Você está na página 1de 10

ABORDAGEM DE PRESSUPOSTOS E SUBENTENDIDOS EM

EXERCÍCIOS DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTO


APPROACH ON THE PRESSUPOSITIONS AND IMPLICATIONS OF READING
EXERCICES AND TEXTUAL INTERPRETATION

Tatiane Henrique Sousa Machado1


Carolina Martins Rosa2
Tânia Bueno Prado3

MACHADO, T. H. S.; ROSA, C. M.; PRADO, T. B. Abordagem de


pressupostos e subentendidos em exercícios de leitura e inter-
pretação de texto. Akrópolis Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140,
abr./jun. 2010.
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo analisar o conceito de
pressuposto e subentendido, aliando-os as concepções da linha in-
vestigativa de leitura na perspectiva cognitivo-processual, para análise
1
Especialista em Língua Portuguesa
das atividades de leitura e interpretação presentes no livro didático,
e Literatura Brasileira pela UNIPAN – objetivando, assim, contribuir para o ensino de leitura em sala de aula,
União Pan Americana de Ensino - Cas- que aborde os estudos dos aspectos semânticos discursivos da língua.
cavel e Graduada em Letras Português O corpus utilizado serão atividades presentes no material didático do
e Inglês com Respectivas Literaturas Positivo da 7ª série e no livro Português Leitura Produção Gramática
pela Universidade Estadual do Oeste (Sarmento, 2006) da mesma série. Utilizaremos o respaldo teórico de
do Paraná – UNIOESTE Campus de Ducrot (1987), Ilari (2006), Guimarães (1995), Koch (2004), Kleiman
Cascavel. tatiane@unipar.br (1989), Lajolo (1988), dentre outros, compreendendo que os pressu-
postos se relacionam às informações, que podem ser resgatadas no
2
Especialista em Língua Portuguesa sentido dos enunciados, mais especificamente na significação da fra-
e Literatura Brasileira pela UNIPAN – se. Buscaremos, assim, avaliar como se estabelecem relações entre
União Pan Americana de Ensino - Cas- subentendido e pressuposto no interior do discurso.
cavel e Graduada em Letras Português Palavras-chave: Leitura; Atividades; Pressuposto; Subentendido.
e Italiano com Respectivas Literaturas
pela Universidade Estadual do Oeste Abstract: This paper analysis the concept of presuppositions and im-
do Paraná – UNIOESTE Campus de plications, together with the concepts from investigative reading on the
Cascavel. carolina@institutosaopaulo. cognitive-processual perspective, for the analysis of the act of reading
com.br and interpretation on the didactic book in order to make contributions
towards the teaching of reading in the classroom, which approaches
3
Mestre em Comunicação e Semiótica the study of semantic-discursive aspects of the language. The corpus
- professora do curso de Especializa- used were activities from the 7-th grade Positivo didactic material and
ção em Língua Portuguesa e Literatura the book Português Leitura Produção Gramática (Sarmento, 2006), for
Brasileira da UNIPAN e do Curso de the same grade. We used literature from Ducrot (1987), Ilari (2006),
Letras da Universidade Paranaense Guimarães (1995), Koch (2002), Kleiman (1997), Lajolo (1988), among
– UNIPAR e Docente do curso de Es- others, by understanding that the purposes relate to the information,
pecialização em Língua Portuguesa e which may be recovered on utterances, more specifically on the sen-
Literatura Brasileira da UNIPAN. tania- tence meaning. We will thus search for establishing connections betwe-
buenodoprado@gmail.com en the presupposition and the implication within the speech.
Keywords: Reading; Activities; Pressuposition; Implication.

Recebido em Abril/2010
Aceito em Junho/2010

Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010 131


MACHADO, T. H. S.; ROSA, C. M.; PRADO, T. B.

