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Valores Culturais das Sociedades Pré-Clássicas


Na antiguidade, a dissolução das comunidades primitivas resultou na criação de duas
formas principais de organização sócio - económicas: As sociedades baseadas no regime
de servidão colectiva (sociedades asiáticas); e as sociedades escravocratas (especialmente
as sociedades clássicas gregas e romanas). As aldeias, as vilas neolíticas especialmente
onde havia a agricultura intensiva, evoluíram para formação de cidades, e resultaram na
formação das primeiras grandes civilizações da humanidade.

Nos vales de importantes rios, floresceram estas primeiras culturas como na


mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates; a egípcia, no rio Nilo; a indiana, nos rios
Indo e Gange; e a chinesa, nos rios Amarelo e Azul.

Essas sociedades orientais da antiguidade, especialmente a egípcia, e a mesopotâmia,


desenvolveram-se em regiões semi-áridas que necessitavam de grandes obras hidráulicas
para o cultivo agrícola. Segundo CLÁUDIO (2002) pp. 19-20, nessas sociedades onde
predominava a servidão colectiva, o indivíduo explorava a terra como membro da
comunidade e servia ao estado, proprietário absoluto dessa terra, personificado no Egípto
pelo faraó e, na Mesopotâmia pelo imperador.

Ao contrário dessas sociedades da antiguidade oriental, nas sociedades clássicas como a


grega e romana em que a metalurgia tivera grande desenvolvimento, a superação das
comunidades colectivistas do neolítico levou ao surgimento da propriedade privada e
consequentemente, a utilização da mão-de-obra escrava.

O estado constituía nessas sociedades o principal instrumento de poder do grupo


privilegiado, assegurando e ampliando seu predomínio. Neste período (na antiguidade
clássica) em que se desenvolveram as sociedades grega e romana, as cidades tornaram-se
grandes centros de prosperidade material e intelectual, além de importantes núcleos
políticos.

A navegação por consequência adquiriu grande importância, passando o mediterrâneo a


constituír o mais importante canal de comunicação da antiguidade. A produção de
excedentes necessária para intensificação das trocas comerciais era garantida pela ampla
utilização da mão-de-obra escrava. O desenvolvimento do modo da produção escravista,
que atingiu sua plenitude em Roma, está intimamente relacionado ao carácter
expancionista das sociedades-estados gregas e do estado romano.
“ Foi a conquista permanente de outros territórios e a escravização dos povos vencidos
que posibilitou a manutenção do modo de produção escravista.” (CLÁUDIO, 2003, p.
20).

1.2. O desenvolvimento da escrita no nordeste de África


(Egípto)
O Egípto antigo desenvolveu três tipos de escritas:

a) – A sagrada chamada hieroglífica, inventada no período pré-dinástico (altura da


unificação do Egípto cerca de 3200 a.n.e., e que possuía mais de 600 sinais). Cada sinal
tinha uma explicação enigmática de carácter religiosa para a invocação aos deuses.

b) – A hierática; mais usada para documentos e era uma forma mais símples e derivada
da anterior.

c) – Por fim existia a demótica, a escrita popular nascida bem mais tarde e constitui a
simplificação da hierática com cerca de 350 sinais.

1.2.1.- A decifração do hieroglífico


A partir do séc. XVIII, em 1799, conscidindo com a expedição de Nampoleão Bonaparte
ao Egípto (1798-1799), foi encontrada em Roseta à 70km de Alexandria, por um jovem
oficial de engenharia (Bouchard), uma estala com uma longa inscrição em três tipos de
escritas e duas línguas entre as quais o grego. O interesse e a curiosidade pela descoberta
são enormes. De facto, a partir daquele momento tornou-se possível decifrar a escrita dos
antigos egípcios, a escrita hierogláfica.

Resurge assim um mundo que tinha praticamente desaparecido no séc. IV a.n.e., de facto
em 391, o imperador romano Teodósio tinha descoberto o encerramento de todos os
tempos não cristãos do império. A escrita hieroglífica ainda em uso no Egípto pelos
seguidores de alguns cultos foi rapidamente e, por fim deixou de ser compreendida.

Do Egípto, tinham por isso, ficado as descrições que dele tinham deixado na idade
clássica, historiadores e viajantes gregos e romanos: o historiador Heródoto, tinha feito
um relato da sua viajem ao Egípto efectuada por volta do ano 450 a.n.e., a este pode-se
recordar por exemplo o de Estrabão (romano) que escreveu em grego a cerca da sua
viajem efectuada em 30 d.c., num Egípto agora dominedo pelos romanos ou o de Plutarco
historiador grego que viveu entre 46 e 125 d.c., que nos deixa notícias de de um dos cultos
mais conhecidos o de Ísis e Osiris. Na antiguidade, portanto, o Egípto é visitado e contado,
depois, a partir do séc. IV d.c., tem como um eclípse. Em 641, com a chegada dos árabes
o Egípto tornou-se muçulmano e difícil aos europeus visitá-lo, e, seja como for, as
inscrições hieroglíficas naqueles momentos já não são compreendidos.

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