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MERITÍSSIMO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PALHOÇA – SC

PROCESSO [COLOCAR NÚMERO DO PROCESSO]

LAUDO PERICIAL

Classe da Ação:
Procedimento Comum Cível

Requerente:
Requerida:

[Nome do perito], Engenheiro Eletricista, portador da carteira do CREA [número CREA],


Perito Judicial, nomeado pelo Juízo supracitado nos autos (evento 100), vem, mui respeitosamente,
apresentar o laudo pericial.

[Espaço para sumário do laudo]

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1. HISTÓRICO PROCESSUAL RESUMIDO

Trata-se de ação de restituição de valores proposta por [pessoa física] contra [fabricante].

Alega a parte autora, em suma, ter realizado a compra de um aquecedor a óleo por da
fabricante.

Cerca de 8 meses, após a compra, o aparelho elétrico teria sofrido um curto- circuito e
incendiado parte da sala de estar de sua residência.

Em decisão, o juízo deferiu a prova pericial (evento 100) e nomeou o expert signatário deste
laudo.

Quesitos foram elaborados pela requerida (evento 133), os quais foram respondidos neste
laudo.

2. METODOLOGIA APLICADA

A metodologia empregada neste laudo, contemplou as sete etapas indicadas na NFPA 921
[1], a saber: reconhecimento das necessidades; definição do problema; coleta de dados; análise dos
dados; desenvolvimento de hipóteses; teste das hipóteses e seleção da hipótese final.

Para tanto, foram coletados dados em exames periciais direto (in loco) e indireto (em
documentos e imagens presentes nos autos).

A seguir, foi redigido o laudo e emitida a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica


(ART) no conselho profissional (CREA), referente ao trabalho pericial de engenharia.

3. DESCRIÇÃO DO OBJETO DA PERÍCIA

O objeto da perícia tratava-se de elementos de cunho técnico relacionados ao incêndio,


relatado nos autos, com suspeita de ter sido causado por um curto-circuito em aparelho elétrico.

O aparelho elétrico periciado tratava-se de uma carcaça incendiada de um aquecedor a óleo,


com dimensões aproximadas de 60x40x15 cm (imagens 1 a 4).

4. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Para realizar a coleta de dados, além daqueles já contidos nos autos, foi realizado o exame
pericial in loco no dia 02/06/2018, às 10h, no endereço: [endereço, bairro, cidade, estado].

Estava presente no local, para receber o expert e disponibilizar o aparelho carbonizado,


objeto da perícia, o [nome e documento]. O aparelho carbonizado estava na

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garagem do imóvel, embalado em um saco plástico azul, em caixa de papelão e em condições
compatíveis com as imagens juntadas aos autos (evento 1).

A sala de estar, cujas fotografias do sinistro anexada aos autos (evento 1), já havia sido
reformada.

Cabe acrescentar que o exame pericial aconteceu normalmente e sem intercorrências.

Não compareceram ao exame in loco representantes da requerida.

5. EXAME PERICIAL E CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

As considerações a seguir foram realizadas, após a coleta de dados:

a) Verificou-se que na região frontal do aquecedor havia maior oxidação do metal,


indicando queima intensa nessa região (imagem 5).

b) Observando a fiação, constatou-se que, próximo a superfície frontal do aquecedor, o


condutor que conectava a resistência do aquecedor ao potenciômetro (comando de regulagem de
temperatura), apresentava vestígio de fusão do material metálico condutor (imagens 6 e 7).

c) Posteriormente, com auxílio de um microscópio, confirmou-se a existência de traço de


fusão no condutor citado na alínea anterior, apontando a presença de fenômeno termoelétrico
(imagens 8 e 9). Tal vestígio indica que o aquecedor estava energizado no momento do sinistro.

d) A localização do traço de fusão é compatível com a região de maior dano por combustão
no aquecedor, indicando que a região do foco da combustão foi na porção frontal do equipamento.

e) Na região posterior do aquecedor, foi observado estufamento da carcaça metálica


(imagem 10) e projeção dos pontos de solda do compartimento de óleo, indicando a ocorrência de
expansão súbita de gases quentes aprisionados no compartimento, capaz de provocar tal dano, com
possibilidade de projeção do material interno em temperatura elevada.

6. CONCLUSÃO

Com base nos vestígios encontrados, conclui-se que houve fenômeno termoelétrico em
condutor presente na região frontal do aquecedor, indicando que o equipamento estava energizado
no momento do sinistro.

Destaca-se que o exame pericial foi extemporâneo aos fatos e que o mesmo foi realizado em
local diferente daquele em que os fatos ocorreram. Entretanto, as fotografias contidas nos autos
(evento 1) indicam a ausência de outra fonte de calor na região onde se concentraram os danos na
sala de estar incendiada.

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Assim sendo, infere-se que a causa do incêndio na região da sala de estar mais provável teria
sido um fenômeno termoelétrico do tipo curto-circuito proveniente na região anterior do aquecedor
questionado, não sendo possível fazer maiores afirmações devido ao elevado grau de carbonização
do equipamento.

7. RESPOSTAS AOS QUESITOS

A seguir são respondidos os quesitos elaborados pela requerida nos autos (evento
112):

1. Do que se trata o material?


Resposta: Reporta-se ao item 1 deste laudo.

2. Como se apresenta o material examinado?


Resposta: Reporta-se ao item 5 deste laudo.

3. O aparelho sinistrado teria sofrido curto-circuito ou superaquecimento? Resposta:


sim, ambos, entretanto, não foi possível estabelecer qual teria ocorrido primeiro.

4. O aparelho sinistrado teria sido fonte primária ou fonte secundária de foco do


incêndio? Resposta: infere-se que a causa do incêndio na região da sala de estar mais provável
teria sido um fenômeno termoelétrico do tipo curto-circuito proveniente na região anterior do
aquecedor questionado (fonte primária).

5. Qual a causa do incêndio?


Resposta: infere-se que a causa do incêndio na região da sala de estar mais provável teria sido
um fenômeno termoelétrico do tipo curto-circuito proveniente na região anterior do aquecedor
questionado, não sendo possível fazer maiores afirmações devido ao elevado grau de carbonização
do equipamento.

6. A instalação elétrica no imóvel sinistrado estava de acordo com as normas


técnicas vigentes?
Resposta: quesito prejudicado. destaca-se que o exame pericial foi extemporâneo aos fatos e que o
mesmo foi realizado em local diferente daquele em que os fatos ocorreram.

7. Foi constatado vício de fabricação do aquecedor [detalhes do produto]? Resposta:


devido ao elevado grau de carbonização do equipamento, não foi possível afirmar quais
fatores influenciaram na ocorrência do fenômeno termoelétrico constatado como origem do
incêndio.

8. Outros dados julgados importantes pelo Sr. Perito.


Resposta: reporta-se ao corpo deste laudo.

8. IMAGENS

Integram o presente laudo dez imagens obtidas no dia do exame pericial in loco, as quais são
apresentadas a seguir.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] NFPA. Guide for Fire and Explosion Investigations, NFPA 921.

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Anotação de Responsabilidade Técnica vinculada ao exame pericial [número ART],


registrada no CREA-SC, foi gerada e anexada aos autos.

Nada mais tendo a acrescentar, o expert [nome do perito] agradece a confiança e coloca-se
à disposição do juízo para esclarecimentos.

Florianópolis, 8 de julho de 2018.

[Nome do Perito]
Perito Judicial
Engenheiro
Eletricista CREA
[número]

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