INTRODUÇÃO (1994), no ensino da leitura têm prevalecido as


práticas de retirada de informações explícitas
O processo de leitura muitas vezes é do texto, e tal metodologia fundamenta-se na
entendido como mera decodificação de infor- concepção de leitura como atividade vinculada
mações presentes no texto. Todavia, o ensino unicamente à palavra escrita, ou seja, despreza-
da leitura deve propiciar ao aluno a criticidade, se toda a atividade de representação simbólica
que pode ser alcançada mediante o domínio e interativa da leitura. Diante desse cenário, o
da interpretação dos conteúdos pressupostos presente trabalho propõe-se a analisar as ativi-
e subentendidos presentes no texto. Diante do dades de leitura e interpretação de texto presen-
atual cenário que apresenta exercícios de leitura tes na apostila do Positivo para a 7ª série e um
pautados na retirada de informações explícitas livro didático da rede pública “Português Leitura
do texto, e também diante da urgente necessi- Produção Gramática” de Leila Lauar Sarmento,
dade de abordagens que demonstrem o poder especificamente textos dos gêneros charges e
das inferências, da formulação de hipóteses e matérias de jornais, observando de que manei-
da busca de sentido do texto, o presente traba- ra essas atividades abordam a interpretação do
lho se propõe a analisar como as atividades pro- conteúdo implícito do texto, elemento este de
postas acenam ou não para os conteúdos não fundamental importância para a efetivação de
ditos apresentados no texto, entendendo ser de uma leitura crítica e para a formação de um leitor
fundamental importância que os exercícios de competente, conforme compreendem os PCN
interpretação possibilitem a captura dos senti- (2006, p.41) :
dos dos enunciados em ambos os níveis, posto Formar um leitor competente supõe formar
e pressuposto, possibilitando ao aluno uma lei- alguém que compreenda o que lê, que possa
tura efetiva e crítica. aprender a ler também o que não está es-
crito, identificando elementos implícitos; que
estabeleça relações entre o texto que lê e ou-
Ensino da leitura em sala de aula
tros textos já lidos; que saiba que vários sen-
tidos podem ser atribuídos a um texto; que
Segundo as Diretrizes Curriculares de consiga justificar e validar sua leitura a partir
Língua Portuguesa na Educação Básica, en- da localização de elementos discursivos.
tende-se por leitura o processo de produção de
sentidos, que se estabelece a partir de intera- Portanto, compreende-se que os exercí-
ções sociais ou relações dialógicas, que ocor- cios de leitura devem possibilitar ao aluno reali-
rem entre texto e leitor. zar previsões e inferências e nesse processo de
Os exercícios de leitura e interpretação busca por pistas, direcioná-lo a formulação de
de texto presentes nos livros didáticos possuem hipóteses que atribuirão sentidos ao texto.
a finalidade de possibilitar ao aluno uma visão Além disso, conforme as Diretrizes Curri-
crítica em relação ao conteúdo lido. No entanto, culares da Língua Portuguesa (DCE), no proces-
conforme compreende Martins (1994), os estu- so de leitura devem ser inseridas a linguagem
dos da linguagem revelam que os alunos apren- verbal e não-verbal, capacitando o aluno para a
dem a ler apesar dos professores, ou seja, todos leitura de imagens, propagandas, cartazes den-
nós possuímos as condições ler, pois aprende- tre outros tipos de leituras possíveis em nosso
mos tal tarefa a partir de nosso contexto pesso- cotidiano.
al. Martins (2004, p.15) complementa: “o leitor Koch (2004, p. 161), ao abordar os as-
pré-existe a descoberta do significado das pa- pectos da importância da leitura ressalta que:
lavras escritas”. Todavia, para que não nos tor- é preciso mostrar ao educando que as pistas
nemos meros decodificadores, necessitamos de que lhe são oferecidas no texto tornam pos-
orientações, que nos auxiliem nesse percurso e sível não só o reconstruir o evento da sua
objetivem o previsto nos Parâmetros Curricula- enunciação, no sentido de permitir-lhe apre-
res Nacionais (2006, p.33): “possibilitar ao aluno ender a intencionalidade subjacente ao texto,
compreender textos orais e escritos com os quais como também recriá-lo a partir de sua vivên-
cia, de seu conhecimento e de sua visão de
se defrontam em diferentes situações de partici-
mundo.
pação social, interpretando-os corretamente e
inferindo as intenções de quem o produz”. Kleimam (1989) ressalta ainda que a di-
No entanto, conforme afirma Matêncio versificação das atividades em torno dos textos

132 Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010


Abordagem de pressupostos...

lidos leva em conta o desenvolvimento do aluno lógica, lógica ou sociológica e um inventário de


em suas estratégias cognitivas e metacogniti- figuras de estilo empregadas na coletividade da
vas, com a finalidade de que a partir dessas prá- fala da língua “L”, além de informações a respei-
ticas o aluno possa reconstruir as informações to das diferentes utilizações da linguagem nesta
mediante a utilização do conhecimento prévio e comunidade.
reestruturá-lo de acordo com as novas informa- Enquanto para Ilari & Geraldi (2002, p.
ções assimiladas. 06):
Assim, na perspectiva deste estudo, a semântica é um domínio de investiga-
compreende-se leitura, em consonância a Lajo- ção de limites movediços: semanticistas
lo (1988): além da mera decodificação ou deci- de diferentes escolas utilizam conceitos
fração de adivinhações, mas que a partir de um e jargões sem medidas comum, explo-
texto se pode extrair significações, que possibili- rando em suas análises fenômenos cujas
tarão a execução de relações com outros textos, relações não são sempre claras: em opo-
reconhecendo, assim, o tipo de leitura que o seu sição a imagem integrada que a palavra
autor pretendia, entregando-se e rebelando-se ciência evoca, a semântica aparece, em
ou mesmo propondo outra leitura não prevista. suma não como um corpo de doutrina,
mas como um terreno que se debatem
1.2 Semântica e Pragmática: recursos argu- problemas cujas conexões não são sem-
mentativos pre óbvias.

