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8 - Rito Escocês Do Brasil PDF
8 - Rito Escocês Do Brasil PDF
Origem
O Rito Escocês do Brasil aparece pela primeira vez nos rituais dos três graus
simbólicos criados em 1927 pelo Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo
e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil, presidido por Mário
Behring, e transmitidos à Grande Loja do Rio de Janeiro através de tratado entre as duas
Obediências. Foram colocados em execução em 1928 nas Grandes Lojas brasileiras
fundadas após a separação entre Supremo Conselho e Grande Oriente do Brasil.
Substituíram os rituais do REAA das Lojas Simbólicas do GOB.
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Publicado em: http://www.oficina-
reaa.org.br/v1/index.php?option=com_content&view=category&id=39&Itemid=64. Ver também, do
mesmo autor “Rito Escocês Antigo e Aceito
http://www.redempcao.org.br/docs/trabalhos/O%20RITO%20ESCOCES%20ANTIGO%20E%20ACEIT
O.pdf
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Explicação em http://iblanchier3.blogspot.com.br/2014/12/lojas-capitulares.html (transcrito ao final
deste)
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Oriente do Brasil, portanto antes do surgimento das Grandes Lojas, é semelhante ao que
consta nos primeiros rituais franceses e diferente do Rito Escocês do Brasil.
Mas o Supremo Conselho não prestigiou a lógica operacional e nem a ética com os
maçons do Rito. Elaborou um ritual novo que gerou um rito diferente nos três primeiros
graus, constituído de procedimentos misturados do Rito Moderno, do Rito de Heredom,
do Rito de York e de alguns graus superiores do próprio REAA. Deve ter tido suas razões
para desprezar rituais consagrados. O Supremo Conselho como qualquer outra Potência
Maçônica pode criar um rito novo. O que não deve fazer é criar um rito novo e dar a ele
o nome de um rito antigo, tradicional, cujos rituais são conhecidos no mundo inteiro. O
ritual criado pelo Supremo Conselho para os graus simbólicos das Grandes Lojas
brasileiras é muito diferente do REAA original trazido para o Brasil pela primeira vez.
Mesmo assim, premeditadamente, foi dado ao conjunto de novos cerimoniais o mesmo
nome do rito Escocês Antigo e Aceito criado em 1801 nos Estados Unidos da América.
O Supremo Conselho rasgou parte do seu passado ritualístico obrigando as Grandes Lojas
a adotarem o nome do REAA embora seus rituais do simbolismo não contenham os
procedimentos desse Rito. O Supremo Conselho nunca explicou porque agiu dessa forma.
Presentemente, sabe-se que as pesquisas realizadas pela Oficina de Restauração do REAA
sobre os rituais originais de 1804 e a comparação com os rituais designados pelo Supremo
Conselho, desencadearam surpresa em todo o Brasil e alguns constrangimentos. Maçons
tidos como conhecedores do REAA, palestrantes convictos e aplaudidos, passaram a ser
questionados sobre afirmativas produzidas a respeito de procedimentos mostrados e
interpretados como sendo do REAA e que agora se sabe que não são.
Assim nasceu o Rito Escocês do Brasil, sistema ritualístico que apenas os maçons
brasileiros conhecem.
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históricos desenterrados do passado. Cada um desses fatos clareia a visão para
interpretações sobre condutas da coletividade maçônica, as quais têm oscilado entre
grandes feitos solidários com elevados humanitarismos e atitudes como alterar rituais
apenas para alimentar disputas políticas internas. Embora recomendado nos trabalhos em
Loja o respeito à inalterabilidade do desenvolvimento dos rituais em vigor, os caciques
das diferentes administrações modificam os rituais de suas Obediências sem muito pudor.
O exemplo na prática dos rituais brasileiros não recomenda a teoria dos princípios
maçônicos.
II
O Ritual Renegado
Quando o Supremo Conselho rompeu relações com o GOB renegou o ritual de 1874.
Foi rasgado por questões meramente políticas. Esse ritual do simbolismo do REAA
aprovado em Assembléia do Supremo Conselho tornou-se descartável para as Grandes
Lojas por obra e graça do mesmo Supremo Conselho. Foi renegado depois da cisão de
1927. Uma verdade ritualística passou a ser uma mentira num passe de mágica.
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O Supremo Conselho dirigido por Mário Behring inventou um rito novo para ser
usado pelas Grandes Lojas Simbólicas estaduais, dando forma e conteúdo ao Rito Escocês
do Brasil, que o Supremo Conselho denomina até hoje de Rito Escocês Antigo e Aceito.
Não se encontra alegação consistente para entender que uma entidade como o Supremo
Conselho, que parece zelar pela sua honorabilidade e credibilidade, faça vistas grossas
para a constrangedora incompatibilidade ritualística entre os rituais dos graus simbólicos
de 1874 e 1889 do REAA com os rituais de 1928, também com o mesmo nome.
O Supremo Conselho criou novos rituais para as Grandes Lojas para afrontar e
contestar os rituais que ficaram com o Grande Oriente do Brasil. Nas Lojas Simbólicas
pensaram que a transformação das Lojas Capitulares incluía rituais diferentes e
embarcaram na onda das mudanças.
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conhecimento e nem autoridade de fato para examinar, analisar e contestar um ritual que
lhe foi imposto em 1928 em nome do REAA, um ritual anômalo e sem a identidade dos
procedimentos históricos do Rito.
