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a de
MO
ODEL
LAGE
EM MA
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MÁTICA E
SIM
MULA
AÇÃO
O COM
MPUT
TACIO
ONALL
e-mail: Elenilton@s
E superig.com
m.br
P odoro Domingues
Prof. Dsc. Ellenilton Teo
2012
Aracaju, Fevvereiro
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO 1
1.1. INTRODUÇÃO 1
1.2. MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE MODELOS MATEMÁTICOS 1
1.3. MODELAGEM ANALÍTICA DE SISTEMAS DINÂMICOS: OBTENÇÃO DE MODELOS
MATEMÁTICOS DE SISTEMAS 1
1.4. MODELAGEM ANALÍTICA DE SISTEMAS DINÂMICOS MODELO FÍSICO: DO SISTEMA
REAL AO MODELO FÍSICO 2
1.5. MODELAGEM ANALÍTICA DE SISTEMAS DINÂMICOS MODELO FÍSICO: DO SISTEMA
REAL AO MODELO FÍSICO 2
1. APRESENTAÇÃO
1.1. INTRODUÇÃO
1
1.4. MODELAGEM ANALÍTICA DE SISTEMAS DINÂMICOS MODELO FÍSICO: DO SISTE-
MA REAL AO MODELO FÍSICO
Um modelo físico representa um sistema físico imaginário que se assemelha ao sistema físi-
co real em suas características mais importantes, mas que é mais simples (uma idealização) e,
portanto, mais propício ao estudo.
A habilidade para simplificar a ponto de não invalidar o modelo é o ponto crucial em sua
elaboração. Os seguintes tipos de aproximação são possíveis:
– Desprezar pequenos efeitos;
– Assumir que o ambiente em torno do sistema não seja afetado por ele;
– Substituir características distribuídas por concentradas;
– Assumir relações lineares de causa-e-efeito entre as variáveis físicas;
– Assumir que os parâmetros físicos não variem com o tempo;
– Desprezar incertezas e ruídos.
Para obter as equações dinâmicas de um processo, os seguintes passos devem ser seguidos:
1. Definição das variáveis de entrada e de saída;
2. Escrever as relações sistêmica (relações de equilíbrio ou de compatibilidade inter-
elementos);
3. Escrever as relações constitutivas para cada elemento (são puramente empíricas); e
4. Combinar as relações obtidas, obtendo as equações dinâmicas.
2
CAPÍTULO 2
2. TRANSFORMADA DE LAPLACE
2.1. INTRODUÇÃO
a) Permite o uso de técnicas gráficas para prever o desempenho do sistema de controle sem
a necessidade de resolver as equações diferenciais que o descrevem.
b) Resolvendo a equação diferencial, obtém-se tanto a resposta transitória como a de regi-
me permanente.
A Transformada de Laplace transforma uma função da variável tempo, digamos f(t), numa
outra função F(s) onde s=σ+jω é uma variável complexa. Em de terminadas condições, as funções
f(t) e sua transformada F(s) estão relacionadas de forma biunívoca.
Transformada Direta
F(t) F(S)
Transformada Inversa
3
O uso de Transformadas de Laplace nos permitirá agora aprofundar a análise das proprie-
dades dos sistemas de controle. Encare a abordagem deste Capítulo como uma nova perspectiva,
e não perca de vista um aspecto fundamental: muda a abordagem, mas o objeto de estudo se
mantém!
2.2. OBJETIVO
Este não é um curso de Cálculo. Este Capítulo não tem a intenção de ensinar Transformadas
de Laplace. Nos limitaremos a reunir aqui algumas definições e propriedades já conhecidas (e es-
quecidas?) necessárias ao curso de controle.
Exemplo:
A multiplicação de dois números romanos, VI × XIV, com a resposta em número romano.
Procedimento:
Transformar estes números romanos em números arábicos: VI → 6; XIV → 14;
Problema transformado: multiplicar 6 por 14 = 84;
Converter a solução do problema transformado para a solução do problema original: 84 →
LXXXIV : Transformação Inversa.
Procedimento adotado:
Aplicação da
PROBLEMA PROBLEMA
ORIGINAL TRANSFORMADO
Transformada
VI x XIV 6 x 14
Resolução
4
2.4. REVISÃO DAS VARIAVEIS COMPLEXAS E DAS FUNÇOES COMPLEXAS
Variáveis complexas: Um número complexo tem uma parte real e uma parte imaginária,
sendo ambas constantes. Se a parte real e/ou a parte imaginária forem variáveis, teremos então o
que se denomina variável complexa. Na Transformada de Laplace, utiliza-se anotação “s”como
variável complexa. Ou seja:
s = σ + jω
Funções complexas: uma função complexa G(s) é uma função de “s”que se tem uma
parte real e uma parte imaginária ou
G(s) = G X + jG Y
Onde Gx e Gy são quantidades reais. O módulo de G(s) é G2x + G2y , e o argumento angular
θ de G(s) é tg−1 = (GX / GY ) . O ângulo é medido no sentido anti-horário a partir do sentido positi-
vo do eixo real. O complexo conjugado de G(s) é G(s) = Gx − jGy .
∞ ∞
L[f(t)] = F(s) = ∫0
e − st dt ⎣⎡f(t) ⎦⎤ = ∫
0
f(t) e − st dt
Anotações
5
2.6. TRANSFORMADA DE LAPLACE DE ALGUMAS FUNÇÕES
A função exponencial é uma das funções mais importante porque as exponenciais aparecem
sempre na solução das equações diferenciais. A função exponencial é definida como:
⎧⎪ 0 p/ t <0
f (t) = ⎨
⎪⎩ A e
−α t p/ t ≥0
Por definição:
∞
F(s) = L[f(t)] = ∫ 0
f(t) e − st dt
onde: f(t) = Ae−αt
Temos:
∞ ∞
F(s) = L[Ae −αt ] = ∫0
Ae −αt e −st dt = A ∫
0
e −( α+ s)t dt
Artifício:
u = -(α + s) t
1
du = -(α + s) dt dt = - du
(α + s)
Então:
∞ −du −A ∞ −A ∞
F(s) = A ∫
0
eu
(α + s)
=
(α + s) ∫ 0
eudu = eu
(α + s) 0
Mas:
u = -(α + s) t
Logo:
−A −A
( A
)
∞
F(s) = e−(α+s)t = e −∞ − e0 =
(α + s) 0 (α + s) (α + s)
A
F(s) =
(s + α)
Portanto:
A
f(t) = A e−α t F(s) =
(s + α)
6
Exercícios
3 −4 −7
a) F(s) = b) F(s) = c) F(s) =
(s + 2) (s + 3) (s − 5)
3 1 −1
d) F(s) = e) F(s) = f) F(s) =
(s − 5) (s − 1) (s + 1)
Anotações
7
2.6.2. FUNÇÃO DEGRAU
A função degrau corresponde a uma ação que modifica instantaneamente uma determinada
condição, ou variável, de um sistema, como a posição, ou a velocidade, ou a carga elétrica num
capacitor, ou a vazão em uma tubulação, a ativação elétrica de um circuito, ou ainda o início da
ação de uma força por exemplo. A função degrau é definida como:
⎧0 p/ t <0
f(t) = ⎨
⎩A p/ t ≥0
Onde A é constante.
Por definição:
∞
F(s) = L[f(t)] = ∫
0
f(t) e − st dt onde: f (t) = A
Temos:
∞ ∞
F(s) = L[A] = ∫
0
A e − st dt = A ∫ 0
e − st dt
Artifício:
u = -s t
1
du = -s dt dt = - du
s
Então:
∞ − du −A ∞ −A u ∞
F(s) = A ∫
0
eu
s
=
s ∫ 0
eu du =
s
e
0
mas: u = -s t
Logo:
− A −s − A −∞
( A
)
∞
t
F(s) = e = e − e0 =
s 0 s s
A
F(s) =
s
Portanto:
A
f(t) = A F(s) =
s
8
Exercícios
3 −4 −7
a) F(s) = b) F(s) = c) F(s) =
s s s
−3 1 −1
d) F(s) = e) F(s) = f) F(s) =
s s s
Anotações
9
2.6.3. FUNÇÃO RAMPA
A função rampa corresponde a uma ação que cresce linearmente no tempo, a partir de uma
ação nula. Ela é contínua no tempo, porém sua derivada é descontínua na origem. Quando o tem-
po tende a infinito, o valor da ação na função rampa também tende a infinito. Na prática isto não
ocorre, uma vez que não se consegue gerar ações de intensidade infinita. A função rampa é defini-
da por:
⎧0 p/ t <0
f(t) = ⎨
⎩A ⋅ t p/ t ≥0
Onde A é constante.
