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Pneumática

Pneumática

 SENAI – 2007

2ª edição, atualização para adaptar uniformização de capas, 2007


Trabalho atualizado com intuito de atender à DITEC 010 v.5.

Atualização Juliano Gonçalves

1ª edição, 2005
Trabalho elaborado pela Escola SENAI “Hermenegildo Campos de Almeida”

Coordenação Adilson Augusto Lázaro


Elaboração Rinaldo Afanasiev
Diagramação Wagner de Campos Sabor
Conteúdo técnico Acervo SENAI – Recursos Didáticos On-line
Revisão Vagner Assumpção Peixoto
Capa Susane Schmieg
Pneumática

SENAI-SP “Hermenegildo Campos de Almeida”


Av. Dr. Renato de Andrade Maia, 601
Guarulhos SP
CEP 07114-000

Telefone (11) 6461-3553


FAX (11) 6468-9090

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Sumário

Histórico 7
Características de uso do ar comprimido 9
Escape de ar 13
Fundamentos das leis físicas dos gases 15
Grandezas, unidades e seus símbolos – Força e Pressão 17
Equivalência entre unidades de pressão 19
Compressores 21
Critérios para escolha de compressores 31
Manutenção de compressores 33
Impurezas 35
Dimensionamento da rede condutora 43
Montagem da rede de distribuição de ar comprimido 49
Unidade de conservação 53
Filtros de ar comprimido 55
Regulador de pressão 57
Lubrificador de ar comprimido 61
Simbologia 63
Composição dos comandos pneumáticos 65
Tipos de acionamentos de válvulas 69
Características de construção em válvulas direcionais 73
Válvulas corrediças 83
Válvulas eletromagnéticas 89
Válvulas de bloqueio 93
Válvula reguladora de fluxo unidirecional 95
Válvula de escape rápido 97
Expulsor pneumático 99
Válvulas de pressão 101
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Válvulas de fluxo 105


Válvulas de fechamento 107
Combinações de válvulas 109
Divisor binário (Flip-Flop) 113
Cilindros 117
Execuções especiais para cilindros 127
Tipos de fixação 129
Componentes de um cilindro 131
Tipos de vedação para êmbolos 133
Cálculo dos cilindros 135
Motores pneumáticos 137
Seqüência de movimentos 141
Tipos de esquemas 149
Denominação dos elementos pneumáticos 155
Símbolos pneumáticos normalizados 159
Símbolos especiais não normalizados 173
Referências bibliográficas 175

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Histórico

“Pelas razões mencionadas e à vista, posso chegar a conclusão de que o homem


dominará e poderá elevar-se sobre o ar mediante grandes asas construídas por si
contra a resistência da gravidade”.
A frase de Leonardo Da Vinci, demonstra apenas uma das muitas possibilidades de
aproveitamento do ar na técnica, o que ocorre hoje em grande escala.
Como meio de racionalização do trabalho, o ar comprimido vem encontrando, cada vez
mais, campo de aplicação na indústria, assim como a água, a energia elétrica, etc.
Somente na segunda metade do século XIX é que o ar comprimido adquiriu
importância industrial. No entanto, a sua utilização é anterior a Da Vinci, que em
diversos inventos dominou e usou o ar.
No Velho Testamento, são encontradas referências ao emprego do ar comprimido: na
fundição de prata, ferro, chumbo e estanho. A história demonstra que, há mais de 2000
anos, os técnicos construíam máquinas pneumáticas, produzindo energia pneumática
por meio de um pistão. Como instrumento de trabalho utilizavam um cilindro de
madeira dotado de êmbolo.
Os antigos aproveitavam ainda a força gerada pela dilatação do ar aquecido e a força
produzida pelo vento.
Em Alexandria (centro cultural vigoroso do mundo helênico), foram construídas as
primeiras máquinas reais, no século III A.C.. Neste mesmo período, Ctesibios fundou a
Escola de Mecânicos, também em Alexandria, tornando-se, portanto, o precursor da
técnica para comprimir o ar. A Escola de Mecânicos era especializada em Alta
Mecânica e na construção de máquinas impulsionadas por ar comprimido.
No século III D.C., Hero, um grego escreveu um trabalho em dois volumes sobre as
aplicações do ar comprimido e do vácuo.
Contudo, a falta de recursos materiais adequados e mesmo incentivos, contribuiu para
que a maior parte destas primeiras aplicações não fossem práticas ou não pudessem
ser convenientemente desenvolvidas. A técnica era extremamente depreciada, a não

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ser que estivesse a serviços de reis e exércitos, para aprimoramento das máquinas de
guerra. Como conseqüência, a maioria das informações perdeu-se por séculos.
Durante um longo período, o desenvolvimento da energia pneumática sofreu
paralisação, renascendo apenas no séculos XVI e XVII, com as descobertas dos
grandes pensadores e cientistas como Galileu, Otto Von Guericke, Robert Boyle,
Bacon e outros, que passaram a observar as leis naturais sobre compressão e
expansão dos gases. Leibinz, Huyghens, Papin e Newcomem, São considerados o pai
da Física Experimental, sendo que os dois últimos consideravam a pressão
atmosférica como uma força enorme contra o vácuo efetivo, o que era objeto das
Ciências Naturais, Filosóficas e da especulação Teológica desde Aristoteles até o final
da da época Escolástica.
Encerrando este período, encontrava-se Evangelista Torricelli, o inventor do barômetro,
um tubo de mercúrio para medir a pressão atmosférica. Com a invenção da máquina a
vapor de Watts, tem início a era da máquina. No decorrer dos séculos, desenvolveram-
se várias maneiras de aplicação do ar, com o aprimoramento da técnica e novas
descobertas. Assim, foram surgindo os mais extraordinários conhecimentos físicos,
bem como alguns instrumentos.
Um longo caminho foi percorrido, das máquinas impulsionadas por ar comprimido na
Alexandria aos engenhos pneumo-eletrônicos de nossos dias. Portanto, o homem
sempre tentou aprisionar esta força para coloca-la a seu serviço, com um único
objetivo: controla-la e faze-la trabalhar quando necessário.
Atualmente, o controle do ar suplanta os melhores graus da eficiência, executando
operações sem fadiga, economizando tempo, ferramentas e materiais, além de
fornecer segurança ao trabalho.
O termo pneumática é derivado do grego Pneumos ou Pneuma (respiração, sopro) e é
definido como parte da Física que se ocupa da dinâmica e dos fenômenos físicos
relacionados com os gases ou vácuos. É também o estudo da conversão da energia
pneumática em energia mecânica, através dos respectivos elementos de trabalho.

