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EXAME NEUROLÓGICO EM CÃES E GATOS

BRUNO BENETTI JUNTA


TORRES
BERNARDO DE CARO
MARTINS

 INTRODUÇÃO
A neurologia é uma subárea que cada vez mais está ganhando espaço na Medicina Veterinária, principalmente devido à
maior demanda dos proprietários na busca por diagnósticos e tratamentos adequados. Embora apresente alta casuística
clínico-cirúrgica, ainda há poucos especialistas nessa área, por ser considerada umaespecialidade desafiadora e difícil. No
entanto, com o conhecimento da neuroanatomia básica e da abordagem clínica semiológica é possível reconhecer as
principais lesões neurológicas.

O exame neurológico é a base que alicerça a investigação dos distúrbios neurológicos. Embora existam outros métodos para
auxiliar no diagnóstico, como tomografia computadorizada e ressonância magnética, o exame neurológico ainda é a melhor
opção.
É possível, com o exame neurológico, determinar a localização da lesão, bem como sua extensão e sua gravidade e, quando
associado aos dados de identificação do paciente e às características do início (aguda/crônica) e da progressão
(progressivos/não progressivos) dos sinais clínicos, permite estabelecer uma lista de possíveis diagnósticos diferenciais que
irá ajudar o clínico a raciocinar de maneira lógica na investigação do problema.
O exame neurológico representa um conjunto de testes que pode ser facilmente executado, sem a necessidade de
instrumentos especializados. No entanto, o maior desafio para o clínico é entender e interpretar os achados do exame. Para
isso, é importante seguir uma ordem lógica e repetir um teste quantas vezes forem necessárias para que se tenha uma
resposta fidedigna. Geralmente, observações (estado mental, postura e marcha) devem ser concluídas em uma primeira
etapa; avaliações com potencial de causar dor (palpação, nocicepção) devem ser deixadas para o final.

Idealmente, um exame neurológico completo deve ser executado, mas em alguns pacientes, que não colaboram com o
exame, isso pode não ser possível.
Nos pacientes que não colaboram com o exame, há necessidade de exames mais rápidos, e a ordem dos testes pode ser
disposta de modo que sejam realizados primeiro os mais relevantes clinicamente, que justifiquem a queixa principal. Por
exemplo, quando um paciente apresenta histórico de crises epilépticas, é mais pertinente avaliar inicialmente a função dos
nervos cranianos e as reações posturais do que os reflexos espinhais. Nos casos em que a localização neurológica é incerta,
a repetição do exame neurológico pode aumentar a probabilidade do reconhecimento de déficits sutis, além de revelar
tendências na progressão dos sinais clínicos.

 OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de:

 correlacionar as lesões nas estruturas do sistema neural que justifiquem os sinais clínicos;
 reconhecer a localização e a distribuição das lesões;
 identificar a lista de diagnósticos diferenciais, tendo em conta a identificação do paciente, a história e o
início e a progressão dos sinais clínicos;
 traçar um plano lógico para futuras investigações e tratamento.
 ESQUEMA CONCEITUAL

 IDENTIFICAÇÃO E ANAMNESE
O primeiro passo para a abordagem do paciente com lesão neurológica é a identificação do paciente seguida de anamnese
detalhada. Trata-se de uma etapa crucial que fornece informações importantes para a definição de diagnósticos diferenciais.
Sabe-se, por exemplo, que animais jovens são mais susceptíveis a apresentar alterações congênitas ou
infecciosas/inflamatórias e que animais da raça Dachshund são predispostos a discopatias.
As perguntas da anamnese irão depender da queixa principal apresentada pelo proprietário. Informações detalhadas sobre o
início e a progressão dos sinais clínicos devem ser anotadas. Sinais clínicos agudos, por exemplo, são geralmente
ocasionados por condições vasculares ou traumáticas, enquanto alterações crônicas e, muitas vezes, insidiosas são
decorrentes de processos degenerativos ou neoplásicos (Figura 1).
Figura 1 – Sistema DAMNIT-V para diagnósticos diferenciais de afecções neurológicas, de acordo com a gravidade do aparecimento dos sinais clínicos e
seu curso com o tempo.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

O exame físico deve sempre preceder a avaliação neurológica, a fim de que o clínico se certifique que realmente se trata de
afecção neurológica e também identifique alterações sistêmicas que podem influenciar os sinais neurológicos. O exame
neurológico é dividido em duas partes:

 observação (hands-off):
 estado mental e comportamento;
 postura;
 marcha;
 identificação de movimentos involuntários;
 palpação (hands-on):
 testes de reações posturais;
 avaliação dos nervos cranianos;
 reflexos espinhais, força e tamanho dos músculos;
 avaliação sensorial (nocicepção).

 EXAME NEUROLÓGICO DE OBSERVAÇÃO


ESTADO MENTAL E COMPORTAMENTO
O estado mental deve ser avaliado a partir do momento em que o animal entra no consultório. Observar o nível de
consciência (alerta, obnubilação ou depressão, estupor, coma) e
o comportamento (demência/delírio/vocalização/compulsão/alucinação) é fundamental durante a consulta, visto que um
animal pode estar discretamente, moderadamente ou gravemente deprimido.
Alterações mais graves do nível de consciência (estupor ou coma) são diferenciadas pela resposta a estímulos dolorosos.
Animais em estado de estupor podem ser despertados por um estímulo doloroso. Em contrapartida, um animal em coma não
pode ser despertado sequer por estímulos nocivos.

Para saber mais: A estrutura anatômica que participa da manutenção do nível de consciência é o sistema ativador reticular
ascendente (SARA), localizado no tronco encefálico e diencéfalo. Esse sistema realiza conexões com o córtex
prosencefálico; assim sendo, lesões no tronco encefálico ou no prosencéfalo podem resultar em alteração do nível de
consciência do animal.
A avaliação pontual do comportamento do animal durante a consulta pode ser muito subjetiva. É provável que os
proprietários tenham mais chance de identificar as mudanças sutis de comportamento e, por isso, devem ser questionados
cuidadosamente sobre possíveis alterações. O comportamento é controlado, principalmente, pelo sistema límbico, localizado
no lobo temporal do prosencéfalo. Agressividade, andar compulsivo, vocalização, perda de treinamento, delírio e head
pressing (pressionar de cabeça contra obstáculos) (Figura 2) são exemplos de algumas dessas alterações.

Figura 2 – Poodle de 11 anos com head pressing devido a acidente vascular isquêmico em prosencéfalo.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

POSTURA
Postura refere-se à posição da cabeça e dos membros em relação ao tronco e ao solo.
O paciente pode apresentar-se com ventroflexão de cabeça e pescoço, o que pode sugerir alterações neuromusculares ou
posição antiálgica. A rotação lateral da cabeça e pescoço para um lado do corpo, conhecido como pleurotótono (head turn)
(Figura 3) pode resultar de lesões neuromusculares ou do prosencéfalo, enquanto a inclinação da cabeça com rotação do
plano mediano (head tilt) (Figura 4) está associada com lesões do sistema vestibular central ou periférico. Já opistótono é a
hiperextensão de cabeça e do pescoço, que resulta de lesões prosencefálicas ou da porção rostral de cerebelo.

