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A Sustentabilidade Da Economia Solidária UEL
A Sustentabilidade Da Economia Solidária UEL
pdf
Reitora
Nádina Aparecida Moreno
Vice-Reitora
Berenice Quinzani Jordão
Sinival Osório Pitaguari
Líria Maria Bettiol Lanza
Sandra Maria Almeida Cordeiro
(ORGANIZADORES)
Londrina
2012
Editoraçao Eletrônica
Maria de Lourdes Monteiro
Capa
Marcos da Mata
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7846-171-3
CDU 334
Sumário
Apresentação................................................................................................. 7
Sandra Cordeiro
Capítulo 1
Autogestão e relações de trabalho: transformação ou manutenção das
condições precárias do trabalho no capitalismo?................................................. 11
Aline Korosue; Valeska Nahas Guimarães
Capítulo 2
Panorama da economia solidária no Brasil.......................................................... 33
Sinival Osorio Pitaguari, Luis Miguel Luzio dos Santos; Márcia Regina
Gabardo da Câmara
Capítulo 3
Economia solidária como política pública: alternativa à exclusão
socioespacial............................................................................................................. 63
Franciene Michele Consorte Luizão; Ideni Terezinha Antonello
Capítulo 4
O Direito na instrumentalização da Economia Solidária................................... 85
Fernando Motomu Kato Nakamura;Vilma Aparecida do Amaral
Capítulo 5
Recuperação de empresas por meio da autogestão.............................................. 105
Juliana Hinterlang dos Santos
Capítulo 6
Trajetórias do trabalho feminino e economia solidária...................................... 127
Francislaine Stábile; Líria Maria Bettiol Lanza; Patrícia Andrade Garcia
Capítulo 7
Empreendimentos de economia solidária na cidade de Londrina-PR e suas
estratégias de ação.................................................................................................... 153
Jéliton Lafaede Pimenta; Luis Miguel Luzio dos Santos; Bernardo Carlos S. C.
M. de Oliveira
Capítulo 8
Perfil dos Consumidores de Produtos de Economia Solidária da cidade de
Londrina-PR.............................................................................................................. 171
Mayra Mota dos Anjos Carrion; Luis Miguel Luzio dos Santos; Bernardo Carlos
S C M de Oliveira
Capítulo 9
Poder público e economia solidária na coleta seletiva e reciclagem: avanços e
desafios da COOPERSIL em Londrina - Pr........................................................... 191
Prof. Dr. Fabio Lanza; Profa. Dra. Líria Maria Bettiol; Prof. Dr. Luis Miguel
Luzio dos Santos; Edson Elias de Morais
Capítulo 10
O princípio da autogestão no empreendimento de economia solidária “mão
na terra”...................................................................................................................... 205
Patrícia Andrade Garcia; Líria Maria Bettiol Lanza; Francislaine Stabile
Capítulo 11
Economia solidária no contexto do cultivo de plantas medicinais..................... 227
Francielle Almeida Cordeiro; Meire Mitsuka; Adilson Luiz Seifert; Gisely
Cristiny Lopes
Capítulo 12
A atuação da psicologia em uma incubadora tecnológica sob a perspectiva da
economia solidária.................................................................................................... 247
Ana Carolina Guarnieri; Ana Paula da Silva Pereira; Nayara Tiemi Naves;
Eneida Silveira Santiago
Capítulo 13
Uma experiência de produção de saúde no núcleo de oficinas e trabalho........ 269
Ariana Campana Rodrigues; Silvio Yasui
Capítulo 14
Um retrato da comercialização na agricultura familiar: o caso da
macambira.................................................................................................................. 285
Anny Kariny de Vasconcelos Oliveira; Fabiane Souza de Medeiros
Aline Korosue
Valeska Nahas Guimarães
Introdução
1
A pesquisa que fundamenta o presente capítulo tem como fonte a dissertação de mestrado de Aline
Korosue defendida em 2007 no Programa de Pós-Gradução em Educação da Universidade Federal
de Santa Catarina, intitulada “Autogestão e Relações de Trabalho: transformação ou manutenção das
condições precárias do trabalho no capitalismo?”.
2
REXROTH, Kenneth. Communalism: from its origins to the twentieth century. Seabury Press, 1974
[versão para eBook, 2002].
