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ELETROIMÃ

Shizue Shimizu
Parte I

Introdução

Uma bobina quando percorrida por corrente elétrica, constitui um ímã. Portanto,
a corrente elétrica tem efeito magnético. Com esta experiência, vamos verificar se é
possível aumentar esse efeito magnético sem alterar as características da bobina e sem
variar a corrente elétrica. Aprenderemos também por que e como o efeito magnético da
corrente elétrica é utilizado no transporte de metais (ferro e demais materiais
ferromagnéticos).

O eletroímã é um dispositivo simples que torna evidente a interação entre


corrente elétrica e magnetismo. É constituído de um fio isolado, enrolado em torno de
uma barra de ferro chamada de núcleo.

A eletricidade pode ser usada para criar um eletroímã, que é na verdade um imã
temporário. O eletroímã adquire as propriedades de um imã, mas somente quando a
eletricidade passa através do fio nele enrolado. Essa é a grande vantagem do eletroímã
sobre o ímã: ele pode ser "desligado" e soltar o material que estava "grudado".

Objetivos

1. Construir um eletroímã.

2. Observar as forças de origem magnética produzidas a partir de corrente


elétrica e compará-las com um ímã.

3. Comparar o efeito de uma mesma corrente elétrica em presença e ausência do


núcleo ferromagnético.

4. Concluir que o núcleo intensifica o efeito magnético produzido por uma


corrente elétrica.

O que se usa?

1 prego de ferro com cerca de 10 cm

1 m de fio esmaltado de cobre 22 a 26 (ou, alternativamente, fio encapado)

2 pilhas grandes

1 bússola

1 lâmina de barbear ou estilete

Tachinhas / clipes / cobre / isopor / borracha / plástico (materiais diversos que


podem ou não ser atraídos por um ímã)
Como se faz?

A- Raspe, com uma lâmina de barbear ou estilete, o esmalte de cerca de 2 cm


das extremidades do fio de cobre, para possibilitar o contato elétrico.

B - Construa uma bobina, enrolando o fio de cobre no lápis. Dê cerca de 5


voltas, sempre no mesmo sentido. Deixe cerca de 20 cm livre em cada lado do fio. Em
seguida, retire o lápis.

C - Aproxime a bússola da bobina, de modo que a agulha fique na posição


perpendicular ao eixo da bobina.

D - Ligue as extremidades do fio a uma pilha. Observe a agulha.

- A agulha da bússola mudou de posição?

Sim.

ATENÇÃO

Liga-se o circuito apenas durante os instantes em que são feitas as observações.

CUIDADO

A pilha não deve permanecer ligada por mais de 5 segundos seguidos para não
descarregar, porque a corrente elétrica que percorre o circuito é muito alta, pois a pilha
está em curto-circuito, o que faz com que ela seja consumida rapidamente, se o circuito
permanecer ligado.

Além disso, durante a experiência, mantenha a pilha cerca de 15 cm da bússola


porque o aço da blindagem da pilha tem propriedades magnéticas.

E - Introduza um prego na bobina. Aproxime a bússola das extremidades do


prego e ligue a pilha.

Observe e desenhe.

- Qual foi a diferença, com a inserção


do prego?
Aumentou o desvio da bússola.
- Onde o desvio é maior: pela ponta ou
através da cabeça do prego?
Através da cabeça do prego.

O que pode dar errado?

Se não houver problema de mau contato nas ligações ou da pilha estar muito
gasta, esta experiência não apresenta maiores dificuldades.

O que se observa?

1. Quando passa corrente elétrica na bobina, a agulha da bússola muda de


posição.

2. O conjunto prego-bobina aumenta o desvio da bússola.

3. Através da cabeça do prego, o desvio é maior.

Como funciona?

1. Quando a corrente elétrica passa por um fio gera um campo magnético.

2. A agulha sofre um desvio maior porque o efeito magnético da corrente


elétrica aumenta quando se introduz um prego na bobina.
3. A área maior da cabeça torna mais forte a atração.

Como se explica?

a. A eletricidade pode ser usada para criar um eletroímã ou um ímã temporário.

b. O eletroímã adquire as propriedades de um imã, somente quando a


eletricidade passa através do fio nele enrolado.

c. Há 2 campos magnéticos: o criado pela corrente elétrica e a do prego que se


magnetiza com a passagem da corrente elétrica. O campo magnético total é mais forte
que antes. A função do prego é concentrar o campo magnético e torná-lo mais intenso.

d. A área maior da cabeça permitirá que um maior nº de linhas de campo


magnético envolva o objeto a ser atraído. (É aconselhável o aluno fazer um esquema das
linhas de campo magnético passando por dentro do ímã e saindo dos dois lados, e
passando pelo objeto atraído).

O que se conclui?

a. A corrente elétrica cria campo magnético que atua sobre o imã.

b. O conjunto prego-bobina constitui um eletroímã.

c. Um eletroímã é constituído de um fio condutor (isolado eletricamente)


enrolado (bobina) em torno de uma barra de ferro (prego), chamada núcleo.

d. O eletroímã intensifica o efeito magnético produzido por uma corrente


elétrica.

