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Apostila Fitoterapia PDF
Apostila Fitoterapia PDF
NITERÓI
2013
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HISTÓRICO DA FITOTERAPIA
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Denise Botelho de Oliveira Braga , Marília Botelho de Oliveira Chaudon ,
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Alcir das Graças Paes Ribeiro
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Prof. Associado IV, Dr, Depto de Patologia e Clínica Veterinária, UFF.
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Pesquisador, Me, Laboratório de Controle Biológico, PESAGRO-Rio
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MEDICINA AYURVÉDICA
Ayurveda é o nome dado ao conhecimento médico desenvolvido na Índia há
cerca de 7 mil anos, o que faz dela um dos mais antigos sistemas medicinais da
humanidade. Ayurveda significa, em sânscrito, ciência (veda) da vida (ayur) e tem-se
difundido por todo o mundo como uma técnica eficaz de medicina tradicional.
Também usa muitas plantas para o tratamento das doenças.
A MTC e a medicina ayurvédica são consideradas as duas linhas da medicina
que se mantiveram praticamente inalteradas com o passar dos anos. Não se sabe
ao certo quando a medicina ayurvédica começou.
A doença, para a Ayurveda, é muito mais que a manifestação de sintomas
desagradáveis ou perigosos à manutenção da vida. A Ayurveda, como ciência
integral, considera que a doença inicia-se muito antes de chegar à fase em que ela
finalmente pode ser percebida. Assim, pequenos desequilíbrios tendem a aumentar
com o passar do tempo, se não forem corrigidos, originando a enfermidade muito
antes de podermos percebê-la. O conceito de equilíbrio numa pessoa e também no
seu ambiente é novamente a teoria central.
A medicina ayurvédica também reconhece o conceito de força vital
(denominado prana) e se baseia em cinco elementos: a terra, o ar, o fogo, a água e
o etéreo. Toda a matéria que existe no universo provém destes 5 elementos,
inclusive o corpo humano (que além da matéria, também é formado por buddhi -
discernimento, ahamkara - ego e manas - mente). De acordo com o Ayurveda,
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MEDICINA GREGA
No ocidente, a medicina pode ser rastreada desde o tempo dos gregos. No
Século V a.C. Empédocles descreveu quatro elementos que asseguravam a vida: a
terra, o ar, o fogo e a água. Acreditou-se que se relacionavam a quatro humores do
corpo, nomeadamente bílis preta, sangue, bílis amarela e muco. O princípio era de
que um desequilíbrio em algum desses elementos causava a má saúde. Antes deste
ponto, no ocidente, acreditava-se que a doença e a morte eram causadas pela
influência de demônios e outras entidades sobrenaturais. Com a teoria de
Empédocles foi a primeira vez que um conceito de saúde chegou a dominar a
medicina no ocidente.
A medicina como ciência, baseada na interpretação natural da doença, surgiu
no século V a.C, com Hipócrates (460-375 a.C.), indiscutivelmente o médico mais
conhecido do seu tempo e também referido como o Pai da Medicina. Ele usou uma
gama de 300 remédios diferentes que, juntamente com uma mudança no estilo de
vida e dieta, foram usados para corrigir desequilíbrios no corpo. Ele é também
recordado por utilizar as massagens e a aquaterapia.
Hipócrates acreditava que “É mais importante conhecer o tipo de pessoa que
tem a doença, do que conhecer o tipo de doença que a pessoa tem”. A medicina
holística tem assim uma história muito longa.
Hipócrates criticou o princípio racionalista, propôs seu método e traçou a
origem e evolução da medicina. A crítica foi dirigida àqueles que, partindo
inicialmente de uma hipótese, derivam dela uma causa única para todas as doenças.
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AVICENA (Ibn Sina) é considerado um dos maiores sábios do Islã, sendo reconhecido
principalmente por seu trabalho filosófico (síntese crítica das obras de Platão, Aristóteles e Plotino).
Já aos 16 anos, Avicena era bastante conceituado por seu talento como médico, tendo sido um dos
grandes difusores da obra de Galeno.
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PARACELSO (Aureolus-Phillippe-Teophrastus Bombast von Hohenhein) nasceu na Suíça. Seu pai
era médico e o instruiu desde cedo nos segredos da arte de curar. Entretanto, Paracelso logo se
rebela contra estes ensinamentos – considerados por ele antiquados – tornando-se um dos mais
controversos médicos e alquimistas de todos os tempos.
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MEDICINA ROMANA
Os romanos foram os primeiros a fazer um avanço impressionante quanto aos
cuidados com a saúde. Estabeleceram a importância do uso de água limpa,
dispuseram de sistema de esgotos e consequentemente de higiene. Esta foi a
primeira forma de medicina preventiva. Os romanos também aceitaram a idéia de
isolar quem estava com determinadas doenças.
O uso das ervas floresceu durante o Império Romano, usando o
conhecimento que provavelmente foi obtido dos Gregos. Celsus (5 a.C. a 57d.C.)
escreveu um guia para a prática médica que incluía plantas e minerais, também
venenos como mercúrio, arsênico e chumbo. Dioscórides (40-90 d.C) fez um
herbário descrevendo 600 plantas, ilustrado a cores. Galeno (129 a 200 d.C)
empreendeu a primeira forma de controle de qualidade, incentivando os funcionários
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MEDICINA PERSA/ÁRABE
O declínio do Império Romano reduziu o avanço do conhecimento na Europa.
Este período é recordado na história como a “Idade das Trevas”, onde o trabalho
científico e cultural ficou estagnado. Também, os avanços na teoria médica e herbal
declinaram. Entretanto o conhecimento sobre o uso das ervas foi mantido vivo pelos
monges. Eles estavam numa posição privilegiada podendo ser capazes de manter
registros escritos disponíveis e manterem o conhecimento médico e herbal
relativamente intacto durante este período. A lacuna deixada pelo colapso do
Império Romano era preenchido pelo surgimento do Islã e a proeminência do
Império Muçulmano que perdurou dez séculos. Os persas e os árabes mantiveram
as idéias de Galeno, mas adicionaram os seus próprios remédios como a cânfora e
o bórax. No Século XI uma enciclopédia médica chamada “The Canon Medicinae” foi
escrita pelo médico Avicena (980-1037). Esta tornou-se a base para o conhecimento
no Ocidente por muitos séculos.
MEDICINA NO OCIDENTE
Como todos os grandes impérios, a força do Império Muçulmano declinou,
dando caminho para o renascimento da cultura européia e o Período da
Renascença. Este foi o período das descobertas, com as viagens de Cristóvão
Colombo, numerosas invenções e o começo das bases físicas e químicas. Aspectos
científicos e culturais no mundo ocidental progrediram com grande velocidade.
Com a invenção da impressão nos Séculos XVI e XVII, viu-se a produção de
muitos trabalhos sobre ervas. Havia também traduções de trabalhos médicos do
grego clássico para muitas línguas. Durante este tempo, o conhecimento de plantas
aumentou com o trabalho de William Turner (1568), Jonh Parkinson (1640) e
Nicholas Culpepper (1652). Estes herbalistas estabeleceram o lugar para muitas das
ervas que nós usamos hoje.
