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ANÁLISE DE BALANÇOS

Organizador: Professor Henrique Melo

APOSTILA

ALUNO: _______________________________________________
TURMA:_______________ BLOCO: ______________

PARNAÍBA / PI

Análise de Balanços 1
SUMÁRIO

Análise das Demonstrações Financeiras / Contábeis ..................................................... 04


Análise Vertical ................................................................................................................... 04
Análise Horizontal .............................................................................................................. 05
Análise por meio de índices ................................................................................................ 06
Grau de endividamento .................................................................................................... 07
Participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais (PCT) ............................... 07
Composição do endividamento (CE) ............................................................................... 07
Imobilização do capital próprio (ICP) .............................................................................. 08
Índice de Liquidez ............................................................................................................ 08
Liquidez Geral .................................................................................................................. 08
Liquidez Corrente ............................................................................................................. 09
Liquidez Seca ................................................................................................................... 09
Liquidez Imediata ............................................................................................................. 09
Índices de rentabilidade .................................................................................................... 10
Rentabilidade do capital próprio (RCP) ........................................................................... 10
Margem Líquida (ML) ou Rentabilidade sobre as Vendas .............................................. 10
Índices Complementares .................................................................................................. 11
Rotação de Estoques ........................................................................................................ 11
Rotação de Matéria-Prima ................................................................................................ 13
Rotação de Produtos em Elaboração ................................................................................ 13
Rotação de Créditos ......................................................................................................... 14
Prazo Médio de Pagamentos ............................................................................................ 15
Giro do Ativo Total .......................................................................................................... 16
Valor Patrimonial das Ações ............................................................................................ 16
Lucro Líquido por Ação ................................................................................................... 17
Preço/Lucro das Ações ..................................................................................................... 17
Capacidade de Pagamento ................................................................................................ 17
Capacidade de Pagamento (fórmula) ............................................................................... 21
Retorno do Ativo (ROA) ................................................................................................. 22
Retorno do Capital Próprio (ROE) .................................................................................. 22
Taxa de Crescimento Interno ........................................................................................... 23
Taxa de Crescimento Sustentável .................................................................................... 23
Estado de Insolvência / Falência ...................................................................................... 24
Capital de Giro – Terminologia ....................................................................................... 25
Capital de Giro ................................................................................................................. 27
Capital de Giro Próprio .................................................................................................... 27
Capital em Giro ................................................................................................................ 27
Capital de Giro Necessário .................................................................................................. 28
Parecer ou Laudo Técnico ................................................................................................ 30
Como elaborar uma analise das demonstrações financeiras ............................................... 30
Análise econômico-financeira .......................................................................................... 31
Outras informações .......................................................................................................... 31
Exercícios ............................................................................................................................ 31

Análise de Balanços 2
Exercícios de Análise de Balanços ..................................................................................... 40
Alavancagem, Ponto de Equilíbrio (Contábil, Econômico e Financeiro) e Margem de
Segurança ........................................................................................................................... 56
Alavancagem Empresarial .................................................................................................. 56
Ponto de Equilíbrio ............................................................................................................. 59
Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC) ................................................................................. 60
Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE) ............................................................................ 62
Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF) .............................................................................. 63
Ponto de Equilíbrio com múltiplos produtos ................................................................... 64
Margem de Segurança ......................................................................................................... 66
Exercícios ............................................................................................................................ 67
Estudo de Caso 1 ................................................................................................................. 70
Estudo de Caso 2 ................................................................................................................. 71
Estudo de Caso 3 ................................................................................................................. 71
Estudo de Caso 4 ................................................................................................................. 72
Formação do Preço de Venda .......................................................................................... 75
O “verdadeiro” lucro embutido no preço de venda ............................................................. 77
Exercícios ............................................................................................................................ 78
Estudo de Caso 1 ................................................................................................................. 83
Estudo de Caso 2 ................................................................................................................. 84
Estudo de Caso 3 ................................................................................................................. 86
Referências ......................................................................................................................... 89

Análise de Balanços 3
1 Análise das Demonstrações Financeiras / Contábeis
Os demonstrativos financeiros / contábeis visam um melhor disclosure das informações
(evidenciação), para os diversos clientes da informação contábil, os reflexos das decisões
operacionais, de investimento e financiamento nas situações econômico-financeiras.
Quando constata-se a análise, deseja-se avaliar a organização quanto à capacidade de gerar
lucros (situação econômica) e sua capacidade de pagamento (situação financeira).

Pode-se entender então que a análise das demonstrações financeiras e ou contábeis, é uma
técnica contábil que permite ao contador ou administrador financeiro, analisar, comparar,
interpretar e controlar os dados contábeis da melhor forma possível, transformando-os em
informações úteis ao gestor nas tomadas de decisões.

É importante saber que, as demonstrações contábeis analisadas são: Balanço Patrimonial,


Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido, Demonstração de Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor Adicionado.

O desenvolvimento da função financeira implica na constante avaliação de grande numero


de informações relacionadas com os fluxos de fundos. Essas informações surgem da
analise e interpretação dos dados brutos transmitidos através das demonstrações financeiras
(Braga, 1995).

A análise financeira tradicional pode ser observada sob os seguintes aspectos: análise
horizontal; análise vertical; análise de liquidez; análise econômica (FILHO, et al. 2008, p.
55), ou seja, os processos que mais utilizamos para análise das demonstrações contábeis
são:

• Análise vertical;
• Análise horizontal;
• Análise por meio de índices.

1.1 Análise Vertical


A análise vertical é usada como facilitador no entendimento e comparabilidade das
estruturas do Ativo e do Passivo (Balanço Patrimonial) e na Demonstração do Resultado do
Exercício.

Segundo Costa et al. (2008, p. 63), a análise vertical das demonstrações financeiras tem
como objetivo verificar a evolução, ao longo do tempo, da composição percentual das
principais constas do balanço patrimonial (BP) e da demonstração do resultado do exercício
(DRE).

O cálculo para se achar o percentual de participação relativa a cada item do Ativo e do


Passivo, é feita, dividindo cada item (conta) pelo Total do Ativo ou Total do Passivo.

Análise de Balanços 4
Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
valores AV valores AV
Ativo Circulante 8.000,00 40,00% Passivo Circulante 8.000,00 40,00%
caixa e bancos 2.000,00 10,00% salários a pg 1.500,00 7,50%
clientes 3.000,00 15,00% fornecedores 4.500,00 22,50%
estoques 3.000,00 15,00% contas a pg 2.000,00 10,00%

R.L.P 5.000,00 25,00% E.L.P 2.000,00 10,00%


empréstimo 5.000,00 25,00% financiamento 2.000,00 10,00%

Permanente 7.000,00 35,00% patrimônio Líquido 10.000,00 50,00%


Imobilizado 7.000,00 35,00% capital 8.000,00 40,00%
lucro (prejuízo) 2.000,00 10,00%
Total do Ativo 20.000,00 100,00% Total do Passivo 20.000,00 100,00%

O cálculo percentual em relação aos itens da Demonstração do Resultado do Exercício é


feito dividindo-se cada item pelo valor da Receita Líquida, que é considerada como base.
Exemplo:

DRE
Valores AV
(+) Receita Bruta 10.000,00 126,98%
(-) Impostos sobre vendas 2.125,00 26,98%
= Receita Líquida 7.875,00 100,00%
(-) C.P.V. 6.000,00 76,19%
= Lucro Bruto 1.875,00 23,81%
(-) Despesas Operacionais 300,00 3,81%
= Lucro Operacional I 1.575,00 20,00%
(+/-) Resultado financeiro 250,00 3,17%
= Lucro (Prejuízo) 1.325,00 16,83%

É importante dizer que é importante utilizar conjuntamente a análise vertical com a análise
horizontal, para que as constatações possam ser extraídas com melhor eficácia.

1.2 Análise Horizontal


A análise horizontal tem por finalidade verificar a evolução dos elementos patrimoniais
(Balanço Patrimonial) ou de resultado (DRE) durante determinados períodos. Permite a
comparação entre valores de mesma conta ou grupos de contas em períodos diferentes. É
preciso no mínimo dois exercícios para que se consiga uma comparação adequada.

Análise de Balanços 5
Afirmação corroborada por Costa et al. (2008, p. 57) quando afirmam que a análise
horizontal das demonstrações financeiras corresponde ao estudo comparativo, em períodos
de tempo consecutivos da evolução das contas que compõem as demonstrações financeiras
em análise. inda segundo os autores, as variações ocorridas ao longo dos anos permitem ao
analista avaliar as estratégias adotadas pela empresa no passado.

Segundo Hoji (2004:279), a análise horizontal tem a finalidade de evidenciar a evolução


dos itens das demonstrações contábeis, por períodos. Calculam-se os números-índices
estabelecendo o exercício mais antigo como índice-base 100. Exemplo:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
2005 AH 2006 AH 2005 AH 2006 AH
Ativo Circulante 8.000,00 100,00% 8.100,00 1,25% Passivo Circulante 8.000,00 100,00% 8.100,00 1,25%
caixa e bancos 2.000,00 100,00% 2.500,00 25,00% salários a pg 1.500,00 100,00% 500,00 -66,67%
Clientes 3.000,00 100,00% 3.100,00 3,33% fornecedores 4.500,00 100,00% 5.000,00 11,11%
Estoques 3.000,00 100,00% 2.500,00 -16,67% contas a pg 2.000,00 100,00% 2.600,00 30,00%

R.L.P 5.000,00 100,00% 5.000,00 0,00% E.L.P 2.000,00 100,00% 2.000,00 0,00%
empréstimo 5.000,00 100,00% 5.000,00 0,00% financiamento 2.000,00 100,00% 2.000,00 0,00%

Permanente 7.000,00 100,00% 7.500,00 7,14% patrimônio Líquido 10.000,00 100,00% 10.500,00 5,00%
imobilizado 7.000,00 100,00% 7.500,00 7,14% capital 8.000,00 100,00% 8.000,00 0,00%
lucro (prejuízo) 2.000,00 100,00% 2.500,00 25,00%

Total do Ativo 20.000,00 100,00% 20.600,00 3,00% Total do Passivo 20.000,00 100,00% 20.600,00 3,00%

D.R.E. (Demonstração do Resultado do Exercício)


2005 AH 2006 AH
(+) Receita Bruta 10.000,00 100,00% 13.000,00 30,00%
(-) Impostos sobre vendas 2.125,00 100,00% 2.762,50 30,00%
= Receita Líquida 7.875,00 100,00% 10.237,50 30,00%
(-) C.P.V. 6.000,00 100,00% 8.450,00 40,83%
= Lucro Bruto 1.875,00 100,00% 1.787,50 -4,67%
(-) Despesas Operacionais 300,00 100,00% 325,00 8,33%
= Lucro Operacional I 1.575,00 100,00% 1.462,50 -7,14%
(+/-) Resultado financeiro 250,00 100,00% 325,00 30,00%
-
= Lucro (Prejuízo) 1.325,00 100,00% 1.137,50 14,15%

1.3 Análise por meio de índices


A análise por meio de índices é por muito o meio de análise mais usado. A análise por
quocientes, é mais utilizada no estudo da solvência, da rotação, do endividamento e da
rentabilidade.

Análise de Balanços 6
É importante lembrar que o analista pode trabalhar de duas formas, ou seja, através de
índices ou percentuais. Por exemplo: 0,50 equivale a 50%, pois, 0,50 = 50 ÷ 100 = 50%

Após o calculo dos índices, os mesmo podem ser classificados, como: ótimo, bom,
satisfatório ou deficiente, isso, se compara-los com outros índices de mesmo nível com os
de outras empresas do mesmo porte e ramo de atividade.

1.3.1 Grau de endividamento

É comum a associação do risco empresarial de uma organização ao seu nível de


endividamento. De maneira natural, somente as entidades endividadas podem ser levadas à
falência. Desse modo, quanto maior o nível de endividamento da empresa, maior o risco
(COSTA et al., 2008, p. 78).

Afirmação corroborada por Savytzky (2006), quando afirma que é importante conhecer a
proporção entre o capital próprio o os capitais alheios aplicados na empresa. A excessiva
dependência de capitais alheios torna muito vulnerável a normalidade dos negócios e, por
operacionais, forçando a elevação dos preços e diminuindo a competição no mercado. As
empresas que possuem melhor estrutura de capital próprio suportam com mais facilidade a
concorrência. São usados para análise da estrutura do capital.

1.3.1.1 Participação de capitais de terceiros sobre os recursos totais (PCT)

PCT = Exigível Total


Total do Ativo

Esse índice calculado, mostra quanto de capital de terceiros a empresa trabalha em relação
aos seus recursos totais. Exemplos:
Períodos

2005 = (8.000 + 2.000) ÷ 20.000 = 50,00%


2006 = (8.100 + 2.000) ÷ 20.600 = 49,03%

1.3.1.2 Composição do endividamento (CE)

‘ CE = Passivo Circulante
Exigível Total

O índice da composição do endividamento, mostra quanto da dívida vence a curto prazo.


Exemplos:

Análise de Balanços 7
2005 = 8.000 ÷ (8.000 + 2.000) = 80,00%
2006 = 8.100 ÷ (8.100 + 2.000) = 80.20%

1.3.2 Imobilização do capital próprio (ICP)

ICP = Ativo Permanente


Patrimônio
Exercício Resolvido 1 Líquido

Esse índice indica, o percentual de imobilização feita com recursos próprios. Exemplos:

2005 = 7.000 ÷ 10.000 = 70,00%


2006 = 7.500 ÷ 10.500 = 71,43%

1.3.3 Índices de liquidez

Um dos principais objetivos desse índice, é medir a capacidade de pagamento a curto e a


longo prazo das exigibilidades da instituição. É importante ressaltar que, nem sempre um
elevado índice de liquidez corresponde a uma boa estabilidade em seus ativos. Um índice
alto pode corresponder uma exigibilidade alta, com isso a empresa perde a oportunidade de
aplicar esses recursos e fazer aumentar o capital de giro, ou pode acontecer de um excesso
de estoque, isso pode representar um obsoletismo do mesmo, ou pode acontecer de um
saldo alto de contas a receber, significando assim um prazo extenso no recebimento das
vendas.

Segundo Savytzky (2006), não basta que uma empresa possua uma sólida posição
patrimonial. É necessário que ela conte com recursos financeiros para saldar seus
compromissos em dia, sob pena de, em casos extremos, entrar em estado de insolvência.
Portanto, é muito importante a correta apuração e interpretação dos índices de liquidez, que
medem a capacidade de pagamento em determinados prazos e até imediatamente.

1.3.3.1 Liquidez Geral (LG)

LG = Ativo Circulante + Ativo R.L.P


Passivo Circulante + Passivo E.L.P

Esse índice indica a capacidade de pagamento da divida a longo prazo. Exemplos:

2005 = (8.000 + 5.000) ÷ (8.000 + 2.000) = 1,3000


2006 = (8.100 + 5.000) ÷ (8.100 + 2.000) = 1,2970

Análise de Balanços 8
1.3.3.2 Liquidez Corrente (LC)

LC = Ativo Circulante
Passivo Circulante

Índice considerado como o melhor indicador da capacidade de pagamento da empresa,


indica também o poder de saldar suas dividas a curto prazo. Exemplos:

2005 = 8.000 ÷ 8.000 = 1,0000


2006 = 8.100 ÷ 8.100 = 1,0000

1.3.3.3 Liquidez Seca (LS)

LG = Ativo Circulante - Estoques


Passivo Circulante

Índice que serve para medir a capacidade de pagamento a curto prazo, sem contar com os
estoques, pois os mesmos, são os itens que mais demoram a se tornar monetários, tem que
passar por todo processo produtivo para serem vendidos (a vista ou a prazo) pra depois
virarem dinheiro. Exemplos:

2005 = (8.000 – 3.000) ÷ 8.000 = 0,6250


2006 = (8.100 – 2.500) ÷ 8.100 = 0,6914

1.3.3.4 Liquidez Imediata (LI)

LI = Disponível
Passivo Circulante

Esse índice mostra quanto a empresa tem de recursos imediatos para saldar suas dividas de
curto prazo. Exemplos:

2005 = 2.000 ÷ 8.000 = 0,2500


2006 = 2.500 ÷ 8,100 = 0,3086

Análise de Balanços 9
1.3.4 Índices de rentabilidade

Índices muito importantes, pois, mostram como estão os rendimentos em relação aos
capitais que foram investidos na empresa. Mostra ao gestor o sucesso ou o fracasso da
instituição. Os índices de rentabilidade são calculados sobre as Receitas Líquidas.

Segundo Braga (1995), neste grupo de informações encontramos dois conjuntos de índices
que expressam as margens lucrativas da vendas e as taxas de retorno sobre os recursos
investidos. Obviamente quanto maiores forem esses índices, melhores serão as informações
por eles transmitidas.

1.3.4.1 Rentabilidade do capital próprio (RCP)

RCP = Lucro Líquido


Patrimônio Líquido

Esse índice mostra, qual foi o rendimento do capital em relação ao lucro líquido da
instituição. Exemplos:

2005 = 1.325,00 ÷ 10.000 = 13,25%


2006 = 1.137,50 ÷ 10.500 = 10,83%

1.3.4.2 Margem Líquida (ML) ou Rentabilidade sobre as Vendas

ML = Lucro Líquido
Receita Líquida

Representa a porcentagem de cada real de venda que restou após a empresa ter deduzido
todas as suas despesas, inclusive financeiras, resultado de equivalência patrimonial,
despesas e receitas não-operacionais e imposto de renda (COSTA et al., 2008, p. 122), ou
seja, esse índice indica qual foi o lucro em relação a Receita Líquida da empresa.
Exemplos:

2005 = 1.325,00 ÷ 7.875,00 = 16,83%


2006 = 1.137,50 ÷ 10.237,50 = 11,11%

Análise de Balanços 10
2 Índices Complementares
No capítulo 1, foram examinados os Índices Básicos, indispensáveis para qualquer análise
financeira. Sendo assim, os índices que estudaremos a seguir serão complementares. Esses
índices complementares são de grande importância para se analisar as demonstrações
financeiras / contábeis das empresas, como: o índice de rotação de estoques e de créditos e
o prazo médio de pagamentos, os índices de desempenho da empresa como o ROA e o
ROE, os indicadores de capital de giro, enfim índices que têm influência direta no controle
interno impactando diretamente nas tomadas de decisões dos gestores, importante frisar que
tais decisões são influenciadas pelo modelo de gestão adotado. Os procedimentos internos
também fazem parte do meio do controle organizacional e podem ser entendidas como,
“conjunto das normas e procedimentos e de controles internos formais estabelecidos com o
propósito de padronizar o comportamento administrativo” (NASCIMENTO E
REGINATO, 2006). Ou seja, tais procedimentos monitoram de maneira continua as ações
executadas pelos membros da organização. Segundo Figueiredo e Caggiano (2006), modelo
de gestão é um conjunto de princípios e definições que decorrem de crenças especificas e
traduzem o conjunto de idéias, crenças e valores dos principais executivos, impactando
assim todos os demais subsistemas empresariais.

A administração financeira, contabilidade gerencial e contabilidade de custos, estão


diretamente ligada à análise financeira das demonstrações, pois, se tais ciências fornecerem
de forma coerente as informações vistas nas demonstrações financeiras, facilitara a analise
e o parecer dos profissionais que trabalham na analise financeira. Para Savytzky (2006), “a
análise de balanços verifica os resultados de uma administração em um determinado
período, conclui se foram satisfatórios ou não, examina o estado patrimonial da empresa,
definindo a situação econômico-financeira e, se for o caso, aponta as anormalidades, para
que medidas corretivas sejam tomadas”.

Os problemas do dia a dia da administração financeira, gerencial ou de custos, que utilizam


dados contábeis, impactam diretamente nos dados mostradas nos balanços. Ou seja, os
balanços refletem através dos dados corretos os tratos gerenciais da empresa, passiveis
então de serem analisados, tais dados serão transformados em informações que serão
utilizados pelos gestores para melhor controle da organização.

Segundo Savytzky (2006) “Sem o intuito de menosprezar tantos outros índices que
eventualmente podem ser úteis para determinadas finalidades de análise, são a seguir
relacionados e demonstrados os índices considerados complementares de maior uso”.

2.1 Rotação de Estoques

O índice de rotação de estoques, mostra a média em que o estoque é renovado, através da


seguinte fórmula:

Rotação de Estoques = Custo de vendas ÷ Estoque médio

Análise de Balanços 11
40.000 ÷ 10.000 = 4 vezes

ou seja

360 ÷ 4 = 90 dias

ou ainda

Rotação de Estoques = (Estoque médio x 360 ) ÷ Custo de vendas


(10.000 x 360) ÷ 40.000 = 90 dias

Considere isto...

O valor do estoque médio é obtido pela soma dos saldos mensais, dividido pelo número dos meses
considerados, em geral de 12. Não existindo saldos mensais, a alternativa é o valor da soma do estoque do
balanço anterior com o do balanço sob exame, dividido por 2 (SAVYTZKY, 2006).

Pelo exemplo acima verifica-se que o estoque sofreu uma rotação de 4 vezes durante o ano
ou se preferir, se renovou a cada 90 dias em média. Segundo Hoji (2004) “as empresas
procuram aumentar o giro dos estoques, pois, quanto mais rápido vender o produto, mais o
lucro aumentará”.