III
Precedência
Em 26 de novembro de 1927 o Supremo Conselho do Brasil assinou tratado com a
Grande Loja Simbólica do Rio de Janeiro para assegurar obediência sobre o uso dos
Rituais para os Graus Simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito pelas Grandes Lojas
estaduais brasileiras a partir de 1928. O Supremo Conselho rompera com o Grande
Oriente do Brasil e precisou criar Potências que liderassem e coordenassem as Lojas
Simbólicas e realizassem as tarefas administrativas inerentes ao funcionamento dessas
Oficinas. O Supremo Conselho entregou rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre
como sendo do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Os graus simbólicos do Rito Escocês Antigo e Aceito tiveram redação própria desde
1804, em Paris. A partir de 1816, ainda na França, quando o Grande Oriente de França
constituiu a Loja Capitular do Rito Escocês Antigo e Aceito e assumiu a liturgia e a
jurisdição dos primeiros 18 graus, promoveu algumas alterações nos rituais de 1804,
como o Oriente com piso elevado, mas preservou o catecismo anterior. A Loja Capitular
foi trazida para o Brasil e adotada pelo Grande Oriente do Brasil. O Supremo Conselho
do Brasil aprovou esses rituais. Mas o Supremo Conselho inventou outros rituais depois
da cisão com o GOB. E nesses aplicou o nome do Rito Escocês Antigo e Aceito. Desde
então, os maçons brasileiros tiveram dois rituais muito diferentes dos graus simbólicos
do REAA; os antigos usados pelas Lojas do GOB e os recém criados para as Grandes
Lojas. O ritual de 1928 inaugurou outro Rito no Brasil. A Escada de Jacob e as múltiplas
Instruções em cada grau, como se verifica no ritual de Emulação, a corda de 81 nós, as
colunetas das Luzes, são algumas dentre várias novidades do escocesismo brasileiro. Os
rituais originais franceses precedentes do Rito Escocês Antigo e Aceito nada referem
sobre esses símbolos e têm uma Instrução do grau.
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Aceito que era conhecido pelos maçons mais antigos, em especial os que se transferiram
do GOB com suas Lojas. Tantas são as mexidas no ritual que o Supremo Conselho
publicou nota, reproduzida a seguir, para salientar que uma Grande Loja assinou
documento se comprometendo a não alterar o ritual criado pelo Supremo Conselho.
O Rito foi criado em 1801 sem graus simbólicos e completado em 1804, em Paris,
quando foram confeccionados os primeiros rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Precederam 124 anos de prática do REAA e o Supremo Conselho do Brasil inventou
rituais diferentes e os atribuiu ao Rito Escocês Antigo e Aceito.
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que o Comendador critique os esbulhos das Grandes Lojas nas alterações. Se o Supremo
Conselho tivesse entregado para as Grandes Lojas rituais antigos semelhantes aos
adotados com o GOB, antes de 1928, esse direito não existiria porque são rituais
reconhecidos e praticados em outros Orientes estrangeiros dos quais o Supremo Conselho
não tem exclusividade. Diante disso, cabe a pergunta: quem praticava no mundo, em
nome do REAA, os rituais cedidos para as Grandes Lojas? Resposta: ninguém. Por isso,
são exclusivos do Supremo Conselho, embora pouco ou nada tenham de Rito Escocês
Antigo e Aceito.
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Os Supremos Conselhos têm jurisdição sobre os graus filosóficos do REAA e não
devem interferir na autonomia das Potências dos graus simbólicos. Aos maçons menos
informados sempre é conveniente salientar: o Rito Escocês Antigo e Aceito nasceu em
1801 nos Estados Unidos sem graus simbólicos próprios. Os primeiros rituais de Lojas
Azuis produzidos foram obra da Grande Loja Geral Escocesa, em 1804, Potência
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Maçônica não subordinada ao Supremo Conselho. Os segundos rituais do simbolismo
foram elaborados pelo Grande Oriente de França, Potência não subordinada ao Supremo
Conselho e que, em 1815, até fundou um Supremo Conselho subordinado ao GOF
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O Decreto da Cisão
No texto da CMSB deduz-se que nos primeiros trinta anos de existência das
Grandes Lojas o Supremo Conselho influenciou ritualística e administrativamente as
Potências que ajudou a criar. As mesas-redondas dos Grão-Mestres diagnosticaram a
postura do Supremo Conselho perniciosa à soberania das Grandes Lojas e prejudicial aos
diversificados interesses dessas. Fundaram a CMSB para melhor reagir a esse esbulho de
competência do Supremo Conselho (aproveitando a expressão usada na publicação
“Precedência”). As duas atitudes – tanto da intenção do Supremo Conselho de interferir
nas Grandes Lojas, como das Grandes Lojas se insurgirem contra a interferência – têm
por base o conteúdo do Decreto n° 4 do Supremo Conselho, editado em 17 de junho de
1927. O texto, reproduzido a seguir, foi construído de forma a permitir interpretações
conflitantes. No art. 2, as Lojas simbólicas que trabalham no Brasil no REAA ficam
sujeitas aos Estatutos e Regulamentos Gerais do Supremo Conselho. No art. 6 fica
concedida às Lojas Simbólicas dos Estados a faculdade de se agremiarem formando
Grandes Lojas que proverão toda a vida maçônica estadual, reconhecida e garantida sua
plena, absoluta Soberania, sem reserva de espécie qualquer dentro do Simbolismo. Essa
ambivalência de conceitos sobre prerrogativas de obediência e autonomia serviu para
constranger as Grandes Lojas no período inicial de sua existência, carentes de melhor
organização e maior suficiência, a aceitarem uma intervenção não declarada, mas
consentida do Supremo Conselho. As Grandes Lojas fortaleceram sua organização e há
mais de 50 anos estão alterando, sem autorização do Supremo Conselho, os rituais de
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1928, acreditando que têm esse direito conforme a letra do art. 6. Há 50 anos os Grão-
Mestres criaram a CMSB para reforçar a Soberania na prática, embora se sucedam
reclamações até o presente de reiteradas tentativas do Supremo Conselho de interferir na
vida administrativa das Grandes Lojas.
