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O arco elétrico na soldagem

Tecnologia da soldagem
Engenharia mecânica
Introdução
◉ Soldagem a arco voltaico
◉ Principais processos de soldagem
◉ Utilização mundial
Introdução

◉ Arco elétrico
◉ O arco é uma descarga elétrica entre dois eletrodos
◉ Para propósitos práticos o arco elétrico deve ser tratado como um
condutor gasoso, com uma impedância própria, o qual converte
energia elétrica em calor
◉ A intensidade de calor do arco pode ser controlada através dos
parâmetros elétricos (V e I)
◉ No processo de soldagem a arco, atua também no sentido de remover
(ou quebrar) a camada de óxido superficial
◉ O arco atua também no sentido de controlar a transferência de
material
Arco elétrico
◉ O que é o arco elétrico
Introdução

◉ Arco elétrico
◉ O arco pode ser classificado como:
◉ Contínuo estacionário – descarga elétrica entre dois eletrodos
◉ Descontínuo – o arco é interrompido de virtude de curto circuito
(CC) durante a transferência de material
◉ Contínuo não estacionário – ocorre em virtude da alternância da
direção do fluxo de corrente
◉ Pulsado – interrupção causada pela imposição de corrente
pulsada para a obtenção da transferência por spray
Introdução

◉ Arco elétrico - Formação


◉ Tudo se inicia com o estabelecimento de fluxo de gás entre a
peça e eletrodo.
◉ Um sinal de entrada é fornecido por uma fonte de alta
frequência, o qual estabelece uma diferença de potencial
entre a peça e o eletrodo
◉ A energia transferida pela alta frequência torna gás ionizado,
e por consequência condutor de eletricidade
◉ A partir de um certo ponto a constante dielétrica do gás
ionizado é rompida e se estabelece formação do arco
Introdução

◉ Arco elétrico - Formação


◉ A potência deve ser alta o suficiente para manter a
temperatura do arco para permitir a passagem contínua de
corrente
◉ A temperatura mantem a ionização do gás
◉ O arco elétrico tem duas funções principais
◉ Fornecer calor para o processo de fusão do materiais
◉ Servir de meio de transporte para o metal fundido para a
poça de fusão
◉ A transferência varia de acordo com as forças
eletromagnéticas e as tensões superficiais
Introdução

◉ Arco elétrico
◉ Distribuição de tensão e corrente no arco
Introdução

◉ Arco elétrico
◉ Transferência de material
◉ A transferência de material está relacionada coma forma de como o metal fundido do eletrodo
atravessa o arco para formar a poça de soldagem.
◉ Existem três formas básicas de transferência

Por curto circuito Por glóbulos ou gotas Por spray


Introdução

◉ Arco elétrico
◉ A transferência de material
por curto circuito
Introdução

◉ Arco elétrico
◉ A transferência de material
por glóbulos ou gotas
Introdução

◉ Arco elétrico
◉ A transferência de material por spray
Introdução
◉ Fonte de calor
◉ Energia de fusão x controle x baixo risco
◉ Construção, manutenção e reparo
◉ Arco elétrico
◉ descarga elétrica – gás ionizado (plasma)
◉ provoca fusão localizada
Introdução

◉ Correntes 1 a 1000A (normalmente10 a 100A)


◉ Formato de sino
◉ diferença de tamanho de materiais

◉ Fácil identificação ( Radiação)


Características Elétricas do Arco
◉ Diferença de potencial
◉ Corrente elétrica
◉ Queda de potencial não uniforme
◉ Va e Vc ➔ elevado gradiente térmico e elétrico
◉ Parte visível coluna de plasma
◉ Baixo gradiente térmico e elétrico
◉ Influencia na qualidade do cordão
Características Térmicas do Arco

◉ Eficiente transformação e transferência


de calor
◉ Q = V . I . t (J = V . A . S)
◉ Necessita alta temperatura
◉ Arco de soldagem é um condutor gasoso
de corrente elétrica
◉ Foças de Lorentz – induzida por corrente
e campo magnético
◉ Radiação eletromag.
◉ Necessidade de proteção
Características Térmicas do Arco
Características magnéticas do arco
• Sensível à influência de campos magnéticos.
• Em torno de qualquer condutor elétrico percorrido por uma corrente, existe um campo
magnético circular induzido

