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JONAIR PONTES
SÃO PAULO
2022
JONAIR PONTES
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5
5. TEOLOGIA DO TEXTO............................................................................................................. 50
5.1.2. Soteriologia..................................................................................................................... 51
CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 55
Este trabalho será apresentado em 5 capítulos, cada qual explanará o assunto sugerido
no sumário. O capítulo 1, discorrerá sobre o estudo contextual do livro; o capítulo 2, apresentará
uma análise textual da passagem apontando as principais palavras gregas e suas implicações;
no capítulo 3, será analisado as implicações teológicas do texto, a mensagem para a época da
escrita e para todas as épocas; o capítulo 4, abordará a teologia do texto e suas implicações na
escatologia e soteriologia; no capítulo 5, será apresentada uma análise homilética como suge-
rido na estrutura do texto analisado, seguida da conclusão.
O principal objetivo desse trabalho exegético é apresentar a urgência dos três anúncios
proclamados pelo anjo, conforme está registrado no livro de apocalipse 14.6-12. A ideia exe-
gética apontada no texto é: O urgente anúncio angelical e o chamado feito a todas as nações
para que se arrependam, porque o grande e terrível dia do julgamento divino contra a
6
Donald Carson em sua obra “Introdução ao Novo Testamento” nos diz que:
As evidências externas que apontam para a autoria joanina foram legitimadas em me-
ados do segundo século da era cristã. Segundo CARSON. p. 520. “[…] as evidências
fornecidas pelos escritores: “Mileto de Sardes, Irineu de Esmirna e o cânon Murato-
riano (final do século II. Também Papias uma testemunha mais antiga o qual foi dis-
cípulo do próprio João defende a autoria joanina do livro, ou seja, estas informações
podem ser entendidas como que recebidas de primeira mão”, pois, estes autores atri-
buíram o livro de Apocalipse ao apóstolo João sem fazer nenhuma objeção. Em sua
obra, “Introdução ao Novo Testamento”, Guthrie mostra que o livro de Apocalipse foi
citado amplamente pelos Pais da igreja como tendo sido escrito pelo apóstolo João.
Ele diz: “No segundo e terceiro séculos, os seguintes autores claramente acreditavam
na autoria apostólica: Justino, Irineu, Clemente, Orígenes, Tertuliano e Hipólito”. Gu-
thrie afirma que “existem poucos livros no Novo Testamento com uma atestação pri-
mitiva mais forte do que o Apocalipse”. O testemunho mais antigo é de Justino, o
Mártir (c. 150 d.C.). Em seu Dialogue with Trypho the Jew (Diálogo com Trifo, o
judeu, LXXXI), ele diz: “Além do mais, um homem entre nós chamado João, um dos
apóstolos de Cristo, recebeu uma revelação e predisse que os seguidores de Cristo
habitariam em Jerusalém por mil anos”.2
1
Cf. CARSON, Donald . Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997. p. 525.
2
Cf. LADD, George Eldon. Apocalipse: Introdução e Comentário. São Paulo. Vida Nova e Mundo Cristão. 1980.
8
As evidências internas são claras no livro (Ap 1.1-4; 9-11; 22.8), o autor se identifica
abertamente como “João”, e afirma ter recebido de Deus a ordem para escrever o livro. Entre-
tanto, não faz nenhuma afirmação sobre si mesmo, e ao dirigir-se a seus leitores descreve a si
mesmo como “[...] irmão vosso e companheiro nas tribulações no reino e na perseverança, em
Jesus (Ap.1.9),3 isso pelo fato dele ser muito conhecido por seus leitores, ou seja, o discípulo
amado que fora exilado por ser uma testemunha ocular de Jesus Cristo, narra suas visões com
o que lhe foi revelado (Ap 14.6).
Duas datas são apontadas como principais para a composição do livro de Apocalipse,
uma é em torno de 65 d.C., quando os cristãos estavam sendo perseguidos por Nero. A outra,
data sugerida seria em torno de 95-96 d.C., durante as perseguições realizadas por Domiciano.4
Duas datas foram sugeridas, (65 e 95-96 d.C.), contudo, defenderemos que o livro foi escrito
durante o reinado de Domiciano, (95-96. d.C.).5
1) A Igreja cristã era na sua maioria gentílica (Ap 1.10-11), e estava sendo perseguida de modo
mais intenso que o normal6 (1.9; 2.13; 3.10; 6.9), pois, havia uma acirrada perseguição à Igreja,
e diante destes acontecimentos o apóstolo João escreve ao povo de Deus com o objetivo de
fortalecê-lo nas tribulações que enfrentava, e apesar do sofrimento os santos deveriam perseve-
rar, guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus Cristo, (Ap. 14.12), já que a vinda do
Senhor estava próxima, para derrubar Roma e libertar sua Igreja.7
2) A menção feita no livro de que o imperador exigia que as pessoas o adorassem era uma
prática comum da época, os imperadores romanos eram tidos como divindades, por isso, reali-
zava-se uma cerimônia idólatra, oficial, ao imperador. As pessoas deveriam dirigir-se ao impe-
rador “Domiciano” da seguinte forma: dominus et deus (senhor e deus).
3) As dificuldades enfrentadas pela Igreja nesse período são características das Igrejas mais
antigas, o que dificulta a aceitação de um período na década de 50 ou 60, (os anos de formação
da maioria delas). Foi exatamente no período governo de Nero (54-68. d.C) que se deu a
3
Cf. CARSON, Donald A. Introdução ao Novo Testamento. 1997. p. 522.
4
Cf. BEACON, Comentário Bíblico Hebreus a Apocalipse. p. 387.
5
Cf. TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. São Paulo: Cultura Cristã, 2008. vol 1, p. 364.
6
Cf. CARSON, Donald A. IBIDEM. p. 528.
7
Cf. LADD, George Eldon. Apocalipse: Introdução e Comentário.1980. p. 9.
9
perseguição das igrejas de Roma, ou seja, existia uma perseguição local em Roma e não uni-
versal como no período de Domiciano, sendo assim, as evidências apontam como mais provável
a data de (95-96), período este em que os cristãos entraram e choque com as exigências de culto
ao imperador.
O apóstolo João escreveu Apocalipse na Ilha de Patmos situada no mar Egeu (Apoca-
lipse 1.9), que era usada pelas autoridades romanas como prisão “exílio”, para onde vários ro-
manos eram levados, condenados a viverem ali até a morte. As pessoas que estavam na ilha
eram obrigadas a trabalhar e sofriam todo tipo de humilhação, porém, desfrutavam de certa
liberdade.
8
Cf. CARSON, Donald A. Introdução ao Novo Testamento. 1997.p.534.
10
O texto de Ap.14.6-12 analisado neste trabalho encontra-se na segunda visão que nos
fala do controle soberano de Cristo sobre o cosmos e sobre todos aqueles que habitam sobre
toda terra.
O texto analisado se encontra dentro da segunda visão que tem início no “capítulo 4.1;
e se estende até o capítulo 16.21” e dentro desse bloco assinalamos quatro temas principais: 1)
visão do trono de Deus e a abertura dos selos (4.1; 8.6); 2) às sete trombetas (8.6; 11.19); 3) a
manifestação dos sete sinais e a cólera de Deus (12.1; 14.20); 4) o derramamento das sete taças
(15.2; 16.21).11
O número sete narra os acontecimentos nessa visão: primeiro: a mulher que dá à luz
a um filho (Apocalipse 121-6); segundo: uma guerra nos céus entre Miguel e o dragão (12.7-
12); terceiro: a guerra entre a mulher e Satanás (12.13-17); quarto: o domínio da besta que
emerge do mar, e o domínio da besta que emerge da terra (13.1-10); quinto: o cordeiro e os 144
mil no monte Sião (14.1-5); sete: a grande ceifa (14.13-20), João abre um parêntese na narrativa
para descrever as declarações feitas pelos três anjos (14.1-6), e só depois conclui o trecho como
relato do último sinal. Portanto, o apóstolo João tem como objetivo apresentar um alerta antes
de descrever a destruição dos ímpios.
9
Cf. TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. 2008. vol 1. p. 371.
10
Cf. CARSON, Donald A. Introdução ao Novo Testamento. 1997. pp. 519- 520.
11
Cf. IBIDEM. p. 519 - 520.
