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ADRIANNI DA SILVA CAVALCANTE

O eSOCIAL
E AS MUDANÇAS NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS NO BRASIL

Monografia apresentada ao Curso de


Ciências Contábeis da Faculdade
Cearenses, como requisito parcial para
obtenção de grau de bacharel em Ciências
Contábeis, sob orientação do Prof. José
Maria Alexandre Silva.

FORTALEZA
2013
2

ADRIANNI DA SILVA CAVALCANTE

O eSOCIAL
E AS MUDANÇAS NAS RELAÇÕES TRABALHISTAS NO BRASIL

Monografia como pré-requisito para obtenção


do título de Bacharelado em Ciências Contábeis,
outorgado pela Faculdade Cearense – FaC, tendo
sido aprovada pela banca examinadora composta
pelos professores.
Data de aprovação:
____/ ____/____

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________
Prof. José Maria Alexandre Silva
(Especialista orientador)

_________________________________________________
Prof(a).

_________________________________________________
Prof(a).
3

Dedico este trabalho ao meu esposo, meus filhos e aos


meus pais .Por todo amor e carinho.
4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me dado saúde, sabedoria e força de vontade para
chegar ao fim dessa jornada, e assim vencer mais uma etapa em minha vida.

Ao meu esposo José do Egito, pela cumplicidade, pelas palavras de incentivo, em


especial quando me chama de “guerreira”, por todo carinho, paciência e
compreensão.

Aos meus filhos, Egito Filho, Elígia e Everton, pelo amor incondicional, por todo
apoio nos momentos mais difíceis, e pelas alegrias em todos momentos felizes que
nos foram proporcionados .

Aos meus pais Francinet e Lourdes pelo amor e carinho, sempre me incentivando
nas investidas de minha educação e profissão. A todos familiares e amigos que
torceram pelo meu progresso.

Aos colegas de turma, pelo apoio e troca de experiências ao longo da vida


acadêmica.

Ao professor José Maria Alexandre Silva, meu agradecimento pelos conhecimentos


transmitidos e pelo empenho dispensado à orientação desta pesquisa. A todos
mestres que me acompanharam nesta graduação e com suas experiências
contribuíram para o meu crescimento profissional.

E por fim, à Faculdade Cearense, por ser uma instituição comprometida com o
ensino de qualidade, proporcionando a realização de muitos sonhos.
5

“Otimismo é esperar pelo melhor.


Confiança é saber lidar com o pior.”
(Roberto Simonsen).
6

RESUMO

Tendo em vista as inovações nos sistemas de informações tributárias impostas pelo


fisco nacional, o presente estudo apresenta o projeto eSocial- Sistema de
Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas, e
as mudanças nas relações trabalhistas no Brasil. O objetivo da pesquisa é abordar
sobre o processo de implantação, a estrutura de funcionamento, as mudanças na
atual estrutura de informação trabalhista ao fisco nacional, os impactos nas áreas de
atuações das relações trabalhistas, a importância e os benefícios a serem
alcançados pelo projeto do eSocial. Diante disso foi preciso descrever o processo de
sistemas de informação contábil e tributário, abordar sobre o Sistema Público de
Escrituração Digital – SPED e seus projetos. Este estudo sobre o eSocial, justifica-
se por ser um processo novo, com grande expectativa de conhecimento e que
carece de muitas informações pois ele está sendo considerado o maior e mais
complexo projeto do SPED e vai gerar mudanças relevantes em toda estrutura atual
de informação ao fisco relativo a todos os vínculos trabalhistas contratados no
Brasil. A metodologia tem uma abordagem bibliográfica, aplicada em trabalhos de
alguns autores acerca do assunto, a legislação vigente e pesquisas em sítios na
internet. Foi encontrada limitação na execução do trabalho, no que se refere ao
campo de estudo, devido ser um assunto recente e ter poucas obras publicadas.

Palavras Chaves: Sistemas. SPED. eSocial.


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ABSTRACT
With regard to the innovations in the systems of tax information imposed by national
tax authorities, this study presents the project social- Digital Tax bookkeeping
System of Tax, social security and labor Obligations, and changes that will
revolutionize labor relations in Brazil. The goal of the research is to address about
the deployment process, the operating structure, changes in the current structure of
labor information to the National Treasury, the impacts in the areas of labor relations
activities, the importance and the benefits to be achieved by the project of social
influence. Given that it was necessary to describe the process of accounting and tax
information systems, addressing about public Digital bookkeeping System – Sped
and your projects. This study is justified because it is a new process, with great
anticipation and knowledge that lacks a lot of information. After the study, it was
concluded that the social influence is the largest and most complex project of SPED
and will generate important changes in current structure of information to the IRS
concerning all links in Brazil. The methodology has a bibliographical approach,
applied in works of some authors on the subject, current legislation and research in
sites on the internet. Imitation was found in the execution of the work, with regard to
the field of study, due to be a recent issue and have few published works..

Key Words : System. SPED. eSocial.


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LISTA DE FIGURAS

01- Figura I - Registro de Eventos do eSocial 50


02- Figura II - Forma de Transmissão de Arquivos do eSocial 54
03- Figura III - Formato da Folha de Pagamento Digital 55
04- Figura IV- Recepção de Eventos Trabalhistas e Folha de Pagamento 56
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABRASF - Associação Brasileira das Secretarias de Finanças dos Municípios das


Capitais
AIDF - Autorização de Impressão de Documentos Fiscais
ASO - Atestado de Saúde Ocupacional
Art.- Artigo
CAEPF- Cadastro de Atividade da Pessoa física
CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
CAT- Comunicação de Acidente de Trabalho
CEI - Cadastro Específico do INSS
CEF- Caixa Econômica Federal
CFC - Conselho Federal de Contabilidade
CIAP - Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente
CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas
CNAE - Classificação Nacional de Atividades Econômicas
CNO - Cadastro Nacional de Obras
CNPJ - Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CNIS - Cadastro Nacional de Informações Sociais
CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis
CPF - Cadastro de Pessoa Física
CSLL- Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CT-e - Conhecimento de Transporte Eletrônico de Cargas
CTN - Código Tributário Nacional
CVM - Comissão de Valores Mobiliários
DACON - Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais
DACTE - Documento Auxiliar de Conhecimento Eletrônico
DANFE- Documento Auxiliar de Notas Fiscais Eletrônica
DIRF- Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte
DNRC - Departamento Nacional de Registro do Comércio
ECD - Escrituração Contábil Digital, módulo do Sped
e-CNPJ - Certificado Digital de Pessoa Jurídica

e-CPF - Certificado Digital de Pessoa Físical


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EFC - Escrituração Fiscal Digital, módulo do Sped


EFD - Escrituração Fiscal Digital, módulo do Sped
ENAT - Encontro Nacional de Administradores Tributários
ERP - Enterprise Resource Planning ou Sige - Sistemas Integrados de Gestão
Empresarial
eSOCIAL - Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas
FCONT - Sistema de Controle Fiscal Contábil de Transição
FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a Previdência Social
GPS - Guia de Recolhimento da Previdência Social
IASB - International Accounting Standards Board
IBM - International Business Machines
ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a
Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação
ICP-Brasil - Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras
IFRS - International Financial Reporting Standard
INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social
IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados
IRPJ - Imposto de Renda Pessoa Jurídica
ISSQN - Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza
ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica
LALUR - Livro de Apuração do Lucro Real
LTCAT - Laudo Técnico de Condições Ambientais do Trabalho
Leiaute - Idem a layout
Layout - Modelo de arquivo, com parâmetros a serem seguidos
MANAD - Manual Normativo de Arquivos Digitais
MEI - Micro Empreendedor Individual
MTE- Ministério do Trabalho e Emprego
NBC - Normas Brasileira de Contabilidade
NF - Nota Fiscal
NF-e - Nota Fiscal Eletrônica
NFS-e - Nota Fiscal de Serviço Eletrônica
NIS - Número de Informações Sociais
NIT - Número de Informação do Trabalhador
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OGMO - Órgão Gestor de Mão-de-Obras


PAC - Programa de Aceleração do Crescimento
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário
PPRA - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
PVA - Programador Validador e Assinador,
PIS - Programa de Integração Social
RAIS - Relação Anual de Informações Sociais
RET - Registro de Eventos Trabalhistas
RFB - Receita Federal do Brasil
RTT - Regime Tributário de Transição
SEFIP - Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência
Social
SPED - Sistema Público de Escrituração Digital
SIC - Sistemas de Informação Contábeis
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................14
2 PROCESSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E TRIBUTÁRIO.16
2.1Sistemas de Informação....................................................................................16
2.2 Sistemas de Informação Integrados................................................................17
2.3 Sistemas de Informação Contábil....................................................................18
2.3.1 Forma de Escrituração Eletrônica.....................................................................20
2.4 Sistema de Informação Tributária....................................................................22
3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL-SPED.................................25
3.1 Histórico..............................................................................................................25
3.2 Objetivos.............................................................................................................27
3.3 Projetos do SPED..............................................................................................28
3.3.1 Sped Contábil...................................................................................................28
3.3.2 Sped Fiscal.......................................................................................................29
3.3.2.1 EFD ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) /IPI........29
(Imposto sobre Produtos Industrializados)
3.3.2.2 EFD - Contribuições......................................................................................30
3.4 Nota Fiscal Eletrônica........................................................................................32
3.5 Nota Fiscal Eletrônica de Serviço - NFS-e.......................................................34
3.6 Conhecimento de Transporte Eletrônico - CT-e.............................................34
3.7 Controle Fiscal Contábil de Transição – Fcont..............................................36
3.8 Escrituração Fiscal Digital do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido - EFD IRPJ......................................38
4 SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS
PREVIDENCIARIAS E TRABALHISTAS –eSOCIAL...............................................39
4.1 Conceito..............................................................................................................39
4.2 Objetivos............................................................................................................40
4.2.1 Obrigações Acessórias Trabalhistas Atuais......................................................41
4.2.1.1Livro De Registro De Empregado....................................................................41
4.2.1.2 Folha De Pagamento......................................................................................42
4.2.1.3 GFIP Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a Previdência
Social..........................................................................................................................42
4.2.1.4 CAT- Comunicação de Acidente de Trabalho................................................43
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4.2.1.5 PPP- Perfil Profissiográfico Previdenciário..................................................44


4.2.1.6 Formulário de Seguro Desemprego...............................................................45
4.2.1.7 DIRF- Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte.............................45
4.2.1.8 RAIS- Relação Anual de Informações Sociais...............................................46
4.2.1.9 CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados......................46
4.2.1.10 MANAD - Manual Normativo de Arquivos Digitais.......................................47
4.3 Produtos do e-Social........................................................................................48
4.4 Registro de Eventos Trabalhistas- RET...........................................................49
4.5 Identificadores..............................................................................................................52
4.6 Transmissão dos Arquivos...............................................................................53
4.7 Tabelas................................................................................................................56
4.8 Obrigatoriedade da Transmissão.....................................................................57
4.9 O Impacto do eSocial nas Áreas de Atuação das Relações Trabalhistas...58
4.9.1 Alterações de Procedimentos Trabalhistas.......................................................59
4.10 Vantagens , Desafios e Riscos......................................................................61
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................63
6 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................64
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1 INTRODUÇÃO

O Governo Brasileiro vem procurando acompanhar a velocidade das


informações no cenário mundial, seguindo os avanços tecnológicos e as mudanças
sociais, políticas e econômicas geradas pela globalização, e com isso veio a
necessidade de adequar seu sistema fiscal tributário a esta nova realidade. A
solução encontrada foi a informatização do sistema tributário, desenvolvendo e
implantando um sistema de informação integrado denominado de SPED- Sistema
Público de Escrituração Digital, com o objetivo de unificar, padronizar e melhorar a
qualidade das informações contábeis e fiscais das empresas a fim de aumentar a
arrecadação de impostos e com maior eficiência da fiscalização, inibir ações
criminosas contra o fisco nacional.
O Sistema Público de Escrituração Digital- SPED, é um sistema
complexo composto por grandes projetos, Sped Contábil (ECD), Sped Fiscal (EFD),
Nota Fiscal Eletrônica ( NF-e, NFS-e), Conhecimento Eletrônico de Transporte (CT-
e) Controle Fiscal contábil de Transição (FCONT), e Escrituração Fiscal Digital do
imposto de Renda (EFD- IRPJ). Cada projeto possui andamento e estrutura
próprios, alguns já foram implantados e outros ainda estão em fases de estudo e
implantação.
O presente trabalho tem como tema apresentar o novo projeto do SPED,
denominado de Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas, eSocial, e as mudanças nas relações trabalhistas no
Brasil. O eSocial é o caçula deste processo, que será implantado no ano de
2014(dois mil e quatorze), é um sistema de escrituração digital da folha de
pagamento que vai passar informações trabalhistas para um cadastro único que
será compartilhado por várias entidades do governo, como a Receita Federal,
Ministério do Trabalho, Previdência Social e Justiça do Trabalho. Este é um
processo novo e de grandes mudanças em vários ambientes das empresas; no
Departamento de Recursos Humanos, no Departamento Pessoal e inclusive no
Contábil, onde os profissionais terão que ampliar seus conhecimentos e se
modernizarem, pois a sua participação será de fundamental importância neste
processo.
O objetivo geral da pesquisa é abordar sobre o processo de implantação,
a estrutura de funcionamento, as mudanças na atual estrutura de informação ao
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fisco nacional, os impactos nas áreas de atuações das relações trabalhistas, a


importância e os benefícios a serem alcançados pelo projeto do eSocial.
Dessa forma, de acordo com a grande expectativa de conhecimento
gerada sobre o assunto, surge a seguinte problemática: Como a implantação do
eSocial- Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas, vai mudar toda estrutura atual de informação ao fisco
relativo a todos os vínculos trabalhistas contratados no Brasil ?
Os objetivos específicos que serão analisados nos capítulos da
fundamentação teórica desta pesquisa são:
Abordar sobre o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED e seus projetos;
Apresentar o novo Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas – eSocial.
Essa pesquisa, então, proporcionará o maior detalhamento para o
entendimento da importância do objeto em estudo, através da metodologia aplicada
que será o de pesquisa bibliográfica em trabalhos de alguns autores acerca do
assunto, a legislação vigente e pesquisas em sítios na internet.
Este trabalho apresenta algumas limitações quanto à execução desta
pesquisa, no que se refere ao campo de estudo, que se restringe a periódicos, sítios
eletrônicos, às opiniões de consultores e palestrantes sobre o assunto e também a
falta da normatização do objeto de estudo.
O trabalho é dividido em seis capítulos. O primeiro apresenta a
introdução contendo o tema e problema de pesquisa; os objetivos da pesquisa; a
justificativa do estudo selecionado; a metodologia aplicada; as limitações da
pesquisa e estruturação e descrição do presente trabalho. O segundo capítulo
descreve sobre os sistemas de informação, os Sistema Integrados (ERPs) , a
utilização dos sistemas de informações pela contabilidade e o sistema de informação
tributário. O terceiro capítulo aborda sobre Sistema Público de Escrituração Digital –
SPED seu conceito, objetivos e detalhamento dos projetos que já estão em
funcionamento.O quarto capítulo apresenta o novo projeto do SPED, o eSocial, seu
conceito, objetivo, funcionalidade, as obrigações acessórias que serão substituídas
pelo eSocial, o impacto nas áreas de atuação das relações trabalhistas, as
mudanças nos procedimentos trabalhistas, e por fim as vantagens desafios e os
riscos do projeto. O quinto é a conclusão e o sexto as referências bibliográficas.
16

2. PROCESSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBIL E TRIBUTÁRIO

2.1 Sistemas de Informação


A informação dentro das organizações é uma ferramenta de trabalho
muito poderosa, através dela pode-se obter os melhores resultados, ou se não for
bem conduzida, gerar péssimos resultados para a organização. É um fator decisivo
na gestão, pode-se considerar como informação o efeito positivo de uma decisão,
que aliada ao conhecimento adquirido, conduzirá qualitativamente um parecer sobre
determinado assunto. Ou seja, a informação somente é considerada como tal,
quando expressar valor e conteúdo.
Sendo assim, os gestores das organizações, que se utilizam de formas
ilícitas para minimizar seus gastos tributários, terão de se adaptar a nova realidade
fiscal, implantando sistemas que forneçam dados gerenciais articulados que
proporcionem informações úteis ao aprimoramento da gestão empresarial.

Padoveze (1997, p.34) define sistema de informação como:


o conjunto de recursos humanos, materiais, tecnológicos e financeiros
agregados segundo uma seqüência lógica para o processamento dos dados
e tradução em informações, para que com seu produto, permitir às
organizações o cumprimento de seus objetivos .

Ainda, segundo o autor (1997, p.34) “a informação dever ser tratada


como qualquer outro produto que esteja disponível para consumo. Ela deve ser
desejada, para ser necessária. Para ser necessária deve ser útil.”
Um Sistema de Informação pode ser manual ou automatizado,
denominado de Sistema de Informação Computadorizado, os dois abrangendo
pessoas ou máquinas, tem como finalidade de coletar, processar, transmitir dados
que representam informações para diversos usuários de uma organização, como
clientes, administradores, empregados e o fisco .

Mascove, Simkin e Bagranoff (2002, p. 23) destacam que:

Um sistema de informações é um conjunto de subsistemas inter-


relacionados que funcionam em conjunto para coletar, processar,
armazenar, transformar e distribuir informações para fins de planejamento,
tomada de decisão e controle.

O benefício dos sistemas de informação, é a habilidade de processar um


enorme volume de dados e informações, simultaneamente, tornando a
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disponibilização destas, praticamente imediata. Sistemas de Informação tem como


um dos grandes desafios assegurar agilidade da informação, a qualidade, que são
mandatório para seus gestores e as corporações.
As informações geradas pelos sistemas são consideradas um dos
principais elementos da organização, e devem fornecer o suporte informativo
adequado seguindo atributos de Confidencialidade que limita o acesso ao dono da
informação ou outras entidades liberadas pelo mesmo, Integridade que garante que
a informação é legítima e não foi alterada, e Disponibilidade que garante que estará
sempre disponível para os usuários autorizados.

2.2 Sistemas de Informação Integrados

O Sistema ERP (Enterprise Resource Planning) ou SIGE (Sistemas


Integrados de Gestão Empresarial), no Brasil, são responsáveis pela integração de
dados de uma entidade dentro de um único sistema, pode ser funcional ou
sistêmica, é o meio pelo qual as empresas armazenam os dados do seu negócio
através de seus softwares que os integram e dão suporte a diversas áreas
operacionais como vendas, produção, contabilidade, pessoal.
Entre seus benefícios estão a disponibilidade de todos os dados para
todos usuários, visão sistêmica dos eventos e objetos organizacionais, proteção da
integridade dos dados corporativos. O que podemos dizer é que o sistema ERP
proporciona maior confiabilidade dos dados, pois os dados são monitorados em
tempo real o que diminuem o retrabalho, desde que alimentados corretamente pelos
usuários.

Segundo Caiçara Junior (2012, p.88) :


Uma definição de ERP que abrange o termo de forma didática o conceitua
como um sistema de informação adquirido na forma de pacotes comerciais
de software que permitem a integração entre dados dos sistemas de
informação transacionais e dos processos de negócios de uma
organização.

A utilização desse sistema pelas organizações traz como resultado um


fluxo de dados consistentes que flui entre as diferentes interfaces do negócio. Um
sistema integrado oferece a possibilidade de melhoria de relatórios, fidelidade de
dados, consistência e comparação de dados, devido à utilização de um critério único
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em todas as atividades da empresa, principalmente na contabilidade, onde os dados


são processados em tempo real dos fatos, pois apesar de toda evolução dos
sistemas integrados a informação contábil não pode perder suas características
como: Confiabilidade, tempestividade, compreensibilidade e comparabilidade.

Algumas vantagens e desvantagens da implementação de um ERP


classificadas no sítio na internet, denominado Sete Sistemas disponível no endereço
<http://www.se7esistemas.com.br>, acesso em 07out.2013, são: Vantagens, eliminar
o uso de interfaces manuais, reduzir custos, eficiência no fluxo da informação e a
qualidade da mesma dentro da organização, otimizar o processo de tomada de
decisão, eliminar a redundância de atividades, reduzir os limites de tempo de
resposta ao mercado, incorporação de melhores práticas (codificadas no ERP) aos
processos internos da empresa, reduzir o tempo dos processos gerenciais,
Desvantagens: altos custos que muitas vezes não comprovam a relação
custo/benefício; dependência do fornecedor do pacote; adoção de melhores práticas
aumenta o grau de imitação e padronização entre as empresas de um segmento;
torna os módulos dependentes uns dos outros, pois cada departamento depende
das informações do módulo anterior, por exemplo. Logo, as informações têm que ser
constantemente atualizadas, uma vez que as informações são em tempo real,
ocasionando maior trabalho, aumento da carga de trabalho dos servidores da
empresa e extrema dependência dos mesmos.

2.3 Sistemas de Informação Contábil

A contabilidade contemporânea se utiliza dos sistemas de informação


contábeis, para o registro dos fatos ocorridos na organização e como fonte de
informações úteis no processo decisório das organizações. Um sistema de
informação contábil fornece informações financeiras e não financeiras para diversos
usuários, tanto interno como externo á entidade.

Moscove, Simkin e Bagranoff (2002) complementam afirmando que:

Os SIC se concentram na coleta, no processamento e no fornecimento de


informações de cunho financeiro para as partes externas à companhia
(como investidores, credores e órgãos da receita) e partes internas
(principalmente a administração).
19

Marion (2003) entende, no entanto que:

O sistema de contabilidade é o conjunto de atividades contábeis


compatíveis que vai desde a compreensão da atividade empresarial
(necessidade para elaborar um plano de contas adequado), passando
pela análise e interpretação de cada fato contábil isoladamente, sua
contabilização, até a elaboração das demonstrações financeiras, sua
análise, interpretação e recomendações para aperfeiçoar o desempenho
da empresa. (MARION, 2003, p.255).

A inovação tecnológica, tanto de produto como de processo, propiciou a


melhoria nos métodos de controle e de organização das empresas, é fundamental
que o empresário da atualidade conte com uma grandiosa fonte de informações com
base tecnológica. A grandiosa fonte de informações que toda empresa deve ter
disponível é um Sistema de Informação Contábil.
Nesse sentido Padoveze (2009, p. 29) conceitua tecnologia da
informação como:
O conjunto tecnológico a disposição das empresas para efetivar seu
subsistema de informação e suas operações. Esse arsenal tecnológico está
normalmente ligado à informática e a telecomunicação, bem como a todo o
desenvolvimento cientifico do processo de transmissão espacial de dados.

Nos dias de hoje, é muito comum que esse sistema esteja automatizado,
facilitando o trabalho do contabilista e possibilitando uma rapidez maior na obtenção
das informações. Em algumas empresas, o sistema de informação contábil está
interligado com outros sistemas e subsistemas (folha de pagamento, fiscal, contábil,
vendas, controle de estoque, entre outros). As entidades esperam que os sistemas
possam tornar a informação disponível num prazo de tempo mais curto.

Conforme publicado em revista Enfoque Reflexão Contábil (2006,p. 62),


a contabilidade aliada aos sistemas de informações, referencialmente
computadorizados, auxiliarão de maneira eficaz o controle patrimonial de bens
permanentes em toda sua movimentação, tais como: aquisições, alienações,
vendas, transferências, manutenção. Os sistemas de informações contábeis são
ferramentas de registro, controle, gerenciamento e salvaguarda do patrimônio
empresarial, compostos de elementos (pessoas, bens, insumos ) que permitem a
realização de um processo para satisfazer um objetivo previamente traçado.
20

2.3.1 Forma de Escrituração Eletrônica

A contabilidade passou por processos de mudanças rigorosas, tanto na


suas normas quanto nas formas de escrituração. Com a globalização que é um
processo de integração mundial de informações políticas, econômicas e
tecnológicas, veio a necessidade de adequar as informações contábeis com os
padrões internacionais, isto ocorreu através da Padronização das Normas Contábeis
pela Lei 11.638/07, que modificou a Lei das Sociedades por Ações, de nº 6.404076,
principalmente em suas disposições de natureza contábil e alguns ajustes relativos à
tributação.
As principais mudanças trazidas com a promulgação da Lei 11.638/07,
foi a atualização das regras contábeis brasileiras e o aumento da harmonização
dessas regras com os pronunciamentos internacionais, principalmente com os
emitidos pelo International Accouting Standards Board (IASB) e os dos International
Financial Reporting Standard (IFRS).
Diante desta realidade o universo contábil aderiu ás transformações
tecnológicas inserindo-se no contexto digital, na prática, toda escrituração dos fatos
contábeis e fiscais passarão a ser registradas em arquivos magnéticos, que
conterão as mesmas informações que os livros físicos, mas com uma segurança
adicional, que é realizada com a Identificação através da certificação digital,
assinatura eletrônica com validade jurídica.
Certificado Digital é um documento eletrônico que identifica quem é seu
titular, pessoa física ou jurídica, e que serve para assinar digitalmente documentos
eletrônicos, garantindo a autoria e a validade jurídica. Com essa novidade
tecnológica os processos eletrônicos ficaram mais confiáveis protegidos contra
leitura de pessoas não autorizadas. A Certificação Digital está sendo considerada
uma ferramenta de segurança extremamente eficaz que garante a identificação de
origem e destino das informações que trafegam pela internet, algumas garantias
são: Privacidade nas transações, Integridade das mensagens, Autenticidade,
Assinatura Digital e Não repúdio.
21

A forma de escrituração contábil eletrônica está normatizada pela Norma


brasileira de Contabilidade- NBC- T2- Da Escrituração Contábil,

NBC T 2.1 - DAS FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL 2.1.1


Entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos seus atos
e fatos administrativos, através de processo manual, mecanizado ou
eletrônico.

A NBC T2.8 determina a forma pela qual a técnica e a escrituração


contábil deve ser pautada em seu sentido amplo de Ciências Contábeis, a Norma
esclarece a forma pela qual a entidade deve escriturar as suas relações comerciais
e o procedimento para tal fim.

NBC T2.8- DAS FORMALIDADES DA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL EM


FORMA ELETRÔNICA (Resolução do Conselho Federal de Contabilidade-
CFC 1.020 2005, D.O.U.: 02.03.2005 - retificado no DOU de 16.02.2007)
2.8.1.DISPOSIÇÕESGERAIS
2.8.1.1. Esta norma estabelece critérios e procedimentos para a
escrituração contábil em forma eletrônica e a sua certificação digital, sua
validação perante terceiros, manutenção dos arquivos e responsabilidade
de contabilista.
2.8.1.2. A Entidade deve manter um sistema de escrituração uniforme dos
seus atos e fatos administrativos que atendam às NBC T 2.1, NBC T 2.2,
NBC T 2.3, NBC T 2.4, NBC T 2.5, NBC T 2.6 e NBC T 2.7 e aos requisitos
adicionais estabelecidos nesta norma.
2.8.1.3. O processo de certificação digital deve estar em consonância com
a legislação vigente e as normas estabelecidas pela Infra-Estrutura de
Chaves Públicas Brasileiras - ICP-Brasil.

A citada resolução sofrerá a reformulação quanto à modernidade da


informação ao seu usuário por meio eletrônico, mas a teoria que baseia e concretiza
as Ciências Contábeis deve ser levada em conta de forma a abranger tanto as
necessidades modernas quanto sua base teórica.

