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Aula 00

1000 Questões de Direito Administrativo - Banca CESPE 2018


Professores: Erick Alves, Time Erick Alves

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Direito Administrativo CESPE (versão 2018)
Questões Comentadas
Autor: Prof. Erick Alves

Olá pessoal!
É com grande satisfação que lanço este curso de 1000 Questões
Comentadas de Direito Administrativo da banca CESPE.
Meu nome é Erick Alves. Atualmente, ocupo o cargo de Auditor
Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU),
aprovado em 6º lugar no concurso de 2007. Além disso, sou professor do
Estratégia Concursos nas disciplinas Direito Administrativo, Controle
Externo e Discursivas, sempre com ótima avaliação dos alunos.

Ressalto que este será um curso de questões comentadas.


Procurarei, sempre que possível, selecionar e comentar questões recentes.
Ato todo, teremos cerca de 1000 questões comentadas ao longo de
18 aulas.

As questões serão disponibilizadas de acordo com o seguinte


cronograma:

Aula 00 Questões comentadas CESPE


Disponível
(demonstrativa)

Aula 01 25/04/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 02 05/05/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 03 15/05/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 04 25/05/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 05 05/06/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 06 15/06/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 07 25/06/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 08 05/07/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 09 15/07/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 10 25/07/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 11 05/08/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 12 15/08/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 13 25/08/2018 Questões comentadas CESPE

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Aula 14 05/09/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 15 15/09/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 16 25/09/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 17 05/10/2018 Questões comentadas CESPE

Aula 18 15/10/2018 Questões comentadas CESPE

Nosso curso contará ainda com fórum de dúvidas. A possibilidade


de interação com o professor é um dos diferenciais dos cursos em PDF;
portanto, não deixe de utilizar essa importante ferramenta!
Ressalto que, no fórum de dúvidas, contarei com a ajuda de uma
equipe de especialistas na matéria.

Enfim, espero que você aproveite o curso!

Sem mais delongas...aos estudos!

(61) 98352 5872


Neste número, o Prof. Erick Alves e a
Prof. Érica Porfírio disponibilizam dicas, materiais e informações sobre
Direito Administrativo.
É um projeto GRATUITO e para TODOS! Não fique de fora!!
Basta adicionar nosso número no seu WhatsApp e nos mandar a mensagem
“Direito Administrativo”.

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Este curso é protegido por direitos autorais (copyright),


nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a
legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam
a lei e prejudicam os professores que elaboram os
cursos.
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AULA 00

Olá pessoal!

Na aula de hoje iremos comentar questões da prova do TCE-PB


2018.

Seguiremos o seguinte sumário:

SUMÁRIO

Lista de questões ............................................................................................................................................................. 5


Questões Comentadas................................................................................................................................................ 16
Controle da Administração Pública ......................................................................................................................... 16
Agentes Públicos ............................................................................................................................................................. 26
Licitações............................................................................................................................................................................ 32
Contratos ............................................................................................................................................................................ 35
Organização da Administração Pública ................................................................................................................. 36
Entidades Paraestatais ................................................................................................................................................. 39
Processo Administrativo.............................................................................................................................................. 40
Improbidade administrativa ...................................................................................................................................... 41
Sistemas administrativos ............................................................................................................................................ 43
Lei de Acesso à Informação ........................................................................................................................................ 44
Lei das Estatais ................................................................................................................................................................ 45
Serviços Públicos ............................................................................................................................................................ 46
Princípios da Administração Pública ...................................................................................................................... 47
Atos administrativos ..................................................................................................................................................... 48
Gabarito ............................................................................................................................................................................ 49

Vamos então?

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LISTA DE QUESTÕES

1. (Cespe – TCE/PB 2018) Compete aos tribunais de contas julgar as contas que
envolvam recursos financeiros públicos recebidos por
I - pessoa jurídica de direito público.
II - sociedade empresária não integrante da administração pública.
III - gestor público.
IV - pessoa física.
Assinale a opção correta.
a) Apenas os itens I e II estão certos.
b) Apenas os itens I e III estão certos.
c) Apenas os itens II e IV estão certos.
d) Apenas os itens III e IV estão certos.
e) Todos os itens estão certos.

2. (Cespe – TCE/PB 2018) No que tange à fiscalização contábil, financeira e


orçamentária, julgue os seguintes itens de acordo com a CF.
I - Na realização da atividade de controle externo do Poder Executivo, cabe ao TCU apreciar
as contas prestadas anualmente pelo presidente da República.
II - Cabe ao TCU apreciar concessões de aposentadorias, reformas e pensões, bem como
alterações e melhorias posteriores desses benefícios, havendo ou não alteração do
fundamento legal do ato concessório.
III - O cidadão não possui legitimidade para denunciar diretamente irregularidades ou
ilegalidades ao TCU, devendo, nesses casos, dirigir-se ao MP, que, conforme sua análise,
fará o devido encaminhamento da denúncia.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e)Todos os itens estão certos.

3. (Cespe – TCE/PB 2018) Em determinado estado da Federação, a assembleia


legislativa, por meio de decreto legislativo, sustou ato expedido pelo governo local, que
regulamentava lei estadual para autorizar o Poder Executivo a instituir tratamento
excepcional, mediante concessão de remissão e anistia, cumuladas ou não com
parcelamento, para a liquidação de créditos tributários referentes ao ICMS. A assembleia

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legislativa entendeu que o ato administrativo excedia o poder da administração pública de


regulamentar a lei estadual. Nessa situação hipotética, a assembleia legislativa exerceu
a) o poder de fiscalização, para derrogar o ato do Poder Executivo.
b) o poder convocatório, para revogar o ato do Poder Executivo.
c) o controle político, para paralisar o ato do Poder Executivo.
d) o controle financeiro, para anular o ato do Poder Executivo.
e) sua função legiferante, para substituir o ato do Poder Executivo.

4. (Cespe – TCE/PB 2018) O TCE/PB aplicou, ao prefeito de um município do estado,


multa em razão de ineficiências verificadas e não corrigidas durante o acompanhamento e
fiscalização de uma execução contratual, as quais geraram prejuízos ao ente municipal.
Nessa situação hipotética, a execução da multa competirá ao
a) Poder Legislativo municipal, mediante a instauração de processo cognitivo no TJ/PB.
b) TCE/PB, no âmbito do mesmo processo, em atenção ao denominado sincretismo
processual.
c) MP, no âmbito do próprio TCE/PB.
d) estado da Paraíba, observando-se as regras para a execução de títulos executivos
judiciais.
e) município em consideração, observando-se as regras para a execução de títulos
executivos extrajudiciais.

5. (Cespe – TCE/PB 2018) Servidores públicos de determinado estado da Federação


iniciaram movimento grevista, motivados pelo atraso no pagamento de seus vencimentos,
na tentativa de regularizar a situação salarial. Inconformado com a paralisação de atividades
que julgava essenciais, o gestor público expediu ato administrativo determinando o desconto
do salário dos servidores grevistas, bem como o processamento da devida anotação
funcional.
Nessa situação hipotética, o instrumento processual de controle judicial que o sindicato dos
servidores deverá invocar para suspender o ato administrativo de desconto e anotação dos
dias não trabalhados é o
a) mandado de injunção.
b) recurso ordinário.
c) habeas corpus.
d) habeas data.
e) mandado de segurança.

6. (Cespe – TCE/PB 2018) O TCU, quando busca promover o aperfeiçoamento da


gestão pública por meio do exame da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de

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organizações, programas e atividades governamentais, atua, quanto ao controle da


atividade financeira do Estado, na fiscalização
a) patrimonial.
b) orçamentária.
c) contábil.
d) financeira.
e) operacional.

7. (Cespe – TCE/PB 2018) Tendo em vista que a organização político-administrativa da


República brasileira compreende, de forma autônoma, a União, os estados, o DF e os
municípios, assinale a opção correta.
a) A fiscalização pelo sistema de controle interno do município será exercida pelo Poder
Legislativo municipal.
b) No tocante à autonomia, a legislação acerca de regras gerais de licitação é estabelecida
pelos estados-membros e deverá ser observada em processos de auditoria interna nos
órgãos municipais.
c) A auditoria de controle da câmara municipal, mediante controle externo, é exercida com o
auxílio dos TCs do estado ou do município.
d) A autonomia administrativa constitucionalmente estabelecida permite que os estados ou
os municípios criem órgãos de contas municipais.
e) O município deve prestar contas acerca da arrecadação dos tributos, exceto, em razão da
autonomia administrativa, no que se refere à aplicação de tais rendas nas questões de
interesse local.

8. (Cespe – TCE/PB 2018) Representantes do TCU, em auditoria de procedimento


licitatório promovido por uma autarquia federal, após constatarem a existência de
ilegalidades que atentavam contra a economicidade, conseguiram apontar os responsáveis
por dano ao erário, depois de esgotadas todas as fases instrutórias. Todo o procedimento
observou os princípios da ampla defesa e do contraditório. Nessa situação hipotética, o TCU
a) poderá aplicar apenas multa proporcional ao dano ao erário, visto que as demais
cominações e sanções previstas extrapolam a sua competência constitucional.
b) poderá apenas assinar prazo para que a autarquia adote, em relação aos responsáveis,
as providências necessárias para o ressarcimento ao erário e as demais punições cabíveis.
c) deverá comunicar o fato ao Congresso Nacional para que esse órgão, exercendo a sua
competência, suste a execução do processo licitatório.
d) está desobrigado de prestar informações ao Congresso Nacional acerca do resultado
apurado na fiscalização, em razão de sua competência funcional.
e) tem competência para aplicar aos responsáveis pelo dano ao erário as sanções previstas
em lei em razão das ilegalidades apuradas.

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9. (Cespe – TCE/PB 2018) De acordo com o regime constitucional brasileiro, as


denominadas funções de confiança devem ser exercidas
a) de forma exclusiva por servidor ocupante de cargo efetivo, e destinam-se apenas às
atribuições de direção, chefia e assessoramento.
b) por servidor aposentado que retorne ao serviço público para exercer qualquer atividade
diversa daquela em que tenha se dado a aposentadoria.
c) somente por quem não possua cargo efetivo, nos limites fixados na legislação, e se
destinam apenas à atividade meio.
d) por qualquer cidadão, salvo se forem destinadas a atividades de direção ou
assessoramento jurídico.
e) por pessoa natural, com ou sem vínculo com o poder público, e destinam-se a qualquer
atividade — meio ou fim — realizada na administração pública.

