irmão/  6:  com  incrédulos/  7‐11:  com  Deus/  12: 
com todos) 
Mt 7:13‐14:  Duas portas e dois caminhos 
Mt 7:15‐23:  Dois tipos de árvores 
Mt 7:24‐27:  Dois fundamentos 
Mt 7:28‐29:  A reação da multidão 
 
Nesse  circuito  pela  Galiléia  acontece  a  cura  de  um  leproso  (Mc  1:40‐45;  Lc  5:12‐15  [16];  Mt 
8:1‐4), incidente que sublinha a submissão de Jesus à lei, uma vez que ordenou ao leproso que 
fizesse a longa viagem a Jerusalém e se apresentasse no templo para a purificação prescrita (Lv 
13,14). 
E. De  volta  a  Cafarnaum  acontece  a  cura  de  um  paralítico  (Mc  2:1‐12;  Lc  5:17‐26;  Mt 
9:1‐8) e o chamado de Mateus (Mt 9:9‐17; Mc 2:13‐22; Lc 5:27‐39). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 18 


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F. Jesus  viaja  a Jerusalém  para  a  celebração  da  Páscoa  (Jo  5:1).  Esta  é  a  2a  Páscoa,  no 
ano  28  dC  (ver  “Cronologia  do  ministério  de  Jesus”).  A  partir  desse  período  Jesus 
começou a enfrentar crescente hostilidade. Em Jerusalém, Jesus cura o paralítico de 
Betesda  (Jo  5:2‐15)  e  dialoga  com  os  judeus  demonstrando  Sua  divindade  (Jo  5:16‐
47). 
G. Retornando a Galiléia, continuou a controvérsia acerca do Sábado, ao defender Jesus 
Seus  discípulos  por  colherem  espigas  nesse  dia  (Mc  2:23‐28;  Mt  12:1‐8;  Lc  6:1‐5)  e 
curar  no  Sábado  (Mt  12:9‐13;  Lc  6:6‐10;  Mc  3:1‐5).  Nesse  período  as  autoridades 
religiosas judaicas deram origem à trama para matá‐lO (Mt 12:14; Mc 3:6; Lc 6:11) – 
fariseus e herodianos. 
H. O  Senhor  cura  à  beira  do  mar  (Mt  12:15‐21;  Mc  3:7‐12)  e  escolhe  os  doze  que 
levariam avante o Seu ministério (Mc 3:13‐19; Lc 6:12‐16). Em seguida profere o Seu 
sermão na planície (não no monte): 
 
Lc 6:17‐19:  Preâmbulo 
Lc 6:20‐26:  Bem‐aventuranças e ais 
Lc 6:27‐36:  Amor aos inimigos 
Lc 6:37‐42:  Juízos temerários 
Lc 6:43‐44:  Dois tipos de árvores 
Lc 6:45:   Dois tipos de homens 
Lc 6:46‐49:  Os dois fundamentos 
 
Após o sermão na planície acontece a cura do servo de um centurião (Lc 7:1‐10; Mt 8:5‐13) e 
foram a uma casa (Mc 3:20‐21). 
 
I. Acontece  a  cura  de  um  endemoninhado,  a  blasfêmia  contra  o  Espírito  Santo  (Mt 
12:22‐32; Mc 3:22‐30; Lc 11:14‐23) e os “sete outros piores” (Mt 12:43‐45; Lc 11:24‐
26 [27‐28]). 
Jesus  denuncia  os  fariseus  (Lc  11:29‐36;  Mt  12:33‐42),  inclusive  na  casa  de  um  fariseu  (Lc 
11:37‐54); elogia João Batista (Mt 11:2‐19; Lc 7:18‐35), denuncia as cidades impenitentes (Mt 
11:20‐24) e convida ao discipulado pessoal (Mt 11:25‐30). Outro encontro com um fariseu (Lc 
7:36‐50). 
J. Depois  de  falar  sobre  novos  relacionamentos  (Mt  12:46‐50;  Mc  3:31‐35;  Lc  8:19‐21), 
começa a ensinar por parábolas. As parábolas tinham duplo propósito: obscureciam a 
verdade sobre o reino aos endurecidos e revelavam estas verdades aos discípulos (Mt 
13:10‐17,34‐35; Mc 4:10‐12; Lc 8:9‐10): 
 