No século XVI um médico que chamava a si próprio Paracelsus (significando
literalmente melhor do que Celsus) começou por questionar os antigos conceitos e
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opiniões dos humores, e o desequilíbrio dos humores no corpo. Viu a doença como
um evento externo e sugeriu que as plantas tinham ingredientes ativos que poderiam
influenciar tais eventos. Esta foi a época onde epidemias como a peste bubônica, a
malária e a sífilis tiveram que ser enfrentadas. Entretanto, o passo mais significativo
na medicina ocidental foi o renascimento durante o Século XVIII, da idéia de higiene
e saúde, que os romanos introduziram séculos antes. O escocês Jenner, o francês
Pasteur e o alemão Koch, foram os primeiros a reconhecer que microorganismos
poderiam ser responsáveis por doenças infecciosas e que muitas doenças e
epidemias eram transmitidas de pessoa para pessoa e pela falta de higiene. Lister
foi o primeiro a esterilizar instrumentos cirúrgicos. No Ocidente, as ervas foram
usadas geralmente como medicamentos entre os Séculos XV e XIX.
MEDICINA MODERNA
Em 1785, o Doutor William Whithering registrou a descoberta da Digitalis
(dedaleira), útil no tratamento da hidropisia (hoje utilizada para problemas
cardíacos). O alívio da dor era um dos maiores interesses durante o Século XIX, e
foi conseguido usando substâncias naturais como álcool, ópio e hioscina. O
clorofórmio (obtido a partir da destilação do álcool) foi usado para anestesia e alívio
da dor durante o parto e em pequenas (ou mesmo grandes) cirurgias.
A história registra um episódio interessante sobre um pioneiro japonês que
aprendeu a arte de usar as ervas ocidentais. Ele queria testar a eficácia de uma
mistura herbal contendo plantas com alcalóides tipo hioscina, para efeito anestésico.
A sua idosa mãe voluntariou-se para a experiência, já que julgava morrer logo. O
pioneiro, entretanto, decidiu administrar esta mistura na mulher, e de comum acordo
entre os três; pois poderia encontrar uma nova mulher, mas nunca poderia ter outra
mãe.
Assim como a ciência progrediu, muitos tiveram a ambição de extrair das
plantas os ingredientes que eram responsáveis pela sua ação, algo que Parecelsus
tinha previsto séculos antes. Em 1903, o alemão Friedrich Sertuner, um
farmacêutico com 20 anos, foi bem sucedido ao isolar uma substância particular do
ópio, à qual não colocou nome. Alguns anos mais tarde a atropina foi isolada da
Beladona e a quinina (antimalárica) foi isolada da Cinchona spp (os gêneros com
maior teor de quinina são C. ledgeriana e C. officinalis). Em 1860 a cocaína era
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extraída das folhas da coca, tornando-se popular como um anestésico local para
pequenas cirurgias.
Os cientistas prosseguiram então para a etapa seguinte sintetizando estas
substâncias no laboratório. Primeiro prepararam-se para copiar a estrutura química
do ingrediente natural ativo e então produziram estas estruturas químicas novas e
similares, mas não encontradas na natureza.
Um exemplo notável é a conhecida aspirina. Por muitos séculos, a medicina
tradicional francesa usou a casca de salgueiro, que continha o ingrediente ativo
salicina. Em 1827, um químico francês isolou o mesmo componente da erva barba-
de-bode e meio século mais tarde, em 1899, a salicina era usada como a base para
formar o ácido acetilsalicílico (Aspirina). O Homem aprendeu deste modo a copiar a
natureza e a isolar componentes ativos que estavam presentes e adaptá-los. Foi o
nascimento da indústria farmacêutica.
Durante o Século XX, mais e mais componentes foram descobertos, isolados
das plantas e copiados. Com a grande compreensão da fisiologia humana durante a
segunda metade do século a indústria farmacêutica foi-se desenvolvendo cada vez
mais.
A fisiologia também é a base na qual os fitoterapeutas modernos explicam a
função de uma planta como um todo e os seus extratos. Cada vez mais, estamos
utilizando este conhecimento para nos ajudar a compreender como usar as plantas
na medicina moderna. Diferente dos gregos e romanos que não tinham um claro
entendimento de como o corpo humano funcionava, a Fitoterapia moderna tem as
vantagens das descobertas feitas durante o século XX.
eqüinos. Porém, é o setor que mais cresce: cerca de 25% ao ano (DIÁRIO DO
COMÉRCIO & INDÚSTRIA, 2004).
Algumas vantagens da fitoterapia em relação à alopatia são: a diversidade
florística (facilidade em obter as plantas), o baixo custo na aquisição e a alta eficácia
com baixa toxicidade e efeitos colaterais.
Na medicina veterinária a fitoterapia é utilizada na produção agroecológica, na
agricultura familiar e em pequenos animais.
Produção agroecológica
Na produção animal há uma demanda cada vez maior por produtos
agropecuários livres de resíduos químicos (antibióticos, parasiticidas e outros) que,
quando desprezados os períodos de carências para eliminação metabólica deste
produtos, acabam por atingir também o ser humano. A manipulação de produtos
tóxicos podem provocar danos à saúde, por mais que estejam disfarçados sob o
nome de “defensivos agrícolas” ou de “remédios”.
Nos últimos 4 anos, o mercado brasileiro foi um dos que mais cresceram no
mundo, com taxas de 35 a 50% ao ano. Entretanto, no mercado de produtos
orgânicos, a produção de carnes (aves, bovinos, suínos e ovinos), produtos lácteos e
mel, quando comparada à produção de vegetais, representa aproximadamente 5%.
Agricultura familiar
Na agricultura familiar, quando um médico veterinário, deixa um receituário
com uma lista enorme de medicamentos (conhecimento terapêutico-mercadológico),
não adequado à baixa renda do proprietário, gera: perdas econômicas pela
permanência da enfermidade e, consequentemente, perda da produção; perdas
sociais pelas conseqüências negativas na saúde física e emocional, que a baixa
condição econômica provoca. Esta situação não deve induzir à conclusão de que
recorrer ao uso plantas medicinais direciona-se unicamente aos produtores em
situação de exclusão sócio-econômica, mas para mostrar que muitas tecnologias
reforçam esta exclusão.
Cerca de 30% dos produtores rurais não podem arcar com os tratamentos de
seus animais, comercializando derivados (carne, leite, queijo, pele e lã) muitas vezes
abaixo do nível de competitividade no mercado. Isto porque o abate acaba sendo
feito com animais doentes, a pele fica fraca e o leite perde em qualidade nutricional.
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Pequenos animais
O uso de fitoterapia em pequenos animais ocorre, normalmente, quando o
proprietário tb usa terapias naturais.
O Brasil é o terceiro do mundo no mercado pet. Existem mais de 45 milhões
de cães, mais de 11 milhões de gatos, 4 milhões de pássaros e, ainda, 500 mil
aquários espalhados por todo o Brasil.
REFERÊNCIAS
AMARAL, M.T.C.G. Produção de orgânicos no Brasil. Disponível em
<http://www.homeopatiaveterinaria.com.br/producao_organicos_Brasil.htm>. Acesso
em: 25 maio 2010.
DEVIENNE, K.F.; RADDI, M.S.G.; POZETTI, G.L. Das plantas medicinais aos
fitofármacos. Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.6, n.3, p.11-14, 2004. Disponível em
<http://www.ibb.unesp.br/servicos/publicacoes/rbpm/pdf_v6_n3_2004/artigo_3_v6_n
3.pdf>. Acesso em: 13 maio 2010.