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V
E o Giro, Comendador?
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para chegar à mesa do Tesoureiro, pela esquerda do mesmo. Cumprida a tarefa segue a
caminhada até o seu lugar na Coluna do Norte. Um interminável entra e sai do templo.
Se o destino for o Venerável, o Mestre de Cerimônias sai do seu lugar, sobe os degraus
do Oriente, passa atrás do trono e se aproxima do Venerável pelas costas e no lado
esquerdo do mesmo.
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diminuição do tempo dedicado ao andar inútil para a finalidade essencial da reunião em
Loja e a redução dos corredores de circulação fora das Colunas, espaço que foi
incorporado à área do Ocidente. Agora, as Colunas Zodiacais são esculpidas nas paredes
do salão.
VI
O Templo e o Ritual
Antes de 1928, quando ainda não havia Grandes Lojas, os trabalhos simbólicos do
REAA eram realizados nas Lojas Capitulares do Grande Oriente do Brasil e dos Grandes
Orientes estaduais. No GOB os rituais de Aprendiz, Companheiro e Mestre tiveram a
última edição atualizada em 1926 com a inscrição – “Ritual Adoptado pelo Sob. Supremo
Conselho do Gr. 33 do Rit. Esc. Ant. e Acc. para os Estados Unidos do Brasil – Rio de
Janeiro – 1926 (E.V.).” Edição de dois anos anteriores à criação das Grandes Lojas.
Apesar de possuir em mãos essa edição recente de ritual dos graus simbólicos do REAA,
o mesmo Supremo Conselho que homologou o ritual de 1926 premeditou um ritual
diferente a ser usado em 1928, depois da cisão. Um ritual que criasse incompatibilidade
ritualística do simbolismo das Grandes Lojas com o das Lojas Capitulares que
permaneceram no Grande Oriente. A ruptura com o GOB despertou ressentimentos de
Mário Behring e seus pares do Supremo Conselho que não se satisfizeram em mudar os
rituais que possuíam, inventaram outros e os creditaram também ao REAA.
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Em 1928 morreram na maçonaria brasileira os rituais originais franceses do REAA
e nasceram os rituais plagiados pelo Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês
Antigo e Aceito.
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A partir daí surgiram novidades impensáveis para o escocesismo. Uma, o ensino
equivocado que o templo do REAA é o Templo de Jerusalém, chamado popularmente de
Templo de Salomão. Nos rituais de 1928 lê-se que os templos maçônicos têm sua origem
no Tabernáculo hebreu. O Tabernáculo, ou Tenda, era o santuário móvel usado pelos
hebreus para os serviços religiosos durante a peregrinação após o êxodo do Egito e até a
chegada a Canaã.
Nos rituais originais franceses o templo dos graus simbólicos do REAA não é o de
Salomão. É a natureza, um templo que tem como cobertura o céu estrelado e simboliza
as 12 casas zodiacais através da corda de doze nós. A largura vai de Norte a Sul e a altura
até o céu. Para o escritor Marius Lepage a maçonaria francesa mostra-se com duas
correntes de influência: a operativa oriunda de forma genérica dos antigos construtores e
a especulativa idealizada pelos Hermetistas e filósofos Iluministas franceses. O conteúdo
hermético e metafísico inclui a corrente templária. As origens templárias ou herméticas
aparecem nos rituais dos Graus Superiores do Rito de Perfeição, que antecedeu o REAA,
a partir da segunda metade do século XVIII.
O templo desenhado nos rituais de 1928 das Grandes Lojas, reproduzido no início
deste ensaio, mostra uma arquitetura diferente como parte das novidades lançadas pelo
Supremo Conselho.
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Porta Espada e Porta Estandarte: são localizados lateralmente ao Venerável
Mestre. Não ficam na entrada do Oriente como atualmente nas Grandes Lojas.
Quadro da Loja: no centro do Ocidente no lugar que hoje é usado para situar o
Altar dos Juramentos.
Castiçais com velas: não estão apontados na planta baixa do templo os três castiçais
que complementam o Altar dos Juramentos na ornamentação atual.
O Supremo Conselho afirma que o ritual de 1928 está valendo e deve ser obedecido.
As Lojas das Grandes Lojas acatam essa planta baixa do templo? Onde estão as pedras
bruta e polida? Onde senta o Ex-Venerável mais recente? Onde está o Altar dos
Juramentos? As estátuas estão preservadas? A planta do templo não mostra colunas
zodiacais, mas elas estão presentes.
