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AFO PROF.

GUSTAVO BICALHO FERREIRA RESUMÃO

RESUMÃO

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

Prof. GUSTAVO BICALHO FERREIRA

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PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
Princípios orçamentários são premissas, linhas norteadoras a serem
observadas na concepção e execução da lei orçamentária.

Princípio da legalidade
Refere-se às limitações ao poder de tributar do Estado, visando a
combater arbitrariedades. Desse modo, todas as leis orçamentárias
(PPA, LDO e LOA) são encaminhadas pelo Poder Executivo para
discussão e aprovação pelo Poder Legislativo.

Princípio da anualidade/periodicidade
O orçamento deve ter vigência limitada a um exercício financeiro.

Princípio da unidade/totalidade
O orçamento deve ser uno, ou seja, deve haver somente um orçamento
para um exercício financeiro, com todas as receitas e despesas.

Princípio da universalidade
O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referentes aos
Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração
direta e indireta.

Princípio da exclusividade/pureza
A lei orçamentária não poderá conter matéria estranha à previsão das
receitas e à fixação das despesas. Exceção se dá para as autorizações
de créditos suplementares e operações de crédito, inclusive ARO.

Princípio da especificação/especialização/discriminação
Veda as autorizações de despesas globais. As receitas e despesas
devem ser discriminadas, demonstrando a origem e a aplicação dos
recursos. As exceções a esse princípio orçamentário são os programas
especiais de trabalho e a reserva de contingência (art. 5º, III da LRF).

Princípio da publicidade
Zela pela garantia da transparência e total acesso a qualquer
interessado às informações necessárias ao exercício da fiscalização
sobre a utilização dos recursos arrecadados dos contribuintes.

Princípio do equilíbrio
Visa a assegurar que as despesas não serão superiores à previsão das
receitas.

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Princípio do orçamento bruto


Estabelece que todas as receitas e despesas devem constar do
orçamento em seus valores brutos, sem qualquer tipo de dedução, de
forma a permitir efetivo controle financeiro do orçamento e
universalidade.

Princípio da não-afetação (não-vinculação) das receitas


Dispõe que nenhuma receita poderá ser reservada ou comprometida
para atender a certos e determinados gastos. Existem exceções!

Princípio da programação
Dispõe que o orçamento deve ter o conteúdo e a forma de programação.

Princípio da clareza
Dispõe que o orçamento deve ser expresso de forma clara, ordenada e
completa, embora diga respeito ao caráter formal, tem grande
importância para tornar o orçamento um instrumento eficiente de
governo e administração.

CICLO ORÇAMENTÁRIO NO BRASIL


O processo de elaboração do orçamento público no Brasil obedece a um
“ciclo” integrado ao planejamento de ações, que, de acordo com a
Constituição Federal de 1988, compreende o Plano Plurianual, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual - LOA.

Ciclo orçamentário = processo orçamentário É um processo


contínuo, dinâmico e flexível, por meio do qual se elabora, aprova,
executa, controla e avalia a programação de gastos do setor
público nos aspectos físico e financeiro. Corresponde ao período de
tempo em que se processam as atividades típicas do orçamento
público, desde sua concepção até a apreciação final.

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PLANO PLURIANUAL – PPA

O Plano Plurianual – PPA é o instrumento de planejamento estratégico


das ações do Governo para um período de 4 anos.

De acordo com o que dispõe o artigo 165, § 1º, da Constituição Federal,


a lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública
federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada.

... de forma regionalizada: o planejamento da aplicação de recursos públicos para


diminuir as desigualdades entre as regiões brasileiras.

D..................diretrizes
O..................objetivos
M..................metas

... as diretrizes: princípios que nortearão a captação e o gasto público com vistas a
alcançar os objetivos.

... objetivos: discriminação dos resultados que se quer alcançar com a execução de
ações governamentais.

... metas: quantificação, física ou financeira, dos objetivos.

... as despesas de capital: despesas realizadas com o propósito de formar e/ou


adquirir um bem de capital. Abrangem, entre outras ações, o planejamento e a
execução de obras, a compra de instalações, equipamentos, material permanente.

... outras delas decorrentes: despesas que ocorrem em decorrência das despesas
de capital, tais como despesas de manutenção.

... as relativas aos programas de duração continuada: despesa vinculadas a


programas com duração superior a um exercício financeiro.