Por definição:
∞
F(s) = L[f(t)] = ∫ 0
f(t) e − st dt onde: f(t) = A ⋅ t
Temos:
∞ ∞ ⎡ ⎤
F(s) = L[At] = ∫0
A t e − st dt = A ∫
0
t e − st dt = A ⎢u ⋅ v −
⎣ ∫ v du⎥ =
⎦
Então:
⎡ ∞ ⎤
⎢ ⎥
⎢ ⎛ 1 ⎞ ∞⎛ 1
− st ⎞ ⎥
F(s) = A ⎢ t
⎢
⋅ ⎜ − e − st ⎟
⎝ s ⎠
−∫ −
⎜ s
0 ⎝
e ⎟ ⎥ =
dt
⎠ ⎥
⎢u v v
du
⎥
⎣ 0 ⎦
⎡ ⎛ 1 ⎞ ⎛ 1 ⎞ ∞⎛1 ⎞ ⎤
F(s) = A ⎢ ∞ ⋅ ⎜ − e − s( ∞ ) ⎟ − 0 ⋅ ⎜ − e − s(0) ⎟ + ∫
− st
⎜se ⎟ dt ⎥ =
⎣ ⎝ s ⎠ ⎝ s ⎠ 0 ⎝ ⎠ ⎦
⎡ 1 ∞⎤ ⎡⎛ 1 − s ( ∞ ) ⎞ ⎛ 1 − s ( 0 ) ⎞ ⎤ ⎡1⎤ A
F(s) = A ⎢ − 2 e − st ⎥ = A ⎢⎜ − 2 e ⎟ − ⎜− 2 e ⎟⎥ = A ⎢ 2 ⎥ = 2
⎣ s 0 ⎦ ⎣⎝ s ⎠ ⎝ s ⎠⎦ ⎣s ⎦ s
A
F(s) =
s2
Portanto:
A
f(t) = A ⋅ t F(s) =
s2
10
Exercícios
3 −4 −7
a) F(s) = b) F(s) = c) F(s) =
s2 s2 s2
−3 1 −1
d) F(s) = 2
e) F(s) = 2
f) F(s) =
s s s2
Anotações
11
2.6.4. FUNÇÃO SENO
Também muito importante, essa função de teste pode simular um sinal de natureza harmô-
nica. Um exemplo bastante familiar é a tensão elétrica que existe em nossa residência. Ela é defi-
nida como:
⎧0 p/ t <0
f(t) = ⎨
⎩ A sen(ωt) p/ t ≥ 0
Por definição:
∞
F(s) = L[f(t)] = ∫ 0
f(t) e − st dt onde: f(t) = A ⋅ sen(ωt)
Temos:
∞ ∞
F(s) = L[A ⋅ sen(ωt)] = ∫0
A ⋅ sen(ωt) e − st dt = A ∫ 0
sen(ωt) e − st dt =
e j θ − e − jθ
Fórmula Euler: e jθ = cos θ + j senθ sen θ =
2j
e jθ + e− jθ
e− jθ = cos θ - j senθ cos θ =
2
Então:
∞ ⎛ e jω t − e − jω t ⎞ − st A ∞
F(s) = ∫ 0
A⎜
⎜
⎝ 2j
⎟⎟ e dt =
⎠ 2j ∫ 0
e −(s − jω)t − e −(s + jω)t dt =
A ⎡ ∞ ∞ ⎤ A ⎡ −1 ∞ 1 ∞⎤
F(s) =
2j ⎢⎣ ∫0
e −(s − jω)t dt − ∫0
e −(s + jω)t dt ⎥ = ⎢
⎦ 2j ⎣ (s − jω)
e −(s − jω)t
0
+
(s + jω)
e −(s + jω)t
0
⎥=
⎦
A ⎡ −1 ⎤
F(s) =
2j ⎢⎣ (s − jω)
(
e −∞ − e0 +
1
(s + jω)
)
e −∞ − e0 ⎥ =
⎦
( )
A ⎡ jω + j ω ⎤ A ⎡ 2j ω ⎤ Aω Aω
F(s) = ⎢ ⎥ = ⎢ 2 ⎥= 2 F(s) =
2j ⎣ s + ω ⎦ 2j ⎢⎣ s + ω ⎥⎦ s + ω2
2 2 2
s + ω2
2
Portanto:
Aω
f(t) = A ⋅ sen(ωt) F(s) =
s + ω2
2
12
Exercícios
3 −4 −7
a) F(s) = 2
b) F(s) = 2
c) F(s) = 2
s +5 s +6 s +9
−3 1 2
d) F(s) = 2
e) F(s) = 2 f) F(s) = 3
s + 25 s +1 s2 + 6
Anotações
13
2.6.5. FUNÇÃO COSENO
Essa função de teste também pode simular um sinal de natureza harmônica. Ela é definida
como:
⎧0 p/ t < 0
f(t) = ⎨
⎩ A cos(ωt) p/ t ≥0
Por definição:
∞
F(s) = L[f(t)] = ∫0
f(t) e − st dt onde: f(t) = A ⋅ cos(ωt)
Temos:
∞ ∞
F(s) = L[A ⋅ cos(ωt)] = ∫0
A ⋅ cos(ωt) e − st dt = A ∫ 0
cos(ωt) e − st dt =
e j θ − e − jθ
Fórmula Euler: e jθ = cos θ + j senθ sen θ =
2j
e jθ + e− jθ
e− jθ = cos θ - j senθ cos θ =
2
Então:
∞ ⎛ e jωt + e − jωt ⎞ − st A ∞
F(s) = ∫0
A⎜
⎜
⎝ 2
⎟⎟ e dt =
⎠ 2 ∫ 0
e −(s − jω)t + e −(s + jω)t dt =
A⎡ ∞ ∞ ⎤ A ⎡ −1 ∞ −1 ∞⎤
F(s) =
2 ⎢⎣ ∫ 0
e −(s − jω)t dt + ∫0
e −(s + jω)t dt ⎥ = ⎢
⎦ 2 ⎣ (s − jω)
e −(s − jω)t
0
+
(s + jω)
e −(s + jω)t
0
⎥=
⎦
A ⎡ −1 ⎤
F(s) =
2 ⎢⎣ (s − jω)
(
e −∞ − e0 +
−1
(s + jω)
)
e −∞ − e0 ⎥ =
⎦
( )
A⎡ 1 1 ⎤ A ⎡ (s + jω) + (s − jω) ⎤ A ⎡ (s + jω + s − jω ) ⎤
F(s) = + = = ⎢ ⎥=
2 ⎣ (s − jω) (s + jω) ⎦ 2 ⎢⎣ (s − jω)(s + jω) ⎥⎦ 2 ⎢⎣
⎢ ⎥
s 2 + ω2 ⎥⎦
A ⎡ 2s ⎤ A ⎡ 2 s ⎤ As As
F(s) = = ⎢ ⎥= F(s) =
2 ⎢⎣ s 2 + ω2 ⎥⎦ 2 ⎣ s 2 + ω2 ⎦ s 2 + ω2 s 2 + ω2
Portanto:
As
f(t) = A ⋅ cos(ωt) F(s) =
s + ω2
2
14
Exercícios
3s −4s −7s
a) F(s) = 2
b) F(s) = 2
c) F(s) = 2
s +5 s +6 s +9
−3s s 2s
c) F(s) = 2
d) F(s) = 2 e) F(s) = 3
s + 25 s +1 s2 + 6
Anotações
15
2.6.6. TEOREMA DA TRANSLACÃO
∞
L[f(t - α)u(t - α)] = ∫
0
f(t - α)u(t - α) e − st dt
∞ ∞
L[f(t - α)u(t - α)] = ∫ 0
f(t - α)u(t - α) e − st dt = ∫−α
f(τ)u(τ) e − s( τ+α ) dτ
Como estamos considerando f(t) = 0 para t < 0 , para f(τ)u(τ) = 0 para τ < 0 . Como con-
seqüência, podemos mudar o limite inferior da integração de −α para 0. Assim:
∞ ∞
L[f(t - α)u(t - α)] = ∫ −α
f(τ)u(τ) e − s( τ+α ) dτ = ∫
0
φ(τ) u(τ) e − s( τ+α ) dτ
∞ ∞
L[f(t - α)u(t - α)] = ∫ f(τ) e − sτ e − sα dτ = e − sα ∫ f(τ) e − sτ dτ = e − sαF(s)
0 0
∞
Onde: F(s) = L[f(t)] = ∫0
f(t) e − st dt
Esta ultima equação estabelece que a translação de uma função no tempo f(t) u(t) de α
(onde α ≥ 0 ) corresponde à multiplicação da transformada F(s) por e−sα .
Portanto:
16
Exemplo 01: Obter a Transformada de Laplace das funções f(t) mostradas abaixo:
a)
f(t) = A × u(t - α) - A × u ( t - β)
A −αs A −β s A ⎡ −αs
F(s) = e − e = e − e −β s ⎤
s s s ⎣ ⎦
b)
A A A
f(t) = t ⋅ u(t) − t ⋅ u ( t − α ) = ⎣⎡t ⋅ u(t) − t ⋅ u(t − α) ⎦⎤ =
α α α
A A
f(t) = ⎡t ⋅ u(t) − (t + α − α ) ⋅ u(t − α) ⎤⎦ = ⎡⎣t ⋅ u(t) − (t − α) ⋅ u(t − α) − α ⋅ u(t − α) ⎤⎦ =
α⎣ α
A A A
f(t) = t ⋅ u(t) − (t − α) ⋅ u(t − α) − α ⋅ u(t − α) =
α α α
A A Aα −αs A ⎡ 1 1 α ⎤
F(s) = 2
− 2
e −αs − e = ⎢ 2 − 2 e −αs − e −αs ⎥ =
αs αs αs α ⎣s s s ⎦
F(s) =
A⎡1
α ⎢⎣ s 2
( ⎤ A
)
1 − e −αs − αse −αs ⎥ = 2 ⎡1 − e −αs (1 − αs ) ⎤
⎦ αs ⎣ ⎦
17
Exercícios:
a)
b)
18
2.6.7. FUNÇÃO PULSO OU GATE
⎧0 p/ t <0
⎪
u(t) = ⎨ A p/ 0 ≤ t < α
⎪0 p/ t > α
⎩
F(s) =
A A - αs
- e
s s
F(s) =
A
s
(
1 - e - αs )
Portanto:
Anotações
19
2.6.8. FUNÇÃO IMPULSO
1 ⎡ 1 ⎤
f(t) = (t) + ⎢ − ⋅ u(t - A) ⎥
A ⎣ A ⎦
Se a largura do pulso for diminuída e a altura for aumentada, mantendo sempre unitária a
área sobre o pulso, no limite, A→0 resulta num pulso de largura zero, amplitude infinita e área
unitária.
Neste limite, o pulso é chamado de Impulso Unitário. Veja afigura a seguir:
⎧ 0 p/ t <0
⎪⎪
1
δ(t) ⎨ lim p / 0 ≤ t < Δt
Δt →0 Δt
⎪
⎪⎩ 0 p / t > Δt
A função impulso unitário corresponde a uma ação que age sobre um sistema durante um
intervalo infinitesimal de tempo, ou seja, ela atua por um pequeno intervalo de tempo e depois
cessa a atuação. Esta função é também conhecida como função “delta de Dirac”.
Na função impulso unitário a potência e a energia despendidas na ação são limitados, porém
a ação não é. Isto se deve ao fato de que o intervalo de tempo que dura o acionamento é muito
pequeno, e tende a zero, fazendo com que a força neste intervalo tenda a infinito. Um bom exem-
plo da aplicação de um impulso unitário é no choque entre duas partes mecânicas. A função impul-
so unitário é definida como:
⎡1 1 ⎤
δ(t) = lim ⎢ - ⋅ u(t - A) ⎥
A →0 ⎣ A A ⎦
20
⎡ 1 e-As ⎤
⎡ d
(
⎢ dA 1 - e
-As
) ⎤⎥
L[δ(t)] = lim ⎢
A →0 ⎢ As
− ⎥ = lim
⎡1
As ⎥⎦ A →0 ⎢⎣ As
(
1- e -As ⎤
⎦
)
⎥ = Alim
→0
⎢
⎢ d (As)
⎥
⎥
⎣
⎣⎢ dA ⎦⎥
se-As
L[δ(t)] = lim =1
A →0 s
Portanto:
L[δ(t)] = 1
Anotações
21
2.7. ALGUMAS PROPIEDADES DA TRANSFORMADA DE LAPLACE
A Transformada de Laplace (T.L.) possui várias propriedades gerais. Estas propriedades faci-
litam a obtenção da Transformada de muitas funções.
2.7.1. LINEARIDADE
A Transformada de Laplace (T.L.) é uma operação linear, isto é, para quaisquer funções f(t) e
g(t) cujas T.L existam e quaisquer constantes C1 e C2 temos:
Exemplo 01:
a) L[2 × sen(3t) - 4 × cos(2t)]
3 s 6 4s
L[2 × sen(3t) - 4 × cos(2t)] = 2 2 2
-4 2 2
= 2
- 2
s +3 s +2 s +9 s +4
6 4s
L[2 × sen(3t) - 4 × cos(2t)] = 2
- 2
s +9 s +4
Exercícios
22
−αt
2.7.2. MULTIPLICAÇÃO DE UMA F(T) POR e
Se f(t) é transformável por Laplace, sendo F(s) sua Transformada de Laplace, então a T.L. de
f(t) será obtida como:
∞
L[e-αt f(t)] = ∫
0
e-αt f(t)dt = F(s + α)
Exemplo 01:
a) L[e−αt cos(ωt)]
s+α
L[e −αt cos(ωt)] =
( s + α )2 + ω2
b) L[e−αt sen(ωt)]
ω
L[e−αt sen(ωt)] =
( s + α )2 + ω2
Exercícios
a) L[e2t sen(3t)]
b) L[e−2t cos(7t)]
23
2.7.3. MULTIPLICAÇÃO DE UMA F(T) POR tn
Se f(t) é transformável por Laplace, sendo F(s) sua Transformada de Laplace, então a T.L. de
f(t) será obtida como:
n!
