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SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO

REVERENDO JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO

JONAIR PONTES

EXEGESE DO NOVO TESTAMENTO IV


APOCALIPSE 14.6-12

SÃO PAULO
2022
JONAIR PONTES

EXEGESE DO NOVO TESTAMENTO IV


APOCALIPSE 14.6-12

Exegese do texto de Apocalipse 14.6-12: Tra-


balho exigido da disciplina Exegese NT IV,
pelo Prof. Rev. Jair de Almeida Junior que tem
como objetivo a compreensão exegética do
texto bíblico.

SEMINÁRIO TEOLÓGICO PRESBITERIANO


REVERENDO JOSÉ MANOEL DA CONCEIÇÃO
São Paulo – 2022
Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5

2. ESTUDO CONTEXTUAL ............................................................................................................. 7

2.1. Contexto Histórico da passagem ................................................................................................ 7

2.2. Contexto Literário da Passagem .......................................................................................... 9

2.2.1. Contexto Remoto .............................................................................................................. 9

2.2.2. Contexto Próximo ........................................................................................................... 10

2.2.2. Estrutura do Contexto Imediato ...................................................................................... 11

2.3. Contexto Canônico ............................................................................................................ 12

2.3.1. Deus criou e governa sobre tudo .................................................................................... 12

2.3.2. O anúncio do evangelho a todos os povos. ..................................................................... 12

2.3.3. A grande Babilônia caiu ................................................................................................. 13

2.3.4. O julgamento dos ímpios ................................................................................................ 13

3. ANÁLISE TEXTUAL ................................................................................................................. 14

3.1. Texto Grego ................................................................................................................................ 14

3.2. Quadro de Tradução .......................................................................................................... 15


4

3.3. Tradução Sugerida ............................................................................................................. 28

3.4. Comparação de Tradução .................................................................................................. 29

3.5. Estrutura do Contexto ........................................................................................................ 33

3.6. Comentário ........................................................................................................................ 35

4. ANÁLISE TEOLÓGICA ............................................................................................................. 48

4.1. Mensagem para a Época da Escrita ........................................................................................ 48

4.2. Mensagem para Todas as Épocas ...................................................................................... 49

5. TEOLOGIA DO TEXTO............................................................................................................. 50

5.1. IMPLICAÇÕES PARA A TEOLOGIA SISTEMÁTICA ................................................ 50

5.1.1. Escatologia: .................................................................................................................... 50

5.1.2. Soteriologia..................................................................................................................... 51

5.2. Implicações para a Teologia Bíblica ................................................................................. 51

5.3. Implicações para a Teologia Prática/ Pastoral ................................................................... 52

6. ESBOÇO DO SERMÃO .............................................................................................................. 53

CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................................... 57

QUADRO DE AVALIAÇÃO: ........................................................................................................ 59


INTRODUÇÃO

As perseguições religiosas continuam acontecendo em nossos dias, não da mesma


forma como nos dias do apóstolo João, pois hoje sofremos mais com a perseguição intelectual
apresentada nas redes sociais e por vários canais de comunicação. As mortes por perseguição
não acontecem em nosso pais, entretanto, muitos estão sendo arrastados para morte espiritual,
pois são muitos os meios que propagam as orgias, a homossexualidade e a libertinagem sem
qualquer censura.
A grande Babilônia intelectual está mais viva do que nunca reinando no mundo e se-
duzindo a muitos. O livro de Apocalipse foi escrito para mostrar a soberania de Deus, e a derrota
da grande meretriz “Babilônia” a qual tem levado o povo a adorar a besta e a desprezar Deus.

Este trabalho será apresentado em 5 capítulos, cada qual explanará o assunto sugerido
no sumário. O capítulo 1, discorrerá sobre o estudo contextual do livro; o capítulo 2, apresentará
uma análise textual da passagem apontando as principais palavras gregas e suas implicações;
no capítulo 3, será analisado as implicações teológicas do texto, a mensagem para a época da
escrita e para todas as épocas; o capítulo 4, abordará a teologia do texto e suas implicações na
escatologia e soteriologia; no capítulo 5, será apresentada uma análise homilética como suge-
rido na estrutura do texto analisado, seguida da conclusão.

O principal objetivo desse trabalho exegético é apresentar a urgência dos três anúncios
proclamados pelo anjo, conforme está registrado no livro de apocalipse 14.6-12. A ideia exe-
gética apontada no texto é: O urgente anúncio angelical e o chamado feito a todas as nações
para que se arrependam, porque o grande e terrível dia do julgamento divino contra a
6

grande meretriz “Babilônia” e os adoradores da besta se aproxima. Juntamente com a apro-


ximação do dia final, os crentes serão perseguidos, e obrigados a adorar a besta, junto com
aqueles que não deram ouvidos ao chamado de arrependimento, porém os cristãos precisam
perseverar, guardando os mandamentos de Deus e a fé em Jesus Cristo.

O método utilizado no desenvolvimento da pesquisa exegética consiste numa análise


histórica, gramatical, sintática, teológica e homilética do Novo Testamento na língua grega e
do texto crítico. Nesse trabalho serão utilizadas algumas ferramentas tecnológicas e algumas
literaturas para que a exposição do texto seja apresentada de forma compreensível.
2. ESTUDO CONTEXTUAL

2.1. Contexto Histórico da passagem


O livro de Apocalipse foi escrito pelo apóstolo João, o “discípulo amado1”, já no ano
150 d.C. Justino Mártir afirmou isto, como também Irineu por volta de 200 d.C. A autoria joa-
nina é amplamente aceita, esta conclusão pode ser afirmada por meio de evidências tanto inter-
nas “presentes no livro”, quanto externas as quais foram pontuadas pelos pais da Igreja.

Donald Carson em sua obra “Introdução ao Novo Testamento” nos diz que:

As evidências externas que apontam para a autoria joanina foram legitimadas em me-
ados do segundo século da era cristã. Segundo CARSON. p. 520. “[…] as evidências
fornecidas pelos escritores: “Mileto de Sardes, Irineu de Esmirna e o cânon Murato-
riano (final do século II. Também Papias uma testemunha mais antiga o qual foi dis-
cípulo do próprio João defende a autoria joanina do livro, ou seja, estas informações
podem ser entendidas como que recebidas de primeira mão”, pois, estes autores atri-
buíram o livro de Apocalipse ao apóstolo João sem fazer nenhuma objeção. Em sua
obra, “Introdução ao Novo Testamento”, Guthrie mostra que o livro de Apocalipse foi
citado amplamente pelos Pais da igreja como tendo sido escrito pelo apóstolo João.
Ele diz: “No segundo e terceiro séculos, os seguintes autores claramente acreditavam
na autoria apostólica: Justino, Irineu, Clemente, Orígenes, Tertuliano e Hipólito”. Gu-
thrie afirma que “existem poucos livros no Novo Testamento com uma atestação pri-
mitiva mais forte do que o Apocalipse”. O testemunho mais antigo é de Justino, o
Mártir (c. 150 d.C.). Em seu Dialogue with Trypho the Jew (Diálogo com Trifo, o
judeu, LXXXI), ele diz: “Além do mais, um homem entre nós chamado João, um dos
apóstolos de Cristo, recebeu uma revelação e predisse que os seguidores de Cristo
habitariam em Jerusalém por mil anos”.2

1
Cf. CARSON, Donald . Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997. p. 525.
2
Cf. LADD, George Eldon. Apocalipse: Introdução e Comentário. São Paulo. Vida Nova e Mundo Cristão. 1980.
8

As evidências internas são claras no livro (Ap 1.1-4; 9-11; 22.8), o autor se identifica
abertamente como “João”, e afirma ter recebido de Deus a ordem para escrever o livro. Entre-
tanto, não faz nenhuma afirmação sobre si mesmo, e ao dirigir-se a seus leitores descreve a si
mesmo como “[...] irmão vosso e companheiro nas tribulações no reino e na perseverança, em
Jesus (Ap.1.9),3 isso pelo fato dele ser muito conhecido por seus leitores, ou seja, o discípulo
amado que fora exilado por ser uma testemunha ocular de Jesus Cristo, narra suas visões com
o que lhe foi revelado (Ap 14.6).

Duas datas são apontadas como principais para a composição do livro de Apocalipse,
uma é em torno de 65 d.C., quando os cristãos estavam sendo perseguidos por Nero. A outra,
data sugerida seria em torno de 95-96 d.C., durante as perseguições realizadas por Domiciano.4
Duas datas foram sugeridas, (65 e 95-96 d.C.), contudo, defenderemos que o livro foi escrito
durante o reinado de Domiciano, (95-96. d.C.).5

Chegamos a esta conclusão avaliando algumas considerações:

1) A Igreja cristã era na sua maioria gentílica (Ap 1.10-11), e estava sendo perseguida de modo
mais intenso que o normal6 (1.9; 2.13; 3.10; 6.9), pois, havia uma acirrada perseguição à Igreja,
e diante destes acontecimentos o apóstolo João escreve ao povo de Deus com o objetivo de
fortalecê-lo nas tribulações que enfrentava, e apesar do sofrimento os santos deveriam perseve-
rar, guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus Cristo, (Ap. 14.12), já que a vinda do
Senhor estava próxima, para derrubar Roma e libertar sua Igreja.7

2) A menção feita no livro de que o imperador exigia que as pessoas o adorassem era uma
prática comum da época, os imperadores romanos eram tidos como divindades, por isso, reali-
zava-se uma cerimônia idólatra, oficial, ao imperador. As pessoas deveriam dirigir-se ao impe-
rador “Domiciano” da seguinte forma: dominus et deus (senhor e deus).

3) As dificuldades enfrentadas pela Igreja nesse período são características das Igrejas mais
antigas, o que dificulta a aceitação de um período na década de 50 ou 60, (os anos de formação
da maioria delas). Foi exatamente no período governo de Nero (54-68. d.C) que se deu a

3
Cf. CARSON, Donald A. Introdução ao Novo Testamento. 1997. p. 522.
4
Cf. BEACON, Comentário Bíblico Hebreus a Apocalipse. p. 387.
5
Cf. TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. vol 1, p. 364.
6
Cf. CARSON, Donald A. IBIDEM. p. 528.
7
Cf. LADD, George Eldon. Apocalipse: Introdução e Comentário.1980. p. 9.
9

perseguição das igrejas de Roma, ou seja, existia uma perseguição local em Roma e não uni-
versal como no período de Domiciano, sendo assim, as evidências apontam como mais provável
a data de (95-96), período este em que os cristãos entraram e choque com as exigências de culto
ao imperador.

O apóstolo João escreveu Apocalipse na Ilha de Patmos situada no mar Egeu (Apoca-
lipse 1.9), que era usada pelas autoridades romanas como prisão “exílio”, para onde vários ro-
manos eram levados, condenados a viverem ali até a morte. As pessoas que estavam na ilha
eram obrigadas a trabalhar e sofriam todo tipo de humilhação, porém, desfrutavam de certa
liberdade.

O apóstolo foi condenado por testemunhar a Cristo, ou seja, a perseguição enfrentada


por ele se deu por causa de sua fé, e mesmo diante da perseguição ele perseverou, guardou os
mandamentos do Senhor, assim como mencionado em Apocalipse 14.12 “Aqui está a perseve-
rança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. João experimentou
pessoalmente o sofrer por amor do evangelho. “O sofrimento de alguma forma sempre será
parte daquele que é verdadeiramente um seguidor de Cristo”.

2.2. CONTEXTO LITERÁRIO DA PASSAGEM

2.2.1. Contexto Remoto (Ap 1.1; 22.21).


O livro de Apocalipse foi escrito na forma de uma carta circular direcionada às sete
Igrejas da Ásia Menor, “O que vês escreve em livro e manda às sete igrejas: Éfeso, Esmirna,
Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. (Ap 1:11”, porém, a melhor classificação para
o livro seria uma profecia cunhada nos moldes apocalípticos e escrito na forma de Carta.8
O escrito trata-se de uma espécie de carta “profético-apocalíptica” e tinha como pro-
pósito encorajar as Igrejas da Ásia menor (Ap 1.4-11), “que sofriam com a perseguição” afir-
mando que Deus é soberano na história e que estabeleceria o seu reino na terra. Portanto, pode-
se dizer que Apocalipse é um livro que exalta a soberania de Deus, fortalece a Igreja e edifica
os santos.
A estrutura da obra é difícil de ser compreendida, porém, para nossa melhor compre-
ensão, optamos por dividir o livro em quatro visões que apontam a soberania de Cristo como

8
Cf. CARSON, Donald A. Introdução ao Novo Testamento. 1997.p.534.
10

centro de todas elas:9

• Prólogo: o Cristo glorificado é apresentado (1.1-8).


• Primeira visão: Cristo confronta e conforta a Igreja (1.9; 3.22).
• Segunda visão: Cristo governa sobre o cosmos (4.1; 16.21).
• Terceira visão: Cristo vence os seus inimigos (17.1; 21.8).
• Quarta visão: Cristo estabelece a cidade de Deus na terra (21.9; 22.5).
• Epílogo encerra as palavras da profecia (22.6-21).10

O texto de Ap.14.6-12 analisado neste trabalho encontra-se na segunda visão que nos
fala do controle soberano de Cristo sobre o cosmos e sobre todos aqueles que habitam sobre
toda terra.