EXPOCAPRI traz palestra sobre fitoterapia em caprinos. Univasf faz estudos sobre o
assunto. Gazeta do Araripe. Pernambuco. Disponível em <http://www.gazetado
araripe.com.br/regional/expocapri_salgueiro.htm>. Acesso em: 30 ago. 2010.
MARTINS, S.A.A. Taxol: sua história e isolamento a partir da árvore de "Yem". 2004.
Disponível em: <http://www.dq.fct.unl.pt/cadeiras/docinf/main/Trabalhos2003%20
PDF/Sofia%20Martins%20taxol.PDF>. Acesso em: 30 ago. 2010.
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Prof. Associado IV, Dr, Depto de Patologia e Clínica Veterinária, UFF.
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Pesquisador, Me, Laboratório de Controle Biológico, PESAGRO-Rio.
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A fleuma (flegma ou fleugma) é um muco secretado pelas membranas mucosas de humanos e
outros animais. Sua definição é limitada aos mucos produzidos pelo sistema respiratório, excluindo as
“cacas de nariz” e o fluido da tosse. Sua composição varia, dependendo do clima, da genética, e do
estado do sistema imunológico, mas é basicamente um gel d’água consistindo de glicoproteínas,
leucócitos, lipídeos, e etc. A fleuma pode ter mũitas côres.
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Características
Humor Elemento Nome antigo Nome moderno MBTI*
antigas
Corajoso, prestativo,
Sangue Ar Sanguíneo Artesão SP
amoroso
Desanimado,
Bílis negra Terra Melancólico Racional NT
inquieto, irritadiço
MBTI (Myers-Briggs Type Indicator) é um instrumento utilizado para identificar características e preferências pessoais.
Katharine Cook Briggs e sua filha Isabel Briggs Myers desenvolveram o indicador durante a Segunda Guerra Mundial,
inspiradas nas teorias de Carl Jung sobre os Tipos Psicológicos. O indicador é frequentemente utilizado nas áreas de
aconselhamento de carreira, pedagogia, dinâmicas de grupo, orientação profissional, treino de liderança, aconselhamento
matrimonial e desenvolvimento pessoal, entre outros. Muitos psicólogos acadêmicos têm criticado o indicador, afirmando que
"carece de dados válidos convincentes”. S=sensoriais; P=percepção; N= intuitivo; F=emocionais; T=racionliatas; J=julgadores
GALENO (130-200 d.C) - médico romano de origem grega, baseado pela doutrina
Hipocrática, esquematizou pela primeira vez a teoria dos quatro humores. Segundo
Galeno o corpo humano era constituído por partes simples, ou seja, formadas por
matéria de natureza próxima, e por partes compostas que eram resultado a união de
várias partes simples. Estas partes simples eram formadas pelos componentes
elementares da matéria (terra, água, ar e fogo) e comunicavam entre eles as suas
qualidades (calor, secura, frio e humidade), de acordo com a esquematização da
teoria dos humores hipocráticos (a bílis amarela, a bílis negra o sangue e a linfa). De
acordo com o esquema feito por Galeno (figura 2) há uma relação entre os quatro
humores, as quatro qualidades e os quatro componentes elementares da matéria.
Cada elemento relaciona-se com duas propriedades e assim:
a água seria fria e húmida,
o ar seria húmido e quente,
o fogo seria quente e seco,
a terra seria seca e fria.
Cada um destes elementos e de acordo com as suas propriedades
relacionavam-se com os quatro humores, e portanto:
a água (por ser fria e húmida) relacionava-se com a linfa,
o ar (por ser húmido e quente) relacionava-se com o sangue,
o fogo (por ser quente e seco) relacionava-se com a bílis amarela,
a terra (por ser quente e fria) relacionava-se com bílis negra.
Figura 2 - Esquema da teoria dos humores sistematizada por Galeno. Fonte: <http://pt.ars-
curandi.wikia.com/wiki/Teoria_dos_quatro_humores>.
verão por excesso de bílis amarela, as do outono por excesso de bílis negra e as do
inverno por excesso de linfa), com a idade (na infância grande parte das doenças
deviam-se a um excesso de sangue, na juventude e idade adulta por um excesso de
bílis negra e amarela e na velhice por um excesso de linfa), localização geográfica e
hereditariedade. Um homem podia então estar doente por causas externas, internas
e conjuntas.
Para restabelecer a saúde existiam várias opções: ou através da cirurgia, ou
através de uma alimentação adequada ou ainda com o recurso a alguns fármacos.
Na aplicação de qualquer um destes métodos Galeno tinha sempre presente alguns
princípios Hipocráticos, nomeadamente o Primum non nocere e o Contraria
Contrariis. O primeiro princípio significa que não se deve prejudicar o doente, ou
seja, caso o próprio organismo esteja a expulsar os humores em excesso por si só o
médico não deve interferir com essa resposta do organismo. O segundo princípio
significa que o tratamento deve consistir em provocar efeitos contrários aos
sintomas.
O recurso de Galeno a fármacos foi substancial e a área da farmacoterapia
conheceu um grande desenvolvimento nesta época. Foi feita a distinção entre
alimento, veneno e medicamento. Aplicou pela primeira vez um conceito do
medicamento semelhante ao actual, ou seja, em que coexistiam substâncias que
tinham propriedades terapêuticas, as que tinham acção correctiva das
características organoléticas e ainda os excipientes.
humores ainda era a única a favorecer algum subsídio para as práticas médicas. No
século XVIII a escola vienense de Medicina passou a dominar o pensamento médico
da época, trazendo uma forte necessidade de se implantar uma metodologia no
estudo desta disciplina. Nesta época foram criados os ambulatórios, as enfermarias
e a teoria dos humores começou a ser contestada.
Na mesma ocasião, floresceram duas outras escolas médicas: a alemã e a
francesa. A escola francesa, defendida pelos Enciclopedistas, oriundos do
Iluminismo, pregava também a necessidadede se racionalizar o estudo médico. Os
iluministas lutavam para libertar o pensamento científico das imposições religiosas,
passando a caminhar por vias livres e divergentes dos teólogos medievais. Nasce a
metodologia científica nesta época, com a necessidade de se chegar ao
conhecimento pelas vias da experimentação objetiva. Surge aí o Movimento
Mecanicista e Materialista da Medicina, defendido por Renné Descartes1 (1596-
1650), que estrutura a visão do organismo como uma máquina, em obediência a
separação da ciência e da fé, e refletindo a mentalidade moderna que se apoiava
em raciocínios objetivos, exigentes de lógica. Surge a necessidade da busca de
novas etiologias para as doenças, segundo a compreensão mecanicista do homem,
nascendo a nosologia, ao se estabelecer critérios para a classificação metodológica
das enfermidades. Estava dado o primeiro passo para as especializações médicas.
O organismo humano era destituído definitivamente da alma, apartando-se a
Medicina do vitalismo hipocrático. O lado humano, as emoções e os
relacionamentos foram ignorados. As pessoas eram consideradas preguiçosas e
ineficientes e precisavam ser controladas e estimuladas financeiramente para que
cumprissem suas obrigações.
Em biologia, mecanicismo refere-se às teorias que afirmam que todos os
fenômenos que se manifestam nos seres vivos são mecanicamente determinados e,
em última análise, essencialmente de natureza físico-química.