L[t n e- αt ] = Onde : (n=1,2,3,......)
(s + α)n +1
Exemplo 01:
L[t2e5t ] =
2! 2 ×1 2
L[t 2 e5t ] = = =
(s − 5)2 +1 (s − 5)3 (s − 5)3
Exercícios
a) L[t2 sen(t)]
3 -7t
b) L[t e ]
24
2.7.4. TRANSFORMADA DE LAPLACE DE DERIVADAS
Se existe a Transformada de f(t) e de f’(t), então a T.L. de f’(t) será obtida como:
∞
L[f '(t)] = ∫
0
f '(t) e-st dt
∞
L[f '(t)] = uv − ∫ 0
v du
Artifício:
u = e-st du = -se-st dt
dv = f '(t) dt v = f(t)
Então:
( )
∞
∫
∞
L[f '(t)] = e − st f(t) 0 − f(t) −se − st dt
0
∞
L[f '(t)] = [e −∞ f(∞) − e0 f(0)] + s ∫0
f(t)e − st dt
⎡ dn [f(t)] ⎤ n
L⎢ n ⎥ = s F(s)
⎣⎢ dt ⎦⎥
Anotações
25
2.7.5. TRANSFORMADA DE LAPLACE DE INTEGRAIS
Se existe a Transformada de f(t), então a T.L. da integral de f(t) será obtida como:
⎡ t ⎤ ∞ ⎡ t ⎤
L⎢
⎣ ∫
0
f(t)dt ⎥ =
⎦ ∫ ∫
0
⎢
⎣ 0
f(t)dt ⎥ e-st dt
⎦
⎡ t ⎤
L⎢
⎣ ∫
0
f(t)dt ⎥ = uv −
⎦ ∫ v du
Artifício:
t
u= ∫ 0
f(t)dt du = f(t)dt
1 − st
dv = e−st dt v=− e
s
Então:
∞
⎡ t ⎤ ⎡ t ⎤⎡ 1 ⎤ ∞ 1
L⎢
⎣ ∫
0
f(t)dt ⎥ = ⎢
⎦ ⎣ ∫ 0
f(t)dt ⎥ ⎢ − e − st ⎥ −
⎦⎣ s ⎦0 ∫ 0
− e −st ⎡⎣f(t)dt ⎤⎦
s
⎡ t ⎤ ⎡ t ⎤ 1 1 ∞
L⎢
⎣ ∫
0
f (t)dt ⎥ = ⎢
⎦ ⎣ ∫ 0
f(t)dt ⎥
⎦ t =0 s
+
s ∫
0
f (t)e − st dt
Fazendo:
⎡ t ⎤
f − 1 (0) = ⎢
⎣ ∫0
f (t)dt ⎥
⎦ t =0
Teremos:
−1
⎡ t ⎤ f (0) F(s)
L⎢
⎣ ∫
0
f(t)dt ⎥ =
⎦ s
+
s
⎡ t ⎤ F(s)
L⎢
⎣ ∫
0
f(t)dt ⎥ =
⎦ s
Anotações
26
2.8. TRANSFORMADA INVERSA DE LAPLACE
1 c + j∞
L−1 [F(s)] = f(t) =
2πj ∫
c + j∞
F(s)e−st ds , para t > 0
onde “c”, abscissa de convergência, é uma constante real e é escolhida com valor superior à parte
real de todos os pontos singulares de F(s). Assim o caminho de integração é paralelo ao eixo jω e é
deslocado do eixo de um valor de c. Esse caminho de integração fica à direita de todos os pontos
singulares.
O cálculo da integral de inversão é, aparentemente, complicado. Na prática, raramente utili-
zaremos essa integral para a obtenção de f(t). Existem métodos mais simples para encontrar f(t).
Esses métodos são apresentados a seguir.
B(s)
F(s) =
A(s)
onde A(s) e B(s) são polinômios em “s”. Na expansão de F(s)= B(s)/A(s) em frações parciais, é
importante que a maior potência de “s” em A(s) seja maior do que a maior potência de
“s” em B(s).
27
Se não for esse o caso, o numerador B(s) deve ser dividido pelo denominador A(s) para
resultar um polinômio em “s” mais um resto (uma relação de polinômio em “s” cujo numerador é
de menor grau que o denominador). Ou seja:
B(s) A(s)
R(s) Q(s)
Logo:
R(s) B(s)
Q(s) + =
A(s) A(s)
B(s) R(s)
F(s) = = Q(s) +
A(s) A(s)
B(s) s 2 + 3s + 3
a) F(s) = =
A(s) s +1
s2 + 3s + 3 s + 1
−s2 − s s+2
2s + 3 1
Logo: F(s) = s + 2 +
s +1
-2s - 2
1
⎡ 1 ⎤
L−1 [F(s)] = L−1 [s] + L−1 [2] + L−1 ⎢ ⎥
⎣s + 1⎦
dδ(t)
f(t) = + 2δ(t) + e − t
dt
28
Exercícios
3 2
a) F(s) = B(s) = s + 5s + 9s + 7
A(s) (s + 1) (s + 2 )
Se a potência de “s” em A(s) é maior do que a maior potência de “s” em B(s) en-
tão, F(s), Transformada de Laplace de f(t), pode ser separada em componentes:
L−1 [F(s)] = L−1 [F1 (s)] + L−1 [F2 (s)] + + L−1 [Fn (s)]
Logo:
onde f1(t), f2(t),....., fn(t) são as Transformadas Inversas de F1(s), F2(s),....., Fn(s), respectivamente.
29
2.10.1. F(S) ENVOLVE SOMENTE PÓLOS REAIS E DISTINTOS
B(s) K ( s + z1 ) ( s + z 2 ) ( s + zk ) ( s + z m ) ,
F(s) = = para m < n
A(s) ( s + p1 ) ( s + p 2 ) ( s + pk ) ( s + pn )
Onde p1 , p2 , ..., pn e z1 , z2 , ..., zn são quantidades reais. Se F(s) possuir somente pólos
(raízes) distintos, ela então poderá ser expandida em uma soma de frações parciais simples, como
está indicado a seguir:
B(s) b1 b2 bk bn
F(s) = = + + + + + (2.1)
A(s) ( s + p1 ) ( s + p2 ) ( s + pk ) ( s + pn )
⎡ B(s) ⎤ ⎡ b1 b
⎢ A(s) ( s + pk ) ⎥ =⎢ ( s + pk ) + 2 ( s + pk )
⎣ ⎦ s =-pk ⎢⎣ ( s + p1 ) ( s + p2 )
bk bn ⎤
+ + ( s + pk ) + + ( s + pk )⎥ = bk
( s + pk ) ( s + pn ) ⎥⎦ s =−pk
Vemos que todos os termos expandidos são eliminados, com exceção de bk . Assim o resí-
duo é determinado por:
⎡ B(s) ⎤
bk = ⎢ ( s + pk )⎥
⎣ A(s) ⎦ s =−pk
⎡ bk ⎤ −p t
L -1 ⎢ ⎥ = bk e k
⎣ s + pk ⎦
Anotações
30
RESUMO:
B(s) b1 b2 bk bn
F(s) = = + + + + +
A(s) ( s + p1 ) ( s + p2 ) ( s + pk ) ( s + pn )
⎡ B(s) ⎤
bk = ⎢ ( s + pk )⎥
⎣ A(s) ⎦ s =−pk
s+3
a) F(s) =
( s + 1)( s + 2 )
s+3 b b
F(s) = = 1 + 2
( s + 1 )( s + 2 ) s + 1 s +2
⎡ s+3 ⎤ s + 3⎤ ⎡ (-1) + 3 ⎤ 2
b1 = ⎢ ( s + 1)⎥ = ⎡⎢ ⎥ =⎢ ⎥ = =2
⎢⎣ ( s + 1)( s + 2 ) ⎥⎦S =−1 ⎣ s + 2 ⎦S =−1 ⎣ (-1) + 2 ⎦S =−1 1
⎡ s+3 ⎤ s + 3⎤ ⎡ (-2) + 3 ⎤ 1
b2 = ⎢ ( s + 2)⎥ = ⎡⎢ ⎥ =⎢ ⎥ = = −1
⎣⎢ ( s + 1)( s + 2) ⎦⎥S=−2 ⎣ s + 1 ⎦S=−2 ⎣ (-2) + 1 ⎦S=−2 -1
Assim:
f(t) = L -1 ⎣⎡F(s) ⎦⎤
⎡ 2 -1 ⎤ -1 ⎡ 2 ⎤ -1 ⎡ -1 ⎤
f(t) = L -1 ⎢ + ⎥ = L ⎢s + 1⎥ + L ⎢s + 2 ⎥ =
⎣s + 1 s + 2⎦ ⎣ ⎦ ⎣ ⎦
31
Exercícios
s+7
a) F(s) =
s 2 + 8s + 15
s+3
b) F(s) = 2
s + 9s + 20
32
2.10.2. F(S) ENVOLVE PÓLOS COMPLEXOS CONJUGADOS
B(s) β1s + β2 b3 bk bn
F(s) = = + + + + + (2.2)
A(s) ( s + p1 )( s + p2 ) ( s + p3 ) ( s + pk ) ( s + pn )
⎡ B(s) ⎤ ⎡ b3
⎢ A(s) ( s + p1 )( s + p2 ) ⎥ = ⎢[β1s + β2 ] + ( s + p1 )( s + p2 )
⎣ ⎦s =-p1 ⎢⎣ ( s + p3 )
bk
+ + ( s + p1 )( s + p2 )
( s + pk )
bn ⎤
+ + ( s + p1 )( s + p2 )⎥
( s + pn ) ⎥⎦ s =−p1
Vemos que todos os termos expandidos são eliminados, com exceção de do termo
(β1s + β2 ) . Portanto:
⎡ B(s) ⎤
⎡⎣β1 s + β2 ⎤⎦s =-p = ⎢ ( s + p1 )( s + p2 )⎥ (2.3)
1
⎣ A(s) ⎦ s =-p1
Como p1 é uma grandeza complexa, ambos os lados da eq.(2.3) são grandezas complexas.
Igualando as partes reais de ambos os lados da eq.(2.3), obtemos uma equação. Da mesma for-
ma, igualando as partes imaginarias de ambos os lados da eq.(2.3), obtemos uma outra equação.
Dessas duas equações é possível determinar β1 e β2. Os outros coeficientes b3,....,bk,....,bn serão
obtidos como no primeiro caso.