A semântica argumentativa desenvolveu- Para Moura (2000), a fronteira entre prag-


se inicialmente em estudos de Austin (1962) e mática e semântica se estabelece no contexto,
Benveniste (1966). Neste trabalho o aporte te- no entanto, esse mesmo autor salienta que em
órico terá como respaldo os conhecimentos da função da definição de contexto ser raramente
semântica argumentativa, que enfatiza as pro- definida, tal distinção fica comprometida, pois
priedades lógicas como encadeamento, pressu- ainda segundo Moura, o contexto é uma ferra-
posição e intenções, bem como as normas so- menta de trabalho e não um objeto de pesquisa.
ciais que regem os usos linguísticos. Portanto, ao optar-se por estudar pressuposto e
Tamba-Mecz (2006) define semântica subentendido, recai-se em ambos os estudos da
como uma disciplina linguística que tem por ob- significação, com o objetivo de expor o caráter
jetivo a descrição das significações próprias às argumentativo que um enunciado carrega e que
línguas e sua organização teórica. Para Lopes deve ser assimilado por seu leitor. Assim, con-
(2001, p.232) “a semântica trata da ciência das forme assevera Koch (2004, p. 27) “não basta
significações das línguas naturais”, no entanto, conhecer o significado literal das palavras ou
essa definição assinala as diferenças existentes sentenças da língua: é preciso saber reconhe-
entre a semântica que estuda os conteúdos das cer todos seus empregos possíveis, que podem
línguas naturais e a semântica semiótica, que variar de acordo com as intenções do falante e
estuda a significação dos sistemas sígnicos se- circunstâncias de produção”.
cundários, entendendo que o sentido é sempre
um resultado de uma interpretação. 1.3 Pressuposto e subentendido
Segundo Ducrot (1987, p. 14) “a descri-
ção semântica de uma língua “L” consiste em Frege (1892) é um dos primeiros auto-
um conjunto de conhecimentos que permitem res a distinguir posto e pressuposto. Todavia, na
prever frente ao enunciado A de L, produzido na literatura se encontram diversos autores como:
circunstância X, o sentido que esta ocorrência de Collingwood (1940), Strwson (1964), Austin
A tomou neste contexto”. Portanto, a descrição (1962), Fillmore (1970), dentre outros, que se
semântica reside nos conhecimentos necessá- referem a estudos a respeito da pressuposição,
rios para que um enunciado produzido em uma no entanto, percebe-se muitas divergências na
determinada circunstância tenha sentido em seu noção desse conceito para esses autores.
contexto de ocorrência. Dessa forma, para esse Neste trabalho optou-se por abordar a no-
autor a descrição semântica, trata de um con- ção de pressuposição conforme Ducrot (1987),
junto heterogêneo, no qual devem ser reunidos ciente das mudanças ocorridas no decorrer dos
conhecimentos linguísticos, leis de ordem psico- estudos deste autor. Em 1966 estudos deste au-

Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010 133


MACHADO, T. H. S.; ROSA, C. M.; PRADO, T. B.