2.2.2. Contexto Próximo.

O texto analisado se encontra dentro da segunda visão que tem início no “capítulo 4.1;
e se estende até o capítulo 16.21” e dentro desse bloco assinalamos quatro temas principais: 1)
visão do trono de Deus e a abertura dos selos (4.1; 8.6); 2) às sete trombetas (8.6; 11.19); 3) a
manifestação dos sete sinais e a cólera de Deus (12.1; 14.20); 4) o derramamento das sete taças
(15.2; 16.21).11

A perícope em análise trata de uma porção parentética, ou seja, um parêntese na nar-


rativa relacionada ao terceiro evento “os sete sinais”, ou seja, este é um ocorrido semelhante às
duas perícopes parentéticas nos dois septetos anteriores, os selos e as trombetas.

O número sete narra os acontecimentos nessa visão: primeiro: a mulher que dá à luz
a um filho (Apocalipse 121-6); segundo: uma guerra nos céus entre Miguel e o dragão (12.7-
12); terceiro: a guerra entre a mulher e Satanás (12.13-17); quarto: o domínio da besta que
emerge do mar, e o domínio da besta que emerge da terra (13.1-10); quinto: o cordeiro e os 144
mil no monte Sião (14.1-5); sete: a grande ceifa (14.13-20), João abre um parêntese na narrativa
para descrever as declarações feitas pelos três anjos (14.1-6), e só depois conclui o trecho como
relato do último sinal. Portanto, o apóstolo João tem como objetivo apresentar um alerta antes
de descrever a destruição dos ímpios.

9
Cf. TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. 2008. vol 1. p. 371.
10
Cf. CARSON, Donald A. Introdução ao Novo Testamento. 1997. pp. 519- 520.
11
Cf. IBIDEM. p. 519 - 520.
11

2.2.2. Estrutura do Contexto Imediato (Ap 14. 1-20)

O DESTINO DOS SANTOS E DOS INCRÉDULOS APARECE NO MINISTÉRIO


DOS TRÊS ANJOS (14.1-20)

TEMAS DESCRIÇÕES

14.1- O cordeiro e os 144 mil que receberam sua marca

O CORDEIRO E OS 144 se ajuntam no cume do Monte Sião;


MIL
14.2-3 - Os 144 mil louvam o Cordeiro que está no trono
NO MONTE SIÃO
com voz de muitas águas;
(14.1-5)
14.4-5 - Os 144 mil não foram maculados, mas mantive-
ram-se fiéis a Deus e ao Cordeiro.

14.6-7 - O primeiro anjo anuncia aos homens o conteúdo


do evangelho eterno e os convocam a darem gloria;
O ALERTA ANGELICAL
ANTES DO ÚLTIMO 14.8 - O segundo anjo anuncia a queda da grande Babilô-
nia e a sua causa;
SINAL (14.6-12)
14.9-11 - O terceiro anjo anuncia o tormento dos adora-
dores da

Besta, de todo aquele que recebeu sua marca e adorou sua


imagem;

14.12 - O narrador explica que esse último anúncio revela


a perseverança dos santos;

14.13 - Uma voz do céu anuncia a satisfação daqueles que


morrem no Senhor, pois as obras deles os acompanham;

14.14 - O Ceifeiro é anunciado;


A GRANDE CEIFA
14.15-16 - Um anjo anuncia ao Ceifeiro o tempo da
grande colheita na Terra;
12

14.17-18 - Dois anjos, a grande colheita é anunciada, pois


as uvas da videira na Terra já estão amadurecidas e pron-
tas para a ceifa;

14.19-20 - O anjo passa a foice sobre a Terra e lança as


“uvas” que tomou no lagar da cólera de Deus.
2.3. CONTEXTO CANÔNICO

2.3.1. Deus criou e governa sobre tudo (Gn 1.1; Jr32.17; Ap 4.11; Jo 1.3).

A Sagrada Escritura em Gênesis 1.1, nos ensina que Deus criou todas as coisas do nada pelo
poder de sua palavra, ou seja, Deus não tinha necessidade de criar nada, porém, as criou por
sua própria vontade, para a sua própria glória.12

Deus não é descrito em Gênesis 1.1, pois, ele é colocado diante do seu leitor como o
criador de tudo, ele soberana e sabiamente trouxe a existência todas as coisas.13

Jeremias 32.17, nos diz que o soberano Senhor criou todas as coisas. Apocalipse 4.11
também nos diz que o Senhor criou todas as coisas, ou seja, antes dele nada existia com exceção
dele mesmo, porém, todas as coisas foram criadas por Ele. João escreve em seu Evangelho,
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; e sem ele, nada veio à existência” (João 1:3).

Absolutamente tudo o que existe, foi Deus quem criou. Entretanto, a convocação do
anjo em nossa passagem deixa explícito que o criador dos céus e da terra é digno de ser adorado,
sendo assim, ele não renuncia à adoração que lhe é devida (Ap.14.7).

2.3.2. O anúncio do evangelho a todos os povos (Mt 28.18-20; 24.14; Mc 16.15).


As boas novas do evangelho devem ser anunciadas a todas as nações, Cristo veio bus-
car e salvar o perdido. Esta ordem de anunciar a todas as nações nos foi dada pelo próprio Cristo
após sua ressurreição e antes de ser levado aos céus. Esta santa ordenança deve ser cumprida
antes do fim dos tempos, para que todos sem distinção ouçam, porém, aqueles que foram por
Deus escolhidos adorarão o Cordeiro.

12
Cf. SÍMBOLOS DE FÉ- contendo a Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve da Assembleia de Westmi-
nster. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016.
13
Cf. VAN GRONINGEN, Gerard. Criação e Consumação. Vol. I. 2002. São Paulo. Ed. Cultura Cristã. 752p.
13

A expressão “cada nação, tribo, língua e povo” ocorre reiteradamente no livro de Apo-
calipse e refere-se aos moradores da terra, aos santos que adoram o Senhor, todos estão sendo
chamadas ao arrependimento (10.11). A mensagem de arrependimento foi anunciada a todos
os que têm vivido indiferentes em relação a Deus e à sua Palavra, como é evidente à luz da
mensagem do anjo, (Ap 14.6-7).

2.3.3. A grande Babilônia caiu (Is 21.9; Dn 4.30; 1 Pe 5.13; Ap 17.5; 18.2-3)
A exclamação “Caiu, caiu a Babilônia, a Grande” é extraído de Isaías 21.9 e Daniel
4.30, os quais mencionam sucessivamente a queda do império Babilônico. Isaías e Jeremias
narram a queda da primeira, enquanto João narra a queda da segunda, possivelmente esta foi
uma alusão feita indiretamente à capital do império.

Porquanto, o anúncio do anjo referia-se ao extermínio do antro de iniquidade que será


destruído pela ira de Deus, essa ira inevitavelmente conduzirá ao dia do Juízo, no qual os ini-
migos de Deus serão eliminados e lançados num lugar de tormento (Apocalipse 14.8), o lago
de fogo.

2.3.4. O julgamento dos ímpios (Is 51.17-22; Jr25.15-16; Sl 75.8)


O julgamento de Deus é descrito pelos profetas Isaías e Jeremias e pelo salmista como
o embriagar-se com vinho fazendo uma alusão a cólera divina, essa figura de linguagem é uti-
lizada para mostrar que Deus derramará a sua cólera eterna sobre os ímpios.

As palavras “sem mistura”, nos remete a cena dos gregos diluindo seu vinho com água,
ou seja, eles misturavam vinho e água em partes iguais. Contudo, o texto nos diz que a ira de
Deus não foi diluída, mas derramada sem mistura ao povo corrupto. Assim Deus disse no livro
do profeta Jeremias: “Pegue de minha mão este cálice com o vinho de minha ira e faça com que
bebam dele todas as nações a quem eu o envio” (25.15; ver também Is 51.17, 22; Sl 75.8.
3. ANÁLISE TEXTUAL

3.1. Texto Grego14


6
Καὶ εἶδον ἄλλον ἄγγελον πετόμενον ἐν μεσουρανήματι, ἔχοντα εὐαγγέλιον αἰώνιον
εὐαγγελίσαι ἐπὶ τοὺς καθημένους ἐπὶ τῆς γῆς καὶ ἐπὶ πᾶν ἔθνος καὶ φυλὴν καὶ γλῶσσαν καὶ
λαόν, 7 λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· φοβήθητε τὸν θεὸν καὶ δότε αὐτῷ δόξαν, ὅτι ἦλθεν ἡ ὥρα τῆς
κρίσεως αὐτοῦ, καὶ προσκυνήσατε τῷ ποιήσαντι τὸν οὐρανὸν καὶ τὴν γῆν καὶ θάλασσαν καὶ
πηγὰς ὑδάτων.

8
Καὶ ἄλλος ἄγγελος δεύτερος ἠκολούθησεν λέγων· ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη ἣ ἐκ τοῦ
οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη.

9
Καὶ ἄλλος ἄγγελος τρίτος ἠκολούθησεν αὐτοῖς λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· εἴ τις προσκυνεῖ τὸ
θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ λαμβάνει χάραγμα ἐπὶ τοῦ μετώπου αὐτοῦ ἢ ἐπὶ τὴν χεῖρα
αὐτοῦ, 10 καὶ αὐτὸς πίεται ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τοῦ θεοῦ τοῦ κεκερασμένου ἀκράτου ἐν τῷ
ποτηρίῳ τῆς ὀργῆς αὐτοῦ καὶ βασανισθήσεται ἐν πυρὶ καὶ θείῳ ἐνώπιον ἀγγέλων ἁγίων καὶ
ἐνώπιον τοῦ ἀρνίου. 11 καὶ ὁ καπνὸς τοῦ βασανισμοῦ αὐτῶν εἰς αἰῶνας αἰώνων ἀναβαίνει, καὶ
οὐκ ἔχουσιν ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς οἱ προσκυνοῦντες τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ
12
καὶ εἴ τις λαμβάνει τὸ χάραγμα τοῦ ὀνόματος αὐτοῦ. Ὧδε ἡ ὑπομονὴ τῶν ἁγίων ἐστίν, οἱ
τηροῦντες τὰς ἐντολὰς τοῦ θεοῦ καὶ τὴν πίστιν Ἰησοῦ.

14
Cf. BibleWorks New Testament Greek Sentence Diagrams. 2006. In: BibleWorks, versão 10.0.5.503. v. Revela-
tion 14.6-12.
15

3.2. QUADRO DE TRADUÇÃO15

Verso 6 - Καὶ εἶδον ἄλλον ἄγγελον πετόμενον ἐν μεσουρανήματι, ἔχοντα εὐαγγέλιον αἰώνιον
εὐαγγελίσαι ἐπὶ τοὺς καθημένους ἐπὶ τῆς γῆς καὶ ἐπὶ πᾶν ἔθνος καὶ φυλὴν καὶ γλῶσσαν καὶ
λαόν,

Grego Análise Gramatical Possíveis Traduções T. Sugerida


Conjunção coordenada E, então, também, a sa-
Καὶ E
de καί ber; isto é
Verbo indicativo aoristo
εἶδον ativo 1ª pessoa do sin- vejo, percebo, olho vi
gular do ὁράω
Adjetivo indefinido
ἄλλον acusativo masculino outro (diferente) um outro
singular de ἄλλος
Substantivo acusativo
ἄγγελον comum masculino sin- anjo, mensageiro anjo
gular de ἄγγελος
Particípio verbal pre-
sente
πετόμενον Médio acusativo mas- voar, planar voando
culino
singular de πέτομαι
em, dentro de, no meio
ἐν Preposição dativa de ἐν Em (o)
de, entre, com
Substantivo singular da- meio do céu, ponto mais
tivo comum neutro de alto meio do céu
μεσουρανήματι μεσουράνημα
Particípio verbal pre-
sente ativo acusativo
ἔχοντα tenho, possuo tendo
masculino singular de
ἔχω
Substantivo singular evangelho, boa notícia
εὐαγγέλιον acusativo comum neu- evangelho
tro de εὐαγγέλιον
Adjetivo comum neutro
αἰώνιον acusativo singular de eterno, perene eterno
αἰώνιος
Verbo infinitivo aoristo
εὐαγγελίσαι proclamar, alertar proclamar
ativo de εὐαγγελίζω

15
Todas as opções de tradução, foram extraídas e definidas de acordo com “REGA, STRONG e WALLACE,
mencionados na bibliografia.
16

sobre, perto de, em cima


Preposição acusativa de
ἐπὶ de, em, em direção, con- em direção
ἐπί
tra
τοὺς Artigo definido mascu-
lino plural acusativo de o, ao aos

Particípio verbal pre-
sente plural masculino
καθημένους habito, resido que residem
acusativo médio de
κάθημαι
Preposição genitiva de sobre, em cima de, em,
ἐπὶ Em + a (na)
ἐπί contra
Artigo definido genitivo
τῆς a, da a
singular feminino de ὁ
Substantivo comum ge-
γῆς nitivo singular feminino Terra, terreno Terra
de γῆ
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Preposição acusativa de sobre, em cima de, perto
ἐπὶ em direção
ἐπί de, em direção
πᾶν Adjetivo indefinido
acusativo neutro singu- todo, cada toda
lar de πᾶς
ἔθνος Substantivo singular
acusativo comum neu- nação, raça, etnia nação
tro de ἔθνος
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Substantivo acusativo
φυλὴν comum feminino singu- tribo, povo tribo
lar de φυλή
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Substantivo acusativo
γλῶσσαν comum feminino singu- língua, idioma língua
lar de γλῶσσα
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Substantivo acusativo
λαόν comum masculino sin- povo, (população) povo
gular de λαός
17

Verso 7 - λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· φοβήθητε τὸν θεὸν καὶ δότε αὐτῷ δόξαν, ὅτι ἦλθεν ἡ ὥρα τῆς
κρίσεως αὐτοῦ, καὶ προσκυνήσατε τῷ ποιήσαντι τὸν οὐρανὸν καὶ τὴν γῆν καὶ θάλασσαν καὶ
πηγὰς ὑδάτων.