Com o advento desta norma, a contabilidade passou a ser totalmente


eletrônica, com a utilização dos sistemas integrados de gestão- ERPs,
proporcionando qualidade dos serviços, aumento da produtividade, rapidez,
eficiência nas informações e transparências nos relatórios, facilitando a
compreensão para os usuários e a obtenção por parte do fisco de todas as
informações financeiras , econômicas e fiscais das entidades.
22

2.4 Sistema de Informação Tributária

O Brasil tem seu Sistema Tributário muito complexo formado por vários
Tributos, tornando a carga tributária brasileira uma das mais elevadas do planeta.
Dentre as receitas públicas, as receitas tributárias formam o grupo mais
significativo em termos de arrecadação. Os governos têm os tributos como fonte de
financiamento para desenvolver ações públicas. Teoricamente, as receitas
tributárias têm como finalidade o custeio das despesas estatais e suas necessidades
de investimento.
Tributo é normatizado no Código Tributário Nacional(CTN), nos artigos:
Art. 2º O sistema tributário nacional é regido pelo disposto na Emenda
Constitucional n. 18, de 1º de dezembro de 1965, em leis complementares,
em resoluções do Senado Federal e, nos limites das respectivas
competências, em leis federais, nas Constituições e em leis estaduais, e em
leis municipais.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente
vinculada.
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato
gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.(CTN,
arts. 2º,3º,4º e 5º)

O sistema tributário no Brasil está cada vez mais ágil e dinâmico, graças
à tecnologia da informação, a relação fiscal com o contribuinte migrou do papel para
o ambiente virtual, o sistema tributário brasileiro está em plena era da
informatização. As administrações tributárias avançam cercando os maus
contribuintes com um controle mais inteligente e eficaz foi criado um sistema de
inteligência artificial para acompanhar e cruzar as informações dos contribuintes.
Segundo o professor Roberto Dias Duarte(2010, p.29),
O governo tem desenvolvido meios técnicos e com isso, disponibilizado
para as empresas um sistema de coleta e armazenamento em seu banco
de dados. Um supercomputador chamado T-rex, montado pela
International Business Machines(IBM) nos estados Unidos, junto com o
software Harpia, desenvolvidos pelo Instituto tecnológico de Aeronáutica
(ITA) e Universidde Estadual de Campinas(Unicamp), entraram em
funcionamento em 2006 e são as ferramentas do fisco para combater a
sonegação.
23

A informatização do sistema tributário criado pelo governo federal tem o


objetivo de unificar e cruzar as informações contábeis e fiscais das empresas dentro
das cadeias produtivas, a fim de aumentar a arrecadação de impostos e combater
as fraudes.
Através da integração entre os fiscos, com o compartilhamento das
informações, maior eficácia da fiscalização, diminuição no custo da
fiscalização,rapidez ao acesso ás informações haverá maior controle da
sonegação gerando assim maior arrecadação. (WALTER; RIBEIRO, 2008,
p.9)

As empresas tem se esforçado bastante para cumprir as exigências do


governo, pois as informações que são passadas ao fisco podem originar multas ou
acréscimos fiscais, caso estas não se enquadrem nas normas específicas do
sistema tributário ou não cumpram os prazos estipulados pelas autoridades.

O sistema possibilita uma série de avanços ao país e ao próprio ambiente


de negócio, que passa a adquirir um novo nível de transparência, com o
livre acesso de informações ao fisco e a identificação, cada vez mais ágil,
de eventuais falhas. Permite ainda o intercâmbio de dados em tempo real
entre empresas de uma mesma cadeia produtiva. (INTERNEWS, 2009).

Essa necessidade do governo de informações confiáveis trará como


conseqüência a eliminação de crimes contra o sistema tributário, uma vez que
possíveis inconsistências de informações enviadas ao município, estado e união
serão facilmente detectadas, pelo cruzamento de dados contábeis e fiscais com
auditoria eletrônica, eliminando informações redundantes dos contribuintes às
autoridades tributárias, eliminando retrabalhos, diminuído a quantidade de papéis,
entre outros ônus burocráticos.

Em sua palestra Nota Fiscal Eletrônica e SPED Fiscal no Brasil, Pinto


(2009) acredita que, de posse de informações mais completas o fisco
poderá realizar cruzamentos dessas das mais variadas formas o que pode
gerar leis específicas para uma mudança na tributação, o que é possível
para o Estado em virtude da permissão mencionada no artigo 144 do CTN,
vislumbra-se inúmeras possibilidades no novo contexto como um
direcionamento das ações fiscais para os maiores contribuintes, melhoria na
gestão da para não sacrificar o contribuinte regular, racionalização dos
procedimentos, prevenção de concorrência desleal, e outras.
24

Nesse contexto foi que às Administrações Tributárias da União, dos


Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, fundamentadas pela Emenda
Constitucional nº 42, aprovada em 19 de dezembro de 2003, que introduziu o inciso
XXII ao art.37 da Constituição Federal, buscaram soluções conjuntas que
promovessem maior integração administrativa, padronização e melhor qualidade das
informações; racionalização de custos e da carga de trabalho operacional no
atendimento; maior eficácia da fiscalização; maior possibilidade de realização de
ações fiscais coordenadas e integradas; maior possibilidade de intercâmbio de
informações fiscais entre as diversas esferas governamentais; cruzamento de
informações em larga escala com dados padronizados e uniformização de
procedimentos. Segundo o sítio do Portal Brasil- SPED- sobre o projeto- Histórico .

Emenda Constitucional nº 42, aprovada em 19 de dezembro de 2003, que


introduziu o inciso XXII ao art.37 da Constituição Federal Altera o
Sistema Tributário Nacional e dá outras providências.
Art. 1º Os artigos da Constituição a seguir enumerados passam a vigorar
com as seguintes alterações:"Art. 37... XXII - as administrações tributárias
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de
carreiras específicas, terão recursos prioritários para a realização de suas
atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento
de cadastros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio. (Brasil,
2003)

Para a Receita Federal do Brasil (RFB), para às administrações


tributárias, há a necessidade de despender grandes somas de recursos para captar,
tratar, armazenar e disponibilizar informações sobre as operações realizadas pelos
contribuintes, e em relação aos contribuintes, há a necessidade de alocar recursos
humanos e materiais vultosos para o registro, contabilidade, armazenamento,
auditoria interna e prestação de informações às diferentes esferas de governo que,
no cumprimento das suas atribuições legais, as demandam, usualmente por
intermédio de declarações e outras obrigações acessórias. O custo é
substancialmente elevado.
A solução encontrada foi desenvolver e implantar um sistema de
informação integrado que atendesse a todos esses requisitos, esse sistema é
denominado de SPED- Sistema Público de Escrituração Digital e a Nota Fiscal
Eletrônica. Este sistema foi instituído pelo Decreto nº 6022 de Janeiro de 2007, o
projeto faz parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento do Governo
Federal do Brasil). Será abordado com mais detalhes no capítulo seguinte.
25

3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL-SPED

3.1 Histórico

Com a instituição do Decreto-Lei nº. 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o


SPED- Sistema Público de Escrituração Digital é mais um avanço na informatização
da relação entre o fisco e os contribuintes. Consiste na modernização da sistemática
atual do cumprimento das obrigações acessórias, transmitidas pelos contribuintes às
administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, utilizando-se da certificação
digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a
validade jurídica dos mesmos apenas na sua forma digital é que consta no sitio
Portal Brasil- SPED- sobre o projeto- Histórico.

DECRETO Nº 6.022, DE 22 DE JANEIRO DE 2007 ART.1º,2ºe 3º.


o
Art. 1 Fica instituído o Sistema Público de Escrituração Digital - Sped.
o
Art. 2 O Sped é instrumento que unifica as atividades de recepção,
validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que
integram a escrituração contábil e fiscal dos empresários e das pessoas
jurídicas, inclusive imunes ou isentas, mediante fluxo único,
computadorizado, de informações. (Redação dada pelo Decreto nº 7.979,
de 2013)
o
§ 1 Os livros e documentos de que trata o caput serão emitidos em forma
o
eletrônica, observado o disposto na Medida Provisória n 2.200-2, de 24 de
agosto de 2001.
o
§ 2 O disposto no caput não dispensa o empresário e as pessoas
jurídicas, inclusive imunes ou isentas, de manter sob sua guarda e
responsabilidade os livros e documentos na forma e prazos previstos na
legislação aplicável. (Redação dada pelo Decreto nº 7.979, de 2013)
o
Art. 3 São usuários do Sped:
I - a Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda;
II - as administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, mediante convênio celebrado com a Secretaria da Receita
Federal; e
II - os órgãos e as entidades da administração pública federal direta e
indireta que tenham atribuição legal de regulação, normatização, controle e
fiscalização dos empresários e das pessoas jurídicas, inclusive imunes ou
isentas. (Redação dada pelo Decreto nº 7.979, de 2013)
o
§ 1 Os usuários de que trata o caput, no âmbito de suas respectivas
competências, deverão estabelecer a obrigatoriedade, periodicidade e
prazos de apresentação dos livros e documentos, por eles exigidos, por
o
intermédio do Sped.§ 2 Os atos administrativos expedidos em observância
ao disposto no § 1º deverão ser implementados no Sped
o
concomitantemente com a entrada em vigor desses atos.§ 3 O disposto no
o
§ 1 não exclui a competência dos usuários ali mencionados de exigir, a
qualquer tempo, informações adicionais necessárias ao desempenho de
suas atribuições .(Brasil, 2007)
26

Para o SPED chegar a ser instituído, foram realizados periodicamente


vários encontros entre as Administrações Tributárias da União, dos Estados, Distrito
Federal e dos Municípios, denominado de ENAT- Encontro Nacional dos
Administradores Tributários.
Conforme o histórico do Sped no portal Brasil, no primeiro encontro
realizado em Salvador, BA, em julho de 2004, houve aprovação de protocolos de
cooperação visando realização do cadastro sincronizado e escrituração digital. Em
seu segundo encontro realizado em São Paulo, SP, em agosto de 2005 houve
aperfeiçoamento das decisões do ENAT I e aprovação de protocolos visando
realização do SPED, Nota Fiscal Eletrônica e padronização na aplicação do CNAE
(Classificação Nacional das Atividades Econômicas). No terceiro encontro realizado
em Fortaleza, CE, em novembro de 2006, objetivando a implantação da Nota Fiscal
de Serviços Eletrônica (NFS-e), estabelecendo regras para utilização de NF-e
conjugada, objetivando a implantação do Conhecimento de Transporte Eletrônico
(CT-e) e objetivando a instituição do Comitê Gestor Nacional de Documentos Fiscais
Eletrônicos.
Em vários outros encontros houve discussão sobre o SPED, Simples
Nacional, Cadastro Sincronizado, Siscomex, ITR, Educação Fiscal e Nota Fiscal
Eletrônica. A partir das discussões, diversos protocolos foram firmados no intuito de
melhorar a arrecadação de impostos e a eficácia da fiscalização, sendo o último
encontro realizado em Porto Alegre, RS, em novembro de 2012, segundo o portal do
ENAT.
Para Almeida (2008, p.1) o SPED é:

“Sistema Público de Escrituração Digital é um programa que prevê a


obtenção das informações junto às empresas de forma on-line. A iniciativa
eliminará a troca de informações processuais entre os diversos órgãos,
fortalecendo o controle de arrecadação e disponibilizando uma base
autêntica para uso de fins lícitos pelo governo”.

O Sped é uma reunião de esforços dos entes envolvidos, cada um com


seus objetivos e benefícios específicos, mas todos voltados para uma mesma
solução.
27

3.2 Objetivos

Dentre os objetivos do SPED constantes no sitio do Portal Brasil-


SPED, estão:

 Promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e


compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeitadas as
restrições legais.

 Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os


contribuintes, com o estabelecimento de transmissão única de distintas
obrigações acessórias de diferentes órgãos fiscalizadores.

 Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do


controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização
mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria
eletrônica.
Conforme esses objetivos as esferas do governo poderão consultar em
uma única base de dados as informações necessárias permitindo o cruzamento
destas informações e detectando incoerências. O contribuinte terá uma simplificação
de suas obrigações acessórias, isso não implica que será uma diminuição das
informações solicitadas, mas a redução da quantidade de declarações entregue. O
fisco terá acesso às informações de todas as empresas em um único banco de
dados o que lhe permitirá o cruzamento das informações entregues pelos vários
contribuintes, ficando mais ágil a detecção de irregularidades.
Os principais benefícios advindos do sistema de escrituração digital são:
Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de
documentos em papel; Eliminação do papel; Redução de custos com a
racionalização e simplificação das obrigações acessórias; Uniformização
das informações que o contribuinte presta às diversas unidades federadas;
Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas; Redução
do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas instalações
do contribuinte; Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao
controle da administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e
trânsito entre unidades da federação); Fortalecimento do controle e da
fiscalização por meio de intercâmbio de informações entre as
administrações tributárias; Rapidez no acesso às informações; Aumento da
produtividade do auditor através da eliminação dos passos para coleta dos
arquivos; Possibilidade de troca de informações entre os próprios
contribuintes a partir de um leiaute padrão; Redução de custos
administrativos; ;Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os
fiscais;Redução do “Custo Brasil; Aperfeiçoamento do combate à
sonegação;( Brasil, 2007).
28

3.3 Projetos do SPED

O SPED, pelo seu tamanho e complexidade é composto por grandes


projetos, Sped Contábil (ECD), Sped Fiscal(EFD), NF-e, NFS-e, CT-e FCONT,além
desses projetos já em utilização, outros estão sendo implantados e já serão
utilizados no ano de 2014 , são eles: EFD- IRPJ e o e-Social que é o objeto desta
pesquisa.

