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Antiguidade pré-clássica

Introdução histórico-geografica às civilizações antigas


As pirâmides e outros túmulos estão a ocidente, ponto cardeal em relação ao qual o sol
se “põe”.

A população do antigo Egipto era de cerca de 4 a 5 milhões de pessoas. O Egipto é


cortado ao centro pelo rio Nilo. O Nilo chegou, na Antiguidade, a ter 7 deltas, hoje tem
apenas 2.

No caso da mesopotâmia, esta está entre 2 rios, Tigre e Eufrates. As cidades ladeiam
estes rios e na antiguidade vivam deles. Na mesopotâmia, esta foi ocupada por vários
povos: Sumérios, Assírios, Persas, Hititas, etc.

A História do Egipto e das suas civilizações contemporâneas extende-se por 3000 anos.
A história do Egipto começa cerca do ano 3000 época tal em que maior parte da
Europa era ainda habitada por povos pré-históricos.

O império Antigo foi época cronológica da construção das grandes pirâmides, tal que

A possibilidade de estudar a história está na periodização efectuada em relação à


mesma. A periodização caracteriza-se pela divisão em períodos determinados da
cronologia dos vários eventos.

Egipto existem também a divisão em dinastias, sendo o total das mesmas de 30. A
IV;XI; XII e XXVI são de maior prestígio.

No caso da Mesopotâmia esta tem várias culturas que se vão sucedendo, começando
nos Sumérios e terminando nos persas.

De referir a Assíria, zona no Norte da antiga mesopotâmia que foi o local crescimento
de várias civilizações. (Não confundir com Síria).

Corredor Sírio-Palestiniano, fica a sul da península da anatólia, actual Turquia, antigo


Hatti, onde viviam os Hititas.

No século XIV a.C Os hititas eram um povo desenvolvido, com possibilidades de fazer
frente aos egípcios.

O Rio Nilo corre de Sul para norte, terminando em 7 deltas. No corredor Sírio-
Palestiniano os 2 rios de maior dimensão são o Jordão (N-S) e Orontes (S-N).

Na Península de Hatti, situa-se o Hális – No coração do reino dos Hititas.


Na mesopotâmia, os rios principais são: Tigre e Eufrates, ambos correm de N para S, e
desaguam no golfo pérsico. A Suméria (Mesopotâmia), organizou as suas cidades entre
os dois rios, actualmente são afluentes perto da foz, mas na antiguidade tal não se
dava.

O rio Eufrates foi apelidado pelos egípcios como: O rio que corre ao contrário”, sendo
que direcção da sua corrente está invertida em relação ao Nilo.

O rio Tigre tem 3 afluentes principais: (de N para S) Zab superior, Zab inferior, Diala.

Os vários rios, dentro das várias áreas desérticas, foram necessários para a
sobrevivência de várias civilizações.

O corredor Sirio-Palestiniano tem tal nome graças ao facto de, na antiguidade ter sido
utilizado como um corredor de passagem tanto do Egipto para a Mesopotâmia como
sem sentido contrário.

-Cidades importantes na foz do Nilo: Sais e Tanis

-Cidades importantes a norte do lago Faium: Heliópolis (margem direita); Mênfis


(margem esquerda).

Cairo, embora seja uma cidade com importância actualmente, apenas foi fundada no
século IX d.C, é uma cidade Muçulmana.

Heliópolis era uma cidade religiosa, de adoração a Ré.

No corredor Sirio-Palestiniano à que referir Jerusálem.

No caso da Assíria, Khatusa, na zona central do Hális.

Na Mesopotâmia há a referir Uruk, cidade da invenção da escrita em cerca de 3300 a.C

No mar mediterrâneo há que referir Chipre, que exportava cobre, estanho e prata,
tendo uma importância económica considerável.

Em termos políticos, o Egipto nunca teve cidades-estado. Foi das primeiras nações do
mundo a unir-se.

A própria geografia do Egipto levou a que este se unisse. Em termos politico-religiosos,


o Rei era também um Deus, se bem que o conceito de Deus não se aplica como se
aplicaria em religiões monoteístas.
Em termos de estudo dos artefactos egípcios, no século XVII a XIX, existiram vários
viajantes que visitaram o oriente. Texier foi um desses mesmos viajantes.

Texier ficou impressionado com os blocos de preda da cidade de Khatusa, deste modo
regressa à Europa com as suas notas de viagem, que publica. Eça de Queirós publicou
também as suas notas de viagem, relativas à sua viagem ao Egipto.

Acontece que Texier desconhecia as inscrições nas pedras, que estavam em escrita
hieroglífica Hitita e Cuneiforme. Com estudos posteriores se veio a provar que ale
haviam habitado os Hititas.

A descoberta da forma correcta de transcriçãp transcrição das várias escritas antigas foi
levada a cabo por filólogos. Os povos da antiguidade clássica possuíam todos escrita.
De referir que a escrita se distância do conceito de língua, sendo a sua representação
recorrendo a grafemas.

O alfabeto actual foi criado pelos fenícios e depois adoptado pelos gregos.

No século XVI, em Espanha, sobe ao trono D. Carlos. Com a morte do seu pai, príncipe
da Flandres, este rei herda também o controlo sobre o território da Alemanha,
tornando-se rei de Espanha e imperador da Alemanha. Graças ao poder territorial que
possuía e à localização geográfica de França, D. Carlos começa uma guerra com este
país, que este perde.

França, com objectivos militares e políticos em mente, alia-se ao império Otomano


(muito embora este fosse muçulmano). Tal aliança teve um resultado secundário,
permitiu à França começar a estudar e escavar os artefactos presentes no Egipto.

Assim, os vários viajantes internacionais começam a trazer para a Europa objectos


vindos do Egipto. Enriquecendo assim várias colecções particulares que depois
fornecem os museus europeus.

Os vários viajantes publicavam também as suas notas de viagem acompanhadas de


desenhos dos monumentos que observavam tendo a fotografia começado a ser
utilizada a meio do século XIX.

A partir de 1789, com o clima de tomulto resultante da revolução francesa, Napoleão


chega a General com apenas 26 anos. Napoleão chega ao Egipto em 1798 com o
objectivo de o conquistar. O general sabia que atacando o Egipto poderia cortar as
relações que Inglaterra tinha com o Oriente, sendo que a França estava em guerra com
esta, esta seria uma opção de grande valor estratégico.

Em termos políticos, a invasão foi uma falha, mas Napoleão levou consigo intelectuais
que estudaram os artefactos existentes em solo Egípcio.
Os ingleses acabam por destruir a guarnição francesa no território, mantendo o Egipto
como seu protectorado.

A presença de tropas inglesas no território durante todo o século XIX permitiu o estudo
arqueológico do Egipto, principalmente por franceses. Um dos indivíduos mais
influentes neste mesmo estudo foi A. Mariette. Enviado ao Egipto para roubar
artefactos para aumentar a colecção do Louvre. Mariette descobre assim vários
túmulos egípcios, muitos deles já saqueados. Esta arqueologia é denominada
Horizontal, pois tem o objectivo de encontrar artefactos valiosos com escavações
superficiais.

Um dos artefactos que descobriu foi uma estátua de um escriba sentado, utilizando o
sue saiote como secretária.

Mariette não tinha objectivos de enviar os artefactos para o Louvre. Dirigiu-se ao rei do
Egipto, o qual por motivos politico-religiosos deixou que Mariette utiliza-se os
artefactos como desejava, já que o Rei não tinha interesse nos mesmos.

Mariette foi assim o primeiro director do museu egípcio do Cairo, tendo organizado as
várias escavações efectuadas, através do “servisse des antiquitées”.

Tal foi modificado por F. Petrie, o pioneiro da Arqueologia Vertical. Esta distingue-se da
anterior pois escava em profundidade, utilizando o método estratigráfico para estudar
a sucessão de culturas em determinado local, baseando-se nos registos do solo. Utiliza
não só objectos inteiros como também partes de objectos na sua pesquisa.

A arqueologia Horizontal apenas escavava à superfície, procurando os artefactos


considerados mais espectaculares e em melhor estado. Não procurando exactamente
perceber a história daquilo que escavava.

Em 1922 foi descoberto o túmulo de Tuthankamon, um rei que embora fosse não só
menor de idade mas também menor em termos do seu reinado, foi bastante
mediatizado, tendo este sido dos poucos túmulos existentes que não sofreu ataques de
saqueadores durante os séculos XVI e XVIII.

Para o estudo do corredor Sirio-Palestiniano importa o estudo da Bíblia, que demonstra


a visão que os povos da antiguidade tinham da sua região.

Importa uma visão heurística e hermenêutica dos textos antigos, pois muitos deles
representam uma visão propagandística em relação ao poder e religião instituídos.

A própria Bíblia é bastante propagandística, criticando vários povos circundantes e


vendo as derrotas do “povo eleito” como sendo castigos divinos.
Primeiros investigadores das civilizações antigas:

Botta – França

Layoral e Rowlinson - Inglaterra

Grotfend – Alemanha

Estes eram representantes da diplomacia europeia nos países onde se encontravam as


civilizações antigas: Egipto mesopotâmia e Assíria, sendo que no séc.XIX toda esta zona
era dominada pelo império Otomano.

O interesse dos diplomatas era escavar e descobrir os artefactos relativos às civilizações


antigas. Todos eles haviam estudado a Bíblia, pelo que sabiam da existência de
civilizações antigas referidas no livro sagrado. A Bíblia referia cidades poderosas nas
margens do Tigre e Eufrates. A solução que conseguira foi a mesma de Mariette.
Levavam a cabo a arqueologia superficial, descobrindo as cidades antigas e as placas de
argila Sumérias. Todos os artefactos foram enviados para os museus nacionais dos
países dos investigadores.

Em Babilónia, as descobertas não foram tão espectaculares porque o sul da


mesopotâmia era inundado pelos rios, formando-se argila. As várias placas foram
sendo encontradas e descodificadas por Rowlinson e Grotfend.

A descodificação começou a partir dos nomes próprios.

Graças aos gregos conhecemos a história da Pérsia, pelo que, através dos nomes dos
reis, foi possível decifrar alguns dos textos (um deles estava em persa e noutras línguas
simultaneamente). O british museum decide então tentar traduzir os textos, mas
existiam várias interpretações dos mesmos, levadas a cabo por 4 cientistas. Ainda
assim, no essencial, as traduções eram iguais. Charter Smith, era o indivíduo que
arrumava as placas no museu, decidiu então que deveria também ele tentar traduzi-
las. A história que leu nas mesmas era de facto a parábola da barca de Noé. Acontece
que a placa havia sido escrita 1200 anos antes da Bíblia. Conclui-se que a bíblia
continha cópias de textos que haviam sido escritos bastante tempo antes, o mesmo se
dá com textos egípcios.

Cerca de 3300 a.C, na mesopotâmia, existiam já cheias dos vários rios, sendo daqui
originária a ideia do “dilúvio”. A suméria não tinha um poder central, era formada por
cidades-estado. O poder religioso central era marcado pelo templo, onde o deus de
cada cidade era venerado. O poder central era representado por um sumo-sacerdote
que representa o deus na terra.

A união cultural entre as cidades baseava-se no facto de todas estarem perto do rio e
de alguns deuses serem adorados em várias cidades.
A necessidade de escrita advém do comércio, tal que dinamiza actividades e mantém o
dinamismo económico da cidade. Esta mesma economia era baseada na agricultura e
artesanato.

A pedra, madeira e metais eram importados de outros países do oriente. A carga dos
produtos era efectuada por burros e comerciantes.

O templo das cidades era um polo religioso, cultural e económico. Os melhores


produtos das colheitas, da pesca e da pastorícia eram enviados para o templo para
serem consumidos pelos sacerdotes, ainda assim, parte destes produtos era
redistribuído, garantindo o bem-estar da população.

O tempo organizava também o comércio com outras cidades e outras regiões.

A escrita é então criada graças à necessidade de contabilidade dos produtos


comerciais, em relação à vinda, ida e armazenamento de produtos.

As palcas surgem na cidade de Uruk, cidade onde foi inventada a escrita. Símbolos são
criados para as significações necessárias. Ao contrário do que se possa pensar, a escrita
não é criada para a literatura, mas sim para a contabilidade. A escrita evoluí e com ela
os estiletes utilizados para escrever. O nome cuneiforme advém de “cunha”, a forma
mais utilizada neste tipo de escrita. Este símbolo é uma evolução da anterior escrita
pictográfica.

O Egipto tem no seu território o rio Nilo, o mais longo do mundo. É este rio que dá vida
ao Egipto. Durante o tempo de cidades estado na suméria, o Egipto estava organizado
por várias aldeias, dependentes da agricultura. O Egipto era basicamente auto-
suficiente em termos de produtos que necessitava, adquirindo apenas madeira. No
Egipto a escrita aparece depois da Suméria, c.300 a.C.

Cerca do ano 3100 a.C. começam a surgir indivíduos que se distinguiam na guerra e na
caça. Começando então o Egipto a ficar dividido em vários reinos que se degladiavam,
acabando por ficar 2 reinos, do norte e do sul. Um rei acaba por os unir c. 3000 a.C. O
poder local era levada a cabo por Chefes locais e depois da unificação por 1 rei, que era
também um Deus. Os factores de união das regiões eram: língua, religião e o rio, que
coloca todas as populações em contacto.

Começa depois a ser cirada a escrita, que estava ao serviço da monarquia, escrito em
placas de pedra e vaso. Surge então no palácio, ao serviço do rei, que era um deus.

A escrita começa por ser pictográfica e o grande conjunto de símbolos liga-se à


tentativa de representar tudo o que existia na natureza.
A escrita era necessária para escrever o nome do rei, deuses e mesmo das cidades e
produtos que estas trocavam. A escrita egípcio observa e miniaturiza tudo aquilo que
considera que tem de ser escrito.

Os símbolos egípcios mantêm-se, em grande medida, iguais ao que eram inicialmente,


não tendo sido criada uma versão cursiva dos mesmos.

Champollion descodifica a escrita egípcia em 1922. Como base, teve a dinastia


Ptolomaica, de ascensão grega, sendo que os textos eram também eles traduzidos em
grego. Sabendo ler grego, era possível utilizá-los para descodificar os textos egípcios.
Champollion descodifica o 1º texto através da pedra de Roseta, que tinha o mesmo
texto traduzido em grego, demótico e egípcio.

Foi através dos nomes próprios que Champollion descodificou os textos egípcios.

História do Egipto

Época arcaica – É a época das 2 primeiras dinastias, de 30, sendo designada também
Tinita, pois os monarcas eram de Tinis. A I dinastia começa com a unificação do alto e
baixo egiptos. Narmer levou a cabo a unificação, colocando Mênfis como a capital e
situando a sua residência em Abusir. Considera-se que as mastabas dos soberanos
possam estar em Sakara ou Abido. Nekhen, capital do alto Egipto, continuou a ser um
local religioso. O sucessor de Narmer foi Djer, sepultado em Abido. Djer obteve uma
vitória sobre a núbia, mostrando o seu interesse nesse região.

O rei Den, da mesma dinastia, foi o 1º a utilizar o título de rei do Alto e baixo Egipto. No
seu túmulo em Abido, está representada pela 1ª vez a coroa que junta as dos dois
lados do país. Entre os acontecimentos importantes, estão a divisão do país em
provínvicias, e as duas primeiras viagens ao Líbano para conseguir madeira. Esta
dinastia acaba em instabilidade. No princípio da II dinastia, o centro político e cultural
estava mais centrado no baixo Egipto, irradiando de Sakara. Foi um tempo de
instabilidade política, existindo uma antagonia entre as duas divisões do país. Até que
sobe ao poder o Horus-Set Khasekhemui, que une o alto e baixo Egipto, tenho sido
Hórus considerada a divindade do Baixo e Set do Alto Egipto.

O rei instala assim um poder baseado na administração por funcionários do monarca


que sabiam ler e escrever, consolidando também o poder real. A estabilidade da
monarquia é observável no incremento das construções, com o uso de tijolo e madeira
e com o fabrico de estátuas, estelas e vasos de pedra, guardados em túmulos de tijolo.
A criação de um reino unificado deve muito à visão do monarca como sendo um deus e
à tradição religiosa partilhada em todo o território.

O império Antigo: o tempo das pirâmides: (III e IV dinastias). É a fase das grandes
pirâmides em que o culto solar atinge uma nova fase de crescimento com a criação de
templos solares em Abu Gorab e Abusir. Os reis constroem as suas pirâmides em
Sakara. O país está em paz por 1000 anos, tendo apenas relações comerciais, vive
também segundo o conceito de maet. Aspectos marcantes: criação do complexo do
Horus Djoser em Sakara, III dinastia; na IV há referir Seneferu, considerado o rei mais
poderoso do império antigo por ter sido um grande construtor. No final da dinastia
parece ter havido lutas pelo trono. No caso da V dinastia, esta caracteriza-se pelo culto
a Ré. Os altos cargos passam de familiares para funcionários do rei cuja lealdade era
compensada com terras. Mantém-se a actividade comercial.

Em relação à III dinastia, c. 2660 a.C. o Horus Djoser sobe ao poder, já depois do Egipto
estar unificado, com este rei começa o império antigo que dura cerca de 500 anos indo
até c. 2180 a.C é um período de paz, no qual o Egipto se sente defendido pelas suas
defesas naturais. Em termos comerciais, existe a necessidade de madeira. Esta podia
ser de Ébano (Núbia) ou cedro (Líbano). Existe também o interesse na zona a sul de
Elefantina e Assuão, onde se situa a Núbia, habitada por tribos menos desenvolvidas e
por isso facilmente o Egipto consegue ouro, penas de avestruz, peles, marfim e mão de
obra desta zona a troca de nada, quando o caso é de incursões militares, ou a troco de
linho e papiro, sendo a troca sempre bastante mais positiva para o Egipto.

Em termos de perigo, o Sul nunca o seria, ainda assim, tal podia advir do Nordeste.
Estando a fronteira vigiada. A zona do mediterrâneo era pantanosa, não sendo possível
construir cidades ou ter guarnições militares permanentes, pelo que se tornava um
local de possível incursão. Ainda assim, os pântanos eram intransponíveis para os
povos da altura. Os desertos que ladeiam o Egipto juntamente com esta zona
pantanosa formam as defesas naturais do Egipto.

O rei Djoser acaba por morrer, pelo que seria necessário sepulta-lo num túmulo digno
de um rei. A ideia de vida eterna era também uma das bases religiosas do Egipto.
Criam assim a ideia de paraíso. Outra ideia baseia-se na ressurreição nesse mesmo
paraíso, sendo que apenas seria possível ascender em primeiro lugar ao mesmo, tendo
cumprido os preceitos da “maet”. Quando alguém ascendesse ao paraíso tornar-se-ia
também, um deus. A ideia de maet começava no rei e representava tudo o que era
bom, equilibrado. Os túmulos deveriam assim ser invioláveis, pois apenas através da
preservação do corpo poderia a ressurreição no paraíso acontecer. Depois de Djoser
morrer, o seu arquitecto Imhotep constrói a sua mastaba e em seguida uma pirâmide
de grandes dimensões para representar a subida do rei ao céu. Tal mostrava um
preceito religioso, no céu reinava Ré. No subsolo, onde o rei estava enterrado, seria o
mundo dos mortos, onde reinaria Osíris. O rei receberia também este nome depois de
morrer. Este rei fez também da capital Mênfis. Tal era uma cidade estratégica pois
estava no centro do Nilo, entre o Alto e Baixo Egipto, mostrando a sua unificação e o
poder central e centralizado do Rei. Tal mostra também a organização patente na maet.
Assim, pontos da III dinastia:

- Mais organização

- Administração através de funcionários do rei

- Pagamento de impostos por parte dos camponeses (recebidos pelo palácio; templos e
poder local).

