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Mestrado Juliana PDF
Mestrado Juliana PDF
CRÔNICA TERMINAL
RECIFE, 2007
1
INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA - IMIP
CRÔNICA TERMINAL
RECIFE, 2007
2
JULIANA DE OLIVEIRA CARNEIRO DA CUNHA
materno infantil.
RECIFE, 2007
3
DEDICATÓRIA
Essa dissertação é dedicada a toda essência da minha família, meus pais Thales e
Maria Eugênia, meu marido Rodrigo e meus irmãos Cristiane e Thales Filho, que sempre com
aperfeiçoamento profissional.
4
AGRADECIMENTOS
realização dessa dissertação, pois cada um teve um papel fundamental nessa trajetória de
aprendizado e conquista. Entretanto, não posso deixar de destacar, aqueles que contribuíram
de forma decisiva para a finalização de mais essa etapa da minha vida, entre eles estão:
Meu orientador José Marcelino Bandim pelo incentivo e apoio para a realização do
mestrado;
Meu co-orientador José Eulálio Cabral Filho pela sua paciência e disponibilidade;
O Prof. Natal Figuerôa, sempre paciente e disponível para ajudar com suas análises
estatísticas;
dos pacientes;
os momentos difíceis;
Os colegas de turma, pelo companheirismo e amizade construída ao longo desses dois anos;
5
RESUMO
Leucemia Linfóide Aguda (LLA) e Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) atendidas
Métodos: Estudo descritivo do tipo série de casos, composto por 52 crianças entre 8 e 15 anos
Resultados: Três (5,8%) casos preenchiam os critérios para Episódio Depressivo Maior
(EDM), sendo dois portadores de IRCT e um portador de LLA. Oito (15.4%) casos
preenchiam os critérios para Transtorno Distímico (TD), todos eles portadores de IRCT. Não
associação entre faixa etária e EDM não foi significativa (p=0,327). Por outro lado, esta foi
associação entre os Transtornos Depressivos e tempo de evolução da doença de base não foi
Conclusão: A freqüência de Episódio Depressivo Maior nos pacientes estudados ficou dentro
mais alto de Transtorno Distímico que os mencionados por ela. Ao contrário do esperado, não
Episódio Depressivo Maior e às faixas etárias. Por outro lado, colaborando com a literatura, a
7
ABSTRACT
Lymphocytic Leukemia (ALL) and End Stage of Renal Disease (ESRD), and to determinate
the concordance between the instruments used on the research to evaluate depressive
symptoms.
Methods: A case of series study including 52 children suffering of ALL or ESRD aged 8 to
15 years seen on Nephrology and oncology units of Mother and Child Institute Prof. Fernando
Figueira (IMIP).
Results: Three patients (5.8%) had major depressive episode (MDE), two of them with ESRD
and one with ALL. Eight patients (15.4%) had Dysthymic disorder (DD), all of them had
ESRD. There was no association among sex and MDE and DD. The association between age
and MDE was not meaningful. On other hand, the association between age and DD was
significant, and all of them aged between 12 and 15 years. The association between
depressive diseases and evolution time of base disease was not significant. However, it was
observed that the bigger the time of base disease evolution, the bigger the association with
DD. The concordance between instruments used on the research was not good.
Conclusions: The frequency of MED was not different from the literature, but for DD this
frequency was higher. In opposition to what was expected, there was no difference among
sex, MED and DD, neither between age and MED. However, in agreement with the literature,
8
LISTA DE TABELAS E FIGURAS
páginas
o CDI e o CDRS-R.
Transtorno depressivo.
CDRS-R.
de base.
Tabela 12. Relação entre os diagnósticos dos Transtornos depressivos com o tempo 61
CDI e CDRS-R.
10
LISTA DE SIGLAS
ambulatorial contínua)
Depressão Infantil)
revisado
ECT Eletroconvulsoterapia
IR Insuficiência Renal
TD Transtorno Distímico
X Média
DP Desvio Padrão
12
SUMÁRIO
páginas
I. INTRODUÇÃO 15
ADOLESCENTES
II. JUSTIFICATIVA 40
III. OBJETIVOS 41
IV. MÉTODOS 42
VII. RESULTADOS 54
VIII. DISCUSSÃO 63
13
IX. CONCLUSÕES 71
X. CONSIDERAÇÕES FINAIS 72
APÊNDICES
ANEXOS
14
I. INTRODUÇÃO
adolescentes é bastante recente. Até a década de 70 acreditava-se que a depressão nessa faixa
etária fosse rara ou até inexistente.1-5 Desde 1975, o “National Institute of Mental Health of
que permitiram uma linguagem comum para a comunicação mais clara sobre os diagnósticos
psiquiátricos.3
perturbação básica dentro da esfera do humor.6 O Episódio Depressivo Maior (EDM) serve
com um “bloco de construção” para o diagnóstico dos outros transtornos do humor, isto é,
como um dos referenciais para o diagnóstico de tais transtornos, já que nessa sessão dos
humor deprimido ou perda de interesse ou prazer por quase todas as atividades, entretanto, em
15
crianças e adolescentes, este humor pode ser irritável em vez de deprimido. Deve vir
acompanhado também por sintomas como: alteração do sono, do apetite e/ou da motricidade,
deprimido na maior parte do tempo (1 ano em crianças e adolescentes e o humor pode ser
anexo D).6 Os pacientes, geralmente, têm períodos de dias ou semanas quando descrevem a si
mesmos como estando bem, mas na maior parte do tempo sentem-se cansados e deprimidos;
1.1.2. EPIDEMIOLOGIA
10%.9 Ainda existe uma certa escassez de estudos epidemiológicos sobre depressão na
16
maior, em crianças, de 0,4 a 3,0%, e de 3,3 a 12,4% em adolescentes. Na infância, o risco de
população em geral.14 Nos poucos estudos que existem sobre o TD, a prevalência varia de
Em Fortaleza foram avaliadas 345 crianças da pré-escola, com uma média de idade de
5,6 anos de ambos os sexos, através da Escala de Sintomatologia Depressiva para professores
(ESDM-P), onde foi encontrada uma prevalência de 3,9% de depressão nesta população.17
Em um estudo realizado com 463 alunos entre 10 e 17 anos de uma escola pública de
Curitiba-PA, avaliados pelo Chlidren’s Depression Inventory (CDI), foi encontrada uma taxa
de sintomas depressivos de 20,3%, com prevalência maior no sexo feminino (2,6 meninas: 1
menino), mas não houve diferença estatística em relação ao fator idade, entretanto, encontrou-
se uma tendência de aumento dos índices dos sintomas à medida que a idade aumentava
durante a adolescência, dos 10 aos 15 anos, e observou-se uma redução entre 16 e 17 anos.5
Gerais, com 519 estudantes entre 7 e 13 anos, utilizando o CDI como instrumento de
sexo.