Para reflexão, lembrar o escritor irlandês Oscar Wilde quando disse: “A verdade
raramente é pura e nunca é simples.”
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CORDAS DE 81 E 12 NÓS
CORDA DE 81 NÓS
Embora não se tenha elementos definitivos para contrariar essa possível influência
do Grau 14 no número 81 de nós para a corda, pode-se questionar a interpretação usando
argumentos apoiados numa racionalidade viável. Qual a relação entre a corda com 81 nós
nas Lojas Simbólicas e o Mestre do Grau 14? Existe analogia entre o tema da reconstrução
do templo de Salomão do Grau 14 e o momento da caminhada do Aprendiz e do
Companheiro em seus Graus? Aprendiz e Companheiro ainda não implodiram
simbolicamente seu templo pessoal, o que se completa apenas no Grau de Mestre, para
iniciar a reconstrução. Será que os idealizadores da corda de 81 nós pensaram nisso
quando a colocaram no lugar da corda tradicional de 12 nós, fazendo desaparecer dos
templos um acessório adotado durante mais de cem anos antes?
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Uma outra questão empresta mais sombras à tentativa de vincular a origem da
corda de 81 nós ao Grau 14. Nos rituais de 01 de julho de 1898 do Supremo Conselho do
Brasil a idade de 81 anos não é do Mestre do Grau 14 e sim do Grau 26, o Escocês
Trinitário. No Cobridor dos 33 Graus do REAA do Supremo Conselho do Brasil a idade
do Mestre do Grau 14 é 49 anos. A modificação surgiu depois da ruptura entre o Supremo
Conselho e o
CORDA DE 12 NÓS
No século XVIII os Ritos do Sistema Escocês foram praticados por diversas Lojas
que se reuniam em ambientes ornamentados com arquitetura e simbolismo genéricos para
os diferentes rituais dos graus simbólicos. O interior do templo possuía objetos que
representavam alegorias da maçonaria simbólica, independente das peculiaridades
ritualísticas das várias Lojas que se reuniam no local.
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Outra publicação antiga, “Historia Pintoresca de la Franc-masonería y de las
Sociedades Secretas Antiguas y Modernas” de B. Clavel, também descreve o interior dos
templos em que se desenvolveram cerimônias dos Ritos do Sistema Escocês e os
endereços em Paris dessas Lojas. Um mesmo local, geralmente alugado, serviu para
várias Lojas. Os principais endereços: Grenelle – Saint Honoré, 48; Saint – Merry, 41;
praça do Palácio da Justiça, no Prado e rua da Douane, 16.
CADEIA DE UNIÃO
A corda de 12 nós que forma um friso nas paredes dos templos antigos da
maçonaria escocesa simboliza a Cadeia de União que une todos os maçons e foi inspirada
na corda mística “Dhyani-Paza”, o anel dos hindus que significa no bramanismo “não se
passa”. “Dhyani” é um palavra sânscrita que indica contemplação ou meditação e designa
a sétima das oito etapas da ioga. “Dan” + “Jnana” significa escola esotérica para reformar
a si mesmo através da meditação e do conhecimento, ou seja, um segundo nascimento
interior. “Paza” é o mesmo que laço.
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praticaram nos templos com a ornamentação aqui descrita os rituais de 1805 produzidos
pelo Grande Oriente para o mesmo Rito.
A pesquisa cuidadosa do emprego das cordas com nós pela maçonaria revela que a
confusão de diversos autores é enorme sobre origem e interpretação de cada uma delas,
gerando desinformação nos maçons.
Boucher afirma que “essa expressão parece imprópria”, mas não explica o porquê.
Na mesma obra reproduz artigo do livro “Le Symbolisme” de W. Nagrodski, intitulado
“o Instrumento Desconhecido”: “Os instrumentos usados pelo maçom simbólico
correspondem exatamente ao equipamento normal de um companheiro maçom operativo.
Eles usam os mesmos nomes e um operário qualquer reconhecê-los-ia facilmente nos
“tapetes” dos graus do Aprendiz e do Companheiro... Ele ficaria espantado só quando
constatasse que o cordel, instrumento absolutamente indispensável na profissão, recebeu
na maçonaria simbólica o nome de borda dentada com laços de amor que une todos os
maçons. Esse simbolismo muito tocante do cordel do maçom é forçado em razão do
diletantismo sentimental dos maçons aceitos.”
“Eles não sabiam que toda a construção deve ser “marcada” no terreno antes de ser
começada e que o cordel representa um grande papel nesta operação que, em si, contém
um simbolismo muito mais profundo que esse dos “laços do amor” que não rimam
tecnicamente com nada. A importância da marcação de um edifício torna-se
particularmente grande quando se trata de um templo e, já no Egito antigo, essa
operação era executada pelos “esticadores de cordel”, profissionais acompanhados de
ritos semelhantes ao lançamento de nossas pedras fundamentais.”
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egípcios serviam-se de uma corda com nós para traçar ângulos retos; da mesma forma,
os nós do cordel constituíam pontos de referência.”