3
Um dos pressupostos da instituição da autogestão em uma organização produtiva trata-se da gestão
democrática do empreendimento, ou seja, da participação de todos os associados nas decisões mais
importantes da organização.
Organizações coletivistas de
Cooperunião, Cooperativa 21 e
trabalho: a autogestão nas unidades José Ricardo V. de Faria/ UFPR
Ambiens
produtivas
Referências
31
PANORAMA DA ECONOMIA SOLIDÁRIA NO BRASIL
Introdução
a) Posse coletiva dos meios de produção pelas pessoas que os usam para
produzir;
b) Gestão democrática da empresa ou por participação direta ou por
representação, dependendo do número de cooperados;
c) Repartição da receita líquida entre os cooperados, conforme decisão em
assembleia;
d) Destinação do excedente anual (sobras), segundo critérios acertados
entre todos;
e) A cota básica do capital de cada cooperado não é remunerada;
f) Somas adicionais emprestadas à cooperativa proporcionam a menor taxa
de juros do mercado.
Considerações finais
BCB. Boletim do Banco Central do Brasil: Relatório anual 2007. Brasília: BCB, 2007.
IBGE. Rendimento médio mensal real das pessoas de 10 anos ou mais de idade com
rendimento. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/series_estatisticas/exibedados.
php?idnivel=BR&idserie=FDT803>. Acesso em:16 nov. 2010.
MARX, K. O Prefácio. In: MARX, K. Para a Crítica da Economia Política. São Paulo:
Abril Cultural, 1982.
______. (Org.). Produzir para Viver: os caminhos da produção não capitalista. Rio
de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
Introdução
Observa-se que aqueles que optam por esse caminho não o fazem por
concepção ideológica, salvo raras exceções. Entretanto, esse espaço de
organização pode trazer ao trabalhador uma nova concepção do mundo
de trabalho, de relações, de mercado, com a construção de valores que
privilegiam o respeito pelo outro, o bem estar coletivo, a ajuda mútua, a
valorização do humano; enfim, pode possibilitar seu empoderamento
(CORTIZO; OLIVEIRA, 2004, p. 84).
Considerações finais
Referências
AVANSINI, C.; GUERIN. A fome nossa de cada dia: Em Londrina, 40 mil famílias
vivem abaixo da linha de pobreza e correm o risco diário da desnutrição. Disponível
em: <http://www.bonde.com.br/folha/folha.php?id_folha=-, 2-1--3897Mariana.
20101015>. Acesso em: 8 dez. 2010.
Introdução
Princípios cooperativos
1
Para Diniz (2009, p. 253), a cooperativa é uma estrutura de prestação de serviços, voltada ao atendimento
de seus associados, possibilitando o exercício de uma atividade econômica comum, sem objetivar lucro. Ou
seja, ainda que exerça atividade econômica, não objetiva o lucro.
Referências
DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 26.ed. São
Paulo: Saraiva, 2009. v.1.
GONÇALVES, C. R. Direito civil brasileiro: parte geral. 5.ed. São Paulo: Saraiva,
2007. v.1.
MONTEIRO, W. de B. Curso de direito civil: parte geral. 42.ed. São Paulo: Saraiva,
2009. v.1.
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral. 6.ed. São Paulo: Atlas, 2006. v.1.
Introdução
Autogestão
Como fica claro, a autogestão não é apenas uma forma de gestão, mas
um processo que envolve critérios sociais, políticos, técnicos e econômicos,
de forma a excluir a hierarquização das relações de trabalho, bem como as
decisões autoritárias, lembrando que o conceito aqui utilizado é voltado para
a sociedade empresária e não para o conceito geral de autogestão.
Nas empresas que passam por um processo de recuperação judicial,
por meio da autogestão, como será analisado em momento oportuno, os
trabalhadores são os maiores prejudicados com os problemas das empresas,
pelo que, ao assumirem o controle da atividade, são responsáveis por todos
os envolvidos no processo produtivo, desde credores e consumidores, até a
sociedade em geral.
Conforme assevera o ilustre Paul Singer (2002, p. 18), a administração
por meio da autogestão é democrática, “os níveis mais altos, na autogestão,
são delegados pelos mais baixos e são responsáveis perante os mesmos.
A autoridade maior é a assembleia de todos os sócios, que deve adotar
as diretrizes a serem cumpridas pelos níveis intermediários e altos da
administração”.
