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Teorema de Reynolds PDF
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b) Escoamento turbulento:
Aparecimento de turbilhões no seio do fluido, provocando a mistura.
A velocidade num ponto oscila com o tempo ao redor de um valor médio.
1.3 Experiência de Reynolds (1883)
Por meio deste experimento Reynolds pode evidenciar a diferença qualitativa entre o escoamento
laminar e turbulento. O experimento consistia em introduzir um fio de líquido colorido no centro de um
tubo através do qual o mesmo líquido, sem corante, escoava com uma velocidade controlada. A baixas
velocidades de escoamento, o fio de líquido colorido permanecia reto e contínuo pelo comprimento do
tubo e quando certa velocidade crítica era atingida, a linha colorida era violentamente agitada e sua
continuidade destruída por curvas e vórtices, revelando assim fluxo turbulento.
1.6 Sistema
É uma quantidade de matéria de massa e identidade fixa, que escolhemos como objeto de
estudo. Esta quantidade de matéria está contida por uma fronteira através da qual não há fluxo de
massa. Apenas energia (calor e trabalho) flui através da fronteira. Exemplo:
Sistema
1.7 Volume de Controle
É uma determinada região delimitada por uma fronteira onde uma determinada quantidade de
matéria é observada. A fronteira desta região pode ser atravessada por massa, calor, trabalho ou outras
formas de energia. Estuda-se a variação da massa e da energia da substância ao atravessar esta região.
Exemplo:
Volume de Controle
1.8 Regime permanente (estacionário) e transiente
No escoamento permanente, as propriedades e características do fluxo são independentes do
tempo. Isto significa que não existem mudanças nas propriedades deste fluxo em um determinado
ponto com o decorrer do tempo, mas pode ter mudanças espaciais (de um ponto com relação ao outro).
Balanços Globais:
• o volume de controle delimita uma caixa preta;
• as equações de balanço são aplicadas através da envoltória do volume de controle;
• o volume de controle pode incluir paredes sólidas, e
• não fornece informações sobre o comportamento ponto a ponto do sistema, apenas valores
globais (ou seja, entradas e saídas).
Balanços Diferenciais:
• o elemento de volume é infinitesimal; está dentro da caixa preta;
• permite ao observador “observar” variações das grandezas no interior do volume de controle;
• o balanço é aplicado geralmente sobre uma única fase, e
• o balanço é integrado até os limites da fase com o auxílio de condições de contorno para
encontrar a solução particular do problema.
2.1 Equações básicas na forma integral para um volume de controle (Balanço Global)
Começaremos nosso estudo de fluidos em movimento desenvolvendo as equações básicas na
forma integral para aplicação em volume de controle. Por que a formulação em volume de controle
(i.e. região fixa) em vez de sistema (i.e. massa fixa)? Há dois motivos básicos. Primeiro, é
extremamente difícil identificar e seguir a mesma massa de fluido em todos os instantes, como deve
ser feito para aplicar a formulação do sistema. Segundo, o que nos interessa, geralmente, não é o
movimento de uma dada massa de fluido, mas sim o efeito do movimento global de fluido sobre algum
dispositivo ou estrutura (tal como uma seção da asa ou uma curva de uma tubulação). Deste modo, é
mais conveniente aplicar as leis básicas a um volume definido no espaço, usando uma análise de
volume de controle (sistema euleriano).
Como já estamos familiarizados com as leis básicas para um sistema, pois elas fazem parte de
estudos anteriores de física, mecânica e termodinâmica. Nosso objetivo agora é obter expressões
matemáticas para estas leis que sejam válidas para um volume de controle, mesmo sabendo que as leis
básicas se aplicam realmente a uma massa (i.e. um sistema). Isto envolverá deduções matemáticas que
convertem uma expressão de sistema para uma expressão equivalente de volume de controle. Ao
invés de deduzir esta conversão para cada uma das leis, iremos deduzi-la de uma forma genérica, e em
seguida, aplicá-las a cada lei.
- Conservação de massa
Como um sistema é, por definição, uma porção arbitrária de matéria de identidade fixa, ele é
constituído da mesma quantidade de matéria em todos os instantes. A conservação de massa exige que
a massa M, do sistema seja constante. Numa base de taxa (i.e. por unidade de tempo), temos:
D
∫ ρ dV = 0 (da definição de sistema, as fronteiras não permitem entrada/saída de massa)
Dt Sistema
(3)
- A primeira lei da termodinâmica (conservação da energia)
A equação da primeira lei pode ser escrita na forma de taxa como sendo:
D
Q − W = ∫ eρ dV (4)
Dt Sistema
u2
e=u+ + gz (5)
2
D
∑ F = Dt ∫ u ρ dV (6)
Sistema
De forma genérica podemos observar que para cada lei básica destas apresentadas a quantidade
integral é uma propriedade extensiva do sistema (Nsis). Nsis pode ser massa, quantidade de movimento
ou energia do sistema. É útil introduzir a variável η para a propriedade intensiva. Assim, podemos
tornar as relações para um sistema de uma forma genérica por:
N sistema = ∫
Sistema
ηρ dV (7)
N sistema = ∫
Sistema
ηρ dV (8)
Com base nas equações de sistemas e por meio de uma comparação entre sistema e volume de
controle, obtemos uma relação fundamental entre a taxa de variação de qualquer propriedade extensiva
arbitrária, N, de um sistema e a variação destas propriedades associadas com um volume de controle.