11
TEMAS DESCRIÇÕES
2.3.1. Deus criou e governa sobre tudo (Gn 1.1; Jr32.17; Ap 4.11; Jo 1.3).
A Sagrada Escritura em Gênesis 1.1, nos ensina que Deus criou todas as coisas do nada pelo
poder de sua palavra, ou seja, Deus não tinha necessidade de criar nada, porém, as criou por
sua própria vontade, para a sua própria glória.12
Deus não é descrito em Gênesis 1.1, pois, ele é colocado diante do seu leitor como o
criador de tudo, ele soberana e sabiamente trouxe a existência todas as coisas.13
Jeremias 32.17, nos diz que o soberano Senhor criou todas as coisas. Apocalipse 4.11
também nos diz que o Senhor criou todas as coisas, ou seja, antes dele nada existia com exceção
dele mesmo, porém, todas as coisas foram criadas por Ele. João escreve em seu Evangelho,
“Todas as coisas foram feitas por intermédio dele; e sem ele, nada veio à existência” (João 1:3).
Absolutamente tudo o que existe, foi Deus quem criou. Entretanto, a convocação do
anjo em nossa passagem deixa explícito que o criador dos céus e da terra é digno de ser adorado,
sendo assim, ele não renuncia à adoração que lhe é devida (Ap.14.7).
12
Cf. SÍMBOLOS DE FÉ- contendo a Confissão de Fé e os Catecismos Maior e Breve da Assembleia de Westmi-
nster. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016.
13
Cf. VAN GRONINGEN, Gerard. Criação e Consumação. Vol. I. 2002. São Paulo. Ed. Cultura Cristã. 752p.
13
A expressão “cada nação, tribo, língua e povo” ocorre reiteradamente no livro de Apo-
calipse e refere-se aos moradores da terra, aos santos que adoram o Senhor, todos estão sendo
chamadas ao arrependimento (10.11). A mensagem de arrependimento foi anunciada a todos
os que têm vivido indiferentes em relação a Deus e à sua Palavra, como é evidente à luz da
mensagem do anjo, (Ap 14.6-7).
2.3.3. A grande Babilônia caiu (Is 21.9; Dn 4.30; 1 Pe 5.13; Ap 17.5; 18.2-3)
A exclamação “Caiu, caiu a Babilônia, a Grande” é extraído de Isaías 21.9 e Daniel
4.30, os quais mencionam sucessivamente a queda do império Babilônico. Isaías e Jeremias
narram a queda da primeira, enquanto João narra a queda da segunda, possivelmente esta foi
uma alusão feita indiretamente à capital do império.
As palavras “sem mistura”, nos remete a cena dos gregos diluindo seu vinho com água,
ou seja, eles misturavam vinho e água em partes iguais. Contudo, o texto nos diz que a ira de
Deus não foi diluída, mas derramada sem mistura ao povo corrupto. Assim Deus disse no livro
do profeta Jeremias: “Pegue de minha mão este cálice com o vinho de minha ira e faça com que
bebam dele todas as nações a quem eu o envio” (25.15; ver também Is 51.17, 22; Sl 75.8.
3. ANÁLISE TEXTUAL
8
Καὶ ἄλλος ἄγγελος δεύτερος ἠκολούθησεν λέγων· ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη ἣ ἐκ τοῦ
οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη.
9
Καὶ ἄλλος ἄγγελος τρίτος ἠκολούθησεν αὐτοῖς λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· εἴ τις προσκυνεῖ τὸ
θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ λαμβάνει χάραγμα ἐπὶ τοῦ μετώπου αὐτοῦ ἢ ἐπὶ τὴν χεῖρα
αὐτοῦ, 10 καὶ αὐτὸς πίεται ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τοῦ θεοῦ τοῦ κεκερασμένου ἀκράτου ἐν τῷ
ποτηρίῳ τῆς ὀργῆς αὐτοῦ καὶ βασανισθήσεται ἐν πυρὶ καὶ θείῳ ἐνώπιον ἀγγέλων ἁγίων καὶ
ἐνώπιον τοῦ ἀρνίου. 11 καὶ ὁ καπνὸς τοῦ βασανισμοῦ αὐτῶν εἰς αἰῶνας αἰώνων ἀναβαίνει, καὶ
οὐκ ἔχουσιν ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς οἱ προσκυνοῦντες τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ
12
καὶ εἴ τις λαμβάνει τὸ χάραγμα τοῦ ὀνόματος αὐτοῦ. Ὧδε ἡ ὑπομονὴ τῶν ἁγίων ἐστίν, οἱ
τηροῦντες τὰς ἐντολὰς τοῦ θεοῦ καὶ τὴν πίστιν Ἰησοῦ.
14
Cf. BibleWorks New Testament Greek Sentence Diagrams. 2006. In: BibleWorks, versão 10.0.5.503. v. Revela-
tion 14.6-12.
15
Verso 6 - Καὶ εἶδον ἄλλον ἄγγελον πετόμενον ἐν μεσουρανήματι, ἔχοντα εὐαγγέλιον αἰώνιον
εὐαγγελίσαι ἐπὶ τοὺς καθημένους ἐπὶ τῆς γῆς καὶ ἐπὶ πᾶν ἔθνος καὶ φυλὴν καὶ γλῶσσαν καὶ
λαόν,
15
Todas as opções de tradução, foram extraídas e definidas de acordo com “REGA, STRONG e WALLACE,
mencionados na bibliografia.
16
Verso 7 - λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· φοβήθητε τὸν θεὸν καὶ δότε αὐτῷ δόξαν, ὅτι ἦλθεν ἡ ὥρα τῆς
κρίσεως αὐτοῦ, καὶ προσκυνήσατε τῷ ποιήσαντι τὸν οὐρανὸν καὶ τὴν γῆν καὶ θάλασσαν καὶ
πηγὰς ὑδάτων.
Verso 8 - Καὶ ἄλλος ἄγγελος δεύτερος ἠκολούθησεν λέγων· ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη
ἣ ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη.
Verso 9 - Καὶ ἄλλος ἄγγελος τρίτος ἠκολούθησεν αὐτοῖς λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· εἴ τις
προσκυνεῖ τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ λαμβάνει χάραγμα ἐπὶ τοῦ μετώπου αὐτοῦ ἢ ἐπὶ
τὴν χεῖρα αὐτοῦ,
21
Verso 10 - καὶ αὐτὸς πίεται ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τοῦ θεοῦ τοῦ κεκερασμένου ἀκράτου ἐν τῷ
ποτηρίῳ τῆς ὀργῆς αὐτοῦ καὶ βασανισθήσεται ἐν πυρὶ καὶ θείῳ ἐνώπιον ἀγγέλων ἁγίων καὶ
ἐνώπιον τοῦ ἀρνίου.
Verso 11 - καὶ ὁ καπνὸς τοῦ βασανισμοῦ αὐτῶν εἰς αἰῶνας αἰώνων ἀναβαίνει, καὶ οὐκ ἔχουσιν
ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς οἱ προσκυνοῦντες τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ εἴ τις
λαμβάνει τὸ χάραγμα τοῦ ὀνόματος αὐτοῦ.
Substantivo singular
χάραγμα acusativa comum neu- selo, marca marca
tro de χάραγμα
τοῦ Artigo definido neutro
o, a, do, da do
genitivo singular de ὁ
ὀνόματος Substantivo genitivo nome, fama,
comum singular neutro reputação nome
de ὄνομα
αὐτοῦ Pronome neutro geni- ele, o mesmo, o próprio
tivo singular pessoal de dela
αὐτός
Verso 12 - Ὧδε ἡ ὑπομονὴ τῶν ἁγίων ἐστίν, οἱ τηροῦντες τὰς ἐντολὰς τοῦ θεοῦ καὶ τὴν πίστιν
Ἰησοῦ.
Substantivo acusativo
ἐντολὰς comum feminino plural mandamento, preceito mandamentos
de ἐντολή
τοῦ Artigo definido genitivo o, do de
singular masculino de ὁ
Substantivo comum ge-
θεοῦ nitivo Deus, divindade Deus
singular masculino de
θεός
καὶ Conjunção coordenada e, também, a saber, isto
de καί é, então e
τὴν Artigo definido acusa-
tivo singular feminino A, à a
de ὁ
Substantivo acusativo
πίστιν comum feminino singu- fé, fidelidade fé
lar de πίστις
Substantivo genitivo
Ἰησοῦ. singular masculino de Jesus (em) Jesus
Ἰησοῦς
6
E vi outro anjo voando no meio do céu tendo um evangelho eterno a proclamar em direção aos
que residem na terra e em direção toda nação, tribo, língua e povo 7falando em alta voz: temei
a Deus e daí a ele glória, porque chegou a hora do seu julgamento, e adorai ao que criou o céu
e a terra, o mar e os mananciais de águas.
8
Também outro anjo, o segundo, acompanhou aquele falando: caiu! Caiu a grande Babilônia, a
qual do vinho da fúria da impureza dela tem embriagado todas as nações.