[...] a ideia (é) que os próprios trabalhadores podem lutar e reagir contra
o desemprego, contra a exclusão social, e eles próprios, organizados, são
capazes de tomar o seu destino em suas mãos, criar suas próprias empresas
e resolver portanto a questão, ao invés de esperar soluções vindas do alto, do
governo ou da classe dominante, e assim por diante. Eu acho que a Anteag
é uma prova viva de que essa hipótese, esse desafio, essa esperança tende a
se tornar verdade.
Quando o devedor, que atende aos requisitos do art. 48, requer ao juízo
do local do seu principal estabelecimento o deferimento do processo de
sua recuperação judicial por um dos meios apontados no art. 50, deve
demonstrar as causas de sua situação patrimonial, as razões da crise
econômico-financeira que o envolve, a sua viabilidade econômica, a
apresentar plano para restabelecer a normalidade de sua empresa. Tem-
se, aí, a recuperação judicial, como processo perante o juiz competente, do
local do principal estabelecimento do devedor.
Fica muito claro que o estabelecimento comercial, que pode ser objeto
de trespasse, é o conjunto de bens utilizado pela sociedade empresária ou
pelo empresário com o escopo de atingir aquilo a que se propõe por meio do
contrato social.
Superado esse ponto, faz-se mister que se analise o instituto do
trespasse do estabelecimento empresarial, mais um item importante para
entender de que forma a recuperação judicial se operacionaliza por meio da
autogestão.
[...] se o bem, objeto da alienação judicial, estiver gravado com ônus reais (p.
ex. penhor e hipoteca, os mais corriqueiros), ou gravame judicial (penhora,
arresto, sequestro, hipoteca judiciária), o devedor será obrigado a substituir
Art. 123. Qualquer outra forma de liquidação do ativo pode ser autorizada
por credores que representem dois terços dos créditos.
§ 1º Podem ditos credores organizar sociedade para continuação do negócio
do falido, ou autorizar o síndico a ceder o ativo à terceiro.
Assim, resta claro que, por mais que a empresa esteja em crise
econômico-financeira, ela pode ser recuperada por seus trabalhadores que,
no geral, são os principais credores. A partir do momento em que eles tomam
o controle acionário da empresa, a forma de gestão é alterada, passando-se
de uma heterogestão, na qual há hierarquia funcional, para uma autogestão,
em que haverá maior democracia na gestão da atividade. Isso é o que se
pretende demonstrar a seguir.
Empresas Autogestionárias
1
O termo “recuperação de empresa”, aqui mencionado, não se refere apenas ao processamento de um
pedido de recuperação judicial, mas, também, diz respeito à falência da atividade, até porque na época
não se falava em “recuperação judicial/extrajudicial”, mas sim em “concordata”. O termo aqui empregado
diz respeito à retomada da empresa pelos funcionários, seja em relação às empresas com pedido de
concordata em trâmite ou, então, as que tenham tido sua falência decretada.
Conclusão
Referências
ANTEAG. Autogestão: Construindo uma nova cultura nas relações de trabalho. São
Paulo: Anteag, 1999.
NAKANO, M. Anteag: a autogestão como marca. In: SINGER, Paul; SOUZA, André
Ricardo de (Org.). A Economia Solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao
desemprego. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2003.
______. Introdução à Economia Solidária. 1.ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu
Abramo, 2002.
Francislaine Stábile
Líria Maria Bettiol Lanza
Introdução
Infelizmente, a lei brasileira traz muitas dificuldades para quem quer viver
da Economia Solidária, ainda mais se comparada às empresas capitalistas,
que vivem somente da exploração e do lucro. Isso acontece, principalmente,
por que o Estado Brasileiro não reconhece o direito ao trabalho associado
e às formas organizativas baseadas na Economia Solidária, dificultando o
acesso a financiamento público, assessoria técnica e divulgação na sociedade
(CIRANDAS, 2011).
10
São eles: o grupo AMAR – Associação de Mulheres Artesãs em Reciclagem, desde 2005, que tem como
principais produtos: agenda, blocos de notas, marca página, pastas e cartões; o grupo Mão na Terra,
formado desde 2008, que cultiva hortaliças sem agrotóxicos.