- O Semeador (Mt 13:3‐9,18‐23; Mc 4:3‐9,13‐20; Lc 8:5‐8,11‐15); 
- O Joio e o Trigo (Mt 13:24‐30,36‐43), onde os ceifeiros são os anjos (Mt 13:49‐50); 
- A Candeia (Mc 4:21‐25; Lc 8:16‐18); 
- A Semente (Mc 4:26‐29); 
- O Grão de mostarda (Mt 13:31‐32; Mc 4:30‐32); 
- O Fermento (Mt 13:33); 
- E quatro outras parábolas (Mt 13:44/ 45‐46/ 47‐48/ 52). 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 19 


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CAPÍTULO SEXTO
A VIDA DE CRISTO PARTE III
K. Nesse  período  temos  o  encontro  com  o  escriba  (Mt  8:18‐22;  Lc  9:57‐62)  e  outro 
discípulo. Após esse encontro, Jesus atravessa o mar da Galiléia para o lado oriental. 
Na travessia temos a tempestade (Mt 8:23‐27; Mc 4:35‐41; Lc 8:22‐25). Do outro lado, 
Jesus liberta os endemoninhados de Gadara (Mt 8:28‐34; Mc 5:1‐21; Lc 8:26‐40). 
L. Ao retornar a Cafarnaum somos informados da ressurreição da filha de Jairo e da cura 
da mulher com o fluxo de sangue (Mt 9:18‐26; Mc 5:21‐43; Lc 8:40‐56). 
M. Jesus faz um novo giro pela Galiléia. Na saída cura dois cegos (Mt 9:27‐31) e liberta um 
endemoninhado  (Mt  9:32‐34).  Visita  Nazaré  e  é  rejeitado  (Mc  6:1‐6;  Mt  13:53‐58)  e 
continua  Seu  percurso  (Mc  6:6;  Mt  9:35‐38  e  talvez  Lc  8:1‐3).  Nesta  ocasião  ainda 
envia os doze de dois em dois, sendo o ministério deles a extensão do Seu próprio (Mt 
10:1‐42; Mc 6:7‐13; Lc 9:1‐6). 
N. Nesse ponto lemos acerca da morte de João Batista. A consciência culpada de Herodes 
Antipas levou‐o a indagar se Jesus era o João ressurreto (Mt 14:1‐12; Mc 6:14‐29; Lc 
9:7‐9).  Depois  do  retorno  dos  doze  (Mc  6:30‐31;  Lc  9:10),  sofrendo  com  a  morte  de 
João e exausto do trabalho, Jesus e os doze cruzam para o outro lado antes do povo. 
Aqui acontece a primeira multiplicação de pães (Mt 14:13‐21; Mc 6:32‐44; Lc 9:11‐17; 
Jo 6:1‐14). 
O. Jesus manda os doze de volta a Galiléia e se afasta para orar (Mt 14:22,23; Mc 6:45‐47; 
Jo  6:15).  Depois  anda  sobre  as  águas  para  apaziguar  os  discípulos  assustados  (Mt 
14:24‐33; Mc 6:48‐52; Jo 6:16‐21). Tendo passado de Betsaida a Genesaré (Mt 14:34‐