9
Também outro anjo, o terceiro, a acompanhou-lhes falando em alta voz: se alguém adorar a
10
besta, e à imagem dela e receber a marca dela sobre a testa ou sobre a mão dele, então ele
próprio beberá do vinho da fúria de Deus, que tem sido preparado sem diluição no cálice da
cólera dele, e aquele será afligido no fogo e enxofre diante dos anjos santos e diante do cordeiro.
11
Também a fumaça da aflição deles para séculos dos séculos sobe e não têm descanso nem de
manhã e noite, os que adoram à besta e a sua imagem, recebe a marca dela.
12
Aqui a perseverança dos santos está, os que preservam os mandamentos de Deus e a fé de
Jesus.
29
V-6. Vi outro V-6. Vi outro V-6. E vi outro V-6. E vi outro V-6. E vi outro
anjo voando anjo que voava no anjo voar pelo anjo voar pelo anjo voando
pelo meio do ponto mais alto meio do céu, e meio do céu, e no meio do
céu, tendo um do céu, levando tinha o evange- tinha o evange- céu tendo um
evangelho as boas-novas lho eterno, para lho eterno, para evangelho
eterno para pre- eternas para o proclamar aos o proclamar aos eterno a pro-
gar aos que se anunciá-las aos que habitam so- que habitam so- clamar em di-
assentam sobre habitantes da bre a terra, e a bre a terra, e a reção aos que
a terra, e a cada terra, a toda na- toda a nação, e toda nação, e residem na
nação, e tribo, e ção, tribo, língua tribo, e língua, e tribo, e língua, e terra e em dire-
língua, e povo, e povo. povo. povo, ção toda na-
ção, tribo, lín-
gua e povo
V-7. dizendo, V-7. “Temam a V-7. dizendo V-7. dizendo V-7. falando
em grande voz: Deus! ”, dizia em com grande voz: com grande voz: em alta voz:
Temei a Deus e alta voz. “Deem Temei a Deus, e Temei a Deus e temei a Deus e
dai-lhe glória, glória a ele, pois dai-lhe glória; dai-lhe glória, daí a ele glória,
pois é chegada a chegou o tempo porque é vinda a porque vinda é a porque chegou
hora do seu ju- em que ele julgará hora do seu ju- hora do seu ju- a hora do seu
ízo; e adorai a humanidade. ízo. E adorai ízo. E adorai julgamento, e
aquele que fez o Adorem aquele aquele que fez o aquele que fez o adorai ao que
céu, e a terra, e que fez os céus, a céu, e a terra, e céu, e a terra, e criou o céu e a
o mar, e as fon- terra, o mar e to- o mar, e as fon- o mar, e as fon- terra, o mar e
tes das águas. das as fontes de tes das águas. tes das águas. os mananciais
água”. de águas.
V-8. Seguiu-se V-8. Então outro V-8. E outro V-8. E outro V-8. Também
outro anjo, o se- anjo o seguiu, di- anjo seguiu, di- anjo seguiu, di- outro anjo, o
gundo, dizendo: zendo em alta zendo: Caiu, zendo: Caiu! segundo,
30
Caiu, caiu a voz: “Caiu a Ba- caiu Babilónia, Caiu Babilônia, acompanhou
grande Babilô- bilônia! Caiu a aquela grande aquela grande aquele falando:
nia que tem grande cidade cidade, que a to- cidade que a to- caiu! Caiu a
dado a beber a que fez todas as das as nações das as nações grande Babi-
todas as nações nações beberem deu a beber do deu a beber do lônia, a qual
do vinho da fú- do vinho da fúria vinho da ira da vinho da ira da do vinho da
ria da sua pros- de sua imorali- sua prostituição. sua prostituição! fúria da im-
tituição dade!”. pureza dela
tem embria-
gado todas as
nações.
V-9. Seguiu-se V-9. Um terceiro V-9. E seguiu-os V-9. E os seguiu V-9. Também
a estes outro anjo os seguiu, di- o terceiro anjo, o terceiro anjo, outro anjo, o
anjo, o terceiro, zendo em alta dizendo com dizendo com terceiro, a
dizendo, em voz: “Aqueles grande voz: Se grande voz: Se acompanhou-
grande voz: Se que adorarem a alguém adorar alguém adorar lhes falando
alguém adora a besta e sua está- a besta, e a sua a besta e a sua em alta voz: se
besta e a sua tua, ou aceitarem imagem, e rece- imagem e rece- alguém ado-
imagem e re- sua marca na testa ber o sinal na ber o sinal na rar a besta, e à
cebe a sua ou na mão, sua testa, ou na testa ou na mão, imagem dela e
marca na fronte sua mão, receber a
ou sobre a mão, marca dela so-
bre a testa ou
sobre a mão
dele,
V-10. também V-10. beberão do V-10. Também V-10. também o V-10. então ele
esse beberá do vinho da fúria de este beberá do tal beberá do vi- próprio beberá
vinho da cólera Deus, que foi der- vinho da ira de nho da ira de do vinho da fú-
de Deus, prepa- ramado, sem mis- Deus, que se Deus, que se ria de Deus,
rado, sem mis- tura, na taça da ira deitou, não mis- deitou, não mis- que tem sido
tura, do cálice de Deus. E serão turado, no cálice turado, no cálice preparado sem
da sua ira, e será atormentados com da sua ira; e será da sua ira, e será diluição no
31
V-11. A fumaça V-11. A fumaça V-11. E a fu- V-11. E a fu- V-11. Tam-
do seu tormento de seu tormento maça do seu tor- maça do seu tor- bém a fumaça
sobe pelos sécu- subirá para todo o mento sobe para mento sobe para da aflição de-
los dos séculos, sempre, e não te- todo o sempre; e todo o sempre; e les para sécu-
e não têm des- rão alívio de dia não têm repouso não têm re- los dos séculos
canso algum, nem de noite, pois nem de dia nem pouso, nem de sobe e não têm
nem de dia nem adoraram a besta de noite os que dia nem de descanso nem
de noite, os ado- e sua estátua e adoram a besta e noite, os que de manhã e
radores da besta aceitaram a marca a sua imagem, e adoram a besta e noite, os que
e da sua ima- de seu nome”. aquele que rece- a sua imagem e adoram à besta
gem e quem ber o sinal do aquele que rece- e a sua ima-
quer que receba seu nome ber o sinal do gem, recebe a
a marca do seu seu nome. marca dela.
nome.
V-12. Aqui está V-12. Isso signi- V-12. Aqui está V-12. Aqui está V-12. Aqui
a perseverança fica que o povo a paciência dos a paciência dos está a perseve-
dos santos, os santo deve ser santos; aqui es- santos; aqui es- rança dos san-
que guardam os perseverante, tão os que guar- tão os que guar- tos, os que pre-
mandamentos obedecendo aos dam os manda- dam os manda- servam os
de Deus e a fé mandamentos de mentos de Deus mentos de Deus mandamentos
em Jesus. Deus e permane- e a fé em Jesus. e a fé em Jesus de Deus e a fé
cendo fiel a Jesus. em Jesus.
32
Verso 6 – Dentre as traduções que foram analisadas somente as TS, BRP, ARC, contemplaram
a conjunção coordenada “καὶ” (e, também...) que aparece no início do texto grego. A NVT,
traduz a expressão “no meio do céu” como o “mais do céu” e o evangelho eterno como boas
novas eternas.
Verso 7 – A palavra “λέγων” (dizendo) que está no particípio, foi traduzida pela expressão dizia
pela NVT.
Verso 8 – A tradução NVT acrescentou a expressão (alta voz), já nas outras traduções esta
expressão não aparece. As traduções BRP, NVT e ARC, traduziram a palavra “Βαβυλὼν” por
(cidade), já na ARA e na TS esta mesma palavra foi traduzida pela expressão Babilônia.
A palavra “πεπότικεν” foi traduzida de forma diferente em todas as traduções analisadas “ARA
dado a beber, NVT beberem, BRP deu a beber e TS tem embriagado. A expressão final do verso
também está bem diversificada: a TS traduz expressão vinho da impureza, NVT vinho da fúria
da imoralidade, ARA vinho da fúria da prostituição, ARC vinho da ira da sua prostituição”,
mesmo como estas divergências o sentido final do texto não foi comprometido.
Verso 9 – A NVI, traduziu a expressão “εἴ τις προσκυνεῖ” (por aqueles que adorarem), na ter-
ceira pessoa do plural, enquanto as traduções “ARA, ARC, BRP e TS” mantiveram a tradução
como descrita na língua grega, na terceira pessoa do singular (se alguém adora).
Verso 11 – As traduções ARA e NVI, não traduziram a conjunção coordenada “καὶ” que apa-
rece junto do artigo definido “ὁ” ambas optaram simplesmente pelo artigo, já as traduções ARC,
BRP, TS, traduziram a conjunção junto como o artigo transmitindo-nos uma ideia de continui-
dade: tradução literal (e a fumaça).