ensino. A amostra foi composta por 135 crianças de 7 a 14 anos, sendo 42% delas
17
matriculadas em escola particular de nível sócio-econômico elevado. A prevalência de
Barbosa e cols20 estudaram uma amostra de 807 estudantes, entre 7 e 17 anos, que
média de idade situava-se em 12,73 anos e os alunos foram avaliados através do CDI. Foi
de psiquiatria no grande Recife, com idades variando entre 6 e 14 anos, encontrou uma
prevalência de 12,5% para depressão maior e de 68,75% para distúrbio distímico, onde a
maioria desses pacientes eram do sexo masculino e a maior parte da população foi composta
por crianças entre 11 e 14 anos, salientando que esses resultados foram encontrados em
adolescência entre os 13 aos 19 anos de idade.4 O primeiro episódio costuma durar em média
cinco a nove meses, com 70% de probabilidade de recidiva em cinco anos.21 Geralmente, após
precoce for o aparecimento da doença, maior tenderá o seu prejuízo, causando um impacto
18
maioria das vezes antes dos 25 anos.14 A distimia em crianças pode ter um curso crônico, com
episódios de depressão maior ao longo da vida.23 Pode ainda ser classificada em distimia de
início precoce (antes dos 21 anos) ou de início tardio (depois dos 21 anos), as crianças e
adolescentes vão ser portadores de distimia de início precoce, com maior risco de
transtornos depressivos em crianças, adolescentes e adultos, estes manuais não são adaptados
clínicas em cada uma dessas fases. Vale ressaltar que a maioria dos autores nessa área cita que
somáticos por sintomas psicológicos, mais específicos, à medida que a criança vai crescendo.2
choro fácil, apatia, fadiga, isolamento, inabilidade em se divertir (anedonia), declínio ou fraco
depressão em crianças.25 Também podem ser identificados sinais como, concentração fraca,
queixas somáticas, perda de peso, insônia e sintomas psicóticos congruentes com o humor. É
19
comum a criança não ter amigos, dizer que os colegas não gostam dela ou apresentar um
adultos, mas também existem características fenomenológicas importantes que são típicas do
transtorno nesta fase da vida. Os adolescentes nem sempre estão tristes, apresentam-se
subjetivos, como sentimentos de tristeza, vazio, tédio, raiva e ansiedade, e costumam ter,
também, mais preocupação com popularidade, menos satisfação com a aparência e menos
auto-estima. Enquanto que meninos relatam mais sentimentos de desprezo, desafio e desdém,
e demonstram problemas de conduta como: falta às aulas, fugas de casa, violência física,
1.1.4. DIAGNÓSTICO
Distímico (vide Anexo D) são essencialmente clínicos, feitos através de uma história clínica e
entrevistas diagnósticas: Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia for school- age
20
children (K-SADS), Children´s Interview for Psychiatric Syndromes (ChiPS); de escalas:
(CDRS-R).3 .
direcionada para as idades entre 6 e 16 anos.1 As mais usadas são a CDRS-R, que é a
em indivíduos jovens são muitas vezes vistos como flutuações normais próprias da idade;
pediatras podem sentir-se relutantes em rotular seus pacientes como portadores de doença
psiquiátrica; além disso, os transtornos que produzem depressão são considerados próprios do
dos pais8,12,13,30 , perda de um dos pais, irmão ou amigo íntimo.4,9,26 e presença de outros
recreacionais.13,20,27,30
21
Em estudo realizado para avaliar os fatores associados com sintomas depressivos em
1095 adolescentes entre 13 e 18 anos, através do Inventário de Beck, foi encontrado que 9%
dos pais, percepção do pobre funcionamento familiar, problemas com os pares, baixa auto-
sua ocorrência em 1845 adolescentes entre 14 e 20 anos, mostrou uma taxa de depressão de
14%, sendo 2,18 mais comum em meninas, com o pico de incidência aos 16 anos. Foi visto
também que desorganização familiar (p< 0.05) e abuso de álcool na família (p<0.001) são
fatores significativamente associados a sintomas depressivos. Por outro lado, mostrou que ter
crianças internadas com diagnósticos de patologias agudas e crônicas. Neste estudo foi
observada a presença de sintomas depressivos em 40% da amostra, o que foi considerado uma
presença de sintomas depressivos variavam entre 8 e 20% para a população geral. Tal
22
Assim, a maior ou menor probabilidade de surgimento da depressão é vista como
predisposições individuais.26
1.1.6. CO-MORBIDADES
1.1.7. TRATAMENTO
uma compreensão do quadro, e uma intervenção sob o ponto de vista biológico, psicológico e
23
controlados sobre a eficácia do uso de antidepressivos em crianças e
adolescentes.32,34
Em geral é uma técnica bastante efetiva e segura, usada somente quando todos os
24
1.1.8. PROGNÓSTICO
Apesar de todos os avanços nessa área, o que chama atenção é que a maioria das
para tratamento4, o qual deve ter uma múltipla abordagem, visando a uma compreensão do
Cabe, portanto, dedicarmos maior atenção e empenho ao estudo deste tema, sob o
A criança com doença crônica grave pode passar por grandes sofrimentos, que podem
diagnóstico e tratamento das doenças, muitos deles ainda são procedimentos invasivos,
O diagnóstico de uma doença grave pode despertar as mais diversas reações, podendo
ser muito semelhantes àquelas que ocorrem quando da perda de alguém próximo. No caso da
25
Em toda enfermidade grave, a criança e sua família enfrentam várias questões como
dor insuportável, possibilidade de morte e o real sentido de sua existência. O primeiro afetado
reação da criança no momento em que se comunica o diagnóstico, está relacionada à seu grau
sua enfermidade.42
pelas limitações que a doença provoca, como pelas atividades hospitalares. A criança tem seu
corpo manipulado por pessoas estranhas. Os procedimentos são desconhecidos, podem ser
família, exigindo readaptações frente à nova situação e estratégias para seu enfrentamento.
Processo este que depende da complexidade e gravidade da doença, da fase em que eles se
equilíbrio.44
enfermidade, muitas experimentam sentimentos de culpa acerca dos problemas que estão
ocasionando à família, isto acontece, de modo especial, nos casos mais avançados. Nesses
26
casos, é conveniente ter uma certa cautela, visto que, um sentimento exagerado de culpa, pode
faixa etária.42
agressividade.42
Todas essas limitações tornam a criança diferente de seus pares, criando inúmeras
dificuldades para a sua auto-estima, com aumento da dependência em relação aos adultos,
saudável.42,45,46
estudos indicam que o risco de problemas psicológicos é aproximadamente duas vezes mais
psiquiátricos, a doença crônica poderia ter contribuído como um fator de risco para o
das crianças e adolescentes com doenças crônicas. Entre esses fatores, poderia-se destacar: a
27
doença45,54,55; impacto na aparência física56,57; esperança de recuperação58, precisão
relacionamento familiar.61
Por outro lado, crianças e adolescentes com doenças crônicas não estão imunes aos
por exemplo: sofrimento provocado por dor física, limitações no funcionamento social e
hospitalizações repetidas.62
complexa podemos ainda vislumbrar alguns fatores chamados de proteção, como por
exemplo: o suporte dado por uma equipe multidisciplinar sensibilizada para as dificuldades
Até o momento, não existe uma teoria bem estabelecida para explicar como a doença
formulação comum é de que a doença funcionaria como um estressor, e que a criança poderia,
do ponto de vista psicológico, “se adaptar à doença” ou “enfrentá-la com o estresse provocado
pela mesma”.47
também, crianças com outras patologias pediátricas, tanto crônicas como agudas.