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Característica de uso do ar
comprimido

Entende-se como o ar comprimido o ar atmosférico compactado (comprimido) por


meios mecânicos, confinado em um reservatório, a uma determinada pressão.

A pneumática (estudo do movimento dos gases) é um dos conhecimentos mais antigos


do homem, porém, somente após 1950, foi aproveitada na produção industrial.

Nos dias de hoje, o ar comprimido é indispensável, e para a sua utilização nos mais
diferentes ramos industriais instalam-se aparelhos pneumáticos.

Por suas qualidades próprias, o ar comprimido se destaca como elemento principal ou


como recurso auxiliar que pode ser empregado de uma forma simples e rentável para
solucionar muitos problemas de automatização.

Vantagens e desvantagens no uso do ar comprimido

O ar a ser comprimido faz parte de nosso ambiente e se encontra em grande


quantidade, praticamente em todos os lugares. Como o ar comprimido é condicionado
em reservatórios (botijões), seu transporte ou distribuição é muito fácil, (mesmo para
distâncias consideravelmente grandes), o que permite que o ar possa ser utilizado a
qualquer momento que se queira.

Quanto à segurança, o trabalho realizado com ar comprimido, que não é sensível às


mudanças de temperatura ambiental, garante um funcionamento perfeito, mesmo em
situações térmicas extremas. Consequentemente, não exige que se instalem custosas
proteções contra explosão.

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O sistema de filtragem torna o ar comprimido limpo e se eventualmente ocorrer


vazamento nas tubulações, ou em outros elementos mal vedados, o ambiente não
ficará poluído.

Entre as inúmeras vantagens em seu uso, o ar comprimido permite alcançar altas


velocidades de trabalho. Outra vantagem é que os elementos e ferramentas podem ser
carregados até o momento da parada final, sendo, portanto, seguros contra
sobrecargas.

Embora vantajoso, o ar comprimido é um elemento energético relativamente caro, pois


a produção, a armazenagem, bem como a distribuição a máquinas e dispositivos, tem
um alto custo.
Outras condições tornam o ar comprimido menos vantajoso, por exemplo:
• Não é possível manter uniforme e constante a velocidade dos pistões.
• O escape de ar é ruidoso, o que obriga o uso de silenciadores.

Rentabilidade do ar comprimido

Para o cálculo da rentabilidade real do ar comprimido, não devem ser considerados


somente os custos da energia empregada: deve-se levar em conta, também, que o
investimento será compensado quando o equipamento passar a produzir em ritmo
mais econômico, em razão da automatização, barateando o produto.

Esta é a razão de considerarmos também os custos gerais acumulados no processo


para chegarmos à rentabilidade real do ar comprimido.

Vamos a uma aplicação prática, e você vai observar, pelos resultados, como o
emprego do ar comprimido é vantajoso.

Vamos supor a seguinte condição:

Uma carga tem de ser transportada, e para desenvolver a operação dispomos de 1m3
(1000 l ) de ar comprimido em:
• um cilindro (no 1) com 35mm de diâmetro e um curso de 400mm que levanta
volumes de 200N (20kp);
• um segundo cilindro (n0 2) com as mesmas dimensões e um curso de 200mm que
empurra a carga para uma esteira transportadora (veja a figura abaixo).

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Dispomos também de operários, que poderiam executar essa mesma operação com
trabalho braçal.

Com base nesses dados, concluímos que, para ambos os cilindros, serão necessários
8 litros de ar por curso duplo (para cima e para baixo).

Portanto, com 1000 l de ar (1m3) teríamos:

1000 : 8 ⇒ 125

Isso significa que, com um metro cúbico de ar, podemos levantar e empurrar 125
volumes para uma esteira transportadora.

Para transportar os mesmo 125 volumes seriam necessárias algumas horas de


trabalho de vários operários.

Esse exemplo mostra que, com emprego do ar comprimido, podemos reduzir a


utilização do trabalho braçal, principalmente em áreas insalubres e em condições
perigosas. O que leva também a uma redução no custo do produto.

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Escape de ar

Os custos do ar comprimido podem crescer consideravelmente quando ocorrer


vazamento na rede distribuidora.

Para saber qual o volume de ar perdido com um vazamento, é preciso consultar o


diagrama de escape de ar (figura abaixo). No diagrama que está registrado o volume
de ar que pode escapar por uma abertura, a uma determinada pressão. Basta, então,
que você tenha diâmetro do furo e a pressão do ar.

Diagrama de escape de ar

0,5 ( Vazão )
x 60 Minutos
30 m3/h

Com essas referências, e consultando a tabela, você terá a vazão do ar m3/min.

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Veja agora o exemplo a seguir.

Ao constatar irregularidade no funcionamento de uma linha de produção acionada a ar


verificou-se que havia um vazamento na tubulação. Foram levantados, então, a
pressão do ar e o diâmetro do furo na tubulação.

Tendo o futuro 3,5mm de diâmetro e sendo a pressão de 6bar, o diagrama de escape


de ar registra uma vazão de 0,5m3/min.

Conclusão: em uma hora são perdidos

0,5 . 60 = 30 ⇒ 30m3 de ar

Verifique você mesmo, consultando o diagrama.

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Fundamentos das leis físicas


dos gases

Fundamentos das leis físicas dos gases

Você já deve saber que a superfície terrestre está permanentemente envolvida por
uma camada de ar. Essa massa gasosa (ar), denominada de atmosfera, tem a
composição aproximada de:
• 78% de nitrogênio;
• 22% de oxigênio.

Mas não é só isso, pois o ar contém vestígios de dióxido de carbono, argônio,


hidrogênio, neônio, hélio, criptônio, xenônio, etc.

Para melhor compreender as leis e as condições do ar, devemos primeiramente


considerar as grandezas físicas e sua classificação em sistemas de medidas.

Sistemas de medida de grandezas físicas

Em nosso país adotamos as unidades de medida do sistema Internacional (SI), que


você conhece, mas é comum, tanto no Brasil como em outros países o uso de
unidades que não pertencem ao SI, especialmente em disciplinas instrumentais como
Hidráulica, Refrigeração, Pneumática, etc.

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Grandezas, unidades e seus


símbolos força e pressão

No quadro a seguir, você verá algumas grandezas físicas que são importantes no
estudo da Pneumática.