◉ Força de compressão que o campo magnético induzido pela


corrente que passa por um conduto exerce sobre si próprio.
◉ No arco elétrico, esta pressão desempenha um papel importante
devido ao formato cônico usual do arco.
◉ Devido a este formato, o valor de R junto ao eletrodo é menor do
que seu valor junto à peça, onde portanto a pressão é menor. Esta
diferença de pressão induz, no arco, um intenso fluxo de gás do
eletrodo para a peça que é independente da polaridade e do tipo
de corrente usados e é conhecido como “jato de plasma”.
Características magnéticas do arco

◉ O jato de plasma direciona os gases


quentes do arco contra a peça, sendo
um dos mecanismos responsáveis
pela penetração da solda. Além disso,
ele garante ao arco elétrico uma certa
rigidez, e afeta a transferência de
metal do eletrodo para a poça de
fusão.
Características magnéticas do arco
◉ As mesmas forças magnéticas que atuam no
arco e causam a formação do jato de plasma
exercem uma influência similar na extremidade
fundida dos eletrodos consumíveis.
◉ Estas forças tendem a estrangular o metal
(pinch) o metal líquido na região em que seu
diâmetro é menor e, desta forma, podem
contribuir para separá-lo do fio sólido.
◉ Este efeito, particularmente para valores
elevados de corrente, pode exercer um papel
direto na transferência de metal do eletrodo
para a peça.
Características magnéticas do arco

◉ Outro efeito importante de origem magnética é o chamado “sopro magnético” que


consiste de um desvio do arco de sua posição normal, de forma intermitente, e
similar a uma chama sendo soprada.
Características magnéticas do arco
◉ O sopro magnético resulta de uma distribuição assimétrica do campo magnético
em torno do arco, o que causa o aparecimento de forças radiais atuando sobre o
arco e levando à alteração de sua posição.
Características magnéticas do arco
a

◉ O sopro magnético pode ser minimizado ou eliminado através de


algumas medidas simples, entre elas:
◉ Inclinar o eletrodo para o lado para o qual se dirige o arco;
◉ Soldar com arco mais curto;
◉ Usar mais de uma conexão de corrente na peça, visando
balanceá-la em relação ao arco;
◉ Usar corrente de soldagem mais baixa, quando possível; b
◉ Usar corrente alternada, pois o efeito de sopro é menor.
Metodologias para abertura do arco elétrico
◉ Abertura do arco elétrico mediante o contato do eletrodo com a peça
◉ Para que possa existir um arco elétrico, o espaço entre o eletrodo e a peça deve ser
capaz de conduzir a corrente elétrica. Isto é conseguido pelo aumento da temperatura no
início da formação do arco elétrico, tornando o gás de proteção um condutor elétrico.

Com esse método é a


abertura do arco e feita
através do contato do
eletrodo com a peça de
trabalho.
Metodologias para abertura do arco elétrico
◉ Abertura por meio de pulsos de alta tensão ou alta frequência

◉ Com este método a abertura do arco se dá sem o contato do eletrodo com a peça.
◉ Um indutor de alta tensão ou alta frequência inicia a corrente de soldagem sem o
contato físico do eletrodo com a peça. Para soldagem GTAW preserva o eletrodo.
Comprimento e tensão do arco elétrico
Arco curto

◉ A voltagem do arco é determinada pelo seu


comprimento, que varia normalmente em torno
de uma vez e meia o diâmetro do eletrodo de
tungstênio.
◉ Este comprimento do arco pode variar para Arco médio

aplicações específicas e, particularmente, de


acordo com a preferência do soldador.
◉ Quanto maior o comprimento do arco, maior a
dissipação de calor para a atmosfera, diminuindo
a penetração, alargando o cordão de solda e Arco longo
aumentando a tensão de trabalho
Arco elétrico - corrente contínua x corrente alternada

◉ Na soldagem com corrente contínua, o eletrodo poderá ser ligado no pólo positivo e ou
negativo, quando for ligado ao pólo negativo recebera a maior parte do calor e quando ligado
ao negativo a menor parte. Todos os metais, com exceção do alumínio e suas ligas, podem ser
soldados com corrente contínua.

