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Capitulo 1 A Sociologia Aplicada A Administracao PDF
Capitulo 1 A Sociologia Aplicada A Administracao PDF
A SOCIOLOGIA APLICADA
À ADMINISTRAÇÃO: O
OLHAR SOCIOLÓGICO
SOBRE AS ESTRUTURAS
E PROCESSOS
ORGANIZACIONAIS
Adriana Marques Aidar
Introdução
Prezado aluno.
Esquema
Em virtude disso, há grande aumento populacional nas cidades que não possuíam
infraestrutura que comportasse todas aquelas pessoas. Unindo-se este fator
estrutural com os muitos desempregados, temos um quadro de miséria, de
aumento da criminalidade e da propagação de doenças, pois se não havia sequer
onde acomodar as pessoas, certamente as condições de saneamento básico
eram precárias também.
Na década de 1970, esse crescimento foi abalado pela crise do petróleo. A partir do
final da década de 1970, os economistas têm adotado argumentos monetaristas
em detrimento daqueles propostos pela doutrina keynesiana; Ou
seja, a crise foi seguida pela onda inflacionária que
surpreendeu os chamados "estados de bem-estar social"; Neoiiberaiismo
o neoliberalismo gradativamente entrou em cena. É uma escola de
pensamento econômico
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A crise do Estado de bem-estar é um tema de difícil intervenção mínima do
consenso entre os estudiosos. Nos países industrializados Estado na economia
ocidentais, os primeiros sinais da crise estão relacionados merrado tem^ otenci^
à crise fiscal provocada pela dificuldade cada vez maior '"pa'^ se autorreguíar
de liarmonizar os gastos públicos com o crescimento da As privatizações (para
economia capitalista. o Estado mais
leve e com condiçoes
de cuidar das atividades
Os economistas partiam da idéia de que o governo já básicas) e a iivre
não podia mais manter os pesados investimentos que concorrência são
liaviam realizado após a II Guerra Mundial, pois agora tipod^pensame^^^^^
liavia déficits públicos, balanças comerciais negativas e
inflação. Defendiam, dessa forma, uma redução da ação
do Estado na economia.
Essas teorias ganharam força depois que os conservadores foram vitoriosos nas
eleições de 1979 no Reino Unido e, de 1980, nos Estados Unidos. A partir daí, o
Estado inglês e o americano passaram a preservar a ordem política e econômica,
deixando as empresas privadas livres para investirem como quisessem.
Parada obrigatória
Leia com atenção essa definição de fato social e reflita sobre
como isso acontece. Divida suas conclusões com seus colegas
no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA)!
Vivendo em sociedade, somos submetidos às suas normas, que, mesmo
imperceptivelmente, determinam como devemos agir, ou seja, podemos, por
exemplo, vestirmo-nos, portarmo-nos, falarmos de modo diferente de todos na
nossa comunidade, mas estamos sujeitos a causar estranheza ou mesmo ser
banidos do convívio da sociedade. Se não queremos estudar, não queremos tomar
banho, enfim, desobedecer as regras, precisaremos lutar contra elas, e podemos
vencê-las ou não.
O que nos é mostrado com clareza neste trecho é que um fato social não é
coercitível apenas porque está previsto em uma lei que possua uma pena aplicável
ao seu descumprimento.
Pode-se inferir, portanto, que a compreensão dos fatos sociais pode em muito
auxiliar a analisar os comportamentos, valores, códigos de conduta e as relações
sociais internas às organizações.
Parada obrigatória
Faça uma pausa e procure lembrar, ao longo da história,
de antagonismos como estes. Quantos antagonismos você
consegue lembrar? Discuta-os com seu professor e seus
colegas no AVA.
Perceba que nem sempre o grupo que figura em dado conflito como polo mais
fraco ou como o grupo revolucionário estará sempre nesta condição. É o caso
da própria burguesia, que, ao tempo das lutas contra os senhores feudais foi
caracterizada como o grupo que almejava o poder para desenvolver uma nova
sociedade na qual os homens teriam condições de enriquecer em razão de seu
trabalho e esforço — na época feudal a divisão de classes era estanque, ou seja,
não havia mobilidade social e se caso o homem nascesse na condição de servo,
seria servo para o resto de sua vida.
