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Capacitação Técnica

EletroHidráulica e EletroPneumática
Sumário
Conteúdo Formativo 9 28 Unidade de estudo 4 64 Unidade de estudo 5
Composição de um Composição de um
Apresentação 11 Sistema Pneumático Sistema Hidráulico

12 Unidade de estudo 1 29 Seção 1 - Compressores 65 Seção 1 - Fluidos hidráulicos


36 Seção 2 - Reservatório de ar 70 Seção 2 - Reservatório
Introdução
comprimido
71 Seção 3 - Bombas hidráulicas
37 Seção 3 - Preparação do ar 75 Seção 4 - Filtros para siste-
comprimido mas hidráulicos
13 Seção 1 - Histórico da 39 Seção 4 - Redes de distribui-
pneumática 78 Seção 5 - Válvulas direcionais
ção do ar comprimido
14 Seção 2 - Histórico da 83 Seção 6 - Atuadores
42 Seção 5 - Unidade de conser-
hidráulica vação de ar 84 Seção 7 - Válvulas de blo-
queio
43 Seção 6 - Válvulas direcionais
pneumáticas 87 Seção 8 - Válvulas regulado-
16 Unidade de estudo 2 ras de vazão
46 Seção 7 - Válvulas pneumá-
Grandezas Físicas da ticas 89 Seção 9 - Válvulas regulado-
Hidráulica e da Pneu- ras de pressão
53 Seção 8 - Atuadores para
mática sistemas pneumáticos 91 Seção 10 - Elemento lógico
54 Seção 9 - Designação de 93 Seção 11 - Trocador de calor
17 Seção 1 - Princípio de Pascal elementos 94 Seção 12 - Acumuladores
17 Seção 2 - Princípio da multi- 56 Seção 10 - Elaboração de 95 Seção 13 - Intensificador de
plicação de energia esquemas de comando pressão
17 Seção 3 - Pressão 59 Seção 11 - Tecnologia do 96 Seção 14 - Instrumentos de
vácuo medição e controle
21 Seção 4 - Vazão

Finalizando 99
24 Unidade de estudo 3
Características dos
Sistemas Hidráulicos Referências 101
e Pneumáticos

Anexo 103
25 Seção 1 - Características dos
sistemas pneumáticos
Seção 2 - Características dos
25
sistemas hidráulicos
Seção 3 - Comparação entre
25
os sistemas pneumáticos e
hidráulicos
26 Seção 4 - Características dos
fluidos para sistemas pneu-
máticos e hidráulicos
Unidade de
estudo 1
Seções de estudo
Seção 1 – Histórico da pneumática
Seção 2 – Histórico da hidráulica
Introdução

Seção 1
Histórico da
pneumática
O ar comprimido é, provavelmen- Antes, porém, já existiam alguns Dos antigos gregos pro-
te, uma das mais antigas formas campos de aplicação e aproveita- vém a expressão pneuma
de transmissão de energia que o mento da pneumática, como, por que significa fôlego, vento
homem conhece, empregada e exemplo, a indústria mineira, a e, filosoficamente, a alma.
aproveitada para ampliar sua ca- construção civil e a indústria fer- Derivando da palavra pneu-
pacidade física. O reconhecimen- roviária. ma, surgiu, entre outros, o
to da existência física do ar, bem conceito de “pneumática”:
A introdução, de forma mais a matéria dos movimentos
como a sua utilização, mais ou generalizada, da pneumática na dos gases e fenômenos dos
menos consciente para o trabalho, indústria, começou com a neces- gases.
são comprovados há milhares de sidade, cada vez maior, de auto-
anos. matização e racionalização dos
processos de trabalho. ferroviária: Freios a ar com-
O primeiro homem que, com primido
certeza, sabemos terse interessa- Apesar de sua rejeição inicial,
do pela pneumática, isto é, pelo quase sempre proveniente da falta
emprego do ar comprimido como de conhecimento e instrução, ela
meio auxiliar de trabalho, foi o foi aceita e o número de campos
grego Ktésibios. Há mais de 2000 de aplicação tornou-se cada vez
anos, ele construiu uma catapulta maior. Hoje, o ar comprimido
a ar comprimido. Um dos primei- tornou-se indispensável e, nos
ros livros sobre o emprego do ar mais diferentes ramos industriais,
comprimido como transmissão instalam-se aparelhos pneumáti-
de energia, data do 1º século d.C cos, principalmente, na automa-
e descreve equipamentos que fo- ção.
ram acionados com ar aquecido.

Automação: a automação retira


Embora, a base da pneumática do homem as funções de coman-
seja um dos mais velhos conheci- do e regulação, conservando, ape-
mentos da humanidade, foi preci- nas, as funções de controle. Um
so aguardar o século XIX para que processo é considerado automa-
o estudo de seu comportamento e tizado quando este é executado
de suas características se tornasse sem a intervenção do homem,
sistemático. Porém, pode-se dizer sempre do mesmo modo e com o
que somente após o ano 1950 é mesmo resultado.
que ela foi, realmente, introduzida
na produção industrial.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 13


O termo hidráulica deriva
da raiz grega hidro que sig-
Seção 2
nifica água. Histórico da hidráulica
Existem apenas três métodos de transmissão de energia na esfera co-
mercial: elétrica, mecânica e fluídica (hidráulica e pneumática).
Naturalmente, a mecânica é a mais antiga de todas, por conseguinte é a
mais conhecida. Hoje, utilizada de muitos outros artifícios mais apura-
dos como: engrenagens, cames, polias, entre outros.

A energia elétrica, que usa geradores, motores elétricos, condutores e


uma gama muito grande de outros componentes é um método desen-
volvido nos tempos modernos e é o único meio de transmissão de ener-
gia que pode ser transportado a grandes distâncias.

Hoje, entende-se por hidráulica a transmissão, controle de forças e mo-


vimentos por meio de fluidos líquidos (óleos minerais e sintéticos) ou a
ciência que estuda os fluidos em escoamento e sob pressão e divide-se
em duas:

▪ hidrostática: estuda os fluidos sob pressão.


▪ hidrodinâmica: estuda os fluidos em escoamento.

A hidráulica tem origem, por incrível que pareça, há milhares de anos.


O marco inicial, que se tem conhecimento, é a utilização da roda d’água,
que emprega a energia potencial da água armazenada a certa altura, para
a geração de energia mecânica. O uso do fluido sob pressão, como meio
de transmissão de potência, já é mais recente, sendo que o seu desen-
volvimento ocorreu, mais precisamente, após a primeira grande guerra
mundial.

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Os fatos mais marcantes da história da energia fluídica poderiam ser
relacionados como:

▪ em 1795, um mecânico inglês, Joseph Bramah, construiu a primeira


prensa hidráulica, usando como meio de transmissão a água;
▪ em 1850, Armstrong desenvolveu o primeiro guindaste hidráulico e,
para fazê-lo, também desenvolveu o primeiro acumulador hidráulico;
▪ em 1900, a construção da primeira bomba de pistões axiais nos Es-
tados Unidos. Ocorreu, aqui, a substituição da água por óleo mineral,
com muitas vantagens.

Atualmente, com o desenvolvimento de novos metais e fluidos obtidos,


sinteticamente, a versatilidade e a dependência do uso da transmissão de
força hidráulica ou pneumática tornam-se evidentes, desde o seu uso,
para um simples sistema de frenagem em veículos, até a sua utilização,
para complexos sistemas de eclusas, aeronaves e mísseis.

Nesta primeira unidade de estudos, você teve algumas noções introdutó-


rias sobre comandos hidráulicos e pneumáticos, conhecendo a sua histó-
ria. Agora, você estudará as grandezas físicas da hidráulica e pneumática
a partir da teoria de Pascal, do princípio da multiplicação da energia, do
conceito de pressão e vazão. Como pode perceber, há muito pela fren-
te... prossiga!

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 15


Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 – Princípio de Pascal


Seção 2 – Princípio da multiplicação
de energia
Seção 3 – Pressão
Seção 4 – Vazão
Grandezas Físicas da
Hidráulica e da Pneumática

Seção 1 Seção 2
Princípio de Pascal Princípio da multiplicação de energia
Veremos, a seguir, as principais Se aplicarmos uma força de 10kgf em uma área de 1cm2, teremos uma
grandezas físicas, seus conceitos pressão de 10 Kgf/cm2 que, atuando em uma área de 100 cm2, suportará
e unidades de medida para que uma carga de 1000Kgf.
possamos compreender melhor
o funcionamento dos sistemas hi-
dráulicos e pneumáticos.
Blaise Pascal, em 1648, enunciou
a lei que rege os princípios hidráu-
licos e pneumáticos: a pressão
exercida em um ponto qualquer
de um fluido estático é a mesma
em todas as direções e exerce for-
ças iguais, em áreas iguais, sempre
perpendiculares à superfície do
recipiente.

Figura 2 – Multiplicação de Energia


Fonte: Racine (1987, p. 14).

Seção 3
Figura 1 – Princípio de Pascal
Pressão
Fonte: Uggioni (2002, p. 11).
É o resultado de uma força agindo em uma determinada área.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 17


P= F/A
Massa de ar: 1 Atm =1,033
Kg/cm2.
P = pressão F = força A = Área
Quadro 1 – Fórmulas para Cálculo da Pressão, Força e Área
Fonte: Uggioni (2002, p. 12).

Em um sistema hidráulico ou pneumático, a função da bomba hidráu-


lica ou do compressor é fornecer vazão ao sistema. A pressão resultará
de qualquer oposição à passagem do fluido. Por exemplo, se a válvula
abaixo estiver totalmente aberta, não temos pressão, mas, à medida que
a fechamos, começamos a verificar um aumento gradativo da pressão.

Figura 3 – Restrição na Tubulação


Fonte: SAGGIN (2004, p. 26).

Existem três tipos de pressão. São eles:


▪▪ Pressão atmosférica: as camadas de ar exercem uma força (peso)
sobre a superfície da Terra. A pressão resultante dessa força é denomi-
nada pressão atmosférica, que varia com a altitude, pois, em grandes
alturas, a massa de ar é menor do que ao nível do mar.

Variação da pressão atmosférica com relação com a altitude. Acompa-


nhe a tabela.

18 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Pressão Altitude Pressão
Altitude em M
em kg/cm² em M em kg/cm²
0 1.033 1.000 0.915
100 1.021 2.000 0.810

200 1.008 3.000 0.715

300 0.996 4.000 0.629

400 0.985 5.000 0.552


500 0.973 6.000 0.481
600 0.960 7.000 0.419
700 0.948 8.000 0.363
800 0.936 9.000 0.313
900 0.925 10.000 0.270

Acompanhe, agora, a representação gráfica da variação da pressão at-


mosférica com relação à altitude.

Figura 4 – Variação da Pressão Atmosférica


Fonte: SAGGIN (2004, p. 14).

▪ Pressão relativa (manométrica): é a pressão registrada no manô-


metro.
▪ Pressão absoluta: a pressão absoluta é a soma da pressão mano-
métrica com a pressão atmosférica. Quando representamos a pressão
absoluta, acrescentamos o símbolo “a” após a unidade. Exemplo: PSIa.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 19


Unidades de pressão:
▪▪ Atm: Atmosferas
▪▪ Kgf/cm2 : Quilogramas por centímetro quadrado
▪▪ Bar: Báreas
▪▪ PSI: Pounds per Square Inches - Libra por polegada quadrada (lb/pol2)

Conversão das unidades de pressão


Para converter as unidades de pressão, pegue o valor da unidade conhe-
cida na coluna e multiplique pelo valor da unidade solicitada na linha.
Observe a tabela:

UNIDADES ATM kgf/cm² bar PSI Pa


ATM 1 1,033 1,013 14,69 101325
Kgf/cm² 0,968 1 0,981 14,23 98100
bar 0,987 1,02 1 14,5 100000
PSI 0,068 0,07 0,069 1 6896

Pa 0,0000098 0,0000102 0,00001 0,000145 1


Tabela 1 – Conversão das Unidades de Pressão
Fonte: SAGGIN (2004, p. 27).

Classificação dos sistemas quanto à pressão


De acordo com a NFPA (National Fluid Power Association). classificamos
os sistemas, quanto à pressão, da seguinte forma (RACINE, 1987):

bar Pressão
0 a 14 bar Baixa pressão
14 a 35 bar Média pressão
35 a 84 bar Média alta pressão
84 a 210 bar Alta pressão
Acima de 210 bar Extra alta pressão
Tabela 2 – Classificação dos Sistemas quanto à Pressão
Fonte: Racine (1987, p. 10).

20 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Seção 4
Vazão
Vazão: é o volume deslocado em função do tempo.

Q = V/t
Q = Vazão V = Volume deslocado t = tempo
Observe a tabela de conversão das unidades de vazão para a hidráulica:

Unidades Símbolo Conversão


Galões por minuto GPM 1 GPM = 3, 785 l/min = 0, 2271 m3/h
Decímetro cúbico por segundo dm3/seg 1 dm3/seg = 1 l/seg =15,8502 GPM
Pés cúbicos por hora ft3/h 1 ft3/h = 0,472 l/min = 0,125 GPM
Tabela 3 – Conversão das Unidades de Vazão para a Hidráulica
Fonte: SENAI/SC 100p (2004, p. 28).

Unidades de vazão para a pneumática. Observe:

Unidade Símbolo
Litros por segundo L/s
Litros por minuto L/min
Metros cúbicos por minuto m³/min
Metros cúbicos por minuto. m³/min
Metros cúbicos por hora m³/h

Pés cúbicos por minuto,


pcm ,(cfm)
(Cubic feet for minute)

Tabela 4 – Unidades de Vazão para a Pneumática


Fonte: SENAI/SC 100p (2004, p. 15).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 21


Tabela de conversão das unidades de vazão:

Para converter em Multiplicar por


pcm cfm 1
pcm L/s 0,4720
pcm m³/min 0,02832
pcm m³/h 1,69923
L/s m³/min 0,06
L/s pcm 2,1186
m³/min pcm 35,31
Tabela 5 – Relação entre as Unidades de Vazão para a Pneumática
Fonte: Parker (2008, p. 9).

Estas unidades se referem à quantidade de ar – ou gás – comprimi-


do, efetivamente, nas condições de temperatura e pressão no local onde
está instalado o compressor.
Como estas condições variam em função da altitude, umidade relativa e
temperatura, são definidas condições padrão de medidas, sendo que as
mais usadas são:

▪▪ Nm³/h: Normal metro cúbico por hora – definido à pressão de


1,033 kg/cm2, temperatura de 0°C e umidade relativa de 0%.

▪▪ SCFM: Standard cubic feet per minute – definida à pressão de


14,7 lb/pol2, temperatura de 60°F e umidade relativa de 0%.

A Norma Brasileira (NBR10138) da ABHP (Associação Brasileira de


Hidráulica e Pneumática) utiliza as unidades de medida do Sistema In-
ternacional (SI), mas, é comum, o uso de outras unidades que não per-
tencem (SI) devido aos fabricantes dos equipamentos utilizarem outros
sistemas.

22 CURSOS TÉCNICOS SENAI


GRANDEZA SI
( C ) comprimento Metro ( m )
( M ) massa Quilo grama ( Kg )
( F ) força Newton ( N )
(t) tempo Segundo ( S )
( T ) temperatura Grau Kelvin ( k ) Grau Celsius (*C)
( A ) área Metro quadrado ²
( V ) volume Metro cúbico
( Q ) vazão Metro cúbico / segundo
( p ) pressão Pascal ( Pa )
Tabela 6 – Unidades do Sistema Internacional
Fonte: Parker (2008, p. 15).

A partir deste momento, estudaremos as características dos sistemas hi-


dráulicos e pneumáticos. Continue conosco!

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 23


Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 – Características dos sistemas


pneumáticos
Seção 2 – Características dos Sistemas
hidráulicos
Seção 3 – Comparação entre os sistemas
pneumáticos e hidráulicos
Seção 4 – Características dos fluidos para
sistemas pneumáticos e hidráulicos
Características dos Sistemas
Hidráulicos e Pneumáticos

▪▪ Grande confiabilidade e du-


Seção 1 rabilidade dos componentes por
Características dos sistemas pneumáticos ser um sistema auto lubrificado;
▪▪ Necessidade de sistemas de
Vimos, anteriormente, que a hidráulica e a pneumática tornaram-se in- filtragem e refrigeração do fluido;
dispensáveis nos mais diferentes ramos industriais. Agora, veremos suas
características. Acompanhe! ▪▪ Reversibilidade instantânea;
▪▪ Parada instantânea;
▪▪ Perdas por vazamento redu-
▪▪ Proteção natural contra explosão;
zem a eficiência econômica;
▪▪ Insensível contra influências externas como altas e baixas tempera-
turas;
▪▪ Acionamentos, ao serem sobrecarregados, simplesmente param; Seção 3
▪▪ Transformação da energia, tanto em movimento linear como rotati- Comparação entre os
vo; sistemas pneumáticos e
▪▪ Velocidade e força facilmente controlados; hidráulicos
▪▪ Energia pode ser transmitida por grandes distâncias;
▪▪ Manutenção simples dos componentes devido às construções sim-
ples; Sistemas pneumáticos
▪▪ Grande confiabilidade, segurança de operação e durabilidade de
acionamentos e componentes de comando; ▪▪ Fluido – ar (compressível)

▪▪ Necessidade de preparação do ar; ▪▪ Estado – gasoso

▪▪ Perdas por vazamento reduzem a eficiência econômica. ▪▪ Circuito – aberto


▪▪ Trabalha com baixa pressão e
alta velocidade
Seção 2
Características dos sistemas hidráulicos
Sistemas hidráulicos
▪▪ Dimensões reduzidas e pequeno peso com relação à potência insta-
lada; ▪▪ Fluido – óleo (praticamente
incompressível, em torno de
▪▪ Sensível à influências externas como altas e baixas temperaturas;
0,5% do seu volume a cada 70
▪▪ Acionamentos, ao serem sobrecarregados, simplesmente param; bar de pressão)
▪▪ Transformação da energia, tanto em movimento linear, como rota- ▪▪ Estado – líquido
tivo;
▪▪ Circuito – fechado
▪▪ Velocidade e força facilmente controlados com alta precisão;
▪▪ Trabalha com alta pressão e
▪▪ Energia hidráulica não deve ser transmitida por grandes distâncias; baixa velocidade
▪▪ Difícil manutenção dos componentes devido a sua precisão, dimen-
são e peso;

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 25


Custos da energia Fluido para ▪▪ Velocidade: o ar comprimido
é um meio muito veloz e permite
Considerado um valor 1 para a pneumática – ar alcançar altas velocidades de tra-
energia elétrica, a relação com balho (a velocidade de trabalho
▪▪ Quantidade: o ar a ser com-
pneumática e hidráulica é: dos cilindros pneumáticos oscila
primido se encontra em quanti-
dade ilimitada, praticamente, em entre 1 a 2 metros por segundo).
▪▪ de 7 a 10 o custo da energia todos os lugares. ▪▪ Regulagem: as velocidades e
pneumática; ▪▪ Transporte: o ar comprimido forças dos elementos a ar com-
é facilmente transportável por tu- primido são reguláveis em escala.
▪▪ de 3 a 5 o custo da energia
hidráulica. bulações, mesmo para distâncias, ▪▪ Seguro contra sobrecarga:
consideravelmente, grandes. Não elementos e ferramentas a ar
há necessidade de preocupação comprimido são carregáveis até a
Esta avaliação é apenas orientati-
com o retorno do ar. parada final e, portanto, seguros
va, considerando apenas o custo
▪▪ Armazenamento: no estabe- contra sobrecarga.
energético, sem considerar os cus-
tos de componentes. lecimento não é necessário que ▪▪ Preparação: o ar comprimi-
o compressor esteja em funcio- do requer uma boa preparação.
namento contínuo. O ar pode Impureza e umidade devem ser
Considerando os valores de vál- ser sempre armazenado em um evitadas, pois, provocam desgas-
vulas e atuadores, o custo fica re- reservatório e, posteriormente, tes nos elementos pneumáticos.
lacionado como: tirado de lá. Além disso, é possí- ▪▪ Compressibilidade: não é
vel o transporte em reservatórios possível manter uniforme e cons-
(botijão). tante as velocidades dos pistões,
Elétrica < Pneumática < ▪▪ Temperatura: o trabalho mediante o ar comprimido.
Hidráulica
realizado com o ar comprimido é
insensível às oscilações de tempe- Fluido para hidráulica
ratura. Isto garante, também, em
situações extremas, um funciona-
– óleo
Seção 4 mento seguro. ▪▪ Quantidade: o óleo a ser
Características dos ▪▪ Segurança: não existe o utilizado encontra-se em quanti-
fluidos para sistemas perigo de explosão ou de incên- dade limitada e possui alto custo,
dio. Portanto, não são necessá- seja ele de origem mineral ou
pneumáticos e hidráu- rias custosas proteções contra sintética.
licos explosões. ▪▪ Transporte: o óleo não é fa-
▪▪ Limpeza: o ar comprimido é cilmente transportável por tubu-
Quando falamos em fluido, esta- limpo. O ar, que, eventualmente, lações, devido a sua viscosidade
mos falando de qualquer substân- escapa das tubulações ou outros e existe a necessidade de retorno
cia no estado líquido ou gasoso elementos, inadequadamente do mesmo para o reservatório.
capaz de escoar e assumir a forma vedados, não polui o ambiente.
do recipiente que a contém. Ve- ▪▪ Armazenamento: para que o
▪▪ Construção: os elementos óleo esteja sob pressão, é neces-
remos, agora, de modo geral, as
de trabalho são de construção sário que a bomba mantenha-se
características dos fluidos usados
simples e, portanto, de custo ligada ou que sejam utilizados
na pneumática e hidráulica.
vantajoso. acumuladores.