◉ Na corrente alternada, o arco elétrico é extinto a cada troca de polaridade, onde a tensão é
nula. Por isso, a cada início de uma meia onda, em processos e que o eletrodo não é o metal de
adição deve-se haver um reacendimento do arco elétrico sem contato entre o eletrodo e a
peça, por meio de pulsos de alta tensão ou de alta freqüência.
“ Fontes de energia para soldagem
a arco
Introdução

◉ A soldagem a arco utiliza uma fonte de energia projetada especificamente para


esta aplicação.
◉ Devem ser capaz de fornecer tensão e corrente, em geral, na faixa de 10 a 50V e
10 a 1200A, respectivamente.
◉ Nas últimas três décadas
◉ avanços dos sistemas eletrônicos
◉ Grande desenvolvimento das fontes empregadas em soldagem a arco elétrico.
Requisitos básicos

◉ Produzir saídas de corrente e tensão com características adequadas para


um ou mais processos de soldagem;

◉ Permitir o ajuste de dos valores de corrente e/ou tensão para aplicações


específicas;

◉ Controlar, durante a soldagem, a variação dos níveis de corrente e tensão


de acordo com os requisitos da aplicação.
Requisitos adicionais

◉ Estar em conformidade com exigências de


normas e códigos relacionados com a segurança
e funcionalidade;

◉ Apresentar resistência e durabilidade em


ambientes fabris, com instalação e operação
simples e segura.;

◉ Possuir controles/interface do usuário de fácil


compreensão e uso;

◉ Quando necessário, ter interface ou saída para


sistemas de automação.
Tipos de Fontes
◉ Em função desta definição, as fontes
de soldagem podem se classificar em:
◉ Transformadores
◉ onda senoidal CA
◉ onda quadrada CA
◉ Moto-Gerador
❖Fontes inversoras.
◉ CA (alternadores)
❖ Estas fontes classificadas com fontes modernas, e cuja
◉ CC (conversores) aplicação vem crescendo notavelmente nos últimos anos, se
◉ Transformador-Retificador (CC) diferencia das fontes transformadores basicamente pela
◉ controle eletromagnético existência de um circuito eletrônico que aumenta a frequência do
◉ controle eletrônico sinal de entrada, antes que o mesmo alcance o transformador.
❖ Esta tecnologia permite a redução significativa do tamanho do
◉ - Inversores transformador (maior e mais pesado componente de uma fonte),
além de, por usar a eletrônica, conseguir sinais de saída de
precisão.
Tipos de Fontes quanto ao Tipo de Corrente

◉ O comportamento da tensão e corrente ao longo do


tempo, em regime e não em transientes, é
comumente chamado de tipo de corrente
(alternada, contínua, etc.).
◉ Os tipos mais comuns de correntes aplicadas em
soldagem são as alternadas do tipo senoidal (como
da rede pública) e contínua (como das baterias).
◉ Desta forma, as fontes também podem ser
classificadas quanto ao tipo de corrente:
◉ Corrente contínua
◉ constante (b)
◉ pulsada (d)
◉ Corrente alternada
◉ senoidal (a)
◉ quadrada (c)
Funcionamento de uma Fonte de Soldagem
◉ Uma vez regulada a fonte para um determinado valor de tensão (fontes tensão constante) ou
corrente (fontes corrente constante), na verdade está se regulando uma característica estática
desta fonte (CEF).
Funcionamento de uma Fonte de Soldagem

◉ Fonte tipo tensão constante:


◉ É aquela que permite a regulagem da tensão de
trabalho relativamente constante (neste caso, a
corrente de soldagem que passa a não ser regulável,
tornando – se dependente da fixação dos demais
parâmetros de soldagem.