Considerações finais
Referências
CIRANDAS. Por que uma Lei da Economia Solidária? 2011. Disponível em: <http://
cirandas.net/leidaecosol/por-que-uma-lei-da-economia-solidaria>. Acesso em: 28
out. 2011.
FARIA, N.; NOBRE, M. O que é ser mulher? O que é ser homem? Subsídios para uma
discussão das relações de gênero. Cadernos Sempreviva: Gênero e Desigualdade. São
Paulo: SOF, 1997.
MARX, K. O capital: Crítica da economia política. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
Introdução
Fundamentação teórica
Problemática social
Economia Solidária
1
Singer (2002) ainda apresenta a diferença com relação ao modo de como as empresas são administradas.
Assim, a economia capitalista utiliza, normalmente, a heterogestão, que se baseia na administração
hierárquica com níveis sucessivos de autoridade. E a economia solidária se utiliza da autogestão, baseada
na administração democrática.
2
Para os fins de nossa argumentação, tomamos como base o conceito de Rawls (1999). Para os fins de
nossa argumentação tomamos como base o conceito de Rawls (1999). A discriminação positiva para este
autor seria uma política de ação afirmativa que visa à discriminação com a finalidade de redistribuir;(...)
já a discriminação negativa seria a discriminação propriamente dita, pejorativa, que faz distinções entre
as pessoas segundo raça ou etnia a fim de favorecer um grupo sobre os outros. Cf. RAWLS, John. Theory
of Justice. 2.ed. Harvard University Press,1999.
Segmento: Alimentício
Estímulo da Escolha do Segmento: O fornecimento de produtos de
Pesquisa de Mercado por meio do padaria de forma a atender às
SEBRAE carências de uma comunidade
Estratégia de
Pão Maravilha específica é caracterizado como
Empoderamento
(CEPES) Tempo de Atuação: 05 anos Estratégia de Empoderamento
Comunitário
Comunitário, já que promove
Nº de Cooperados: 04 o desenvolvimento da região,
Tomada de Decisão: Autogestão suprindo uma necessidade local.
(participação de todos os membros)
Segmento: Reciclagem
Tal estratégia vislumbra a reserva
Estímulo da Escolha do Segmento: de parte do mercado para que os
União da questão social com ambiental empreendimentos de ES possam
obter vantagens na parcerias
Tempo de Atuação: 02 anos Estratégia de
COOPERSIL com o poder público. Tais
Nº de Cooperados: 236 fornecimento público
(Cooperativa) características são consideradas
privilegiado
promissoras, pois aliam as
necessidades do poder público
Tomada de Decisão: Autogestão (há com a inclusão social por meio de
nomeação de líderes) prestação de serviços sustentáveis.
Considerações finais
Referências
Introdução
Economia solidária
Comportamento do consumidor
Consumo solidário
Consumo político
Tabela 2: Escolaridade
Considerações finais
DOUGLAS, M.; ISHERWOOD, B. O mundo dos bens: para uma antropologia do
consumo. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.
______. Why More Women? Issues of Gender and Political Consumerism. In:
______; FOLLESDAL, Andreas; STOLLE, Dietlind (Ed.). Politics, Products, and
Markets: Exploring Political Consumerism Past and Present. New Brunswick, NJ:
Transaction Press, 2003b.
Fabio Lanza
Líria Maria Bettiol
Luis Miguel Luzio dos Santos
Edson Elias de Morais
Introdução
1
Esta produção é decorrente dos projetos de pesquisas “Responsabilidade social e direitos dos
trabalhadores: uma análise de padrões de regulação das estratégias de empresas multinacionais no
Brasil”, “Economia solidária e políticas públicas: uma análise da formação de cooperativas no município
de Londrina” e da participação no Grupo de Estudos sobre Novas Tecnologias e Trabalho – GENTT e na
Incubadora Tecnológica de Empreendimentos Sociais Sustentados – INTES/UEL.
2
Para maior aprofundamento ver: MORAIS, E. E. et al. (2011).
3
A partir da CMTU – Companhia Municipal de Transito e Urbanização e da Secretaria Municipal de
Assistência Social.
4
Cf. entrevista fornecida por Vanessa Alves, integrante da equipe do escritório da Coopersil.
6
IDEM.
7
Conforme pesquisa de campo da acadêmica Silvia Letícia Schroeder, bolsista de Inclusão Social da
Fundação Araucária sob orientação do Prof. Dr. Fabio Lanza, UEL 2010.