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪ Temperatura: o óleo é sensível às variações de temperatura.
▪ Segurança: existe risco de explosão ou de incêndio se ultrapassados
os limites máximos de temperatura.
▪ Limpeza: o óleo hidráulico é poluente e não deve ser jogado na
natureza.
▪ Construção: os elementos de trabalho são de construção complexa
(muito precisa) e, portanto, de alto custo.
▪ Velocidade: o óleo hidráulico não é um meio veloz, devido a sua
viscosidade.
▪ Regulagem: as velocidades e forças dos elementos são reguláveis,
em escala com grande precisão.
▪ Seguro contra sobrecarga: nos sistemas hidráulicos, existe a ne-
cessidade da utilização de dispositivos para limitar a pressão máxima de
trabalho.
▪ Preparação: para sistemas convencionais, o óleo hidráulico já vem
pronto, mas, para servo-sistemas, existe a necessidade de uma filtragem
mais apurada.
▪ Compressibilidade: é possível manter uniforme e constante as
velocidades dos atuadores.

Com características dos fluidos para sistemas pneumáticos e hidráulicos


concluímos, aqui, a terceira unidade de estudos desta unidade curricular.
Prepare-se para conhecer, agora, a composição de um sistema pneumá-
tico. Continue antenado!

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 27


Unidade de
estudo 4
Seções de estudo

Seção 1 – Compressores
Seção 2 – Reservatório de ar comprimido
Seção 3 – Preparação do ar comprimido
Seção 4 – Redes de distribuição do ar
comprimido
Seção 5 – Unidade de conservação de ar
Seção 6 – Válvulas direcionais pneumáti-
cas
Seção 7 – Válvulas pneumáticas
Seção 8 – Atuadores para sistemas pneu-
máticos
Seção 9 – Designação de elementos
Seção 10 – Elaboração de esquemas de
comando
Seção 11 – Tecnologia do vácuo
Composição de um Sistema
Pneumático

Seção 1
Compressores
Vejamos, a seguir, a divisão de um sistema pneumático: Os mesmos são diferenciados em
dois tipos:
▪ Deslocamento volumétrico:
baseia-se no princípio da redução
de volume, ou seja, consegue-se
a compressão enviando o ar para
dentro de um recipiente fechado
e diminuindo, posteriormente,
este recipiente, pressurizando o
ar. É, também, denominado com-
pressor de deslocamento positivo
e é compreendido como com-
pressor de êmbolo ou de pistão.
▪ Deslocamento dinâmico:
Figura 5 – Composição do Sistema Pneumático
baseia-se no princípio de fluxo,
Fonte: Parker (2008, p. 5).
succionando o ar de um lado e
comprimindo de outro, por ace-
Compressores são máquinas utilizadas na manipulação de fluidos no
leração de massa, ou seja, a eleva-
estado gasoso, elevando a pressão de uma atmosfera a uma pressão de
ção de pressão é obtida por meio
trabalho desejada.
de conversão de energia cinética
em pressão, durante a passagem
Tipos de compressores do ar, através do compressor
(turbina). É, também, denomina-
Dependendo das necessidades desejadas, relacionadas à pressão de tra- do compressor de deslocamento
balho e ao volume, são empregados compressores de diversos tipos dinâmico.
construtivos. Classificação dos compressores
quanto ao tipo construtivo. Ob-
serve o diagrama:

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 29


Biela-manivela: Virabrequim
Tipos de
e biela. Compressores
Compressor
rotativo

Compressor de Compressor Turbo


Êmbolo linear rotativo Compressor

Compressor Compressor Turbo Compressor Turbo Compressor


de Êmbolo de Membrana Radial Axial

Compressor Compressor Compressor


de Palhetas de Parafusos de Roots

Figura 6 – Classificação dos Compressores


Fonte: SAGGIN (2004, p. 14).

Compressor de deslocamento
fixo unidirecional. Símbolo
geral

Compressor de êmbolo (pistões)


Este compressor é um dos mais usados e conhecidos, pois, ele é apro-
priado, não só para compressão a pressões baixas e médias, mas, tam-
bém, para pressões altas. O campo de pressão é de um bar até milhares
de bar. É, também, conhecido como compressor de pistão.
O movimento alternativo é transmitido para o pistão através de um sis-
tema biela-manivela, fazendo, assim, ele subir e descer.
Iniciando o movimento descendente, o ar é aspirado por meio de vál-
vulas de admissão, preenchendo a câmara de compressão. A compres-
são do ar tem início com o movimento de subida. Após obter-se uma
pressão suficiente para abrir a válvula de descarga, o ar é expulso para o
sistema.

30 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Estes compressores são os pre-
feridos e mais empregados na in-
dústria alimentícia, farmacêutica
e química. Usados, também, em
pequenas instalações de ar, com
pressões moderadas ou na obten-
ção de vácuo.

Figura 7 – Compressor de Êmbolo (simples estágio)


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 92).

Para a compressão a pressões mais elevadas, são necessários compres-


sores de vários estágios, limitando, assim, a elevação de temperatura e
melhorando a eficiência da compressão.

Figura 9 – Compressor de Membrana


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 16).

Compressor de parafu-
sos
Este compressor é dotado de uma
carcaça onde giram dois rotores
helicoidais, em sentidos opostos.
Figura 8 – Compressor de Êmbolo (duplo estágio) Um dos rotores possui lóbulos
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 15). convexos, o outro uma depres-
são côncava e são denominados,
respectivamente, rotor macho e
O ar aspirado será comprimido pelo primeiro êmbolo (pistão), refrigera-
fêmea.
do, intermediariamente e, novamente, comprimido pelo próximo êmbo-
lo, que possui menor diâmetro. Na compressão a altas pressões, faz-se Os rotores são sincronizados por
necessária uma refrigeração intermediária, pois se cria alto aquecimento. meio de engrenagens. Entretan-
Os compressores de êmbolo e outros são fabricados em execuções re- to, existem fabricantes que fazem
frigeradas a água ou a ar. com que um rotor acione o outro
por contato direto. O processo
mais comum é acionar o rotor
Compressor de membrana macho, obtendo-se uma velocida-
de elevada do rotor fêmea.
Este tipo pertence ao grupo dos compressores de êmbolo. Mediante
uma membrana, o êmbolo fica separado da câmara de sucção e com- O ar à pressão atmosférica ocupa
pressão, quer dizer, o ar não terá contato com as partes deslizantes. O ar, espaço entre os rotores e, confor-
portanto, ficará sempre livre de resíduos do óleo. me eles giram, o volume compre-
endido entre os mesmos é isolado
da admissão e transportado para
a descarga.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 31


Figura 10 – Compressor de Parafusos
Fonte: Howden (2010).

A ausência de válvulas de admissão, de descarga e forças mecânicas des-


balanceadas, permite que o compressor de parafuso opere com altas
velocidades no eixo. A consequência deste fato é que existem combina-
ções de capacidades elevadas, com pequenas dimensões externas.
Verificou-se que, para obter compressão interna, é necessário que uma
rosca convexa se ajuste, perfeitamente, a uma depressão côncava e que
haja um mínimo de três fios de rosca.
Existindo uma folga entre os rotores e entre estes e a carcaça, evita-se
o contato metal-metal. Consequentemente, não havendo necessidade de
lubrificação interna do compressor, o ar comprimido é fornecido, sem
resíduos de óleo.
Porém, existe o compressor de parafuso lubrificado, baseado no proces-
so de contato direto. Nele, durante o processo de compressão, mistura-
se, no ar, uma considerável quantidade de óleo que, depois, é retirada
pelo separador de óleo.

Seleção de compressores

Volume de ar
O volume de ar fornecido é a quantidade de ar que está sendo fornecido
pelo compressor. Podemos ter o volume de ar fornecido teórico – aque-
le obtido por cálculos, porém, apenas o volume de ar fornecido efetivo
pelo compressor é que interessa, pois, com este, é que são acionados e
comandados os aparelhos pneumáticos.

Pressão
Pressão de regime é a pressão fornecida pelo compressor. A pressão de
trabalho é a pressão necessária nos pontos de trabalho. A pressão de
trabalho é, geralmente, de 6 bar, que é tida como “pressão normalizada”
ou “pressão econômica”.
Uma pressão constante é uma exigência para um funcionamento seguro
e preciso dos componentes de sistemas industriais. Na dependência da
pressão constante estão: velocidade, forças e movimentos temporizados
dos elementos de trabalho e de comando.

32 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 11 – Seleção de Compressores
Fonte: Metalplan (2008, p. 15).

Acionamento
O acionamento dos compressores, conforme as necessidades fabris,
será por motor elétrico ou motor a explosão. Em instalações industriais,
aciona-se, na maioria dos casos, com motor elétrico.

Refrigeração
Provocado pela compressão do ar e pelo atrito, cria-se calor no compres-
sor, o qual deve ser dissipado. Em compressores pequenos, é utilizada a
refrigeração à ar, através de ventiladores. Já em compressores grandes,
usa-se a refrigeração à água, circulante com torre de refrigeração ou água
corrente contínua.

Lugar de montagem
A estação de compressores deve ser montada dentro de um ambiente
fechado, com proteção acústica para fora. O ambiente deve ter boa aera-
ção. O ar sugado deve ser fresco, seco e livre de poeira.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 33


pré-estabelecidos: Pressão
máxima/mínima.

Figura 12 – Instalação de Compressores


Fonte: Metalplan (2008, p. 18).

Regulagem
Para combinar o volume de fornecimento com o consumo de ar é ne-
cessária uma regulagem dos compressores. Dois valores limites pré-es-
tabelecidos, influenciam o volume fornecido.

Existem diferentes tipos de regulagem:

Regulagem de marcha Regulagem de carga Regulagem


em vazio parcial intermitente
Com esta
regulagem, o
Regulagem por
Regulagem na rotação compressor
descarga
Regulagem por funciona em dois
Regulagem por
estrangulamento campos (carga
fechamento
máxima e parada
total).

Regulagem de marcha em vazio – regulagem por descarga


Quando é alcançada a pressão pré-regulada, o ar escapará livre da saída
do compressor, através de uma válvula. Uma válvula de retenção evita
que o reservatório se esvazie ou retorne para o compressor.

34 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 13 – Regulagem por Descarga
Fonte: SAGGIN (2004, p. 28).

Regulagem por fechamento


Aqui, quando é alcançada a pressão máxima, a admissão de ar é inter-
rompida.

Figura 14 – Regulagem por Fechamento


Fonte: SAGGIN (2004, p. 28).

Regulagem de carga parcial – regulagem na rotação


Sobre um dispositivo, ajusta-se o regulador de rotação do motor a explo-
são. A regulagem da rotação pode ser feita manualmente ou, também,
automaticamente, dependendo da pressão de trabalho. Este tipo de re-
gulagem, também pode ser usada em motores elétricos, instalando-se
inversores de frequência.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 35


Regulagem por estrangulamento Seção 2
A regulagem se faz mediante simples estrangulamento no funil de suc- Reservatório de ar com-
ção e os compressores podem, assim, ser regulados para determinadas
cargas parciais. Encontra-se esta regulagem em compressores de êmbo- primido
lo rotativo e em turbo compressores.
O reservatório serve para a estabi-
lização da distribuição do ar com-
primido. Ele elimina as oscilações
de pressão na rede distribuidora
e, quando há, momentaneamente,
alto consumo de ar, é uma garan-
tia de reserva. A grande superfí-
cie do reservatório refrigera o ar
suplementar. Por isso, se separa,
diretamente, no reservatório, uma
parte da umidade do ar como
água.

Figura 15 – Regulagem por Estrangulamento


Fonte: SAGGIN (2004, p. 29).

Regulagem intermitente
Com esta regulagem, o compressor funciona em dois campos: carga
máxima e parada total. Ao alcançar a pressão máxima, o motor aciona-
dor do compressor é desligado e, quando a pressão chega ao mínimo, o Figura 17 – Reservatório de Ar Com-
motor se liga novamente e o compressor trabalha outra vez. primido
A frequência de comutações pode ser regulada em um pressostato e, Fonte: SAGGIN (2004, p. 31).
para que os períodos de comando possam ser limitados a uma medida
aceitável, é necessário um grande reservatório de ar comprimido.
Os reservatórios devem ser ins-
talados de modo que todos os
drenos, conexões e a abertura
de inspeção sejam de fácil aces-
so. Os reservatórios não devem
ser enterrados ou instalados em
local de difícil acesso; devem ser
instalados, de preferência, fora da
casa dos compressores, na som-
bra, para facilitar a condensação
da umidade, no ponto mais baixo,
para a retirada do condensado.

Figura 16 – Regulagem Intermitente


Fonte: SAGGIN (2004, p. 29).

36 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Seção 3 Secador de ar
Preparação do ar comprimido O ar seco industrial não é aquele
totalmente isento de água.; É o ar
Na prática, encontramos exemplos onde se deve dar muito valor à qua- que, após um processo de desi-
lidade do ar comprimido. Impurezas em forma de partículas de sujeira dratação, flui com um conteúdo
ou ferrugem, restos de óleo e umidade levam, em muitos casos, à falhas de umidade residual de tal ordem
em instalações e avarias nos elementos pneumáticos. que possa ser utilizado, sem qual-
Enquanto a separação primária do condensado é feita no separador após quer inconveniente. Para tal, o uso
o resfriador, a separação final, filtragem e outros tratamentos secundá- de um secador de ar comprimido
rios do ar comprimido são executados no local de consumo. Nisso, é é aconselhável. Os meios de se-
necessário atentar, especialmente, para a ocorrência de umidade. A água cagem, mais utilizados são três:
(umidade) já penetra na rede pelo próprio ar aspirado pelo compressor. secagem por absorção, secagem
por adsorção, secagem por res-
A incidência da umidade depende, em primeira instância, da umidade
friamento.
relativa do ar que, por sua vez, depende da temperatura e condições
atmosféricas. Os efeitos da umidade podem ser limitados por meio de:
▪▪ filtragem do ar aspirado antes do compressor; Secagem por absorção
▪▪ uso de compressores livres de óleo; A secagem por absorção é um
▪▪ instalação de resfriadores; processo puramente químico.
Neste processo, o ar comprimi-
▪▪ uso de secadores; do passa sobre uma camada solta
▪▪ utilização de unidades de conservação. de um elemento secador. A água
ou vapor de água que entra em
contato com esse elemento, com-
Resfriador de ar e separador de condensados
bina-se, quimicamente, com ele
Como vimos no tópico anterior, a umidade presente no ar comprimido e se dilui na forma de uma com-
é prejudicial. Para ajudar a resolver, de maneira eficaz, o problema inicial binação elemento secador/água.
da água nas instalações de ar comprimido, temos o resfriador posterior, Esta mistura deve ser removida,
localizado entre a saída do compressor e o reservatório, pelo fato de o ar periodicamente, do absorvedor.
comprimido na saída atingir sua maior temperatura. Essa operação pode ser manual
ou automática. Com o tempo, o
elemento secador é consumido e
o secador deve ser reabastecido,
periodicamente (duas a quatro ve-
zes por ano).

O processo de absorção caracte-


riza-se por:
▪▪ montagem simples da instala-
ção;
▪▪ desgaste mecânico mínimo, já
que o secador não possui peças
móveis;
Figura 18 – Resfriador de Ar e Separador de Condensados
▪▪ não necessita de energia
Fonte: SAGGIN (2004, p. 42).
externa.
O resfriador posterior é, simplesmente, um trocador de calor utilizado
para resfriar o ar comprimido. Como consequência deste resfriamento,
permite-se retirar cerca de 75 a 90% do vapor de água contido no ar,
bem como vapores de óleo; além de evitar que a linha de distribuição
sofra uma dilatação, causada pela alta temperatura de descarga do ar.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 37


Figura 19 – Secagem por Absorção
Fonte: SAGGIN (2004, p. 43).

Figura 20 – Secagem por Absorção


Secagem por adsorção Fonte: SAGGIN (2004, p. 44).

A secagem por adsorção está


baseada em um processo físico:
adsorver, ou seja, admitir uma Secagem por resfriamento
substância à superfície de outra. O secador de ar comprimido por resfriamento funciona pelo princípio
O elemento secador é um mate- da diminuição de temperatura do ponto de orvalho. A temperatura do
rial granulado, com arestas ou em ponto de orvalho é a temperatura à qual deve ser esfriado um gás para
forma de pérolas. Este elemento obter a condensação do vapor de água contida nele. O ar comprimido, a
secador está formado de quase ser secado, entra no secador, passando, primeiro, pelo denominado tro-
100% de dióxido de silício. Em cador de calor a ar. Mediante o ar frio e seco, proveniente do trocador
geral, é conhecido pelo nome de calor (vaporizador), é esfriado o ar quente que está entrando. A for-
“GEL” (sílica gel). mação de condensado de óleo e água é eliminado pelo trocador de calor.

A tarefa do “GEL” consiste em


adsorver a água e o vapor de água.
É evidente que a capacidade de
acumulação de uma camada de
“GEL” é limitada. Uma vez que
o elemento secador estiver satu-
rado, poderá ser regenerado de
uma maneira fácil: basta soprar ar
quente da camada saturada e o ar
quente absorve a umidade do ele-
mento secador.

Mediante a montagem, em para-


lelo, de duas instalações de adsor-
ção, uma delas pode estar ligada
para secar, enquanto a outra está
sendo soprada com ar quente (re-
generação).
Acompanhe, agora, a esquemati- Figura 21 – Secagem por Resfriamento
zação da secagem por adsorção. Fonte: SAGGIN (2004, p. 45).

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Este ar comprimido, pré-esfriado,
circula através do trocador de ca-
lor (vaporizador) e, devido a isso,
sua temperatura desce até 1,7°C,
aproximadamente. Desta manei-
ra, o ar é submetido a uma segun-
da separação de condensado de
água e óleo. Posteriormente, o ar
comprimido pode, ainda, passar
por um filtro, a fim de eliminar os
corpos estranhos.

Seção 4
Redes de distribuição
do ar comprimido
A rede de distribuição de ar com- 1 – Compressor de parafuso
primido compreende todas as tu- 2 – Resfriador posterior ar/ar
bulações que saem do reservató- 3 – Separador de condensado
rio passando pelo secador e que, 4 – Reservatório
unidas, orientam o ar comprimido 5 – Purgador automático
até os pontos individuais de uti- 6 – Pré Filtro coalescente
lização. A rede possui duas fun- 7 – Secador
ções básicas: funcionar como um
8 – Filtros coalescentes (grau x, y, z)
reservatório para atender as exi-
9 – Purgador automático eletrônico
gências locais e comunicar a fonte
10 – Separador de água e óleo
com os equipamentos consumi-
dores. Numa rede distribuidora, 11 – Separador de condensado
para que haja eficiência, segurança
Figura 22 – Rede de Distribuição do Ar Comprimido
e economia, são importantes três
pontos: Fonte: Fargon (2010)

▪▪ baixa queda de pressão entre O posicionamento dos equipamentos e tomadas que receberão
a instalação do compressor e os alimentação pneumática deverão estar definidos, para que seja possível a
pontos de utilização; confecção dos projetos e desenhos. Estes, trarão consigo: comprimento
▪▪ apresentar o mínimo de vaza- das tubulações, diâmetros, ramificações, pontos de consumo, pressão
mento; destes pontos, posições das válvulas, curvaturas etc.
Através dos projetos, pode-se, então, definir o melhor percurso da tubu-
▪▪ boa capacidade de separa- lação, acarretando menor perda de carga e proporcionando economia. A
ção do condensado em todo o seguir, veremos os tipos de redes de distribuição mais comuns.
sistema.

Rede de distribuição em anel aberto


Assim chamada, por não haver uma interligação na rede. Este tipo fa-
cilita a separação do condensado, pois ela é montada com certa inclina-
ção, na direção do fluxo, permitindo o escoamento para um ponto de
drenagem.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 39


Figura 25 – Rede de Distribuição
Combinada
Fonte: SAGGIN (2004, p. 35).
Figura 23 – Rede de Distribuição em Anel Aberto
Fonte: SAGGIN (2004, p. 33).
Inclinação das tomadas de ar e
drenagem da umidade
As tubulações, em especial nas
Rede de distribuição em anel fechado redes em circuito aberto, devem
Geralmente, as tubulações principais são montadas em circuito fechado. ser montadas com um declive de
Este tipo auxilia na manutenção de uma pressão constante e proporcio- 0,5 a 2%, na direção do fluxo. Por
na uma distribuição mais uniforme do ar, pois o fluxo circula em duas causa da formação de água con-
direções. densada, é fundamental, em tu-
bulações horizontais, instalar os
ramais de tomadas de ar na parte
superior do tubo principal.

Figura 24 – Rede de Distribuição em Anel Fechado


Fonte: SAGGIN (2004, p. 34).

Rede de distribuição combinada


A rede combinada, também, é uma instalação em circuito fechado, a
qual, por suas ligações longitudinais e transversais, oferece a possibilida-
de de trabalhar com ar em qualquer lugar.
Mediante válvulas de fechamento, existe a possibilidade de fechar de-
terminadas linhas de ar comprimido, quando, as mesmas, não forem
usadas ou quando for necessário colocá-las fora de serviço, por razões
de reparação e manutenção. Também, pode ser feito um controle de
estanqueidade.

40 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 26 – Inclinação das Tomadas de Ar e Drenagem
Fonte: SAGGIN (2004, p. 36).

Desta forma, evita-se que a água condensada, eventualmente existente


na tubulação principal, possa chegar às tomadas de ar através dos ramais.
Para interceptar e drenar a água condensada devem ser instaladas deriva-
ções com drenos na parte inferior da tubulação principal.
Os drenos, colocados nos pontos mais baixos, de preferência, devem
ser automáticos. Em redes mais extensas, aconselha-se instalar drenos
distanciados de, aproximadamente, 20 a 30 metros um do outro.

