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Prof.

Guilherme Silva
PARA ONDE VAI O LIXO???
São Paulo, sábado, 16 de abril de 1994

 'Comi porque tinha fome'


 FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
 A catadora de lixo Leonildes Cruz Soares, 65, afirmou que comeu um seio humano porque estava passando fome.
Ela passou mal e, segundo a nutricionista da Universidade Federal do Estado, Nonete Guerra, "correu risco de vida".
"Se o órgão foi amputado, tinha alguma lesão. Além disso, já estava em decomposição e causaria intoxicação", disse Guerra.
A catadora de lixo concedeu entrevista ontem à Folha, em frente ao barraco onde mora, no lixão de Olinda. Leia a seguir os principais trechos
da entrevista:
Folha - A senhora confirma que comeu um seio encontrado no depósito de lixo?
Leonildes Cruz Soares - Comi sim. Eu e meu filho, Adilson (Ramos Soares, 39). Assei no óleo e comi com cuscuz (mistura de farinha de milho
com água). Foi a primeira vez que fiz isso.
Folha - Por que a senhora fez isso?
Soares - No começo eu não sabia o que era. Achava que era uma gordura qualquer.
Folha - Então a senhora comeu sem saber o que era?
Soares - Quando comecei a fritar a carne apareceu uma gordura amarela. Aí as pessoas me disseram o que era, mas eu não tinha o que
comer e comi isso mesmo. Com fome entra tudo. Passei um bocado de dia sem saber o que era almoço.
Folha - A senhora não passou mal?
Soares - Passei mal. Vomitei muito. Depois tomei remédio, uns negócios aí, e melhorei. Meu filho também passou mal.
Folha - O que a senhora costuma comer em casa?
Soares - Costumo comer o que a gente cata no lixo. É peixe, pão, galinha, essas coisas... (Fábio Guibu)

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Índice
 Indigentes comem carne humana em Olinda
 FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM OLINDA
 Favelados de Olinda (6 km de Recife, PE) estão comendo pedaços de carne humana recolhidos no lixo hospitalar.
A denúncia, feita pela Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, é confirmada por catadores do depósito de lixo da cidade.
"O caminhão passa nos hospitais e depois joga tudo aqui", diz a catadora Solange da Silva, que atua há oito anos no local.
"Já encontramos seringa, dedo, tripa, braço e até um nenê (feto)", afirma Solange.
Pelo menos duas pessoas admitiram à Folha terem se alimentado de carne humana recolhida do lixo.
A catadora Leonildes Cruz Soares, 65, e seu filho, Adilson Ramos Soares, 39, afirmam que comeram um seio encontrado por ele em meio
aos detritos.
"Não tinha o que comer e comi isso mesmo", justifica a mulher. Ela mora em um barraco no lixão, com 7 de seus 10 filhos.
Segundo a pastora da igreja anglicana Simea de Souza Meldrum, os dois não são os únicos que já se alimentaram de carne humana.
"Nas conversas que tivemos com os catadores sentimos que a prática parece comum entre eles. Mas todos se resguardam", diz.
Meldrum lidera um grupo de evangelização que atua entre os favelados do lixão.
Foi numa das visitas à comunidade que eles constataram o consumo de carne humana jogada por hospitais no depósito da cidade.
"Um dos técnicos viu a mama cozida e perguntou para o rapaz o que era. Ele demorou, mas acabou contando a história", disse Souza
Meldrum.
Ontem, às 10h30, a Folha flagrou um caminhão de lixo hospitalar descarregar detritos no depósito da cidade.
Assim que chegou, o veículo foi imediatamente cercado por crianças. O lixo foi todo vasculhado pelos meninos e meninas.
Uma delas, Ivanilda da Silva, 11, encontrou e comeu um pedaço de pão. Sua mãe, Solange, viu e considerou a atitude normal.
"A gente come o que acha aí. Pega peixe, roupa, galinha, o que tiver", afirmou a mulher. "A gente tem que viver, né"?
Dados da Secretaria de Ação Social de Olinda indicam que no lixão da cidade circulam em média 250 pessoas por dia. Dez delas em
barracos no próprio local.
Essas pessoas recolhem e vendem materiais recicláveis. Cada catador arrecada em média CR$ 600 por semana.

