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ROMA E GRÉCIA ANTIGA Por: Wilson Teixeira Moutinho

As civilizações clássicas que compõem a Antiguidade Ocidental – Roma e Grécia – formaram a base de nossa
civilização, ou seja, as sociedades ocidentais modernas. Em muitos campos, elas se confundem e, por isso, se tornaram
conhecidas como cultura greco-latina.
Se da Grécia Antiga adotamos os conceitos políticos como monarquia, tirania, democracia, hegemonia e conceitos
filosóficos como antropocentrismo, idealismo e racionalismo, da Roma Antiga adotamos o conceito de cidadania e justiça, a
língua latina e suas derivações e o cristianismo.
ROMA ANTIGA – A cidade de Roma, situada entre colinas e em local estratégico para a comunicação, foi o berço da
civilização romana. Com o tempo, os romanos iniciaram sua expansão por todo o Mediterrâneo, que chamaram de mare
nostrum (“mar nosso’’).
As origens de Roma – Por volta do II milênio a.C., a península Itálica, situada no sul da Europa e avançando pelo mar
Mediterrâneo, começou a ser habitada por diferentes povos, dentre eles os latinos.
Esses povos ocuparam uma planície próxima ao rio Tibre, onde fundaram aldeias e à qual deram o nome de Lácio. Aos
poucos, eles foram se agrupando em volta de seu povoado mais importante, Roma, que se tornou uma das maiores cidades
da Antiguidade.
A civilização romana desenvolveu-se em torno do mar Mediterrâneo. Os romanos dominaram territórios situados nos
três continentes banhados por esse mar – Europa, Ásia e África -, construindo um poderoso império.
A divisão da história romana – A civilização romana se estendeu desde a fundação da cidade, em 753 a.C, até o fim
do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C.
A história política da Roma Antiga divide-se em três fases:
Monarquia Romana: período que durou até 509 a.C., quando ocorreu a expulsão dos etruscos;
República Romana: até o ano 27 a.C;
Império Romano: que terminou em 476 d.C.

O Império Romano em sua maior extensão (século II).

Sociedade Romana – Os descendentes dos primeiros habitantes da península itálica eram os senhores das terras e
ficaram conhecidos como patrícios.
Populações latinas também se dirigiram para aquele sítio e foram bem recebidas pelos antigos habitantes, que precisavam
de mais braços naquele local. Estes foram nomeados clientes e podiam se misturar às famílias mais tradicionais por meio do
casamento.
Por último, chegaram outros grupos não tão bem recebidos, mas que poderiam ficar para trabalhar nas terras dos
patrícios, sem, contudo, terem terras próprias para seu sustento. Estes eram os plebeus.
Ainda existiam homens na condição de escravos, obtidos em campanhas militares dos latinos contra outras populações.
Aqueles que eram capturados tornavam-se escravos em Roma. Contudo, a maior parte do trabalho, na monarquia, não era
escravo, pois era desempenhado pelos homens livres e pobres, os plebeus.
O Direito romano – A legislação romana e seu sistema judiciário eram complexos. Para se ter uma ideia dessa
complexidade, podemos assinalar a divisão do Direito romano em três divisões.
Jus naturale: afirmava os direitos naturais do homem que deveriam ser observados pelo Estado,
Jus civile: assinalava a existência dos direitos de cidadania, ou seja, os direitos constituídos no seio da sociedade humana em
suas variadas relações, aí se encontrava a vida política.
Jus gentium: correspondia ao reconhecimento das especificidades dos povos abrigados pelo império romano, garantindo as
tradições e as comemorações que marcavam identidades no interior da unidade romana.
O latim – Sem dúvida alguma, a língua romana foi uma peça importante de seu imperialismo. Povos submetidos
deveriam, para participar da vida política, aprender a língua romana. Assim, o latim foi elemento de romanização do Império.
Adiante, com as invasões bárbaras, o latim permaneceu como referência de língua sagrada, adotado pela Igreja Católica, e
também misturado às línguas germânicas dos grupos invasores. O resultado foi a formação de línguas chamadas de neolatinas
faladas até hoje, como o português, o espanhol, o francês e o italiano moderno.
Literatura – A literatura romana foi muito desenvolvida, com a produção de textos poéticos e em prosa, mas os
discursos políticos são os mais impressionantes desse universo literário.
Tito Lívio, Ovídio, Virgílio, Horácio, Cícero, Sêneca, o imperador Marco Aurélio são alguns dos nomes importantes do
mundo intelectual romano. História, poesia, sátiras, filosofia e política foram campos de grande produção literária.
Religião – No campo religioso, antes da adoção do monoteísmo cristão, os romanos eram politeístas e seus deuses foram
tomados dos gregos, latinizando-se os nomes. Além desses deuses, havia os protetores domésticos e o culto aos ancestrais.
Arquitetura – Na arquitetura, a influência grega também esteve presente. Entretanto, o espírito prático dos romanos
destacou-se na construção de estradas, esgotos, aquedutos, estádios, colunas e arcos do triunfo.
GRÉCIA ANTIGA – A sociedade grega se fixou na península Balcânica, região que apresenta um relevo montanhoso,
o que favoreceu a formação de comunidades independentes umas das outras nos aspectos político, militar e econômico.
Em comum havia a língua, a religião, os usos e costumes. A cultura grega foi o elemento de união e de identificação do
antigo povo grego. A confraternização geral entre os gregos era realizada nas festividades religiosas, que também envolviam
competições esportivas e literárias.
A Grécia foi também o berço da democracia, já que as medidas administrativas eram discutidas e aprovadas pelo
conjunto de cidadãos.