Figura 3 – Pleurotótono para esquerda em cão labrador de 9 anos com neoplasia prosencefálica.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 4 – Inclinação da cabeça com rotação do plano mediano para esquerda em cão sem raça definida (SRD) de 9 anos com vestibulopatia central
devido à meningoencefalomielite infecciosa. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Quanto à postura da coluna vertebral, o paciente pode apresentar lesões congênitas ou adquiridas do parênquima espinhal,
das vértebras e/ou das estruturas adjacentes a elas, o que produz desvios espinhais. Pode-se observar desvio dorsal da
coluna vertebral ou cifose, desvio ventral ou lordose e desvio lateral ou escoliose. Os desvios espinhais também são
frequentemente associados à postura antiálgica, na qual o paciente procura adotar uma postura que alivie seu desconforto.
Quanto ao apoio dos membros, animais que adotam postura plantígrada possuem lesão no neurônio motor inferior (NMI) em
sua origem (medula espinhal) ou em seus prolongamentos (nervo periférico). Alterações na coordenação e/ou no equilíbrio
resultam em aumento do quadrilátero de sustentação, observado em lesões espinhais, cerebelares e vestibulares.

Posturas de Schiff-Sherrington, rigidez de decerebelação e rigidez de decerebração sugerem localização anatômica


específica.
A postura de Schiff-Sherrington é vista em lesão espinhal toracolombar aguda e é caracterizada por extensão rígida de
membros torácicos com propriocepção e função motora normais e flacidez transitória de membros pélvicos com diminuição
ou ausência de função motora. Isso ocorre devido ao comprometimento de células de fronteira (border cells), localizadas
entre as substâncias cinzenta e branca da medula espinhal. Essas células são interneurônios ascendentes que auxiliam na
inibição dosNMI para os membros torácicos.
A rigidez de descerebelação é caracterizada por opistótono, rigidez de membros torácicos, flexão de quadris e consciência
preservada (Figura 5). Pode ser vista com lesão aguda cerebelar rostral, tal como no acidente vascular ou no trauma.
Figura 5 – Pinscher de 4 anos em posição de rigidez descerebelada após lesão cerebelar aguda.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Por outro lado, a rigidez de descerebração é caracterizada por opistótono, rigidez e extensão dos membros torácicos e
pélvicos e alteração do nível de consciência (estupor ou coma) (Figura 6). Está relacionada a lesões graves do tronco
encefálico rostral.

Figura 6 – Dogue alemão de 4 anos em posição de rigidez descerebrada após lesão aguda em tronco encefálico.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
MARCHA
A avaliação da marcha é um dos principais parâmetros da inspeção geral e deve ser avaliada em uma área ampla de
superfície não escorregadia. O paciente deve ser guiado para caminhar em linha reta e em círculos amplos e estreitos, com o
clínico realizando observações de frente, de trás e bilateralmente ao animal.
Para saber mais:

Diferentemente dos humanos, os animais possuem os núcleos dos neurônios motores superiores (NMS), responsáveis pelo
início do movimento voluntário, predominantemente no sistema extrapiramidal (tronco encefálico). Com isso, alterações
prosencefálicas, a não ser as agudas, como acidentes vasculares encefálicos e trauma, dificilmente resultam em paralisia ou
ataxia acentuada. Dito isso, a geração, a manutenção e a coordenação da marcha dependem da integridade do tronco
encefálico, do cerebelo, da medula espinhal, dos nervos periféricos, da junção neuromuscular e dos músculos.
A Figura 7 mostra uma representação esquemática do sistema nervoso central, identificando as fibras de neurônios motores
superiores (vermelho), que se originam no encéfalo e passam por toda a medula espinhal, e de neurônios motores inferiores
(verde), que se originam nas intumescências braquial e lombossacral da medula espinhal e formam os nervos periféricos que
inervam os membros.

Figura 7 – Representação esquemática do sistema nervoso central, identificando as fibras de neurônios motores superiores (vermelho), que se originam
no encéfalo e passam por toda a medula espinhal, e de neurônios motores inferiores (verde), que se originam nas intumescências braquial e
lombossacral da medula espinhal e formam os nervos periféricos que inervam os membros.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A marcha é classificada em normal ou anormal. Quando anormal, pode ser resultado de:

 ataxia;
 paresia/paralisia;
 claudicação.

Ataxia é a incoordenação dos movimentos e pode ser classificada em sensorial (proprioceptiva), cerebelar ou vestibular, ou
uma combinação delas.
Ataxia sensorial é provocada pela perda de sensação de posição do membro em relação ao corpo, muitas vezes vista como
aumento do quadrilátero de sustentação e arrastar dos dígitos. É causada por lesão das vias aferentes sensoriais,
geralmente devido à lesão na medula espinhal. Ataxia cerebelar é caracterizada por incapacidade de controlar a velocidade e
a amplitude dos movimentos, resultando em dismetria (principalmente hipermetria), e tremor intencional de cabeça. A ataxia
cerebelar ocorre devido a lesões no cerebelo. Ataxia vestibular pode ser vista associada com inclinação do corpo, queda ou
rolamento para um lado, nos casos de lesões assimétricas. Inclinação da cabeça e nistagmo espontâneo ou posicional
podem ser observados.
Animais com doença vestibular bilateral muitas vezes realizam movimentos de cabeça com excursões amplas de lado a lado
e possuem diminuição do nistagmo fisiológico bilateral. A ataxia vestibular é resultante de lesões do sistema vestibular
periférico (receptores na orelha interna e/ou nervo vestibulococlear) ou central (tronco encefálico e/ou conexões tronco
encefálico/cerebelo).

Paresia/plegia é definida como perda da habilidade de sustentação do peso (lesão de NMI) ou inabilidade para gerar
movimentos voluntários (lesão de NMS). O termo paresia indica diminuição da movimentação voluntária. Enquanto paralisia
ou plegia é ausência total dessa movimentação voluntária.
Se o animal apresenta paresia, mas ainda é capaz de deambular, pode-se classificar o estado como paresia ambulatorial. No
entanto, se for observada paresia em que o animal é incapaz de deambular, classifica-se como paresia não ambulatorial.
Nesses casos, o ideal é suportar o peso desses animais durante a marcha, para diferenciar paralisia de paresia não
ambulatorial.

