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Localizando temporalmente este texto na história, sabe-se que este texto foi escrito
em um contexto pós-Segunda Grande Guerra, onde, o mundo ainda estava horrorizado
pelas atrocidades cometidas em nome da busca de uma supremacia racial, defendida por
regimes totalitários, como por exemplo, Nazismo e Fascismo, que foram de longe, os
maiores causadores de danos irreparáveis da história. Portanto, a UNESCO, convidou
diversos autores que estudavam a formação da humanidade para que pudessem escrever
e estudar uma forma de acabar com o temo Raça Humana. O principal objetivo de Strauss
ao escrever este texto foi tentar desarticular o conceito de que existia na sociedade uma
raça superior.
Raça e Cultural
Na primeira parte do texto, Strauss limita seu entendimento sobre Raça e Cultura
ao dizer que, quando formos analisar quais foram as contribuições que as raças humanas
trouxeram para a humanidade não devemos analisar as características físicas, pois elas
podem nos trazer o estereótipo de uma raça superior, mas sim, as questões geográficas,
históricas e sociológicas, pois, são dessa forma, que uma sociedade/civilização deve ser
estudada. Estudos atuais comprovam que não há nenhuma evidência que nos diz de que
há uma raça superior.
As sociedades do passado, hoje são vistas como primitivas em relação a nós, mas,
devemos ter em mente em que elas já foram superioras, por isso, Lévi nos diz que,
nenhuma sociedade deve ser vista como superior ou primitiva e sim, analisada de acordo
com o seu tempo e suas devidas organizações, mesmo porque, não temos acesso a tudo
aquilo que se esconde atrás de um vestígio histórico.
O Etnocentrismo
Ao analisar o etnocentrismo, ou seja, uma teoria do século XIX que surgiu com o
principal objetivo de definir uma cultura superior das demais, Lévi-Strauss centraliza sua
ideia no conceito de cultural, ou seja, nesta parte de sua obra, ele tentará mostrar que o
que diferencia os povos asiáticos dos africanos é a diferença cultural e não questões
físicas, no entanto, segundo alguns evolucionistas, alguns povos ainda permanecem como
mais evoluídos do que outros, reforçando a ideia de uma civilização primitiva e outra
superior.
Nesta seção do seu texto, Strauss discute sobre as teorias do Evolucionismo Social
e Biológico, sendo que o primeiro nos diz que é inconclusivo, pois não podemos comparar
civilizações através de vestígios arqueológico, totalizando assim em um evolucionismo
falso, já, o Evolucionismo Biológico, é plausível e verificável, pois pode-se ponderar
algumas informações através da análise cultural da determinada civilização que está
sendo pesquisada.
Dando início a esta parte do texto Strauss diz que as culturas podem ser divididas
em 3 categorias: a) Contemporâneas: aquelas que se encontram em outro lugar do
universo; b) Aquelas que se manifestam no mesmo lugar com várias outras culturas e c)
aquelas que existiram em outro tempo histórico e que se encontram em um lugar diferente
onde habitavam no passado. Esta última, Strauss afirma que devemos tomar cuidado,
pois, podemos cometer um grande erro em analisa-la de forma unilateral, ou seja, sem
realmente conhecê-la.
Dessa forma, o antropólogo nos diz que devemos estar sempre atentos ao estudar
uma civilização de forma não deixar escapar nenhuma fonte ou aspectos, pois, podemos
cair um abismo e não sermos capazes, como estudiosos de admitir limites ao teorizar esta
determinada civilização, por isso, há necessidade de avaliar todas informações deste
grupo.
A ideia do progresso
Lévi nos diz que há necessidade das civilizações se interagirem, para que dessa
forma não fiquem no estado lamentável, ou seja, congeladas no tempo, dessa forma, é
interessante perceber como civilizações do passado se interagiram para que pudessem
permanecer na história, um dos exemplos que podemos perceber na história era a prática
que Alexandre, o Grande tinha, que era o Helenismo – ao conquistar uma civilização ele
fazia um tipo de mistura, para que assim, não ocorresse sublevações e pudesse assim,
continuar com sua cultura. Para Strauss, a fatalidade de uma cultura é continuar sozinha,
pois dessa forma, ela morrerá e não terá continuidades no âmbito cultural.
História estacionária e História Cumulativa
No início desta seção de sua obra, Strauss já coloca um grande aviso aos
estudiosos da antropologia, dizendo que há um enorme perigo ao dizer que uma cultura
está estacionada, pois, estaríamos novamente colocando o termo civilizada e primitiva
em jogo.
Lévi diz que o etnocentrismo pode estar ligado a esta ideia, sendo que difere
totalmente uma civilização da outra, ou seja, aquela que ficou no passado e aquela que
conseguiu sobreviver, através da teoria do evolucionismo. Aqui, o autor tende a nos
questionar sobre qual seria o critério estabelecido para dizer qual seria a civilização mais
desenvolvida. Assim, ele menciona que, se formos analisar e aspectos físicos e ou
culturais devemos entender que, por exemplo, os Esquimós e Beduínos seriam
contemplados para a análise.
Dessa forma, devemos respeitar cada cultura de acordo com que ela tem a oferecer
e não ficarmos atribuindo o termo desenvolvido ou subdesenvolvido.
Considerações finais
Sua obra, tem como grande respaldo a antropologia, ciência esta que busca
enxergar a humanidade com olhos diferentes de outras ciências, e principalmente, busca
superar tudo aquilo que acontece durante o período da Segunda Grande Guerra, que
mesmo assim, com todas as legislações existentes, os debates sobre, racismo, prevalecem
até os dias atuais.