tor abordavam a pressuposição como condição por que ele falou desse modo?, ou seja, a fala
de emprego de um enunciado, mas em 1972 do locutor funciona como um enigma a ser resol-
passa a considerá-la parte integrante do sentido. vido pelo destinatário, compreendido por Fiorin
Por consequente, compreende que: “pressupor (2002, p. 244) como ‘insinuações escondidas
não é dizer o que o ouvinte sabe ou o que se por trás de uma afirmação’.
pensa que ele sabe ou deveria saber, mas situar Segundo Moura (2000), baseando-se
o diálogo na hipótese de que ele já soubesse” nos estudos de Levinson (1983) algumas pala-
(DUCROT, 1987 p. 77). vras possuem a função de ativar os pressupos-
Assim, conforme afirma Koch (2004), a tos como:
rejeição dos pressupostos compreenderia uma Exemplo: Machado de Assis ou o Autor
afronta pessoal, pois debater-se-ia além do de Memórias Póstuma de Brás Cubas;
conteúdo dito, ou seja, o próprio direito de di- Verbos factivos: verbos que introduzem ora-
zer. Após 1977 Ducrot realizou diversas modifi- ções subordinadas (e fatos dados como cer-
cações em relação à noção de pressuposição, tos) tais como: lamentou, sentiu, compreen-
abordando questões de duas formas implícitas: deu, soube;
o pressuposto que se manifesta no enunciado Verbos implicativos: conseguiu (tentou), es-
e o subentendido, que se manifesta a partir de queceu (deveria ter lembrado);
uma reflexão a respeito das condições de enun- Verbos de mudança de estado: deixou, co-
ciação. meçou;
Segundo Ducrot (1987), o conteúdo pos- Interativos: pressupõe que a ação indicada
to refere-se à informação contida literalmente pelo verbo já tinha acontecido. Exemplo: de
nas palavras da sentença, enquanto os pressu- novo, retornou;
postos são as informações que podem ser recu- Expressões temporais: depois, antes;
peradas no implícito das sentenças. Assim, para Sentenças clivadas: possuem a forma (Não)
a proposição (1) “Pedro parou de fumar”, o pres- foi X que (oração), ou seja, semanticamente
suposto seria “Pedro fumava antes”. a segunda oração contém um fato pressupos-
No pressuposto reside uma informação to.
indiscutível para o falante e/ou ouvinte e nesse Para Koch (2004), a manutenção dos
âmbito o locutor partilha com o ouvinte a res- pressupostos constitui um dos fatores de coe-
ponsabilidade, sendo, portanto, coextensivo no rência do discurso, em detrimento do reconhe-
interior do diálogo. Já o conteúdo subentendido cimento do pressuposto estar aliado à aceitação
para Ducrot (1987) não está marcado na frase, e de verdade do que é posto.
se explica no processo interpretativo. Portanto, o Ducrot (1981, p. 177) assevera ainda
subentendido da frase (1) poderia ser “Até Pedro que:
parou de fumar, por que você não se anima?”. o valor argumentativo de uma frase não é
Em relação à diferença entre ambos, Du- somente uma das conseqüências das infor-
crot (1987) afirma que “a pressuposição é parte mações nela trazidas, mas a frase pode com-
integrante do sentido dos enunciados. O suben- portar diversos morfemas, expressões ou ter-
mos que, além de seu conteúdo informativo,
tendido, por sua vez, diz respeito à maneira pela
servem para dar uma orientação argumenta-
qual esse sentido deve ser decifrado pelo desti- tiva ao enunciado, a conduzir o destinatário
natário” (DUCROT 1987, p.41). em tal ou qual direção.
Este mesmo autor assevera que:
Dizer que pressuponho X, é dizer que pre- Nesse contexo, Guimarães (1995) res-
tendo obrigar o destinatário, por minha fala, salta que o trabalho de Ducrot foi o de incluir o
a admitir X, sem por isso dar-lhe o direito de
objeto do domínio já-dito, não dito diretamente, e
prosseguir o dialogo a propósito de X. O su-
bentendido, ao contrário, diz respeito à ma- que detém significado no enunciado, compreen-
neira pela qual esse sentido se manifesta, o dendo que o pressuposto como sentido implícito
processo, ao término do qual deve-se des- é parte decisiva do tratado de obrigações inscri-
cobrir a imagem que pretendo dar de minha to na língua.
fala” (DUCROT, 1987, p.42) Em relação ao subentendido Ducrot
(1987, p.32) assevera: “o subentendido se ca-
Portanto, segundo Ducrot, o subentendi- racteriza pelo fato de que, sendo observável em
do se constrói a partir da resposta à perguntas: certos enunciados de uma frase, não está mar-

134 Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010


Abordagem de pressupostos...

cado na frase. Essa situação do subentendido (2002, p. 242): “na leitura e interpretação de tex-
se explica pelo próprio processo interpretativo to, é muito importante detectar os pressupostos,
do qual ele provém”. Para esse autor o suben- pois seu uso é um dos recursos argumentativos
tendido se instala na resposta a pergunta “Por utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor
que o locutor disse o que disse?”, “O que tornou a aceitar o que está sendo comunicado”.
possível sua fala?”, portanto, pressuposto e su-
bentendido não possuem a mesma origem inter- 1.4 Análise das atividades dos livros didáti-
pretativa, uma vez que os subentendidos estão cos
ligados às circunstâncias da enunciação e os Foram escolhidos dois materiais didáti-
pressupostos são transmitidos pela frase. cos: apostila do Positivo para a 7ª série “Idéias
Assim, quando se assevera “Que calor, que mudaram o mundo” e o livro didático da rede
como está quente esta sala”, em determinado pública “Português Leitura Produção Gramáti-
contexto (sala fechada), fica subentendido que ca”, de Leila Lauar Sarmento. As atividades se-
o indivíduo gostaria que abrissem uma janela ou lecionadas envolvem a leitura e a interpretação
arejassem o local. textual, mais especificadamente charges e tex-
Nesse sentido, mesmo que nos estudos tos jornalísticos (reportagens de jornais e revis-
de Ducrot não tenham sido contemplados os tas). O foco da análise reside na observação das
aspectos direcionados às questões de aprimo- atividades, buscando identificar se as perguntas
ramento da noção de leitura, no presente estudo propostas direcionam o aluno somente para a
nota-se que pode-se utilizar seus conhecimen- interpretação do conteúdo posto ou se acenam
tos, buscando contribuir para o processo de lei- ou expõem o conteúdo pressuposto e subenten-
tura dos conteúdos não-ditos, ou seja, implíci- dido, portanto, implícito no texto.
tos, em consonância ao compreendido por Fiorin