Tempos mais tarde, após a burguesia tomar o poder, uma nova classe ocupará a
posição de dominada e dará origem a mais uma relação de conflito.
Outro ponto que Marx defendia era o fato de que, para ele, a burguesia, ao dignificar
o trabalho como único meio de alçar degraus na escala social, deixa os proletários
sem escolha, pois a não ser que ele trabalhe, nunca conseguirá melhorar de vida.
Considerando que, na época, esse era o grande desejo dos proletários, fica fácil
imaginar que não houve grande resistência por parte deles em aceitar seu novo
destino: usar sua força de trabalho em troca de sustento para si e para sua família,
mas logo se percebeu que ainda que muito trabalhassem, os meios de produção
continuariam nas mãos dos burgueses.
Ao estabelecer estes quatro tipos de ações sociais, ele quis determinar tipos
ideais que pudessem auxiliar a análise dos fenômenos sociais, visto que estas
ações não são encontradas em sociedade nesta divisão tipológica pura, mas de
forma combinada, relacionada. Weber acreditava que "com base em qualquer tipo
social, podemos analisar a sociedade como um todo" (CASTRO, 2007, p. 68).
Considerando o que mostramos até agora acerca da tipologia das ações sociais,
vale retornar á questão da legitimidade sob o seguinte aspecto: como legitimar
as ações de dominação estabelecidas por homens sobre outros homens? Weber
busca aproximar o estudo da dominação e das ações sociais investigando relações
econômicas e políticas que os indivíduos estabelecem entre si cotidianamente.
Weber, viaoprocessodeburocratizaçãocomoindispensávelparaodesenvolvimento
de uma nação, ou ainda de organizações de natureza privada, cuja eficiência era
inquestionável no alcance dos fins pretendidos pela administração. Citando-o:
onde quer que a burocratização da administração tenha
sido levada consequentemente a cabo, cria-se uma forma
praticamente inquebrantável das relações de dominação. O
funcionário individual não pode desprender-se do aparato do
qual faz parte (...) está encadeado á sua atividade com toda sua
existência material e ideal (...). E por tudo isto está, sobretudo,
aferrado á comunidade de interesses de todos os funcionários
integrados neste mecanismo que querem a continuidade de seu
funcionamento e que persista a dominação exercida na forma de
relações associativas.
Os dominados, por sua vez, não podem nem prescindir de um
aparato de dominação burocrático, uma vez existente, nem
substituí-lo, porque este se baseia numa síntese bem-pianejada
de instrução específica, especialização técnica com divisão do
trabalho e firme preparo para exercer determinadas funções
habituais e dominadas com destreza. Se este aparato suspende
o trabalho ou é forçado a fazê-lo, a conseqüência é um caos,
sendo difícil a tarefa de improvisar uma instituição substitutiva, a
partir dos dominados, para vencê-lo (WEBER, 1999, p.222).
Este autor parte de todos esses elementos para conceber uma idéia que é
essencial na compreensão deste modelo administrativo proposto por ele, que é
o conceito de nivelamento social. Ao adotar o sistema burocrático, os homens
seriam levados a um estado de igualdade de condições, podendo ascender
socialmente sem depender da preferência pessoal de superiores ou de possuírem
ascendência aristocrática.
Importante!
É importante saber que o termo "burocracia" não possuiu sempre uma
conotação ruim. Termo surgido no século XVIII servia para dar nome
à estrutura da administração do Estado, composta pelos funcionários
públicos responsáveis por salvaguardar os interesses públicos. "Forma
de organização, caracterizada pela centralização, hierarquia, autoridade,
disciplina, regras, carreira, divisão do trabalho, estabilidade" (CASTRO,
2007, p. 123).