Grandeza Unidade e seus símbolos


(o que se quer medir) SI MK*S CGS
Comprimento (C) metro (m) metro (m) centímetro (cm)
unidade técnica de
Massa (m) quilograma (m) grama (g)
massa (utm)
quilograma - força
Força (F) newton (N) ou kilopond dina (dyn)
(kgf ou kp)
Tempo (t) segundo (s) segundo (s) segundo(s)
grau kelvin (k) grau Celsius ( 0 C)
Temperatura (T) 0 grau Celsius ( 0 C)
grau Celsius ( C) grau fahrenheit ( 0 F)
metro quadrado metro quadrado centímetro
Área (A)
(m2) (m2) quadrado (cm 2 )
centímetro
Volume (V) metro cúbico (m3) metro cúbico (m3)
cúbico(cm3)
centímetro cúbico
metro cúbico por metro cúbico por
Vazão (Q) por segundo
segundo (m3/s) segundo (m3/s)
(cm3/s)
Pressão (p) pascal (Pa) atmosfera (atm) bar (bar)

MKS = Metro, Quilograma, Segundo


CGS = Centímetro, Grama, Segundo

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Força e Pressão

Em Pneumática, força e pressão são grandezas físicas muito importantes.

Força: é um agente capaz de deformar (efeito estático) ou acelerar (efeito dinâmico)


um corpo.

Pressão: dá-se o nome de pressão ao quociente da divisão do módulo (intensidade)


de uma força pela área onde ela atua.

Para compreender a diferença entre força ou pressão, vamos analisar o exemplo a


seguir.

Vamos considerar um peso de 10N suspenso por um gancho.

O peso exerce, sobre o gancho, uma força de 10N, em um ponto bem determinado.

O mesmo peso, apoiado sobre a mesa, exerce uma força de 10N. Só que essa força é
subdividida em outras forças menores, que são distribuídas sobre toda a área de
contato entre o peso e a mesa.

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Equivalência entre unidades


de pressão

ba Pa atm Torr metro da coluna de


Pressão 2 2 atm bar 2
(dyn/cm ) (Nm ) (kp/cm ) (mm de Hg) água
-
1 ba -6 -6 0,102x10 -4 -6
2 1 0,1 (0,987x10 ) 10 5 7,5x10 10,2x10
(dyn/cm )
-
1Pa -5 -5 0,102x10 -3 -6
2 10 1 9,87x10 10 4 7,5x10 10,2x10
(N/m )
- -5
1 atm 1,013x10 1,013x10 1 1,013 1,033 760 10,33
6 5
1 bar 10 10 0,987 1 1,02 750 10,2

1 atm 5 4
2 9,81x10 9,81x10 0,968 0,981 1 736 10
(kp/cm )

1 Torr 3 -3 -3 -3 -3
1,33x10 133 1,31x10 1,36x10 1,36x10 1 13,6x10
(mm de Hg)

1m da
4 3 -2 -2
coluna de 9,81x10 9,81x10 9,68x10 9,81x10 0,1 73,6 1
água

Atenção
O aparelho que mede a pressão (manômetro normal) indica apenas a pressão relativa,
não registra a pressão atmosférica.

Portanto, em termos de pressão absoluta, é necessário somar mais uma atmosfera


(1atm) ao valor indicado no manômetro.

Exemplo
O manômetro indica:

Pressão relativa Pressão absoluta

3atm 3atm + 1 = 4atm


8bar 8bar + 1 = 9bar
5kgf / cm2 5kgf / cm2 +1 = 6kf / cm2
2PSI 2PSI +1 = 16,7PSI
Para o estudo das características físicas de um gás temos de considerar:

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Volume (V)
Pressão (p) ⇒ Variáve is de estado
Temperatura (T)

Transformações gasosas são as variações de volume, pressão e temperatura sofridas


por uma determinada massa gasosa.

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Compressores

Instalação de produção

Para a produção de ar comprimido são necessários compressores. Esses comprimem


o ar até a pressão de trabalho desejada. A maioria dos acionamentos e comandos
pneumáticos funciona através de uma estação central de distribuição de ar
comprimido.

Não é necessário calcular e nem planejar a transformação e transmissão da energia do


ar comprimido para cada equipamento (consumidor) individual. Uma estação
compressora fornece o ar comprimido, já calculado, para os equipamentos, através de
uma tubulação.

Ao projetar a produção ou consumo do ar, devem ser consideradas ampliações e


futuras aquisições de novos equipamentos pneumáticos. Uma ampliação posterior da
instalação torna-se, geralmente, muito cara.

Nas indústrias de mineração, ou para máquinas que mudam freqüentemente de lugar,


são usadas instalações móveis de produção de ar comprimido.

Muito importante é o grau de pureza do ar. Ar limpo garante uma longa vida útil à
instalação. O emprego correto dos diversos tipos de compressores também deve ser
considerado.

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Tipos de compressores

Os vários tipos de compressores estão relacionados diretamente com a pressão de


trabalho e a capacidade de volume de cada compressor exigidos para atender as
necessidades da indústria.

Três tipos de compressores serão abordados:


• Compressor de êmbolo com movimento linear
• Compressor de êmbolo rotativo
• Turbocompressor

Desses, estudaremos em maior profundidade o compressor de êmbolo com


movimento linear e o turbocompressor.

A construção do compressor de êmbolo com movimento linear está baseada no


princípio da redução de volume. Isso significa que o ar da atmosfera é sugado para um
ambiente fechado (câmara de compressão) onde um pistão (êmbolo) comprime o ar
sob pressão.

A construção do turbocompressor baseia-se no princípio de fluxo. Isso significa que o


ar é sugado da atmosfera, através de um dos lados do turbocompressor, e comprimido
de outro, por aceleração de massa (turbina).

Tipos de compressores

Compressor de êmbolo com movimento linear


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Este tipo de compressor é o mais usado, atualmente, porque é apropriado para todos
os tipos de pressão. O campo de pressão pode variar de um bar até milhares de bar.

O compressor de êmbolo com movimento linear pode ser de:


• efeito simples
• duplo efeito
• vários estágios

Compressor de êmbolo de efeito simples

O compressor de êmbolo de efeito simples possui somente uma câmara de


compressão por cilindro, isto é , apenas a parte superior do êmbolo aspira e comprime
o ar.

Compressor de êmbolo de duplo efeito

O compressor de duplo efeito é assim chamado porque tem duas câmaras de


compressão, uma em cada lado do êmbolo, e realiza trabalho no avanço e no retorno.

Compressores de vários estágios

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Para altas pressões, são necessários compressores de vários estágios. O ar aspirado


é comprimido pelo primeiro êmbolo (pistão) e novamente comprimido pelo próximo
êmbolo.

Compressor de dois estágios com refrigeração intermediária

Na compressão e altas pressões é necessária uma refrigeração intermediária, a água


ou o ar, em razão da alta concentração de calor.

Os compressores de êmbolo com movimento linear apresentam grande vantagem, se


forem observadas as seguintes condições:
até 4 bar - um estágio
até 15 bar - dois estágios
acima de 15 bar – três ou mais estágios.