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MANDATO 1º ANO
CHEFE DO DO
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO
PODER MANDATO
EXECUTIVO SEGUINTE

4º ANO
VIGÊNCIA DO
1º ANO 2º ANO 3º ANO 4º ANO
DO PPA PPA
ANTERIOR

A não-coincidência entre a duração do PPA e o mandato do chefe do


Poder Executivo ocorre para que não haja descontinuidade de
programas governamentais na transição de um governo a outro.

Programa

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental


que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização
de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores
instituídos no plano, visando a solução de um problema ou o
atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.

Os Programas são classificados em quatro tipos:

i) Programas Finalísticos: dos quais resultam bens ou serviços


ofertados diretamente à sociedade;
ii) Programas de Serviços ao Estado: dos quais resultam bens
ou serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições
criadas para este fim específico;
iii) Programas de Gestão de Políticas Públicas: aqueles
destinados ao planejamento e à formulação de políticas
setoriais, à coordenação, à avaliação e ao controle dos demais
programas sob a responsabilidade de determinado órgão;
haverá um programa de Gestão de Políticas Públicas em cada
órgão; e
iv) Programas de Apoio Administrativo: aqueles que
contemplam as despesas de natureza tipicamente

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administrativa, as quais, embora contribuam para a consecução


dos objetivos dos outros programas, neles não foram passíveis
de apropriação.

O programa é o módulo comum integrador entre o plano e o orçamento.

LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS - LDO


A Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO é instrumento de planejamento
de curto prazo e tem como funções básicas:

• estabelecer as metas e prioridades da Administração Pública


federal para o exercício financeiro seguinte;
• orientar a elaboração da Lei Orçamentária Anual - LOA;
• alteração da legislação tributária; e
• estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais
de fomento.

Deve ser elaborada em harmonia com o PPA e orientará a elaboração da


Lei Orçamentária Anual - LOA.

Estabelece as metas e prioridades da Administração, incluindo as


despesas de capital, para o exercício financeiro subseqüente.

M..................metas
P...................prioridades
... metas: quantificação, física ou financeira, dos objetivos.

... prioridades: são os programas e ações constantes do Anexo I da LDO, os quais


terão precedência na alocação dos recursos no projeto e na Lei Orçamentária Anual e
na sua execução, não se constituindo, todavia, em limite à programação da despesa.

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... as despesas de capital: despesas realizadas com o propósito de formar e/ou


adquirir um bem de capital. Abrangem, entre outras ações, o planejamento e a
execução de obras, a compra de instalações, equipamentos, material permanente.

... para o exercício financeiro subseqüente: o exercício financeiro compreende 1º


de janeiro a 31 de dezembro.

LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL - LOA


A Lei Orçamentária Anual - LOA discriminará os recursos orçamentários
e financeiros para o atingimento das metas e prioridades estabelecidas
pela Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO e compreenderá:

a) o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos,


órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive
fundações instituídas e mantidas pelo poder público (art. 165, § 5º,
inciso I, da CF/88);

b) o orçamento de investimento das empresas em que a União,


direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito
a voto (art. 165, § 5º, inciso II, da CF/88); e

c) o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades


e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem
como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo poder público
(art. 165, § 5º, inciso III, da CF/88).

A LOA deverá estar compatível com o PPA e a LDO.

O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo


regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de
isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza
financeira, tributária e creditícia.

Os orçamentos fiscal e de investimento, compatibilizados com o plano


plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-
regionais, segundo critério populacional.

A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da


receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de

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operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos


da lei.

Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do


projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas
correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante
créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização
legislativa.

Deverá estar compatível com o PPA e a LDO.

Discriminará os recursos orçamentários e financeiros para o atingimento


das metas e prioridades da LDO e compreenderá:

- o orçamento fiscal;

- o orçamento de investimento; e

- o orçamento da seguridade social.

Os orçamentos fiscal e de investimento, compatibilizados com o PPA,


têm entre suas funções a redução das desigualdades inter-regionais,
segundo critério populacional.

Não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da


despesa. Não é incluída nessa proibição de autorização de abertura de
créditos suplementares e operações de crédito, ainda que por
antecipação de receita (ARO).