◉ Fonte tipo corrente constante :


◉ É aquela que permite a regulagem da corrente de
trabalho e que tem uma curva CEF que tende a
produzir uma corrente de trabalho relativamente
constante (a tensão de soldagem não é regulável e
passa a ser uma variável depende da fixação dos
demais parâmetros).
Funcionamento de uma Fonte de Soldagem
◉ Controle Interno
◉ Nos processos automáticos ou semi-automáticos (MIG/MAG, arco submerso, eletrodo tubular), a
alimentação do arame é feita através de um motor acionando um jogo de roletes que empurram
ou puxam o arame na direção da solda.
◉ Ao se usar uma fonte do tipo tensão constante, quanto maior a velocidade de alimentação do
arame (Valim), menor o comprimento do arco e maior a corrente, para uma dada tensão.
Funcionamento de uma Fonte de Soldagem
◉ https://docplayer.com.br/12418657-Fontes-para-soldagem-a-arco-voltaico-universidade-
federal-do-para-ufpa.html
Funcionamento de uma Fonte de Soldagem
◉ Controle Externo
◉ Supondo agora o uso de uma fonte do tipo corrente constante para alimentar os processos
automáticos e semi-automáticos, onde, de uma forma análoga, uma corrente (CEF) e a Valim do
arame (CEA) tenham sido ajustadas. O aumento do comprimento do arco, neste caso, não afeta
significantemente a corrente e, consequentemente, a velocidade de fusão fica inalterada
Seleção de Fontes
◉ O primeiro fator a se
considerar na seleção
de uma fonte é a
característica estática
que mais se adequa ao
processo.
FONTE TIPO GERADOR
FONTE TIPO TRANSFORMADOR
FONTE TIPO TRANSFORMADOR RETIFICADOR (DIODO)

Fonte de energia trifasica


para soldagem com eletrodos
revestidos e processo TIG
em corrente continua (DC)
FONTE TIPO TRANSFORMADOR RETIFICADOR (TIRISTOR)

Controle tiristorizado pode ser utilizado em fontes para SMAW


CC, GMAW, GTAW pulsado ou CA quadrada (SCR –
Retificador Controlado de Silicio)
FONTE TIPO INVERSORAS
FONTE TIPO INVERSORAS
Fontes convencionais
◉ Uso de energia elétrica fornecida pela rede de alimentação
◉ A energia elétrica da rede precisa ser convertida
■ U ↑ → U↓ (transformador)
■ I (DC, AC, pulsada) (retificador)
◉ Uso de conversão de alguma outra forma de energia para gerar a energia
elétrica para a soldagem.
◉ Energia disponível (em geral na forma de combustíveis) é transformada em
energia mecânica por um motor que aciona um gerador de energia elétrica.
Características estáticas e dinâmicas

O funcionamento de uma fonte de energia depende fundamentalmente


de suas características estáticas e dinâmicas. Ambas afetam a
estabilidade do arco e a aplicabilidade da fonte para um dado processo
de soldagem, mas de forma diferente.
Características dinâmicas
◉ As características dinâmicas envolvem variações transientes de corrente
e tensão fornecidas pela fonte em resposta a mudanças durante a
soldagem. (intervalo 0,001 s)
◉ As características dinâmicas são importantes:
◉ Na abertura do arco elétrico;
◉ Durante mudanças rápidas no comprimento do arco;
◉ Durante a transferência de metal através do arco;
◉ No caso de soldagem com corrente alternada, durante a extinção e reabertura do
arco a cada ciclo.
Características dinâmicas

◉ As características dinâmicas envolvem variações transientes de corrente e


tensão fornecidas pela fonte em resposta a mudanças durante a soldagem.
(intervalo 0,001 s)
◉ As características dinâmicas são importantes:
◉ Na abertura do arco elétrico;
◉ Durante mudanças rápidas no comprimento do arco;
◉ Durante a transferência de metal através do arco;
◉ No caso de soldagem com corrente alternada, durante a extinção e reabertura do arco a
cada ciclo.
CEF – CARACTERISTICA ESTATICA DA FONTE
◉ Fonte Tensão Constante: ◉ Fonte Corrente Constante:
◉ Permite a regulagem da ◉ Permite a regulagem da
tensão de trabalho corrente de trabalho
◉ Tensão de trabalho ◉ Corrente de trabalho
relativamente constante relativamente constante
◉ Variação menor que 7V/100ª ◉ Variação maior que
(∆U/∆I < 7V/100A) 7V/100ª (∆U/∆I > 7V/100A)
CEF – CARACTERISTICA ESTATICA DA FONTE