36;  Mc  6:53‐56),  entrou  em  Cafarnaum  e  discursou  à  multidão  que  tinha  sido 
alimentada  (Jo  6:22‐66),  e  provou  Seus  discípulos  (Jo  6:67‐71).  Nesse  período  estava 
próxima  a  “terceira  Páscoa”  (Jo  6:4),  tendo  Jesus  dois  anos  e  meio  de  ministério 
público (ano 29 dC – ver “Cronologia do ministério de Jesus”), estando a um ano exato 
de Sua morte. 
P. A censura contra os escribas e fariseus permanece (Mt 15:1‐9; Mc 7:1‐13). Jesus diz o 
que contamina o homem (Mt 15:10‐20; Mc 7:14‐23). Depois o Senhor faz uma viagem 
a Tiro e Sidom e encontra‐se com a mulher Cananéia (Mt 15:21‐28; Mc 7:24‐30) e vai 
ao  mar  da  Galiléia,  na  região  de  Decápolis  (Mt  15:29‐31;  Mc  7:31‐37).  Marcos  relata 
um  dos  muitos  casos  que  aconteceram  ali.  E  acontece  a  segunda  multiplicação  dos 
pães (Mt 15:32‐39; Mc 8:1‐10). 
Q. De volta a Cafarnaum, viu‐se de novo sitiado pelas autoridades religiosas (Mt 16:1‐4; 
Mc  8:11‐12).  Para  livrar‐se  deles  atravessou  o  mar  da  Galiléia.  A  caminho,  advertiu 
Seus discípulos acerca dos fariseus, dos saduceus e de Herodes (Mt 16:5‐12; Mc 8:13‐
21). 
R. Passando  por  Betsaida,  quando  Jesus  curou  um  cego  (Mc  8:22‐26),  dirigiu‐se  a 
Cesaréia de Filipe, onde Pedro confessou que Jesus é o Messias (Mt 16:13‐23; Mc 8:27‐
33; Lc 9:18‐22) e fala sobre o preço do discipulado (Mt 16:24‐28; Mc 8:34‐9:1; Lc 9:23‐
27). Pela 1a vez Jesus declara Sua morte. 
S. Cerca  de  uma  semana  mais  tarde,  Jesus  leva  a  Pedro,  Tiago  e  João  ao  monte  da 
transfiguração  (Mt  16:28‐17:13;  Mc  9:1‐13;  Lc  9:27‐36).  Ao  pé  da  montanha,  Jesus 
curou um rapaz possesso de demônio (Mt 17:14‐21; Mc 9:14‐29; Lc 9:37‐43). 
T. Numa  nova  excursão  pela  Galiléia,  Jesus  fala  novamente  sobre  Sua  morte  e 
ressurreição  (Mt  17:22‐23;  Mc  9:30‐32;  Lc  9:43‐45).  Segunda  declaração.  A  1a  foi  em 
Cesaréia de Filipe. Retornando a Cafarnaum, Jesus pagou o imposto (Mt 17:24‐27), deu 
lição de humildade (Mt 18:1‐5; Mc 9:33‐37; Lc 9:46‐48), de aceitabilidade (Mc 9:38‐41; 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 20 