A Península Balcânica.

Origem – Os primeiros habitantes da Grécia foram os pelágios, ou pelasgos, que ocupavam o litoral e estavam
organizados em comunidades. Eles acabaram assimilados por povos indo-europeus que invadiram a península Balcânica a
partir de 2000 a.C, episódio que originou a formação do povo grego.
A divisão da história grega – Tradicionalmente, a história política da Grécia Antiga é dividida em cinco períodos,
conforme podemos ver abaixo:
Período Pré-Homérico: Do século XX ao século XII a.C. – Civilização creto-micênica
Período Homérico: Do século XII ao século VIII a.C. – Sistema gentílico
Período Arcaico: Do século VIII ao século V a.C. – Surgimento das Cidades-Estado como Esparta e Atenas.
Período Clássico: Do século V ao século IV a. C. – Guerras de hegemonia
Período Helenístico: Do século IV ao século III a. C. – Domínio macedônico e intensos contatos com o Oriente
Sociedade grega – A sociedade grega estava dividida em cidadãos e não-cidadãos.
Os cidadãos, entre os quais havia pessoas muito ricas e outras mais humildes, desfrutavam de todos os direitos políticos,
participavam da vida pública e eram obrigados a pagar impostos. Em Atenas, elevavam-se à categoria de cidadãos apenas os
homens adultos filhos de país atenienses. Em outras cidades, como Esparta, por exemplo, existia uma nobreza que tinha
autoridade social e política.
A maioria da população da Grécia Antiga, entretanto, era de não-cidadãos, que não gozavam de direitos políticos, a
exemplo das mulheres, dos escravos e dos estrangeiros (metecos). Contudo, a situação variava:
Os estrangeiros, considerados livres, dedicavam-se principalmente ao comércio e ao artesanato. Pagavam impostos e
faziam parte do exército, mas não possuíam terras nem casas.
Os escravos eram propriedade de uma família, constituindo importante força de trabalho no serviço doméstico e na
agricultura. Por vezes eram prisioneiros de guerra ou filhos de escravos.
Os homens livres, cidadãos ou não, podiam se tomar soldados.
Religião – Os gregos eram politeístas e adeptos do antropomorfismo, isto é, seus deuses eram representados sob a forma
humana em sua absoluta perfeição.
De acordo com a mitologia, os deuses possuíam todas as qualidades e defeitos dos mortais e, por serem deuses, essas
virtudes e defeitos eram também em proporções divinas. Os deuses eram guerreiros violentos e vingativos, sujeitos ao ciúme,
à inveja, à soberba, ao amor e ao ódio.
A trindade máxima era composta por Zeus, senhor da Terra e do céu, Poseidon, senhor dos mares e dos ventos, e Hades,
senhor do mundo inferior e dos mortos. O Monte Olimpo era considerado a morada dos deuses sob a presidência de Zeus, o
deus mais importante, o deus dos deuses.
Arquitetura – O estilo arquitetônico grego, pela sua harmonia, composição simétrica e elegância, tem servido de
modelo e de inspiração, atravessando tempo e distâncias.
O estilo jônico apresenta a coluna canelada, e o capitel levemente trabalhado.
O estilo coríntio apresenta o capitel mais ornamentado.
O estilo dórico se caracterizou por apresentar colunas simples e sóbrias com capitel liso.

Escultura – Os gregos alcançaram a perfeição, demonstrando grande conhecimento da anatomia humana e animal. As
esculturas também eram utilizadas para adornar os templos. Fídias, amigo de Péricles, foi o escultor mais famoso, responsável
pelas obras da Acrópole ateniense.
Pintura – Foi muito utilizada para decorar cerâmicas e retratava cenas religiosas, desportivas, militares e cotidianas.
Teatro – Os teatros eram auditórios ao ar livre e o público se sentava em bancos de pedra. Os gregos eram incentivados
a frequentar o teatro, considerado parte essencial de sua educação. Os gregos criaram dois gêneros: a tragédia e a comédia.
A tragédia era tida como a expressão mais nobre do teatro e significava “canto do bode”. Ela esmiuçava a natureza do
mal, das contradições humanas, enfatizava as paixões humanas, mostrando o homem como joguete nas mãos dos deuses.
Personagens divinos e humanos faziam parte das peças, mostrando suas preferências e suas contradições.
A comédia satirizava a política e os costumes da época. As peças eram encenadas por atores que utilizavam máscaras
que identificavam o personagem como velho ou moço, homem ou mulher, feliz ou triste. Diferentes máscaras permitiam ao
ator interpretar vários papéis na peça.
Filosofia – No início, os mitos explicavam a origem do mundo e a realidade à sua volta, portanto tudo era consequência
da vontade e do capricho dos deuses.
Com o tempo, os gregos passaram a buscar explicações racionais para esses acontecimentos na tentativa de compreender
e explicar as coisas ao seu redor, nascendo, assim, a filosofia, isto é, o “amor ao saber”. O apogeu da filosofia grega deu-se
com Sócrates, Platão e Aristóteles.
Bibliografia:

FUNARI, Pedro Paulo. Grécia e Roma: vida pública e vida privada. São Paulo: Contexto, 2011.
Roma e Grécia Antiga - Antiguidade Clássica - Cola da Web

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