Vazamentos
As quantidades de ar perdidas através de pequenos furos, acoplamentos
com folgas, vedações defeituosas etc., quando somadas, alcançam eleva-
dos valores. A importância econômica desta contínua perda de ar torna-
se mais evidente quando comparada com o consumo do equipamento
e a potência necessária para realizar a compressão. Desta forma, um
vazamento na rede representa um consumo, consideralvemente, maior
de energia.
Podemos constatar isto através da tabela:

CUSTO DO VAZAMENTO

Diâmetro do orifício de
1/32’’ 1/16’’ 1/8’’ ¼’’ 3/8’’
vazamento (pol)

m3/h vazamento 2,72 10,9 44,2 174,0 397,5

R$/ano 340,00 1.360,00 5.515,00 21.715,00 49.610,00


Considerando: P = 7 barg uso = 16h/dia 300 dias/ano (1,0kWh ~ R$0,25)
Tabela 7 – Custo do vazamento de ar
Fonte: Metalplan (2008, p. 10).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 41


Funcionamento do
dreno automático
Por um furo de passagem, o con-
densado atinge o fundo do copo.
Com o aumento do nível do con-
densado, um flutuador se ergue.
A um determinado nível, abre-se
uma passagem. O ar comprimido,
existente no copo, passa por ela e
desloca o êmbolo para a direita.
Com isso, se abre o escape para o
condensado.
Figura 27 – Unidade de Conservação de Ar

Seção 5 Fonte: Adaptado de Festo Didactic (2001, p. 16).

Unidade de conserva-
Filtro de ar comprimido
ção de ar
A função de um filtro de ar comprimido é reter as partículas de im-
Após passar por todo o processo pureza, bem como a água condensada, presentes no ar que passa por
de produção, preparação e dis- ele. O ar comprimido, ao entrar no copo é forçado a um movimento
tribuição, o ar comprimido deve de rotação, por meio de “rasgos direcionais”. Com isso, separam-se as
sofrer um último condiciona- impurezas maiores, bem como as gotículas de água, por meio de força
mento, antes de ser utilizado nos centrífuga e depositam-se, então, no fundo do copo. O condensado acu-
equipamentos. Neste condiciona- mulado no fundo do copo deve ser eliminado, o mais tardar, ao atingir
mento, ocorrerá a separação do a marca do nível máximo, já que, se isto ocorrer, o condensado será
condensado, filtragem, regulagem arrastado, novamente, pelo ar que passa.
da pressão e, em alguns casos, lu-
brificação que, atualmente, está
deixando de ser utilizada, pois, os
componentes, já possuem lubrifi-
cação própria. Uma das maneiras
de fazer isto acontecer é a insta-
lação da unidade de conservação
de ar.
Esta unidade é composta, basi-
camente, da combinação dos se-
guintes elementos:
▪▪ filtro de ar comprimido e reci-
piente de condensação;
▪▪ regulador de pressão do ar
comprimido com manômetro;
▪▪ lubrificador de ar comprimido
Figura 28 – Filtro de Ar Comprimido
(quando for necessário).
Fonte: Festo Didactic 155p ( 2001, p. 93).

As partículas sólidas, maiores que a porosidade do filtro, são retidas por


este. Com o tempo, o acúmulo destas partículas impede a passagem do
ar. Portanto, o elemento filtrante deve ser limpo ou substituído a inter-
valos regulares. Em filtros normais, a porosidade se encontra entre 30 a
70 mícron.

42 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Regulador de pressão a mola. Com isso, abre-se a parte Com um parafuso de regulagem
central da membrana e o ar, em é dada a possibilidade de regular
O regulador tem por função man- excesso, sai pelo furo de escape as gotas de óleo por unidade de
ter constante a pressão de traba- para a atmosfera. tempo.
lho (secundária), independente
da pressão da rede (primária) e
consumo do ar. A pressão primá- Lubrificador Manômetros
ria tem que ser sempre maior que O lubrificador tem a tarefa de São instrumentos utilizados para
a secundária. A pressão é regula- abastecer, suficientemente, com medir e indicar a intensidade de
da por meio de uma membrana. materiais lubrificantes, os elemen- pressão do ar comprimido, óleo
Uma das faces da membrana é tos pneumáticos. Os materiais etc. Nos circuitos pneumáticos e
submetida à pressão de trabalho. lubrificantes são necessários para hidráulicos, os manômetros são
Do outro lado, atua uma mola, garantir um desgaste mínimo dos utilizados para indicar o ajuste da
cuja pressão é ajustável por meio elementos móveis, manter em intensidade de pressão nas válvu-
de um parafuso de regulagem. nível mínimo as forças de atrito las, que pode influenciar a força
e proteger os aparelhos contra a ou o torque de um conversor de
corrosão. energia. Um dos manômetros
mais utilizados é o do tipo Bour-
don.

Seção 6
Válvulas direcionais
pneumáticas
Assim como na hidráulica, as vál-
Figura 29 – Regulador de Pressão vulas direcionais para a pneumáti-
Fonte: Festo Didactic 155p ( 2001, p.
ca, também, são identificadas pelo
número de vias, posições tipo de
19).
acionamento etc. e, também, pos-
suem a função de direcionar o
Com aumento da pressão de tra- fluido que irá desenvolver diver-
balho, a membrana se movimenta sas funções como, por exemplo,
contra a força mola. Com isso, a Figura 30 – Lubrificador movimentar atuadores lineares e
secção nominal de passagem na Fonte: Festo Didactic (2001, p. 104). rotativos.
sede da válvula diminui, progres-
sivamente, ou se fecha totalmen- Lubrificadores de óleo, que es-
te. Isto significa que a pressão é tão caindo em desuso devido à
regulada pelo fluxo. Na ocasião utilização de componentes auto
do consumo a pressão diminui e lubrificados, trabalham segundo o
a força da mola reabre a válvula. princípio Venturi. A diferença de
Com isso, o manter da pressão pressão ∆p (Queda da pressão),
regulada se torna um constante entre a pressão antes do bocal
abrir a fechar da válvula. A pres- nebulizador e a pressão no ponto
são de trabalho é indicada por um estrangulador do bocal, será apro-
manômetro. Se a pressão crescer veitada para sugar óleo de um re-
demasiado do lado secundário, a servatório e de misturá-lo com o
membrana é pressionada contra ar, em forma de neblina.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 43


Meios de acionamento
Figura 31 – Válvula direcional Os acionamentos servem para in-
Fonte: Adaptado de Festo Didactic (2001, p. 16). verter de posição as válvulas dire-
cionais.
Simbologia de válvulas
Em esquemas pneumáticos, para representarmos as válvulas direcionais,
os símbolos não caracterizam o tipo de construção, mas, somente, a
função das válvulas.
Características principais:
▪▪ número de posições: contadas a partir do número de quadrados da
simbologia.

▪▪ número de vias: contadas a partir do número de tomadas que a


válvula possui em apenas uma posição. As válvulas direcionais podem
ser descritas, abreviadamente, da seguinte forma: coloca-se V.D., para
representar, abreviadamente, o termo válvula direcional. Depois,
escreve-se o número de vias, ao lado a barra (/), logo após, o número
de posições e a palavra “vias”.

44 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Geral Alavanca
MANUAIS
Botão Pedal

Pino Rolete
MECÂNICOS
Mola Gatilho

Solenóides com duas


ELÉTRICOS Solenoide com uma bobina
bobinas
Piloto positivo
(créscimo de pressão)
PNEUMÁTICOS
DIRETOS Diferencial de áreas
Piloto negativo
(decréscimo de pressão)

Servo-piloto positivo
PNEUMÁTICOS
INDIRETOS Controle interno
Servo-piloto negativo

Por piloto positivo


CENTRALIZAÇÕES Por trava
Por molas

Identificação de vias
ORIFÍCIO NORMA DIN24300 NORMA ISO1219 Válvulas NA e NF
Pressão P 1 Válvulas direcionais com 2 po-
Utilização A B C 2 4 6
sições e até 3 vias que tenham,
Escape R S T 3 5 7
na posição de repouso, a via de
EA EB EC
pressão bloqueada, são chama-
Pilotagem X Y Z 10 12 14
Tabela 8 – Identificação das Vias
das de normalmente fechadas
(NF). Aquelas que, ao contrário,
Fonte: Parker (2008, p. 41).
possuírem esta via aberta, são de-
nominadas normalmente abertas
Exemplo de identificação: (NA).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 45


Quando encontrarmos estas vias Se ele estiver afastado, o escape
em exaustão, elas receberão o representado será o escape dirigi-
nome de centro aberto negativo do, com conexão.
(CAN).

Seção 7
Válvulas de memórias
Válvulas CF, CAP e CAN Válvulas pneumáticas
São válvulas de duas posições,
As válvulas direcionais de 3 po- acionadas por duplo piloto. Além das válvulas direcionais, en-
sições caracterizam-se pela sua
contraremos, ainda, as válvulas
posição central. Àquelas que pos-
auxiliares de controle e combina-
suírem, na sua posição central, as
ções de válvulas, como veremos a
vias de utilização bloqueadas, de-
seguir:
nominaremos centro fechado.

Válvula alternadora
(Função lógica “OU”)
Também chamada “válvula de
comando duplo” ou “válvula de
dupla retenção”. Esta válvula
tem duas entradas, X e Y, e uma
saída A. Entrando ar comprimido
Já as válvulas que tiverem as vias em X, a esfera fecha a entrada Y e
de utilização sendo pressurizadas,
Tipos de escapes o ar flui de X para A. Em sentido
chamaremos de centro aberto po- contrário, quando o ar flui de Y
Os escapes das válvulas são repre-
sitivo (CAP). para A, a entrada X será fechada.
sentados por triângulos. Quando
encontrarmos o triângulo junto à
simbologia da válvula, ele estará
representando um escape livre, ou
seja, sem conexão.

46 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 32 – Válvula Alternadora
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 156).

Válvula alternadora
Exemplo da aplicação:

Válvulas de duas pressões (Função lógica “E”)


Esta válvula tem duas entradas, X e Y e uma saída, A Só haverá uma saí-
da em A, quando existirem os dois sinais de entrada X “E” Y. Emprega-
se esta válvula, principalmente, em comando de bloqueio, comandos de
segurança e funções de controle em combinações lógicas.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 47


Figura 33 – Válvula de Duas Pressões
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 152).

Exemplo da aplicação:

Válvula de escape rápido


Válvulas de escape rápido se prestam para aumentar a velocidade dos
êmbolos dos atuadores. Tempos de retorno elevados, podem ser elimi-
nados dessa forma. Evita-se, com isso, que o ar de escape seja obrigado
a passar por uma canalização longa e de diâmetro pequeno, até a válvula
de comando. O mais recomendável é colocar o escape rápido direta-
mente no cilindro ou, então, o mais próximo possível do mesmo.

48 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 34 – Válvula de Escape Rápido
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 133).

Válvula de escape rápido


Exemplo da aplicação:

Válvula de retenção
Válvulas de bloqueio liberam o fluxo, preferencialmente, em um só sen-
tido e bloqueiam o sentido inverso. O corpo de vedação da válvula de
retenção, sujeito à pressão de mola, desloca-se de seu assento quando a
pressão contra a ação da mola se torna maior do que a sua tensão.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 49


Figura 35 – Válvula de Retenção
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 131).

Válvula reguladora de fluxo bidirecional


Estas válvulas têm influência sobre a quantidade de ar comprimido que
flui por uma tubulação; a vazão será regulada em ambas as direções do
fluxo.

Figura 36 – Válvula Reguladora de Fluxo Idirecional


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 131).

Válvula reguladora de fluxo unidirecional


Nesta válvula, a regulagem do fluxo é feita, somente, em uma direção.
Uma válvula de retenção fecha a passagem numa direção e o ar pode
fluir, somente, através da área regulada.
Em sentido contrário, o ar passa livre através da válvula de retenção
aberta.

50 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Estas válvulas podem ser monta-
das para a regulagem da saída do
ar. O ar da exaustão, porém, será
regulado. Nisto, a haste do êm-
bolo está submetida entre duas
pressões de ar. Esta montagem da
válvula reguladora de fluxo, me-
lhora muito a conduta do avanço.
Em atuadores de dupla ação, de-
vemos, sempre, usar regulagem na
exaustão.

Figura 37 – Válvula Reguladora de Fluxo Unidirecional


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 130).

Válvula reguladora de fluxo unidirecional (Festo).

Regulagem fluxo primária (entrada do ar)


Estas válvulas podem ser montadas para a regulagem da entrada do ar.
O ar em exaustão sai, através de retenção, no lado do escape. Ligeiras os-
cilações de carga na haste do pistão, provocadas, por exemplo, ao passar
pela chave fim de curso, resultam em grandes diferenças de velocidade
do avanço. A regulagem na entrada emprega-se em atuadores de simples
ação e atuadores de dupla ação de pequeno volume.

Figura 39 – Regulagem Fluxo Secun-


dária
Fonte: SAGGIN (2004, p. 65).

Válvula limitadora de
pressão
É formada por uma vedação de
assento cônico, mola e um para-
fuso de ajuste. Quando a pres-
são em P assume um valor que
corresponde à tensão da mola,
o cone de vedação se desloca de
seu assento e libera o caminho ao
escape. São, também, conhecidas
como válvulas de sobrepressão
ou válvulas de segurança.

Figura 38 – Regulagem Fluxo Primária


Fonte: SAGGIN (2004, p. 64).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 51


Figura 40 – Válvula Limitadora de Pressão
Fonte: SAGGIN (2004, p. 65).

Temporizador pneumático N F.
Esta unidade consiste de uma válvula direcional de 3/2 vias, com acio-
namento pneumático, de uma válvula reguladora de fluxo unidirecional
e um reservatório de ar. O ar de comando flui da conexão 12 para a
válvula reguladora de fluxo que controlara o tempo e, de lá, através de
área regulada, com velocidade e pressão mais baixa, para o reservatório.
Alcançada a pressão necessária de comutação, o êmbolo de comando
afasta o prato do assento da válvula, dando passagem ao ar principal de
P para A.

Figura 41 – Temporizador Pneumático


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 127).

52 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo de aplicação: Atuador linear de sim-
ples ação com retorno por
mola: realiza trabalho em
um sentido. Observe!

Figura 44 – Atuador Linear de Simples


Figura 42 – Circuito com Temporização
Ação
Fonte: SAGGIN (2004, p. 69).
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 36).

Seção 8
Atuadores para sistemas pneumáticos
Os atuadores pneumáticos convertem energia pneumática em energia
mecânica linear ou rotativa, dependendo de seu tipo construtivo. A se-
guir, veremos os tipos mais comuns utilizados na indústria.

SIMPLES AÇÃO

ATUADORES
LINEARES DUPLA AÇÃO
ATUADORES
PNEUMÁTICOS

ATUADORES MOTORES
ROTATIVOS PNEUMÁTICOS

OCILADORES
PNEUMÁTICOS

Figura 43 – Atuadores Pneumáticos


Fonte: SAGGIN (2004, p. 72).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 53


Atuador linear de dupla ação: realiza trabalho nos Atuador rotativo de palheta bidi-
recional (oscilador): realiza movi-
dois sentidos mento rotativo nos dois sentidos,
com ângulo de rotação limitado.

Figura 45 – Atuador Linear de Simples Ação


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 36).

Amortecimento de fim de curso Figura 48 – Oscilador


Quando volumes grandes e pesados são movimentados por um atuador, Fonte: Festo Didactic (2001, p. 40).
emprega-se um sistema de amortecimento para evitar impactos secos
ou até danificações. Antes de alcançar a posição final, um êmbolo de Características dos atuadores ro-
amortecimento interrompe o escape direto do ar, deixando, somente, tativos pneumáticos:
uma passagem pequena, geralmente, regulável.
▪ regulagem, sem escala, de ro-
tação e do momento de torção;
▪ construção leve e pequena;
▪ seguro contra sobrecarga;
▪ insensível contra poeira, água,
calor e frio;
▪ seguro contra explosão;
▪ grande escolha de rotação e
Figura 46 – Atuador Linear de Dupla Ação com Amortecimento. facilidade de inversão;
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 37). ▪ conservação e manutenção
insignificantes.
Atuador rotativo de palhetas unidirecional: realiza movimento rotativo
em um sentido.
Seção 9
Designação de elemen-
tos
Os circuitos pneumáticos são
compostos de elementos que são
identificados por números ou le-
tras.
Designação por números: os nú-
meros identificam os elementos
Figura 47 – Atuador Rotativo pela função.
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 40).

54 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Elementos de trabalho. Ex.:
cilíndros (atuadores lineares) 1.0
Elementos auxiliares. Ex: Contro-
Elementos auxiliares. Ex.: Con- 1.02/1.03 le de Fluxo. Para Retorno.
trole de Fluxo. Para Avanço.
1.1 Elementos de comando. Ex.:
Elementos processadores V.D.3/2 vias NF, 43, 5/2 vias.
de sinal. E, OU, Temporiza-
dor Influenciam o avanço do 1.4 Elementos processadores de si-
atuador. nal. E,OU, temporizador. Influen-
1.5 ciam o retorno do atuador.
Elementos de sinal. Para o 1.2
avanço do atuador. Elementos de sinal. Para o Retor-
1.3 no do Atuador.
Elementos auxiliares do 0.1
circito.
Figura 49 – Identificação dos Elementos
Fonte: SAGGIN (2004, p. 85).

0.1, 0.2, 0.3... Elementos auxilia- 1.6, 2.6... Elementos processa- 1.02, 1.04... Elementos auxiliares,
res influenciam em todo o cir- dores de sinal, com número final com número final par, influen-
cuito. Ex.: Lubrefil, válvulas de par, influenciam no avanço dos ciam no avanço dos atuadores
fechamento. atuadores lineares (cilindros) ou lineares (cilindros) ou no sentido
1.2, 1.4, 2.2, 2.4... Elementos de no sentido de rotação à direita de rotação à direita dos atuadores
sinal, com número final par, in- dos atuadores rotativos (moto- rotativos (motores). Ex.: válvulas
fluenciam no avanço dos atua- res). Ex.: válvulas E, válvulas OU, reguladoras de fluxo, escape rápi-
dores lineares ou no sentido de temporizadores. do.
rotação à direita dos atuadores 1.7, 2.7... Elementos de sinal, com 1.03, 1.05... Elementos auxiliares,
rotativos (motores). Ex.: válvulas número final ímpar, influenciam com final ímpar, influenciam no
direcionais 3/2 acionadas por bo- no retorno dos atuadores lineares retorno dos atuadores lineares (ci-
tão, pedal, rolete. (cilindros) ou no sentido de rota- lindros) ou no sentido de rotação
1.3, 1.5, 2.3, 2.5... Elementos de ção à esquerda dos atuadores ro- à esquerda dos atuadores rotati-
sinal, com número final ímpar, tativos (motores). Ex.: válvulas E, vos (motores). Ex.: válvulas regu-
influenciam no retorno dos atu- válvulas OU, temporizadores. ladoras de fluxo, escape rápido.
adores lineares (cilindros) ou no 1.1, 2.1, 3.1... Elementos de co- 1.0, 2.0... Elementos de trabalho.
sentido de rotação à esquerda dos mando influenciam nos dois sen- Ex.: atuadores lineares ou rotati-
atuadores rotativos (motores). tidos de movimentos dos atuado- vos, (motores pneumáticos, osci-
Ex.: válvulas direcionais 3/2 acio- res (o primeiro número indica o ladores, atuadores lineares).
nadas por botão, pedal, rolete. atuador a ser comandado). Ex.:
válvulas direcionais.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 55


Seção 10 Movimentação de um circuito como exemplo
Elaboração de esque- Pacotes chegam sobre um transportador de rolos e são levados por um
mas de comando cilindro pneumático A e empurrados por um segundo cilindro B sobre
um segundo transportador. Nisto, devido ao enunciado do problema, o
cilindro B deverá retornar apenas quando A houver alcançado a posição
final recuada.
Sequência de movi-
mentos
Quando os procedimentos de
comando são um pouco mais
complicados e se devem reparar
instalações de certa envergadura,
é uma grande ajuda para o técni-
co de manutenção dispor dos es-
quemas de comando e sequências,
segundo o desenvolvimento de
trabalho das máquinas.
Quando o pessoal de manutenção
não os utiliza de forma correta, o
motivo deve encontrar-se na má
confecção dos mesmos, em sua
simbologia incompreensível ou
na falta de conhecimento técnico.
Figura 50 – Representação em Sequência Cronológica
A insegurança na interpretação
Fonte: SAGGIN (2004, p. 90).
de esquemas de comando torna
impossível, por parte de muitos, a Acompanhe a sequência de movimentos possíveis de um circuito.
montagem ou a busca de defeitos
de forma sistemática.
O cilindro A avança e eleva os pacotes;
Atingindo este ponto, pode-se
considerar pouco rentável ter que O cilindro B empurra os pacotes sobre o segundo transportador;
basear a montagem ou busca de O cilindro A desce;
defeitos em testes e adivinhações. O cilindro B retrocede.
É preferível, antes de iniciar qual-
quer montagem ou busca de ava-
ria, realizar um estudo de esque- Representação abreviada em sequência algébrica
ma de comando e da sequência
Neste tipo, a letra maiúscula representa o atuador, enquanto que, o sinal
da máquina, para ganhar tempo,
algébrico representa o movimento. Sinal positivo (+) para o avanço e
posteriormente. Para poder levar
negativo (-) para o retorno.
os esquemas de comando e sequ-
ências para a prática, é necessário Exemplo: A +, B +, A -, B -.
conhecer as possibilidades e pro-
cedimentos normais de represen- Representação gráfica em diagrama de trajeto e pas-
tação dos mesmos.
so
Neste caso, se representa a sequência de operação de um elemento de
trabalho, levando-se ao diagrama o valor percorrido em dependência de
cada passo considerado.