Grego Análise Gramatical Possíveis Traduções T. Sugerida


Particípio verbal pre-
sente ativo nominativo
λέγων digo, falo falando
masculino singular de
λέγω
em, dentro de, entre, no
ἐν Preposição dativa de ἐν em
meio de, com, por
Substantivo dativo fe-
φωνῇ minino singular comum som, voz, barulho voz
de φωνή
Adjetivo no dativo sin-
μεγάλῃ grande, intenso alta
gular feminino de μέγας
Verbo aoristo impera-
φοβήθητε tivo passivo 2ª pessoa amedrontar, temer temei
do plural do φοβέω
τὸν Artigo definido mascu-
lino singular acusativo o, ao o
de ὁ
Substantivo acusativo
θεὸν masculino singular co- Deus, divindade Deus
mum de θεός
Conjunção coordenada e, a saber, isto é, assim,
καὶ e
de καί então
Verbo aoristo impera-
δότε tivo ativo 2ª pessoa do dou, coloco, ponho dai
plural do δίδωμι
Pronome pessoal dativo ele, o mesmo, o próprio
αὐτῷ masculino singular de a ele
αὐτός
Substantivo acusativo
δόξαν comum feminino singu- glória, honra glória
lar de δόξα
Conjunção subordinada que, porque
ὅτι porque
de ὅτι
Verbo indicativo aoristo
ἦλθεν ativo 3ª pessoa singular venho, chego chegou
de ἔρχομαι
18

Artigo definido nomi-


ἡ nativo singular femi- a a
nino de ὁ
Substantivo nominativo
ὥρα comum feminino singu- hora, momento hora
lar de ὥρα
Artigo definido genitivo
τῆς a, da do
singular feminino de ὁ
Substantivo comum ge-
κρίσεως nitivo singular feminino juízo, condenação julgamento
de κρίσις
Pronome pessoal geni- ele, o mesmo, o próprio
αὐτοῦ tivo singular masculino dele
de αὐτός
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Verbo aoristo impera- adoro, prostro, venero
tivo ativo 2ª pessoa do adorai
προσκυνήσατε plural do προσκυνέω
Artigo definido mascu-
τῷ o, ao ao
lino singular dativo de ὁ
Particípio verbal aoristo
ποιήσαντι ativo dativo masculino faço, executo que criou
singular de ποιέω
Artigo definido mascu-
τὸν lino singular acusativo o, ao o
de ὁ
Substantivo acusativo
οὐρανὸν masculino singular co- céu, universo céu
mum de οὐρανός
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Artigo definido acusa-
τὴν tivo singular feminino a, à a
de ὁ
Substantivo acusativo
γῆν comum feminino singu- Terra, terreno Terra
lar de γῆ
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Substantivo acusativo
θάλασσαν comum feminino singu- mar, oceano mar
lar de θάλασσα
19

Conjunção coordenada e, também, a saber, isto


καὶ e
de καί é, assim, então
Substantivo acusativo
πηγὰς comum feminino plural fonte, manancial mananciais
de πηγή
Substantivo genitivo
ὑδάτων comum plural neutro de água de águas
ὕδωρ

Verso 8 - Καὶ ἄλλος ἄγγελος δεύτερος ἠκολούθησεν λέγων· ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη
ἣ ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη.

Grego Análise Gramatical Possíveis Traduções T. Sugerida


Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
Καὶ também
de καί é, assim, então
Adjetivo indefinido no-
ἄλλος minativo masculino sin- Outro (diferente) outro
gular de ἄλλος
Substantivo nominativo
ἄγγελος masculino singular co- anjo, mensageiro anjo
mum de ἄγγελος
Adjetivo ordinal nomi-
δεύτερος nativo masculino singu- segundo, dois segundo
lar de δεύτερος
Verbo indicativo aoristo sigo, ajunto,
ἠκολούθησεν ativo 3ª pessoa singular acompanhou acompanhou
de ἀκολουθέω
Particípio verbal pre-
sente ativo singular no-
λέγων digo, falo falando
minativo masculino de
λέγω
Verbo indicativo aoristo caio, tropeço
ἔπεσεν ativo 3ª pessoa singular caiu
de πίπτω
Verbo indicativo aoristo
ἔπεσεν ativo 3ª pessoa singular caio, tropeço caiu
de πίπτω
Substantivo nominativo Babilônia (metafórico, li-
Βαβυλὼν singular feminino de teral) Babilônia
Βαβυλών
Artigo definido nomi-
ἡ nativo feminino singu- a a
lar de ὁ
20

Adjetivo normal nomi-


μεγάλη nativo feminino singu- grande, intenso grande
lar de μέγας
Pronome relativo nomi-
ἣ nativo singular femi- a qual, quem a qual
nino de ὅς

ἐκ Preposição genitiva de de, de dentro de, a partir de


ἐκ de
Artigo definido genitivo
τοῦ o, do o
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge-
οἴνου nitivo singular mascu- vinho (metafórico, lite- vinho
lino de οἶνος ral)
Artigo definido genitivo
τοῦ o, do da
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge-
θυμοῦ nitivo singular mascu- paixão, fúria, lascívia fúria
lino de θυμός
Artigo definido genitivo
τῆς a, da da
singular feminino de ὁ
Substantivo genitivo
πορνείας comum feminino singu- Prostituição, impureza
lar de πορνεία impureza
Pronome pessoal geni-
αὐτῆς tivo singular feminino ela, a mesma, a própria dela
de αὐτός
Verbo indicativo per-
πεπότικεν feito ativo 3ª pessoa do dou a beber, molho, em- tem embriagado
singular de ποτίζω briago
Adjetivo indefinido
πάντα acusativo neutro plural todo, cada todas
de πᾶς
Artigo definido neutro
a, o as
τὰ acusativo plural de ὁ
Substantivo acusativo
ἔθνη comum plural neutro de nação, raça, etnia nações
ἔθνος

Verso 9 - Καὶ ἄλλος ἄγγελος τρίτος ἠκολούθησεν αὐτοῖς λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· εἴ τις
προσκυνεῖ τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ λαμβάνει χάραγμα ἐπὶ τοῦ μετώπου αὐτοῦ ἢ ἐπὶ
τὴν χεῖρα αὐτοῦ,
21

Grego Análise Gramatical Possíveis Traduções T. Sugerida


Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
Καὶ também
de καί é, assim, então
Adjetivo indefinido no-
ἄλλος minativo masculino sin- outro (diferente) outro
gular de ἄλλος
Substantivo nominativo
ἄγγελος masculino singular co- anjo, mensageiro anjo
mum de ἄγγελος
Adjetivo ordinal nomi-
τρίτος nativo masculino singu- terceiro; três terceiro
lar de τρίτος
Verbo indicativo aoristo sigo, ajunto, acompanho
ἠκολούθησεν ativo 3ª pessoa singular acompanhou
de ἀκολουθέω
αὐτοῖς Pronome masculino
plural dativo pessoal de ele, o mesmo, o próprio a eles
αὐτός
Particípio verbal pre-
λέγων sente
digo, falo falando
nominativo ativo mas-
culino singular de λέγω
em, dentro de; no meio
ἐν Preposição dativa de ἐν em
de, entre, com, por
Substantivo singular da-
φωνῇ tivo comum feminino som, voz, barulho voz
de φωνή
Adjetivo normal de da-
μεγάλῃ tivo singular feminino Grande, intenso alta
de μέγας
Conjunção subordinada se, talvez se
εἴ de εἰ
Pronome nominativo
τις indefinido masculino alguém, algum alguém
singular de τὶς
Verbo indicativo pre-
προσκυνεῖ sente 3ª pessoa ativo adoro, prostro, venero adora
singular de προσκυνέω
Artigo definido neutro
τὸ a, o a
acusativo singular de ὁ
θηρίον Substantivo singular
acusativo comum neu- animal, besta, fera besta
tro de θηρίον
22

Conjunto coordenada E, também, a saber, isto


καὶ e
de καί é, assim, então
Artigo definido acusa-
τὴν tivo singular feminino a, à à
de ὁ
Substantivo acusativo
εἰκόνα comum feminino singu- imagem, escultura imagem
lar de εἰκών
Pronome neutro geni- ele, o mesmo, o próprio
αὐτοῦ tivo singular pessoal de dela
αὐτός
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Verbo indicativo pre-
λαμβάνει sente 3ª pessoa ativo pego, recebo recebe
singular de λαμβάνω
Substantivo singular
χάραγμα acusativo comum neu- selo, marca marca
tro de χάραγμα
Preposição genitiva de sobre, em cima de, perto
ἐπὶ sobre
ἐπί de, em, contra
Artigo definido neutro
τοῦ o, a, do, da a
genitivo singular de ὁ
Substantivo genitivo
μετώπου comum singular neutro testa, fronte testa
de μέτωπον
Pronome pessoal geni-
αὐτοῦ tivo singular masculino Ele, o mesmo, o próprio dele
de αὐτός
ἢ Conjunção coordenada ou ou
de ἤ
Preposição acusativa de sobre, em cima de, perto
ἐπὶ sobre
ἐπί de, em, contra
Artigo definido acusa-
τὴν tivo singular feminino a, à a
de ὁ
Substantivo acusativo
χεῖρα comum feminino singu- mão, socorro mão
lar de χείρ
Pronome pessoal geni- ele, o mesmo, o próprio
αὐτοῦ tivo singular masculino dele
de αὐτός
23

Verso 10 - καὶ αὐτὸς πίεται ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τοῦ θεοῦ τοῦ κεκερασμένου ἀκράτου ἐν τῷ
ποτηρίῳ τῆς ὀργῆς αὐτοῦ καὶ βασανισθήσεται ἐν πυρὶ καὶ θείῳ ἐνώπιον ἀγγέλων ἁγίων καὶ
ἐνώπιον τοῦ ἀρνίου.

Grego Análise Gramatical Possíveis Traduções T. Sugerida


e, também, a saber, isto
καὶ Advérbio de καί então
é, assim, então
Pronome nominativo
αὐτὸς intensivo masculino ele, o mesmo, o próprio ele próprio
singular de αὐτός
Verbo futuro indicativo
πίεται médio 3ª pessoa do sin- beber, refrescar beberá
gular do πίνω
Preposição genitiva de de, de dentro de, a partir
ἐκ de
ἐκ de
Artigo definido genitivo
τοῦ o, do o
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge-
οἴνου nitivo singular mascu- vinho (metafórico, lite- vinho
lino de οἶνος ral)
Artigo definido genitivo
τοῦ o, do da
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge-
θυμοῦ nitivo singular mascu- paixão, fúria fúria
lino de θυμός
Artigo definido genitivo
τοῦ o, do do
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge-
θεοῦ nitivo singular mascu- Deus, divindade Deus
lino de θεός
τοῦ Artigo definido genitivo
o, do do
singular masculino de ὁ
Particípio verbal per-
feito passivo genitivo misturar, combinar, pre- que tem sido
κεκερασμένου
singular masculino de parar preparado
κεράννυμι
Adjetivo normal, geni-
ἀκράτου tivo singular masculino sem mistura, puro sem diluição
de ἄκρατος
em, dentro de, no meio
ἐν Preposição dativa de ἐν em
de, por entre, com
τῷ Artigo definido neutro
o, a, ao, à o
dativo singular de ὁ
24

Substantivo singular da-


ποτηρίῳ tivo comum neutro de cálice, copo, taça cálice
ποτήριον
τῆς Artigo definido genitivo
a, da da
singular feminino de ὁ
ὀργῆς Substantivo comum ge-
nitivo singular feminino raiva, ira, cólera cólera
de ὀργή
αὐτοῦ Pronome pessoal geni- ele, o mesmo, o próprio
tivo singular masculino dele
de αὐτός
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Verbo futuro indicativo
βασανισθήσεται passivo 3ª pessoa do verificar, afligir, ator- será afligido
singular do βασανίζω mentar
em, dentro de, entre, por,
ἐν Preposição dativa de ἐν em
no meio de
πυρὶ Substantivo singular da-
tivo comum neutro de fogo, chama fogo
πῦρ
conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Substantivo singular da-
θείῳ tivo comum neutro de enxofre, incenso enxofre
θεῖον
ἐνώπιον Preposição genitiva de diante, na
diante de
ἐνώπιον presença
Substantivo comum
ἀγγέλων plural genitivo mascu- anjo, mensageiro anjos
lino de ἄγγελος
Adjetivo normal geni-
ἁγίων tivo plural masculino de santo, separado santos
ἅγιος
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
Preposição genitiva de diante, na
ἐνώπιον diante
ἐνώπιον presença
Artigo definido neutro
τοῦ o, a, do, da do
genitivo singular de ὁ
Substantivo genitivo
ἀρνίου comum singular neutro cordeiro, ovelha cordeiro
de ἀρνίον
25

Verso 11 - καὶ ὁ καπνὸς τοῦ βασανισμοῦ αὐτῶν εἰς αἰῶνας αἰώνων ἀναβαίνει, καὶ οὐκ ἔχουσιν
ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς οἱ προσκυνοῦντες τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ εἴ τις
λαμβάνει τὸ χάραγμα τοῦ ὀνόματος αὐτοῦ.