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PRAZOS PARA ENCAMINHAMENTO

ORÇAMENTO-PROGRAMA

Orçamento-programa é um instrumento de planejamento da ação


do governo, por meio da identificação dos seus programas de
trabalho, projetos e atividades, além do estabelecimento de objetivos
e metas a serem implementados, bem como a previsão dos custos
relacionados. O programa é o módulo comum integrador entre o
plano e o orçamento.

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CRÉDITOS ADICIONAIS

1 - Créditos Suplementares = destinados a reforço de dotação


orçamentária.

São autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Dependem da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa


e será precedida de exposição justificativa.

2 - Créditos Especiais = destinados a despesas para as quais não haja


dotação orçamentária específica.

São autorizados por lei e abertos por decreto executivo.

Dependem da existência de recursos disponíveis para ocorrer a despesa


e será precedida de exposição justificativa.

3 - Créditos Extraordinários = destinados a despesas urgentes e


imprevistas, em caso de guerra, comoção intestina ou calamidade
pública.

São abertos por decreto do Poder Executivo, que deles dará imediato
conhecimento ao Poder Legislativo (Lei nº 4.320/64).

Na União, são abertos por medida provisória, devendo submetê-la de


imediato ao Congresso Nacional (art. 167, §3º, c/c (combinado com)
art. 62 da CF/88).

Os créditos extraordinários não dependem da existência de recursos


disponíveis para ocorrer a despesa, tampouco fase de autorização ao
Legislativo.

Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em


que forem abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto
aos especiais e extraordinários, se o ato de autorização for promulgado
nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos

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limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício


financeiro subseqüente.

RECEITA PÚBLICA
1. Natureza da Receita

1.1. Categoria Econômica da Receita

1. Receitas Correntes
2. Receitas de Capital

1.2. Origem

Receitas Correntes

1. Receita Tributária TRIBUTA


2. Receita de Contribuições CON
3. Receita Patrimonial P
4. Receita Agropecuária A
5. Receita Industrial I
6. Receita de Serviços S
7. Transferências Correntes
9. Outras Receitas Correntes

Transferências Correntes/de Capital

Outras Receitas Correntes/de Capital

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Receitas de Capital

1. Operações de Crédito
2. Alienação de Bens OPERA
3. Amortização de Empréstimos ALI
4. Transferências de Capital AMOR
5. Outras Receitas de Capital

1.3. Espécie
A espécie constitui um maior detalhamento da origem.

1.4. Rubrica
A rubrica é o nível que detalha a espécie com maior precisão,
especificando a origem dos recursos financeiros.

1.5. Alínea
A alínea é o nível que apresenta o nome da receita propriamente dita e
que recebe o registro pela entrada de recursos financeiros.

1.6. Subalínea
A subalínea constitui o nível mais analítico da receita, o qual recebe o
registro de valor, pela entrada do recurso financeiro, quando houver
necessidade de maior detalhamento da alínea.

2. Dívida Ativa
A Dívida Ativa constitui-se em um conjunto de direitos ou créditos de
várias naturezas, em favor da Fazenda Pública, com prazos
estabelecidos na legislação pertinente, vencidos e não pagos pelos
devedores, por meio de órgão ou unidade específica instituída para fins
de cobrança na forma da lei.

Assim, como regra geral, no caso da União, a Procuradoria Geral da


Fazenda Nacional – PGFN é responsável pela apuração da liquidez e
certeza dos créditos da União, tributários ou não, a serem inscritos em
Dívida Ativa, e pela representação legal da União.

A Dívida Ativa inscrita goza da presunção de certeza e liquidez, e tem


equivalência de prova pré-constituída contra o devedor.

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Ocorre a certeza do crédito quando não há controvérsia sobre sua


existência; e a liquidez, quando é determinada a importância da
prestação (quantum).

DESPESA PÚBLICA
1.1. Programação Qualitativa

Classificação por Esfera, Classificação Institucional, Classificação


Funcional e Estrutura Programática:

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1.2. Programação Quantitativa

A programação física define quanto se pretende desenvolver do produto,


conforme a tabela a seguir:

A programação financeira define o que adquirir, com quais recursos, de


acordo com a tabela a seguir:

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2. Componentes da Programação Qualitativa – Programa de


Trabalho

2.1. Classificação por Esfera Orçamentária

A esfera orçamentária tem por finalidade identificar se o orçamento é


fiscal (F), da seguridade social (S) ou de investimento das empresas
estatais (I), conforme disposto no § 5º do art. 165 da Constituição:

• o orçamento fiscal;

• o orçamento de investimento; e

• o orçamento da seguridade social.