A paresia de NMI reflete diminuição de suporte de peso e resulta em passadas curtas, tremores ou completa inabilidade de
sustentação do peso, levando ao colapso. A paresia de NMS resulta em um retardo no início da protração (passo), gerando
passada mais larga e rígida, acompanhada de espasticidade dos membros. Devido à sua proximidade anatômica com os
tratos proprioceptivos no tronco encefálico e na medula espinhal, a maioria dos distúrbios de marcha envolvendo os tratos
de NMS é acompanhada por ataxia.
Dependendo de quais membros estão acometidos, a paresia/plegia pode ser ainda definida como:

 tetraparesia/paralisia: alteração na função motora dos quatro membros associada à lesão cranial ao
segmento espinhal T3 ou ao distúrbio generalizado de NMI;
 paraparesia/plegia: alteração na função motora dos membros pélvicos associada à lesão caudal ao
segmento espinhal T2;
 monoparesia/plegia: alteração na função motora de um membro geralmente associada à lesão de NMI local
ou com lesões lateralizadas no plexo braquial ou lombossacral;
 hemiparesia: alteração na função motora dos membros de um lado do corpo devido à lesão lateralizada
cranial ao segmento espinhal T3. Quando a lesão se encontra entre a porção caudal do tronco encefálico e o
segmento espinhal T2, a alteração da função motora é ipsilateral à lesão. Porém, se a lesão se situar
rostralmente ao tronco encefálico ou no prosencéfalo, os sinais clínicos tornam-se contralaterais à lesão.

É importante salientar que devido à organização somatotrópica da medula espinhal, as fibras que inervam os membros
torácicos são mais profundas do que as que inervam os membros pélvicos; por isso, lesões na medula cervical podem gerar
déficits motores iniciais e mais nítidos para os membros pélvicos. Com isso, é necessário um exame cuidadoso para notar
que, nesses animais, os membros torácicos também estarão com déficits motores.
Durante a marcha, pode-se ainda observar se o animal apresenta claudicação, a qual pode ser de origem ortopédica ou
devido à compressão de raiz nervosa (sinal de raiz). Movimentos de marcha compulsiva em círculos, geralmente ipsilaterais
à lesão, resultam de alteração comportamental associada com lesões prosencefálicas ou de lesão no sistema vestibular.

MOVIMENTOS INVOLUNTÁRIOS
Os movimentos involuntários podem ser relacionados ao repouso ou ação e devem ser descritos em detalhes. Podem ser de
origem muscular (miotomias) ou neural (tetania, mioclônus, distúrbios do movimento, crises epilépticas). O mioclônus, que é
representado por contrações musculares espontâneas seguidas de imediato relaxamento, e que muitas vezes pode ser
definido como tremor, é, juntamente com as crises epilépticas, o movimento involuntário mais frequentemente observado. Os
tipos de mioclônus mais comuns na clínica veterinária são:

 mioclonia, que é um tipo de mioclônus repetitivo constante, comumente relacionado à infecção pelo vírus
da cinomose canina;
 tremor de intenção, que é um tipo de mioclônus repetitivo relacionado à ação, que ocorre comumente em
doenças cerebelares.
As crises epilépticas são caracterizadas por atividade elétrica hipersincrônica dos neurônios do córtex cerebral e é, portanto,
um sinal de doença prosencefálica. Para mais informações e detalhes sobre os outros tipos de movimentos involuntários, os
autores recomendam a consulta de outras fontes bibliográficas.1,2
1. Em relação ao exame neurológico em cães e gatos, assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) O primeiro passo para a abordagem do paciente com lesão neurológica é a identificação do paciente seguida de
anamnese detalhada.
( ) As perguntas da anamnese irão depender da queixa principal apresentada pelo proprietário.
( ) O exame físico deve preceder à avaliação neurológica em alguns casos específicos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) V – F – V. B) F – V – F.
C) V – V – F. D) F – F – V.

2. Observe as afirmativas quanto ao exame neurológico de observação.


I – O estado mental deve ser avaliado a partir do momento em que o animal entra no consultório. Observar o nível de
consciência e o comportamento é fundamental durante a consulta, visto que um animal pode estar discretamente,
moderadamente ou gravemente deprimido.
II – Alterações mais graves do nível de consciência (estupor ou coma) são diferenciadas pela resposta a estímulos
dolorosos. Animais em estado de estupor podem ser despertados por um estímulo doloroso. Em contrapartida, um
animal em coma não pode ser despertado sequer por estímulos nocivos.
III – A avaliação pontual do comportamento do animal durante a consulta pode ser muito subjetiva. Por esse motivo, é
provável que os proprietários não consigam identificar as mudanças sutis de comportamento.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I e a II. B) Apenas a I e a III.


C) Apenas a II e a III. D) A I, a II e a III.

3. Animais que se apresentam com head pressing, ou seja, pressionando a cabeça contra obstáculos durante a
avaliação da marcha, possuem:

A) lesão prosencefálica. B) perda de acuidade visual.


C) Cefaleia. D) desequilíbrio.

4. A postura se refere à posição:

A) dos membros em relação ao tronco e ao solo.


B) da cabeça e dos membros em relação ao tronco e ao solo.
C) da cabeça em relação ao tronco.
D) dos membros em relação ao solo.

5. O termo Schiff-Sherrington é utilizado para descrever uma alteração postural e NÃO está relacionado à:

A) lesão espinhal toracolombar aguda.


B) paralisia espástica de membros torácicos.
C) lesão de neurônios inibitórios ascendentes que coordenam os movimentos dos membros pélvicos com os
torácicos.
D) lesão de neurônios conhecidos como “Border”.

6. Um paciente é apresentado pelo tutor queixando-se de que seu gato está incoordenado, além de apresentar
episódios de inclinação do corpo, quedas e rolamento. Qual a classificação do sinal clínico reportado?

A) Hemiparesia. B) Ataxia cerebelar.


C) Ataxia vestibular. D) Tetraparesia ambulatória.

 EXAME NEUROLÓGICO DE PALPAÇÃO


REAÇÕES POSTURAIS
As reações posturais são respostas complexas que envolvem a participação de quase todos os componentes do sistema
neural. Proprioceptores localizados nas articulações, nos tendões, nos músculos e na orelha interna captam uma informação
externa, que é transmitida para o córtex prosencefálico via tratos ascendentes espinhais, no qual é processado e
retransmitido para a musculatura via tratos descendentes da medula espinhal.
O posicionamento proprioceptivo e o saltitamento são os dois testes posturais realizados na rotina e, muitas vezes,
conseguem apontar déficits em membros que não foram observados durante a marcha (Figura 8). Alterações nesses testes
indicam, com precisão, alteração no sistema neural, mas não a localização exata da lesão.

Figura 8 – Déficit proprioceptivo em membro pélvico direito de cão Boxer de 6 anos com neoplasia intracraniana.

É importante ressaltar que as reações posturais podem estar normais em afecções musculares se o animal tiver condições e
força para sustentar o peso corporal.
Outros testes, como carrinho de mão e hemissaltitamento, podem ser úteis para definição de assimetrias, principalmente em
felinos.

Propriocepção ou posicionamento da pata


Para avaliação da propriocepção, deve-se posicionar o animal em postura quadrupedal, em superfície não deslizante, e
suportar, com uma das mãos, parte do seu peso pelo tórax, para avaliação dos membros torácicos (Figura 9A), ou
abdômen/região inguinal (Figura 9B), para avaliação dos membros pélvicos. Com a outra mão, posiciona-se uma das patas,
de modo que sua superfície dorsal fique em contato com o chão. Espera-se que o animal retorne a pata ao posicionamento
anatômico imediatamente.

