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Movimentação

de Cargas
Perigosas
SEST - Serviço Social do Transporte
SENAT - Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Movimentação de Cargas Perigosas


– Brasília: Sest/Senat, 2016.

47 p. : il. – (EaD)

1. Transporte de carga perigosa. 2. Produto


perigoso - medida de segurança. I. Serviço Social do
Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem
do Transporte. III. Título.

CDU 656.073.436

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Sumário
Apresentação 5

Unidade 1 | Noções de Movimentação de Produtos Perigosos 7

1. Entendendo o Conceito de Produtos Perigosos para fins de Transporte 9

2. Classificação dos Produtos Perigosos para Fins de Transporte 9

3. Carregamento e Embalagem de Produtos Perigosos 12

Glossário 16

Atividades 17

Referências 19

Unidade 2 | Legislação Específica do Transporte Rodoviário


de Produtos Perigosos – Parte 1 21

1. Premissas para o Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos 23

2. Responsabilidade pela Classificação de um Produto Perigoso para Fins de Transporte 23

3. Declaração do Expedidor 24

4. Documentação Necessária para o Transporte Terrestre de Produtos Perigosos 24

5. Treinamento do Condutor 25

6. Utilização da Ficha de Emergência e Envelope para Transporte 25

7. Identificação dos Produtos Perigosos em Unidades de Carga e de Transporte 26

8. Certificados de Inspeção para Veículos 27

Glossário 29

Atividades 30

Referências 32

Unidade 3 | Legislação Específica do Transporte Rodoviário


de Produtos Perigosos – Parte 2 34

1. Responsabilidades do Pessoal Envolvido na Operação do Transporte Rodoviário de Produtos

3
Perigosos 36

2. Responsabilidades do Expedidor e do Destinatário 37

3. Responsabilidades do Transportador 38

4. Itinerário e Horários para o Transporte de Produtos Perigosos 39

5. A Incompatibilidade Química 40

Glossário 41

Atividades 42

Referências 44

Gabarito 46

4
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Movimentação de Cargas Perigosas!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

O curso possui carga horária total de 22h e foi organizado em 3 unidades, conforme a
tabela a seguir.

Unidades Carga Horária

1 - Noções de Movimentação de
7 horas
Produtos Perigosos

2 - Legislação Específica do
Transporte Rodoviário de Produtos 7 horas
Perigosos Parte 1

3 - Legislação Específica do
Transporte Rodoviário de Produtos 8 horas
Perigosos Parte 2

5
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br ou pelo telefone 0800 72 82 891.

Bons estudos!

6
UNIDADE 1 | NOÇÕES DE
MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS
PERIGOSOS

7
Unidade 1 | Noções de Movimentação de Produtos
Perigosos

ff
Quais os produtos perigosos para fins de transporte que você
conhece? Você conseguiria identificar os principais aspectos do
carregamento e embalagem de produtos perigosos?

O transporte rodoviário de produtos perigosos apresenta movimentação diferenciada


em relação às outras cargas. Nesta primeira unidade, abordaremos, inicialmente, sobre o
conceito e a classificação de produtos perigosos para fins de transporte.

Na sequência, falaremos dos principais do carregamento e embalagem de produtos


perigosos. O domínio desses temas permite ao profissional destacar-se no mercado de
trabalho, que necessita, cada vez mais, de pessoas qualificadas.

8
1. Entendendo o Conceito de Produtos Perigosos para fins
de Transporte

De acordo com a Resolução ANTT no 420/2004, que aprova as


Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte
Terrestre de Produtos Perigosos, é denominado produto
perigoso toda substância ou artigo encontrado na natureza ou
produzido por qualquer processo que, por suas características
físico-químicas, represente risco para saúde das pessoas, para a
segurança pública ou para o meio ambiente.

2. Classificação dos Produtos Perigosos para Fins de


Transporte

Por constituírem fontes de perigo, os produtos perigosos são classificados de acordo


com o tipo de danos que podem provocar. O Regulamento Modelo da ONU estabelece
os critérios utilizados para a classificação desses produtos, que estão dispostos em

9
nove Classes de Risco distintas. Tais Classes de Risco podem ou não estar subdivididas
em Subclasses, conforme as características de tais produtos, conforme mostrado na
Tabela 1 mais adiante.

Carga Perigoso versus Produto Perigoso

ee A carga perigosa, ainda que o termo conste na legislação


brasileira, pode representar qualquer carregamento mal
estivado ou acondicionado (por exemplo: sacos de batata),
capas de provocar um acidente sem colocar a população ou
qualquer compartimento de meio ambiente em risco direto de
explosão, incêndios, intoxicação ou radiação.

Já o carregamento constituído por produtos perigosos para fins


de transporte, os quais, em função de suas características
peculiares físico-químicas –explosividade, inflamabilidade,
toxicidade, radioatividade – na ocorrência de um acidente,
podem colocar em risco a saúde das pessoas, o meio ambiente e
a segurança pública.

10
Tabela 1: Classes e Subclasses de Risco para o transporte de produtos perigosos.

Classes de Risco Subclasses de Risco


• Subclasse 1.1: substâncias e artigos com
risco de explosão em massa.

• Subclasse 1.2: substâncias e artigos


com risco de projeção, mas sem risco de
explosão em massa.