Outras condições possíveis de uso, mas nem sempre econômicas:


até 12 bar - um estágio
até 30 bar - dois estágios
até 220 bar – três estágios

Compressor de membrana (diafragma)

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Esse tipo pertence ao grupo dos compressores de êmbolo. O êmbolo fica separado,
por uma membrana, da câmara de sucção e compressão, isto é, o ar não entra em
contato com as partes deslizantes.

Assim, o ar fica livre de resíduos de óleo, e, por essa razão, os compressores de


membrana são preferidos nas indústrias alimentícia, farmacêutica e química.

Compressor de êmbolo rotativo


Nesse tipo de compressor, os compartimentos se estreitam (diminuem), comprimindo o
ar nos mesmos.

Compressor rotativo multicelular (palhetas)

No compressor rotativo multicelular existe um compartimento cilíndrico, com aberturas


de entrada e saída, onde gira um rotor alojado fora do centro.

O rotor tem, nos rasgos, palhetas que, em conjunto com a parede, formam pequenos
compartimentos (células).

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Quando em rotação, as palhetas são projetadas contra a parede, pela força centrífuga.
Devido à excentricidade de localização do rotor, há uma diminuição e aumento das
células.

As vantagens desses compressores estão em sua construção econômica em espaço,


em seu funcionamento contínuo equilibrado e no uniforme fornecimento de ar, livre de
qualquer pulsação.

Veja o volume de ar fornecido no diagrama de volume e pressão.

Compressor de fuso rosqueado

Dois parafusos helicoidais, de perfis côncavo e convexo, comprimem o ar, que é


conduzido axialmente.

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Compressor tipo Roots

Nesse tipo de compressor, o ar é transportado de um lado para outro, sem alteração de


volume.

A compressão ocorre cada vez que o extremo de um dos êmbolos coincide com a
concavidade do outro êmbolo.

Turbocompressor

Esses compressores trabalham segundo um princípio de aceleração de massa e são


adequados para o fornecimento de grandes vazões.
Os turbocompressores são construídos em duas versões: axial e radial.

Compressor axial

Em ambas as versões, o ar é colocado em movimento por uma ou mais turbinas, e


esta energia de movimento é então transformada em energia de pressão.

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Compressor radial

A compressão, neste tipo de compressor, processa-se pela aceleração do ar aspirado


de câmara para câmara, em direção a saída.

O ar é impelido axialmente para as paredes da câmara e, posteriormente, em direção


ao eixo. Daí, no sentido radial, para outra câmara, e assim sucessivamente.

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Pressão Diagrama de volume e pressão

Volume
Neste diagrama estão indicadas as capacidades, em quantidade aspirada e pressão
alcançada, para cada tipo de compressor.

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30 SENAI - Guarulhos
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Critérios para escolha de


compressores

Os critérios para escolha de compressores envolvem os seguintes itens:

Volume de ar fornecido

Que é quantidade de ar fornecida pelo êmbolo do compressor em movimento. Existem


duas indicações de volume fornecido:
• teórico
• efetivo

O produto do volume do cilindro pela rotação do compressor é o volume teórico


fornecido.

O volume efetivo fornecido é o volume teórico fornecido menos a perda de ar que


ocorre na compressão, e depende do tipo de construção do compressor.

O volume fornecido é indicado em l /min, m3/min ou m3/hora.

SENAI - Guarulhos 31
Pneumática

As normas especificam as condições para a medida de capacidade dos compressores


e estabelecem tolerâncias para os resultados.

A capacidade é expressa pela quantidade de ar livre descarregada, corrigida para as


condições de pressão, temperatura e umidade reinantes na admissão.

O que realmente interessa é o volume efetivo de ar fornecido pelo compressor. É este


que aciona e comanda os equipamentos pneumáticos.

Mesmo assim, muitos fabricantes de compressores baseiam os dados técnicos no


valor teórico do volume de ar fornecido.

Pressão
Há dois tipos de pressão:
• Pressão de regime
• Pressão de trabalho

Pressão de regime é a pressão fornecida pelo compressor e que vai da rede


distribuidora até o consumidor.

Pressão de trabalho é a pressão necessária nos postos de trabalho. Essa pressão é


geralmente de 6 bar e os elementos de trabalho são construídos para essa faixa,
considerada pressão normal ou econômica.

Pressão constante é uma exigência para um funcionamento seguro e preciso.


Dependem da Pressão constante:
• Velocidade,
• Forças,
• Os movimentos temporizados dos elementos de trabalho e de comando.

32 SENAI - Guarulhos
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Manutenção de
compressores

Na instalação compressora, a manutenção do compressor é um fator muito importante,


pois dela dependerão o seu bom funcionamento e a sua rentabilidade. Portanto, é
imprescindível elaborar planos de manutenção e seguir as instruções recomendadas
pelo fabricante.

No plano deverá constar, obrigatoriamente, a verificação do nível do óleo de


lubrificação nos locais apropriados, e particularmente nos mancais de compressor,
motor e cárter, bem como a limpeza dos filtros do ar, e da válvula de segurança do
reservatório de ar, pois, se a mesma falhar, haverá perigo de explosão do reservatório,
ou danificação da máquina.

Irregularidades na compressão

Na compressão de ar, o aquecimento do compressor é considerado normal. Às


vezes, o aquecimento pode ser exagerado devido a uma das seguintes causas:
 falta de óleo no cárter;
 filtro de ar entupido;
 óleo do cárter viscoso demais;
 ventilação insuficiente;
 válvula de recalque quebrada;
 válvula de aspiração presa;
 válvulas sujas;

SENAI - Guarulhos 33
Pneumática

 válvulas presas.

Batidas ou barulho anormal podem ser ocasionados por:


 volante solto;
 válvulas mal assentadas;
 desgaste dos mancais principais;
 jogo nos mancais das buchas;
 folga no desgaste nos pinos que prendem as buchas ou pistões;
 carvão no pistão.

Se os períodos de funcionamento são mais longos que os normais, isto pode ter como
causa:
 válvulas sujas ou empenadas;
 entupimento do filtro de ar;
 depósito de partículas sobre o cilindro;
 perda de ar nas linhas;
 necessidade de maior capacidade de ar.

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Impurezas

Uma preparação adequada do ar comprimido prolonga a vida útil dos elementos


pneumáticos. Portanto, a qualidade do ar comprimido é um fator muito importante a ser
observado. Quando a rede de condutores de ar comprimido não é drenada (pelo
escoamento da água condensada no interior da tubulação) a água pode causar a
corrosão na rede metálica, nos elementos pneumáticos e nas máquinas.