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Índice
Ilha das Flores

 https://www.youtube.com/watch?v=LETSDS8qm9U
Origem e Produção de Resíduos Sólidos –
Classificação
 1.Origem e Formação do Resíduos Sólidos
 2.Definição de Resíduos Sólidos
 3.Classificação dos Resíduos Sólidos
 4.Características dos Resíduos Sólidos
 5.Composição dos Resíduos Sólidos
 6.Resíduos Sólidos de Construção Civil
 7.Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde
 8.Legislações referentes a Resíduos Sólidos
 9.Referências Bibliográficas
Origem e Formação dos Resíduos Sólidos

 origem antrópica
 -(em oposição à aqueles que ocorrem em ambientes naturais
sem influência humana)
 aparece quando a capacidade de absorção natural pelo meio
no qual está inserido é ultrapassada
Definições de Resíduo e Lixo

 Resíduo -é originária do latim residuum, de residere;


 significa: ficar assentado no fundo de, ou seja, resto, sobra, borra,
sedimento, de onde surge a conotação atual do termo.
 -antrópica:

 -Lixo:-sinônimo de resíduos sólidos


 origem–do latim lix, que significa cinzas ou lixívia, de uma época em que
a maior parte dos resíduos de cozinha era formada por cinzas e restos de
lenha carbonizada dos fornos e fogões.
 Lixo também é definido como sujeira, imundice, coisa ou coisas inúteis,
velhas, sem valor.
No passado o era constituído em sua
maioria por matéria orgânica.
 Crescimento Populacional
+
 Aumento da Industrialização
=
 Maior produção de resíduos e mudanças na sua composição
A Origem e Formação dos Resíduos
Sólidos podem variar de acordo com:
 Número de habitantes no local;
 Área relativa de produção;
 Variações sazonais;
 Condições climáticas;
 Hábitos e costumes da população;
 Nível educacional;
 Poder aquisitivo;
 Grau de desenvolvimento do local;
 Leis e regulamentações específicas;
 Variações na mesma comunidade com as estações do ano;
 Características de sexo e idade dos grupos populacionais, e,
 Controle exercido pelo órgão responsável pelos resíduos
Resíduos Sólidos
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas -ABNT: resíduos sólidos são
resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da
comunidade, de origem: industrial, doméstica, de serviços de saúde, comercial,
agrícola, de serviços e de varrição.

Consideram-se também resíduos sólidos os lodos provenientes de sistemas de


tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de
poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades tornem inviável o
seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpo d'água, ou exijam para isso
soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia
disponível. (ABNT, 1987)
Definições de Resíduos Sólidos

 Os resíduos sólidos são materiais heterogêneos (inertes, minerais e orgânicos),


resultantes das atividades humanas e da natureza, os quais podem ser
parcialmente utilizados, gerando, entre outros aspectos, proteção à saúde pública
e economia de recursos naturais. Os resíduos sólidos constituem problemas:
sanitário, econômico e principalmente estético (Manual de Saneamento: Normas e
Diretrizes, 2006).
Definições de Resíduos Sólidos

 Resíduo sólido também é definido como todo material sólido ou


semissólido indesejável e que necessita ser removido por ter sido
considerado inútil por quem descarta, em qualquer recipiente destinado a
este ato (Manual de Gerenciamento Integrado de resíduos sólidos, 2001).
Definições de Resíduos Sólidos

 Conforme a definição apresentada na Lei nº203 de 1991, relativo à instituição da


Política Nacional de Resíduos, resíduos são “materiais resultantes de processo de
produção, transformação, utilização ou consumo, oriundos de atividades humanas
ou animais, ou decorrentes de fenômenos naturais, a cujo descarte se procede, se
propõe proceder ou se está obrigado aproceder”.
Classificação dos Resíduos Sólidos

 Classificação quanto ao estado físico:


 Sólido;
 Líquido
 Gasoso, e,
 Pastoso
 Classificação conforme sua degradabilidade:
 Facilmente degradáveis: matéria orgânica facilmente putrescível como sobra de
alimentos, animais mortos, excrementos etc;
 Moderadamente degradáveis: representado pelas folhas, papel, papelão e outros
produtos celulósicos.
 Classificação conforme sua degradabilidade:
 Dificilmentedegradáveis:comoamadeira,couro,borracha,trapo,pano,cabelo,penade
galinha,osso,e,
 Nãodegradáveis:vidro,plástico,metal,pedras,cinzas,terra,areia,cerâmica
 Classificação quanto a viabilidade da incineração:
 Resíduos combustíveis e
 Resíduos não combustíveis.
 Classificação quanto a viabilidade da reciclagem:
 Por tipo de material (plástico ,vidro ,metal, papel, matéria orgânica eoutros)e,
 Ou classificado em reciclável, descartável e perigoso.
 Resíduos Sólidos Urbanos:
 São aqueles oriundos de residências, áreas comerciais e aqueles industriais, mas
com características semelhantes aos residenciais.
 São subdivididos em:
 Domiciliar: aquele originado da vida diária das residências, constituído por
setores de alimentos (tais como, cascas de frutas, verduras etc.),produtos
deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico,
fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens.
 Comercial:aquele originado dos diversos estabelecimentos comerciais e de
serviços, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares,
restaurantes etc. Ol ixo destes estabelecimentos e serviços tem um forte
componente de papel, plásticos, embalagens diversas e resíduos de asseio dos
funcionários, tais como, papel toalha, papel higiênico etc.
 Público:são serviços proveniente da limpeza urbana, incluindo resíduos de
varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e de
terrenos, restos de podas de arvores; da limpeza de área de feiras livres, como
restos de alimentos, embalagens etc.
 Industriais: correspondem aos resíduos gerados nos diversos
 tipos de indústrias de processamentos. Em função da periculosidade
 oferecida por alguns desses resíduos, o seguinte agrupamento é proposto
 pela ABNT-NBR 10.004 (1987):
 Resíduos Classe I (perigosos): pelas suas características de
 inflamabilidade, corrosividade , reatividade, toxidade e patogenicidade,
 podem apresentar riscos à saúde pública, provocando ou contribuindo para
 o aumento da mortalidade ou apresentarem efeitos adversos ao meio
 ambiente, quando manuseados ou dispostos de forma inadequada;
 Resíduos Classe II (não inertes): incluem-se nesta classe os
 resíduos potencialmente biodegradáveis ou combustíveis;
 Resíduos Classe III (inertes): perfazem esta classe os resíduos
 considerados inertes e não combustíveis.
 Resíduos Sólidos Especiais
 Incluem nesta categoria os materiais radioativos, pilhas e baterias, pneus,
alimentos ou medicamentos com data vencida ou deteriorados, resíduos de
matadouros, inflamáveis, corrosivos, reativos, tóxicos e dos restos de embalagem
de inseticida e herbicida empregados na área rural.
 Resíduos Sólidos Industriais
 Originados nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como,
metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia etc. Podendo ser
constituído por cinzas, lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel,
madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros e cerâmicas etc.
 Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde
 São produzidos em serviços de saúde como: hospitais, clínicas, laboratórios,
farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde, ambulatórios etc. São
constituídos dos resíduos sépticos, ou seja que contêm ou potencialmente podem
conter germes patogênicos, tais como agulhas, seringas, gazes,órgãos e tecidos
removidos, sangue coagulado,remédios com prazos de validade vencidos,
instrumentos de resina sintética, filmes fotográficos de raio-x etc.
 Esses resíduos podem ser agrupados em dois níveis
 distintos:
 Resíduos comuns: compreendem os restos de alimentos,
 papéis, invólucros, etc.;
 Resíduos sépticos: constituídos de restos de salas de cirurgia,
 áreas de isolamento, centros de hemodiálise, etc. O seu manuseio
 (acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e destinação final) exige
 atenção especial, devido ao potencial risco à saúde pública que podem
 oferecer.
 Resíduos de portos, aeroportos, terminais ferroviários e terminais
rodoviários
 Constituem os resíduos sépticos, ou seja, aqueles que contêm ou potencialmente
podem conter germes patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e
aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio pessoal e
restos de alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras
cidades, estados e países.
 Resíduos Sólidos Agrícolas
 Resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de
adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita etc. Também as
embalagens de agroquímicos diversos, em geral altamente tóxicos, têm sido alvo
de legislação específica, definindo os cuidados na sua destinação final e, por
vezes, co-responsabilizando a própria indústria fabricante destes produtos.
 Resíduo Sólido Atômico
 O resíduo sólido atômico é produzido em todos os estágios do ciclo do
combustível nuclear, desde a mineração do urânio até o reprocessamento de
combustível nuclear irradiado. A elevada radioatividade constitui um grave perigo
à saúde da população, e grande parte desse lixo permanecerá perigoso por
milhares de anos.
 Resíduos Sólidos da Construção Civil
 Resíduos da construção civil em demolições e restos de obras, solos de
escavações etc. Constituído por diversos materiais, como argamassa, areia, solo,
cerâmica vermelha e branca, concretos, madeiras, metais, papel, pedras, asfalto,
tintas, gesso, plástico, borracha etc.
 Lixo espacial
 Restos provenientes dos objetos lançados pelo homem no espaço, que circulam
ao redor da Terra. São estágios completos de foguetes, satélites desativados,
tanques de combustível e fragmentos de aparelhos que explodiram normalmente
por acidente ou foram destruídos pela ação das armas anti-satélites.
RESÍDUOS DE
RESÍDUOS DA
ESTABELECIMENTOS CONSTRUÇÃO
COMERCIAIS E CIVIL
PRESTADORES DE
SERVIÇOS