Em relação à IV dinastia, o rei Khufu levou a cabo algumas expedições no Líbano para
consegui madeira de Cedro e no sul (Núbia) para conseguir Ébano em troca oferece
Linho, papiro e sobretudo ouro (que consegue das suas incursões na Núbia, uma região
pouco desenvolvida socialmente, mas bastante rica). É famoso, pois a maior pirâmide
do Egipto é a sua, chegando a 147m de altura. As pedras de granito utilizadas na sua
construção foram transportadas de barco por 600 km, depois de terem sido mineradas
e aplanadas até se conseguir a forma de um paralelepípedo. Para chegar ao planalto
depois de descarregadas, as pedras tinham de ser puxadas em cima de toros, que
rolavam por baixo das mesmas. As pedras eram puxadas sempre por grupos de 10
trabalhadores, o que demonstra a organização característica do conceito de maet.

Na VI dinastia começam a existir problemas económicos que foram alivados pela


duplicação da contagem do gado. Havia um comércio intenso com o leste e também
com países a Sul, a concessão de terras continua e esta começa a tornar-se
hereditárias, ao invés de serem apenas para quem são inicialmente dadas. Os cargos
caem também na mesma situação.

Durante o fim da VI dinastia, a máquina administrativa torna-se inoperante e começa a


abusar do seu poder. Os detentores dos cargos administrativos começam a criar os
seus próprios túmulos munidos de clero e campos de cultivo próprios. O poder
faraónico diminuí e com ele a desordem social e decadência começa.

1º período intermediário – período entre o império antigo e médio. Dura cerca de 500
anos. Durante o império médio e este período, a capital era Heracliópolis. Mênfis deixa
de ser capital porque o Egipto entre em colapso. A maior parte das cidades egípcias
têm nomes gregos. Durante o período intermediário as sepulturas param de ser feitas
perto das pirâmides, os funcionários começam a fazer as suas sepulturas nas suas
próprias cidades. A literatura deste período começa a ser mais polémica. O período
intermediário engloba a VII e VIII dinastias. O faraó Ibi teve como objectivo construir
uma pirâmide, que teve a altura de 18m, bastante mais pequena do que as pirâmides
do império antigo. Todo este período vai desembocar numa guerra civil. O governador
local da zona de Tebas decide afirmar-se como rei do alto e Baixo Egipto. O facto de
existirem reis no norte com a capital em Heracliópolis e reis no sul com capital em
Tebas, leva a uma guerra civil. O rei do Sul: Mentuhotep II vence a guerra e torna-se o
rei do Alto e Baixo Egipto.

Império Médio (c.2180-2040) – Começa com a vitória de Mentuhotep II e é a segunda


vez que o Egipto se unifica, e principalmente a 2ª vez que se unifica a partir do Sul. A XI
dinastia unifica o Egipto e a XII dinastia foi uma das mais notáveis. Esta XII dinastia tem
como nome proeminente Amenemhat I, o seu fundador. O nome de Amen advém de
Amon, que era venerado no sul, na zona de Tebas. Sendo que era adorado em Tebas e
tal era a capital, Amon torna-se uma divindade proeminente. O nome Amenemhat
significa “Amon está no comando” e demonstra como o Sul impõe o seu poder através
da sua superioridade em termos de recursos, grande parte dos mesmos que advêm da
Núbia e também da agricultura abundante do Nilo. O conceito de Estado é recriado, as
fronteiras voltam a ser patrulhadas e as incursões na Núbia continuam, de modo a
evitar que estes povos invadam o Egipto. O Egipto cria fortalezas a Sul de Assuão de
modo a poder controlar a Núbia e também a garantir que esta não consegue atacar o
Egipto. As fortalezas tornam-se polos comerciais e religiosos, tornando-se a Núbia num
espécie de colónia para o Egipto. A administração volta a florescer e o império Médio
desenvolve-se na prosperidade.

A Arte da época é de boa qualidade. As pirâmides voltam a ser construídas, embora


não tenham tanta qualidade de construção quanto as antigas. Os reis são imortalizados
em estátuas de grande porte. A literatura e joalharia são também de boa qualidade.
C.2040-1750 a.C. – anos de prosperidade, de paz e de riqueza. É um país com uma
máquina administrativa forte, encabeçada pelo faraó, que é também um deus.

Durante este período dá-se também a Egipcianização da Núbia. O avanço Egípcio para
sul, passando a 1ª catarata do Nilo, leva à criação de várias guarnições militares que
são manifestações de poder e uma forma de dominar a zona a sul do Egipto. Estas
populações começam a estar subordinadas ao Egipto política, religiosa e culturalmente.
A Núbia começa a estar Egipcianizada (pela força das armas e também da civilização).
As trocas comerciais com a Núbia eram baseadas na troca de ouro por linho; trigo e
alfaias agrícolas.

Amenemhat I, antes de ser rei, era um dos escribas da administração egípcia. O


império médio vai desenvolver também as escolas de escribas. A administração vive do
recenseamento dos produtos em termos económicos. Este recenseamento é também
relativo à fertilidade dos terrenos.

Toda a administração tem como objectivo evitar a fome.

Amenemhat era vizir (Tjati, em egípcio), sendo este o cargo abaixo do de faraó. Seria
assim o segundo órgão do poder central, controlando toda a administração abaixo de
si: todos os escribas; sacerdotes; chefes militares; governadores.
Durante o império médio o Egipto tinha c. 3M de pessoas, cerca de 20k eram
funcionários do faraó.

A capital é transferida para uma cidade mais central, para manter a norma de equilíbrio
que caracteriza a administração egípcia. Esta cidade é Iti-taui. Ainda não foi descoberta
a sua localização correcta. Com a modificação da capital, importa defender o país a sul
e a nordeste, onde se encontravam as tribos estrangeiras que podiam ataca o Egipto e
que os egípcios apelidavam de “Asiáticas”.

A capital é mudada para Iti-taui porque a administração tinha como objectivo


desenvolver o lago Faium. Este desenvolvimento é conseguido através de obras de
engenharia hidráulica. Com elas, o lago aumenta de tamanho e com ele a irrigação,
aumentado também as áreas agrícolas férteis. Esta é uma luta contra o avanço do
deserto. A mão-de-obra para estas construções vinha dos camponeses nacionais. A
administração de boa qualidade é a parte mais importante de toda a construção. O
sucesso da construção é provado com o aumento de túmulos e habitações nas zonas
que circundam o lago. O Egipto, um país rico, fica ainda mais rico.

Todas as pirâmides desta dinastia estão perto do Faium. O grande factor de prestígio da
XII dinastia é a manutenção do lago Faium.

Estavam reunidas as condições para que as pirâmides desta dinastia fossem tão
imponentes quanto as da IV, ainda assim, as pirâmides são construídas com material de
baixa qualidade, sendo cobertas em calcário de boa qualidade que começa a lascar
passado algum tempo.

Com o rei Amenemhat III a XII dinastia teve o seu maior período de prestígio. Com um
reinado de 40 anos, Amenemhat III lucra principalmente com o trabalho realizado
pelos reis anteriores, nomeadamente Amenemhat I e Semuseret III.

Esta XII dinastia tem assim importância pelas obras que leva a cabo no Faium e
também graças às suas incursões no Sinai e as suas trocas comerciais com o Líbano, do
qual importam madeira trocando linho e ouro por ela. A madeira era depois entregue
me Biblos. Torna-se necessário proteger estas rotas comerciais. Assim, os reis da XII
dinastia põem em prática a maet.

Dois dos títulos dos faraós eram “Sá Ré” = “Filho de Ré” e “Bom Pastor”. Os Homens
eram assim o gado de deus. O rei preocupa-se com o bem-estar dos seus súbditos. Esta
visão e a reunião de justiça, solidariedade e rectidão é a expressão da maet. Os reis,
em termos das suas representações, são representados como deuses mas também
como homens, apresentando muitas vezes feições envelhecidas nas suas estátuas.

O último rei: Amenemhat IV não tem herdeiros e a XII dinastia acaba em colapso.
Segundo período intermediário: O poder real desce e o poder dos escribas sobe. Com
a crise de sucessão, as províncias separam-se e o Egipto começa a não ter um poder
centralizado. Com a crise, começa a ser invadido pelos povos circundantes, que
começam a emigrar para o Egpito. O pior dá-se quando o Egipto é invadido
militarmente pelos Hicsos. Tais que possuíam técnicas de guerras desconhecidas dos
egípcios, como a biga de cavalos puxando um carro de guerra. Os Hicsos acabam por
ocupar o Egipto e por o conseguir controlar. Com o tempo, estas tecnologias bélicas
são adoptadas pelos egípcios. Os próprios Hicsos começam também a ser
egipcianizados.

Império Novo – Este período da história do Egipto estende-se da XVII à XX dinastia. A


XVIII é considerada o apogeu do Egipto, sendo o culminar da sua subida desde o
império Antigo. No caso da XIX, durante o reinado de Ramsés II é observável um
grande colonialismo.

Os Hicsos invadem o Egipto e controlam o norte, unificando o país. Conseguem, ainda


assim, controlar o país sem destruir o seu sistema administrativo nem económico. Os
Hicsos trazem também o cavalo e carro de guerra, tais que os egípcios desconheciam,
mas começam a utilizar. Trazem também as armaduras de bronze e novas espécies
agrícolas vindas da Ásia. Chegam mesmo a egipcianizar-se, escrevendo os seus nomes
e dos seus reis em egípcio. Criam então a base da sua monarquia em Auaris, no Delta
do Nilo. Ainda assim, nunca conseguem controlar o Sul. Os governadores de Tebas
declaram-se reis do alto e baixo Egipto, dando-se assim a guerra entre estas duas
divisões. A XVII dinastia consegue vencer os Hicos inicialmente, ajudando à sua
expulsão, que só se dá efectivamente com a XVIII dinastia. Esta usava já as tecnologias
dos hicsos com a utilização do carro de guerra de 2 homens: 1 que dirigia o carro e
outro que disparava/atirava setas ou lanças. Em zonas de estepe, a cavalaria foi de
grande importância. Nesta dinastia melhoram também as armas de bronze, tendo
ainda assim o Egipto de importar o estanho para criar esta liga. Importando-o do
corredor Siro-Palestiniano – c. 1550 a.C.

Com a expulsão dos Hicos se dá a 3ª reunificação do Egipto e a 3ª que se dá também


através do Sul. Ainda assim, mesmo depois dos Hicsos terem sido expulsos, os Egípcios
ainda os perseguem até à sua base militar no Sul da Palestina: Charuhen. Esta mesma
base é destruída pelos Egípcios que começam a expandir-se bastante nesta zona do
corredor Siro-Palestiniano. De referir que a organização militar egípcia se modifica
nesta altura, com a adição ao exército de camponeses durante a época em que os
campos estavam alagados, e assim incultiváveis. Da mesma forma, o Egipto tem pela 1ª
vez um exército profissional. De referir a literatura egípcia desta altura, que referia
como o exército do país seria invencível. Uma outra diferença a notar seria o facto do
faraó lutar agora com as tropas, avançando com elas no terreno de batalha.
A expansão egípcia dá-se também para sul, em direcção à Núbia. A construção de
fortalezas nesta zona é um facto, de modo a que as tropas egípcias guardam estas
mesmas fortalezas para defesa militar e também como forma de controlar o comércio
da zona.

Outro tipo de hegemonia sobre o sul é levada a cabo através da construção de


templos, exercendo um poder cultural. Ainda assim, os egípcios prezam a tolerância,
venerando também eles os deuses Núbios. Dá-se assim a egipcianização da núbia, que
é controlada por um vice-rei. No caso do corredor Siro-Palestiniano, este é controlado
por governadores. Ainda assim, os povos desta zona cultivam juntamente com os
egípcios a literatura e constroem cidades amuralhadas, pelo que, o controlo nesta zona
não é muito apertado.

O tempo do império novo é assim o de conhecimento de outros povos, criando com os


mesmos relações comerciais, ou controlando-os através de órgãos de governação e
levando-os a pagar tributos ao Egipto (cavalos; madeira; ouro).

Tutmés III é o grande responsável por esmagar as revoltas que se dão e impor o poder
egípcio. Este rei sucede Hatchepsut, que reinou durante 22 anos e levou a cabo
expedições comerciais, enriquecendo o Egipto. Durante o reinado desta rainha, Tutmés
III é um rei secundário, reinando ao mesmo tempo que ela, mas tendo menos poder.

Algumas destas expedições comerciais dirigem-se a Punt, na actual Somália. Sucede


Hatchepsut então Tutmés III, este rei vai dominar a Síria-Palestina.

Este monarca teve um reincado de guerra, vencendo uma importante batalha em


Meguido. Leva a cabo 17 incursões em território palestiniano. Tutmés trás assim para o
Egpito muita riqueza e vitórias. As crianças das várias cidades que ocupa são trazidas
para o Egipto para serem ensinadas a ser escribas e mesmo a para aprenderem os
conceitos da maet.

Quando crescem, estas crianças, que era filhas dos reis locais, herdam o trono das
cidades, continuando o poder Egípcio no território.

No final da XVIII dinastia, o Egipto prepara-se para o seu apogeu, tal que se dá com o
reinado de Amen-Hotep III, que constrói vários túmulos para os seus funcionários.

O Egipto é assim uma terra de prosperidade, tal que apenas se poderia dever ao Deus
Amon, para o qual é construído um templo de grandes dimensões. O templo de Karak
demora 2000 anos a ser construído, mas fica inacabado. O templo é também um local
administrativo, possuindo campos em volta e acumulando as riquezas das batalhas.

De referir que a existência de escravos era um facto, embora fosse bastante reduzida.
Eram cerca de 80 000 no meio de 4000 000 camponeses.
O filho de Amen-Hotep III é Amen-Hotep IV. Amon era o deus principal à época, sendo
altamente recompensado pelas vitórias egípcias.

Com o aumento do poder do clero, o equilíbrio do poder quebra-se mais uma vez.
Assim Amen-Hotep IV vai perseguir o clero de Amon, destruindo os templos e matando
os sacerdotes. A religião tem sempre um poder político de grande porte, sendo as
vitórias e a prosperidade dadas como vindo dos deuses e principalmente do deus mais
importante à época, neste caso, Amon.

O clero deste deus precisa assim de ser controlado. Para mostrar o seu
descontentamento com as acções do clero de Amon, Amen-Hotep IV muda o seu nome
para Akhenaton, tentando mudar assim o deus venerado, que passaria a ser Aton, o
disco solar, onde vive Ré.

Depois de Akhenaton herda o tron Tuthanaton, que muda o seu nome para
Tuthankhamon, voltando Amon ao poder. Este rei morre novo sem deixar herdeiros.

Deste modo, cerca de 1300 a.C, a nãom existência de um herdeiro leva ao


enfraquecimento do poder e por isso à revolta nas colónias. Surgem como inimigos
poderosos os Hititas e Mitânias, que atacam as colónias egípcias. Com a falta de
herdeiro, o chefe do exército egípcio sobe ao poder: Horemheb. Foi escriba do exército,
sendo este um dos cargos mais elevados, subindo mais tarde a chefe do exército.

A força mais coesa dentro de todo o Egipto em ebulição foi assim: o exército.
Horemheb sobe a poder e tenta reorganizar o Egipto, é o fim da XVIII dinastia.

A XIX dinastia é uma dinastia de contenção, por oposto à XVIII, de expansão. Dá-se
então a guerra entre os egípcios e os Hititas. Tal dá-se no reinado de Ramsés II, que
reina 62 anos. Ramsés luta na batalha de Kadech em 1275 a.C., nas margens do
Orontes, quando os Hititas vêem a descer e os egípcios a subir o corredor Siro-
Palestiniano. Ainda hoje é difícil saber quem a venceu, sendo ela a batalha descrita
mais antiga da história. Seguido a ela é assinado o tratado de paz entre egípcios e
Hititas, também o mais antigo da história. Sabe-se que o rei egípcio recebe a filha do
rei Hitita depois deste mesmo tratado, ainda assim, nãos e sabe se tal é um gesto de
amizade ou de subserviência por parte do povo hitita.

De facto, 2 coisas mantêm a paz: Ouro e mulheres. Os casamentos e o aumento dos


haréns reais das várias civilizações mostra a paz que reinava entre as mesmas.

Esta dinastia vai acabar em instabilidade. A XX dinastia começa, ainda assim, de alguma
forma bem, contendo em si o último grande faraó: Ramsés III. Nestes tempos atacam o
Egipto, “os povos do mar”, formados por várias populações e entrando no Egipto pelo
delta do Nilo. O povo mais poderoso de entre todos eles eram os Filisteus Os povos do
mar atacam o Egipto pelo ouro; vinho; trigo e cevada. Ramsés III consegue, ainda
assim, vencê-los.
A diferença entre as guerras no reinado de Ramsés II e III é que no do primeiro as
batalhas dão-se fora do território Egípcio o no reinado do segundo, dentro do território
Egípcio.

Ramsés III escraviza assim os sobreviventes e põem-nos a trabalhar nas terras dos
templos. Da mesma forma, utiliza os soldados Filisteus de forma estratégica,
colocando-os no corredor Siro-Palestiniano, de forma a que formem uma linha de
defesa do Egipto em relação a povos que pudessem atacar do Norte.

A XX dinastia acaba, ainda assim, em miséria e o clero de Amon aumenta em poder e


toma o poder no Egipto.

Terceiro período intermediário – A queda do império novo baseia-se nos seus mais
anos agrícolas; corrupção na administração e poder abusivo do clero de Amon. Assim,
a XXI dinastia cria a sua capital em Tânis e pela primeira vez o Egipto tem uma capital
no Delta do Nilo. Perde-se, em termos coloniais, a Síria-Palestina e a Núbia. O poder
estava dividido em dois centros: A cidade de Tânis, onde estava o Faraó e o Sul, onde
estava o Clero de Amon, que controlava a cidade de Karnak (Tebas).

Ainda assim, a paz existe pois os sacerdotes casam as suas filhas com os faraós. Sob o
poder de Psusennes II, Chechonk I, um governador de origem Líbia, torna-se co-
regente e toma o poder, formando a XXII dinastia. Neste dinastia, os reis não são
egípcios, são líbios. Os líbios estavam no Egipto a prestar serviço militar ao país.
Chechonk I é também oriundo do exército. Este exército líbio, incluindo o próprio
Chechonk I, estavam já bastante egípcianizados. Durante o período de reinado desta
dinastia, o faraó coloca o seu filho como sumo-sacerdote de Amon, neutralizando
assim o poder deste ramo do clero. As incursões no estrangeiro voltam, com o saquear
de cidades no corredor Siro-Palestiniano. Ainda assim, ao longo da XXII dinastia, os
vários príncipes líbios que haviam dividido entre si o território do Egipto começam a
ganhar um grande poder sobre as cidades, levando a cabo um controlo sobre as
mesmas. Acontece que um destes príncipes (Padibastet) rebela-se e cria a XXIII
dinastia. Refere-se ao período de Reinado de Padibastet como “anarquia Líbia”, pela
desorganização que se deu nos órgãos de poder durante o seu reinado.