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Evangelhos

Lc  9:49‐50),  advertiu  contra  o  escândalo  (Mt  18:6‐9;  Mc  9:42‐50),  ensinou  sobre  o 
cuidado com o irmão (Mt 18:10‐20) e sobre perdão (Mt 18:21‐35). 
U. Passados muitos meses, Jesus deixa a Galiléia (Mt 19:1; Mc 10:1; Jo 7:10), depois de 
haver recusado ir com a família a Jerusalém para a Festa dos Tabernáculos (Jo 7:1‐10). 
A  caminho  de  Jerusalém  é  rejeitado  em  Samaria  (Lc  9:51‐56)  e  faz  exigências  a  um 
discípulo (Lc 9:57‐62 – embora pareça com Mt 8:18‐22, pode ser uma ocasião distinta). 
Na Festa dos Tabernáculos, Jesus discursou no templo (Jo 7:14‐24) e discutiu com os 
judeus  (Jo  7:25‐43).  Há  uma  tentativa  de  prendê‐lO  (Jo  7:44‐53).  Não  tendo  êxito, 
trouxeram‐lhe  uma  mulher  apanhada  em  adultério  e  ele  voltou  o  incidente  por 
completo contra eles (Jo 8:1‐11). 
V. Ainda  nesta  ocasião,  em  Jerusalém,  Jesus  profere  Seu  discurso:  “Eu  sou  a  luz  do 
mundo” (Jo  8:12‐59); cura um cego de nascença (Jo 9:1‐41) e profere o Seu discurso 
sobre o bom pastor (Jo 10:1‐21). 
W. Decorreram cerca de dois meses enquanto Jesus voltava à Galiléia. Nessa ocasião ele 
enviou os setenta (Lc 10:1‐16) e estes retornaram após intervalo [é lógico!] (Lc 10:17‐
24). Aqui ensina “quem é o próximo” (Lc 10:25‐37), visita Marta e Maria (Lc 10:38‐42), 
ensina sobre oração (Lc 11:1‐13), adverte contra o fermento dos fariseus (Lc 12:1‐3), 
contra o medo dos homens (Lc 12:4‐12) e contra o materialismo (Lc 12:13‐21); ensina 
sobre  a  mentalidade  do  Reino  (Lc  12:22‐34),  diz  que  haverá  prestação  de  contas  (Lc 
12:35‐48)  e  que  veio  para  dividir  (Lc  12:49‐53);  denuncia  os  hipócritas  (Lc  12:54‐59), 
fala da necessidade de arrependimento (Lc 13:1‐5) e conta a parábola da figueira (Lc 
13:6‐9);  cura  uma  filha  de  Abraão  (Lc  13:10‐17)  e  conta  as  parábolas  do  Reino  (Lc 
13:18‐21). 
X. Acontece a Festa da Dedicação em Jerusalém (Jo 10:22‐23). Jesus discursa e há nova 
tentativa de prendê‐lO (Jo 10:24‐39) [ver “Cronologia do ministério de Jesus”]. 
 
9. Ministério (principalmente) na Peréia. 
A. Jesus retira‐Se para a Peréia (Jo 10:40‐42). 
B. Viagem a Jerusalém (Lc 13:22). Lição a um homem sobre a porta estreita (Lc 13:23‐30). 
Herodes  é  apenas  uma  raposa  (Lc  13:31‐33).  1o  Lamento  sobre  Jerusalém  (Lc  13:34‐
35). 
C. Na casa de um fariseu, Jesus cura no Sábado (Lc 14:1‐6), dá uma lição de humildade (Lc 
14:7‐11),  de  generosidade  (Lc  14:12‐14)  e  ilustra  o  Reino  coma  parábola  da  grande 
ceia (Lc 14:15‐24). 
D. Temos, neste período, a ressurreição de Lázaro (Jo 11:1‐46) e a reação dos fariseus (Jo 
11:47‐54). 
E. Ouvimos  o  que  Jesus  entende  ser  um  discípulo  (Lc  14:25‐35).  Jesus  é  criticado  (Lc 
15:1,2) e responde com as parábolas da ovelha perdida (Lc 15:3‐7), da moeda perdida 
(Lc 15:8‐10), do filho perdido (Lc 15:11‐32). 
F. Aos discípulos ensina sobre mordomia (Lc 16:1‐13). Aos fariseus, denuncia sua avareza 
e  frouxidão  moral  (Lc  16:14‐31).  Aos  discípulos  ensina  sobre  escândalo  e  perdão  (Lc 
17:5‐6). E “quando fizerdes tudo... dizei: Somos servos inúteis...” (Lc 17:7‐10). 
G. De caminho a Jerusalém, o Senhor cura dez leprosos (Lc 17:11‐19) e fala aos fariseus 
sobre o dia do Filho do Homem (Lc 17:20‐37); ensina sobre a necessidade de orar nos 
dias  de  perseguição  (Lc  18:1‐8),  reprova  o  senso  de  justiça  própria  dos  fariseus  (Lc 
17:9‐14), ensina sobre divórcio (Mt 19:2‐12; Mc 10:2‐12; Lc 16:18), abençoa crianças 
(Mt 19:13‐15; Mc 10:13‐16; Lc 18:15‐17), encontra‐se com o jovem rico (Mt 19:16‐26; 
Mc  10:17‐27;  Lc  18:18‐27)  e  fala  sobre  a  recompensa  apostólica  (Mt  19:27‐30;  Mc 
10:28‐31; Lc 18:28‐30). 
H. O  Senhor  conta  a  parábola  dos  trabalhadores  (Mt  20:1‐16)  e  prediz  Sua  morte  pela 
terceira vez (Mt 20:17‐19; Mc 10:32‐34; Lc 18:31‐34). Há, também, o pedido de Tiago e 