A opinião de Boucher que dá o nome de borda dentada à corda de nós que rodeia o
quadro de Aprendiz, não se deve ao falseamento de sentido da corda dos painéis e menos
ainda provocada pelos primeiros maçons. Trata-se mesmo de confusão do autor em
repetição a outros e de pesquisa superficial. A borda dentada é uma moldura formada
por losangos, sem corda e, portanto, não tem os laços de amor. Apareceu com os painéis
desenhados por John Harris em 1823 para o ritual de emulação da maçonaria inglesa. A
corda com laços de amor está presente nos painéis da maçonaria francesa e germânica do
século 18 e foi inspirada na corda dos antigos construtores.
No livro “Morals and Dogmas”, Albert Pike diz que a borda dentada é um dos
ornamentos da Loja. Assim escreve Pike em sua obra: “As bordas do pavimento, se forem
losangos, serão, necessariamente endentadas ou denteadas, com dentes como uma serra
e, para completá-lo e acabá-lo, é preciso uma orla. Ele é completado por quadrados de
pedra como decoração nos cantos. Se esses e a borda têm algum significado simbólico é
fantasioso e arbitrário.”
Como se pode ver até aqui, para Boucher, a borda dentada é uma corda, para
Nagrodski, essa analogia é um simbolismo forçado e para Albert Pike, a borda dentada é
apenas um arremate do pavimento do templo e seu significado é fantasioso e
arbitrário. Nos rituais da maçonaria nos Estados Unidos, a borda em losangos lembra as
estrelas e planetas errantes que em seus complexos movimentos criam uma bela moldura
em torno do sol. No Brasil, a borda dentada saiu do piso, foi para próximo do teto e virou
corda de 81 nós.
A corda dos antigos construtores está descrita no livro “Os Segredos dos
Construtores” de Maurice Vieux. Diz o autor: “Decidida a construção de um grande
edifício e escolhido o local, havia que desenhar o que hoje se denomina um plano de
massa e que na Idade Média se realizava por meio de maquete. O mestre-de-obras reunia
os carpinteiros, mandava erguer o alojamento dos pedreiros e achava de seu dever
mostrar o traço aos companheiros que consistia de estabelecer a referência metrológica.
Essa base não poderia ser modificada no tempo e no caso de perda da régua do mestre-
de-obras, conhecida pelo nome de virga geométrica, fácil seria fazer nova régua de
idêntica precisão que se dividia em 24 polegadas duplas, ou seja, 4 pés. Depois da
execução da maquete com escala, o mestre-de-obras traçava no solo a linha mediana e
o eixo de transporte das pedras. Para esse trabalho e não dispondo de meios óticos, o
mestre-de-obras utilizava o processo egípcio da corda de 13 nós para formar o esquadro.
Esse método permitiu materializar o teorema de Pitágoras, construindo-se um esquadro
exato do tamanho desejado. O nó, marcando cada intervalo de uma forma particular, é
chamado lago do amor.”
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nós. Todas têm o mesmo significado. A corda dos painéis da maçonaria ganhou a
designação de laços de amor em substituição aos lagos do amor dos construtores.
Algumas considerações sobre esse texto de Leadbeater. A borla não pode ser
dentada porque se trata de um tufo de fios ou pelos do qual pendem franjas. A borla ser
confundida com borda parece ficção. A borda é uma moldura de quadro e, portanto, pode
ser dentada ou marchetada porque marchetaria é uma obra geralmente feita em material
duro que permita recortes e embutidos. Isso confirma que Leadbeater confunde a corda
com nós dos painéis franceses e alemães com a moldura dentada de losangos da tábua de
delinear do 1º grau da maçonaria inglesa, desenhada por J. Harris. La houppe dentelée é
um tufo de fios ou topete de cabelos, rendados. A seguir, alguns painéis em que a corda
de nós com laços de amor representa a corda de 13 nós dos antigos construtores.
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O primeiro, painel do grau Rosa-cruz e o segundo, painel de Aprendiz e Companheiro
do sistema escocês no século 18 com a corda de 7 nós.
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Na sequência, uma reprodução da tábua de delinear do primeiro grau do ritual de
emulação, desenhada por John Harris. No desenho nota-se a moldura retangular dentada
da qual pendem quatro borlas, uma em cada canto, como adornos da moldura. Não consta
nenhuma corda com nós representando laços de amor. Essa moldura também é
confundida por alguns autores com os cordões de viúvas, objetos relacionados ao luto e
usados no século 16 para cobrir o rosto.
O desenho do painel inglês foi inspirado nas bandeiras das antigas corporações de
ofícios. Essas corporações tinham cada uma a sua bandeira, em forma de grandes painéis
retangulares, que estavam sempre presentes nos atos públicos. As bandeiras das
corporações mais ricas eram suspensas por cordões que podiam ser de seda e ouro. Eram
ornamentadas por grandes borlas pendentes, do mesmo material ou de prata. Tinham ricos
bordados e preciosas tarjas ou círculos dentro dos quais estavam imagens dos santos que
em vida exerceram ofícios mecânicos. Nos painéis da maçonaria inglesa a moldura
também consiste de uma tarja de losangos dentro da qual está a escada de Jacó com as
imagens simbólicas das virtudes teologais, as colunas, a bíblia, a prancheta e alguns
instrumentos do ofício maçônico.