3.3.1 Sped Contábil


Sped Contábil ou Escrituração Contábil Digital (ECD) é a substituição da
escrituração em papel por livros digitais com validade jurídica. Foi instituída pela
Receita Federal do Brasil, por intermédio da Instrução Normativa RFB nº 787, de 19
de novembro de 2007, é utilizada para fins fiscais e previdenciários, atendendo às
exigências do DNRC (Departamento nacional do Registro do Comércio), do CFC
(Conselho Federal de Contabilidade), do Banco Central, da CVM (Comissão de
valores mobiliários), e outros órgãos interessados.
O Sped Contábil tem o objetivo de substituir a escrituração dos livros e
demonstrações contábeis em papel pela escrituração transmitida via arquivo e
conforme o Portal Brasil- SPED -Sped Contábil, abrange a substituição da
escrituração e impressão dos seguintes livros fiscais:
I - livro Diário e seus auxiliares, se houver;
II - livro Razão e seus auxiliares, se houver;
III - livro Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos
assentamentos neles transcritos
A partir dos dados gerados pelo seu sistema de informação, a empresa
deverá gerar um arquivo digital no leiaute preestabelecido. Este arquivo será
submetido à importação e validação pelo Programa Validador e Assinador (PVA)
fornecido pelo SPED. Por isso o nome Escrituração Contábil Digital (ECD). Todas
as informações contidas nos documentos em papel serão armazenadas em arquivos
digitais, que serão assinados eletronicamente, por meio da certificação digital, pelo
contabilista e pelo responsável pela empresa. Tal qual nos livros em papel assinam
as pessoas físicas. Assim, o certificado digital necessário para esse procedimento é
o e-CPF do contabilista e do representante da empresa perante a Junta Comercial.
29

3.3.2 Sped Fiscal

Sped Fiscal ou Escrituração Fiscal Digital ( EFD ), é um arquivo digital


em leiaute específico, com validade jurídica, abrangendo um conjunto de
escriturações de documentos fiscais e de outras informações de interesse dos
fiscos, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e
prestações praticadas pelo contribuinte. Visa substituir a escrituração dos livros
fiscais realizadas em papel por arquivos digitais. Este arquivo deverá ser assinado
digitalmente e transmitido, via Internet, ao ambiente SPED.

3.3.2.1 EFD ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) /IPI


(Imposto sobre Produtos Industrializados)

A EFD foi instituída pelo convênio ICMS nº 146/2006, de 20/12/2006.


Nela encontram-se todas as informações fiscais das empresas substituindo os livros
de entrada e saída de mercadorias, apurações de impostos e informações que
sejam de interesse do Fisco.
A Escrituração Fiscal Digital (EFD ICMS/IPI) é um arquivo digital, com
validade jurídica, formando um conjunto de escriturações de documentos fi
scais e outras informações de interesse dos fiscos das unidades federadas
e da Receita Federal do Brasil, bem como registros de apuração de
impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuinte.
A EFD ICMS/IPI contém:
I - Livro Registro de Entradas
II - Livro Registro de Saídas
III - Livro Registro de Inventário
IV - Livro Registro de Apuração do IPI
V - Livro Registro de Apuração do ICMS
VI - Documento Controle de Crédito de ICMS do Ativo Permanente (Ciap)
O Sped Fiscal representa uma evolução natural do Sintegra, de forma a
substituí-lo gradativamente por um conjunto bem mais abrangente e
detalhado de informações. Além disso, é assinado com certificado digital, o
que confere a validade jurídica, para todos os fins, dos dados enviados. O
Convênio ICMS 143/2006 instituiu a Escrituração Fiscal Digital (EFD
ICMS/IPI), mas foi revogado tacitamente pelo Ajuste Sinief 2/2009. A EFD é
obrigatória desde 1º de janeiro de 2009 para todos os contribuintes do
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação (ICMS) e/ou do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
(CNC-Duarte 2012, p. 66)
Os contribuintes foram selecionados através de lista divulgada pelo
Protocolo ICMS nº 77/2008, sendo obrigados a entregar os arquivos mensalmente
da EFD desde janeiro de 2009.
30

Nesta informação está incluída todas as operações da empresa de


compras, vendas e movimentações de estoques, com os documentos fiscais
correspondentes, apurações e códigos fiscais corretos. O principal desafio das
empresas é o cuidado com a qualidade das informações transmitidas, a EFD deve
ter coerências com outras informações eletrônicas que o fisco possui, seja elas da
empresa de fornecedores, ou de clientes.

3.3.2.2 EFD - Contribuições

Instituída pela Instrução normativa RFB nº1252/2012, que substituiu a


EFD PIS/COFINS (PIS (Programa de Integração Social) /COFINS (Contribuição para
o Financiamento da Seguridade Social), a EFD- contribuições é um arquivo digital,
assinado com certificado digital, para escrituração da contribuição para o PIS/Pasep
e da Cofins, nos regimes de apuração não cumulativo e/ou cumulativo, bem como a
contribuição previdenciária incidente sobre a receita. Esse arquivo contém
informações sobre os documentos e operações representativos das receitas, bem
como dos custos, despesas, encargos e aquisições geradores de créditos da não
cumulatividade.
Com o objetivo de escriturar digitalmente as contribuições para o
PIS/Pasep , COFINS e contribuições previdenciária, a EFD - Contribuições também
pode gradativamente substituir algumas obrigações assessórias, exemplo disso
temos o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon), que já
deixou de ser obrigatório para as empresas tributadas pelo lucro presumido.

O empresário, a sociedade empresária e demais pessoas jurídicas devem


escriturar e prestar as informações referentes às suas operações, de
natureza fiscal e/ou contábil, representativas de seu faturamento mensal,
assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica,
independentemente de sua denominação ou classificação contábil,
correspondente à receita bruta da venda de bens e serviços nas operações
em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela
pessoa jurídica. Assim também em relação às operações, de natureza fis-
cal e/ou contábil, representativas de aquisições de bens para revenda, bens
e serviços utilizados como insumos e demais custos, despesas e encargos,
sujeitos à incidência e apuração de créditos próprios do regime não
cumulativo, de créditos presumidos da agroindústria e de outros créditos
previstos na legislação da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.
(CNC-Duarte 2012 p. 107).
31

Ainda segundo o autor devem ser escriturados os valores retidos na


fonte em cada período, outras deduções utilizadas e, em relação às sociedades
cooperativas, no caso de sua incidência concomitante com a contribuição incidente
sobre a receita bruta, a contribuição para o PIS/Pasep sobre a folha de salários e
também torna-se necessária a escrituração da contribuição previdenciária incidente
sobre a receita conforme a Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011.
Em relação a sua obrigatoriedade a Receita Federal do Brasil no portal
nacional do Sped, informa:

O arquivo da EFD-Contribuições deverá ser validado, assinado digitalmente


e transmitido, via Internet, ao ambiente Sped. Conforme disciplina
a Instrução Normativa RFB nº 1.252 de 1 de março de 2012, estão
obrigadas à escrituração fiscal digital em referencia:
I - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos
fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2012, as pessoas
jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base no Lucro
Real;
II - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos
fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de 2012, as demais
pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a Renda com base
no Lucro Presumido ou Arbitrado;
III - em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, referentes aos
fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2013, as pessoas
jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de
novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983;
IV - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos
fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2012, as pessoas
jurídicas que desenvolvam as atividades relacionadas nos arts. 7º e 8º
da Medida Provisória nº 540, de 2 de agosto de 2011, convertida na Lei nº
12.546, de 2011;
V - em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita, referente aos
fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2012, as pessoas
jurídicas que desenvolvam as atividades relacionadas nos §§ 3º e 4º do art.
7º e nos incisos III a V do caput do art. 8º da Lei nº 12.546, de 2011.(Brasil,
2007)

As empresas devem se preocupar em manter com qualidade as


informações transmitidas, pois os riscos decorrentes de informações incompletas ou
incoerentes das compensações de créditos dessas contribuições podem trazer
muitos problemas no fluxo de caixa da empresa como também autuações por parte
do fisco.
32

3.4 Nota Fiscal Eletrônica

A Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), é considerada um documento de


existência digital emitido e armazenado eletronicamente que registra as operações
de entradas e saídas de mercadorias e prestações de serviços, em conformidade
com a legislação do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e que substitui a Nota Fiscal Mercantil
em papel, em todo território nacional.
Este documento digital tem validade jurídica para todos os fins, garantida
pela assinatura digital do emissor e pela recepção do documento eletrônico pelo
fisco antes mesmo da circulação da mercadoria.

O projeto justifica-se pela necessidade de investimento público voltado para


integração do processo de controle fiscal, possibilitando: Melhor intercâmbio
e compartilhamento de informações entre os fiscos; Redução de custos e
entraves burocráticos, facilitando o cumprimento das obrigações tributárias
e o pagamento de impostos e contribuições; Fortalecimento do controle e da
fiscalização.(Brasil, 2007)

São vários os benefícios acarretados pela NF-e, Nota Fiscal Eletrônica,


tanto para as Administrações tributárias, para a sociedade, para o contribuinte
comprador (receptor da NF-e) e também o contribuinte vendedor (emissor da NF-e) :
Benefícios para as Administrações Tributárias:
• Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;
• Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio
e compartilhamento de informações entre os fiscos;
• Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela
fiscalização de mercadorias em trânsito;
• Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;
• Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da Secretaria
da RFB (Sistema Público de Escrituração Digital ( SPED).
Benefícios para a Sociedade:
• Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente;
• Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias;
• Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas;
• Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de
serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica.
Benefícios para o Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e):
• Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias;
• Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da
informação da NF-e;
• Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas
fiscais;
• Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B);
Benefícios para o Contribuinte Vendedor( Emissor de NF-e):
• Redução de custos de impressão;
• Redução de custos de aquisição de papel;
• Redução de custos de envio do documento fiscal;
• Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais;
• Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF;
33

• Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;


• Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes.(Brasil, 2007)

O processo de emissão da Nota fiscal eletrônica (NF-e) consiste quando


a empresa gera um arquivo eletrônico das operações comerciais, no formato padrão
XML, este formato contém mais informações que a nota em papel, o qual deverá ser
assinado digitalmente, de maneira a garantir a integridade dos dados e a autoria do
emissor. Este arquivo deve ser transmitido pela Internet para a Secretaria da
Fazenda de jurisdição do contribuinte que fará uma pré-validação do arquivo e
devolverá um protocolo de recebimento (Autorização de Uso), sem o qual não
poderá haver o trânsito da mercadoria. Esta Nota também será transmitida para a
Receita Federal e no caso de operações interestaduais, para a Secretaria de fazenda
de destino. Foi criado o Documento Auxiliar da NF-e (Danfe), para acompanhar o
trânsito das mercadorias e facilitar a consulta da NF-e. Tanto a NF-e quanto o Danfe
têm leiaute e regras definidos pelo Manual de Integração - Contribuinte
Segundo Duarte (2012), a regra geral da obrigatoriedade da Nota Fiscal
Eletrônica (NFe) foi definida pelo Protocolo ICMS 42/2009, publicado no Diário
Oficial da União, em 15 de julho de 2009, que estabelece a “obrigatoriedade da
utilização da nota fiscal eletrônica (NF-e) em substituição à Nota Fiscal, modelo 1 ou
1-A, pelo critério de CNAE e operações com os destinatários que especifica”. Até
então, as obrigatoriedades não eram determinadas pelo CNAE do estabelecimento,
a partir dessa nova lista, o CNAE passa a ser fator importante na análise.
Há diversas normas, Protocolos ICMS publicados e interpretações
estaduais que definem os critérios da obrigatoriedade da utilização da Nota Fiscal
Eletrônica, que sempre estão sendo atualizadas, então é preciso consultar sempre o
Portal Estadual da NF-e, para acompanhar as mudanças.
Com esta modernização as empresas devem utilizar sistemas,
certificados digitais, internet e equipamentos para garantir o cumprimento dessa
obrigação acessória, também há a necessidade de garantir a segurança dessas
informações, reduzindo a possibilidade de fraudes ou vazamento de dados sigilosos,
mais a grande preocupação deve ser com a qualidade das informações contidas na
NF-e, o preenchimento das informações fiscais e comerciais deve seguir
rigorosamente as normas do ICMS e do IPI.
34

3.5 Nota Fiscal Eletrônica de Serviço –NFS-e

Este é mais um projeto que faz parte do Sped- Sistema Público de


Escrituração Digital, que está sendo desenvolvido de forma integrada pela Receita
Federal do Brasil(RFB) e pela Associação Brasileira das Secretarias de Finanças
das Capitais (Abrasf), atendendo o protocolo do ENAT nº 2 de 2007.
É um documento fiscal digital, que veio substituir as notas fiscais de
prestação de serviço em papel, a NFS-e é gerada e armazenada eletronicamente
pela prefeitura ou outra entidade conveniada que documenta as operações de
prestações de serviços sujeitas ao Imposto Sobre serviço de qualquer Natureza
(ISSQN) .
Apesar de existir um grande esforço para padronizar o leiaute e as regras
de emissão de NFS-e, os Municípios têm autonomia para legislar sobre a
matéria. Portanto, nem todas as Prefeituras seguem o padrão recomendado
pelo Sped. Aliás, há mais de 300 municípios que já adotaram a NFS-e, mas
ainda há uma grande quantidade que estabeleceu um modelo particular
para o processo de emissão de NFS-e (CNC-Duarte 2012 p. 91)

A NFS-e será gerada através dos serviços informatizados disponibilizados


pela respectiva secretaria municipal de finanças, e a responsabilidade do correto
fornecimento dos dados à secretaria pelo preenchimento da NFS-e, é toda do
contribuinte. Essa obrigação acessória vem passando por um processo contínuo de
aprimoramento e tem como objetivo básico de substituir as notas fiscais tradicionais,
padronizando e melhorando a qualidade de informações, racionalizando os custos e
gerando maior eficácia e competitividade para as empresas.
Apesar de existir o protocolo do ENAT, para o estabelecimento de um
modelo nacional único neste campo, cada município tem autonomia para definir e
adotar seu sistema, desta maneira algumas cidades implantaram a NFS-e de acordo
com o padrão da Abrasf, e outras com modelos particulares.