RESUMO:
B(s) β1s + β2 b3 bk bn
F(s) = = + + + + +
A(s) (s + p1 )(s + p2 ) (s + p3 ) (s + pk ) (s + pn )
Multiplica-se todos os numeradores por “(s+p1) (s+p2)” e faz s=-p1 ou s=-p2, obtendo-se:
⎡ B(s) ⎤
⎡⎣β1s + β2 ⎤⎦s =−p = ⎢ (s + p1 )(s + p2 ) ⎥
1
⎣ A(s) ⎦ s =−p1
33
Exemplo 01: Determine a Transformada Inversa de Laplace de:
s +1
a) F(s) =
( 2
s s + s +1 )
A F(s) pode ser expandida da seguinte forma:
s +1 s +1 β1 s + β2 b
F(s) = = = + 3
( 2
s s + s +1 ) ⎛ 1
s ⎜s + +
3j ⎞ ⎛ 1
⎟⎟ ⎜⎜ s + -
3j ⎞ ⎛ 1
⎟⎟ ⎜⎜ s + +
3j ⎞ ⎛ 1
⎟⎟ ⎜⎜ s + -
3j ⎞ s + 0
⎟⎟
⎜ 2 2 2 2 2 2 2 2
⎝ ⎠⎝ ⎠ ⎝ ⎠⎝ ⎠
s +1 β1 s + β2 b3
F(s) = = + (2.4)
( 2
s s + s +1 ) ⎛ 1
⎜⎜ s + +
3j ⎞ ⎛ 1
⎟⎟ ⎜⎜ s + -
3j ⎞
⎟
s+0
⎝ 2 2 ⎠⎝ 2 2 ⎟⎠
1 3j
s=- - obtendo:
2 2
⎡ B(s) ⎤
⎡⎣β1s + β2 ⎤⎦s =−p = ⎢ (s + p1 )(s + p2 ) ⎥
1
⎣ A(s) ⎦ s =−p1
⎡ ⎤
⎢ ⎥
⎢ s +1 ⎛ 1 3j ⎞ ⎛ 1 3j ⎞ ⎥
⎡⎣β1s + β2 ⎤⎦s =− 1 - 3j =⎢ ⎜⎜ s + + ⎟ ⎜⎜ s + - ⎟⎥
2 2 ⎢ ⎛ 1 3j ⎞ ⎛ 1 3j ⎞ ⎝ 2 2 ⎟⎠ ⎝ 2 2 ⎟⎠ ⎥
⎢ s ⎜⎜ s + + ⎟⎟ ⎜⎜ s + - ⎟ ⎥
2 2 ⎠⎝ 2 2 ⎟⎠
⎣⎢ ⎝ ⎦⎥ s =− 1 - 3j
2 2
⎡ s + 1⎤
⎡⎣β1s + β2 ⎤⎦s =− 1 - 3j =⎢ ⎥
2 2 ⎣ s ⎦ s =− 1 - 3j
2 2
⎛ 1 3j ⎞ ⎛1 3j ⎞
⎜⎜ − - ⎟⎟ + 1 ⎜⎜ - ⎟
⎛ 1 3j ⎞ ⎝ 2 2 ⎠ 2 2 ⎟⎠
⎜⎜ − - ⎟⎟ β1 + β2 = = ⎝ (multiplica-se pelo conjugado)
⎝ 2 2 ⎠ ⎛ 1 3j ⎞ ⎛ 1 3j ⎞
⎜⎜ − - ⎟⎟ ⎜⎜ − - ⎟
⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎟⎠
⎛1 3j ⎞ ⎛ 1 3j ⎞
⎜⎜ - ⎟ ⎜⎜ − + ⎟ 1 3j 3j 3
1 3j 2 2 ⎟⎠ 2 2 ⎟⎠ − 4 + + +
4 = 1 + 3j
− β1 − β1 + β2 = ⎝ x ⎝ = 4 4
2 2 ⎛ 1 3j ⎞ ⎛ 1 3j ⎞ 1 3j 3j 3 2 2
⎜⎜ − - ⎟ ⎜− + ⎟ + - + +
⎝ 2 2 ⎟⎠ ⎜⎝ 2 2 ⎟⎠ 4 4 4 4
34
Logo:
1 3j 1 3j
− β1 + β2 − β1 = +
2 2 2 2
⎧ 1 1
⎪⎪− 2 β1 + β2 = 2
⎨
⎪− 3j β = + 3j
⎪⎩ 2 1 2
β1 = −1 β2 = 0
⎡ s +1 ⎤ ⎡ s +1 ⎤ ⎡ (0) + 1 ⎤ 1
b3 = ⎢ 2
s⎥ =⎢ 2 ⎥ =⎢ 2 ⎥ = =1
⎣ s (s + s + 1) ⎦ S =0 ⎣ s + s + 1 ⎦ S =0 ⎣ (0) + (0) + 1 ⎦ 1
b3 = 1
Portanto:
s +1 −s 1
F(s) = = +
(
s s2 + s + 1 ) s2 + s + 1 s
A equação: s 2 + s + 1 pode ser reescrita da seguinte forma: (s+R)2+I2, onde R é a parte re-
al e I é a parte imaginaria das raízes complexas. Ou seja:
2 2
⎛ 1⎞ ⎛ 3⎞
s2 + s + 1 = ⎜ s + ⎟ + ⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎜⎝ 2 ⎟⎠
Logo:
s +1 −s 1 −s 1
F(s) = = + = +
( 2
s s + s +1 ) 2
s + s +1 s
⎛ 1⎞
2
⎛ 3⎞
2 s
⎜ s + 2 ⎟ + ⎜⎜ 2 ⎟⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
1 1 ⎛ 1⎞ 1
−s + − −⎜s + ⎟
2 2 1 ⎝ 2⎠ 2 1
F(s) = 2
+ = 2
+ 2
+
1⎞
2
⎛ 3⎞ s 1⎞
2
⎛ 3⎞ 1⎞
2
⎛ 3⎞ s
⎛ ⎛ ⎛
⎜ s + 2 ⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟
2 ⎠ ⎜s + ⎟
2⎠
+⎜
⎜ 2 ⎟⎟ ⎜ s + 2 ⎟ + ⎜⎜ 2 ⎟⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎝ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
35
A Transformada Inversa de Laplace F(s) é então dada por:
f(t) = L -1 ⎣⎡F(s) ⎦⎤
⎡ ⎤
⎢ ⎛ 1⎞ 3 1 ⎥
−⎜s + ⎟
-1 -1
⎢ ⎝ 2⎠ 2 2 1⎥
f(t) = L ⎣⎡F(s) ⎦⎤ = L ⎢ 2
+ 2
+ ⎥
⎢⎛ 1⎞
2
⎛ 3⎞ 3 ⎛ 1⎞
2
⎛ 3⎞ s⎥
⎢ ⎜ s + ⎟ + ⎜⎜ ⎟⎟ ⎜ s+ ⎟ +⎜ ⎟
⎜ 2 ⎟ ⎥
⎣⎢ ⎝ 2⎠ ⎝ 2 ⎠ 2 ⎝ 2⎠ ⎝ ⎠ ⎥⎦
1 1
− t ⎛ 3 ⎞ 3 −2t ⎛ 3 ⎞
f(t) = −e 2 cos ⎜ t⎟ + e sen ⎜ t +1 para t ≥ 0
⎜ 2 ⎟ 3 ⎜ 2 ⎟⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠
DICA:
A ocorrência de raízes complexas gera a presença de termos oscilatórios na resposta dinâmica e a
possibilidade de uma formatação genérica para a solução final, usando funções trigonométricas.
Portanto, o modo mais usual é fazer a expansão na soma de uma função senoidal amortecida e
uma função cossenoidal amortecida.
ω s+α
L ⎡ e −αt senωt ⎤ = L ⎡e −αt cos ωt ⎤ =
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
2
( s + α ) + ω2 2
( s + α ) + ω2
2s + 12
a) F(s) = 2
s + 2s + 5
A função F(s) pode ser expandida em uma função senoidal amortecida e uma função cosse-
noidal amortecida:
2s + 12 2s + 12 2(s + 1) + 10
F(s) = = =
2
s + 2s + 5 ( s + 1 + 2j )( s + 1 - 2j ) ( s + 1 )2 + ( 2 )2
2s + 12 2(s + 1) 10 (s + 1) 2
F(s) = = + =2 +5
s 2 + 2s + 5 ( s + 1)2 2
+ (2) ( s + 1)2
+ (2)
2 2
( s + 1) + (2)
2 2
( s + 1) + (2)
2
f(t) = L -1 ⎡⎣F(s) ⎤⎦
⎡ (s + 1) ⎤ ⎡ 2 ⎤
f(t) = 2L -1 ⎢ ⎥ + 5L -1 ⎢ ⎥
⎢ ( s + 1)2 + ( 2)2 ⎥ ⎢ ( s + 1)2 + ( 2)2 ⎥
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
36
Exercícios
s+7
a) F(s) = 2
(s + 2s + 5)(s + 3)
s−2
b) F(s) = 2
s + 3s + 4
37
2.10.3. F(S) ENVOLVE PÓLOS MÚLTIPLOS
Considere a F(s) =B(s)/A(s), onde A(s) =0 tem raízes P1 de multiplicidade “r”. [As outras
raízes são supostas distintas]. A(s) pode ser escrita como:
A(s) = ( s + p1 ) ( s + pr +12 )( s + pr +2 ) ( s + pn )
r
B(s) br b r −1 br − j b1
F(s) = = + + + + + +
A(s) (s + p1 )r (s + p1 )r −1 (s + p1 )r − j (s + p1 )
ar +1 ar + 2 an
+ + + +
s + pr +1 s + pr + 2 s + pn
(2.5)
⎡ B(s) ⎤
br = ⎢ (s + p1 )r ⎥
⎣ A(s) ⎦ s =−p1
⎧ d ⎡ B(s) ⎤⎫
br −1 = ⎨ ⎢ (s + p1 )r ⎥ ⎬
ds
⎩ ⎣ A(s) ⎦ ⎭s =−p1
1 ⎧⎪ d j ⎡ B(s) r ⎤⎫ ⎪
br − j = ⎨ ⎢ A(s) (s + p1 ) ⎥ ⎬
j! ⎩⎪ ds j ⎣ ⎦ ⎭⎪s =−p
1
1 ⎧⎪ dr −1 ⎡ B(s) r ⎤⎫ ⎪
b1 = ⎨ ⎢ A(s) (s + p1 ) ⎥ ⎬
(r − 1)! ⎩⎪ dsr −1 ⎣ ⎦ ⎭⎪s =−p
1
Estas relações para os valores de “b” podem ser obtidas: Multiplicando ambos os lados da
eq.(2.5) por (s+p1)r e fazer s tender a –p1, temos:
⎡ B(s) ⎤
br = ⎢ (s + p1 )r ⎥
⎣ A(s) ⎦ s =−p1
Se multiplicarmos ambos os lados da eq.(2.5) por (s+p1)r e então derivarmos com relação a
“s”,
d ⎡ B(s) r⎤ d ⎡ (s + p1 )r ⎤ d ⎡ (s + p1 )r ⎤
(s + p ) = b ⎢ ⎥ + b ⎢ ⎥
ds ⎢⎣ A(s)
1 ⎥ r r −1
⎦ ds ⎢⎣ (s + p1 )r ⎥⎦ ds ⎢⎣ (s + p1 )r +1 ⎥⎦
d ⎡ (s + p1 )r ⎤ d ⎡ (s + p1 )r ⎤
+ + b1 ⎢ r ⎥ + ar +1 ⎢ ⎥
ds ⎣⎢ (s + p1 ) ⎦⎥ ds ⎣⎢ (s + pr +1 ) ⎦⎥
d ⎡ (s + p1 )r ⎤
+ + an ⎢ ⎥
ds ⎣⎢ (s + pn ) ⎦⎥
38
O primeiro termo do lado direito desta ultima equação é igual a zero. O segundo termo é
igual a br-1. Cada um dos outros termos contém alguma potência de (s+p1) como fator, resultando
que quando “s” tende ao valor –p1, estes termos se anulam. Portanto,
⎧ d ⎡ B(s) ⎤ ⎫ d ⎡ B(s) r⎤
br −1 = lim ⎨ ⎢ (s + p1 )r ⎥ ⎬ = ⎢ A(s) (s + p1 ) ⎥
s →−p1 ds ⎣ A(s) ⎦ ds ⎣ ⎦ s =−p1
⎩ ⎭
⎡ 1 ⎤ tn+1 −p1t
L -1 ⎢ ⎥= e
⎢ ( s + p )n ⎥ (n + 1)!