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Em síntese, a corda de sete nós, que também pode aparecer com três ou cinco, é a
representação da corda de 13 nós inventada pelos egípcios e usada pelos antigos
construtores antes de conhecerem recursos óticos de medição. Recorda o antigo meio de
referência metrológica. A corda de sete nós é um instrumento de trabalho como os demais
reproduzidos nos painéis das Lojas maçônicas. Não é ornamento como a corda de doze
nós fixada no friso das paredes dos templos. Os nós ganharam a denominação de laços de
amor em semelhança aos lagos do amor da corda dos construtores. E os painéis com a
corda de 7 nós adotados pela maçonaria representam a antiga maquete produzida pelo
mestre-de-obras no piso com o plano da obra. Assim fizeram as Lojas ao desenharem
inicialmente no piso, e depois em tapetes, os símbolos da reconstrução ética e moral do
maçom.
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DETALHES DOS RITUAIS DE 1804
Na França, o Grande Oriente tinha como rito oficial, o Rito Escocês dos Modernos, ou
Rito Francês, semelhante ao rito praticado pelas Lojas da Grande Loja de Londres de
1717, a primeira Grande Loja no mundo e denominada, pejorativamente, pelos seus
adversários, como sendo dos "modernos"( os que inventaram ritual novo ).
Quarenta dias depois, um acordo entre Grande Oriente e Supremo Conselho viabilizou a
prática do Rito Escocês Antigo e Aceito dentro do Grande Oriente de França.
O Grande Oriente fez misturas entre os dois ritos, em vários graus, principalmente porque
praticou o Rito Escocês Antigo e Aceito no seu templo adornado para o Rito Francês.
No ano seguinte, 1805, os maçons do Supremo Conselho afirmaram que o Grande Oriente
havia violado a combinação. Retiraram-se do Grande Oriente e passaram a trabalhar
sozinhos. Por carência de membros preparados adequadamente, o Supremo Conselho,
junto com a Grande Loja Geral Escocesa, ambos liderados pelo conde Alexandre de
Grasse-Tilly, convidaram Oficiais do Grande Oriente para dirigirem os Altos Graus.
Esses maçons oriundos do Rito Francês, não conheciam bem o Rito Escocês Antigo e
ainda, muitos, desdenharam o direito do Supremo Conselho comandar o Rito, na França.
Sob o abrigo do primeiro Grão-Mestre Adjunto, o Príncipe Cambaceres, que havia
aceitado ser Grão-Mestre de cada um dos sistemas escoceses, ou mesmo, a presidência
de honra, a Grande Loja Geral Escocesa e o Supremo Conselho se entregaram com
intensidade em toda a atividade que suas lideranças puderam realizar. No entanto, o
Grande Oriente manteve com vigor o funcionamento do Rito Moderno e, ao mesmo
tempo, lutou, ostensivamente, contra as tentativas das diversas autoridades do Supremo
Conselho e da Grande Loja, de fazerem firmar-se o Rito Escocês Antigo e Aceito, como
fora inicialmente organizado.
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ESFACELAMENTO DO SUPREMO CONSELHO E DO REAA NA FRANÇA
O período não estava favorável ao novo rito, surgindo como agravante às pretensões do
Supremo Conselho, a queda do governo francês, em 1814. Em 1804, quando o REAA
chegou à França, Napoleão Bonaparte fora coroado Imperador e teve promulgado o
código civil napoleônico. Em 1814, Napoleão foi derrotado pelos aliados formados por
Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia. Napoleão se exila em Elba. O Grande Oriente, pela
sua força política, não teve que cessar totalmente as atividades, mas o Supremo Conselho
e a Grande Loja Geral Escocesa sofreram com a resistência que enfrentavam do Grande
Oriente e pouco realizaram. O Rito Escocês Antigo e Aceito praticamente desapareceu
na França, nesse período. Outro fator que muito contribuiu para o enfraquecimento do
rito foram as divergências entre os próprios integrantes, divididos em Supremo Conselho
de França e Supremo Conselho de América. A história dessas divergências internas
mostra que não houve unidade no Supremo Conselho francês, além de mal estruturado,
para enfrentar a campanha do Grande Oriente. O resultado foi a decisão do Grande
Oriente, em 1814, declarando, unilateralmente, que, em virtude de diferentes acordos
datados de antes e depois da revolução francesa, ele retomava todos os direitos sobre os
ritos Moderno e Escocês Antigo e Aceito.
O TERMO SIMBOLISMO
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AS LOJAS CAPITULARES NO BRASIL
O Supremo Conselho fez tratado de condomínio com o Grande Oriente do Brasil nas
condições definidas na França: o GOB assumiu os graus 1 ao 18, constituindo as Lojas
Capitulares e o Supremo Conselho os graus 19 ao 33. Permaneceu essa estrutura até 1927,
quando o Supremo Conselho denunciou o tratado com o Grande Oriente do Brasil e
recuperou seu poder sobre o Rito, do grau 4º ao 33º, reencontrando-se com o que
acontecera em 1801, em Charleston, nos Estados Unidos. A tendência mundial entre os
Supremos Conselhos com reconhecimento mútuo, no início do século vinte, era de
padronizar a divisão: graus de Aprendiz, Companheiro e Mestre com jurisdição de
Grandes Lojas ou Grandes Orientes e os 30 graus superiores com jurisdição dos Supremos
Conselhos.
As modificações produzidas pelo Grande Oriente de França, em 1820, com o ritual que
criou as Lojas Capitulares, não foram desfeitas, sendo incorporadas aos graus simbólicos
do rito, definitivamente.