Alguns autores referem-se a esta equação discriminada a seguir, como o Teorema de Transporte de
Reynolds (TTR).
DN sistema d
= ∫∫∫ (ηρ)dV + ∫∫ (ηρnu
ˆ )dA ou (9)
Dt dt ∀ A
DN sistema d
Dt
= ∫ (ηρ)dV + SC∫ (ηρnu
dt VC
ˆ )dA (10)
ˆ
nudA = u (cos α)dA n̂udA = +udA n̂udA = −udA
DN sistema d
Dt
= ∫ (ηρ)dV + SC∫ (ηρnu
dt VC
ˆ )dA (30)
⎛ DM sistema ⎞
Da conservação de massa para sistema ⎜ = 0 ⎟ , resulta em:
⎝ Dt ⎠
d
∫ (ρ)dV + SC∫ (ρnu
dt VC
ˆ )dA = 0 (Balanço Geral para Conservação de Massa) (32)
d
∫ (ρ)dV = Taxa de aumento de massa no VC
dt VC
∫ (ρnu
SC
ˆ )dA = Taxa líquida de massa através da SC
(Taxa de massa acumulada) + (Taxa de massa que sai) – (Taxa de massa que entra) = 0
dρ
∫ dt
dV + ∑ ( ρ Au )
i
i i i sai – ∑ ( ρ Au )
i
i i i entra =0
VC
dρ
∫ dV + ∑ ( ρi Au
i i ) sai −∑ ( ρ i Au
i i )entra = 0 (BGM – VC não deformável). (33)
VC
dt i i
- Casos Especiais
Em alguns casos é possível simplificar a equação anterior (Equação 33), como no caso de um
escoamento incompressível (massa específica ρ = constante, geralmente válida para líquidos). Quando
ρ não depende nem do espaço nem do tempo, a equação pode ser escrita como:
d
ρ ∫ dV + ∑i ( ρi Aui i )sai −∑i ( ρi Aui i )entra = 0
dt VC
(34)
A integral de dV sobre todo o volume de controle é o próprio volume total do sistema. Assim,
dividindo a equação anterior por ρ, escrevemos:
dV
+ ∑ ( Au
i i ) sai −∑ ( Au
i i ) entra = 0 (35)
dt i i
∑ ( Au )
i
i i sai =∑ ( Au
i
i i ) entra (36)
A solução desta somatória (integral) sobre a seção de uma superfície de controle é comumente
chamada de taxa de fluxo de volume ou vazão volumétrica (no SI em m3/s). Assim, a vazão
volumétrica nestas condições através da seção da superfície de controle de área A, é dada por:
Q= ∫ nudA
SC
ˆ ou Q = A∗u (vazão volumétrica – no SI [m3/s]) (37)
Considere agora o caso geral de escoamento permanente, compressível (para gases), através de
um volume de controle fixo. Por definição, nenhuma propriedade do fluido varia com o tempo num
escoamento permanente, reduzindo a equação 33, para:
∑ ( ρ Au )
i
i i i sai −∑ ( ρi Au
i
i i ) entra = 0 (39)
Exemplos
Exemplo 14: Considere o escoamento permanente de água em uma junção de tubos conforme
mostrado no diagrama. As áreas das seções são: A1 = 0,2 m2; A2 = 0,2 m2; A3 = 0,15 m2. O fluido
também vaza para fora do tubo através de um orifício no ponto 4, com uma vazão volumétrica
estimada em 0,1 m/s. As velocidades médias nas seções 1 e 3 são u1 = 5 m/s e u3 = 12 m/s. Determine
a velocidade do escoamento na seção 2.
Exemplo 15: Um reservatório se enche de água por meio de duas entradas unidimensionais. Ar é
aprisionado no topo do reservatório. A altura da água é h. (a) Encontre uma expressão para a variação
da altura da água, dh/dt. (b) Calcule dh/dt para D1 = 25 mm, D2 = 75 mm, u1 = 0,9 m/s, u2 = 0,6 m/s e
Ares = 0,18 m2, considerando a água a 20 ºC.
Exemplo 16: Um tanque de volume V = 0,05 m3 contendo ar a p = 800 kPa (absoluta) e T = 15ºC. Em
t = 0, o ar começa a escapar por uma válvula. O ar sai como uma velocidade u = 300 m/s e massa
específica ρ = 6 kg/m3 através de uma área A = 65 mm2. Determine a taxa de variação da massa
específica do ar no tanque em t = 0.