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Evangelhos

João (Mt 20:20‐28; Mc 10:35‐45); com efeito, ambos morreram pelo evangelho, Tiago, 
o primeiro e João, o último, dos apóstolos.  
I. Ainda de caminho a Jerusalém, na passagem por Jericó, encontra‐se com os cegos (Mt 
20:29‐34). Marcos e Lucas concentram‐se em Bartimeu (Mc 10:46‐52; Lc 18:35‐43). Em 
Jericó encontra‐se com Zaqueu (Lc 19:1‐10; Ex 22:1,4). 
J. Prosseguindo a Jerusalém, conta a parábola do rei desprezado (Lc 19:11‐27). A última 
Páscoa vem aí (Jo 11:55‐57), em 30 dC (consultar “Cronologia do ministério de Jesus”). 

CAPÍTULO SÉTIMO
A VIDA DE CRISTO PARTE IV
10. A última semana. A semana  anterior  à crucificação  de Jesus  ocupa grande  parte do 
registro dos Evangelhos. 
 
A. No Sábado. Jesus está em Betânia e é ungido por Maria (Jo 12:1‐11). 
B. No  Domingo.  Acontece  a  entrada  triunfal  do  Senhor  em  Jerusalém  (Mt  21:1‐11;  Mc 
11:1‐11; Lc 19:28‐40; Jo 12:12‐19) e, pela segunda vez, Ele lamenta sobre Jerusalém (Lc 
19:41‐44). Naquela mesma noite volta para Betânia. 
C. Na Segunda‐feira. Indo de Betânia para Jerusalém, amaldiçoa uma figueira e purifica o 
templo pela segunda vez (Mt 21:12‐19; Mc 11:12‐19; Lc 19:45‐46). Lc 19:47‐48; 21:37‐
38 menciona a rotina do Senhor. 
D. Na Terça‐feira. Tendo voltado a Jerusalém, Jesus é argüido sobre Sua autoridade para 
purificar  o  templo  (Mt  21:23‐27;  Mc  11:27‐33;  Lc  20:1‐8).  Ele  responde  com  várias 
parábolas: A parábola dos dois filhos (Mt 21:28‐32), dos arrendatários perversos (Mt 
21:33‐46; Mc 12:1‐12; Lc 20:9‐19), das bodas (Mt 22:1‐14). 
Fariseus, herodianos e saduceus, inimigos entre si, reunidos em torno de um objetivo comum: 
“apanhar” Jesus nalgum laço. Primeiro com a questão do imposto (Mt 22:15‐22; Mc 12:13‐17; 
Lc 20:20‐26). Segundo com a questão da ressurreição (Mt 22:23‐33; Mc 12:18‐27; Lc 20:27‐40). 
Terceiro com a questão do maior mandamento (Mt 22:34‐40; Mc 12:28‐34).  
Em seguida Jesus parte para a ofensiva, dizendo que Davi chama o Cristo de Senhor (Mt 22:41‐
46; Mc 12:35‐37; Lc 20:41‐44), profere Seus “ais” contra os fariseus (Mt 23:1‐36), lamenta pela 
terceira  vez  sobre  Jerusalém  (Mt  23:37‐39)  e  adverte  Seus  discípulos  contra  os  escribas  (Mc 
12:38‐40; Lc 20:45‐47). 
Neste dia há ainda o episódio da viúva pobre (Mc 12:41‐44; Lc 21:1‐4) e seu grande sermão do 
Monte das Oliveiras (Mt 24 e 25; Mc 13; Lc 21:5‐38). 
No fim da terça‐feira, Jesus afirma o dia exato do Seu aprisionamento para a crucificação (Mt 
26:1‐2; Mc 14:1). Enquanto isso, o Sinédrio está buscando uma forma de matá‐lO (Mt 26:3‐5; 
Mc 14:1‐2; Lc 22:1‐2).  
E. Jesus passou a Quarta‐feira descansando em Betânia. Na casa de “Simão, o leproso”, 
foi ungido pela segunda vez (Mt 26:6‐13; Mc 14:3‐9). Judas é contratado (Mt 26:14‐
16; Mc 14:10‐11; Lc 22:3‐6; Jo 13:2). 
F. Os  gregos  procuram  Jesus,  provavelmente  na  Quinta‐feira  (Jo  12:20‐26).  O  Pai  é 
glorificado  (Jo  12:27‐36),  o  Príncipe  deste  mundo  é  julgado.  A  incredulidade  dos 
judeus (Jo 12:37‐43) e uma palavra final (Jo 12:44‐50). 
 