Verso 12 – A NVT acrescentou a expressão (Isso significa) talvez por entender que a partir
desse ponto, o texto trata de uma explicação dada pelo narrador com relação ao anúncio do
terceiro anjo, ela também traduz a Expressão “ὑπομονὴ” por perseverante, enquanto a TS e a
ARA traduzem “perseverança dos santos”, a ARC e BRP optaram pela expressão paciência dos
santos. A NVT acrescentou a expressão “permanecendo fiel em Jesus”, enquanto as outras tra-
duziram “guardam a fé em Jesus.
33
16
Cf. Adaptada a partir de LEEDY, Randy A. Bibleworks New Testament Greek Sentence Diagrams. 2006., Re-
velation 14.6-12.
34
35
3.6. COMENTÁRIO
O texto foi dividido em três cenas: 1) o anúncio do primeiro anjo descrito nos vv. 6-7;
2) o anúncio do segundo anjo descrito no v.8; 3) o anúncio do terceiro anjo descrito nos vv. 9-
12. A perícope selecionada será analisada versículo por versículo.
Verso 6 – Καὶ εἶδον ἄλλον ἄγγελον πετόμενον ἐν μεσουρανήματι, ἔχοντα εὐαγγέλιον αἰώνιον
εὐαγγελίσαι ἐπὶ τοὺς καθημένους ἐπὶ τῆς γῆς καὶ ἐπὶ πᾶν ἔθνος καὶ φυλὴν καὶ γλῶσσαν καὶ
λαόν [...]
Ts: “Também vi outro anjo voando no meio do céu tendo um evangelho eterno a proclamar em
direção aos que residem na terra e em direção a toda nação, tribo, língua e povo [...]”.
Este trecho consiste numa série de visões nas quais (João) ouve o anjo exortando todos os po-
vos, chamando-os ao arrependimento antes que venha o julgamento final. O texto começa com
a conjunção coordenada “Καὶ ”, (e, também) para estabelecer uma relação de coordenação ou
subordinação com a cena anterior (Ap 14.1-5), ou seja, a perícope imediatamente anterior esta-
belece a base para as proclamações do anjo mostrando a gravidade de não se ouvir a mensagem
anunciada.
O verbo “εἶδον” (vi), é um aoristo indicativo ativo primeira pessoa do singular, esta
forma aparece mais de 60 vezes em todo o livro. Em Apocalipse vemos a construção entre a
conjunção “kai” e o verbo “εἶδον”, esta construção funciona como uma espécie de partícula
fracionaria, que introduz novos aspectos na revelação dada ao apóstolo17. Esta ação nos revela
que o registro do trecho de (Ap 14.6-12) foi uma experiência visual vivida pelo apóstolo, por
isso está descrita na primeira pessoa.
17
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse. Comentário Exegético. tradução de Robinson Malkomes, Tiago Abdalla
T. Neto. São Paulo: Vida nova, 2014.p.598.
18
Cf. IBIDEM. p. 598.
19
Cf. BROWN, Colin & COENEN, Lothar. Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento. 2ª ed.
São Paulo: Vida Nova, 2000. v. 2. p. 1476.
36
que são apresentados no livro de Apocalipse (Ap 7.2; 10.1). “É bem mais difícil explicar a
presença do adjetivo do que a sua ausência, ou seja, é provável que esta seja a redação original”.
Assim, João faz uma referência precedente a um anjo individual como mencionada
em (Ap 11.15). Noutras partes do livro o apóstolo João narra a visão angelical descrevendo que
viu (mais um anjo) dentre tantas outras que são apresentadas no livro.
O temo “anjo” significa mensageiro, e os mensageiros são de carne e sangue 21. A pa-
lavra “πετόμενον” (voando), é um particípio presente médio acusativo masculino singular, esta
expressão nos mostra que a ação praticada pelo anjo é contínua que acontece enquanto ele está
voando no meio do céu ou no ponto mais alto do céu. Isso significa que ele estava em constante
movimento. Segundo Kistemaker, “esta posição de destaque poderia ser vista de qualquer local
da terra como a visão da águia descrita em (Ap 8.13),22 ou seja, a posição do anjo, pelo meio
do céu, infere que a sua mensagem deveria ser ouvida por todos os habitantes da terra Mt 24.14).
O apóstolo João viu o anjo voando e possuindo nas mãos um evangelho, a expressão “ἔχοντα”
(tendo, possuindo), está no particípio presente acusativo ativo masculino singular, ela aponta
para algo que era levado (o evangelho eterno). Esta expressão só aparece aqui em todo o livro,
ela serve para especificar o testemunho duma verdade eterna e imutável, ou seja, a glória que é
devida a Deus é permanente não muda (Ap 14.7).23
A primeira proclamação de juízo e diferente das demais, esse anjo traz “εὐαγγέλιον
αἰώνιον” (um evangelho eterno), com a forma anartra (entre todas as ocorrências do termo no
NT, apenas aqui e em Rm 1.1, o substantivo é anartro o qual destaca a natureza altamente teo-
lógica dessas boas novas).24 O substantivo “εὐαγγέλιον” (evangelho) aparece somente aqui
em todo o livro Apocalipse precedido pelo adjetivo “αἰώνιον” (eterno) que no grego está sem
o artigo definido O adjetivo aponta para a eternidade e permanência da palavra de Deus, os
20
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse. Comentário Exegético. 2014. p.598.
21
Cf. CARSON, Donald A. Comentário Bíblico. Vida Nova. São Paulo. Vida Nova, 2009. 2159p.
22
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã,
2014. pp. 529,530.
23
Cf. IBIDEM. p. 517.
24
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.598.
37
tradutores suprimiram o artigo para destacar não a proclamação do evangelho, mas sim a men-
sagem de arrependimento. O emprego do verbo cognato “εὐαγγελίσαι” confere força
As expressões “ἔθνος (nação), καὶ φυλὴν (e tribo), καὶ γλῶσσαν (e língua), καὶ λαόν
(e povo), ocorrem constantemente no livro de Apocalipse referindo-se aos moradores da terra,
os quais contrariam a vontade de Deus (11.9; 13.7; 17.15), e aos santos que adoram o Senhor
(5.9; 7.9). Estas pessoas estão sendo conclamadas ao arrependimento (10.11), o anjo dirige a
mensagem de arrependimento a todos os pecadores que têm vivido indiferentes em relação a
Deus e à sua Palavra. Segundo Hendriksen,“o significado de assentar aqui é viver despreocu-
padamente, acomodados os valores terrenos “debaixo do sol” sem levar Deus em consideração
(Lc 17.26-30).27 Mesmo que muitos não levem em consideração a mensagem anunciada, o
evangelho deve ser proclamado a todas as nações antes do julgamento final que virá sobre toda
a criação.
Verso 7 – λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· φοβήθητε τὸν θεὸν καὶ δότε αὐτῷ δόξαν, ὅτι ἦλθεν ἡ ὥρα
τῆς κρίσεως αὐτοῦ, καὶ προσκυνήσατε τῷ ποιήσαντι τὸν οὐρανὸν καὶ τὴν γῆν καὶ θάλασσαν
25
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.599.
26
Cf. REGA, Lourenço Stelio; JOHANNES Bergman. Noções do Grego Bíblico. Gramatica
Fundamental. Edição: 3a, Nova, Revisada. São Paulo: Vida Nova, 2014. p. 209.
27
Cf. HENDRIKSEN, William. Mais que vencedores. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. p. 209.
38
Ts “[...] falando em alta voz: temei a Deus e daí a ele glória, porque chegou a hora do seu
Neste verso temos uma sequência de imperativos que podem ser entendidos como um
mandamento para que se tema a Deus, dê-lhe glória e o adore, esta expressão segundo o texto
grego pode ser interpretada por (comecem a temer, a dar glória e a adorar a Deus). Este é o
conteúdo da mensagem do primeiro anjo.
O anjo fala audivelmente (Ap 18.2), de modo que, todos os habitantes da terra podem
ouvir e responder à mensagem do evangelho ou não. Osborne comenta na sua obra que: “uma
das características da fé verdadeira é o temor a Deus, esta característica fica evidente tanto na
antiga aliança (Dt. 31.12; 1Sm 12.14, 24; Sl. 34.11; Pv 1.7; Is 11.3) quanto na nova aliança (2
Co 5.11; Fp 2.12; 1 Pe 1.17).29 Sendo assim, pode-se dizer que o ato de glorificar a Deus des-
crito no livro de Apocalipse é fruto de um verdadeiro arrependimento e reconhecimento, ou
seja, conversão.