Em 750 a.C. é fundada a XXIV dinastia por outro rei Líbio. Durante o seu reinado, o
Clero de Amon está mais controlado. Ainda assim, graças a terem sido perdidos os
territórios coloniais da Núbia e Palestina, o Egipto perde poder, não podendo impor
tributos à Núbia e Líbano. Deste modo, o Egipto começa a necessitar de importar, e
assim pagar, pelos materiais que anteriormente recebia por tributo destes países.

O Egipto mantém também contactos com Israel, no reinado de Salomão, como provam
alguns textos bíblicos, que incluem a luta de Moisés para conseguir a partida dos
Hebreus do Egipto. As relações com Israel são de paz, mostrando ainda assim, uma
certa subserviência do Egipto a este país, sendo que Salomão tinha no seu harém uma
princesa egípcia.

A XXV dinastia será fundada por um rei Núbio, Pié. A Núbia havia estado durante o
império Médio e Novo sob o poder egípcio. Quando libertada cria o seu próprio reino,
o reino de Kuch e aproveitando a fraqueza do Egipto neste período, invade-o e toma o
poder, pondo um fim à “anarquia Líbia” e restaurando a ordem.

Os Núbios tornam-se excelentes metalurgistas. São recebidos em festa no Sul do


Egipto, em Luxor, onde se encontrava também o clero de Amon. Este tipo de recepção
calorosa refere-se ao facto dos Núbios terem sido egipcianizados durante um longo
período de tempo, estando familiarizados com os conceitos da maet e com a religião
egípcia, levando a sua expedição a cabo em nome de Amon.

O rei da Núbia (Kuch) declara-se rei do alto e baixo Egipto e pretende renovar os
conceitos da maet, o que demonstra a egipcianização que a Núbia sofreu ao longo do
tempo, levando agora a cabo um governo baseado nos princípios arcaicos de ordem
egípcia. O país tem assim uma fase em que os reis são reis do Egipto e da Núbia
simultaneamente. Foi um período de prosperidade, com a grandes trabalhos, provados
pela arte, a serem levados a cabo e com o reocupação das fronteiras. Para controlar o
clero de Amon, o rei utiliza a sua filha que coloca como “adoradora divina”, cargo
feminino equivalente a “sumo-sacerdote”. O desenvolvimento agrícola também se dá e
assim o Egipto vive em prosperidade. Recomeçam então as invasões ao estrangeiro
(720-680 a.C.), nomeadamente à Palestina. Durante este mesmo período cresce
também a Assíria, ocupando a Mesopotâmia e o Norte da Anatólia. Os Assírios dirigem-
se também ao corredor Siro-Palestiniano com objectivos de o conquistar, vencendo os
Egípcios em expedição, graças ao seu armamento superior; maior organização e
utilização de cavalos, recurso que os egípcios não possuíam.

Israel é conquistada pelos Assírios e à mesma se segue o Egipto, que é invadido em 671
a.C., Mênfis é conquistada e seguidamente é saqueada Tebas (Karnak) e os templos de
Amon aí presentes.

Época baixa - Os egípcios voltam a tomar o poder e fundam a XXVI dinastia,


considerada a última grande dinastia do Egipto. Esta mesma dinastia expulsa os
Assírios e cria a sua capital em Saís, no Norte do país. A prova do poder desta dinastia
está na arte. O clero de Amon está dominado, pois os faraós utilizam os seus filhos
como sumos-sacerdotes; a agricultura é desenvolvida; reunificação do Egipto. O poder
desta dinastia baseia-se no seu exército, maior parte dele de origem grega. O Egipto
volta a ser uma grande potência. De tal modo que volta a invadir o estrangeiro,
conseguindo estender o seu poder até ao rio Eufrates.
O faraó Psamtek I vai apoiar a Lídia e Babilónia até a queda da Assíria em cerca de 620
a.C. e vai seguidamente ligar-se à Assíria impedindo que esta seja destruída por
completo, mas falha, tornando-se a Pérsia na principal potência.

O objectivo do Egipto era, ainda assim, manter-se autónomo em relação à Pérsia, a


grande potência do Próximo Oriente, mais bem armada e com mais recursos,
fundamentalmente, o Egipto não tinha forma de competir com este império. Acaba
assim por ser tomado pelo mesmo em 525 a.C., sendo transformado numa “Satapria”,
uma província do império Persa.

O período de domínio persa foi humilhante para o Egipto pelo declínio da sua posição
de superioridade, mas foi também um período de paz. Sob o domínio persa (XXVI
dinastia) e os últimos faraós indígenas (XXVII-XXX), Mênfis volta a ser capital e é vista
como um arquétipo, demonstrando como a visão sobre a sociedade é mais arcaica
nesta fase.

Pode-se assim caracterizar a Época Baixa recorrendo a 3 factores: Tecnologia;


instituições e Ideologia:

Tecnologia – Palácios fortificados; novas galeras de guerras a remos, com uma vela
extra; introdução do ferro

Instituições – A administração não tem grande evolução. Nota-se ainda assim a


introdução de postos comerciais estrangeiros em território Egípcio, caminhando-se
para uma economia monetária; Existem mais contractos escritos; Existem mais
alianças; mais utilização da cavalaria; começo da veneração de animais, de Ísis e de
figuras históricas egípcias (Ex.: Imhotep); começa a utilizar-se escrita demótica. Assim,
continuação das práticas antigas e confiança nos modos acentrais

Ideologia – Mesmos conceitos sobre os deuses. Nova visão sobre os reis: Nem sempre
estes são detentores da verdade e da justiça e nem sempre as suas decisões estão de
acordo com a vontade dos deuses. Modifica-se assim a base do conceito de instituição
faraónica.

Definições
Egipto – Situa-se em termos geográficos na zona nordeste do continente
africano, sendo rodedado pelos desertos da Arábia e Líbia. O Egipto deve a sua
existência ao rio Nilo, sendo que este permitiu a sobrevivência das populações nas suas
margens.

O nilo nasce nos grandes lagos equatoriais e nos planaltos da Etiópia. Ambos estas
duas nascentes se juntam perto da capital do Sudão. Entre no Egipto por elefantina, no
sul e a partir da mesma se extende por 1000kmo Alto Egipto, constituído pela zona do
vale, que não ultrapassa os 10 km de largura.

A norte, entra finalmente no baixo Egipto, a zona do Delta do Nilo que abre sobre o
mediterrâneo. A nascente do nilo está nos montes da Lua, extendendo-se o rio por
cerca de 6500km. A partir da segunda metade de julho e por 100 dias o nilo invade as
margens, proporcionando fertilidade aos terrenos. Com a tentativa de controlar estas
mesmas incursões, constrói-se a Grande Barragem de Assuão. Existiam também
trabalhos de irrigação que tinham como objectivo que as inundações chegassem o
mais longe possível e desta forma fossem criando as terras férteis do vale. Também no
Delta a acção do Homem se fez sentir.

O Nilo marca também o calendário egípcio, que tem 3 estações de 4 meses. Cada mês
tem 30 dias, prefazendo um total de 360, aos quais são acrescentados 5 (dias
epagómenos). Os egípcios auto-denominavam o seu país Kemet (“a negra”). O seu
nome actual é Masr.

Khaset era o nome atribuído a terras estrangeiras em geral.

O Egipto encontra-se assim dividido em 2 realidades diferentes, o alto e baixo Egipto. O


Alto extende-se por 900km desde Assuão a Mênfis, formada pelo delta do nilo,
simbolizado pelo papiro.

Graças ao facto de estes estar entre 2 desertos, o Egipto desenvolve-se na época pré-
dinástica, afastado do mundo (c.4500 a 3000 a.C.). até finais do império médio (c.1780
a.C.) o que permitiu que levasse a cabo uma evolução própria, sem influências dos
países vizinhos.

A história do Egipto vai desde esta época até à chegada de gregos e romanos ao
território, extendendo-se por 3000 anos. Tendo 3 períodos áureos: império antigo
(c.2660-2180 a.C.); imp. Médio (c.2040 a 1780 a.C.) e imp. Novo (c.1560 a 1070),
separados entre si por períodos intermediários que chegaram a ser de decadência.

As visões em relação ao início da unificação do Egipto são múltiplas.

Em termos de culturas agrícolas, já que esta é a base económica do antigo Egipto,


existem: lentilha, pepino, favas, grão-de-bico, cebola, melancia, oliveira, figueira,
romãzeira, tamareira, palmeira, etc.
O trigo e cevada eram culturas centrais, tal como era a uva, da qual se produzia vinho.

Igualmente importante era o papiro, linho de junco. O 1º era parcialmente comestível e


o segundo era utilizado na produção de roupa, o terceiro na de cestaria.

Em termos de pastorícia: bovinos, caprinos, e burros.

Em termos de aves: pombo, parto, grou, garça, pelicano, íbis, andorinhas, pardais e
outros pássaros. A caça era ajudada por cães e hienas. Caçava-se o hipopótamo e
crocodilo e também bois selvagens e leões, num ponto mais religioso e coberto de
ritual.

A pesca era abundante e as técnicas eram a rede e anzol.

Toda esta abundância leva a que apenas no fim da época pré-dinástica a agricultura se
torne importante. A zona agrícola mostra ter a possibilidade de suportar o aumento
demográfico e lava à criação de um sociedade cada vez mais complexa. O mesmo não
se dá a sul, na Núbia, onde o regime tribal estava implantado. A produção de comida
era baixa e a complexificação social também. O Egipto facilmente invade este país,
conseguindo ouro gado.

A agricultura está de facto na base, sendo as terras do Faraó, do templos e dos grandes
senhores e funcionários da administração.

A burocracia tudo controlava em termos económicos, depende tudo do Faraó e da sua


máquina administrativa. A referência a um mercado interno não é completamente
verdadeira, sendo sim a necessidade que o Egipto tem de importar madeira, estanho e
lápis-lazuli, trocando por eles peixi, linho, cereais e ouro. O pais fornecia ainda argila.

A madeira importada era utilizada para utensílios de mobiliário sendo também


utilizada na construção.

Entre os metais, o ouro da Núbia e o cobre. Este era tal como a prata, importado.

Maet – O conceito de maet era personificado na deusa Maet. O conceito refere-


se à ordem cósmica do momento da criação, quando o caos é repelido. A maet tinha
assim o objectivo de manter a ordem divina. Acreditava-se que tudo no universo estava
em equilíbrio graças à maet e competia ao faraó representar este equilíbrio e preservá-
lo.

Maet não é traduzível enquanto como conceito mas apenas como uma filosofia
egípcia, representado a verdade, justiça, equilíbrio.
Ainda assim, a maet traduz uma certa submissão ao conceito em si. O contrariar das
leis maéticas representaria o caos. A maet seria assim o correcto, o bom,
representando as ideias de correcta administração do poder, de modo a garantir a
ordem e a justiça, sem violar os preceitos que a própria maet instituía, de equilíbrio, de
poder sagrado, de ordem universal. Sublinhe-se que a maet representa assim a ideia de
ordem de todas as coisas, vivas, não vivas e mesmo cósmicas, no sentido em que foi
pensada pelo deus criador do mundo.

A maet tinha assim um significado de justiça e ordem sagrada, sendo que a deusa
Maet, segunda a tradição, havia destruído os inimigos de outros deuses. Também na
terra deveria o monarca emular Maet, encarregando-se da ordem social, através dos
sues funcionários.

Em termos cósmicos, os deuses egípcios são o próprio mundo, como afirmam alguns
mateólogos, deste modo a maet seria a ordem que manteria as forças dos cosmos em
luta contra o que é negativo, contra as forças contrárias. Como é observável no curso
solar em que Ré, a luz, vence as trevas ajudado por Maet, a aurora, de modo a que
criam um novo reino de luz sob a égide de Ré. Este reino representaria o bem-estar
individual e social, para que este se mante-se a prática da maet era necessária.

Em termos de vida e imortalidade, dizem os especialistas que Maet estava


representada no julgamento dos mortos enquanto personificação da justiça e da
verdade. Estava por trás de Osíris, sendo representada como uma deusa alada. A sua
presença era necessária para julgar com verdade e justiça, pois ela era a própria
verdade e justiça, a maet.

Em termos de instituição faraónica, a maet representava o estado fundamental. O


faraó deveria assim ser o garante da ordem universal estabelecida, fazendo-o em todas
as frentes: social; militar; económica; judicial; agrícola. Todas as actividades estatais
egípcias demonstram a tentativa de obedecer à maet: na verdade das palavras; justiça
dos actos; rectidão do pensamento; equidade do juízo; direito na elaboração de leis. O
soberano deveria assim governar de modo a garantir a prosperidade, o bem-estar
social e de modo a manter a ordem social instituída. Caso alguma das suas acções ou
pensamentos falha-se, quebraria a maet, e assim, o equilíbrio. De referir ainda assim
que, a maet não engloba a igualdade entre os homens. Deveria garantir o bem-estar de
todos mas não obrigatoriamente uma posição social favorecida.

Em conclusão, a maet chega mesmo a representar a harmonia musical, sendo símbolo


de tudo o que é ordenado, equilibrado, ponderado, utilizando um termo do
pensamento actual, bom. E tais conceitos cabiam a cada um manter. Assim, em última
instância, a morada da maet é o coração de cada Homem.

Narmer – Primeiro rei a unir as duas terras. É visto por vezes como o mítico
fundador do Egipto, designado Menés, tendo subjugado o baixo Egipto sob o seu
poder. Considera-se ainda assim que o seu sucessor: Hórua Aha, 1º rei da I dinastia,
seria Menés e que Narmer seria o rei proto-dinástico que havia pavimentado o
caminho para a unificação do Egipto.

Khufu – Segundo rei da IV dinastia, filho de Seneferu e da raínha Hetep-Heres.


Foi o construtor da grande pirâmide de Guiza. Apresentado como um monarca
despótico, embora pouco se conheça do seu reinado. Teve um reinado que drurou 20
anos, embora os vestígios do mesmo sejam reduzidos, contam-se entre outros: uma
estela em Abu Simbel com o seu nome e uma gravura de si no Sinai em Vadi Maghana
em que o rei é representado como o protector das minas de turquesa.

Mentuhotep – Nome de 4 reis da XI dinastia, que levaram o país à estabilidade


depois do 1º Período intermediário.

Mentuhotep I – Pai de Antef I, sendo este representado em vez do pai, por ser
mais preeminente.

Mentuhotep II – O mais importante monarca da XI dinastia. Assume o controlo


do país, derrubando a X dinastia. Transfere a capital para Tebas e re-estabelece o cargo
de vizir. Conduz campanhas contra o Líbios e beduínos do Sinai. Mandou edificar um
complexo funerário invulgar que é uma combinação entre um túmulo escavado na
rocha e uma mastaba, estando em destaque a coluna primordial.

Menthuotep III – Reconstroi as fortalezas da fronteira do Delta oriental, o seu


túmulo inacabado está em deir el-Bahari.

Menthuotep IV – Último faraó da XI dinastia, não se conhecendo muito sobre o


seu reinado. Sabe-se que enviou expedições a Uadi e el-Hudi para a exploração de
ametista e também a Uadi Hammamat para a exploração de material de construção
nas pedreiras.

Hatchepsut (c.1490-1468) – Filha de Tutmés I, casada com Tutmés II, seu meio-
irmão. Depois da morte deste, o herdeiro, filho ilegítimo, era muito novo, pelo que,
Hatchepsut fica no poder. Faz-se nomear faraó mantendo Tutmés III afastado. Utilizou a
pêra e todos os outros símbolos do poder faraónico. Foi um reinado pacifico e próspero
para o Egipto, baseado em expedições comerciais a locais como Punt; Biblos e Sinai.

Quando Tutmés III sobe ao trono, apaga tudo o que teria que ver com Hatchepsut. A
rainha beneficiu de ter a seu cargo homens de pendor intelectual como Senenmut,
arquitecto; o sumo-sacerdote Amon Hapusemeb; chanceler Nehesi; Tesoureiro Djhuti;
mordomo Amen-Hotep e visir Usamon.

A rainha seria tia, sogra e madrasta de Tutmés III, dado que este caso com Neferué,
filha da rainha e de Tutmés II.

Amenenmhat – Significa “Amon está no comando”. O nome egípcio é uma


exaltação ao deus Amon, adorado em Tebas,de onde é originária XII dinastia.

Amenemhat I (c.1991-1962 a.C.) – Fundador da XII dinastia. A sua ascensão os


trono não foi pacífica, conhecendo-se vários pretendentes. Era originário do Alto Egipto
e ascendeu ao poder graças ao apoio de famílias aristocráticas e altos funcionários.
Recorre então à literatura para legitimar o seu reinado, lendo-se nas “Profecias de
Neferti”, que será o salvador do Egipto. Muda-se a onomástica real, voltando a
adoração a Amon-Ré.

Amenemhat I protegeu o Delta do Nilo Amuralhando-o. Mudou também a capital para


a zona de Tebas, mais especificamente para a cidade que fundou: Iti-taui. O monarca,
durante o seu reinado, favorece o poder local, tendo sempre em conta as pretensões
de autonomia de certas províncias.

Amenemhat I irá dar ao seu filo Semureset controlo sobre o exército e suas incursões
militares e comerciais. As expedições de ambos os tipos centram-se na Núbia. Funda
também um forte perto da 2ª catarata do Nilo.

O rei vence também em batalha os beduínos do próximo oriente, ganhando a


possibilidade de minerar turquesa no Sinai. É assassinado em 1962 a.C., encontrando-
se a sua pirâmide em Licht (50km de Mênfis) sendo, ainda assim, a sua localização
exacta desconhecida.

Amenemhat II – Sucede a Semuseret I. Foi um reinado pacífico com a


continuação da mineração de ouro e turquesa nas minas do Sinai. Durante o seu
reinado o Egipto estreitou relações com o próximo oriente, tal como prova o tesouro
de Tod – 4 cofres de um “tributo Sírio”, contendo prata e lápis-lazuli. A sua pirâmide
encontra-se em Dachur.

Amenemhat III (c.1929-1895 a.C.) – Sucede a Semuseret II. Levou o Egipto à


prosperidade. O seu reinado goza de um clima de paz, com o desenvolvimento da
irrigação e do Faium como os seus grandes feitos. Existe também o desenvolvimento
de minas e pedreiras e a realização de grandes obras públicas, sendo estas muitas
vezes realizadas fora do país. A exploração de turquesa e cobre no Sul do Sinai tornam-
se permanentes. Existe um incremento das relações com a Síria/Palestina e mais mão-
de-obra estrangeira no território egípcio. Esta mão de obra beneficia de novas técnicas
de engenharia, mas também tende a manter-se no território durante mais tempo, o
que levará a problemas futuros.