Tal índice confirmará ou não se foi adequado a classificação integral do estoque o ativo
circulante (a curto prazo). Segundo Savytzky (2006) “se para efeito de análise mais
rigorosa fosse estabelecido como “curto prazo” para os valores realizáveis, por exemplo,
até 120 dias, e se o quociente fosse de 2 em vez de 4, estaríamos diante de uma má
classificação, porque o estoque só se renovaria a cada 180 dias”. Se isso ocorrer,
influenciará no calculo do índice de “liquidez corrente”, ou seja, tal indicador será
calculado incorreto. Sendo assim deverá ser feito a retificação, mediante a reclassificação
de parte da conta “estoque” do ativo circulante (curto prazo) para o ativo realizável a longo
prazo.

Se a análise fosse de uma empresa com a atividade de “supermercado”, talvez a rotação de


90 dias fosse muito lenta, caracterizando excesso de estoque em relação às vendas ou,
então, estoque normal para o ramo, mas fraco o volume de vendas. O índice serve, pois,
como importante elemento de pesquisa: existe excesso de estoque? As vendas são fracas?
Podem ser melhoradas? (SAVYTZKY, 2006).

Para uma melhor análise financeira, não só o índice de rotatividade de estoque mais todos
que foram estudados e que ainda o serão deverão ser comparados com os anteriormente
apurados e, se possível, com os de empresas concorrentes (do mesmo ramo de atividade),
para que se tenha um parâmetro gerencial satisfatório e a partir verificar qual a estratégia
mais coerente a se adotar para se conseguir otimizar seu desempenho no cenário dos
negócios. Ghemawat (2007), afirma que um cenário de negócios mapeia a elevação de cada
estratégia de acordo com sua lucratividade econômica. O desafio central da estratégia é

Análise de Balanços 12
direcionar um negócio a um ponto relativamente alto nesse cenário. Segundo Matarazzo
(1997), “os índices de prazos médios não devem ser analisados individualmente, mas
sempre em conjunto.

Entende-se que quanto maior o giro dos estoques melhor deverá ser a lucratividade da
empresa. Mas para Hoji (2004) “esse raciocínio é válido desde que a margem de
contribuição seja positiva e o aumento do giro não implique “custos extras” em volume
superior ao ganho obtido pelo aumento do giro”.

Sabe-se que quando a rotatividade do estoque é lenta, a empresa comercializando pouco,


com isso poderá ocorrer um decréscimo na lucratividade impactando diretamente em sua
situação financeira.

Tal calculo poderá ser trabalhado com o estoque de matéria-prima e de produtos em


elaboração (estoque médios), tendo como numerador o valor do consumo de matéria-prima
e do custo de produção, respectivamente, conforme exemplos abaixo:

2.2 Rotação de Matéria-Prima

Rotação de Matéria-prima = Consumo de matéria-prima ÷ Estoque de matéria-prima


médio
18.000 ÷ 3.000 = 6 vezes

ou seja

360 ÷ 6 = 60 dias

ou ainda

(3.000 x 360) ÷ 18.000 = 60 dias

2.3 Rotação de Produtos em Elaboração

Rotação de Produtos em Elaboração = Custo de produção ÷ Estoque de PE (médio)


27.000 ÷ 6.000 = 4,5 vezes

ou seja

360 ÷ 4,5 = 80 dias

ou ainda

(6.000 x 360) ÷ 27.000 = 80 dias

Análise de Balanços 13
Os índices acima revelam que a reposição dos estoques se dá a cada 60 dias e 80 dias
respectivamente para a matéria-prima e produtos em elaboração. Dependendo do ramo de
atividade em que a empresa atue, talvez esses dias sejam excessivos ou normais. É bom
salientar que os dois índices isolados são de pouca valia. Por isso, para uma melhor
interpretação é importante e necessário à obtenção de indicadores de demonstrações
anteriores.

2.4 Rotação de Créditos

Indicadores que são bem usados, e que informa o prazo médio de retorno dos créditos por
vendas a prazo, é calculado através da seguinte fórmula:

Rotação de Créditos = Vendas a prazo ÷ Cientes (média)


60.000 ÷ 12.000 = 5 vezes

ou seja

360 ÷ 5 = 72 dias

ou ainda

(12.000 x 360) ÷ 60.000 = 72 dias

Considere isto...

O saldo médio de clientes é obtido pela soma dos saldos mensais, dividida pelo número de meses
considerados, normalmente de 12. como alternativa, somam-se o valor da conta de clientes do balanço
anterior com o do que está sendo analisado, dividindo-se por 2 (SAVYTZKY, 2006).

De acordo com o exemplo acima, constata-se que os créditos oriundos de vendas a prazo
demoram para ser recebidos em média 72 dias.

Se por acaso o quociente fosse menor, ou seja 2, a cobrança se daria a cada 180 dias. Se o
“curto prazo” da empresa fosse de 120 dias, então os cálculos dos índices de liquidez seca e
corrente estariam errados, com isso teria que se fazer um ajuste na conta “créditos” ou
“clientes” do ativo circulante (curto prazo) para o ativo realizável a longo prazo.

Segundo Savytzky “a outra utilidade do índice é verificar a qualidade dos créditos ou a


eficiência da cobrança”. Se as vendas são efetuadas em média em 60 dias de prazo e o
recebimento se dá em torno de 72 dias, significa que a média de atraso é de 12 dias. Isso
significa que a empresa estão financiando esses 12 dias com capitais alheios para custear o
possível atraso do recebimento das vendas.

As causas para esse atraso poderiam ser: vendas forçadas a clientes não selecionados, pouca
agressividade na cobrança, crise de mercado, etc. Para Hoji (2004), “a alteração do giro do

Análise de Balanços 14
período atual em relação ao período anterior pode ser causada por diversos fatores:
alteração na política de financiamento de clientes, aumento (ou redução) da eficiência de
cobrança, etc.

Para Savytzky “quanto maior for a rotação de créditos, menores recursos financeiros serão
necessários para sustentar as vendas a prazo, podendo a empresa usar sobra de recursos
para a expansão de seus negócios ou evitará maiores endividamentos, se for o caso”.

2.5 Prazo Médio de Pagamentos

Índice que determina o prazo médio de pagamentos aos fornecedores, através da seguinte
fórmula:

Prazo Médio de Pagamentos = Compras a prazo ÷ Fornecedores (média)


24.000 ÷ 4.000 = 6 vezes

ou seja

360 ÷ 6 = 60 dias

ou ainda

(4.000 x 360) ÷ 24.000 = 60 dias

Considere isto...

Segundo Savytzky (2006), a publicação dos balanços não consigna o valor das compras. Assim, esse valor só
poderá ser obtido quando se tem acesso à empresa. Quando ao saldo médio da conta de Fornecedores
procede-se como no caso do saldo médio de Clientes.

No exemplo acima tem-se que os pagamentos são feitos, em média a 60 dias.

Sabe-se que é importante que o prazo de pagamento seja superior ao prazo de recebimento
das vendas, para que a empresa não incorra em endividamento. Ou seja, é interessante que
as empresas recebam primeiro e depois com esse dinheiro paguem as obrigações que foram
incorridas na compra de matéria-prima ou materiais para produção dos produtos para
comercialização, caso contrário (o prazo de pagamento menor que o de recebimento) a
empresa deverá financiar o déficit do saldo com capitais alheios, em relação ao exemplo
anterior a empresa precisou custear em 12 dias (72 dias – 60 dias) a diferença do
recebimento com o do pagamento com capitais de terceiros.

Com isso as empresas costumam buscar prazos mais longos de pagamento e prazos cada
vez menores de recebimentos.

Análise de Balanços 15
Para Savytzky (2005) “diante do exposto, conclui-se que é sempre vantajoso para a
empresa a obtenção de maiores quocientes de rotação de estoque e de créditos e menores
quanto aos prazos médios de pagamentos aos fornecedores, reduzindo, assim, as
necessidades de capital de giro”. Os quocientes trabalham com o número em que o estoque,
os créditos de recebimento e o de pagamento giram, os mesmos não devem ser confundidos
com o número de dias dos indicadores citados.

2.6 Giro do Ativo Total

Afastando-nos de contas especificas, como estoque ou contas a receber, podemos


considerar um índice global importante, o índice de giro do ativo total. Como seu nome
sugere, o giro do ativo total é:

Giro do ativo total = Vendas ÷ Ativo total


2.311 ÷ 3.588 = 0,64 vezes

Em outras palavras, para cada real de ativo, geramos 0,64 em vendas.

Um índice que está intimamente relacionado a esse é o índice de intensidade de capital, que
é justamente o recíproco do giro do ativo (isto é, 1 dividido pelo giro do ativo total). Pode
ser interpretado como sendo o investimento em reais em ativos necessários para gerar 1 real
de vendas. Valores altos correspondem a indústrias de capital intensivo (tais como serviços
de utilidade pública). No caso do exemplo acima, o giro total de ativo é 0,64; portanto, se
invertermos esse número, obteremos a intensidade de capital, que é 1/64 = 1,56 reais. Isso
significa que precisa-se de 1,56 reais de ativos para gerar 1 real de vendas (ROSS,
WESTERFIELD, JORDAN 2002).

Exemplo:

Suponha que você encontre uma determinada empresa que gera R$ 0,50 de vendas para
cada real de ativo total. Quão freqüentemente essa empresa gira seu ativo total?

O giro do ativo total, aqui neste caso, é 0,50 vezes por ano. Portanto, a empresa leva
1/0,50 = 2 anos para girar completamente seus ativos.

2.7 Valor Patrimonial das Ações

O valor patrimonial da ação é calculado em relação ao patrimônio liquido.

Exemplo:

Patrimônio Liquido
Capital......................................................... 10.000
Reservas de capital..................................... 6.000

Análise de Balanços 16
Reservas de lucros...................................... 2.000
Lucros acumulados..................................... 2.000
20.000

O capital é dividido em 10.000 ações de R$ 1,00 cada uma.

Valor Patrimonial das Ações = Patrimônio liquido ÷ número de ações


20.000 ÷ 10.000 = R$ 2,00

Pelo exemplo acima se verifica que uma ação do valor nominal de R$ 1,00 tem o valor
patrimonial de R$ 2,00.

2.8 Lucro Líquido por Ação

De acordo com a lei das sociedades anônimas determina que o lucro líquido ou prejuízo do
exercício deve ser demonstrado por ação do capital social, através da seguinte fórmula de
cálculo:

Lucro Líquido por Ação = Lucro líquido ÷ número de ações


2.000 ÷ 10.000 = R$ 0,20

Pelo exemplo acima tem-se que é de R$ 0,20 o lucro liquido por ação.

2.9 Preço/Lucro das Ações

Preço da ação ÷ Lucro por ação


1,80 ÷ 0,20 = 9

Pelo exemplo acima, se o investidor adquiriu ações pelo preço de R$ 1,80, tem-se que o
retorno do capital investido se dará em 9 anos, desde que os lucro futuros não sejam
inferiores ao do exercício sob exame.

O lucro do investidor, sobre o valor aplicado, 11,1% ao ano, determinado pela seguinte
fórmula:

(Lucro por ação x 100) ÷ Preço por ação


( 0,20 x 100) ÷ 1,80 = 11,1%

2.10 Capacidade de Pagamento

Para Savytzky (2006) a capacidade de pagamento de uma empresa confunde-se, até certo
ponto, com a sua posição financeira, isto é, com o grau de liquidez, tendo-se por base os
recursos que já possui em determinada data. A capacidade de pagamento que aqui será

Análise de Balanços 17
examinada refere-se à capacidade que a empresa tem para gerar recursos financeiros
próprios no decorrer do tempo.

Por exemplo: a liquidez corrente é de 1,50 e a geral e de 1,33. o analista poderá chegar à
conclusão que a situação financeira é de bom equilíbrio. Todavia, a empresa pretende obter
um empréstimo de longo prazo, para aquisição de bens do ativo imobilizado, no valor de
R$ 7.000. Obtido o empréstimo, a liquidez geral torna-se deficitária de 0,84, conforme
abaixo exemplificado.

ATIVO PASSIVO
Circulante 15.000,00 Circulante 10.000,00
Realizável a Longo Prazo 1.000,00 Exigível a Longo Prazo 2.000,00
Imobilizado 10.000,00 Capital 14.000,00
26.000,00 26.000,00

Liquidez corrente 15.000,00 1,50


10.000,00

Liquidez geral 16.000,00 1,33


12.000,00
Fonte: Savytzky (2006).

Situação após o empréstimo:

ATIVO PASSIVO
Circulante 15.000,00 Circulante 10.000,00
Realizável a Longo Prazo 1.000,00 Exigível a Longo Prazo 9.000,00
Imobilizado 17.000,00 Capital 14.000,00
33.000,00 33.000,00

Liquidez corrente 15.000,00 1,50


10.000,00

Liquidez geral 16.000,00 0,84


19.000,00
Fonte Savytzky (2006).

Pelos exemplos acima verifica-se que antes do empréstimo a empresa possuía recursos
realizáveis suficientes para pagamento das dividas a curto e longo prazo. Após a obtenção
do empréstimo os seus atuais recursos tornaram-se insuficientes para o pagamento do
financiamento, apresentando um índice de liquidez a longo prazo negativo, de 0,84.

Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo .............................................................. 16.000


Passivo Circulante e Exigível a Longo Prazo .............................................................. 19.000
Déficit financeiro ..........................................................................................................(3.000)

Análise de Balanços 18
Está claro que não seria de boa política ficar a empresa na dependência da obtenção de
novo empréstimo para liquidar o anterior.

Torna-se necessário, pois, determinar a sua futura capacidade de pagamento. Se não houver
elevação do capital em dinheiro, o aumento de recursos próprios somente poderá se
concretizar se houver lucros futuros, em valor suficiente para superar o déficit financeiro de
longo prazo.

Tem-se, pois, que a capacidade de pagamento depende da potencialidade que a empresa


tem para gerar novos recursos financeiro, por meio de lucros, porque sem eles não formará
capital próprio condizente com as suas necessidades. Aliás, o próprio financiamento pode
destinar-se a aquisição de máquinas ou ampliação industrial, visando maior lucro com o
aumento de produção projetada.

Não havia, porém, gerar lucros; é necessário capitalizá-los. Exemplificando:

Lucro liquido do exercício ........................................................................................ 2.500


Depreciação contabilizada no ano ............................................................................ 500
3.000
Dividendos a distribuídos .......................................................................................... 1.000
Lucro retido ............................................................................................................... 2.000

Sendo:
- Reserva Legal ........................................................................................................ 125
- Lucro acumulado ................................................................................................ 1.375
- Depreciação acumulada ...................................................................................... 500
Capacidade de pagamento gerada ............................................................................. 2.000

No exemplo acima verifica-se que a empresa gerou novos recursos no valor de R$ 3.000,
mas porque distribuiu R$ 1.000, sobraram R$ 2.000. Assim, a capacidade de pagamento
gerada no ano foi de R$ 2.000.

A retenção dos lucros foi contabilizada nas contas de Reserva Legal, Lucros Acumulados e
Depreciação Acumulada. Os lucros acumulados serão utilizados, no futuro, para aumento
de capital. Se assim não for, isto é, se houver distribuição adicional de dividendos, a
capacidade de pagamento gerada será diminuída na proporção da distribuição que se
verificar.

A formação do fundo para depreciação (Depreciação Acumulada) corresponde à retenção


do lucro pelo fato de que a parcela destinada a esse fundo não será distribuída. Também
não importa se a formação do fundo é contabilizada, em contrapartida, como acréscimo do
custo de produção, periodicamente, ou se ao final do exercício simplesmente a débito de
conta de resultado, especificamente para reposição de bens depreciáveis. O efeito da
retenção de lucros é o mesmo.

Análise de Balanços 19
Os lucros retidos correspondentes à depreciação, que indiretamente (acréscimo aos custos),
quer especificamente, não aumentam o capital próprio, como no caso das reservas de
lucros. O fundo de depreciação, em verdade, compensa a perda sofrida pelo desgaste ou
absolescência dos bens e, assim, mantém integro o capital aplicado em bens depreciáveis.
Mas, por outro lado, os recursos retidos pelo fundo de depreciação aumentam o meio
circulante da empresa e, conseqüentemente, a sua capacidade de pagamento, até que ela use
esses recursos para aquisição de outros bens destinados ao ativo imobilizado.

Os fenômenos acima referidos podem ser facilmente observados com exemplos práticos
como segue:

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Veículos 100 Capital 100
Fonte: Savytzky (2006).

Resultado ao final do Exercício


Receitas de fretes 200
Custo (salários, combustíveis etc.) 100
Depreciação 20 120
Lucro líquido 80
Fonte: Savytzky (2006).

BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Caixa 100 Capital 100
Veículos 100 Lucro 80
- Depreciação -20 180
180
Fonte: Savytzky (2006).

Pelo exemplo acima, verifica-se:

- A empresa recebeu 200 de frete e pagou despesas no valor de 100, restando, portanto, 100
em caixa. O lucro, entretanto, foi somente de 80, porque além das despesas que pagou
contabilizou mais 20 de depreciação (desgaste de veículos).
- Note-se que a capacidade de pagamento gerada foi de 100 (em caixa), superior ao lucro de
80. essa diferença de 20 corresponde à depreciação contabilizada. Deu-se o fenômeno da
desimobilização de recursos, com transferência para o ativo circulante, até que, pela
aquisição de novos bens de produção esses recursos retornem ao ativo imobilizado.
Conclui-se, pois que a depreciação aumenta a capacidade de pagamento, ainda que
temporariamente.
- A depreciação contabilizada não aumenta o capital próprio, como reservas de lucros. Mas
o mantém íntegro. Se a empresa quisesse distribuir o lucro de 80, o capital inicial de 100
permaneceria íntegro e restaria a importância de 20 em caixa, correspondente ao valor

Análise de Balanços 20
retido para reposição de bens, sob a forma de fundo de depreciação. Veja o exemplo
abaixo:

Balanço após o pagamento de dividendos


ATIVO PASSIVO
Caixa 20 Capital 100
Veículos 100
- Depreciação -20
100
Fonte: Savytzky (2006).

- O fundo de depreciação (depreciação acumulada) deve ser deduzido do valor dos bens
depreciados (ativo imobilizado) para fins de estruturação e análise dos balanços, porque
assim demonstra-se o valor analisado dos bens (custo, menos o desgaste sofrido). Se o
percentual de depreciação não espelhar a realidade, o problema é outro. O analista tem
liberdade para promover os ajustes que se tornarem necessários. O que não pode ignorar a
modificação do valor contábil dos bens pelo desgaste ou absolescência.

Pelo exposto, ficou demonstrado que a depreciação contabilizada aumenta a capacidade de


pagamento da empresa, ainda que temporariamente, a par dos lucros retidos. Resta, pois,
estabelecer a fórmula que determine o índice da “Capacidade de Pagamento”, abaixo
demonstrada, com base nos dados do seguinte exemplo:

Passivo Total (circulante e exigível a longo prazo) ..................................................... 10.000


Lucro obtido e retido no ano ........................................................................................ 1.800
Depreciação contabilizada no ano ............................................................................... 200

2.11 Capacidade de Pagamento (fórmula)

Capacidade de Pagamento = (Passivo total x 12) ÷ (Lucro líquido obtido e retido no ano +
depreciação contabilizada no ano)

Capacidade de Pagamento = (10.000 x 12) ÷ (1.800 + 200) = 60 meses

Considere isto...

Para Savytzky (2006), o fator 12 do numerador da fórmula refere-se ao número de meses considerados (um
ano).

Pelo índice acima chega-se à conclusão que se as condições futuras de lucratividade e de


exigibilidade não se modificarem de modo significativo, a empresa tem uma capacidade de
pagamento que lhe permitirá liquidar todas as suas dividas em 60 meses (5 anos),
substituindo o capital alheio por capital próprio. Essa capacidade de pagamento nada mais é
que a formação de capital próprio pela retenção de lucros.

Análise de Balanços 21
Na prática, sabe-se que a tendência das empresas é a expansão dos negócios além do que o
capital próprio pode suportar e, por isso, mesmo que hajam substanciais lucros retidos,
sempre haverá a participação de capitais alheios, em menor ou maior escala.

O mesmo índice pode ser estabelecido em percentual:

[(Lucro + depreciação) x 100] ÷ Passivo total = (2.000 x 100) ÷ 10.000 = 20%

Significa que o lucro retido de um ano pode liquidar 20% do total dos capitais alheios.

Em condições normais, quando é de bom equilíbrio a liquidez a curto prazo, pode-se


determinar a capacidade de pagamento somente para financiamento a longo prazo, já que as
dividas de funcionamento renovam-se com certa facilidade, dentro das necessidades da
empresa.

Capacidade de pagamento para dividas a longo prazo:

(Passivo Exigível a Longo Prazo x 12) ÷ (Lucro + depreciação) = (6.000 x 12) ÷ 2.000 =
36 meses

Pelo exemplo acima, dir-se-á que a empresa tem condições para pagar o financiamento de
R$ 6.000 em 3 anos, se a retenção de lucros, acrescida da depreciação, for igual à que
serviu de base para o cálculo.

Nos casos de estudos de financiamentos para ampliação industrial, quando se prevê


aumento de produção e de lucros, pode-se acrescentar aos lucros retidos o valor estimado
dos lucros futuros, projetando-se, assim, a capacidade de pagamento com os novos recursos
(SAVYTZKY, 2006).