2.2. Classificação Institucional

A classificação institucional reflete a estrutura organizacional e


administrativa governamental e está estruturada em dois níveis
hierárquicos: órgão orçamentário e unidade orçamentária.

O código da classificação institucional compõe-se de cinco dígitos, sendo


os dois primeiros reservados à identificação do órgão e os demais à
unidade orçamentária.

1º / 2º dígitos: identificam o órgão orçamentário; e


3º / 4º / 5º dígitos: identificam a unidade orçamentária.

2.3. Classificação Funcional da Despesa

A classificação funcional, por funções e subfunções, busca responder


basicamente à indagação “em que” área de ação governamental a
despesa será realizada. Trata-se de uma classificação independente dos

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programas, e de aplicação comum e obrigatória, no âmbito dos


Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União, o que permite a
consolidação nacional dos gastos do setor público.

2.3.1. Função

A classificação funcional é representada por cinco dígitos. Os dois


primeiros referem-se à função, que pode ser traduzida como o maior
nível de agregação das diversas áreas de atuação do setor público. A
função está relacionada com a missão institucional do órgão, por
exemplo, cultura, educação, saúde, defesa, que guarda relação com os
respectivos Ministérios.

2.3.2. Subfunção

A subfunção, indicada pelos três últimos dígitos da classificação


funcional, representa um nível de agregação imediatamente inferior à
função e deve evidenciar cada área da atuação governamental, por
intermédio da agregação de determinado subconjunto de despesas e
identificação da natureza básica das ações que se aglutinam em torno
das funções.

Na base do SIDOR, existem dois campos correspondentes à classificação


funcional, quais sejam:

3. Estrutura Programática

Toda ação do Governo está estruturada em programas orientados para a


realização dos objetivos estratégicos definidos para o período do Plano
Plurianual – PPA, que é de quatro anos.

3.1. Programa

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental


que articula um conjunto de ações que concorrem para a concretização
de um objetivo comum preestabelecido, mensurado por indicadores
instituídos no plano, visando a solução de um problema ou o
atendimento de determinada necessidade ou demanda da sociedade.

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3.2. Ação

Os programas são compostos de ações, que, conforme suas


características, podem ser classificadas como atividades, projetos ou
operações especiais.

Atividade

É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de


um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam
de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto ou
serviço necessário à manutenção da ação de Governo.

Projeto

É um instrumento de programação utilizado para alcançar o objetivo de


um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no
tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão
ou o aperfeiçoamento da ação de Governo. Exemplo: “Implantação da
rede nacional de bancos de leite humano”.

Operação Especial

Enquadram-se nessa classificação as despesas que não contribuem


para a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoamento das ações
de Governo, das quais não resulta um produto e não gera contra
prestação direta em bens ou serviços.

4.2.1. Natureza de Despesa


A classificação por natureza de despesa informa a categoria econômica,
o grupo a que pertence, a modalidade de aplicação e o elemento.

Na base do SIDOR o campo que se refere à natureza de despesa contém


um código composto por seis algarismos:

1º dígito: categoria econômica da despesa;


2º dígito: grupo de natureza de despesa; e
3º /4º dígitos: modalidade de aplicação; e
5º /6º dígitos: elemento de despesa.

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4.2.1.1. Categoria Econômica da Despesa


A despesa, assim como a receita, é classificada em duas categorias
econômicas, com os seguintes códigos:

(3) - Despesas Correntes: classificam-se nessa categoria todas


as despesas que não contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital;

3.x.yy.zz

(4)- Despesas de Capital: classificam-se nessa categoria


aquelas despesas que contribuem, diretamente, para a formação ou
aquisição de um bem de capital.

4.x.yy.zz

4.2.1.2. Grupo de Natureza da Despesa


É um agregador de elementos de despesa com as mesmas
características quanto ao objeto de gasto, conforme discriminado a
seguir:

1 - Pessoal e Encargos Sociais; w.1.yy.zz


2 - Juros e Encargos da Dívida;
3 - Outras Despesas Correntes; w.3.yy.zz
4 - Investimentos; w.4.yy.zz
5 - Inversões Financeiras;
w.5.yy.zz
6 - Amortização da Dívida; e
9 - Reserva de Contingência.