Em termos de sepulturas, construiu uma pirâmide em Dachur e uma em Hauara.

Amenemhat IV (c.1797-1790 a.C.) – Falta de brilhantismo em relação ao seu


homónimo III marca este reinado. Decai a construção e os trabalhos artísticos. Este
faraó continuou os trabalhos no Faium, mas não deixa descendentes, levando a uma
crise de sucessão e assim a uma vaga independentista nas províncias. Sucede-lhe a sua
irmã: Sebekneferu/Neferuobek.

Faium – Região do Médio Egipto ocupada por um lago pantanoso (Birket


Karun), sendo este alimentado por um defluente do Nilo. Faium pode ter vários
significados: Paiam (“O mar”); Che-resi (“O lago do Sul”); Mer-ver (“O grande lago”).

A ocupação desta região data do Paleolítico, tendo o lago chegado a estar 60m acima
no nível actual. O Faium era rodeado de bosques, sendo que os reis utilizavam os
mesmos e o próprio lago para sua diversão. Em termos de fauna, peixes variados e
crocodilos eram comuns.

Os trabalhos de valorização começam no Império antigo com a drenagem e secagem


de pântanos para permitir a agricultura, aparecendo novos aglomerados urbanos.

Com o império médio verifica-se a maior valorização do lago, através dos extensivos
trabalhos hidráulicos efectuados.

Destaca-se neste processo Semuseret II, que criou canais de irrigação e uma barragem
na entrada do lago, tal que permitiu que a zona circundante se torna-se bastante
propícia para a agricultura.
Amenemhat III continuou estes trabalhos, chegando a ser venerado nas proximidades.

Durante o império Novo, o desenvolvimento foi mantido e a população da zona


acompanhou durante o terceiro Período Intermediário e durante a Época Baixa todos
os problemas que se sentiram no Egipto, incluindo a guerra civil, que se estende à
região.

No Período Ptolomaico, muitos colonos gregos instalaram-se na região, levando à


extensão da irrigação; terra arável e comércio. A mão-de-obra foi conseguida através
da fixação de colónias militares pagas em terras pelos seus serviços.

Na zona perto do lago em Abgig foi descoberto um monólito de granito durante a


expedição napoleónica de 1789-1801, no qual estava identificado Semuseret I.

Núbia – Designa os territórios a sul de Assuão, estando eles divididos em Alta e


Baixa Núbia. A fronteira entre o Egipto e esta região estava na 1ª catarata do nilo.

Existia comércio com a Núbia. Tal que se baseava em: ouro; ébano; pedras preciosas;
marfim; peles; penas e ovos de avestruz; marfim; macacos; panteras; girafas; cães e
gado.

Elefantina havia sido uma cidade Núbia até à época Tinita/arcaica, acaba por ser
tomada pelo Egipto, graças à sua localização estratégica. A Núbia era principalmente
infértil, tendo apenas alguns locais com alguma possibilidade de agricultura de boa
qualidade.

Durante o império antigo Djoser conquista uma localidade a norte da 2ª catarata, que
lhe dá acesso às minas de ouro na Núbia. Na IV dinastia, Seneferu faz uma campanha à
Núbia, angariando 7000 prisioneiros.

Na VI dinastia, Merenre I continua as expedições na Núbia, explorando as pedreiras.


Durante o seu reinado realizam-se xpedições a Tomas, onde se fazia o trânsito entre o
Nilo e as pistas caravaneiras.

O Egipto exercia a sua supremacia sobre os chefes de algumas tribos, tendo estes de
apagar tributos ao país, por vezes em géneros (madeira) e soldados.

Os faraós da XII dinastia continuaram a anexação da Núbia, existindo várias campanhas


militares no território. O objectivo das mesmas era o de proteger o Sul do Egipto.

A pacificação da Núbia é conseguida com Semureset III, existindo 14 fortalezas entre a


1ª e 3ª cataratas. A presença na Núbia levou a uma egipcianização do território.

Durante o Império Novo é completada a egipcianização do território. A partir do faraó


Tumtés III a Núbi esteve 500 anos sob domínio egípcio, adorando os deuses egípcios e
possuindo mesmo monumentos próprios para os mesmos. O controlo sobre o
território era conseguido através de um alto funcionário que tinha a seu cargo escribas.
A Núbia chegará durante a XXV dinastia a controlar o Egipto. Quando os soberanos de
Kucho invadem e estabelecem uma monarquia unificada.

Os Núbios, Pié e os seus herdeiros, tinham como objectivo re-estabelecer o conceito de


maet. A Núbia passa de colónia a defensora das tradições do passado. Quando Pié
volta à Núbia é ainda soberano do Alto Egipto.

Chabaka sucede Pié e domina o Delta, que se havia revoltado. Os 2 reis seguintes:
Chabataka e Tarka lutam contra os Assírios. A zona de Tebas é destruída pelos Assírios e
Tamutamon, o último faraó da dinastia, foge para a Núbia.

A partir deste momento, a Núbia torna-se inacessível para os egípcios.

Tutmés III (c.1504-1450) – 5º faraó da XVIII dinastia. Tutmés III e relegado do


trono em detrimento de Hatchepsut, que justifica o seu poder como sendo filha do
deus Amon. Esta teogamia mostraria a sua ascendência divina. Esta ficção dura até à
morte da rainha-faraó, 22 anos depois de subir ao trono. Tutmés III é adastado do pode
todo esse tempo, começando o seu reinado em c.1483 a.C com a retirada do nome de
Hatchepsut de todos os monumentos reais.

Foi um grande conquistador, tornando-se senhor da Ásia menor e do Sul. Estende na


Núbia o império até à zona da 3ª ou 4ª cataratas e empreende 17 expedições à Ásia,
das quais à relato no santuário da Barta, em Karnak. Estas expedições terminam com
vitórias em Meguido, Palestina, Kadech e no Orontes, que levariam as fronteiras do
Egipto até ao Eufrates, sendo as listas, Tutmés III subjugou 350 cidades inimigas. Levou
a cabo a egipcianização de 36 jovens príncipes, para que quando voltassem aos seus
países fossem vassalos do Egipto. A sua acção bélica está celebrada em Karnak.

Incorre também na Núbia. Esta é uma época de esplendor e opulência, luxo e riqueza.
É considerado o apogeu do Egipto. Com as riquezas, o faraó enriquece o templo de
Karnak, como está escrito nos seus Anais.

Para muitos autores, Tutmés III foi o maior faraó do Egipto. Um grande estratega e
grande construtor, continuando o programa de construção de Tutmés I. Tanto na Núbia
como no Egipto. No final do seu reinado, o seu filho Amen-Hotep fica como regente do
reino. Manda erguer o seu túmulo em Deir el-Bahari tendo também um túmulo no vale
dos reis.
Amen-Hotep III (c.1402-1364 a.C.) – Um dos maiores monarcas construtores do
Egipto com grandes obras nos templos de Luxor e Karnak. Reinou 40 anos. O seu
reinado caracteriza-se pela paz, embora no leste do império (ásia) alguns vassalos se
tenham revoltado, ainda assim, foram esmagados. O rei não parece interessado em
querelas militares, querendo apenas manter a paz. Esta mesma paz leva à maior
colecção de tributos e maior exploração de ouro e actividades comerciais. A sua
projecção internacional é provada por objectos encontroados em Creta; Missenas;
Etólia; Anatólia e Babilónia.

A arte chegou a um esplendor imenso, com grandes construções a serem também


levadas a cabo.

O rei foi servido por bons funcionários dos quais merece destaque Amen-Hotep, filho
de Hapu (Imhotep). O culto a Aton cresce, dando-se uma luta contra o clero de Amon.
Para além da sua esposa Tié, casou com várias estrangeiras.

Tinha um harém de grande dimensão, que ajudou a reforçar a paz, porque as mulheres
do seu harém vinham dos vários locais que estavam sob a alçada do Egipto,
representando a paz entre os povos e a submissão dos outros países. Ainda assim, no
final do seu reinado, o norte da Síria entra em ebulição graças a uma nova potência, os
Hititas. Amen-Hotep III casou com as suas duas filhas e foi sepultado no vale dos reis,
tendo o seu túmulo sido saqueado.

Akhenaton (c.1364-1347) – Filho de Amen-Hotep III e da rainha Tié. Chegou ao


trono com o nome de Amen-Hotep IV. Akhenaton tentou, em poucos anos, suprimir a
religião antiga e exaltar um deus novo. A razão para este acontecimento tem não só
que ver com o ganho abusivo de poder por parte do clero de Amon, mas também com
as novas circunstâncias políticas em que o Egipto se encontrava. O pais tinha agora de
aceitar e viver com a verdade de que já não era um pais isolado entre dois desertos e
completamente protegido pelos mesmos. Era parte de um Horizonte político, que se
alargava rapidamente. Para além disso, este horizonte era múltiplo e o Egipto era uma
potência no meio desse novo mundo. Esta tipo de expansão rápida dos horizontes e
passagem do Egipto a um lugar de destaque leva à ascensão da “teologia solar”. Esta
nova teologia baseia-se em ignorar o conjunto de divindades que cercava Ré. Tal
precede à destruição física dos símbolos ligados a Amon. O conceito de “Aton” que o
faraó coloca no seu nome significa “disco solar brilhante” e representaria o local de
habitação de Ré. Assim, qualquer culto ao sol a partir deste momento teria apenas de
representar o “Amon” porque neste estava Ré. Tal foi uma estratégia político-religiosa
para eliminar o clero de Amon. A própria estatuária muda, passando a representar não
Ré “escondido” atrás do disco solar, mas o disco solar apenas.
O último ponto desta reforma liga-se à personalidade do próprio rei. Tal que tinha uma
visão renovadora intransigente. O rei muda assim tudo aquilo que o ligue a Amon.
Muda o seu nome e cria a cidade de Akhetaton, que torna capital. Akhenaton cria
então a 1ª religião fundada, de pendor monoteísta, mas principalmente ortodoxa,
sendo que visualizava Deus como uma providência cósmica, mais do que um ser capaz
de agir na história e prezado pelos seus actos nela.

Deus ganha uma nova dimensão. Passa a ter vontade livre e a possibilidade de intervir
no destino dos Homens e do mundo, respondendo mesmo às preces de cada um. Esta
religião falhava, ainda assim, por não referir o culto dos mortos. Tutankhamon vai dala
como heresia e voltar à religião antiga.

Mênfis – Capital do Egipto durante parte do império Antigo. A fundação de


Mênfis liga-se aos inicos da união dinástica, mantendo depois a sua importância
religiosa, política e estratégica ao longo do tempo.

Perto da cidade de Mênfis se situa Sakara, a necrópole dos reis da II; III e IV dinastias.

O interesse estratégico desta cidade era grande. Sendo que esta representava o ponto
de união de 2 antigos países separados, encontrando-se no centro dos dois. Torna-se
assim o ponto de encontro entre Norte e Sul, uma expressão física do conceito de
maet. O equilíbrio entre as duas forças, baseado no local que simbolizava a sua união.
No império Médio deixa de ser capital mas continua a ser vista como a cidade que une
as duas terras.

No império novo era o local de onde partiam as tropas, sendo também destas cidades
controladas as incursões na Síria-Palestina. Alguns faraós deste período chegaram a ter
nela palácios e haréns. Obras foram também feitas na mesma, aumentando o templo
de Ptah.

Durante o 3º período intermediário vêm-se algumas construções de faraós na cidade,


principalmente da XXI e XXII dinastia.

Na época baixa assiste às rivalidades entre as dinastias Líbias e vê a guerra aproximar-


se com os reis Núbios da XXV dinastia. Acaba conquistada pelos Assírios. Tornando-se
mais tarde uma Satrápia (cidade de controlo) do império persa.

Povos do mar – Povos que tentaram invadir o Egipto e teriam levado às


perturbações associadas com o fim da idade do Bronze. Discute-se a sua origem, mas
pensa-se que vêem do Sul da Anatólia, seguindo de este para Oeste. São referidos em
papiros do reinado de Menrenptah e de Ramsés III e também na Bíblia.
Estes povos invadem o Egipto por 3 vezes, uma no reinado de Menrenptah e uma no
reinado de Ramsés III. Nos túmulos dos faraós estão as representações das batalhas
contra estes povos. Pensa-se que as razões para a movimentação destes povos sejam:
Catclismos; Clima; Que da império Hitita; Destruição de Troia pelos Micénicos;
Migração de outros povos.

Estes povos chegaram a fornecer mercenários a Ramsés II. São expulsos do Egipto
definitivamente por Ramsés III, como mostra o templo de Medinet Habu.

Tânis – Cidade do Nordeste do delta, que foi capital do Egipto durante o 3º


período intermediário. O mais importante edifício é o templo de Amon, mandado
construir por Psusennes I. Alguns faraós da XXI e XXII dinastias são sepultados nesse
templo em câmaras subterrâneas. O templo engloba um lago sagrado e a zona da
necrópole real, com 6 túmulos. Na parte de fora do recinto encontra-se o templo de
Khonusuneferhotep e os templos de Osorkon III, de Hórus e de Ptolomeu II, existe
também um templo de Amat. De entre a estatuária denote-se os colossos de Ramsés II.

Tânis foi possivelmente a residência real durante o império novo e foi capital durante a
XXI dinastia (1070-945 a.C.).

Padisbastet (818-793 a.C.) – Nome de um rei da XXII dinastia (“o que foi dado
por Bastet”). No ano 8 do reinado de Osorkon III, que reinava em Tânis, Padibastet,
príncipe do Delta central revolta-se e declara-se faraó, começando a XXIII dinastia.
Reina 25 anos, recebendo apoio do clero de Amon, mas não do de Ptah que se
mantém fiel ao antigo faraó. Os seus títulos incluem: rei do alto e baixo Egipto; Senhor
das duas terras; Filho de Ré e Filho de Bastet.

Kuch – Designação da Alta Núbia, por oposição a Uauat, Baixa Núbia. Estendia-
se ao longo do Nilo, a Sul de Assuão. Ambos estes locais foram conquistados ao longo
do tempo, retirando das mesmas: ouro, escravos, madeira, marfim e produtos exóticos.
A colonização mais acentuada dá-se durante o Império Médio: 2000-1100 a.C.

Ptolomeu I – Fundador da dinastia Ptolomaica, era general de Alexandre, o


magno, recebendo o Egipto como uma herança depois da morte deste. O seu objectivo
era conseguir mais territórios para o Egipto, tais como a Cirenaica; Coelerísia; Palestina
e Chipre incluindo também algumas ilhas do Egeu; Creta e cidades da Ásia Menor. Com
este expansionismo entre em guerra com outros generais de Alexandre, que haviam
recebido outros locais como província. Acaba por vencer a maior parte deles, aliando-
se a outros. No Egipto, organiza administrativamente o país, introduz o culto de Serápis
e funda a cidade de Ptolomais, que suplanta Mênfis. Muda a capital para Alexandria.
Desenvolve esta cidade intelectualmente e comercialmente, construindo na mesma o
seu Museu e Biblioteca.

Ptolomeu XII – Filho de Ptolomeu XI e Sóten II. Sobe ao trono, não sendo
reconhecido por Roma. Apenas em 58 a.C., depois de pagar de pagar elevadas somas
em deixar que os romanos invadam o Chipre, o que causa uma revolta no Egipto, é
reconhecido por Roma como rei. Por causa da revolta tem de se exilar para junto dos
romanos, voltando ao poder em 55 a.C., tendo mais uma vez de pagar, desta vez a
Gabínio, governador da Síria, para conseguir ser reconhecido como rei.

Foi assim, um joguete nas mãos dos romanos e enquanto esteve exilado Berenice IV,
filho do seu casamento com Cleópatra VI Trifena, toma o poder. À sua morte, o seu
filho Ptolomeu XIII e a sua filha Cleópatra VII Thea Filoptor tomam o poder.

Augusto – Antes de se afirmar como imperador, caio Julio Cesar Octávio alia-se
a Marco António e Marco Lépido. Deu-se atrito politico entre Octávio e Marco António.
Em 42 a.C. Júlio Cesar recebe a apoteose e Octávio é nomeado “filius divi”, ficando em
superioridade em relação aos seus oponentes políticos.

Quando se divide o território, Marco António fica com o Oriente, o que lhe permite
uma relação com Cleopatra. O seu envolvimento com a rainha permite a Octávio
apresenta-o como inimigo de Roma. Em 31 a.C. a guerra é declarada a Cleopatra e este
é derrota em Accio. Depois do seu suicídio em 30 a.C., Octávio invade o Egipto. Em 27
recebe o título de Agustus. A sua política em relação a este país vai-se basear na
reorganização das províncias, principalmente através de casamentos que aumentassem
o poder estatal. Fica para si a administração directa da Hispânia, Gália, Síria e Egipto.
Chega a de escolher um prefeito para a província do Egipto, para parar a revolta que
havia começado em Tebas. Em termos de protecção e controlo do território, tinha 3
legiões na região. Ainda assim, mantém a administração Ptolomaica nas suas grandes
bases, substituindo apenas os altos cargos, que eram Gregos, por Romanos. Dirige a
burocracia de modo a tornar o Egipto no celeiro de Roma. Quando morre é
proclamado deus, como mostram os templos em sua honra em várias cidades egípcias
ex.: Alexandria e Elefantina.
Romanos – Desde que Octávio anexa o Egipto que chegam a Roma bens de
primeira necessidade vindos da região, principalmente cereais, e também jóias e
outros objectos valiosos. A comprová-lo, Roma tem hoje 12 obeliscos egípcios.

Em termos de moda, o linho é utilizado, tal como os materiais de cosmética e as suas


técnicas.

Em termos de decoração, utilizam temas pictóricos orientais, como se vê na ala Isica do


palácio imperial e os Harti Sallustiani, que tinham objectos egípcios.

O carácter teórico e metafísico das crenças egípcias, junto com a magia e superstição
que rodeava as mesmas, rapidamente seduziu as massas populares romanas,
difundindo-se graças a egípcios imigrados em Roma e também pelas visitas de romanos
ao Egipto. A deusa do trono faraónico foi a que teve mais projecção, templos egípcios
foram encontrados em Roma, em honra a esta e outros deuses.

O Egipto chega a ser considerado um local turístico e ter terras no Nilo começa a ser
visto como uma mostra de riqueza.

O Egipto Dominado - Depois de um curto período em que os persas voltaram a


dominar o Egipto, pondo fim à XXX dinastia, entraram no país do Nilo as tropas greco-
macedónias de Alexandre, que até então estava em luta com o rei persa, Dario III.
Alexandre é festivamente recebido como “filho de Amon” e entronizado como faraó na
sagrada Mênfis. Os seus herdeiros directamente formam o período alexandrino e
seguindo-se a dinastia ptolemaica (305 – 30 a.C.) cujos reis fazem de Alexandria uma
das maiores cidades do mundo antigo, acelerando um pendor de mediterranização do
país do Nilo.

“Mas o pensamento dos Gregos não estava limitado por uma concepção do mundo em
que a natureza estivesse submetida aos caprichos dos deuses.”