Grego Análise Gramatical Possíveis Traduções T. Sugerida


Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ também
de καί é, assim, então
ὁ Artigo definido nomi-
nativo o a
masculino singular de ὁ
καπνὸς Substantivo nominativo
masculino singular co- fumaça, neblina fumaça
mum de καπνός
τοῦ Artigo definido genitivo
o, do da
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge- tortura, tormento, aflição
βασανισμοῦ nitivo singular mascu- aflição
lino de βασανισμός
Pronome masculino ele, o mesmo, o próprio
αὐτῶν plural genitivo pessoal deles
de αὐτός
εἰς Preposição acusativa de para, para dentro de, em,
para
εἰς até
Substantivo acusativo eterno, perene, século
αἰῶνας comum masculino plu- séculos
ral de αἰών
Substantivo comum eterno, perene, século
αἰώνων plural genitivo mascu- dos séculos
lino de αἰών
Verbo indicativo pre-
ἀναβαίνει sente 3ª pessoa ativo subo, elevo sobe
singular de ἀναβαίνω
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
οὐκ Advérbio de οὐ não, jamais não
Verbo indicativo pre-
ἔχουσιν sente ativo 3ª pessoa Tenho, possuo têm
plural de ἔχω
substantivo acusativo descanso, recreação
ἀνάπαυσιν comum feminino singu- descanso
lar de ἀνάπαυσις
26

ἡμέρας Substantivo comum ge-


nitivo singular feminino dia, manhã manhã
de ἡμέρα
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
νυκτὸς Substantivo comum ge-
nitivo singular feminino noite noite
de νύξ
οἱ Artigo definido mascu-
lino plural nominativo o os
de ὁ
Particípio verbal pre-
sente
προσκυνοῦντες Masculino plural nomi- adoro, prostro, venero que adoram
nativo ativo de
προσκυνέω
τὸ Artigo definido neutro
o, a, ao, à à
acusativo singular de ὁ
θηρίον Substantivo singular
acusativo comum neu- besta, animal, fera besta
tro de θηρίον
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
τὴν Artigo definido acusa-
tivo singular feminino a, à a
de ὁ
εἰκόνα Substantivo acusativo
comum feminino singu- Imagem, escultura imagem
lar de εἰκών
αὐτοῦ Pronome neutro geni-
tivo singular pessoal de ele, o mesmo, o próprio dela
αὐτός
Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
καὶ e
de καί é, assim, então
εἴ Conjunção subordinada se, talvez se
de εἰ
τις Pronome indefinido no-
minativo masculino sin- algum, alguém alguém
gular de τὶς
Verbo indicativo pre-
λαμβάνει sente 3ª pessoa ativo tomo, recebo, ganho recebe
singular de λαμβάνω
τὸ Artigo definido neutro
o, a, ao, à a
acusativo singular de ὁ
27

Substantivo singular
χάραγμα acusativa comum neu- selo, marca marca
tro de χάραγμα
τοῦ Artigo definido neutro
o, a, do, da do
genitivo singular de ὁ
ὀνόματος Substantivo genitivo nome, fama,
comum singular neutro reputação nome
de ὄνομα
αὐτοῦ Pronome neutro geni- ele, o mesmo, o próprio
tivo singular pessoal de dela
αὐτός

Verso 12 - Ὧδε ἡ ὑπομονὴ τῶν ἁγίων ἐστίν, οἱ τηροῦντες τὰς ἐντολὰς τοῦ θεοῦ καὶ τὴν πίστιν
Ἰησοῦ.

Grego Análise Gramatical Possíveis Traduções T. Sugerida


Ὧδε Advérbio de ὧδε neste local, eis aqui,
neste caso Aqui
Artigo definido nomi-
ἡ nativo singular femi- a a
nino de ὁ
Substantivo nominativo
ὑπομονὴ comum feminino singu- Perseverança, perseverança
lar de ὑπομονή persistência
Artigo definido mascu-
τῶν lino plural genitivo de ὁ o, do dos
Adjetivo normal geni-
ἁγίων tivo plural masculino de santo, separado santos
ἅγιος
Verbo indicativo pre-
ἐστίν sente 3ª pessoa ativo sou, estou, está
singular de εἰμί
acontecer, existir
οἱ Artigo definido mascu-
lino plural nominativo o os
de ὁ
Particípio verbal pre- guardo, cuido, preservo,
τηροῦντες sente mantém
masculino plural nomi-
que preservam
nativo ativo de τηρέω
Artigo definido femi-
τὰς nino plural acusativo de a, à os

28

Substantivo acusativo
ἐντολὰς comum feminino plural mandamento, preceito mandamentos
de ἐντολή
τοῦ Artigo definido genitivo o, do de
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge-
θεοῦ nitivo Deus, divindade Deus
singular masculino de
θεός
καὶ Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
de καί é, então e
τὴν Artigo definido acusa-
tivo singular feminino A, à a
de ὁ
Substantivo acusativo
πίστιν comum feminino singu- fé, fidelidade fé
lar de πίστις
Substantivo genitivo
Ἰησοῦ. singular masculino de Jesus (em) Jesus
Ἰησοῦς

3.3. TRADUÇÃO SUGERIDA

6
E vi outro anjo voando no meio do céu tendo um evangelho eterno a proclamar em direção aos
que residem na terra e em direção toda nação, tribo, língua e povo 7falando em alta voz: temei
a Deus e daí a ele glória, porque chegou a hora do seu julgamento, e adorai ao que criou o céu
e a terra, o mar e os mananciais de águas.

8
Também outro anjo, o segundo, acompanhou aquele falando: caiu! Caiu a grande Babilônia, a
qual do vinho da fúria da impureza dela tem embriagado todas as nações.

9
Também outro anjo, o terceiro, a acompanhou-lhes falando em alta voz: se alguém adorar a
10
besta, e à imagem dela e receber a marca dela sobre a testa ou sobre a mão dele, então ele
próprio beberá do vinho da fúria de Deus, que tem sido preparado sem diluição no cálice da
cólera dele, e aquele será afligido no fogo e enxofre diante dos anjos santos e diante do cordeiro.

11
Também a fumaça da aflição deles para séculos dos séculos sobe e não têm descanso nem de
manhã e noite, os que adoram à besta e a sua imagem, recebe a marca dela.

12
Aqui a perseverança dos santos está, os que preservam os mandamentos de Deus e a fé de
Jesus.
29

3.4. COMPARAÇÃO DE TRADUÇÃO

ARA NVT BRP ARC TS

V-6. Vi outro V-6. Vi outro V-6. E vi outro V-6. E vi outro V-6. E vi outro
anjo voando anjo que voava no anjo voar pelo anjo voar pelo anjo voando
pelo meio do ponto mais alto meio do céu, e meio do céu, e no meio do
céu, tendo um do céu, levando tinha o evange- tinha o evange- céu tendo um
evangelho as boas-novas lho eterno, para lho eterno, para evangelho
eterno para pre- eternas para o proclamar aos o proclamar aos eterno a pro-
gar aos que se anunciá-las aos que habitam so- que habitam so- clamar em di-
assentam sobre habitantes da bre a terra, e a bre a terra, e a reção aos que
a terra, e a cada terra, a toda na- toda a nação, e toda nação, e residem na
nação, e tribo, e ção, tribo, língua tribo, e língua, e tribo, e língua, e terra e em dire-
língua, e povo, e povo. povo. povo, ção toda na-
ção, tribo, lín-
gua e povo

V-7. dizendo, V-7. “Temam a V-7. dizendo V-7. dizendo V-7. falando
em grande voz: Deus! ”, dizia em com grande voz: com grande voz: em alta voz:
Temei a Deus e alta voz. “Deem Temei a Deus, e Temei a Deus e temei a Deus e
dai-lhe glória, glória a ele, pois dai-lhe glória; dai-lhe glória, daí a ele glória,
pois é chegada a chegou o tempo porque é vinda a porque vinda é a porque chegou
hora do seu ju- em que ele julgará hora do seu ju- hora do seu ju- a hora do seu
ízo; e adorai a humanidade. ízo. E adorai ízo. E adorai julgamento, e
aquele que fez o Adorem aquele aquele que fez o aquele que fez o adorai ao que
céu, e a terra, e que fez os céus, a céu, e a terra, e céu, e a terra, e criou o céu e a
o mar, e as fon- terra, o mar e to- o mar, e as fon- o mar, e as fon- terra, o mar e
tes das águas. das as fontes de tes das águas. tes das águas. os mananciais
água”. de águas.

V-8. Seguiu-se V-8. Então outro V-8. E outro V-8. E outro V-8. Também
outro anjo, o se- anjo o seguiu, di- anjo seguiu, di- anjo seguiu, di- outro anjo, o
gundo, dizendo: zendo em alta zendo: Caiu, zendo: Caiu! segundo,
30

Caiu, caiu a voz: “Caiu a Ba- caiu Babilónia, Caiu Babilônia, acompanhou
grande Babilô- bilônia! Caiu a aquela grande aquela grande aquele falando:
nia que tem grande cidade cidade, que a to- cidade que a to- caiu! Caiu a
dado a beber a que fez todas as das as nações das as nações grande Babi-
todas as nações nações beberem deu a beber do deu a beber do lônia, a qual
do vinho da fú- do vinho da fúria vinho da ira da vinho da ira da do vinho da
ria da sua pros- de sua imorali- sua prostituição. sua prostituição! fúria da im-
tituição dade!”. pureza dela
tem embria-
gado todas as
nações.

V-9. Seguiu-se V-9. Um terceiro V-9. E seguiu-os V-9. E os seguiu V-9. Também
a estes outro anjo os seguiu, di- o terceiro anjo, o terceiro anjo, outro anjo, o
anjo, o terceiro, zendo em alta dizendo com dizendo com terceiro, a
dizendo, em voz: “Aqueles grande voz: Se grande voz: Se acompanhou-
grande voz: Se que adorarem a alguém adorar alguém adorar lhes falando
alguém adora a besta e sua está- a besta, e a sua a besta e a sua em alta voz: se
besta e a sua tua, ou aceitarem imagem, e rece- imagem e rece- alguém ado-
imagem e re- sua marca na testa ber o sinal na ber o sinal na rar a besta, e à
cebe a sua ou na mão, sua testa, ou na testa ou na mão, imagem dela e
marca na fronte sua mão, receber a
ou sobre a mão, marca dela so-
bre a testa ou
sobre a mão
dele,

V-10. também V-10. beberão do V-10. Também V-10. também o V-10. então ele
esse beberá do vinho da fúria de este beberá do tal beberá do vi- próprio beberá
vinho da cólera Deus, que foi der- vinho da ira de nho da ira de do vinho da fú-
de Deus, prepa- ramado, sem mis- Deus, que se Deus, que se ria de Deus,
rado, sem mis- tura, na taça da ira deitou, não mis- deitou, não mis- que tem sido
tura, do cálice de Deus. E serão turado, no cálice turado, no cálice preparado sem
da sua ira, e será atormentados com da sua ira; e será da sua ira, e será diluição no
31

atormentado fogo e enxofre na atormentado atormentado cálice da cólera


com fogo e en- presença dos san- com fogo e en- com fogo e en- dele, e aquele
xofre, diante tos anjos e do xofre diante dos xofre diante dos será afligido no
dos santos anjos Cordeiro. santos anjos e santos anjos e fogo e enxofre
e na presença do diante do Cor- diante do Cor- diante dos an-
Cordeiro. deiro. deiro. jos santos e di-
ante do cor-
deiro.

V-11. A fumaça V-11. A fumaça V-11. E a fu- V-11. E a fu- V-11. Tam-
do seu tormento de seu tormento maça do seu tor- maça do seu tor- bém a fumaça
sobe pelos sécu- subirá para todo o mento sobe para mento sobe para da aflição de-
los dos séculos, sempre, e não te- todo o sempre; e todo o sempre; e les para sécu-
e não têm des- rão alívio de dia não têm repouso não têm re- los dos séculos
canso algum, nem de noite, pois nem de dia nem pouso, nem de sobe e não têm
nem de dia nem adoraram a besta de noite os que dia nem de descanso nem
de noite, os ado- e sua estátua e adoram a besta e noite, os que de manhã e
radores da besta aceitaram a marca a sua imagem, e adoram a besta e noite, os que
e da sua ima- de seu nome”. aquele que rece- a sua imagem e adoram à besta
gem e quem ber o sinal do aquele que rece- e a sua ima-
quer que receba seu nome ber o sinal do gem, recebe a
a marca do seu seu nome. marca dela.
nome.

V-12. Aqui está V-12. Isso signi- V-12. Aqui está V-12. Aqui está V-12. Aqui
a perseverança fica que o povo a paciência dos a paciência dos está a perseve-
dos santos, os santo deve ser santos; aqui es- santos; aqui es- rança dos san-
que guardam os perseverante, tão os que guar- tão os que guar- tos, os que pre-
mandamentos obedecendo aos dam os manda- dam os manda- servam os
de Deus e a fé mandamentos de mentos de Deus mentos de Deus mandamentos
em Jesus. Deus e permane- e a fé em Jesus. e a fé em Jesus de Deus e a fé
cendo fiel a Jesus. em Jesus.
32

Verso 6 – Dentre as traduções que foram analisadas somente as TS, BRP, ARC, contemplaram
a conjunção coordenada “καὶ” (e, também...) que aparece no início do texto grego. A NVT,
traduz a expressão “no meio do céu” como o “mais do céu” e o evangelho eterno como boas
novas eternas.

Verso 7 – A palavra “λέγων” (dizendo) que está no particípio, foi traduzida pela expressão dizia
pela NVT.

Verso 8 – A tradução NVT acrescentou a expressão (alta voz), já nas outras traduções esta
expressão não aparece. As traduções BRP, NVT e ARC, traduziram a palavra “Βαβυλὼν” por
(cidade), já na ARA e na TS esta mesma palavra foi traduzida pela expressão Babilônia.