Ainda segundo Lakatos; Marconi, "conformidade seria a ação orientada para uma
norma (ou normas) especial, compreendida dentro dos limites de comportamento
por ela permitido ou delineado" (1995, p. 221). Ou seja, há conformidade quando
um sujeito age conforme uma orientação ou norma que podem ser explícitas ou
não e, por conseqüência, há desvio quando o indivíduo, motivadamente, infringe
determinada norma. Veja que, em sociedade, somos guiados por expectativas de
comportamento. O grupo espera que seus componentes ajam de acordo com um
sistema de normas e quando um indivíduo possui um comportamento disfuncionai
frustra o sentimento daquele grupo, podendo sofrer sanções que visem "punir
a infração, impedir futuros desvios e/ou aiterar as condições que originam o
comportamento desviado" (LAKATOS; IVIARCONI, 1995, p. 222). É exatamente
este processo que configura o controle social.
Controle social envolverá, segundo Castro (2007, p. 47), "valor, norma, vontade,
ação, operacionalizando-se em usos, costumes, leis, instituições e sistema social.
Definido o valor, estabeiecem-se os dispositivos para preservá-lo". Configura-
se pelo conjunto de dispositivos de cuniio social que possuem como objetivo
o estabelecimento da estrutura e a ordem da sociedade que se expressam na
"vontade dos líderes, da classe dominante ou do consenso grupai". E para que o
controle social seja exercido, é preciso que haja um responsável ou um grupo de
responsáveis pelo exercício deste poder, assegurando que os objetivos propostos
sejam atingidos. De acordo com Oliveira (2006, p. 224):
Não se pode deixar de dizer que o controle social não possui natureza apenas
externa. Também poderá ser interno, emanando da personalidade do sujeito,
pois "através da socialização, ele interioriza normas e valores de seu grupo,
e convencido de sua validade, orienta sua ação de acordo com eles. Assim, o
controle interno é o autocontrole exercido pela vontade consciente do indivíduo"
(LAKATOS; MARCONI, 1995, p. 233).
Se cada indivíduo que compõe uma organização possui uma história de vida
diferente de cada um dos demais funcionários, se eles são originários de regiões
e culturas diferentes e estão em fases diversas da carreira, é preciso que o gestor
desenvolva estratégias que levem em conta essas especificidades.
<http://www16.fgv.br/rae/artigos/651 .pd^
Parada obrigatória
Vamos fazer uma pausa para um cineminha?
Resumo
Verificamos que as teorias dos pensadores clássicos continuam atuais e podem nos
auxiliar a compreender melhor os grupos em que estamos inseridos. E dedicamo-
nos, por fim, a compreender a questão da cultura e o processo de controle social,
bem como as aplicações destes conceitos ao ambiente organizacional.
É importante destacar que você não deve limitar seus estudos apenas
ao contexto que propomos. Para a formação do saber, é necessário
contextualizar realidade versus prática, navegar em outras ferramentas
de estudo com visões de outros autores e principalmente despertar e
acreditar no novo.
Boa leitura!
Atividades
As atividades propostas neste capítulo visam precisar seus conhecimentos com
relação ao estudo concretizado até o presente momento; por isso é importante
que se dedique com afinco na realização dos mesmos.
Atividade 1
Em um texto, com no mínimo 10 linhas, explique com suas palavras o que você
entende por mudança social.
Atividade 2
A partir de seus estudos neste capítulo e utilizando-se dos textos disponíveis
em anexo, faça um texto dissertativo, com no mínimo 10 linlias, a respeito da
importância do estudo da Sociologia aplicada à Administração.
Atividade 3
Pesquise sobre o que é cultura e sobre práticas culturais características da cidade
ou região em que você mora. Elabore uma síntese, de no mínimo 10 liniias, sobre
o que você encontrou.
Referências
ARAGÃO, Ailton de Souza. A Sociologia e o mundo moderno: a
interpretação clássica das transformações sociais e seus desdobramentos
no novo mundo do traballio. In: SANTOS, l\/laria Aparecida Reis França
dos (Org.). Administração/ Universidade de Uberaba. Uberaba:
Universidade de Uberaba, 2009. Série Administração; etapa I, voi. 3.
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. 16. ed. São Paulo: Brasiliense, 2007.