10. (Cespe – TCE/PB 2018) A respeito da remuneração dos servidores, assinale a opção
correta:

a) O servidor público tem direito ao recebimento de remuneração pelo trabalho noturno em


valor superior ao do diurno.
b) Em razão do princípio da isonomia, é incabível, no serviço público, a aplicação de
incentivos específicos para a proteção do mercado de trabalho da mulher.
c) O servidor público tem direito ao recebimento do décimo terceiro salário com o acréscimo
de um terço à remuneração normal.
d) Os secretários estaduais e municipais são remunerados por subsídios acrescidos de
gratificação pessoal.
e) Durante todo o tempo em que durar o trabalho no serviço público, o órgão responsável
pelos pagamentos deverá efetuar o recolhimento de FGTS do servidor.

11. (Cespe – TCE/PB 2018) À luz da legislação específica pertinente aos RPPSs, julgue
os itens a seguir.
I - A Emenda Constitucional n.º 41/2003 prevê a possibilidade de aposentadoria do servidor
aos cinquenta e três anos de idade sem prejuízo do valor dos proventos.
II - É vedada, sem ressalva, a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadorias.
III - É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria por RPPS, ressalvadas as
aposentadorias oriundas de cargos acumuláveis.
IV - É imprescindível o exercício de vinte e cinco anos de serviço público para aposentadoria
com fundamento na Emenda Constitucional n.º 47/2005. Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.

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c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV

12. (Cespe – TCE/PB 2018) No cálculo dos proventos de aposentadoria dos servidores
que tenham ingressado no serviço público a partir da data de promulgação da Emenda
Constitucional n.º 41/2003, terá de ser observada a
a) limitação mínima do salário de contribuição no mesmo valor fixado para o RGPS.
b) atualização dos proventos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se
modificar a remuneração dos servidores em atividade.
c) totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a aposentadoria.
d) média aritmética simples das maiores contribuições, correspondentes a todo o período
contributivo.
e) atualização das remunerações consideradas no cálculo inicial dos proventos, mês a mês,
no mesmo índice fixado para o RGPS.

13. (Cespe – TCE/PB 2018) Se um órgão da administração pública tiver de adquirir


determinado item de material de consumo e pretender fazê-lo mediante licitação pelo SRP,
a vigência máxima da ata de registro de preços a ser assinada com o licitante vencedor será
de
a) um ano.
b) dois anos.
c) três anos.
d) quatro anos.
e) cinco anos.

14. (Cespe – TCE/PB 2018) Nas licitações públicas, de acordo com o princípio do
julgamento objetivo,
a) comprovado o melhor interesse da administração, os critérios de julgamento poderão
incluir fatores subjetivos.
b) concluído o procedimento, a administração estará impedida de atribuir o objeto da
licitação a outrem que não o licitante vencedor.
c) o julgamento do certame deve nortear-se pelo critério previamente fixado no instrumento
convocatório, observadas todas as normas a seu respeito.
d) a administração poderá cobrar do licitante qualquer qualificação, ainda que não inserida
no edital, desde que a exigência tenha nexo relacional com o objeto da contratação.
e) o julgamento do certame deve realizar-se segundo razões de conveniência e
oportunidade do gestor.

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15. (Cespe – TCE/PB 2018) Se a administração pública de um estado da Federação tiver


de contratar um grupo de dança consagrado pela mídia local para festividades do
aniversário da capital desse estado, a contratação, nesse caso, deverá ocorrer mediante
a) dispensa de licitação em razão da escolha do executante.
b) inexigibilidade de licitação por previsão legal.
c) concurso.
d) licitação na modalidade convite.
e) licitação na modalidade tomada de preços

16. (Cespe – TCE/PB 2018) Se um órgão da administração pública desejar adquirir


trabalho científico com oferta de prêmio aos vencedores, a modalidade de licitação a ser
adotada e a quantidade mínima de dias de antecedência em relação ao evento para
publicação do edital devem ser, respectivamente,
a) convite; trinta dias.
b) pregão; quinze dias.
c) concurso; quarenta e cinco dias.
d) leilão; quarenta e cinco dias.
e) concorrência; trinta dias.

17. (Cespe – TCE/PB 2018) No âmbito da contratação pública por meio do SRP, de
acordo com o disposto no Decreto n.º 7.892/2013, a licitação para registro de preços pode
ser feita nas modalidades
a) leilão ou convite.
b) concorrência ou pregão.
c) leilão, concurso ou tomada de preços.
d) concorrência, tomada de preços ou convite.
e) tomada de preços ou pregão.

18. (Cespe – TCE/PB 2018) Assinale a opção correta com relação às cláusulas dos
contratos administrativos tomados em seu sentido próprio e restrito.
a) A administração pública poderá rescindir o contrato unilateralmente nos casos de
inadimplemento por culpa, insolvência e interesse público, mas não o poderá fazer quando o
inadimplemento se dever a caso fortuito ou de força maior.
b) Não cabe ao Estado fazer a retomada do objeto nos casos de rescisão unilateral.
c) As cláusulas contratuais são fixadas previamente, de forma unilateral, pela administração,
cabendo ao particular a elas aderir.

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d) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos poderão


ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
e) É vedado ao Estado exigir garantia em contratos de obra, serviços e compras

19. (Cespe – TCE/PB 2018) Serviço autônomo com personalidade jurídica de direito
público, patrimônio e receita próprios, criado por lei para executar atividades típicas da
administração pública que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa
e financeira descentralizada é o conceito de
a) consórcio público.
b) autarquia.
c) empresa pública.
d) fundação pública.
e) sociedade de economia mista.

20. (Cespe – TCE/PB 2018) No processo de descentralização por serviço, em que o


órgão passa a deter a titularidade e a execução do serviço, ocorre
a) o exercício da capacidade administrativa do órgão descentralizado mediante dependência
financeira em relação ao poder central.
b) a sujeição do órgão descentralizado a controle — ou tutela —, exercido pelo poder central
nos limites da lei para assegurar certa independência ao órgão descentralizado.
c) o uso de patrimônio próprio pelo órgão descentralizado, bem como a sua não sujeição ao
princípio da especialização.
d) a sujeição do órgão descentralizado ao princípio da especialização, bem como a sua
dependência financeira em relação ao poder central.
e) a distribuição interna de competências no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.

21. (Cespe – TCE/PB 2018) As entidades que integram a administração pública indireta
incluem as
a) autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
b) secretarias estaduais, as autarquias e as fundações privadas.
c) autarquias, as fundações e as organizações sociais.
d) organizações sociais, os serviços sociais autônomos e as entidades paraestatais.
e) empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos.

22. (Cespe – TCE/PB 2018) As organizações sem fins lucrativos que são voltadas à
resolução de problemas coletivos de interesse social e podem prestar serviços públicos são
a) as sociedades de economia mista.
b) os consórcios públicos.

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c) os convênios públicos.
d) as fundações.
e) as organizações da sociedade civil de interesse público.

23. (Cespe – TCE/PB 2018) Um servidor público do estado da Paraíba interpôs recurso
administrativo contra a pontuação que lhe foi atribuída em concurso de remoção interna da
instituição pública na qual ele é lotado. Acerca dessa situação hipotética e de aspectos
gerais relacionados à interposição de recurso administrativo por servidor da administração
pública, julgue os itens a seguir.
I - Na hipótese considerada, será vedado à administração, pelo princípio da non reformatio
in pejus, rever a pontuação do candidato para piorá-la, mesmo que tal alteração observe
estritamente as regras do concurso.
II - Pela presunção de legitimidade dos atos administrativos, o recurso administrativo, como
regra, tem efeito apenas devolutivo, ainda que possa o administrador, mesmo de ofício,
conceder efeito suspensivo ao ato.
III - O informalismo do processo administrativo permite que o recurso seja interposto de
forma diversa da petição escrita, desde que ele seja devidamente protocolado na repartição
administrativa competente.
IV - Na situação considerada, mesmo que o edital do concurso não o previsse
expressamente, o servidor teria o direito de protocolar o recurso em razão do direito
constitucional de petição. Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

24. (Cespe – TCE/PB 2018) Uma empresa que presta serviços de vigilância e limpeza
para órgão da administração pública, diante de dificuldades financeiras decorrentes do
atraso dos pagamentos que lhe são devidos pelos serviços adequadamente prestados, deu
vantagem pecuniária aos servidores responsáveis pela liquidação e pagamento da despesa
orçamentária empenhada, com o objetivo de acelerar os trâmites administrativos
necessários ao efetivo pagamento. Nessa situação hipotética, os servidores responderão
por ato de improbidade administrativa por terem
a) concedido indevidamente benefício financeiro, sujeitando-se, entre outras cominações, ao
ressarcimento integral do dano causado à administração pública.
b) atentado contra os princípios da administração pública, sujeitando-se, entre outras
cominações, à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.

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c) aplicado indevidamente benefício tributário, sujeitando-se, entre outras cominações, à


proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
d) causado prejuízo ao erário, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda de bens e
valores, inclusive aqueles obtidos licitamente.
e) enriquecido ilicitamente, sujeitando-se, entre outras cominações, ao pagamento de multa
civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.

25. (Cespe – TCE/PB 2018) Por ter permitido a alienação de um imóvel integrante do
patrimônio de uma autarquia pública estadual por preço inferior ao de mercado, determinado
agente público causou lesão ao erário.
Durante o processo, provou-se que o agente agiu de forma imprudente, bem como
constatou-se o nexo causal entre a conduta e o dano. Porém, não houve comprovação de
enriquecimento pessoal do agente, nem indício de má-fé.
Nessa situação hipotética, segundo a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade
Administrativa —, o ressarcimento do dano
a) só seria devido se a conduta tivesse sido omissiva, caso em que teria de ser comprovado
o dolo ou a culpa do agente público.
b) será devido tão só em razão de a conduta ter sido comissiva, pouco importando, nesse
caso, a comprovação de ter havido dolo ou culpa.
c) só seria exigível caso a conduta em questão se tivesse dado de forma omissiva, já que
não houve dolo.
d) não poderá ser cobrado do agente público, independentemente de a conduta ser
omissiva ou comissiva, uma vez que não houve a comprovação de dolo.
e) será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva, sendo suficiente
para tal a comprovação da culpa do agente público.

26. (Cespe – TCE/PB 2018) Os sistemas de controle são o conjunto de instrumentos


contemplados no ordenamento jurídico que têm por objetivo a fiscalização da legalidade dos
atos da administração pública. No Brasil, a CF consagra o sistema de controle
a) contencioso-administrativo, em vista da previsão expressa das competências dos TCs.
b) uno de jurisdição, haja vista que a lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário
lesão ou ameaça a direito.
c) inglês, tendo em vista a possibilidade de exercício de função jurisdicional pela
administração pública somente em determinadas matérias.
d) dual de jurisdição, tendo em vista que o Poder Legislativo exerce competência
jurisdicional e profere decisões com caráter terminativo sobre algumas matérias.
e) francês, diante da possibilidade de revisão de qualquer ato da administração pelo Poder
Judiciário.