56 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Se existirem diversos elementos de trabalho para um comando, estes são
representados da mesma maneira e desenhados uns sob os outros. A Passo: Variação do estado de
correspondência é realizada através dos passos. qualquer unidade construti-
O diagrama de trajeto e passo, para o exemplo apresentado, possui cons- va.
trução, segundo a figura abaixo:

Figura 51 – Representação Gráfica em Diagrama de Trajeto e Passo

Representação gráfica em diagrama de trajeto e tem-


po
O trajeto de uma unidade construtiva é representado em função do tem-
po. Contrariamente ao diagrama de trajeto e passo, o tempo é repre-
sentado, linearmente, neste caso, e constitui a ligação entre as diversas
unidades.
Diagrama de trajeto e tempo para o exemplo:

Figura 52 – Representação Gráfica em Diagrama de Trajeto e Tempo

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 57


Tipos de esquemas
Tal como no diagrama de movimentos, temos, também, na construção
de esquemas de comando, duas possibilidades: o esquema de comando
de posição e o esquema de comando de sistema. A diferença entre eles
está na maneira de representação dos elementos nos circuitos.

Esquemas de comando de posição


Os elementos, aqui, são desenhados na posição, conforme serão instala-
dos nas máquinas e equipamentos.

Figura 53 – Circuito Pneumático


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009).

Esquema de comando de sistema


Este tipo de esquema está baseado em uma ordenação. Os símbolos são
desenhados na horizontal e divididos em cadeias de comandos individu-
ais. Os elementos fins de curso são representados por traços.

58 CURSOS TÉCNICOS SENAI


A palavra vácuo, originária
do latim vacuus, signifi-
ca vazio. Entretanto, podemos
definir, tecnicamente, que um
sistema se encontra em vácuo
quando está submetido a uma
pressão inferior à pressão at-
mosférica.

Figura 54 – Circuito Pneumático


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009).

Seção 11
Tecnologia do vácuo
Utilizando o mesmo raciocínio anterior para ilustrar como é gerada a
pressão dentro de um recipiente cilíndrico, cheio de ar: se aplicarmos
uma força contrária na tampa móvel do recipiente em seu interior, te-
remos como resultante uma pressão negativa, isto é, inferior à pressão
atmosférica externa.

Figura 55 – Princípio de Geração do Vácuo


Fonte: Parker ( 1998, p. 7).

Aplicações do vácuo
As aplicações do vácuo na indústria são limitadas, apenas, pela criativi-
dade e pelo custo. As mais comuns envolvem o levantamento e deslo-
camento de peças e materiais, como os exemplos mostrados a seguir:

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 59


▪▪ tubos ou mangueiras;
▪▪ conjunto mecânico com o
suporte das ventosas, dispositivos
de montagem acessórios.

Ventosas
As duas formas mais comuns usa-
das para fixação e levantamento
de materiais ou peças são:

▪▪ sistema mecânico através, por


exemplo, de garras;

Figura 56 – Aplicações do Vácuo


▪▪ por meio do vácuo, utilizan-
do‑se ventosas.
Fonte: Parker (1998, p. 7).

Aplicações do vácuo (PARKER, 1998): As vantagens do sistema mecâni-


co incluem: a facilidade na deter-
minação da força necessária para
▪▪ movimentação de cargas, . substitui o esforço humano; sustentação e o fato de que área
▪▪ manipulação de peças frágeis, evita danos; a ser comprimida é, relativamen-
te, pequena. Como desvantagens,
▪▪ manipulação de peças com temperatura elevada (usando ventosas de
temos: a peça que está sendo fixa-
silicone);
da pode ser danificada se a garra
▪▪ operações que requerem condições de higiene; (abertura de embala- não estiver corretamente dimen-
gens); sionada, se as dimensões da peça
▪▪ movimentação de peças muito pequenas, como, por exemplo, . com- variarem ou se ela for frágil. Te-
ponentes eletrônicos; mos, ainda, que os sistemas me-
▪▪ movimentação de materiais com superfícies lisas (chapas de vidro). cânicos quase sempre apresentam
alto custo de aquisição, instalação
e manutenção.
No projeto de um sistema de vácuo é importante definir, corretamente,
o desempenho do sistema e suas características para, então, selecionar a A grande vantagem das ventosas,
instalação mais adequada. como sistemas de movimentação,
é que elas não danificam as peças.
Considerar os seguintes fatores:
Outras vantagens que podem ser
▪▪ efeito do ambiente sobre os componentes; mencionadas são: o baixo custo,
▪▪ forças necessárias para movimentação das peças ou materiais; manutenção simples, bem como,
a velocidade de operação. As ven-
▪▪ tempo de resposta; tosas podem ser projetadas em
▪▪ permeabilidade dos materiais a serem manipulados; diversas formas, dependendo de
▪▪ como as peças ou materiais serão fixados; sua aplicação, entretanto, generi-
camente, podemos classificá‑las
▪▪ distância entre os componentes; em 3 tipos principais. Veja:
▪▪ custos.

Seleção de componentes para uma instalação de vácuo em geral:


▪▪ ventosas;
▪▪ geradores de vácuo;
▪▪ válvulas principais de controle;

60 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Ventosa padrão
O tipo mais comum, para uso em
superfícies planas ou ligeiramente
curvas. As ventosas padrão po-
dem ser produzidas com diferen-
tes formas. Em função de suas
aplicações, as características que
podem variar são: tamanho, mate-
rial, abas duplas para vedação, lu-
vas de atrito, molas de reforço etc.

Figura 58 – Ventosa com Fole


Fonte: Parker (1998, p. 9).

Caixa de sucção
Este tipo de ventosa pode ser
oval, quadrada ou retangular, de-
pendendo da forma da peça a ser
movimentada.

Figura 57 – Ventosa Padrão


Fonte: Parker (1998, p. 8).

Ventosa com fole


Este tipo de ventosa destina‑se,
principalmente, à aplicações que
requerem ajuste para diferentes
alturas/níveis. As ventosas com
fole podem ser usadas em siste-
mas de levantamento de peças
com diversos planos e diferentes Figura 59 – Caixa de Sucção
formas, como, por exemplo, cha- Fonte: Parker (1998, p. 9).
pas corrugadas. Elas, também,
dão certo grau de flexibilidade
ao sistema, que pode ser utiliza-
do para separar películas finas. As
ventosas com fole podem ser de
fole simples ou duplo.
A ventosa com fole não é adequa-
da para movimentação de superfí-
cies verticais.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 61


Geradores de vácuo
Os geradores pneumáticos de vácuo operam sob o princípio Venturi,
(descrito anteriormente, quando estudamos os lubrificadores de ar) e
são alimentados por um gás pressurizado, geralmente, o ar comprimido.

Figura 61 – Efeito Venturi


Fonte: Parker (1998, p. 12).

Figura 60 – Geradores de Vácuo


Fonte: Parker (1998, p. 11).

O efeito Venturi
O efeito Venturi, é obtido através da expansão do ar comprimido que
alimenta o gerador de vácuo, através de um ou mais bocais. Esta expan-
são, converte a energia potencial do ar, em forma de pressão, para ener-
gia cinética, em forma de movimento. A velocidade do fluxo aumenta e
pressão e temperatura caem, criando uma pressão negativa no lado da
sucção.
Os geradores de vácuo pneumáticos apresentam dimensões reduzidas,
ausência de peças móveis, baixo custo de manutenção e respostas rápi-
das.

62 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Comparação entre geradores, ventiladores e bombas
de deslocamento positivo
Bomba de
Gerador pneumático Ventilador deslocamento
positivo
▪▪ Baixo custo de aqui-
sição
▪▪ Respostas rápidas ▪▪ Baixo custo de aqui-
▪▪ Pouco peso e dimen- sição ▪▪ Baixo custo de
sões reduzidas (facilitam ▪▪ Alta capacidade de operação
a instalação) sucção (importante ▪▪ Baixo nível de
▪▪ Montagem sobre ou quando o material a ser ruído
próximo a ventosa reduz deslocado, apresenta ▪▪ Alto custo de
o volume de vácuo e o alta permeabilidade ao aquisição
consumo de energia ar)
▪▪ Alto custo de
▪▪ Alto nível de ruído ▪▪ Alto nível de ruído manutenção
▪▪ Custo de operação re- ▪▪ Baixo nível de vácuo
lativamente alto, se usa-
do em serviço contínuo
Quadro 2 – Comparação entre as Fontes de Vácuo
Fonte: Parker (1998, p. 13).

Concluímos a quarta unidade de estudos desta unidade curricular. Mas,


não pense que acabou! Há muitas descobertas ainda pela frente!

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 63


Exercícios práticos

Circuitos pneumáticos básicos

Circuitos pneumáticos
seqüenciais
Apostila M1001-1 BR Tecnologia pneumática industrial
Informações técnicas Exercícios práticos

Exercícios práticos
Circuito - 01
Comandar um cilindro de simples ação (comando direto).
A

a2
2

1 3

Circuito - 02
Comandar um cilindro de simples ação utilizando uma válvula simples piloto (comando indireto).
A

a0

12 2

1 3

a2
2

1 3

144 Parker Hannifin Ind. Com. Ltda.


Jacareí, SP - Brasil
Training
Apostila M1001-1 BR Tecnologia pneumática industrial
Informações técnicas Exercícios práticos

Circuito - 03
Comandar um cilindro de simples ação utilizando uma válvula duplo piloto.
A

a0

12 2 10

1 3

a2 a1
2 2

1 3 1 3

Circuito - 04
Comandar um cilindro de simples ação de dois pontos diferentes e independentes (utilizar elemento OU).
A

a0

12 2

1 3

a.02
2

1 1

a2 a4
2 2

1 3 1 3

145 Parker Hannifin Ind. Com. Ltda.


Jacareí, SP - Brasil
Training
Apostila M1001-1 BR Tecnologia pneumática industrial
Informações técnicas Exercícios práticos

Circuito - 05
Comandar um cilindro de simples ação através de acionamento simultâneo de duas válvulas acionadas
por botão (comando bimanual, utilizar elemento E).
A

a0
12 2

1 3

a.02
2

1 1

a2 a4
2 2

1 3 1 3

146 Parker Hannifin Ind. Com. Ltda.


Jacareí, SP - Brasil
Training
Apostila M1001-1 BR Tecnologia pneumática industrial
Informações técnicas Exercícios práticos

Circuito - 06
Comando indireto de um cilindro de dupla ação, utilizando uma válvula duplo piloto e com controle de
velocidade do cilindro.
A

a.01 a.02

a0
4 2
14 12

5 3

a2 a1
2 2

1 3 1 3

147 Parker Hannifin Ind. Com. Ltda.


Jacareí, SP - Brasil
Apostila M1001-1 BR Tecnologia pneumática industrial
Informações técnicas Exercícios práticos

Circuito - 07
Comando de um cilindro de dupla ação com avanço lento e retorno acelerado.
A

a.01
2 a.02

1 3

a0
4 2
14 12

5 3
1

a2 2 a1 2

1 3 1 3

148 Parker Hannifin Ind. Com. Ltda.


Jacareí, SP - Brasil
Apostila M1001-1 BR Tecnologia pneumática industrial
Informações técnicas Exercícios práticos

Circuito - 08
Comando de um cilindro de dupla ação, com ciclo contínuo utilizando uma válvula botão trava e controle
de velocidade.

149 Parker Hannifin Ind. Com. Ltda.


Jacareí, SP - Brasil
Unidade de
estudo 5
Seções de estudo

Seção 1 – Fluidos hidráulicos


Seção 2 – Reservatório
Seção 3 – Bombas hidráulicas
Seção 4 – Filtros para sistemas hidráulicos
Seção 5 – Válvulas direcionais
Seção 6 – Atuadores
Seção 7 – Válvulas de bloqueio
Seção 8 – Válvulas reguladoras de vazão
Seção 9 – Válvulas reguladoras de
pressão
Seção 10 – Elemento lógico
Seção 11 – Trocador de calor
Seção 12 – Acumuladores
Seção 13 – Intensificador de pressão
Seção 14 – Instrumentos de medição e
controle
Composição de um Sistema
Pneumático

SeçÃo 1
Fluidos hidráulicos
Um sistema hidráulico independente do trabalho que irá realizar é com-
posto dos seguintes grupos:

Figura 63 – Sistema Hidráulico


Fonte: Software Automation Studio 5.6
(2009).

É o elemento vital de um sistema


hidráulico industrial, pois é um
meio de transmissão de energia,
um lubrificante, um vedador e um
meio de transferência de calor. O
Figura 62 – Composição do Sistema Hidráulico fluido hidráulico, à base de petró-
Fonte: Parker ( 2008, p. 5). leo, é o mais usado.

As fontes de energias, normalmente utilizadas, são: energia elétrica (mo-


tor elétrico) e energia térmica (motor a combustão). O grupo de geração
que transforma energia mecânica em energia hidráulica é constituído
pelas bombas hidráulicas, entre outros componentes; o grupo de con-
trole que controla e direciona a energia hidráulica, compõe-se de válvu-
las direcionais e reguladoras de vazão e pressão. No grupo de atuação,
encontraremos os atuadores, que podem ser os cilindros, osciladores e
motores. O grupo de ligação responsável pela transmissão da energia
hidráulica é composto por conexões, tubos e mangueiras.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 65


Figura 64 – Fluidos Hidráulicos
Fonte: Racine (1987, p. 130).

Um bom fluido hidráulico, com uma boa filtragem, contribuirá, muito,


para o aumento na vida útil dos componentes dos sistemas hidráulicos.
O mais usado é o óleo mineral à base de petróleo que recebe aditivos em
sua composição para adequá-lo ao uso em sistemas hidráulicos.

Tipos de fluidos e suas características:

Figura 65 – Características dos Fluidos


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 59).

66 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Informações gerais
▪▪ Nunca devemos misturar dois fluidos de fabricantes diferentes, pois
os aditivos podem reagir entre si, deteriorando o óleo e envelhecendo-
o, precocemente;
▪▪ A limpeza do sistema deve ser bem feita, pois testes precisos reve-
laram que 10% do óleo “velho” deixado no interior do sistema reduz
70% das qualidades do óleo novo;
▪▪ Não utilizar método de somente completar o nível;
▪▪ Quando o fluido hidráulico ficar parado, pelo período aproximado
de dois meses após ter sido usado, convém substituí-lo;
▪▪ O tipo de óleo, bem como o período da troca, são recomendados
pelo fabricante;
▪▪ Para determinar, precisamente, as condições de um fluido (grau de
oxidação e quantidade de contaminantes) devem ser realizados testes
de laboratório;
▪▪ Guarde o óleo, sempre, em recipientes limpos e protegidos contra as
intempéries;
▪▪ Mantenha as tampas dos recipientes hermeticamente fechadas.

Aditivos
São produtos químicos que, adicionados ao óleo, melhoram suas carac-
terísticas ou criam novas características. Ex.: antiespumante, inibidores
de corrosão, antedesgaste etc. Apesar de não existirem normas nem di-
retrizes legais que definam a compatibilidade de um fluido com o meio
ambiente, já se verifica, na prática, a utilização dos fluidos não poluentes.
Ex.: biodegradáveis.

Viscosidade
É a resistência do fluido ao escoar, ou seja, se um fluido escoa facilmen-
te, sua viscosidade é baixa, pode-se dizer que o fluido é fino ou pouco
encorpado. Um fluido que escoa com dificuldade tem alta viscosidade,
é grosso ou muito encorpado. Resumindo, viscosidade é uma medida
inversa a de fluidez.

Métodos para definição da viscosidade


Alguns métodos para definir a viscosidade, em ordem de exatidão de-
crescente são: viscosidade absoluta (Poise); viscosidade cinemática em
centistokes; viscosidade relativa em S.U.S e SAE. Para efeito prático, na
maioria dos casos, a viscosidade relativa já é suficiente. Determina-se a
viscosidade relativa cronometrando-se o escoamento de uma dada quan-
tidade de fluido, através de um orifício calibrado, a uma determinada
temperatura. Observe a imagem:

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 67


▪▪ Viscosímetro de Saybolt

Figura 66 – Viscosímetro de Saybolt


Fonte: Parker (2008, p. 5).

▪▪ Número SAE

Os números SAE foram estabelecidos pela Sociedade Americana dos


Engenheiros Automotivos para especificar as faixas de viscosidade SUS
do óleo, às temperaturas de testes SAE.
Os números de inverno (5W, 10W, 20W) são determinados pelos testes
a 0°F (-17°C). Os números para óleo de verão (20, 30, 40, 50 etc.) desig-
nam a faixa SUS a 212°F (100°C).

▪▪ Viscosidade ISO VG

O sistema ISO estabelece o número médio para uma determinada faixa


de viscosidade cinemática (cSt), a temperatura de 40°C. Existem, ainda,
outras unidades, porém, não vemos como necessário estudarmos, no
nosso contexto. Usando a tabela seguinte podemos converter um valor
em centistokes para segundos Saybolt Universal.

68 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Viscosidade cinemática, cSt
Ponto médio de Equivalência
ISO standard 3448
viscosidade aproximada
ASTM D-2422 mínimo máximo
cSt SUS

ISO VG 2 2,2 1,98 2,42 32


ISO VG 3 3,3 2,88 3,52 36
ISO VG 5 4,6 4,14 5,06 40
ISO VG 7 6,8 6,12 7,48 50
ISO VG 10 10 9,00 11,0 60
ISO VG 15 15 13,5 16,5 75
ISO VG 22 22 19,8 24,2 105
ISO VG 32 32 28,8 35,2 150
ISO VG 46 46 41,4 50,6 215
ISO VG 68 68 61,2 74,8 315
ISO VG 100 100 90,0 110 465
ISO VG 150 150 135 165 700
ISO VG 220 220 198 242 1000
ISO VG 320 320 288 352 1500
ISO VG 460 460 414 506 2150
ISO VG 680 680 612 748 3150
ISO VG 1000 1000 900 1100 4650
ISO VG 1500 1500 1350 1650 7000
Tabela 7 – Conversão de Unidades de Viscosidade
Fonte: Parker (2008, p. 24).

▪▪ Índice de viscosidade – IV

O índice de viscosidade é uma medida relativa da mudança de viscosi-


dade de um fluido como consequência das variações de temperatura.
Um fluido que tem uma viscosidade relativamente estável, a temperatu-
ras extremas, tem um alto índice de viscosidade (IV). Um fluido que é
espesso quando frio e fino quando quente, tem um baixo IV. A tabela
abaixo mostra uma comparação entre um fluido de IV 50 e um de IV 90:

Comparação das viscosidades em 3 temperaturas:

IV (-17ºC) 0º F (37ºC) 100ºF (100ºC) 210ºF

50 12.000 SUS 150 SUS 41 SUS

90 8.000 SUS 150 SUS 43 SUS


Tabela 8 – Índice de Viscosidade
Fonte: SAGGIN (2004, p. 37).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 69


No reservatório, encontraremos a
Nota-se que o óleo de 90 IV é mais fino a -17°C e mais espesso a tampa de inspeção, bocal de en-
100°C, porém, ambos têm a mesma viscosidade a 37°C. chimento, respiro, visor de nível e,
no seu interior, a placa defletora
(chicana) que tem a função de re-
duzir a turbulência e evitar que o
fluido de retorno seja succionado
Seção 2 sem antes ter circulado pelo reser-
Reservatório vatório para trocar calor e decan-
tar impurezas.
Sua principal função é armazenar o fluido hidráulico e, como regra geral
(prática), deve conter duas a três vezes a vazão da bomba. Conectados ao Os reservatórios podem ser:
reservatório encontraremos linhas de sucção, retorno e dreno. Quando
as linhas não possuírem filtros nas extremidades, devem ser cortadas a ▪▪ aberto: quando a pressão no
45° e montadas para a parede do reservatório, facilitando o fluxo normal interior do mesmo for igual à
do fluido. pressão atmosférica;

▪▪ pressurizado: quando a
pressão no interior do mesmo for
maior que a pressão atmosférica.

Figura 67 – Reservatório
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 76).

70 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Simbologia

Reservatório aberto

Reservatório pressurizado

Seção 3
Bombas hidráulicas
Bombas hidráulicas são componentes utilizados para fornecer vazão ao
sistema, fornecendo energia necessária ao fluido.

Bomba de deslocamento não positivo


São, também, chamadas de roto dinâmicas, não possuem vedação mecâ-
nica entre a entrada e a saída, um pequeno aumento da pressão reduz a
vazão na saída. Exemplo: bombas centrífugas que possuem fluxo radial.
Existem, também, as que possuem fluxo axial e são constituídas por uma
hélice rotativa.

Fluxo Radial - Centrífuga Fluxo Axial - Hélice Fluxo Misto - Turbina

Figura 68 – Bombas Hidráulicas


Fonte: Vickers (1983 p. 11-1).

Características das bombas hidráulicas


▪ vazão uniforme;
▪ dimensões reduzidas;
▪ baixo custo de manutenção;
▪ ausência de válvulas;

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 71


▪▪ apresentam menores vibra- Características das bombas de deslocamento positi-
ções;
vo
▪▪ trabalham com fluidos conta-
minados; ▪▪ Rendimento de 80 a 85%;
▪▪ baixo poder de sucção; ▪▪ Pressão típica de 250 Kgf/cm2;
▪▪ necessidade da retirada do ar ▪▪ Deslocamento típico de 250 cm3/r;
(escorva); ▪▪ Compacta e de pouco peso;
▪▪ baixo rendimento (60%); ▪▪ Geralmente ruidosa;
▪▪ desaconselhável para pequenas ▪▪ Baixo custo;
vazões e elevadas pressões.
▪▪ Apenas deslocamento fixo, boa resistência à contaminação;
▪▪ Pouca possibilidade de manutenção;

Bombas de desloca- ▪▪ Resistente aos efeitos da cavitação.


mento positivo
Nestas, existe vedação entre a Simbologia
entrada e a saída; teoricamente,
fornecem vazão independente da
pressão. Basicamente, possuem
três tipos construtivos:, engrena-
gens, palhetas e pistões.
Bomba de deslocamento fixo unidirecional.