28
Para alguns autores, a população pediátrica com doenças crônicas tem um risco
aumentado para depressão, encontrando-se entre estas taxas mais elevadas de depressão
Ainda são escassos os estudos sobre sintomatologia depressiva e doença renal crônica
em crianças. Em um estudo realizado em Porto Alegre, Brasil, onde foi avaliado a presença de
de vida em relação a eles. Entretanto não houve diferença estatisticamente significativa entre
o grupo em uso de diálise peritoneal contínua ambulatorial e os outros dois grupos tanto em
relação aos sintomas depressivos, quanto à qualidade de vida. Em relação a ansiedade não
demonstrado que a experiência de dor crônica está muito associada com significativas
mostraram graus leves a moderados de depressão, aproximadamente 15% dos pacientes vistos
Entretanto, tais aspectos podem ser analisados sob diversos ângulos e perspectivas, uma vez
29
Ao contrário do que se especulava anteriormente, as investigações realizadas nos
últimos 20 anos,45,52,69-71 têm apontado para escores mais baixos de sintomas depressivos em
Esse fenômeno pode não estar limitado a auto-questionários sobre depressão, mas
É possível, é claro, que essa auto-resposta positiva seja uma reflexão válida do seu
nível excepcional de funcionamento. Uma outra explicação alternativa é que esses achados
sintomas depressivos são avaliados pelo CDI. Enfatizaram ainda, a necessidade de se utilizar
informações) para uma melhor precisão na avaliação da sintomatologia depressiva nesse tipo
crianças diagnosticadas com diversos tipos de câncer, as quais foram comparadas com dois
outros grupos distintos, um com 42 crianças com diagnósticos psiquiátricos distintos e outro
composto por 304 escolares saudáveis, foi observado uma discrepância entre as informações
dadas pelas crianças com câncer e os dados fornecidos pelos instrumentos dirigidos às
30
Depression Rating Scale – CDRS28 , Fritz & Williams73 investigaram a presença de
depressiva encontrada, não diferiu da prevalência média na população geral, a qual estava
Para Greenberg e cols74 a boa adaptação dessas crianças bem como, os baixos escores
de sintomas depressivos, poderia ser explicada por uma forma de mecanismos de “negação”
em relação à doença.
Um estudo atual sobre o “estilo adaptativo repressivo” realizado com três grupos
crianças: 130 com diagnóstico de câncer, 121 com diagnóstico de doença crônica (diabetes,
fibrose cística e atrite reumatóide juvenil) e 368 formado por controles saudáveis, verificou
que a utilização do “estilo adaptativo repressivo” não é próprio das crianças com câncer, mas
é característico de crianças com muitas outras doenças crônicas. Os autores sugerem que o
adaptação possa ser uma característica geral de crianças portadoras de doenças crônicas.72
evitação têm sido implicados como uma possível explicação para os baixos escores de
“self” da consciência de uma realidade que ameaçasse. No entanto, esses construtos diferem
31
repressivo (repressão)” seria um processo defensivo, mais automático e fora da
consciência.70,75
utilizados no estudo para avaliar a depressão podem ter seus escores alterados, tanto pela
sintomatologia clínica da doença de base, como pela influência dos efeitos colaterais dos
tratamentos específicos.76
transtornos depressivos em crianças portadoras de LLA com um grupo controle formado por
encontrou que 9,7% da amostra com LLA preencheu os critérios diagnósticos para Episódio
Depressivo Maior (EDM), enquanto que nenhum deste grupo preencheu os critérios para
Transtorno distímico. Em relação ao grupo controle, 3,3% preencheu os critérios para EDM e
A associação entre depressão e doença clínica pode levar tanto a uma piora da
evolução do quadro psiquiátrico, como da doença clínica, com menor aderência às rotinas
32
doenças crônicas.78 A importância dessa associação indica a necessidade de uma avaliação
adequada dos sintomas depressivos, pela superposição com os sintomas da patologia clínica.78
debilitantes, a Leucemia Linfóide Aguda e a Insuficiência Renal Crônica Terminal, cada uma
com suas peculiaridades, desde o diagnóstico à sua evolução. Chamamos atenção para o fato
de que, apesar de se chamar “aguda”, a LLA foi considerada como uma doença crônica,
diagnosticada em crianças; estima-se que ocorram 2500 a 3000 casos de leucemia em crianças
menores de 15 anos nos Estados Unidos a cada ano, com uma incidência de 3 a 4 casos por
Recife, uma pesquisa realizada com 133 crianças com diagnóstico de leucemia mostrou que
70% eram portadores de LLA, uma taxa menor que a descrita pela literatura, que se situa em
anormalidades cromossômicas.80,81
33
A Leucemia aguda, como outras neoplasias malignas, apresenta uma carga genética
importante, fazendo com que sua incidência seja maior dentro de uma mesma família.80,81
Os sintomas iniciais mais comuns são febre, palidez, púrpura e dor. O início pode ser
abrupto ou insidioso. Os sintomas podem ser inespecíficos e simular outras patologias não
malignas, e sua evolução pode ocorrer durante alguns dias, semanas ou, ocasionalmente,
O diagnóstico da LLA, pode ser realizado através dos achados clínicos e laboratoriais,
são meios auxiliares para uma melhor definição do diagnóstico, e para a avaliação prognóstica
da doença.80,81
moderna em oncologia pediátrica.80 Nos últimos anos, o tratamento da LLA infantil tornou-se
filosofia do tratamento visa erradicar o maior número possível de células leucêmicas que
invadem, particularmente, a medula óssea, sangue, baço, fígado e sistema nervoso central,
A irradiação craniana está cada vez sendo menos utilizada devido ao risco substancial de
das crianças com LLA que suspenderam o tratamento após 3 anos tiveram recidiva. O risco de
recidiva era maior dentro do primeiro ano sem terapia, sem a ocorrência de recidivas 4 anos
34
após a interrupção.79 Entretanto, em virtude do risco de recorrência tardia, tais crianças
Como em todas as crianças com câncer, o tratamento da criança com LLA requer uma
grupo de risco para efeitos adversos tardios do tratamento. Dentre os efeitos tardios do
Atualmente, cerca de 80% das crianças diagnosticadas com LLA estão sendo curadas.