O Egipto chegará a ser, nos séculos III e II a.C., uma potência no Mediterrânio
Ocidental, mas é já um outro Egipto. Os Ptolemeus, e depois os Romanos conservam a
estrutura da sociedade egípcia para melhor poderem dominar o país das Duas Terras.

Gregos no Egipto - Durante algum tempo considerou-se que os pré-helenos


viviam em permanência no Egipto, pelo menos desde o Império Antigo.
Assim, segundo a documentação disponível, é sob os reis saítas, isto é, por volta do
século VII a.C., que se dá a intervenção directa e continuada dos Gregos nos assuntos
egípcios.

O faraó (664-610 a.C.) utilizou mercenários gregos, instalados em campos específicos,


para a defesa do Delta contra as invasões asiáticas.

Com estes soldados viriam também marinheiros e comerciantes e paulatinamente os


gregos espalharam-se pelas cidades, de Sais a Abido, Ptolemais, chegando mesmo até
Mênfis.

Faraó = XXIX dinastia = Primeiro soberano a emitir moeda para pagar aos mercenários
(moeda de tipo ateniense).

A maioria destes gregos eram jónicos.

Civilização Alexandrina = Uma cultura onde coexistem a cultura grega e a civilização


egípcia. Novas cidades, como Alexandria e Ptolemais, foram fundadas e povoadas por
gregos, enquanto a região do Faium se tornava um importante centro agrícola.

O grego transformou-se na língua administrativa do Egipto, mesmo sob a dominação


romana.

A própria arte reflecte estas fusões: nasce uma arte Egipto-grega, de que se destaca
como manifestação mais curiosa a necrópole de Hermópolis.

Várias cidades são dotadas de ginásios, banhos e templos à maneira grega.

Alexandria virá a ser uma cidade notável que virá a suplantar Atenas. Até mesmo em
termos de comércio, há de ter nas mãos todo o comércio oriental, como Biblos.

Será a grande capital mediterrânica, criando instituições notáveis, como a Biblioteca de


Alexandria. Invenção = colocar os livros (rolos de papiro) ao serviço dos homens.

O Museu será outra instituição fundada, em homenagem às musas. Serve para cultuar
as mesmas.

Os portos de Alexandria: recebiam navios de todo o Mediterrâneo, assim como o


escoamento para o oriente partia desta cidade (mão-de-obra escrava, ouro, marfim,
etc.)

Outra Invenção: Torre para indicar o caminho aos barcos = Faróis, construída na ilha de
Fáros.

Tebas perde a importância que tinha (Amon).

Deus Ptah, em Mênfis ganha grande importância, assim como Ré.


 O Egipto continua a existir, só que dominado / explorado pelos gregos. Os
camponeses egípcios continuam a trabalhar as suas terras; os vários corpos
sacerdotais continuam a venerar os seus deuses.

Os reis gregos, tinham em foco ser apresentados como reis descendentes, herdeiros
dos próprios faraós Egípcios (autóctones). Daí serem representados como faraós
egípcios nos templos. (rei duplo = para os egípcios é o faraó; para os gregos é o
basileis)

 O corredor sírio-palestiniano volta a ser dominado, como nos bons velhos


tempos, derrotando os Selêucidas.

Os reis gregos dominam ainda a marinha do Egipto, fazendo deste uma potência naval.

A criação / invenção de um novo deus no Egipto, pelos gregos não teve grande
impacto, apesar dos esforços para congregar / harmonizar egípcios e gregos (deus
Serápis). Este deus porém, terá mais impacto, sendo mesmo venerado na Roma,
Península Ibérica, Grécia, etc.

Egipto Ptolemaico - O período ptolemaico da história egípcia, objectivamente,


como domínio da dinastia ptolemaica, de 305 a.C. (data em que Ptolemeu I Sóter
assume o título de rei – basileus) a 30 a.C., no momento em que Cleópatra VII, a última
representante da dinastia comete o suicídio e a autoridade política sobre o Egipto
passa a ser do domínio romano. O Egipto torna-se então uma província romana.

Todo o período (numa visão abrangente) que vai da morte de Alexandre Magno (323
a.C.) até ao início da Basileia de Ptolemeu I, ou mesmo desde a ocupação do Egipto
pelo grande conquistador.

O país das Duas Terras conheceu algumas alterações da sua estrutura social e
económico-fiscal. Do ponto de vista arquitectónico foram construídas algumas obras de
significativa importância.

A característica fundamental da organização política do Egipto ptolemaico era


centralização.

Era, com efeito, em torno do rei que girava toda a organização do Estado. Ele era, por
definição e por actuação, a lei viva.

A corte era formada por um conjunto de dignitários cujos títulos “parentes do rei”,
“aproximados dos parentes do rei”, “primeiros amigos”, “amigos”, etc., indicavam o
carácter paternalista-familiar da monarquia ptolemaica. Ao mesmo nível encontra-se o
título de “irmã” atribuído à rainha (embora de muitas vezes se tratasse efectivamente
das irmãs carnais do rei).
Não sendo obviamente o rei omnipotente, era assistido por administradores dotados
de diversificadas e hierarquizadas competências, tanto a nível central como regional.

Do ponto de vista económico, o essencial da riqueza do Egipto Ptolemaico provinha da


terra, cabendo ao soberano organizar a produção agrícola.

O solo fértil é a sua possessão: é a “terra real”, alugado contratualmente aos


camponeses.

Os deuses (alguns dos mais importantes)

O Hórus - Era considerado no Antigo Egipto como o deus protector da


monarquia faraónica, do Egipto unido sob um só faraó do Alto e do Baixo Egipto.

No início da época histórica, a identificação entre o faraó e o Hórus era já total: o faraó
era Hórus e vice-versa.

Os soberanos terrestres seriam uma reencarnação do deus tutelar da monarquia.

O deus com cabeça de falcão era identificado com o “ka” do faraó.

A base do seu culto era Edfu. Os mitos e os cultos de Hórus no Egipto faraónico
revelam-nos, consoante as regiões e consoante os períodos, várias filiações divinas
com este deus, correspondendo, não raro, a cada uma um conjunto de atributos,
funções e formas díspares.

(Hórus Solar; Hórus Osírico)

Como facilmente se comprova, na figura de Hórus confluem e encontram-se


misturadas diferentes correntes mitológicas: o deus celeste e da luz solar, conquista o
mundo em proveito do astro-rei, triunfando sobre os seus inimigos, encabeçados por
Set, sob a forma de filho de Osíris. É um dos muitos vectores em que o culto solar e o
culto osírico, os mais importantes do Egipto, o sincretismo religioso assume o seu
expoente e manifestações máximas.

Amon - Um deus egípcio venerado sobretudo na região tebana, representado


na iconografia com forma humana.

“O Escondido”, significado do seu nome em egípcio: “ele é demasiado misterioso para


que se revele a sua majestade, é demasiado grande para que possa ser examinado, é
demasiado poderoso para que possa ser conhecido.”
Originalmente era uma divindade ligada ao ar, e apesar da posição muito mais
importante que veio a ocupar como “rei dos deuses”, nunca deixou de estar
relacionado com o ar, vento e a suave brisa, ou, numa imagem que também se impôs,
como dador do “sopro da vida”.

É com este predicado que aparecera nos “Textos das Pirâmides”.

XII dinastia = Império Médio, o seu culto tornou-se mais notório graças ao claro apoio
que recebeu dos monarcas da época.

Em Tebas, Amon formava uma tríade, sendo que à medida que aumentava e
importância política desta cidade, aumentava também a importância de Amon.

Desde cedo, Amon estreitou os laços com importantes divindades de outros locais,
como Ré, deus de Heliópolis, formando assim Amon-Ré.

Este deus tornou-se uma divindade nacional primordial e demiúrgica, no Império Novo,
a partir da XVIII dinastia, com associação a outros deuses, como Ré, deus solar, e Min,
ligado à fecundidade, assim como a Ptah de Mênfis.

Durante o Império Novo, veremos a tríade: Amon, Ré, Ptah.

Enfatizando a sua posição como “rei dos deuses”, Amon é apresentado como sendo
“único que pôs no mundo os deuses, que pôs no mundo os homens, que pôs no
mundo todas as coisas vivas”.

Durante o reinado de Akhenaton, o deus tebano sofre a perseguição do monarca,


aparentemente uma reacção contra o poder do clero amoniano.

As representações de Amon nos relevos dos templos, são imensas.

Ré - O deus do sol, cujo principal santuário se situa em Heliópolis (Cidade do


Sol).

Representava o sol do meio-dia, no auge do seu esplendor, e era adorado em


Heliópolis sob a forma de um gigantesco obelisco (seu emblema) que simbolizava um
raio de sol petrificado.

Reconhecido como o criador universal e o senhor do mundo, Ré granjeou adoradores e


cultos próprios (nas primeiras dinastias tinitas), vindo no Império Antigo a ser
particularmente honrado pelos faraós, que a partir de Khafré, tomam oficialmente na
sua titulatura o nome de “filho de Ré”, o qual duraria até ao final do Egipto faraónico.

A “solarização” da instituição faraónica favoreceu a rápida constituição de Ré num deus


nacional do Egipto, objecto de adoração sob vários nomes atribuídos e facetas.
A edificação de pirâmides no Antigo Egipto atesta de forma indelegável a influência do
culto de Ré nas crenças funerárias, domínio que progressivamente passou para Osíris.

Como demiurgo, criou o mundo, os deuses, os homens e todos os outros seres que
habitam o cosmos. É por isso chamado “Pai dos deuses”.

A sua pujante energia dinâmica fornecia um modelo adequado para enquadramento


dos exercícios egípcios.

Ptah - “O que está a sul do muro” – Aludindo este muro à cidade de Mênfis; “O
Senhor da verdade”; “O de belo rosto”.

Deus primeiramente cultuado em Mênfis, cidade fundada logo no começo da


unificação dinástica. É uma das poucas divindades que aparece representada em pose
mumiforme, tal como Min e Osíris.

Originalmente deve ter sido visto como um deus protector das actividades de artesãos
e metalurgias, tendo ao seu serviço os anões metalúrgicos que na Época Baixa serão
reproduzidos em muitos amuletos (patecos) como servidores de Ptah e como tal,
venerados.

A partir destes tributos o deus menfita começou a ser visto como patrono das artes e
dos ofícios, e protector dos artesãos.

Era, a respeito do seu título do sumo-sacerdote, “grande chefe dos artesãos”.

É relativamente tardia a ascensão de Ptah no panteão egípcio, sendo isso uma questão
de cariz obrigatoriamente política.

De deus das artes a dos ofícios tornou-se também o deus da sabedoria e do


conhecimento, sendo-lhe atribuída a criação do universo pela força da palavra.

Ptah foi ainda associado a Sokar, deus da necrópole menfita, e a Osíris, resultando
daqui uma divindade muito venerada na Época Baixa.

Civilização Suméria
Características do território
O nome Suméria vem da interpretação fonética da palavra Kiengi. Ainda assim, o seu
significado é desconhecido. Ainda assim, algumas interpretações colocam-no como
sendo: “A terra do velho Senhor”, tal que pode ser uma referência a Enlil, o deus da
terra. Ele e Eridu, o deus da água, formavam a base do panteão Sumério.

O sul da mesopotâmia é hoje em dia designado Suméria e inicialmente era um


território de pequena dimensão que se situava perto da foz do Eufrates e Tigre. Todo
este território faz fronteira a Leste com os montes Zagros.

O “paraíso Sumério”, supostamente o local onde havia começado a vida para este
povo, situa-se a na costa este do Golfo Pérsico e estende-se até perto do Irão. De
referir que a junção dos dois Rios, Tigre e Eufrates se designa Shatt el-Arab.

O Eufrates é bastante maior do que o Tigre, passando pela Arménia e a antiga


Capadócia e chegando depois às planícies da mesopotâmia. No seu curso recebe 2
afluentes que aumentam bastante o seu caudal. À medida que este se aproxima do rio
Tigre e perde a sua velocidade começam a aparecer os primeiros testemunhos de
canais criados no rio para vencer as secas. Existem várias cidades importantes nesta
zona, tais como: Babilónia, Kich e Nipur. Mais a baixo encontra-se Uruk, Ur e Eridu, por
exemplo.

A Suméria encontra-se a norte do 31º Paralelo e o seu local inicial de criação de


cidades foi entre os rios Eufrates e Tigre, a sul do local onde quase se juntam. De referir
que em termos de alimentação, a base da dieta era a fruta que vinha das palmeiras que
os sumérios cultivavam. Acontece que a zona em que se encontravam era bastante
quente, pelo que grandes trabalhos de irrigação foram necessários. Ainda assim, estes
trabalhos levaram a que a importante cultura da palmeira fosse levada a cabo.

A origem dos Sumérios (Período Pré-histórico [Neolítico])


De referir que ocupação neolítica foi encontrada nos montes Zagros, onde existe
bastante sílex, que permitiu a criação de artefactos pré-históricos. Ainda assim, os
artefactos encontrados estão sempre ligados também à fusão do cobre, tal como
acontece em Susa, uma das cidades sumérias iniciais, onde se observa a presença de
uma cultura neolítica.

A testemunha mais importante desta cultura é a cerâmica. A cerâmica criada por estes
povos era de bastante boa qualidade e a sua decoração baseava-se em figuras negras
geométricas, com a estilização das figuras animais e pouca utilização da figura humana.

O mesmo tipo de cerâmica foi encontrado em Anau, no Sul da Rússia. A datação dos
artefactos chega a afirmar que estes são anteriores a 5000 a.C. No Egipto pré-dinástico
são também encontrados artefactos ligados a este tipo de cerâmica, pelo que tal prova
o contacto entre as civilizações em tempos ainda pré-históricos.

Em termos de estratigrafia, este período de grande criação de cerâmica pintada passa a


um período de maior declínio desta arte, com os motivos pintados a mostrarem já a
tentativa de representar figuras animais. Esta cerâmica é já policromática. Parte do
registo arqueológico de Susa incluí selos de pedra e escultura em pedra.

Uma nova civilização aparece em Susa por volta de 4000 a.C. e tal já faz parte da
grande civilização suméria.

Em termos de roupas utilizadas por esta civilização inicial baseavam-se no tecer de lã


de ovelha, de modo a que acabavam por criar uma peça de roupa que cobria a parte de
cima das pernas, deixando o tronco sem roupa. Mais tarde é começada a utilizar uma
espécie de túnica, cujas várias partes se ligavam sobre o ombro esquerdo.

Da pré-história à história, uma gestação de 5k anos


A grande civilização suméria não apareceu directamente das cidades da pré-história.
Uma aprendizagem ao longo do tempo foi necessária. Esta aprendizagem é marcada
por um conjunto de etapas. Acontece que muitas das cidades das várias civilizações
foram construídas nos mesmos sítios que as aldeias pré-históricas.

Os primeiros estádios desta evolução começam na síria.

As primeiras aldeias

A cidade mais antiga encontrada foi Mureybet, construída pelos “Natufianos”, povo
nómada que construíu esta cidade no séc. XX a.C. depois do fim da era glaciar e o início
de uma era com mais produtividade agrícola.

Eram inicialmente caçadores-recolectores, vivendo em condições bastante primitivas,


mas mais tarde conseguem levar a cabo progressos técnicos que passam às gerações
seguintes. De tal modo que conseguem construir vários objectos através do polimento
da pedra.

A partir de 8000 observa-se um incremento nas construções, com um aumento


populacional. A esperança de vida aumenta e a mortalidade infantil é menor.

Inventam nesta altura a argila que utilizam para objectos de uso diário e arte
escultórica. Com a mesma criam as imagens da “Deusa-Mãe”.

Também em Mureybet descobrem os ciclos vegetais e tornam-se produtores, mas o


grande centro de tal foi Tell Hassuna.
Tell Hassuna demonstra já mais desenvolvimento, sendo que os agricultores guardam
as suas colheitas e conseguem já levar a cabo a produção de pão. Acontece que com a
produtividade agrícola da região a superpopulação começa a ser um facto e a única
solução é a saída do grupo de um determinado número de indivíduos. As casas desta
aldeia são construídas em Adobe e têm já uma configuração bastante moderna.

Acontece que também a sua produção cerâmica é bastante avançada. É em Samarra


que a melhor cerâmica foi encontrada. Nessa mesma aldeia a cerâmica está decorada
com motivos vários.

Acontece que, a partir do séc. VI a.C. argumenta-se a possibilidade de já existir um


conjunto de indivíduos que eram artesão e se distinguiam dos restantes camponeses. A
especialização de tarefas acentua-se no período seguinte, o de “Tell Halaf”.

Período de Tell Halaf

Neste período passa-se da ideia de aldeia à ideia de cidade. Existe já a divisão de


tarefas, comércio e mesmo uma certa utilização do cobre, mas sem metalurgia. A olaria
continuava a ser a actividade principal.

Acontece que maior parte das tarefas artesanais continuam a ser levadas a cabo
domesticamente, com as mulheres a tecerem e a fiarem lã nas suas casas.

O que marca a diferença entre esta cultura e as restantes é a ideia de religião. As


estátuas da “deusa-mãe” foram recuperadas por arqueólogos e representam
preocupações com algo para além do quotidiano. A cor vermelha era normal ser
encontrada nestas mesmas estatuetas e era também utilizada em enterramentos.

Levam também a cabo a construção de templos. Todos eles redondos e dotados de


uma cúpula.

Os inventores do tijolo e metalurgia

Até aqui, tudo se passava no Norte da Mesopotâmia, mas a partir deste momento, o
sul vai ser o centro de evolução da sociedade. É o período de El Obeid. Neste período
vão nascer cidades que vão resistir durante 4k anos.

Acontece que, para que este local se torna-se habitável era necessário drenar os
pântanos. Elabora-se assim uma organização social para levar a cabo estas tarefas. Os
Homens têm também a ideia de estarem sob os mesmos deuses, pelo que se multiplica
a construção de santuários, o mais antigo dos quais, o da cidade de Eridu.
Estes templos demonstram a fé, sentido estético e engenho. Para conseguirem
construir estes templos têm de inventar o tijolo, sendo que a argila em bruto era difícil
de manejar.

Os habitantes de El Obeid criam também a metalurgia. Começam assim a fabricar


armas e objectos de cobre e estes mesmos objectos começam a substituir a utilização
da pedra. Acontece que, embora esta região fosse fértil, não tinha sílex, pelo que, a
utilização do cobre é um avanço tecnológico imenso.

Estas comunidades, com todas as mudanças tecnológicas a que assistiram, mudam


também o simbólico, com as novas figuras a serem femininas, esbeltas e muitas vezes
com uma criança nos braços. Ainda assim, têm cabeça de réptil.

A civilização de El Obeid vai pavimentar assim o caminho para o povo que vai invadir a
mesopotâmia e a criar uma grande civilização: os Sumérios.

Os sumérios: a Humanidade entra na história


O Eden redescoberto

Quando os exploradores do séc. XIX fizeram ressurgir as cidades bíblicas,


redescobriram também o jardim das origens. De facto, a mesopotâmia era o oásis que
havia sido testemunhado pelos Hebreus, que depois o transcreveram para o seu livro
sagrado.