A escola alemã, embasada pelos idealistas e influenciados por Leibniz,
mantinha a visão do ser humano como uma unidade de funcionamento, baseada no
magnetismo animal. Era a única que ainda fomentava fortemente o Vitalismo,
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René Descartes (1596-1650) – filósofo francês que propôs resolver os grandes enigmas da filosofia
e da ciência com o uso da razão e com ela alcançar a verdade. Via o corpo humano como uma
máquina funcionando com a força motriz gerada pelo calor que vinha do coração. Identificando na
alma a essência do pensamento, proferiu a sua famosa frase: “penso, logo existo”.
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mantendo-se uma escola universalista, vendo o ser humano como uma totalidade e
com tendências naturalistas, imitando nos procedimentos terapêuticos as ações da
natureza, em consonância com o pensamento hipocrático.
Seguindo a história do vitalismo no pensamento médico, nesta época se destacam:
VON HALLER (1708-1777) - pertenceu à Escola Médica de Montpellier que foi o centro
máximo de produção e sustentação das teses vitalistas entre os séculos XVII e XIX. Com
ele o Vitalismo encontrou uma observação experimental renovada. Suas observações
terminaram apontando para a necessidade de uma nova ordem de conhecimento em
Medicina. Propôs a experimentação dos medicamentos no homem, para se estudar os seus
efeitos que, no entanto, não chegou a praticar. Sua veemente crença no Vitalismo ajudou a
mantê-lo vivo nas escolas médicas da época e dizem que exerceu positiva influência em
Hahnemann.
efeitos curativos da quina na malária, imputando sua ação ao fato de ser um tônico para o
estômago. Hahnemann, não estando de acordo com essa explicação, decidiu procurar outra
e resolveu experimentar em si mesmo os efeitos da quina, sendo acometido, para surpresa
sua, de um acesso febril. Recordou-se então de Hipocrates que já anunciara o princípio do
semelhante: uma doença se cura por uma droga capaz de produzir os seus mesmos
sintomas. Juntou ao fato a sua observação de que as doenças semelhantes se excluíam
mutuamente e não podiam conviver simultaneamente no organismo. Por exemplo, um
episódio agudo de diarréia trata uma colite crônica, a vacina curava e prevenia a varíola
pelos mesmos motivos. Hahnemann criou então a experimentação no homem são,
estabelecendo assim um dos princípios fundamentais da Homeopatia. E graças a isso
chegou ao estudo do psiquismo humano, o que não conseguiria com experimentações em
animais. Desta forma, foi o precursor do método experimental em Medicina, iniciando-as no
homem antes mesmo de Claude Bernard instituí-las nos animais.
O VITALISMO NA ATUALIDADE
EDWARD BACH (1886-1936) - médico inglês, acreditava que a personalidade da pessoa
deve ser tratada e não a doença. A doença seria o resultado do conflito da alma (Eu
Superior - a parte mais perfeita do Ser) e da personalidade (Eu Inferior - o que nós somos,
no nosso dia-a-dia). Ele dizia: "O sofrimento é mensageiro de uma lição, a alma envia a
doença para nos corrigir e nos colocar no nosso caminho novamente. O mal nada mais é do
que o bem fora do lugar". Entendeu que a origem das doenças seria proveniente de sete
defeitos: Orgulho, Crueldade, Ódio, Egoísmo, Ignorância, Instabilidade Mental, Cobiça e
Gula. Apontou sete caminhos do equilíbrio emocional, que seriam: Paz, Esperança, Alegria,
Fé, Certeza, Sabedoria, Amor. E o seu conceito de saúde seria: Harmonia, Integração,
Individualidade, Integridade.
transferiu-se para Chicago, onde fundou a Hahnemann Medical College and Hospital e
depois a Hering Medical College.
JAMES TYLER KENT (1849- 1916) - formado na Hering Medical College, foi um dos mais
eminentes e conhecidos homeopatas depois de Hahnemann. Criou a sua própria escola de
Homeopatia em Nova York, deixando como seguidores nomes como Timoty Allen e Pablo
Paschero, o famoso homeopata argentino.
JOHN HENRY ALLEN (1854 - 1925) - outro renomado homeopata que nos legou
importantes obras (Diseases and Therapeutics of the Skin, Chronic Miasms, Chronic
Miasms), formou-se também na escola médica de Hering, onde passou a lecionar.
REFERÊNCIAS
CHAPERMANN, R. - Vitalismo e Homeopatia. Disponível em
<www.homeopatiabrasil. org.br>. Acesso em : 23 maio 2010.
FITOTERAPIA
É um método de tratamento caracterizado pela utilização de plantas
medicinais em suas diferentes preparações, sem a utilização de substâncias ativas
isoladas, ainda que de origem vegetal.
AROMATERAPIA
É a ciência que estuda os óleos essenciais e sua aplicação terapêutica. Pode
ser considerada uma disciplina especializada da fitoterapia.
Foi recentemente “redescoberta”, entretanto, desde a Antiguidade os óleos
essenciais eram utilizados como conservantes de alimentos e para preparar
perfumes.
MEDICINA COMPLEMENTAR
É a medicina praticada por médicos que utilizam todos os recursos
disponíveis da medicina convencional e a complementam utilizando métodos
terapêuticos e propedêuticos (análise clínica) não convencionais, porém de eficácia
comprovada. Complementar, conforme os dicionários, quer dizer preencher, suprir a
deficiência de outro.
MEDICINA ALTERNATIVA
É aquela praticada por aqueles que utilizam uma opção diferente, uma
alternativa à medicina convencional. Alternativa, neste caso, dá idéia de exclusão;
de substituição ao sistema estabelecido.
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Prof. Associado IV, Dr, Depto de Patologia e Clínica Veterinária, UFF.
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MEDICINA CONVENCIONAL
É a medicina que aprendemos nas escolas médicas. É a medicina oficial da
maioria dos países ocidentais. Todo médico que pratica a medicina complementar -
segundo a Associação Brasileira de Medicina Complementar - deve conhecer
profundamente a medicina convencional.
MEDICINA TRADICIONAL
É aquela praticada tradicionalmente por uma sociedade ou cultura. É a soma
total do conhecimento, habilidades e práticas com bases nas teorias, crenças das
diversas culturas, sendo explicáveis ou não, usadas na manutenção da saúde bem
como em sua prevenção. Também pode ser chamada de medicina popular. São
exemplos de medicinas tradicionais: medicina chinesa, medicina Ayurvédica, ervas
da tradição cabocla brasileira, etc.
MEDICINA HOLÍSTICA
Indica somente que as pessoas são tratadas como um todo: corpo-mente-
espírito. Tanto a medicina complementar quanto a medicina convencional pode
empregar essa abordagem.
MEDICINA ETNOVETERINÁRIA
É a ciência que envolve a opinião e o conhecimento das práticas populares
utilizadas para o tratamento ou prevenção das doenças que acometem os animais
(MATHIUSMUNDY e MCCORKLE, 1989). Dentre os ramos desta ciência milenar
está a Fitoterapia. A etnoveterinária tem como um de seus objetivos validar os
conhecimentos de diversas comunidades na utilização de medicamentos elaborados
a partir de plantas medicinais, principalmente em países em desenvolvimento, que
necessitam de alternativas economicamente viáveis visando o bem-estar animal.