Bomba de engrena- Bomba de palhetas


gem
As bombas de palheta produzem uma ação de bombeamento, fazendo
Com o desengrenamento das en- com que as palhetas
grenagens, o fluido é conduzido acompanhem o contorno de um anel. Seu mecanismo de bombeamento
da entrada para a saída, nos vãos é composto de um rotor, palhetas, anel e placas com aberturas de entra-
formados pelos dentes das engre- das e saídas, além do mecanismo de ajuste de pressão e vazão.
nagens e as paredes internas da
carcaça da bomba. Com o reen-
grenamento, o fluido é forçado
para a saída.

Figura 69 – Bomba de Engrenagem


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 72).

72 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Bomba de palhetas de vazão variável com compensação de
pressão

Figura 70 – Bomba de Palheta


Fonte: Racine (1987, p. 141).

Características das bombas de palhetas


▪▪ Rendimento 75 a 80%;
▪▪ Deslocamento típico 100 cm3/r;
▪▪ Pressão de trabalho: até 210 kgf/cm² - bombas de vazão fixa e 70
kgf/cm² - bombas vazão variável;
▪▪ Montagem múltipla e simples;
▪▪ Possuem controle de vazão e pressão;
▪▪ Baixo custo e pouca tolerância às impurezas;
▪▪ Pouco ruidosa e vazão uniforme.

Simbologia

Bomba de deslocamento variável unidirecional com


Bomba de deslocamento fixo unidirecional.
compensação de pressão.

Bombas de pistões
Estas bombas geram uma ação de bombeamento, devido ao desloca-
mento de pistões no interior de um tambor cilíndrico.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 73


Bombas de pistões de Simbologia
eixo inclinado
Bomba de
Bomba de deslocamento deslocamento
Bomba de
variável unidirecional variável
deslocamento fixo
com compensação de bidirecional com
unidirecional.
pressão. compensação de
pressão.

Figura 71 – Bomba de Pistões


Fonte: Racine (1987, p. 144).

Como qualquer equipamento elétrico ou mecânico, requer uma série


Bombas de pistões de de cuidados para garantir uma vida útil mais longa. Para isso, devemos
placa inclinada alinhar, corretamente, o motor de acionamento à bomba e utilizar aco-
plamentos flexíveis. O sentido de rotação e a retirada do ar da bomba
(escorva) deverão ser observados, com atenção, sob pena de danificar a
bomba em pouco tempo.

Cavitação
Para cada líquido, numa determinada temperatura, existe uma pressão,
abaixo da qual se inicia sua vaporização. A essa pressão dá-se o nome de
pressão de vapor do líquido. Se isso ocorrer na sucção de uma bomba,
Figura 72 – Bomba de Pistões o líquido irá vaporizar, parcialmente, sob forma de bolhas de vácuo que,
Fonte: Racine (1987, p. 145). ao serem arrastadas pelo rotor para uma zona de maior pressão, irão se
condensar, bruscamente, provocando uma erosão no rotor. Para evitar a
cavitação, podemos proceder das seguintes maneiras:
Características das ▪▪ diminuir a perda de carga na linha de sucção;
bombas de pistões de ▪▪ aumentar a pressão do reservatório;
placa inclinada ▪▪ reduzir a rotação da bomba;

▪▪ Rendimento que gira em torno ▪▪ reduzir a distância entre a bomba e o reservatório;


de 95%; ▪▪ redimensionar tubulações.
▪▪ Deslocamento típico 500 Aeração
cm3/r;
É a entrada de ar na bomba. Este fenômeno é similar ao da cavitação,
▪▪ Alta eficiência total. Podem
inclusive seus efeitos sobre a bomba e demais componentes do sistema,
ser de vazão fixa ou variável;
diferindo-se, apenas, que nesta ocorre a formação de bolhas de ar e não
▪▪ São as que menos toleram de vácuo. A condição de aeração, também, é detectada pelo elevado ruí-
impurezas; do metálico. Quando há aeração, as medidas a ser tomadas são:
▪▪ Pressão típica 700 bar; ▪▪ verificar se as ligações entre os componentes da linha de sucção
▪▪ Possibilidade de montagem estão bem vedadas;
múltipla. Compacta. ▪▪ evitar que a bomba arraste fluido com bolhas de ar do reservatório.

74 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Bombas em série Seção 4
Quando a bomba hidráulica tem Filtros para sistemas hidráulicos
baixo poder de sucção, instala-se
uma bomba auxiliar (Bomba de Tem a função de reter as partículas insolúveis do fluido. Os filtros, bem
carga) cuja função é alimentar a como os elementos filtrantes, podem ser de diversos tipos e modelos. É
bomba principal. recomendável que o filtro seja dimensionado para permitir a passagem
por três vezes da vazão da bomba.

Figura 73 - Bombas em Paralelo

São utilizadas, em casos onde se


necessita de duas velocidades em
atuadores, uma rápida e outra len-
ta. O rápido com pouca força e o
lento com grande força. Se apli-
ca, também, em casos de sistemas
com circuitos independentes.

Figura 74 – Filtros para Sistemas Hidráulicos


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 79).

Visibilidade da contaminação
O menor limite de visibilidade para o olho é de 40 mícron. Em outras
palavras, uma pessoa normal pode enxergar uma partícula que mede 40
mícron, no mínimo. Isto significa que, embora uma amostra de fluido
hidráulico pareça estar limpa, ela não está, necessariamente, limpa.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 75


Figura 75 – Visibilidade da Contaminação
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 82).

Tipos de filtros
▪▪ Filtro de sucção - 100 a 150 mícron, montados entre o reservatório
e a bomba.

▪▪ Filtro de pressão - 0,1 a 20 mícron são filtros montados antes de


alguns componentes que requeiram um grau de filtragem mais apurado
como: servo-válvulas, motores de pistões axiais, válvulas proporcionais,
entre outros.

76 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪▪ Filtro de retorno - 40 a 80 mícron, são os filtros montados na linha
de retorno do fluido para o reservatório.

Folga típica de componentes hidráulicos

Componente Mícrons
Rolamentos antifricção de rolos e esferas 0,5
Bomba de palheta 0,5-1
Bomba de engrenagem (engrenagem com a tampa) 0,5-5
Servo válvulas (carretel com a luva) 1-4
Rolamentos hidrostáticos 1-25
Rolamentos de pistão (pistão com camisa) 5-40
Servo-válvulas 18-63
Atuadores 50-250
Orifício de servo-válvula 130-450

Tabela 9 – Folga típica de componentes hidráulicos


Fonte: Parker (2008, p. 25).

Razão beta
O grau do meio filtrante, expresso em razão beta, indica a eficiência
média de remoção de partículas. A razão beta é definida pela equação a
seguir:

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 77


Seção 5
Válvulas direcionais
Razão Beta = nº de partículas do lado não filtrado São constituídas de um corpo
nº de partículas do lado filtrado com ligações internas que são
conectadas e desconectadas por
uma parte móvel, o carretel. Para
identificar a simbologia de uma
Exemplo: válvula devemos considerar o nú-
mero de posições, vias, posição
50000
normal e o tipo de acionamento.
Β= =5
10000

1
Eficiência = (1 − ) x100
Β

1
Eficiência = (1 − ) x100 = 80%
5

Para uma razão beta menor que 75, temos um filtro nominal (baixa efi-
ciência) e para uma razão b,eta maior ou igual a 75 temos um filtro ab-
soluto (alta eficiência).

Indicadores de impurezas
Um indicador de impurezas mostra a condição de um elemento filtrante.
Ele indica quando o elemento está limpo, quando precisa ser trocado ou
se está sendo utilizado o desvio.

Sinal Elétrico Indicador Óptico

Figura 76 – Indicadores de Impurezas


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 80).

78 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 77 – Válvulas Direcionais
Fonte: Parker. (2008, 71).

▪▪ Válvula direcional 4/3 vias acionada por solenóide, centrada por


molas, com centro fechado.
▪▪ Número de posições: identificamos pelo número de quadrados da
simbologia e devemos saber que, para ser uma válvula direcional, deve
ter, no mínimo, duas posições.

Número de vias: corresponde ao número de cone-


xões úteis que uma determinada válvula possui

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 79


Tipos de acionamentos: manual ou automático Para facilitar a instalação, as vál-
vulas direcionais são, normalmen-
te, montadas em placas e, estas,
conectadas às tubulações. Segue,
abaixo, as configurações padroni-
zadas de furações.

Tipos de centro: aberto ou fechado

Sobreposição de comando nas válvulas direcionais de carretel deslizante.


Conforme o tipo de êmbolo de comando, ao serem comutadas as vál-
vulas para outra posição de comando, as conexões são fechadas ou in-
terligadas, durante um determinado tempo. Isto é denominado de so-
breposição positiva ou negativa de comando. Sobreposição positiva é
onde todas as conexões fecham-se durante a comutação. Sobreposição
negativa é quando, durante a comutação, todas as conexões estão inter-
ligadas durante um pequeno tempo.

Figura 78 – Sobreposição de Comando


Fonte: Festo Didactic (2001, p. 108).

80 CURSOS TÉCNICOS SENAI


O solenóide é constituído, ba-
sicamente, de um núcleo fixo,
um núcleo móvel, mola de re-
torno e bobina. Quando o so-
lenóide está desenergizado o
núcleo móvel é mantido, atra-
vés da ação de uma mola de re-
torno, afastado do núcleo fixo.
Figura 79 – Configurações Padronizadas de Furações
Fonte: Parker (2008, p. 72).

Figura 80 – Relação entre Tamanho Nominal e Vazão


Fonte: Parker (2008, p. 74).

Solenóides
Como visto, anteriormente, solenóides são componentes eletromecâni-
cos, que transformam energia elétrica em energia mecânica linear. Nos
sistemas hidráulicos e pneumáticos, os solenóides que têm sido, tradi-
cionalmente, utilizados, são do tipo digital. Como a denominação deixa
clara, estes solenóides possuem duas posições de equilíbrio, totalmente
energizado ou totalmente desenergizado. O princípio de operação dos
solenóides, independente do seu tipo construtivo, é bastante similar, po-
dendo ser resumido da seguinte forma:

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 81


O primeiro inconveniente é a excessiva geração de calor no solenóide,
especialmente para solenóides alimentados com corrente alternada e que
operam em equipamentos com uma frequência de acionamentos muito
grande, havendo o risco de queima do solenóide. O segundo inconve-
niente é a necessidade da vedação dinâmica, entre o pino de acionamen-
to e o corpo da válvula, o que pode permitir eventuais vazamentos de
Figura 81 – Válvula Direcional Hidráu- fluido hidráulico para o interior do solenóide e, daí, para o seu exterior.
lica com Acionamento Direto (em
Repouso)
Fonte: Rexroth (2005, p. 168).

Quando é aplicada uma corren-


te elétrica à bobina, esta gera um
campo magnético, o qual atrai o
núcleo móvel que, por sua vez,
desloca o carretel da válvula, dan-
Figura 83 – Solenóide em Banho de Óleo e a Seco
do nova direção ao fluxo do flui-
Fonte: Festo Didactic (1986, p. 42).
do.

Para eliminar este problema, outra concepção de solenóide foi desenvol-


vida, denominado solenóide em banho de óleo. Nesta concepção, o pino
de acionamento e o núcleo móvel estão imersos no fluido hidráulico que
circula através da válvula, estando bobina e núcleo fixos, isolados do
fluido hidráulico, atravwés de um tubo aparafusado no corpo da válvula.
Com esta concepção, é permitido um escoamento contínuo do fluido
hidráulico em torno do núcleo móvel, melhorando a dissipação do calor
gerado na bobina.

Figura 82 – Válvula Direcional Hidráuli- Válvula direcional hidráulica pré-operada


ca com Acionamento Direto (acionada) São válvulas de tamanho nominal grande e de elevada potência hidráu-
Fonte: Rexroth (2005, p. 168).
lica (P x Q), onde uma válvula pequena, comandada por solenóides, é
acionada, deslocando o carretel o qual permite a passagem do óleo que
irá deslocar o êmbolo da válvula principal. Por esse motivo, são chama-
Dentre os solenóides convencio- das de válvulas de duplo acionamento ou eletro-hidráulicas.
nais existem dois tipos construti-
vos básicos: solenóides a seco, e
os solenóides em banho de óleo.
Quanto ao sinal de alimentação,
podem ser alimentados com cor-
rente contínua ou alternada, em
diversos níveis de tensão.
Os solenóides a seco receberam
esta denominação porque todo
o solenóide é isolado do fluido
hidráulico e, portanto, o núcleo
móvel se desloca através de um
espaço de ar quando o solenói-
de é energizado. Estes solenóides
tiveram seu desenvolvimento e
aplicação anterior aos solenóides Figura 84 – Válvula Direcional Hidráulica Pré-Operada
em banho de óleo, encontrando Fonte: Rexroth (2005, p. 171).
aplicação até os dias atuais, apesar
de apresentarem alguns inconve-
nientes.
82 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Seção 6
Atuadores
Os atuadores possuem, como função, a conversão de energia hidráulica
em energia mecânica linear ou rotativa, dependendo de seu tipo cons-
trutivo. Veremos, a seguir, os atuadores mais comuns, encontrados na
indústria.
Atuador linear de dupla ação: realiza trabalho nos dois sentidos (avanço
e retorno).

Figura 85 – Atuador Linear de Dupla Ação


Fonte: Racine (1987, p. 77).

Amortecimento de fim de curso


O amortecimento consiste de coxins* junto ao êmbolo que, ao chega-
rem próximo do fim do curso, encontrarão uma câmara reduzida,
associado a uma válvula de estrangulamento para a regulagem.

Figura 86 – Amortecimento de Fim de Curso


Fonte: Rexroth (2005, p. 119).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 83


Simbologia dos atuadores lineares Simbologia

oscilador
hidráulico.

Seção 7
Válvulas de bloqueio
São, também, chamadas válvula
de retenção e bloqueiam a passa-
Figura 87 – Simbologia dos Atuadores Lineares
gem do fluxo em um sentido, per-
Fonte: SAGGIN (2004, p. 50).
mitindo fluxo reverso livre.
Os componentes internos dos
Atuador rotativo de palhetas motores e das bombas trabalham
(motor hidráulico) submersos em óleo que é, conti- ▪▪ Válvula de retenção sim-
nuamente, retirado por um dreno, ples: permite o fluxo em uma
cujas funções são: direção.

▪▪ lubrificar;
▪▪ refrigerar;
▪▪ impedir a entrada de ar.
Atuador rotativo de pinhão e cre-
malheira (oscilador hidráulico):
são usados para transmitir mo-
vimento rotativo alternado, com
ângulo de rotação limitado.
Figura 88 – Atuador Rotativo de
Palhetas
Fonte:Rexroth, (2005, p. 68).

Simbologia

Figura 89 – Oscilador
Atuador Fonte:Rexroth, (2005, p. 128).

rotativo

84 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 90 – Retenção Simples
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 125).

▪▪ Válvula de retenção pilotada: permite o fluxo em uma direção,


sendo que, na direção contrária, só existirá fluxo quando o êmbolo de
pilotagem receber pressão e abrir a válvula principal.

Figura 91 – Retenção Pilotada


Fonte: Racine (1987, p. 144).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 85


▪▪ Válvula de retenção pilotada geminada

Figura 92 – Retenção Pilotada Geminada


Fonte: Racine (1987, p. 145).

▪▪ Válvula de pré-enchimento ou de sucção: Quando um sistema


requer cilindro de grandes dimensões usa-se válvula de pré-enchimento
(Válvula de retenção pilotada de grande vazão), que facilita o escoa-
mento do óleo para o interior do cilindro, garantindo maior velocidade
à máquina.

86 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Válvula reguladora de
vazão unidirecional
Controlam a vazão em um sen-
tido, permitindo o fluxo reverso
livre.

Figura 93 – Válvula de Pré-Enchimento ou de Sucção


Fonte: Rexroth (2005, p. 158).

Seção 8
Válvulas reguladoras de vazão
As válvulas controladoras de vazão são utilizadas para influenciar na ve-
locidade de movimento dos atuadores, variando-se a área da seção trans-
versal de passagem do fluido. A área do orifício e o elemento controlável
são responsáveis pelo controle, mas, existem outros fatores que afetam o
controle da velocidade, como o diferencial de pressão e a viscosidade do
fluido. Portanto, estes fatores merecem cuidados quando o movimento
exigido for de precisão. Existem válvulas unidirecionais, bidirecionais
com orifício de passagem fixo, variável e com compensação de tempe-
ratura e pressão.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 87


Figura 94 – Reguladora de Vazão Unidirecional
▪▪ Controle na saída (meter
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 134).
out) - controla o fluxo que sai
do atuador. É usado onde a
carga tende a fugir do atuador
Válvula reguladora de vazão com compensação de
ou deslocar-se na mesma direção
pressão. deste.
Podemos encontrar esta válvula com o compensador de pressão antes
ou depois do estrangulamento. O compensador tem a função de manter
o diferencial de pressão constante, antes e depois do estrangulamento,
garantido, assim, uma vazão constante na saída da válvula, mesmo com
alterações de pressão na entrada da válvula.

▪▪ Controle em desvio (bleed


off) - a válvula é instalada na
linha de pressão através de um
“T” e a velocidade é controlada
desviando-se parte do fluxo da
bomba ao tanque.
Figura 95 – Reguladora de Vazão Unidirecional com Compensação de Pressão
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 135).

Métodos de controle
▪▪ Controle na entrada (meter in) - controla o fluxo que entra no
atuador. É usado onde a carga resiste ao movimento do atuador.

88 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Não deve ser aplicado onde a carga tende a fugir do atuador. Tem a
vantagem da bomba não sobrecarregar. A desvantagem está na menor
precisão de controle. O fluxo, em excesso, volta ao tanque através da
V.R.V. e não através da válvula de alívio.

Seção 9
Válvulas reguladoras de Pressão
As válvulas reguladoras de pressão controlam a pressão do sistema. A
maioria é de posicionamento infinito, ou seja, pode assumir diversas po-
sições, desde totalmente aberta até totalmente fechada. Podem ser:

▪▪ válvula de alívio ou limitadoras de pressão (segurança);


▪▪ válvula de descarga;
▪▪ válvula de sequência;
▪▪ válvula redutora de pressão;
▪▪ válvula de contrabalanço, entre outras.

Válvula reguladora de pressão de ação direta

Figura 96 – Válvula Reguladora de Pressão de Ação Direta


Fonte: Parker (2008, p. 109).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 89


Válvula reguladora de pressão de ação indireta

Figura 97 – Válvula Reguladora de Pressão de Ação Indireta


Fonte: Parker (2008, p. 112).

Válvula redutora de pressão de ação indireta

Figura 98 – Válvula Redutora de Pressão de Ação Direta


Fonte: Rexroth (2005, P. 205).

90 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo de circuito utilizando válvula limitadora de pressão Características
(alívio) e válvulas de sequência
Não apresenta vazamentos, pos-
sui rapidez nas respostas, pode
trabalhar lentamente, possui co-
mandos suaves, é versátil e possui
vários tamanhos.
B B

A
Y
A
Y
Exemplos de aplicação:

A B
▪▪ retenção de A para B;
S2
▪▪ retenção de B para A;
S1

P T
▪▪ retenção pilotada.
M

Figura 99 – Exemplo de Aplicação


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009).

Seção 10
Elemento Lógico
É um elemento versátil, pois pode ser usado como:
▪▪ válvula direcional;
▪▪ válvula reguladora de vazão;
▪▪ válvula de retenção simples ou pilotada;
▪▪ válvula reguladora de pressão;
▪▪ entre outras funções combinadas.

Figura 100 – Elemento Lógico


Fonte: Parker (2008, p. 146).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 91


Válvula reguladora de
pressão

Figura 101 – Exemplos de Aplicação


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009).

Limitando-se a elevação do cone principal, o elemento lógico passa a


exercer a função de uma válvula reguladora de vazão.

Figura 104 – Elemento Lógico como


Válvula Reguladora de Pressão
Fonte: Parker (2008, p. 149).

Válvula reguladora de
pressão com despressuri-
zarão por solenóide

Figura 102 – Elemento Lógico como Válvula Reguladora de Vazão


Fonte: Parker (2008, p. 148).

Válvula reguladora de vazão

Figura 103 – Exemplos de Aplicação


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009).

Figura 105 – Elemento Lógico como


Válvula Reguladora de Pressão
Fonte: Parker (2008, p. 149).

92 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Exemplo de aplicação Seção 11
Trocador de calor
Os sistemas hidráulicos se aque-
cem devido ao escoamento de
óleo, pressão, entre outros fatores.
Se o reservatório não for suficien-
te para manter o fluido à tempera-
tura normal de trabalho, ocorrerá
um superaquecimento. Para evitar
isso, são utilizados resfriadores ou
trocadores de calor. Os modelos
mais comuns são ar-óleo e água-
óleo. Veja!

Figura 106 – Exemplo de Aplicação


Fonte: Parker (2008, p. 150).

Sequência de funcionamento elétrico:


▪ Posição de repouso: S1, S2 desligados.
▪ Avanço: S1 ligado.
▪ Retorno: S2 ligado.

Figura 107 – Elemento Lógico como Válvula Reguladora de Vazão


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 93


Trocador de calor ar-óleo

Figura 111 – Acumuladores


Fonte: Adaptado de Parker (2008, p.
137).

Existem acumuladores de peso,


Figura 108 – Trocador de Calor Ar-Óleo de mola, de pistão, de membrana
Fonte: SAGGIN (2004, p. 54). e de bexiga. Dentre os tipos ci-
tados, os de peso e de mola são
Simbologia Simbologia pouco aplicáveis na indústria. Os
mais aplicáveis são os que utili-
zam o gás nitrogênio. O nitrogê-
nio é utilizado, devido às suas ca-
racterísticas de estabilidade com
relação à pressão, ser inerte, não
oferecer perigo de explosão e não
atacar os diversos tipos de elastô-
meros.