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27. (Cespe – TCE/PB 2018) No que se refere ao acesso a informações, assinale a opção
correta conforme a Lei n.º 12.527/2011.
a) É vedada a exigência ao cidadão de explicitação de motivos para solicitar acesso a dados
públicos.
b) O órgão deve conceder acesso à informação disponível em até quinze dias.
c) Caso o órgão se negue a conceder acesso a uma informação solicitada, o interessado
estará impedido de interpor recurso.
d) Em caso de uma informação parcialmente sigilosa, será vedado ao interessado o acesso
à parte não sigilosa da informação.
e) É facultado ao órgão fornecer ao requerente o inteiro teor de decisão negativa de acesso.

28. (Cespe – TCE/PB 2018) Na contratação de obras e serviços por empresas públicas e
sociedades de economia mista, segundo a Lei n.º 13.303/2016, entende-se como
empreitada por
a) preço global aquela que envolve o desenvolvimento do projeto executivo para a entrega
final do objeto, sem prévia estipulação do preço total.
b) preço global aquela que envolve empreendimento em sua integralidade, por preço certo
de unidades determinadas, com todas as etapas de obras sob inteira responsabilidade da
contratada.
c) preço global aquela que envolve todos os elementos de contornos necessários e
fundamentais à elaboração do projeto básico, na qual o preço é incerto.
d) preço unitário aquela destinada a pequenos trabalhos por preço certo e global, com
fornecimento de material.
e) preço unitário aquela contratação por preço certo de unidades determinadas.

29. (Cespe – TCE/PB 2018) Acerca da delegação de serviços públicos, prevista na Lei n.º
8.987/1995, julgue os itens que se seguem.
I - A interrupção do serviço público não se caracterizará como descontinuidade quando
ocorrer por motivos de ordem técnica, desde que ocorra após prévio aviso.
II - Na concessão, o julgamento da licitação pode ser feito com base na melhor proposta
técnica, a partir de um preço fixado pelo edital.
III - O contrato de concessão não pode ser rescindido por iniciativa da concessionária.
Assinale a opção correta.
a) Nenhum item está certo.
b) Apenas os itens I e II estão certos.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.

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e) Todos os itens estão certos.

30. (Cespe – TCE/PB 2018) A administração pública pode anular e revogar os seus atos,
independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever está consagrado
na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública pode declarar a nulidade
dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que afirma que a administração pode
anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los,
por motivo de conveniência e oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente
corresponde ao princípio da
a) moralidade administrativa.
b) supremacia do interesse público.
c) autotutela.
d) especialidade.
e) legalidade.

31. (Cespe – TCE/PB 2018) Em geral, os atos administrativos são dotados, entre outros,
dos atributos de
a) disponibilidade, presunção de legitimidade e imperatividade.
b) consensualidade, autoexecutoriedade e a presunção de legitimidade.
c) consensualidade, discricionariedade e disponibilidade.
d) discricionariedade, imperatividade e autoexecutoriedade.
e) presunção de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade.

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QUESTÕES COMENTADAS

CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. (Cespe – TCE/PB 2018) Compete aos tribunais de contas julgar as contas que
envolvam recursos financeiros públicos recebidos por
I - pessoa jurídica de direito público.
II - sociedade empresária não integrante da administração pública.
III - gestor público.
IV - pessoa física.
Assinale a opção correta.
a) Apenas os itens I e II estão certos.
b) Apenas os itens I e III estão certos.
c) Apenas os itens II e IV estão certos.
d) Apenas os itens III e IV estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Comentário: Os tribunais de contas são responsáveis por julgar as contas
dos administradores e demais responsáveis por recursos financeiros públicos,
a teor do art. 71, II, da CRFB/88. Nesse contexto, o dever de prestar contas
abrange todos aqueles que arrecadem, guardem, gerenciem ou administrem
dinheiros, bens e valores públicos.
É o que dispõe o art. 70, parágrafo único, da CRFB/88:
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e
valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma
obrigações de natureza pecuniária.

Desse modo, o tribunal de contas deve julgar as contas de todas as


pessoas listadas nos itens “I” a “IV”, uma vez que essas pessoas receberam
recursos financeiros públicos, conforme consta do enunciado da questão.
Assim, o gabarito é a alternativa “e”.
Gabarito: alternativa “e”

2. (Cespe – TCE/PB 2018) No que tange à fiscalização contábil, financeira e


orçamentária, julgue os seguintes itens de acordo com a CF.

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I - Na realização da atividade de controle externo do Poder Executivo, cabe ao TCU


apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República.
II - Cabe ao TCU apreciar concessões de aposentadorias, reformas e pensões, bem
como alterações e melhorias posteriores desses benefícios, havendo ou não
alteração do fundamento legal do ato concessório.
III - O cidadão não possui legitimidade para denunciar diretamente irregularidades
ou ilegalidades ao TCU, devendo, nesses casos, dirigir-se ao MP, que, conforme sua
análise, fará o devido encaminhamento da denúncia.
Assinale a opção correta.
a) Apenas o item I está certo.
b) Apenas o item II está certo.
c) Apenas os itens I e III estão certos.
d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Comentário:
I – CERTA. O Tribunal de Contas da União é responsável por julgar as
contas dos administradores e demais responsáveis por recursos públicos (art.
71, II, CRFB/88). De outro lado, especificamente quanto às contas prestadas
pelo Presidente da República, o Tribunal de Contas da União apenas as
aprecia, emitindo parecer prévio a ser elaborado em sessenta dias.
Isso está previsto no art. 71, I, da CRFB/88.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República,
mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de
seu recebimento;
As contas prestadas pelo Presidente da República são efetivamente
julgadas pelo Congresso Nacional (art. 49, IX, CRFB/88).
II – ERRADA. Cabe ao Tribunal de Contas da União apreciar, para fins de
registro, a legalidade das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do
ato concessório (art. 71, III, CRFB/88).
III – ERRADA. Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato
é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades
perante o Tribunal de Contas da União (art. 74, 2º, CRFB/88).
Gabarito: alternativa “a”

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3. (Cespe – TCE/PB 2018) Em determinado estado da Federação, a assembleia


legislativa, por meio de decreto legislativo, sustou ato expedido pelo governo local,
que regulamentava lei estadual para autorizar o Poder Executivo a instituir
tratamento excepcional, mediante concessão de remissão e anistia, cumuladas ou
não com parcelamento, para a liquidação de créditos tributários referentes ao ICMS.
A assembleia legislativa entendeu que o ato administrativo excedia o poder da
administração pública de regulamentar a lei estadual. Nessa situação hipotética, a
assembleia legislativa exerceu
a) o poder de fiscalização, para derrogar o ato do Poder Executivo.
b) o poder convocatório, para revogar o ato do Poder Executivo.
c) o controle político, para paralisar o ato do Poder Executivo.
d) o controle financeiro, para anular o ato do Poder Executivo.
e) sua função legiferante, para substituir o ato do Poder Executivo.
Comentário: O controle parlamentar direto ou controle político é exercido
diretamente pelo Poder Legislativo e decorre da estrutura de divisão de
poderes ou sistema de freios e contrapesos. Nesse sentido, o controle político
somente pode ocorrer nas situações previstas na Constituição Federal. Uma
das atribuições do Congresso Nacional decorrentes do controle político é a
possibilidade de sustar atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar (art. 49, V, CRFB/88).
Os decretos e regulamentos devem ser editados pelo chefe do Poder
Executivo para fiel execução das leis (art. 84, IV, CRFB/88). Caso o ato
normativo ultrapasse o conteúdo da lei, inovando no ordenamento jurídico, o
Congresso Nacional é competente para sustar o referido ato. A sustação
equivale à “paralisação” do ato do Poder Executivo, não havendo que se falar
em anulação, que somente poderia ser feita pela própria Administração ou por
controle judicial.
Essa prerrogativa se estende aos Estados em decorrência do princípio da
simetria.
Dito isso, vamos analisar cada uma das alternativas.
a) ERRADA. O controle político decorre da função fiscalizatória do Poder
legislativo. Contudo, não há derrogação do ato normativo (e sim sustação). A
derrogação consiste na revogação parcial de uma lei, de modo que algumas
normas da lei são revogadas mas outras permanecem em vigor.
b) ERRADA. O enunciado não faz referência ao exercício da prerrogativa
do Poder Legislativo de convocar autoridades para prestar informações sobre

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assunto previamente determinado (art. 50, CRFB/88). Ademais, não há que se


falar em revogação do ato normativo (e sim em sustação).
c) CERTA. A prerrogativa exercida pela Assembleia Legislativa se deu em
decorrência do controle político, pela sustação (ou seja, paralisação) do ato do
Poder Executivo que excedeu dos limites do poder regulamentar.
d) ERRADA. O enunciado não faz referência ao controle técnico, de
caráter contábil-financeiro, exercido pelos tribunais de contas (art. 71, caput,
da CRFB/88) e sim ao controle político. Ademais, o controle político enseja a
sustação, e não a anulação do ato normativo.
e) ERRADA. No caso, a Assembleia Legislativa não agiu no exercício da
0
função legiferante e sim da função fiscalizatória do Poder Legislativo. Além
disso, não há substituição, e sim sustação do ato normativo que exorbita o
poder regulamentar.
Gabarito: alternativa “c”

4. (Cespe – TCE/PB 2018) O TCE/PB aplicou, ao prefeito de um município do


estado, multa em razão de ineficiências verificadas e não corrigidas durante o
acompanhamento e fiscalização de uma execução contratual, as quais geraram
prejuízos ao ente municipal. Nessa situação hipotética, a execução da multa
competirá ao
a) Poder Legislativo municipal, mediante a instauração de processo cognitivo no
TJ/PB.
b) TCE/PB, no âmbito do mesmo processo, em atenção ao denominado sincretismo
processual.
c) MP, no âmbito do próprio TCE/PB.
d) estado da Paraíba, observando-se as regras para a execução de títulos
executivos judiciais.
e) município em consideração, observando-se as regras para a execução de títulos
executivos extrajudiciais.
Comentário: A Constituição Federal prevê que as decisões do Tribunal de
Contas de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título
executivo (art. 71, §3º, CRFB/88). Isso também está previsto na Constituição
Estadual do Estado da Paraíba (art. 71, §3, CEPB/89).
O Supremo Tribunal Federal decidiu, em recurso com repercussão geral,
que a legitimidade para propositura de ação executiva amparada em decisão
de condenação em dinheiro pelos Tribunais de Contas pertence ao ente
público beneficiário, titular do direito de crédito cobrado (ARE 823347/RG).