DROGA VEGETAL
Planta medicinal ou suas partes, que contenham as substâncias, ou classes
de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de coleta,
estabilização e/ou secagem, podendo ser íntegra, rasurada (cortada), triturada ou
pulverizada.
PLANTA MEDICINAL
Espécie vegetal cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos (OMS,
2003). Chama-se planta fresca aquela coletada no momento de uso e planta seca a
que foi precedida de secagem, equivalendo à droga vegetal.
MATÉRIA-PRIMA VEGETAL
Planta fresca, droga vegetal ou seus derivados: extrato, tintura, óleo, cera,
suco e outros.
REMÉDIO
É um cuidado utilizado para curar ou aliviar os sintomas das doenças, como
um banho morno, uma bolsa de água quente, uma massagem, um medicamento,
entre outras coisas.
Remédio caseiro de origem vegetal é a preparação caseira com plantas
medicinais, de uso extemporâneo (para uso imediato), que não exija técnica
especializada para manipulação e administração.
FITOTERÁPICO
Produto obtido de planta medicinal, ou de seus derivados, exceto substâncias
isoladas, com finalidade profilática, curativa ou paliativa.
Os fitoterápicos podem ser produzidos a partir de planta fresca (sucos e
alcoolaturas) ou planta seca (infusos, decoctos, extratos, tinturas, óleos medicinais).
As formas físicas de apresentação do fitoterápico são as formas
farmacêuticas, as quais podem ser classificadas em líquidas (tinturas, xaropes,
soluções, extratos fluidos), sólidas (extratos secos, comprimidos, cápsulas) e semi-
sólidas (extratos moles, pomadas, géis, cremes).
O fitoterápico industrializado para ser comercializado necessita ser registrado.
Os destinados a uso humano devem ser registrados na Agência Nacional de
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PREPARAÇÃO MAGISTRAL
É aquela preparada na farmácia, a partir de uma prescrição de profissional
habilitado, destinada a um paciente individualizado, e que estabeleça em detalhes
sua composição, forma farmacêutica, posologia e modo de usar.
PREPARAÇÃO OFICINAL
É aquela preparada na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita na Farmacopéia
Brasileira, no Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos
pela ANVISA ou MAPA.
EXSICATAS
É uma amostra de planta seca e prensada numa estufa (herborizada), fixada
em uma cartolina de tamanho padrão (no Brasil, o tamanho mais econômico e usual
é o de 42 x 28cm) acompanhadas de uma etiqueta ou rótulo contendo informações
sobre o vegetal e o local de coleta, para fins de estudo botânico. Exsicatas são
normalmente guardadas num herbário.
Uma exsicata deve ter todos os elementos para sua classificação (raiz, caule,
folhas, flores e frutos). No caso de plantas de pequeno porte, devem ser retiradas
inteiras, junto com a raiz. No caso de arbustos ou árvores, devem ser coletados
ramos com cerca de 30 cm, onde estão as flores e frutos.
A secagem do material deve ser feita à sombra, com o material prensado em
jornal, e se a secagem for realizada a temperatura ambiente, o jornal deve ser
trocado todos os dias, para evitar o crescimento de fungos.
Após a secagem, a planta deve ser fixada em papel ou cartolina, de
preferência com linha e agulha, reservando-se o canto inferior direito para a etiqueta.
Na etiqueta deve conter o máximo de informações sobre a coleta da planta, tais
como: nome popular, nome cientifico, família, local e data da coleta, nome do coletor
33
e o nome do botânico que a identificou. Feito isso, coloca-se esta cartolina numa
capa de papel pardo resistente (padrão no Brasil, o dobro da medida anterior), que
envolve a cartolina com função de proteger o material.
HERBÁRIO
O herbário é uma coleção de exsicatas, que serve como material de pesquisa
para todas as áreas da ciência que utilizam os vegetais como seu objeto de estudo
ou como comprovante das classificações já feitas. Dele pode-se extrair, utilizar e
adicionar informação sobre cada uma das populações e/ou espécies conhecidas ou
novas. Portanto, num herbário, a sua coleção está em constante atualização.
Regularmente são feitas novas colheitas de exemplares, acompanhadas com
informações adicionais sobre a evolução do habitat, do clima, da vegetação e outras
informações que se considerarem relevantes. Se corretamente conservadas, um
espécie-tipo pode durar centenas de anos.
Uma espécie de planta num herbário é uma fonte insubstituível de registro da
biodiversidade das plantas.
BANCO DE GERMOPLASMA
São unidades conservadoras de material genético (animal, vegetal,
microorganismos), de uma ou de várias espécies, de uso imediato ou com potencial
de uso futuro. Geralmente consiste de base física, em centros ou instituições
públicas e/ou privadas.
Existem várias formas de conservação de germoplasma vegetal, são elas:
sementes, explantes ou plantas a campo.
Podem ser classificados em "bancos de base" ou em "bancos ativos". Os
bancos de base são aqueles em que se conserva o germoplasma em câmaras frias
(conservação de 1ºC até -20ºC), in vitro (conservação de partes vegetais em meio
de cultura de crescimento) ou em criopreservação (conservação em nitrogênio
líquido a -196ºC), por longos prazos, podendo até mesmo ficar longe do local de
trabalho do melhorista genético. São considerados "bancos ativos" aqueles que
estão próximos ao pesquisador, nos quais ocorre o intercâmbio de germoplasma e
plantios freqüentes para caracterização, o que proporciona a conservação apenas a
curto e médio prazos.
34
HORTO MEDICINAL
Destina-se à identificação, à propagação e ao cultivo de plantas de interesse
medicinal, com o propósito de preservar as espécies e resgatar o uso popular,
valorizando e divulgando a sabedoria tradicional. Podem ser classificados em:
a) Horto didático - destinado a identificação e estudo das espécies medicinais. Nele
se cultiva uma grande variedade de espécies em pequena quantidade.
FARMÁCIA VIVA
Compreende a estrutura e a prática de cultivo de plantas medicinais nativas
ou aclimatadas, com perfil químico definido, para dispensação de planta fresca e/ou
seca, podendo ter acoplada uma Oficina Farmacêutica de Fitoterápicos.
Geralmente é instalada em pequenas comunidades, escolas, empresas,
postos de saúde ou hospitais.
DISPENSAÇÃO
Ato de fornecimento e orientação ao consumidor de planta medicinal, droga
vegetal e/ou medicamentos fitoterápicos magistrais ou oficinais, mediante
apresentação da prescrição.
35
MANIPULAÇÃO
É o conjunto de operações com a finalidade de elaborar medicamentos
fitoterápicos, seja magistral ou oficinal.
PRODUTO ACABADO
É a matéria prima vegetal, integral ou suas partes, droga vegetal ou
medicamento fitoterápico magistral ou oficinal embalado e etiquetado, pronto para
consumo.
PRINCÍPIO ATIVO
É a substância ou grupo de substâncias contidas no vegetal, responsável por
desencadear diversas reações nos organismos vivos, determinando a atividade
curativa ou tóxica daquele vegetal.
Ao contrário dos medicamentos convencionais, que possuem quantidades
conhecidas de princípios ativos isolados, ou seja, das substâncias responsáveis
pelos efeitos, nos fitoterápicos os princípios ativos não são isolados. Eles coexistem
com uma série de outras substâncias presentes na plantas. Em cada planta, apenas
uma parte é utilizada para a formulação de medicamentos. A diversidade de
substâncias existentes nessas partes é chamada de fitocomplexo, que é
responsável pelo efeito terapêutico mais suave e pela redução dos efeitos colaterais.