Figura 9 – Demonstração da técnica para avaliação da propriocepção dos membros torácicos (A) e dos membros pélvicos (B) em cão.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

O teste deve ser repetido até que o examinador tenha plena confiança na resposta apresentada, já que déficits sutis podem
estar presentes. É particularmente difícil de ser executada em gatos, pois dificilmente permitem o manuseio de suas patas.
Nesses animais, o posicionamento tátil e visual pode ser uma ferramenta clínica interessante, embora muito subjetiva.

Saltitamento
O saltitamento é a principal reação postural avaliada em gatos e deve ser realizada também em todos os cães. Em animais
de grande porte em que o suporte de peso se torna difícil, recomenda-se realizar o hemissaltitamento. O teste de
saltitamento é realizado segurando o paciente, de modo que grande parte do peso corporal seja sustentada por um único
membro enquanto o animal é deslocado lateralmente (Figuras 10A e B).

Figura 10 – Demonstração da técnica para avaliação do saltitamento para membros torácicos (A) e para membros pélvicos (B) em cão.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Compara-se os membros, já que a mesma resposta deve ser visibilizada em ambos os lados. Animais com afecções
ortopédicas graves terão dificuldade para realizar o teste do saltitamento se o peso corporal não for adequadamente
suportado.

Outros testes
Outros testes descritos na literatura para avaliar as reações posturais dos animais incluem: hemicaminhada, carrinho de
mão, extensor postural, posicionamento tátil e visual. Como dito anteriormente, apenas com a realização da propriocepção e
do saltitamento consegue-se obter uma resposta fidedigna das reações posturais.
Na maioria das vezes, não é necessário realizar os outros testes, mas vale fazer algumas considerações: em animais de
grande porte, em que o suporte do peso corporal é mais difícil, pode-se realizar a hemicaminhada em substituição ao
saltitamento. Nos animais em que há suspeita de ataxia e paresia de membros torácicos, pode-se realizar o carrinho de mão.
Em gatos, o posicionamento tátil e visual pode ser realizado em substituição à propriocepção, apesar de, na opinião dos
autores, ser um teste bastante falho com alto índice de falsos negativos.

TESTES DE NERVOS CRANIANOS


Existem 12 pares de nervos cranianos cujos núcleos encontram-se no prosencéfalo (I e II) e no tronco encefálico (III e IV –
Mesencéfalo, V – Ponte, VI, VII, VIII, IX, X, XI e XII – Bulbo). O exame dos nervos cranianos deve ser realizado quando o
animal estiver bem relaxado e com o mínimo de contenção possível. Pode ser realizado seguindo a sequência dos nervos
cranianos de I a XII ou por regiões. Os pares de nervos cranianos estão descritos a seguir:

I – Olfatório II – Óptico
III – Oculomotor IV – Troclear
V – Trigêmeo VI – Abducente
VII – Facial VIII – Vestibulococlear
IX – Glossofaríngeo X – Vago
XI – Acessório XII – Hipoglosso

Antes de avaliar os nervos intracranianos, é importante conhecer as funções distintas sensitivas, motoras e autonômicas
para facilitar a interpretação do exame. Os pares I e II são nervos exclusivamente sensitivos, os pares IV, VI, XI e XII
possuem ação motora exclusiva. Os nervos V e VIII possuem ação sensitiva e motora. O III par possui ação motora e
parassimpática e os nervos VII, IX e X possuem função motora, sensitiva e parassimpática.
A avaliação do nervo olfatório não é realizada na rotina, pois a hiposmia/anosmia (diminuição/ausência da capacidade
olfativa) é muito difícil de avaliar clinicamente. A maioria das substâncias descritas para testes da olfação em animais
também são irritantes para as inervações sensoriais das cavidades nasais (por exemplo, álcoois), por isso não se deve
utilizá-las. Uma alternativa é cobrir a visão do animal e tentar oferecer-lhe comida.

Resposta à ameaça
A resposta à ameaça é um comportamento aprendido, e não um reflexo propriamente dito. Pode estar ausente em animais
normais de idade inferior a 10 - 12 semanas. Para avaliar a resposta à ameaça, deve-se testar os olhos separadamente.
Para tanto, o clínico precisa cobrir um dos olhos do paciente; após, tocar suavemente o canto medial do olho testado para
chamar a atenção do animal e realizar um movimento de ameaça (Figura 11).

Figura 11 – Demonstração da técnica para avaliação da resposta à ameaça em cão.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O movimento de ameaça deve ser executado a uma distância considerável do olho para evitar o deslocamento de ar, o que
poderia sensibilizar terminações do nervo trigêmeo na córnea. Assim que o gesto de ameaça é realizado, o animal deve
imediatamente fechar as pálpebras por completo.
A porção aferente do referido teste é composta por todo o trato visual (retina - nervo óptico - quiasma óptico - trato óptico -
núcleo geniculado lateral - radiação óptica - lobo occipital do cérebro), e a porção eferente é composta pelo nervo facial e
pelo cerebelo, cujas vias não são bem descritas. A visão pode ainda ser avaliada subjetivamente, observando se o paciente
consegue desviar de obstáculos ao caminhar, realizando-se o teste da bola de algodão e o reflexo de ofuscamento.

É importante o neurologista realizar a avaliação de fundo de olho com lentes esféricas de magnificação para identificar
lesões na retina e no nervo óptico que poderiam influenciar na acuidade visual do paciente.

Reflexo pupilar à luz


O reflexo pupilar à luz deve ser realizado em ambiente escuro, com os olhos previamente cobertos para que haja midríase e
se possa avaliar a resposta à luz. Antes de realizar o teste, é interessante posicionar a fonte de luz entre os olhos e acima do
nariz para observar se existe alguma evidência de anisocoria (Figura 12).

Figura 12 – Anisocoria em um felino de 14 anos com diagnóstico presuntivo de neoplasia e compressão lateralizada para direita do mesencéfalo.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

É importante, especialmente em idosos, reconhecer hipotrofia de íris, já que ela poderia ser falsamente reconhecida como
anisocoria.
Avalia-se a resposta de contração da pupila que recebeu a luz (reflexo pupilar direto) e da pupila contralateral (reflexo pupilar
consensual). O reflexo consensual, geralmente, pode ser um pouco mais lento do que o reflexo direto devido ao menor
número de fibras envolvidas nesse reflexo.
Para saber mais:

O reflexo pupilar à luz é composto pela parte aferente e pela resposta parassimpática do nervo oculomotor, que ocorre pela
seguinte via: retina - nervo óptico - quiasma óptico - trato óptico - núcleo pretectal - núcleo parassimpático do nervo
oculomotor - nervo oculomotor - esfíncter da íris - contração da pupila. Uma lesão em qualquer uma dessas vias pode
comprometer o reflexo pupilar à luz.
É importante salientar que o reflexo pupilar à luz não testa a visão do animal, apesar de o nervo óptico estar envolvido.
Animais que possuem cegueira cortical, não terão alteração no reflexo pupilar, por isso, deve-se realizar também em animais
cegos, para que se possa definir com exatidão a localização da lesão.