• Subclasse 1.3: substâncias e artigos com


risco de fogo e com pequeno risco de
explosão ou de projeção, ou ambos, mas
sem risco de explosão em massa.
Classe 1: explosivos

• Subclasse 1.4: substâncias e artigos que


não apresentam risco significativo.

• Subclasse 1.5: substâncias muito


insensíveis, com risco de explosão em
massa.

• Subclasse 1.6: artigos extremamente


insensíveis, sem risco de explosão em
massa.
• Subclasse 2.1: gases inflamáveis.

• Subclasse 2.2: gases não-inflamáveis,


Classe 2: gases
não-tóxicos.

• Subclasse 2.3: gases tóxicos.


Classe 3: líquidos inflamáveis.
• Subclasse 4.1: sólidos inflamáveis,
substâncias auto-reagentes e explosivos
Classe 4: sólidos inflamáveis; substâncias sólidos insensibilizados.
sujeitas à combustão espontânea;
substâncias que, em contato com a água, • Subclasse 4.2: substâncias sujeitas à
emitem gases inflamáveis. combustão espontânea.

• Subclasse 4.3: substâncias que, em


contato com água, emitem gases
inflamáveis.

11
Classes de Risco Subclasses de Risco
• Subclasse 5.1: substâncias oxidantes.
Classe 5: substâncias oxidantes e
peróxidos orgânicos.
• Subclasse 5.2: peróxidos orgânicos.
• Subclasse 6.1: substâncias tóxicas.
Classe 6: substâncias tóxicas e
infectantes.
• Subclasse 6.2: substâncias infectantes.
Classe 7: material radioativo.
Classe 8: substâncias corrosivas.

Classe 9: substâncias e artigos perigosos


diversos.

Fonte: ANTT, 2015.

3. Carregamento e Embalagem de Produtos Perigosos

O transporte de produto perigoso pode ser realizado de forma contínua ou descontínua.


A transferência contínua é efetuada por meio de sistemas dutoviários, principalmente
quando as instalações de origem e destino estão próximas uma da outra. É o que
ocorre, por exemplo, nos polos petroquímicos ou na transferência de derivados da
refinaria às bases de distribuição, normalmente localizados nos setores industriais do
tecido urbano ou metropolitano. Para efetivar as transferências descontínuas desse
tipo de produto, é comum a utilização do transporte rodoviário, por meio de cargas
fracionadas ou a granel.

No transporte rodoviário de produtos perigosos, carga fracionada é aquela em que


os produtos são transportados em pequenas quantidades, ou seja, em embalagens
de massa ou de volume limitados, os quais são padronizados para facilitar o
acondicionamento e o manuseio. Com isso, as embalagens podem ser movimentadas
manualmente ou por meio de paletização. Normalmente, utilizam-se embalagens
internas e externas.

12
As embalagens internas podem ser fabricadas por diversos materiais: papel, papelão,
plástico, vidro e metais. As embalagens externas são representadas por: sacos (papel
multifoliado resistente à água, plástico, têxtil emborrachado); caixas (aço, alumínio,
outros metais, madeira natural, reconstituída ou à prova de pó, papelão, plástico
expandido e rígido); tambores (aço, alumínio, outros metais, plástico, compensado e
papelão); e bombonas (aço, alumínio e plástico).

As embalagens destinadas ao
transporte de cargas fracionadas
são selecionadas em função das
características físico-químicas do
material a ser transportado, de
sua armazenagem e utilização e da
resistência requerida para que o
seu transporte e manuseio ocorram
em níveis adequados de segurança.
Por isso, a legislação nacional do
transporte de produtos perigosos
estabelece a obrigatoriedade de certificação de tais embalagens.

Carga a granel é aquela sólida ou líquida transportada em grandes volumes e que utilizam
tanques, vasos de pressão ou caçambas, para conter o material durante o transporte.
Nas operações de carga e descarga, elas exigem equipamentos para transferência do
material, tais como bombas, compressores, elevadores ou esteiras transportadoras.
Caminhões-tanque são utilizados com frequência pela indústria química, petroquímica
e de refino de petróleo para a movimentação urbana de líquidos e gases a granel.

No transporte de produtos perigosos, existem os chamados grupos de embalagem.


Algumas substâncias podem ser alocadas a um grupo de embalagem conforme o nível
de risco que apresentam. Os grupos de embalagem têm os seguintes significados:

• Grupo de embalagem I: substâncias que apresentam alto risco;

• Grupo de embalagem II: substâncias que apresentam risco médio; e

• Grupo de embalagem III: substâncias que apresentam baixo risco.

O grupo de embalagem, constante da Relação de Produtos Perigosos da Resolução


ANTT no 420/2004, é que determina as exigências para transporte em determinados
tipos embalagens e tanques, de acordo com a classe de risco do produto perigoso.

13
bb
Consulte a Resolução ANTT no 420/04, especialmente a Relação
de Produtos Perigosos, no Capítulo 3.2, e veja os grupos de
embalagem para as diversas Classes de Risco. Acesse através do
link a seguir.

http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/1420/
Resolucao_420.html.

No Brasil, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial


(Inmetro, 2015) é o órgão, delegado pela ANTT, que tem a atribuição de regulamentar
e acompanhar os programas de avaliação da conformidade e fiscalização de
embalagens, embalagens grandes, contentores intermediários para granéis (IBCs)
e tanques portáteis, utilizados no transporte terrestre de produtos perigosos, bem
como de fiscalizar e atestar a adequação dos veículos e dos equipamentos rodoviários
destinados ao transporte de produtos perigosos a granel.