2.12 Retorno do Ativo (ROA)

Este índice tem por objetivo medir a porcentagem do lucro líquido gerado em relação ao
investimento total, ou seja, o ativo (COSTA et al., 2008, p. 123). Em outras palavras, o
retorno do ativo (ROA) é uma medida de lucro por real em ativos. Pode ser definida de
diversas maneiras, mas a mais usual é:

Retorno do ativo = Lucro líquido ÷ Total do ativo


363 ÷ 3.588 = 10,12%

2.13 Retorno do Capital Próprio (ROE)

Para Ross, Westerfield e Jordan (2002), “o retorno do capital próprio (ROE) é uma medida
de desempenho do investimento dos acionistas durante o ano. Uma vez que beneficiar os

Análise de Balanços 22
acionistas é o nosso objetivo, o ROE é, em termos contábeis, a verdadeira medida de
desempenho em termos de lucro. O ROE, geralmente, é medido da seguinte maneira”:

Retorno do capital próprio = Lucro líquido ÷ Patrimônio líquido


363 ÷ 2.591 = 14%

Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) para cada real de capital próprio, portanto, de
acordo com o exemplo acima, foi gerado 14 centavos de lucro, mas, novamente, isso está
correto apenas em termos contábeis. Como o ROA e o ROE são números comumente
citados, enfatizamos o fato de que é importante lembrar que são taxas de retorno contábeis.
Por tal razão essas medidas deveriam ser adequadamente denominadas retorno do ativo
contábil e taxa de retorno do patrimônio liquido contábil.

2.14 Taxa de Crescimento Interno

Para Ross, Westerfield e Jordan (2002) suponha que uma empresa tenha como política de
financiamento de crescimento o uso apenas de financiamento de crescimento o uso apenas
de financiamento interno. Isso significa que a empresa não tomará recursos emprestados e
não venderá nenhuma nova ação. Quão rapidamente pode a empresa crescer? A resposta é
dada pela taxa de crescimento interno.

Taxa de crescimento interno = (ROA x b) ÷ (1 – ROA x b)

Onde:

ROA = Taxa de retorno dos ativos = Lucro líquido ÷ Ativo total


b = Taxa de retenção de lucro = Adição a lucro retido / Lucro liquido (vamos
considerar o b como sendo 2/3)

A taxa de crescimento interno é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode
alcançar sem o uso de fontes externas de financiamento.

2.15 Taxa de Crescimento Sustentável

Segundo Ross, Westerfield e Jordan (2002) se uma empresa basear-se apenas no


financiamento interno, a longo prazo seu índice de endividamento geral diminuirá. Isso
acontecerá porque os ativos crescerão, mas a divida total permanecerá a mesma (ou até
diminuirá se for parcialmente liquidada). Freqüentemente, as empresas possuem um
determinado índice de endividamento geral ou multiplicador de capital próprio que é visto
como ótimo.

Com isso em mente, consideremos quão rapidamente uma empresa pode crescer se (1)
deseja manter um determinado índice de endividamento geral e (2) não deseja vender novas
ações. Existem diversas razões pelas quais uma empresa deseja evitar a emissão de novas

Análise de Balanços 23
ações, e na realidade, a emissão de ações por empresa estabelecidas, é uma ocorrência rara.
Dadas essas duas premissas, a taxa máxima de crescimento que ser alcançada, denominada
taxa de crescimento sustentável.

Taxa de crescimento sustentável = (ROE x b) ÷ (1 – ROE x b)

Onde:

ROE = Taxa de retorno do Patrimônio liquido = Lucro liquido ÷ Patrimônio liquido


b = Taxa de retenção de lucro = Adição a lucro retido / Lucro liquido (vamos considerar
o b com sendo 2/3)

A taxa de crescimento sustentável é a taxa máxima de crescimento que uma empresa pode
alcançar sem financiamento externo de capital próprio e mantendo o quociente capital
próprio / capital de terceiros constante.

2.16 Estado de Insolvência / Falência

Para Savytzky (2006), “são as seguintes as principais causas do desequilíbrio financeiro,


que podem ocasionar o estado de insolvência e a conseqüente falência da empresa”:

• Excesso de imobilização em relação ao capital próprio, que reduz ou elimina o


capital de giro próprio;
• Desequilíbrio entre os prazos de compras e de vendas e baixa rotação de estoques e
de vendas;
• Prejuízos operacionais, que consomem em primeiro lugar o capital de giro próprio;
• Conseqüente aumento do endividamento para sustentar o meio circulante por falta
de giro próprio.

Análise de Balanços 24
3 Capital de Giro – Terminologia
É mais ou menos freqüente a pergunta sobre o valor do Capital de Giro da empresa, mas de
modo dúbio, principalmente para fins cadastrais. Segundo Vieira (2005), capital de giro se
refere ao total dos investimentos de curto prazo realizados pela empresa, enquanto a
expressão capital de giro líquido se refere ao saldo líquido de aplicações e fontes efetuados
neste horizonte de tempo.

Descrição Ativo Realizável Permanente Total do Passivo Exigível Patrimônio Total do Capital de Capital de
Circulante Longo Ativo Circulante longo Líquido Passivo Giro Giro líquido
Prazo Prazo
TOTAL 500 R$ 253.511,00 168.171,00 571.572,00 993.254,00 272.167,00 334.808,00 386.279,00 993.254,00 253.511,00 (18.656,00)
% 25,52% 16,93% 57,55% 100,00% 27,40% 33,71% 38,89% 100,00%
Bebidas R$ 4.733,00 2.518,00 7.445,00 14.696,00 3.271,00 8.514,00 2.910,00 14.695,00 4.733,00 1.462,00
% 32,21% 17,13% 50,66% 100,00% 22,26% 57,94% 19,80% 100,00%
Celulose e Papel R$ 6.567,00 2.518,00 22.363,00 31.448,00 8.972,00 10.861,00 11.593,00 31.426,00 6.567,00 (2.405,00)
% 20,88% 8,01% 71,11% 100,00% 28,55% 34,56% 36,89% 100,00%
Eletricidade R$ 33.891,00 2.496,00 150.435,00 186.822,00 44.299,00 91.168,00 83.084,00 218.551,00 33.891,00 (10.408,00)
% 18,14% 1,34% 80,52% 100,00% 20,27% 41,71% 38,02% 100,00%
Metalurgia R$ 22.305,00 34.225,00 53.746,00 110.276,00 22.240,00 30.994,00 32.436,00 85.670,00 22.305,00 65,00
% 20,23% 31,04% 48,74% 100,00% 25,96% 36,18% 37,86% 100,00%
Saneamento R$ 4.805,00 9.619,00 36.194,00 50.618,00 5.447,00 18.253,00 18.986,00 42.686,00 4.805,00 (642,00)
% 9,49% 19,00% 71,50% 100,00% 12,76% 42,76% 44,48% 100,00%
Telecomunicações R$ 6.567,00 1.687,00 22.363,00 30.617,00 8.972,00 10.861,00 11.593,00 31.426,00 6.567,00 (2.405,00)
% 21,45% 5,51% 73,04% 100,00% 28,55% 34,56% 36,89% 100,00%
Obs.: Valores arrendodados em m ilhões de reais.
Fonte: Conjuntura Econõmica, ago. 2003 Apud. Veira (2003)
Figura 1: Capital de giro e capital de giro líquido

Com pequenas variações na terminologia, a resposta poderá ter grandes variações de valor.

O capital de giro é o que está em circulação, ou seja, o que está sujeito a permanente
renovação, como as disponibilidades, os estoques e os créditos da empresa, a curto e a
longo prazo. Não deve ser confundido com o Ativo Circulante previsto na Lei. 6.404/76,
porque este é um grupamento do balanço que se refere apenas a valores realizáveis em até
12 meses. O giro, a renovação ou a circulação de capitais aplicados pode ser a curto, médio
ou a longo prazo. Pela ótica contábil, entende-se como capital de giro líquido a diferença
entre o ativo circulante (bens e direitos de circulação a curto prazo – caixa, bancos,
duplicatas a receber, estoques etc.) e o passivo circulante (obrigações a curto prazo –
fornecedores, obrigações trabalhistas, obrigações fiscais etc.).

Capital de giro é o montante (parcela) de recursos, destinados à aplicação dos meios, para
fazer com que a empresa complete o ciclo operacional, ou seja, a aquisição da matéria-
prima, do material secundário, sua transformação em produtos acabados e a distribuição
deles no mercado consumidor, reiniciando-se o ciclo. O ciclo operacional da empresa segue
alguns passos importantes, que se alteram em função das vendas à vista ou a prazo. Quando
a empresa vende à vista, o ciclo da empresa inicia com as compras de insumos (matéria-
prima, material secundário e outros); em seguida efetua-se a transformação em produtos
acabados que são colocados à venda. Quando essa ocorre, os recursos vão para o caixa e
inicia-se novamente o ciclo, como demonstramos na figura a seguir.

Análise de Balanços 25
CAIXA

Matéria-prima
VENDAS Mat. Secundário
Outros

PRODUTOS
ACABADOS

Figura 2. Capital de Giro – Esquema com Vendas á Vista. Fonte: Berti (2007).

Quando as vendas são a prazo, a diferença das vendas á vista é apenas uma fase
intermediaria denominada de cobrança, ou emissão do documento (duplicatas a receber ou
outro tipo de documento) conforme se demonstra na figura a seguir.

Capital de Giro – Esquema com Vendas a Prazo

CAIXA

Matéria-prima
VENDAS Mat. Secundário
Outros

Venda Produtos
a Acabados
Prazo

Figura 3. Capital de Giro – Esquema com Vendas à Prazo. Fonte: Berti (2007).

Análise de Balanços 26
Para Savytzky (2006), diante do exposto, o Capital de Giro pode ser observado sob os
seguintes aspectos:

• Capital de Giro
• Capital de Giro Próprio
• Capital em Giro

O Capital de Giro é a soma dos recursos que se acham em circulação, a curto e a longo
prazo, ou seja, correspondente à soma do Ativo Circulante com o Realizável a Longo
Prazo. Em outros termos, é a parcela dos capitais próprios e alheios que estão em
circulação.

O Capital de Giro Próprio é somente a parcela do capital próprio que está em circulação. A
sua apuração já foi vista quando se tratou do índice de “Grau de Imobilizações”. Pode
também ser determinado por outra fórmula, que a seguir será exemplificada. Segundo
Bernardi (2004), é a diferença entre o valor do Patrimônio Líquido e o Ativo Permanente da
empresa, ou seja, a parcela excedente de capital próprio que a empresa não imobilizou.

O Capital em Giro, de modo impróprio, é tido por alguns como o total dos capitais
aplicados na empresa, próprios e alheios, correspondendo ao total do ativo, que engloba os
valores que estão em circulação (em giro) e os que estão imobilizados.

Exemplos:

ATIVO PASSIVO
Circulante 300 Circulante 200
Realizável a Longo Prazo 100 Exigível a Longo Prazo 50
Permanente 200 Patrimônio Líquido 350
600 600

Capital de Giro
Ativo Circulante ................................................................................................................ 300
Realizável a Longo Prazo .................................................................................................. 100
Capital de Giro .................................................................................................................. 400

Capital de Giro Próprio


Patrimônio Líquido ........................................................................................................... 350
Ativo Permanente .............................................................................................................. 200
Capital de Giro Próprio ..................................................................................................... 150

ou

Ativo Circulante ............................................................................................... 300


Realizável a Longo Prazo ................................................................................ 100 400

Análise de Balanços 27
Passivo Circulante ........................................................................................... 200
Ativo Permanente ............................................................................................ 50 250
Capital de Giro Próprio ..................................................................................................... 150

Capital em Giro
Ativo Circulante ................................................................................................................ 300
Ativo Realizável a Longo Prazo ....................................................................................... 100
Ativo Permanente .............................................................................................................. 200
* Capital em Giro .............................................................................................................. 600

* Terminologia imprópria, usada por leigos em termos contábeis. Trata-se do total das
aplicações da empresa (ativo).

3.1 Capital de Giro Necessário


Conquanto não seja da área de análise de balanços e sim de administração financeira, não
raro o analista é solicitado a determinar o valor do capital de giro que a empresa necessita,
geralmente para fins de financiamento por parte de instituições financeiras ou para estudo
de aumento de capital destinado a capital de giro próprio (SAVYTZKY, 2006).

Esse capital de giro é o referente às operações normais da empresa a curto prazo, mas que
pode envolver parcela de aplicações a médio e longo prazo, como para vendas a prazo mais
longo ou ciclo operacional moroso. (Não confundir capital de giro com o capital de giro
próprio).
Uma fórmula para cálculo, simples e eficiente, é a seguinte:

(Rotação de Estoques + Rotação de Créditos x Gastos gerais) ÷ 360 = Capital de giro


necessário

Os gastos gerais compreendem os custos e as despesas gerais de produção e de


administração realizadas no ano, como segue:

 Matéria-prima consumida, materiais secundários e embalagens


 Despesas com mão-de-obra e previdência social
 Despesas gerais de produção
 Despesas administrativas, inclusive salários, previdência social, honorários da
diretoria, etc.
 Despesas financeiras (menos as receitas financeiras)
 Despesas com impostos
 Despesas diversas

Pelo esquema acima ficam excluídas as depreciações porque referem-se a desgaste de bens
do ativo imobilizado e não originam dispêndios financeiros.

Análise de Balanços 28
A fórmula pode ser usada para a determinação do capital de giro necessário tanto com base
em dados contábeis pré-existentes como em projeções nos casos de implantação ou
ampliação comercial ou industrial.

Exemplos:

Ciclo Operacional:
- Rotação de matéria-prima ......................................................................................... 30 dias
- Rotação de produtos acabados .................................................................................. 40 dias
- Rotação de créditos ................................................................................................... 60 dias
Ciclo operacional ....................................................................................................... 130 dias
Gastos Gerais em 1 Ano:
- Matéria-prima e embalagens ................................................................................ 200.000,00
- Mão-de-obra e previdência
social ................................................................................ 100.000,00
- Gastos gerais de produção ................................................................................ 10.000,00
- Despesas administrativas ................................................................................ 120.000,00
- Despesas financeiras ................................................................................ 30.000,00
- Impostos ................................................................................ 15.000,00
- Despesas diversas ................................................................................ 5.000,00
480.000,00

Capital próprio (patrimônio


líquido) ................................................................................ 300.000,00
Ativo permanente ................................................................................ 220.000,00
Capital de giro próprio ................................................................................ 80.000,00

Cálculo:

(130 x 480.000) ÷ 360 = 173.333

Pelos dados acima chega-se à conclusão que a empresa necessita de uma capital de giro da
ordem de R$ 173.000,00. Sabendo-se que o capital de giro próprio é inferior (80.000), o
restante deverá ser suprido com capitais alheios (fornecedores, financiamentos, etc.):

Capital de giro necessário ................................................................................ 173.333


Capital de giro próprio ................................................................................ 80.000
Capital de giro suplementar
necessário ................................................................................ 93.333

O suprimento do capital de giro com capitais de terceiros é sempre oneroso: os


financiamentos bancários (desconto de duplicatas) são dispendiosos e nas compras a prazo
o fornecedor se não acrescenta um percentual compensatório, não baixa o preço. Por essas
razões a empresa que opera com capital de giro próprio satisfatório, sempre obtém
vantagem operacional, que, a par da tranqüilidade administrativa, afasta despesas
financeiras o obtém melhor preço na compra.

Análise de Balanços 29
4 Parecer ou Laudo Técnico
Em relação ao parecer ou laudo técnico ou termo equivalente, cada analista cria o seu estilo
de pessoal de redação. Contudo, convém notar que na interpretação das informações
através da redação do parecer não deve ser dado um sentido didático ou explicativo dos
índices encontrados. Por exemplo, diante de um quociente de liquidez corrente de 1,80, o
analista não deve consignar que a empresa conta com recursos disponíveis e realizáveis a
curto prazo de R$ 1,80 para pagar R$ 1,00 de exigibilidades vencíveis a curto prazo. Dirá,
simplesmente que a situação financeira da instituição a curto prazo é excelente, ou de
confortável folga financeira, espelhada pelo índice apurado, inteiramente favorável.
Também, porque em geral o parecer é destinado a empresários, administradores e outros
interessados alheios à terminologia contábil. Importante também trabalhar com cálculos de
variações dos quocientes e percentuais para que os gestores possam analisar de forma mais
direta as condições da empresa, no que tange a investimento, rentabilidade, solvência,
endividamento etc. O analista ao redigir o parecer, deve evitar palavras como: alavancagem
financeira, retorno sobre investimento, margem liquida etc., que por si só nada dizem,
diferentemente de participação de capitais alheios na empresa, lucro ou lucro liquido.

4.1 Como elaborar uma analise das demonstrações financeiras


Para que o responsável pela analise das demonstrações, faça um parecer das demonstrações
contábeis é indispensável um conjunto de fatores, dentre os quais citamos alguns:

 Conhecimento básico em contabilidade;


 Conhecimento de técnicas de análise;
 Conhecimento da atividade da empresa;
 Conhecimento das políticas e estratégias da empresa;
 Conhecimento dos SIGs da empresa;
 Ter discernimento e capacidade de interpretação dos índices.

É notório que cada analista tem sua forma de trabalhar, ou seja, a maneira de entender e
raciocinar as demonstrações financeiras. Segundo Matarazzo (1998), a análise das
Demonstrações Financeiras baseia-se em raciocínio cientifico, tendo como objetivo a
conversão das demonstrações contábeis em relatórios de linguagem descomplicada.

Como podemos notar as Demonstrações Contábeis das organizações (dependendo do ramo


de atividade), apresentam muitas contas, principalmente o Balanço Patrimonial, tem uma
infinidade de contas analíticas e, para que o analista não tenha complicação e de suma
importância que ele trabalhe com padronização das Demonstrações Contábeis. Segundo
Assaf (1981), é preciso um reagrupamento de algumas contas, com o objetivo de tornar
mais homogêneo e menos complexo para a análise.

Para Matarazo (1998), o motivo pelos quais faz-se necessário a referida padronização, são:

Análise de Balanços 30
a. Simplificação;
b. Comparabilidade;
c. Adequação aos objetivos da análise;
d. Precisão nas classificações das contas;
e. Descoberta de erros;
f. Intimidade do analista com as demonstrações financeiras da empresa.

Assim sendo, a analise elaborada com o maior número possível de informações é de grande
valia para o analista, que poderá gerar pareceres (relatórios) o mais próximo da realidade da
corporação, ajudando assim os gestores a avaliar, comparar, projetar e tomar decisão.

4.1.1 Análise econômico-financeira1

A partir dos índices poderemos desenvolver a análise da empresa, na qual deveremos


destacar o desempenho econômico-financeiro nos últimos anos. Tal desempenho é afetado
pelas seguintes questões:

 Tendência das vendas nos últimos anos;


 Investimentos em expansão e modernização;
 Financiamentos dos planos de expansão (utilização de recursos próprios e
financiamentos pleiteados);
 Compatibilidade das fontes de recursos e investimentos;

4.1.2 Outras informações2

 Isenções/benefícios fiscais;
 Política de gestão de pessoas;
 Ações judiciais em andamento;
 Obrigações legais e sua vigência (contratos de aluguel, leasing, acordos
trabalhistas).

Exercícios:

Exercício 1

O balanço de 31 de dezembro de 2006 da Jordan and Jordan Manufacturing Inc. apresentou


um ativo circulante de R$ 900 e um passivo circulante de R$ 400. O balanço de 31 de
dezembro de 2007 apresentou ativo circulante de R$ 1.150 e passivo circulante de R$ 475.
Qual foi a variação de capital de giro liquido, ou CGL, da empresa em 2007?

1
Trecho retirado do livro “Análise econômico-financeira de empresas dos autores: Luiz Guilherme Tinoco
Aboim Costa; Andréia Fátima Fernandes Limeira; Hiram de Melo Gonçalves e Ueliton Tarcisio de Carvalho.
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.
2
Trecho retirado do livro “Análise econômico-financeira de empresas dos autores: Luiz Guilherme Tinoco
Aboim Costa; Andréia Fátima Fernandes Limeira; Hiram de Melo Gonçalves e Ueliton Tarcisio de Carvalho.
Rio de Janeiro: Editora FGV, 2008.

Análise de Balanços 31
Exercício 2

A seguir, encontram-se as demonstrações financeiras mais recentes da Wildhack. Prepare


uma demonstração de resultado em % (percentual) com base nessas informações. Como
você interpreta essa demonstração de resultado padronizada? Qual a porcentagem das
vendas que vai para o custo da mercadoria vendida?

WILDHACK CORPORATION
Demonstração de Resultado em 2007 (R$ milhões)
Vendas 3.756
Custo da mercadoria vendida 2.453
Depreciação 490
Lucro antes de juros e impostos 813
Juros pagos 613
Lucro tributável 200
Impostos (34%) 68
Lucro líquido 112
Dividendos 46
Adição a lucros retidos 86

Exercício 3

Com base nos balanços e na demonstração de resultado do problema anterior, calcule os


seguintes índices para 2007.

a) Índice de liquidez corrente


b) Índice de liquidez seca
c) Giro do estoque
d) Giro de contas a receber
e) Dias de venda em estoque
f) Dias de venda em contas a receber
g) Giro do ativo
h) Endividamento geral
i) ROA
j) ROE

WILDHACK CORPORATION
Balanço em 31 de dezembro de 2005 e 2006 (R$ milhões)
2006 2007
Ativo
Ativo circulante
Caixa 120 88
Contas a receber 224 192
Estoque 424 368
Total 768 648

Análise de Balanços 32
Ativo permanente
Instalações e equipamentos
(Líquido) 5.228 5.354

Ativo total 5.996 6.002

Passivo
Passivo circulante
Contas a pagar 124 144
Títulos a pagar 1.412 1.039
Total 1.536 1.183
Exigível a longo prazo 1.804 2.077
Patrimônio líquido
Capital mais reservas 300 300
Lucros retidos 2.356 2.442
Total 2.656 2.742
Passivo total 5.996 6.002

Exercício 4

Com base nas informações a seguir, qual é a taxa de crescimento interno que a Corwin
poderá manter se não utilizar financiamento? Qual é a taxa de crescimento sustentável?