O óleo residual proveniente dos compressores pode produzir, junto com o ar


comprimido, uma mistura de ar e óleo (mistura gasosa).a qual apresenta perigo de
explosão, principalmente quando há temperaturas elevadas ( mais de 333k).

Com a colocação de resfriadores, eliminam-se, de uma maneira geral, as partículas


estranhas, água e óleo.

Resfriador

1. Entrada de ar
2. Saída de ar (refrigerado)
3. Entrada de água de refrigeração
4. Saída de água
5. Peça de refrigeração
6. Separador
7. Saída de água condensada
8. Válvula de segurança

SENAI - Guarulhos 35
Pneumática

Em muitos casos , o que leva a falhas e avarias nas instalações e nos elementos
pneumáticos são as impurezas em formas de partículas de sujeira ou ferrugem que se
acumulam nas tubulações.

A separação primária do condensado é feita no separador, após o resfriador.


A separação final, filtragem e outros tratamentos secundários do ar comprimido, é
executada no local de consumo.

Para isso é necessário atentar especialmente para a ocorrência de umidade.

A água ( umidade ) já penetra na rede pelo próprio ar aspirado pelo compressor.


A incidência da umidade depende, em primeira instância, da umidade relativa do ar
que, por sua vez, depende da temperatura e condições atmosféricas.

Umidade absoluta é a quantidade de água contida em 1m3 de ar.

Quantidade de saturação é a quantidade de água admitida em 1m3 de ar a uma


determinada temperatura.
Nesse caso, a umidade relativa é de 100% (ponto de orvalho).

No diagrama do ponto de orvalho, pode-se observar a quantidade de saturação à


temperatura correspondente.

umidade relativa
umidade relativa = x 100%
quantidade de saturação

Exemplo:
No ponto de orvalho, a 200C, 1m3 de ar contém 17,3g de água.

Limitação dos efeitos por meio de:


• filtragem do ar aspirado;
• utilização de compressores livres de óleo;
• passagem do ar comprimido por um secador, em casos de ocorrência de umidade.

Para isso existem os seguintes processos:


• Secagem por absorção
• Secagem por adsorção
• Secagem por resfriamento

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Diagrama do ponto de orvalho

Exemplo
Para um ponto de orvalho de 313k (400C), 1Nm3 de ar contém 50g de água.

SENAI - Guarulhos 37
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Secagem por absorção

A secagem por absorção é um processo puramente químico. O ar comprimido passa


sobre uma camada solta de um elemento secador (cloreto de cálcio, cloreto de lítio). A
água ou vapor de água que entra em contato com esse elemento combina-se
quimicamente com ele e se dilui na forma de combinação elemento secador água.

Esta mistura deve ser removida periodicamente do absorvedor. A operação pode ser
manual ou automática.

Com o tempo, o elemento secador é consumido e o secador deve ser reabastecido


periodicamente (duas a quatro vezes por ano) conforme o volume de uso. O secador
por absorção separa, ao mesmo tempo, vapor e partículas de óleo. Porém, quantidade
maiores de óleo influenciam no funcionamento do secador. Por isso, é conveniente
antepor um filtro fino ao secador.

O processo de absorção caracteriza-se por:


• montagem simples da instalação;
• desgaste mecânico mínimo, já que o secador não possui peças móveis:
• não necessitar de energia externa

38 SENAI - Guarulhos
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Secagem por adsorsão

A secagem por adsorsão está baseada num processo físico:


adsorção ⇒ fixação de uma substância na superfície de outra substância
O elemento secador é um material granulado com aresta ou em formas de esferas.
Este elemento secador é formado de quase 100% de dióxido de silício. Em geral é
conhecido pelo nome de gel (sílica gel). O ar comprimido úmido é conduzido através
da camada de gel e o elemento secador adsorve a água e o vapor de água.

É evidente que a capacidade de acumulação de uma camada de gel é limitada.


Quando o elemento secador estiver saturado, poderá ser regenerado facilmente: basta
soprar ar quente através da camada saturada e o ar quente absorverá a umidade do
elemento secador. A energia calorífica para a regeneração pode ser gerada também
por eletricidade ou por ar comprimido quente. Mediante a montagem em paralelo de
duas instalações de adsorção uma delas pode estar ligada para secar enquanto a
outra estiver sendo soprada com ar quente (regeneração).

SENAI - Guarulhos 39
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Secagem por resfriamento

O secador de ar comprimido por resfriamento funciona pelo princípio da diminuição da


temperatura do ponto de orvalho. O ponto de orvalho é a temperatura à qual deve ser
resfriado um gás para se obter a condensação do vapor de água contido nele. O ar
comprimido a ser secado entra no secador, passando primeiro pelo trocador de calor a
ar. Mediante o ar frio e seco proveniente do trocador de calor (vaporizador), o ar quente
que está entrando é resfriado. Forma-se um condensado de óleo e água que é eliminado
pelo trocador de calor. Esse ar comprimido pré - resfriado circula através do trocador de
calor (vaporizador) e assim sua temperatura desce até 1,70C, aproximadamente. Desta
maneira, o ar é submetido a uma segunda separação de condensado de água e óleo.

Posteriormente, o ar comprimido pode ainda passar por um filtro fino a fim de eliminar os
corpos estranhos.

40 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Exemplo de cálculo para se determinar a quantidade de água em um certo volume de


ar aspirado:

Quantidade de ar aspirado V = 400m3/h


Pressão P = 8bar
Temperatura T = 323K (500C)
Umidade relativa do ar 60%
Umidade absoluta do ar ?

umidade absoluta do ar
umidade relativa do ar = x 100%
quantidade de saturação

No exemplo, a incógnita é a umidade absoluta do ar:

umidade relativa do ar x quantidade de saturação


umidade absoluta do ar =
100%
No diagrama do ponto de orvalho temos uma quantidade igual a 80g/m3 para uma
temperatura de 323k (500C).

60% . 80g/m 3
umidade absoluta do ar = = 48g/m3
100%

De uma quantidade de ar aspirado de 400m3/h, resulta uma quantidade


de água igual a:

3 3
48g/m . 400m /h = 19200g/h = 19,2kg/h

SENAI - Guarulhos 41
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42 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Dimensionamento da
rede condutora

A necessidade de ar comprimido nas fábricas está crescendo, provocada pelas sempre


crescentes racionalização e automatização das instalações industriais.

Cada máquina, cada dispositivo requer uma quantidade adequada de ar, que é
fornecida pelo compressor, através da rede distribuidora.

Na instalação dessa rede já deve ser prevista a possibilidade de ampliação futura, pois
a montagem de uma nova rede distribuidora, de dimensões maiores que a anterior,
acarretaria despesas muito elevadas.