202 portadores de LLA: 91 de baixo risco e 111 de alto rico, com sobrevivência global de
Além da cura biológica, uma preocupação atual é também conseguir uma cura
psicológica, fazendo com que o paciente se sinta realmente curado, sem complexos, vivendo
de maneira igual aos seus parentes e amigos. E, por fim uma cura social, quando o paciente é
aceito pela sociedade como uma pessoa normal, não havendo discriminação na escola, no
psicológicos após alguns anos da cura biológica, comparando-os com um grupo controle.
Verificou que esses sobreviventes tinham mais risco de reportar sintomas de depressão e de
35
estresse somático que os controle, e que ter sido submetido a quimioterapia intensiva
resultados muitas vezes são diferentes, as crianças parecem desenvolver mecanismos de auto-
defesa, mostrando boa adaptação ao estresse provocado pela doença, como demonstrado em
um recente trabalho, que tinha por objetivo explorar o impacto psicossocial do câncer na
criança e em seus familiares, assim como o grau de depressão experimentado por elas, no qual
demonstraram que esses pacientes não perceberam mudanças significativas nos seus ajustes
psicossociais, assim como, não houve diferença nos escores do CDI dos pacientes com câncer
Insuficiência Renal (IR) é a redução da função que torna os rins incapazes de manter a
Considera-se que um paciente é portador de IRC quando preenche pelo menos um dos
seguintes critérios:92
36
- anormalidades nos testes de imagem
2. RFG < 60 ml/min/1.73m2 por mais de 3 meses, com ou sem os outros sinais de
1992. A incidência de Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) neste programa tem sido
A IRC é uma síndrome causada por uma grande variedade de nefropatias, as quais por
sua evolução progressiva determinam uma redução global, em geral inexorável, das múltiplas
funções renais.94
insuficiência renal crônica terminal (IRCT), quando o RFG é menor que 15ml/min/1.73m2. 92
Uma vez instalada, a IRC tende a progredir para insuficiência renal terminal. A
maioria das formas de nefropatia progressiva evolui para um aspecto histológico final
comum.91,62
terminal, consiste na correção da doença de base (quando possível) e dos diversos distúrbios
causados pelo dano renal, tentando desacelerar a progressão da doença. O estado nutricional e
37
o desenvolvimento estatural dos pacientes devem ser acompanhados por profissionais
especializados.93
A indicação de iniciar o tratamento dialítico para insuficiência renal crônica deve ser
15ml/min/1,73m2. 92
Devem ser levados em conta a presença de náuseas, vômitos, queda na
quando possível, deverá ser realizado antes que a criança necessite entrar em programa de
diálise. Apesar de não ser uma forma definitiva de tratamento, ele é importante, porque
os progressos conseguidos nos últimos anos, pensar nos aspectos psicopatológicos desses
pacientes é imprescindível.93,95 Não devemos esquecer que o renal crônico “nunca” fica
realmente curado e deverá ser acompanhado pelo resto de sua vida.93 O mau ajustamento
psicológico destes pacientes pode interferir não apenas de qualidade e vida, como também na
foram associados a altos níveis de desesperança, mais autopercepções negativas e maior uso
38
do estilo atribucional depressivo. Quanto ao ajuste psicológico, este não interferiu em relação
à aderência ao tratamento.96
Stam e cols, com o objetivo de observar o impacto da doença crônica no curso de vida
dos pacientes, realizaram um estudo com 508 adultos jovens saudáveis e 650 pacientes que
cresceram com alguma doença crônica, dentre elas, a atresia de esôfago, doença de
Hirschsprung, câncer e Insuficiência Renal crônica Terminal. Eles foram avaliados pelo
“course of life questionnaire”, o qual avalia o curso de vida pela autonomia e pelos
vida dos pacientes com atresia de esôfago não se alterou, entretanto, ocorreu alteração
significativa nos pacientes com câncer e Insuficiência Renal crônica Terminal. Os autores
chamam a atenção para os cuidados direcionados a esses pacientes, onde se deve, junto com
O fenômeno da depressão em crianças e adolescentes parece estar sendo cada vez mais
39
II. JUSTIFICATIVA
de doença crônica. A escolha das doenças foi baseada na observação da existência de uma
preciso das crianças em tratamento para IRCT e LLA. Dessa forma, elas podem ser
tratamento ainda em estágio mais inicial da doença, o que poderia melhorar o prognóstico e
► Estudo de relevante importância para o IMIP, com interesse não apenas para as
40
III. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Instituto Materno Infantil Prof. Fernando Figueira (IMIP), no período de janeiro a julho de
2006.
Objetivos Específicos
depressivos
41
IV. MÉTODOS
Linfóide Aguda (LLA) ou Insuficiência Renal Crônica Terminal (IRCT) atendidas Instituto
salas para consultas e uma equipe formada por médicos, estagiários e residentes.
42
Serviço de Oncologia Pediátrica do IMIP
diagnóstico de neoplasia maligna, com idades entre 0 e 21 anos. A média anual do serviço é
de 110 novos casos de câncer; só as leucemias representam cerca de 40% do total e 84% das
O serviço é formado por uma equipe multidisciplinar composta por: equipe médica
O Serviço dispõe ainda de uma UTI Pediátrica própria, com seis leitos, apartamentos para
43
Critérios para o diagnóstico de LLA no grupo de estudo
Os diagnósticos da LLA dos pacientes que participaram do estudo foram feitos pela
sendo baseados nos aspectos clínicos e laboratoriais da LLA (Protocolo RE-LLA – St. Jude
Children’s Hospital).
Os diagnósticos da IRCT dos pacientes que participaram do estudo, foram feitos pela
seja, quando sua taxa de filtração glomerular foi menor que 15ml/min/1,73m2. 92
Critérios de inclusão
LLA.
Critérios de exclusão
44
- Crianças portadoras de outros tipos de neoplasias ou doenças crônicas, que não a
IRCT ou a LLA;
serem examinadas.
feminino.
expressa em meses.
- Sintoma depressivo: variável dicotômica, definida quando a soma total dos itens do
Inventário de Depressão Infantil (CDI) era maior ou igual a 18. E pela Escala para Avaliação
de Depressão Infantil – Revisada (CDRS-R) quando o somatórios dos itens era maior ou igual
a 40.
DSM-IV-TR. (anexos C e D)
45
4.7. Acompanhamento de participantes
dentro do seu horário de atendimento. Para aquelas diagnosticadas com transtorno depressivo,
Procedimentos
pacientes portadores de IRCT foi também baseado naqueles, que no final de dezembro de
utilizados na pesquisa.