4.2.1.3. Modalidade de Aplicação


A modalidade de aplicação destina-se a indicar se os recursos serão
aplicados mediante transferência financeira, inclusive a decorrente de
descentralização orçamentária para outras esferas de Governo, seus
órgãos ou entidades, ou diretamente para entidades privadas sem fins
lucrativos e outras instituições; ou, então, diretamente pela unidade
detentora do crédito orçamentário, ou por outro órgão ou entidade no
âmbito do mesmo nível de Governo.

w.x.30.zz

w.x.90.zz

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4.2.1.4. Elemento de Despesa


Tem por finalidade identificar os objetos de gasto, tais como
vencimentos e vantagens fixas, juros, diárias, material de consumo,
serviços de terceiros prestados sob qualquer forma, subvenções sociais,
obras e instalações, equipamentos e material permanente, auxílios,
amortização e outros que a administração pública utiliza para a
consecução de seus fins.

w.x.yy.01
w.x.yy.14
w.x.yy.30
w.x.yy.52
w.x.yy.61

ESTÁGIOS DA DESPESA
Estágios da despesa são etapas que devem ser observadas na realização
da despesa pública. São estágios da despesa pública o empenho, a
liquidação e o pagamento.

O empenho é o primeiro estágio da despesa pública. É ato emanado de


autoridade competente que cria, para o Estado, obrigação de
pagamento pendente, ou não, de implemento de condição. É a garantia
de que existe o crédito necessário para a liquidação de um compromisso
assumido. O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos
créditos concedidos. É vedada a realização de despesa sem prévio
empenho.

Modalidades de Empenho

1) Empenho ordinário: é o correspondente à despesa com montante


perfeitamente conhecido, cujo pagamento deva ser efetuado de uma só
vez, após sua regular liquidação.

2) Empenho estimativo: é utilizado nos casos cujo montante da despesa


não se possa determinar, podendo o pagamento ser efetuado uma única
vez ou parceladamente. Por essa razão, estima-se um valor e se
estabelece um cronograma de pagamento. Os empenhos estimativos
normalmente são aqueles utilizados para despesas tais como: energia

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elétrica, telefonia, água, imprensa oficial e outras para as quais não se


possa definir o valor exato da fatura.

3) Empenho global: é o utilizado para atender despesas contratuais e


outras, sujeitas a parcelamento, cujo valor exato possa ser
determinado. Exemplos: aluguéis, prestação de serviços por terceiros
etc.

A diferença entre o empenho estimativo e o global é que o estimativo


permite o reforço já o global não, tendo em vista que no empenho
global já se sabe o valor total da despesa enquanto que no estimativo
não.

A liquidação é o segundo estágio da despesa pública. É o procedimento


realizado sob a supervisão e responsabilidade do ordenador de despesas
para verificar o direito adquirido pelo credor, ou seja, que a despesa foi
regularmente empenhada e que a entrega do bem ou serviço foi
realizada de maneira satisfatória, tendo por base os títulos e os
documentos comprobatórios da despesa. Essa verificação tem por fim
apurar: a) a origem e o objeto do que se deve pagar; b) a importância
exata a pagar; e c) a quem se deve pagar a importância, para extinguir
a obrigação.

O pagamento é o último estágio da despesa pública. É quando se


efetiva o pagamento ao ente responsável pela prestação do serviço ou
fornecimento do bem, recebendo a devida quitação. Caracteriza-se pela
emissão do cheque ou ordem bancária em favor do credor, facultado o
emprego de suprimento de fundos, em casos excepcionais. O
pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua
regular liquidação.

CRIA OBRIGAÇÃO EMPENHO

RECONHECIMENTO DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO LIQUIDAÇÃO

PAGAMENTO PAGAMENTO

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SUPRIMENTO DE FUNDOS

O regime de adiantamento, suprimento de fundos, é aplicável aos casos


de despesas expressamente definidas em lei com a finalidade de realizar
despesas que pela excepcionalidade, a critério do Ordenador de Despesa
e sob sua inteira responsabilidade, não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação, nos seguintes casos:

• para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com


serviços especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;
• quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se
classificar em regulamento; e
para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo
valor, em cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do
Ministro da Fazenda.