CORWIN COMPANY
Demonstração de Resultado
Vendas $ 2.750
Custo da Mercadoria Vendida 2.400
Imposto (34%) 119
Lucro líquido $ 231
Dividendos $ 77

CORWIN COMPANY
Balanço Patrimonial
Ativo Exigível a
Circulante $ 600 Longo prazo $ 200
Ativo Patrimônio
Permanente Líquido 1.200
líquido 800
Total $ 1.400 Total $ 1.400
Fonte: Ross, Westerfield e Jordan (2002).

Exercício 5

Mudança no índice de Liquidez corrente. Que efeito produziriam as seguintes ações no


índice de liquidez corrente? Suponha que o capital de giro liquido seja positivo.
a) Compra de mercadoria para estoque a prazo.
b) Pagamento de fornecedor.

Análise de Balanços 33
c) Pagamento de empréstimo bancário a longo prazo.
d) Cliente paga à empresa vendas realizadas a prazo.
e) Estoque é vendido a preço de custo a vista.
f) Estoque é vendido com lucro (a vista) de R$ 10.000.

Exercício 6

Uma empresa possui um capital de giro liquido de R$ 950, passivo circulante de R$ 2.500 e
estoque de R$ 1.100. Qual é seu índice de liquidez corrente? E seu índice de liquidez seca?

Exercício 7

Uma empresa possui vendas de R$ 30 milhões, ativo total de R$ 42 milhões e divida total
de R$ 12 milhões. Se a margem de lucro liquida é 7%, qual é seu lucro liquido? Qual é o
ROA? Qual é o ROE?

Exercício 8

A Fred´s Print Shop possui um saldo de contas a receber de R$ 575.358. O total de vendas
a prazo realizadas durante o ano foi R$ 2.705.132. qual é o giro de contas a receber? Qual é
o número de dias de vendas em contas a receber? Quanto tempo levou em média para os
clientes liquidarem suas contas durante o ano passado?

Exercício 9

A Mary´s Print Shop encerrou o ano com um estoque de R$ 325.800 e o custo da


mercadoria vendida totalizou R$ 1.375.151. Qual é o giro do estoque? O número de dias de
venda em estoque? Quanto tempo ficou uma unidade de estoque na prateleira, em média,
antes de ser vendida?

Exercício 10

Em 2007, a DRK Inc. teve um custo de mercadoria vendida de R$ 9.273. Ao final do ano, o
saldo de contas a pagar era R$ 1.283. Quanto tempo levou, em média para a empresa pagar
seus fornecedores em 2007? O que um valor alto deste índice significaria?

Exercício 11

No Jornal Estado de São Paulo na página B14 (Economia) de 29/03/05 encontram-se as


demonstrações contábeis da empresa TEC TOY S/A, relativos aos exercícios de 2003 e
2004, das quais foi extraído as seguintes informações em milhares de reais:

Contas 2004 2003


Contas a Receber – Clientes 3.850 5.200
Estoques 5.430 4.797

Análise de Balanços 34
Fornecedores 1.541 692
Vendas de produtos – Bruto 51.064 38.051
C.P.V 27.944 17.239

Admite-se que o saldo da conta Estoques em 31/12/2002 é de R$ 4.200.

Pede-se:

a) Utilize os índices de atividades (prazos médios) e analise a situação financeira da


TEC TOY S/A nos dois anos.
b) O que se entende por ciclo operacional?

Exercício 12

Na página B11 do mesmo jornal e caderno, encontram-se as demonstrações contábeis da


ARMCO DO BRASIL S/A, com as seguintes informações, em milhares de reais:

Contas 2004 2003


Ativo Circulante 140.264 70.005
Estoques 60.322 31.380
Passivo Circulante 99.884 56.983
Caixa e Bancos 3.114 2.300
Realizável a Longo Prazo 9.596 13.486
Exigível a Longo Prazo 33.772 31.687
Total do Ativo 197.224 137.565

Com base nessas informações pede-se:

a) Determine os coeficientes de Liquidez – LG, LC, LS e LI dos dois anos;


b) Determine o valor do Ativo Permanente e do Patrimônio Líquido dos dois anos;
c) Determine o endividamento (Grau de Dívida) nos dois últimos anos;
d) Identifique a tendência dos indicadores e analise o comportamento da empresa nos
últimos dois anos.

Exercício 13

Considerando:

a) que uma empresa vendeu R$ 120.000 em um período e obteve um lucro de R$


11.000;
b) que ela tem um giro do ativo de 1,25%;
c) que a participação do capital próprio no ativo total é igual a 60%;
d) que o restante do passivo está dividido em 70% de circulante e 30% de exigível a
longo prazo;

Análise de Balanços 35
e) que essa empresa tem um índice de Liquidez Corrente de 1,5 e não tem R.L.P.

Pede-se:

a) o valor do seu ativo permanente;


b) calcular, analisar e interpretar a rentabilidade.

Exercício 14

Considerando os seguintes dados de uma empresa:

a) um ativo total de R$ 320.000;


b) um giro do ativo de 0,80%;
c) custos e despesas totais do período de R$ 247.000;
d) um ativo permanente de 72% do ativo total;
e) um exigível a longo prazo de R$ 10.000 (não tem realizável a longo prazo);
f) um capital próprio representando 65% do ativo.

Pede-se:

a) calcular o índice de Liquidez Corrente;


b) calcular, analisar e interpretar a rentabilidade.

Exercício 15

(Enade 2006) A diretoria da Cia. Itamaracá estabelece como política: manter o Capital
Circulante Líquido da empresa sempre positivo e acompanhar continuamente o
desempenho dos seus índices de Liquidez. Para colocar em prática essa determinação, a
empresa efetua a quitação de 50% do saldo da conta de fornecedores, que venceria em até
120 dias. Qual as alterações que o registro desse evento produz no CCL – Capital
Circulante Líquido e no Índice de Liquidez Corrente?

C.C.L. ILC
(a) Não altera Não altera
(b) Não altera Aumenta
(c) Aumenta Diminui
(d) Diminui Diminui
(e) Aumenta Aumenta

Exercício 16

(Enade 2006) A diretoria da Cia. Aroeira quer que seus gerentes se concentrem em
melhorar a rentabilidade de cada uma das divisões sob sua responsabilidade. Quais são as
medidas de avaliação de desempenho que mais possibilidades têm de estimular esse
comportamento?

Análise de Balanços 36
(a) Dividendo por ação, retorno sobre o Patrimônio Líquido e índice de endividamento.
(b) Rotatividade dos Ativos Operacionais, margem bruta e retorno sobre o patrimônio.
(c) Retorno sobre Ativos Operacionais, índice de liquidez geral e índice de endividamento.
(d) Rotatividade dos Ativos Operacionais, dividendos por ação e participação do capital de
terceiros.
(e) Retorno sobre o Patrimônio Líquido, margem bruta e índice de endividamento.

Exercício 17

Empresa Décima Edição S.A.


Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante 2005 2006 2007 Circulante 2005 2006 2007
Disponível 1.000 1.500 2.000 Diversos a pagar 5.000 10.000 18.000
Dup. a Receber 4.000 6.000 7.000
Estoque 5.000 7.500 11.000 Exigível a L.P.
10.000 15.000 20.000 Financiamento pg. 5.000 5.000 2.000

Permanente Patrim. Líquido


Investimento 5.000 10.000 20.000 Capital + Reservas 10.000 20.000 30.000
Imobilizado 5.000 10.000 10.000
TOTAL 20.000 35.000 50.000 TOTAL 20.000 35.000 50.000
D.R.E.
2005 2006 2007
Vendas 30.000 45.000 60.000
(-) Custos* -5.000 -10.000 -15.000
Lucro Bruto 25.000 35.000 45.000
(-) Despesas
De Vendas -2.000 -4.000 -6.000
Administrativas -4.000 -5.000 -6.000
Financeiras -10.000 -11.000 -18.000
Lucro Operacional 9.000 15.000 15.000
(-) Imp. de Renda -4.000 -5.000 -5.000
Lucro Líquido 5.000 10.000 10.000
CUSTO* 2005 2006 2007
Mão-de-obra 1.000 5.000 9.000
Matéria-Prima 2.000 3.000 4.000
Outros Custos 2.000 2.000 2.000

Pede-se:

a) Montar o quadro clínico:

Análise de Balanços 37
Tripé Índices 2005 2006 2007 Fórmula
Decisorial
Corrente AC / PC
Liquidez Seca (AC - EST) / PC
Geral (AC + R.L.P.) / (PC + E.L.P.)
Endividamento Geral (PC + E.L.P.) / ATIVO
Composição PC / (PC + E.L.P.)
Patrimônio Líquido LL / PL
Rentabilidade Ativo LL / ATIVO
Margem Líquida LL / VENDAS
Giro do Ativo VENDAS / ATIVO

b) Após preencher o quadro clínico da Décima Edição S.A., responda os seguintes


testes:

Análise de Balanços 38
a1) A situação financeira da empresa em ( ) a) Satisfatória
2006 e 2007 é, respectivamente: ( ) b) Boa
( ) a) Razoável e boa ( ) c) Ruim
( ) b) Ruim e razoável ( ) d) Horrível
( ) c) Péssima e ruim ( ) e) N.D.A.
( ) d) Excelente e maravilhosa
( ) e) N.D.A. a7) O item que mais impediu o
crescimento da Produtividade foi:
a2) Um dos grandes problemas da ( ) a) Duplicatas a Receber
empresa é: ( ) b) Imobilizado
( ) a) Matéria Prima ( ) c) Estoque
( ) b) Outros custos de produção ( ) d) Investimento
( ) c) Mão-de-obra da fábrica ( ) e) Disponível
( ) d) Despesas Administrativas
( ) e) N.D.A. a8) Uma atitude que pode estar
prejudicando a Margem de Lucro da
a3)Em 2007 a rentabilidade da empresa é: empresa é:
( ) a) Satisfatória ( ) a) Custo
( ) b) Boa ( ) b) Despesa de vendas
( ) c) Ruim ( ) c) Despesa administrativa
( ) d) Horrível ( ) d) Despesa financeira
( ) e) N.D.A. ( ) e) N.D.A.

a4) A empresa ganha: a9) Uma outra postura da empresa, que


( ) a) Na margem, porém o giro está prejudica a Rentabilidade pode ser:
aumentando ( ) a) Excesso de propaganda
( ) b) Na margem, mas o giro está caindo ( ) b) Excesso de honorários para a
( ) c) Na margem e no giro, ambas estão diretoria
aumentando ( ) c) Excesso de imposto de renda
( ) d) No giro, porém a margem está ( ) d) Excesso de juros
caindo ( ) e) N.D.A.
( ) e) N.D.A.
a10) Como analista financeiro, vou
a5)O principal problema da empresa hoje concentrar os meus esforços,
é: principalmente:
( ) a) Situação econômica (rentabilidade) ( ) a) Na fábrica e no departamento de
( ) b) Situação financeira vendas
( ) c) Endividamento ( ) b) Na fábrica e no setor administrativo
( ) d) Situação financeira e o ( ) c) No departamento de vendas e no
endividamento setor administrativo
( ) e) Situação econômica e o ( ) d) Nas despesas financeiras e no setor
endividamento de vendas
( ) e) Na fábrica e no departamento
a6) A rentabilidade do Empresário é: financeiro

Análise de Balanços 39
4.2 Exercícios de Análise de Balanços

A seguir são apresentados diversos balanços de empresas com diferentes ramos de


atividades e em variadas situações econômico – financeiras, que foram analisados e
interpretados, transcritos com os respectivos pareceres técnicos.

Na indicação do ano do balanço o Ano X1 não significa ser o início de negócio, mas
simplesmente o ano anterior ao do último balanço analisado em seqüência.

Exercício 1
FÁBRICA DE CIMENTO
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 385.950 35,69% 100,00% 510.613 40,03% 32,30%
Caixa e Bancos 27.908 2,58% 100,00% 50.440 3,95% 80,74%
Aplicações Financeiras 89.161 8,25% 100,00% 248.068 19,45% 178,22%
Estoques 143.470 13,27% 100,00% 148.374 11,63% 3,42%
Clientes 82.348 7,62% 100,00% 34.319 2,69% -58,32%
Outras Contas 43.063 3,98% 100,00% 29.412 2,31% -31,70%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 1.959 0,18% 100,00% 4.664 0,37% 138,08%


Contas a Receber 1.959 0,18% 100,00% 4.664 0,37% 138,08%

PERMANENTE 693.433 64,13% 100,00% 760.282 59,60% 9,64%


Investimentos 362.146 33,49% 100,00% 417.825 32,76% 15,37%
Participações Societárias 362.146 33,49% 100,00% 417.825 32,76% 15,37%
Imobilização 330.980 30,61% 100,00% 341.079 26,74% 3,05%
Terrenos 39.051 3,61% 100,00% 40.413 3,17% 3,49%
Edificações e Instalações 267.970 24,78% 100,00% 310.577 24,35% 15,90%
Máquinas e Equipamentos 423.268 39,14% 100,00% 495.399 38,84% 17,04%
Veículos 58.363 5,40% 100,00% 52.671 4,13% -9,75%
Móveis e Utensílios 14.826 1,37% 100,00% 13.042 1,02% -12,03%
Depreciação Acumulada -472.498 -43,70% 100,00% -571.023 -44,77% 20,85%
Diferido 307 0,03% 100,00% 1.378 0,11% 348,86%

TOTAL DO ATIVO 1.081.342 100,00% 100,00% 1.275.559 100,00% 17,96%

Análise de Balanços 40
PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 220.440 20,39% 100,00% 354.573 27,80% 60,85%
Fornecedores 50.627 4,68% 100,00% 26.488 2,08% -47,68%
Financiamentos Bancários 17.868 1,65% 100,00% 17.248 1,35% -3,47%
Títulos a Pagar 35.814 3,31% 100,00% 2.938 0,23% -91,80%
Salários e Prev. Social 16.569 1,53% 100,00% 20.812 1,63% 25,61%
Impostos a Pagar 41.932 3,88% 100,00% 91.545 7,18% 118,32%
Outras Contas 38.723 3,58% 100,00% 35.506 2,78% -8,31%
Antecipações de Clientes 9.381 0,87% 100,00% 62.397 4,89% 565,14%
Dividendos 9.526 0,88% 100,00% 97.639 7,65% 924,97%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 22.180 2,05% 100,00% 8.003 0,63% -63,92%


Financiamentos Bancários 17.475 1,62% 100,00% 2.966 0,23% -83,03%
Sociedade Interligada 4.705 0,44% 100,00% 5.037 0,39% 7,06%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 838.722 77,56% 100,00% 912.983 71,58% 8,85%


Capital 435.642 40,29% 100,00% 459.076 35,99% 5,38%
Reservas de Lucros 109.339 10,11% 100,00% 154.296 12,10% 41,12%
Lucros Acumulados 293.741 27,16% 100,00% 299.611 23,49% 2,00%

TOTAL DO PASSIVO 1.081.342 100,00% 100,00% 1.275.559 100,00% 17,96%

DRE
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Receita Bruta de Vendas 821.908 126,58% 100,00% 1.217.374 126,58% 48,12%
(-) Deduções s/ RBV 172.601 26,58% 100,00% 255.649 26,58% 48,12%
= Receita Líquida de Vendas 649.307 100,00% 100,00% 961.725 100,00% 48,12%
(-) C.P.V 493.145 75,95% 100,00% 742.598 77,22% 50,58%
= Lucro Bruto 156.163 24,05% 100,00% 219.127 22,78% 40,32%
(-) Despesas Operacionais 57.534 8,86% 100,00% 97.390 10,13% 69,27%
= Lucro Operacional 98.629 15,19% 100,00% 121.737 12,66% 23,43%
(-) Despesas Financeiras 24.657 3,80% 100,00% 36.521 3,80% 48,12%
= LAIR e CSLL 73.972 11,39% 100,00% 85.216 8,86% 15,20%
(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 14.794 2,28% 100,00% 17.043 1,77% 15,20%
Lucro Líquido 59.177 9,11% 100,00% 68.173 7,09% 15,20%

Ano X1 Ano X2
Investimento Médio $540.671,00 50% $637.779,50 50%
Estoque Médio $107.602,50 75% $111.280,50 75%
Média de duplicatas a receber $25.527,88 31% $10.638,89 31%
Média de duplicatas a pagar $6.075,24 12% $3.178,56 12%

Pede-se:

a) Capital de giro; e) ROA (Retorno do capital próprio);


b) Capital de giro líquido; f) ROE (Retorno do PL);
c) Capital de giro próprio; g) Giro do ativo;
d) Capital em giro; h) Liquidez seca;

Análise de Balanços 41
i) Liquidez geral; r) Dias de vendas de estoque;
j) Liquidez imediata; s) Giro de contas a receber;
k) Liquidez corrente; t) Dias em vendas de contas a
l) Grau de imobilização; receber;
m) Grau de endividamento; u) Giro de contas a pagar;
n) Composição do endividamento; v) Dias em contas a pagar;
o) Rentabilidade sobre o PL; w) Taxa de crescimento interno;
p) Rentabilidade sobre as vendas; x) Taxa de crescimento sustentável.
q) Giro do estoque;

Analise o parecer, abaixo:

PARECER

I - Situação Patrimonial

- Sólida posição patrimonial, com satisfatória evolução do patrimônio liquido, de


aproximadamente 9%. Tal evolução é sintetizada pelo aumento do ROE e pela Taxa de
Crescimento Sustentável em aproximadamente 6% e 5% respectivamente do Ano 1 ao Ano
2.

II - Situação Financeira

- Boa situação financeira. Houve certo decréscimo nos índices de liquidez (menos o de
liquidez imediata) em relação ao exercício anterior, mas continuam com bom equilíbrio, ou
seja com uma razoável folga no que tange aos índice de liquidez geral e corrente
principalmente. Os dias em vendas de contas a receber teve um decréscimo (de 72%
aproximadamente), determinando uma entrada mais rápida do dinheiro em caixa ou no
banco, influenciando sua situação financeira. O capital de giro ratifica o bom estado
financeiro da empresa, pois, o mesmo obteve uma evolução de aproximadamente de 33%.

III - Grau de Imobilização

- É elevado o grau de imobilização com aproximadamente 80% do total do capital próprio,


o que, entretanto, não prejudica a situação financeira, tendo-se em vista que a empresa está
conseguindo otimizar sua rentabilidade sobre o PL e sobre as vendas.

IV - Grau de Endividamento

- A participação de capitais de terceiros é de aproximadamente 28% no total das aplicações


da empresa. É bom salientar que o mesmo sofreu um aumento aproximado de 27 pontos
percentuais, mas, como a empresa está conseguindo manter sua situação financeira
satisfatória, tal evolução não preocupa a curto ou a médio prazo.

Análise de Balanços 42
V - Rentabilidade

- No Ano X1 a rentabilidade foi apenas razoável de cerca de 9%, mas no Ano X2 a


rentabilidade ficou em 7% aproximadamente (perca de 22%), isso deve-se ao aumento no
CPV e nas Despesas Operacionais de aproximadamente 51% e 69% respectivamente,
porém as Vendas também obtiveram um aumento de cerca de 48%. É bom salientar que a
empresa precisa verificar (no âmbito gerencial) o motivo que fizeram com que os custos e
despesas crescessem mais do que o faturamento, para que a organização não penalizada a
médio ou longo prazo na situação econômica e na financeira.

VI - Conclusão

- Em resumo, conclui-se que atualmente a empresa encontra-se em boa situação financeira


e econômica.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.

Sendo assim,

a) Só as afirmações I e II estão corretas;


b) Só as afirmações I, II e III estão corretas;
c) Todas as afirmações estão corretas, menos a Conclusão (VI);
d) O Parecer está correto;
e) O Parecer está incorreto.