Consoante Lieggio Júnior (2012), antes da certificação compulsória, muitos eram os


relatos de incidentes e acidentes nas vias públicas urbanas, em que as embalagens,
não suportando os esforços a que eram submetidas, destroçavam-se, permitindo
o derramamento de produtos perigosos, colocando em risco a saúde das pessoas, o
meio ambiente e a gestão do tráfego. Por isso, é importante conhecer a definição legal
dos seguintes termos abaixo, conforme a Resolução ANTT no 420/2004, os quais vão
permear o dia a dia do profissional de transporte rodoviário de cargas:

• Embalagens reutilizáveis: são embalagens que podem ser utilizadas mais de uma
vez por uma rede de distribuição controlada pelo expedidor, para transportar
produtos perigosos idênticos ou similares compatíveis, desde que inspecionadas
e consideradas livres de defeitos que possam comprometer sua integridade e
capacidade de suportar os ensaios de desempenho.

• Embalagens recondicionadas: são embalagens que passam por processos


de lavagem, de limpeza, de retirada de amassamentos, de restauração de
sua forma e contorno originais e de pintura, sem alterar suas características
originais (dimensional e estrutural), de forma que possam suportar os ensaios de
desempenho para serem novamente utilizadas.

14
• Embalagens refabricadas: são embalagens que passam por processos de
lavagem, de limpeza, de retirada de amassamentos, de alteração de suas
características originais (dimensional e estrutural) e de pintura, de forma que
possam suportar os ensaios de desempenho para serem novamente utilizadas.

aa
Exemplos de embalagens que podem ser reutilizáveis,
recondicionadas e refabricadas são os tambores de capacidade
de 200 litros, que circulam diariamente pelo meio urbano,
transportando líquidos inflamáveis.

bb
Leia o documento do Inmetro acerca do Procedimento de
Fiscalização – Embalagens para Transporte Terrestre de
Produtos Perigosos e fique por dentro das principais
irregularidades elencadas. Acesse-o através do link a seguir.

http://inmetro.gov.br/fiscalizacao/treinamento/embalagens_
produtos_perigosos.pdf.

Resumindo

Abordamos o conceito e a classificação de produtos perigosos para fins de


transporte. Também, falamos sobre os principais aspectos do carregamento
e embalagem de produtos perigosos.

As embalagens reutilizáveis são aquelas que, após inspecionadas, podem


ser utilizadas mais de uma vez por uma rede de distribuição controlada
pelo expedidor, para transportar produtos perigosos idênticos ou similares
compatíveis.

A reutilização de embalagens no transporte terrestre de produtos


perigosos contribui para a preservação do meio ambiente, uma vez que
permite a permanência dessas embalagens por mais tempo na cadeia
logística, uso racional de matérias-primas e energia.

15
Glossário

Embalagens externas: são representadas por sacos (papel multifolheado resistente


à água, plástico têxtil emborrachado); caixas (aço, alumínio, outros metais, madeira
natural, reconstituída ou à prova de pó, papelão, plástico expandido e rígido); tambores
(aço, alumínio, outros, plástico, compensado e papelão); bombonas (aço, alumínio e
plástico).

Embalagens internas: podem ser fabricadas por diversos materiais: papel, papelão,
plástico, vidro e metais.

16
Atividades

Conforme Resolução ANTT no 420/2004 e suas alterações, as

dd
embalagens para o transporte terrestre de produtos perigosos
devem passar por processo de certificação compulsória pelo
Inmetro.

1) No Brasil, para o transporte rodoviário de produtos


perigosos, existem três tipos de grupos de embalagem.

( ) Certo ( ) Errado

2) No Brasil, a instituição pública que tem a atribuição de


regulamentar e acompanhar os programas de avaliação da
conformidade e fiscalização de embalagens utilizadas no
transporte terrestre de produtos perigosos é:

a. ( ) CNEN.

b. ( ) IPEM.

c. ( ) Inmetro.

d. ( ) ABNT.

3) Os produtos perigosos, para fins de transporte, estão
distribuídos em sete Classes de Risco.

( ) Certo ( ) Errado

17
4) São embalagens que passam por processos de lavagem, de
limpeza, de retirada de amassamentos, de restauração de
sua forma e contorno originais e de pintura, sem alterar suas
características originais (dimensional e estrutural), de forma
que possam suportar os ensaios de desempenho para serem
novamente utilizadas. Estamos falando de:

a. ( ) Embalagens reutilizáveis.

b. ( ) Embalagens recondicionadas.

c. ( ) Embalagens refabricadas.

d. ( ) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

5) O transporte rodoviário internacional de cargas pode ser


realizado sem a necessidade de obtenção de qualquer tipo
de licença ou autorização.

( ) Certo ( ) Errado

18
Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14064:2015. Transporte


rodoviário de produtos perigosos – Diretrizes do atendimento à emergência.
Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 14619:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos –


Incompatibilidade química. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28
set. 2016.