O piso do templo no ritual de 1804 é plano em toda a sua extensão. As colunas do norte
e do sul se estendem de oeste a leste. O Oriente é constituído pelo Venerável Mestre, que
fica no Trono num plano elevado. Não havia área demarcada do Oriente, como
conhecemos hoje. O fundo do Oriente era um semicírculo e todos os Irmãos presentes,
inclusive Oficiais, estavam incluídos em uma das colunas; norte ou sul. A exceção se
fazia quando da presença de autoridade maçônica, dos Altos Graus do Rito ou de outros
Ritos. Nessa ocasião, o Venerável Mestre mandava sentar próximo e abaixo do Trono,
acompanhando a curvatura da parede de fundo, de frente para o oeste. O tratamento era
pessoal, sendo concedida a palavra nominalmente, após a mesma circular nas colunas,
por iniciativa do Venerável Mestre, sem, contudo, anunciar a palavra no Oriente, como
presentemente.
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está a direção da Loja, representada pelo Sapientíssimo Príncipe Rosa-Cruz. Os Irmãos
iniciados no grau 18º e acima, sentam-se no Oriente durante o desenvolvimento dos
trabalhos da Loja.
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Não havendo Loja Capitular nas Grandes Lojas brasileiras, o Oriente, lugar antes
reservado para os iniciados nos Graus Capitulares, foi ocupado pelos Mestres Instalados.
Com seus segredos diferentes dos Mestres Maçons, os Mestres Instalados são
considerados Mestres Maçons diferenciados e a eles é designado o Oriente elevado,
região do Templo também diferenciada em comparação com o Ocidente. Dessa forma, os
Mestres Instalados lembram nos graus simbólicos, os Cavaleiros Rosa-Cruz da antiga
Loja Capitular.
As Lojas Simbólicas do REAA que presentemente trabalham em Templo que possui o
piso da parte oriental mais elevado, não estão contribuindo para mostrar como foram
concebidos os três primeiros graus do REAA na França, em 1804. Por outro lado, se essas
mesmas Lojas reservam o Oriente para a localização dos Mestres Maçons que têm a
dignidade de Mestre Instalado, estão, as Lojas, praticando uma irregularidade ritualística,
pois reconhecem uma categoria superior à de Mestre Maçom, mas que não é a do Mestre
Secreto. A superioridade hierárquica do Mestre Instalado sobre o Mestre Maçom está
caracterizada e confirmada na cerimônia de Instalação, no momento em que todos os
Mestres Maçons não Instalados são obrigados a cobrirem o Templo. Nessa condição,
estão também os Mestres Maçons do REAA que tenham sido iniciados no grau 4, 5, 6,
etc... que não tenham sido eleitos Venerável Mestre. São tratados como os do grau 3 e
não permanecem no Templo, no momento de Instalação do Mestre Maçom eleito para
dirigir a Loja.
O Ritual Emulação tem uma extensão do terceiro grau, que não é considerada
oficialmente um novo grau, chamado Santo Arco Real. Embora não seja admitido pela
Grande Loja Unida da Inglaterra como um grau superior, tem, porém, uma ritualística
própria, na qual, em dada passagem, o Mestre Maçom é retirado do Templo e só
permanecem os Past Masters. Não deve o Santo Arco Real inglês ser confundido com o
corpo de Graus Superiores do sistema americano, conhecido como Real Arco, que tem
vários graus.
A história de que o Santo Arco Real inglês não é um grau, não é assim entendida pela
maioria dos maçons ingleses. Essa arrumação foi imaginada para contentar correntes
antagônicas que se debatiam em defesa de suas idéias e crenças ritualísticas, durante as
reuniões de negociações que prepararam a união das duas Grandes Lojas inglesas rivais,
a dos "modernos" e a dos "antigos", na Grande Loja Unida da Inglaterra, em 1813. A
Grande Loja Unida, apesar de inflexível na observância dos critérios de reconhecimento
de outras Potências Maçônicas, não proíbe, não faz tratados com Obediências dos Altos
Graus, não interfere nos assuntos relativos a esses Graus Superiores. Simplesmente,
ignora-os.
Os praticantes do Santo Arco Real, surgido por volta de 1751, apregoavam serem
detentores dos segredos da palavra sagrada que foi perdida, segundo a lenda do terceiro
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grau. Isso, despertava grande curiosidade naquela época e muitos maçons desejavam ser
exaltados no Santo Arco Real. Para que o ato de união entre as Grandes Lojas inglesas
rivais se efetivasse, foi encontrada essa solução que a cultura inglesa demonstrou ter
assimilado bem; incluir o Santo Arco Real como um complemento do terceiro grau, mas
sem se constituir no quarto grau. O Santo Arco Real é fundamentado no relato bíblico
que descreve o retorno do povo judeu da Babilônia, em 538 a.C. e na antiga lenda surgida
durante a construção do quarto Templo, em torno de 400 D.C., que descreve a descoberta
de uma cripta, de um altar e da palavra sagrada.
Assim, a estrutura da Franco-maçonaria inglesa considerou, em dado momento da
história, 1813, que a Maçonaria Pura e Antiga consiste de apenas três graus, mas que se
inclui nesses o Santo Arco Real. É, verdadeiramente, coisa para inglês ver.