Este mesmo jardim, com ou sem intervenção divina, foi criado pelos homens, que
inicialmente drenaram os pântanos depois, através da sua fertilidade natural,
conseguiram construir a civilização suméria.

Os investigadores descobriam tábuas de argila com escrita cuneiforme e rapidamente a


ligavam às civilizações de Babilónia e Nínive. Acontece que a forma como estavam
escritas e o facto de os símbolos poderem representar sílabas ou palavras não se
apresentava como algo ligado às línguas “assírias”. Assim se percebe como tinha de ter
sido inventada por um povo anterior aos Babilónios e Assírios.

Uma das provas desta situação foi a palavra “leão” tal que os Assírios conheciam, mas
os mesopotâmios não podiam conhecer, representando-a como “grande cão”. As
escavações iriam dar razão a quem afirmava que a origem do cuneiforme não era
Assíria. A descoberta da cidade de Lagash e da biblioteca de Assurbanipal eram provas
ainda mais fortes. Em 1905 traduções são publicadas e uma nova era de estudos sobre
esta civilização começa.
Os primeiros minutos da História: Da organização agrícola às cidades-
catedrais
Há cerca de 3,5k anos os Sumérios chegam à Mesopotâmia, falando uma língua
“algutinante”, onde as palavras (quase sempre monossilábicas) se juntam para formar
uma frase.

Pensa-se que este povo possa ser originários das regiões transcaspianas ou de Cubão.
Acontece que a sua chegada foi algo pacífica, sem destruição de templos ou aldeias de
populações indígeneas. Infiltram-se em pequenos grupos, e instalam-se em Eridu, Uruk
e Ur. Aí começam a fazer colónias e tornam estas cidades nas suas capitais. Depois
começam a subir o rio e a conquistar todas as cidades que conseguem.

Depois disto começam a criar a sua base económica: a agricultura. A grande


preocupação era a valorização das terras. Os Sumérios possuem já ferramentas mais
avançadas, como o arado. Ainda assim, têm também de levar a cabo trabalhos de
irrigação, combater os rios e domesticá-los. Os canais de irrigação são de grande
dimensão pois era necessário transportar a água a grandes distâncias. Da mesma
forma, era preciso proteger estes canais, criando formas de evitar a inundação das
margens. Acontece também que, as cheias dos dois rios são imprevisíveis.

Este combate contra a natureza necessita de uma sociedade organizada. A mão-de-


obra necessária para produzir estas obras é grande e necessita de comando central.

As primeiras capitais: as cidades-templo

Claramente, a existência de comando leva à existência de hierarquização. Multiplicam-


se assim os centros administrativos e políticos, tornando-se capitais. Estas mesmas
cidades enchem-se de monumentos criados com argila e madeira. Criam também valas
de drenagem nos edifícios para diminuir o dano feito à argila. As casas privadas eram
pequenas e rectangulares, mas os templos eram de grande dimensão.

Os templos são o centro da cidade. Ao longo do templo a arquitectura dos mesmos


desenvolve-se através dos “zigurates”, terraços que estes possuíam e que se tornam
um símbolo de Babilónia.

Os zigurates são dedicados aos deuses de cada cidade, ainda assim, templos a outros
deuses também existem. Estes templos menores são também eles, para os standards
actuais, colossais.

Para aumentar a beleza dos seus templos vão usar pilastras, nichos e vão mesmo
inventar o mosaico.
É provável que nos tempos da Suméria a construção destes templos fosse um trabalho
colectivo, esta era um acto de fé de todo o povo.

Em termos religiosos, o deus da cidade seria visto como o seu grande protector, ao
qual deveria ser dado todo o talento criativo que os Sumérios tinham. O deus da
cidade é o seu verdadeiro rei. O soberano (ensi ou patesi) é também ele poderoso, mas
é apenas um vigário do deus.

Ainda assim, a gestão do Estado é um acto sagrado. O centro da vida política é o


templo. É nestes santuários que os Sumérios criam a sua civilização. Em torno do
mesmo estão os artífices; ferreiros. No templo se armazenam os produtos agrícolas
destinados aos deuses. Todos os trabalhadores fornecem uma parte da sua produção e
que é, claramente, oferecida ao deus local.

De referir que existe uma profissão considerada sagrada que se dá nos templos: a
prostituição. Os edifícios teriam camaras reservadas a esta actividade e as prostitutas
seriam tidas em bastante consideração, sendo que eram uma espécie de sacerdotistas,
servindo a deusa Inana.

Todas as riquezas são contabilizadas pelos escribas, que escrevem em tábuas de argila.
Tudo o que seja relacionado com números é guardado nestas mesmas tábuas
(impostos; doações; escravos; salários, etc.)

O templo é também o local onde as crianças aprendem, seja ela uma aprendizagem
ligada ao conhecimento do artesanato ou mais intelectual, ligada ao conhecimento do
cuneiforme.

Os templos regem toda a vida da cidade.

Os primeiros deuses da história


Os deuses sumérios são todos eles criados à imagem dos homens. Todos eles têm
relações sociais entre si e o seu humor e interesse orientam as suas opções. De facto,
os fiéis estavam à mercê da sua ira, mas poderiam também apelar às suas paixões e
gostos para conseguir a sua benevolência.

Alguns destes deuses incluem:

An – Deus do Céu, o criador inacessível aos mortais. Os outros deuses veneram-no

Enlil – Criador da terra. Severo e autoritário. Não tolera desvios por parte dos súbditos
e escreve os seus destinos em argila. Foi ele que criou o “dilúvio”.
Enki – Terceiro grande deus da Suméria. Deus das águas subterrâneas, do oceano
original situado sob a crosta terrestre. Deus da agricultura. É o Noé Sumério. É ele que
manda construir um barco para salvar a sua família.

Nergal – Deus da Sombra. Intransigente e violento.

Shamash – Deus do Sol

Ainda assim, a divindade mais venerada era Inana, deusa da fecundidade e do amor.
Inana apresenta-se como a continuação da ideia da “Deusa Mãe” e tem como parceiro
celestial Dumuzi, o deus pastor, que será mais tarde adorado pelos romanos sob o
nome “Adónis”.

Os deuses formam também casais entre si, e esses mesmos casais representam aquilo
que existe no mundo (A terra, a lua, o inferno). O encontro sexual dos deuses é visto
como a força motriz que leva à continuação da vida.

Os adoradores dos vários deuses, para quem os vários actos da vida sejam eles sexuais
ou não são um rito, devem dar aos deuses oferendas, que representem o de que
melhor detêm: animais; jóias; vasos preciosos; roupagens.

A lua nova é também uma época importante, cada vez que se dá, um filho de Enlil
sucede ao outro e as procissões devem ser grandes e pomposas. Incluindo elas
cânticos; sacrifícios.

A doença e a morte

Não são os deuses, mais sim os magos, que devem combater as doenças. Estas advêm
dos espíritos maléficos do “Reino Inferior” e apenas um mago os pode exorcizar. Ainda
assim, os magos têm também ao seu dispor a farmacêutica, que nesta civilização se
baseava em extractos vegetais que através de tratados de farmácia poderiam ser
preparados de modo a tratar as várias doenças.

Mais tarde, os óleos e minerais começam também a ser introduzidos. Caso a medicina
falhe, o doente deve recorrer ao templo, tentando negociar a saída dos espíritos
malignos do seu corpo com os deuses.

O além: o eterno sofrimento

A ideia de além Suméria é bastante agressiva, quando comparada com a de outras


civilizações. Para este povo, sejam quais forem as suas acções enquanto vivente, os
mortos irão todos eles ser levados para o “Kur”, o reino das trevas, povoado de
demónios e fantasmas. Ainda assim, para lá chegar, têm de atravessar um rio
“devorador de homens” numa barca guiada por um remador mudo. Apenas aqueles
que morrem sem sepultura não têm de passar por este processo, acabando por
vaguear pelo mundo dos vivos. Assim, os vivos enterram os seus mortos em caixões de
terracota e envolvem-nos com mortalha. Dão-lhes também um espólio votivo
composto de jarras e outros objectos que incluem alimentos.

Os túmulos dos reis e notáveis necessitam, claramente, da maior opulência. Tal como
se prova pelos túmulos encontrados em Ur. Os reis recebem jarros de ouro maciço;
armas; jóias; baixelas. Também bustos femininos ou estatuetas de animais feitas com
os melhores materiais são encontradas.

Ainda assim, mesmo estando rodeados de riquezas, também os reis são mortais. A
imortalidade está apenas reservada aos deuses. Ainda assim, mesmo eles têm
dificuldade em escapar aos infernos quando nos mesmos se encontram. A mitologia
suméria conta histórias de como Inana e Enki, por exemplo, conseguiram sair do
inferno.

A busca da vida eterna está contada na epopeia de Gilgamesh, o mais famoso herói
sumério. Mesmo depois do declínio desta civilização continuará a ser adorado por
vários reis e seus súbditos.

A epopeia de Gilgamesh: a busca pela imortalidade

Filho de Lugalbanda, rei de Ur e da deusa Ninsun, Gilgamesh é dotado pelos deuses de


beleza; força e inteligência. Com a morte do seu pai sobe ao trono e torna-se um
monarca despótico. O povo de Ur dirige-se aos deuses que decidem punir o monarca.
Os reis criam assim Enkidu, um homem peludo, feito de argila que vive na floresta e
comanda a vida selvagem.

Gilgamesh é avisado da presença de Enkidu nos seus territórios e manda Lilith,


prostituta, para despertar os instintos sexuais da criatura. Assim o faz, e esta, graças ao
seu encontra com a mulher, torna-se homem e é assim desprezado por todos os
animais selvagens.

Logo que Eridu chega ao palácio é convidado para uma noite de deboche com
Gilgamesh, onde experimentará vários prazeres, de modo a determinar qual dos dois é
mais viril. Eridu recusa e Gilgamesh ataca-o, envolvendo-se os dois numa luta a qual
nenhum deles conseguia ganhar.

Gilgamesh para a luta e abraça o seu rival, tornado-se os dois amigos para a
eternidade.
Decidem assim tentar matar o gigante Humbaba, que guardava a montanha dos
Cedros, de onde era necessário retirar madeira. Ainda assim, o gigante é protegido por
Enlil e é necessário atravessar um deserto para chegar perto dele.

Gilgamesh não se preocupa e manda forjar armas de bronze, pedindo também ajuda a
Shamash. Conseguem depois de 13 dias de viagem e luta matar o monstro.

Mas, quando voltam a Uruk, Inana está apaixonada por Gilgamesh, que recusa o seu
amor. Assim Inana invoca um touro celeste com premissão de An e este destrói as
colheitas e as muralhas da cidade. Gilgamesh e Enkidu enfrentam-no e vencem. Ainda
assim, passado pouco tempo, Enkidu morre de doença.

Depois da morte do amigo Gilgamesh procura a imortalidade, e encontra o homem que


supostamente saberia o seu segredo: Utanapishtim. Este diz-lhe que existe uma planta
no fundo do mar que dá juventude até ao dia da morte, mas não imortalidade.
Gilgamesh mergulha para a apanhar e consegue. Quando estava a voltar a casa banha-
se num riacho, deixando a planta na margem, sendo esta comida por uma serpente.

O herói acaba por ter de aceitar que não consegue ser imortal, e tem apenas de viver
com as memórias dos seus grandes feitos.

Da agricultura ao comércio internacional


Rapidamente, graças ao trabalho de todo o povo e ao comando dos governantes, a
Suméria rapidamente se torna num país que pode ser considerado “rico”. O rei e
templos controlam os campos, mas não existe carência. Ainda assim, a baixa
Mesopotâmia apenas têm a fertilidade agrícola, não tem matérias primas.

Assim, os sumérios são obrigados a inventar o comércio internacional. Os templos


começaram inicialmente por controlar toda a produção, mas graças à elevada
burocracia, o comércio foi passado para as mãos de privados.

Os comerciantes levam principalmente cereais e produtos artesanais. A primeira


grande moeda é a medida de cevada, o “gur”.

Os comerciantes dirigem-se à Anatólia, Índia, Síria. Comprando, madeira, zinco,


chumbo, cobre e pedras duras.

Os comerciantes podiam ser atacados no caminho por animais ou salteadores, mas


conseguiram criar relações internacionais com os produtores de outras regiões, criando
muitas vezes feitorias nos países de onde importam produtos.
Rapidamente os monarcas dos vários países percebem que é interessante estabelecer
relações com estes comerciantes e protege-los. Rapidamente, estes comerciantes
ganham a possibilidade de se instalar à porta das cidades produtoras.

Com o comércio nasce também uma nova classe social, os capitalistas que são donos
de empresas comerciais com sucursais nas rotas caravaneiras. A existência de agências
múltiplas permite uma grande flexibilidade comercial, com a possibilidade de
armazenar produtos e a de criar emprego nos vários locais.

Mais tarde, os sumérios começam a criar a primeira moeda, a carta de crédito, ou


câmbio. Placas de argila seladas e assinadas, dizendo quanto um comerciante deve ser
pago em pesos de metal por determinada mercadoria. Este comerciante pode
seguidamente utilizar esta mesma placa para comprar outros produtos.

Para assinar utilizam cilindros de pedra com baixo-relevo.

Os templos têm a sua importância principalmente nas transacções marítimas. Os


barcos são armados pelo templo e alugados a mercadores que pagam uma
percentagem dos seus lucros ao templo. Os templos tornam-se também em bancos,
investindo em vários produtos que consideravam mais interessantes.

Acontece que, o verdadeiro problema que poderia destruir o comércio, era a guerra.

Reis e Guerras
Por volta de 2600 a.C. as cidades começam a rodear-se de grande muralhas. A maior
das mesmas a de Uruk, com 9,5km de paliçada.

Com o enriquecimento, a rivalidade das cidades aumenta. Os sacerdotes voltam aos


templos e o vigário do deus é o rei, que agora utiliza o título de “lugal”.

O rei está num palácio, que é o centro da vida pública, que vai crescendo à medida que
o poder do monarca engrandece. A grande demonstração do poder destes reis está nas
suas sepulturas, casas com várias divisões construídas debaixo de terra e feitas de
pedra. Acontece que o ritual fúnebre era também ele extravagante, os reis levavam
consigo os seus pertences e os seus servos, que eram mortos para serem colocados ao
lado do monarca.

Em Ur se observa este ritual, com homens mortos e bois imulados a serem enterrados
ao lado do rei e raínha de cidade.

A glória do deus da cidade vai assim ser a base dos massacres e guerras que se
seguiram, sendo que todos os reis queriam ser “Rei da Suméria” (Título honorífico do
rei de Kich).
O estado teocrático torna-se numa monarquia militar. Os monarcas tornam-se
estrategos e são os seus feitos bélicos que são talhados na pedra. Os fragmentos que
hoje possuímos contam histórias de guerra. A guerra entre Umma e Lagash.

Nin-gursu, deus da guerra e protector de Lagash encerra o exército inimigo numa


grande rede (isto num fragmento que conta a história da batalha). Contam outros
textos que Eanatum foi visitado em sonhos por Nin-Gursu que lhe pediu que liberta-se
Guedina, que estava controlado por Umma. O rei dirige-se ao local e mata bastantes
opositores. Ainda assim, depois do massacre Umma volta e consegue vencer Lagash.
Ainda assim a vitória do rei iria significar a perda e bem-estar e qualidade de vida por
parte do povo. A guerra custa caro.

A militarização das cidades vai levar ao aumento de impostos e criação de taxas mesmo
dentro dos estados vencedores. A injustiça reinava.

As primeiras reformas sociais: da injustiça ao golpe de estado

A situação torna-se tão má em Lagash que um cidadão (da família real ou corpo de
oficiais) vai fomentar um golpe de estado. Começa nesta altura a aumentar o poder
dos sacerdotes, cada vez com mais domínios e as classes inferiores tornam-se cada vez
mais pobres. O clero cada vez aumenta mais os encargos fiscais sobre a população e
pede percentagens mais elevadas das colheitas.

Os sucessores de Eanatum foram 2 sacerdotes que aumentaram bastante o poder do


clero, tornando a população cada vez mais pobre. Assim, Urukagina vai levar a cabo a
revolta social. Sob o seu poder Lagash vai conhecer a paz e justiça.

Os seus primeiros actos serão:

-trabalhos públicos

-restauração das muralhas

-reparação dos sistemas de água potável

Este governador restaura então a “ordem antiga” conseguida pelos deuses no início do
mundo. Urakagina, o Bom, vai assim conseguindo retirar o poder aos grandes de
Lagash. Acontece ainda assim que, Lagash vai ser invadida por Umma e conquistada.

O sonho do monarca de Umma era unir toda a Suméria sob o seu poder. Depois de
vencer Lagash conquista Ur, Nippur, Kish e mesmo Uruk. Acontece que vai levar a cabo
massacres em todas as cidades e começa também a conquistar para além da Suméria.

Acontece que, no meio de toda a guerra e conquista, e depois de 25 anos de reinado, o


rei de todo o território percebe algo, a Suméria não é mais apenas o país dos Cabeças
negras, um novo povo se instala no mesmo, um povo nómada que se “sumerizou”, os
Semitas.

Sargão, o Antigo, rei deste povo, vai começar um grande império, com base em Akkad.
Vai mesmo mudar o nome dos deuses sumérios e tornar a língua akkadiana (o acádio)
na língua base da burocracia.

Nota:

Nomes dos deuses:

Enlin mantém-se

An passa a Anu

Enki passa a Ea

Utu passa a Shamash

Inana a Ishtar

A dinastia dos conquistadores semitas

As lendas mesopotâmicas tecidas em volta de Sargão têm no como tendo nascido de


uma sacerdotista de Ishtar que foi, enquanto criança, deixado num cesto no Eufrates e
recuperado pelo rei de Kich. Depois de crescer vai acabar por fundar Akkad e depois
desse feito ataca Lagalzaggi, rei de todo o país.

Sargão faz também acordos secretos com os príncipes das várias cidades de modo a
conseguir lucrar com o descontentamento que reinava.

Depois da sua primeira vitória, conquista a cidade de Mari. Conquista também a Síria
do Norte e vence também os Elamitas, que atacavam a Este.

Acontece que Sargão é também um homem de Estado. Conseguindo impor a paz nos
vários territórios conquistados. Assim, reconhecendo que as várias cidades têm as suas
próprias tradições, cultos e estruturas, aceita que estas se mantenham, desde que
reconheçam como superior o seu poder.

Ainda assim, para controlar os príncipes sumérios cria uma tropa de mercenários
preparados para actuar a qualquer eventualidade.

Sargão leva também a cabo um incremento do armamento, com as tropas a tornarem-


se mais ligeiras e movimentáveis. Da mesma forma, vive perto do seu exército.
Depois da sua morte, as várias cidades sumérias levam a cabo várias revoltas, ainda
assim, Akkad não é destruída.

Os seus filhos tiveram de enfrentar tais acções contra poder e os reis que se seguiram a
Sargão tiveram os seus reinados imersos em guerra permanente.

Uma das cidades mais aguerridas foi Ebla

Ebla: um império tirado do esquecimento


Ebla encontra-se num local que os especialistas pensavam ser desinteressante e
basicamente deserto. Pensava-se que seria apenas um local entregue ao nomadismo
dos beduínos.