_____. ABNT NBR 7503:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos – Ficha de


emergência e envelope – Características, dimensões e preenchimento. Disponível
em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 15481:2013. Transporte rodoviário de produtos perigosos –


Requisitos mínimos de segurança. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso
em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 16173:2013. Transporte terrestre de produtos perigosos –


Carregamento, descarregamento e transbordo a granel e embalados – Capacitação
de colaboradores. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 7500:2013. Identificação para o transporte terrestre, manuseio,


movimentação e armazenamento de produtos. Disponível em: <http://www.abnt.
org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 9735:2012. Conjunto de equipamentos para emergências no


transporte terrestre de produtos perigosos. Disponível em: <http://www.abnt.org.
br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 14095:2008. Transporte rodoviário de produtos perigosos – Área


de estacionamento para veículos – Requisitos de segurança. Disponível em: <http://
www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 15480:2007. Transporte rodoviário de produtos perigosos – Plano


de ação de emergência (PAE) no atendimento a acidentes. Disponível em: <http://
www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

19
ANTT. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 3.665, de 4 de maio
de 2011, e suas alterações. Disponível em: http://www.antt.gov.br/. Acesso em: 28
set. 2016.

_____. Resolução n° 3.056, de 12 de março de 2009, e suas alterações. Disponível em:


http://www.antt.gov.br/. Acesso em: 28 set. 2016.

____. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004, e suas alterações. Disponível em:


<http://www.antt.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

BRASIL. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
28 set. 2016.

______. Lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de


motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28
set. 2016.

______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

LIEGGIO JÚNIOR, M. Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos: Proposta


Metodológica para Avaliação e Classificação dos Serviços prestados pelas Empresas
de Transporte quanto a Riscos de Acidentes. Tese de Doutorado. Brasília, Universidade
de Brasília (UnB), 2012.

20
UNIDADE 2 | LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA DO TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 1

21
Unidade 2 | Legislação Específica do Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos – Parte 1

ff
O que você sabe sobre declaração do expedidor para transportar
produtos perigosos? Qual o objetivo a emissão dessa declaração?

Nesta segunda unidade, trataremos, no primeiro momento, das premissas para o


transporte rodoviário de produtos perigosos, a responsabilidade pela classificação de um
produto perigoso e pela emissão da Declaração do Expedidor.

Em seguida, debateremos sobre a documentação necessária para o transporte rodoviário


de produtos perigosos, a sinalização das unidades de transporte e de carga e os necessários
certificados de inspeção para os veículos transportadores. Sem a atenção a esses cuidados
e procedimentos, o condutor não poderá iniciar o transporte rodoviário de produtos
perigosos. Reconhecer a documentação necessária para o transporte rodoviário de
produtos perigosos, a sinalização das unidades de transporte e de carga e os necessários
certificados de inspeção para os veículos transportadores.

22
1. Premissas para o Transporte Rodoviário de Produtos
Perigosos

No Brasil, o transporte rodoviário de produtos perigosos é disciplinado, sobretudo,


pela Resolução ANTT no 3665/11, que atualiza o Regulamento do Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos, e pela Resolução ANTT no 420/04, que estabelece
as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos
Perigosos. Algumas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
complementam o arcabouço legal, tais como: identificação das unidades de transporte
e carga, incompatibilidade química e dimensões e requisitos de segurança para área de
estacionamento de veículos.

A legislação para o transporte rodoviário de produtos perigosos baseia-se nas premissas


de homogeneização de procedimentos operacionais, a fim de propiciar a aplicação de
seus dois princípios universais: (a) o de garantia da segurança da operação, e (b) o de
facilitação do transporte entre fronteiras dos meios urbanos nacionais e internacionais.

Para Lieggio Júnior (2012), algumas premissas do transporte desse tipo de produto
dizem respeito a: responsabilidade pela classificação de um produto perigoso para fins
de transporte; planejamento da expedição; carregamento e embalagem; treinamento
do condutor; utilização da Ficha de Emergência e do Envelope para o Transporte;
identificação dos produtos perigosos em unidades de transporte e de carga; e
responsabilidades do embarcador e do transportador.

2. Responsabilidade pela Classificação de um Produto


Perigoso para Fins de Transporte

De acordo com a Resolução ANTT no 420/04, a classificação de um produto ou resíduo


considerado perigoso para o transporte deve ser feita pelo seu fabricante ou expedidor
orientado pelo fabricante, tomando como base as características físico-químicas do
produto, alocando-o em uma das Classes ou Subclasses de Risco.

23
Com isso, devem ser tomados todos os cuidados referentes ao planejamento da
expedição, que engloba: embalagem; marcação e rotulagem; identificação das
unidades de transporte e de carga; documentação; prescrições aplicáveis a veículos
e equipamentos do transporte rodoviário; quantidade limitada e provisões especiais,
quando aplicáveis; e demais condições exigidas para transporte nos regulamentos
nacionais.

3. Declaração do Expedidor

No transporte de produtos perigosos, há a necessidade de se garantir o adequado


acondicionamento da carga. Por isso, o embarcador deve emitir uma declaração –
denominada de Declaração do Expedidor – de que os produtos estão adequadamente
acondicionados e estivados para suportar os riscos normais das etapas necessárias à
operação de transporte e que atendem à regulamentação em vigor.