11. A última noite. 

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Evangelhos

Os  acontecimentos  começam  na  quinta‐feira  e  terminam  na  sexta‐feira.  Segundo  o  cálculo 
judaico, a transição do dia é às 18:00 h. 
 
A. Cenáculo indicado e preparado (Mt 26:17‐19; Mc 14:12‐16; Lc 22:7‐13). 
B. No  cenáculo,  somos  informados  da  chegada  (Mt  26:20;  Mc  14:17;  Lc  22:14)  e  da 
palavra  inicial  do  Senhor  (Lc  22:15‐18).  O  traidor  é  indicado  pela  primeira  vez  (Mt 
26:21‐25; Mc 14:18‐21; Lc 11:21‐23). O Senhor dissipa a contenda dizendo quem é o 
maior (Lc 22:24‐30). Após uma refeição comum, era necessário lavar os pés para dar 
prosseguimento  à  Páscoa.  Havia  água,  bacia  e  toalha,  mas  nada  de  escravo  que  os 
lavasse. Dentre os discípulos, ninguém queria assumir o lugar de servo, eles estavam 
discutindo  sobre  quem  seria  o  maior;  daí  o  próprio  Senhor  dar  o  exemplo  (Jo  13:2‐
20).  Depois,  o  traidor  é  indicado  segunda  vez  (Jo  13:21‐30)  e  abandona  o  grupo.  O 
Senhor fala sobre o novo mandamento (Jo 13:31‐35) e Pedro é avisado pela primeira 
vez (Jo 13:36‐38). 
C. A  ceia  do  Senhor  acontece  (Mt  26:26‐29;  Mc  14:22‐25;  Lc  22:19‐20;  I  Co  11:23‐26). 
Após  a  ceia  Jesus  profere  Seu  discurso  magnífico  para  consolar  os  discípulos, 
responde a algumas perguntas e promete o Outro Consolador (Jo 14‐16). Concluído o 
discurso,  ora  por  Si  mesmo  (Jo  17:1‐5),  pelos  discípulos  (Jo  17:6‐19)  e  por  todos  os 
crentes (Jo 17:20‐26). 
D. Pedro  é  avisado  segunda  vez  (Lc  22:31‐34)  e  depois  partem  para  o  jardim  do 
Getsêmani  (Mt  26:30;  Mc  14:26;  Lc  22:39;  Jo  18:1).  Agora  não  mais  no  cenáculo, 
Pedro é avisado pela terceira vez (Mt 26:31‐35; 14:27‐31). 
E. Em  seguida  há  a  agonia  no  Getsêmane  (Mt  26:36‐46;  Mc  14:32‐42;  Lc  22:40‐46), 
seguida  do  beijo  traidor  (Mt  26:47‐50;  Mc  14:43‐45;  Lc  22:47‐48;  Jo  18:2‐3),  do 
episódio em que os soldados caem por terra (Jo 18:4‐9), da reação abrupta de Pedro 
(Mt 26:51‐54; Mc 14:47; Lc 22:49‐51; Jo 18:10‐11) e da prisão do Senhor (Mt 28:55‐
56;  Mc  14:46,48‐50;  Lc  22:52‐53;  Jo  18:12).  Somente  Marcos  registra  o  episódio  do 
jovem nu (Mc 14:51‐52). Ele próprio?  
F. Jesus é levado a Anás (Jo 18:13‐14) e depois a Caifás (Mt 26:57‐68; Mc 14:53‐65; Lc 
22:54; Jo 18:19‐23). Nesta ocasião Pedro nega ao Senhor, o galo canta e Pedro chora 
amargamente (Mt 26:69‐75; Mc 14:66‐72; Lc 22:55‐62; Jo 18:15‐17, 25‐27). Naquela 
noite ninguém foi dormir. Era madrugada já. Enquanto aguardavam o amanhecer da 
sexta‐feira os guardas continuaram maltratando o Senhor (Lc 22:63‐65). 
 