3.6 Conhecimento de Transporte Eletrônico -CT-e

Instituído pelo Ajuste Sinief 09 / 2007, alterado pelo Ajuste Sinief 04/09, o
Conhecimento de Transporte Eletrônico, CT-e, é um documento digital, gerado e
armazenado eletronicamente para uma prestação de serviço de transporte, com
validade jurídica pela assinatura digital do emitente e a Autorização de Uso fornecida
35

pela administração tributária do domicilio do contribuinte. O CT-e poderá substituir


os seguintes documentos fiscais, conforme sitio Portal Brasil- SPED –Cte –
Conhecimento de Transporte Eletrônico:

• Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo 8;


• Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo 9;
• Conhecimento Aéreo, modelo 10;
• Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 11;
• Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo 27;
• Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utilizada em
transporte de cargas.

O CT-e poderá também ser utilizado como documento fiscal


eletrônico no transporte dutoviário e futuramente nos transportes multimodais,
a adesão ao projeto iniciou pelo credenciamento voluntário de empresas que
se interessaram em substituir os modelos de documentos fiscais em papel pelo
projeto do conhecimento de transporte eletrônico.

Mesmo não sendo obrigatório até o momento, há cerca de 10 milhões de


Conhecimentos de Transportes Eletrônicos emitidos com validade jurídica.
Ainda não há definição de cronograma para a sua obrigatoriedade.
(DUARTE, 2011, p.69)

Com o Ajuste SINIEF 18/11, alterado pelo 08/12, foi instituído a relação
de datas para início da obrigatoriedade para emissão do CT-e em substituição aos
documentos em papel equivalentes.

Segundo este documento, os contribuintes do ICMS em substituição aos


documentos citados na cláusula primeira do citado Ajuste ficam obrigados
ao uso do CT-e, nos termos do § 3º, a partir das seguintes data
"I - 1º de dezembro de 2012, para os contribuintes do modal:
a)rodoviário relacionados no Anexo Único;
b)dutoviário;
c)aéreo;
d)ferroviário;
II - 1º de março de 2013, para os contribuintes do modal aquaviário;
III - 1º de agosto de 2013, para os contribuintes do modal rodoviário,
cadastrados com regime de apuração normal;
IV - 1º de dezembro de 2013, para os contribuintes:
a) do modal rodoviário, optantes pelo regime do Simples Nacional;
b) cadastrados como operadores no sistema Multimodal de Cargas.
Parágrafo único. Ficam mantidas as obrigatoriedades estabelecidas
pelas unidades federadas em datas anteriores a 31 de dezembro de 2011".
(Brasil, 2007)
36

Para a realização da prestação de serviço de trânsito da mercadoria,


será impresso o Documento Auxiliar de Conhecimento Eletrônico (Dacte), em papel
comum, que terá como objetivo acompanhar a prestação de serviço de transporte de
mercadorias, colher a firma do destinatário/tomador para comprovação de entrega
de mercadorias e /ou prestação de serviços, e auxiliar a escrituração do CT-e para
tomadores de serviços não emissores de documentos fiscais eletrônicos.

3.7 Controle Fiscal Contábil de Transição – Fcont

O Controle Fiscal Contábil de Transição (FCont) é uma escrituração, em


formato eletrônico, das contas patrimoniais e de resultado, que considera os
métodos e critérios contábeis anteriores à aplicabilidade da Lei nº 11.638/07,
disciplinada pela Instrução Normativa RFB nº 949/09.
Devido a Lei de nº 11.638/07 que entrou em vigor em 1º de janeiro de
2008, que atualiza as regras contábeis brasileira, deixando-as em conformidade com
os parâmetros internacionais, e pelos arts. 37 e 38 da Lei nº 11.941/09, foi instituído
o Regime Tributário de Transição (RTT), pela Lei nº 11.941/09, com o objetivo de
estabelecer a neutralidade tributária, e vigerá até a entrada em vigor de lei que
discipline os efeitos tributários dos novos métodos e critérios contábeis.
Segundo o Professor Roberto Dias Duarte sobre o RTT,
O RTT reforça o conceito de diferenciação entre a apuração fiscal e a
apuração contábil. O lucro contábil não é o parâmetro para calcular os
tributos. A apuração fiscal passa a seguir outro cálculo de lucro, apurado
exclusivamente para esse fim, baseado nas regras contábeis existentes até
dezembro de 2007 e que pode ser diferente do lucro contábil. (CNC,
2012,p. 114)

A utilização do FCONT é necessária à realização dos ajustes efetuados


no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR), não podendo ser substituído por
qualquer outro controle ou memória de cálculo. Os dados a serem apresentados por
intermédio do Programa FCONT consistem em lançamentos referentes aos fatos
contábeis que sofrem tratamento tributário diferenciado, Conforme consta no Portal
Tributário disponível em <http://www.portaltributario.com.br/guia/fcont.html>acesso
em 25 de out. 2013, são eles:
37

I - lançamentos realizados na escrituração contábil para fins societários, que devem


ser expurgados; e

II - lançamentos considerando os métodos e critérios contábeis aplicáveis para fins


tributários, que devem ser inseridos.
O Fcont é destinado e obrigatório, exclusivamente para as pessoas
jurídicas, sujeitas ao Lucro Real e ao Regime Tributário de Transição,
cumulativamente:
Art. 7º Fica instituído o Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT) para
fins de registros auxiliares previstos no inciso II do § 2º do art. 8º do
Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, destinado obrigatória e exclusivamente às
pessoas jurídicas sujeitas cumulativamente ao lucro real e ao RTT.
Art. 8º O FCONT é uma escrituração, das contas patrimoniais e de
resultado, em partidas dobradas, que considera os métodos e critérios
contábeis aplicados pela legislação tributária, nos termos do art. 2º.
§ 1º A utilização do FCONT é necessária à realização dos ajustes previstos
no inciso IV do art. 3º, não podendo ser substituído por qualquer outro
controle ou memória de cálculo.
§ 2º Para fins de escrituração do FCONT, poderá ser utilizado critério de
atribuição de custos fixos e variáveis aos produtos acabados e em
elaboração mediante rateio diverso daquele utilizado para fins societários,
desde que esteja integrado e coordenado com o restante da escrituração,
nos termos do art. 294 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999.
§ 3º O atendimento à condição prevista no § 2º impede a aplicação do
disposto no art. 296 do Decreto nº 3.000, de 1999.
§ 4º A elaboração do FCONT é obrigatória, mesmo no caso de não existir
lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos
pela legislação tributária, baseada nos critérios contábeis vigentes em 31 de
dezembro de 2007, nos termos do art. 2º. ( Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.139, de 28 de março de 2011 )
Art. 9º O FCONT deverá ser apresentado em meio digital até às 24 (vinte e
quatro) horas (horário de Brasília) do dia 30 de novembro de 2009,
mediante a utilização de aplicativo a ser disponibilizado no dia 15 de
outubro de 2009, no sítio da Secretaria da Receita Federal do Brasil na
Internet, no endereço <http://www.receita.fazenda. gov. br>.
Parágrafo único. Para a apresentação do FCONT é obrigatória a assinatura
digital mediante utilização de certificado digital válido.( Instrução Normativa
RFB nº 949/09disponível em <http://www.receita.fazenda. gov. br>.acesso
13 out.2013).

Estão obrigadas à apresentação do Fcont, as pessoas jurídicas que


apurem a base de cálculo do IRPJ pelo Lucro Real, mesmo no caso de não existir
lançamento com base em métodos e critérios diferentes daqueles prescritos pela
legislação tributária, baseada nos critérios contábeis vigentes em 31 de dezembro
de 2007.
38

3.8 Escrituração Fiscal Digital do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e


Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido - EFD IRPJ

Em continuidade ao projeto Sped, a Receita Federal do Brasil deu mais


um passo, por meio da instrução Normativa RFB nº 1353/2013, instituiu a
Escrituração Fiscal Digital do Imposto sobre a Renda e da Contribuição Social
sobre o Lucro Líquido da Pessoa Jurídica (EFD IRPJ). O projeto inicial
denominava-se Livro Eletrônico de escrituração e apuração do IRPJ e CSLL da
Pessoa Jurídica Tributada pelo Lucro Real (e-Lalur), instituído pela Instrução
normativa RFB nº 989/2009, ficando esta revogada.

A obrigatoriedade de utilização da EFD-IRPJ será para as pessoas


jurídicas sujeitas à apuração do Imposto sobre a Renda pelo regime do Lucro Real,
Lucro Presumido ou Arbitrado, e também para as pessoas jurídicas imunes e isentas
e terá início a partir do ano calendário de 2014.

Deverão ser informadas na EFD-IRPJ todas as operações que


influenciem, direta ou indiretamente, imediata ou futuramente, a composição da base
de cálculo e o valor devido do IRPJ e CSLL, que será transmitida anualmente ao
Sped até o último dia útil do mês de junho do ano seguinte ao ano calendário a que
se refira.

Outro projeto que entrará em vigor no ano calendário de 2014 é o


eSocial, que consiste em um módulo no âmbito do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped), e se constitui em mais um avanço na informatização da relação entre
o fisco e o contribuinte, sua estrutura e o impacto desse sistema para as empresas
serão detalhados no próximo capítulo.
39

4 SISTEMA DE ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL DAS OBRIGAÇÕES FISCAIS


PREVIDENCIARIAS E TRABALHISTAS –eSOCIAL

4.1 Conceito

O Sped Social ou o eSocial , é a sigla para o Sistema de Escrituração


Fiscal Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas, que faz parte do
Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), lançado em 2007. E já está sendo
considerado antes mesmo de sua implantação, o maior, o mais complexo e
ambicioso projeto do Sped.
O conceito do e-Social, segundo o Manual de Orientação do e-Social,
versão 1.0, de 17 de julho de 2013, o Ato Declaratório Executivo SUFIS nº05, que
Aprova e divulga o leiaute do Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações
Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas – eSocial é:

O eSocial é um projeto do governo federal que vai coletar as informações


descritas no Objeto do eSocial, armazenando-as no Ambiente Nacional do
eSocial, possibilitando aos órgãos participantes do projeto, sua efetiva
utilização para fins previdenciários, fiscais e de apuração de tributos e do
FGTS.
As informações podem ser classificadas em três tipos, a saber:
a) Eventos trabalhistas: é uma ação ou situação advinda da relação entre
empregador e trabalhador, como por exemplo, a admissão de empregado,
alteração de salário, exposição do trabalhador a agentes nocivos, etc.
b) Folha de Pagamento;
c) Outras informações tributárias, trabalhistas e previdenciárias: são aquelas
previstas na lei nº 8212, de 1991, e em Normas Regulamentadoras do
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE

Este projeto vai mudar toda estrutura atual de informação ao fisco relativo
a todos os vínculos trabalhistas contratado no Brasil regidos pela Consolidação das
leis Trabalhistas (CLT), sejam eles em caráter efetivo ou temporário, estagiários,
menores aprendizes, trabalhadores cooperados, autônomos, domésticos. Como
também será exigido para todos os portes de empresas, desde os
Microempreendedores Individuais (MEI), produtores rurais até as empresas de
grande porte e multinacionais.
40

4.2 Objetivos

Em seu blog o Professor Roberto Dias Duarte afirma que a


informatização do sistema de escrituração da folha de pagamento visa atender as
necessidades dos principais órgãos governamentais, consolidando em uma base
única, dados e informações para atividades da Receita Federal do Brasil (RFB), do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS), da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Conselho Curador do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e também a Justiça do Trabalho qualificando
as informações para uso em decisões das Ações Reclamatórias Trabalhistas.
O objeto desse projeto são as informações trabalhistas, previdenciárias,
tributárias e fiscais e outras informações fiscais previdenciárias previstas na lei n°
8.212, de 1991.
Dispõe sobre a organização da Seguridade Social, institui Plano de Custeio,
e dá outras providências. Art. 32. A empresa é também obrigada a:
I - preparar folhas-de-pagamento das remunerações pagas ou creditadas a
todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas
estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social;
II - lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma
discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das
quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos;
III – prestar à Secretaria da Receita Federal do Brasil todas as informações
cadastrais, financeiras e contábeis de seu interesse, na forma por ela
estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à fiscalização;
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho
Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma,
prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a
fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição
previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho
Curador do FGTS; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
VI – comunicar, mensalmente, aos empregados, por intermédio de
documento a ser definido em regulamento, os valores recolhidos sobre o
total de sua remuneração ao INSS. (Incluído pela Lei nº 12.692, de 2012)
( LEI 8.212/91)

Com esse sistema o governo federal pretende obter a redução das


execuções das obrigações tributárias aumentando a taxa de emprego formal e a
inclusão previdenciária, melhorando a renda do trabalhador e diminuindo o alto
custo do recursos humanos das empresas. Visa também aumentar a arrecadação
mediante a transparência do controle fiscal, facilitar a fiscalização, combater a
sonegação e garantir direitos e acesso à informações aos trabalhadores.
41

Objetivos do projeto:
·Unificar a captação das informações definidas no conceito do eSocial;
·Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os
empregadores, com o estabelecimento de transmissão única para os
diferentes órgãos de governo, usuários da informação;( Manual de
Orientação do eSocial, 2013, Versão 1.0)

O novo sistema pretende obter a racionalização e uniformização das


obrigações acessórias para os empregadores, eliminando algumas obrigações
acessórias , como Dirf, Rais, Caged e Manad, no ano de 2015 e substituir outras
obrigações já a partir do ano de implantação, 2014, como Livro de Registro de
Empregado, Folha de Pagamento, GFIP, Comunicação de Acidente de Trabalho,
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), e Formulário de Seguro Desemprego .