4. Documentação Necessária para o Transporte Terrestre


de Produtos Perigosos

De acordo com a Resolução ANTT no 420/2004 e suas alterações, todo carregamento


de produto perigoso deve ser acompanhado de documento fiscal. O documento fiscal
para o transporte de produtos perigosos é qualquer documento (declaração de carga,
nota fiscal, conhecimento de transporte, manifesto de carga ou outro documento que
acompanhe a expedição) que contenham, em regra, as seguintes informações:

• O nome apropriado para embarque;

• A classe ou a subclasse do produto, acompanhada, para a Classe 1, da letra


correspondente ao grupo de compatibilidade. Nos casos de existência de
risco(s) subsidiário(s), poderão ser incluídos os números das classes e subclasses
correspondentes, entre parênteses, após o número da classe ou subclasse
principal do produto;

24
• O número ONU, precedido das letras “UN” ou “ONU” e o grupo de embalagem da
substância ou artigo; e

• A quantidade total por produto perigoso abrangido pela descrição (em volume,
massa, ou conteúdo líquido de explosivos, conforme apropriado). Quando se tratar
de embarque com quantidade limitada por unidade de transporte, o documento
fiscal deve informar o peso bruto do produto expresso em quilograma.

5. Treinamento do Condutor

O condutor de veículo que transporta produtos perigosos deve receber um treinamento


específico, exigido pela Resolução ANTT no 3665/11, e sua regulamentação é
estabelecida na Resolução Contran nº 168/04 e suas alterações.

Tal treinamento denomina-se Movimentação e Operação de Produtos Perigosos


(MOPP) e contempla, em geral, desde noções básicas de direção defensiva, passando
pela regulamentação nacional, até procedimentos de emergência.

6. Utilização da Ficha de Emergência e Envelope para


Transporte

A Ficha de Emergência é um documento de porte obrigatório pelo condutor do veículo


e deve conter:

• a natureza do risco apresentado pelos produtos perigosos transportados, bem


como as medidas de emergências;

• as disposições aplicáveis, caso uma pessoa entre em contato com os produtos


transportados ou com substâncias que podem desprender-se deles;

• as medidas que se devem tomar no caso de ruptura ou deterioração de embalagens


ou tanques, ou em caso de vazamento ou derramamento de produtos perigosos
transportados;

25
• no caso de vazamento ou no impedimento do veículo prosseguir viagem, as
medidas necessárias para a realização do transbordo da carga ou, quando for o
caso, restrições de manuseio do produto;

• números de telefones de
emergência do corpo de
bombeiros, polícia, defesa
civil, órgão de meio ambiente
e, quando for o caso, órgãos
competentes para as Classes 1 e
7, ao longo do itinerário; e


os produtos considerados
incompatíveis para fins de
transporte.

O Envelope para Transporte abriga as Fichas de Emergência e, no seu exterior, há


informações breves sobre como o condutor deve agir em caso de emergências e os
contatos das autoridades ao longo da rota de transporte.

7. Identificação dos Produtos Perigosos em Unidades de


Carga e de Transporte

A identificação das unidades de carga (volumes) e de transporte (veículos) é realizada


por meio de Painel de Segurança e Rótulo de Risco. O Painel de Segurança é composto
pelo número ONU e Número de Risco (código numérico constituído de dois ou três
algarismos que indicam a natureza e a intensidade do risco), podendo apresentar o
Risco Subsidiário (risco adicional que o produto perigoso apresenta).

O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de dimensão, cor e forma, e


apresentam, em regra, o pictograma, o nome e o número alusivo à Classe ou Subclasse
de Risco a que o produto perigoso pertence.

26
bb
Consulte, por meio do link a seguir, a Resolução ANTT no 420/04
e leia o Capítulo 5.3, para saber mais sobre o uso dos Rótulos de
Risco e Paineis de Segurança. Confira!

http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/1420/
Resolucao_420.html.

8. Certificados de Inspeção para Veículos

De acordo com a Resolução ANTT no 3.665/2011, os veículos e equipamentos de


transporte de produtos perigosos a granel devem ser inspecionados por organismos
de inspeção acreditados pelo Inmetro, os quais realizarão inspeções periódicas
e de construção para emissão do Certificado de Inspeção para o Transporte de
Produtos Perigosos (CIPP) e do Certificado de Inspeção Veicular (CIV), de acordo com
regulamentos técnicos vigentes, complementados com normas técnicas brasileiras ou
internacionais aceitas.

bb
Assista a um vídeo sobre a fiscalização do transporte rodoviário
de produtos perigosos, realizada pela Polícia Rodoviária Federal
(PRF) nas estradas, acessando o link a seguir.

https://www.youtube.com/watch?v=DLOrLXgT3S8

27
Resumindo

Mostramos as premissas para o transporte rodoviário de produtos


perigosos, a responsabilidade pela classificação de um produto perigoso e
pela emissão da Declaração do Expedidor. Também, falamos sobre a
documentação necessária para o transporte rodoviário de produtos
perigosos, a sinalização das unidades de transporte e de carga e os
necessários certificados de inspeção para os veículos transportadores.

É importante que o condutor do veículo esteja atento se está portando


toda a documentação obrigatória relacionada ao transporte rodoviário de
produtos perigosos, tendo em vista que essa atitude evita, além da
aplicação de multas, a perda de tempo do transportador em suas
operações.

Se é utilizado caminhão-tanque no transporte rodoviário de produtos


perigosos, deve-se estar antenado com a validade do Certificado de
Inspeção para o Transporte de Produtos Perigosos (CIPP) e do Certificado
de Inspeção Veicular (CIV).

Envelope para Transporte abriga as Fichas de Emergência e, no seu exterior,


há informações breves sobre como o condutor deve agir em caso de
emergências e os contatos das autoridades ao longo da rota de transporte.