Essa ampliação deveria ser prevista já no projeto de instalação de compressores,


através da determinação do aumento da demanda de ar e, em decorrência disso, do
aumento da rede de tubulação.

O diâmetro da tubulação deve se escolhido de maneira que, mesmo com um consumo


de ar crescente, a queda de pressão, do reservatório até o consumidor, não ultrapasse
0,1 bar.

Uma queda maior de pressão prejudica a rentabilidade do sistema e diminui


consideravelmente sua capacidade.

A escolha do diâmetro da tubulação não é realizada por quaisquer fórmulas empíricas


ou para aproveitar tubos por acaso existentes em depósito, mas sim considerando:
• volume corrente (vazão);
• comprimento de rede;
• queda da pressão admissível;
• pressão de trabalho;
• número de pontos de estrangulamento na rede.
A escolha de diâmetro da tubulação é facilitada pelo nomograma.
SENAI - Guarulhos 43
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É o nomograma que determina o diâmetro do tubo na rede em relação à pressão.

Na prática, deve-se considerar, para a instalação da rede de tubulação, um maior ou


menor aumento de pressão e conseqüentemente de tubulação.

Cálculo da tubulação

O consumo de ar em um estabelecimento fabril é de 4m3/min (240m3/h).

O aumento previsto em três anos será de 300%, o que resultará em um consumo de


12m3/min (720m3/h).

O consumo total é limitado em 16m3/min (960m3/h).

A tubulação terá 300m de comprimento e será composta por 6 peças em T, 5 cotovelos


normais e 1 válvula de passagem.

A queda de pressão admissível é de ∆ - p = 0,1 bar.

Pressão de trabalho = 8bar.

Considerando os dados acima, e fazendo uso do nomograma, vamos procurar o


diâmetro interno do tubo:
• Ligue com um traço a linha A do nomograma (comprimento da tubulação) à linha B
(volume aspirado);
• Prolongue o traço até a linha C (eixo 1), formando um ponto de interseção com o
eixo 1;
• Ligue agora a linha E (pressão de trabalho) à linha G (queda de pressão), obtendo
assim um ponto de interseção em F (eixo 2);
• Ligue o ponto da interseção da linha F (eixo 2) com o ponto de interseção da linha
C (eixo 1);
• Na linha D (diâmetro interno do tubo) obteremos um ponto de interseção onde
estará registrado o valor do diâmetro do tubo.

Confirma e veja que o resultado é de 90mm de diâmetro.


Nomograma de diâmetro do tubo

44 SENAI - Guarulhos
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Nomograma (Comprimento equivalente)


SENAI - Guarulhos 45
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Para os elementos redutores do fluxo as resistências são transformadas em


comprimento equivalente.

Como comprimento equivalente compreende-se o comprimento linear do tubo reto cuja


resistência à passagem do ar é igual a resistência oferecida pelo elemento em
questão.

A seção transversal do tubo de comprimento equivalente é a mesma do tubo utilizado


na rede.

Por meio de um segundo nomograma pode-se determinar rapidamente os


comprimentos equivalentes.

46 SENAI - Guarulhos
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Comprimento equivalente (segundo nomograma)

6 peças T (90mm) = 6.10,5m = 63m


1 válvula de passagem (90mm) = 32m
5 cotovelos normais (90mm) = 5.1m = 5m
100m

Comprimento da tubulação 300m


Comprimento equivalente 100m
Comprimento total 400m

Possuindo os valores do comprimento total da tubulação (400m), do consumo de ar, da


queda de pressão e da pressão de trabalho, pode-se determinar, através do
nomograma, o diâmetro real necessário.

O diâmetro do tubo, para este exemplo, é de 95mm aproximadamente.

SENAI - Guarulhos 47
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48 SENAI - Guarulhos
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Montagem da rede de
distribuição de ar
comprimido

Em uma rede de distribuição é importante não somente o correto dimensionamento


mas também a montagem das tubulações.

As tubulações de ar comprimido requerem manutenção regular, razão pela qual as


mesmas não devem, se possível, ser montadas dentro de paredes ou de cavidades
estreitas.

O controle da estanqueidade das tubulações seria dificultado por isso.

Pequenos vazamentos são causa de consideráveis perdas de pressão.

Rede de distribuição em circuito aberto

As tubulações, em especial nas redes em circuito aberto, devem ser montadas com um
declive de 1% a 2%, na direção do fluxo.

SENAI - Guarulhos 49
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Por causa da formação de água condensada, é fundamental, em tubulações


horizontais, instalar os ramais de tomadas de ar na parte superior do tubo principal.

Dessa forma, evita-se que a água condensada que eventualmente esteja na tubulação
principal possa chegar às tomadas de ar através dos ramais.

Para interceptar e drenar a água condensada devem ser instaladas derivações com
drenos na parte inferior da tubulação principal.

Tubulação em circuito fechado

Geralmente as tubulações principais são montadas em circuito fechado.

Partindo da tubulação principal, são instaladas as ligações em derivação. Quando o


consumo de ar é muito grande, consegue-se, mediante esse tipo de montagem, uma
alimentação uniforme.

O ar flui em ambas as direções.


50 SENAI - Guarulhos
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Rede combinada

A rede combinada também é uma instalação em circuito fechado, a qual, por suas
ligações longitudinais e transversais, oferece a possibilidade de trabalhar com ar em
qualquer lugar.

Mediante válvulas de fechamento, existe a possibilidade de fechar determinadas linhas


de ar comprimido, quando não forem usadas ou quando for necessário pô-las fora de
serviço, por razões de reparação e manutenção.

Também pode ser feito um controle de estanqueidade.

Fatores de conversão de unidades de pressão

UNIDADE atm Kgf/cm2 bar PSI (lbf/pol2) mmHg


atm 1 1,0333 1,0134 14,697 760
2
kgf/cm 0,9677 1 0,9807 14,223 736
bar 0,9867 1,0196 1 14,503 750
PSI (lbf/pol2) 0,0680 0,0703 0,0689 1 51,719

SENAI - Guarulhos 51
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52 SENAI - Guarulhos
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Unidade de conservação

A unidade de conservação tem a finalidade de purificar o ar comprimido, ajustar uma


pressão constante do ar e acrescentar uma fina neblina de óleo ao ar comprimido, para
fins de lubrificação. Devido a isso, a unidade de conservação aumenta
consideravelmente a segurança de funcionamento dos equipamentos pneumáticos.

A unidade de conservação é uma combinação de:


• Filtro de ar comprimido
• Regulador de ar comprimido
• Lubrificador de ar comprimido

No emprego da unidade de conservação, devem-se observar os seguintes pontos:


1. A vazão total de ar em Nm3/h é determinada para o tamanho da unidade. Demanda
(consumo) de ar muito grande provoca queda de pressão nos aparelhos. Devem-se
observar rigorosamente os dados indicados pelo fabricante.