8
Disponível em: <http://portal.rpc.com.br/jl/online/conteudo.phtml?tl=1&id=979503&tit=Coopersil-
e-contratada-para-a-coleta-seletiva>. Acesso em: 26 mar. 2010.
9
Disponível em: <http://www.jornaluniao.com.br/noticias.php?editoria=¬icia=NDk5Nw==>.
Acesso em: 19 fev. 2010.
10
Disponível em: <http://www.sintracoop.com.br/?p=968>. Acesso em: 19 fev. 2010.
11
Disponível em: <http://portal.rpc.com.br/jl/online/conteudo.phtml?tl=1&id=851980&tit=Pelo-
menos-o-salario-minimo>. Acesso em: 07 abr. 2010.
12
Entrevista ao Jornal de Londrina, 11 de setembro de 2009, p. 4.
13
Disponível em: <http://www.cml.pr.gov.br/home/PedidoInfo.asp>. Acesso em: 07 abr. 2010.
Escolaridade
hoje a cidade conta com mil catadores. São, 300 na Coopersil, 200 na
Cocepeve e mais 500 que atuam fora de cooperativas. ‘São moradores de
rua, pessoas que têm outras atividades (porteiros, zeladores, pedreiros)
e também coletam’, afirmou. ‘Estas pessoas recebem os materiais para
reciclagem diretamente de grandes geradores. Enquanto esses grandes
geradores não se adequarem continuaremos a ter catadores atuando de
forma irregular’ (PELEGRINO, 2011).
Vide: <www.cartadaterra.com.br>.
14
Fala da senhora Estamira. Catadora no aterro sanitário do Rio de Janeiro In: Documentário Nacional.
15
Conclusão
18
A Cocap é uma cooperativa de reciclagem que surgiu como projeto social da Igreja Católica e da Cáritas
no Brasil com o objetivo de criar um ambiente de trabalho digno para os catadores de material reciclável.
19
Funcionário contratado que presta serviço como celetista à Cocap durante a pesquisa de campo na
cidade de Apucarana-PR. (Entrevista concedida em:15 dez. 2009).
Referências
Introdução
1
O empreendimento Mão na Terra nasceu em 2009, a INTES, por meio de projeto apresentado e aprovado
pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior – SETI e do Programa Universidade
Sem Fronteiras, que passou a contribuir junto com algumas pessoas que manifestaram interesse
na organização do trabalho coletivo, com incentivo ao cultivo de plantas medicinais e ornamentais
(PISSINAT et al, 2009, p. 550).
2
A Incubadora Tecnológica de Economia Solidária (INTES) nasceu como um projeto de extensão
vinculado à Universidade Estadual de Londrina (UEL), por meio da Pró-Reitoria de Extensão, fruto da
participação da Universidade em um edital do MCT/FINEP. Atualmente, a incubadora é um programa
vinculado a um projeto do edital do PRONINC, órgão financiador das incubadoras universitárias, que
pertence ao MDS (GARCIA, 2011, p. 52). Cf. CORDEIRO, Sandra Maria Almeida et al. Incubadora
Tecnológica de Empreendimentos Solidários – INTES/UEL. História e desafios. In: BORINELLI,
Benilson; SANTOS, Luis Miguel Luzio dos; PITAGUARI, Sinival Osório (Org.). Economia Solidária em
Londrina: Aspectos conceituais e a experiência institucional. Londrina: UEL, 2010.
3
Na obra Economia política: Uma introdução crítica, Netto e Braz (2007) retratam detalhadamente a
trajetória da organização do trabalho pelo modo de produção capitalista em suas diversas fases.
4
Braverman (1981) descreve com detalhes a gerência científica em sua obra Trabalho e Capital
Monopolista: A Degradação do trabalho no Século XX.
5
Na tese de Mestrado de Nishimura (2005), e na obra A Outra Economia (CATANNI, 2003), é abordada
cada denominação especificamente.
6
Owen, Fourier e Sant-Simon são considerados autores clássicos do Socialismo Utópico. Owen foi
protagonista do movimento social da Grã-Bretanha, no início do século XIX. O cooperativismo recebeu
desses autores contribuições fundamentais. A partir dessas inspirações, os praticantes da Economia
Solidária foram abrindo vários caminhos de tentativas e erros (SINGER, 2002, p. 38).