Análise de Balanços 43
Exercício 2
FÁBRICA DE PAPEL
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 659.997 34,98% 100,00% 1.252.691 37,44% 89,80%
Caixa e Bancos 17.178 0,91% 100,00% 16.209 0,48% -5,64%
Aplicações Financeiras 37.199 1,97% 100,00% 80.110 2,39% 115,36%
Estoques 195.563 10,36% 100,00% 481.722 14,40% 146,33%
Clientes 357.144 18,93% 100,00% 567.113 16,95% 58,79%
Outras Contas 42.754 2,27% 100,00% 69.354 2,07% 62,22%
Reflorestamentos 10.159 0,54% 100,00% 38.183 1,14% 275,85%
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 96.554 5,12% 100,00% 168.079 5,02% 74,08%
Reflorestamentos 96.188 5,10% 100,00% 167.264 5,00% 73,89%
Outras Contas 366 0,02% 100,00% 815 0,02% 122,68%
PERMANENTE 1.130.337 59,90% 100,00% 1.925.107 57,54% 70,31%
Investimentos 469.003 24,86% 100,00% 927.209 27,71% 97,70%
Imobilizado (líquido de depreciação) 661.334 35,05% 100,00% 997.898 29,82% 50,89%

TOTAL DO ATIVO 1.886.888 100,00% 100,00% 3.345.877 100,00% 77,32%

PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 520.685 27,59% 100,00% 920.358 27,51% 76,76%
Fornecedores 120.404 6,38% 100,00% 318.072 9,51% 164,17%
Duplicatas Descontadas 10.144 0,54% 100,00% 12.102 0,36% 19,30%
Financiamentos Bancários 107.146 5,68% 100,00% 44.840 1,34% -58,15%
Salários e Encargos Sociais 27.150 1,44% 100,00% 55.494 1,66% 104,40%
Impostos a Pagar 79.983 4,24% 100,00% 159.463 4,77% 99,37%
Dividendos a Pagar 81.533 4,32% 100,00% 163.065 4,87% 100,00%
Outras Contas 13.315 0,71% 100,00% 36.365 1,09% 173,11%
Provisão p/ Imo=posto de Renda 81.010 4,29% 100,00% 130.957 3,91% 61,66%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 936 0,05% 100,00% 2.189 0,07% 133,87%


Fornecedores 253 0,01% 100,00% 2.189 0,07% 765,22%
Financiamentos 683 0,04% 100,00% -100,00%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.365.267 72,36% 100,00% 2.423.330 72,43% 77,50%


Capital 1.066.326 56,51% 100,00% 1.746.390 52,20% 63,78%
Reservas de Lucros 54.089 2,87% 100,00% 57.159 1,71% 5,68%
Lucros Acumulados 244.852 12,98% 100,00% 619.781 18,52% 153,12%

TOTAL DO PASSIVO 1.886.888 100,00% 100,00% 3.345.877 100,00% 77,32%

Análise de Balanços 44
DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Receita Bruta de Vendas 1.334.268 125,00% 100,00% 2.564.409 125,00% 92,20%
(-) Deduções s/ RBV 266.854 25,00% 100,00% 512.882 25,00% 92,20%
= Receita Líquida de Vendas 1.067.414 100,00% 100,00% 2.051.527 100,00% 92,20%
(-) C.P.V 813.903 76,25% 100,00% 1.615.578 78,75% 98,50%
= Lucro Bruto 253.511 23,75% 100,00% 435.950 21,25% 71,96%
(-) Despesas Operacionais 93.399 8,75% 100,00% 179.509 8,75% 92,20%
= Lucro Operacional 160.112 15,00% 100,00% 256.441 12,50% 60,16%
(-) Despesas Financeiras 46.699 4,38% 100,00% 76.932 3,75% 64,74%
= LAIR e CSLL 113.413 10,63% 100,00% 179.509 8,75% 58,28%
(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 22.683 2,13% 100,00% 35.902 1,75% 58,28%
Lucro Líquido 90.730 8,50% 100,00% 143.607 7,00% 58,28%

Ano X1 Ano X2
Investimento Médio $943.444,00 50% $1.672.938,50 50%
Estoque Médio $146.672,25 75% $361.291,50 75%
Média de duplicatas a receber $110.714,64 31% $175.805,03 31%
Média de duplicatas a pagar $14.448,48 12% $38.168,64 12%

Pede-se:

a) Capital de giro; n) Composição do endividamento;


b) Capital de giro líquido; o) Rentabilidade sobre o PL;
c) Capital de giro próprio; p) Rentabilidade sobre as vendas;
d) Capital em giro; q) Giro do estoque;
e) ROA (Retorno do capital próprio); r) Dias de vendas de estoque;
f) ROE (Retorno do PL); s) Giro de contas a receber;
g) Giro do ativo; t) Dias em vendas de contas a
h) Liquidez seca; receber;
i) Liquidez geral; u) Giro de contas a pagar;
j) Liquidez imediata; v) Dias em contas a pagar;
k) Liquidez corrente; w) Taxa de crescimento interno;
l) Grau de imobilização; x) Taxa de crescimento sustentável.
m) Grau de endividamento;

Analise o parecer, abaixo:

PARECER

I – Situação Patrimonial

- Sólida posição patrimonial, com excelente evolução do patrimônio liquido (78%). Esse
aumento patrimonial é decorrente da retenção dos bons lucros que vem obtendo. Tais lucros
evoluirão 58% aproximadamente do Ano 1 ao Ano 2.

II – Situação Financeira

Análise de Balanços 45
- Situação financeira de bom equilíbrio e verifica-se que houve certa melhora nos índices
em relação ao exercício anterior. Principalmente o índice de liquidez geral e liquidez
corrente que cresceram 6% e 7% aproximadamente e respectivamente. Índice que denota a
boa situação financeira é o capital de giro, CGL, CGP e o capital em giro, evoluindo
respectivamente 88%, 139%, 112% e 77% do Ano 1 ao Ano 2.

III – Grau de Imobilização

- O grau de imobilização é bastante elevado, mas nota-se que houve decréscimo em relação
ao ano anterior, cerca de 4% o que se refletiu na melhora dos índices de liquidez.

IV – Grau de Endividamento

- A incidência de capitais de terceiros é de apenas 27% aproximadamente no total das


aplicações da empresa, que conta com boa capacidade de pagamento.

V – Rentabilidade

- Vem obtendo muito boa rentabilidade, com significativo aumento no último exercício.
Verifica-se, também, que houve expressivo incremento de vendas e no lucro, ou seja, de
aproximadamente 92% 58% respectivamente.

VI – Conclusão

- Diante do acima exposto, conclui-se que a empresa encontra-se em boa situação


econômico-financeira e conta com boa capacidade de pagamento.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.

Sendo assim,

a) Só as afirmações I e IV estão corretas;


b) Só as afirmações I, II e VI estão corretas;
c) O Parecer está correto;
d) O Parecer está incorreto;
e) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção II está correta.

Análise de Balanços 46
Exercício 3
INDÚSTRIA DE TINTAS GRÁFICAS
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 2.473 74,00% 100,00% 2.247 74,83% -9,14%
Caixa e Bancos 201 6,01% 100,00% 31 1,03% -84,58%
Clientes 712 21,30% 100,00% 841 28,01% 18,12%
Estoques 1.409 42,16% 100,00% 1.314 43,76% -6,74%
Impostos a Recuperar 121 3,62% 100,00% 29 0,97% -76,03%
Outras Contas a Receber 30 0,90% 100,00% 32 1,07% 6,67%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 56 1,68% 100,00% 22 0,73% -60,71%


Titulos a Receber 56 1,68% 100,00% 22 0,73% -60,71%

PERMANENTE 813 24,33% 100,00% 734 24,44% -9,72%


Imobilizado 813 24,33% 100,00% 734 24,44% -9,72%

TOTAL DO ATIVO 3.342 100,00% 100,00% 3.003 100,00% -10,14%

PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 1.635 48,92% 100,00% 1.303 43,39% -20,31%
Fornecedores 464 13,88% 100,00% 229 7,63% -50,65%
Financiamentos Bancários 977 29,23% 100,00% 758 25,24% -22,42%
Salários e Encargos Sociais 22 0,66% 100,00% 22 0,73%
Impostos a Pagar 34 1,02% 100,00% 63 2,10% 85,29%
Outras Contas 97 2,90% 100,00% 119 3,96% 22,68%
Provisões 41 1,23% 100,00% 112 3,73% 173,17%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 1.014 30,34% 100,00% 185 6,16% -81,76%


Financiamentos Bancários 1.014 30,34% 100,00% 185 6,16% -81,76%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 693 20,74% 100,00% 1.515 50,45% 118,61%


Capital 405 12,12% 100,00% 405 13,49%
Reservas de Lucros 12 0,36% 100,00% 59 1,96% 391,67%
Lucros Acumulados 276 8,26% 100,00% 1.051 35,00% 280,80%

TOTAL DO PASSIVO 3.342 100,00% 100,00% 3.003 100,00% -10,14%

Análise de Balanços 47
DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Receita Bruta de Vendas 3.478 127,39% 100,00% 8.087 127,39% 132,52%
(-) Deduções s/ RBV 748 27,39% 100,00% 1.739 27,39% 132,52%
= Receita Líquida de Vendas 2.730 100,00% 100,00% 6.348 100,00% 132,52%
(-) C.P.V 2.104 77,07% 100,00% 4.933 77,71% 134,44%
= Lucro Bruto 626 22,93% 100,00% 1.415 22,29% 126,06%
(-) Despesas Operacionais 261 9,55% 100,00% 647 10,19% 148,02%
= Lucro Operacional 365 13,38% 100,00% 768 12,10% 110,37%
(-) Despesas Financeiras 104 3,82% 100,00% 243 3,82% 132,52%
= LAIR e CSLL 261 9,55% 100,00% 526 8,28% 101,52%
(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 52 1,91% 100,00% 105 1,66% 101,52%
Lucro Líquido 209 7,64% 100,00% 421 6,62% 101,52%

Ano X1 Ano X2
Investimento Médio $1.671,00 50% $1.501,50 50%
Estoque Médio $1.056,75 75% $985,50 75%
Média de duplicatas a receber $220,72 31% $260,71 31%
Média de duplicatas a pagar $55,68 12% $27,48 12%

Pede-se:

a) Capital de giro; n) Composição do endividamento;


b) Capital de giro líquido; o) Rentabilidade sobre o PL;
c) Capital de giro próprio; p) Rentabilidade sobre as vendas;
d) Capital em giro; q) Giro do estoque;
e) ROA (Retorno do capital próprio); r) Dias de vendas de estoque;
f) ROE (Retorno do PL); s) Giro de contas a receber;
g) Giro do ativo; t) Dias em vendas de contas a
h) Liquidez seca; receber;
i) Liquidez geral; u) Giro de contas a pagar;
j) Liquidez imediata; v) Dias em contas a pagar;
k) Liquidez corrente; w) Taxa de crescimento interno;
l) Grau de imobilização; x) Taxa de crescimento sustentável.
m) Grau de endividamento;

Analise o parecer, abaixo:

PARECER

I – Situação Patrimonial

- Apresenta-se com excepcional evolução do patrimônio líquido (119%), decorrente da


retenção dos elevados lucros que vem obtendo, ou seja, de aproximadamente 102%. Tal
evolução impactou diretamente no ROA evoluindo aproximados 124 pontos percentuais.

II – Situação Financeira

Análise de Balanços 48
- A situação financeira está em recuperação e atualmente encontra-se “boa”, principalmente
em relação aos índices de liquidez geral e corrente que atualmente estão em crescimento
(60% e 14% respectivamente) isso favorece a futura estabilidade financeira da empresa. O
índice de liquidez seca é algo baixo, mas a rotação de estoques é satisfatória, da ordem de
72 dias. Muito boa os dias de créditos, atualmente em 12 dias. Tal índice, sofreu uma queda
de aproximados 49%, significando que a empresa está recebendo dinheiro mais rápido,
influenciando na evolução da liquidez geral e na recuperação financeira da empresa. O
ROA reflete essa evolução, pois, o mesmo cresceu incríveis 124 pontos percentuais
aproximados. A taxa de crescimento interno está diretamente relacionada com o ROA com
isso sofreu uma evolução de 137% aproximadamente, refletindo a boa situação financeira
da empresa.

III – Grau de Imobilização

- No primeiro ano sob exame a empresa tinha 117% do capital próprio imobilizado, já no
Ano 2 houve um decréscimo do mesmo de aproximadamente 59%, influenciando no
aumento da liquidez geral que foi de 60%.

IV – Grau de Endividamento

- O grau de endividamento no Ano 1 era elevadíssimo, de 80% aproximadamente, mas no


Ano 2 o percentual de capitais alheios baixou para 50% aproximadamente, uma queda de
aproximadamente 37%. Com o índice de endividamento ficou aceitável, tendo-se em vista
boa capacidade de pagamento e a evolução da situação financeira da organização.

V - Rentabilidade

- A empresa vem obtendo muito bons lucros, mantendo-os como reforço de capital e
gerando muito boa capacidade de pagamento. Suas vendas e lucro tiveram uma evolução de
133% e 102% respectivamente de um ano para o outro.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.

Sendo assim,

a) Só as afirmações II e IV estão corretas;


b) Só as afirmações I, III e VI estão corretas;
c) O Parecer está incorreto;
d) O Parecer está correto;
e) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção III está correta.

Análise de Balanços 49
Exercício 4
FÁBRICA DE MALAS
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 53.646 75,38% 100,00% 56.465 68,46% 5,25%
Caixa e Bancos 794 1,12% 100,00% 15 0,02% -98,11%
Clientes 29.848 41,94% 100,00% 26.451 32,07% -11,38%
Estoques 22.567 31,71% 100,00% 28.804 34,93% 27,64%
Outras Contas 437 0,61% 100,00% 1.195 1,45% 173,46%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 3.027 4,25% 100,00% 1.821 2,21% -39,84%


Titulos a Receber 3.027 4,25% 100,00% 1.821 2,21% -39,84%

PERMANENTE 14.499 20,37% 100,00% 24.187 29,33% 66,82%


Investimentos 11.668 16,39% 100,00% 667 0,81% -94,28%
Participações Societárias 11.668 16,39% 100,00% 667 0,81% -94,28%
Imobilizado 2.831 3,98% 100,00% 23.520 28,52% 730,80%
Imóveis 606 0,85% 100,00% 5.242 6,36% 765,02%
Máquinas e Equipamentos 309 0,43% 100,00% 10.305 12,49% 3234,95%
Veículos 255 0,36% 100,00% 3.382 4,10% 1226,27%
Móveis e Utensílios 313 0,44% 100,00% 427 0,52% 36,42%
Obras em Andamento 2.017 2,83% 100,00% 9.316 11,30% 361,87%
Depreciação Acumulada -669 -0,94% 100,00% -5.152 -6,25% 670,10%

TOTAL DO ATIVO 71.172 100,00% 100,00% 82.473 100,00% 15,88%

PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 50.859 71,46% 100,00% 52.511 63,67% 3,25%
Fornecedores 7.432 10,44% 100,00% 13.218 16,03% 77,85%
Financiamentos Bancários 28.575 40,15% 100,00% 28.365 34,39% -0,73%
Titulos a Pagar 6.426 9,03% 100,00% 3.396 4,12% -47,15%
Comissões e Fretes a Pagar 2.323 3,26% 100,00% 2.162 2,62% -6,93%
Outras Contas 2.404 3,38% 100,00% 3.057 3,71% 27,16%
Provisão p/ Imposto de Renda 3.699 5,20% 100,00% 2.313 2,80% -37,47%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 4.900 6,88% 100,00% 1.319 1,60% -73,08%


Financiamentos Bancários 4.900 6,88% 100,00% 1.319 1,60% -73,08%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 15.413 21,66% 100,00% 28.643 34,73% 85,84%


Capital 14.590 20,50% 100,00% 28.643 34,73% 96,32%
Lucros Acumulados 823 1,16% 100,00% -100,00%

TOTAL DO PASSIVO 71.172 100,00% 100,00% 82.473 100,00% 15,88%

Análise de Balanços 50
DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Receita Bruta de Vendas 116.629 117,65% 100,00% 120.808 117,65% 3,58%
(-) Deduções s/ RBV 17.494 17,65% 100,00% 18.121 17,65% 3,58%
= Receita Líquida de Vendas 99.135 100,00% 100,00% 102.687 100,00% 3,58%
(-) C.P.V 81.640 82,35% 100,00% 85.170 82,94% 4,32%
= Lucro Bruto 17.494 17,65% 100,00% 17.517 17,06% 0,13%
(-) Despesas Operacionais 8.164 8,24% 100,00% 9.665 9,41% 18,38%
= Lucro Operacional 9.330 9,41% 100,00% 7.853 7,65% -15,84%
(-) Despesas Financeiras 3.499 3,53% 100,00% 4.228 4,12% 20,85%
= LAIR e CSLL 5.831 5,88% 100,00% 3.624 3,53% -37,85%
(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 1.166 1,18% 100,00% 725 0,71% -37,85%
Lucro Líquido 4.665 4,71% 100,00% 2.899 2,82% -37,85%
X1 X2 VARIAÇÃO
Ano X1 Ano X2
Investimento Médio $35.586,00 50% $41.236,50 50%
Estoque Médio $16.925,25 75% $21.603,00 75%
Média de duplicatas a receber $9.252,88 31% $8.199,81 31%
Média de duplicatas a pagar $891,84 12% $1.586,16 12%

Pede-se:

a) Capital de giro; n) Composição do endividamento;


b) Capital de giro líquido; o) Rentabilidade sobre o PL;
c) Capital de giro próprio; p) Rentabilidade sobre as vendas;
d) Capital em giro; q) Giro do estoque;
e) ROA (Retorno do capital próprio); r) Dias de vendas de estoque;
f) ROE (Retorno do PL); s) Giro de contas a receber;
g) Giro do ativo; t) Dias em vendas de contas a
h) Liquidez seca; receber;
i) Liquidez geral; u) Giro de contas a pagar;
j) Liquidez imediata; v) Dias em contas a pagar;
k) Liquidez corrente; w) Taxa de crescimento interno;
l) Grau de imobilização; x) Taxa de crescimento sustentável.
m) Grau de endividamento;

Analise o parecer, abaixo:

PARECER

I – Situação Patrimonial

- Houve substancial aumento do capital próprio Ano 2, cerca de 86%. É que a empresa
incorporou outra sociedade, com patrimônio líquido da ordem de 10.000 (informação
gerencial). Não fosse isso, haveria diminuição do capital próprio, tendo-se em vista o
decréscimo dos lucros que foram de 38%. Tal informação foi ratificada pelo decréscimo do
ROA e do ROE com respectivamente 46% e 67% aproximadamente.

Análise de Balanços 51
II – Situação Financeira

- Situação financeira de extremo aperto, com índices de liquidez a curto e a longo prazo de
mero equilíbrio e muito baixo o índice de liquidez seca. O giro do ativo decresceu 11
pontos percentuais, ou seja, quanto menor o giro maior a instabilidade financeira e maior
desembolso de ativos para efetuar as vendas. Isso significa que precisa-se de 0,68 reais de
ativos para gerar 1 real de vendas, que no Ano 1 se precisava de 0,61 reais. A taxa de
crescimento interno enfatiza a má fase financeira da organização, com uma queda de
aproximadamente 47%.

III – Grau de Imobilização

- As imobilizações da empresa são muito elevadas, absorvendo 84% aproximadamente do


patrimônio liquido, restando pouco capital de giro próprio.

IV – Grau de Endividamento

- Os capitais alheios elevam-se a 78% no total das aplicações da empresa no Ano 1, e no


Ano 2 cerca de 65%. Mesmo com essa baixa (17%), a posição da empresa frente aos
capitais de terceiros ainda é muito complicada.

V – Rentabilidade

- Vem obtendo boas vendas (4% de aumento), mas o desequilíbrio financeiro é decorrente
dos prejuízos e do alto endividamento a curto prazo. Tendo em vista que tal desequilíbrio
foi impactado pelo crescimento de dias de estocagem cerca de 22% e o decréscimo dos dias
de recebimento com cerca de 14%.

VI – Conclusão

- Ante o exposto, conclui-se que a empresa corre sério risco de insolvência a curto prazo.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.

Sendo assim,

a) Só as afirmações III e IV estão corretas;


b) O Parecer está correto;
c) Todas as afirmações estão incorretas, somente a opção II está correta;
d) O Parecer está incorreto;
e) Só as afirmações I, III e V estão corretas.