SENAI - Guarulhos 53
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2. A pressão de trabalho nunca deve ser superior à indicada no aparelho. A


temperatura ambiente não deve ser superior a 50oC (máxima para copos de
material sintético).

Símbolos (unidade de conservação)

Manutenção das unidades de conservação

Filtro de ar comprimido
Quando o filtro não é dotado de dreno automático, o nível de água condensada deve
ser controlado regularmente, pois a água não deve ultrapassar a altura determinada no
copo. A água condensada acumulada pode ser arrastada para a tubulação de ar
comprimido e equipamentos.

Regulador de pressão de ar comprimido


Quando existe um filtro de ar comprimido instalado antes do regulador, dispensa-se
praticamente a manutenção desse regulador.

Lubrificador de ar comprimido
Controlar o nível de óleo no copo reservatório. Sempre que necessário, completar o
óleo até no nível indicado. Filtros de material plástico e copo lubrificador devem ser
limpos somente com querosene. Solventes como “thinner”, acetona, acetatos, etc. não
são recomendados, pois os mesmos atacam o material plástico. Para o lubrificador,
devem ser usados somente óleos minerais de baixa viscosidade (máximo 200 Engler).

54 SENAI - Guarulhos
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Filtros de ar comprimido

Filtro de ar comprimido
A função de um filtro de ar comprimido é reter as partículas de impureza, bem como a
água condensada, presentes no ar que passa por ele.

SENAI - Guarulhos 55
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O ar comprimido, ao entrar no copo, é forçado a um movimento de rotação por meio de


rasgos direcionais. Com isso. por meio de forças centrífuga separam-se impurezas
maiores e as gotículas de água, que se depositam então, no fundo do copo. O
condensado acumulado no fundo do copo deve ser eliminado, o mais tardar, ao atingir
a marca do nível máximo, já que, se isto não ocorrer, será arrastado novamente pelo ar
que passa.

As partículas sólidas, maiores que porosidade do filtro, são retidas por este. Com o
tempo, o acúmulo dessas partículas impede a passagem do ar. Portanto, o elemento
filtrante deve ser limpo ou substituído a intervalos regulares. Em filtros normais, a
porosidade encontra-se entre 30 e 70µm

Filtros mais finos têm elementos com porosidade até 3µm. Se houver acentuada
deposição de condensado, convém substituir a válvula de descarga manual por uma
automática.

Funcionamento do dreno automático

Pelo furo, o condensado atinge a câmara entre as vedações. Com o aumento do nível
do condensado, o flutuador se ergue. A um determinado nível, abre-se a passagem. O
ar comprimido existente no copo passa por ela e desloca o êmbolo para a direita. Com
isso abre-se o escape para o condensado. Pelo escape, o ar só passa lentamente,
mantendo-se, com isso, a saída do condensado, aberta por um tempo ligeiramente
maior.

56 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Regulador de pressão

O regulador de pressão tem por finalidade manter constante a pressão de trabalho


(secundária) independentemente da pressão da rede (primária) e consumo de ar. A
pressão primária tem de ser sempre maior que a secundária.

Regulador de pressão com exaustão (escape)

A pressão é regulada por meio de uma membrana. Uma das faces da membrana é
submetida à pressão de trabalho. Do outro lado atua uma mola cuja pressão é
ajustável por meio de um parafuso de regulagem. Com aumento da pressão de
trabalho, a membrana se movimenta contra a força da mola. Com isso, a secção
nominal de passagem na sede da válvula diminui progressivamente ou se fecha
totalmente. Isto significa que a pressão é regulada pelo fluxo.

SENAI - Guarulhos 57
Pneumática

Na ocasião do consumo, a pressão diminui e a força da mola reabre a válvula. Com


isso, para manter a pressão regulada, há um constante abrir e fechar da válvula. Para
evitar a ocorrência de vibração indesejável sobre o prato da válvula, existe um
amortecimento por mola ou ar. A pressão de trabalho é indicada por um manômetro.
Se a pressão aumentar muito do lado secundário, a membrana é pressionada contra a
mola. Com isso, abre-se a parte central da membrana e o ar em excesso vai pelo furo
de escape para a atmosfera.

Um outro tipo de regulador de pressão existente é o regulador sem abertura para


escape do ar. Neste tipo de regulador, não se permite a saída para a atmosfera do ar
contido no sistema secundário.

Regulador sem abertura de escape

58 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Funcionamento

Por meio de parafusos de ajuste, a mola é tensionada juntamente com a membrana.


Conforme a regulagem da mola, a passagem do primário para o secundário torna-se
maior ou menor. Com isso, o pino, encostado à membrana, afasta ou aproxima a
vedação do assento. Se do lado secundário não houver consumo de ar, a pressão
cresce e força a membrana contra a mola. Desta forma, a mola pressiona o pino para
baixo e a passagem é fechada pela vedação. Somente quando houver demanda de ar
pelo lado secundário é que o ar comprimido do lado primário voltará a passar.

SENAI - Guarulhos 59
Pneumática

60 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Lubrificador de ar
comprimido

Nos elementos pneumáticos encontram-se peças móveis que devem ser submetidas a
lubrificação. Os materiais lubrificantes são necessários para garantir desgaste mínimo
nos elementos móveis, manter tão mínimas quanto possível as forças de atrito e
proteger os aparelhos contra corrosão. Mediante o Lubrificador, espalha-se no ar
comprimido uma névoa adequada de óleo.

Lubrificadores de óleo trabalham, geralmente, segundo o princípio Venturi. A diferença


de pressão ∆ p (queda da pressão) entre a pressão existente antes do bocal
nebulizador e a pressão no ponto estrangulado do bocal será aproveitada para sugar
óleo de um reservatório e misturá-lo com o ar em forma de neblina. O Lubrificador de
ar somente começa a funcionar quando existe um fluxo suficientemente grande.
Quando houver pequena demanda de ar, a velocidade no bocal é insuficiente para
gerar uma depressão (baixa pressão) que possa sugar o óleo do reservatório. Deve-
se, portanto, prestar atenção aos valores de vazão (fluxo) indicados pelo fabricante.

Princípio Venturi

SENAI - Guarulhos 61
Pneumática

Funcionamento do lubrificador

A corrente de ar no lubrificador vai de A para B. A válvula de regulagem H obriga o ar a


entrar no depósito E, pelo canal C. Pelo efeito de sucção no canal C, o óleo é
transportado pelo tubo ascendente L até a câmara D. Nesta câmara, o óleo é gotejado
na corrente de ar e é arrastado.