1.4.1 – Atividades da apostila “Positivo”:

Atividade 01:

Perguntas: enunciado existe mais de um tipo de conteúdo


a) O texto apresenta quantas possibilidades sendo abordado, acenando assim para a inter-
de interpretação? Quais são elas? pretação do conteúdo posto e pressuposto. No
b) A que o verbo acabar se refere, de fato? entanto, na questão “d” a sugestão de resposta,
c) Qual o nome do recurso coesivo que cau- presente no livro do professor diz “A ambigüida-
sou ambigüidade? de de sentido. Em outras palavras, o fato de o
d) O que torna a tira engraçada? personagem não fazer a leitura do contexto no
e) Reescreva o texto, de maneira que evite a texto escrito”, ou seja, deixa-se de apresentar
ambigüidade: a crítica que está incutida na charge, a respeito
dos valores dos remédios e dos efeitos colate-
Percebemos na pergunta “a” a intenção rais que muitos apresentam e não são explica-
de instigar o aluno para a percepção de que no dos aos pacientes.

Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010 135


MACHADO, T. H. S.; ROSA, C. M.; PRADO, T. B.

Atividade 02:

QUINO, Toda a Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1993, p.43

Perguntas: Mafalda se refere a seu pai como “Prêmio Nobel


a) Com qual vocativo Mafalda se dirige a seu dos vasinhos”, qual era o objetivo de Mafalda
pai? ao se expressar dessa maneira. Enquanto as
b) Qual seria o vocativo comum com o qual questões “c” e “d” conseguem expor de melhor
ela poderia se dirigir ao interlocutor na situa- maneira o conteúdo pressuposto. Ou seja, no
ção da tira? momento em que pai de Mafalda diz “Onde é
c) Por que o pai não gostou da forma usada que está o respeito que você deve a seu pai?”,
por Mafalda para se dirigir a ele? pressupõe que esse respeito não está sendo
d) De que forma Mafalda reafirma o seu ponto apresentado na conduta de Mafalda, portanto,
de vista em relação ao trabalho que o pai está ele o está cobrando. Ao mesmo tempo, quando
realizando? Mafalda responde “Na geladeira” fica subenten-
dida a ironia de Mafalda diante da atitude des-
Já nessas atividades, percebemos nas respeitosa do pai ao gritar com Mafalda, portan-
perguntas “a” e “b” a preocupação puramente to, subentende-se que o respeito entre pai e filha
gramatical. Na questão “b” o aluno poderia ter não está presente nas relações pessoais entre
sido questionado a respeito do motivo pelo qual eles, mas sim na geladeira.

Atividade 03:

Perguntas: Por quê?


a) Qual a linguagem predominante na tira? b) Observe a seqüência da história. De que

136 Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010


Abordagem de pressupostos...