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Nesse sentido, vamos analisar as alternativas.


a) ERRADA. A legitimidade não pertence ao Poder Legislativo municipal,
e sim ao ente federado, ou seja, ao município. Ademais, a decisão tem eficácia
de título executivo, dispensando a propositura de prévio processo cognitivo.
b) ERRADA. O Tribunal de Contas não possui legitimidade para executar
os débitos e multas oriundos de condenações no âmbito do próprio tribunal.
Além disso, a execução de título extrajudicial é feita perante o Poder
Judiciário, em ação executiva.
c) ERRADA. O Ministério Público, atuante ou não perante as cortes de
contas, não pode ajuizar ação executiva das decisões de imputação de débito
ou multa proferidas pelos Tribunais de Contas. Ainda, a execução de título
extrajudicial é feita perante o Poder Judiciário, em ação executiva.
d) ERRADA. A legitimidade para execução da multa não pertence ao
estado da Paraíba, e sim ao município beneficiário da condenação. Ademais,
devem ser observadas as regras para execução de títulos extrajudiciais (e não
as regras dos títulos executivos judiciais).
e) CERTA. Como visto, o município é o ente público beneficiário da multa
a ser executada. Por fim, a cobrança da multa em juízo deve seguir o rito das
ações de execução de título extrajudicial.
Gabarito: alternativa “e”

5. (Cespe – TCE/PB 2018) Servidores públicos de determinado estado da


Federação iniciaram movimento grevista, motivados pelo atraso no pagamento de
seus vencimentos, na tentativa de regularizar a situação salarial. Inconformado com
a paralisação de atividades que julgava essenciais, o gestor público expediu ato
administrativo determinando o desconto do salário dos servidores grevistas, bem
como o processamento da devida anotação funcional.
Nessa situação hipotética, o instrumento processual de controle judicial que o
sindicato dos servidores deverá invocar para suspender o ato administrativo de
desconto e anotação dos dias não trabalhados é o
a) mandado de injunção.
b) recurso ordinário.
c) habeas corpus.
d) habeas data.
e) mandado de segurança.

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Comentário: O Supremo Tribunal Federal decidiu que o Poder Público


deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício
do direito de greve pelos servidores públicos. O desconto, contudo, será
incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do
Poder Público (RE 693456/RJ, julgado em 27/10/2016, Info 845).
No caso narrado no enunciado, percebe-se que o movimento grevista foi
motivado por ato ilícito do Poder Público, consistente no atraso do pagamento
dos vencimentos. Assim, o desconto na remuneração dos servidores públicos
consistiu em um ato administrativo ilegal, passível, portanto, de controle na via
judicial.
==0==

Dito isso, vamos analisar cada alternativa.


a) ERRADA. O mandado de injunção deve ser concedido sempre que a
falta de norma regulamentadora tornar inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania (art. 5º, LXXI, CRFB/88). Com efeito, o direito de greve
dos servidores deveria ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei
específica (art. 37, VII, CRFB/88). A ausência dessa norma regulamentadora
levou o Supremo Tribunal Federal, em 2007, a declarar a omissão legislativa e
determinar a aplicação da legislação de greve do setor privado ao serviço
público, no que couber (MI 670, 708 e 712). Nesse contexto, a ilegalidade não
ocorreu exatamente pela ausência de norma regulamentadora e sim pela
violação de um direito líquido e certo dos servidores públicos.
b) ERRADA. O recurso ordinário, em breve síntese, é o meio processual
cabível contra decisões denegatórias de mandado de segurança que sejam de
competência originária de tribunais. Nesse contexto, esse instrumento não é a
resposta adequada ao enunciado, uma vez que deve ser interposto no curso
do processo, nos autos de um mandado de segurança impetrado perante um
determinado tribunal.
c) ERRADA. O habeas corpus é cabível quando alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder. Não há que se falar em habeas corpus, no caso,
porque não está em jogo o direito de ir e vir dos servidores públicos.
d) ERRADA. O habeas data assegura o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou banco de dados
de entidades governamentais ou de caráter público, além de outras hipóteses
(art. 5º, LXXII, CRFB/88). Este não é o instrumento cabível porque o enunciado
não faz referência ao direito de informação.

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e) CERTA. O mandado de segurança protege direito líquido e certo, não


amparado por habeas corpus ou habeas data, em razão de ilegalidade ou
abuso de poder cometido por autoridade pública ou agente no exercício de
atribuições do Poder Público (art. 5º, LXIX, CRFB/88). Esta é a medida cabível
no caso concreto, diante do desconto indevido dos dias de paralisação, já que
movimento grevista foi motivado por ato ilegal do Poder Público.
Gabarito: alternativa “e”

6. (Cespe – TCE/PB 2018) O TCU, quando busca promover o aperfeiçoamento


da gestão pública por meio do exame da economicidade, eficiência, eficácia e
efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, atua, quanto
ao controle da atividade financeira do Estado, na fiscalização
a) patrimonial.
b) orçamentária.
c) contábil.
d) financeira.
e) operacional.
Comentário: O art. 70 da CRFB/88 elenca as seguintes modalidades de
fiscalização: contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial.
Podemos sistematiza-las da seguinte maneira:

Natureza da O que será fiscalizado Exemplo


fiscalização

Lançamentos e Auditoria para verificar se os eventos contábeis


Contábil escrituração contábil relacionados à aquisição dos livros foram
corretamente registrados no SIAFI.

Arrecadação de Acompanhamento para verificar se os


Financeira receitas e execução de pagamentos efetuados ao fornecedor dos
despesas livros estão de acordo com o contrato.

Elaboração e execução Inspeção para verificar a existência de previsão


Orçamentária
dos orçamentos orçamentária para a aquisição.

Processos A P L T
administrativos e fim de verificar se a distribuição dos livros está
Operacional
programas de governo beneficiando os destinatários da forma e na
medida desejada pelo Programa.

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Guarda e administração Auditoria para verificar se os livros adquiridos


de bens móveis e foram realmente entregues pelo fornecedor e
Patrimonial
imóveis se foram corretamente distribuídos para as
escolas cadastradas no Programa.

Nesse sentido, o aperfeiçoamento da gestão pública através do exame da


eficiência de organizações, programas e atividades governamentais se traduz
em uma atuação fiscalizatória de natureza operacional, por ter como objeto os
processos administrativos e programas de governo.
O gabarito, portanto, é a alternativa “e”.
Gabarito: alternativa “e”

7. (Cespe – TCE/PB 2018) Tendo em vista que a organização político-


administrativa da República brasileira compreende, de forma autônoma, a União, os
estados, o DF e os municípios, assinale a opção correta.
a) A fiscalização pelo sistema de controle interno do município será exercida pelo
Poder Legislativo municipal.
b) No tocante à autonomia, a legislação acerca de regras gerais de licitação é
estabelecida pelos estados-membros e deverá ser observada em processos de
auditoria interna nos órgãos municipais.
c) A auditoria de controle da câmara municipal, mediante controle externo, é
exercida com o auxílio dos TCs do estado ou do município.
d) A autonomia administrativa constitucionalmente estabelecida permite que os
estados ou os municípios criem órgãos de contas municipais.
e) O município deve prestar contas acerca da arrecadação dos tributos, exceto, em
razão da autonomia administrativa, no que se refere à aplicação de tais rendas nas
questões de interesse local.
Comentário: a questão exige conhecimento das normas constitucionais
referentes ao controle da Administração Pública.
a) ERRADA. O controle interno é aquele exercido por órgão pertencente à
mesma estrutura organizacional da unidade controlada. Para os municípios, a
Constituição prevê expressamente o seguinte (art. 31, caput, CRFB/88):
Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal,
mediante controle externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder
Executivo Municipal, na forma da lei.

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§ 1º O controle externo da Câmara Municipal será exercido com o auxílio dos


Tribunais de Contas dos Estados ou do Município ou dos Conselhos ou Tribunais de
Contas dos Municípios, onde houver.
§ 2º O parecer prévio, emitido pelo órgão competente sobre as contas que o Prefeito
deve anualmente prestar, só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos
membros da Câmara Municipal.
§ 3º As contas dos Municípios ficarão, durante sessenta dias, anualmente, à
disposição de qualquer contribuinte, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade, nos termos da lei.
§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.
Desse modo, a alternativa se equivoca ao dizer que a fiscalização pelos
sistemas de controle interno ocorrerá pelo Poder Legislativo Municipal, uma
vez que a Constituição atribui essa fiscalização ao Poder Executivo Municipal.
b) ERRADA. A competência para legislar sobre normas gerais de licitação
e contratação é privativa da União (art. 22, XXVII, CRFB/88).
c) CERTA. O controle externo da Câmara Municipal é exercido com auxílio
dos Tribunais de Contas dos Estados ou do Município (art. 31, §1º, CRFB/88).
d) ERRADA. É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de
Contas Municipais (art. 31, §4º, CRFB/88).
e) ERRADA. O município detém competência para aplicar suas rendas,
sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas (art. 30, III, CRFB/88).
Gabarito: alternativa “c”

8. (Cespe – TCE/PB 2018) Representantes do TCU, em auditoria de


procedimento licitatório promovido por uma autarquia federal, após constatarem a
existência de ilegalidades que atentavam contra a economicidade, conseguiram
apontar os responsáveis por dano ao erário, depois de esgotadas todas as fases
instrutórias. Todo o procedimento observou os princípios da ampla defesa e do
contraditório. Nessa situação hipotética, o TCU
a) poderá aplicar apenas multa proporcional ao dano ao erário, visto que as demais
cominações e sanções previstas extrapolam a sua competência constitucional.
b) poderá apenas assinar prazo para que a autarquia adote, em relação aos
responsáveis, as providências necessárias para o ressarcimento ao erário e as
demais punições cabíveis.
c) deverá comunicar o fato ao Congresso Nacional para que esse órgão, exercendo
a sua competência, suste a execução do processo licitatório.

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d) está desobrigado de prestar informações ao Congresso Nacional acerca do


resultado apurado na fiscalização, em razão de sua competência funcional.
e) tem competência para aplicar aos responsáveis pelo dano ao erário as sanções
previstas em lei em razão das ilegalidades apuradas.
Comentário: a questão versa sobre competências do Tribunal de Contas
da União, dispostas no art. 71 da CRFB/88.
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o
auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:
(...)
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de
suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e
inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade
de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações,
multa proporcional ao dano causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão
à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal;
a) ERRADA. O Tribunal de Contas da União detém competência para
aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade
de contas, as sanções previstas em lei (art. 71, VIII, CRFB/88). As sanções não
se resumem à multa. Por exemplo, o TCU pode, a título de sanção, inabilitar os
responsáveis para o exercício de cargo em comissão na Administração
Pública Federal.
b) ERRADA. Embora o Tribunal de Contas da União possa assinar prazo
para que a entidade adote providências necessárias ao exato cumprimento da
lei (art. 71, IX, CRFB/88), também detém competência para aplicar sanções,
conforme comentário à alternativa “a”.
c) ERRADA. A Corte de Contas pode, ela própria, sustar a execução do
ato impugnado (art. 71, X, CRFB/88), não sendo necessária a comunicação do
fato ao Congresso Nacional para que realize a sustação. A comunicação, no
caso, apenas seria necessária na hipótese de ser um contrato, e não um ato, o
objeto da impugnação. A sustação de contratos cabe, em primeira instância,
ao Congresso Nacional, sendo que o TCU apenas pode atuar se o Congresso
não adotar as medidas cabíveis no prazo de 90 dias.