28
Glossário

Documento fiscal: O documento fiscal para o transporte de produtos perigosos é


qualquer documento (declaração de carga, nota fiscal, conhecimento de transporte,
manifesto de carga ou outro documento que acompanhe a expedição).

Painel de Segurança: O Painel de Segurança é composto pelo número ONU e Número


de Risco (código numérico constituído de dois ou três algarismos que indicam a natureza
e a intensidade do risco), podendo apresentar o Risco Subsidiário (risco adicional que o
produto perigoso apresenta).

Rótulo de Risco: O Rótulo de Risco obedece a determinados padrões de dimensão, cor


e forma, e apresentam, em regra, o pictograma, o nome e o número alusivo à Classe ou
Subclasse de Risco a que o produto perigoso pertence.

29
Atividades

1) No transporte rodoviário de produtos perigosos, a

dd
denominada Declaração do Expedidor é facultativa.

( ) Certo ( ) Errado

2) O documento fiscal para o transporte rodoviário de


produtos perigosos deve conter, em regra, as seguintes
informações:

a. ( ) O nome apropriado do produto perigoso para


embarque.

b. ( ) A classe ou a subclasse do produto.

c. ( ) O número ONU,.

d. ( ) Todas as alternativas anteriores estão corretas.

3) A classificação de um produto ou resíduo considerado


perigoso para o transporte deve ser feita pelo
transportador.

( ) Certo ( ) Errado

30
4) A Ficha de Emergência é um documento de porte
obrigatório pelo condutor do veículo que transporta produtos
perigosos e deve conter, exceto:

a. ( ) A natureza do risco apresentado pelos produtos perigosos


transportados, bem como as medidas de emergências.

b. ( ) As disposições aplicáveis, caso uma pessoa entre em


contato com os produtos transportados.

c. ( ) As medidas que se devem tomar no caso de ruptura ou


deterioração de embalagens ou tanques.

d. ( ) O preço de cada mercadoria.

5) O Rótulo de Risco não obedece, necessariamente, a


determinados padrões de dimensão, cor e forma, e
apresentam, em regra, o pictograma, o nome e o número
alusivo à Classe ou Subclasse de Risco a que o produto
perigoso pertence.

( ) Certo ( ) Errado

31
Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14064:2015. Transporte


rodoviário de produtos perigosos – Diretrizes do atendimento à emergência.
Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 14619:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos –


Incompatibilidade química. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28
set. 2016.

_____. ABNT NBR 7503:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos – Ficha de


emergência e envelope – Características, dimensões e preenchimento. Disponível
em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 15481:2013. Transporte rodoviário de produtos perigosos –


Requisitos mínimos de segurança. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso
em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 16173:2013. Transporte terrestre de produtos perigosos –


Carregamento, descarregamento e transbordo a granel e embalados – Capacitação
de colaboradores. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 7500:2013. Identificação para o transporte terrestre, manuseio,


movimentação e armazenamento de produtos. Disponível em: <http://www.abnt.
org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 9735:2012. Conjunto de equipamentos para emergências no


transporte terrestre de produtos perigosos. Disponível em: <http://www.abnt.org.
br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 14095:2008. Transporte rodoviário de produtos perigosos – Área


de estacionamento para veículos – Requisitos de segurança. Disponível em: <http://
www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 15480:2007. Transporte rodoviário de produtos perigosos – Plano


de ação de emergência (PAE) no atendimento a acidentes. Disponível em: <http://
www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

32
ANTT. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 3.665, de 4 de maio
de 2011, e suas alterações. Disponível em: http://www.antt.gov.br/. Acesso em: 28
set. 2016.

_____. Resolução n° 3.056, de 12 de março de 2009, e suas alterações. Disponível em:


http://www.antt.gov.br/. Acesso em: 28 set. 2016.

____. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004, e suas alterações. Disponível em:


<http://www.antt.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

BRASIL. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
28 set. 2016.

______. Lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de


motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28
set. 2016.

______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

LIEGGIO JÚNIOR, M. Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos: Proposta


Metodológica para Avaliação e Classificação dos Serviços prestados pelas Empresas
de Transporte quanto a Riscos de Acidentes. Tese de Doutorado. Brasília, Universidade
de Brasília (UnB), 2012.

33
UNIDADE 3 | LEGISLAÇÃO
ESPECÍFICA DO TRANSPORTE
RODOVIÁRIO DE PRODUTOS
PERIGOSOS – PARTE 2

34
Unidade 3 | Legislação Específica do Transporte
Rodoviário de Produtos Perigosos – Parte 2

ff
Como identificar as responsabilidades do pessoal envolvido na
operação de transporte rodoviário de produtos perigosos? Qual
a importância do itinerário e da atenção à incompatibilidade
química para o tráfego desses produtos?

Nesta terceira unidade, continuaremos a falar da legislação específica, agora abarcando


a identificação das principais responsabilidades do pessoal envolvido na operação
de transporte rodoviário de produtos perigosos (condutor, expedidor, destinatário e
transportador).

Também, o aluno terá a oportunidade de compreender a importância da obediência ao


itinerário e horário, bem como da atenção à incompatibilidade química para o tráfego dos
produtos perigosos, uma vez que qualquer descuido dos procedimentos estabelecidos nas
normas legais coloca em risco o condutor, o veículo, a carga, as pessoas que circulam ao
redor e o meio ambiente

35
1. Responsabilidades do Pessoal Envolvido na Operação do
Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos

De acordo com a Resolução ANTT no 3.665/11, na operação do transporte rodoviário


de produtos perigosos, devem ser observados:

• O transportador, antes de mobilizar o veículo, deve assegurar-se de que este


esteja em condições adequadas ao transporte.