Limite máximo para concessão de SF


CARTÃO DE PAGAMENTO CONTA-CORRENTE

Limite de concessão
Obras e serviços de engenharia R$ 15.000,00 R$ 7.500,00
Compras e serviços R$ 8.000,00 R$ 4.000,00
Limite de despesa por NF
Obras e serviços de engenharia R$ 1.500,00 R$ 375,00
Compras e serviços R$ 800,00 R$ 200,00

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É vedado o fracionamento de despesa ou do documento


comprobatório, para adequação dos valores constantes dos limites
máximos para realização de despesa de pequeno vulto em cada NOTA
FISCAL/FATURA/RECIBO/CUPOM FISCAL.

O valor do Suprimento de Fundos inclui os valores referentes às


Obrigações Tributárias e de Contribuições, não podendo em hipótese
alguma ultrapassar os limites estabelecidos quando se tratar de despesas
de pequeno vulto.

Excepcionalmente, a critério da autoridade de nível ministerial, desde


que caracterizada a necessidade em despacho fundamentado, poderão ser
concedidos suprimentos de fundos em valores superiores aos fixados como
limites máximos.

A concessão de suprimento de fundos deverá respeitar os


estágios da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento.

É vedada a aquisição de material permanente por suprimento de


fundos.

Ao servidor responsável por dois suprimentos é vedada a


concessão de SF;
O servidor que tenha a seu cargo a guarda ou utilização do
material a adquirir, como, por exemplo, o responsável pelo
almoxarifado, não poderá ser suprido, salvo quando não houver
outro servidor que possa sê-lo;
Ao servidor declarado em alcance. Significa o servidor que não
prestou contas no prazo legal ou que teve suas contas recusadas
ou impugnadas em virtude de prática de ato ilegal.

RESTOS A PAGAR
Os restos a pagar constituem compromissos financeiros exigíveis que
compõem a dívida flutuante e podem ser caracterizados como as
despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de dezembro de
cada exercício financeiro.

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Os Restos a Pagar distinguem-se em Processados e Não-Processados

Restos a Pagar Processados são as despesas legalmente


empenhadas cujo objeto do empenho já foi recebido, ou seja, aquelas
cujo segundo estágio da despesa (liquidação) já ocorreu,
caracterizando-se como os compromisso do Poder Público de efetuar os
pagamento aos fornecedores.

Restos a Pagar Não-Processados são as despesas legalmente


empenhadas que não foram liquidadas e nem pagas até 31 de dezembro
do mesmo exercício, ou seja, verifica que não ocorreu o recebimento de
bens e serviços no exercício de emissão do empenho.

DESPESAS DE EXERCÍCIOS ANTERIORES (DEA)

São as despesas relativas a exercícios encerrados, para as quais o


orçamento respectivo consignava crédito próprio, com dotação suficiente
para atendê-las, mas que não se tenham processado na época própria,
bem como os restos a pagar com prescrição interrompida e os
compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício
correspondente. Poderão ser pagos, à conta de dotação específica
consignada no orçamento, discriminada por elemento, obedecida,
sempre que possível, a ordem cronológica.

CONTA ÚNICA DO TESOURO NACIONAL

A criação de uma conta única teve o seu início com o advento da Lei nº
4.320/64, em seu artigo 56.

Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far-se-á em estrita observância ao


princípio da unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de
caixas especiais.

Prof. GUSTAVO BICALHO FERREIRA

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AFO PROF. GUSTAVO BICALHO FERREIRA RESUMÃO

Conta mantida pelo Tesouro Nacional no Banco Central do Brasil e movimentada


com concurso do Banco do Brasil ou por agentes financeiros credenciados. Tem
por finalidade centralizar todas as disponibilidades de caixa da União que se achem
à disposição das unidades gestoras do Sistema Integrado de Administração
Financeira do Governo Federal (SIAFI).

LICITAÇÕES: MODALIDADE DISPENSA E


INEXIGIBILIDADE

Licitação DISPENSADA: a lei desobriga expressamente a


Administração do dever de licitar.


Licitação DISPENSÁVEL: embora possível, não é obrigatória,
porém a lei determina quais as hipóteses.

INEXIGIBILIDADE de licitação: é impossível pela inviabilidade de


competição.

Prof. GUSTAVO BICALHO FERREIRA

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