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d) ERRADA. O Tribunal de Contas da União deve prestar as informações


solicitadas pelo Congresso Nacional sobre a fiscalização e sobre resultados de
auditorias e inspeções (art. 71, VII, CRFB/88).
e) CERTA. Ver comentário à alternativa “a”.
Gabarito: alternativa “e”

AGENTES PÚBLICOS

9. (Cespe – TCE/PB 2018) De acordo com o regime constitucional brasileiro, as


denominadas funções de confiança devem ser exercidas
a) de forma exclusiva por servidor ocupante de cargo efetivo, e destinam-se apenas
às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
b) por servidor aposentado que retorne ao serviço público para exercer qualquer
atividade diversa daquela em que tenha se dado a aposentadoria.
c) somente por quem não possua cargo efetivo, nos limites fixados na legislação, e
se destinam apenas à atividade meio.
d) por qualquer cidadão, salvo se forem destinadas a atividades de direção ou
assessoramento jurídico.
e) por pessoa natural, com ou sem vínculo com o poder público, e destinam-se a
qualquer atividade — meio ou fim — realizada na administração pública.
Comentário: a questão exige conhecimento do art. 37, V, da CRFB/88:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao
seguinte:
(...)
V - as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes
de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de
carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

Nesse contexto, as funções de confiança são exclusivas dos servidores


ocupantes de cargo efetivo e destinam-se apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento. Desse modo, está correta a alternativa “a” e estão
incorretas as demais alternativas.
Gabarito: alternativa “a”

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10. (Cespe – TCE/PB 2018) A respeito da remuneração dos servidores, assinale a


opção correta:
a) O servidor público tem direito ao recebimento de remuneração pelo trabalho
noturno em valor superior ao do diurno.
b) Em razão do princípio da isonomia, é incabível, no serviço público, a aplicação de
incentivos específicos para a proteção do mercado de trabalho da mulher.
c) O servidor público tem direito ao recebimento do décimo terceiro salário com o
acréscimo de um terço à remuneração normal.
d) Os secretários estaduais e municipais são remunerados por subsídios acrescidos
de gratificação pessoal.
e) Durante todo o tempo em que durar o trabalho no serviço público, o órgão
responsável pelos pagamentos deverá efetuar o recolhimento de FGTS do servidor.
Comentário: O art. 39, §3º, da CRFB/88 elenca os direitos previstos no art.
7º da Constituição que se aplicam também aos servidores públicos.
§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV,
VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o
exigir.

Diante disso, vamos analisar as afirmativas.


a) CERTA. É garantida aos servidores públicos a remuneração do
trabalho noturno superior ao diurno (art. 7º, IX, CRFB/88).
b) ERRADA. A proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante
incentivos específicos, é direito dos servidores públicos (art. 7º, XX, CRFB/88).
c) ERRADA. O servidor público tem direito ao décimo terceiro salário
(art. 7º, VIII, CRFB/88). Contudo, este benefício se dá com base na
remuneração integral, e não mediante acréscimo de um terço à remuneração
normal.
d) ERRADA. Os secretários estaduais e municipais são remunerados
exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acréscimo de
qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou
outra espécie remuneratória (art. 39, §4º, CRFB/88).
e) ERRADA. O fundo de garantia do tempo de serviço (art. 7º, III, CRFB/88)
não está elencado entre os direitos dos trabalhadores que se aplicam aos
servidores públicos.
Gabarito: alternativa “a”

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11. (Cespe – TCE/PB 2018) À luz da legislação específica pertinente aos RPPSs,
julgue os itens a seguir.
I - A Emenda Constitucional n.º 41/2003 prevê a possibilidade de aposentadoria do
servidor aos cinquenta e três anos de idade sem prejuízo do valor dos proventos.
II - É vedada, sem ressalva, a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a
concessão de aposentadorias.
III - É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria por RPPS, ressalvadas as
aposentadorias oriundas de cargos acumuláveis.
IV - É imprescindível o exercício de vinte e cinco anos de serviço público para
aposentadoria com fundamento na Emenda Constitucional n.º 47/2005. Estão certos
apenas os itens
a I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV
Comentário: Trata-se de uma questão atípica, que aborda tópicos
geralmente não explorados nas provas. Vejamos:
I – ERRADA. A Emenda Constitucional nº 41/2003 promoveu uma reforma
no sistema previdenciário. A emenda previu, dentre as regras de transição, a
possibilidade de aposentadoria, aos 53 anos, especificamente ao servidor
público que tenha ingressado em cargo efetivo até a data da publicação da
Emenda Constitucional nº 20/1998. Nesse caso, os proventos de inatividade
seriam reduzidos para cada ano antecipado em relação aos limites de idade
previstos na Constituição Federal. Eis o teor da referida regra de transição:
Art. 2º Observado o disposto no art. 4º da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de
dezembro de 1998, é assegurado o direito de opção pela aposentadoria voluntária
com proventos calculados de acordo com o art. 40, §§ 3º e 17, da Constituição
Federal, àquele que tenha ingressado regularmente em cargo efetivo na
Administração Pública direta, autárquica e fundacional, até a data de publicação
daquela Emenda, quando o servidor, cumulativamente:
I - tiver cinqüenta e três anos de idade, se homem, e quarenta e oito anos de idade,
se mulher;
II - tiver cinco anos de efetivo exercício no cargo em que se der a aposentadoria;
III - contar tempo de contribuição igual, no mínimo, à soma de:
a) trinta e cinco anos, se homem, e trinta anos, se mulher; e

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b) um período adicional de contribuição equivalente a vinte por cento do tempo que, na


data de publicação daquela Emenda, faltaria para atingir o limite de tempo constante
da alínea a deste inciso.
§ 1 º O servidor de que trata este artigo que cumprir as exigências para aposentadoria
na forma do caput terá os seus proventos de inatividade reduzidos para cada ano
antecipado em relação aos limites de idade estabelecidos pelo art. 40, § 1º, III, a,
e § 5º da Constituição Federal, na seguinte proporção:
I - três inteiros e cinco décimos por cento, para aquele que completar as exigências
para aposentadoria na forma do caput até 31 de dezembro de 2005;
II - cinco por cento, para aquele que completar as exigências para aposentadoria na
forma do caput a partir de 1º de janeiro de 2006.

Perceba que esta é uma regra de transição, de modo que está presente
apenas no texto da EC 41/2003, ou seja, não foi incluída na Constituição.
II – ERRADA. A Constituição veda a adoção de requisitos diferenciados
para concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime próprio de
previdência social (art. 39, §4º, da CRFB/88). Contudo, existem exceções, como
se vê a seguir.
§ 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de
aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos
termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:
I portadores de deficiência;
II que exerçam atividades de risco;
III cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde
ou a integridade física.

III – CERTA. É vedada a percepção de mais de uma aposentadoria pelo


regime próprio de previdência, à exceção das aposentadorias decorrentes de
cargos acumuláveis (art. 40, §6º, CRFB/88).
IV – CERTA. A Emenda Constitucional nº 47/2005 também alterou as
normas do sistema previdenciário. Dentre as regras de transição, restou
prevista a possibilidade de aposentadoria do servidor que tenha ingressado no
serviço público até 16/12/1998, com proventos integrais, desde que satisfeitos
alguns requisitos, dentre eles o de 25 anos de efetivo exercício no serviço
público, quinze anos de carreira e cinco anos no cargo em que se der a
aposentadoria. Eis o teor da Emenda:
Art. 3º Ressalvado o direito de opção à aposentadoria pelas normas estabelecidas
pelo art. 40 da Constituição Federal ou pelas regras estabelecidas pelos arts. 2º e 6º
da Emenda Constitucional nº 41, de 2003, o servidor da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, que tenha

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ingressado no serviço público até 16 de dezembro de 1998 poderá aposentar-se


com proventos integrais, desde que preencha, cumulativamente, as seguintes
condições:
I trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se
mulher;
II vinte e cinco anos de efetivo exercício no serviço público, quinze anos de carreira e
cinco anos no cargo em que se der a aposentadoria;
III idade mínima resultante da redução, relativamente aos limites do art. 40, § 1º, inciso
III, alínea "a", da Constituição Federal, de um ano de idade para cada ano de
contribuição que exceder a condição prevista no inciso I do caput deste artigo.
Parágrafo único. Aplica-se ao valor dos proventos de aposentadorias concedidas com
base neste artigo o disposto no art. 7º da Emenda Constitucional nº 41, de 2003,
observando-se igual critério de revisão às pensões derivadas dos proventos de
servidores falecidos que tenham se aposentado em conformidade com este artigo.
Gabarito: alternativa “c”

12. (Cespe – TCE/PB 2018) No cálculo dos proventos de aposentadoria dos


servidores que tenham ingressado no serviço público a partir da data de
promulgação da Emenda Constitucional n.º 41/2003, terá de ser observada a
a) limitação mínima do salário de contribuição no mesmo valor fixado para o RGPS.
b) atualização dos proventos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se
modificar a remuneração dos servidores em atividade.
c) totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se der a
aposentadoria.
d) média aritmética simples das maiores contribuições, correspondentes a todo o
período contributivo.
e) atualização das remunerações consideradas no cálculo inicial dos proventos, mês
a mês, no mesmo índice fixado para o RGPS.
Comentário:
a) ERRADA. A Emenda Constitucional nº 41/2003 foi regulamentada pela
Lei 10.887/2004, que prevê o seguinte:
§ 4o Para os fins deste artigo, as remunerações consideradas no cálculo da
aposentadoria, atualizadas na forma do § 1o deste artigo, não poderão ser:
I - inferiores ao valor do salário-mínimo;
II - superiores ao limite máximo do salário-de-contribuição, quanto aos meses em que
o servidor esteve vinculado ao regime geral de previdência social.