Na sequência vemos a oração “ὅτι ἦλθεν ἡ ὥρα τῆς κρίσεως αὐτοῦ”, esta oração co-
meça com a uma conjunção subordinada “ὅτι”, (porque, pois) que tem a função de unir duas
orações numa mesma função, ou seja, apontar para o motivo do arrependimento. As conjunções
coordenativas explicativas ligam duas orações em que a segunda oração expressa a explicação
da ideia iniciada na primeira oração.
O verbo “ἦλθεν” (chegou), é, aoristo indicativo ativo terceira pessoa de singular, cul-
minante ressaltando que o tempo do seu juízo chegou. O emprego de “ὥρα”, para a hora divi-
namente designada estabelece um paralelo com o mesmo tema do Evangelho de João.30 A cons-
trução enfatiza o resultado presente na ação que aconteceu no passado, ou seja, esta expressão
refere-se ao período final da história da humanidade que foi inaugurado por Cristo na sua
28
Cf. WALLACE, Daniel B. Gramática Grega. São Paulo. Editora Batista Regular, 2009. p. 169.
29
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. pp.600-601.
30
Cf. IBIDEM. p. 601.
39
primeira vinda. Hoekema define este período como “os últimos dias”, ou seja, a volta eminente
do nosso redentor Jesus Cristo (Is 2.12-17; Jo 12.48).31
A expressão “τῷ ποιήσαντι” (o que criou), é um particípio que está no aoristo dativo
ativo masculino singular, exercendo uma função adjetiva substantivada, esta função é possível
porque está precedida pelo artigo definido dativo masculino singular “τῷ”.
Verso 8 – Καὶ ἄλλος ἄγγελος δεύτερος ἠκολούθησεν λέγων· ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη
ἣ ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη. Ts.
“Também outro anjo, o segundo, acompanhou aquele falando: caiu! Caiu a grande Babilônia,
a qual do vinho da fúria da impureza dela tem embriagado todas as nações”.
O segundo anúncio angelical refere-se as consequências que cairão sobre aqueles que
negligenciaram o anúncio anterior (vv.6 -7) e a consequência será a destruição. Este anúncio
faz referência aos acontecimentos que ocorrerão no fim do período no qual o evangelho não
mais será proclamado.
O segundo anjo segue o primeiro que está no meio do céu, proferindo palavras contra
a grande Babilônia referindo-se a queda daqueles que recusaram o evangelho e não se arrepen-
deram, “o juízo divino passa a ser sua retribuição”. O verso oito inicia-se com a conjunção
31
Cf. HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. 3ª ed. São Paulo. Cultura Cristã, 2012. p. 28-29.
32
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p. 601.
40
coordenada “Καὶ”, que relaciona a cena que está acontecendo com a anterior. O adjetivo ordinal
nominativo masculino singular “δεύτερος”, nos mostra que a expressão (outro anjo) se refere a
um segundo anjo que aparece na perícope, que tem como objetivo anunciar os acontecimentos
preditos pelo anterior, por isso o verbo “ἠκολούθησεν” (acompanhou), está no aoristo indica-
tivo ativo terceira pessoa do singular, e o verbo “λέγων” (falando), está no particípio presente
ativo nominativo singular. Essa construção descreve uma ação contínua que acontece no mesmo
instante que a ação do verbo principal.
A oração “ἔπεσεν ἔπεσεν Βαβυλὼν ἡ μεγάλη ἣ ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς
πεπότικεν πάντα τὰ ἔθνη” inicia-se com o verbo “ἔπεσεν ἔπεσεν” (caiu), um aoristo proléptico
que desataca a certeza da destruição vindoura,33 ele está no indicativo ativo da terceira pessoa
do singular, para expressar uma ocorrência futura como se ela já estivesse acontecido34, ou
seja, este é um uso futurista do aoristo para assegurar o cumprimento do oráculo pronunciado
pelo anjo.
O substantivo “Βαβυλὼν” (Babilônia) ocorre seis vezes no livro (Ap 16.19; 17.6;
18.2,10,21), não significa que seja a capital do antigo império que tem o mesmo nome (que
também caiu em c. 539 a.C. Is 21.9), mas Roma, capital do império dominante no período em
que o livro foi escrito (c. 95-96 d.C.). João utiliza o nome da cidade-símbolo que oprimia o
povo de Deus no passado para descrever a cidade que oprimia o povo de Deus nos seus dias (1
Pe 5.13).
33
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. pp.602-603.
34
Cf. BEALE, G. K. The Book of Revelation. Grand Rapids. Michigan. Carlisle, Cumbria. W.B. Eerdmans. Pat-
ernoster Press, 1999. In. Biblioteca Digital Libronix, versão 3.0. p. 754.
35
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2014. p. 532.
41
O adjetivo nominativo feminino singular “μεγάλη” (grande) no texto aparece para ex-
plicar extensão do domínio da Babilônia sobre as nações, (Ap 17.1-2). O substantivo comum
genitivo masculino singular “οἴνου” (vinho), está acompanhado por três genitivos que são difí-
ceis de interpretação. Alguns entendem “τοῦ θυμοῦ” como genitivo descritivo, “o vinho enlou-
quecedor”, outra opção é interpretar a expressão como um genitivo oposto “o vinho que é a sua
paixão imoral”, outros interpretam o genitivo como com um sentido resultante “o vinho que
leva a ira de Deus”. Contudo, esta expressão nos mostra a Babilônia embriagou toda a terra
com o seu cálice. As nações beberam seu o vinho, por isso enlouqueceram. A construção dessa
segunda parte é a mesma em (Ap 18.3), que causa perplexidade, visto que João parece misturar
os conceitos de beber vinho e ira.
A expressão “τοῦ θυμοῦ τῆς πορνείας αὐτῆς” traz um duplo significado, ou seja, o
vinho que produz uma paixão pela sua imoralidade (provavelmente, o sentido principal aqui) e
que leva ira de Deus por causa da depravação da Babilônia (prenunciado em 14.10) é o melhor
modo de entender essa difícil declaração.36
Qual é implicação de tudo isso? Em primeiro lugar, é destacar a influência que o mal
exerce sobre as nações do mundo por causa do pecado, por isso a ira de Deus recairá sobre
aqueles que se rebelaram contra Ele. O segundo é a consequência do primeiro, porque a ira de
36
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p. 604.
42
Deus inevitavelmente conduz ao dia do Juízo no qual os seus inimigos serão eliminados e lan-
çados num lugar de tormento. O alerta do segundo anjo trata-se de uma profecia sobre o fim do
governo do mal que manipula e domina o mundo, que na época de João era Roma.
Verso 9 – Καὶ ἄλλος ἄγγελος τρίτος ἠκολούθησεν αὐτοῖς λέγων ἐν φωνῇ μεγάλῃ· εἴ τις
προσκυνεῖ τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ λαμβάνει χάραγμα ἐπὶ τοῦ μετώπου αὐτοῦ ἢ ἐπὶ
τὴν χεῖρα αὐτοῦ,
Ts. Também outro anjo, o terceiro, a acompanhou-lhes falando em alta voz: se alguém adorar
a besta, e à imagem dela e receber a marca dela sobre a testa ou sobre a mão dele, [...].
Um terceiro anjo voando pelo meio do céu, bradou em alta voz, como fez o primeiro
anjo, de modo que todos da terra podiam ouvi-lo. Ele é o último dos três anjos que pronunciaram
uma advertência de condenação e da destruição que se dará quando a ira de Deus cair sobre
todos os que adoraram besta. Há um quiasmo aqui quando este último anjo inverte a ordem,
começando como a razão para o juízo (Ap 14.9) e depois dando detalhes sobre ele (Ap 14.10-
11).37
O anjo se dirige a todos os que se prostraram ante à besta que emergiu do mar, e que
veneraram a imagem que foi erigida em sua honra. As pessoas que têm a marca da besta em
sua fronte, esta marca refere-se aqueles que pensam e que vivem segundo o pensamento da
besta, poderão livremente comprar e vender, porém, todos quantos se recusam a adorar a besta,
a viverem segundo o seu pensamento, enfrentarão pobreza e morte.
O verso nove inicia-se com a conjunção coordenada “καὶ”, a mesma utilizada nos ver-
sos anteriores conectando as cenas, também vemos a expressão “ἄλλος ἄγγελος” fazendo refe-
rência ao terceiro anjo, no processo de anúncio dos oráculos. O verbo “ἠκολούθησεν” é um
aoristo indicativo ativo terceira pessoa singular, ele mostra-nos que este terceiro anjo também
acompanha as cenas realizadas pelo anjo anterior, referindo-se ao evangelho eterno descrito na
primeira cena. Este último anúncio trata das consequências que cairão sobre aqueles que não
deram ouvidos a voz angelical (vs.6-7), e deixaram-se influenciar pelas seduções da Babilônia
antes da queda mencionada na segunda cena (v.8).