O efeito terapêutico da valeriana1, por exemplo, só é atingido quando se administra o
fitocomplexo. Quando o princípio ativo é administrado isoladamente, não há efeito
significativo.
Os princípios ativos são classificados em função de vários aspectos, como:
classe química, classe terapêutica, alvo molecular ou especificidade.
Quanto à especificidade, existem apenas duas classes: a dos fármacos
específicos e a dos inespecíficos. Os específicos correspondem à maioria dos mais
de sete mil fármacos constantes no arsenal terapêutico, tais como analgésicos e
antiinflamatórios, os agentes cardiovasculares, anti-histamínicos, hormônios,
agentes antiparasitários diversos etc. Os inespecíficos são em número bastante
reduzidos. Não atuam seletivamente sobre determinados receptores. A ação
1
Valeriana officinalis - vem sendo usada no tratamento de insônia e, ao contrário dos medicamentos
convencionais, não provoca dependência nem tolerância. No entanto, se ingerida em grandes
quantidades e por tempo prolongado, ela pode ser tóxica para o fígado.
36
FARMACOPÉIA BRASILEIRA
A Farmacopéia Brasileira é o Código Oficial Farmacêutico do País, onde se
estabelecem, dentre outras coisas, os requisitos mínimos de qualidade para
fármacos, insumos, drogas vegetais, medicamentos e produtos para a saúde.
É elaborada pela Comissão Permanente de Revisão da Farmacopéia
Brasileira (CPRFB), uma comissão oficial nomeada pelo Diretor-Presidente da
ANVISA, caracterizando-se como uma entidade particular.
Além da publicação da Farmacopéia Brasileira, a CPRFB publicou a 2ª edição
da Farmacopéia Homeopática Brasileira e a edição atual das Denominações
Comuns Brasileiras (2003).
A escolha dos medicamentos a serem incluídos na Farmacopéia não é feita
ao acaso. Em primeiro lugar, são escolhidos os medicamentos que constam da
Relação Nacional dos Medicamentos Essenciais (RENAME) ou da lista da OMS.
São, também, elaboradas em caráter de prioridade as monografias dos
medicamentos de escolha dos programas especiais de saúde e os produtos novos
de grande interesse terapêutico.
Para elaborar monografias para a Farmacopéia Brasileira, a subcomissão
pertinente, ou um membro da CPRFB com sua equipe, ou um órgão oficial de
controle de qualidade (Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
[INCQS] e o Instituto Adolfo Lutz [IAL]) ou uma indústria farmacêutica propõem a
monografia para um fármaco. Esta não é uma monografia simples, devendo ser
submetida à uma série de estudos especiais, que comprovam o cumprimento de
todas as exigências de um estudo químico (validação). Após a elaboração da
monografia, a CPRFB faz a avaliação e se for julgada adequada, ela é remetida para
outros colaboradores da Farmacopéia nos três segmentos que a compõem: órgãos
oficiais de controle de qualidade, indústria farmacêutica e universidades, para fins de
certificação (verificar se a metodologia funciona e fornece resultados iguais em
diferentes laboratórios). Caso os resultados encontrados sejam adequados, essa
37
Catárticos - ação purgante energética; purgativa mais enérgica que dos laxantes e
menos que dos drásticos. Ex.: cáscara-sagrada.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Medicamentos
fitoterápicos: parte 1- registro e políticas. Disponível em <www.anvisa.gov>.
Acesso em: 16 set 2009.
STEDMAN. Dicionário médico. 23. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 1987.
1 INTRODUÇÃO
Os vegetais são fontes importantes de substâncias biologicamente ativas. A
diversidade, em termos de estruturas e propriedades químicas, na qual essas
substâncias ocorrem na natureza podem servir, para o desenvolvimento de um
grande número de medicamentos (fitofármacos e fitoterápicos).
Nas células dos organismos vivos é sintetizada uma enorme variedade de
substâncias orgânicas, importantes para a sobrevivência das próprias espécies que
as fabricam. Esse conjunto das reações químicas que ocorrem num organismo vivo
com o fim de promover a satisfação de necessidades estruturais e energéticas é
denominado de metabolismo.
A principal característica dos vegetais é o fato de serem organismos
autotróficos, isto é, capazes de elaborar sua própria matéria orgânica a partir de
compostos inorgânicos, como o gás carbônico e a água que absorvem do meio,
utilizando como fonte de energia a luz do Sol. Esse processo, fundamental para a
vida na Terra, é conhecido como função clorofílica ou fotossíntese a qual todo o
metabolismo vegetal está condicionado.
As reações fotossintéticas podem ser agrupadas em duas categorias:
reações de claro, nas quais a energia solar será absorvida por moléculas de
clorofila e transferida destas para moléculas armazenadoras de energia (ATP e
NADPH), e reações de escuro, nas quais as moléculas de ATP e NADPH servirão,
respectivamente, como fonte de energia e força redutora no processo de fixação do
CO2, o qual será convertido principalmente em glicose. Através do metabolismo da
glicose são formados praticamente todos os metabólitos primários e secundários.
Entende-se por metabolismo primário o conjunto de processos metabólicos
que desempenham uma função essencial no vegetal, tais como a fotossíntese, a
respiração e o transporte de solutos. Os compostos envolvidos no metabolismo
primário são substâncias que existem em todas as plantas, constituindo a matéria-
prima de reações posteriores, catalizadas por enzimas e controladas geneticamente.
Esse é o caso dos aminoácidos, dos nucleotídeos, dos lipídios, carboidratos e da
clorofila.
45
Figura 1- Principais vias do metabolismo secundário e suas interligações. Fonte: Peres (2004).
2 PRINCÍPIOS ATIVOS
2.1 TERPENOS
Os terpenos constituem uma classe variada de carbonetos produzidos por
uma grande variedade de plantas, principalmente as coníferas. No entanto, estas
substâncias tambem podem ser produzidas por insetos como as borboletas.
Os terpenos e seus derivados sinteticamente modificados (terpenóides) são
muito utilizados como flavorizantes em alimentos e como frangâncias, na
aromaterapia e medicina alternativa.
Eles apresentam funções variadas nos vegetais, sendo encontrados em
sementes, flores, folhas, raízes e madeira de plantas superiores assim como no
musgo, algas e líquens.
A classificação dos terpenos é feita de acordo com a quantidade de unidades
isopreno em:
Hemiterpenóides (C5) - Também chamado de isopreno. Exemplo: cadeia lateral
das citocininas.
Monoterpenóides (C10) - são constituintes dos óleos voláteis, atuando na atração
de polinizadores ou repelindo pragas. Exemplos: piretrinas e óleos essenciais.
48
azeites e margarinas, a indicação de que eles não contêm colesterol. Nem poderia
ser diferente, já que as plantas normalmente acumulam pouco colesterol devido à
ação da enzima esterol metiltransferase. Essa enzima adiciona metil ou etil ao
carbono 24 dos esteróides levando à acumulação de outros esteróides (sitosterol,
campesterol) e não do colesterol, pois esse último não possui CH3 no carbono 24.