46
Após a assinatura do termo de consentimento pelos pais ou responsáveis, os mesmos
aplicados com as crianças tanto o CDRS-R e quanto o Inventário da Depressão Infantil (CDI).
avaliação das crianças para o diagnóstico dos transtornos depressivos foi feita através da
entrevista com os responsáveis e o paciente e, através do exame mental, o qual foi realizado
pelo próprio investigador durante a entrevista e aplicação dos instrumentos. A captação dos
47
4.9. Instrumentos para coleta de dados
sexo), profissão e idade e escolaridade dos pais, religião etc. Foram incluídos também, dados
Dados relativos aos principais aspectos clínicos ligados à doença de base também
investigação, tempo médio desses internamentos expresso em dias, tipo de tratamento atual e
(anexoA)
(Inventário de Depressão de Beck). Foi elaborado por Kovacs29, e propõe mensurar sintomas
brasileira foi realizada na cidade de João Pessoa em um estudo com escolares de 8 a 15 anos
48
Pode ser aplicado individual ou coletivamente. É composto por 27 itens distribuídos
entre sintomas afetivos, cognitivos e condutuais. Das três alternativas de resposta, para cada
uma delas (escalas de 0 a 2 pontos), a criança /adolescente (ou seu informante) seleciona a
que melhor descreve seus sentimentos nas últimas duas semanas. Com a soma dos escores de
todos os itens, obtém-se o escore total para cada criança /adolescente.98 Baseado nesta
adaptação da soma total dos itens, foi estabelecido um ponto de corte (cut-off) de 18 para
afetivo e conduta são avaliados pelo entrevistador, o qual deve ter um treinamento prévio para
Nos 17 itens do CDRS-R, o valor zero de cada item corresponde à expressão “incapaz
de avaliar”. As subcategorias de descrição de cada item entre 1 e 7 podem ser usadas em uma
CDRS-R alcança uma pontuação de 113 pontos, sendo considerado por Poznanski, Freeman e
49
Mokros28 o escore de 40 como ponto de corte (cut-off) para o diagnóstico da depressão na
infância/adolescência.
IV-TR6
categorial, que divide os transtornos mentais em tipos, tendo por base os conjuntos de
diversos eixos, cada qual relativo a um domínio diferente de informações, capaz de ajudar o
Eixo I - Transtornos Clínicos e Outras condições que Podem Ser Foco de Atenção Clínica
50
Nesta investigação foram utilizados para os dois grupos (IRCT, LLA) os critérios
● Transtorno Distímico
51
V. PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS
estatítico Epi-info para Windows, versão 3.2 (fevereiro de 2004). A digitação foi realizada
Para avaliar a associação entre as variáveis categóricas foi utilizado o teste do qui-
quadrado de Pearson, porém, quando os pressupostos da utilização desse teste não foram
satisfeitos, foi utilizado o teste exato de Fisher. A comparação de médias entre os grupos foi
realizada pelo teste t de Student. A avaliação da concordância entre escores de depressão foi
realizada pelo teste kappa de Cohen (quadro 2). Em todos os testes, foi adotado o nível de
significância de 0,05.
A análise estatística dos dados foi efetuada utilizando-se o software Stata 9.2.
ed . p 12. 101
52
VI. ASPECTOS ÉTICOS
O Projeto de pesquisa foi entregue para avaliação pelo Comitê de Ética e Pesquisa do
posteriores para pesquisa com seres humanos; e de cumprir os termos da resolução 196 de 10
Como se faz necessário com toda pesquisa com seres humanos, foi obtido o
consentimento livre e esclarecido dos responsáveis legais pelos menores de idade envolvidos
da pesquisa com qualquer instituição financeira que tenha interesses econômicos nos
resultados do trabalho.
53
VII. RESULTADOS
não participaram, até a conclusão, face a razões como término do tratamento e ocorrência de
Quadro 3. Fluxograma dos pacientes com Leucemia linfóide aguda (LLA) incluídos,
perdidos e entrevistados na pesquisa.
Pacientes incluídos
N=31
No quadro 3 pode-se observar que tivemos 6 pacientes portadores de LLA que foram
54
Quadro 4. Fluxograma dos pacientes com Insuficiência renal crônica terminal (IRCT)
incluídos, perdidos e entrevistados na pesquisa.
Pacientes incluídos
N=28
Óbito
(n=1)
No quadro 4 observa-se que apenas 1 paciente portador de IRCT foi perdido durante a
A idade dos participantes variou entre 8 e 15 anos, sendo média de idade de 12.3 + 2.0
anos. A idade média dos portadores de IRCT foi de 12,7 + 1.9 anos e dos portadores de LLA
55
Em relação aos níveis de depressão avaliados segundo os escores obtidos pelo CDI
e pelo CDRS-R, não foram observadas diferenças significativas entre os portadores de IRCT
Pôde-se observar que a presença de sintomatologia depressiva pelo CDI não mostrou
diferença estatística entre as doenças de base. Por outro lado, observa-se que 10 (37%)
56
apenas 1 portador de LLA (4%) atingiu este escore, tendo sido esta diferença estatisticamente
significante (p=0.004).
Maior e o Transtorno Distímico), estes foram realizados através das entrevistas com as
Foi observado que três (5,8%) casos preenchiam os critérios para Episódio Depressivo
Foram também encontrados oito (15,4%) casos que preenchiam os critérios para
entre as doenças de base. Enquanto, no tocante ao Transtorno Distímico, essa diferença foi
significativa (p=0.003).
do CDI e CDRS-R, esta não foi estatisticamente significante tanto para o CDI (p=0.634)
57
quanto para o CDRS-R (p=0.385). O mesmo ocorreu relativamente ao sexo e aos diagnósticos
Com relação à faixa etária, não foram adotados os critérios da OMS para criança e
adolescente, que considera adolescentes pessoas entre 10 e 19 anos e criança aquelas abaixo
dos 10 anos, porque nesta investigação apenas 4 pacientes tinham idade abaixo dos 10 anos,
anos de idade foram adotadas, com o intuito de se obter maior homogeneidade entre os
grupos.
58
Em relação à associação entre faixa etária e presença de sintomatologia
Depressivo Maior e a faixa etária (p=0.327). Entretanto, esta associação foi significante,
quando o diagnóstico de Transtorno distímico e faixa etária foram analisados (p= 0.014).Ver
tabelas 7 e 8. Apenas pacientes acima dos 10 anos foram diagnosticados com algum
Transtorno Depressivo.
59
tabela 9, onde pode-se perceber que a maioria dos pacientes com tempo de evolução de
doença de base ≤ 24 meses (71,4%) eram portadores de LLA, enquanto que os pacientes com
tempo de evolução de doença de base > 24 meses eram os portadores de IRCT (79,2%),
significativamente antes ou após 24 meses (p= 0.900 e p= 0.240 para o CDI e o CDRS-R
doença de base.
investigação da pesquisa com o tempo de evolução da doença pode ser vista na tabela 11
60
Tabela 11. Relação do tempo de evolução da doença com os pontos de cortes para
sintomatologia depressiva do CDI e CDRS – R*.