Para administrar o Santo Arco Real, os ingleses têm o Supremo Grande Capítulo que
concede "Brevê Constitutivo" para a fundação dos Capítulos do Arco Real que funcionam
anexo às Lojas Simbólicas inglesas. A dignidade de Past Master (Mestre Instalado)
adotada pelas Grandes Lojas brasileiras tem origem nessa maçaroca inglesa que manteve
os quatro graus do Santo Arco Real, todos sob a denominação de um desse graus, o de
Past Master, sem considerá-lo grau superior. O Rito Escocês Antigo e Aceito ganhou,
através das Grandes Lojas, uma hierarquia formal entre os graus 3 e 4, sem considerá-la
grau superior ao de Mestre. Foi a continuação da maçaroca.
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Lojas Capitulares3
As Lojas Capitulares foram frutos de uma anomalia acontecida por ocasião da fundação
do Segundo Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito em 1.802 na França (o
primeiro seria em 1.801 nos Estados Unidos da América do Norte).
A título de ilustração não seria demais lembrar que o Rito Escocês Antigo e Aceito não
possuía no início os graus simbólicos, já que nos Estados Unidos da América do Norte,
onde surgiu o Primeiro Supremo Conselho em 1.801 - não o Rito - dito “mãe do mundo”,
o simbolismo era praticado apenas nas Lojas Azuis do Craft norte-americano, por aqui
chulamente conhecido como Rito de York (o americano, não o inglês).
A França assim ficaria também conhecendo o sistema “antigo”, comum ao Craft norte-
americano, já que até então o mesmo era desconhecido da Maçonaria francesa que
adotava à época apenas o sistema “moderno”, baseado nos apelidados Modernos da
Primeira Grande Loja em Londres de 1.717.
Devido a esses importantes acontecimentos é que o Rito Escocês, embora sendo filho
espiritual da França (raízes históricas principalmente no século XVIII em França),
também teria a sua vertente anglo-saxônica haurida do Craft norte-americano oriundo dos
“antigos” de Dermott em 1.751 (Grande Loja dos Antigos inglesa – Athol Lodges).
Retomando a questão das Lojas Capitulares e o Grande Oriente da França, esse último,
mesmo sendo uma Potência Simbólica, por razões políticas e históricas que não cabem
aqui comentários, já aproximadamente no ano de 1.810 tomava sob sua tutela além dos
graus simbólicos do Rito Escocês, também os graus a partir do 4º até o 18º.
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Fonte: http://iblanchier3.blogspot.com.br/2014/12/lojas-capitulares.html
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oportunidade a característica de uma Obediência mista no que concerne a mistura do
simbolismo com os ditos altos graus.
Em resumo, as coisas voltariam aos seus devidos lugares. Assim, desde o aparecimento
das Lojas Capitulares, estas seriam amplamente difundidas no escocesismo alcançando
também a Maçonaria brasileira, fato que duraria até os meados do século XIX época em
que se extinguiria o sistema das Lojas Capitulares.
No Brasil prevaleceu por um bom tempo, além das próprias Lojas Capitulares, também
com a particularidade pela qual o Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo
e Aceito era também o Grão-Mestre Geral da Maçonaria brasileira.
O resquício daquela época ainda prevalece no título de “Soberano” dado para o atual
Grão-Mestre Geral do GOB (veja a obra A História do Grande Oriente do Brasil – José
Castellani).
É bem verdade que ainda existem Obediências no Brasil que, na contramão da história,
mantém equivocadamente para o Rito em questão aventais e templos azulados herdado
por influência do Craft americano (conhecido como Rito de York).
Ainda em relação à extinção das Lojas Capitulares, é que após estas, o Rito Escocês no
seu simbolismo faria retornar originalmente o Segundo Vigilante ao meridiano do Meio-
Dia (centro da Coluna do Sul) como já preconizava o primeiro ritual datado de 1.804 na
França. Esse Ritual, como já mencionado, é a espinha dorsal de alguns procedimentos
ritualísticos com forte influência anglo-saxônica no simbolismo do Rito que é de vertente
francesa e que permanece até os dias atuais. Exemplo: a dialética de abertura e
encerramento e o Segundo Vigilante ao Sul (Meio-Dia). Complementando o final da
vossa questão, nenhuma Obediência adota atualmente uma Loja Capitular no simbolismo
porque elas legalmente não existem mais.
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Uma Loja Capitular é parte integrante do Capítulo de um Supremo Conselho do REAA
que nada tem a ver com o simbolismo. Uma Obediência Simbólica e um Supremo
Conselho são corpos maçônicos distintos, não havendo entre eles qualquer ingerência de
um sobre o outro, salvo aquele que prevê a participação em um corpo filosófico apenas
daqueles que obrigatoriamente estejam regulares e ativos no Terceiro Grau do
simbolismo.
Assim o simbolismo (três graus universais) é dirigido apenas e tão somente pela
Obediência Simbólica, enquanto que graus acima do Francomaçônico básico (Aprendiz,
Companheiro e Mestre) são particularidades de alguns Ritos que possuem seus próprios
Corpos Filosóficos, ou Supremo Conselho como é o caso do Rito Escocês Antigo e
Aceito.
Elementos confiáveis para pesquisa autêntica sobre a origem das Lojas Capitulares serão
encontrados a partir do Grande Oriente da França desde na fundação do Segundo
Supremo Conselho em 1.802.
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