4.2.1 Obrigações Acessórias Trabalhistas Atuais.

4.2.1.1 Livro De Registro De Empregado

O Livro Registro de Empregados é um livro onde são anotados todos os


dados da qualificação civil do trabalhador no momento de sua admissão, como
também outras informações relativas á remuneração, férias, casos de acidentes,
informação sindical e outras, é um livro obrigatório para as pessoas jurídicas e
equiparadas que possuam funcionários, podendo ser substituído por fichas manuais
ou informatizadas.Termo estabelecido pela Consolidação das Leis trabalhistas(CLT):

Art. 41 CLT- Em todas as atividades será obrigatório para o empregador o


registro dos respectivos trabalhadores, podendo ser adotados livros, fichas
ou sistema eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho. (Redação conforme a Lei nº 7.855, de 24.10.1989)
Parágrafo único - Além da qualificação civil ou profissional de cada
trabalhador, deverão ser anotados todos os dados relativos à sua admissão
no emprego, duração e efetividade do trabalho, a férias, acidentes e demais
circunstâncias que interessem à proteção do trabalhador. (Redação
conforme a Lei nº 7.855, de 24.10.1989)

Com o Livro de Registro, as empresas tem todo histórico de seus


empregados, servindo este como prova para uma futura necessidade de dados
cadastrais de trabalhadores, pelos órgãos do governo.
42

4.2.1.2 Folha De Pagamento

È a descrição dos fatos que envolveram a relação de trabalho, de


maneira simples e transparente, transformado em fatores numéricos, através de
códigos, quantidade, referências, percentagens e valores, em resultados que
formarão a folha de pagamento. A Folha de Pagamento tem função operacional,
contábil e fiscal, devendo ser constituída com base em todas as ocorrências
mensais do empregado, e tem um fator muito importante na relação trabalhista em
razão da riqueza técnica que existe para transformar todas as informações do
empregado e da empresa em um produto final. Definição disponível no Guia prático
das obrigações das pessoas jurídicas equiparadas, portal CRC SP.
Os eventos descritos na folha de pagamento são relativos a proventos
fixos como salários, extras como horas extraordinárias e gratificações, descontos
obrigatórios de encargos e impostos, e eventuais. De um ponto de vista de resultado
operacional da empresa, a folha de pagamento é uma ferramenta importantíssima,
porque os salários e encargos sociais afetam muito o lucro da empresa e segue
uma normatização, implicando direitos e deveres.

4.2.1.3 GFIP- Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações a Previdência


Social

A GFIP é um instrumento que o Governo encontrou para montar um


cadastro eficiente de vínculos e remunerações, tendo dupla finalidade: serve como
guia de recolhimento para o FGTS e documento de declaração de dados para a
Previdência Social. A confecção da GFIP tornou-se obrigatória a partir da
competência janeiro de 1999, devendo ser apresentada mensalmente,
independentemente do efetivo recolhimento ao FGTS ou das contribuições
previdenciárias, quando houver. Definição disponível no Guia prático das obrigações
das pessoas jurídicas equiparadas, portal CRC SP.
As pessoas jurídicas, físicas e contribuintes equiparados a empresa,
estão obrigadas a entregar mensalmente a GFIP nos seguintes casos: Fonte sítio
Significados.com.br:
• quando necessitam recolher o fundo de garantia por tempo de serviço dos
trabalhadores; e/ou,
• quando prestam informações referentes às remunerações auferidas pelos
funcionários e o vínculo empregatício.
43

As informações acima são essenciais para que a Previdência Social


tenha um registro funcional dos seus segurados.

A GFIP proporcionou uma forma de recolhimento mais eficiente dos


valores do FGTS e acrescentou informações úteis para facilitar o acesso à
comprovação do tempo de contribuição dos segurados, além de melhorar o
atendimento na Previdência Social.

A empresa transporta de seu sistema de folha de pagamento todos os


dados referentes ao empregado, seu vínculo e sua remuneração, para o programa
gerador da GFIP, que se chama Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS e
Informações à Previdência Social (SEFIP), podendo ser também preenchido
manualmente os dados direto no programa SEFIP, ele é responsável por consolidar
os dados cadastrais e financeiros da empresa e dos trabalhadores para repassar ao
FGTS e à Previdência Social, podendo também ser utilizado para gerar a Guia de
Recolhimento do FGTS - GRF, uma guia gerada com código de barras que viabiliza
o recolhimento do FGTS. e a Guia da Previdência Social(GPS). Este programa está
disponível no sitio da Caixa Econômica Federal. A GFIP deverá ser transmitida via
internet pelo programa da Conectividade Social até ao sétimo dia do mês seguinte
ao da competência do fato gerador. Conforme definido no sitio da Caixa Econômica
Federal.

4.21.4 CAT- Comunicação de Acidente de Trabalho


É considerado Acidente de Trabalho, aquele que decorre do exercício
profissional e que causa lesão corporal ou perturbação funcional que provoca a
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho, nos
termos do artigo 19 da Lei 8.213/91. Conforme dispõe a IN INSS 31/2008, o acidente
do trabalho será caracterizado tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante
a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo.Segundo definição encontrada no
sitio Guia Trabalhista.
O acidente de trabalho é um fato que pode ocorrer em qualquer empresa,
independentemente de seu grau de risco ou de sua organização e estrutura em
relação à Segurança e Medicina do Trabalho.
44

Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a


serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos
no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou
temporária, da capacidade para o trabalho.
§ 1º A empresa é responsável pela adoção e uso das medidas
coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador.
§ 2º Constitui contravenção penal, punível com multa, deixar a
empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
§ 3º É dever da empresa prestar informações pormenorizadas sobre os
riscos da operação a executar e do produto a manipular.
§ 4º O Ministério do Trabalho e da Previdência Social fiscalizará e os
sindicatos e entidades representativas de classe acompanharão o fiel
cumprimento do disposto nos parágrafos anteriores, conforme dispuser o
Regulamento.( Lei 8.213/91)

Ocorrido o Acidente de Trabalho, o mesmo deve ser comunicado pela


empresa ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), através do documento
de Comunicação de Acidente de trabalho (CAT), no prazo de um dia útil ou, se
ocorreu o óbito, imediatamente. Pode também ser emitida pelo médico, pelo familiar,
pelo sindicato ou por uma autoridade pública, mesmo fora do prazo. A CAT inicial é
para novas doenças ou lesões e quando ocorre o agravamento da lesão ou da
doença, a empresa deve emitir outra CAT, sendo essa de reabertura.

4.2.1.5 PPP- Perfil Profissiográfico Previdenciário

O PPP é um documento destinado a prestar informações ao INSS


relativas ao empregado, seu histórico laboral dentro da empresa, referente a
atividade que exerce, o agente nocivo ao qual está exposto, a intensidade e a
concentração do agente, ou associação de agentes prejudiciais à saúde, além de
dados referentes à empresa, como também registros ambientais com base no Laudo
Técnico de Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) e resultados da monitoração
biológica com base no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
(PCMSO) e Programa de Prevenção de Riscos Ambientais(PPRA) .
Este documento será exigido para todos os segurados,
independentemente da atividade da empresa e da exposição do trabalhador a
agentes nocivos a saúde, e deverá abranger também informações relativas aos
fatores de riscos ergonômicos e mecânicos.
45

4.2.1.6 Formulário de Seguro Desemprego

Atualmente, quando o empregado é dispensado sem justa causa , o


empregador deve entregar ao empregado o formulário próprio de Requerimento do
Seguro Desemprego em duas vias, devidamente preenchido.

• Seguro- Desemprego Formal (iniciada em 1986): Foi instituído pela Lei


n.º.998, de 11 de janeiro de 1990, alterado pela Lei n.º 8.900, de 30 de
junho de 1994, com a finalidade de prover assistência financeira temporária
a trabalhadores desempregados sem justa causa, e auxiliá-lo na
manutenção e na busca de emprego, provendo para tanto, ações integradas
de orientação, recolocação e qualificação profissional.
O Seguro-Desemprego é um benefício integrante da seguridade social que
tem por objetivo, além de prover assistência financeira temporária ao
trabalhador desempregado sem justa causa, auxiliá-lo na manutenção e na
busca de emprego, promovendo para tanto, ações integradas de orientação,
recolocação e qualificação profissional. A assistência financeira é concedida
em no máximo cinco parcelas, de forma contínua ou alternada, a cada
período aquisitivo de dezesseis meses Fonte: Ministério do Trabalho e
Emprego (Portal Brasil)

4.2.1.7 DIRF- Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte,

É uma obrigação tributária acessória, devida por todas as pessoas


jurídicas e equiparadas, independente da forma de tributação, feita pela Fonte
Pagadora, com o objetivo de informar à Secretaria da Receita Federal do Brasil as
retenções de Imposto de Renda, Pis, Cofins e Contribuição Social Sobre Lucro
Líquido, sobre pagamentos efetuados a terceiros e sobre pagamentos decorrentes
do trabalho assalariado , Definição disponível no Guia prático das obrigações das
pessoas jurídicas equiparadas, portal CRC SP.

Conforme a Receita Federal na Dirf, deve ser informado também:


• os rendimentos pagos a pessoas físicas domiciliadas no País, inclusive os isentos
e não tributáveis nas condições em que a legislação especifica;
• o valor do imposto sobre a renda e/ou contribuições retidos na fonte, dos
rendimentos pagos ou creditados para seus beneficiários;
• o pagamento, crédito, entrega, emprego ou remessa a residentes ou domiciliados
no exterior, ainda que não tenha havido a retenção do imposto, inclusive nos casos
de isenção ou alíquota zero;
• os pagamentos a plano de assistência à saúde – coletivo empresarial.
46

É uma declaração anual que contém a identificação por espécie de


retenção e identificação do beneficiário que sofreram retenção na fonte, no caso de
rendimentos que são o mesmo ou acima do valor anual mínimo para apresentação
da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física, incluindo décimo terceiro
salário, mesmo que não tenha sofrido retenção de imposto.

4.2.1.8 RAIS – Relação Anual de Informações Sociais

È um importante instrumento de coleta de dados pela gestão do governo


no setor do trabalho, instituída pelo Decreto nº 76.900/75 e tem como objetivos:
• o suprimento às necessidades de controle da atividade trabalhista no País,
• o provimento de dados para a elaboração de estatísticas do trabalho,a
disponibilização de informações do mercado de trabalho às entidades
governamentais.
• Os dados coletados pela RAIS constituem expressivos insumos para
atendimento das necessidades:
• da legislação da nacionalização do trabalho
• de controle dos registros do FGTS ;
• dos Sistemas de Arrecadação e de Concessão e Benefícios Previdenciários;
• de estudos técnicos de natureza estatística e atuarial;
• de identificação do trabalhador com direito ao abono salarial
PIS/PASEP.(Portal da RAIS)

Estão atualmente obrigados a entrega da declaração da RAIS, todos os


empregadores, as empresas com ou sem empregados, mesmo com suas atividades
paralisadas entregam a RAIS Negativa, empresas públicas, empregadores rurais,
individuais, autônomos, profissionais liberais, cartórios, condomínios e outros que
tiveram empregados no ano base.

4.2.1.9 CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

Conforme descrição encontrada no Portal do Ministério do Trabalho,


criado pelo Governo Federal, o CAGED foi Instituído pela lei 4.923/65, que instituiu o
registro permanente de admissões e dispensa de empregados, sob o regime da
Consolidação das Leis do trabalho- CLT,
Este cadastro possibilita ao Governo Federal acompanhar a ocupação
na mão de obra no emprego formal em todo país, servindo como base para
elaboração de estudos, pesquisas, projetos, e programas ligados ao mercado de
trabalho, além de subsidiar a tomada de decisões para ações governamentais. O
47

CAGED ainda é utilizado pelo programa de Seguro Desemprego, para conferir os


dados referentes aos vínculos trabalhistas .

Ganho médio passou de R$1.076,55 para R$1.100,22 em setembro


Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados
(Caged), divulgados nesta quarta-feira (16 de outubro) pelo Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), os salários médios de admissão tiveram
aumento real de 2,20% de janeiro a setembro de 2013, quando comparado
ao mesmo período do ano passado. O salário médio passou de R$1.076,55
para R$1.100,22. Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (Portal Brasil)

Todos os estabelecimentos que tenha admitido, desligado, transferido


empregado com contrato de Trabalho regido pela CLT, que tenha feito qualquer
movimentação em seu quadro de empregados, deve entregar o CAGED para o
Ministério do Trabalho e Emprego até o dia sete do mês subsequente.
Quem deve ser declarado no CAGED são os empregados, contratados
por empregadores, pessoas físicas ou jurídicas, por prazo determinado ou
indeterminado, empregados rurais e aprendiz, e quem não deve constar no CAGED
são os servidores da administração pública direta ou indireta, federal, estadual ou
municipal, os servidores de fundações inclusive os não efetivos, os cedidos e os
requisitados; os trabalhadores avulsos; os diretores sem vínculos empregatícios,
dirigente sindical; autônomo, eventual; ocupante de cargo eletivo, estagiário,
empregado doméstico, cooperado, e trabalhador por contrato determinado para
atender necessidades temporária de excepcional interesse público.

4.2.1.10 MANAD - Manual Normativo de Arquivos Digitais


O MANAD foi instituído pela Portaria no 58/2005 expedida pela
Previdência Social que obriga as empresas que utilizam sistema de processamento
eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades econômicas,
escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal,
trabalhista e previdenciária, quando intimada por Auditor-Fiscal da Previdência
Social (AFPS), a apresentar documentação técnica completa e atualizada de seus
sistemas, bem como os arquivos digitais com as informações relativas aos seus
negócios e atividades econômicas, observadas as orientações e especificações
contidas no referido MANAD. Fonte do sítio da internet, WK.com, produtos Manad.
48

Quando a empresa está sob fiscalização dos tributos previdenciários, é


solicitado à mesma por intermédio de intimação, a utilização do MANAD (portaria
58/05) e no caso da fiscalização dos demais tributos Federais, é utilizado o modelo,
desde 2002, definido pela IN SRF 86/01.