Instrumento Tempo de evolução da doença Total **p
(meses)
≤ 24 > 24
N % N % n %
CDI
< 18 25 89.3 23 95.8 48 92.3
≥ 18 3 10.7 1 4.2 4 7.7 0.366
Total 28 100.0 24 100.0 52 100.0
CDRS-R
< 40 25 89.3 16 66.7 41 78.8
≥ 40 3 10.7 8 33.3 11 21.2 0.049
Total 28 100.0 24 100.0 52 100.0
*Sintomatologia depressiva : CDI≥ 18 ou CDRS-R ≥ 40
**Teste exato de Fisher
indivíduos conforme o ponto de corte e o tempo de evolução da doença de base para o CDI. Já
Tabela 12. Relação entre os diagnósticos dos Transtornos depressivos com o tempo de
evolução da doença de base
TRANSTORNO Tempo de evolução da doença Total *p
DEPRESSIVO (meses)
≤ 24 > 24
n % n % n %
Episódio depressivo maior
Não 26 92.9 23 95.8 49 94.2 0.559
Sim 2 7.1 1 4.2 3 5.8
Total 28 100.0 24 100.0 52 100.0
Transtorno distímico
Não 26 92.9 18 75.0 44 84.6 0.081
Sim 2 7.1 6 25.0 8 15.4
Total 28 100.0 24 100.0 52 100.0
*Teste exato de Fisher
61
Pela tabela 12, não foi observada diferença estatística dos transtornos depressivos com
sintomatologia depressiva verificou-se que: para os pacientes com IRCT o coeficiente Kappa
foi 0.23 (sofrível), enquanto que para os pacientes com LLA foi de 0.64 (boa). Levando-se em
conta as duas doenças de base concomitantemente, o valor desse coeficiente foi de 0.32
62
VIII. DISCUSSÃO
mundo, inclusive no Brasil.3,5,13 No presente estudo, apesar dos pacientes serem portadores de
doença crônica, a taxa de Episódio Depressivo Maior foi de 5,8%, portanto dentro da faixa de
ela foi menor do que em estudos com escolares saudáveis, como o realizado por Bahls5 em
de 10 a 17 anos, quando estes foram avaliados através do CDI. Da mesma forma, Fonseca e
cols 18, avaliando escolares entre 7 e 13 anos em Minas Gerais encontrou uma taxa de 13,7%.
que 22% dos estudantes entre 7 e 17 anos, os quais correspondiam a 90% da população
referidos estudos populacionais avaliou apenas sintomatologia depressiva, enquanto que nesta
investigação foi avaliado o diagnóstico do transtorno depressivo, o que seria uma das
específico, necessita de uma avaliação mais rigorosa, segundo os critérios dos manuais
diagnósticos. Um outro questionamento que deve ser feito é: será que crianças e adolescentes
com doença orgânica de base, devido ao apoio dos familiares e ao suporte dos profissionais
63
especializados, respondem com menor freqüência de estados depressivos do que as sem
doença orgânica?
encontradas. Uma investigação realizada com 23 pacientes em diálise, com idade média de
13,9 anos, mostrou uma prevalência de 22% para sintomatologia depressiva nesses
pacientes.96 Outra investigação, a qual avaliou 73 pacientes com dor crônica, com médias de
idade de 14,8 anos, mostrou que 13% deles estavam significativamente deprimidos.68 Em um
estudo realizado por Bandim e cols25 com crianças portadoras de patologias crônicas e agudas
internadas no IMIP, foi observado que 40% da amostra apresentava sintoma depressivo. Uma
hipótese para essa diferença seria a de que esses estudos avaliaram apenas sintomatologia
depressiva, enquanto que neste estudo, foram avaliados os diagnósticos dos Transtornos
Depressivos, o que poderia influenciar para menores taxas encontradas neste estudo. Outro
para avaliar crianças portadoras de LLA atendidas no IMIP, comparando-as com grupo
controle de escolares pareado por sexo e idade, encontrou uma taxa de 9,7% de Episódio
Depressivo Maior para os portadores de LLA e de 3,3% para o grupo controle. Esses
resultados bastante divergentes poderiam ser justificados pelas diferentes características entre
as populações estudadas, onde apesar de serem portadores de algum tipo de patologia clínica,
estas foram bastante diferentes entre si. Esses diferentes resultados poderiam ser justificados
pelas diferentes características, já que nosso estudo envolveu não apenas portadores de LLA,
mas também, portadores de IRCT, os quais têm características bem diferentes da LLA.
tiveram uma taxa de 15,4%, o que está acima da encontrada na literatura, na qual sua
prevalência varia de 0,6% a 1,7% para crianças e de 1,6% a 8% para adolescentes.3,102 Foi
64
também maior que o estudo feito por Bandim e cols77 com crianças portadoras de LLA, no
qual nenhum caso de Transtorno Distímico foi encontrado. Esta diferença pode ser explicada,
pelo fato de que nesta investigação foram avaliados, além dos portadores de LLA, portadores
de IRCT, que é uma patologia que geralmente é mais prolongada que a LLA e, sendo o
Transtorno Distímico uma condição crônica, que necessita de pelo menos 1 ano de
sintomatologia para seu diagnóstico em crianças e adolescentes, supõe-se, que quanto mais
tempo o paciente estiver exposto a doença de base, com todas as dificuldades que lhe são
inerentes, maior deve ser o risco de desenvolvê-lo. Por outro lado, essa taxa foi menor que o
prevalência deste transtorno foi de 68,7%.1 Essa alta taxa provavelmente se deve ao fato de
pressupondo-se que eles já teriam sido encaminhados por estarem apresentando alguma
alteração psicopatológica.
No que diz respeito às doenças de base estudadas nesta investigação, não foi
neste caso, o fato de que todos os pacientes com esse diagnóstico psiquiátrico eram portadores
de IRCT, justificando o resultado de Bandim e cols77 em relação ao nosso estudo, já que nele,
foram estudadas apenas portadores de LLA e, assim como nessa investigação, esse grupo de
pacientes também não desenvolveu o Transtorno Distímico. Uma das possíveis explicações
para essa alta taxa de Transtorno Distímico nos portadores de IRCT é o tempo em que esses
pacientes estão expostos à doença de base, o qual na maioria dos casos foi maior do que o
tempo para os portadores de LLA, levando-os a ficar mais prolongadamente expostos aos
65
desorganização da vida pessoal42, isolamento social27, mudanças na aparência física42. Não se
pode esquecer que eles ainda estão expostos a fatores de riscos externos como: pobreza,
foi encontrada diferença estatística quando esta foi avaliada pelo CDI. O contrário ocorreu
quando os pacientes foram avaliados pelo CDRS-R. Um outro fato que chama a atenção, é
que 70% dos pacientes diagnosticados com transtorno depressivo tiveram o CDI com escores
abaixo do seu ponto de corte para sintomatologia depressiva. Já no tocante ao CDRS-R, essa
situação foi inversa, todos os pacientes com diagnóstico psiquiátrico tiveram escores acima do
ponto de corte desse instrumento. Bandim77, também evidenciou esse mesmo padrão em
relação aos instrumentos, onde foi visto uma maior freqüência de crianças com sintomas
depressivos importantes quando avaliadas pelo CDRS-R no grupo de estudo (22%), formado
por crianças portadoras de LLA, em relação ao grupo controle (3,2%), composto por escolares
saudáveis. Enquanto que, com o CDI, apenas 3,2% do grupo de estudo e 9,6% do controle
tiveram escores iguais ou superiores ao seu ponto de corte, sugerindo também que o CDI não
é muito específico.