12. O dia da crucificação. 
 
A. O Sinédrio se reúne ainda na casa de Caifás e condena ao Senhor (Mt 27:1; Mc 15:1; Lc 
22:66‐71; Jo 18:28). 
B. O  Senhor  é  levado  a  Pilatos  pela  primeira  vez  (Lc  23:1‐6;  Jo  18:29‐32)  e  escuta  a 
primeira acusação e a segunda (Mt 27:12‐14; Mc 15:3‐5; Jo 18:38). Em seguida Jesus é 
levado a Herodes (Lc 23:7‐12) e retorna a Pilatos, que atende ao clamor do povo (Mt 
27:15‐31;  Mc  15:6‐20;  Lc  23:13‐25;  Jo  18:33‐19:16).  O  Senhor  é  levado  a  ser 
crucificado. No caminho, Simão, cireneu, carrega a cruz (Mt27:32; Mc 15:21; Lc 23:26). 
As “filhas de Jerusalém”seguem, lamentando pelo Senhor (Lc 23:27‐31).  
C. O  Senhor  é  crucificado  no  Gólgota  e  Sua  acusação  é  escrita  em  três  línguas:  “Este  é 
Jesus de Nazaré, o rei dos judeus” (Mt 27:33‐37; Mc 15:22‐26; Lc 23:33,38; Jo 19:17‐
22). Aos lados do Senhor, dois malfeitores são colocados (Mt 27:38; Mc 15:27‐28; Lc 
23:32).  
D. Enquanto isso, soldados repartem Sua roupa (Mt 27:35; Mc 15:24; Lc 23:34; Jo 19:23‐
24; ver Sl 22:18) e espectadores blasfemam (Mt 27:39‐44; Mc 15:29‐32; Lc 23:35‐37). 

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Uma Viagem Pelo Novo Testamento
Evangelhos

