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E-Book - 10 Passos para Se Tornar Um Desenhista (Laerte Galesso) PDF
E-Book - 10 Passos para Se Tornar Um Desenhista (Laerte Galesso) PDF
Quanto à metodologia, desculpem aqueles que são mais “imediatistas”, mas não existe um método
milagroso, tipo: “aprenda a desenhar em uma semana” ou “aprenda desenho realista em 10 aulas”.
Portanto, fuja desses jargões apelativos. Na verdade, o que existe é um processo que precisa ser
seguido, no qual você vai desenvolvendo passo a passo, começando com coisas mais simples e,
quando menos espera, estará desenhando coisas mais complexas, como figura humana, cenas
urbanas, etc., de maneira realista.
Boa sorte!
Laerte Galesso
O Potencial Humano
Quando oferecemos alguns materiais e pedimos para uma criança fazer um desenho, ela
imediatamente começa a desenhar aquilo que tem em mente. Tudo o que essa criança quer é
mostrar suas ideias e se comunicar, sem se preocupar com que os outros vão pensar. Ela sabe
que dificilmente alguém vai ridiculariza-la pelo resultado do seu desenho.
Quando fazemos a mesma coisa com um adulto que não tem nenhuma base artística, ele
entra em pânico; seu senso crítico entra em ação antes que sua mão possa fazer o primeiro
rabisco. Pensamentos como “o que vão achar do meu desenho?” “Não sei desenhar nada!”
“vou ser alvo de gozação.”, etc. criam uma espécie de barreira que bloqueia qualquer
tentativa de sucesso.
O Primeiro passo para se dar bem em qualquer atividade é acreditar que é capaz. Por isso,
livre-se dos pensamentos pré-concebidos, principalmente do mito de que é preciso ter “dom”
para desenho. Não tenha medo de se arriscar, de errar, de parecer ridículo. Não dê ouvidos às
pessoas que não têm capacidade de julgar o que você está fazendo. Aprenda a diferenciar as
críticas construtivas daquelas que querem desanimá-lo.
Antes de passar para o segundo passo, vamos analisar e tentar responder essa questão:
Quando se pensa em aprender a desenhar, pode surgir algum questionamento sobre qual é
a necessidade disso. O desenho, assim como a arte de uma maneira geral, é uma necessidade
humana, uma forma de se expressar e se comunicar, eleva o espírito e proporciona momentos
de prazer.
Quando você desenha, lida com uma parte do seu cérebro que normalmente não utiliza, e isso
ajuda no desenvolvimento da criatividade. Além disso, há mais de trinta profissões ligadas, de
certa maneira, ao desenho que serve de base na formação de diversos profissionais, como o
arquiteto, o artista plástico, tatuador, estilista, designer de games, designer de produtos, de joias,
gráfico, designer de interiores e tantos outros.
2 Seja Paciente e Disciplinado
Uma das grandes qualidades das pessoas vencedoras é a disciplina, associada à iniciativa e à
persistência. Muita gente associa o aprendizado de arte como um “relax”, que não necessita
de muita dedicação. Que “a coisa acontece”. Mas, não é bem assim.
Quando vemos uma bailarina “utuando” no palco com graça e leveza ou um guitarrista
“deslizando” os dedos nas cordas, num solo harmonioso, fazendo parecer que é “muito
fácil” dançar balé e tocar guitarra.
Bem, eu nunca tentei dançar balé, mas sei que é preciso muito estudo, treino, dedicação,
disciplina e uma boa dose de sacrifício, para se alcançar bons resultados.
Quanto à guitarra, já tentei tocar. E os resultados foram calos nos dedos, horas de sono, e
toda a família e a vizinhança revoltadas. Foi aí que percebi que, como “guitarrista”, eu era
um ótimo “desenhista”.
A paciência é uma das maiores virtudes daqueles que querem aprender, não apenas desenho,
mas qualquer coisa. Por isso, não tente subir toda a escada de uma só vez, mas sim degrau
por degrau.
// O Que Faz um ‘’Desenhista’’?
A profissão de desenhista é muito ampla: pode ser desenhista artístico, industrial, de produto
(designer), de moda (estilista), etc. O que todas essas profissões têm em comum é que o
profissional precisa saber desenhar bem.
O objetivo deste trabalho é justamente este: ensinar você a desenhar bem qualquer coisa.