“A indutância do sistema (fonte + cabos + arco) e que define a velocidade


de resposta de uma fonte e a visualização da característica dinâmica se da
em gráficos de corrente e/ou tensão versus tempo, comumente chamados
de oscilogramas.”
Características estáticas

◉ Características estáticas se relacionam aos


valores médios de corrente e tensão de saída
da fonte determinados, em geral, pela
aplicação de uma carga resistiva.
◉ As características estáticas da fonte são
indicadas na forma de curvas características,
obtidas através de testes com cargas
resistivas, e que são, muitas vezes, publicadas
pelo fabricante no seu manual. Com base na
sua curva característica, uma fonte pode ser
classificada como de corrente constante ou de
tensão constante.
Características estáticas
◉ As características estáticas da
fonte são indicadas na forma de
curvas características.
◉ Com base na forma de sua curva
característica, uma fonte pode
ser classificada como de
corrente constante(CI) ou de
tensão constante(CV).

Curvas características de fontes (a) CI e (b) CV


Características estáticas
◉ As fontes de corrente constante → tensão em vazio relativamente elevada (entre cerca de 55 e
85V).
◉ Na presença de uma carga, U0 cai rapidamente e, no caso de um curto circuito, a corrente
atinge um valor não muito elevado, a corrente de curto circuito.
◉ A inclinação ou "slope" da curva característica tende a variar ao longo da curva, mas, na região
de operação do arco, situa-se entre cerca de 0,2 e 1,0 V/A para fontes convencionais de CI.

Máquinas modernas com saída de


corrente constante podem ter, por outro
lado, uma inclinação quase infinita, isto é,
uma saída quase vertical na faixa de
tensões de trabalho

Curvas características de fontes (a) CI e (b) CV


Características estáticas
◉ As fontes de corrente constante apresentam uma
tensão em vazio relativamente elevada (entre 55 e 85V).
Na presença de uma carga, esta tensão cai
rapidamente. A inclinação da curva tende a variar ao
longo da curva, mas, na região de operação do arco,
situa-se entre cerca de 0,2V e 1V/A para fontes
convencionais de corrente constante.
◉ Fontes de corrente constante permitem que, durante a
soldagem, o comprimento do arco varie sem que a
corrente de soldagem sofra grandes alterações.
Eventuais curto-circuitos do eletrodo com o metal de
base não causam, também, uma elevação importante
da corrente.
Características estáticas
◉ Fontes de tensão constante fornecem basicamente a
mesma tensão em toda a sua faixa de operação. A
inclinação deste tipo de fonte situa-se entre cerca de
0,01 e 0,04V. Estas fontes permitem grandes variações
de corrente durante a soldagem quando o
comprimento de arco varia ou ocorre um curto-
circuito.
◉ Este tipo de comportamento permite o controle do
comprimento de arco por variações da corrente de
soldagem (a qual controla a velocidade de fusão do
arame) em processos de soldagem nos quais o arame é
alimentado com uma velocidade constante.
◉ Adicionalmente, o grande aumento de corrente que
ocorre quando o eletrodo toca o metal de base, facilita
a abertura do arco e possibilita a transferência do
metal de adição do eletrodo para a poça de fusão
durante o curto-circuito.
Fator de Carga (Ciclo de Trabalho)
◉ Este comportamento faz surgir o termo Fator de Carga (FC) ou Ciclo de Trabalho, que é a
razão entre o tempo que a fonte está sujeita à carga (arco aberto) e o tempo total de trabalho.
Em termos práticos, pode-se definir o Fator de Carga como o tempo máximo, em percentagem,
que uma fonte de soldagem pode operar fornecendo energia durante intervalos sucessivos de
tempo, sem que a temperatura atinja um calor crítico.
Fator de Carga (Ciclo de Trabalho)
◉ Para aplicar o conceito de FC é necessário se definir os intervalos de tempo total de
trabalho, ou seja, o ciclo de trabalho. A NEMA , por exemplo, especifica um ciclo de trabalho
dentro de um intervalo de 10 minutos. Um FC=60% significa que a fonte pode operar 6
minutos continuamente num intervalo de 10 minutos, sem superaquecimento. A definição
de uma "Soldagem Manual Nominal", que seria os tempos médios (estaticamente) gastos
em soldagens manuais com eletrodos revestidos, é dada por:
◉ 2 segundos - curto circuito
◉ 64 segundos - carga
◉ 54 segundos - pausa
◉ O tempo de curto circuito representa o acendimento do arco, sendo a carga o período de
arco aceso, fundindo o eletrodo. O tempo de pausa é gasto na limpeza do cordão, troca de
eletrodo, etc. De acordo com este conceito, o FC de uma soldagem manual nominal é de
55%.
Fator de Carga (Ciclo de Trabalho)
◉ Os fabricantes utilizam um conceito para identificação de fontes, dada por uma corrente
admissível (Iadm) da fonte para um determinado fator de carga.
◉ Por exemplo, um Iadm=250 A e um FC=60% indicam que se trabalhando com no máximo
60% do tempo de arco aberto, a corrente máximo admissível desta fonte é 250 A. Qualquer
valor acima poderá danificar o equipamento. Obviamente nos processos automáticos e
semi-automáticos (MIG/MAG), arco submerso, eletrodo tubular) as fontes devem ter um
Iadm relativo a um FC de l00%.
◉ O Iadm não significa a corrente máxima que a fonte pode fornecer, e sim a garantia de um
bom funcionamento. O uso de uma corrente maior pode ser tolerado desde que reduzido o
fator de carga. Analogamente, um fator de carga de l00% (processos automáticos) limitam
o valor da corrente abaixo do Iadm. Em termos práticos, os valores de corrente ou FC a
serem utilizados além do especificado podem ser razoavelmente calculados pela seguinte
expressão:
Fator de Carga (Ciclo de Trabalho)