Figura 109 – Trocador de calor água-óleo


Quando há necessidade de acu-
Seção 12 mular grandes quantidades de
Acumuladores óleo, de 15 a 80 litros, utilizam-
se acumuladores de êmbolo. Para
volumes menores, de 1 a 30 litros,
Os acumuladores armazenam
utilizam-se acumuladores flexíveis
certo volume de fluido sob pres-
ou elásticos, de membrana ou be-
são para fornecê-lo ao sistema,
xiga. Estes acumuladores se ca-
quando necessário e podem cum-
racterizam por possuírem estan-
prir as seguintes funções:
queidade absoluta.

Figura 110 – Trocador de Calor Água- ▪▪ como equipamento auxiliar de


Óleo emergência;
Fonte: SAGGIN (2004, p. 54).
▪▪ como amortecedor de panca-
das hidráulicas;
▪▪ para aumentar a velocidade de
um atuador; entre outras.

94 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Seção 13
Intensificador de
pressão
Os intensificadores de pressão
(boosters) são dispositivos que con-
vertem fluído à baixa pressão em
fluido à alta pressão, isto é, inten-
sificam a pressão de um sistema
hidráulico.
Figura 112 – Acumuladores de Pistão, Bexiga e Membrana
Fonte: SAGGIN (2004, p. 56).

Simbologia

Acumulador à Acumulador
Acumulador Acumulador
gás (símbolo de
de pistão de bexiga
geral) membrana

Exemplo de circuito com aplicação de acumulador hidráulico

Figura 113 – Exemplo de Aplicação


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 95


Pressostatos
São elementos que convertem
sinal de pressão em sinal elétri-
co. São muito usados no moni-
toramento de pressão máxima e
mínima, em sistemas industriais
hidráulicos. Também, são utiliza-
dos para a emissão de sinais nos
processos de automação, quando
a grandeza medida for pressão.
Atualmente, os mais comuns são
os pressostatos mecânicos e os
eletrônicos.
Figura 114 Intensificadores de Pressão
Fonte: SAGGIN (2004, p. 58).

Seção 14
Instrumentos de medição e controle
São acessórios usados para avaliar e/ou controlar o rendimento dos sis-
temas hidráulicos (pressão, temperatura, nível vácuo, vazão, entre ou-
tros). Os principais instrumentos empregados na hidráulica são:

Manômetros
São equipamentos utilizados para medir pressão. Podemos encontrá-los
de diversas formas construtivas, mas, os mais comuns, são: manômetro
de Bourdon, que pode ser a seco ou em banho de glicerina, para amorte-
cer as vibrações e lubrificar o manômetro e o manômetro digital.

Figura 115 – Manômetros


Fonte: Parker (2008, p. 43).

96 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 117 – Transmissor de Pressão
Fonte: Festo Didactic (2001, p. 80).

Indicadores e controladores de nível e temperatura


São equipamentos instalados no reservatório e podem ser de leitura lo-
cal, como os indicadores de nível e temperatura ou de leitura remota
Figura 116 – Pressostatos analógica que, além de indicarem, localmente, o valor das grandezas me-
Fonte: Rexroth (2005, p. 263). didas, podem enviar sinais padronizados para posterior processamento.

Transdutores eletrôni-
cos de pressão

São dispositivos que geram um


sinal elétrico analógico, propor-
cional ao valor da pressão à que
são submetidos. Este dispositivo
vem sendo, largamente, utilizado
em aplicações como monitoração
e/ou controle de processos en-
volvendo pressão, forças de cilin-
dros, nível de líquidos etc. O sinal
de saída gerado pelo transmissor
pode ser em corrente e/ou em
tensão.

Figura 118 – Indicadores e Controladores de Nível e Temperatura


Fonte: Parker (2008, p. 46).

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 97


Circuitos hidráulicos básicos

1. Circuito de descarga
2. Circuito regenerativo
3. Válvula limitadora de pressão de
descarga diferencial
4. Circuito de descarga de um acumulador
5. Circuito com aproximação rápida e
avanço controlado
6. Descarga automática da bomba
7. Sistema alta-baixa
8. Circuito de controle de entrada do fluxo
9. Circuito de controle de saída do fluxo
10. Controle de vazão por desvio do fluxo
11. Válvula de contrabalanço
12. Circuito com redução de pressão
13. Válvula de contrabalanço diferencial
14. Válvula de retenção pilotada
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

Circuitos Hidráulicos Básicos

As seguintes legendas serão usadas para o código de cores dos desenhos:

Vermelho : Pressão de alimentação ou operação


Amarelo : Restrição no controle de passagem de fluxo
Laranja : Redução de pressão básica do sistema
Verde : Sucção ou linha de drenagem
Azul : Fluxo em descarga ou retorno
Fluido inativo

176
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Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

1. Circuito de descarga

A B

B A
P T

Para o
sistema

Válvulas de controle direcional

M B A

T A P B Válvula limitadora de pressão remota

Sistema principal de alívio


Piloto

Para o
sistema

Retorno
Bomba

Pressão alta-máxima

A válvula de controle direcional não está energizada e, nessa condição a linha de pilotagem da válvula limitadora de
pressão está bloqueada. A pressão do fluido recalcado é determinada pelo pré-ajuste da válvula de pressão.

177
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

1. Circuito de descarga

A B

B A
P T

Para o
sistema

Válvulas de controle direcional

M
B A

T A P B

Sistema principal de alívio


Piloto

Para o
sistema

Retorno

Bomba

Pressão intermediária

O solenóide "B" da válvula direcional é energizado. O carretel muda de posição interligando a linha de pressão da
válvula limitadora de pressão remota com a linha de pilotagem da válvula limitadora de pressão principal.

A pressão do sistema é limitada pela válvula limitadora de pressão remota que, à distância, controla a válvula
limitadora de pressão principal.

178
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

1. Circuito de descarga

A B

B A
P T

Para o
sistema

Válvulas de controle direcional

M B A

T A P B Válvula limitadora de pressão remota

Sistema principal de alívio


Piloto

Para o
sistema

Retorno

Bomba

Recirculando

O solenóide "A" é energizado interligando a conexão de pilotagem da válvula limitadora de pressão principal com a
linha de retorno para o tanque. Realizando esta operação, a única resistência que o fluido encontra é a resistência
da mola que mantém o carretel na sua posição. Isso resulta em uma recirculação do fluxo de óleo para o tanque, a
uma pressão relativamente baixa.

179
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

2. Circuito regenerativo - avanço

Cilindro 2:1

Válvulas de controle direcional

M
T P
Circuito regenerativo
avanço

Fluxo
Fluxo

Cilindro 2:1 Fluxo

O circuito regenerativo que está ilustrado consiste de uma bomba, uma válvula de alívio, uma válvula direcional com
um orifício bloqueado e um cilindro 2:1. Com a válvula direcional na posição mostrada, ambos os lados do pistão do
cilindro estão sujeitos à mesma pressão. O desequilíbrio de força resultante provoca o avanço da haste.

A descarga de fluido do lado da haste é adicionada ao fluxo da bomba. Visto que, em um cilindro 2:1 a descarga de
fluido do lado da haste é sempre a metade do volume que entra do lado traseiro, o único volume que é bombeado
pelo fluxo da bomba é a outra metade do volume que entra do lado traseiro. Para calcular a velocidade da haste de
um cilindro 2:1 quando este está em regeneração, a seção transversal da haste é usada nos cálculos.

180
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

2. Circuito regenerativo - retorno

Cilindro 2:1

M
Válvulas de controle direcional
Circuito regenerativo
retração

T P

fluxo

Cilindro 2:1 fluxo

tanque

Para recuar a haste do cilindro, aciona-se a válvula direcional. A parte traseira do cilindro é drenada para o tanque.
Todo o fluxo e a pressão da bomba são dirigidos para o lado da haste. Visto que a bomba está despejando o
mesmo volume que o da parte traseira (metade do volume da parte traseira) a haste recua à mesma velocidade.

181
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Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

3. Válvula limitadora de pressão de descarga diferencial

Nota sobre
segurança
Para o
sistema

Acumulador
sendo carregado
M

Nitrogênio
pistão

camisa do pistão
cilindro

para o
sistema

Um pistão diferencial é montado em um furo oposto ao plug da válvula piloto. Em cada extremidade do piloto, as
áreas expostas à pressão são iguais. Durante o tempo em que o acumulador está sendo carregado, a pressão em
cada extremidade do pistão é igual.

182
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Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

3. Válvula limitadora de pressão de descarga diferencial

Nota sobre
segurança
para o
sistema acumulador
carregado

nitrogênio

pistão

camisa do
cilindro

para o
sistema

Quando o acumulador é carregado, o pistão é forçado contra o plug e força-o contra o assento. Isso move o carretel
principal contra a mola. A válvula limitadora de pressão é então drenada. Ao mesmo tempo, a válvula de retenção
fecha, impossibilitando a descarga do acumulador através da válvula de alívio. Neste ponto, obtém-se a pressão
máxima no acumulador.

183
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Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

4. Circuito de descarga de um acumulador

Acumulador a B Restrição
fixa

P t
para o
Da bomba sistema

Válvulas de controle direcional

t a p

restrição fixa
válvula globo
para o
da bomba sistema

Acumulador

a B Restrição
fixa

P t

Para o
Válvulas de controle direcional da bomba sistema

t a p b

Restrição fixa válvula globo

para o
da bomba sistema

Em qualquer circuito com acumulador, é necessário um descarregamento automático quando o sistema não está
em uso. Isso pode ser obtido usando uma válvula direcional 4/2 simples solenóide convertida em uma 2/2 simples
solenóide.

No exemplo, a válvula solenóide convertida para duas vias pode ser energizada quando o motor é ligado. Isto
bloqueia o fluxo da válvula e permite o carregamento do acumulador.

184
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Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

5. Circuito com aproximação rápida e avanço controlado

cilindro

válvula de
desaceleração

controle
de fluxo

válvula de
retenção

válvula limitadora
de pressão

Válvulas de
controle direcional

bomba
avanço rápido

Avanço rápido

Em muitos circuitos hidráulicos, um avanço rápido do cilindro é necessário até que a posição de avanço aproxime-
se da área de trabalho. Este circuito é conhecido como um circuito com aproximação rápida e avanço controlado.

Para esta parte do circuito, a válvula direcional foi acionada e o fluxo da bomba é remetido para o cabeçote traseiro
do cilindro. O fluxo de óleo da caixa flui livremente pela válvula de desaceleração. O fluido se movimentará através
da válvula de controle direcional e voltará para o tanque.

185
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
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5. Circuito com aproximação rápida e avanço controlado

cilindro

válvula de
desaceleração

controle
de fluxo

válvula de retenção

Válvulas de
controle direcional

Bomba
Velocidade de trabalho

Velocidade do trabalho

É neste ponto do circuito que o came conectado à ponta da haste do cilindro aciona a válvula de desaceleração.
À medida que o came aciona o rolete, o fluxo através da válvula é gradualmente cortado. Esta válvula permite que
uma carga ligada ao pistão do cilindro seja retardada a qualquer ponto do seu percurso, desde que o amortecimento
ainda não esteja operando.

No restante do percurso, o óleo que sai do lado do cabeçote dianteiro do pistão passará pela válvula de controle de
vazão (ajustada à taxa de trabalho necessária), passando pela válvula de controle direcional e de volta ao tanque.
Deve ser notado que a válvula limitadora de pressão abriu porque o controle de vazão excedeu à resistência do
sistema.

186
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

5. Circuito com aproximação rápida e avanço controlado

cilindro

válvula de
desaceleração

controle
de fluxo

válvula de retenção

Válvulas de
controle direcional

Bomba
Retorno

Retorno

Neste croqui, o fluxo da bomba é direcionado através da válvula de controle até a válvula de retenção, a válvula
de controle de vazão e a válvula de desaceleração. Pelo fato da válvula de retenção oferecer menor resistência, a
maior parte do fluxo passará por ela. O fluido que sai da parte traseira do cilindro é direcionado através da válvula de
controle direcional e de volta ao tanque.

187
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

6. Descarga automática da bomba

Cilindro 1
A B

P
2
P T

Válvula atuada
por came M
2
P

A B

pilotagem p t
Válvulas de controle direcional

bomba

Cilindro avançado

Para fazer um cilindro avançar, a válvula direcional é atuada. Isto direciona o fluxo da bomba para o cabeçote
traseiro do cilindro, bem como fecha a válvula de retenção. Com a válvula de retenção fechada, o fluxo da pilotagem
pára e a pressão de trabalho é obtida.

188
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

6. Descarga automática da bomba

A B
1
P
2
P T

cilindro

válvula atuada
por came 2
P

Válvulas de
controle
direcional
A B

P T
pilotagem

bomba

Cilindro retornando

Para o retorno do cilindro, a válvula de controle direcional é manualmente atuada. Isto direciona o fluxo da bomba
para o cabeçote dianteiro do cilindro. A linha de pilotagem da válvula limitadora de pressão permanece fechada até
o cilindro estar completamente retornado.

189
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

6. Descarga automática da bomba

Bomba em descarga

No final do retorno do cilindro, o came da válvula é atuado. Isto possibilita a passagem do fluido na linha de
drenagem da válvula limitadora de pressão para o tanque. Por sua vez a válvula limitadora de pressão abre,
causando a recirculação da bomba a uma baixa pressão.

190
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

7. Sistema alta-baixa

Operação à baixa pressão

O sistema alta-baixa satisfaz a demanda de um sistema através da combinação de uma bomba de 170 l/min e uma
outra bomba de 19 l/min. Quando o motor elétrico é ligado, a vazão da bomba de 170 l/min passa através da válvula
de retenção somando-se à vazão da bomba de 19 l/min; 189 l/min então passam pelo sistema, possibilitando o
avanço do cilindro a uma pressão relativamente baixa.

191
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
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7. Sistema alta-baixa

Operação à alta pressão

Quando a carga de trabalho é atingida bem como a pressão de trabalho, a pressão da bomba começa a aumentar
contra a válvula limitadora de pressão ajustada para 100 kgf/cm2 .

Quando a pressão chega a 35 kgf/cm2 a válvula de descarga normalmente fechada abre, permitindo que a bomba
de 170 l/min descarregue para o tanque a sua vazão, enquanto a bomba de 19 l/min continua a trabalhar. Esta
operação elimina a geração desnecessária de força pela bomba de 170 l/min.

192
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Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

8. Circuito de controle de entrada do fluxo

No circuito ilustrado, a válvula de controle de fluxo com pressão compensada tipo restritora está regulada para
11 litros/min. A válvula de alívio está regulada a 35 kgf/cm2 . A pressão de trabalho-carga é de 14 kgf/cm2. A mola
do compensador tem um valor de 7 kgf/cm2. Durante a operação do sistema, a pressão de trabalho-carga de
14 kgf/cm2 mais a mola de 7 kgf/cm2 empurra o êmbolo compensador.

A bomba tenta empurrar o seu fluxo total de 20 litros/min através do orifício da válvula de agulha. Quando a pressão
adiante da válvula de agulha alcança 21 kgf/cm2, o êmbolo do compensador se desloca e causa uma restrição ao
fluido que está entrando. A pressão na entrada de controle de fluxo se eleva até o limite de ajuste da válvula de alívio
que está a 35 kgf/cm2. À medida que o fluido passa pela restrição provocada pelo êmbolo compensador, 14 kgf/cm2
dos 35 kgf/cm2 são transformados em calor. A pressão antes da válvula de agulha fica limitada a 21 kgf/cm2.

Desses 21 kgf/cm2, 14 kgf/cm2 são usados para vencer a resistência da carga: 7 kgf/cm2 são usados para provocar
o fluxo pelo orifício da válvula de agulha. A taxa de fluxo, neste caso, é de 11 litros/min. Os restantes 9 litros/min são
descarregados pela válvula de alívio.

193
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

9. Circuito de controle de saída do fluxo

Se a velocidade de um atuador tiver que ser precisa durante todo o tempo de trabalho, pode-se usar o controle de
saída do fluxo com compensação de temperatura e pressão.

Em alguns casos, a carga de trabalho muda de direção (a carga passando sobre o ponto central de um arco) ou
a pressão de carga de trabalho muda subitamente de pressão plena para pressão zero (o caso de uma broca que
rompeu a última película). Isto faz com que a carga dispare.

Uma válvula de controle de fluxo colocada no orifício de saída do atuador controla a taxa de fluxo que sai do
atuador. Este é um circuito com controle na saída, que dá um controle de velocidade positivo aos atuadores usados
em operações de furar, serrar, mandrilar e descarregar. Um circuito com controle na saída é um circuito de controle
de fluxo muito comum.

194
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

10. Controle de vazão por desvio do fluxo

Outro tipo de circuito de controle de fluxo é o circuito de sangria. Neste circuito, a válvula de controle de fluxo não
causa uma resistência adicional para a bomba. Ele opera retornando para o tanque parte do fluxo da bomba à
pressão do sistema existente. Além de gerar menos calor, um circuito de sangria pode também ser mais econômico
do que um circuito com controle na entrada ou um circuito com controle na saída.

Por exemplo, se uma vazão de 380 litros/min tivesse que ser reduzida para 340 litros/min, seria preciso uma válvula
de controle de fluxo de 340 l/min, no caso de um circuito com controle na entrada e, dependendo do tamanho
do cilindro, haveria necessidade de um controle de fluxo de 265 litros/min no caso de um cilindro com controle
na saída. Num circuito de sangria, entretanto, poderia ser usado um controle de fluxo de 38 litros/min. Mesmo
com estas vantagens aparentes, um circuito de sangria não é um circuito de controle de fluxo muito comum. Isso
acontece porque um controle de fluxo, num conjunto de sangria, controla indiretamente a velocidade de um atuador.
Ele pode medir com precisão o fluxo para o tanque, mas se houver vazamento através de vários componentes do
sistema, a velocidade do atuador diminuirá.

Um circuito de sangria pode ser usado em qualquer aplicação que não requeira uma regulagem de fluxo precisa; e
onde a carga ofereça uma resistência constante, como em retíficas, brunidoras e na elevação vertical de cargas.

195
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

11. Válvula de contrabalanço

No circuito de uma prensa, quando a válvula direcional encaminha o fluxo para o cabeçote traseiro do cilindro, o
peso da prensa conectado à haste do cilindro provocará uma queda incontrolável. A vazão da bomba não será
capaz de manter a prensa. Para evitar esta situação, uma válvula de pressão normalmente fechada é colocada
abaixo da prensa.

O carretel da válvula não interligará as vias primárias e secundárias até que a pressão atuante na parte superior do
carretel seja maior do que a pressão desenvolvida pelo peso da prensa (em outras palavras, quando a pressão está
presente no cabeçote traseiro do cilindro).

Desta maneira, o peso da prensa é contrabalanceado através do curso de descida. A válvula de contrabalanço
é controlada pela pressão proveniente da via primária, tão logo ocorra a inversão do fluxo, e a pressão na via
primária cai. O carretel é desatuado. As vias primária e secundária são desconectadas. O fluxo através da válvula é
desbloqueado. Uma vez que o fluxo não passa pela válvula, ele passa pela válvula de retenção (não representada).

196
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

12. Circuito com redução de pressão

Uma válvula redutora de pressão é uma válvula de controle de pressão normalmente aberta. Uma válvula redutora
de pressão é acionada quando sofre a pela pressão do fluido que passou pela válvula. Quando a pressão depois da
válvula é igual à pressão ajustada na válvula, o carretel se fecha parcialmente e causa uma restrição no fluxo. Essa
restrição transforma em calor toda a energia que exceder a da regulagem da válvula.

Se a pressão depois da válvula cair, o carretel abrirá e permitirá que a pressão aumente de novo. O circuito
sincronizado da ilustração requer que o cilindro "B" aplique uma força menor do que a do cilindro "A".

Uma válvula redutora de pressão colocada logo adiante do cilindro "B" permitirá que o fluxo chegue ao cilindro até
que a pressão atinja a do ajuste da válvula. Nesse ponto, o carretel da válvula é atuado, causando uma restrição a
essa linha do circuito. O excesso de pressão adiante da válvula é transformado em calor. O cilindro "B" opera a uma
pressão reduzida.

197
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

13. Válvula de contrabalanço diferencial

A válvula consiste de um corpo com via primária e secundária, passagens de pilotagem interna e externa, carretel,
pistão e mola. É uma válvula normalmente fechada. Assumindo que a mola do carretel está ajustada para
56 kgf/cm2, o pistão se movimenta empurrando o carretel e abrindo a passagem através da válvula.

Se a pressão cai abaixo de 56 kgf/cm2 a válvula fecha. O pistão onde a pressão da pilotagem interna atua tem a
área menor do que a do carretel. A relação de áreas geralmente é de 8:1. Com o piloto externo conectado à linha
do motor, uma pressão de apenas 6,8 kgf/cm2 é necessária para abrir a válvula, desde que atue na parte superior
do carretel com área oito vezes maior que a do pistão. Com a válvula ajustada para 56 kgf/cm2, a válvula irá abrir
quando a linha de pressão da entrada do motor chegar a 7 kgf/cm2.

A pressão na entrada do motor será necessária apenas para girar a carga. Se a carga tender a girar sem controle,
a pressão na entrada do motor cai. A válvula fecha e não reabre até que uma contrapressão de 56 kgf/cm2 seja
gerada.

198
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Informações técnicas Circuitos hidráulicos básicos

14. Válvula de retenção pilotada

Uma válvula de retenção pilotada possibilita fluxo livre da via de entrada para a de saída, exatamente como uma
válvula de retenção comum. O fluxo de fluido, ao passar através da válvula, da saída para a entrada, irá forçar o
assento contra sua sede. O fluxo através da válvula é então bloqueado.