reforçam a “negação” como um mecanismo de “coping” utilizado por esse grupo de crianças
utilizado pelo indivíduo com o objetivo de lidar com as demandas específicas, internas ou
66
externas, que surgem em situações de estresse e são avaliadas como sobrecarregando ou
avaliação do estressor.104
Outra possível explicação seria a utilização pelas crianças dos estilos adaptativo
consciência de uma realidade ameaçadora. Eles diferem entre si, já que o “retraimento ou
estável. 70,75
defensivo). Para eles essa adaptação repressiva era explicada como uma forma de defesa que
poderia justificar os baixos escores de sintomas depressivos encontrados no CDI das crianças
com câncer.
esse propósito.
além da criança, estando assim, menos suscetível aos possíveis mecanismos cognitivos em
questão.
67
Na presente investigação não foi observada diferença em relação ao sexo, tanto para o
Resultado este que difere da literatura, onde foi mostrado que as meninas têm uma
explicação para nossos resultados seria o fato de que esse estudo foi realizado com crianças e
adolescentes portadoras de doenças clínicas, enquanto a maioria das outras pesquisas foi
realizada com escolares saudáveis. De fato, doenças debilitantes, como as aqui investigadas,
de risco inerentes às suas doenças de base, as quais influenciam suas formas de vida,
diferindo assim da literatura.5,12,20 Por outro lado, esta diferença foi significaTIVA com
relação ao diagnóstico do Transtorno Distímico, onde todos os pacientes com esse transtorno
psiquiátrico tinham 12 anos ou mais de idade, corroborando assim com os poucos dados
adolescentes3,102
que apenas pacientes a partir dos 10 anos tiveram o diagnóstico de algum Transtorno
Depressivo, Sabe-se que segundo a OMS, considera-se que adolescente está na faixa etária
entre 10 e 19 anos. Sob esse ponto de vista, neste estudo, apenas adolescentes tiveram tanto
68
Episódio Depressivo Maior, quanto Transtorno Distímico. Então, seguindo esse raciocínio, se
esse estudo tivesse número de crianças e adolescentes suficiente para formar dois grupos
distintos, possivelmente a diferença entre esses grupos seria significativa, com o aumento dos
maioria dos pacientes com tempo de evolução até 24 meses eram portadores de LLA,
enquanto a maioria daqueles com tempo de evolução de doença acima de 24 meses eram
portadores de IRCT. Apesar disto, não foram observadas diferenças estatísticas em relação ao
avaliados pelo CDI. Por outro lado, essa diferença foi significativa quando a avaliação dos
sintomas depressivos foi feita pelo CDRS-R, mais uma vez reforçando uma maior
especificidade do CDRS-R sobre o CDI. Em relação a esse achado, foi observada uma
crônico. Este fato poderia ser explicado, assim como a alteração do CDRS-R com o tempo de
evolução da doença de base maior que 24 meses, pelo tempo que esses sujeitos ficam
expostos à doença de base, ficando assim, também mais expostos às mudanças impostas por
ela40,44,106, além de, sendo a diferença significativa encontrada no CDRS-R, resultante dos
aspecto desse instrumento ter um maior poder de diagnóstico quando comparado ao CDI, já
sintomatologia depressiva, foi evidenciado que eles alcançaram o nível bom de concordância
quando avaliada nos portadores de LLA, mas foi sofrível para os portadores de IRCT e
69
sofrível quando se levou em consideração as duas doenças de base. Entretanto, vale salientar
que, apesar da concordância nos portadores de LLA ter sido considerada boa, apenas um deles
teve o diagnostico de Transtorno Depressivo, o que nos faz refletir se esses pacientes seriam
um bom parâmetro para comparação ou esse resultado não poderia estar enviesado. Enfim,
diante de todos os resultados, podemos sugerir que não houve uma boa concordância entre os
mecanismo cognitivo, citado anteriormente, que sofre o CDI no grupo de crianças com
doença crônica, levando assim a escores mais baixos de sintomas depressivos nesse tipo de
população. Daí, alguns autores enfatizarem, nesses casos, a necessidade da utilização de mais
elaboração e utilização de instrumentos mais específicos, já que vários itens dos instrumentos
podem ser influenciados tanto pela sintomatologia da doença de base, quanto pelos efeitos
Limitações do estudo
Sendo este estudo uma série de casos, representa apenas os achados do grupo estudado
nas condições a que estavam submetidas, não podendo ser extrapolado para a população
desses pacientes em geral. E, como não houve um grupo comparativo de não doentes, esses
Além disso, como a amostra foi pequena e de conveniência, os resultados das análises
cuidado com sua interpretação. Assim, os resultados são apenas preliminares ao conhecimento
do problema, por isso, não foram investigados fatores de risco. Por outro lado, poderá gerar
70
IX. CONCLUSÕES
Transtorno Distímico foi de 15,4%, observando-se assim um índice mais alto do que
3. O tempo de evolução da doença de base pode ser um fator importante para uma maior
na população estudada.
71
X. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda são escassos os estudos a respeito dos transtornos depressivos nas crianças
portadoras de doença crônica. Entretanto, eles devem ser incrementados devido a sua
relevância na qualidade de vida desses pacientes. Apesar da importância deste estudo frente a
escassez da literatura, deve-se enfatizar que o número reduzido de casos e a inclusão apenas
de dois grupos de pacientes portadores de doença crônica, bem como, a ausência de grupo
Apesar disso, mostra resultados relevantes, com potencial para um maior aprofundamento a
desses pacientes não envolva apenas os aspectos clínicos da doença de base, mas se devem
que os profissionais de saúde que lidam com essa população fiquem atentos a essas questões,
72
XI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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APÊNDICES
84
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS EM CRIANÇAS PORTADORAS DE LEUCEMIA
LINFÓIDE AGUDA E INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA TERMINAL
Protocolo no
Pesquisador: _____________________
Data da coleta: ____ /____/ ____
IDENTIFICAÇÃO
Nome_________________________________________________________________
Registro No
Local__________________________________________
Idade ______ anos
Data de nascimento: ____ / ____/ ____
Endereço: _____________________________________________________________
Telefone: ________________________________________
Sexo: 1. Masc 2. Fem
ANTECEDENTES PESSOAIS
Presença de algum problema de saúde: (além da doença de base):
Não Sim Qual: ______________________________
DADOS FAMILIARES
Religião dos pais:_______________________________
Idade da mãe: ______anos
Profissão da mãe: ___________________________
Escolaridade da mãe:
Analfabeta Fundamental 1 incompleto
Fundamental 1 completo Fundamental 2 incompleto
Fundamental 2 completo Ensino médio incompleto
Ensino médio completo Ensino superior (completo e incompleto)
Idade do pai: ______ anos
Profissão do pai:_______________________________
85
Escolaridade do pai:
Analfabeto Fundamental 1 incompleto
Fundamental 1 completo Fundamental 2 incompleto
Fundamental 2 completo Ensino médio incompleto
Ensino médio completo Ensino superior (completo e incompleto)
CDI : _________
CDRS-R: ______
DSMI-IV-TR :
86
INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA - IMIP
__________________________________________________________
I - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
Em qualquer momento durante o estudo estaremos disponíveis para tirar dúvidas a seu respeito.