Reflexo palpebral e sensibilidade facial


Para a avaliação do reflexo palpebral, o clínico deve deflagrar um estímulo tátil suave nos cantos medial e lateral das
pálpebras; espera-se que o animal feche as pálpebras imediatamente. O estímulo pode ser realizado com a ponta dos dedos
ou utilizando cotonete. Na avaliação da sensibilidade facial, deve-se realizar estímulos de toque na face em diferentes
regiões com cotonete ou pinça hemostática, esperando-se como resposta contração da musculatura facial e fechamento de
pálpebras (Figuras 13A e B).
Figura 13 – Demonstração da técnica de avaliação do reflexo palpebral do canto lateral do olho direito (A) e da sensibilidade facial direita (B) em cão.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

O estímulo da mucosa nasal efetiva-se após fechamento de ambos os olhos do animal e espera-se como resposta uma
movimentação de aversão consciente da cabeça (Figura 14). Esse teste é muito útil para identificar lesões assimétricas no
prosencéfalo, já que se trata de uma resposta consciente.

Figura 14 – Demonstração da técnica de avaliação da sensibilidade nasal direita em cão.


Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Em ambos os testes mencionados, participam da porção aferente os ramos oftálmico, maxilar e mandibular do nervo
trigêmeo e, da porção eferente, o nervo facial.

Para saber mais:


O ramo oftálmico é responsável pela inervação sensorial da córnea, do canto medial do olho, da pálpebra superior, da
mucosa nasal e da pele do dorso do nariz. Já o ramo maxilar é responsável pela inervação, principalmente, do canto lateral
do olho, da pálpebra inferior, da pele da bochecha e do focinho, da arcada dentária e da gengiva superiores. O ramo
mandibular é responsável pela inervação da parte mandibular da face, da cavidade oral, da arcada dentária e da gengiva
inferiores.

Simetria facial
Realiza-se observação da face do animal em que se busca qualquer assimetria entre a face direita e a esquerda. Hipotrofias
dos músculos da mastigação indicam lesão da porção eferente do ramo mandibular do nervo trigêmeo (Figura 15).
Figura 15 – Hipotrofia unilateral da musculatura temporal em um Pug de 8 anos com diagnóstico presuntivo de neoplasia do nervo trigêmeo do lado
direito. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Disfunções da porção eferente do nervo facial resultam em menor abertura das narinas e desvio do focinho ipsilateral à
lesão. Pode haver, ainda, ptose auricular palpebral e labial, além de acúmulos de saliva. Após avaliação da simetria facial, é
interessante observar o tônus mandibular, que pode indicar lesões precoces do nervo trigêmeo antes que se visibilize
qualquer grau de hipotrofia.

Assimetrias na face também podem indicar síndrome de Horner, que é um conjunto de sinais clínicos decorrentes de uma
lesão da inervação simpática para os olhos. A observação de enoftalmia, protrusão de terceira pálpebra, miose e ptose
palpebral indica essa síndrome. Nessa etapa, também é importante realizar o teste lacrimal de Schirmer, pois a diminuição
da produção da lágrima pode estar relacionada à disfunção da porção parassimpática do nervo facial ou à diminuição da
sensibilidade da córnea.

Estrabismo patológico e posicional

O estrabismo é um posicionamento anormal do bulbo ocular.


O posicionamento normal dos bulbos oculares é dependente da inervação da musculatura periorbital, pelos nervos cranianos
III, IV e VI e da função normal do VIII par de nervos cranianos (vestibulococlear). O nervo oculomotor inerva a maioria dos
músculos extraorbitais (músculos oblíquos ventral, medial, dorsal e reto ventral) e do esfíncter da íris. Sua disfunção resulta
em estrabismo ventrolateral espontâneo associado ou não à ptose palpebral superior e midríase (Figura 16).

Figura 16 – Estrabismo patológico ventrolateral do olho direito de um Boxer de 9 anos com diagnóstico presuntivo de neoplasia prosencefálica com
compressão secundária do núcleo do nervo oculomotor no mesencéfalo. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O nervo troclear inerva o músculo oblíquo dorsal. A disfunção apenas do nervo troclear é extremamente rara e resulta em
uma rotação dorsomedial contralateral do bulbo ocular. Em gatos, isso pode ser facilmente visto devido à pupila fusiforme;
em cães, apenas um exame de fundo de olho pode revelar a alteração da posição da vasculatura retiniana.
O nervo abducente inerva os músculos reto-lateral e retrator do bulbo. A disfunção pode resultar em estrabismo medial e
diminuição da retração do bulbo ocular (reflexo corneano) frente a um estímulo da córnea. A avaliação de estrabismo
posicional indica lesão do nervo vestibulococlear e deve ser realizada com a extensão do pescoço do animal (Figura 17).

Figura 17 – Estrabismo posicional ventral do olho esquerdo de um cão SRD de três anos com suspeita de meningoencefalomielite em tronco encefálico
devido à infecção pelo vírus da cinomose canina.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Nistagmo

O nistagmo refere-se à movimentação involuntária do bulbo ocular.


O nistagmo pode ser do tipo ressalto (jerk), que contém uma fase rápida e uma lenta, ou pendular. O nistagmo do tipo
ressalto pode ser espontâneo, posicional ou fisiológico. Os nistagmos espontâneo e posicional são resultados de lesões do
sistema vestibular e podem ser horizontais ou verticais. O fisiológico ou resposta oculovestibular é uma resposta normal que
avalia a integridade dos nervos cranianos III, IV, VI e VIII.
O nistagmo pendular, também denominado de amaurótico, está associado a alterações congênitas do trato visual de cães da
raça Pastor Belga e gatos das raças Siamês, Himalaia e Birmanês. Em casos raros, pode estar associado a síndromes de
tremores generalizados, sendo denominado de opsoclonus, caracterizado por movimentos oculares arrítmicos e caóticos.

Avaliação dos nervos cranianos IX, X e XII


Para avaliar os nervos cranianos IX e X, estimula-se o reflexo de deglutição e/ou o reflexo de ânsia (Figura 18). Para tal,
aplica-se pressão externa nos ossos hioides e na cartilagem tireóidea, para gerar a deglutição ou, em animais mansos,
estimula-se diretamente a faringe com um dos dedos para provocar o reflexo de ânsia. Lesões nesses pares de nervos
cranianos podem resultar em disfagia, paralisia de laringe, disfonia e regurgitação.
Figura 18 – Demonstração da técnica para avaliação do reflexo de deglutição em cão após palpação dos ossos hioides.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

A observação do tônus de língua avalia a integridade do nervo hipoglosso (XII), que fornece inervação motora para os
músculos da língua. Não existe teste específico para avaliar o XI par (acessório). Infere-se que existe lesão nesse par de
nervos quando se observa hipotrofia da musculatura do trapézio. Lesões isoladas do nervo craniano acessório são muito
raras.