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Desse modo, as remunerações consideradas no cálculo da aposentadoria


devem observar, como limite mínimo, o salário-mínimo. Portanto, a limitação
mínima não é o valor do salário de contribuição fixado para o RGPS.
b) ERRADA. A Emenda Constitucional nº 20/1998 previu a paridade entre
os ativos e inativos, de modo que sempre que se modificasse a remuneração
do servidor em atividade, também deveria haver mudança nos proventos dos
aposentados.
Contudo, a Emenda Constitucional nº 41/2003, alterou essa sistemática e
extinguiu o direito à paridade, passando a prever apenas que é assegurado o
reajuste dos benefícios de previdência social para preservar o seu valor real.
Esta é a redação vigente do art. 40, §8º, CRFB/88:
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei.
Assim, os servidores que ingressaram no serviço público a partir da
Emenda Constitucional nº 41/2003 não fazem jus ao reajuste dos proventos de
aposentadoria conforme a regra da paridade.
c) ERRADA. A Emenda Constitucional nº 41/2003 determina que o cálculo
da aposentadoria seja feito de acordo com as remunerações utilizadas como
base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência social (e
não com base na totalidade da remuneração do servidor no cargo em que se
deu a aposentadoria).
Esta é a norma do art. 40, §3º, CRFB/88:
§3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão,
serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições
do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na
forma da lei.

d) ERRADA. O art. 1º da Lei 10.887/2004, que regulamenta a Emenda


Constitucional nº 41/2004, prevê que deve ser considerada a média aritmética
simples das maiores remunerações, correspondentes a 80% de todo período
contributivo.
e) CERTA. A alternativa está em conformidade com o art. 1º, §1º, da Lei
10.887/2004, que prevê o seguinte:
§ 1o As remunerações consideradas no cálculo do valor inicial dos proventos terão os
seus valores atualizados mês a mês de acordo com a variação integral do índice
fixado para a atualização dos salários-de-contribuição considerados no cálculo dos
benefícios do regime geral de previdência social.

Gabarito: alternativa “e”

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LICITAÇÕES

13. (Cespe – TCE/PB 2018) Se um órgão da administração pública tiver de


adquirir determinado item de material de consumo e pretender fazê-lo mediante
licitação pelo SRP, a vigência máxima da ata de registro de preços a ser assinada
com o licitante vencedor será de
a) um ano.
b) dois anos.
c) três anos.
d) quatro anos.
e) cinco anos.
Comentário: O Sistema de Registro de Preços (SRP) é um conjunto de
procedimentos para a formação de um “banco de dados” de preços e
fornecedores, a ser registrado em uma ata, denominada ata de registro de
preços, com característica de compromisso para futura contratação.
Dispõe o art. 15, §3º, da Lei 8.666/93:
§ 3o O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as
peculiaridades regionais, observadas as seguintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos preços registrados;
III - validade do registro não superior a um ano.

A validade do registro de preços é limitada a um ano. Portanto, o gabarito


é a alternativa “a”.
Gabarito: alternativa “a”

14. (Cespe – TCE/PB 2018) Nas licitações públicas, de acordo com o princípio do
julgamento objetivo,
a) comprovado o melhor interesse da administração, os critérios de julgamento
poderão incluir fatores subjetivos.
b) concluído o procedimento, a administração estará impedida de atribuir o objeto da
licitação a outrem que não o licitante vencedor.
c) o julgamento do certame deve nortear-se pelo critério previamente fixado no
instrumento convocatório, observadas todas as normas a seu respeito.
d) a administração poderá cobrar do licitante qualquer qualificação, ainda que não
inserida no edital, desde que a exigência tenha nexo relacional com o objeto da
contratação.

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e) o julgamento do certame deve realizar-se segundo razões de conveniência e


oportunidade do gestor.
Comentário:
a) ERRADA. Nas licitações públicas, é vedada a utilização de qualquer
elemento, critério ou fato sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa,
ainda que indiretamente, elidir o princípio da igualdade entre os licitantes (art.
44, §1º, Lei 8.666/93).
b) ERRADA. A alternativa não guarda relação com o princípio do
julgamento objetivo, e sim com o da adjudicação compulsória, segundo o qual,
ao fim do processo licitatório, a Administração está impedida de assinar o
contrato com preterição da ordem de classificação ou com terceiros estranhos
ao procedimento (art. 50, Lei 8.666/93).
c) CERTA. O julgamento objetivo impõe que as propostas sejam julgadas
de acordo com critérios objetivos previamente definidos no edital ou convite e
de acordo com os tipos de licitação (art. 45, Lei 8.666/93).
d) ERRADA. A Administração Pública somente pode exigir dos licitantes
as qualificações previstas no edital, ao qual se acha estritamente vinculada
(art. 41, Lei 8.666/93).
e) ERRADA. O julgamento do processo licitatório se dá segundo critérios
objetivos previamente definidos no edital. Ver comentário à alternativa “c”.
Gabarito: alternativa “c”

15. (Cespe – TCE/PB 2018) Se a administração pública de um estado da


Federação tiver de contratar um grupo de dança consagrado pela mídia local para
festividades do aniversário da capital desse estado, a contratação, nesse caso,
deverá ocorrer mediante
a) dispensa de licitação em razão da escolha do executante.
b) inexigibilidade de licitação por previsão legal.
c) concurso.
d) licitação na modalidade convite.
e) licitação na modalidade tomada de preços
Comentário: A inexigibilidade de licitação se aplica às situações em que a
competição entre licitantes é inviável, pela natureza do negócio ou pelos
objetivos visados pelo Poder Público. Dispõe o art. 25 da Lei 8.666/93:
Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em
especial:

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I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser


fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a
licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal,
ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de
natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a
inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica
especializada ou pela opinião pública.

Como se vê, por expressa disposição legal, é inexigível a contratação de


profissional de setor artístico consagrado pela opinião pública, como ocorre
no caso do grupo de dança consagrado pela mídia local. Desse modo, trata-se
de hipótese de inexigibilidade de licitação, a que se refere a alternativa “b”,
que é o gabarito da questão.
A alternativa “a” está equivocada por afirmar que seria caso de dispensa
de licitação (e não inexigibilidade). As alternativas “c”, “d” e “e” estão erradas
por afirmarem que a licitação é necessária.
Gabarito: alternativa “b”
16. (Cespe – TCE/PB 2018) Se um órgão da administração pública desejar
adquirir trabalho científico com oferta de prêmio aos vencedores, a modalidade de
licitação a ser adotada e a quantidade mínima de dias de antecedência em relação
ao evento para publicação do edital devem ser, respectivamente,
a) convite; trinta dias.
b) pregão; quinze dias.
c) concurso; quarenta e cinco dias.
d) leilão; quarenta e cinco dias.
e) concorrência; trinta dias.
Comentário: O concurso é a modalidade de licitação para escolha de
trabalho técnico, artístico ou científico, mediante a instituição de prêmios aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa
oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias, nos termos do
art. 22, §4º, Lei 8.666/93. Nesse contexto, o gabarito é a alternativa “c”, estando
incorretas as demais alternativas.
Gabarito: alternativa “c”

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17. (Cespe – TCE/PB 2018) No âmbito da contratação pública por meio do SRP,
de acordo com o disposto no Decreto n.º 7.892/2013, a licitação para registro de
preços pode ser feita nas modalidades
a) leilão ou convite.
b) concorrência ou pregão.
c) leilão, concurso ou tomada de preços.
d) concorrência, tomada de preços ou convite.
e) tomada de preços ou pregão.
Comentário: O Decreto nº 7.892/2013 regulamenta o Sistema de Registro
de Preços (SPR). O art. 7º dessa norma determina que a licitação para registro
de preços será realizada na modalidade concorrência, do tipo menor preço, ou
na modalidade pregão, devendo ser precedida de ampla pesquisa de mercado.
Assim, o gabarito é a alternativa “b”, estando erradas as demais alternativas.
Gabarito: alternativa “b”

CONTRATOS

18. (Cespe – TCE/PB 2018) Assinale a opção correta com relação às cláusulas
dos contratos administrativos tomados em seu sentido próprio e restrito.
a) A administração pública poderá rescindir o contrato unilateralmente nos casos de
inadimplemento por culpa, insolvência e interesse público, mas não o poderá fazer
quando o inadimplemento se dever a caso fortuito ou de força maior.
b) Não cabe ao Estado fazer a retomada do objeto nos casos de rescisão unilateral.
c) As cláusulas contratuais são fixadas previamente, de forma unilateral, pela
administração, cabendo ao particular a elas aderir.
d) As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos
poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
e) É vedado ao Estado exigir garantia em contratos de obra, serviços e compras.
Comentário:
a) ERRADA. O Poder Público tem a prerrogativa de rescisão unilateral do
contrato administrativo por culpa do contratado, por razões de interesse
público e também nas hipóteses de caso fortuito e força maior, desde que
regularmente comprovadas (art. 78, XVII e art. 79, I, da Lei 8.666/93).

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b) ERRADA. A rescisão unilateral do contrato administrativo acarreta


consequências, dentre as quais a assunção imediata do objeto do contrato
pela Administração Pública, a teor do art. 80, I, da Lei 8.666/93:
Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do artigo anterior acarreta as seguintes
conseqüências, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:
I - assunção imediata do objeto do contrato, no estado e local em que se
encontrar, por ato próprio da Administração;
II - ocupação e utilização do local, instalações, equipamentos, material e pessoal
empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade, na forma do
inciso V do art. 58 desta Lei;
III - execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos
valores das multas e indenizações a ela devidos;
IV - retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados
à Administração.

c) CERTA. Os contratos administrativos são contratos de adesão, em que


uma das partes, o Poder Público, propõe as cláusulas do ajuste e a outra, o
particular, se limita a aceita-las ou não.
d) ERRADA. Nos termos do art. 58, §1º, da Lei 8.666/93, as cláusulas
econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não
poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
e) ERRADA. A critério da autoridade competente, e desde que prevista no
instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e compras (art. 56, caput, Lei 8.666/93).
Gabarito: alternativa “c”

ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

19. (Cespe – TCE/PB 2018) Serviço autônomo com personalidade jurídica de


direito público, patrimônio e receita próprios, criado por lei para executar atividades
típicas da administração pública que requeiram, para seu melhor funcionamento,
gestão administrativa e financeira descentralizada é o conceito de
a) consórcio público.
b) autarquia.
c) empresa pública.
d) fundação pública.
e) sociedade de economia mista.