Quando houver pressão suficiente na linha de pilotagem, o pistão é deslocado e retira o assento de sua sede. O
fluxo pode passar através da válvula, da saída para a entrada, até quando houver pressão suficiente de pilotagem.
Com uma válvula de retenção pilotada bloqueando o fluxo que sai do cilindro na "linha B", a carga ficará suspensa
até quando não houver pressão na "linha A".

A válvula de retenção permanecerá aberta enquanto a pressão na "linha A" estiver presente. Para suspender a
carga, o fluxo pode facilmente passar através da válvula, uma vez que esta é a direção de fluxo livre da válvula.

199
Apostila M2001-2 BR Tecnologia hidráulica industrial
Notas Circuitos hidráulicos básicos

200
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Elementos Eletropneumáticos

A energia elétrica apresenta-se como uma alternativa vantajosa no projeto de


circuitos pneumáticos no tocante a parte de comando, face as vantagens de ótima
velocidade de operação, baixo custo dos equipamentos elétricos e a redução de volume
dos componentes, em relação aos dispositivos tradicionais.
Dentre os expoentes dessa modernização dos circuitos pneumáticos,
responsáveis pela possibilidade de automatizar as máquinas acionadas por ar
comprimido, destacam-se :
i) Os Solenóides;
ii) As Eletroválvulas;

iii) Os Relês e Contatores;

iv) Os Sensores;

A introdução destes elementos nos circuitos pneumáticos é sem dúvida uma ação
irrevogável e irreversível.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

1 – SOLENÓIDES

O s solenóides são utilizados como elementos de acionamentos, tanto em


válvulas como também tradicionalmente em relês, contatores ou outros tipos de chaves
magnéticas. Caracterizam-se simplesmente uma bobina e um núcleo magnético, o qual é
atraído para o interior da bobina, quando da sua energização.
Os solenóides podem ser acionados por corrente contínua ou alternada, e
apresentam-se comercialmente disponíveis nas seguintes tensões:

• 220 Vcc / Vca


• 120 Vcc / Vca
• 48 Vcc / Vca
• 24 Vcc / Vca

Solenóides de Corrente Contínua : Apresentam elevada resistência elétrica e


núcleo maciço. Têm baixo nível de ruído;

Solenóides de Corrente Alternada : Devido ao efeito da reatância apresentam


baixa resistência elétrica, entretanto, necessita de um núcleo laminado.
Apresentam um certo nível de ruído, característico de circuitos de corrente
alternada.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

2 – ELETROVÁLVULAS

A s tradicionais válvulas direcionais passam a ser comandadas por solenóides,


em substituição aos acionamentos do tipo piloto ou mecânico. Desse modo, todo o
circuito de comando pneumático pode ser substituído por relês, botões e sensores
eletrônicos, possibilitando a automação dos processos.
Na seqüência, podemos observar as ilustrações de válvulas direcionais acionadas
por solenóides.

Válvula 2/2 vias - Acionamento Direto

Válvula direcional 2/2 vias acionada por solenóide

Observando a figura acima, pode-se verificar que ao energizar o solenóide, o


núcleo é atraído para o seu interior e permitindo a passagem do ar entre as vias "P" e
"A".
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Válvula 3/2 vias - Acionamento Direto

Válvula direcional 3/2 vias acionada por solenóide

Os solenóides são elementos elétricos que não dispõem de uma força mecânica
compatível com a exigência de acionamento da maioria das válvulas. Assim, quase a
totalidade das eletroválvulas são servo-acionadas por solenóides. Entretanto, este servo-
acionamento encontra-se implícito nas eletroválvulas. A atenção especial deve ser
dedicada a casos em que pretende-se acoplar um solenóide a uma válvula preexistente.
A seguir podemos visualizar as ilustrações de algumas válvulas direcionais
servo-acionadas por solenóides:
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Válvula 3/2 vias - Acionamento Indireto

Válvula direcional 3/2 vias servo-acionada por solenóide

Válvula 5/2 vias - Acionamento Indireto

Válvula direcional 3/2 vias servo-acionada por solenóide


Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Válvulas Proporcionais

As válvulas direcionais em geral apresentam dois estados de operação: acionada


(passagem de ar livre) ou desacionada (passagem de ar bloqueada). Assim sendo, ha
apenas a alternativa de energizar ou isolar os solenóides.
Já as válvulas proporcionais possibilitam o controle da vazão ou da pressão do ar
comprimido que flui por elas. Isto é possível, a partir da utilização de uma válvula e um
solenóide especial. O solenóide é denominado de solenóide proporcional. O conjunto é
controlado por um dado valor de tensão e/ou corrente elétrica.

• Vazão

As válvulas proporcionais de vazão são utilizadas para a obtenção precisa de


posicionamento de atuadores e controle de velocidade de motores pneumáticos, e são
ilustradas pela figura abaixo:

Ilustração de uma Válvula proporcional de vazão de 5/3 vias


Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

• Pressão

Para o controle da força de atuação de cilindros e do torque em motores


pneumáticos são utilizadas válvulas proporcionais de pressão. A figura abaixo ilustra
este tipo de válvula.

Válvula proporcional de pressão 3/2 vias

3 – SENSORES

São elementos de sinal responsáveis pela indicação de estados e posições das


máquinas pneumáticas e hidráulicas.
Neste trabalho serão enfocados os sensores eletrônicos, uma vez que tendem a
ocupar integralmente as funções dos tradicionais elementos mecânicos - "micro-
switches" e fins de curso.
Os elementos de sinal eletrônicos convertem as grandezas físicas em sinais
elétricos proporcionais ou do tipo "on-off". Apresentam a vantagem de serem rápidos,
não produzem faiscamento e não necessitam de estabelecer contato físico com o objeto
alvo.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Os principais sensores utilizados em automação pneumática podem ser


classificados na seguinte ordem :

i) Sensores Magnéticos;
ii) Sensores Indutivos;

iii) Sensores Capacitivos;

iv) Sensores Ópticos;

v) Sensores de Pressão;

A seleção destes elementos, a partir da sua variedade, é determinada pelas


características dos objetos a serem monitorados, pela distância de observação e pela
precisão dos resultados.

3.1 - Sensores Magnéticos

Constituem-se por elementos sensíveis a presença de campo magnético. Dentre os


mais utilizados destacam-se os sensores de efeito "Hall" e os sensores tipo "Reed".
Ambos têm a vantagem de ocuparem pequenos volumes e apresentarem elevada vida
útil. Em função da amplitude do campo magnético a ser detectado, geralmente devem
estar fixados próximos ao alvo.

• Sensor Hall

O efeito Hall pode ser melhor entendido a partir da ilustração abaixo, onde a
passagem de corrente elétrica por um condutor, sofre a ação de um campo magnético
externo, provocando uma distribuição desigual da corrente no interior do condutor.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Ilustração do fenômeno de Efeito Hall

A distribuição desigual ou variação na densidade de corrente provoca o


aparecimento de uma diferença de potencial elétrico na direção perpendicular ao campo
magnético e ao sentido da corrente elétrica.

Sensores Eletrônicos de Efeito Hall

A vantagem da aplicação de um sensor do tipo Hall é a possibilidade de utilizar


sinais proporcionais.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

• Sensor Reed

O sensor tipo Reed constitui-se de uma ampola de vidro, onde encontram-se dois
contatos elétricos imersos em um meio inerte. A aproximação de um campo magnético
provoca a atração dos contatos elétricos.

Ilustração de um sensor magnético tipo Reed

Sensores Magnéticos tipo Reed

Ao remover o campo magnético das proximidades do sensor, as lâminas separam-


se novamente, interrompendo o contato elétrico.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

3.2 - Sensores Indutivos


Os sensores indutivos apresentam a característica de sensibilizarem-se com
elementos metálicos e/ou condutores de eletricidade. Estes elementos eletrônicos
produzem um campo magnético, e com a aproximação de um objeto metálico são
induzidas correntes elétricas no mesmo. Este fenômeno provoca um acoplamento
magnético entre sensor e alvo, proporcionando assim, a detecção. Basicamente são
constituídos de um circuito oscilador, um disparador do tipo "schimidt trigger" e um
amplificador.

Diagrama em blocos de um sensor Indutivo

Sensores Eletrônicos do tipo Indutivos

A distância de acionamento para este tipo de sensor é pequena e devem ser


observados o tipo de material a ser monitorado e a distância necessária. Estes sensores
podem alcançar distâncias mais elevadas em função de uma maior área sensora. A área
sensora geralmente é a seção transversal do elemento eletrônico (a maioria destes
sensores tem formato cilíndrico).
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

3.3 - Sensores Capacitivos

De forma similar aos sensores indutivos, os elementos capacitivos apresentam a


característica de sensibilizarem-se com a presença de matéria ou material dielétrico.
Estes elementos eletrônicos produzem um campo elétrico ao redor do sensor, e com a
aproximação de qualquer tipo de objeto são induzidas cargas elétricas neste material.
Este fenômeno provoca o incremento de uma capacitância equivalente entre sensor e
alvo, proporcionando assim, a detecção. Os sensores Capacitivos também são
constituídos de um circuito oscilador, um disparador do tipo "schimidt trigger" e um
amplificador.

Diagrama em blocos de um sensor Capacitivo

De forma análoga, distância de


acionamento para este tipo de sensor é
pequena, e deve ser dada atenção especial
ao acúmulo de material ou pó nas
proximidades do sensor de forma a evitar o
acionamento por engano.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

3.4 - Sensores Ópticos

Os sensores Ópticos têm a característica de detectar qualquer material a distâncias


elevadas, sem a necessidade de estarem em contato mecânico com as partes envolvidas.

O princípio de
funcionamento de um
sensor Óptico está funda-
mentado na presença de
um emissor e um
receptor. A luz gerada
pelo emissor deverá
atingir ou iluminar o
Tipos de Sensores Ópticos disponíveis comercialmente

receptor em intensidade suficiente, para possibilitar a detecção. Com o intuito de


impedir acionamentos indesejáveis por outras fontes de luz de mesmo espectro, os
sensores ópticos emitem luz de forma modulada. Assim, somente seu receptor estará
apto a reconhecer a sua luz emitida. A ilustração abaixo, em diagrama de blocos, pode
representar de uma forma geral o princípio de operação dos sensores ópticos.

Diagrama em blocos de um sensor óptico


Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Dentre os diversos tipos de sensores eletrônicos, os ópticos apresentam a maior


variedade. Para cada tipo de aplicação encontra-se um elemento adequado. Os diversos
tipos de sensores ópticos podem ser divididos em categorias a saber :
• Sensores Ópticos de Reflexão Difusa;
• Sensores Ópticos de Retro - reflexão;
• Sensores Ópticos de Barreira;
• Sensores Ópticos de Fibra Óptica;

• Sensores Ópticos de Reflexão Difusa

Os sensores ópticos de reflexão difusa possuem o emissor e o receptor instalados


no mesmo corpo. Desse modo, a luz produzida pelo emissor determina uma região
iluminada onde a eventual presença de um objeto, provoca a reflexão de forma difusa da
luz incidente, iluminando o próprio receptor e ativando o sensor. A ilustração abaixo,
representa o princípio de operação deste sensor.

Princípio de operação de um sensor óptico de reflexão difusa

Em função de sua potência e características construtivas, estes sensores podem


detectar materiais a até 60 cm de distância. Este alcance pode variar em função das cores
e do tipo de material que compõe o objeto monitorado. Por apresentar emissor e receptor
inseridos em uma única estrutura, apresentam tamanho reduzido e simplicidade de
operação.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

• Sensores Ópticos de Retro - Reflexão

Semelhante ao sensor de reflexão difusa, o retro- reflexivo também apresenta


instalados em um único corpo o emissor e o receptor de luz. Entretanto, a luz produzida
pelo emissor deve refletir em um espelho e retornar ao receptor, como ilustra a figura
abaixo.

Princípio de operação de um sensor óptico de retro- reflexão

Devido a utilização de um espelho refletor este tipo de sensor pode ser utilizado
para distâncias de até 2 metros. Apresenta ainda tamanho reduzido, todavia, devem ser
tomados cuidados na instalação do refletor em relação ao foco de operação.

• Sensores Ópticos de Barreira de Luz

Este tipo de sensor apresenta o emissor e o receptor instalados em corpos


separados . Estes dois elementos, após serem alinhados criam entre si um feixe ou
barreira de luz. A presença de qualquer objeto que bloqueie o feixe de luz provocará o
acionamento do sensor, conforme ilustra a figura abaixo.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

Princípio de operação de um sensor óptico de Barreira

Os sensores ópticos do tipo barreira de luz apresentam um feixe luminoso


bastante direcionado, possibilitando a utilização em distâncias de até 6 metros. Tem a
capacidade de detectar pequenos objetos, mas necessita de muito cuidado na instalação
para o ajuste do foco.

• Sensores Ópticos de Cabos de Fibra Óptica

Os sensores de cabos de fibras ópticas formam o conjunto mais complexo desta


categoria. Os cabos de fibra óptica são um acessório do sensor óptico. O sensor deve ser
apropriado para possibilitar o acoplamento das fibras e o emissor de luz deve ser
preferencialmente do tipo "laser". O princípio de operação é semelhante aos demais
sensores, onde há a possibilidade de utilizar os cabos de fibra óptica com reflexão difusa
até distâncias de 12 cm, e como barreira de luz até 40 cm.
A facilidade de instalação em curvas de raio reduzido e o pequeno tamanho
dos cabos de fibra óptica proporcionam uma gama de aplicações bastante variada.
Entretanto, os sensores de fibra óptica ainda apresentam custos relativamente
altos, e a instalação deve ser realizada com o cuidado no ajuste do foco.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

3.5 - Sensores de Pressão

Os elementos eletrônicos para a monitoração de pressões constituem-se dos


pressostatos tradicionais, elementos tipo "on-off". Todavia, com o advento das válvulas
proporcionais e o constante aumento da automatização das máquinas pneumáticas,
torna-se necessário a monitoração de pressão de forma linear ou analógica. Os sensores
que realizam tal tarefa também são denominados de "Transmissores Eletrônicos de
Pressão", e neste trabalho designaremos apenas por sensores.
Os sensores de pressão baseiam-se em sua maioria na tecnologia piezoresistiva.
Seu princípio de construção consiste em instalar um "strain gauges" (medição de
deformação) em uma pastilha de silício muito fina (0,4 mm de espessura).
Com a aplicação de pressão sobre a pastilha, esta deforma-se proporcionalmente
ao valor da pressão, alterando a resistência elétrica do "strain gauges". Um circuito
eletrônico em ponte, mede esta variação e converte para um valor de tensão ou corrente
proporcional, conforme ilustra a figura abaixo.

Princípio de operação de um sensor de Pressão Eletrônico


Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

3.6 - Conexão dos Sensores Eletrônicos

Quanto à característica de suprimento elétrico, os sensores eletrônicos podem ser


utilizados de duas formas : Corrente Contínua e Corrente Alternada.
Sensores de Corrente Contínua apresentam duas formas de ligações distintas em
função dos circuitos amplificadores que os compõem : Ligações tipo NPN e PNP. Já os
sensores em corrente alternada têm suas ligações do tipo TRIAC.

• Sensores que operam em Corrente Contínua - CC

Os sensores de corrente contínua têm suas saídas configuradas a partir de


transistores do tipo NPN e PNP. Esta diferença é fundamental no momento da conexão
com o circuito elétrico de comando ou com um cartão de entrada de um CLP.
Sensores de corrente contínua apresentam comumente três fios de ligação. Sendo
eles: Alimentação (+), Carga e Neutro (-).
As ligações envolvendo sensores do tipo NPN devem ser realizadas, considerando
a carga conectada aos terminais : Alimentação (+) e Carga. Para os sensores do tipo
PNP, as conexões da carga devem estar entre os terminais: Carga e Neutro (-), conforme
ilustra a figura abaixo.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

• Sensores que operam em Corrente Alternada - CA

Os sensores de corrente alternada apresentam geralmente dois fios de conexão :


fase (F) e neutro (N). Por se tratarem de elementos eletrônicos, seu circuito amplificador
de saída é composto por um TRIAC. Assim, sua ligação com a carga do circuito de
comando ou com um cartão de entrada de um CLP, é do tipo série; conforme ilustra a
figura abaixo.
Apostila de Comandos Eletropneumáticos Parte II - Elementos Eletropneumáticos

3.7 - Simbologia dos Sensores Eletrônicos

De forma análoga aos elementos pneumáticos como as válvulas e os cilindros, os


sensores também apresentam uma simbologia específica. Abaixo, são ilustradas as
principais simbologias de sensores eletrônicos :
Tecnologia Eletropneumática Industrial

12. Componentes dos Circuitos Elétricos


Os componentes elétricos utilizados nos circuitos são As botoeiras pulsadoras invertem seus contatos
distribuídos em três categorias: mediante o acionamento de um botão e, devido à ação
- os elementos de entrada de sinais elétricos, de uma mola, retornam à posição inicial quando cessa
- os elementos de processamento de sinais, o acionamento.
- e os elementos de saída de sinais elétricos.
Botão Liso Tipo Pulsador
Elementos de Entrada de Sinais

Os componentes de entrada de sinais elétricos são


aqueles que emitem informações ao circuito por meio
de uma ação muscular, mecânica, elétrica, eletrônica
ou combinação entre elas. Entre os elementos de
entrada de sinais podemos citar as botoeiras, as
chaves fim de curso, os sensores de proximidade e os
pressostatos, entre outros, todos destinados à emitir
sinais para energização ou desenergização do circuito
ou parte dele.

Botoeiras

As botoeiras são chaves elétricas acionadas


manualmente que apresentam, geralmente, um
contato aberto e outro fechado. De acordo com o tipo
de sinal a ser enviado ao comando elétrico, as Esta botoeira possui um contato aberto e um contato
botoeiras são caracterizadas como pulsadoras ou com fechado, sendo acionada por um botão pulsador liso
trava. e reposicionada por mola. Enquanto o botão não for
acionado, os contatos 11 e 12 permanecem fechados,
permitindo a passagem da corrente elétrica, ao mesmo
tempo em que os contatos 13 e 14 se mantêm abertos,
interrompendo a passagem da corrente. Quando o
botão é acionado, os contatos se invertem de forma
que o fechado abre e o aberto fecha. Soltando-se o
botão, os contatos voltam à posição inicial pela ação
da mola de retorno.

52
Tecnologia Eletropneumática Industrial
As botoeiras com trava também invertem seus contatos Outro tipo de botoeira com trava, muito usada como
mediante o acionamento de um botão, entretanto, ao botão de emergência para desligar o circuito de
contrário das botoeiras pulsadoras, permanecem comando elétrico em momentos críticos, é acionada
acionadas e travadas mesmo depois de cessado o por botão do tipo cogumelo.
acionamento.
Botão Tipo Cogumelo com Trava (Botão de Emergência)
Botão Giratório Contrário

Esta botoeira é acionada por um botão giratório com Mais uma vez, o corpo de contatos e os bornes são os
uma trava que mantém os contatos na última posição mesmos, sendo trocado apenas o cabeçote de
acionada. Como o corpo de contatos e os bornes são acionamento. O botão do tipo cogumelo, também
os mesmos da figura anterior e apenas o cabeçote de conhecido como botão soco-trava, quando é acionado,
acionamento foi substituído, esta botoeira também inverte os contatos da botoeira e os mantêm travados.
possui as mesmas características construtivas, isto é, O retorno à posição inicial se faz mediante um pequeno
um contato fechado nos bornes 11 e 12 e um aberto giro do botão no sentido horário, o que destrava o
13 e 14. Quando o botão é acionado, o contato fechado mecanismo e aciona automaticamente os contatos de
11/12 abre e o contato 13/14 fecha e se mantêm volta à mesma situação de antes do acionamento.
travados na posição, mesmo depois de cessado o
acionamento. Para que os contatos retornem à posição Outro tipo de botão de acionamento manual utilizado
inicial é necessário acionar novamente o botão, agora em botoeiras é o botão flip-flop, também conhecido
no sentido contrário ao primeiro acionamento. como divisor binário, o qual se alterna de acordo com
os pulsos de acionamento no botão de comando, uma
vez invertendo os contatos da botoeira, e uma outra
trazendo-os à posição inicial.

53
Tecnologia Eletropneumática Industrial
Chaves Fim de Curso a passagem da corrente elétrica, enquanto que os
contatos 13 e 14 fecham, liberando a corrente.
As chaves fim de curso, assim como as botoeiras, são Os roletes mecânicos citados podem ser acionados
comutadores elétricos de entrada de sinais, só que em qualquer direção que efetuarão a comutação dos
acionados mecanicamente. As chaves fim de curso contatos das chaves fim de curso.
são, geralmente, posicionadas no decorrer do percurso
de cabeçotes móveis de máquinas e equipamentos Existem, porém, outros tipos de roletes que somente
industriais, bem como das hastes de cilindros comutam os contatos das chaves se forem acionados
hidráulicos e ou pneumáticos. num determinado sentido de direção. São os
chamados roletes escamoteáveis, também
O acionamento de uma chave fim de curso pode ser conhecidos, na indústria, por gatilhos.
efetuado por meio de um rolete mecânico ou de um
rolete escamoteável, também conhecido como gatilho. Esta chave fim de curso, acionada por gatilho, somente
Existem, ainda, chaves fim de curso acionadas por inverte seus contatos quando o rolete for atuado da
uma haste apalpadora, do tipo utilizada em instrumen- esquerda para a direita. No sentido contrário, uma
tos de medição como, por exemplo, num relógio articulação mecânica faz com que a haste do mecanis-
comparador. mo dobre, sem acionar os contatos comutadores da
chave fim de curso.
Chave Fim de Curso Tipo Rolete
Dessa forma, somente quando o rolete é acionado da
esquerda para a direita, os contatos da chave se
invertem, permitindo que a corrente elétrica passe
pelos contatos 11 e 14 e seja bloqueada entre os
contatos 11 e 12. Uma vez cessado o acionamento,
os contatos retornam à posição inicial, ou seja, 11
interligado com 12 e 14 desligado.