37
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.604.
43
principal. Esta construção nos mostra que o anúncio foi feito em alta voz, ou seja, um som que
pudesse ser ouvido por todos os habitantes da terra.
O teor deste terceiro anúncio pode ser explicado pela utilização de duas orações su-
bordinadas que formam uma só frase condicional (prótase) em relação à frase principal (apó-
dose) dos versos posteriores. Ou seja, enquanto (Ap 14.9), é a prótase da declaração condicio-
nal, o verso 10 é a apódase: se alguem adorar a besta no lugar de Cristo (14.7b), então “Καὶ”
tal pessoa enfrentará a ira de Deus.38
A expressão “εἴ τις” (se alguém), não identifica o sujeito da frase, mas transmite uma
espécie de advertência prévia. Os verbos “προσκυνεῖ, λαμβάνει” (adora, recebe) que estão con-
jugados no presente do indicativo ativo terceira pessoa do singular, indicam que as ações de
receber e adorar a besta foram praticadas simultaneamente.
Verso 10 – καὶ αὐτὸς πίεται ἐκ τοῦ οἴνου τοῦ θυμοῦ τοῦ θεοῦ τοῦ κεκερασμένου ἀκράτου ἐν
τῷ ποτηρίῳ τῆς ὀργῆς αὐτοῦ καὶ βασανισθήσεται ἐν πυρὶ καὶ θείῳ ἐνώπιον ἀγγέλων ἁγίων καὶ
ἐνώπιον τοῦ ἀρνίου.
Ts. Então ele próprio beberá do vinho da fúria de Deus, que tem sido preparado sem diluição
no cálice da cólera dele, e aquele será afligido no fogo e enxofre diante dos santos anjos e do
cordeiro.
O verso dez começa com a conjunção “καὶ” assim como os versos anteriores, porém,
aqui ela funciona como uma conjunção ilativa, ou seja, se o verso anterior nos mostra a razão
da condenação, este nos mostrará a natureza da condenação e as suas implicações. A expressão
“καὶ αὐτὸς” tem como objetivo acentuar a ênfase que é dada ao sujeito da oração.39
A expressão “θυμοῦ τοῦ θεοῦ” (a fúria de Deus) tem sido derramada sem mistura. As
palavras sem mistura remetem-nos a cena dos gregos diluindo o seu vinho com água, esta cena
era comum na época, só bebiam o vinho puro que queria ficar bêbados, os demais misturavam
água e vinho meia a meio. Sendo assim, João diz que a ira de Deus não será diluída, será der-
ramada sem mistura no cálice entregue aos povos corruptos os quais serão atormentados com
fogo e enxofre na presença dos santos, dos anjos e do Cordeiro. Esta é a ideia de um Juízo
38
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p.605.
39
Cf. AUNE, David E. Word Biblical Commentary. Revelation 6-16. Dallas. Word Books Publisher, 1998. In.
Biblioteca Digital Libronix, versão 3.0.
44
A Escritura descreve esse tormento em termos terríveis, terrível é cair nas mãos do
Deus vivo (Hb 10.31). As palavras fogo e enxofre aparecem no relato da destruição de Sodoma
e Gomorra (Gn 19.24). João também descreve o lago de fogo e enxofre como sendo o lugar
onde o diabo, a besta, o falso profeta e todos os ímpios estarão (19.20; 20.10; 21.8).
O verbo “πίεται” (beberá) está conjugado no futuro do indicativo médio terceira pessoa
do singular, indica uma ação reflexiva que certamente acontecerá, este verbo está conjugado no
modo de afirmação, ele faz parte duma relação condicional e real nos mostrando que os idolatras
beberão do vinho da fúria de Deus. João faz uso de uma metáfora para descrever a sentença do
castigo divino, ou seja, o sofrimento que Deus atribuíra será terrível acompanhado de dores e
angústias sem fim.
A expressão “τοῦ κεκερασμένου” (tem sido preparado) está no particípio perfeito pas-
sivo genitivo masculino singular, está precedido por um artigo e tem a função adjetiva substan-
tivada, essa construção nos mostra que a ação foi concluída no passado, mas tem efeitos poste-
riores, ou seja, Deus se irou contra os povos, por isso tem conservado a sua ira que será derra-
mada plenamente sobre os ímpios. Ladd, nos diz que: [...] a ira de Deus não é uma emoção
humana; é a reação de Deus pré-estabelecida da sua santidade à pecaminosidade e rebelião
humana.41
Vemos a conjunção coordenada “καὶ” sendo utilizada como conectivo ligando os dois
castigos, ou seja, o verbo “βασανισθήσεται” (será afligido), que está no futuro do indicativo
passivo terceira pessoa do singular, nos transmite a ideia de uma ação concreta no futuro sem
especificar o tempo de duração. Esta aflição será causada pelo fogo e enxofre, assim como
aconteceu em Sodoma e Gomorra Gn 19.24. Estes termos descrevem o sofrimento eterno que
virá sobre os adoradores da besta.
40
Cf. OSBORNE, Grant R. Apocalipse Comentário Exegético. 2014. p. 606.
41
Cf. LADD, George Eldon. Apocalipse Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1980.
p.145.
45
filho de Deus (Ap 5.6-13). Beale sugere que a expressão talvez indique que ambos participam
do julgamento (noutros lugares do livro, até os cristãos glorificados são incluídos como parti-
cipantes da aplicação da sentença aos ímpios - 2.27, 17.14, 20.4).42 Se os cristãos sofreram
diante de uma multidão, aqueles que negaram a sua fé, sofrerão diante dos santos, dos anjos e
do Cordeiro.
Verso 11 – καὶ ὁ καπνὸς τοῦ βασανισμοῦ αὐτῶν εἰς αἰῶνας αἰώνων ἀναβαίνει, καὶ οὐκ ἔχουσιν
ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς οἱ προσκυνοῦντες τὸ θηρίον καὶ τὴν εἰκόνα αὐτοῦ καὶ εἴ τις
λαμβάνει τὸ χάραγμα τοῦ ὀνόματος αὐτοῦ.
Ts. Também a fumaça da aflição deles, pelos séculos dos séculos sobe e não têm descanso nem
de manhã e noite, os que adoram à besta e a sua imagem, recebe a marca dela.
O verso onze, inicia-se com uma conjunção coordenada “καὶ” para ligar esta cena a
anterior apontando a duração dos tormentos mencionados no verso 10. No livro de apocalipse
existem vários contrastes: a fumaça do tormento de Deus que inflige os seus adversários é o
oposto da fumaça do altar do incenso que se misturava com as orações dos santos (8.4).
A expressão “καὶ οὐκ ἔχουσιν ἀνάπαυσιν ἡμέρας καὶ νυκτὸς” (e não têm descanso
nem de manhã nem de noite), o genitivo temporal “ἡμέρας καὶ νυκτὸς” destaca o tempo em que
a ação ocorre e estabelece um paralelo com a ideia de condenação eterna no versículo anterior.
Esta frase ocorre também no cenário do trono, mas ali ela refere-se às quatro criaturas viventes
que não se cansam de cantar: (Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, que era,
que é e que há de vir) (4.8). Enquanto os ímpios sofrem, os santos entoam louvores a Deus. O
culto oferecido à besta conduz a um tormento interminável, porém, o culto oferecido a Deus
conduz ao gozo eterno.
O verbo “ἀναβαίνει” (sobe) que está no presente do indicativo ativo da terceira pessoa
do singular, nos mostra que a “καπνὸς” (fumaça), substantivo nominativo masculino singular,
está subindo pelos séculos dos séculos, esta expressão poder referir-se a duas coisas: 1) um
sinal do tormento dos ímpios; 2) incenso de aroma agradável a Deus, principalmente por causa
de ideia de “ἀναβαίνει” (subir). Ou seja, a vida eterna dada aos eleitos os quais estão inteira-
mente livres da decadência da morte (perenidade temporal).43
42
Cf. BEALE, G. K. The Book of Revelation. Grand Rapids. Michigan. Carlisle, Cumbria. W.B. Eerdmans. Pat-
ernoster Press, 1999. In. Biblioteca Digital Libronix, versão 3.0. p. 760.
43
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo. Cultura Cristã, 2012. p. 621.
46
O apóstolo João descreve o quadro perpetuo do sofrimento dos ímpios: ou seja, a fu-
maça do fogo que os consumirá será eterna e testemunhada pelos santos anjos e o Cordeiro.
