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Mas vejamos o que nos diz São Bento, menos especulativo que Santo
Tomás e Santo Agostinho, mas eminentemente prático na aplicação dos
mesmos princípios enunciados por estes santos Doutores.
São Bento vai em seguida enumerar doze graus pelos quais se chega à
perfeição tanto pela humildade como pela caridade, pois ser exaltado, nos
textos da Escritura, não quer dizer outra coisa senão ser santificado nesta
vida e glorificado na outra e isto se faz essencialmente pela caridade.
São Bento começa pelo interior para terminar na postura exterior do monge.
Uma última palavra, desta vez de São Bernardo, nos colocará ainda melhor
no bom caminho. O santo abade de Claraval define a humildade como a
virtude que faz com que nos desprezemos, em conseqüência de um
verdadeiro conhecimento de nós mesmos. A humildade é a verdade, dizia
Santa Teresa d’Ávila.
Comecemos, então, nosso estudo. Tomemos o resumo do capítulo da
humildade feito pelo Pe. Emmanuel do Mesnil de St. Loup:
Eis o resumo dado pelo Pe. Emmanuel. Todo resumo diminui um pouco o
pensamento de um autor, mas o resumo tem a vantagem de colocar diante
de nossos olhos uma vista de conjunto do assunto tratado. Nós vemos aí
que São Bento começa pelo interior para terminar na postura exterior. Ele
começa pela presença de Deus para terminar também com esta mesma
presença. Inicialmente, o efeito desta presença no interior da alma é o
temor. O temor pode ser servil ou filial. Ambos fazem com que o homem se
submeta a Deus, mas somente o segundo entra com ele no céu. Ao final o
Santo Patriarca acrescenta que também o corpo deve estar repleto deste
mesmo temor, que é a reverência para com Deus.
Num próximo boletim, se Deus nos der a graça, nós retomaremos cada
grau, ou um a um, ou alguns, para nos aprofundarmos no conhecimento do
pensamento de São Bento, que formou milhares de santos, monges e
leigos, e moldou a Europa católica, farol do mundo inteiro.
E sobre o décimo grau, que poderia parecer excluir qualquer tipo de alegria
no claustro, eis aqui o sábio comentário do mesmo autor:
A bem da verdade, o que quer São Bento com o décimo grau da humildade
é que o monge (e isso vale para todos os cristãos) saiba excluir as
vulgaridades incompatíveis com a “inexprimível seriedade da vida cristã”,
como diz Bossuet.
O Pe. Simon comenta com grande erudição e grande bom senso toda a
Regra. Ele no-la faz melhor compreender para melhor vivê-la. Que todos
possam encontrar nesta Regra que é, segundo Bossuet, “um condensado
do cristianismo, um douto e misterioso resumo da doutrina do Evangelho”,
uma preciosa ajuda para tudo restaurar em Cristo, como o queria São Pio X.
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