◉ onde FCR e IR são o fator de carga e corrente desejados e FcN e IN são o


fator de carga e correntes nominais do equipamento.
◉ Devido a importância destas especificações para os usuários, a NEMA
dividiu as fontes em três classes, em função do fator de carga e corrente
nominal, conforme tabela 1. A Classe I são máquinas com fator de carga
de 60%, 80% ou 100%, enquanto a Classe II são para fatores de carga de
30%, 40% ou 50%. A classe III engloba as fontes de serviço leve com
fator de carga de 20%. Um exemplo de designação de uma fonte da
Classe I com FC = 60% é "NEMA CLASS I (60)".
Ciclo de trabalho (Ct)

◉ Em todas as máquinas de solda são especificadas os valores do chamado ciclo (ou fator) de
trabalho. Este fator relaciona a corrente de soldagem utilizada e o tempo de soldagem que é
permitido utilizar a máquina de solda com arco elétrico aberto, em relação a um tempo de 10
minutos.

tarco
Ct =  100%
tteste

◉ Assim, caso se faça uma regulagem de corrente de 150 A, recomenda-se que num tempo de 10
minutos não se ultrapasse de (20% X 10 minutos) = 2 minutos de arco aberto, ou seja ,
efetivamente soldando. Caso se regule a máquina com 80 A, poder-se-ia soldar durante 6
minutos num tempo total de 10 minutos.
FATOR DE TRABALHO E FAIXA DE CORRENTE

100 × 𝑇𝐴
𝐹𝑇 =
𝑇𝐵𝐹

Onde:
FT = fator de trabalho
Ta = tempo de arco
TBF = tempo base de
funcionamento (10min)
PADRÃO INTERNACIONAL/SELEÇÃO DE
EQUIPAMENTOS

◉ Representação para algumas


fontes de energia para
soldagem a arco e
características elétricas
segundo IEC60974-1
PADRÃO INTERNACIONAL/SELEÇÃO DE
EQUIPAMENTOS

◉ Representação para
alguns processos de
soldagem e de corte a
arco, segundo IEC 60974-1

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