⎣ 1 ⎦
As constantes ar+1, ar+2, ...., na, na eq. (2.5) são determinadas a partir de:
⎡ B(s) ⎤
ak = ⎢ (s + pk ) ⎥ (k = r + 1,r + 2,…,n)
⎣ A(s) ⎦ s =−pk
⎡ br br-1 r + 2 ⎤
f(t) = L -1 [F(s)] = ⎢ tr +1 + t + + b2 t − b1 ⎥ e −p1t
⎢⎣ ( r + 1) ! (r + 2 ) ! ⎥⎦
+ar +1e−pr +1t + ar +2 e−pr +2 t + + ane−pnt (t ≥ 0)
RESUMO:
B(s) br b r −1 br − j b1
F(s) = = + + + + +
A(s) (s + p1 )r (s + p1 )r −1 (s + p1 )r − j (s + p1 )
⎡ B(s) ⎤
br = ⎢ (s + p1 )r ⎥
⎣ A(s) ⎦ s =−p1
⎧ d ⎡ B(s) ⎤⎫
br −1 = ⎨ ⎢ (s + p1 )r ⎥ ⎬
ds
⎩ ⎣ A(s) ⎦ ⎭s =−p1
1 ⎧⎪ d j ⎡ B(s) r ⎤⎫ ⎪
br − j = ⎨ ⎢ A(s) (s + p1 ) ⎥ ⎬
j! ⎩⎪ ds j ⎣ ⎦ ⎭⎪s =−p
1
1 ⎪⎧ dr −1 ⎡ B(s) ⎤ ⎪⎫ 1 1
b1 = ⎨ r −1 ⎢ (s + p1 )r ⎥ ⎬ Dica: tn−1 e − at =
(r − 1)! ⎪⎩ ds ⎣ A(s) ⎦ ⎪⎭s =−p (n − 1)! (s + a)n
1
39
Exemplo 02: Determine a Transformada Inversa de Laplace de:
2
a) F(s) = s + 2s + 3
3
(s + 1)
B(s) b3 b2 b1
F(s) = = + +
A(s) (s + 1)3 (s + 1)2 (s + 1)1
⎡ B(s) ⎤ ⎡ s2 + 2s + 3 ⎤
b3 = ⎢ (s + 1)3 ⎥ =⎢ 3
(s + 1)3 ⎥ = (−1)2 + 2(−1) + 3 = 2
⎣ A(s) ⎦ s =−1 ⎢⎣ (s + 1) ⎦⎥ s =−1
⎧ d ⎡ B(s) ⎤⎫ ⎧⎪ d ⎡ s2 + 2s + 3 ⎤ ⎫⎪
b2 = ⎨ ⎢ (s + 1)3 ⎥ ⎬ =⎨ ⎢ 3
(s + 1)3 ⎥ ⎬ =
⎩ ds ⎣ A(s) ⎦ ⎭s =−1 ⎪⎩ ds ⎢⎣ (s + 1) ⎦⎥ ⎭⎪s =−1
⎧d ⎫
b2 = ⎨ ⎡s 2 + 2s + 3⎤ ⎬ = ⎡⎣2s + 2⎤⎦s =−1 = 2(-1) + 2 = 0
⎩ ds ⎣ ⎦⎭
s =−1
1 ⎧⎪ d3−1 ⎡ B(s) ⎤ ⎫⎪ 1 ⎪⎧ d2 ⎡ s2 + 2s + 3 ⎤ ⎪⎫
b1 = ⎨ 3−1 ⎢ (s + 1)3 ⎥ ⎬ = ⎨ 2 ⎢ 3
(s + 1)3 ⎥ ⎬ =
(3 − 1)! ⎪⎩ ds ⎣ A(s) ⎦ ⎪⎭s =−1 (2)! ⎪⎩ ds ⎣⎢ (s + 1) ⎦⎥ ⎪⎭s =−1
1⎧d ⎫ 1 2
b1 = ⎨ ⎣⎡2s + 2⎦⎤⎬ = ⎣⎡2⎦⎤s =−1 = = 1
2 ⎩ ds ⎭s =−1 2 2
Portanto obtemos:
⎡ 2 ⎤ ⎡ 0 ⎤ ⎡ 1 ⎤
f(t) = L−1 ⎢ 3⎥
+ L−1 ⎢ 2 ⎥
+ L−1 ⎢ 1⎥
=
⎣ (s + 1) ⎦ ⎣ (s + 1) ⎦ ⎣ (s + 1) ⎦
40
Exercícios
(s 3 + 2s + 5)
a) F(s) =
(s + 3) 4
2
b) F(s) = (s + 3s + 2)
4
(s + 7) (s + 1)
41
2.11. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS LINEARES E INVARTIANTES NO TEMPO
1. Aplicar a transformada de Laplace a cada termo de uma dada equação diferencial, conver-
ter a equação diferencial em uma equação algébrica em “s” e obter a expressão da Transformada
de Laplace da variável dependente, reorganizando a equação algébrica assim obtida.
2. A solução da equação diferencial em função do tempo é obtida pela Transformada Inversa
de Laplace da variável dependente.
Na discussão a seguir, utilizaremos dois exemplos para ilustrar a solução de equações dife-
renciais lineares invariantes no tempo, por meio do método da Transformada de Laplace.
x + 3x + 2x = 0 , x(0) = a , x(0) = b
L[x(t)] = X(s)
Obtemos:
42
Ou
⎡ s 2 + 3s + 2 ⎤ X(s) = + as + b + 3a
⎣ ⎦
as + b + 3a as + b + 3a 2a + b a+b
X(s) = 2
= = −
s + 3s + 2 (s + 1)(s + 2) (s + 1) (s + 2)
⎡ 2a + b ⎤ ⎡ a+b ⎤
x(t) = L−1 ⎣⎡X(s) ⎦⎤ = L−1 ⎢ ⎥ −L
−1
⎢ (s + 2) ⎥
⎣ (s + 1) ⎦ ⎣ ⎦
Que é a solução da equação diferencial dada. Note que as condições iniciais a e b aparecem
na solução. Assim, x(t) não tem constantes indeterminadas.
x + 2x + 5x = 3 , x(0) = 0 , x(0) = 0
3
s 2 X(s) + 2sX(s) + 5X(s) =
s
3 31 3 s+2
X(s) = = −
s(s 2 + 2s + 5) 5 s 5 s 2 + 2s + 5
31 3 2 3 s +1
X(s) = − 2 2
−
5 s 10 (s + 1) + 2 5 (s + 1)2 + 22
3 − 1 ⎡ 1 ⎤ 3 −1 ⎡ 2 ⎤ 3 −1 ⎡ s +1 ⎤
x(t) = L ⎢ ⎥− L ⎢ 2 2 ⎥
− L ⎢ 2 2 ⎥
5 ⎣ s ⎦ 10 ⎣ (s + 1) + 2 ⎦ 5 ⎣ (s + 1) + 2 ⎦
3 3 −t 3
x(t) = − e sen(2t) − e − t cos(2t) , para t ≥ 0
5 10 5
43
Exercícios
a) 2x + 7x + 3x = 0 , x(0) = 3 , x(0) = 0
44
2.12. TEOREMA DO VALOR INICIAL (TVI)
O teorema do valor inicial (TVI) permite que se descubra o valor inicial f(0 + ) do sinal f(t)
cuja Transformada de Laplace F(s) seja conhecida. O teorema do valor inicial estabelece que:
O teorema do valor final (TVF) permite que se descubra o valor final f(∞) do sinal f(t) cuja
Transformada de Laplace F(s) seja conhecida. O teorema do valor final estabelece que:
Restrições de aplicação :
: Os pólos de F(s) = B(s) / A(s) , após cancelamento dos termos comuns, têm que estar no
semi-plano esquerdo (SPE);
: Só é permitido um único pólo em s=0 (é de esperar f(∞) = cte como na função degrau);
: O valor de f(∞) é indefinido se existirem pares de pólos conjugados no eixo jω , pois a
f(t) conterá funções de tempo oscilante.
: O valor de f(∞) é indefinido se existirem pares de pólos conjugados no eixo no semi-
plano esquerdo (SPD), pois a f(t) conterá funções de tempo crescentes exponencialmente.
: Este teorema não se aplica quando f(t) for uma função senoidal sen(ωt), pois s F(s) tem
pólos em s= ± jω e o lim f(t) não existe.
t →∞
Exemplos: Encontre valor inicial f(0 + ) o valor final f(∞) dos sinais abaixo:
a)
12(s + 1)
F(s) =
s(s 2 + 1)
Valor inicial:
12(s + 1)
f(0 + ) = lim s =0
s →∞ s(s 2 + 1)
Valor final:
Indefinido, pois F(s) tem pólos conjugados s = ±j2 no eixo jω
45
b)
4s + 5
F(s) =
2s + 1
Valor inicial:
Como a ordem dos dois polinômios numerador e denominador são iguais efetua-se a
divisão polinomial:
4s + 5 3
F(s) = =2+ = 2 + Y(s) e aplica-se o teorema do valor inicial a Y(s):
2s + 1 2s + 1
3
f(0 + ) = lim ⎡⎣sY(s) ⎤⎦ = lim s = 1.5
s →∞ s →∞ 2s + 1
Valor final:
Podemos aplicar o teorema do valor final diretamente a F(s):
⎡ 4s 2 + 5s ⎤
f(∞) = lim ⎡⎣s F(s) ⎤⎦ = lim ⎢ s ⎥=0
s →0 s →0 ⎢
⎣ 2s + 1 ⎦⎥
46
CAPÍTULO 3
3. MODELAGEM MATEMÁTICA
Modelos de sistemas são representações que permitem estabelecer relações entre causa e
efeito de sistemas dinâmicos. Os modelos podem ser físicos ou matemáticos. Modelos físicos as-
semelham-se a sistemas reais, porém mais simples, embora representativos das características
mais importantes. Os modelos matemáticos procuram representar o comportamento dinâmico dos
sistemas por meio de equações matemáticas (equações de derivadas, equações de diferenças).
Pode-se prever o comportamento dinâmico de uma planta pela análise do seu modelo físico
ou matemático. Por exemplo, seja o sistema dinâmico mostrado na Figura 3.1, composto por uma
massa m, uma mola de coeficiente k e um amortecedor de amortecimento b. Este sistema, que se
desloca na vertical, pode representar um sistema de suspensão de um veículo. A equação mate-
mática que descreve o movimento do conjunto em função do deslocamento xo da massa e da ex-
tremidade do amortecedor e mola, xi, é também mostrada na figura.
mx 0 + b(x 0 − x i ) + k(x 0 − x i ) = 0
Figura 3.1 - Um sistema composto por uma massa, mola e amortecedor pode representar a sus-
pensão de um veículo.