Análise de Balanços 52
Exercício 5
INDÚSTRIA QUIMICA
ANÁLISE DE BALANÇOS
ATIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 10.291 66,34% 100,00% 15.468 70,40% 50,31%
Caixa e Bancos 128 0,83% 100,00% 164 0,75% 28,13%
Clientes 5.746 37,04% 100,00% 9.243 42,07% 60,86%
Estoques 3.802 24,51% 100,00% 5.213 23,73% 37,11%
Outras Contas 615 3,96% 100,00% 848 3,86% 37,89%

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 121 0,78% 100,00% 212 0,96% 75,21%


Empresa Coligada 121 0,78% 100,00% 212 0,96% 75,21%

PERMANENTE 5.100 32,88% 100,00% 6.292 28,64% 23,37%


Investimentos 2.830 18,24% 100,00% 2.483 11,30% -12,26%

Imobilizado 2.270 14,63% 100,00% 3.809 17,34% 67,80%

TOTAL DO ATIVO 15.512 100,00% 100,00% 21.972 100,00% 41,65%

PASSIVO
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
CIRCULANTE 8.848 57,04% 100,00% 12.219 55,61% 38,10%
Fornecedores 5.001 32,24% 100,00% 7.720 35,14% 54,37%
Financiamentos Bancários 2.515 16,21% 100,00% 3.531 16,07% 40,40%
Salários e Encargos Sociais 188 1,21% 100,00% 290 1,32% 54,26%
Impostos a Pagar 248 1,60% 100,00% 515 2,34% 107,66%
Outras Contas 896 5,78% 100,00% 163 0,74% -81,81%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 3.660 23,59% 100,00% 1.381 6,29% -62,27%


Financiamentos Bancários 3.660 23,59% 100,00% 1.381 6,29% -62,27%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.004 19,37% 100,00% 8.372 38,10% 178,70%


Capital 381 2,46% 100,00% 5.661 25,76% 1385,83%
Lucros Acumulados 2.623 16,91% 100,00% 2.711 12,34% 3,35%

TOTAL DO PASSIVO 15.512 100,00% 100,00% 21.972 100,00% 41,65%

Análise de Balanços 53
DRE simplificada
(Em R$ 1 mil) % % (Em R$ 1 mil) % %
Ano X1 AV AH Ano X2 AV AH
Receita Bruta de Vendas 38.585 127,39% 100,00% 57.029 127,39% 47,80%
(-) Deduções s/ RBV 8.296 27,39% 100,00% 12.261 27,39% 47,80%
= Receita Líquida de Vendas 30.289 100,00% 100,00% 44.768 100,00% 47,80%
(-) C.P.V 22.765 75,16% 100,00% 34.788 77,71% 52,81%
= Lucro Bruto 7.524 24,84% 100,00% 9.980 22,29% 32,64%
(-) Despesas Operacionais 3.087 10,19% 100,00% 4.562 10,19% 47,80%
= Lucro Operacional 4.437 14,65% 100,00% 5.418 12,10% 22,10%
(-) Despesas Financeiras 1.543 5,10% 100,00% 1.711 3,82% 10,85%
= LAIR e CSLL 2.894 9,55% 100,00% 3.707 8,28% 28,09%
(-) Provisão para o IRPJ e CSLL 579 1,91% 100,00% 741 1,66% 28,09%
Lucro Líquido 2.315 7,64% 100,00% 2.966 6,62% 28,09%
X1 X2 VARIAÇÃO
Ano X1 Ano X2
Investimento Médio $7.756,00 50% $10.986,00 50%
Estoque Médio $2.851,50 75% $3.909,75 75%
Média de duplicatas a receber $1.781,26 31% $2.865,33 31%
Média de duplicatas a pagar $600,12 12% $926,40 12%

Pede-se:

a) Capital de giro; n) Composição do endividamento;


b) Capital de giro líquido; o) Rentabilidade sobre o PL;
c) Capital de giro próprio; p) Rentabilidade sobre as vendas;
d) Capital em giro; q) Giro do estoque;
e) ROA (Retorno do capital próprio); r) Dias de vendas de estoque;
f) ROE (Retorno do PL); s) Giro de contas a receber;
g) Giro do ativo; t) Dias em vendas de contas a
h) Liquidez seca; receber;
i) Liquidez geral; u) Giro de contas a pagar;
j) Liquidez imediata; v) Dias em contas a pagar;
k) Liquidez corrente; w) Taxa de crescimento interno;
l) Grau de imobilização; x) Taxa de crescimento sustentável.
m) Grau de endividamento;

Analise o parecer, abaixo:

PARECER

I – Situação Patrimonial

- Apresenta-se com significativo aumento do patrimônio liquido em relação ao ano anterior,


(cerca de 179%), decorrente na sua maior parte do aumento de capital de R$ 381.000,00
para R$ 5.661.000,00, ou seja, 1.386%. Refletido pelos indicadores capital de giro e capital
em giro que cresceram aproximados 51% e 42% respectivos.

Análise de Balanços 54
II – Situação Financeira

- De aperto, com índices de liquidez de mero equilíbrio. Nota-se, entretanto, que houve
certa melhora em relação ao exercício anterior, e a rotação de estoques e de crédito é
satisfatória.

III – Grau de Imobilização

- É elevado o grau de imobilização do capital próprio (Ano 1 = 170% e Ano 2 = 75%), mas
a empresa obteve financiamento de longo prazo, (no Anos 1 e 2), a par do aumento do
capital social, o que lhe permitiu manter equilibrada a situação financeira, embora de
aperto.

IV – Grau de Endividamento

- O endividamento da empresa que era elevadíssimo, de 80% aproximadamente, baixou


para 62%, um decréscimo de 23%. Com isso, pode ser tido como aceitável, tendo-se em
vista que a empresa vem apresentando resultados positivos, gerando razoável capacidade de
pagamento. Contudo a taxa de crescimento sustentável sofreu uma queda de 70%,
traduzindo o alto grau de endividamento com terceiros.

V – Rentabilidade

- Apresentou bom lucro no Ano 1 (8%) e continuou bom no Ano 2 (7%). A empresa vem
tendo equilíbrio no que se refere a situação econômica, podendo vir a impactar de forma
positiva em sua situação financeira.

VI – Conclusão

- A situação da empresa é de aperto financeiro. Vem operando com resultados positivos. A


situação patrimonial da empresa é boa, contudo pelo crescimento do seu capital próprio.
Teve bom incremento de vendas, mas é aconselhável que seja feita análise gerencial para
determinar a causa da preocupante situação financeira. Caso continue, terá impacto na sua
situação econômica influenciando negativamente em sua perpetuidade.
Fonte: Savytzky (2006), adaptado pelo autor.

Sendo assim,

a) O Parecer está correto;


b) Só as afirmações III e VI estão corretas;
c) O Parecer está incorreto;
d) Só as afirmações I, III e IV estão corretas;
e) Todas as afirmações estão corretas, somente a opção VI está incorreta.

Análise de Balanços 55
5 Alavancagem, Ponto de Equilíbrio (Contábil, Econômico e
Financeiro) e Margem de Segurança
5.1 Alavancagem Empresarial
Alavancagem significa a capacidade de uma empresa utilizar ativos ou recursos a um custo
fixo (operacional e financeiro), de forma a maximizar o retorno de seus proprietários.
Alavancagens crescentes significam maior retorno esperado, mas também maior risco
(COSTA et al., 2008, p. 66). Pode-se entender que o conceito de alavancagem empresarial
é similar ao conceito de alavanca comumente empregado em física. Por meio da aplicação
de uma força pequena no braço maior da alavanca, é possível mover um peso muito maior
no braço menor da alavanca. Como disse Arquimedes, com uma alavanca e um ponto de
apoio seria possível mover o mundo.
10 Kgf

1m 1 Kgf
10 m

Figura 4. O conceito físico da alavancagem. Fonte: Bruni e Fama (2004).

Pode-se entender que a alavancagem empresarial permite que uma variação nas vendas de
aproximadamente 3%, transforme-se em uma variação no lucro final de aproximadamente
30%.
Variação
no Resultado
30%
Variação
das Vendas
3%

Gastos Fixos

Figura 5. Conceito de alavancagem empresarial: efeito da variação percentual das vendas no resultado. Fonte:
Bruni e Fama (2004), adaptado pelo autor.

Análise de Balanços 56
Sendo assim, os gastos fixos, são a razão existente entre os braços da alavanca. Os gastos
fixos podem situar-se nos dois lados do balanço patrimonial, com isso podem ser
classificados como:

• Alavancagem operacional: vinculam-se da existência de gatos fixos, que são


relacionados a ativos (investimentos) e atividades operacionais comumente
incorridas nas empresas, como por exemplo: salários e encargos, energia elétrica,
depreciações, etc. Para Hoji (2004), “o aumento no nível de atividade produz efeito
no resultado econômico. A essa relação de causa-efeito dá-se o nome de
alavancagem operacional;
• Alavancagem financeira: decorre da existência de gastos fixos, que se relacionam
ao passivo (obrigações / financiamentos) da organização. Exemplos:
financiamentos, juros pagos, etc.
• Alavancagem total: é determinada pela relação entre o faturamento da empresa e o
seu lucro líquido. Para Costa et al. (2008, p. 74), a alavancagem combinada, pode
ser definida como o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como
financeiros, para aumentar o efeito de variações nas vendas sobre o lucro líquido.
Portanto a alavancagem combinada é a influência total dos custos fixos sobre a
estrutura operacional e financeira da organização.

Passivo Custos Fixos do Passivo


Custos Fixos do Ativo ou Financeiros
ou Operacionais Ativo

PL

Figura 6. Estrutura de gastos fixos. Fonte: Bruni e Famá (2004).

Observando a Figura 3. constata-se que os gastos fixos do ativo acarretam a alavancagem


operacional. Em relação aos gastos fixos do passivo proporcionam a alavancagem
financeira.

Trabalharemos agora com um exemplo, observaremos duas empresas: Conservadora e a


Agressiva, sendo assim, iremos comparar qual grau de alavancagem de cada uma delas.

Análise de Balanços 57
Tabela 1. Empresa Conservadora S.A. Tabela 2. Empresa Agressiva S.A.
DRE Situação DRE Situação
Empresa Conservadora -20% Base 20% Empresa Conservadora -20% Base 20%
(+) Receitas 80 100 120 (+) Receitas 80 100 120
(-) Custos fixos -20 -20 -20 (-) Custos fixos -40 -40 -40
(-) Custos variáveis (40%) -32 -40 -48 (-) Custos variáveis (40%) -32 -40 -48
= Lucro operacional (lajir) 28 40 52 = Lucro operacional (lajir) 8 20 32
(-) Juros 0 0 0 (-) Juros 0 0 0
= Lucro antes do IR 28 40 52 = Lucro antes do IR 8 20 32

Variação -30,00% 30,00% Variação -60,00% 60,00%

As empresas atuam em mercados diferentes, porém, de acordo com sua situação base, seus
faturamentos são idênticos: $ 100.000,00 por mês. O que diferencia uma da outra é a
composição de seus custos fixos e variáveis. Enquanto a Conservado apresenta um LAIR
igual a $ 40.000,00, a Agressiva apresenta um LAIR de $ 20.000,00.

Analisando o efeito dos custos fixos, supomos duas variações: positiva e negativa a 20%.
Verifica-se que enquanto a variação no lucro da empresa Conservadora foi de 30%, da
empresa Agressiva foi de 60%.

Segundo Bruni e Famá (2004), a alavancagem pode ser expressa por meio dos graus de
alavancagem.
Grau de Fórmula O que expressa
Alavancagem
Operacional (GAO) %∆ Lucro Operac / % ∆ Vendas Relação entre variações no lucro
operacional em decorrência de variações
nas vendas. Decorre da existência de
custos fixos operacionais.
Financeira (GAF) %∆ Lucro Liq / %∆ Lucro Operac Relação entre variações no lucro líquido
em decorrência de variações no lucro
operacional. Decorre da existência de
custos fixos financeiros.
Combinada (GAC) %∆ Lucro Liq / % ∆ Vendas Relação entre variações no lucro líquido
ou em decorrência de variações nas vendas.
GAO x GAF Decorre da existência de custos fixos
operacionais e financeiros.

GAC = GAO x GAF = (% Lucro Operacional ÷ % Vendas) x (% Lucro Líquido ÷ % Lucro


Operacional)

então

Análise de Balanços 58
GAC = % Lucro Líquido ÷ % Vendas

Sendo assim, de acordo com os demonstrativos analisados acima das empresas:


Conservadora e Agressiva, temos:

Grau de Alavancagem Conservadora Agressiva


Operacional (GAO) 30% ÷ 20% = 1,5000 60% ÷ 20% = 3,0000
Financeira (GAF) 30% ÷ 30% = 1,0000 60% ÷ 60% = 1,0000
Combinada (GAC) 30% ÷ 20% = 1,5000 60% ÷ 20% = 3,0000

Verifica-se então que, a empresa Conservadora tem grau de alavancagem operacional de


1,50, enquanto a empresa Agressiva possui 3,000. Entende-se que, para cada variação
percentual nas receitas, o lucro operacional da empresa Agressiva cresce três vezes mais.
Em outras palavras, para cada 1% de crescimento ou queda, os lucros operacionais
crescerão ou cairão 3%.

No que tange ao GAF (grau de alavancagem financeira), constata-se que nem a


Conservadora e nem a Agressiva possuem movimentação financeira (juros, financiamentos
etc) com isso, não apresentam os efeitos da alavancagem financeira. Pode-se perceber que,
para cada 1% de crescimento ou queda do lucro operacional, ocorre 1% de crescimento ou
queda do lucro líquido.

Em relação ao GAC (grau de alavancagem combinada), tem-se que a empresa


Conservadora com um grau de alavancagem combinada igual a 1,5000 (valor idêntico ao
GAO). Entende-se então que, para cada 1% de variação nas receitas, o resultado liquido da
empresa variará em 1,5%.

Já a empresa Agressiva, possui um grau de alavancagem combinada de 3,000, (valor igual


ao GAO, já que a empresa não possui dividas). Entende-se que para cada 10% de variação
no faturamento, o lucro liquido da empresa variará 30%.

5.2 Ponto de Equilíbrio


Podemos dizer que Ponto de Equilíbrio é o ponto em que o total da Margem de
Contribuição se equipara aos custos e despesas fixas do período. Em suma, o Ponto de
Equilíbrio faz o calculo do montante e mostrando assim a capacidade mínima em que a
empresa deve operar (produzir) para que no final do período, não tenha prejuízo, mesmo
que para isso, ocorra o valor ao custo de um lucro zero. Denominamos o Ponto de
Equilíbrio também com ponto de ruptura (break-even point). O ponto de equilíbrio
expressa o volume a ser comercializado a fim de que o Lucro seja 0 (zero), isso é, que os
custos e despesas totais sejam iguais a receita.

Análise de Balanços 59
Para Padoveze (2004), evidencia, em termos quantitativos, qual é o volume que a empresa
precisa produzir ou vender, para que consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além
dos custos e despesas variáveis que ela tem necessariamente que incorrer para
fabricar/vender o produto. No ponto de equilíbrio, não há lucro ou prejuízo. A partir de
volumes adicionais de produção ou venda, a empresa passa a ter lucros. Segundo Crepaldi
(2004), Antes que seu negócio possa gerar lucro, devemos entender o conceito de
equilíbrio. Para alcançar o equilíbrio nas linhas de produção e/ou serviço do departamento,
deveremos calcular o volume de vendas necessário para cobrir os custos e como usar essa
informação. Devemos também entender como os custos reagem com mudanças de
volume............a expressão ponto de equilíbrio, tradução de break-even-point, refere-se ao
nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, onde os custos totais são iguais
às receitas totais.

5.2.1 Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC)

Representa o método tradicional de avaliação (PINTO et al. 2008, p. 71). Segundo Bruni e
Famá (2004), a análise dos gastos variáveis e fixos tornam possível obter o ponto de
equilíbrio contábil da empresa: representação do volume (em unidades ou $) de vendas
necessário para cobrir todos os custos e no qual o lucro é nulo. Sendo assim, temos:

Lucro = Receitas Totais – Gastos Totais

ou seja,

Lucro = [(Preço unitário x quantidade) – (CDFs + CDV unitários x quantidade)]

transformando-se em:

(Preço x quantidade) = CDFs + (CDV unitários x quantidade)

sendo assim,

(Preço x quantidade) – (CDV unitários x quantidade) = CDFs

Colocando a quantidade em evidencia:

Quantidade x (Preço – CDV unitários) = CDFs

Dessa forma, a quantidade pode ser entendida como:

PEC(q) = CDFs ÷ (Preço – CDV unitários)

Análise de Balanços 60
As venda em valor monetário pode ser calculado pela seguinte equação:

PEC($) = Preço x PEC(q)

ou

PEC($) = Preço x [CDFs ÷ (Preço – CDV unitários)]

Exemplo:

Uma empresa possui CDFs da ordem de $ 100.000,00 por mês. Sabe-se que o CDV
unitário de seus produtos vendidos é aproximadamente igual a $ 50,00 por unidade, e o
preço de venda unitário dos produtos da empresa é igual a $ 70,00.

Para saber qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio contábil, bastaria aplicar a
fórmula anterior. Em outras palavras:

PEC(q) = CDFs ÷ (Preço – CDV unitários)


100.000,00 ÷ ( 70,00 – 50,00) = 5.000 unidades

A empresa deverá vender 5.000 unidades para permanecer no pronto de equilíbrio contábil
sem lucros ou prejuízos, mantendo, portanto, a receita total igual aos custos totais.

Para se conseguir o valor em moeda do PEC, bastaria multiplicar as vendas em unidades


pelo preço de cada unidade comercializada.

PEC($) = Preço x PEC(q)


70,00 x 5.000 = $ 350.000,00

A empresa deverá faturar $ 350.000,00 para cobrir todos de seus gastos e não apresentar
nem lucros e nem prejuízos. Pode-se averiguar a veracidade através dos seguintes cálculos
na DRE:
DRE
quant. vlr. Unit. Total
(+) Receita 5.000 $ 70,00 $ 350.000,00
(-) Gastos variáveis 5.000 $ 50,00 $ 250.000,00
= MC 5.000 $ 20,00 $ 100.000,00
(-) Gastos fixos 5.000 $ 20,00 $ 100.000,00
= Lucro 5.000 $ 0,00 $ 0,00

Análise de Balanços 61
$
Ponto de
Equilíbrio
Receitas
Custos e Totais
Variáveis Despesas
Totais
Fixos
Figura 7. Ponto de Equilíbrio Contábil. Fonte: Martins (2006).

Entende-se que quanto mais próximo uma empresa estiver operando do seu ponto de
equilíbrio, mais riscos ela correrá, pois, fica iminente que é mais fácil ela incorrer em
prejuízo do que alcançar lucro.

5.2.2 Ponto de Equilíbrio Econômico (PEE)

O conceito de PEE apresenta a quantidade de vendas (ou do faturamento) que a empresa


deveria obter para conseguir um mínimo de lucro desejado, ou seja, segundo Pinto et
al.(2008, p. 71) é a expectativa gerada pelos investidores de rentabilidade auferida no
negócio.

Sendo assim,

PEE(q) = [(Lucro desejado + CDFs) ÷ (Preço – CDV unitários)]

PEE($) = Preço x PEE(q)

ou

PEE($) = Preço x [(Lucro desejado + CDFs) ÷ (Preço – CDV unitários)]

Exemplo:

Análise de Balanços 62
Uma empresa possui CDFs da ordem de $ 100.000,00 por mês. Sabe-se que o CDV
unitário de seus produtos vendidos é aproximadamente igual a $ 50,00 por unidade, e o
preço de venda unitário dos produtos da empresa é igual a $ 70,00. A empresa deseja obter
um lucro de $ 10.000,00 por mês.

Para saber qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio econômico, bastaria aplicar a
fórmula anterior. Em outras palavras:

PEE(q) = [(Lucro desejado + Gastos CDFs) ÷ (Preço – CDV unitários)]


[( 10.000,00 + 100.000,000 ÷ ( 70,00 – 50,00)]
110.000,00 ÷ 20,00 = 5.500 unidades

A empresa deverá vender 5.500 unidades para conseguir obter um lucro de $ 10.000,00
desejado pelos gestores.

Para se conseguir o valor em moeda do PEC, bastaria multiplicar as vendas em unidades


pelo preço de cada unidade comercializada.

PEC($) = Preço x PEC(q)


70,00 x 5.500 = $ 385.000,00

A empresa deverá faturar $ 385.000,00 para cobrir todos de seus gastos e apresentar um
lucro desejado de $ 10.000,00. Pode-se averiguar a veracidade através dos seguintes
cálculos na DRE:

DRE
quant. vlr. Unit. Total
(+) Receita 5.500 $ 70,00 $ 385.000,00
(-) Gastos variáveis 5.500 $ 50,00 $ 275.000,00
= MC 5.500 $ 20,00 $ 110.000,00
(-) Gastos fixos 5.500 $ 18,18 $ 100.000,00
= Lucro 5.500 $ 1,82 $ 10.000,00

5.2.3 Ponto de Equilíbrio Financeiro (PEF)

Entende-se como PEF, o valor que se equipara a receita com o total dos gastos que
representam desembolso para a organização. Sendo assim, o referido cálculo não deve
constar as depreciações, amortizações e ou exaustões, pois tais gastos não representam
desembolso para a empresa.

Sendo assim,

PEF(q) = [(CDFs – CDFs não desembolsáveis) ÷ (Preço – CDV unitários)]

Análise de Balanços 63
As venda em valor monetário pode ser calculado pela seguinte equação:

PEF($) = Preço x PEF(q)

ou

PEF($) = Preço x [(CDFs – CDFs não desembolsáveis) ÷ (Preço – CDV unitários)]

Exemplo:

Uma empresa produziu 50.000 unidades de um único produto, seu preço de venda é $
25,00. Sabe-se que a empresa incorreu nos seguintes gastos. Com base nesses gastos, qual
seria o ponto de equilíbrio financeiro da empresa?

Gasto Valor
Embalagens $ 150.000,00
Matérias-primas $ 250.000,00
Depreciação fabril $ 200.000,00
MOD $ 50.000,00
Salários e encargos adm (fixos) $ 120.000,00
Outros gastos fixos $ 80.000,00

Custos variáveis ........................... $ 450.000,00 ÷ 50.000 = $ 9,00 / unidade


Despesas variáveis ....................... $ 0,00
Custos e despesas variáveis ....... $ 450.000,00 ÷ 50.000 = $ 9,00 / unidade

CDFs ............................................ $ 200.000,00


CDFs não desembolsáveis ........... $ 200.000,00
Total dos CDFs ............................ $ 400.000,00

Colocando na fórmula:

PEF = [(CDFs – CDFs não desembolsáveis) ÷ (Preço – CDV unitários)]


( 400.000,00 – 200.000,00 ) ÷ ( 25,00 – 9,00 )
200.000,00 ÷ 16,00 = 12.500 unidades

Para obter o valor monetário do PEF, basta multiplicar o PEF(q) encontrado, pelo preço de
venda, ficando:

PEF($) = Preço x PEF(q)


25,00 x 12.500 = $ 312.500,00

5.2.4 Ponto de Equilíbrio com múltiplos produtos

Análise de Balanços 64
Quando ocorre de uma empresa produzir apenas um produto, a obtenção do ponto de
equilíbrio contábil, econômico e financeiro é bem simples. Quando a empresa trabalha com
muitos produtos, a obtenção do ponto de equilíbrio torna-se mais complexa.