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Comentário: Maria Sylvia Di Pietro ensina que autarquia é pessoa jurídica


de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o
desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle
administrativo exercido nos termos da lei.
O enunciado da questão trata justamente das autarquias, ao se referir à
personalidade jurídica de direito público, criação por lei e execução de
atividades típicas de estado. Logo, conclui-se que o gabarito é a alternativa
“b”, sendo incorretas as demais opções.
Gabarito: alternativa “b”

20. (Cespe – TCE/PB 2018) No processo de descentralização por serviço, em que


o órgão passa a deter a titularidade e a execução do serviço, ocorre
a) o exercício da capacidade administrativa do órgão descentralizado mediante
dependência financeira em relação ao poder central.
b) a sujeição do órgão descentralizado a controle — ou tutela —, exercido pelo
poder central nos limites da lei para assegurar certa independência ao órgão
descentralizado.
c) o uso de patrimônio próprio pelo órgão descentralizado, bem como a sua não
sujeição ao princípio da especialização.
d) a sujeição do órgão descentralizado ao princípio da especialização, bem como a
sua dependência financeira em relação ao poder central.
e) a distribuição interna de competências no âmbito de uma mesma pessoa jurídica.
Comentário: a questão trata da descentralização por serviços.
A banca fez uso de uma expressão incomum para se referir às entidades
da administração indireta (“órgão descentralizado”). A distinção clássica entre
“órgão” e “entidade” é que os órgãos são centros de competência, resultantes
da desconcentração e desprovidos de personalidade jurídica. De outro lado, as
entidades possuem personalidade jurídica e resultam da descentralização.
Para resolução da questão, a expressão “órgão descentralizado” deve ser lida
como “entidade da administração indireta”.
Dito isso, vamos analisar cada uma das alternativas.
a) ERRADA. Na descentralização administrativa por serviço, há criação de
entidades da administração indireta. Essas entidades possuem autonomia
financeira, não havendo que se falar, portanto, em dependência financeira em
relação ao poder central.
b) CERTA. Não há subordinação entre as entidades da administração
direta e o poder central. O controle dessas entidades, denominado tutela, tem

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caráter finalístico e objetiva garantir que não se desviem dos fins para os quais
foram criadas.
c) ERRADA. Toda a administração indireta se submete ao princípio da
especialização. Segundo esse princípio, as entidades devem ser instituídas
para servir a uma finalidade específica.
d) ERRADA. A entidade administrativa se sujeita à especialização, mas
não possui dependência financeira em relação ao poder central, conforme
comentário à alternativa “a”.
e) ERRADA. A distribuição interna de competências no âmbito de uma
mesma pessoa jurídica não ocorre no fenômeno da descentralização e sim da
desconcentração. A descentralização envolve a criação de uma nova pessoa
jurídica.
Gabarito: alternativa “b”

21. (Cespe – TCE/PB 2018) As entidades que integram a administração pública


indireta incluem as
a) autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.
b) secretarias estaduais, as autarquias e as fundações privadas.
c) autarquias, as fundações e as organizações sociais.
d) organizações sociais, os serviços sociais autônomos e as entidades paraestatais.
e) empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais
autônomos.
Comentário:
a) CERTA. As entidades da administração indireta são as autarquias,
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
b) ERRADA. As secretarias estaduais são órgãos públicos autônomos,
que se situam na cúpula da Administração, logo abaixo dos independentes. As
fundações privadas são as fundações instituídas por pessoas privadas e não
compõem a administração pública.
Atenção: fundações privadas não devem ser confundidas com fundações
públicas de direito privado. As fundações privadas são instituídas por
particulares, ao passo que as fundações públicas de direito privado são
instituídas pelo Poder Público (mas possuem personalidade jurídica de direito
privado).

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c) ERRADA. As organizações da sociedade civil são entidades do terceiro


setor que realizam parceria com o Poder Público, na forma prevista na Lei
13.019/2014 e não integram a administração indireta.
d) ERRADA. As organizações sociais são pessoas jurídicas de direito
privado, sem fins lucrativos, instituídas por particulares, que recebem essa
qualificação jurídica especial, prevista na Lei 9.637/1998.
Os serviços sociais autônomos são entidades criadas, geralmente, por
entidades representativas de categorias econômicas, mediante autorização
legal, e não integram a administração pública em sentido formal.
As entidades paraestatais são aquelas pessoas jurídicas que atuam ao
lado e em colaboração com o Estado. São pessoas privadas, instituídas por
particulares, sem fins lucrativos, que exercem função típica, embora não
exclusiva, do Estado, se sujeitando ao controle direto ou indireto do Poder
Público.
e) ERRADA. A respeito dos serviços sociais autônomos, ver comentário à
alternativa “d”.
Gabarito: alternativa “a”

ENTIDADES PARAESTATAIS

22. (Cespe – TCE/PB 2018) As organizações sem fins lucrativos que são voltadas
à resolução de problemas coletivos de interesse social e podem prestar serviços
públicos são
a) as sociedades de economia mista.
b) os consórcios públicos.
c) os convênios públicos.
d) as fundações.
e) as organizações da sociedade civil de interesse público.
Comentário: para resolução da questão, devemos buscar o conceito que
melhor se encaixa nas informações apresentadas pelo enunciado.
a) ERRADA. As sociedades de economia mista têm fins lucrativos e,
como regra, objetivam a exploração de atividades gerais de caráter econômico.
b) ERRADA. Os consórcios públicos são pessoas jurídicas formadas
exclusivamente por entes federados para relações de cooperação federativa e
a realização de objetivos de interesse comum entre esses entes federados.

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Assim, não são exatamente voltadas “à resolução de problemas coletivos de


interesse social”.
c) ERRADA. Os convênios não são organizações, mas instrumentos que
disciplinam a transferência de recursos financeiros dos orçamentos da União
visando à execução de programa de governo, de interesse recíproco, em
regime de mútua cooperação.
d) ERRADA. As fundações são “patrimônios personificados” destinados à
realização de certos fins que ultrapassam o âmbito da própria entidade. As
fundações públicas não possuem fins lucrativos e são instituídas pelo poder
público para realização de atividades de interesse social.
Esse conceito não é a resposta adequada à questão, eis que o enunciado
nada menciona a respeito da “personificação” de determinado patrimônio, que
é a característica central do conceito das fundações.
e) CERTA. Organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP) é
a qualificação dada a pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos,
instituídas por iniciativas de particulares, para exercer atividade social ou de
utilidade pública.
Gabarito: alternativa “e”

PROCESSO ADMINISTRATIVO

23. (Cespe – TCE/PB 2018) Um servidor público do estado da Paraíba interpôs


recurso administrativo contra a pontuação que lhe foi atribuída em concurso de
remoção interna da instituição pública na qual ele é lotado. Acerca dessa situação
hipotética e de aspectos gerais relacionados à interposição de recurso administrativo
por servidor da administração pública, julgue os itens a seguir.
I - Na hipótese considerada, será vedado à administração, pelo princípio da non
reformatio in pejus, rever a pontuação do candidato para piorá-la, mesmo que tal
alteração observe estritamente as regras do concurso.
II - Pela presunção de legitimidade dos atos administrativos, o recurso
administrativo, como regra, tem efeito apenas devolutivo, ainda que possa o
administrador, mesmo de ofício, conceder efeito suspensivo ao ato.
III - O informalismo do processo administrativo permite que o recurso seja interposto
de forma diversa da petição escrita, desde que ele seja devidamente protocolado na
repartição administrativa competente.
IV - Na situação considerada, mesmo que o edital do concurso não o previsse
expressamente, o servidor teria o direito de protocolar o recurso em razão do direito
constitucional de petição.

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Estão certos apenas os itens


a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.
Comentário:
I – ERRADA. No processo administrativo é admitida a reformatio in pejus.
Isso significa que o órgão competente para apreciar o recurso administrativo
detém ampla competência para confirmar, modificar, anular ou revogar, total
ou parcialmente, a decisão recorrida, inclusive em prejuízo do recorrente, ou
seja, agravando a sua situação.
II – CERTA. De maneira geral, os recursos podem apresentar dois efeitos.
O efeito devolutivo é inerente a qualquer recurso, e significa que a matéria
recorrida será submetida a nova apreciação pelo órgão recursal competente. O
efeito suspensivo, de outro lado, suspende os efeitos da decisão recorrida até
que seja julgado o recurso.
Nos processos administrativos, os recursos, em regra, não possuem
efeito suspensivo. Esse efeito pode ser concedido de forma excepcional, nos
casos em que exista receio de que a decisão recorrida cause prejuízo de difícil
ou incerta reparação.
III – ERRADA. O recurso administrativo deve ser interposto por meio de
requerimento escrito, no qual o recorrente deverá expor os fundamentos do
pedido de reexame, podendo juntar os documentos que achar conveniente.
Assim, o informalismo, por si só, não autoriza o recurso oral.
IV – CERTA. Mesmo que não exista previsão no edital do concurso
público, a Constituição assegura a todos, independentemente do pagamento
de taxas, o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder (art. 5º, XXXIV, a, CRFB/88).
Gabarito: alternativa “c”

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

24. (Cespe – TCE/PB 2018) Uma empresa que presta serviços de vigilância e
limpeza para órgão da administração pública, diante de dificuldades financeiras
decorrentes do atraso dos pagamentos que lhe são devidos pelos serviços
adequadamente prestados, deu vantagem pecuniária aos servidores responsáveis

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pela liquidação e pagamento da despesa orçamentária empenhada, com o objetivo


de acelerar os trâmites administrativos necessários ao efetivo pagamento. Nessa
situação hipotética, os servidores responderão por ato de improbidade administrativa
por terem
a) concedido indevidamente benefício financeiro, sujeitando-se, entre outras
cominações, ao ressarcimento integral do dano causado à administração pública.
b) atentado contra os princípios da administração pública, sujeitando-se, entre outras
cominações, à perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio.
c) aplicado indevidamente benefício tributário, sujeitando-se, entre outras
cominações, à proibição de receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
d) causado prejuízo ao erário, sujeitando-se, entre outras cominações, à perda de
bens e valores, inclusive aqueles obtidos licitamente.
e) enriquecido ilicitamente, sujeitando-se, entre outras cominações, ao pagamento
de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial.
Comentário: Os servidores públicos que receberem vantagem econômica
para acelerar os trâmites necessários ao pagamento de determinada empresa
incidem no ato de improbidade previsto no art. 9º, IX, Lei 8.429/92.
Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito
auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de
cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1°
desta lei, e notadamente:
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de
verba pública de qualquer natureza;

A lei prevê como sanções a perda dos valores acrescidos ilicitamente ao


patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de
multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de
contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou
creditícios pelo prazo de dez anos.
Nesse contexto, o gabarito é a alternativa “e”, estando erradas as demais
alternativas, por se referirem a outras hipóteses de atos de improbidade.
Gabarito: alternativa “e”

25. (Cespe – TCE/PB 2018) Por ter permitido a alienação de um imóvel integrante
do patrimônio de uma autarquia pública estadual por preço inferior ao de mercado,
determinado agente público causou lesão ao erário.