RESÍDUOS
DOMICILIARES RESÍDUOS
INDUSTRIAIS
RESÍDUOS
SÓLIDOS
URBANOS

RESÍDUOS DE RESÍDUOS RESÍDUOS DE


LIMPEZA SÓLIDOS SERVIÇOS DE
URBANA SAÚDE
RESÍDUOS DE
SERVIÇOS
PÚBLICOS DE
SANEAMENTO
BÁSICO RESÍDUOS
AGROSSILVOPAST
ORIS

RESÍDUOS DE
SERVIÇOS DE RESÍDUOS DE
TRANSPORTES MINERAÇÃO
E O LIXO NO BRASIL? E NO MUNDO?

 http://g1.globo.com/natureza/noticia/2015/07/mesmo-com-politica-de-residuos-
416-do-lixo-tem-destino-inadequado.html
 https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/pnsb/lixo_colet
ado/lixo_coletado110.shtm

 https://www.ecycle.com.br/component/content/article/38-no-mundo/1157-
estimativa-revela-que-quantidade-de-lixo-produzida-no-mundo-sera-quase-70-
maior-em-2030.html
 GESTÃO: conjunto de ações voltadas para a busca de soluções para os resíduos
sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental,
cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento
sustentável

 GERENCIAMENTO: conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas


etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final
ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na
forma desta lei (PNRS)
ATIVIDADE
AVALIATIVA EM
GRUPO:
Motivação:
Experiência do programa PGRSS,
CESCAGE

Disciplinas
Gestão de Resíduos Sólidos (obrigatória): 6 alunos
Sistema de Gestão Ambiental(obrigatória): 6 alunos

Docente responsável
Prof. Guilherme Silva

Assistentes PGRS
Ana Paula
Gabriela
João Henrique
Laura
Lucielen
Vitoria
Contexto
Política Nacional de Resíduos Sólidos

Objetivos, princípios, instrumentos Planos de


Resíduos
Sólidos

Ponto(s) de partida

Diagnóstico (estado atual) da geração de ‘o que e quanto


resíduos geramos hoje??

‘o que fazemos
hoje??
Diagnóstico (estado atual) da gestão de
resíduos
Proposta feita aos alunos:

Dar subsídios à elaboração de um plano de gestão


de resíduos sólidos no Colégio Polivalente

Como?

Seguindo definições da PNRS (e da resolução SMA 38/2011):


- Diagnosticar a geração e a forma (modelo) de gestão atual de cada
tipo de resíduo
- Propor sugestões de melhoria na gestão

...Proposta
 Atividades do Diagnóstico:

 Diagnóstico quantitativo: quantidade gerada no Colégio

 Diagnósticos qualitativos: tipo de resíduo, forma atual de gestão e gerenciamento.

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