Ver condução da aula após a realização do experimento =>


Parte II - Uma aplicação do eletroímã: transporte de material magnetizável

Como se faz?

1. Agora, monte um eletroímã mais potente: dê 10 ou mais voltas. Você pode


enrolar o fio de cobre diretamente no prego.

2. Aproxime um conjunto de alfinetes, tachinhas, clipes, cobre, isopor, borracha


e plástico, de um dos extremos do eletroímã (a ponta do prego). Ligue o eletroímã à
pilha. Agora, aproxime do outro extremo (a cabeça do prego).

- O que se observa?

Os materiais ferromagnéticos são atraídos pelas extremidades do prego.

- Onde a atração é maior: na ponta ou na cabeça do prego?

Na cabeça do prego.

3. Desligue o eletroímã da pilha. Observe o que acontece. Desenhe.

- Todos os matérias caíram?

Sim.

- Por quê?

O núcleo do seu eletroímã, ou seja, o prego, desmagnetizou-se no momento em


que a corrente foi interrompida.

- O seu eletroímã é um ímã permanente ou temporário? Por quê?

Temporário. Porque desmagnetizou no instante em que a corrente elétrica deixa


de passar pelo fio.

Dica

É interessante suspender os objetos presos ao eletroímã ligado, para que, quando


este for desligado, eles caiam.
Faça previsões... como aumentar o campo magnético?...

4. Aumente o nº de voltas do fio em torno do prego para 30 e repita o


procedimento B.

5. Agora, ligue 2 pilhas em série, prenda-as com fita crepe e repita o procedimento B.

Ver Condução da aula após o experimento...

O que se observa?

1. A agulha sofre uma deflexão maior ou menor.

2. Com o circuito ligado - o prego atrai, nas extremidades: tachinhas e clipes.

3. Desligado - os materiais atraídos caem.

4. Verificamos que quanto maior o nº de pilhas, maior é a atração porque quanto


maior a intensidade da corrente elétrica maior é a atração. Quanto maior o nº de voltas
maior a atração porque os campos magnéticos gerados por cada espira se somam.

Como funciona?

1. A deflexão da agulha da bússola depende da intensidade do fluxo magnético.


Se enrolarmos um fio condutor ao redor de um prego, conseguimos efeitos magnéticos
muito mais intensos do que se esse meio for um material que não seja ferromagnético
como o ar (bobina oca).

2. Com o circuito ligado, o prego funciona como um imã, atraindo objetos de


material ferromagnético, porque o prego alinha seus domínios magnéticos quando uma
corrente elétrica passa pela bobina. Aparece na bobina e no prego um campo magnético:
cria-se assim um imã temporário. Ligando as extremidades do fio aos pólos de uma
pilha, estaremos fabricando um aparelho conhecido como eletroímã. Com ele é possível
atrair objetos leves de ferro, aço, cobalto e níquel.

3. Desligado, ele deixa de ser imã: o campo magnético deixa de existir e o prego
perde quase todo seu magnetismo. Em geral, mesmo desligado, o prego mantém uma
pequena magnetização permanente que o permite atrair ainda pequenos objetos. (Como
desmagnetizar o prego? Ver experimento =>)

Como se explica?

a. O eletroímã consiste em uma bobina enrolada num núcleo de ferro (prego).

b. Quando uma corrente elétrica percorre uma espira ou várias espiras (bobina),
era um campo magnético no seu interior.

c. A intensidade desse campo magnético depende da corrente elétrica que


percorre a bobina: do nº de voltas (espiras) e do meio envolvido pela bobina.
d. Se esse meio for um material que não seja ferromagnético, como o ar (bobina
oca), madeira, cobre, alumínio, a intensidade do campo magnético gerado será pequena.
e. Se, entretanto, o meio for um material ferromagnético (ferro, cobalto, níquel ou ligas
desses materiais, como o aço), a intensidade do campo magnético será muito maior.

O que se conclui?

a. Uma bobina qualquer funciona como um imã, quando percorrida por uma
corrente elétrica. Uma bobina percorrida por eletricidade se comporta exatamente como
um imã de barra. A bobina apresenta pólos magnéticos que também atraem os pólos
existentes na agulha da bússola.

b. Qualquer pedaço de ferro, enrolado num pedaço de fio isolado, por onde passe
corrente elétrica, pode ser considerado um eletroímã.

c. A força que um eletroímã pode aplicar em um corpo ferromagnético que se


encontra a uma determinada distância, depende de 3 fatores:

- nº de voltas da bobina

- intensidade da corrente elétrica

- facilidade com que o material do núcleo se magnetiza e desmagnetiza: os


melhores materiais para o núcleo são o ferro puro e o aço.

Aplicação Prática

Os eletroímãs têm diversas aplicações práticas, como a campainha, telégrafo,


relé, gerador, rádio, telefone, alarme, computador, guindaste eletromagnético e motor
elétrico, transporte de peças metálicas, seleção de materiais ferromagnéticos (grandes
eletroímãs em ferros-velhos), e até para achar uma agulha perdida no chão, além de
muitos outros aparelhos modernos de alta tecnologia.

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