REFLEXOS MIOTÁTICOS (SEGMENTARES ESPINHAIS) E TÔNUS MUSCULAR


A avaliação dos reflexos miotáticos e do tônus muscular auxilia na classificação dos sinais neurológicos como provenientes
de lesão de NMS ou NMI e é considerada como uma continuação da avaliação das reações posturais. Com isso, muitos
clínicos optam por testar os reflexos miotáticos imediatamente após as reações posturais. De modo geral, na lesão de NMS,
os reflexos e o tônus encontram-se de normais a aumentados, enquanto na lesão de NMI há diminuição ou ausência de
reflexos e tônus.

Um reflexo não deve ser considerado diminuído ou ausente até que várias tentativas para provocá-lo tenham sido feitas.
Frente a uma lesão mielopática, a observação do reflexo normal já é suficiente para considerar uma lesão de NMS. Com
isso, o clínico não precisa despender tempo para definir se o reflexo está aumentado ou normal.

Membros torácicos
Para a avaliação dos reflexos espinhais dos membros torácicos, avalia-se o reflexo de retirada (ou flexor) e o tônus extensor.
Outros reflexos, como extensor radial do carpo, bíceps e tríceps, também podem ser verificados, mas, além de sua
realização ser mais difícil, suas respostas são pouco confiáveis. Animais hígidos podem apresentar esses reflexos
diminuídos, e, alguns com lesões, podem apresentar reflexos normais. Com isso, tais reflexos não são avaliados na rotina do
exame neurológico.
Nos membros torácicos, o reflexo de retirada avalia a integridade do segmento espinhal C6-T2 e das raízes nervosas
associadas, além dos nervos que compõem o plexo braquial (axilar, musculocutâneo, mediano, ulnar e radial). O nervo
musculocutâneo, responsável pela inervação do músculo bíceps femoral (principal músculo envolvido na flexão do membro
torácico) é o principal nervo responsável por esse reflexo. Com o animal em decúbito lateral, o clínico deve pinçar a
membrana entre o 4º e o 5º dedos, realizando pressão suficiente para provocar o reflexo (Figura 19).
Figura 19 – Demonstração da técnica para avaliar o reflexo de retirada (flexor) do membro torácico esquerdo após estímulo na membrana interdigital.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

O estímulo gera flexão completa dos músculos flexores e retirada do membro. Em caso de ausência de resposta, todas as
demais membranas interdigitais, no sentido lateromedial, devem ser testadas. A retirada do membro demonstra apenas um
arco-reflexo, e não presença ou ausência de nocicepção. O tônus extensor, provido pelo músculo tríceps, avalia
principalmente a integridade do nervo radial.

Membros pélvicos
Para a avaliação dos reflexos espinhais dos membros pélvicos, realiza-se o reflexo de retirada (flexor), o reflexo patelar e o
tônus extensor. Outros reflexos, como tibial cranial, ciático e gastrocnêmio, podem ser verificados, mas, além da realização
ser mais difícil, suas respostas são pouco confiáveis. Portanto, esses testes não são realizados na rotina do exame
neurológico pelos autores.
Nos membros pélvicos, o reflexo de retirada avalia a integridade do segmento espinhal L4-S1 e de raízes nervosas
associadas, além dos nervos ciático e femoral. Do mesmo modo que para o membro torácico, deve-se pressionar a
membrana interdigital, gerando flexão de quadril, joelho e jarrete (Figura 20).

Figura 20 – Demonstração da técnica para avaliação do reflexo de retirada (flexor) do membro pélvico esquerdo após estímulo na membrana interdigital.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A pressão do dígito lateral resulta na flexão do membro, principalmente pela participação do nervo ciático. O nervo femoral e
suas ramificações inervam a face medial dos membros. Com isso, a pressão do dígito medial implica a retirada do membro
por estímulo desse nervo. A elucidação do reflexo extensor cruzado (flexão do membro testado e extensão do membro
contralateral) pode indicar lesão de NMS cranial ao segmento espinhal L4.
O reflexo patelar avalia a integridade dos segmentos espinhais L4-L6 e do nervo femoral. Ele é bastante confiável por ser um
reflexo monossináptico (envolve apenas um neurônio aferente que faz sinapse direta com um neurônio eferente). Para
avaliá-lo, o membro testado deve ser mantido relaxado, em flexão parcial, de forma que se possa desferir um golpe suave no
tendão patelar com um martelo de Taylor (Figura 21).

Figura 21 – Demonstração da técnica para avaliação do reflexo patelar do membro pélvico esquerdo por meio do estímulo no tendão patelar com o
martelo de Taylor. Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Deve-se também testar o reflexo do membro que se encontra em decúbito. A resposta esperada consiste em extensão do
membro devido à contração reflexa do músculo quadríceps femoral. Respostas diminuídas ou ausentes geralmente indicam
lesão no segmento espinhal L4-L6 ou no nervo femoral. No entanto, animais idosos, com hipotrofia e contratura grave do
quadríceps femoral, ou pacientes com artropatias nessa articulação podem apresentar esse reflexo diminuído, mesmo que
não haja lesão no segmento espinhal e nos nervos.
Reflexos aumentados podem ser observados em lesão cranial a L4 e em alguns casos específicos, quando há lesão restrita
no segmento L6-S1 e diminuição do tônus da musculatura, que contrapõe a extensão do joelho, ocasionando a
chamada pseudo-hiperreflexia patelar. A avaliação do nervo femoral também envolve a presença de tônus extensor, que
possibilita a sustentação do peso do animal. Animais com lesão nesse nervo podem ter dificuldade de suportar seu peso no
membro acometido. Lesões craniais ao segmento L4 podem resultar em aumento do tônus extensor.

Reflexo perineal
A estimulação do períneo com uma pinça hemostática resulta em contração do esfíncter anal e flexão da cauda (Figura 22).
Esse reflexo testa a integridade do nervo pudendo, dos segmentos espinhais S1-S3 e da cauda equina.
Figura 22 – Demonstração da técnica para avaliação do reflexo perianal com estímulo da região com uma pinça hemostática.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

AVALIAÇÃO SENSORIAL

Reflexo cutâneo do tronco (teste do panículo)


O reflexo cutâneo do tronco é observado após pinçamento da pele dorsal do tronco bilateralmente ao processo espinhoso
entre as vértebras T2-L5. Como resposta, espera-se contração do músculo cutâneo do tronco bilateralmente. O teste é
iniciado na altura das asas do íleo e, se já estiver íntegro, indica que em todas as outras regiões craniais também estará, não
sendo necessária a continuação do exame.
Para saber mais:

Informações sensitivas ascendem da medula espinhal e realizam sinapses bilateralmente com os segmentos espinhais C8-
T1, que dão origem ao nervo torácico lateral, responsável por inervar o músculo cutâneo do tronco.
O reflexo cutâneo do tronco estará diminuído ou ausente em lesões que acometam qualquer uma dessas estruturas
(terminações nervosas sensitivas, raiz nervosa dorsal, medula espinhal, nervo torácico lateral). Nas lesões espinhais,
redução ou ausência de reflexo é indicativo de que a lesão se encontra duas vértebras cranialmente ao ponto testado.