Outras saponinas que merecem destaque são a azadiractina, uma saponina
do tipo limonóide presente no neem (Azadirachta indica), a tomatidina (um alcalóide
esteroidal), a glicirrizina presente no alcaçuz (Glycyrrhiza blabra) e o
protopanaxodiol extraído do ginseng (Panax ginseng). Embora essas saponinas
tenham sido desenvolvidas pelas plantas para sua proteção, elas vêm sendo
utilizadas pelo homem em diferentes aplicações como inseticidas naturais
(azadiractina) e remédios (protopanaxodiol e glicirrizina).
Os tetraterpenos mais famosos são sem dúvidas os carotenos e as
xantofilas. Esses compostos lipossolúveis desempenham um importante papel
tanto nas plantas quanto nos animais. Nas plantas, basta dizer que os carotenóides
fazem parte das antenas de captação de luz nos fotossistemas. Sem os
carotenóides não haveria, portanto a fotossíntese. Além disso, esses compostos são
importantes antioxidantes e dissipadores de radicais livres gerados pela
fotossíntese.
Embora os vertebrados não sejam capazes de sintetizar carotenóides, esses
compostos desempenham importantes papéis no metabolismo animal. Além de o
betacaroteno ser precursor da vitamina A (retinal), outros carotenóides como o
licopeno são importantes dissipadores de radicais livres nos animais.
Por fim, o último grupo de terpenóides é composto pelos polisoprenos. Entre
esses compostos está a borracha: um terpeno formado por 1.500 a 15.000 unidades
de isopreno. A borracha está presente no látex de diversas plantas, sendo a mais
importante a seringueira (Hevea brasiliensis).
Quadro 1 - Tipo de antocianidina, coloração que produz nos vegetais e suas respectivas fontes.
Fonte:
Antocianidina Coloração Fonte
Aurantinidina
Cianidina vermelha cereja, jamelão, uva, morango, amora, figo, cacau, açaí
Europinidina
Luteolinidina
Rosinidina
2.3 ALCALÓIDES
Alcalóide (de álcali, “básico”, com o sufixo -oide, "-semelhante a" ) é uma
substância de caráter básico derivada principalmente de plantas (mas não somente,
podendo ser também derivadas de fungos, bactérias e até mesmo de animais) que
contêm, em sua fórmula, basicamente nitrogênio, oxigênio, hidrogênio e carbono.
Os alcalóides representam cerca de 20% das substâncias naturais descritas.
Seus nomes comuns e que estamos mais habituados a ver, geralmente terminam
com o sufixo ina: cafeína (do café, que é chamada de pseudoalcalóide por ser, na
verdade, uma xantina), cocaína (da coca), pilocarpina (do jaborandi),
papaverina/morfina/heroína/codeína (da papoula), psilocibina do cogumelo psilocybe
cubensis, almíscar que é extraído de uma glândula do cervo-almiscarado, etc
São geralmente sólidos brancos (com exceção da nicotina). Nas plantas
podem existir no estado livre, como sais ou como óxidos.
Os alcalóides são sempre dotados de elevada toxicidade, mas também
correspondem aos principais terapêuticos naturais com ação: anestésica,
analgésica, psicoestimulantes, neurodepressores, etc.
54
REFERÊNCIAS
BOTSARIS, A. S. Fitoterapia chinesa e plantas brasileiras. São Paulo: Ícone
Editora Ltda. 1995. 550p.
12
Prof. Associado IV, Dr, Depto de Patologia e Clínica Veterinária, UFF.
13
Pesquisador, Me, Laboratório de Controle Biológico, PESAGRO-Rio
3 Acadêmica ......
57
Muitos são de confiança, mas precisamos ter o cuidado de, indiretamente, estarmos
contribuindo para a extinção de alguma espécie colhida na natureza.
2 FORMAS DE APRESENTAÇÃO
As preparações caseiras de fitoterápicos são elaboradas a partir droga
vegetal (planta fresca, seca, torrada, triturada, rasurada ou cortada, pulverizada) ou
de seus derivados (óleo vegetal, óleo essencial, cera, tintura ou alcoolatura e
outros).
Os óleos vegetais são gorduras de plantas formadas por triglicerídio.
Extraídos principalmente das sementes e frutas, aumentam a proteção da pele
contra a perda excessiva de líquidos, permitem a respiração cutânea e assimilam a
luz solar. Muito usados para sinergias e diluição dos óleos essenciais, também
auxiliam o restabelecimento de peles rachadas e ressecadas, normalizando e
reforçando a estrutura do tecido. Ao contrário dos óleos minerais, os de origem
vegetal causam menos reações citotóxicas e alérgicas. Finalmente, possuem outra
característica também muito importante: são biodegradáveis, não poluem e nem
agridem o meio ambiente.
Os óleos essenciais são compostos aromáticos voláteis extraídos de plantas
aromáticas por processos de destilação, compressão de frutos ou extração com o
uso de solventes. Geralmente são altamente complexos, compostos às vezes de
mais de uma centena de componentes químicos. Por serem concentrados, o seu
efeito é mais pronunciado que o uso da planta inteira ou o seu extrato. Existe uma
diferença marcante na composição química dos óleos essenciais naturais e de
essências sintéticas.
A cera é uma substância tenra e amarelada que se funde entre 35 a 100 o C e
é miscível com corantes. Existem ceras de origem animal, vegetal, mineral e
sintética. Primeiramente, o nome foi utilizado para designar a única cera então
conhecida, a de abelhas, e depois passou a denominar produtos que se lhe
assemelham quimicamente. Modernamente, consideram-se ceras quaisquer
materiais cerosos que, apesar de suas diferentes composições químicas,
apresentem características físicas semelhantes. As ceras animais ou vegetais são
ésteres resultantes da combinação de certos ácidos graxos (palmítico, cerótico,
mirístico) com álcoois diferentes do glicerol (cetílico, etc.). Contêm também uma
certa quantidade de ácidos graxos e de álcoois no estado livre, bem como
58
a) Planta fresca - picar, colocar num frasco e adicionar álcool de cereais até cobrir as
plantas.
b) Planta seca - picar, colocar até a metade do frasco e adicionar álcool de cereais
até encher o vidro.
Deixar em repouso por 20 a 40 dias em local escuro e coar à medida que for
usando.
No preparo de sabonete, xampu e creme deve-se usar a tintura glicólica.
Esta deve ser elaborada na seguinte proporção: 800mL de glicerina bidestilada +
100mL de álcool de cereais + 100mL água deionizada ou mineral. As plantas são
adicionadas na mesma proporção da anterior.
3 FORMAS DE USO
3.1 USO INTERNO
3.1.1 Sumo ou suco
Obtidos da planta medicinal fresca por meio de pilão, espremedores manuais,
liquidificadores ou centrífugas. Em alguns casos pode-se acrescentar uma pequena
quantidade de água para facilitar a obtenção do sumo. Deve ser preparado na hora
de utilizar para não haver oxidação e, conseqüentemente, perda de alguns princípios
ativos. Como não é aquecido aproveita muito mais as vitaminas, sais minerais e
outras substâncias que são degradadas pelo calor.
3.1.2 Infusão
Para preparar uma infusão basta derramar água fervente sobre a planta
medicinal ou droga vegetal numa vasilha, tampar, esperar esfriar (10 a 15 minutos) e
coar.
É uma forma de preparo indicada para partes pouco densas das plantas,
como folhas macias e flores. Exemplos: capim-limão, erva-cidreira, erva-doce,
alecrim, camomila, macela, calêndula, flor de mamão macho.