9
A amostragem da pesquisa foi determinada da seguinte forma: dois integrantes que estavam há mais
tempo no empreendimento, pois pressupõe-se que tinham melhores condições para responder à
pesquisa, e dois que não estavam mais no grupo, porém participaram da fundação do mesmo, permitindo,
assim, uma análise mais completa da trajetória do empreendimento.
10
Considerações extraídas do diagnóstico levantado pela INTES do empreendimento “Mão na Terra”.
Considerações finais
Referências
LESSA, S.; TONET, I. Introdução à Filosofia de Marx. 1.ed. São Paulo: Expressão
Popular, 2008.
NETTO, J. P.; BRAZ, M. Economia política: uma introdução crítica. 2.ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
Introdução
Material vegetal
Avaliação organoléptica
Triagem fitoquímica
Conclusão
Referências
ALONSO, J. Fitomedicina: curso para profissionais da área da saúde. 1.ed. São Paulo:
Pharmabooks, 2008. 194p.
MIOTO, R. País deixa de gerar US$5 bi por ano com fitoterápicos. AFIBISA. 2010
Disponível em: < http://abifisa.org.br/noticias_ver.asp?news=3594>. Acesso em: 10
ago. 2011.
Introdução
Grupo de artesanato
Este grupo era composto por quatro integrantes, sendo três mulheres
e um homem, marido de uma delas. No ano em que foi acompanhado, o
grupo encontrava-se desestabilizado e com dificuldades quanto à produção,
decorrentes de dificuldades pessoais dos integrantes.
O empreendimento tinha uma produção de qualidade, consistente e
variada, que incluía papéis reciclados, artesanato, pastas, blocos, marcadores
de página, cartões, guirlandas e puffs. Tal produção era comercializada no
Centro Público, porém, as vendas eram insuficientes para manter uma renda
satisfatória aos integrantes.
Durante o ano, foram realizadas visitas no barracão de produção,
assim como visitas domiciliares a dois membros, que relatavam as
dificuldades em relação à doença, situação econômica e social. No segundo
semestre, foi solicitado ao grupo a confecção de 300 pastas, para o Seminário
de Economia Solidária, realizado pela INTES e seus parceiros. No mesmo
período, o grupo confeccionou pastas para um congresso realizado na UEL,
sendo então a maior fonte de renda do ano para os membros.
1
Nomes genéricos escolhidos para diferenciar e caracterizar os grupos. Os nomes reais são escolhidos
pelos membros dos grupos, de forma coletiva, geralmente no período de incubagem.
Grupo da horta
Considerações finais
Referências
Introdução
O trabalho e a psiquiatria
1
Pesquisa de mestrado em andamento financiada pela FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado de São Paulo).
A instituição
Parcerias
O NOT conta com parcerias de todo tipo. Entre elas, vale citar:
SEBRAE, FEAC (Federação das Atividades Assistenciais de Campinas),
Sindicato Rural, IAC (Instituto Agronômico de Campinas), Secretaria
Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria
Municipal de Trabalho e Renda com a Comissão Municipal de Economia
Solidária, entre outros.
Reflexões finais
______. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. 3.ed. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2007.
BRASIL. Constituição Federal. Lei n.° 10216, 06/04/01. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/leis_2001/l10216.htm>. Acesso em: 22 ago. 2011.
______. Ministério da Saúde. Portaria n.° 1169. Brasília, 2005. Disponível em:
<http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/polit_mental_econ_soli.pdf.>
Acesso em: 22 ago. 2011.
______. Um método para análise e co-gestão de coletivos. 3.ed. São Paulo: Hucitec,
2007.
MERHY, E. E.; AMARAL, H. (Org.) Reforma Psiquiárica no cotidiano II. São Paulo :
Hucitec, 2007.
PINEL, P. Traité médico-filosophique sur la aliénation mental. 2.ed. Paris: JA. Brosson,
1809. Disponível em: <http://visualiseur.bnf.fr/CadresFenetre?O=NUMM-
76576&M=notice>. Acesso em: 10 ago. 2011.