O diagrama mostrado Figura 3.2 ilustra os diferentes tipos de sistemas e os modelos mate-
máticos utilizados na sua representação. Sistemas dinâmicos estocásticos possuem um comporta-
mento imprevisível, e portanto não podem ser modelados. Um ruído é um exemplo de uma dinâ-
mica estocástica. Sistemas determinísticos, ao contrário, possuem uma dinâmica previsível que
pode ser modelada matematicamente. Se o sistema for determinístico, ele pode ser modelado por
parâmetros concentrados ou distribuídos. Sistema a parâmetros concentrados significa que, dado
as condições do sistema num instante, é possível prever a sua condição em qualquer instante. Já
com parâmetros distribuídos, o estado é uma função de outros parâmetros. Um exemplo de um
sistema com parâmetros concentrados é o sistema massa-mola-amortecedor mostrado na Figura
3.1. Este tipo de sistema é descrito por uma equação diferencial no tempo (df/dt). A distribuição
47
de temperatura numa placa aquecida, por sua vez, é um sistema com parâmetros distribuídos,
uma vez que a temperatura em cada ponto depende da posição do ponto e do tempo. Sistemas a
parâmetros distribuídos são governados por equações diferenciais parciais (∂f/∂x). Quando o sis-
tema possuir parâmetros concentrados, ele poderá ser modelado por funções contínuas ou discre-
tas no tempo. Sistemas discretos são aqueles que assumem valores apenas em determinados ins-
tantes de tempo. Eles podem, eventualmente, ser modelados por funções contínuas. A propriedade
discreta pode tanto estar no próprio sistema quanto na forma de se medir o sistema. Se a medição
for discreta, a intervalos regulares no tempo, este sistema é considerado discreto. Exemplos de
sistema discretos são: o número de habitantes contaminados a cada ano pelo vírus da gripe, a
temperatura máxima do dia observada durante um ano num dado local, etc. Se um sistema dinâ-
mico contínuo for simulado num computador, ele passa a ser discreto, uma vez que é impossível
obter o valor do estado a cada instante de tempo, mas somente nos pontos calculados pelo com-
putador. Na prática, porém, considera-se que o cálculo efetuado pelo computador é preciso o sufi-
ciente para que o sistema possa ser admitido como contínuo.
48
Dentro de sistemas contínuos, o comportamento dinâmico pode ser linear ou não linear. Sis-
temas lineares são descritos por equações lineares (definidas logo a seguir) que se assemelham à
equação de uma reta, ao passo que sistemas não lineares possuem termos com o quadrado, ou o
cubo, ou o seno ou ainda a função exponencial das variáveis de estado. Se o sistema for linear, os
coeficientes da equação linear podem ser constantes ou então variar lentamente no tempo. Se os
coeficientes variam rapidamente no tempo, é muito provável que este sistema não seja linear.
Exemplos de sistemas com parâmetros variantes no tempo são aeronaves e foguetes. Neles, a
massa do veículo varia conforme o combustível é consumido, e as características dinâmicas sofrem
influência desta variação. Finalmente, os sistemas podem ainda depender de apenas uma ou de
mais de uma variável de estado. No primeiro caso tem-se os sistemas monovariáveis e no segundo
tem-se sistemas multivariáveis. A Figura 3.1 mostra um exemplo de sistema monovariável. Porém,
o conjunto completo de suspensão de um veículo seria um sistema multivariável, já que depende-
ria do número de rodas presentes no veículo. Para cada roda, acrescenta-se uma equação a mais
no modelo matemático e, portanto, mais uma variável de estado.
Serão utilizados aqui apenas modelos matemáticos, uma vez que eles permitem efetuar a
análise do comportamento dinâmico dos sistemas, bem como sua controlabilidade, isto é, a verifi-
cação se estes sistemas podem ou não ser controlados e como deve ser este controle. Além disso,
serão abordados sistemas lineares na quase totalidade do curso, principalmente em virtude de que
a teoria de controle moderna deriva exclusivamente de sistemas lineares. Um sistema y = H(x) é
linear se obedece à relação:
y = y1 + y2
Nem todos os sistemas físicos reais são lineares. Na verdade, a grande maioria deles é não
linear até um certo grau. Isto não significa que a teoria de controle de sistemas lineares não possa
ser aplicada a sistemas não lineares, mas sim que se deve proceder a uma linearização (quando
possível) do sistema a fim de tornar o controle menos suscetível às não linearidades. Infelizmente
nem sempre esta prática resulta num sistema controlável.
49
3.3. MODELAGEM MATEMÁTICA
O exemplo acima mostra um motor de indução com seu respectivo modelo matemático.
50
Y(s) ⎡ a0 s n + a1 s n−1 + … + an−1 s + an ⎤ = U(s) ⎡b0 s m + b1 s m −1 + + bm −1 s + bm ⎤
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
Y(s) b 0 s m + b1 s m −1 + + b m −1 s + b m
F(s) = = (3.2)
U(s) a0 s n + b1 s n −1 + + an −1 s + an
L [saída]
Função de transferência = F(s) = (3.3)
L [entrada] Condições iniciais nulas
4) A estabilidade de um sistema linear, invariante com o tempo, pode ser determinada a par-
tir da equação característica. O denominador da Função de Transferência de um sistema igualado a
zero é a equação característica. Conseqüentemente, se todas as raízes do denominador tiverem
partes reais negativas, o sistema é estável.
51
3.4.3. REPRESENTAÇÃO DA FUNÇÃO DE TRANSFERÊNCIA
Y(s) b 0 s m + b1 s m −1 + + b m −1 s + b m
F(s) = = (3.4)
U(s) a0 s n + b1 s n −1 + + an −1 s + an
Y(s) K ( s − z1 ) ( s − z 2 ) ( s − zm −1 ) ( s − zm )
F(s) = = (3.5)
U(s) ( s − p1 ) ( s − p 2 ) ( s − pn −1 )( s − pn )
Y(s) C1 C2 Cn−1 Cn
F(s) = = + + + + (3.6)
U(s) s − p1 s − p2 s − pn−1 s − pn
Onde C1 , C 2 , , Cn−1 , Cn são chamados de resíduos e podem ser calculado pelo método fra-
ções parciais visto no capitulo 2.
Dada uma Função de Transferência F(s), diz-se que é uma Função de Transferência racional
porque ambos (numerador e denominador) são polinômios.
Y(s) b 0 s m + b1 s m −1 + + b m −1 s + b m
F(s) = =
U(s) a0 s n + b1 s n −1 + + an −1 s + an
52
3.5. SISTEMAS ELÉTRICOS
RESUMO:
Quando uma corrente elétrica flui através de cada um dos três componentes básicas de um
sistema elétrico, nominalmente resistência, indutor e capacitor, ela flui de forma proporcional à
diferença de potencial no caso da resistência, como uma integral no tempo para o indutor e como
uma derivada no tempo para o capacitor.
R
⎧ i = entrada i e
e = R i se ⎨ R
⎩e = saída
e i ⎧e = entrada e 1 i
e
i= se ⎨
R ⎩i = saída R
L
di ⎧ i = entrada i e
e=L se ⎨ L s
dt ⎩e = saída
e i
1 ⎧e = entrada e 1 i
i = ∫ e dt se ⎨
L ⎩i = saída Ls
C
1 ⎧ i = entrada i 1 e
C∫
e= i dt se ⎨
⎩ e = saída Cs
e i ⎧e = entrada
de
i=C se ⎨ e i
dt ⎩i = saída C s
53
3.5.2. EXEMPLOS: SISTEMAS ELÉTRICOS
Exemplo 01: Obter a Função de Transferência do sistema elétrico mostrado na Figura Abaixo,
considerando que a entrada é a tensão de alimentação vE(t) e a saída é a carga vS(t) nos terminais
do capacitor.
Solução:
Como todos os elementos estão em série, a corrente i(t) que passa pelo circuito é única. A
tensão ve(t) é então dividida entre os diversos elementos, ou seja, a soma das tensões nos termi-
nais dos 3 elementos é igual à tensão de alimentação. Aplicando a segunda lei de Kirchhoff (Lei da
tensão na malha) temos:
Malha 01
Malha 02
VS (t) = VC (t)
1
VS (t) =
c ∫
i(t)dt (II)
I(s)
VE (s) = R I(s) + + LsI(s) (III)
Cs
I(s)
VS (t) = (IV)
Cs
I(s) CsI(s)
VS (s) Cs Cs
= =
VE (s) I(s) Cs I(s)
R I(s) + + LsI(s) CRs I(s) + + CLsI(s)
Cs Cs
54
1
VS (s) 1 1 CL
= = =
VE (s) CRs + 1 + CLs2 CLs2 + CRs + 1 R 1
s2 + s +
L CL
1
VS (s) CL
= (Função de Transferência)
VE (s) R 1
s2 + s +
L CL
Exemplo 02: Obter a Função de Transferência do sistema elétrico mostrado na Figura abaixo,
considerando que a entrada é a tensão de alimentação VE(t) e a saída é a carga VS(t) nos terminais
do capacitor C2.
Solução:
Malha 01
1
VE (t) = R1 i1 (t) +
C1 ∫
[i1 (t) − i2 (t)]dt (I)
Malha 02
1 1
0=
C1 ∫
[i2 (t) − i1 (t)]dt + R 2 i2 (t) +
C2 ∫ i (t)dt
2 (II)
Malha 03
VS (t) = VC 2 (t)
1
VS (t) =
C2 ∫ i (t)dt
2 (III)
55
Aplicando Laplace na eqs.(I e II e III) temos:
1
VE (s) = R1 I1 (s) + ⎡I1 (s) − I2 (s)⎦⎤ (IV)
C1s ⎣
1 1
0= ⎡I2 (s) − I1 (s)⎦⎤ + R 2 I2 (s) +
⎣ I2 (s) (V)
C1s C2 s
1
VS (s) = I2 (s) (VI)
C2 s
I2 (s) C1 s I2 (s) C1 s
I1 (s) = + C1 s R 2 I2 (s) +
C1 s C2 s
C1
I1 (s) = I2 (s) + C1R 2 s I2 (s) + I2 (s)
C2
1
VE (s) = R1 I1 (s) + ⎡I1 (s) − I2 (s)⎦⎤
C1s ⎣
⎡ C ⎤ 1 ⎡⎛ C1 ⎞ ⎤
VE (s) = R1 ⎢I2 (s) + C1R 2 s I2 (s) + 1 I2 (s) ⎥ + ⎢⎜ I2 (s) + C1R 2 s I2 (s) + I2 (s) ⎟ − I2 (s) ⎥
⎣ C2 ⎦ C1 s ⎢⎣⎝ C2 ⎠ ⎥⎦
⎡ CR CR s C1 ⎤
VE (s) = I2 (s) ⎢R 1 + C1R 1R 2 s + 1 1 + 1 2 + ⎥
⎣ C 2 C 1 s C 2 C1 s ⎦
56
Dividindo a equação (VI) pela (VII) temos:
I2 (s)
VS (s) C2 s
= =
VE (s) ⎡ C C2R R s 2 + (C C R + C2R + C C R )s + C ⎤
I2 (s) ⎢ 2 1 1 2 2 1 1 1 1 2 1 2 1
⎥
⎢⎣ C2 C1 s ⎥⎦
VS (s) 1
= =
VE (s) ⎡ C C 2 R R s 2 + (C C R + C 2 R + C C R )s + C ⎤
2 1 1 2 2 1 1 1 1 2 1 2 1
⎢ ⎥
⎢ C1 ⎥
⎣ ⎦
VS (s) 1
= (Função de Transferência)
VE (s) C 2 C1R 2R 1 s 2 + (C 2R 1 + C1R1 + C 2R 2 )s + 1
Exercícios
57
3.5.3. CIRCUITOS COMPLEXOS VIA MÉTODO DAS MALHAS
Para resolver circuitos elétricos complexos (os de múltiplas malhas e nós) usando o método
das malhas, podemos executar os seguintes passos:
1. Substituir todos os valores dos elementos passivos por suas impedâncias.
2. Substituir todas as fontes e todas as variáveis no domínio do tempo pelas respectivas
Transformadas de Laplace.