Independentemente de qual dessas profissões relacionadas você escolher, saber desenhar
bem é fundamental. E, mesmo que você não queira ser um desenhista profissional, vai
perceber como o desenho ajuda no desenvolvimento da criatividade, que você pode aplicar
em qualquer área de atuação.
O dom para o desenho é um mito que existe desde o tempo em que o desenho era a base da
pintura, que era o único meio de retratar as épocas, até a invenção da Fotografia, por volta
de 1840. Até essa época, quem não conseguia desenhar “academicamente perfeito” estava
fadado ao fracasso nas artes.
Hoje, qualquer pessoa que tenha um raciocínio lógico e for orientada por um profissional,
através de um método adequado, consegue aprender como representar as coisas e a
natureza de forma realista. E, mesmo que o resultado não seja “tão realista”, a pessoa pode
ter seu estilo próprio e se expressar através desta nobre arte do desenho.
3 Aprenda a ‘’Ensaiar’’
Um ator, um músico ou uma banda, antes de fazer uma apresentação em público, costuma
ensaiar dias a fio, dezenas ou até centenas de vezes a mesma coisa, justamente para que
tudo saia perfeito, quando for se apresentar. Esses ensaios fazem com que o artista ou o
grupo adquira mais segurança e evite a improvisação.
O estudante de artes, em geral, não gosta de “ensaiar”, ou seja, treinar as bases aprendidas;
faz uma ou duas vezes e já acha que sabe o suficiente para usar a tela ou o papel como
“cobaia”. Não quero dizer com isso que a improvisação não seja importante. Muitas obras
interessantes são produzidas a partir do improviso. Mas, a prática das bases aprendidas
transmite mais segurança e confiança na hora de fazer uma obra ou um desenho para
valer.
Portanto, adquira o habito de ensaiar, treinar, praticar, fazer estudos preliminares, pesquisar,
antes de querer sair “criando monstrinhos”. Tenha sempre à mão um bloco de notas e
desenhe (esboce) tudo o que ver pela frente.
// Qual é a Importância do Desenho à Mão, na Era do Computador?
Teoricamente, qualquer pessoa que sabe uma tarefa consegue ensinar outras a realiza-la.
Na prática, porém, há um grande abismo a ser ultrapassado entre saber fazer e saber ensinar.
Isso envolve questões que vão muito além da aula em si, como aspectos emocionais,
didática, metodologia, incentivo, firmeza, entre outros. Por isso, a escolha do orientador
experiente, que tenha boa didática, metodologia, alguém com quem você se identifica e que
entenda as suas reais necessidades.
Depois de mais de 40 anos ensinando desenho e arte em geral, aprendi muito sobre didática
e relacionamentos. Confesso que muito do que aprendi foi com meus próprios alunos, não
apenas sobre didática, mas principalmente sobre relacionamentos, que a meu ver é a
primeira condição para se ensinar alguém. Sem isso, todo o conhecimento técnico e teórico
cai por terra.
Nesses anos todos, conheci pessoas maravilhosas e ajudei muita gente a fazer arte, viver
disso e se sentir valorizada. Além disso, com toda a experiência acumulada, pesquisa e estudo,
consegui criar um método que facilita muito o aprendizado do desenho. Em minha opinião,
não adianta ser um bom professor, se não dispor de uma metodologia eficiente, que aborde
os conteúdos adequados e favoreça o aprendizado do aluno. Com esse método, qualquer
pessoa que tenha um raciocínio lógico consegue aprender a desenhar de maneira realista.
Quero esclarecer que a metodologia que desenvolvi não é uma coisa perene nem uma
“verdade absoluta”, pois isso não existe em arte.
// Como é esse Método?
O método é muito simples: tomando como base outras atividades, como o Vôlei, ou o Tênis,
por exemplo, que para se jogar é preciso aprender os fundamentos, com o Desenho é a
mesma coisa. Muita gente, quando assiste a um vídeo na internet, de um profissional
desenhando coisas maravilhosas, logo se imagina desenhando igual. Então, quer “começar”
a desenhar pelo estágio em que esse profissional se encontra. Não imagina o quanto esse
artista já batalhou, ralou para chegar nesse estágio de evolução. Quantas horas, dias, meses,
anos de treino, dedicação e disciplina há por trás de toda essa destreza.