• O expedidor, além de exigir que o condutor porte documento comprobatório


referente ao curso MOPP, deve orientá-lo quanto aos riscos correspondentes aos
produtos embarcados e aos cuidados a serem observados durante o transporte.

• O condutor, durante a viagem, é o responsável pela guarda, conservação e bom


uso dos equipamentos e acessórios do veículo, inclusive os exigidos em função
da natureza específica dos produtos transportados.

O condutor deve examinar as condições gerais do veículo,

hh
verificando, inclusive, a existência de vazamento, o grau de
aquecimento, o estado de uso dos pneus e as demais condições
do conjunto transportador.

• O condutor deve interromper a


viagem e entrar em contato com
a transportadora, autoridades
ou entidades cujos telefones
estejam listados no Envelope
para o Transporte, quando
ocorrerem alterações nas
condições de partida, capazes
de colocar em risco a segurança
de vidas, de bens ou do meio
ambiente.

36
• As operações de carregamento, descarregamento e transbordo de produtos
perigosos devem ser realizadas atendendo às normas e instruções de segurança
e saúde do trabalho, estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (M T
E).

• Durante o transporte, o condutor do veículo e os auxiliares devem usar o traje


mínimo obrigatório, ficando desobrigados do uso dos EPIs.

• O pessoal que participar das operações de carregamento, descarregamento ou


transbordo de produtos perigosos a granel deve receber treinamento específico.

bb
Assista ao vídeo de simulação de acidente com produtos
perigosos, realizada pelo SEST SENAT através do link a seguir.
Confira!

https://www.youtube.com/watch?v=zSLNWQ0lC0s

2. Responsabilidades do Expedidor e do Destinatário

O profissional da área de transportes rodoviário de cargas deve estar atento às


responsabilidades do expedidor e do destinatário, quais sejam:

• O expedidor deve exigir do transportador o uso de veículo e equipamento de


transporte em boas condições técnicas e operacionais, adequados para a carga
a ser transportada, limpos ou descontaminados de resíduos de carregamentos
anteriores.

• O expedidor deve fornecer, juntamente com as devidas instruções para sua


utilização, os conjuntos de equipamentos para situações de emergência e os
equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários.

• O expedidor deve fornecer ao transportador os documentos obrigatórios para o


transporte de produtos perigosos.

37
• O expedidor é responsável pelo acondicionamento e estiva dos produtos a serem
transportados, de acordo com as especificações do fabricante.

• O expedidor, na composição de uma expedição com diversos produtos perigosos,


deve adotar todas as precauções relativas à preservação da carga, especialmente
quanto à compatibilidade

• O expedidor deve fornecer os elementos de identificação para sinalização do


veículo e equipamento de transporte quando o transportador não os possuir,
e exigir o seu emprego, bem como prestar informações sobre as características
dos produtos a serem transportados.

• O expedidor deve entregar ao transportador os produtos perigosos expedidos


de forma fracionada devidamente acondicionados, embalados, rotulados,
etiquetados e marcados.

• São de responsabilidade do expedidor, as operações de carga; e do destinatário,


as operações de descarga. Ao expedidor e ao destinatário, cumpre orientar e
treinar o pessoal empregado nessas atividades, conforme suas responsabilidades.

3. Responsabilidades do Transportador

Por outro lado, elencam-se, abaixo,


alguns exemplos de deveres e
obrigações do transportador:

• Assumir as responsabilidades
atribuídas ao expedidor,
sempre que efetuar quaisquer
alterações no carregamento de
produtos perigosos, inclusive
quando efetuar operações de
redespacho.

• Dar adequada manutenção e utilização aos veículos e equipamentos de


transporte, bem como providenciar a limpeza ou descontaminação de resíduos
de carregamentos anteriores.

38
• Vistoriar as condições de funcionamento e segurança do veículo e equipamento
de transporte, de acordo com a natureza da carga a ser transportada.

• Acompanhar, para ressalva das responsabilidades pelo transporte, as operações


de carga, descarga e transbordo executadas pelo expedidor ou destinatário de
carga.

• Produtos perigosos a granel de acordo com o especificado no CIPP.

aa
Os produtos perigosos a granel devem ser transportados de
acordo com o especificado no Certificado de Inspeção para o
Transporte de Produtos Perigosos (CIPP), emitido pelo Instituto
Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a
exemplo dos caminhões tanque.

• Portar no veículo o conjunto de equipamentos para situações de emergência e os


EPIs em bom estado de conservação e funcionamento.

• O transportador é solidariamente responsável com o expedidor na hipótese de


aceitar para transporte produtos cuja embalagem apresente sinais de violação,
deterioração, mau estado de conservação

4. Itinerário e Horários para o Transporte de Produtos


Perigosos

Por ser uma atividade que apresenta riscos em sua operação, o transporte de produtos
perigosos necessita de especial atenção quanto ao itinerário e ao horário de sua
movimentação.

A Resolução ANTT no 3.665/2011 estabelece que o condutor de veículo transportando


produtos perigosos deve evitar o uso de vias em áreas densamente povoadas ou de
proteção de mananciais, de reservatórios de água ou de reservas florestais e ecológicas,
ou que delas sejam próximas.