3. Arbitrar um sentido para a corrente do circuito transformado em cada malha.
4. Resolver a lei de Kirchhoff das tensões ao longo de cada malha.
5. Resolver o sistema de equações em termos da saída.
6. Elaborar a função de Transferência.
Exemplo 01:
Dado o circuito abaixo, obter a Função de Transferência I2(s)/V(s)
O circuito com qual estamos lidando requer duas equações simultâneas para se obter a Fun-
ção de Transferência. Estas equações podem ser determinadas somando as tensões ao longo de
cada malha através da quais se supõe que circulem as correntes I1(s) e I2(s). Ao longo da Malha 1,
onde circula I1(s),
ou
[R1 + Ls] I1 (s) − LsI2 (s) = V(s)
58
Ao longo da Malha 2, onde circula I2(s),
1
Ls[I2 (s) − I1 (s)] + R 2 I2 (s) + I2 (s) = 0
Cs
ou
1
−LsI1 (s) + [Ls + R 2 + ] I2 (s) = 0
Cs
Podemos usar a regra de Cramer (ou qualquer outro método para resolver sistemas de
equações) para resolver a equação anterior em termos de I2(s). Assim:
R1 + Ls V(s)
−Ls 0
I2 (s) =
R1 + Ls −Ls
1
−Ls Ls + R 2 +
Cs
LsV(s)
I2 (s) = =
R1 2 2 Ls 2 2
R1Ls + R1R 2 + +L s + R 2Ls + −L s
Cs Cs
LsV(s)
I2 (s) = =
R1LCs + R1R 2 Cs + R1 + R 2 CLs 2 + Ls
2
Cs
LCs2 V(s)
I2 (s) = =
⎡⎣R1LC + R 2 CL ⎤⎦ s2 + ⎡⎣R1R 2 C + L ⎤⎦ s + R1
I2 (s) LCs2
=
V(s) ⎣⎡R1LC + R 2 CL ⎦⎤ s2 + ⎣⎡R1R 2 C + L ⎦⎤ s + R1
59
A seguir é mostrada uma forma geral para escrever rapidamente as equações das malhas do
circuito elétrico.
Exercícios
Resp:
I3 (s) 8s 3 + 13s 2 + s
=
V(s) 24s 4 + 30s 3 + 17s 2 + 16s + 1
60
3.5.4. CIRCUITOS COMPLEXOS VIA MÉTODO DOS NÓS
I I(s)
Y(s) = =
Z(s) V(s)
Ao escrever as equações dos nós, poderá ser mais conveniente representar os elementos
de circuitos por suas admitâncias.
Exemplo
Problema obter a Função de Transferência, Vc(s)/V(s), para a circuito na Figura abaixo. Usar o mé-
todo dos nós.
Solução: Neste problema, somamos correntes nos nós em vez de somar tensões ao longo
das malhas. Com base na Figura acima as somas das correntes que saem dos nós designados por
VL(s) e Vc (s) são, respectivamente,
61
VL (s) V(s) VL (s) VL (s) Vc (s)
− + + − =0
R1 R1 Ls R2 R2
VC (s) VL (s)
− + Cs VC (s) = 0
R2 R2
1 1
Rearrumando e expressando as resistências como condutâncias, G1 = e G2 = , ob-
R1 R2
temos:
⎛ 1⎞
⎜ G1 + G2 + Ls ⎟ VL (s) − G2 Vc (s) = G1 V(s)
⎝ ⎠
G1G2
VC (s) s
= C
V(s) G + G2L + C G
(G1 + G2 ) s2 + 1 s+ 2
LC LC
62
3.6. SISTEMAS MECÂNICOS
Sistemas mecânicos translacionais são aqueles nos quais os deslocamentos seguem linhas
retas.
3.6.2.1. MASSA
f = ma = mv = my ’
Que pode ser interpretada na forma: a força aplicada à massa é igual ao produto da massa
pela aceleração. Nota-se que a aceleração pode ser expressa por meio da derivada temporal da
velocidade v ou então pela segunda derivada do deslocamento y. A massa pode estar submetida a
mais de uma força, e neste caso a equação pode ser generalizada na forma:
∑ f = ma = mv = my
i
63
3.6.2
2.2. MOL
LA
Uma mola
a é um objetto elástico fle
exível usado
o para armazzenar a ener--
gia mecânica
m . Ass molas são feitas geralm
mente de aço
o endurecido
o. A equação
o
da mola é dada pela
p lei de Ho
ook:
f = −K y
Onde k é a constante da
d mola. Notta-se que a força
f gerada pela mola é sempre con
ntrária ao
ocamento, istto é, se o deslocamento for
deslo f positivo a força é neg
gativa e vice-versa. As exxtremida-
des da
d mola pode
em estar sub os distintos, como mostra a represen
bmetidas a deslocamento
d ntação da
mola na Figura 3..5, e portanto
o a equação fica:
f = −K (y1 − y 2 )
Nota-se qu
ue a mola é admitida como ideal, o que significa
a que sua massa
m é nula
a e que a
força nas suas ex
xtremidades são iguais e contrárias. A força na mola
m pode ser posta tam
mbém em
ão da velocid
funçã dade das suas extremidad
des:
fk = −K (y1 − y2 ) = −k ( ∫ V dtt − ∫ V dt )
1 2
Aplicando agora
a a transsformada de Laplace a essta equação,, tem-se
K
FK (s ) = −K ⎡⎣ Y1 (s)) − Y2 (s) ⎤⎦ = − ⎡⎣V1 (s) − V2 (s)⎤⎦
s
3.6.2
2.3. AMO
ORTECEDOR
R
Um amorte
ecedor é um
m componen
nte capaz de
e resistir ao movi-
mentto de seus terminais. Um
U amorteccedor autom
motivo é um
m bom
exem
mplo deste co
omponente, e sua função
o é dissipar a energia de oscila-
ção do
d veículo ca
ausada pela mola.
m A força
a no amorte
ecedor é prop
porcio-
nal à velocidade com que as
a sua extremidades se aproximam ou se
64
4
afastam, como mostra o esquema da Figura 3.6, ou seja:
fb = −b ⎣⎡v1 − v2 ⎦⎤ = −b ⎣⎡y1 − y2 ⎦⎤
É claro que amortecedores mecânicos são também idealizados, isto é, admite-se que possu-
em massa nula. A figura a seguir mostra a representação esquemática de uma amortecedor sujeito
à ação de forças.
A Lei fundamental que governa os sistemas mecânicos é a 2° Lei de Newton. Para sistemas
de translação a lei estabelece que:
∑F = ma
Onde:
m = massa, kg;
a = aceleração m2/s;
F = força, N.
Um quilograma é uma unidade de massa. Quando é acionado por uma força de 1N, a massa
de 1 kg acerela com 1 m/s2.
“Na 2ª lei de Newton, a massa é igual à razão entre a força aplicada num corpo e a respec-
tiva aceleração”.
65
Exemplo 01: Obter a Função de Transferência do sistema mecânico mostrado na Figura abaixo,
considerando que o termo forçante f(t) é a entrada e a posição da massa, x(t) é a saída.
Solução:
As forças que atuam na massa m são o termo forçante f(t), a força da mola e a força do
amortecedor. Aplicando a lei de Newton nesta massa tem-se:
Nota-se que, para deslocamentos positivos, isto é, deslocamentos da massa no sentido posi-
tivo de x, as forças tanto da mola quanto do amortecedor são negativas (direção contrária à de x).
Em virtude disso, deve-se acrescentar o sinal negativo nestas forças quando se calcula a resultan-
te. Aplicando a transformada de Laplace na equação acima tem-se
X(s) 1
G(s) = =
F(s) ms 2 + bs + k
66
Exemplo 02: Sismógrafo. A Figura a seguir mostra um diagrama esquemático de um sis-
mógrafo. Um sismógrafo indica o deslocamento de sua carcaça em relação espaço inercial. É utili-
zada para medir deslocamentos de terra durante terremoto (abalos sísmicos).
Vamos definir:
(Note que, desde que há a produção e uma deflexão estacionária na mola devido á gravidade,
medimos, o deslocamento Xo da massa m em relação à posição de equilíbrio estático.) A equação
para este sistema e dada por:
mx 0 + b(x 0 − x i ) + k(x 0 − x i ) = 0
my + by + ky = −mx i
67
Considerando xi como entrada e y como saída, a Função de Transferência:
Y(s) −ms 2
= 2
X i (s) ms + bs + k
Y(s) −s 2
=
X i (s) b k
s2 + s +
m m
∑ f = ma
famor + fmola = −ma
by 0 − by i + ky 0 − ky i = −my 0
68
Aplicando a Transformada de Laplace temos:
bsY0 (s) + kY0 (s) + ms2 Y0 (s) = bsYi (s) + kYi (s)
b k
Y0 (s) s+
bs + k m m
= =
Yi (s) ms2 + bs + k b k
s2 + s +
m m
Exemplo 03: O sistema de suspensão de uma das rodas de uma camionete clássica está ilustrado
na Figura abaixo. A massa do veículo é m1, e a massa da roda, m2. A mola da suspensão possui
uma constante de mola k1, e o pneu, uma constante de mola k2. A constante de amortecimento do
amortecedor é b. Obter a função de transferência Y1(s)/X(s), a qual representa a resposta do veí-
culo aos solavancos devidos a irregularidades da estrada.
m1 y1 + b(y1 − y 2 ) + k1 (y1 − y 2 ) = 0
m2 y 2 + b(y 2 − y1 ) + k1 (y 2 − y1 ) + k 2 y 2 = k 2 x
69
Simplificando as equações temos:
Y1 (s) k 2 [bs + k1 ]
=
X(s) ⎡m s2 + bs + k ⎤ ⎡m s2 + bs + k + k ⎤ − ⎡bs + k ⎤2
⎣ 1 1⎦ ⎣ 2 1 2⎦ ⎣ 1⎦
I= ∫
v
r 2ρ dV
r2
Icil = m
2
Uma esfera de raio r e massa m possui momento de inércia com relação a um eixo que pas-
sa pelo seu centro igual a:
r2
Iesf = 2m
5
∑ τ = Iα = Iω = Iθ i
i
70
Onde τi é um dos torques aplicados na inércia I, e causa a aceleração angular α. ω e θ re-
presentam, respectivamente, a velocidade angular e o ângulo de rotação da inércia. A representa-
ção esquemática da inércia é mostrada na Figura a seguir:
Sendo que Τ(s), Α(s), Ω(s) e Θ(s) são as transformadas do torque τ , da aceleração angular
α, da velocidade angular ω e do deslocamento angular θ, respectivamente.