É por esse motivo que muitos acabam se frustrando e até desistindo de continuar tentando,
achando que não tem “dom” para o desenho. Por não terem a paciência necessária e
disciplina para seguir as etapas ou mesmo por não encontrar um orientador que possua uma
boa didática e metodologia.
Toda a didática e metodologia estão baseadas no cérebro humano, que é dividido em duas
metades, chamadas de Hemisfério Esquerdo e Hemisfério Direito; o primeiro (Lado Esquerdo)
está relacionado aos aspectos verbais, analíticos e sequenciais; enquanto que o segundo
(Lado Direito) é visual, perceptivo e simultâneo.
De acordo com pesquisas realizadas pela primeira em 1968, pelo cientista norte-americano
Roger W. Sparry, que serviram como ponto de partida para a escritora e professora, também
norte-americana, Betty Edwards, desenvolver o método e o livro “Desenhando com o Lado
Direito do Cérebro”, que até hoje é referencia no ensino de desenho.
Aprender a desenhar é muito gratificante. Mas, só isso não vai fazer de você um grande
desenhista. Junto com isso, além de todo o embasamento teórico, deve vir o interesse pela
pesquisa, no sentido de “abrir” a sua mente para o mundo das artes e do Design como um
todo. Isso envolve todos os principais segmentos, como Moda, Arquitetura, Artes Gráficas,
Fotografia, Arte de Rua, Design de Produtos, Jóias, Quadrinhos, Cinema, etc.
Para interagir com todos esses segmentos, o ideal é que você visite exposições, feiras e outros
eventos de arte e design; leia revistas, jornais e livros sobre esses assuntos e use o potencial
da Internet para pesquisar.
Aliás, até bem pouco tempo, quem mora longe dos grandes centros tinha bastante
dificuldade de realizar pesquisas. E mesmo quem mora nas grandes cidades, tinha que ir a
campo, para realizar essas pesquisas. Hoje, no entanto, com as facilidades da Internet, você
tem acesso a qualquer tipo de informação sem sair de casa. O único porém, é que você
precisa selecionar as informações e verificar se elas vêm de fontes confiáveis.
6 Aprenda a ‘’Enxergar’’
Em geral, quando peço para meus alunos desenharem um objeto ou modelo a partir da
observação, eles imediatamente começam a desenhar, na ânsia de ver o resultado pronto.
Mas, se ainda não “enxergaram” direito aquilo que estão desenhando, o resultado pode não
sair como o esperado.
O grande segredo para se aprender a desenhar é enxergar à maneira dos artistas. Isto quer
dizer não apenas olhar superficialmente para os objetos, natureza ou pessoas, mas olhar
atentamente, minuciosamente cada detalhe e fixar isso na sua mente. Quando você forma
uma imagem mental do objeto, fica mais fácil de retratá-lo no papel.
Estamos acostumados a olhar os objetos do nosso cotidiano apenas o suficiente para
identificar o que estamos vendo: uma xícara, uns óculos, etc. Mas o desenhista repara em
muitos detalhes; como o brilho, o volume, a forma, a textura, a cor, etc. Todos esses detalhes
são armazenados no “arquivo” do seu cérebro e facilitam a representação.
Portanto, ensinar o aluno não apenas a ver superficialmente, mas enxergar de verdade deve
ser uma das primeiras tarefas do orientador.
7 Faça Um Planejamento
Se você vai fazer um curso, especialmente se for online, deve fazer um planejamento, da
mesma forma como se fosse fazer um curso presencial. Isso é muito importante para o
sucesso da sua iniciativa.
Com os avanços e as facilidades da Internet, muita gente decide estudar na própria casa,
pelo sistema EAD. Essa modalidade oferece inúmeras vantagens, entre as quais podemos
destacar a comodidade, a escolha do horário, segurança e o preço, pois, os cursos online, em
geral, custam menos que os presenciais.
Veja a seguir algumas dicas para tirar o máximo de proveito de seu estudo online:
15 Dicas para Melhor Aproveitamento dos Estudos em Casa:
01 - O estudo online requer muita disciplina pois, em grande parte do tempo, quem
dita o ritmo é você. Concentre-se em seus objetivos!