Eu entendo que as informações produzidas serão mantidas em lugar seguro e a identificação só poderá ser concluída pelo
pessoal envolvido diretamente com o projeto. Caso o material venha a ser utilizado para publicação científica ou atividades
didáticas, não serão utilizados nomes que possam vir a identificar o meu filho. Eu entendo que poderei solicitar meu desligamento
do presente projeto a qualquer momento, sem maiores problemas para o meu filho.
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IV- OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
Eu entendo que poderei obter mais informações com a Dra. Juliana de Oliveira Carneiro da Cunha, pelo telefone (81)
88517235, que está apta a solucionar minhas dúvidas. Aceito que serei informado de qualquer conhecimento significativo
descoberto durante este projeto, o qual poderá influenciar a minha participação na sua continuidade.
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto a
participação do meu filho no presente Protocolo de Pesquisa
Como tenho dificuldade para ler ( sim; Não) o escrito acima, atesto também que a Dra. Juliana, quando da leitura
pausada desse documento, esclareceu à minhas dúvidas e tem a minha concordância para o(a) menor
___________________________________________________________________ participar do estudo, concordei em colocar
abaixo a minha impressão do dedo polegar.
Recife, _____ de ____________________de 200___.
_______________________________________
______________________________________
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TRANSTORNOS DEPRESSIVOS EM CRIANÇAS PORTADORAS DE LEUCEMIA
LINFÓIDE AGUDA E INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA TERMINAL
Protocolo no
Pesquisador: _____________________
Data da coleta: ____ /____/ ____
IDENTIFICAÇÃO
Nome_________________________________________________________________
Registro No
Local__________________________________________
Idade ______ anos
Data de nascimento: ____ / ____/ ____
Endereço: _____________________________________________________________
Telefone: ________________________________________
Sexo: 1. Masc 2. Fem
ANTECEDENTES PESSOAIS
Presença de algum problema de saúde: (além da doença de base):
Não Sim Qual: ______________________________
DADOS FAMILIARES
Religião dos pais:_______________________________
Idade da mãe: ______anos
Profissão da mãe: ___________________________
Escolaridade da mãe:
Analfabeta Fundamental 1 incompleto
Fundamental 1 completo Fundamental 2 incompleto
Fundamental 2 completo Ensino médio incompleto
Ensino médio completo Ensino superior (completo e incompleto)
Idade do pai: ______ anos
Profissão do pai:_______________________________
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Escolaridade do pai:
Analfabeto Fundamental 1 incompleto
Fundamental 1 completo Fundamental 2 incompleto
Fundamental 2 completo Ensino médio incompleto
Ensino médio completo Ensino superior (completo e incompleto)
CDI : _________
CDRS-R: ______
DSMI-IV-TR :
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INSTITUTO MATERNO INFANTIL PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA - IMIP
__________________________________________________________
I - DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA
Em qualquer momento durante o estudo estaremos disponíveis para tirar dúvidas a seu respeito.
Eu entendo que as informações produzidas serão mantidas em lugar seguro e a identificação só poderá ser concluída pelo
pessoal envolvido diretamente com o projeto. Caso o material venha a ser utilizado para publicação científica ou atividades
didáticas, não serão utilizados nomes que possam vir a identificar o meu filho. Eu entendo que poderei solicitar meu desligamento
do presente projeto a qualquer momento, sem maiores problemas para o meu filho.
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IV- OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES:
Eu entendo que poderei obter mais informações com a Dra. Juliana de Oliveira Carneiro da Cunha, pelo telefone (81)
88517235, que está apta a solucionar minhas dúvidas. Aceito que serei informado de qualquer conhecimento significativo
descoberto durante este projeto, o qual poderá influenciar a minha participação na sua continuidade.
Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto a
participação do meu filho no presente Protocolo de Pesquisa
Como tenho dificuldade para ler ( sim; Não) o escrito acima, atesto também que a Dra. Juliana, quando da leitura
pausada desse documento, esclareceu à minhas dúvidas e tem a minha concordância para o(a) menor
___________________________________________________________________ participar do estudo, concordei em colocar
abaixo a minha impressão do dedo polegar.
Recife, _____ de ____________________de 200___.
_______________________________________
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ANEXOS
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102
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Critérios diagnósticos para Episódio Depressivo Maior – DSM-IV-TR.
B. No mínimo cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o
pelo menos um dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer.
Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a uma condição médica geral ou alucinações
(1) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato subjetivo
(por ex., sente-se triste ou vazio) ou observação feita por outros (por ex., chora muito).
maior parte do dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita por
outros)
(3) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por ex., mais de 5% do peso
(5) agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outros, não
7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante), quase
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(9) pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida
recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para cometer
suicídio.
E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex.,
droga de abuso ou medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipotireoidismo).
F. Os sintomas não são mais bem explicados por Luto, ou seja, após a perda de um ente
querido, os sintomas persistem por mais de 2 meses ou são caracterizados por acentuado
prejuízo funcional, preocupação mórbida com desvalia, ideação suicida, sintomas psicóticos
ou retardo psicomotor.
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Critérios diagnósticos para Transtorno Distímico – DSM-IV-TR
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por relato
Nota: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, e a duração deve ser de no
mínimo 1 ano.
jamais a pessoa esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais de 2 meses a cada vez.
ano para crianças e adolescentes); isto é, a perturbação não é melhor explicada por um
Nota: Pode ter ocorrido um Episódio Depressivo Maior anterior, desde que tenha havido
desenvolvimento do Transtorno Distímico. Além disso, após os 2 anos iniciais (1 ano para
Transtorno Depressivo Maior e, neste caso, ambos os diagnósticos podem ser dados quando
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E. Jamais houve um Episódio Maníaco, um Episódio Misto ou um Episódio
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex.,
droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipotiroidismo).
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