Introdução
Objeto de estudo
Objetivos
Objetivo geral
Referencial teórico
Metodologia
Tipo de pesquisa
A coleta de dados
Recursos utilizados
A comunidade Macambira
Embora haja uma estimativa de que de 28% das famílias esperam que
os jovens busquem a vida fora da comunidade por falta de oportunidades
locais, 65% têm como expectativa de futuro que eles estudem e continuem
no local. A cultura de resistência dos grupos quilombolas explica parte
deste resultado. Mesmo com um histórico de pobreza e discriminação, a
comunidade quilombola permanece.
Depoimentos mostram pais e jovens desacreditados com o
desenvolvimento por meio da educação. É importante considerar as
décadas de vida que passaram sem comprovarem esses resultados e, muitas
vezes, comprometendo a saúde alimentar da família, para que as crianças
estudassem.
Esta situação tem influência direta no quesito “mão de obra”, tanto
produtiva quanto na gestão e comercialização da produção. Analisando um
mercado que compete diariamente com a busca incessante da qualificação, a
comunidade estaria em desvantagem.
Tal afirmativa se confirma, ao observar que estimadamente 99% das
famílias contam com agricultores rurais na composição familiar e apenas
22% apresentam outras habilidades. Vale ressaltar, neste último resultado,
que não existem profissionais graduados e praticamente nenhum deles tem
nível técnico.
Em relação à renda familiar, 78 das 91 famílias pesquisadas, ou seja,
uma estimativa de 86%, vivem com menos da metade do salário mínimo,
sendo que 55% vivem com menos de um quarto desse valor.
Os dados mostram a relação existente entre a renda familiar per capita
com a sua composição. À medida que a média de pessoas por família aumenta,
diminui a renda per capita; já quanto à presença de idosos e crianças, os
comportamentos são inversos entre si, embora não sejam lineares. Quanto
maior a média de crianças por família, menor a renda per capita e menor é
o número de idosos.
Fica clara a importância que a aposentadoria tem na sobrevivência
dessas famílias, e também a falta de segurança financeira que elas enfrentam,
muitas vezes, pela ausência de mão de obra na família em condições de
Comercialização da mandioca
Recomendações e conclusão
Referências
ALINE KOROSUE
Possui graduação em Serviço Social pela Universidade Federal de Santa Catarina
(2004) e mestrado em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina
(2007). Atualmente é pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina,
atuando no Laboratório de Educação no Campo e Estudos da Reforma Agrária.
Tem experiência na área de Agroecologia, Extensão Rural, Administração de
Cooperativas e Educação em Cooperativismo.
FRANCISLAINE STÁBILE
Bacharel em Serviço Social, formada pela Universidade Estadual de Londrina.
Experiência em Economia Solidária em estágio realizado na Incubadora Tecnológica
de Empreendimentos Solidários – INTES/UEL. Participação em Projeto com
Famílias locadas em áreas de risco realizado pelo Instituto de Tecnologia e
Desenvolvimento Econômico e Social – ITEDES em parceria com Companhia de
Habitação de Londrina – COHAB. (E-mail: franstabile@hotmail.com).
FABIO LANZA
Doutor em Ciências Sociais (PUC-SP), graduado em Ciências Sociais (Unesp-
Araraquara SP), professor-adjunto do Departamento de Ciências Sociais e do
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - Mestrado da UEL - Londrina/
PR. Atua na linha de pesquisa Identidades, Memória, Relações Étnico-raciais e
Religiosidades com os seguintes temas: Sociologia das Religiões e Ensino Religioso;
Trabalho: cooperativismo, geração de renda e informalidade, Brasil. E-mail:
lanza1975@gmail.com.
MEIRE MITSUKA
Possui graduação em Farmácia pela Universidade Estadual de Londrina (2012), na
qual participou como bolsista PROEX em Projetos de Extensão em Parasitologia
e colaborou em Projeto de Extensão em Farmacognosia, com ênfase em Plantas
Medicinais e sua caracterização fitoquímica.
SILVIO YASUI
É psicólogo, Doutor em Saúde Pública pela ENSP-FIOCRUZ, professor do Curso
de Psicologia da UNESP-Assis e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia
da UNESP – Assis. É autor do livro Rupturas e Encontros: desafios da reforma
Psiquiátrica brasileira (lançado em 2010 pela editora Fiocruz), além de artigos
publicados em revistas científicas e de capítulos de livros na área de Saúde Coletiva,
com ênfase em Saúde Mental.