02 - Se o seu tempo é curto, estabeleça uma rotina sagrada de estudar pelo menos um
pouco todos os dias (1 hora, 40 minutos, não importa);
08 - Se tiver alguma dúvida, não desanime. Tente resolve-la, mas, se não conseguir
naquele momento, passe adiante. Siga em frente e volte depois. Se for o caso, peça
ajuda ao seu tutor ou a alguém com mais experiência;
09 - Se tiver muito barulho (falatório) em volta, tente se isolar e coloque uma música
suave;
11 - Evite fazer todas as outras atividades e deixar seus estudos para o fim do dia
(ou da noite), pois, quando for estudar já estará cansado;
12 - Sempre tem conteúdos que a gente gosta mais do que outros, por isso ataque
aqueles que você gosta menos primeiro;
13 - Evite fazer tarefas quando estiver com sono, pois, o resultado não será produtivo;
14 - Se você gosta de companhia, convide um amigo (ou amiga) para estudar junto;
assim, um incentiva o outro.
Você gosta de desenhar figura humana, mas fica decepcionado com o resultado?
Isso não tem nada a ver com a sua capacidade de desenhar pessoas, mas sim com a
preparação que você NÃO teve para isso.
Por isso, é importante começar por coisas mais simples, como linhas, sólidos geométricos,
objetos do cotidiano, etc., resolvendo as construções e os volumes (luz e sombra).
Isso gradativamente vai te dar toda a base necessária para desenhar a figura humana com
suas proporções corretas.
Entendendo essa orientação e utilizando uma metodologia que evolui passo a passo, em
pouco tempo você estará desenhando qualquer coisa.
É bom ser exigente consigo mesmo; isso evita o “super ego”. Mas, o excesso de cobrança
também não é legal. Por isso, não exija muito de você no começo. Não espere resultados
mirabolantes logo de cara nem queira subir vários degraus de uma vez.
A prática do desenho é uma das atividades com custo mais baixo, pois, requer materiais
simples e baratos. No começo, tudo o que você precisa são três lápis (HB. 2B e 6B) papel
Layout e uma borracha macia.
É claro que materiais caros e sofisticados ajudam, mas, a falta de lápis importado não vai ser
empecilho, pois um simples lápis escolar nº 2 e papel sulfite comum são suficientes para você
começar. Depois, quando chegar aos componentes de Luz e Sombra e Texturas, vai precisar
de outros materiais, mas nada com preço exorbitante.
// Quais Técnicas eu Devo Aprender?
No começo, você não deve se preocupar com “técnicas”, pois, o importante é “aprender a
desenhar”, ou seja, conhecer e aplicar os principais fundamentos, como construir as formas,
aprender dar volume e texturas, montar composições, fazer perspectiva e desenhar figura
humana.
Depois que você aprendeu a desenhar, fica mais fácil a aplicação das técnicas e acabamentos;
vai perceber que as técnicas são uma questão de prática, de acordo com as características de
cada uma. Por exemplo, a aquarela é uma técnica leve, suave, que você deve começar a partir
das cores claras para as mais escuras, enquanto que o guache, óleo ou acrílica, você pode
aplicar as cores mais escuras e sobrepor com as cores mais claras.
Também não dá para se pensar em acabamentos primorosos e “desenho realista”, sem antes
aprender as bases e os fundamentos do desenho. A menos se você “decalcar” os desenhos
para dar acabamento.
9 Siga a Metodologia
Tem muito aluno que gosta de desenhar, mas não tem paciência nem disciplina para seguir
um programa de curso. Outros, já querem “sair” desenhando, sem entender os conceitos de
cada exercício. Outros ainda questionam os conteúdos, sem entender direito a proposta.
Em qualquer um desses perfis o aprendizado fica comprometido.
Por isso, é importante que você confie no orientador e na metodologia proposta, assim,
poderá absorver melhor as informações e alcançar resultados positivos.
// Quais Conteúdos eu Preciso Aprender?
Um bom curso de desenho deve conter todos os componentes abaixo, que podem ser
desenvolvidos de forma alternada.
Obviamente, estes são somente os títulos dos componentes, que devem ser subdivididos em
conteúdos e servir de base para um programa de curso.
Depois que você cumpriu todas as etapas e aprendeu a desenhar, estará apto a escolher sua
área de especialização, que pode ser qualquer uma das áreas descritas no início do E-book.