A palavra “πεπότικεν” foi traduzida de forma diferente em todas as traduções analisadas “ARA
dado a beber, NVT beberem, BRP deu a beber e TS tem embriagado. A expressão final do verso
também está bem diversificada: a TS traduz expressão vinho da impureza, NVT vinho da fúria
da imoralidade, ARA vinho da fúria da prostituição, ARC vinho da ira da sua prostituição”,
mesmo como estas divergências o sentido final do texto não foi comprometido.

Verso 9 – A NVI, traduziu a expressão “εἴ τις προσκυνεῖ” (por aqueles que adorarem), na ter-
ceira pessoa do plural, enquanto as traduções “ARA, ARC, BRP e TS” mantiveram a tradução
como descrita na língua grega, na terceira pessoa do singular (se alguém adora).

Verso 11 – As traduções ARA e NVI, não traduziram a conjunção coordenada “καὶ” que apa-
rece junto do artigo definido “ὁ” ambas optaram simplesmente pelo artigo, já as traduções ARC,
BRP, TS, traduziram a conjunção junto como o artigo transmitindo-nos uma ideia de continui-
dade: tradução literal (e a fumaça).
Verso 12 – A NVT acrescentou a expressão (Isso significa) talvez por entender que a partir
desse ponto, o texto trata de uma explicação dada pelo narrador com relação ao anúncio do
terceiro anjo, ela também traduz a Expressão “ὑπομονὴ” por perseverante, enquanto a TS e a
ARA traduzem “perseverança dos santos”, a ARC e BRP optaram pela expressão paciência dos
santos. A NVT acrescentou a expressão “permanecendo fiel em Jesus”, enquanto as outras tra-
duziram “guardam a fé em Jesus.
33

3.5. ESTRUTURA DO CONTEXTO16

16
Cf. Adaptada a partir de LEEDY, Randy A. Bibleworks New Testament Greek Sentence Diagrams. 2006., Re-
velation 14.6-12.
34
35

3.6. COMENTÁRIO

O texto foi dividido em três cenas: 1) o anúncio do primeiro anjo descrito nos vv. 6-7;
2) o anúncio do segundo anjo descrito no v.8; 3) o anúncio do terceiro anjo descrito nos vv. 9-
12. A perícope selecionada será analisada versículo por versículo.

Verso 6 – Καὶ εἶδον ἄλλον ἄγγελον πετόμενον ἐν μεσουρανήματι, ἔχοντα εὐαγγέλιον αἰώνιον
εὐαγγελίσαι ἐπὶ τοὺς καθημένους ἐπὶ τῆς γῆς καὶ ἐπὶ πᾶν ἔθνος καὶ φυλὴν καὶ γλῶσσαν καὶ
λαόν [...]

Ts: “Também vi outro anjo voando no meio do céu tendo um evangelho eterno a proclamar em
direção aos que residem na terra e em direção a toda nação, tribo, língua e povo [...]”.

Este trecho consiste numa série de visões nas quais (João) ouve o anjo exortando todos os po-
vos, chamando-os ao arrependimento antes que venha o julgamento final. O texto começa com
a conjunção coordenada “Καὶ ”, (e, também) para estabelecer uma relação de coordenação ou
subordinação com a cena anterior (Ap 14.1-5), ou seja, a perícope imediatamente anterior esta-
belece a base para as proclamações do anjo mostrando a gravidade de não se ouvir a mensagem
anunciada.

O verbo “εἶδον” (vi), é um aoristo indicativo ativo primeira pessoa do singular, esta
forma aparece mais de 60 vezes em todo o livro. Em Apocalipse vemos a construção entre a
conjunção “kai” e o verbo “εἶδον”, esta construção funciona como uma espécie de partícula
fracionaria, que introduz novos aspectos na revelação dada ao apóstolo17. Esta ação nos revela
que o registro do trecho de (Ap 14.6-12) foi uma experiência visual vivida pelo apóstolo, por
isso está descrita na primeira pessoa.

A expressão “ἄλλον ἄγγελον” (outro anjo), aparece em (14.6-8,15,17,18), e apresenta


um problema por não haver um outro anjo no contexto imediato, em (Ap 7.2; 8.3; e 10.1), a
referência é a outro anjo em uma sucessão de anjos que executam o juízo de Deus no livro.18 O
adjetivo “ἄλλοv” (outro), normalmente é utilizado para especificar coisas de espécies distin-
tas,19 não que este anjo possua uma outra natureza, nem que ele seja diferente dos outros anjos

17
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse. Comentário Exegético. tradução de Robinson Malkomes, Tiago Abdalla
T. Neto. São Paulo: Vida nova, 2014.p.598.
18
Cf. IBIDEM. p. 598.
19
Cf. BROWN, Colin & COENEN, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2ª ed.
São Paulo: Vida Nova, 2000. v. 2. p. 1476.
36

que são apresentados no livro de Apocalipse (Ap 7.2; 10.1). “É bem mais difícil explicar a
presença do adjetivo do que a sua ausência, ou seja, é provável que esta seja a redação original”.

Assim, João faz uma referência precedente a um anjo individual como mencionada
em (Ap 11.15). Noutras partes do livro o apóstolo João narra a visão angelical descrevendo que
viu (mais um anjo) dentre tantas outras que são apresentadas no livro.

A frase “πετόμενον ἐν μεσουρανήματι, ἔχοντα εὐαγγέλιον αἰώνιον” (voando no meio


do céu tendo um evangelho eterno), esta expressão significa “um evangelho para todas as épo-
cas que traz consigo uma mensagem de arrependimento a todas as nações, como uma ordem
vinda direta do trono, ou seja, um anúncio feito para todo mundo”.20

O temo “anjo” significa mensageiro, e os mensageiros são de carne e sangue 21. A pa-
lavra “πετόμενον” (voando), é um particípio presente médio acusativo masculino singular, esta
expressão nos mostra que a ação praticada pelo anjo é contínua que acontece enquanto ele está
voando no meio do céu ou no ponto mais alto do céu. Isso significa que ele estava em constante
movimento. Segundo Kistemaker, “esta posição de destaque poderia ser vista de qualquer local
da terra como a visão da águia descrita em (Ap 8.13),22 ou seja, a posição do anjo, pelo meio
do céu, infere que a sua mensagem deveria ser ouvida por todos os habitantes da terra Mt 24.14).

O apóstolo João viu o anjo voando e possuindo nas mãos um evangelho, a expressão “ἔχοντα”
(tendo, possuindo), está no particípio presente acusativo ativo masculino singular, ela aponta
para algo que era levado (o evangelho eterno). Esta expressão só aparece aqui em todo o livro,
ela serve para especificar o testemunho duma verdade eterna e imutável, ou seja, a glória que é
devida a Deus é permanente não muda (Ap 14.7).23

A primeira proclamação de juízo e diferente das demais, esse anjo traz “εὐαγγέλιον
αἰώνιον” (um evangelho eterno), com a forma anartra (entre todas as ocorrências do termo no
NT, apenas aqui e em Rm 1.1, o substantivo é anartro o qual destaca a natureza altamente teo-
lógica dessas boas novas).24 O substantivo “εὐαγγέλιον” (evangelho) aparece somente aqui
em todo o livro Apocalipse precedido pelo adjetivo “αἰώνιον” (eterno) que no grego está sem
o artigo definido O adjetivo aponta para a eternidade e permanência da palavra de Deus, os

20
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse. Comentário Exegético. 2014. p.598.
21
Cf. CARSON, Donald A. Comentário Bíblico. Vida Nova. São Paulo. Vida Nova, 2009. 2159p.
22
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã,
2014. pp. 529,530.
23
Cf. IBIDEM. p. 517.
24
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.598.
37

tradutores suprimiram o artigo para destacar não a proclamação do evangelho, mas sim a men-
sagem de arrependimento. O emprego do verbo cognato “εὐαγγελίσαι” confere força

especial ao ato de proclamar o evangelho.

No entanto, este é um evangelho bem diferente aquele encontrado no restante do NT


que apresenta Jesus como sacrifício pelos pecados, já este chama as nações a temer a Deus e
dar-lhe glória, tendo em vista a aproximação do juízo.25

O verbo “εὐαγγελίσαι” (proclamar, alertar), é um aoristo infinitivo ativo, ele indica o


ato de proclamar a mensagem é intencional e acontece após o ato de voar. A proclamação do
anjo foi direcionada aos que residem sobre todo o universo. A expressão “τοὺς καθημένους ἐπὶ
τῆς γῆς” (aos que residem sobre a terra), o verbo está no particípio presente médio acusativo
masculino plural, exercendo uma função adjetiva substantivada,26 esta conclusão é possível
porque o verbo está precedido pelo artigo definido masculino plural acusativo “τοὺς” (aos).
Esta expressão refere-se aos que escolheram satanás em vez de Deus (11.10; 13.8,14). E rece-
beram a mensagem de condenação.

As expressões “ἔθνος (nação), καὶ φυλὴν (e tribo), καὶ γλῶσσαν (e língua), καὶ λαόν
(e povo), ocorrem constantemente no livro de Apocalipse referindo-se aos moradores da terra,
os quais contrariam a vontade de Deus (11.9; 13.7; 17.15), e aos santos que adoram o Senhor
(5.9; 7.9). Estas pessoas estão sendo conclamadas ao arrependimento (10.11), o anjo dirige a
mensagem de arrependimento a todos os pecadores que têm vivido indiferentes em relação a
Deus e à sua Palavra. Segundo Hendriksen,“o significado de assentar aqui é viver despreocu-
padamente, acomodados os valores terrenos “debaixo do sol” sem levar Deus em consideração
(Lc 17.26-30).27 Mesmo que muitos não levem em consideração a mensagem anunciada, o
evangelho deve ser proclamado a todas as nações antes do julgamento final que virá sobre toda
a criação.

Verso 7 – λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· φοβήθητε τὸν θεὸν καὶ δότε αὐτῷ δόξαν, ὅτι ἦλθεν ἡ ὥρα
τῆς κρίσεως αὐτοῦ, καὶ προσκυνήσατε τῷ ποιήσαντι τὸν οὐρανὸν καὶ τὴν γῆν καὶ θάλασσαν

καὶ πηγὰς ὑδάτων.

25
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.599.
26
Cf. REGA, Lourenço Stelio; JOHANNES Bergman. Noções do Grego Bíblico. Gramatica
Fundamental. Edição: 3a, Nova, Revisada. São Paulo: Vida Nova, 2014. p. 209.
27
Cf. HENDRIKSEN, William. Mais que vencedores. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 209.
38

Ts “[...] falando em alta voz: temei a Deus e daí a ele glória, porque chegou a hora do seu

julgamento, e adorai ao que criou o céu e a terra, o mar e os mananciais de águas.

Neste verso temos uma sequência de imperativos que podem ser entendidos como um
mandamento para que se tema a Deus, dê-lhe glória e o adore, esta expressão segundo o texto
grego pode ser interpretada por (comecem a temer, a dar glória e a adorar a Deus). Este é o
conteúdo da mensagem do primeiro anjo.

O verbo “λέγων” (falando), é um particípio presente ativo nominativo masculino sin-


gular, que se trata de uma ação contínua praticada ao mesmo tempo que as outras duas, ou seja,
enquanto o anjo está voando levando um evangelho eterno, o outro anunciava em alta voz. Esta
construção,“ἐν φωνῇ μεγάλῃ” um substantivo dativo feminino acompanhado de um adjetivo
dativo, destaca a intensidade da ação do verbo ou do particípio que está acompanhado.28

O anjo fala audivelmente (Ap 18.2), de modo que, todos os habitantes da terra podem
ouvir e responder à mensagem do evangelho ou não. Osborne comenta na sua obra que: “uma
das características da fé verdadeira é o temor a Deus, esta característica fica evidente tanto na
antiga aliança (Dt. 31.12; 1Sm 12.14, 24; Sl. 34.11; Pv 1.7; Is 11.3) quanto na nova aliança (2
Co 5.11; Fp 2.12; 1 Pe 1.17).29 Sendo assim, pode-se dizer que o ato de glorificar a Deus des-
crito no livro de Apocalipse é fruto de um verdadeiro arrependimento e reconhecimento, ou
seja, conversão.

Na sequência vemos a oração “ὅτι ἦλθεν ἡ ὥρα τῆς κρίσεως αὐτοῦ”, esta oração co-
meça com a uma conjunção subordinada “ὅτι”, (porque, pois) que tem a função de unir duas
orações numa mesma função, ou seja, apontar para o motivo do arrependimento. As conjunções
coordenativas explicativas ligam duas orações em que a segunda oração expressa a explicação
da ideia iniciada na primeira oração.

O verbo “ἦλθεν” (chegou), é, aoristo indicativo ativo terceira pessoa de singular, cul-
minante ressaltando que o tempo do seu juízo chegou. O emprego de “ὥρα”, para a hora divi-
namente designada estabelece um paralelo com o mesmo tema do Evangelho de João.30 A cons-
trução enfatiza o resultado presente na ação que aconteceu no passado, ou seja, esta expressão
refere-se ao período final da história da humanidade que foi inaugurado por Cristo na sua

28
Cf. WALLACE, Daniel B. Gramática Grega. São Paulo. Editora Batista Regular, 2009. p. 169.
29
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. pp.600-601.
30
Cf. IBIDEM. p. 601.
39

primeira vinda. Hoekema define este período como “os últimos dias”, ou seja, a volta eminente
do nosso redentor Jesus Cristo (Is 2.12-17; Jo 12.48).31

O anjo finaliza a primeira mensagem nos revelando o teor do evangelho: “καὶ


προσκυνήσατε τῷ ποιήσαντι τὸν οὐρανὸν καὶ τὴν γῆν καὶ θάλασσαν καὶ πηγὰς ὑδάτων”. O
emprego da conjunção coordenada “καὶ” é aplicado para mostrar que a oração está ligada as
anteriores “φοβήθητε τὸν θεὸν καὶ δότε αὐτῷ δόξαν” temei a Deus e daí a ele glória.