Esta conclusão é possível pelo tempo e pelo modo verbal que transmite a ideia de uma ação
duradora ou linear,44 pode-se dizer que a fumaça também refere-se ao sofrimento dos ímpios já
presente no inferno (estado intermediário), que segundo Berkhof, [...] as almas dos crentes ime-
diatamente após a morte, são levadas a Cristo, e assim ingressam na glória dos céus [...] en-
quanto as almas dos ímpios após a morte são laçados no inferno, onde ficarão em tormento
aguardando o juízo do grande dia.45
O apóstolo João faz uso da expressão “ἀναπαήσονται” em (Ap.13), a forma verbal do
substantivo “ἀνάπαυσιν” é usada para destacar o contraste dos crentes em relação aos ímpios,
ou seja, enquanto os ímpios sofrem sem descanso por causa do seu pecado, os crentes glorifi-
cados não se cansam de glorificar a Deus (Ap.4.8). Assim como destaca Kistemaker: “o culto
oferecido a besta conduz a um tormento interminável, porém, o culto oferecido a Deus conduz
à alegria eterna”.46
A expressão “προσκυνοῦντες” (adorando), é um verbo particípio presente ativo nomi-
nativo masculino plural que antecede a conjunção condicional “εἴ ”, a qual nos revela que o
apóstolo João não está tratando mais de um alerta, mas sim, da declaração do juízo que virá
sobre aqueles que não deram ouvidos a voz do anjo do Senhor. Os verbos nessa parte final do
texto aparecem no particípio e estão conjugados no tempo presente indicando uma ação cons-
tante, e não tem descanso nem de dia nem de noite, essa construção também se refere ao fato
de que o sofrimento dos ímpios não terá fim.
Verso 12 – Ὧδε ἡ ὑπομονὴ τῶν ἁγίων ἐστίν, οἱ τηροῦντες τὰς ἐντολὰς τοῦ θεοῦ καὶ τὴν πίστιν
Ἰησοῦ.
Ts. Aqui a perseverança dos santos está, os que preservam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus.
Esta parte final do texto é um resumo dos versículos anteriores, e, ao mesmo tempo é
uma elaboração da expressão de (Ap 13.10b) (Aqui estão a perseverança e a fé dos santos), de
modo semelhante, (Ap 12.17) eles estão instando a guardar os mandamentos de Deus.
A partícula introdutória “Ὧδε” nos remete a (Ap13.18): “Aqui está a sabedoria”. Estas palavras
foram usadas para encorajar os santos da sua época. O apóstolo faz o uso do advérbio “Ὧδε”
44
Cf. REGA, Lourenço Stelio; JOHANNES Bergman. Noções do Grego Bíblico. 2014. p. 38.
45
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 2012. p. 627.
46
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2014. p. 523.
47
(aqui, eis, nesse caso), para estabelecer um contraste com a descrição anterior e apontar para o
assunto seguinte “ὑπομονὴ τῶν ἁγίων” (a perseverança dos santos), que o que realmente carac-
teriza os seguidores de Cristo, e os seguidores da besta.
O substantivo “ὑπομονὴ” (perseverança) que está no nominativo feminino singular,
nos transmite a ideia de uma perseverança paciente, que deve ser exercida pelos cristãos. Pre-
cisamos ressaltar que o livro foi escrito por alguém que sofria com a perseguição, entretanto,
perseverava e guardava os mandamentos de Deus. Portanto, a expressão, perseverança, explí-
cita que os cristãos deveriam suportara as perseguições mantendo se firmes na sua fé. Ou seja,
o cristão deve estar entre “οἱ τηροῦντες τὰς ἐντολὰς” aqueles que guardam os mandamentos de
Deus. Por isso o apóstolo usa o verbo “ἐστίν” (está), presente indicativo ativo terceira pessoa
do singular, para esclarecer que a perseverança deveria ser uma ação contínua e duradoura
exercida até o retorno de Cristo. O adjetivo genitivo masculino plural “ἁγίων” (santos) prece-
dido do artigo definido genitivo masculino plural “τῶν” está fazendo a função de sujeito da
oração usada na forma substantivada,47 essa construção, artigo e adjetivo, aparece noutras partes
do livro referindo se ao povo de Deus (Ap 5.8; 13.7-10, 17.6; 19.8; 20.9).
O verbo “οἱ τηροῦντες” (os que guardam, os que preservam), é um particípio presente
masculino plural ativo nominativo, que exerce a função adjetiva substantivada, por estar prece-
dido pelo artigo definido nominativo masculino plural “οἱ ” (os), essa construção nos mostra
que os que serão preservados, serão os que obedecem aos mandamentos do Senhor “ἐντολὰς
τοῦ θεοῦ”. Por fim vemos a expressão “τὴν πίστιν Ἰησοῦ” (a fé em Jesus). Pode ser traduzida
de três formas. 1) “a fé em Jesus” (genitivo subjetivo), “a fé de Jesus” (genitivo objetivo) ou “a
fidelidade de Jesus” (genitivo de origem), ou seja, todas estas opções são possíveis.48
Estas três construções sugeridas nos proporcionam que: 1) os crentes deveriam conti-
nuar crendo (Apocalipse 2.10); 2) que as doutrinas ensinadas por Jesus Cristo deveriam ser
mantidas puras (2.13; Jd 7); e 3) a fidelidade deveria ser igual a Jesus Cristo (Mt 6.10; 26.39-
42; Lc 22.42;) que se submeteu ao Pai, sendo fiel até a morte (1.5; 3.14). O apóstolo João faz
uso dos três anúncios para expressar que seria necessário que os seus irmãos em Cristo perma-
necessem firmes, testemunhando do evangelho mesmo em meio as perseguições que os assola-
vam. Por fim a expressão “πίστιν Ἰησοῦ”. (fé Jesus), guardar a fé em Jesus, esta era uma ex-
pressão grega comum para e preservação da lealdade ou da devoção, “Ἰησοῦ” é um genitivo
objetivo o qual indica que os santos devem permanecer firmemente fiéis a Jesus.
47
Cf. REGA, Lourenço Stelio; JOHANNES Bergman. Noções do Grego Bíblico. 2014. pp. 100-101.
48
Cf. KISTEMAKER, Simon. Comentário do Novo Testamento Apocalipse. 2014. p. 524.
4. ANÁLISE TEOLÓGICA
Diante das perseguições que os cristãos enfrentavam, o apóstolo João escreve aos ir-
mãos da sua época com o intuito de fortalecê-los, instruindo-os a perseverarem firmes na sã
doutrina, o apóstolo ressalta a soberania de Deus mostrando que mesmo em meio ao sofrimento
e perseguições, a volta eminente do Senhor estava próxima. Na visão que João teve, Deus pro-
mete sustentar a Igreja que sofria com a perseguição, ela deveria anunciar o evangelho. Este foi
o anúncio do primeiro anjo.
Portanto, anúncio do terceiro anjo ensina que todos os que se entregassem às idolatrias
da besta receberiam a justo castigo por causa do seu erro, este castigo seria tanto físico quanto
49
na alma, tendo como testemunhas os anjos e o próprio Senhor Jesus Cristo, o castigo para aque-
les que adoram a besta tem duração eterna, assim João exorta seus irmãos a permanecerem
firmes na fé, observando os mandamentos, e perseverando no Senhor.
O texto analisado traz consigo algumas implicações para a Teologia Sistemática nas
áreas de Escatologia e Soteriologia:
5.1.1. Escatologia:
Segundo BERKHOF, p. 616, “...esta doutrina chama a atenção para o fato de que a
história do mundo e da raça humana finalmente chegara a sua consumação. Isso não é um pro-
cesso indefinido e infindável, mas uma história que se move em direção a um fim determinado”.
Esta doutrina pode ser facilmente identificada no anúncio do anjo.
O primeiro refere-se ao juízo de Deus (Apocalipse 14.7) que cairá sobre aqueles que
se curvarem ante a imagem da besta. Segundo, a expressão “Caiu, Caiu a grande Babilônia” é
extraída de Isaías 21.9 e Daniel 4.30, os quais mencionam sucessivamente a queda e a grandeza
da Babilônia (Ap 18.2), ou seja, o juízo de Deus contra a Babilônia (14.8).
MOUNCE em sua obra Revelation, p. 271, nos diz que a Babilônia é: “um símbolo do
espírito de impiedade que em cada era induz o povo a não adorar o Criador”. A expressão
“Caiu! Caiu” nos remente ao juízo de Deus que será derramado sobre a grande meretriz que
tem corrompido a terra, por fim, vemos o juízo de Deus sendo aplicado aos adoradores da besta,
por meio de uma sentença eterna decretada pelo Senhor (14.9-11).