Se for na área artística, o manuseio de técnicas e materiais, desenvolvimento da criatividade
e de um estilo próprio é a sequência mais natural; se for na área técnica, o desenho técnico
e arquitetônico e assim por diante.
Existem muitos cursos específicos nos quais o desenho já está inserido. Porém, muitas vezes,
ele é passado de maneira superficial, pois não é o foco principal. Isso acaba gerando um
déficit, por isso é importante você já ter uma boa base de desenho livre.
10 Siga os Exemplos dos Grandes Mestres
Eu poderia fazer uma grande lista com alguns dos principais nomes do desenho e da
ilustração, brasileiros e estrangeiros. Mas, é tanta gente boa, que temo cometer injustiça.
Mas, se você entrar em qualquer site de busca, como o Google e digitar “desenhistas
famosos” ou “ilustradores famosos”, vai conhecer o trabalho de grandes feras do desenho e
da ilustração, tanto no Brasil quanto no exterior.
Vendo o trabalho desses artistas talentosos, você pode até ficar indagando: “Puxa! Nunca vou
chegar nesse nível”. Mas, pense comigo: quando esses caras e garotas começaram já existia
muita gente boa e, se eles tivessem esse tipo de pensamento, nunca chegariam onde estão.
Concorda?
Estude as obras desses artistas, veja com quais se identifica e lembre-se: Um dia, eles
começaram sem saber desenhar.
Como o Desenho Mudou a Minha Vida
por Laerte Galesso
Nasci em São Paulo, em 1951 e, desde criança, sempre gostei de desenhar. Tinha muita
dificuldade de me expressar com palavras, por isso, achava que o desenho pudesse me ajudar
com isso. Também o desenho, para mim, era uma forma de fugir da pobreza que a gente vivia
naqueles tempos difíceis.
Na escola, quando eu tinha que fazer trabalhos e desenhar personagens históricos, eu olhava
para as “sombras” e tentava desenha-las, e assim os personagens saiam.
Décadas mais tarde, a escritora e professora norte-americana, Beth Edwards, lançou o livro
“Desenhando com o Lado Direito do Cérebro”, no qual uma das formas de se aprender a
desenhar é justamente através do desenho das sombras. Inconscientemente, eu já usava o lado
direito do cérebro. Minhas notas em Desenho eram ótimas, as professoras e meus pais
incentivavam e isso era muito bom para mim. Aos 15 anos, eu já pintava como autodidata.
Mas, eu achava que precisava estudar, por isso, aos dezenove anos, entrei numa escola de arte,
de nível técnico, chamada Cândido Portinari, com a ideia de fazer artes plásticas. Mas, como eu
precisava trabalhar para ajudar minha família e o mercado de arte era muito difícil, acabei
fazendo Design Gráfico, Ilustração, Diagramação e Produção Gráfica. Conclui o curso em 1974,
mas, mesmo antes disso, eu já estava empregado. Trabalhei durante 10 anos em editoras e
agências de propaganda, como layoutman, arte-finalista, diagramador e produtor gráfico.
Em 1976, recebi um convite para lecionar, na mesma escola que me formei. Trabalhava durante
o dia e dava aulas à noite e sábados. Mais tarde, passei a coordenar os cursos e preparar os
materiais didáticos. Minha rotina era bem puxada, mas, mesmo assim, eu continuei pintando e
fazendo exposições.
Fui amadurecendo o sonho de montar minha própria escola e, em 1987, fundei a ABRA –
Academia Brasileira de Arte. Eu tinha em mente criar uma escola que valorizasse o indivíduo
através da arte, onde o relacionamento entre aluno e professor fosse prioridade, o ensino fosse
individualizado e quebrasse o mito de que é preciso ter “dom” para se fazer arte. Essa ideia deu
muito certo, pois encontrei muitos profissionais competentes que entenderam a proposta e me
ajudaram.
Hoje, estamos completando 30 anos de fundação e levando para o ensino online a mesma
metodologia dos cursos presenciais.
Primeira unidade ABRA, inaugurada em 30 de Junho de 1987, no bairro do Brooklin, São Paulo.
10 passos para se tornar um Desenhista
E-book
Distribuido por:
ABRA - Escola de Arte e Design
Elaboração:
Laerte Galesso
Montagem e Diagramação:
Henrique Cesar