modo o tempo passa? sável pela pesquisa, Vandely do Santos Guerra,


c) Em que parte da casa Ozzy está? O que vê o resultado com grande satisfação. “ Lugar
ele está fazendo? de criança é na escola ou brincando”, diz. Para
d) Quanto tempo se passa desde o primeiro o IBGE, o número de pessoas que não estudam
quadrinho até o último? diminui por causa das políticas dos governos
e) O que acontece a Ozzy no último quadro? para facilitar o acesso à escola e inibir a necessi-
O que isso significa? dade de crianças terem de trabalhar para ajudar
os pais na renda familiar.
Na atividade 03, as questões estão to- Serviço doméstico, trabalho, distância
talmente ligadas à questão do conteúdo apre- e falta de vagas são alguns dos motivos que
sentado na história no nível do posto, ou seja, afastam crianças e jovens da escola, segundo
informações que são apresentadas na camada o IBGE. Por isso, o nível de escolaridade entre
superficial do texto. Na questão “e” sugere-se no pessoas de 5 a 17 anos cresce de acordo com a
livro do professor a seguinte resposta: “A tira se faixa de rendimento familiar. Em famílias que ga-
torna engraçada ao mostrar que o Ozzy ficou pa- nham até ½ salário mínimo, esta taxa ficou em
rado diante da TV durante todo o dia até que ele 83,1%. Já em famílias com rendimento de 10 sa-
é ‘engolido pelo sofá’ e desaparece!”. Portanto, lários mínimos ou mais, o nível de escolaridade
podemos perceber que não foi abordado nas sobe para 97,9%.
questões o conteúdo implícito, que se refere ao Crianças e adolescentes que trabalham
subentendido que existe no ato de Ozzy ser en- vão menos à escola do que aqueles que não
golido pelo sofá, pois do fato de o personagem trabalham. Há trabalhadores infantis nas áreas
desaparecer depois de uma maratona televisiva urbanas e rurais do País. Cerca de metade das
pode-se inferir que os conteúdos assistidos “en- crianças e adolescentes que estão ocupados
colheram o personagem e seu cérebro”, reduzin- com alguma atividade utiliza produtos químicos,
do a algo tão insignificante, fazendo com que ele maquinas e ferramentas para trabalhar e corre o
simplesmente desapareça. risco de sofrer acidentes. Esta parcela é maior
entre os trabalhadores do campo, que somam
Atividade 04: 43% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos
que têm alguma atividade.
Texto “Um Brasil que poucos conhecem” JACHINTHO, Etienne. Um Brasil que
Pesquisa revela os números do trabalho infantil poucos conhecem. O Estado de S. Paulo, 26
no País abr.2003, p.4-5. Estadinho. Jornal O Estado S.
O número de crianças que trabalham Paulo.
está diminuindo no Brasil. Esta é a principal des-
coberta da pesquisa sobre o trabalho infantil re- Perguntas:
alizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e a) Qual o assunto do texto?
Estatística (IBGE), que compara dados de 1992 b) Com que intenção ele foi escrito?
e de 2001. A diminuição do número de crianças c) Faça uma síntese do assunto de cada pa-
e adolescentes entre 5 e 17 anos que trabalham rágrafo do texto:
revela algo muito importante: mais brasileiros
estão na escola. Comparando as estatísticas de Nessa atividade com o texto “Um Brasil
1992 e 2001 é possível notar que o número de que poucos conhecem”, não se explora nenhum
estudantes entre 5 e 17 anos cresceu em todo o aspecto dos conteúdos implícitos presentes no
País. E a maioria deles, 86%, freqüenta escolas texto. As respostas às questões devem ser so-
públicas. mente removidas do texto, não ocorrendo ne-
Em 1992, 46 % das crianças de 5 a 6 nhuma exploração interpretativa por parte dos
anos de idade não estudavam. Em 2001, esse alunos.
porcentual caiu para 23,8%. No grupo de pes- Percebe-se inicialmente: “Pesquisa re-
soas de 7 a 14 anos, este número era de 13,4% vela os números do trabalho infantil no país”,
em 1992, e foi para 3,5%, em 2001. Jovens de ficando pressuposto que esses números são
15 a 17 anos também estão estudando mais: desconhecidos pelo público. Quando o autor
em 1992, 40,3% estavam fora da escola e em salienta: “O número de crianças que trabalham
2001, o porcentual caiu para 18,9%. A respon- está diminuindo no Brasil”, pressupõe-se que no

Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010 137


MACHADO, T. H. S.; ROSA, C. M.; PRADO, T. B.