51
5.1.2. Soteriologia
O Deus que elegeu o seu povo na eternidade o sustentará até o dia final (Ef 1.3-7; Jo
6.37-39), todos os que foram eficazmente o chamado por Deus prevalecerão em meio as perse-
guições. Este chamado se dá de forma extraordinária por meio do Espírito Santo o qual capacita
os eleitos para que permaneçam firmes na sã doutrina. Mesmo como o chamado divino a igreja
foi comissionada a pregar o evangelho até a volta de Cristo. O último versículo (14.12), tam-
bém nos fala da perseverança dos Santos.
A doutrina da perseverança dos santos tem o sentido de que aqueles que Deus regenerou
e chamou eficazmente para um estado de graça não podem cair nem total nem definiti-
vamente, mas certamente perseverarão nele até o fim e serão salvos para toda a eterni-
dade. (...a doutrina da perseverança exige exposição cuidadosa, principalmente em vista
do fato de que a expressão “perseverança dos santos” está sujeita a ser mal compreen-
dida. Devemos observar primeiramente que a doutrina não pretende ensinar apenas que
os eleitos serão certamente salvos no final, embora Agostinho lhe tenha dado essa
forma, mas ensina mui especificamente que aqueles que uma vez foram regenerados e
chamados eficazmente por Deus para um estado de graça, jamais poderão cair comple-
tamente desse estado e, daí, deixar de alcançar a salvação eterna, apesar de poderem,
às vezes, ser dominados pelo mal e cair em pecado).49
Portanto, podemos afirmar que, quem preserva e cuida do seu povo é o próprio Deus,
ou seja, o Senhor por meio da sua soberana graça preserva os seus eleitos assim como vemos
em (Fp 1.6, 1Pe 1.5).
1) os últimos tempos (dias)50 os quais foram inaugurados na primeira vinda de Jesus (Gl 4.4) e
como profetizado pelos profetas (Is 2.2; 7,14; 53.3-7; Mq 5.2;).
Nesse período Deus derramará a sua ira sobre a humanidade (Mt 24.4-8). Ou seja, na
consumação dos séculos a santa Ira do Senhor será derramada sobre a humanidade. Quando
tudo estiver consumado o filho do homem virá com poder é glória para levar o seu povo
(Is,2.12-17; Jo 12.48; 1Co 15.24-28).
49
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 1990. p. 501.
50
Cf. HOEKEMA, Anthony A. A Bíblia e o futuro. 3ª ed. São Paulo. Cultura Cristã, 2012. p. 28-30.
52
2) O reino judicial de Deus:51 neste ponto pode-se destacar a ação profética de Jesus Cristo, o
qual age como representante de Deus junto ao homem exercendo total domínio sobre a criação
(Sl 2.1-2; Hb 1.3;), e na sua segunda vinda exercerá juízo sobre toda a criatura (Sl 110.1-2; Mt
25.31-46).
Como Senhor Jesus Cristo exerce total domínio sobre todas as criaturas. “Seu trono
está estabelecido no céu e o seu reino domina sobretudo” (Sl 103.19).52 O filho de Deus tam-
bém exerce desde toda a eternidade a função de Rei sobre o cosmos mesmo antes de sua encar-
nação. Quando a segunda pessoa da trindade (Jesus) se encarnou e ressuscitou, ele tornou-se
oficialmente o rei divino-humano (Rm1.3-4; Mt 28.18).
[...] Cristo como o “nosso rei eterno”. Semelhantemente o faz a Confissão Belga, no
capítulo XXVII. Além disso, as funções de Rei e de Cabeça exercidas por Cristo estão
inextricavelmente entrelaçadas. As funções exercidas como Cabeça são subservientes
às funções reais e, às vezes, são claramente expostas como as incluindo, Efésios 1.21,
22; 5.22-24. Mas, certamente, Cristo jamais deixará de ser a Cabeça da Sua igreja, ja-
mais a deixará como um corpo sem cabeça. Finalmente, o fato de que Cristo é sacerdote
para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque, também serve de argumento em fa-
vor da duração eterna do reinado espiritual de Cristo, desde que o Seu ofício mediatário
constitui uma unidade.53
5.3. IMPLICAÇÕES PARA A TEOLOGIA PRÁTICA/ PASTORAL
O texto nos apresenta três anjos trazendo consigo o anúncio do julgamento daqueles
que não deram ouvidos a mensagem do evangelho e nem glorificaram a Deus, antes se entre-
garam as seduções da grande meretriz “Babilônia” adorando a besta. As pessoas que rejeitaram
o governo de Cristo, se entregando as paixões carnais e adorando os ídolos, serão condenados
e sobre elas será derramado o juízo eterno de Deus.
Por fim, o autor faz uma descrição do julgamento daqueles que rejeitam a Cristo, que
perseguem os santos e adoram a besta. Contudo, o autor consola os santos que estão sofrendo
com a perseguição, ao afirmar que o Senhor já está voltando, e assim colocará um fim ao sofri-
mento presente. João instrui os cristãos a permanecerem firmes na fé, a guardarem os manda-
mentos, e perseverarem firmes naquilo que foram instruídos, para isso seria preciso resistir as
seduções mundanas que lhes são oferecidas.
51
LADD, George Eldon. Teologia do Novo Testamento. São Paulo. pp. 752-755.
52
Cf. BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. 1990. pp. 375-380.
53
Cf. IBIDEM. p. 378.
6. ESBOÇO DO SERMÃO
Proposição
Doutrina
Objetivo
Prevenir os cristãos o quão perigo é ser levado pelas influencias pecaminosas ofereci-
das pela Grande Babilônia, ou seja, “pelo mundo”.
Necessidade
Imagem
Introdução
Conclusão/Aplicação
O evangelho tem sido anunciado a todas as nações, porém muitos se recusam a dar
ouvidos ao chamado de arrependimento, todos os que responderem ao chamado externo crerão
e confessarão que Jesus Cristo é o Senhor, mas aquele que rejeitar será condenado. Sendo assim,
confesse o seu pecado, reconheça que você precisa do Senhor. Ele pagou o preço por sua igreja.
Não abandone a fé, persevere, não se deixe levar pelas seduções dos nossos tempos,
pelas mentiras que lhes são contadas, guarde os mandamentos e a fé no filho de Deus, pois, ele
cumpriu todas as promessas e um dia voltará com poder e glória, desmascarando todo aquele
que se levantar contra o seu governo, a sua história é verdadeira e confiável, suas palavras não
passarão, nunca falharão, que Deus te abençoe.
CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivo explicar a concepção do autor do livro de apo-
calipse segundo as proclamações angélicas que ele testemunhou na visão que recebeu, o texto
analisado se encontra no Capítulo14. Versos 6-12, de apocalipse.
O texto analisado nos apresenta duas situações bem contrastantes,1) diz respeito a con-
denação daqueles que desprezaram o anúncio do anjo e adoraram a besta, para estes será um
terrível dia, porém para aqueles que permaneceram fiéis, que perseveram até o fim, pela força
56
do Espírito Santo, obedecendo aos mandamentos e crendo no Senhor, será um dia de glória no
qual todos os santos estaremos juntos ao pai.
Mesmo que a perseguição dos nossos dias não seja tão intensa como no período apos-
tólico, ela tem se apresentado de forma sutil, porém devastadora porque tem ganhado a mente
de muitos, ou seja, vivemos uma perseguição intelectual que está sendo proliferada na socie-
dade contemporânea.
Todos estes movimentos são arquitetados pela besta e seus seguidores e estão sendo
oferecidos aos cristãos gentilmente como se fossem normais. As influências pecaminosas têm
adentrado as igrejas e arrastados multidões, porém aquele que permanecer fiel receberá a coroa
da Vida e viverá junto do cordeiro de Deus, as ordenanças do Senhor não perderam a sua vali-
dade, aquele que guardar os preceitos do Senhor, não se entregar as seduções da Babilônia,
perseverar, guardar os mandamentos de Deus e a fé em Jesus Cristo será salvo.
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de Westminster. 2ª ed. São Paulo: Cultura Cristã, 2016.
SMYTH, Herbert Weir. A Greek Grammar for Colleges. New York; Cincinnati; Chicago;
59
QUADRO DE AVALIAÇÃO:
60
1.
Introdução 2,5 %
2.
Contexto Histórico da Passagem 5%
3.
Contexto Literário da Passagem 5%
4.
Contexto Canônico 5%
5.
Tradução do texto 5%
6.
Estrutura do texto 7,5 %
7.
Comentário 45 %
9.
Mensagem para todas as épocas 5%
10.
Teologia do texto 5%
11.
Sermão 10 %
1.
Clareza na escrita
2.
Uso do português
3.
Entendimento do texto estudado
4.
Raciocínio lógico
5.
Objetividade
6.
Profundidade da argumentação