O verbo “προσκυνήσατε”, (adorai) conjugado no aoristo do imperativo ativo segunda


pessoa do plural, juntamente como os outros que foram citados, funcionam como um aoristo
ingressivo, mostrando-nos que a ênfase está na oração no início da ação. Nas outras ocorrências
desse verbo, adorar não indica submissão forçada, mas a reverencia e o louvor dado a Deus
(4.10; 5.14; 7.11; 9.20).32

A expressão “τῷ ποιήσαντι” (o que criou), é um particípio que está no aoristo dativo
ativo masculino singular, exercendo uma função adjetiva substantivada, esta função é possível
porque está precedida pelo artigo definido dativo masculino singular “τῷ”.

Os substantivos “οὐρανὸν” (céu) “γῆν” (terra,) “θάλασσαν” (mar), “πηγὰς” (mananci-


ais), “ὑδάτων” (águas), aponta para alguém superior que é digno de ser adorado, o SENHOR
criador de todas as coisas, não o imperador ou qualquer outra divindade estabelecida por ho-
mens.

Verso 8 – Καὶ ἄλλος ἄγγελος δεύτερος ἠκολούθησεν λέγων· ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη
ἣ ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη. Ts.

“Também outro anjo, o segundo, acompanhou aquele falando: caiu! Caiu a grande Babilônia,
a qual do vinho da fúria da impureza dela tem embriagado todas as nações”.

O segundo anúncio angelical refere-se as consequências que cairão sobre aqueles que
negligenciaram o anúncio anterior (vv.6 -7) e a consequência será a destruição. Este anúncio
faz referência aos acontecimentos que ocorrerão no fim do período no qual o evangelho não
mais será proclamado.

O segundo anjo segue o primeiro que está no meio do céu, proferindo palavras contra
a grande Babilônia referindo-se a queda daqueles que recusaram o evangelho e não se arrepen-
deram, “o juízo divino passa a ser sua retribuição”. O verso oito inicia-se com a conjunção

31
Cf. HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. 3ª ed. São Paulo. Cultura Cristã, 2012. p. 28-29.
32
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p. 601.
40

coordenada “Καὶ”, que relaciona a cena que está acontecendo com a anterior. O adjetivo ordinal
nominativo masculino singular “δεύτερος”, nos mostra que a expressão (outro anjo) se refere a
um segundo anjo que aparece na perícope, que tem como objetivo anunciar os acontecimentos
preditos pelo anterior, por isso o verbo “ἠκολούθησεν” (acompanhou), está no aoristo indica-
tivo ativo terceira pessoa do singular, e o verbo “λέγων” (falando), está no particípio presente
ativo nominativo singular. Essa construção descreve uma ação contínua que acontece no mesmo
instante que a ação do verbo principal.

Portanto, oráculo angelical se dá enquanto o segundo anjo segue o anterior, ou seja,


após uma ação consumada, mostrando que existe uma conexão entre as duas mensagens.

A oração “ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη ἣ ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς
πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη” inicia-se com o verbo “ἔπεσεν ἔπεσεν” (caiu), um aoristo proléptico
que desataca a certeza da destruição vindoura,33 ele está no indicativo ativo da terceira pessoa
do singular, para expressar uma ocorrência futura como se ela já estivesse acontecido34, ou
seja, este é um uso futurista do aoristo para assegurar o cumprimento do oráculo pronunciado
pelo anjo.

A expressão ἔπεσεν ἔπεσεν, (caiu, caiu) a Babilônia, a Grande” é extraído de Is 21.9 e


Dn 4.30, os quais mencionam sucessivamente a queda e a grandeza da Babilônia (Ap 18.2)35.
Na escrita contemporânea para se dar ênfase a uma palavra, faz uso do itálico. Como estes
caracteres não existiam no mundo antigo, os escritores para enfatizar algo, realizavam a repeti-
ção as palavras que careciam de ênfase, como por exemplo a repetição feita por Isaias 6.3
“santo, santo, santo é Senhor”, que daí a repetitivo uso de “caiu, caiu”.

O substantivo “Βαβυλὼν” (Babilônia) ocorre seis vezes no livro (Ap 16.19; 17.6;
18.2,10,21), não significa que seja a capital do antigo império que tem o mesmo nome (que
também caiu em c. 539 a.C. Is 21.9), mas Roma, capital do império dominante no período em
que o livro foi escrito (c. 95-96 d.C.). João utiliza o nome da cidade-símbolo que oprimia o
povo de Deus no passado para descrever a cidade que oprimia o povo de Deus nos seus dias (1
Pe 5.13).

33
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. pp.602-603.
34
Cf. BEALE, G. K. The Book of Revelation. Grand Rapids. Michigan. Carlisle, Cumbria. W.B. Eerdmans. Pat-
ernoster Press, 1999. In. Biblioteca Digital Libronix, versão 3.0. p. 754.
35
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2014. p. 532.
41

Portanto, a referência a Babilônia e Roma como as representantes mais típicas de de-


pravação nos dias do apóstolo João, sendo assim, a expressão Babilônia pode ser entendida
como “um símbolo do espírito de impiedade que induz o povo a não adorar o Criador”. Babi-
lônia é tida como inimiga de Deus que oprime os santos. Este nome simboliza o governo do
Anticristo que dura até o término do tempo cósmico. João está tão certo de sua queda que,
contemplando o futuro escreve no pretérito: “Caiu, caiu Babilônia, a Grande”.

O adjetivo nominativo feminino singular “μεγάλη” (grande) no texto aparece para ex-
plicar extensão do domínio da Babilônia sobre as nações, (Ap 17.1-2). O substantivo comum
genitivo masculino singular “οἴνου” (vinho), está acompanhado por três genitivos que são difí-
ceis de interpretação. Alguns entendem “τοῦ θυμοῦ” como genitivo descritivo, “o vinho enlou-
quecedor”, outra opção é interpretar a expressão como um genitivo oposto “o vinho que é a sua
paixão imoral”, outros interpretam o genitivo como com um sentido resultante “o vinho que
leva a ira de Deus”. Contudo, esta expressão nos mostra a Babilônia embriagou toda a terra
com o seu cálice. As nações beberam seu o vinho, por isso enlouqueceram. A construção dessa
segunda parte é a mesma em (Ap 18.3), que causa perplexidade, visto que João parece misturar
os conceitos de beber vinho e ira.

A expressão “τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς” traz um duplo significado, ou seja, o
vinho que produz uma paixão pela sua imoralidade (provavelmente, o sentido principal aqui) e
que leva ira de Deus por causa da depravação da Babilônia (prenunciado em 14.10) é o melhor
modo de entender essa difícil declaração.36

O verbo “πεπότικεν” está no perfeito do indicativo ativo terceira pessoa do singular,


esta expressão aponta o resultado presente de uma ação ocorrida no passado, ou seja, a impie-
dade que adentrou o mundo na queda de Adão (Gn 3). Contextualizando a representação, po-
demos dizer que as nações do mundo estão contaminadas pelo pecado, por isso rejeitam a Deus
e a sua revelação, se entregam ao poder dominante do pecado que se estende em todas as áreas
da vida, ou seja, o pecado é abrangente e profundo, ele atingiu todas as áreas e o mais profundo
do coração humano (Jr 17.9).

Qual é implicação de tudo isso? Em primeiro lugar, é destacar a influência que o mal
exerce sobre as nações do mundo por causa do pecado, por isso a ira de Deus recairá sobre
aqueles que se rebelaram contra Ele. O segundo é a consequência do primeiro, porque a ira de

36
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p. 604.
42

Deus inevitavelmente conduz ao dia do Juízo no qual os seus inimigos serão eliminados e lan-
çados num lugar de tormento. O alerta do segundo anjo trata-se de uma profecia sobre o fim do
governo do mal que manipula e domina o mundo, que na época de João era Roma.

Verso 9 – Καὶ ἄλλος ἄγγελος τρίτος ἠκολούθησεν αὐτοῖς λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· εἴ τις
προσκυνεῖ τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ λαμβάνει χάραγμα ἐπὶ τοῦ μετώπου αὐτοῦ ἢ ἐπὶ
τὴν χεῖρα αὐτοῦ,

Ts. Também outro anjo, o terceiro, a acompanhou-lhes falando em alta voz: se alguém adorar
a besta, e à imagem dela e receber a marca dela sobre a testa ou sobre a mão dele, [...].

Um terceiro anjo voando pelo meio do céu, bradou em alta voz, como fez o primeiro
anjo, de modo que todos da terra podiam ouvi-lo. Ele é o último dos três anjos que pronunciaram
uma advertência de condenação e da destruição que se dará quando a ira de Deus cair sobre
todos os que adoraram besta. Há um quiasmo aqui quando este último anjo inverte a ordem,
começando como a razão para o juízo (Ap 14.9) e depois dando detalhes sobre ele (Ap 14.10-
11).37

O anjo se dirige a todos os que se prostraram ante à besta que emergiu do mar, e que
veneraram a imagem que foi erigida em sua honra. As pessoas que têm a marca da besta em
sua fronte, esta marca refere-se aqueles que pensam e que vivem segundo o pensamento da
besta, poderão livremente comprar e vender, porém, todos quantos se recusam a adorar a besta,
a viverem segundo o seu pensamento, enfrentarão pobreza e morte.

O verso nove inicia-se com a conjunção coordenada “καὶ”, a mesma utilizada nos ver-
sos anteriores conectando as cenas, também vemos a expressão “ἄλλος ἄγγελος” fazendo refe-
rência ao terceiro anjo, no processo de anúncio dos oráculos. O verbo “ἠκολούθησεν” é um
aoristo indicativo ativo terceira pessoa singular, ele mostra-nos que este terceiro anjo também
acompanha as cenas realizadas pelo anjo anterior, referindo-se ao evangelho eterno descrito na
primeira cena. Este último anúncio trata das consequências que cairão sobre aqueles que não
deram ouvidos a voz angelical (vs.6-7), e deixaram-se influenciar pelas seduções da Babilônia
antes da queda mencionada na segunda cena (v.8).

A expressão “λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ” é a mesma do verso 7, que se refere ao anúncio


do primeiro anjo. Nessa frase temos a presença do particípio “λέγων” (falando), presente ativo
da terceira pessoa masculino singular, transmitindo-nos a ideia de uma ação contínua do verbo

37
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.604.
43

principal. Esta construção nos mostra que o anúncio foi feito em alta voz, ou seja, um som que
pudesse ser ouvido por todos os habitantes da terra.

O teor deste terceiro anúncio pode ser explicado pela utilização de duas orações su-
bordinadas que formam uma só frase condicional (prótase) em relação à frase principal (apó-
dose) dos versos posteriores. Ou seja, enquanto (Ap 14.9), é a prótase da declaração condicio-
nal, o verso 10 é a apódase: se alguem adorar a besta no lugar de Cristo (14.7b), então “Καὶ”
tal pessoa enfrentará a ira de Deus.38

A expressão “εἴ τις” (se alguém), não identifica o sujeito da frase, mas transmite uma
espécie de advertência prévia. Os verbos “προσκυνεῖ, λαμβάνει” (adora, recebe) que estão con-
jugados no presente do indicativo ativo terceira pessoa do singular, indicam que as ações de
receber e adorar a besta foram praticadas simultaneamente.

Verso 10 – καὶ αὐτὸς πίεται ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τοῦ θεοῦ τοῦ κεκερασμένου ἀκράτου ἐν
τῷ ποτηρίῳ τῆς ὀργῆς αὐτοῦ καὶ βασανισθήσεται ἐν πυρὶ καὶ θείῳ ἐνώπιον ἀγγέλων ἁγίων καὶ
ἐνώπιον τοῦ ἀρνίου.

Ts. Então ele próprio beberá do vinho da fúria de Deus, que tem sido preparado sem diluição
no cálice da cólera dele, e aquele será afligido no fogo e enxofre diante dos santos anjos e do
cordeiro.

O verso dez começa com a conjunção “καὶ” assim como os versos anteriores, porém,
aqui ela funciona como uma conjunção ilativa, ou seja, se o verso anterior nos mostra a razão
da condenação, este nos mostrará a natureza da condenação e as suas implicações. A expressão
“καὶ αὐτὸς” tem como objetivo acentuar a ênfase que é dada ao sujeito da oração.39

A expressão “θυμοῦ τοῦ θεοῦ” (a fúria de Deus) tem sido derramada sem mistura. As
palavras sem mistura remetem-nos a cena dos gregos diluindo o seu vinho com água, esta cena
era comum na época, só bebiam o vinho puro que queria ficar bêbados, os demais misturavam
água e vinho meia a meio. Sendo assim, João diz que a ira de Deus não será diluída, será der-
ramada sem mistura no cálice entregue aos povos corruptos os quais serão atormentados com
fogo e enxofre na presença dos santos, dos anjos e do Cordeiro. Esta é a ideia de um Juízo

38
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.605.
39
Cf. AUNE, David E. Word Biblical Commentary. Revelation 6-16. Dallas. Word Books Publisher, 1998. In.
Biblioteca Digital Libronix, versão 3.0.
44

frequente no livro, especialmente na imagem do lago de fogo (Apocalipse 1.14;2.18;3.5; 14.18;


19.12; 20.9,14,15).40

A Escritura descreve esse tormento em termos terríveis, terrível é cair nas mãos do
Deus vivo (Hb 10.31). As palavras fogo e enxofre aparecem no relato da destruição de Sodoma
e Gomorra (Gn 19.24). João também descreve o lago de fogo e enxofre como sendo o lugar
onde o diabo, a besta, o falso profeta e todos os ímpios estarão (19.20; 20.10; 21.8).