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Durante o processo, provou-se que o agente agiu de forma imprudente, bem como
constatou-se o nexo causal entre a conduta e o dano. Porém, não houve
comprovação de enriquecimento pessoal do agente, nem indício de má-fé.
Nessa situação hipotética, segundo a Lei n.º 8.429/1992 — Lei de Improbidade
Administrativa —, o ressarcimento do dano
a) só seria devido se a conduta tivesse sido omissiva, caso em que teria de ser
comprovado o dolo ou a culpa do agente público.
b) será devido tão só em razão de a conduta ter sido comissiva, pouco importando,
nesse caso, a comprovação de ter havido dolo ou culpa.
c) só seria exigível caso a conduta em questão se tivesse dado de forma omissiva, já
que não houve dolo.
d) não poderá ser cobrado do agente público, independentemente de a conduta ser
omissiva ou comissiva, uma vez que não houve a comprovação de dolo.
e) será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva, sendo
suficiente para tal a comprovação da culpa do agente público.
Comentário: Os atos de improbidade administrativa que importam lesão
ao erário podem ocorrer em razão de ação ou omissão, dolosa ou culposa, que
enseje perda patrimonial ou dilapidação dos bens das entidades públicas (art.
10 da Lei 8.429/92). Nesse contexto, na situação hipotética, o ressarcimento do
dano será devido independentemente de a conduta ser omissiva ou comissiva,
bastando a comprovação de culpa do agente público. Assim, o gabarito é a
alternativa “e”.
Gabarito: alternativa “e”

SISTEMAS ADMINISTRATIVOS

26. (Cespe – TCE/PB 2018) Os sistemas de controle são o conjunto de


instrumentos contemplados no ordenamento jurídico que têm por objetivo a
fiscalização da legalidade dos atos da administração pública. No Brasil, a CF
consagra o sistema de controle
a) contencioso-administrativo, em vista da previsão expressa das competências dos
TCs.
b) uno de jurisdição, haja vista que a lei não pode excluir da apreciação do Poder
Judiciário lesão ou ameaça a direito.
c) inglês, tendo em vista a possibilidade de exercício de função jurisdicional pela
administração pública somente em determinadas matérias.

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d) dual de jurisdição, tendo em vista que o Poder Legislativo exerce competência


jurisdicional e profere decisões com caráter terminativo sobre algumas matérias.
e) francês, diante da possibilidade de revisão de qualquer ato da administração pelo
Poder Judiciário.
Comentário: O sistema francês (do contencioso administrativo ou da
dualidade de jurisdição) é aquele em que a correção, anulação ou reforma dos
atos da Administração são promovidas no âmbito da própria Administração,
mediante a atuação de tribunais de índole administrativa, sem possibilidade de
se levar os litígios à apreciação do Poder Judiciário, responsável apenas pela
solução dos litígios que não envolvam a Administração Pública. De outro lado,
o sistema inglês ou de jurisdição única é aquele em que todos os litígios – de
natureza administrativa ou que envolvam interesses exclusivamente privados
– podem ser levados ao Poder Judiciário. No sistema inglês, o Poder Judiciário
é o único que dispõe de competência para dar a palavra definitiva na solução
de conflitos que envolvam a Administração. O Brasil adota o sistema inglês ou
de jurisdição una. A Constituição prevê que a lei não excluirá da apreciação do
Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito (art. 5º, XXXV, CRFB/88).
De volta à questão, podemos descartar as alternativas “a”, “d” e “e”, por
mencionarem sistemas diversos do adotado no Brasil. A alternativa “c” erra ao
afirmar que o sistema inglês permite o exercício da função jurisdicional pela
Administração Pública em determinadas matérias. A função jurisdicional típica
é de competência do Poder Judiciário e somente em casos excepcionais,
previstos na Constituição, é atribuída ao Poder Legislativo. Carvalho Filho
ensina que a função jurisdicional não é exercida pelo Poder Executivo. Por fim,
resta a alternativa “b”, que é o gabarito da questão.
Gabarito: alternativa “b”

LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

27. (Cespe – TCE/PB 2018) No que se refere ao acesso a informações, assinale a


opção correta conforme a Lei n.º 12.527/2011.
a) É vedada a exigência ao cidadão de explicitação de motivos para solicitar acesso
a dados públicos.
b) O órgão deve conceder acesso à informação disponível em até quinze dias.
c) Caso o órgão se negue a conceder acesso a uma informação solicitada, o
interessado estará impedido de interpor recurso.
d) Em caso de uma informação parcialmente sigilosa, será vedado ao interessado o
acesso à parte não sigilosa da informação.

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e) É facultado ao órgão fornecer ao requerente o inteiro teor de decisão negativa de


acesso.
Comentário:
a) CERTA. São vedadas exigências relativas aos motivos determinantes
da solicitação de informação de interesse público (art. 10, §3º, Lei 12.527/2011).
b) ERRADA. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o
acesso imediato à informação disponível (art. 11, caput, Lei 12.257/2011).
c) ERRADA. No caso de indeferimento de acesso a informações ou às
razões da negativa de acesso, o interessado poderá interpor recurso contra a
decisão no prazo de 10 (dez) dias (art. 15, caput, Lei 12.257/2011).
d) ERRADA. Quando não for autorizado acesso integral à informação, por
ser parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à parte não sigilosa por meio
de certidão, extrato ou cópia, com ocultação da parte sob sigilo (art. 7º, §2º, Lei
12.257/2011).
e) ERRADA. É direito do requerente obter o inteiro teor de decisão de
negativa de acesso, por certidão ou cópia, não se tratando de mera faculdade
do órgão (art. 14, Lei 12.257/2011).
Gabarito: alternativa “a”

LEI DAS ESTATAIS

28. (Cespe – TCE/PB 2018) Na contratação de obras e serviços por empresas


públicas e sociedades de economia mista, segundo a Lei n.º 13.303/2016, entende-
se como empreitada por
a) preço global aquela que envolve o desenvolvimento do projeto executivo para a
entrega final do objeto, sem prévia estipulação do preço total.
b) preço global aquela que envolve empreendimento em sua integralidade, por preço
certo de unidades determinadas, com todas as etapas de obras sob inteira
responsabilidade da contratada.
c) preço global aquela que envolve todos os elementos de contornos necessários e
fundamentais à elaboração do projeto básico, na qual o preço é incerto.
d) preço unitário aquela destinada a pequenos trabalhos por preço certo e global,
com fornecimento de material.
e) preço unitário aquela contratação por preço certo de unidades determinadas.
Comentário: vamos relembrar as definições constantes do art. 42 da Lei
13.303/2016:

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Conceito Definição

Empreitada por preço Contratação por preço certo de unidades determinadas.


unitário

Empreitada por preço Contratação por preço certo e total.


global

Diante desses conceitos, vamos analisar cada uma das alternativas.


a) ERRADA. A empreitada por preço global é justamente aquela em que a
contratação ocorre por preço certo e total (art. 42, II, Lei 13.303/2016).
b) ERRADA. A alternativa mescla definições de empreitada integral e
empreitada por preço unitário, e não define corretamente a empreitada por
preço global, conforme disposto no art. 42, II, Lei 13.303/2016.
c) ERRADA. A empreitada por preço global é aquela em que a contratação
ocorre por preço certo (art. 42, II, Lei 13.303/2016). Além disso, a alternativa
apresenta definições pertinentes ao conceito de anteprojeto de engenharia.
d) ERRADA. Na empreitada por preço unitário, a contratação ocorre por
preço certo de unidades determinadas (art. 42, I, Lei 13.303/2016). Ademais, a
alternativa mescla definições de tarefa e de empreitada por preço global.
e) CERTA. Ver comentário à alternativa “d”.
Gabarito: alternativa “e”

SERVIÇOS PÚBLICOS

29. (Cespe – TCE/PB 2018) Acerca da delegação de serviços públicos, prevista na


Lei n.º 8.987/1995, julgue os itens que se seguem.
I - A interrupção do serviço público não se caracterizará como descontinuidade
quando ocorrer por motivos de ordem técnica, desde que ocorra após prévio aviso.
II - Na concessão, o julgamento da licitação pode ser feito com base na melhor
proposta técnica, a partir de um preço fixado pelo edital.
III - O contrato de concessão não pode ser rescindido por iniciativa da
concessionária.
Assinale a opção correta.
a) Nenhum item está certo.
b) Apenas os itens I e II estão certos.

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c) Apenas os itens I e III estão certos.


d) Apenas os itens II e III estão certos.
e) Todos os itens estão certos.
Comentário:
I – CERTA. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço público a
interrupção em situação de emergência ou, após aviso prévio, quando
motivada ou razões de ordem técnica ou de segurança das instalações e por
inadimplemento do usuário (art. 6º, §3º, Lei 8.789/95).
II – CERTA. Nas concessões de serviço público, a licitação pode ser
julgada pela melhor proposta técnica, com preço fixado no edital (art. 15, IV,
Lei 8.789/95).
III – ERRADA. O contrato de concessão pode ser rescindido por iniciativa
da concessionária, por descumprimento das normas contratuais pelo poder
concedente, mediante ação judicial especialmente intentada para esse fim
(art. 39 da Lei 8.987/95).
Gabarito: alternativa “b”

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

30. (Cespe – TCE/PB 2018) A administração pública pode anular e revogar os


seus atos, independentemente de solicitação ao Poder Judiciário. Esse poder-dever
está consagrado na Súmula n.º 346 do STF, que afirma que a administração pública
pode declarar a nulidade dos seus próprios atos, e na Súmula n.º 473 do STF, que
afirma que a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de
vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por motivo de conveniência e
oportunidade. O poder-dever descrito anteriormente corresponde ao princípio da
a) moralidade administrativa.
b) supremacia do interesse público.
c) autotutela.
d) especialidade.
e) legalidade.
Comentário: O enunciado refere-se ao princípio da autotutela, mediante o
qual a Administração Pública pode exercer o controle administrativo de seus
próprios atos, anulando-os por motivos de ilegalidade, ou revogando-os por
motivos de conveniência ou oportunidade. Nesse contexto, a alternativa “c” é
o gabarito da questão.
Gabarito: alternativa “c”

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ATOS ADMINISTRATIVOS

31. (Cespe – TCE/PB 2018) Em geral, os atos administrativos são dotados, entre
outros, dos atributos de
a) disponibilidade, presunção de legitimidade e imperatividade.
b) consensualidade, autoexecutoriedade e a presunção de legitimidade.
c) consensualidade, discricionariedade e disponibilidade.
d) discricionariedade, imperatividade e autoexecutoriedade.
e) presunção de legitimidade, imperatividade e autoexecutoriedade.
Comentário: Os atos administrativos são dotados dos seguintes
atributos: presunção de legitimidade, imperatividade, autoexecutoriedade e
tipicidade. A única alternativa que menciona corretamente três desses
atributos é a alternativa “e”, que é o gabarito da questão.
Gabarito: alternativa “e”

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Gabarito

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
E A C E E E C E A A
11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C E A C B C B C B B
21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
A E C E E B A E B C
31
E

(61) 99322 8021


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