Para Bruni e Famá (2004), nas situações em que se elabora mais de um produto ou serviço,
a expressão do ponto de equilíbrio em quantidades diferentes de produtos diferentes perde,
em boa parte, seu sentido. A melhor forma de expressá-lo seria pela receita total das
vendas.

Exemplificando, poderíamos apresentar uma empresa que fabrica uma certa quantidade de
produtos, o lucro seria função das margens de contribuição percentuais individuais
multiplicadas pelas quantidades estimadas de vendas em unidades monetárias somadas e,
posteriormente, subtraídas dos gastos fixos. Algebricamente ficaria assim:

Lucro = Margem de Contribuição (%)1 x Vendas ($)1 + Margem de Contribuição (%)2 x


Vendas ($)2 + Margem de Contribuição (%)3 x Vendas ($)3 ............................... Margem de
Contribuição (%)n x Vendas ($)n - CDFs

tem-se que,

Margem de Contribuição (%)1 x Vendas ($)1 + Margem de Contribuição (%)2 x Vendas


($)2 + Margem de Contribuição (%)3 x Vendas ($)3 ............................... Margem de
Contribuição (%)n x Vendas ($)n = CDFs

Substituindo as margens e vendas individuais dos diferentes produtos por valores médios, a
expressão (Margem de Contribuição (%)1 x Vendas ($)1 + Margem de Contribuição (%)2 x
Vendas ($)2 + Margem de Contribuição (%)3 x Vendas ($)3 ............................... Margem de
Contribuição (%)n x Vendas ($)n) pode ser substituída por:

Margem de Contribuição (%)méida x Vendas ($)média = CDFs

Sendo assim, o ponto de equilíbrio em unidades monetárias de vendas seria:

Vendas ($)totais = CDFs ÷ Margem de Contribuição (%)média

Exemplo:

Uma empresa fabrica e vende fardamentos escolares e corporativos. Cada unidade de


fardamento escolar é vendida por $ 38,00, em média, enquanto os fardamentos corporativos
são vendidos pro $ 45,00. Os custos e despesas variáveis unitários são estimados em $
16,00 e $ 20,00, para ambos os produtos, respectivamente. Os custos e despesas fixos

Análise de Balanços 65
anuais da empresa são estimados em $ 40.000,00 e as participações de vendas dos dois
produtos são estimados em 30% e 70%, respectivamente.

Para encontrar o ponto de equilíbrio contábil, a empresa precisa encontrar a margem de


contribuição média. As margens de contribuição de percentuais para cada um dos dois
produtos podem ser apresentadas como:

• Fardamento escolar: margem de contribuição = ($ 38,00 - $ 16,00) ÷ $ 38,00 =


57,89%;
• Fardamento corporativo: margem de contribuição = ($ 45,00 - $ 20,00) ÷ $ 45,00 =
55,56%.

A margem média resulta da ponderação das margens individuais pela participação de cada
produto nas vendas, ou

Margem média = (57,89% x 30%) + (55,56% x 70%) = 56,26%.

Como a margem de contribuição média encontrada foi 56,26% e os CDFs são iguais a $
40.000,00, o faturamento da empresa no ponto de equilíbrio contábil seria igual a:

Vendas ($) = $ 40.000,00 ÷ 56,26% = $ 71.098,47

Assim, o ponto de equilíbrio poderia ser expresso no volume de vendas em unidades


monetárias, ou $ 71.098,47. O mesmo critério pode ser aplicado para o cálculo do ponto de
equilíbrio econômico e do ponto de equilíbrio financeiro.

5.2.5 Margem de Segurança

A margem de segurança consiste na quantia ou índice das vendas que excedem o ponto de
equilíbrio da empresa. Representa o quanto as vendas podem cair sem que a empresa
incorra em prejuízo, podendo ser expressa em quantidade, valor ou percentual. Pode ser
calculada em quantidade (MSq), em unidades monetárias (MS$) ou em percentual (MS%)
(BRUNI E FAMÁ, 2004). Segundo Crepaldi (2004), a margem de segurança é um
indicador de risco que aponta a quantidade a que as vendas podem cair antes de se ter
prejuízo.

Margem de Segurança em Quantidade (MS q) = Vendas atuais – Ponto de Equilíbrio em


Quantidade

Margem de Segurança em $ (MS$) = MS q x Preço de Venda

Margem de Segurança em % (MS %) = MSq ÷ Vendas atuais

Análise de Balanços 66
Exemplo:

Uma indústria incorreu em $ 54.000,00 de CDFs. Seu custo e despesas variáveis unitário
foram estimados em $ 4,50, seu preço de venda foi estimado em $ 7,50 e seu volume de
vendas é igual a 25.000 unidades.

Com base nos dados fornecidos, para encontrar a margem de segurança seria preciso,
inicialmente, calcular o ponto de equilíbrio. Aplicando a fórmula, é possível determinar que
o ponto de equilíbrio seria igual a $ 54.000,00 ÷ ($ 7,50 - $ 4,50) = 18.000 unidades.
Como a empresa possui vendas iguais a 25.000 unidades, as margens de segurança em
quantidade, unidades monetárias e percentual são assim respectivamente calculadas:

MSq = 25.000 – 18.000 = 7.000 unidades


MS$ = 7.000 x $ 7,50 = $ 52.500,00
MS% = 7.000 ÷ 25.000 = 28%

Tais valores poderiam ser analisados da seguinte forma: para a empresa entrar na região de
prejuízo, a empresa precisaria perder 7.000 unidades de vendas, se significariam $
52.500,00 em valor monetário que aproximadamente seria 28% das vendas atuais.

Exercícios:

Exercício 1
A empresa Rokwater Ltda., fabrica e vende mensalmente 100 unidades de um único
produto. O preço unitário de venda é igual a $ 60,00. Sabe-se que os custos fixos mensais
da empresa são iguais a $ 3.000,00 e os custos variáveis unitários, iguais a $ 20,00. Calcule
os graus de alavancagem da empresa, supondo variações positivas e negativas das vendas
iguais a 10%.

Exercício 2
Em relação ao Exercício 1, calcule:

a) Grau de Alavancagem Operacional;


b) Grau de Alavancagem Financeira;
c) Grau de Alavancagem Combinada.

Exercício 3
Dos Demonstrativos contábeis financeiros da empresa XYZ foram extraídas as seguintes
informações: custos e despesas fixos anuais iguais a $ 30.000,00 e custo e despesas
variáveis igual a $ 32,00 a unidade. Se o preço de venda da empresa é igual a $ 60,00, qual
a quantidade do ponto de equilíbrio contábil da empresa?

Exercício 4

Análise de Balanços 67
Os custos e despesas fixos mensais da Good Quality são estimados em $ 1.000,00 por mês.
Sabe-se que a margem de contribuição da empresa é aproximadamente igual a 48% do
preço de venda. Qual o valor das vendas no ponto de equilíbrio contábil?

Exercício 5
Alguns gastos anuais da empresa Ceras do Brasil S.A., estão apresentados na tabela
seguinte. Sabe-se que no ano analisado as vendas da empresa foram iguais a 50.000
unidades, comercializadas unitariamente por $ 250,00. Para poder criar e manter a empresa,
os sócios investiram cerca de $ 5.000.000,00, pois desejam remuneração anual próxima a
30%. Com base nos números fornecidos, pode-se para estimar, em quantidades, o ponto de
equilíbrio:

a) Contábil (PEC);
b) Financeiro (PEF); e
c) Econômico (PEE).

Gastos Valor $
Aluguel industrial 480.000,00
Depreciação fabril 560.000,00
Materiais diretos 1.520.000,00
Salário de supervisores (fixos) 120.000,00
Mãode-obra direta 1.640.000,00
Outros custos indiretos fixos 480.000,00

Exercício 6
Uma indústria de alimentos fabrica exclusivamente dois produtos: Biscoitos e Bolachas.
Sabe-se que a empresa tem o ponto de equilíbrio contábil em 1.800 caixas dos biscoitos e
1.400 das bolachas. Sabendo-se que o preço de venda da caixa de biscoito é de $ 80,00
(custo variável a $ 50,00) e o da caixa de bolachas é de $ 90, o custo fixo é igual a $
100.000,00, estime o custo variável unitário das caixas de bolachas.

Exercício 7
Os custos fixos totais da Fábrica de Embalagens S.A., são estimados em $ 40.000,00, e os
variáveis, em $ 6,00 (unidade). Seus produtos são comercializados a $ 16,00 por unidade
para vender entre 8.000 e 12.000 unidades.
Com base nos dados fornecidos, pede-se:

a) calcular o ponto de equilíbrio contábil;


b) calcular o lucro a 8.000 unidades de vendas;
c) calcular o lucro a 12.000 unidades de vendas;
d) o que acontece com o PE contábil, se o custo fixo aumentar em 15%;
e) se o custo unitário variável aumentar em 15%;
f) se o preço de venda unitário aumentar em 15%.

Análise de Balanços 68
Exercício 8
A seguir, estão apresentados alguns dados da empresa Fármacos do Nordeste Ltda., que no
período analisado vendeu 1.000 kg de fármacos. Pede-se:

a) calcular o ponto de equilíbrio contábil;


b) calcular o PE contábil, supondo que os custos fixos elevem-se em 20%;
c) calcular o PE contábil, supondo que somente os custos variáveis sejam aumentados
em 20%;
d) calcular o PE contábil, supondo que os preços de vendas sejam elevados em 20%.

DRE
(+) Receitas $ 30.000,00
(-) Custos
Fixos $ 8.000,00
Variáveis $ 19.000,00
(=) Lcro Líquido $ 3.000,00

Exercício 9
As empresas Confiança Ltda., e Atiçada S.A., são concorrentes no mercado, e o preço de
seus produtos é igual a $ 20,00 por unidade. A Confiança Ltda., tem custos fixos anuais de
$ 294.000,00, contra $ 520.000,00 da Atiçada S.A. Esta última, em compensação, tem
custos e despesas operacionais variáveis de $ 10,00 por unidade, contra $ 13,00 da
concorrente. As vendas da Confiança são iguais a 50.000 unidades por ano, enquanto as
vendas da concorrente alcançam 57.600 unidades anuais. Existe perspectiva de aumento ou
redução das vendas de ambas as empresas em 10%. Analise comparativamente as duas
empresas em termos de ponto de equilíbrio contábil, grau de alavancagem e margem de
segurança.

Exercício 10
Calcule a margem de segurança em termos percentuais, quantidade e valor da Fábrica de
Brinquedos Brinque e Festa Ltda. Sabe-se que seus custos fixos são iguais a $ 2.000,00;
seus custos variáveis são iguais a $ 0,80 e o preço de venda praticado é igual a $ 1,50.
Suponha vendas iguais a 4.000 unidades.

Exercício 11
A empresa Frango Sadio Ltda., apresenta custos fixos mensais iguais a $ 15.000,00 por
mês. Sabe-se que a empresa costuma comercializar 40.000 kg de frangos por mês, a um
preço de venda igual a $ 1,50 por kg. Os custos variáveis da empresa equivalem a $ 0,80
por kg. Pede-se:

a) qual o ponto de equilíbrio contábil da empresa (em quantidade e em unidades


monetárias)?
b) Quais as margens de segurança da empresa?

Análise de Balanços 69
c) Se há dois meses o preço de venda do frango era igual a $ 0,94, qual o ponto de
equilíbrio e as margens de segurança da empresa?

Exercício 12
Calcule o GAO, GAF e GAC da empresa Turística do Nordeste Ltda., com base nos dados
fornecidos a seguir. Sabe-se que a empresa possui endividamento de $ 1.800,00, sobre o
qual incide uma taxa de juros de 10% a.m. Suponha variações positivas e negativas de 10%
nas vendas. As vendas mensais da empresa são iguais a 120 unidades a $ 28,00. Os custos
fixos mensais são estimados em $ 560,00 e os custos variáveis alcançam a $ 13,00 por
unidade.

Exercício 13
Em relação ao exercício anterior, calcule o ponto de equilíbrio econômico e as margens de
segurança em quantidade, em unidades monetárias e em percentual. Analise a situação
financeira geral da empresa.

ESTUDO DE CASO 1: Companhia de Tecidos Santos

A Companhia de Tecidos Santos é dotada da seguinte estrutura de vendas, custos e


despesas:

Preço de Venda: $ 63,50/metro


Custos e Despesas Variáveis: $ 16,00/metro
Custos e Despesas Fixas: $ 38.000,00/mensais

A capacidade de produção da empresa é de 15.000 metros / mês. O nível atual de operação


pe de 10.000 metros / mês.

Pede-se:

a) Calcular o PE contábil em unidades e em valores monetários;


b) Elaborar o gráfico do PE contábil;
c) Calcular a atual margem de segurança, identificando no gráfico;
d) Calcular o lucro operacional para a atual faixa de produção e vendas;
e) Um aumento de 2.000 metros na atual margem de segurança causará que efeito
sobre o lucro?
f) Se conseguir uma redução de 20% sobre os custos e despesas fixas atuais, o que
acontecerá com a margem de segurança em termos percentuais?;
g) Caso a empresa deseje obter um lucro mensal de $ 21.850,00, quantos metros de
tecido deverão ser produzidos e vendidos por mês para atingir esse montante?;
h) Se a empresa desejar um aumento de 40% sobre seus lucros atuais, quanto deverá
aumentar em quantidade de vendas? (considerar para tanto que não haverá alteração
dos atuais custos e despesas.);

Análise de Balanços 70
i) Identificar o PEF da Cia. Santos, sabendo-se que do total dos custos e despesas
fixas mensais, $ 11.875,00 representam as depreciações dos equipamentos e
instalações;
j) Caso a Cia., tivesse compromissos fixos mensais, por força de amortização de
financiamentos anteriormente contratados, de $ 5.700,00, qual seria o PEF nessa
circunstância?

ESTUDO DE CASO 2: CIA. Santa Helena S.A.

A CIA Santa Helena S.A., é uma empresa líder no setor de produção de cerâmica. No
exercício encerrado em 31-12-20X1, apresentou os seguintes valores em sua demonstração
de resultados:

Companhia Santa Helena S.A.


Exercício encerrado em 31-12-20X1

(em Reais)
Vendas 16.268.000,00
(-) CPV 12.640.000,00
Resultado Bruto 3.628.000,00
(-) Despesas Vendas e Administrativas 2.120.000,00
Resultado Operacional 1.508.000,00

Os custos fixos de fabricação da empresa correspondem a R$ 5.308.800,00 e as despesas


fixas de vendas e administração representam R$ 1.229.600,00.

A empresa havia produzido e vendido 83.000 unidades durante o ano, abaixo de sua
capacidade total, que é de 100.000 unidades.

Em meados do segundo semestre, recebeu uma proposta para vender 15.000 unidades ao
preço de R$ 123,00 cada, para uma empresa do exterior. Todavia, o gerente de
Contabilidade da Companhia Santa Helena não apoiou o fechamento do negócio por
entender que o preço do pedido não era suficiente para cobrir os custos de produção.

Sabendo-se que o custo variável unitário é de R$ 88,33 e que a despesa variável unitária e
de R$ 10,73.

a) analise os motivos que levaram o gerente a não concordar com a proposta;


b) explique a abordagem mais adequada para subsidiar questões dessa natureza.

ESTUDO DE CASO 3: A Rede de Lojas O Botikário Ltda.

Análise de Balanços 71
A Rede de Lojas O Botikário apresentava em fins de 2007 sério problema – a rentabilidade
de suas lojas não era satisfatória. Uma das sócias acreditava que uma solução poderia ser
obtida por meio do fechamento de lojas deficitárias.

A empresa operava cinco lojas, localizadas na região metropolitana de Salvador (Camaçari,


Simões Filho Lauro de Freitas, São Sebastião e Candeias, denominadas respectivamente de
A, B, C, D, e E), além de um escritório administrativo central, que funcionava também
como centro de estocagem de mercadorias provenientes de São Paulo para a posterior
distribuição para as lojas. O rateio das despesas do escritório central era feito com base na
área de vendas de cada uma das lojas.

O custo das mercadorias vendidas correspondia, em média, a 40% do preço de venda.


Dados de uma auditoria independente indicaram a impossibilidade de redução dos gastos
atuais da empresa – que já operava de forma muito eficiente. O escritório central possui
capacidade de atendimento de até 10 lojas.

Alguns dados financeiros da empresa estão apresentados na tabela a seguir. Pede-se:


a) qual ou quais lojas deveriam ser fechadas?
b) A decisão de fechamento das lojas melhoraria a situação financeira da empresa?

Item A B C D E Escritório
Energia elétrica 1.500,00 2.200,00 1.800,00 1.250,00 1.400,00 2.400,00
Salários e encargos 4.800,00 5.200,00 5.400,00 5.000,00 6.200,00 9.500,00
Depreciação 500,00 400,00 450,00 300,00 550,00 2.500,00
Aluguel 12.000,00 17.000,00 16.000,00 15.000,00 11.000,00 -
Condomínio 3.600,00 2.000,00 1.600,00 2.800,00 3.100,00 -
Telefone 1.200,00 1.400,00 1.300,00 1.250,00 1.600,00 2.200,00
Faturamento 50.000,00 49.000,00 53.000,00 46.000,00 49.000,00 -
Área de vendas 20,00 30,00 25,00 42,00 36,00 -

ESTUDO DE CASO 4: A Gráfica Quality e Performance Ltda.

A empresa gráfica Quality e Performance Ltda., foi criada em dezembro de 2006. seu único
produto fabricado consiste em cadernos escolares. Alguns de sue s principais dados
financeiros no ano de 2007 estão apresentados na tabela a seguir. De forma inovadora, a
empresa optou por trabalhar no sistema Just in time – não possui estoque nenhum.

Análise de Balanços 72
Descrição Valor
Seguro da fábrica $ 800,00
Compra de papel $ 30.000,00
Depreciação de máquinas industriais $ 2.500,00
Mão-de-obra fabril e encargos diretos $ 12.000,00
Compra de espirais $ 8.000,00
Salários e encargos fixos de vendedores $ 4.000,00
Energia elétrica da fábrica $ 6.000,00
Mão-de-obra fabril e encargos indiretos fixos $ 10.000,00
Depreciação do prédio da fábrica $ 3.000,00
Manutenção fabril $ 2.500,00
Energia elétrica da administração $ 500,00
Gastos fixos com propaganda $ 1.800,00

Genericamente, os gastos com a mão-de-obra direta são considerados variáveis, os gastos


com a mão-de-obra indireta são considerados fixos. Os gastos com propaganda são,
também, fixos. Gastos com energia são considerados indiretos e variáveis.

Situação 1

Sabendo que em 2007 foram produzidos e vendidos 20.000 cadernos, pode-se para
determinar:

a) Qual o custo direto da empresa?


b) Qual o custo de transformação anual?
c) Qual o custo fabril unitário de cada caderno vendido?
d) Qual o custo integral (gasto total) de cada caderno?
e) Se a empresa desejasse uma margem de lucro liquida igual a $ 1,35, por quanto
deveria vender cada caderno?

Situação 2

Sabendo que o preço praticado pela empresa é igual a $ 5,41 por caderno, encontre e
analise:

a) Qual o ponto de equilíbrio da empresa, em unidades de produtos comercializados?


b) Qual o ponto de equilíbrio em $?
c) Qual a margem de segurança trabalhada pela empresa no ano de 2007?

Situação 3

Supondo que a empresa adquira nova máquina, integralmente automática, que barateie o
gasto de produção variável (em decorrência de menor desperdício de matéria-prima) em
20%, porém aumente os gastos fixos anuais em 5%. Supondo a manutenção de uma
produção anual de 20.000 cadernos, encontre:

Análise de Balanços 73
a) Qual a nova margem de contribuição da empresa?
b) Qual o novo lucro unitário?
c) Qual o novo ponto de equilíbrio da empresa?
d) A nova aquisição seria valida?

Análise de Balanços 74
6 Formação do Preço de Venda
A determinação do preço de venda é uma questão fundamental para a empresa. Se ela
praticar um preço muito alto inibirá a venda, e se o preço for muito baixo poderá não cobrir
os custos e despesas. Os resultados econômicos e financeiro favoráveis dependem de um
preço de venda adequado. No mercado globalizado, em muitos ramos de negócios, os
preços são impostos pelo mercado, e as empresas precisam se ajustar para acompanhar tais
preços.

Qualquer que seja a abordagem de fixação do preço de venda, dentro das estratégias e
políticas estabelecidas, as empresas analisam diversos aspectos para maximizar o lucro, tais
como análise da elasticidade do preço, aspectos mercadológicos, market share, função
social do produto etc.
Muitos produtos lançados no mercado após sucessivos testes mercadológicos e análises
econômico-financeiras favoráveis não atendem a expectativas iniciais, em razão de muitas
variáveis não consideradas adequadamente ou impossíveis de ser previstas na época do
estudo da viabilidade de fortes concorrentes no mercado, mudanças bruscas das condições
econômicas etc.