O verbo “πίεται” (beberá) está conjugado no futuro do indicativo médio terceira pessoa
do singular, indica uma ação reflexiva que certamente acontecerá, este verbo está conjugado no
modo de afirmação, ele faz parte duma relação condicional e real nos mostrando que os idolatras
beberão do vinho da fúria de Deus. João faz uso de uma metáfora para descrever a sentença do
castigo divino, ou seja, o sofrimento que Deus atribuíra será terrível acompanhado de dores e
angústias sem fim.

A expressão “τοῦ κεκερασμένου” (tem sido preparado) está no particípio perfeito pas-
sivo genitivo masculino singular, está precedido por um artigo e tem a função adjetiva substan-
tivada, essa construção nos mostra que a ação foi concluída no passado, mas tem efeitos poste-
riores, ou seja, Deus se irou contra os povos, por isso tem conservado a sua ira que será derra-
mada plenamente sobre os ímpios. Ladd, nos diz que: [...] a ira de Deus não é uma emoção
humana; é a reação de Deus pré-estabelecida da sua santidade à pecaminosidade e rebelião
humana.41

Vemos a conjunção coordenada “καὶ” sendo utilizada como conectivo ligando os dois
castigos, ou seja, o verbo “βασανισθήσεται” (será afligido), que está no futuro do indicativo
passivo terceira pessoa do singular, nos transmite a ideia de uma ação concreta no futuro sem
especificar o tempo de duração. Esta aflição será causada pelo fogo e enxofre, assim como
aconteceu em Sodoma e Gomorra Gn 19.24. Estes termos descrevem o sofrimento eterno que
virá sobre os adoradores da besta.

A preposição “ἐνώπιον” (diante de) apresenta as testemunhas, ambas imortais:


“ἀγγέλων ἁγίων” (anjos santos), esta expressão só aparece aqui em toda obra com o propósito
de destacar a santidade dos próprios mensageiros citados na perícope, (Lc 12.9). O substantivo
“ἀρνίου” (Cordeiro) palavra-chave em Apocalipse, simboliza a segunda pessoa da trindade, o

40
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p. 606.
41
Cf. LADD, George Eldon. Apocalipse Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1980.
p.145.
45

filho de Deus (Ap 5.6-13). Beale sugere que a expressão talvez indique que ambos participam
do julgamento (noutros lugares do livro, até os cristãos glorificados são incluídos como parti-
cipantes da aplicação da sentença aos ímpios - 2.27, 17.14, 20.4).42 Se os cristãos sofreram
diante de uma multidão, aqueles que negaram a sua fé, sofrerão diante dos santos, dos anjos e
do Cordeiro.

Verso 11 – καὶ ὁ καπνὸς τοῦ βασανισμοῦ αὐτῶν εἰς αἰῶνας αἰώνων ἀναβαίνει, καὶ οὐκ ἔχουσιν
ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς οἱ προσκυνοῦντες τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ εἴ τις
λαμβάνει τὸ χάραγμα τοῦ ὀνόματος αὐτοῦ.

Ts. Também a fumaça da aflição deles, pelos séculos dos séculos sobe e não têm descanso nem
de manhã e noite, os que adoram à besta e a sua imagem, recebe a marca dela.

O verso onze, inicia-se com uma conjunção coordenada “καὶ” para ligar esta cena a
anterior apontando a duração dos tormentos mencionados no verso 10. No livro de apocalipse
existem vários contrastes: a fumaça do tormento de Deus que inflige os seus adversários é o
oposto da fumaça do altar do incenso que se misturava com as orações dos santos (8.4).

A expressão “καὶ οὐκ ἔχουσιν ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς” (e não têm descanso
nem de manhã nem de noite), o genitivo temporal “ἡμέρας καὶ νυκτὸς” destaca o tempo em que
a ação ocorre e estabelece um paralelo com a ideia de condenação eterna no versículo anterior.
Esta frase ocorre também no cenário do trono, mas ali ela refere-se às quatro criaturas viventes
que não se cansam de cantar: (Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, que era,
que é e que há de vir) (4.8). Enquanto os ímpios sofrem, os santos entoam louvores a Deus. O
culto oferecido à besta conduz a um tormento interminável, porém, o culto oferecido a Deus
conduz ao gozo eterno.

O verbo “ἀναβαίνει” (sobe) que está no presente do indicativo ativo da terceira pessoa
do singular, nos mostra que a “καπνὸς” (fumaça), substantivo nominativo masculino singular,
está subindo pelos séculos dos séculos, esta expressão poder referir-se a duas coisas: 1) um
sinal do tormento dos ímpios; 2) incenso de aroma agradável a Deus, principalmente por causa
de ideia de “ἀναβαίνει” (subir). Ou seja, a vida eterna dada aos eleitos os quais estão inteira-
mente livres da decadência da morte (perenidade temporal).43

42
Cf. BEALE, G. K. The Book of Revelation. Grand Rapids. Michigan. Carlisle, Cumbria. W.B. Eerdmans. Pat-
ernoster Press, 1999. In. Biblioteca Digital Libronix, versão 3.0. p. 760.
43
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo. Cultura Cristã, 2012. p. 621.
46

O apóstolo João descreve o quadro perpetuo do sofrimento dos ímpios: ou seja, a fu-
maça do fogo que os consumirá será eterna e testemunhada pelos santos anjos e o Cordeiro.
Esta conclusão é possível pelo tempo e pelo modo verbal que transmite a ideia de uma ação
duradora ou linear,44 pode-se dizer que a fumaça também refere-se ao sofrimento dos ímpios já
presente no inferno (estado intermediário), que segundo Berkhof, [...] as almas dos crentes ime-
diatamente após a morte, são levadas a Cristo, e assim ingressam na glória dos céus [...] en-
quanto as almas dos ímpios após a morte são laçados no inferno, onde ficarão em tormento
aguardando o juízo do grande dia.45
O apóstolo João faz uso da expressão “ἀναπαήσονται” em (Ap.13), a forma verbal do
substantivo “ἀνάπαυσιν” é usada para destacar o contraste dos crentes em relação aos ímpios,
ou seja, enquanto os ímpios sofrem sem descanso por causa do seu pecado, os crentes glorifi-
cados não se cansam de glorificar a Deus (Ap.4.8). Assim como destaca Kistemaker: “o culto
oferecido a besta conduz a um tormento interminável, porém, o culto oferecido a Deus conduz
à alegria eterna”.46
A expressão “προσκυνοῦντες” (adorando), é um verbo particípio presente ativo nomi-
nativo masculino plural que antecede a conjunção condicional “εἴ ”, a qual nos revela que o
apóstolo João não está tratando mais de um alerta, mas sim, da declaração do juízo que virá
sobre aqueles que não deram ouvidos a voz do anjo do Senhor. Os verbos nessa parte final do
texto aparecem no particípio e estão conjugados no tempo presente indicando uma ação cons-
tante, e não tem descanso nem de dia nem de noite, essa construção também se refere ao fato
de que o sofrimento dos ímpios não terá fim.
Verso 12 – Ὧδε ἡ ὑπομονὴ τῶν ἁγίων ἐστίν, οἱ τηροῦντες τὰς ἐντολὰς τοῦ θεοῦ καὶ τὴν πίστιν
Ἰησοῦ.
Ts. Aqui a perseverança dos santos está, os que preservam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus.
Esta parte final do texto é um resumo dos versículos anteriores, e, ao mesmo tempo é
uma elaboração da expressão de (Ap 13.10b) (Aqui estão a perseverança e a fé dos santos), de
modo semelhante, (Ap 12.17) eles estão instando a guardar os mandamentos de Deus.

A partícula introdutória “Ὧδε” nos remete a (Ap13.18): “Aqui está a sabedoria”. Estas palavras
foram usadas para encorajar os santos da sua época. O apóstolo faz o uso do advérbio “Ὧδε”

44
Cf. REGA, Lourenço Stelio; JOHANNES Bergman. Noções do Grego Bíblico. 2014. p. 38.
45
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2012. p. 627.
46
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2014. p. 523.
47

(aqui, eis, nesse caso), para estabelecer um contraste com a descrição anterior e apontar para o
assunto seguinte “ὑπομονὴ τῶν ἁγίων” (a perseverança dos santos), que o que realmente carac-
teriza os seguidores de Cristo, e os seguidores da besta.
O substantivo “ὑπομονὴ” (perseverança) que está no nominativo feminino singular,
nos transmite a ideia de uma perseverança paciente, que deve ser exercida pelos cristãos. Pre-
cisamos ressaltar que o livro foi escrito por alguém que sofria com a perseguição, entretanto,
perseverava e guardava os mandamentos de Deus. Portanto, a expressão, perseverança, explí-
cita que os cristãos deveriam suportara as perseguições mantendo se firmes na sua fé. Ou seja,
o cristão deve estar entre “οἱ τηροῦντες τὰς ἐντολὰς” aqueles que guardam os mandamentos de
Deus. Por isso o apóstolo usa o verbo “ἐστίν” (está), presente indicativo ativo terceira pessoa
do singular, para esclarecer que a perseverança deveria ser uma ação contínua e duradoura
exercida até o retorno de Cristo. O adjetivo genitivo masculino plural “ἁγίων” (santos) prece-
dido do artigo definido genitivo masculino plural “τῶν” está fazendo a função de sujeito da
oração usada na forma substantivada,47 essa construção, artigo e adjetivo, aparece noutras partes
do livro referindo se ao povo de Deus (Ap 5.8; 13.7-10, 17.6; 19.8; 20.9).
O verbo “οἱ τηροῦντες” (os que guardam, os que preservam), é um particípio presente
masculino plural ativo nominativo, que exerce a função adjetiva substantivada, por estar prece-
dido pelo artigo definido nominativo masculino plural “οἱ ” (os), essa construção nos mostra
que os que serão preservados, serão os que obedecem aos mandamentos do Senhor “ἐντολὰς
τοῦ θεοῦ”. Por fim vemos a expressão “τὴν πίστιν Ἰησοῦ” (a fé em Jesus). Pode ser traduzida
de três formas. 1) “a fé em Jesus” (genitivo subjetivo), “a fé de Jesus” (genitivo objetivo) ou “a
fidelidade de Jesus” (genitivo de origem), ou seja, todas estas opções são possíveis.48
Estas três construções sugeridas nos proporcionam que: 1) os crentes deveriam conti-
nuar crendo (Apocalipse 2.10); 2) que as doutrinas ensinadas por Jesus Cristo deveriam ser
mantidas puras (2.13; Jd 7); e 3) a fidelidade deveria ser igual a Jesus Cristo (Mt 6.10; 26.39-
42; Lc 22.42;) que se submeteu ao Pai, sendo fiel até a morte (1.5; 3.14). O apóstolo João faz
uso dos três anúncios para expressar que seria necessário que os seus irmãos em Cristo perma-
necessem firmes, testemunhando do evangelho mesmo em meio as perseguições que os assola-
vam. Por fim a expressão “πίστιν Ἰησοῦ”. (fé Jesus), guardar a fé em Jesus, esta era uma ex-
pressão grega comum para e preservação da lealdade ou da devoção, “Ἰησοῦ” é um genitivo
objetivo o qual indica que os santos devem permanecer firmemente fiéis a Jesus.

47
Cf. REGA, Lourenço Stelio; JOHANNES Bergman. Noções do Grego Bíblico. 2014. pp. 100-101.
48
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2014. p. 524.
4. ANÁLISE TEOLÓGICA

4.1. Mensagem para a Época da Escrita

Diante das perseguições que os cristãos enfrentavam, o apóstolo João escreve aos ir-
mãos da sua época com o intuito de fortalecê-los, instruindo-os a perseverarem firmes na sã
doutrina, o apóstolo ressalta a soberania de Deus mostrando que mesmo em meio ao sofrimento
e perseguições, a volta eminente do Senhor estava próxima. Na visão que João teve, Deus pro-
mete sustentar a Igreja que sofria com a perseguição, ela deveria anunciar o evangelho. Este foi
o anúncio do primeiro anjo.

O segundo anjo anuncia a queda da Babilônia. O apóstolo usa o termo “Babilônia”


para se referir a Roma que influenciava grandemente todos os povos que estavam sobre o seu
domínio a viverem de forma pecaminosa, obrigando todas as pessoas a prestarem culto ao im-
perador. Nessa visão, João vê a grande capital do império romano caindo, principalmente por
tentar impor a iniquidade, a idolatria e o culto ao imperador como religião oficial do império,
esse pecado é considerado como prostituição espiritual aos olhos de Deus, assim como vemos
em: Ez 16.17; a bíblia nos fala sobre dois tipos de prostituição. “A física e a espiritual”, ambas
possuem peso semelhante, ou seja, são pecado; e são igualmente perigosos e prejudiciais, porém
uma delas não é tão simples de ser detectadas; não sem uma introspecção sincera à luz das
Escrituras.

Portanto, anúncio do terceiro anjo ensina que todos os que se entregassem às idolatrias
da besta receberiam a justo castigo por causa do seu erro, este castigo seria tanto físico quanto
49

na alma, tendo como testemunhas os anjos e o próprio Senhor Jesus Cristo, o castigo para aque-
les que adoram a besta tem duração eterna, assim João exorta seus irmãos a permanecerem
firmes na fé, observando os mandamentos, e perseverando no Senhor.