Brasil existem crianças trabalhando, e ao expor Além disso, observa-se que nesse livro
que estão diminuindo o autor ressalta que esse didático os textos literários e os poemas são, em
número já foi maior. Além disso, quando o autor diversas oportunidades, utilizados apenas com
diz “mais brasileiros estão na escola”, podemos finalidade gramatical.
pressupor que no Brasil existem brasileiros fora
da escola, fato este mais adiante justificado pelo Atividade 01
autor pela falta de emprego aos pais dessas
crianças. Texto “Síndrome do excesso de informação”.
Quando Vandecley assevera “Lugar de Cristina Baptista. Veja, 05 set 2001 (Adapta-
criança é na escola ou brincando”, pressupomos do).
que as crianças no Brasil não estão na esco- O excesso de informação provoca a an-
la ou brincando, mas sim em outras atividades gústia típica dos tempos atuais e leva à conclu-
que deveriam ser ocupadas por adultos. Logo são de que, às vezes, saber demais é um pro-
em seguida, quando o autor diz: “Para o IBGE, blema.
o número de pessoas que não estudam diminui
por causa das políticas dos governos para faci- “O eterno sentimento humano de ansie-
litar o acesso à escola e inibir a necessidade de dade diante do desconhecido começa a tomar
crianças terem de trabalhar para ajudar os pais uma forma óbvia nestes tempos em que a infor-
na renda familiar”, pressupõe-se que em 1992 mação vale mais que qualquer outra coisa. As
não existiam políticas governamentais suficien- pessoas hoje parecem estar sofrendo porque
tes para garantir um número maior de crianças não conseguem assimilar tudo o que é produzi-
nas escolas. do para aplacar a sede da humanidade por mais
O autor ainda diz que “Em famílias que conhecimento [...]
ganham até ½ salário mínimo, essa taxa ficou Ler e aprender sempre foi tido como algo
em 83,1%. Já em famílias com rendimento de 10 bom, algo que deveríamos fazer cada vez mais.
salários mínimos ou mais, o nível de escolarida- Não sabíamos que haveria um limite para isso.
de sobe para 97,9%”, ou seja, pode-se pressu- [...]”
por que o grau de escolaridade está diretamente
relacionado à condição financeira familiar, por- Atividades propostas:
tanto, quanto mais ricos, mais escolarização a 1) O texto de Cristina Baptista é uma reporta-
criança terá. gem. Quanto à estrutura, que características
Percebe-se, portanto, que as atividades ele apresenta?
propostas pelo livro não conseguiram direcionar 2) Que relações podem ser estabelecidas
o aluno para uma reflexão a respeito da proble- entre: o primeiro e o segundo parágrafo? O
mática apresentada no texto. Além disso, num segundo e o terceiro parágrafo?
conteúdo como este, poderia ser explorado o co- 3) A informação passou a ter, desde o século
nhecimento de mundo do aluno, em junção com XX, um valor especial, e esse fato vem geran-
o conhecimento apresentado pelo autor, estimu- do alguns problemas:
lando o aluno ao raciocínio e a sua visão crítica a) Segundo o texto, a informação vale mais
diante do texto lido. do que qualquer outra coisa. O que você pen-
sa sobre isso?
1.4.2 – Atividades do livro didático “Portu- b) A obsessão das pessoas em se manterem
guês Leitura Produção Gramática”, de Leila constantemente informadas trouxe que con-
Lauar Sarmento seqüências de acordo com o texto?
4) A dedicação ao saber sempre foi admirada
Nesse livro didático observa-se que as pela maioria das pessoas que, em diversas
atividades de interpretação possuem o título épocas, empenharam-se em aprender cada
“Análise da leitura” e, além delas existem char- vez mais. Explique por que, hoje, a procura
ges que são seguidas de perguntas de cunho por informação vem acarretando problemas.
interpretativo. Para essa análise foram selecio- 5) Grande parte das pessoas não consegue
nados trechos dos textos utilizados para inter- absorver as informações com que esbarra
pretação e as algumas charges selecionadas no dia-a-dia, como ocorre na Inglaterra. Essa
aleatoriamente. dificuldade causa desconforto e pode gerar

138 Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010


Abordagem de pressupostos...

problemas neurológicos. que houve momentos em que a informação não


a) Em sua opinião, por que as pessoas dese- era tão valorizada pela sociedade, e ao ressaltar
jam tanto ter mais informações? “mais que qualquer coisa”, o pronome indefinido
b) Segundo o texto, as mulheres e os jovens expõe o juízo de valor em relação a esta situa-
sentem maior desconforto, por não terem ção, depreciando assim esta valorização vazia
como acompanhar todas as informações di- que a sociedade impõe fato de estar informado.
árias. Por quê? Além disso, no trecho “não conseguem
assimilar tudo”, pressupõe-se que deveriam
Nessa atividade, observamos que o con- conseguir assimilar esse conteúdo que não está
teúdo implícito (pressuposto ou subentendido) sendo efetivado. Na parte do texto em que se
não foi abordado. As questões direcionam os fala “Não sabíamos que haveria um limite para
alunos a respostas pessoais ou a retirar partes isso”, novamente o conteúdo implícito e pressu-
do texto, ou seja, não possibilitam uma leitura posto demonstra que há um limite que não está
crítica. Quando no texto encontramos a seguinte sendo respeitado, causa essa para os proble-
expressão “Nestes tempos em que a informação mas de saúde das pessoas.
vale mais que qualquer coisa”, pressupõe-se

Atividade 02

Perguntas: resposta “O tema é o efeito que as notícias vei-


a) Escreva no seu caderno qual o tema explo- culadas pelo jornal e pela televisão causam”. Na
rado nas duas tiras. questão “b” a sugestão de resposta se restringe
b) A partir das reações dos personagens, ex- ao fato de os personagens terem ficado aterrori-
plique qual o efeito das notícias sobre eles. zados, ou seja, mais uma vez não se questiona
c) Nessas duas tiras, a construção do humor o conteúdo subentendido no texto.
foi feita com base na reação inesperada dos Também, na frase “Bem, você sabe que
personagens aos programas de televisão a não se deve manter informado hoje em dia”,
que estão assistindo. O que há de inesperado apresenta em seu conteúdo pressuposto que
nessa reação? essa situação nem sempre foi assim, ou seja,
em momentos anteriores era possível manter-se
Nesta atividade, percebe-se que o conte- informado, sem se deparar com tantos proble-
údo implícito pode ser abordado na questão “a”, mas sociais escancarados na atualidade pelos
caso o professor direcione a interpretação à crí- meios de comunicação. Portanto, a personagem
tica implícita em relação ao conteúdo apresen- avalia a ação de ler jornais com não sendo mais
tado na televisão. No entanto, na proposta de necessária ao indivíduo, devido ao conteúdo
resposta apresentada no livro destaca-se como atual apresentado nos jornais.

Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010 139


MACHADO, T. H. S.; ROSA, C. M.; PRADO, T. B.

Além disso, nessa atividade poderia ter ______. Dizer e não dizer princípios da se-
sido explorado o motivo da mudança dessa situ- mântica lingüística. São Paulo: Cultrix, 1972.
ação, expandindo até mesmo para um trabalho
de pesquisa em que os alunos consultariam jor- FIORIN, J. L. Para entender o texto: leitura e
nais de outros períodos anteriores para respon- redação. 16. ed. São Paulo: Ática, 2002.
derem a essa indagação.
GUIMARAES, E. Os limites do sentido um es-
1.5 Considerações finais tudo histórico e enunciativo da linguagem.
Campinas: Pontes, 1995.
Com base nas análises realizadas, bem
como, na leitura dos materiais didáticos em ques- ILARI, R.; GERALDI, J. W. Semântica. 10. ed.
tão, foi observado que as atividades da Apostila São Paulo: Ática, 2002.
1 e do Livro 2 não possibilitam uma interpretação
do conteúdo implícito nos textos apresentados. KLEIMAN, A. B. Leitura, ensino e pesquisa.
Campinas: Pontes, 1989.
Em algumas ocasiões percebeu-se que certas
atividades conseguem aproximar-se apenas
KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. 9.
parcialmente da reflexão do conteúdo implícito,
ed. São Paulo: Cortez, 2004.
no entanto, não avançam nesta reflexão.
Na apostila 1 notou-se desde atividades
LOPES, E. Fundamentos da lingüística con-
preocupadas puramente com conteúdos grama- temporânea. São Paulo: Cultrix, 2001.
ticais, ou mesmo com questões que exigem do
aluno somente a cópia de partes do texto para MARTINS, M. H. O que é leitura. 19. ed. São
obter a resposta, mas também foram encontra- Paulo: Brasiliense, 1994.
das atividades que acenam para o conteúdo im-
plícito tão presente e importante num processo MATENCIO, M. L. Leitura produção de tex-
de interpretação. Já no livro 2, as atividades se- tos e a escola. Campinas: Mercado das Letras,
lecionadas não abordaram o conteúdo implícito, 1994.
portanto, em ambos percebeu-se a necessidade
da intervenção do professor como ponto chave. MOURA, H. M. M. Significação e contexto:
Sendo assim, fica evidente que cabe ao uma introdução a questões de semântica e prag-
professor, no momento de trabalhar com esses mática. 2. ed. Florianópolis: Insular, 2000.
materiais didáticos, abordar os conteúdos se-
mânticos no que se refere à pressuposição e ao PARANÁ. Secretaria da Educação. Diretrizes
subentendido, buscando mostrar aos alunos os curriculares de língua portuguesa. Disponível
conteúdos implícitos, para que realizem uma lei- em: <http://www.diaadia.pr.gov.br/cge/arquivos/
tura eficaz e crítica, capaz de captar todos os File/DCE_Lingua_Portuesa>. Acesso em: 22
conteúdos expostos ou escondidos presentes abr. 2009.
no texto, lembrando sempre que nada é ressal-
tado ou silenciado de maneira neutra, pois sem- BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros
pre estará presente uma intencionalidade por de curriculares nacionais da língua portugue-
trás de um texto, e cabe ao professor auxiliar o sa, 2006. Disponível em: <http://portal.mec.gov.
aluno nessa busca e nesse aprimoramento do br/seb/arquivos/pdf/livro02.pdf>. Acesso em: 22
processo de leitura, que o guiará a uma leitura abr. 2009.
efetiva e crítica.
POSITIVO. Material didático. 2006. (7 série).
Bibliografia SARMENTO, L. L. Português leitura produção
gramática. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2006.
DUCROT, O. O dizer e o dito. Campinas: Pon-
tes, 1987. TAMBA, M. I. A semântica. São Paulo: Parábo-
la, 2006.
______. Provar e dizer: leis lógicas e leis argu-
mentativas. São Paulo: Global, 1981. ZILBERMAN, R. (Org.). Leitura em crise na es-
cola: as alternativas do professor. 9. ed. Porto
Alegre: Mercado Aberto, 1988.

140 Akrópolis, Umuarama, v. 18, n. 2, p. 131-140, abr./jun. 2010

Você também pode gostar