39
aa
As autoridades com circunscrição sobre as vias podem
determinar restrições ao seu uso, ao longo de toda a sua
extensão ou parte dela, sinalizando os trechos restritos e
assegurando percurso alternativo, assim como estabelecer
locais e períodos com restrição para estacionamento, parada,
carga e descarga.

5. A Incompatibilidade Química

A Resolução ANTT nº 420/2004 define que produtos incompatíveis para fins de


transporte são substâncias ou artigos que, quando embarcados em conjunto, resultam
riscos indevidos, no caso de vazamento, derramamento ou qualquer outro acidente.

Tais produtos incompatíveis devem ser segregados uns dos outros durante a sua
movimentação. A norma ABNT NBR 14619:2005 apresenta tabela de incompatibilidade
química entre diversas Classes de Risco de produtos perigosos. A simples consulta a
essa norma impede que o embarcador e o transportador corram riscos desnecessários
no transporte de produtos perigosos pela rede urbana e metropolitana.

40
Resumindo

Nesta unidade, mostramos as principais responsabilidades do pessoal


envolvido na operação de transporte rodoviário de produtos perigosos. E
falamos da importância do itinerário e horário, bem como da atenção à
incompatibilidade química para o tráfego desses produtos.

Já se sabe, por exemplo, que as autoridades com circunscrição sobre as vias


podem determinar restrições ao seu uso, no que diz respeito ao tráfego de
produtos perigosos.

O transportador sempre deve vistoriar as condições de funcionamento e


segurança do veículo e equipamento de transporte, de acordo com a
natureza da carga a ser transportada.

Glossário

Comprobatório: que possui provas; que tende a comprovar aquilo que foi dito ou
alegado

Ressalva: Tipo de nota ou observação escrita om o propósito de tornar válida as rasuras


ou correções em documentos.

41
Atividades

1) O condutor, durante o transporte rodoviário de produtos

dd
perigosos, é o responsável pela guarda, conservação e bom
uso dos equipamentos e acessórios do veículo.

( ) Certo ( ) Errado

2) Antes de iniciar o transporte rodoviário de produtos


perigosos, o condutor deve realizar as seguintes atividades,
exceto:

a. ( ) Examinar as condições gerais do veículo.

b. ( ) Verificar a existência de vazamento.

c. ( ) Inspecionar o estado de uso dos pneus.

d. ( ) Abrir pelo menos uma das embalagens para certificar-se


do seu conteúdo.

3) O transporte rodoviário de produtos perigosos necessita


de especial atenção quanto ao itinerário e ao horário de sua
movimentação.

( ) Certo ( ) Errado

4) Os produtos perigosos a granel devem ser transportados


de acordo com o especificado no:

a. ( ) Certificado de Inspeção Veicular (CIV).

b. ( ) Certificado de Inspeção para o Transporte de Produtos


Perigosos (CIPP).

c. ( ) Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo


(CRLV).

d. ( ) Nenhuma das alternativas anteriores está correta.

42
5) No embarque de produtos perigosos, produtos de Classes
de Risco distintas não apresentam incompatibilidade química
entre si para o transporte.

( ) Certo ( ) Errado

43
Referências

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14064:2015. Transporte


rodoviário de produtos perigosos – Diretrizes do atendimento à emergência.
Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

_____. ABNT NBR 14619:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos –


Incompatibilidade química. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28
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_____. ABNT NBR 7503:2015. Transporte terrestre de produtos perigosos – Ficha de


emergência e envelope – Características, dimensões e preenchimento. Disponível
em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

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Carregamento, descarregamento e transbordo a granel e embalados – Capacitação
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_____. ABNT NBR 7500:2013. Identificação para o transporte terrestre, manuseio,


movimentação e armazenamento de produtos. Disponível em: <http://www.abnt.
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de estacionamento para veículos – Requisitos de segurança. Disponível em: <http://
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www.abnt.org.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

44
ANTT. Agência Nacional de Transportes Terrestres. Resolução n° 3.665, de 4 de maio
de 2011, e suas alterações. Disponível em: http://www.antt.gov.br/. Acesso em: 28
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_____. Resolução n° 3.056, de 12 de março de 2009, e suas alterações. Disponível em:


http://www.antt.gov.br/. Acesso em: 28 set. 2016.

____. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004, e suas alterações. Disponível em:


<http://www.antt.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

BRASIL. Lei n° 13.103, de 2 de março de 2015. Dispõe sobre o exercício da profissão


de motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em:
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______. Lei n° 12.619, de 30 de abril de 2012. Dispõe sobre o exercício da profissão de


motorista, entre outros. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28
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______. Lei n° 11.442, de 05 de janeiro de 2007. Dispõe sobre o transporte rodoviário


de cargas por conta de terceiros e mediante remuneração, entre outros. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

______. Lei n° 9.503, de 23 de setembro de 1997. Institui o Código de Trânsito Brasileiro.


Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 28 set. 2016.

LIEGGIO JÚNIOR, M. Transporte Rodoviário de Produtos Perigosos: Proposta


Metodológica para Avaliação e Classificação dos Serviços prestados pelas Empresas
de Transporte quanto a Riscos de Acidentes. Tese de Doutorado. Brasília, Universidade
de Brasília (UnB), 2012.

45
Gabarito

Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5

Unidade 1 C C E B E

Unidade 2 E D E D E

Unidade 3 C D C B E

46

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