4.2. MENSAGEM PARA TODAS AS ÉPOCAS

A mensagem de Apocalipse 14.6-12, traz consigo um ensinamento que transcende o


tempo, os cristãos sempre foram perseguidos, em alguns momentos com maior intensidade e
noutros não, entretanto a perseguição, esteve, está, e sempre estará presente na vida de todo
Cristão. A perseguição à igreja de Cristo “embora não tão evidente como nos dias dos apósto-
los” pode ser percebida por meio de ideologias, novelas, filmes, orgias explicitas, pornografias
e perseguições intelectuais.

O cristão é bombardeado constantemente pelo mundo, a influência pecaminosa da


besta está sendo anunciada constantemente e tem corrompido muitos dos que se dizem cristãos.
A palavra do Senhor não perdeu a sua validade, ela continua sendo a nossa única regra de fé
pratica, os mandamentos do Senhor continuam valendo para o povo de Deus, ou seja, eles tra-
zem consigo os mesmos ensinamentos, perseverem firmes em meio a perseguição, pois esta é
a marca do verdadeiro cristão, “perseverem, guardem os mandamentos de Deus e a fé em Jesus
Cristo o nosso Senhor. Apocalipse 14.12”.
5. TEOLOGIA DO TEXTO

5.1. IMPLICAÇÕES PARA A TEOLOGIA SISTEMÁTICA

O texto analisado traz consigo algumas implicações para a Teologia Sistemática nas
áreas de Escatologia e Soteriologia:

5.1.1. Escatologia:
Segundo BERKHOF, p. 616, “...esta doutrina chama a atenção para o fato de que a
história do mundo e da raça humana finalmente chegara a sua consumação. Isso não é um pro-
cesso indefinido e infindável, mas uma história que se move em direção a um fim determinado”.
Esta doutrina pode ser facilmente identificada no anúncio do anjo.

O primeiro refere-se ao juízo de Deus (Apocalipse 14.7) que cairá sobre aqueles que
se curvarem ante a imagem da besta. Segundo, a expressão “Caiu, Caiu a grande Babilônia” é
extraída de Isaías 21.9 e Daniel 4.30, os quais mencionam sucessivamente a queda e a grandeza
da Babilônia (Ap 18.2), ou seja, o juízo de Deus contra a Babilônia (14.8).

MOUNCE em sua obra Revelation, p. 271, nos diz que a Babilônia é: “um símbolo do
espírito de impiedade que em cada era induz o povo a não adorar o Criador”. A expressão
“Caiu! Caiu” nos remente ao juízo de Deus que será derramado sobre a grande meretriz que
tem corrompido a terra, por fim, vemos o juízo de Deus sendo aplicado aos adoradores da besta,
por meio de uma sentença eterna decretada pelo Senhor (14.9-11).
51

5.1.2. Soteriologia
O Deus que elegeu o seu povo na eternidade o sustentará até o dia final (Ef 1.3-7; Jo
6.37-39), todos os que foram eficazmente o chamado por Deus prevalecerão em meio as perse-
guições. Este chamado se dá de forma extraordinária por meio do Espírito Santo o qual capacita
os eleitos para que permaneçam firmes na sã doutrina. Mesmo como o chamado divino a igreja
foi comissionada a pregar o evangelho até a volta de Cristo. O último versículo (14.12), tam-
bém nos fala da perseverança dos Santos.

Berkhof em sua teologia sistemática nos diz que:

A doutrina da perseverança dos santos tem o sentido de que aqueles que Deus regenerou
e chamou eficazmente para um estado de graça não podem cair nem total nem definiti-
vamente, mas certamente perseverarão nele até o fim e serão salvos para toda a eterni-
dade. (...a doutrina da perseverança exige exposição cuidadosa, principalmente em vista
do fato de que a expressão “perseverança dos santos” está sujeita a ser mal compreen-
dida. Devemos observar primeiramente que a doutrina não pretende ensinar apenas que
os eleitos serão certamente salvos no final, embora Agostinho lhe tenha dado essa
forma, mas ensina mui especificamente que aqueles que uma vez foram regenerados e
chamados eficazmente por Deus para um estado de graça, jamais poderão cair comple-
tamente desse estado e, daí, deixar de alcançar a salvação eterna, apesar de poderem,
às vezes, ser dominados pelo mal e cair em pecado).49
Portanto, podemos afirmar que, quem preserva e cuida do seu povo é o próprio Deus,
ou seja, o Senhor por meio da sua soberana graça preserva os seus eleitos assim como vemos
em (Fp 1.6, 1Pe 1.5).

5.2. IMPLICAÇÕES PARA A TEOLOGIA BÍBLICA

As implicações para a teologia Bíblica do texto analisado compreendem os seguintes


temas:

1) os últimos tempos (dias)50 os quais foram inaugurados na primeira vinda de Jesus (Gl 4.4) e
como profetizado pelos profetas (Is 2.2; 7,14; 53.3-7; Mq 5.2;).

Nesse período Deus derramará a sua ira sobre a humanidade (Mt 24.4-8). Ou seja, na
consumação dos séculos a santa Ira do Senhor será derramada sobre a humanidade. Quando
tudo estiver consumado o filho do homem virá com poder é glória para levar o seu povo
(Is,2.12-17; Jo 12.48; 1Co 15.24-28).

49
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 1990. p. 501.
50
Cf. HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. 3ª ed. São Paulo. Cultura Cristã, 2012. p. 28-30.
52

2) O reino judicial de Deus:51 neste ponto pode-se destacar a ação profética de Jesus Cristo, o
qual age como representante de Deus junto ao homem exercendo total domínio sobre a criação
(Sl 2.1-2; Hb 1.3;), e na sua segunda vinda exercerá juízo sobre toda a criatura (Sl 110.1-2; Mt
25.31-46).

Como Senhor Jesus Cristo exerce total domínio sobre todas as criaturas. “Seu trono
está estabelecido no céu e o seu reino domina sobretudo” (Sl 103.19).52 O filho de Deus tam-
bém exerce desde toda a eternidade a função de Rei sobre o cosmos mesmo antes de sua encar-
nação. Quando a segunda pessoa da trindade (Jesus) se encarnou e ressuscitou, ele tornou-se
oficialmente o rei divino-humano (Rm1.3-4; Mt 28.18).

O Catecismo de Heidelberg afirma que:

[...] Cristo como o “nosso rei eterno”. Semelhantemente o faz a Confissão Belga, no
capítulo XXVII. Além disso, as funções de Rei e de Cabeça exercidas por Cristo estão
inextricavelmente entrelaçadas. As funções exercidas como Cabeça são subservientes
às funções reais e, às vezes, são claramente expostas como as incluindo, Efésios 1.21,
22; 5.22-24. Mas, certamente, Cristo jamais deixará de ser a Cabeça da Sua igreja, ja-
mais a deixará como um corpo sem cabeça. Finalmente, o fato de que Cristo é sacerdote
para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque, também serve de argumento em fa-
vor da duração eterna do reinado espiritual de Cristo, desde que o Seu ofício mediatário
constitui uma unidade.53
5.3. IMPLICAÇÕES PARA A TEOLOGIA PRÁTICA/ PASTORAL

O texto nos apresenta três anjos trazendo consigo o anúncio do julgamento daqueles
que não deram ouvidos a mensagem do evangelho e nem glorificaram a Deus, antes se entre-
garam as seduções da grande meretriz “Babilônia” adorando a besta. As pessoas que rejeitaram
o governo de Cristo, se entregando as paixões carnais e adorando os ídolos, serão condenados
e sobre elas será derramado o juízo eterno de Deus.

Por fim, o autor faz uma descrição do julgamento daqueles que rejeitam a Cristo, que
perseguem os santos e adoram a besta. Contudo, o autor consola os santos que estão sofrendo
com a perseguição, ao afirmar que o Senhor já está voltando, e assim colocará um fim ao sofri-
mento presente. João instrui os cristãos a permanecerem firmes na fé, a guardarem os manda-
mentos, e perseverarem firmes naquilo que foram instruídos, para isso seria preciso resistir as
seduções mundanas que lhes são oferecidas.

51
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo. pp. 752-755.
52
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 1990. pp. 375-380.
53
Cf. IBIDEM. p. 378.
6. ESBOÇO DO SERMÃO

Proposição

O verdadeiro evangelho glorifica a Deus, nos livra do Juízo e da condenação eterna.

Doutrina

Eleição, predestinação, perseverança dos Santos.

Objetivo

Prevenir os cristãos o quão perigo é ser levado pelas influencias pecaminosas ofereci-
das pela Grande Babilônia, ou seja, “pelo mundo”.

Necessidade

Entender que precisamos permanecer firmes no evangelho, guardar os mandamentos,


glorificar a Deus por meio de Cristo, perseverando na fé e nos fortalecendo no Espírito em meio
as tribulações para escaparmos do julgamento divino.

Imagem

A imoralidade presente na sociedade contemporânea e sua influência.

Introdução

Mesmo vivendo tempos difíceis e conturbados precisamos manter a nossa esperança


em Cristo, nos fortalecermos nele. O texto nos ensina que precisamos crer no evangelho por
quê:
54

• Ele glorifica a Deus (14.6-7)


• Nos livra do juízo (14.8-11)
• Nos afasta apostasia (14.12)

Conclusão/Aplicação

O evangelho tem sido anunciado a todas as nações, porém muitos se recusam a dar
ouvidos ao chamado de arrependimento, todos os que responderem ao chamado externo crerão
e confessarão que Jesus Cristo é o Senhor, mas aquele que rejeitar será condenado. Sendo assim,
confesse o seu pecado, reconheça que você precisa do Senhor. Ele pagou o preço por sua igreja.

Não abandone a fé, persevere, não se deixe levar pelas seduções dos nossos tempos,
pelas mentiras que lhes são contadas, guarde os mandamentos e a fé no filho de Deus, pois, ele
cumpriu todas as promessas e um dia voltará com poder e glória, desmascarando todo aquele
que se levantar contra o seu governo, a sua história é verdadeira e confiável, suas palavras não
passarão, nunca falharão, que Deus te abençoe.
CONCLUSÃO

O presente trabalho teve como objetivo explicar a concepção do autor do livro de apo-
calipse segundo as proclamações angélicas que ele testemunhou na visão que recebeu, o texto
analisado se encontra no Capítulo14. Versos 6-12, de apocalipse.

No primeiro capítulo foi realizado um estudo contextual do livro; no segundo capítulo


foi analisada a passagem propriamente dita, onde foi apresentado o quadro de tradução, com-
paração de algumas traduções, a estrutura do contexto e o comentário da passagem; no terceiro
capítulo foi apresentada uma análise dos aspectos teológicos do texto; no quarto capítulo foram
destacadas as implicações teológicas do texto estudado e no quinto capítulo foi apresentada a
estrutura homilética do texto que conteve três divisões assim como apontada na perícope.

O método utilizado no desenvolvimento da pesquisa exegética consiste numa análise


histórica, gramatical, sintática, teológica e homilética do texto grego.

O texto analisado tem como objetivo instruir os cristãos a permanecerem firmes na


santa fé, nos mandamentos e acima de tudo a permanecerem obedientes a palavra do Senhor
perseverantes, pois o grande dia do juízo final se aproxima e aquele que perseverar até o fim
será salvo.

O texto analisado nos apresenta duas situações bem contrastantes,1) diz respeito a con-
denação daqueles que desprezaram o anúncio do anjo e adoraram a besta, para estes será um
terrível dia, porém para aqueles que permaneceram fiéis, que perseveram até o fim, pela força
56

do Espírito Santo, obedecendo aos mandamentos e crendo no Senhor, será um dia de glória no
qual todos os santos estaremos juntos ao pai.

Mesmo que a perseguição dos nossos dias não seja tão intensa como no período apos-
tólico, ela tem se apresentado de forma sutil, porém devastadora porque tem ganhado a mente
de muitos, ou seja, vivemos uma perseguição intelectual que está sendo proliferada na socie-
dade contemporânea.

Todos estes movimentos são arquitetados pela besta e seus seguidores e estão sendo
oferecidos aos cristãos gentilmente como se fossem normais. As influências pecaminosas têm
adentrado as igrejas e arrastados multidões, porém aquele que permanecer fiel receberá a coroa
da Vida e viverá junto do cordeiro de Deus, as ordenanças do Senhor não perderam a sua vali-
dade, aquele que guardar os preceitos do Senhor, não se entregar as seduções da Babilônia,
perseverar, guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus Cristo será salvo.
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Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
WALLACE, Daniel B. Gramática Grega: Uma Sintaxe Exegética do Novo Testamento.
Organizado por Edvaldo Cardoso Matos e Marcos Paulo Soares. Primeira edição em
português. São Paulo, SP: Editora Batista Regular, 2009.

QUADRO DE AVALIAÇÃO:
60

1.
Introdução 2,5 %

2.
Contexto Histórico da Passagem 5%

3.
Contexto Literário da Passagem 5%

4.
Contexto Canônico 5%

5.
Tradução do texto 5%

6.
Estrutura do texto 7,5 %

7.
Comentário 45 %

8. Mensagem para época da escrita 5%

9.
Mensagem para todas as épocas 5%

10.
Teologia do texto 5%

11.
Sermão 10 %

Desempenho na produção dotrabalho Ruim Médio Bom

1.
Clareza na escrita

2.
Uso do português

3.
Entendimento do texto estudado

4.
Raciocínio lógico

5.
Objetividade

6.
Profundidade da argumentação

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