Por mais impositivo que seja o preço de mercado, a empresa não deve vender um produto
que gera retorno negativo no longo prazo, a não ser que tenha objetivos estratégicos ou
outras vantagens e interesses.

Formação de preço com base no custo

Tradicionalmente, as empresas calcular o preço de venda mediante a seguinte equação:


preço de venda = custos + despesas + lucro.

A formação de preço baseado nos custos é bastante simples. Uma vez calculado o custo de
produção, sobre ele adicionam-se os impostos, as despesas de comercialização e
administrativas e o lucro desejado.

Formação de preço com base na margem de contribuição

Se a empresa já conhece a MCU do produto, o cálculo do preço final de venda é


relativamente simples. Suponham-se as seguintes premissas para período de um ano:

a) a empresa estima vender 10.000 unidades do produto;


b) os Custos e despesas variáveis são de $ 5,20 por unidade produzida e vendida
(custo = $ 4,30; despesa = $ 0,90);
c) os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $
36.000, ou seja, $ 3,60 por unidade vendida;
d) a empresa deseja obter lucro de 15% sobre o preço de venda liquido de impostos;

Análise de Balanços 75
e) as alíquotas de impostos são: 18% de ICMS; 20% de IPI; e 2,65% de PIS/Cofins.

O Preço de Venda Unitário (PVU) pode ser calculado em duas etapas, para melhor
compreensão da forma de inclusão dos impostos no preço.

O Lucro resulta da Receita Líquida deduzida de custos e despesas. Então, temos:

Onde: RLU = CDVU + CDFU + LU

• RLU = receita liquida unitária;


• CDVU = custos e despesas variáveis unitários;
• CDFU = custos e despesas fixos unitários;
• LU = lucro unitário.

RLU = 5,20 + 3,60 + 0,15 RLU


RLU – 0,15 RLU = 5,20 + 3,60
0,85 RLU = 8,80
RLU = $ 10,3529

A RLU é o valor que se iguala à soma dos CDVU, CDFU e LU.

A seguir, calcula-se o PVU, conforme a seguinte equação:

PVU = [RLU ÷ (1 - % ICMS)] x [1 + (% IPI + % PIS/Cofins)]

Onde:

• PVU = preço de venda unitário;


• %ICMS = alíquota do ICMS;
• %IPI = alíquota do IPI;
• %PIS/Cofins = alíquota do PIS/Cofins.

PVU = [$ 10,3529 ÷ (1 – 18%)] x [1 + (20% + 2,65%)]


PVU = $ 12,6255 x 1,2265 = $ 15,4852

A estrutura de preço e mostrado no Quadro 1.

Quadro 1 Estrutura de preço.

Análise de Balanços 76
Quantidade de vendas Unitário 10.000 %
Receita bruta $ 15,4852 $ 154.852,00 149,57%
(-) IPI + PIS/Cofins (22,65%) 2,8597 28.597,00 27,62%
(=) Base de cálculo dos impostos 12,6255 126.255,00 121,95%
(-) ICMS (18%) 2,27259 22.725,90 21,95%
(=) Receita líquida 10,35291 103.529,10 100,00%
(-) Custos variáveis 4,30 43.000,00 41,53%
(-) Despesas variáveis 0,90 9.000,00 8,69%
(=) Margem de contribuição total 5,1529 51.529,10 49,77%
(-) Custos e despesas fixos totais 3,60 36.000,00 34,77%
(=) Lucro $ 1,5529 $ 15.529,10 15,00%

No exemplo apresentado no Quadro 1, o IPI e a Cofins são calculados “por fora” sobre a
“Base de cálculo dos impostos”, que tem o ICMS incluso. Para obter um lucro de 15%
sobre a Receita líquida, o preço bruto de venda deve ser acrescido em 49,57%, de acordo
com as alíquotas de impostos e estrutura de custos e despesas consideradas.

Nota: As formas de cálculo para inclusão dos tributos no preço foram apresentadas
somente com a finalidade didática. Na pratica, devemos nos certificar da forma correta de
cálculo de cada tributo, bem como das respectivas alíquotas, pois a legislação tributária
sofre constantes alterações.

6.1 O “verdadeiro” lucro embutido no preço de venda


A formação do preço de venda do Quadro 1 foi feita sem considerar o conceito do valor do
dinheiro no tempo. Os recebimentos e pagamentos são diferentes nos prazos e valores, o
que provoca distorções sobre o lucro esperado. Vamos apurar o “verdadeiro” lucro no
Quadro 2, considerando-se o custo do dinheiro, à taxa de 5% a.m., mediante a seguinte
fórmula:

Valor real = valor corrente x (1 + i)(prazo/30)

Quadro 2 Estrutura de preço em valor REAL.

Prazos Valores Valores


(dias) Correntes Reais
$ $
Receita bruta -40 154.852,00 145.099,00
(-) IPI + Pis/Cofins (22,65%) -18 28.597,00 $ 27.771,98
(=) Base de Cálculo do ICMS 126.255,00 117.327,02
(-) ICMS (18%) -10 22.725,90 $ 22.359,29
(=) Receita líquida 103.529,10 94.967,73
(-) Custos variáveis 76 43.000,00 $ 48.657,30
(-) Despesas variáveis -6 9.000,00 $ 8.912,60

Análise de Balanços 77
(=) Margem de contribuição
total 51.529,10 37.397,82
(-) Custos e despesas fixos 32 36.000,00 $ 37.923,15
(=) Lucro (prejuízo) $ 15.529,10 -$ 525,33

Considerando-se que todos os valores estão expressos em moedas de datas de recebimentos


ou pagamentos, devem ser calculados para uma data focal (que pode ser a data da venda).
No exemplo apresentado, considerou-se que a Receita bruta será recebida 40 dias após as
vendas; o PIS e Cofins serão pagos 18 dias após as vendas; o ICMS será recolhido 10 dias
após as vendas; as Despesas variáveis serão pagas seis dias após as vendas. Esses valores
foram descontados para a data focal (os prazos são “negativos’, pois os valores estão sendo
descontados para a data focal).

Os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas, e foram atualizados para a data
focal. Os custos, geralmente, são pagos muito tempo antes das vendas e ficam “estocados”
(os prazos são “positivos”, pois os valores, estão sendo atualizados para a data focal).

O lucro contábil previsto de $ 15.529, na realidade, será um prejuízo de $ 525, se for


considerado o custo do capital, conforme os cálculos demonstrados no Quadro 2.

O lucro “aparente” pode transformar-se em prejuízo, se a formação do preço de venda não


levar em conta o efeito do dinheiro no tempo. Portanto, os cálculos para a determinação do
preço de venda devem ser feitos em valor presente.

Exercícios:

Exercício 1
A Indústria Máquina de Ouro quer saber qual será seu provável preço de venda.
Suponhamos as seguintes premissas para o ano corrente:

• a empresa estima vender 10.000 unidades do produto;


• os Custos e despesas variáveis são de $ 5,50 por unidade produzida e vendida
(custo = $ 4,30; despesa = $ 1,20);
• os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $
40.000, ou seja, $ 4,00 por unidade vendida;
• a empresa deseja obter lucro de 20% sobre o preço de venda liquido de impostos;
• as alíquotas dos impostos são: PIS/Cofins 2,70%, ICMS igual a 17% e IPI de 5%.

Pede-se:

a) a receita liquida unitária;


b) o preço de venda; e
c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

Análise de Balanços 78
Exercício 2
As Fábricas de Espoletas Ltda., quer saber seu preço de venda. Suponha as seguintes
premissas para o ano corrente:

• a empresa estima vender 10.000 unidades do produto;


• os Custos e despesas variáveis são de $ 6,00 por unidade produzida e vendida
(custo = $ 4,80; despesa = $ 1,20);
• os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $
45.000, ou seja, $ 4,50 por unidade vendida;
• a empresa deseja obter lucro de 15% sobre o preço de venda liquido de impostos;
• as alíquotas dos impostos são: PIS/Cofins 2,50%, ICMS igual a 7% e IPI de 3%.

Pede-se:

a) a receita liquida unitária;


b) o preço de venda; e
c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

Exercício 3
As Indústrias Alimentícias Quero Mais Ltda., precisam saber qual seu preço de venda para
seu produto. Assim sendo suponha as seguintes premissas para o ano corrente:

• a empresa estima vender 20.000 unidades do produto;


• os Custos e despesas variáveis são de $ 120.000,00 (custos = $ 80.000,00 e despesas
= $ 40.000,00);
• os Custos e despesas fixos identificados para esse volume de produção são de $
90.000,00;
• a empresa deseja obter lucro de 25% sobre o preço de venda liquido de impostos;
• as alíquotas dos impostos são: PIS/Cofins 2,50%, ICMS igual a 17% e IPI de 15%.

Pede-se:

a) a receita liquida unitária;


b) o preço de venda; e
c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

Exercício 4
Em relação ao exercício 1, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço
de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento:

• a Receita bruta será recebida 40 dias após as vendas;

Análise de Balanços 79
• o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas;
• o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas;
• as Despesas variáveis serão pagas seis dias após as vendas;
• os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (80 e 30 dias
respectivamente);
• taxa = 5% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da:


o Receita bruta;
o PIS e Cofins;
o ICMS;
o Despesas variáveis;
o Custos variáveis;
o CDFs; e
o DRE (valor futuro).

Exercício 5
Em relação ao exercício 2, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço
de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento:

• a Receita bruta será recebida 30 dias após as vendas;


• o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas;
• o ICMS será recolhido 8 dias após as vendas;
• as Despesas variáveis serão pagas 10 dias após as vendas;
• os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (70 e 30 dias
respectivamente);
• taxa = 6% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da:


o Receita bruta;
o PIS e Cofins;
o ICMS;
o Despesas variáveis;
o Custos variáveis;
o CDFs; e
o DRE (valor futuro).

Exercício 6

Análise de Balanços 80
Em relação ao exercício 3, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no preço
de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento:

• a Receita bruta será recebida 50 dias após as vendas;


• o PIS e Cofins serão pagos 15 dias após as vendas;
• o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas;
• as Despesas variáveis serão pagas 12 dias após as vendas;
• os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (76 e 35 dias
respectivamente);
• taxa 5,5% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da:


o Receita bruta;
o PIS e Cofins;
o ICMS;
o Despesas variáveis;
o Custos variáveis;
o CDFs; e
o DRE (valor futuro).

Exercício 7
As Indústrias Pira-Pirou Ltda., gostariam de vender seus produtos com uma margem de
lucro (lucro desejado) igual a 10%. Sabe-se que seu custo variável da empresa é igual a $
54,00 por unidade, as despesas variáveis estão em torno de $ 10.000,00 no total, seus custos
e despesas fixas são 50% a mais que os custos variáveis. Os impostos que incidem na venda
são:

o ICMS = 17%; IPI = 15% e PIS/Cofins = 3%

Com base nessas informações e sabendo, pede-se:

Obs.: foram produzidas e comercializadas 10.000 unidades

a) a receita liquida unitária;


b) o preço de venda; e
c) a DRE (demonstrando do lucro desejado respectivo).

Exercício 8
Em relação ao exercício anterior, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no
preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento:

Análise de Balanços 81
• a Receita bruta será recebida 55 dias após as vendas;
• o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas;
• o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas;
• as Despesas variáveis serão pagas 15 dias após as vendas;
• os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (76 e 40 dias
respectivamente);
• taxa 7% am.

Pede-se para calcular:

O valor REAL da:


a. Receita bruta;
b. PIS e Cofins;
c. ICMS;
d. Despesas variáveis;
e. Custos variáveis;
f. CDFs; e
g. DRE (valor futuro).

Exercício 9
Os administradores da Indústria Cofag, produtora de amortecedores para veículos pesados,
têm um Capital Integralizado no valor de $ 3.333.333,33 e tem como meta um lucro de $
2.000.000 por ano sobre o capital integralizado. A empresa possui uma capacidade prática
pra produzir até 58.000 unidades por ano, mas vem conseguindo efetuar cerca de 90% da
produção total.
Seus custos e despesas variáveis são os seguintes (em $):
Matéria-prima (por unidade) 110,00
Embalagem (por unidade) 28,00
Mão-de-obra direta (por ano) 300.000,00
Comissões sobre vendas (por mês) 12.000,00
Seus custos e despesas fixas, por ano, são (em $):

Supervisão da fábrica 100.000,00


Depreciação de máquinas da produção 900.000,00
Despesas de administração geral 200.000,00

Os impostos que a Indústria costuma recolher são: ICMS, IPI e PIS/Cofins com suas
respectivas alíquotas, 12%, 15% e 3,70%.

Com base nessas informações e sabendo que os prazos de recebimento e pagamento, são:

• a Receita bruta será recebida 60 dias após as vendas;


• o PIS e Cofins serão pagos 30 dias após as vendas;

Análise de Balanços 82
• o ICMS será recolhido 20 dias após as vendas;
• as Despesas variáveis serão pagas 25 dias após as vendas;
• os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (76 e 40 dias
respectivamente);
• taxa 4% am.

Pede-se para calcular:

O valor corrente e REAL da:


a. Receita bruta;
b. PIS e Cofins;
c. ICMS;
d. Despesas variáveis;
e. Custos variáveis;
f. CDFs; e
g. DRE (valor corrente e futuro).

ESTUDO DE CASO 1: Restaurante Aquilo Delícias.

Após a expansão da cidade em direção ao litoral norte, criou-se considerável demanda por
restaurantes na região.

Visando atender a essa potencial clientela, Petros Andrade, ex-executivo de um importante


grupo europeu, resolveu aplicar suas economias na construção de um moderno e eficiente
restaurante de comida por quilo: o Aquilo Delicias.

Os investimentos orçados para o restaurante podem ser vistos na tabela seguinte:

Item Valor ($)


Compra do imóvel 100.000,00
Reforma e adequação do imóvel 40.000,00
Compra de máquinas 28.000,00
Compra de móveis e utensílios 22.000,00
Investimento em capital de giro 10.000,00

Os gestores desejam obter por mês uma margem de lucro (lucro desejado) de 10% sobre os
investimentos.

Estima-se que a depreciação do prédio ocorrerá em 20 anos e a dos moveis, maquinas e


utensílios, em 10 anos. A empresa é isenta de Imposto de Renda.

Análise de Balanços 83
O restaurante deverá ser operado com nove funcionários (produção) e três funcionários dos
setores administrativo, de acordo com a relação apresentada a seguir. Os encargos e
provisões sobre o salário-basse alcançam 126%.

Relação de funcionários:

Funcionário Quantidade Salário-base mês


Cozinheiro 02 $ 400,00
Copeiro 01 $ 300,00
Garçons 04 $ 280,00
Ajudantes Gerais 02 $ 250,00
Gerente Financeiro 01 $ 1.000,00
Auxiliar administrativo 02 $ 380,00

Materiais consumidos mensalmente:

Item Consumo (kg) Preço médio (kg)


Carnes 1.800 8,00
Cereais 2.100 6,00
Verduras 1.300 5,00
Frutas 800 4,50
Temperos 90 3,00
Diversos 20 18,00

Além dos gastos já mencionados, a empresa estima os custos e despesas fixas, descritos
como:

Descrição Valor mensal


Serviços externos de segurança 800,00
Energia elétrica 260,00
IPTU 180,00
Contador 300,00
Total 1.540,00

A empresa recolhe ICMS com alíquota igual a 12% sobre o preço de venda, já considerados
os eventuais créditos fiscais. Despreze o imposto de renda nos cálculos.

Sabendo que deverão ser comercializados 6.000 kg por mês, estime qual deve ser o preço
mínimo cobrado pelo kg da refeição, de forma a remunerar competitivamente os recursos
colocados na empresa.

ESTUDO DE CASO 2: Empresa de Fármacos _ Kenion

Análise de Balanços 84
A Kenion, empresa de fármacos, através de seus gestores, decidiram expandir seus
negócios, para conseguir crescer em seu mercado (ramo de atividade) e conseqüentemente
obter maior faturamento e rentabilidade, assim sendo, obteve os seguintes gastos:

Investimentos

Descrição Valor ($)


aquisição de maquinas e equipamentos para a produção 80.000,00
aquisição de computadores e softwares 30.000,00
compra de veiculos para a produção 60.000,00
compra de móveis e utensilios 15.000,00
Investimento em capital de giro 50.000,00
As taxas de depreciação de maquinas e equipamentos / móveis e utensílios são de 10% ao
ano, e as de veículos, são de 20% ao ano.

Os gestores desejam obter um lucro de 18.000% ao ano.

A empresa Kenion, opera com 100 funcionários, ou seja:

funcionários quantidade salario-base mês


linha de produção 80 500 média salarial
supervisores 5 800
administrativo 10 750
vendas 5 850

Obs.: os encargos e provisões sobre o salário-base alcançam 130%.

O consumo de gastos diretos estão apresentados na tabela abaixo:


descrição consumo (Kg) preço médio (kg)
matéria-prima 40.000 6,00
insumos 8.000 10,00
combustiveis 50.000 2,50
solventes 10.000 7,50
embalagens 5.000 0,50

O consumo de outros custos e despesas fixos estão apresentados na tabela abaixo:


descrição valor mensal
energia eletrica 40.000
seguros da fabrica 8.000
manutenção de maquinas 50.000
limpeza e conservação 10.000

A empresa recolhe ICMS, IPI e PIS/Cofins, com alíquotas de 12%, 15% e 3,65%,
respectivamente.

Análise de Balanços 85
Sabendo que deverão ser vendidos 500 kg por mês, estime qual deve ser o preço de venda
por mês, mínimo cobrado pelo kg dos produtos fabricados, de forma a alavancar os
recursos investidos na empresa.

Exercício 10
Em relação ao Estudo de Caso 2, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no
preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento:

• a Receita bruta será recebida 70 dias após as vendas;


• o PIS e Cofins serão pagos 20 dias após as vendas;
• o ICMS será recolhido 15 dias após as vendas;
• as Despesas variáveis serão pagas 15 dias após as vendas;
• os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (60 e 30 dias
respectivamente);
• taxa de 60% aa.

Pede-se para calcular:


O valor REAL da:
a. Receita bruta;
b. PIS e Cofins;
c. ICMS;
d. Despesas variáveis;
e. Custos variáveis;
f. CDFs; e
g. DRE (valor futuro).

ESTUDO DE CASO 3: A Oficina Mecânica dos Ônibus Seguros Ltda.

A empresa Transportadora Ônibus Seguros Ltda., consiste na principal operadora de


transporte urbano, intermunicipal e interestadual de uma grande cidade do Sudeste do país.
Sua frota consta, atualmente, de mais de 4.000 ônibus que, periodicamente, precisam ser
revisados e ajustados.

Com o objetivo de melhorar os serviços mecânicos da empresa, a direção optou por abrir
uma nova filial, destinada exclusivamente às atividades de revisão. No inicio do ano de
2001, a empresa Oficina Mecânica dos Ônibus Seguros Ltda., foi aberta.

Os gastos incorridos durante todo o ano inicial estão apresentados na tabela seguinte:

Itens Valor
Compra de equipamentos mecânicos para as revisões 1.500.000,00
Gastos com a aquisição de móveis e computadores para a área 50.000,00

Análise de Balanços 86
administrativa da nova empresa
Gastos com a construção do prédio da oficina mecânica 4.000.000,00
Salários e encargos do pessoal administrativo da nova empresa 100.000,00
Aquisição de suprimentos para as revisões (80% foram consumidos) 600.000,00
Salários e encargos de mecânicos 400.000,00
Outros custos fixos da oficina 200.000,00

Os equipamentos da oficina e da área administrativa deverão ser depreciados em dez anos.


O prédio é quase integralmente utilizado pela área de revisões da oficina e deve ser
depreciado segundo a sua vida útil, estimada em 20 anos.

No período analisado, foram feitas 5.000 revisões mecânicas, com características bastante
similares.

A empresa pretende obter um lucro de R$ 30.000,00 por ano.

A empresa recolhe ICMS com alíquota igual a 12% sobre o preço de venda, já considerados
os eventuais créditos fiscais. Despreze o imposto de renda nos cálculos.

Pede-se:

a) Qual o preço estimado das revisões por mês?

Exercício 11
Em relação ao Estudo de Caso 3, a empresa deseja saber seu verdadeiro lucro embutido no
preço de venda. Assim sendo considere os seguintes prazos de recebimento e pagamento:

• a Receita bruta será recebida 76 dias após as vendas;


• o ICMS será recolhido 10 dias após as vendas;
• as Despesas variáveis serão pagas 15 dias após as vendas;
• os Custos variáveis e CDFs são pagos antes das vendas (70 e 30 dias
respectivamente);
• taxa de 60% aa.

Pede-se para calcular:


O valor REAL da:
a. Receita bruta;
b. ICMS;
c. Despesas variáveis;
d. Custos variáveis;
e. CDFs; e
f. DRE (valor futuro).

Análise de Balanços 87
Exercício 12

(Enade 2006) A Empresa Custakaro Ltda., apresentou, em determinado momento, os dados


abaixo:

De acordo com esses dados, qual o percentual de participação da matéria-prima em relação


ao custo variável total dos produtos Alpha e Beta, nessa ordem?

(a) 25% e 50%


(b) 44% e 46%
(c) 50% e 25%
(d) 50% e 75%
(e) 75% e 50%

Análise de Balanços 88
Referências
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Análise de Balanços 89

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