1.2 Em se tratando de empresas sob o regime de Direito Privado, as


informações de que trata o Art. 1º da Portaria MPS/SRP Nº 58/2005
deverão ser apresentadas em arquivo digital padronizado, atendidos os
itens 2 e 3 deste Manual, com o seguinte conteúdo: a) Informações Fiscais
I – fornecedores e clientes; II - documentos fiscais; III- comércio exterior;
IV - relação insumo/produto. b) Informações Contábeis
I – lançamentos contábeis; I – demonstrações contábeis.
c) Informações Patrimoniais
I - controle de estoque e registro de inventário; II - controle patrimonial.
d) Informações dos Trabalhadores I - segurados empregados; II –
contribuintes individuais e avulsos; 1.3 As informações solicitadas no item
anterior deverão ser apresentadas pelas pessoas jurídicas, quando
solicitadas por Auditor Fiscal da Previdência Social – AFPS no curso de
Ação Fiscal devidamente autorizada, atendido o disposto neste manual.
(http://www.receita.fazenda.gov.br)(Manual Normativo de Arquivos Digitais –
MANAD)

4.3 Produtos do e-Social

O e-Social irá produzir diversos eventos diferentes em relação as rotinas


trabalhistas atuais, os Departamentos Pessoais e de Recursos Humanos das
empresas terão que se adaptar as novas regras, e novos prazos para entrega das
informações trabalhistas. Segundo palestra apresentada em Brasília, Projeto EFD
Social da Receita Federal em 2012, os produtos são:
Produtos do e-Social -1:
 Folha de Pagamento Digital Escrituração Fiscal Digital das Obrigações
Previdenciárias e Trabalhistas e povoamento de base de dados.
 Folha de Pagamento Digital Simplificada Escrituração Simplificada na Web
para pequenos empregadores (MEI, Segurado Especial, Empregador
Doméstico, Pessoa Física equiparada à empresa e Simples Nacional)
 Registro de Eventos Trabalhistas (RET)
 Banco de Dados com “Visão Empregado” – Base de dados com a visão da
vida laboral do empregado e visão contracheque .
 DCTF Prev – Unificação dos procedimentos no âmbito da RFB de cobrança,
parcelamento e certidão negativa.
 Portal do Trabalhador Sistema de Consulta das Informações de Empregados
e Autônomos.
49

Produtos e- Social 2 :
 Sistema de Consulta da Declaração – Portal do Empregador
 Módulo Reclamatória Trabalhista
 Plano de capacitação e divulgação na sociedade civil
 Atendimento integrado aos órgãos da administração direta e indireta federal
nas informações previdenciárias e trabalhistas:
Secretaria da Receita Federal do Brasil
Ministério da Previdência Social
Ministério do Trabalho e Emprego
Instituto Nacional do Seguro Social
Conselho Curador do FGTS (*)
Caixa Econômica Federal (*)
(*) Ainda não participam do Projeto

4.4 Registro de Eventos Trabalhistas- RET

O Registro de Eventos Trabalhistas, RET, é a comunicação do


empregador, pessoa física ou jurídica, sobre alterações que ocorrerem na relação
trabalhista, estes registros deverão ser informados tempestivamente, assim que o
evento ocorrer, sob o risco de multa pela falta de comunicação no prazo adequado,
as empresas terão que se reorganizar para cumprir tempestivamente as obrigações
pois a fiscalização agora é online, averiguando e multando automaticamente as
infrações cometidas.
Segundo o Manual de Orientação do e-Social (2013) , “todos os arquivos
de eventos, ao serem transmitidos, passarão por validação e somente serão aceitos
se estiverem consistentes com o RET. Isto é, os eventos terão que ser transmitidos
sequencialmente por ordem de acontecimento, como exemplo, temos um evento de
desligamento de empregado, que só será aceito se para aquele empregado tiver
sido enviado anteriormente, o evento de admissão. O RET também será utilizado
para validação da folha de pagamento, que só será aceita se todos os trabalhadores
constantes no RET como ativos constarem na mesma e, por outro lado, todos os
trabalhadores constantes da folha de pagamento constarem no RET. Além dos
empregados, outras categorias de trabalhadores também serão objeto de
informações que alimentarão o RET, como os trabalhadores avulsos, os dirigentes
sindicais e algumas categorias de contribuintes individuais, como diretores não
empregados e cooperados” .
50

Para o início de utilização do e-Social as empresas terão que preencher


um cadastro inicial dos dados que está contido na folha pagamento para o sistema
do Fisco, esta carga será composta de dados como a tabela de rubricas,
departamento, obras, cargos, funções, horários, turnos, dos colaboradores ativos na
data de início da obrigatoriedade, etc. Muitas empresas terão dificuldades e demora
no levantamento desses dados, pelo motivo do alto nível de detalhamento das
informações que serão exigidas pelo sistema, como exemplo, o empregador poderá
ter que saber até se seu empregado tem residência própria e se esta residência foi
comprada com recursos do FGTS e outras informações de interesse do fisco.

Figura 1: Registro de Eventos do eSocial

Fonte: Slide Palestra da 1ª Conferência do eSocial – Daniel Belmiro(2013)

Os eventos que deverão ser informados para fazer o cadastro da


empresa e seus colaboradores junto ao governo são conforme o Manual de
Orientação do eSocial (2013):
51

Informações do Empregador;
◦ Arquivos de Tabelas;
▪ Tabela de rubricas da folha de pagamento;
▪ Tabela de Lotações e Departamentos;
▪ Tabela de Cargos;
▪ Tabela de Funções;
▪ Tabela de Horários;
▪ Tabela de Estabelecimentos e Obras de Construção Civil;
▪ Tabela de Processos;
▪ Tabela de Operadores Portuários;
◦ Cadastramento inicial de vínculos;

Os eventos de registro trabalhistas aleatórios , RET, são:

Cadastramento Inicial;
◦ Admissão;
◦ Alteração Cadastral;
◦ Alteração Contratual;
◦ CAT;
◦ ASO;
◦ Aviso de Férias;
◦ Afastamento Temporário;
◦ Alteração de Afastamento Temporário;
◦ Retorno de Afastamento Temporário;
◦ Estabilidade Início;
◦ Estabilidade Término;
◦ Condição Diferenciada de Trabalho – Início;
◦ Condição Diferenciada de Trabalho – Término;
◦ Aviso Prévio;
◦ Cancelamento de Aviso Prévio;
◦ Atividades Desempenhadas;
◦ Comunicação de Acidente de Trabalho;

Os eventos mensais da folha de pagamento e outras informações são:

Abertura da Folha de Pagamento;


52

◦ Remuneração dos trabalhadores (um arquivo para cada trabalhador);


◦ Serviços Tomados;
◦ Serviços Prestados;
◦ Serviços tomados de cooperativa;
◦ Serviços prestados por cooperativa;
◦ Aquisição de produção rural;
◦ Comercialização da produção rural;
◦ Recursos recebidos ou repassados por/para associação desportiva de futebol;
◦ Encerramento.
Não se deve esquecer que a sequência das informações deve ser
obedecida, pois as informações dos primeiros arquivos são necessárias para o
processamento das informações posteriores. Portanto é muito importante que as
empresas se preocupem desde agora, com o conteúdo das informações existentes
dentro dos seus bancos de dados, uma revisão no cadastro será peça fundamental
para o sucesso da empresa no cumprimento desta nova obrigação.

O coordenador de Sistemas da Atividade Fiscal da Receita Federal do


Brasil, Sr. Daniel Belmiro, explica em palestra de pré lançamento do e-Social (2013):

Para evitar problemas no lançamento da escrituração fiscal digital, a RFB


vai abrir um período de consulta para que as empresas analisem a situação
do cadastro de seus empregados ativos. “Será uma qualificação do
cadastro dos empregados.”
O subsecretário de Fiscalização complementa que será feito um batimento
mínimo entre os bancos de dados dos quatro grandes parceiros do projeto –
a própria RFB, a Caixa Econômica Federal, o Ministério do Trabalho e o
INSS. “Vamos devolver para empregador o resultado dessa checagem e
pedir que ele conserte as informações que não conseguimos verificar.
Assim vamos ganhar atenção para o programa.” Belmiro avalia que a
administração vai atuar não contra o contribuinte, mas lhe dando suporte.

4.5 Identificadores.

A partir de sua implantação o e-Social vai simplificar a forma de


identificação dos empregadores pessoas jurídicas e pessoas físicas e dos
trabalhadores. Os empregadores pessoas jurídicas serão identificados apenas pelo
Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica(CNPJ) , e os empregadores pessoas físicas
pelo Cadastro de Pessoa Física (CPF). Para as pessoas físicas que são
cadastradas com matrícula no Cadastro Específico do INSS(CEI), será criado o
53

Cadastro de Atividades da Pessoa Física (CAEPF), que será um número sequencial


ao CPF.
Para as obras de construção civil, a matrícula CEI existente na
implantação do e-Social comporão ao cadastro inicial do Cadastro Nacional de
Obras (CNO), que será sempre acoplado a um CNPJ ou CPF.
Já os trabalhadores, terão sua identificação, através do Cadastro de
Pessoa Física (CPF) e o Número de Informação Social(NIS) , este NIS é composto
ou pelo Número de Informação do Trabalhador (NIT), ou pelo número do Programa
de Integração Social (PIS), ou o número do Programa de Formação do Patrimônio
do Servidor Público (PASEP). Os números do CPF junto com o NIS do trabalhador
deve estar consistente com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS),
pois a sua inconsistência gerará recusa na hora da transmissão.
A intenção do Governo Federal é simplificar todas as informações
trabalhistas em um único cadastro, facilitando o cumprimento das obrigações
tributárias para os empregadores, não é de pedir mais informações do que as
empresas já fazem hoje, assim explica Daniel Belmiro, coordenador de Sistemas da
Atividade Fiscal da Receita Federal, "Nós não aumentamos o número de
informações pedidas, são as mesmas informações que hoje são registradas. O que
fizemos foi dividir para facilitar o envio cada vez que o evento ocorre. A empresa não
tem que ficar juntando para mandar um único arquivo". Ele lembra que o eSocial não
é mais um programa de computador que a empresa terá que instalar, e sim um
sistema que vai se comunicar com o sistema que a empresa já tem. Publicação no
Estadão em 28 out.2013,< http://economia.estadao.com.br>.

4.6 Transmissão dos Arquivos

No e-Social, a cada situação que ocorrer dentro das rotinas trabalhistas,


deverá ser gerada a informação e transmitida a contento, observando os prazos que
existem na legislação em vigor para cada informação, então à medida que esses
eventos vão ocorrendo, a empresa ou pessoa física empregadora terá que transmitir
o arquivo com seu leiaute correspondente, para cada evento existe um leiaute
específico.
O evento que tem maior grau de importância é o de admissão, ele é
inicial, dessa maneira assim que o empregador admitir um empregado, o arquivo
54

que contém o evento da respectiva informação deverá ser transmitido antes que o
empregado inicie suas atividades profissionais, pois o sistema invalidará qualquer
informação posterior se não tiver sido transmitido o evento da admissão.
O Aviso de Férias é concedido no mínimo com trinta dias para as férias
individuais e quinze dias para as férias coletivas, nem sempre as empresas notificam
neste prazo legal aos seus colaboradores, com o e-Social esta notificação está
prevista e se for feita fora do prazo ela ficará evidenciada, portanto é melhor que as
empresas façam uma gestão adequada da programação das férias dos seus
empregados.
Para transmissão da folha de pagamento e outras informações
previdenciárias trabalhistas e fiscais, o início deverá ser feito com o arquivo de
abertura e o final com o arquivo de encerramento, durante a transmissão se um
mesmo arquivo for enviado mais de uma vez, o arquivo enviado por último será o
arquivo válido e o que foi enviado antes será invalidado. Os arquivos poderão ser
enviados continuamente, como exemplo a cada contracheque finalizado, ele poderá
ser enviado, e no final da transmissão de todos, realizar o encerramento.
Figura 2: Forma de Transmissão de Arquivos do e Social

Fonte: Slide Palestra da 1ª Conferência do eSocial – Daniel Belmiro(2013)


55

Figura 3: Formato da Folha de Pagamento Digital

Fonte: Slide Palestra da 1ª Conferência do eSocial – Daniel Belmiro(2013)

A operacionalidade do sistema consiste na geração do arquivo contendo


as informações previstas nos leiautes, assinado digitalmente. Esse arquivo é
transformado em um documento eletrônico que será transmitido pela internet para o
ambiente nacional do eSocial que após verificação da integridades das informações
será emitido um protocolo de recebimento que será enviado para o empregador,
não será gerado arquivo único no formato “TXT”, para folha de pagamento e os
dados da remuneração será entregue no formato “XML”
56

Figura 4: Recepção de Eventos Trabalhistas e Folha de Pagamento

Fonte: Slide Palestra da 1ª Conferência do eSocial – Daniel Belmiro(2013)

4.7 Tabelas

Conforme o Manual de Orientação do eSocial (2013) as informações de


natureza permanentes, que são utilizadas em mais de um arquivo e mais de uma
competência serão armazenadas em tabelas no ambiente nacional do eSocial, são
elas: Rubricas da folha de pagamento; Lotações e Departamentos; Cargos;
Funções; Horários de trabalhadores; Estabelecimentos e obras de construção civil;
Processos administrativos e judiciais; Operadores Portuários, cadastrados pelo
OGMO – Órgão Gestor de Mão de Obra.