Nocicepção
A avaliação da percepção consciente de dor envolve a participação dos nervos periféricos, da medula espinhal, do tronco
encefálico e do córtex prosencefálico. As fibras de dor profunda situam-se bilateralmente e profundamente na substância
branca da medula espinhal. Assim, apenas em lesão grave bilateral da medula espinhal a avaliação da nocicepção estará
diminuída ou ausente, sendo um indicador prognóstico fiel para as lesões espinhais.
Para avaliação de dor superficial, deve-se pinçar as membranas interdigitais dos membros torácicos e pélvicos (Figura 23).
Se a dor superficial estiver diminuída, realiza-se avaliação da dor profunda. Com uma pinça hemostática, aplica-se pressão
nas falanges distais. É importante avaliar a reação consciente do animal, e não apenas a retirada do membro (arco-reflexo).
A resposta esperada consiste, além da retirada do membro, em mudança comportamental, como virar a cabeça, vocalizar ou
tentar morder.

Figura 23 – Demonstração da técnica para avaliação da nocicepção após pressão no interdígito do membro pélvico esquerdo. Observa-se retirada do
membro e resposta consciente de virar a cabeça em resposta ao estímulo doloroso.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.

Palpação
A palpação da coluna objetiva detecta áreas dolorosas (hiperestesia) ou com restrição de movimento na região da coluna
vertebral ou plexos. Deve-se realizá-la comoúltima etapa do exame neurológico para diminuir o estresse durante a avaliação.
A palpação da coluna lombar e torácica consiste em aplicações crescentes de pressão (intensidade discreta, moderada e
intensa), lateralmente aos processos espinhosos em uma sequência craniocaudal ou caudocranial (Figura 24).

Figura 24 – Demonstração da técnica para palpação da coluna torácica e lombar de cão para avaliação de hiperestesia.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O animal deve permanecer, preferencialmente, em estação para realização da palpação. A coluna cervical deve ser
manipulada suavemente, com movimentações laterais, ventral e dorsal. Outra técnica bastante sensível para detectar
hiperestesia na coluna cervical é a realização de pressão nos corpos vertebrais cervicais enquanto efetiva-se o suporte do
pescoço dorsal com a outra mão. Além disso, é importante palpar a região dos plexos braquial e lombossacral. A palpação
da musculatura ajuda a evidenciar hiper ou hipotrofia, inchaço, neoformações, contraturas musculares e dor localizada.

7. O posicionamento proprioceptivo e o saltitamento são os dois testes posturais realizados na rotina e, muitas vezes,
conseguem apontar déficits em membros que não foram observados durante a marcha. Qual sua utilidade?

A) Localizar a lesão.
B) Confirmar a lesão neurológica.
C) Dar o prognóstico da lesão.
D) Estabelecer o diagnóstico da lesão.

8. Com relação aos testes de nervos cranianos, quais são os pares que têm seus núcleos no prosencéfalo?

A) I e II. B) III e IV. C) VI e VIII. D) XI e XII.

9. Com relação aos nervos intracranianos, é INCORRETO afirmar que:

A) os pares I e II são nervos exclusivamente sensitivos.


B) os pares IV, VI, XI e XII possuem função motora e parassimpática.
C) os nervos V e VIII possuem ação sensitiva e motora.
D) o III par possui ação motora e parassimpática e os nervos VII, IX e X possuem função motora, sensitiva e
parassimpática.

10. Sobre os pares de nervos cranianos e seus respectivos sinais clínicos resultantes de lesão, correlacione a primeira
coluna com a segunda.

(1) I - Olfatório ( ) Estrabismo ventrolateral e midríase.


(2) II - Óptico ( ) Diminuição da resposta à ameaça e do reflexo pupilar à luz.
(3) III - Oculomotor ( ) Sensibilidade facial diminuída e hipotrofia de músculos mastigatórios.
(4) IV - Troclear ( ) Rotação pupilar em gatos.
(5) V - Trigêmeo ( ) Anosmia.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

A) 3 – 2 - 5 – 1 – 4. B) 4 – 2 – 1 – 3 – 5.
C) 3 – 2 – 5 – 4 – 1. D) 4 – 2 – 1 – 5 – 3.

11. Sobre o nistagmo, assinale a alternativa correta.

A) Pode ser do tipo ressalto (jerk), que contém uma fase rápida e uma lenta, ou pendular.
B) Do tipo ressalto pode ser espontâneo ou fisiológico.
C) Espontâneo é resultado de lesões do sistema vestibular e é sempre horizontal.
D) Do tipo ressalto é também chamado de amaurótico.
12. Quais os sinais clínicos esperados para um cão com lesão lombossacral nos segmentos espinhais L6-S1?

A) Monoparesia flácida com diminuição de reflexo patelar.


B) Monoparesia espástica com diminuição de reflexo patelar.
C) Paraparesia flácida com diminuição de reflexo patelar.
D) Paraparesia flácida com aumento de reflexo patelar.

13. As fibras de dor profunda situam-se bilateralmente e profundamente na substância branca da medula espinhal.
Assim, apenas em lesão grave bilateral da medula espinhal a avaliação da nocicepção estará diminuída ou ausente,
sendo um indicador prognóstico fiel para as lesões espinhais. No teste de sensibilidade profunda, o paciente deve:
I – retirar o membro estimulado e estender o contralateral;
II – vocalizar ou demonstrar conscientemente a percepção do estímulo;
III – retirar o membro estimulado.
Quais estão corretas?

A) Apenas a I. B) Apenas a II.


C) Apenas a I e a III. D) A I, a II e a III.

 CASO CLÍNICO

Foi encaminhado para avaliação clínica um cão da raça Pinscher com 9 anos e histórico de início agudo de inclinação de
cabeça, incoordenação e andar em círculos. Ao exame neurológico, observou-se estado mental discretamente
deprimido, head tilt para esquerda, ampla base de sustentação, ataxia, hemiparesia com discreto déficit proprioceptivo
esquerda e andar em círculos para esquerda. Além disso, apresentava nistagmo horizontal (fase rápida para direita),
estrabismo ventrolateral do olho esquerdo, assimetria de face (ptose labial esquerda) e diminuição do reflexo de deglutição.

14. Baseando-se no caso clínico descrito, qual a localização da lesão neurológica? Justifique.

 CONCLUSÃO
O exame neurológico é um componente essencial do exame físico para pacientes possivelmente acometidos por distúrbios
neurológicos e é a principal ferramenta para ajudar a confirmar e localizar lesões no sistema neural.
É imprescindível que o exame neurológico faça parte da avaliação clínica de rotina para todos os pacientes. Dessa forma, a
identificação precoce de uma alteração pode ser vital para que o paciente seja devidamente diagnosticado e tratado,
favorecendo, muitas vezes, o prognóstico de sua recuperação.

 RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS


Atividade 1
Resposta: C
Comentário: O exame físico deve sempre preceder à avaliação neurológica, para que o clínico se certifique de que realmente
se trata de afecção neurológica e também identifique alterações sistêmicas que podem influenciar nos sinais neurológicos.
Atividade 2
Resposta: A
Comentário: A avaliação pontual do comportamento do animal durante a consulta pode ser muito subjetiva. É provável que
os proprietários tenham mais chance de identificar as mudanças sutis de comportamento e devem ser questionados
cuidadosamente sobre possíveis alterações.
Atividade 3
Resposta: A
Comentário: O comportamento é controlado, principalmente, pelo sistema límbico, localizado no lobo temporal do
prosencéfalo. Agressividade, andar compulsivo, vocalização, perda de treinamento, delírio e head pressing são exemplos de
algumas dessas alterações.
Atividade 4
Resposta: B
Comentário: A postura se refere à posição da cabeça e dos membros em relação ao tronco e ao solo.
Atividade 5
Resposta: B
Comentário: Na alteração postural descrita pelo termo Schiff-Sherrington, não há paralisia, e sim rigidez extensora de
membros torácicos com preservação de controle motor voluntário.
Atividade 6
Resposta: C
Comentário: Além da ataxia, sinônimo de incoordenação, o animal apresenta sinais clínicos associados com alterações
vestibulares como inclinação do corpo, queda e rolamento.
Atividade 7
Resposta: B
Comentário: Alterações nesses testes indicam, com precisão, alteração no sistema neural, mas não a localização exata da
lesão, tampouco seu diagnóstico ou prognóstico.
Atividade 8
Resposta: A
Comentário: Existem 12 pares de nervos cranianos cujos núcleos se encontram no prosencéfalo (I e II) e tronco encefálico
(III e IV – Mesencéfalo, V – Ponte, VI, VII, VIII, IX, X, XI e XII – Bulbo). O exame dos nervos cranianos deve ser realizado
quando o animal estiver bem relaxado e com o mínimo de contenção possível. Pode ser realizado seguindo a sequência dos
nervos cranianos de I a XII ou por regiões.
Atividade 9
Resposta: B
Comentário: Antes de avaliar os nervos intracranianos, é importante conhecer as funções distintas sensitivas, motoras e
autonômicas para facilitar a interpretação do exame. Os pares I e II são nervos exclusivamente sensitivos, os pares IV, VI, XI
e XII possuem ação motora exclusiva. Os nervos V e VIII possuem ação sensitiva e motora. O III par possui ação motora e
parassimpática e os nervos VII, IX e X possuem função motora, sensitiva e parassimpática.
Atividade 10
Resposta: C
Comentário: A lesão do nervo olfatório (I) pode resultar em anosmia, ou seja, incapacidade de sentir odor. O nervo óptico faz
parte da porção aferente da via visual e do reflexo pupilar à luz. Com isso, a lesão do nervo óptico (II) pode resultar em
diminuição da captação e/ou transmissão da luz pelos tratos ópticos e demais estruturas envolvidas na formação da imagem.
Assim, a resposta de ameaça estará diminuída e, além disso, a resposta pupilar à luz também pode estar comprometida. O
nervo oculomotor (III) inerva a maioria dos músculos extraorbitais (músculos oblíquos ventrais, medial, dorsal e reto-ventral)
e do esfíncter da íris (inervação parassimpática). A disfunção deste resulta em estrabismo ventrolateral espontâneo e
midríase. O nervo troclear (IV) inerva o músculo oblíquo dorsal. A disfunção apenas do nervo troclear resulta em rotação
dorsomedial contralateral do bulbo ocular, que em gatos pode ser facilmente visto devido à pupila fusiforme. Os três ramos
do nervo trigêmeo (V) (oftálmico, maxilar e mandibular) são responsáveis pela inervação sensorial de toda a face. A porção
eferente do ramo mandibular é responsável pela motricidade dos músculos da mastigação. Portanto, a lesão do V par pode
resultar em sensibilidade facial diminuída e hipotrofia de músculos mastigatórios.
Atividade 11
Resposta: A
Comentário: O nistagmo do tipo ressalto pode ser espontâneo, posicional ou fisiológico. Os nistagmos espontâneo e
posicional são resultado de lesões do sistema vestibular e podem ser horizontais ou verticais. O fisiológico ou resposta
oculovestibular é uma resposta normal que avalia a integridade dos nervos cranianos III, IV, VI e VIII. O nistagmo pendular,
também denominado de amaurótico, está associado a alterações congênitas do trato visual de cães da raça Pastor Belga e
gatos das raças Siamês, Himalaia e Birmanês. Em casos raros, pode estar associado com síndromes de tremores
generalizados, sendo denominado de opsoclônus, caracterizado por movimentos oculares arrítmicos e caóticos.
Atividade 12
Resposta: D
Comentário: Reflexo patelar aumentado geralmente indica lesão do neurônio motor superior para os membros pélvicos. No
entanto, em uma lesão restrita ao segmento L6-S1, o nervo ciático estará comprometido, ocasionando diminuição do tônus
da musculatura que contrapõe a extensão do joelho e resulta na chamada pseudo-hiperreflexia patelar.
Atividade 13
Resposta: B
Comentário: É importante avaliar a reação consciente do animal, e não apenas a retirada do membro (arco-reflexo). A
resposta esperada consiste, além da retirada do membro, em uma mudança comportamental, como virar a cabeça, vocalizar
ou tentar morder.
Atividade 14
Resposta: Trata-se de uma lesão vestibular central. No caso, a localização neuroanatômica é na porção esquerda de bulbo
(lesão assimétrica). Essa lesão pode acometer a região de SARA, o que justifica o estado mental deprimido. O head tilt é
ipsilateral à lesão vestibular, enquanto a fase rápida do nistagmo é contralateral. A ataxia vestibular e a marcha em círculos
justificam-se pelo comprometimento do equilíbrio ocasionado pelo desbalanço no sistema vestibular. A hemiparesia e os
déficits proprioceptivos estão associados à lesão dos respectivos tratos motor (eferente) e sensorial (aferente) que passam
pelo bulbo. A assimetria de face, estrabismo e déficit de deglutição também são justificados pela mesma lesão, que acomete
os núcleos dos nervos cranianos VII (facial), VIII (vestibulococlear) e XI (glossofaríngeo), os quais estão dispostos no bulbo.
 REFERÊNCIAS
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Como citar a versão impressa deste documento

Torres BBJ, Martins BC. Exame neurológico em cães e gatos. In: Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos
Animais; De Nardi AB, Roza MR, organizadores. PROMEVET Pequenos Animais: Programa de Atualização em Medicina
Veterinária: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2016. p. 9-41. (Sistema de Educação Continuada a Distância; v. 4).

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