E. O  Senhor  passa  a  responsabilidade  pela  sua  mãe  para  João  (Jo  19:25‐27).  José  está 
morto, os irmãos de Jesus são incrédulos (Jo 7:5). E  um dos malfeitores é  chamado 
pelo Senhor (Lc 23:39‐43). 
F. Houve escuridão de 12:00 às 15:00 h (Mt 27:45; Mc 15:33; Lc 23:44). O Senhor clama 
(Mt  27:46‐49;  Mc  15:34‐36),  sente  sede  (Jo  19:28‐29)  e  despede  o  Seu  espírito  (Mt 
27:50; Mc 15:37; Lc 23:46; Jo 19:30). 
G. “...dou a minha vida para tornar a tomá‐la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim 
mesmo a dou...” (Jo 10:17‐18). 
H. Nessa ocasião, o véu do templo se rasga (Mt 27:51; Mc 15:38; Lc 23:45) e os santos 
ressurgem (Mt 27:52‐53) após a ressurreição do Senhor; aqui as covas foram abertas. 
I. O centurião testifica (Mt 27:54; Mc 15:39; Lc 23:47), a multidão lamenta (Lc 23:48), as 
mulheres  observam  (Mt  27:55‐56;  Mc  15:40‐41;  Lc  23:49).  Nenhum  osso  quebrado 
(Jo 19:31‐37; Ex 12:46; I Co 5:7). 
J. O  sepultamento  acontece  (Mt  27:57‐61;  Mc  15:42‐47;  Lc  23:50‐56;  Jo  19:38‐42).  O 
traidor  sente  remorso  (Mt  27:3‐10;  At  1:18‐19)  e  as  mulheres  compram  aromas  (Lc 
23:56; Mc 16:1) antes das 18:00 h da sexta, ou depois das 18:00 h do Sábado. 
K. No dia seguinte o túmulo é selado (Mt 27:62‐66) – no Sábado.  
 
13. O dia da ressurreição. 
 
A. “Mas  de  fato  Cristo  ressuscitou  dentre  os  mortos,  e  foi  feito  as  primícias  dos  que 
dormem” (I Co 15:20). 
B. Mulheres  vão  ao  túmulo  (Mt  28:1;  Mc  16:2‐3;  Lc  24:1;  Jo  20:1).  Um  anjo  remove  a 
pedra para que a ressurreição fosse verificada. Jesus já estava fora (Mt 28:2‐4). Enfim, 
as mulheres chegam ao local (Mc 16:4; Lc 24:2; Jo 20:1). Madalena corre a Pedro (Jo 
20:2). Mulheres entram no túmulo e saem correndo (Mt 28:5‐8; Mc 16:5‐8) sem nada 
dizer. Os guardas vão embora (Mt 28:11‐15).  
C. Pedro e João chegam ao túmulo, vêem e retornam (Jo 20:3‐10). Madalena chega de 
volta e Jesus lhe aparece (Jo 20:11‐17; Mc 16:9). Ele aparece segunda vez, agora às 
mulheres (Mt 28:9‐10). As mulheres (Lc 24:9‐11) e Madalena (Mc 16:10‐11; Jo 20:18) 
informam aos onze. 
D. Os  santos  aparecem  em  Jerusalém  (Mt  27:53).  Jesus  aparece  a  Pedro  (I  Co  15:5;  Lc 
24:34 – 3a aparição), e aos discípulos a caminho de Emaús (Mc 16:12‐13; Lc 24:13‐35 
– 4a aparição). Sua 5a aparição é para os dez (Mc 16:14‐18; Lc 24:36‐49; Jo 20:19‐23). 
Depois chega Tomé (Jo 20:24‐25), quando o Senhor já não estava. 
 
14. Epílogo. 
A. Oito  dias  depois,  Jesus  reaparece  aos  onze,  com  Tomé  presente  (Jo  20:26‐29  –  6a 
aparição). Depois, no monte da Galiléia (Mt 28:16‐20), e à beira do mar da Galiléia (Jo 
21:1‐23‐ 7a e 8a aparição). 
B. O  Senhor  aparece  a  mais  de  500  pessoas  (I  Co  15:6),  a  Tiago  (I  Co  15:7  –  9a  e  10a 
aparição), e ascende aos céus, do monte das Oliveiras (Mc 16:19; Lc 24:50‐51; At 1:4‐
11). 
 
“... e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”  
(Mt 28:20b). 
 
É permitida a reprodução deste material para uso do Evangelho 
Citações da Bíblia da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil (ACF), 
© 1994 1995, 1996, 1997. Novo Testamento © 1979‐1997. 
Autoria: Pr. Ary Queiroz Vieira Junior 

Pr. Ary Queiroz Vieira Júnior Página 24 

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