A mola torcional (semelhante à mola de um relógio) e o amortecedor rotacional (dois discos
face a face em fricção, como a embreagem de um veículo), mostrados também na Figura 3.5,
seguem expressões análogas aos equivalentes translacionais:
τk = −K (θ1 − θ2 ) = −k ( ∫ ω dt − ∫ ω dt )
1 2
k
Tk (s) = −k ⎡⎣Θ1 (s) − Θ 2 (s) ⎦⎤ = − ⎡⎣Ω1 (s) − Ω 2 (s) ⎦⎤
s
71
3.7. SISTEMAS HIDRÁULICOS
Assumimos o seguinte (os parâmetros utilizados nas expressões abaixo estão definidos na figu-
ra acima):
m(t) = ρ A h(t)
72
O saída de fluxo volumétrico através da válvula é proporcional à raiz quadrada da queda de
pressão sobre a válvula. Esta queda de pressão é assumida para ser igual à pressão hidrostática no
fundo do tanque:
Balanço de massas (isto é, a variação da taxa de massa é igual ao fluxo entrada menos o
fluxo de saída) produz a seguinte equação diferencial:
dm(t)
= ⎣⎡ρ qin − ρ qout ⎦⎤
dt
d ⎡⎣ρAh(t) ⎤⎦
= ⎡ρ K u u(t) − ρ K v ρ g h(t) ⎤
dt ⎣ ⎦
Vamos agora traçar um diagrama de bloco do modelo matemático. Um bom ponto de parti-
da para começar a traçar o diagrama de blocos, é escrever a equação diferencial como um modelo
de espaço estado, isto é, como uma equação diferencial com a derivada de primeira ordem sozinha
no lado esquerdo. Isto pode ser feito trazendo ρ e A fora da diferenciação e, em seguida, dividindo
ambos os lados por ρA. O resultado da equação diferencial torna-se:
d ⎡⎣h(t) ⎤⎦ 1 ⎡
= × K u u(t) − K v ρ g h(t) ⎤
dt A ⎣ ⎦
Esta é uma equação diferencial para h(t). Ela diz como a derivada dh(t)/dt pode ser calcula-
da. h(t) é calculado, integrando dh(t)/dt em relação ao tempo, de um tempo 0 a um tempo t, com
um valor inicial de h(0), na qual vamos denotar por hinit..
Para desenhar o diagrama de blocos do modelo, podemos começar por adicionar um inte-
grador ao diagrama de blocos. A entrada para este integrador é dh/dt, e a saída é h(t). Em segui-
da, adicionamos os blocos da função matemática para construir a expressão dh/dt, na qual esta do
lado direito da equação diferencial. O digrama de blocos resultante para o modelo é mostrado na
figura abaixo.
73
Exemplo 03: O nível de água, h(t), é controlado por um sistema a malha aberta, como está mos-
trado na Figura abaixo. Um motor CC controlado pela corrente de armadura ia gira um eixo, que
abre uma válvula. A indutância do motor CC é desprezível, isto é, La = 0. Igualmente, o atrito de
rotação do eixo do motor e da válvula é desprezível, isto é, b =0. A altura da água no reservatório
é
é
∫
h(t) = ⎡⎣1, 6 θ(t) -h(t)⎤⎦ dt
74
75
3.8. CONTROLE MODERNO
Assim como dito anteriormente, um sistema dinâmico pode ser escrito por equações diferen-
ciais em que o tempo é a variável independente. Usando-se notação matricial-vetorial, uma equa-
ção diferencial de ordem n pode ser representando por uma equação matricial-vetorial de primeira
ordem. Se n elementos do vetor são um conjunto de variáveis de estado, então a equação matrici-
al-vetorial diferencial é chamada equação de estado.
Considerando o sistema linear invariante no tempo definido pela equação diferencial dada
por:
(n) (n −1)
y + a1 y + … + an−1 y + an y = u
(3.7)
76
Definindo:
x1 = y
x2 = y
n −1
xn = y
x1 = x 2
x2 = x3
(3.8)
x n −1 = x n
x n = − an x1 − an −1 x 2 − − a1 x n + u
Ou:
x = Ax + Bu (3.9)
⎡ x1 ⎤ ⎡ 0 1 0 0 ⎤ ⎡ x1 ⎤ ⎡0 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ x2 ⎥ ⎢ 0 0 1 0 ⎥ ⎢ x 2 ⎥ ⎢0 ⎥
⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥+⎢ ⎥ u (3.10)
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ x n −1 ⎥ ⎢ 0 0 0 1 ⎥ ⎢ x n −1 ⎥ ⎢ 0 ⎥
⎢ x ⎥ ⎢ −a − an −1 − an − 2 − a1 ⎥⎦ ⎢ x ⎥ ⎢⎣1 ⎥⎦
⎣ n ⎦ ⎣ n ⎣ n ⎦
y = C x (3.11)
⎡ x1 ⎤
⎢ ⎥
y = ⎣⎡1 0 0 ⎦⎤ ⎢x2 ⎥ (3.12)
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎣xn ⎦
77
Uma representação simplificada por diagrama de blocos das eqs.(3.10 e 3.12) pode ser visto
através da Fig.(3.2).
Considerando o sistema linear invariante no tempo definido pela equação diferencial dada
pela equação abaixo envolvendo termos de derivadas na função excitação:
Definindo:
x1 = y
x2 = y
(3.14)
n −1
xn = y
x1 = x 2 = y
x2 = x3 = y
(3.15)
n n −1
x n = − an x 1 − an −1 x 2 − − a1 x n + b 0 u + + b1 u + + bnu
O problema principal em se definir as variáveis de estado para este caso esta na existência
de termos com derivadas no segundo membro da última equação do sistema de n equações acima.
As variáveis de estado devem ser tais que se eliminem as derivadas de u na equação de estado.
Um modo de se obter uma equação de estado e uma equação de saída é definindo as seguintes
variáveis como um conjunto de variáveis de estado.
78
x1 = y − β 0 u
x 2 = y − β 0 u − β1u = x1 − β1u
x 3 = y − β 0 u − β1u − β 2 u = x 2 − β 2 u (3.16)
(n −1) (n −1) (n − 2)
x n = y − β 0 u − β1 u − − βn − 2 u − βn −1u = x n −1 − βn −1u
β0 = b 0
β1 = b1 − a1β 0
β 2 = b 2 − a1β1 − a2 β 0 (3.17)
β 3 = b 3 − a1β 2 − a 2 β1 − a3 β 0
βn = b n − a1βn −1 − − an −1β1 − an β 0
x 1 = x 2 + β1u
x 2 = x 3 + β2u
(3.18)
x n −1 = x n + βn −1u
x n = − a n x 1 − a n −1 x 2 − − a1 x n + βn u
x = Ax + Bu (3.19)
Ou:
⎡ x1 ⎤ ⎡ 0 1 0 0 ⎤ ⎡ x 1 ⎤ ⎡ β1 ⎤
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ x2 ⎥ ⎢ 0 0 1 0 ⎥ ⎢ x 2 ⎥ ⎢ β2 ⎥
⎢ ⎥=⎢ ⎥ ⎢ ⎥+⎢ ⎥u (3.20)
⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ ⎢ ⎥
⎢ n −1 ⎥ ⎢ 0
x 0 0 1 ⎥ x β
⎢ n −1 ⎥ ⎢ n −1 ⎥
⎢ x ⎥ ⎢ −a − an −1 − an − 2 − a1 ⎥⎦ ⎢ x ⎥ ⎢ β ⎥
⎣ n ⎦ ⎣ n ⎣ n ⎦ ⎣ n ⎦
y = C x + Du (3.21)
79
Ou:
⎡ x1 ⎤
⎢ ⎥
y = ⎡⎣1 0 0 ⎤⎦ ⎢x2 ⎥ + β u (3.22)
0
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎣ xn ⎦
Uma representação simplificada por diagrama de blocos das eqs.(3.19 e 3.21) pode ser visto
através da Figura a seguir.
80
3.12. ALGUMAS DEFINIÇÕES
Onde o vetor, x (t) é a derivada no tempo do vetor x (t) . Nestas equações condições:
A, B, C, D = Matrizes de parâmetros;
A = matriz (nxn), chamada matriz do sistema;
B = matriz (nxr), chamada matriz de entrada;
C = matriz (pxn), chamada matriz de saída;
D = matriz (pxr) que representa o acoplamento direto entre entrada e saída;
x(t) = vetor dos estados = vetor (nx1) dos estados de um sistema de ordem n;
y(t) = vetor de saída = vetor (px1) composto pelas saídas definidas;
u(t) = vetor de entrada = vetor (rx1) composto pelas funções de entrada do sistema.
Y(s)
= F(s) (3.25)
U(s)
Este sistema pode ser representado em espaço de estados pelas seguintes equações:
x (t) = A x + B u (3.26)
y (t) = C x + D u (3.27)
81
Já que a Função de Transferência foi previamente definida como a razão da Transformada de
Laplace da saída para a Transformada de Laplace da entrada quando as condições iniciais fossem
zero, admitimos que x(0) na eq.(3.29) é zero. Então temos:
Pré multiplicando (sI − A)-1 em ambos os membros desta última equação, obtemos:
Y(s)
= C (sI − A) − 1 B + D
U(s)
Y(s)
F(s) = = C (sI − A) − 1 B + D
U(s)
Q(s)
F(s) =
sI − A
82
Exercícios resolvidos:
Assumindo que o sistema é linear. A força externa u(t) é a entrada do sistema e o deslocamento da
massa y(t) é a saída. O deslocamento y(t) é medido na posição de equilíbrio na ausência da força
externa. Este sistema é um sistema de uma única entrada e uma única saída. Do diagrama a
equação do sistema é:
my + by + ky = u
b k 1
y+ y+ y= u
m m m
Este é um sistema de segunda ordem. Isto significa que o sistema envolve dois integradores. Defi-
ne as variáveis de estado x1 e x2 como:
x1 = y
x2 = y
Então obtemos:
x1 = x 2
K b 1
x2 = − x1 − x 2 + u
m m m
x = Ax + Bu
⎡ 0 1 ⎤ ⎡0⎤
⎡ x1 ⎤ ⎢ ⎥ ⎡ x1 ⎤ + ⎢ ⎥ u
⎢ ⎥ = k b ⎢ ⎥ 1
⎣ x 2 ⎦ ⎢⎢ − − ⎥ ⎣x2 ⎦ ⎢ ⎥
⎣ m m ⎥⎦ ⎢⎣ m ⎥⎦
83
A saída pode ser dada por:
y = C x
⎡ x1 ⎤
⎢ ⎥
y = ⎡⎣1 0 0 ⎤⎦ ⎢x2 ⎥
⎢ ⎥
⎢ ⎥
⎣xn ⎦
84