Acontece que 42 tábuas foram encontradas, não estando escritas em sumério ou


acádio. Acontece que, mais tarde, placas que eram na verdade dicionários são
encontradas, traduzindo as palavras eblaítas para sumério. Percebe-se então que os
eblaítas eram semitas com uma língua diferente do acádio.

Sabe-se, graças à correspondência, que seria um local importante. Da mesma forma,


sábe-se que teve um período áureo entre 2400 e 2250 a.C. Durante este tempo
sucederam-se 6 reis no seu trono.

Descobre-se também que Ebla tinha de facto um império que rivalizava com Sargão,
sendo que tinha ocupado a Anatólia; Norte de Damasco, tendo mesmo chegado ao
mediterrâneo.

Mesmo que Sargão se tenha gabado de ter conquistado Ebla, na verdade o grande rei
pagava tributo a esta cidade, tal como a grande cidade de Mari e mesmo Assur.

Teria uma população entre 20k e 30k habitantes e um grande poder de comércio
internacional. Em relação a tal controlava o comércio de madeira do Líbano, de metais
da Anatólia e o abastecimento de matérias-primas da Mesopotâmia. Exportava ainda
mobiliário e tecidos.

Em termos de organização do Estado, a sua rainha tinha poderes totais caso o rei se
ausentasse. Era a segunda personagem do reino, e estava acima do primeiro-ministro.
Tal coloca Ebla num plano diferente dos restantes estados Semíticos, em que a rainha
teria como papel a continuação da descendência.

Embora Sargão não tenha conseguido conquistar a cidade, o seu neto conseguirá e por
volta de 2250 a.C. conseguirá abrir as rotas de comércio de metais da Anatólia e de
madeira do Líbano. Sendo que irá pilhar e destruir a cidade.
Ebla ainda será reconstruída, mas será destruída por completo c.1600 a.C. por
atacantes desconhecidos.

O segundo castigo dos deuses: As hordas selvagens


Depois da conquista de Ebla, os reis de Akkad previam para si mesmos um futuro
bastante positivo. Ainda assim, os bárbaros do norte incorriam já nos domínios do neto
de Sargão e este vai acabar por deixar um reino mais pobre, e sangrado por guerras.

Os Guti

Já no reinado do filho do neto de Sargão, o império deste rei começava já a


desmoronar-se. O Elam revolta-se; Susa consegue também vencer os exércitos do rei; o
rei tem também de lidar com nómadas que atacam do oeste.

Os bárbaros do norte decidem então atacar a suméria, e na sua passagem destroem


também Assur, sendo que os príncipes assírios perdem assim o seu poder.

Assim, em 2230 a mesopotâmia está a ferro e fogo. Akkad, Ur e Uruk foram


basicamente destruídas. Os bárbaros instalam-se então nas ruínas da suméria. Fica a
pergunta “quem é rei e quem não é?”. De facto, o país estava em total caos. Ainda
assim, a inabilidade de governar demonstrada pelos Guti leva a que as cidades
sumérias mais antigas possam voltar a demonstrar o seu poder, depois de terem
estado todo este tempo sob a mão de ferro do império de Sargão.

O renascimento sumério: Lagash, pátria das artes

Lagash vai liderar este renascimento da suméria graças ao seu governante. Este
soberano não tinha interesse em expandir o império nem utilizava sequer o título de
rei. Vai-se dedicar a conseguir que Lagash enriqueça.

Manda vir, ainda assim, pedras duras para serem esculpidas; metais preciosos; cobre e
mesmo troncos de cedros. Tudo para ser utilizado na ourivesaria e construção de
templos. Armazena assim tanto metais e outras riquezas como víveres, para sustentar a
população da sua cidade.

Este príncipe de Lagash é conhecido principalmente pelas esculturas que deixou. Os


seus filhos seguir-se-ão a ele, mas Lagash acabará por ser abandonada cerca do ano
2000 a.C.
E Ur saiu da sombra
Após 120 anos de ocupação guti, um chefe de guerra vindo de Uruk consegue
finalmente expulsar os bárbaros do território. Acontece que, quando o faz, os bárbaros
haviam já perdido grande parte do seu poder.

Acontece que, depois dos bárbaros terem sido expulsos acontece o inevitável, a guerra
entre cidades. Sendo que poucos anos depois este chefe é derrotado pelo rei de Ur: Ur-
Nammu. A partir deste momento, a III dinastia de Ur vai governar toda a Suméria sem
oposição.

Acontece que, durante o reinado deste rei e dos seus 4 sucessores a Suméria vai viver a
sua segunda época de ouro. Acontece que, embora o rei demonstre no seu código de
leis que pretende que o pobre não seja controlado pelo rico, não é bem isso que
acontece.

Os sacerdotes e aristocracia gozam de direitos dos quais o povo é privado. Ainda para
mais, uma certa categoria da população é utilizada como serva. São indivíduos ou
vendidos pelos pais ou totalmente endividados. Estes indivíduos não são escravos e os
patrões são obrigados a trata-los bem. A ideia de escravo apenas se utiliza para
prisioneiros de guerra ou estrangeiros comprados.

Embora a lei permita que sejam brutalizados, isso normalmente não se dá.

Quanto a qualquer outro homem livre, está protegido pela lei e cabe a um funcionário
supervisionar os tribunais e julgar a equidade das sentenças, dirigindo-se ao rei no caso
de anomalia.

O rei irá dedicar-se a manter o território que tem (Suméria e Akkad) e a fazer a
manutenção da fronteira com o Elam. Vai mandar que se construam canais de irrigação
e que se drenem os pântanos formados após ruptura dos diques. Da mesma forma
melhora os portos e as vias navegáveis.

Da mesma forma, manda também erguer todos os santuários e cidades destruídas.

Com a sua morte, o seu filho sobe ao trono. A sua primeira tarefa é a de terminar o
zigurate de Ur, de grandes dimensões.

Constrói também um grande palácio e dá-se também à reforma do exército. Em boa


altura, pois é atacado pelo norte e Este, vencendo nas duas frentes. A paz volta a
reinar.

Os seus filhos vão continuar a sua obra, favorecendo os deuses, artes e comércio.
Acontece ainda assim que, o fim dos renascimento sumério está próximo. Os amoritas,
aliados de Elam e Mari atacam e destroem Ur. O último rei morre no exílio.
Acontece que esta III dinastia de Ur foi bastante poderosa, estendendo as suas posses
quase tanto como Sargão. Ainda assim, a sua influência foi principalmente moral e
intelectual. Os soberanos souberam construir residências para os deuses, mas também
refrear o poder do clero que os cultuava.

Estes reis vão também conceder privilégios aos artistas consoante o seu talento. Os reis
encorajam também as grandes expedições comerciais. Ur torna-se assim também uma
capital económica. Uma fervilhante cidade, vai acabar completamente destruída em
c.2400 a.C.

Os herdeiros
Babilónia: das ruínas, uma epopeia
Depois da queda de Ur, a Suméria deixa de existir como grande potência política. Ainda
assim, Babilónia, que era inicialmente uma aldeia, sobe e torna-se a maior cidade do
mundo antigo.

Como nasceu Babilónia?

Babilónia nasce quando, um grupo de nómadas, chefes de uma aldeia (acampamento)


encontra um vale desabitado depois de chegar à Suméria. Estes nómadas vêm do
Oeste e são Amoritas. Depois de terem atacado a Suméria durante vários anos
colocam-se no local onde os dois rios se juntam e levam a cabo a sua sedentarização.
Ainda assim, nesta altura, Babilónia seria uma cidade de muito pequenas dimensões.

Acontece que Babilónia começa a sua história rodeada de inimigos poderosos: a norte,
os Assírios; a Este, os Elamitas; a Oeste, Mari.

Tudo isto parece negativo até que sobe ao trono Hammurabbi, o sexto rei de Babilónia.

O reinado de Hammurabbi: a epopeia de Babilónia

Em 43 anos de reinado (1792-1750), Hammurabi vai realizar várias obras importantes,


começando pelas suas conquistas. Sendo uma grande diplomata, vai aumentando o
seu reino. Vai assim eliminando as várias cidades: Larsa, depois o Elam, a Assíria e por
fim Mari.
O instrumento do seu poder é o exército babilónio, de grande poder. Que detém carros
de combate. O exército deste rei é principalmente formado por profissionais unidos
pela ideia de camaradagem. O ofício de soldado é o de servir o rei e os deuses. A
deserção ou falha leva à morte. O mesmo se dá caso um oficial tente exercer poder
abusivo sobre um soldado.

Apenas os homens livres se podem alistar no exército. E este alistamento tem


bastantes vantagens. O guerreiro recebe parte do espólio mas também uma casa e
terra enquanto for combatente. Da mesma forma, caso morra a terra passa para o seu
filho mais velho se este se decidir a tornar soldado, ou para a sua mulher, até os filhos
atingirem a maioridade. Caso seja feito prisioneiro, o templo da sua cidade deve tentar
resgatá-lo.

O código de Hammurabi

Hammurabi não foi o primeiro legislador da Suméria mas foi, de facto, o mais famoso e
importante de todos eles.

O seu código tem 282 artigos que regeram a vida do império Babilónico. Este é um
código que olha bastante ao dano causado pelo acusado, não tendo em conta
atenuantes. Ainda assim, é um código regido pelo sistema de classes sociais. Os
castigos não são os mesmos caso se ataque um homem livre, “cidadão intermédio” ou
escravo.

Ainda assim, Hammurabi tem cuidado com a protecção daqueles que são mais
indefesos.

Os primeiros artigos referem-se ao falso testemunho e apelam à imparcialidade. Os


próprios magistrados estão sujeitos a multas e expulsão do cargo caso não emitam
sentenças iníquas. Da mesma forma, quem acusar falsamente, será executado.

Todos os artigos relativos a roubo se referem ao facto de que o acusado, caso seja
provado culpado, será executado.

A família apresenta-se como a base da justiça babilónica. O rei protege as famílias de


caírem na escravatura por dívidas permanente, devendo ao fim de 4 anos ser
libertados.

Nesta sociedade, embora o homem tenha um estatuo algo superior, a monogamia está
instituída e os interesses da mulher e filhos não são esquecidos.

Como exemplo:
Rapto de menores leva a execução; o casamento apenas acontece com a premissão
dos pais da noiva, com o dote a ser fixado com precisão; uma noiva repudiada pode
levar da casa todos os bens que lhe pertençam; a mulher pode pedir o divórcio; caso o
marido não lhe dê o suficiente para sobreviver, pode deixá-lo por outro homem.

O código regula também casamentos entre as várias classes. Embora estas existam, não
são completamente restritas e imutáveis. Acontece que as mulheres detêm sempre o
dom da beleza, pelo que, muitas vezes homens de classes mais elevadas casaram com
mulheres de classes mais baixas. O contrário não se deu muitas vezes.

A poligamia é rara e apenas possível quando a primeira mulher de um indivíduo não


lhe deu filhos. Existem também leis sobre adopção.

O código de Hammurabi regula assim não só a vida privada das pessoas mas também
os problemas relacionados com actividades económicas; comerciais; juros; tarifas;
salários e até mesmo o montante a ser pago aos médicos/magos. De referir que este
montante depende de que tipo de indivíduo é tratado: homem livre, cidadão médio ou
escravo.

Ainda assim, caso algum indivíduo em determinada actividade comercial ou serviço


falhe, as penas podem mesmo incluir a morte.

A justiça deste rei, embora fosse dura e usa-se bastante do princípio “olho por olho,
dente por dente”, não é era em muitos casos desumana e chegava mesmo a prevenir
casos em que actos desumanos fossem possíveis.

A opulência

Embora grande parte dos domínios e propriedades sejam do estado, templos e


grandes proprietários, os reis de Babilónia protegem bastante os pequenos
camponeses e criam mesmo uma espécie de agências de seguros, que criavam
contractos com cláusulas referentes à agricultura e comércio.

Ao proteger os seus camponeses, os reis de Babilónia conseguem ter uma poderosa


agricultura, baseada na cevada. Tal que é também a unidade monetária da
mesopotâmia.

Desta forma, conseguem domesticar os rios, criar irrigação e conseguem da terra


bastantes recursos.

Uma das obras mais antigas criadas em relação à agricultura é o Almanaque do


Rendeiro, tal que os Babilónios seguiam. Esta obra demonstra como a agricultura deve
ser efectuada, de forma a conseguir o melhor rendimento possível.
De facto, a agricultura é uma força motriz poderosa em Babilónia, ainda assim, o
comércio é a segunda força que propele esta cidade para a frente.

O mercador é uma personagem dominante da actividade económica babilónia e o


mercador é um verdadeiro empresário, sendo que comercia à distância, gere agências
no estrangeiro, mantém o registo das suas transacção, pratica o empréstimo de
dinheiro, é especulador imobiliário e tem também possessões fundiárias.

Contractos comerciais são forjados, e todos acabam com um juramento religioso. No


acaso de quebra dos mesmos, os oficiais de justiça do rei decidirão segundo a lei.

Os comerciantes estão também agrupados numa espécie de sindicatos, com um


presidente que os representa perante o rei. Podem também dirigir-se a este se
quiserem importar determinados produtos ou caso este queira que realizem uma
missão diplomática.

Ainda assim, os comerciantes são também conhecidos pelos crimes financeiros que
cometem: cheques sem cobertura, falências fraudulentas; usura.

A moeda utilizada era a cevada, mas estes rapidamente a vão modificar para que se
torne pesos de metal precioso. Vão também criar a ideia da carta de crédito.

Babilónia, capital religiosa e intelectual (ver babilónia e neo-babilónia na


soraia)
Os babilónios atribuem a grandeza da sua cidade principalmente aos seus deuses.
Mesmo depois da vitórias e crescimento, os babilónios continuam a adorar e venerar
os seus deuses.

Ainda assim, um deus tornou-se superior a todos os outros: Marduk, o deus de


Babilónia. Até se tornar o deus desta cidade, era pouco conhecido e venerado. Este
vem substituir o antigo rei dos deuses: Anum, bastante inacessível às suplicas dos
seus adoradores. Desta forma, criam Marduk. Um deus bastante mais paternal que
vem substituir o anterior rei.

Marduk figura nas festas da primavera, que celebram o início do ano. O rei deve
seguir a procissão, entrando seguidamente no templo de Marduk e declarando que
não cometeu nenhum pecado contra o deus nem contra Babilónia. Deve também
jurar fidelidade ao ser superior.

Shamash é também um deus bastante adorado. Deus do sol e “ministro da justiça” de


Marduk.
Da astronomia à magia

Os sumérios, tal como outras civilizações, tinham o sue próprio calendário. Neste
caso, era um calendário lunar.

Quando Babilónia se tornou uma grande cidade e conquistou toda a Suméria


decidiram então os babilónios uniformizar o calendário por toda a mesopotâmia. Este
calendário uniformizava o nome dos meses e dividia-os em quatro semanas de 7 dias.
Da mesma forma, criavam um ou 2 feriados para uniformizar os meses, criando meses
de ora 29 ora 30 dias.

Cada dia tem 24 horas. Ainda assim, este calendário lunar não estava em consonância
com o “ano de Shamash”. Assim, criam uma modificação, de 3 em 3 anos, um mês é
acrescentado.

Ainda assim, tal não resolve a questão.

Para que o tempo lunar e solar se unam, tornam-se necessários numerosos cálculos e
observações do céu. De facto, os magos babilónios tinham um conhecimento
bastante alargado dos fenómenos celestes. E também de matemática e aritmética,
conhecendo o teorema de Pitágoras, mesmo antes deste ter sido criado.

Acontece que estes astrónomos eram primeiramente astrólogos, a posição relativa


dos corpos celeste era suposto dar-lhes informações acerca dos vários aspectos da
vida.

De facto, os adivinhos são bastante bem vistos em Babilónia, e são parte do clero
oficial. Ainda assim, para ser adivinho é necessária uma longa aprendizagem.

Os adivinhos estudam o fígado de animais e também os sonhos. Uma categoria


especial de sacerdotes tem a tarefa de conjurar as sortes e combater os numerosos
espíritos malignos, os dois principais são Lilith e Pazuzu, o demónio alado.

Os mortos são também punidos, porque podem tornar-se vampiros. Graças a tal
facto, os exorcismos são comuns.

Os feiticeiros também são temidos e contra os mesmos apenas a justiça divina pode
actuar. O código de Hammurabi assim o refere.

Mari: A oitava maravilha do mundo


Os vestígios mais fantásticos da época de Hammurabi foram descobertos em Mari.
Acontece que, sempre que um império entra em decadência, Mari torna-se mais
poderosa. Acontece que, depois da queda de Ur, Mari foi tornada numa grande
monumento.

Um palácio foi construído em Mari por um príncipe sumério. Depois de ter sido
encontrado, foi considerada a 8ª maravilha do mundo antigo.

Acontece que a fama e poder desta cidade ultrapassa este grande palácio. No III
milénio a.C. era já capital, sendo que os seus reis semitas a enchem de obras de arte.
Os escultores fabricaram também bastantes estatuetas e os oleiros bastantes peças
de olaria decoradas.

Acontece que, mesmo tendo sido derrotada várias vezes, Mari sempre foi uma pátria
de artistas, que se conseguiu reerguer graças à criatividade destes mesmos. Mesmo
tendo sido considerada capital de província, a sua força criativa leva a que continue a
ser um centro cultural.

No início do II milénio, os seus príncipes voltam a fazer grandes construções na


cidade. A maior das quais o palácio de Zmri-Lim, uma verdadeira cidade dentro da
cidade.

Os Homens de Assur e Ninive: o flagelo dos deuses (ver nos


apontamentos da soraia)
A partir do séc. XIII a.C um novo povo acorda e faz estremecer todo o médio oriente:
os Assírios. Instalados desde III milénio no norte da Mesopotâmia, contentaram-se
durante muito tempo com a simples protecção da sua independência. Akkad e Ur
atacaram Assur. Depois da queda desta cidade, os assírios levam a cabo uma das suas
primeiras tentativas de expansão, um ataque a Mari.

Hammurabi consegue controlar os Assírios, mas Babilónia cai. Atacada pelos Cassitas
(dos montes Zagros) e Hititas. Constitui-se também o império Mitanni, que estende o
seu domínio por todo o antigo império babilónio e também os seus satélites.

Os assírios defendem-se, mas quando se torna evidente a sua inferioridade, recuam


para a zona do “Triangulo assírio”, um local protegido quase inexpugnável.

Aí criam a sua nova capital: Kalach, que vai ser renomeada Ninive. No séc. XIII, depois
de bastante tempo a se defenderem dos restantes impérios, o império assírio vai
atacar. Conseguindo derrubar o império Hitita e Babilónia.

Os Hititas vingam-se e os Caldeus, tribos nómadas, invadem e instalam-se na


Babilónia. Assim, no séc. IX os assírios conquistam a Fenícia. Conseguem também
vencer Israel.
Os Assírios vão assim, com recurso à violência controlar todo o Próximo Oriente.
Obrigando os estados sob seu poder a pagar-lhes tributo. Acontece que a grande
arma dos Assírios era na verdade o terror.