Na Tabela de Rubricas as informações são utilizadas para a validação do


evento de Remuneração dos trabalhadores, é necessário o envio prévio do evento
de Informações Cadastrais do Contribuinte/Empregador. Um exemplo de como será
57

utilizado as tabelas, é quando se enviar as informações da folha de pagamento


todas as rubricas que estão presentes nesta folha, deve constar na tabela de
rubricas que já foi inicialmente informado ao eSocial.
Já na Tabela de Lotação, as informações consolidadas desta tabela são
utilizadas para validação de outros eventos da e-Social (ex: admissão, alteração
contratual, remuneração, etc.). Para envio deste evento também é necessário o
envio prévio do evento de Informações Cadastrais do Contribuinte/Empregador.
A Tabela de Estabelecimento apresenta o detalhamento de informações
de Fundo da Previdência e Assistência Social (FPAS), e Terceiros, para os
estabelecimentos filiais do contribuinte, além de informações relativas ao código de
Classificação Nacional de Atividades Econômicas( CNAE), preponderante e alíquota
do Risco de Acidente do Trabalho (RAT) das obras de construção civil.
E assim todas as tabelas são utilizadas para validação de diversos
eventos, sendo que algumas não são obrigatórias, como a Tabela de Funções, e
outras dependem das informações iniciais cadastrais.

4.8 Obrigatoriedade da Transmissão

As regras de obrigatoriedade de transmissão dos arquivos do eSocial


que determinam o calendário de implantação, ainda precisam ser regulamentadas
por parte dos órgãos competentes e devem ser divulgadas em breve por meio de
portarias interministerial, conforme informa a Receita Federal do Brasil, em
participações de eventos.
O cronograma estimado pelo Coordenador do projeto esocial na
Receita Federal, Daniel Belmiro, divulgado em palestra será o seguinte:

Tabela 1: Cronograma para Transmissão do eSocial

Fonte:sítio :<www.senior.com.br/esocial >acesso em 28 out.2013l


58

Empresas tributadas pelo Lucro Real, devem efetuar o cadastramento e


iniciar a transmissão dos eventos trabalhistas até 30 de abril de 2014 e entregar a
folha de pagamento por meio do eSocial até 30 de maio de 2014, a partir da
competência de julho de 2014 será substituída a GFIP através da DCTF Web.
O Microempreendedor individual (MEI), o Segurado Especial e Pequeno
Produtor Rural, estão previstos para efetuar o cadastramento inicial e transmissão
do envio da folha de pagamento no final do primeiro semestre, com a substituição
da GFIP em julho de 2014.
Já as empresas tributadas pelo Lucro Presumido e pelo Simples Nacional
devem efetuar o cadastramento e iniciar a transmissão dos eventos trabalhistas de
01 de julho 2014 até 30 de setembro de 2014, e entregar a folha de pagamento por
meio do e Social até 31 de outubro de 2014, a partir de novembro de 2014
substituição da GFIP através da DCTF Web.
A substituição da DIRF, RAIS, CAGED e outras informações acessórias
está prevista para janeiro de 2015, assim como também o módulo da Reclamatória
Trabalhista.

4.9 O Impacto do eSocial nas Áreas de Atuação das Relações Trabalhistas.

A complexidade do Sistema do eSocial vai impactar em mudanças nas


diversas áreas de atuação das relações trabalhistas, principalmente nas áreas de
Recursos Humanos, Departamento Pessoal e Contabilidade. Outra áreas também
serão atingidas como a Financeira, a Comercial e o Jurídico.
Conforme já mostrado nesta pesquisa, as informações dos eventos
trabalhistas não poderão mais ser informadas fora dos prazos da legislação
trabalhistas e previdenciárias, sob o risco de sofrer punição de multa pela falta de
comunicação no prazo adequado, pois a fiscalização será online, analisando e
multando as infrações ocorridas. Desta maneira já se pode prever modificações
importantes na rotina operacional das empresas que terão que ser monitoradas
permanentemente pelo Departamento Pessoal e que por sua vez terá que está
extremamente em dia com a legislação trabalhista e previdenciária. “Todo dia será
dia do eSocial” (autor desconhecido, fonte:<www.senior.com.br/esocial>) será o
lema a ser seguido pelo Departamento Pessoal.
59

Na área de departamento de Recursos Humanos, a preocupação maior


será de obter o maior número de informações cadastrais dos funcionários
selecionados na hora da admissão, pois a admissão deverá ser transmitida no dia
anterior ao dia do efetivo inicio do trabalho, e assim também a ocorrência de
rescisão de contratos, que deve ser imediatamente informada ao Departamento
Pessoal, com a situação correta da comunicação do Aviso Prévio. Outras
ocorrências também deverão ser tempestivas.
Outro ponto de alto impacto na implantação do eSocial é a distribuição das
informações trabalhistas entre empresas. Para empresas que se utilizam dos
serviços prestados por escritórios de contabilidade terceirizados para
processamentos da folha de pagamento, que quase na totalidade são as pequenas
empresas brasileiras, e que são usadas as mais variadas formas de comunicação,
como documentos e anotações em papel, e-mails, planilhas, e até mesmo redes
sociais são utilizadas para informar dados do empregado, como admissões,
rescisões, atestados, faltas, horas-extras, afastamentos etc. O que está sendo
sugerido é que empresas e contadores terão que usar sistemas eficientes e capazes
de fazer a integração entre as organizações e departamentos, como um suporte
remoto de comunicação entre o sistema da empresa e do escritório de contabilidade
para alimentação desses dados.

4.9.1 Alterações de Procedimentos Trabalhistas

Alguns procedimentos trabalhistas sofrerão alterações em sua


formalização com a inovação do Sistema de Escrituração Fiscal Digital das
Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas, a título de exemplificação
segundo exemplificado no sítio da internet Alterdata, são eles:
• Cadastro - O cadastro inicial de empregadores e trabalhadores no
sistema do fisco será através de uma carga inicial de dados do
sistema de folha de pagamento para o eSocial, como tabela de
rubricas, departamentos, cargos, funções dos trabalhadores ativos
etc. Na tabela de rubricas, tem que haver uma parametrização das
rubricas da folha de pagamento e do sistema do fisco, indicando a
incidência tributária de cada uma delas. Já os autônomos não estão
previstos para carga inicial, apenas os Trabalhadores Sem Vínculos
60

que são os Diretores não empregados e os cooperados para as


Cooperativas.
• Contratos - No contrato de trabalho que pode ser de até noventa
dias de experiência que é uma espécie de contrato de prazo
determinado, sendo permitida uma única renovação dentro do prazo
limite, será comunicado ao sistema do eSocial individualmente por
etapas: admissão, prorrogação de experiência, e alteração do tipo
de contrato de determinado para indeterminado, atualmente se
tornava indeterminado sem prévia formalidade.
• Rescisão – Ao comunicar o evento de aviso prévio no eSocial, o
sistema ficará aguardando o envio do evento da rescisão do
contrato, caso haja a reconsideração do aviso prévio pelas partes,
será preciso comunicar o evento do cancelamento de aviso prévio,
que hoje é feito de forma tácita, para que na validação da folha de
pagamento, o empregado conste normalmente.
• Certificado Digital - As informações enviadas terão a assinatura
digital do empregador (e-CNPJ) .
• Atestado Médico e Comunicação de Acidente de Trabalho - O
Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) será enviado no mesmo
prazo da folha de pagamento, e ocorrendo o acidente de trabalho
ou uma doença profissional ao trabalho, havendo ou não o
afastamento, a empresa deverá comunicar o fato no eSocial e
também à Previdência Social até o dia seguinte ao de ocorrência do
fato. Ocorrendo o afastamento do colaborador em decorrência do
acidente, também deverá ser enviado o evento de afastamento
temporário até dez dias da ocorrência do fato.
• Outras informações serão necessárias, para o eSocial, como
serviços tomados de cooperativas ou cessão de mão de obra,
aquisição de produção rural, entre outros.
No caso de erro de informações anteriores, será possível fazer a
retificação dos dados, reabrindo folhas que já estavam fechadas em meses
posteriores.
61

4.10 Vantagens , Desafios e Riscos

A padronização e a integração de cadastro que valerá para os


empregadores pessoas físicas e jurídicas perante os órgãos participantes, e unirá
em uma única base as informações para atender diversos órgãos do governo é uma
das vantagens do projeto, pois irá facilitar a área de gestão de pessoas na
comunicação com esses órgãos envolvidos no projeto. O eSocial simplificará os
procedimentos de controle com a simplificação das obrigações tributárias e
trabalhistas, e elevará a qualidade das informações necessárias para as diversas
áreas envolvidas do projeto. Haverá um canal exclusivo para o trabalhador ter
acesso e acompanhar as informações enviadas pelas empresas .
“Hoje, o profissional de contabilidade entrega a mesma informação, em
diversas abordagens para diferentes plataformas, o que gera desgaste e
aumenta a possibilidade de erros”, afirma Daniel Belmiro Fontes, secretário-
executivo substituto do Ministério da Fazenda e coordenador de sistemas
de atividade fiscal da Receita Federal. Segundo ele, “o eSocial é uma nova
forma de registro das obrigações já existentes que reduz o custo
operacional, simplifica e padroniza a entrega de informações, com o objetivo
de garantir os direitos dos trabalhadores. Não é uma questão básica de
software, mas de processos de trabalho”. E acrescenta: “é fato que um dos
efeitos colaterais do projeto é o aumento da arrecadação, mas pela
diminuição da inadimplência, da incidência de erros, da sonegação e da
fraude.”( Palestra da 1ª Conferência eSocial – Daniel Belmiro(2013)

O maior desafio que as empresas enfrentarão com a implantação do


eSocial, é que elas terão que deixar seus cadastros de trabalhadores padronizados,
revisados e unificados, pois será necessário que essas informações sejam
consistentes com todas as informações fiscais da mão de obra contratada, também,
será preciso cumprir os prazos dos envios de informações, para evitar as punições
que serão automáticas, para isso será fundamental importância, organizar o
trabalho de forma que não provoque atrasos no preenchimento e envio das
informações, principalmente devido a abrangência do projeto, que unificará todas as
obrigações trabalhistas, previdenciárias e fiscais, cruzando-as e validando-as no
final.
Ocorrerão diversos riscos para as empresas no momento da utilização do
eSocial, como inconsistências de cadastros, prejudicando o envio de dados gerando
atrasos e multas, divergências entre gastos com serviços e retenções, retrabalho
pelo leiaute imperfeito do sistema de folha, co responsabilidade por mão de obra
irregular por terceiros, insuficiência no recolhimento de tributos, sobrecargas no
62

cumprimento de regras trabalhistas e acordos sindicais, criação de novas


contingências, e outras.Fonte sítio:<www.anefac.com.br,autor: Anselmo Sellera>

Daniel Belmiro Fontes, secretário-executivo substituto do Ministério da


Fazenda e coordenador de sistemas de atividade fiscal da Receita Federal, afirma:

“O eSocial é considerado o maior porque enquadrará todos os contratantes


de funcionários e de serviços no país, abrangendo desde a multinacional
até o empregador doméstico. Em relação a ser considerado o mais
complexo, se justifica porque será exigida uma coleção considerável de
dados interdepartamental. Não compreenderá somente a escrituração da
folha de pagamentos, mas, sim, de todo um complexo leque de eventos
sociais como contratação de prestadores de serviços, autônomos, acordos
judiciais trabalhistas, alterações de cargos, ações trabalhistas, dissídios,
entre outros eventos que exigem esforços de diversos departamentos”,

As empresas terão um grande desafio pela frente, e desde já elas


precisam ficar preparadas para uma profunda mudança nos processos de geração
de informações fiscais e sociais, que serão analisadas pelo fisco nacional.
63

5 CONCLUSÃO
Diante da pesquisa realizada, pôde-se constatar o processo de mudança
no sistema fiscal tributário brasileiro, que através dos sistemas de informações
integrados, está cada vez mais ágil, dinâmico, em plena era da informatização e que
as administrações tributárias avançam cercando os maus contribuintes com um
controle mais inteligente e eficaz e como conseqüência, a eliminação de crimes
contra o sistema tributário e maior arrecadação. Nesse contexto, foi implantado pelo
governo um sistema de informação integrado que atendesse a todos esses
requisitos, esse sistema é denominado de SPED- Sistema Público de Escrituração
Digital. Um sistema muito complexo, com várias vertentes que abrange todas as
áreas das obrigações tributárias, a fiscal, contábil e agora com o mais novo projeto,
trabalhista, denominado Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações
Fiscais, Previdenciária, Trabalhistas – eSocial.
Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar as mudanças nas
relações trabalhistas no Brasil com a implantação do eSocial, através da sua
pergunta problema, “Como a implantação do eSocial- Sistema de Escrituração
Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciária, Trabalhistas, vai mudar toda
estrutura atual de informação ao fisco relativo a todos os vínculos trabalhistas
contratado no Brasil?”
Em resposta a problemática, o presente estudo concluiu que esta
mudança é relevante e genérica, visto que o sistema do eSocial está sendo
considerado por especialistas, o maior e o mais complexo projeto do Sped,
abrangendo todos contratantes, desde a empresa multinacional ao empregador
doméstico, e compreenderá desde a escrituração da folha de pagamento a todos
eventos sociais, como contratação, alterações cadastrais, desligamentos,
reclamatória trabalhistas, e outros, criando uma grande mudança na estrutura atual
de informação ao fisco e um grande impacto nas áreas envolvidas nas relações
trabalhistas.
Pode-se deduzir que este estudo contribuiu para o entendimento do novo
cenário que vem se definindo a partir da implantação do eSocial, nada melhor do
que a busca pela informação e atualização para cumprir com as novas exigências do
governo. Sugere-se publicações de artigos e livros sobre o assunto, uma vez que
essa foi uma das limitações desta pesquisa.
64

REFERÊNCIAS

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Disponível em< http://www.deloitte.com/assets/Dcom-
Brazil/Local%20Assets/Documents/Artigo%20SPED%20Othon%20Almeida(2).pdf>
Acesso em 13/10/2013

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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm>acesso
em 1º de out. 2013

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Acesso em 13/10/2013.

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de 2007. Disponível em
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Acesso em 03/10/2013.

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03/10/2013.

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Digital.-SPED Disponível em < www.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-
projeto/apresentação.htm >. Acesso em 08/10/2013.

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Digital.-SPED Disponível em < www.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-
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Digital.-SPED Disponível em < www.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-
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65

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