Esta chave fim de curso é acionada por um rolete


mecânico e possui um contato comutador formado por
um borne comum 11, um contato fechado 12 e um
aberto 14. Enquanto o rolete não for acionado, a
corrente elétrica pode passar pelos contatos 11 e 12 e
está interrompida entre os contatos 11 e 14. Quando
o rolete é acionado, a corrente passa pelos contatos
11 e 14 e é bloqueada entre os contatos 11 e 12. Uma
vez cessado o acionamento, os contatos retornam à
posição inicial, ou seja, 11 interligado com 12 e 14
desligado.

Uma outra chave fim de curso também acionada por


um rolete mecânico mas, diferentemente da anterior,
apresenta dois contatos independentes, sendo um
fechado, formado pelos bornes 11 e 12, e outro aberto,
efetuado pelos bornes 13 e 14. Quando o rolete é
acionado, os contatos 11 e 12 abrem, interrompendo

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Tecnologia Eletropneumática Industrial
Diante dessa característica comum da maior parte dos
Chave Fim de Curso Tipo Gatilho
sensores de proximidade, é necessária a utilização de
relés auxiliares com o objetivo de amplificar o sinal de
saída dos sensores, garantindo a correta aplicação do
sinal e a integridade do equipamento.

Sensor Capacitivo

Sensores de Proximidade

Os sensores de proximidade, assim como as chaves


fim de curso, são elementos emissores de sinais
elétricos, os quais são posicionados no decorrer do Os sensores de proximidade capacitivos registram a
percurso de cabeçotes móveis de máquinas e presença de qualquer tipo de material. A distância de
equipamentos industriais, bem como das hastes de detecção varia de 0 a 20 mm, dependendo da massa
cilindros hidráulicos e/ou pneumáticos. O acionamento do material a ser detectado e das características
dos sensores, entretanto, não depende de contato determinadas pelo fabricante.
físico com as partes móveis dos equipamentos, basta
apenas que estas partes aproximem-se dos sensores Os sensores de proximidade indutivos são capazes
a uma distância que varia de acordo com o tipo de de detectar apenas materiais metálicos, a uma
sensor utilizado. distância que oscila de 0 a 2 mm, dependendo também
do tamanho do material a ser detectado e das caracte-
Existem no mercado diversos tipos de sensores de rísticas especificadas pelos diferentes fabricantes.
proximidade, os quais devem ser selecionados de
acordo com o tipo de aplicação e do material a ser Sensor Indutivo
detectado. Os mais empregados na automação de
máquinas e equipamentos industriais são os sensores
capacitivos, indutivos, ópticos, magnéticos e ultra-
sônicos, além dos sensores de pressão, volume e tem-
peratura, muito utilizados na indústria de processos.

Basicamente, os sensores de proximidade apresentam


as mesmas características de funcionamento.
Possuem dois cabos de alimentação elétrica, sendo
um positivo e outro negativo, e um cabo de saída de
sinal. Estando energizados e ao se aproximarem do
material a ser detectado, os sensores emitem um si-
nal de saída que, devido principalmente à baixa
corrente desse sinal, não podem ser utilizados para
energizar diretamente bobinas de solenóides ou outros
componentes elétricos que exigem maior potência.

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Tecnologia Eletropneumática Industrial
Os sensores de proximidade ópticos detectam a
Sensor Óptico por Barreira Fotoelétrica
aproximação de qualquer tipo de objeto, desde que
este não seja transparente.
A distância de detecção varia de 0 a 100 mm,
dependendo da luminosidade do ambiente. Normal-
mente, os sensores ópticos são construídos em dois
corpos distintos, sendo um emissor de luz e outro re-
ceptor.
Quando um objeto se coloca entre os dois, interrom-
pendo a propagação da luz entre eles, um sinal de
saída é então enviado ao circuito elétrico de comando.

Outro tipo de sensor de proximidade óptico, muito


usado na automação industrial, é o do tipo reflexivo
no qual emissor e receptor de luz são montados num
único corpo, o que reduz espaço e facilita sua monta-
gem entre as partes móveis dos equipamentos
industriais.
A distância de detecção é entretanto menor,
considerando-se que a luz transmitida pelo emissor
deve refletir no material a ser detectado e penetrar no
receptor, o qual emitirá o sinal elétrico de saída.

Sensor de Proximidade Magnético

Os sensores de proximidade magnéticos, como o mente sobre as camisas dos cilindros dotados de
próprio nome sugere, detectam apenas a presença de êmbolos magnéticos. Toda vez que o êmbolo magnéti-
materiais metálicos e magnéticos, como no caso dos co de um cilindro se movimenta, ao passar pela região
imãs permanentes. da camisa onde externamente está posicionado um
São utilizados com maior freqüência em máquinas e sensor magnético, este é sensibilizado e emite um si-
equipamentos pneumáticos e são montados direta- nal ao circuito elétrico de comando.

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Tecnologia Eletropneumática Industrial
Pressostatos

1 2

Simbologia

Características Técnicas Os pressostatos, também conhecidos como sensores


de pressão, são chaves elétricas acionadas por um
Conexão 1/4" NPT piloto hidráulico ou pneumático.
Faixa de Temperatura -25°C a +65°C Os pressostatos são montados em linhas de pressão
Pressão de Prova 20 bar hidráulica e/ou pneumática e registram tanto o
Faixa de Regulagem 0,2 a 7,5 bar acréscimo como a queda de pressão nessas linhas,
invertendo seus contatos toda vez em que a pressão
Regulagem Diferencial 0,7 a 4,0 bar
do óleo ou do ar comprimido ultrapassar o valor
de Pressão
ajustado na mola de reposição.
Grau de Proteção Conforme DIN 40050: IP 33 Se a mola de regulagem deste pressostato for ajustada
Contatos 16A, 380V (CA) com uma pressão de, por exemplo, 7 bar, enquanto a
12W, 220V (CC) pressão na linha for inferior a esse valor, seu contato
Vida Útil dos Contatos 100.000 Ciclos com Mín. 11/12 permanece fechado, ao mesmo tempo em que
Pressão Diferencial e Máx. o contato 13/14 se mantém aberto.
Carga do Sistema de Quando a pressão na linha ultrapassar os 7 bar
Contato ajustados na mola, os contatos se invertem, abrindo
Cabo Diâmetro de 6 a 14 mm 11/12 e fechando 13/14.
Fluido Ar Comprimido

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Tecnologia Eletropneumática Industrial
Instruções para Regulagem de Pressão

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Tecnologia Eletropneumática Industrial
Elementos de Processamento de Sinais Além de relés auxiliares de 2 contatos abertos ( NA) e
2 contatos fechados ( NF ), existem outros que
Os componentes de processamento de sinais elétricos apresentam o mesmo funcionamento anterior mas com
são aqueles que analisam as informações emitidas ao 3 contatos NA e 1 NF.
circuito pelos elementos de entrada, combinando-as
entre si para que o comando elétrico apresente o com-
portamento final desejado diante dessas informações.
Entre os elementos de processamento de sinais
podemos citar os relés auxiliares, os contatores de
potência, os relés temporizadores e os contadores,
entre outros, todos destinados a combinar os sinais
para energização ou desenergização dos elementos
de saída.

Relés Auxiliares

Os relés auxiliares são chaves elétricas de quatro ou


mais contatos, acionadas por bobinas eletromag-
néticas. Há no mercado uma grande diversidade de Este outro tipo de relé auxiliar utiliza contatos
tipos de relés auxiliares que, basicamente, embora comutadores, ao invés dos tradicionais contatos
construtivamente sejam diferentes, apresentam as abertos e fechados. A grande vantagem desse tipo de
mesmas características de funcionamento. relé sobre os anteriores é a versatilidade do uso de
seus contatos. Enquanto nos relés anteriores a
utilização fica limitada a 2 contatos Na e 2 NF ou 3 NA
Relé Auxiliar e 1 NF, no relé de contatos comutadores podem-se
empregar as mesmas combinações, além de, se
necessário, todos os contatos abertos ou todos
fechados ou ainda qualquer outra combinação dese-
jada. Quando a bobina é energizada, imediatamente
os contatos comuns 11, 21, 31 e 41 fecham em relação
aos contatos 13, 24, 34 e 44, respectivamente, e abrem
em relação aos contatos 12, 22, 32 e 42. Desligando-
se a bobina, uma mola recoloca novamente os
contatos na posição inicial, isto é, 11 fechado com 12
e aberto com 14, 21 fechado com 22 e aberto com 24,
31 fechado com 32 e aberto com 34 e, finalmente, 41
fechado com 42 e aberto em relação ao 44.

Relé Auxiliar com Contatos Comutadores

Este relé auxiliar, particularmente, possui 2 contatos


abertos (13/14 e 43/44) e 2 fechados (21/22 e 31/32),
acionados por uma bobina eletromagnética de 24 Vcc.
Quando a bobina é energizada, imediatamente os
contatos abertos fecham, permitindo a passagem da
corrente elétrica entre eles, enquanto que os contatos
fechados abrem, interrompendo a corrente.
Quando a bobina é desligada, uma mola recoloca
imediatamente os contatos nas suas posições iniciais.

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Tecnologia Eletropneumática Industrial
Contatores de Potência Relé Temporizador com Retardo na Desenergização

Os contatores de potência apresentam as mesmas


características construtivas e de funcionamento dos
relés auxiliares, sendo dimensionados para suportar AZ
correntes elétricas mais elevadas, empregadas na
energização de dispositivos elétricos que exigem
maiores potências de trabalho.

Relés Temporizadores

Os relés temporizadores, também conhecidos como


relés de tempo, geralmente possuem um contato
comutador acionado por uma bobina eletromagnética
com retardo na energização ou na desenergização.

Relé Temporizador com Retardo na Energização

AE

Este outro tipo de relé temporizador apresenta retardo


no desligamento. Q
uando sua bobina é energizada, seu contato comutador
é imediatamente invertido.
A partir do momento em que a bobina é desligada, o
período de tempo ajustado no potenciômetro é
respeitado e somente então o contato comutador
retorna à posição inicial.
Outro tipo de relé temporizador encontrado em
comandos elétricos é o cíclico, também conhecido
como relé pisca-pisca.
Este tipo de relé possui um contato comutador e dois
potenciômetros que controlam individualmente os tem-
pos de retardo de inversão do contato.
Quando a bobina é energizada, o contato comutador
é invertido ciclicamente, sendo que o potenciômetro
Este relé temporizador possui um contato comutador da esquerda controla o tempo de inversão do contato,
e uma bobina com retardo na energização, cujo tempo enquanto que o da direita controla o tempo de retorno
é ajustado por meio de um potenciômetro. Quando a do contato à sua posição inicial.
bobina é energizada, ao contrário dos relés auxiliares
que invertem imediatamente seus contatos, o
potenciômetro retarda o acionamento do contato
comutador, de acordo com o tempo nele regulado. Se
o ajuste de tempo no potenciômetro for, por exemplo,
de 5 segundos, o temporizador aguardará esse período
de tempo, a partir do momento em que a bobina for
energizada, e somente então os contatos são
invertidos, abrindo 11 e 12 e fechando 11 e 14. Quando
a bobina é desligada, o contato comutador retorna
imediatamente à posição inicial. Trata-se, portanto, de
um relé temporizador com retardo na energização.

60
Tecnologia Eletropneumática Industrial
Contadores Predeterminadores Para retornar seu contato comutador à posição inicial
e zerar seu mostrador, visando o início de uma nova
Os relés contadores registram a quantidade de pulsos contagem, basta emitir um pulso elétrico em sua bobina
elétricos a eles enviados pelo circuito e emitem sinais de reset R1/R2 ou simplesmente acionar manualmen-
ao comando quando a contagem desses pulsos for te o botão reset, localizado na parte frontal do
igual ao valor neles programados. Sua aplicação em mostrador.
circuitos elétricos de comando é de grande utilidade,
não somente para contar e registrar o número de ciclos Elementos de Saída de Sinais Luminosos
de movimentos efetuados por uma máquina mas, e Sonoros
principalmente, para controlar o número de peças a
serem produzidas, interrompendo ou encerrando a Os componentes de saída de sinais elétricos são
produção quando sua contagem atingir o valor neles aqueles que recebem as ordens processadas e
determinado. enviadas pelo comando elétrico e, a partir delas,
realizam o trabalho final esperado do circuito. Entre
Contador Predeterminador os muitos elementos de saída de sinais disponíveis
no mercado, os que nos interessam mais diretamente
são os indicadores luminosos e sonoros, bem como
os solenóides aplicados no acionamento eletromag-
nético de válvulas hidráulicas e pneumáticas.
Os indicadores luminosos são lâmpadas incandescen-
tes ou LEDs, utilizadas na sinalização visual de eventos
ocorridos ou prestes a ocorrer. São empregados,
geralmente, em locais de boa visibilidade, que facilitem
a visualização do sinalizador.
Os indicadores sonoros são campainhas, sirenes,
cigarras ou buzinas, empregados na sinalização
acústica de eventos ocorridos ou prestes a ocorrer.
Ao contrário dos indicadores luminosos, os sonoros
são utilizados, principalmente, em locais de pouca
visibilidade, onde um sinalizador luminoso seria pouco
eficaz.

Sinalizadores Luminosos e Sonoros

Este contador predeterminador registra em seu dis-


play o número de vezes que sua bobina for energizada
ou receber um pulso elétrico de um elemento de
entrada de sinal, geralmente de um sensor ou chave
fim de curso. Através de uma chave seletora manual,
é possível programar o número de pulsos que o relé
deve contar, de maneira que, quando a contagem de
pulsos for igual ao valor programado na chave seletora,
o relé inverte seu contato comutador, abrindo 11/12 e
fechando 11/14.

61
Tecnologia Eletropneumática Industrial
Solenóides Quando o campo magnético é gerado, em conseqüên-
cia da energização da bobina, o êmbolo da válvula é
atraído, abrindo ou fechando diretamente as passa-
gens do ar comprimido no interior da carcaça da
válvula.

Os solenóides são bobinas eletromagnéticas que,


quando energizadas, geram um campo magnético
capaz de atrair elementos com características ferrosas,
comportando-se como um imã permanente.
Numa eletroválvula, hidráulica ou pneumática, a bobina
do solenóide é enrolada em torno de um magneto fixo,
preso à carcaça da válvula, enquanto que o magneto
móvel é fixado diretamente na extremidade do carretel
da válvula. Quando uma corrente elétrica percorre a
bobina, um campo magnético é gerado e atrai os mag-
netos, o que empurra o carretel da válvula na direção
oposta à do solenóide que foi energizado. Dessa forma,
é possível mudar a posição do carretel no interior da
válvula, por meio de um pulso elétrico.

Em eletroválvulas pneumáticas de pequeno porte, do


tipo assento, o êmbolo da válvula é o próprio magneto
móvel do solenóide.

62
Referências
▪ COEL. Contador digital de impulso HCW1840. 2010. Disponível em: <http://www.
coel.com.br/produtos.asp>. Acesso em: 08 mar. 2010.

▪ FAMIC Automation Studio 2009. Version 5.6: Famic Technologies Inc, 2009. 1. CD-ROM.

▪ FARGON. Rede de distribuição de ar. 2010. Disponível em: <http://www.fargon.


com.br/catalogos/manual_tratamento_ar.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2010.

▪ FESTO DIDACTIC. Introdução a sistemas eletropneumáticos e eletro-hiráulicos.


São Paulo: Festo Didactic, 2001. 162 p.

▪ ______. Introdução à hidráulica proporcional. São Paulo: Festo Didactic, 1986. 206 p.

▪ HOWDEN. Figure 1: Unidade integrada de compressor de parafusos. 2010. Disponível


em: <http://www.howden.com/pt/Library/HowThingsWork/Compressors/ScrewCom-
pressor.htm>. Acesso em: 10 jan. 2010.

▪ METALTEX. Relé. 2009. Disponível em: <http://www.metaltex.com.br/downloads/


OP.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2009.

▪ ______. Chaves de fim de curso FM7121. 2010. Disponível em: <http://www.metal-


tex.com.br/downloads/FM7.pdf>. Acesso em: 08 mar. 2010.

▪ PARKER. Hidráulica industrial: Apostila M 2001. Elyria, 2008. 232p.

▪ ______. Componentes para o vácuo: Catálogo 1111 BR 1998. Elyria, 1998.

▪ RACINE. Manual de hidráulica básica. 6. ed. Cachoeirinha-RS, 1987. 328p.

▪ REXROTH HIDRAÚLICA. Treinamento hidráulico. Diadema-SP: GrafiK Design,


2005. 278 p. (Volume 1).

▪ SAGGIN, Adagir (Org.). Técnicas de comandos eletro-hidro-pneumáticos. Blume-


nau-SC: SENAI/CTV, 2002. 68 p.

▪ SAGGIN, A. et. al. (Orgs.) Hidráulica e técnicas de comando. Florianópolis: SE-


NAI/SC, 2004. 102 p.

▪ ______. Pneumática e técnicas de comando. Florianópolis: SENAI/SC, 2004. 100 p.

▪ UGGIONI, Natalino. Hidráulica industrial. Porto Alegre-RS: Ed. Sagra Luzzatto,


2002. 131 p.

▪ UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Controladores lógicos


programáveis. Rio de Janeiro: UERJ, 2009. 33 p.

▪ WEG. Dispositivos de Comando e Proteção. Jaraguá do Sul: WEG, 2002. 85 p.

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 101


Anexo
Anexo 1 – Simbologia dos Elementos Pneumáticos
Símbolos gráficos mais utilizados para componentes de sistemas pneumáticos segundo norma
ISO 1219-1.

Linhas de fluxo

Linha de trabalho e retorno

Linha de pilotagem

Indicação de conjunto de funções ou


componentes

Mangueira flexível

União de linhas

Linhas cruzadas e não conectadas

Possibilidade de regulagem (Inclinação


à 45°)

Direção do fluxo

Fluxo pneumático

Sentido de rotação

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 103


Fontes de energia

Motor elétrico

Motor térmico
Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Acoplamentos
Acoplamento

Acoplamento com proteção


Fonte : Software Automation Studio 5.6 (2009)

Compressores

Compressor de deslocamento fixo unidirecional


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Condicionadores de energia

Filtro

Separador com dreno manual

Separador com dreno automático

Filtro com separador e dreno manual

Desumidificador de ar

Lubrificador

Reservatório de ar

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

104 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Válvulas direcionais

3/2 vias

4/3 vias

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Métodos de acionamento

Detente ou trava

Manual

Mecânico (rolete)

Pedal

Alavanca

Botão

Mola

Solenóide

Piloto

Duplo acionamento

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 105


Conversores rotativos de energia

Motor de deslocamento fixo bidirecional

Osciladores

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Conversores lineares de energia

Simples ação ou simples efeito

Dupla ação ou duplo efeito

Haste dupla

Com amortecimento regulável

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Válvulas controladoras de vazão

Orifício fixo

Orifício variável

Orifício variável com retorno livre (by pass)

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

106 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Válvula de retenção

Simples

Válvula alternadora (elemento OU).

Válvula seletora (elemento E).

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Válvula reguladora de pressão

Alívio ou segurança

Redutora de pressão

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Instrumentos e acessórios
Manômetro

Vacuômetro

Termômetro

Medidor de vazão (rotâmetro)

Filtro

Registro fechado

Registro aberto

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 107


Anexo 2 - Simbologia dos Elementos Hidráulicos

Símbolos gráficos mais utilizados para componentes de sistemas hidráulicos (conforme nor-
ma ISO 1219).

Linhas de fluxo
Linha de trabalho e retorno

Linha de pilotagem (x)

Linha de dreno (y)

Mangueira flexível

União de linhas

Linhas cruzadas e não conectadas

Possibilidade de regulagem (Inclinação à 45°)

Direção do fluxo

Fluxo hidráulico

Sentido de rotação

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Fontes de energia/acoplamento

Motor elétrico

Motor térmico

Acoplamento

Acoplamento com proteção


Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

108 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Válvulas direcionais

Válvula direcional 3/2 vias

Válvula direcional 4/3 vias

Válvula direcional proporcional 4/3 vias'

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Métodos de acionamento

Detente ou trava

Manual

Mecânico (rolete)

Pedal

Alavanca

Botão

Mola

Solenóide convencional

Solenóide proporcional

Piloto

Duplo acionamento

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 109


Válvulas controladoras de vazão

Orifício fixo

Orifício variável

Orifício variável com retorno livre (by pass)

Com compensação de temperatura e pressão

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Válvula de retenção

Simples

Pilotada

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Válvula reguladora de pressão


Ação direta Ação indireta

Reguladora de pressão
(alívio)

Sequência

Redutora de pressão

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

110 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Reservatório

Aberto à atmosfera

Pressurizado

Acumulador à gás (símbolo genérico)

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Bombas

Bomba de deslocamento fixo unidirecional

Bomba de deslocamento variável unidirecional


com compensação de pressão

Bomba de deslocamento fixo bidirecional

Bomba de deslocamento variável bidirecional


com compensação de pressão

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 111


Motores, idêntico à simbologia das bombas, invertendo-se, somente, o triângulo interno

Motor de deslocamento fixo unidirecional

Osciladores

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

Atuadores lineares

Atuador linear de simples ação ou simples efeito

Atuador linear de dupla ação ou duplo efeito

Atuador linear de haste dupla

Com amortecimento regulável

Cilindro telescópio

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)

112 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Instrumentos e acessórios

Manômetro

Vacuômetro

Termômetro

Medidor de vazão (rotâmetro)

Pressostato

Transdutor de pressão

Termostato

Fluxostato

Visor ou indicador de nível

Filtro

Bocal de enchimento com filtro

Válvula de bloqueio

Fonte: Software Automation Studio 5.6 (2009)


COMANDOS HIDRÁULICOS E PNEUMÁTICOS 113

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