Em relação a Israel Esequias, o rei, prefere pagar tributo aos Assírios do que sofrer nas
mãos dos mesmos.

Dur-Sharrukin: um sonho de megalomania

No séc. VIII a.C Sargão II manda construir um palácio de grandes dimensões, que era
de facto uma cidade. Torna-se assim a nova capital do império assírio: Dur-Sharrukin.
Acontece que apenas se manteve durante o reinado de Sargão II.

A mão-de-obra é principalmente escrava, e com ela, a construção fica pronta em


cerca de 6 anos.

Nesta mesma cidade tudo é gigantesco. Um zigurate de 43m de altura é erguido, tal
como um enorme templo dedicado a 5 divindades diferentes e devidamente dividido
em santuários.

Este bairro real está também dividido do resto da cidade por muralhas de grande
dimensão.

As obras de arte encontradas neste local são em grande quantidade. Nunca um povo
do Próximo oriente tinha criado tantas obras de arte e as tinha colocado todas no
mesmo local.

A pedra é o material utilizado e os príncipes gostam de mandar esculpir os seus feitos


na mesma. A arte é sempre pejada de cenas de caça e guerra, mostrando a crueldade
deste povo.

A justiça: a barbárie codificada

14 tábuas foram encontradas em Assur. Acontece que o código de leis escrito nestas
14 tábuas é bastante menos avançado do que o código de Hammurabi, de há 500
anos atrás. De facto, estas tábuas apenas demonstra a barbárie enquanto estando
instituída, legalizada.

O princípio de “olho por olho” é utilizado à letra em grande parte destes artigos,
levando a que este seja um código bastante violento.

Da mesma forma, a mulher não está protegida de qualquer forma e o seu marido
pode violenta-la sem razão e sem ser punido por isso.
Assurbanipal e o fim de Nínive

Assurbanipal foi um rei e terrível guerreiro, mas ao mesmo tempo, um letrado. Foi ele
o último grande rei da Assíria. Acontece que o seu pai foi o primeiro rei assírio a
vencer o faraó do Egipto. Acontece que este rei vai superar o pai e vai conseguir fazer
vassalos bastantes reis do próximo Oriente. Da mesma forma, volta a vencer o faraó,
conquistando Mênfis e Tebas.

O seu império vai do golfo pérsico à Arménia englobando parte da Anatólia, tendo
também a costa síria e fenícia e chegando ao Egipto e Sudão.

As revoltas começam, mas são todas elas reprimidas por Assurbanipal.

A sua biblioteca tinha uma dimensão gigantesca e tinha copiadas todas as obras
referentes à antiga mitologia suméria, acadiana e babilónia.

O conhecimento que hoje se tem da Mesopotâmia vem também deste rei amante da
cultura, que ao mesmo tempo não hesitava em massacrar quem tentasse entrar nos
seus domínios.

A mão de Deus

A maior fraqueza do império assírio foi confiar demasiado na sua força. O seu exército
era poderosíssimo. Todas as suas tropas tinham imenso poder no terreno,
conseguindo ultrapassar vários obstáculos e conseguindo vencer rapidamente os
inimigos.

Acontece que o tamanho do império e a forma como foi administrado levariam à sua
ruína. De facto, os assírios nunca tentaram assimilar os vencidos. Escolheram o terror
como base e tal foi a sua ruína. Acontece que as revoltas continuaram ao longo do
tempo e a vastidão do império não permitiu que fossem controladas.

De entre todos os revoltosos, os mais perigosos e destrutivos vão ser os Citas. Estes
eram parte de uma potência da Ásia central a qual os assírios tinham tentado atacar.
O próprio rei do Egipto, que estava controlado pela Assíria envia soldados para o seu
inimigo para o ajudar. Ainda assim, o príncipe de Babilónia vai entrar em aliança com
os Medos e junto com os Citas derrubar o império Assírio.

Nínive cai em 614 a.C.

Babilónia ainda vive


Durante todo este tempo, Babilónia sobreviveu, sendo que conseguiu preservar a sua
independência. Após a sua queda em 1237 a.C. Babilónia conseguiu voltar. Os seus
reis governaram à sombra de Nínive conseguindo manter afastados os assírios e
caldeus.

Acontece que Sargão em 710 acaba por conseguir tomar Babilónia. Ainda assim, a
cidade continua a ser a capital religiosa da Mesopotâmia. A Babilónia sai cruelmente
ferida da dominação assíria, mas brilha no reinado de Hammurabi. Deve a sua grande
glória ao seu rei lendário: Nabucodonosor.

A Babilónia torna-se lendária

Nabucodonosor não é tão sanguinário como a Bíblia o descreve. Bastante mais


contido que os reis assírios, é um monarca prudente interessado em devolver a
prosperidade à Babilónia e a garantir o bem-estar dos seus súbditos. Encoraja o
grande comércio, sendo que o estado se torna um verdadeiro banco.

A posição geográfica de Babilónia, entre a índia e Mediterrâneo ajuda também ao


negócio. O próprio rei da Lídia mantém no seu país uma plataforma que permitia e
ajudava à movimentação das caravanas da Babilónia.

Babilónia era assim fornecedora de toda a Ásia Menor em produtos raros: tecidos de
luxo; especiarias; metais preciosos; obras de arte.

Nabucodonosor vai então tornar a Babilónia numa cidade lendária. Manda eregir os
jardins suspensos no seu palácio, manda também restaurar o zigurate, colocando-o a
91m de altura.

Constrói um templo a Marduk, coberto com placas de ouro no tecto. Sob o reinado
deste rei, Babilónia é a maior cidade do mundo. Com muralhas de 15 km e a porta de
Ishtar a dominar a sua entrada.

A fama de sabedoria de Nabucodonosor é tão grande que os monarcas estrangeiros


recorrem por vezes ao seu auxílio quando necessitam de resolver um diferendo.

Nabucodonosor será também um conquistador e a sua vítima mais ilustre será o povo
judeu. Israel havia há já muito desaparecido, tendo Sargão tornado o reino numa
província assíria. Ainda assim, Judá ainda existe. Os seus reis tiveram de se dobrar
perante Nínive.

Ainda assim, depois da queda da assíria, coloca-se perante eles o poder de Babilónia.
Por 3 vezes, durante 15 anos os habitantes de Jerusalém serão deportados para
Babilónia. Joiakin, o rei de Jerusálem, terá um cativeiro feliz. Ainda assim, Sedecias,
seu sucessor, a quem Nabucodonosor dará o trono da cidade Santa sofrerá bastante.
Mesmo assim, durante a deportação os judeus não serão muito mal tratados. O filho
do rei acabará por libertar o rei Joiakin.

Embora o império de Nabucodonosor englobe o Egipto, Judá e Fenícia, cairia com


alguma facilidade. Depois da morte do rei, Ciro, o Persa, alcança o mar Egeu o seu
reino estende-se da Índia á Grécia. Os babilónios iram apenas abrir-lhe as portas e
deixá-lo dominar a cidade.

O clero e a nobreza aceitam esta situação porque queriam manter os seus privilégios.
O renascimento de Babilónia durou 73 anos. Durante mais alguns séculos preservará
o seu prestígio cultural e religioso, depois será simplesmente abandonada.

Hititas
Os conquistadores
No séc. XX a.C. os livros de contas mesopotâmios dava conta da chegada de um novo
povo, com o qual havia comércio, os Hatti, ou Hititas. Vêm do sul da Rússia, depois de
atravessarem o Cáucaso instalam-se na Anatólia, em Hattusa. Outras das suas cidades
são Kussara e Arinna. É só em 2650 a.C que um dos seus príncipes começa a controlar
todas as cidades em volta, tornando-se Hattusa capital e metrópole.

Os seus exércitos vão vencer Babilónia. No seu apogeu, séc. XIV a.C. o império Hitita
detém toda a Anatólia, Síria do Norte e parte da Alta Mesopotâmia.

O seu poder militar baseia-se no cavalo. Acontece que com os carros puxados por
cavalos conseguiam fazer incursões bastante rápidas e devastadoras.

Também em 1500 a.C. inventam a metalurgia do ferro. Acontece que a utilização deste
metal para armamento dá uma superioridade imensa aos Hititas nas batalhas. As
armas de ferro e carroçaria permitem aos Hititas triunfar nas situações mais críticas.

Mesmo sendo conquistadores, os Hititas são também conquistadores humanitários,


não massacram as populações das cidades conquistadas, nem as reduzem à escravidão.

Impõe tributos e tratados aos vencidos, ainda assim.

Assim, os Hititas vão sempre primeiro pela via diplomática. Antes de atacarem enviam
sempre uma embaixada. Apenas depois desse acto lançam um ultimato ao reino rival.

As leis hititas demonstram esta generosidade e tolerância. Muito embora o estauto da


mulher possa ser semelhante ao de Babilónia, o estatuto do escravo é bastante mais
positivo. Acontece que o escravo e o pobre devem ter o mesmo julgamento que o rico.
Os castigos corporais são também abolidos. Aqui os hititas marcam um avanço em
relação a Hammurabi. Da mesma forma, a vingança pessoal apenas é possível em caso
de adultério. Ainda assim, o marido tem de surpreender os culpados em flagrante
delito e matá-los no mesmo lugar. Se deixar a mulher viva, tem de perdoar o amante.

Acontece que o código hitita prevê já atenuantes ao crime e apenas 3 crimes são
punidos com pena capital: zoofilia; incesto e violação. A rebelião contra o rei também
está incluída nesta lista.

A história dos hititas pode ser assim reduzia a guerra e conspirações constantes. O mal-
estar interno põe o império em perigo permanente.

Acontece que, muito embora os monarcas se vejam como absolutos, têm muitas vezes
de prestar contas à Pankus, a Assembleia da Aristocracia, que pode sancionar a subida
do rei ao trono. O fundador do império Hattusil I, que após a revolta dos filhos escolhe
o neto como seu sucessor, teve de ir perante a assembleia mostrar como o seu neto
deveria ser digno de reinar.

Depois de regressar de Babilónia triunfante, este rei (neto do fundador) é assassinado


pelo cunhado. Ainda assim, este não ganha grande poder isto porque a rainha, mulher
do assassinado rei, goza de poderes políticos importantes mesmo depois da morte do
mesmo.

No reino Hitita a rainha pode ser a esposa do rei anterior, e continua a gozar de poder
político depois da morte deste. Mesmo que outro rei suba ao poder.

Assim, durante 500 anos os Hititas inquietaram as grandes potências do Próximo


Oriente, enfrentando o Egipto; Síria e Líbano. Os seus grandes reis foram: Hattusil I
(fundador do império); Mursil (neto do fundador e vencedor de Babilónia); Supililiuma
(reinou no apogeu do império e levou-o a cabo); Muwatali (deteve Ramsés II na
batalha de Kadech em 1928 a.C.).

Ainda assim, por volta do ano 1200 a.C. o império Hitita é assolado no auge do seu
poder por povos que acabam de atravessar o Bósforo. Entre eles estão os gregos
(Aqueus), que destroem Hattusa e desfazem o exército hitita. Continuam para sul e
atacam o Egipto, onde são designado por “povos do mar”. O império Hitita desmorona-
se e alguns dos seus nobres tornam-se mercenários. Assim acabam os Hititas, os
primeiros Indo-Europeus que marcaram a História.

Medos e Persas
Os nomes tribais de “Madu” e “Parsua” que significam “Medos” e “Persas” são pela
primeira vez mencionados em registos assírios no séc. IX a.C. Os chefes de ambas estas
tribos pagavam tributo à Assíria no reinado de um dos seus reis entre 869-824. Os
persas ocupavam a zona a sul do lago Urmia (actual Curdistão) e os Madai estavam no
actual Luristão, um pouco a norte do Elam.

Os parsua acabaram por se movimentar para os montes Zagros, onde a Assíria tinha
poder. Ainda assim, na altura de Sargão II já os Parsua tinham a zona a norte de Susa,
acabando por tomar o território de Ansan ao Elam.

Os medos avançavam também graças à fraqueza do rei assírio entre 727-722. Ainda
assim, antes do reinado de Sargão a sua organização tribal não permitia uma
movimentação poderosa e organizada. Um chefe medo ainda se opôs a Sargão em 715
o que levou a que fosse deportado para uma cidade Assíria na Cítia. Este foi o chefe
que veio mais tarde a funda Ecbátana, a principal cidade Meda.

No reinado de um rei Medo, em 702, houve também um ataque contra Sargão na sua
guarnição de Kharkhar (que estava dentro do território medo, a nordeste dos Zagros).
Anteriormente um rei Assírio havia conseguido impor tributo aos medos, mas neste
momento, as incursões contra os mesmos eram infrutíferas.

O mesmo continua quando Nínive cresce e 3 chefes medos se apresentam como


estando a favor da rebelião contra a mesma. Ainda assim parece que os territórios que
estes chefes representavam foram submetidos a um grande tributo. (Seriam territórios
controlados pelos assírios, a leste do território medo).

Acontece que em 676 uma incursão assíria conseguiu penetrar bastante em território
medo e em 672 parece que esta zona foi estabilizada. Ainda assim, textos oraculares
referem Fraortes, que teria submetido os Persas aos Medos, conseguindo também
arrebatar algumas cidades a noroeste da Média que pertenciam aos assírios.

Esta expansão continua até c.660 a.C. quando Assurbanipal restabelece o controlo
assírio na área.

As primeiras escaramuças entre Medos e Assírios passam-se no território entre o Mar


Cáspio e o golfo Pérsico.

Os construtores do império
Os primeiros encontros periféricos levaram os Medos a travar combates com as forças
assírias. Acontece que ao mesmo tempo, uma nova força, os Aqueménidas, tribo vinda
dos Parshumash, consegue ultrapassar em poder esta mesma tribo e controlar o
território.

A região a norte e leste de Susa foi a base da Casa Aqueménida. Antes da época de
Teipes (rei desta mesma área), este local nunca tinha sido completamente submetido.
É provável que os Parsua tenham tomado esta área aos Elamitas anteriormente.
Há morte de Teipes os territórios dos “Parsas” foram divididos pelos seus 2 filhos.
Ainda assim, durante o seu reinado, este rei foi submetido pelas forças conjuntas de
Medos, Citas e Cimérios, que pilharam o Sul.

Enquanto Parsa estava submetida aos Medos, Ciro estava ainda no poder em
Parshumash e Ansan. Depois de se conseguir libertar dos medos, foi submetido à
Assíria.

Depois da morte de Assurbanipal em 626, os Medos contra atacam e conseguem


reduzir mais uma vez a área à vassalagem, pondo também cerco a Nínive. Ainda assim,
uma investida a norte, dos Citas obrigou-os a manter o cerco durante mais tempo. Os
Medos, aliados a Babilónia acabaram por conseguir tomar a cidade de Nínive e impor-
lhe tributo.

Depois da sua vitória sobre Nínive, os Medos teriam controlado toda a Mesopotâmia e
levado a cabo campanhas na Arménia. Ainda assim, a faixa a norte de Susa era Cita e a
zona da Anatólia e Caldeia era Lídia.

Acontece que os Medos formam o primeiro império iraniano e nómada. Os “Persas”


mantinham-se sob a sua vassalagem.

Em 559, através de um casamento da filha do rei dos Medos com o filho do rei dos
Persas (Ciro), cria-se o rei Ciro II que fica como rei-vassalo de Ansan e vai utilizar o
exército persa para atacar Ecbátana. Ciro vai acabar por conseguir um aliado contra a
Média, o rei de Babilónia, que tinha usurpado o trono a Nabucodonosor.

O rei de Babilónia marcha sobre a Síria e os persas conseguem Ecbátana.

Acontece que esta aliança não poderia durar, pois o território conquistado pelos Persas
estava dentro da área de influência da Babilónia. Acontece que, com o declínio de
Babilónia, o rei persa acabou por se apoderar da mesma.

Ciro consegue também poder sobre as principais cidades assírias. Ciro consegue
também derrotar Creso, da Lídia, que tentava atacar o império persa.

A Grécia foi inicialmente um problema de fronteira para os persas e a sua submissão na


jónia não foi completamente negativa para a Grécia.

Com a revolta dos súbditos elamitas de Babilónia em Susa se coloca o último prego no
caixão desta cidade. Ciro consegue Susa em 546 e 6 anos depois Babilónia é derrotada,
com a abertura pacífica das portas.

Em termos religiosos, Ciro impõe o culto de todos os deuses da Suméria e Acádia, que
haviam sido banidos de Babilónia. Um cilindro de barro conta (na 1ª pessoa) como Ciro
subjugou Babilónia e impôs o culto dos antigos deuses Sumérios.
Ciro exige também a lealdade dos seus súbditos Babilónios como seu rei legítimo, um
benfeitor enviado por Marduk. Acontece que Ciro não foi violento fisicamente sem
politicamente, mantendo a sociedade de Babilónia intacta.

O rei regressa a Ecbátana c.537, envolvendo-se em incursões a Leste. Acontece que


estas incursões tinham interesse pois unificavam os povos medo-persas da zona,
enriquecendo cultural e espiritualmente os Aqueménidas.

Ciro via o rio Jaxartes como o limite oriental dos seus territórios, embora a arqueologia
não o prove.

Ciro perde a vida em 520 numa batalha contra os arinanos. Ciro coloca o seu filho 8
anos antes da sua morte como rei de Babilónia.

Com a Palestina dominada pelos persas, o Egipto deveria ser o próximo alvo. Acontece
que a Grécia era aliada do mesmo, tendo-se tentado revoltar contra os persas.

Acontece que com o descontentamento dos egípcios em relação ao Faraó, o rei persa
tinha informação militar importante à sua disposição.

Protegido pela fenícia a norte, o rei marcha sobre o Nilo, capturando Saís e Mênfis,
continuou até à fronteira com a Etiópia. O Egipto torna-se então numa importante
satrapia comercial. As colónias comerciais gregas no Egipto tornam-se também persas.
As colónias gregas na Líbia seguiram-se.

Cambises toma assim os títulos de “Rei do Alto e Baixo Egipto, filho de Ré, Deus vivo”.

O Egipto pertencia à Pérsia por direito de conquista mas, o rei, utilizou outras formas
de legitimar o seu poder. Como a utilização dos títulos de rei e também a adoração de
Neith em Saís. Assim, o rei persa e seus sucessores utilizavam formas de legitimação do
seu poder para além do direito de conquista.

Cambises contava a sua data de início de reinado no Egipto a partir do momento em


que se tornou rei da Pérsia. Os egípcios faziam o mesmo.

O Egipto pode ser visto como um reino que pagava tributo à Pérsia ou então pode ser
visto como o dote de casamento do rei Persa, depois do casamento da filha do faraó
egípcio com ele. Ainda assim, as fontes não são claras.

Segue-se a inclusão de Chipre no império Aqueménida. As cidades Fenícias em Chipre


podem também ter sido exigidas, graças à submissão da pátria-mãe das mesmas
(Chipre).
Acontece que o Chipre foi muito provavelmente conquistado pelo Egipto e
seguidamente pelos Persas.

O rei Persa Cambises (filho de Ciro) deu assim ao país o domínio do mar, que seria
indispensável para a conquista de locais na Ásia Menor e Europa, mais tarde na
História.

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