3.1.3 Tisana
Colocar a planta medicinal ou droga vegetal numa vasilha com água fervente
por 0,5 a 2 minutos. Após esse tempo retira-se o recipiente do fogo, deixando
descansar (tapado) por cerca de 15 minutos.
60
3.1.4 Decocção
Colocar a planta medicinal ou droga vegetal numa vasilha com água, levar ao
fogo e deixar ferver. O tempo de fervura pode variar de dois a 30 minutos,
dependendo da dureza da parte da planta a ser utilizada. Após esse tempo retira-se
o recipiente do fogo, deixando descansar (tapado) por cerca de 15 minutos.
Indicada para o preparo de partes densas das plantas medicinais como
cascas, raízes e sementes. Exemplos: casca de canela e de catuaba, raiz de
gengibre e inhame, semente de sucupira.
3.1.5 Xarope
Colocar numa vasilha açúcar ou rapadura e água na proporção de 2:1 e levar
ao fogo até formar uma calda. Adicionar plantas frescas e picadas, mexendo-se por
3 a 5 minutos. Depois de frio, coar e guardar em frasco de vidro escuro. O mel
quando usado em substituição ao açúcar, não deve ser aquecido.
3.2.3 Unguento
Feitos de óleos ou gorduras aquecidos com ervas (tinturas, óleos, pós,
infusões). Coloca-se 10g de ervas secas ou 20g de ervas frescas em 20mL de
óleo/azeite ou gordura, mantendo-se em banho-maria por 2h. Coa-se e acrescenta-
se cera de abelha ou vaselina para dar consistência.
Os ungüentos são mais apropriados quando a pele precisa de lubrificação
mais intensa.
62
3.2.4 Pomada
É uma emulsão de cera, óleo ou gordura na qual adiciona-se água e ervas
frescas ou secas, podendo também utilizar tinturas, óleos, pós, infusos ou decoctos.
Modo de preparo 1:
Aquecer 150g de cera de abelha em banho-maria. Acrescentar 70g de azeite,
80mL de água e 30g de ervas secas ou 75g de frescas. Deixar ferver durante 3h,
mexendo sempre. Depois de fria, colocar em pote tampado. Em geladeira dura 3
meses.
Modo de preparo 2:
Em uma vasilha misturar 800g de vaselina com 200g de lanolina até
conseguir uma pasta homogênea. Acrescentar 200mL de tintura e homogeneizar
novamente. Tem validade de 2 anos.
Pomada para contusão: 500g de base pronta (vaselina + lanolina) + 100 mL
de tintura alcoólica (saião, murta, arnica-do-mato, erva-baleeira e cipó-cravo).
Modo de preparo:
Em um recipiente apropriado aquecer a água, desligar o fogo e acrescentar
base croda, mexendo bem até ganhar a consistência de creme ou loção. Após obter
a consistência desejada adicionar tintura glicólica.
Creme cicatrizante: 500g de base pronta (creme ou loção) + 50mL de tintura
glicólica (babosa, confrei, tansagem, calêndula).
Creme hidratante: 500g de base pronta (creme ou loção) + 50 mL de tintura
glicólica (calêndula, beterraba, rosa branca).
63
3.2.6 Colírio
Misturar o chá medicinal com solução salina a 0,9% na proporção de 1:1.
Pingar 2 gotas no olho afetado várias vezes ao dia. Tem validade de 5 dias, em
geladeira.
3.2.7 Banho
Faz-se uma infusão ou decocção bem concentrada, coa-se e mistura-se na
água do banho. Em grandes animais, aplica-se com pulverizador costal.
3.2.8 Xampu
Modo de preparo 1:
Picar 100g de sabão de coco em pequenos pedaços, juntar ½ litro de água,
aquecer em banho-maria até dissolver todo o sabão. Adicionar 2 copos de plantas
bem picadas, deixar levantar fervura e abafar até esfriar. Após 15 min., coar e
colocar em vidro limpo e esterilizado.
Modo de preparo 2:
Misturar 1 Kg de base para xampu com 2,5 L de água filtrada, mexendo bem
até homogeneizar. Acrescentar 250 mL de anfótero para dar consistência. Separar a
quantidade que irá ser usada para fazer o xampú e acrescentar 10 ou 20% de tintura
glicólica. A base pronta, que não for usada, pode ser guardada em geladeira. Tem
validade de 1 ano.
Xampú contra ectoparasitos: 500 mL de base pronta + 50 mL de tintura
glicólica (babosa, alecrim, arruda, boldo e erva-de-santa-maria). Além das ervas
específicas, é recomendável usar sempre o alecrim (dá brilho) e a babosa (evita
ressecamento).
3.2.9 Sabonete
Dissolver ½ Kg de glicerina sólida em banho-maria, tomando cuidado para
não deixá-la ferver. Tirar do banho-maria, acrescentar a 50 mL de tintura glicólica e
13 mL de essência e colocar em formas apropriadas. Se formar espuma, pulveriza-
se o sabonete com álcool. O tempo de secagem varia de acordo com a temperatura
ambiente. Em dias frios é de aproximadamente de 3 horas. Em dias quentes, após
este período, coloca-se na geladeira por 15 a 30 minutos. Em seguida, retirar da
forma e embalar como preferir.
64
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Usar plantas que conhece e evitar exageros ou uso prolongado.
Colher somente plantas íntegras e de locais livres de contaminação química.
Separar material estranho e não permitir contaminação com dejetos animais.
Fazer a secagem à sombra, em local ventilado, protegido de poeira e do ataque
de insetos e outros animais. O material está pronto para ser armazenado quando
começa a ficar levemente quebradiço.
Colocar em potes de vidro ou sacos plásticos e manter em local seco e ventilado,
protegido da luz, de insetos e de roedores.
Inspecionar constantemente avaliando-se as características físicas da planta e a
presença de fungos ou insetos.
Na preparação, deve-se observar cuidadosamente a qualidade, as partes
vegetais a serem usadas, sua forma de uso e dosagem.
Os chás ou decoctos devem ser preparados, de preferência, em vasilha de barro,
esmaltada ou de vidro, para evitar interferência do metal com os constituintes
químicos da planta.
REFERÊNCIAS
BONTEMPO, M. Medicina natural. São Paulo: Nova Cultural Ltda. 2000. 584p.
BOTSARIS, A.S. Fitoterapia chinesa e plantas brasileiras. São Paulo: Ícone Editora Ltda.
1995. 550p
CRUZ, G.L. Dicionário das plantas úteis do Brasil. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil SA,
1995. 599p.
72
SCHOEN, A.M.; WYNN, S.G. Complementary and alternative veterinary medicine. St.
Louis: Mosby Inc. 1997. 820p.
SOUZA, M.P.; MATOS, M.E.O.; MATOS, F.J.A.; MACHADO, M.I.L.; CRAVEIRO, A.A.
Constituintes químicos ativos de plantas medicinais brasileiras. Fortaleza: Edições
UFC, Laboratório de Produtos Naturais. 1991. 416.
SOSSAE, F.C. Plantas medicinais. [São Paulo] Universidade de São Paulo, Programa Pró-
Ciência – Plantas Medicinais, [200-]. 15p. Disponível em:
<http:educar.sc.usp./biologia/prociencias/medicinais.html>.