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A ARTE ROMÂNICA

Entre os séculos XI-XII


PROF. H. OLIVEIRA
ARQUITETURA:
• A características mais original do estilo
românico lombardo ou setentrional foi a
utilização da abóbada de aresta. Já usada
pelos romanos, e que, com os pilares que a
sustentavam, forma um olhal.
• O corpo da igreja é formado por uma sucessão
de olhais.
Estrutura de um olhal românico.
• A abóbada de aresta de
origem romana, pesada
e difícil de construir, foi
gradualmente
substituída pelo
cruzeiro com nervuras,
em que uma estrutura
com molduras salientes
sustentava os panos da
abóbada.
As igrejas românicas.
• Depois do ano 1000, dominado pelo terror do
fim do milênio e do fim do mundo, de um
período de novas invasões bárbaras,
destruições e ataques por parte dos árabes ao
longo das costas, um novo impulso de
esperança e vida se manifestou na Europa.
• Foi retomada a atividade de edificação,
voltada principalmente à construção de igrejas
e mosteiros.
• Tudo caía sob a jurisdição da Igreja: nas
cidades o bispo era o promotor de obras
arquitetônicas e o monaquismo beneditino,
operoso e criativo, construía mosteiros em
lugares áridos e impenetráveis.
• A igreja românica, com sua estrutura sólida e
suas formas decorativas, exprime uma
religiosidade forte e unitária no Ocidente
cristão.
Interior da Basílica de Santo Ambrósio.
• No interior da Basílica de
Santo Ambrósio, séculos XI-
XII, em Milão – uma das
mais antigas em estilo
românico – é utilizado um
novo sistema construtivo.
• As abóbadas, pesadíssimas,
exercem uma pressão e um
impulso enormes, mas a
armação dos arcos e a
robusta sustentação dos
pilares conseguem mantê-
las em equilíbrio.
A estrutura do estilo românico.
• Tanto os mosteiros quanto as catedrais das cidades eram
destinados a conter os fiéis, o “povo de Deus, portanto,
deviam, ter consideráveis dimensões, sobre planta
basilical, que no românico maduro é uma cruz latina.
• Sob a abside, que contém o altar, está a cripta onde são
conservadas as relíquias do santo mártir.
• A estrutura arquitetônica se desenvolve em olhais
cobertos de abóbadas de aresta sustentadas por
poderosos pilares.
• Os muros são muito sólidos, principalmente no exterior,
reforçados por contrafortes em alvenaria para sustentar
a pressão das abóbadas.
• Da Lombardia e da Itália do Norte, onde se
desenvolveu, o estilo românico se difundiu nas
corporações dos mestres pedreiros de além
Alpes, na França e na Alemanha, onde
assumiu características locais.
• A fachada em forma de tenda da igreja de São Miguel em
Pavia, um dos mais belos exemplos de românico padano.
• Corte transversal e corte longitudinal da igreja de São Miguel.
• Planta da igreja de São Miguel – planta em
cruz latina.
A bíblia esculpida em pedra.
• No período românico a escultura está ligada à
arquitetura: adorna fachadas, portais, capitéis,
conta histórias do Evangelho, eventos bíblicos,
combina representações de animais míticos
com entrelaçamento de formas vegetais.
• O arquiteto e o escultor, quando não são a
mesma pessoa, trabalham lado a lado, como
Lanfranco e Wiligelmo na catedral de Módena.
A fachada da Catedral de Módena.
• Essa catedral, iniciada em 1099, apresenta
uma arquitetura românica de tipo emiliano:
fachada com beirais em diferentes níveis,
quebrando o contorno do teto.
• Uma galeria de arcos dá vida à superfície de
arenito.
• Um prótiro encimado por uma edícula protege
o portal maior e é sustentado por duas
colunas apoiadas sobre leões
Esquema que evidencia os elementos arquitetônicos.
• Um leão stilofori na • Os painéis esculpidos
entrada. do grande mestre
Wiligelmo, ao que
parece, originariamente
estavam no interior e
não na fachada. Seja
como for, o estilo dessa
escultura está em
perfeita harmonia com
as formas severas da
arquitetura.
Wiligelmo, A criação de Eva.
A linguagem expressiva.
• As cenas esculpidas ilustram a Criação Bíblica do
Homem, a Expulsão do Paraíso, a Morte de Caim e se
desenvolvem sem interrupção de continuidade, sob
um elemento ornamental com pequenos arcos cegos
tipicamente românicos.
• Wiligelmo se exprime com formas esquemáticas,
rudes, vigorosas e solenes.
• Os corpos são sólidos e pesados, desprovidos de
qualquer suavidade, mas sua linguagem fortemente
expressiva comunica o sentido trágico da queda do
homem.
• Mestre Campionese, pontile no interior da catedral de Módena. Estrutura
elevada sobre colunas que compreende também o púlpito. Datada entre
os séc. XII e XIII, Pedra Rosa de Verona.
• Detalhe do alto-relevo do pontile, com a
Última Ceia.
A ESCULTURA:
• O monumento e as
esculturas:
estreitamente ligada à
forma arquitetônica.
• Temas: estrelas, as
estações e o trabalho.
• O batistério de Parma.
O românico pisano.

• O Campo dos Milagres, em Pisa, com a torre e


o batistério. A torre, ou campanário, foi
iniciada em 1173 por Bonnano Pisano.
• Cátedra do bispo da catedral de Bari. É toda
de mármore vazado e esculpido.
• Um painel da porta brônzea da catedral de Pisa, 1180. Obra
de Bonnano Pisano, representa a Adoração dos Pastores.
O estilo românico normando na Sicília.
• O estilo arquitetônico árabe-normando tem a
característica de ser uma fusão e uma
elaboração de elementos estrangeiros.
• Na Sicília, a dominação bizantina (século VII)
foi seguida pela dominação islâmica (séc. IX e
ou X); entre os séc. XI e XIII, os normandos
dominaram a ilha e a Itália Meridional, até
Nápoles e Benevento.
A fachada da catedral de Monreale – perto de Palermo.
• Interior da catedral de Monreale. O arco triunfal é agudo em estilo árabe.
A abside é decorada com mosaicos em estilo bizantino.
• Exterior das absides da catedral de Monreale. Tipicamente siciliana e
inspirada na arte islâmica é a decoração em arcos entrelaçados, em
rosáceas, em estrelas.
O claustro de Monreale. O claustro de Monreale, que mede 47 metros de
cada lado. Duas a duas as colunetas sustentam os arcos agudos. Em
perspectiva se vê a fuga dos arcos mouriscos.
• A fonte esculpida em forma de tronco de
palmeira.
• Um capitel do claustro, esculpido com figuras
simétricas de guerreiros e folhas de acanto.
A basílica de São Marcos em Veneza.
• A fachada da basílica tem cinco portais de
acesso em arcos redondos, dos quais o central
é esculpido em relevos românicos com Signos
zodiacais, os Meses e os Ofícios.
• As cinco arcadas sobrejacentes são coroadas
por zimbórios, folhagens em volutas e
estátuas em estilo gótico tardio.
• Nasce a fusão de estilos: a planta é em cruz
grega, de caráter tipicamente bizantino.
• Corte transversal da planta de São Marcos.
• Interior de São Marcos com a pia batismal encimada por três
cúpulas inteiramente revestidas de mosaicos.
• As cinco cúpulas da basílica de são Marcos vistas do
alto.
• Objeto de decoração litúrgico de prata dourada que
reproduz uma igreja em estilo bizantino, século X.
tesouro de São Marcos.

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