ÓLEOS RECOMENDADOS
Shell – Shell Tellus C-10
Esso – Turbine Oil-32
Esso – Spinesso-22
Mobil Oil – Mobil Oil DTE-24
Valvoline – Valvoline R-60
Castrol – Castrol Hyspin AWS-32
Lubrax – HR 68 EP
Lubrax – Ind CL 45 Of
Texaco – Kock TEX-100

Mediante o parafuso k, ajusta-se a quantidade de óleo adequada. O desvio do ar


comprimido até o depósito realiza-se através da câmara F, onde se efetua o fenômeno
da aspiração. As gotas grandes demais caem no ambiente E. Somente a neblina ar -
óleo chega à saída B, através do canal G.

62 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Simbologia

Símbolos

Filtro de ar comprimido com dreno manual

Filtro de ar comprimido com dreno automático

Regulador de pressão sem exaustão

Regulador de pressão com exaustão

SENAI - Guarulhos 63
Pneumática

Lubrificador de ar comprimido

Unidade de conservação

Unidade de conservação (símbolo simplificado)

Manômetro

64 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Composição dos comandos


pneumáticos

Os comandos pneumáticos podem ser subdivididos em:


• elementos de trabalho;
• elementos de comando;
• elementos de sinais.

Todos os elementos de comando e de sinais que têm por finalidade influenciar o fluxo
de informações ou energia (em nosso caso o ar comprimido) são denominados
válvulas, independentemente de sua forma construtiva.

As válvulas são subdivididas, segundo suas funções, em cinco grupos:


• Válvulas direcionais
• Válvulas de bloqueio
• Válvulas de pressão
• Válvulas de fluxo (vazão)
• Válvulas de fechamento

Válvulas direcionais
São elementos que influenciam o percurso de um fluxo de ar, principalmente nas
partidas, nas paradas e na direção do fluxo. Em esquemas pneumáticos, usam-se
símbolos gráficos para descrições de válvulas. Estes símbolos não caracterizam os
diferentes tipos de construção, mas somente a função das válvulas.

As válvulas direcionais caracterizam-se por:


• número de posições;
• números de vias;
• posição de repouso;
• tipo de acionamento (comando);
• tipo de retorno (para posição de descanso);
• vazão.

SENAI - Guarulhos 65
Pneumática

As válvulas são simbolizadas graficamente com quadrados. O número de quadrados


unidos indica o número de posições ou manobras distintas que uma válvula pode
assumir.

Para melhor compreensão, tomemos uma torneira comum como exemplo. Esta
torneira poderá estar aberta ou fechada.

Torneira comum

Fechada Aberta

No primeiro desenho, a torneira está fechada e não permite a passagem da água. No


segundo, a torneira aberta permite a passagem da água.

A torneira é representada, graficamente, por dois quadrados.

As vias de passagem de uma válvula são indicadas por linhas nos quadrados
representativos de posições e a direção do fluxo, por setas.

66 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Os fechamentos ou bloqueios de passagem são indicados dentro dos quadrados, com


tracinhos transversais.

Tracinhos externos indicam as conexões ( entrada e saída) e o número de traços


indica o número de vias. Em geral, as conexões são representadas nos quadrados da
direita.

Denominamos posição de repouso ou posição normal de válvula, a posição em que se


encontram os elementos internos quando a válvula não está acionada.

Assim, temos:
• Válvula normal fechada (NF) que não permite passagem do fluído na posição
normal.

• Válvula normal aberta (NA) que permite passagem do fluído na posição normal.

No exemplo da torneira, representado pela figura da página anterior, podemos


caracterizar uma válvula de duas vias, duas posições. Considerando-se que a torneira
na posição normal não permite a passagem da água, ela é normal fechada (NF).

Se a mesma torneira, na posição normal, permitir a passagem da água, ela é normal


aberta (NA).

SENAI - Guarulhos 67
Pneumática

Na representação gráfica de válvulas com 3 posições de comando, a posição do meio


é considerada como posição de repouso.

Triângulo no símbolo representa vias de exaustão do ar.

A denominação de uma válvula depende do número de vias e do número de posições.


As condições NF e NA devem ser observadas nas válvulas de 2 e de 3 vias.

Exemplo

Válvula direcional de 3 vias, 2 posições NF:

Válvula direcional de 4 vias, 3 posições, centro aberto (válvula 4/3 vias, centro aberto)

Para garantir a identificação e ligação corretas das válvulas, marcam-se as vias com
letras maiúsculas (DIN) ou com números (ISO).

Considere-se:

Vias para utilização (saída) A,B,C,D...ou 2,4


Linhas de alimentação (entrada) P ou 1
Escapes (exaustão) R,S,T ou 3,5
Linha de comando (pilotagem) Z,Y,X ou 12,14

68 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Tipos de acionamentos de
válvulas

Conforme a necessidade, os mais diferentes tipos de acionamento podem ser


adaptados às válvula direcionais.

Os símbolos de acionamento desenham-se horizontalmente nos quadrados.

Acionamento por força muscular

Geral

Por botão

Por alavanca

Por pedal

Acionamento mecânico

Por apalpador

Por mola

Por rolete apalpador

Por rolete apalpador


escamoteável
(gatilho)
Acionamento elétrico

SENAI - Guarulhos 69
Pneumática

Por eletroimã com (bobina solenóide):

Um enrolamento ativo

Dois enrolamentos ativos no mesmo sentido

Dois enrolamentos ativos em sentido contrário

Acionamento pneumático
• Acionamento direto

Por acréscimo de pressão (positivo)

Por decréscimo de pressão (negativo)

Por acionamento de pressão diferencial

• Acionamento indireto

Por acréscimo de pressão na válvula de


pré-comando (servopiloto positivo)

Por decréscimo de pressão na válvula de


pré-comando (servopiloto negativo)

Acionamento combinado

Por eletroímã e válvula de pré-comando


(servocomando).

Por eletroímã ou válvula de pré-comando

70 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Com o tipo de acionamento e de retorno à posição de repouso, completa-se a


denominação de uma válvula direcional.

Exemplo
Válvula direcional de 3 vias, 2 posições, acionada por botão. Retorno por mola.

Válvula direcional de 4 vias, 2 posições, acionada diretamente por acréscimo de


pressão. Retorno por mola.

Segundo o tempo de acionamento, distinguem-se:

Acionamento contínuo
Durante o tempo de comutação, a válvula é acionada mecânica, manual, pneumática
ou eletricamente. O retorno efetua-se manual ou mecanicamente pela mola.

Acionamento momentâneo (por impulso)


A válvula é comutada por um impulso. Uma nova comutação é feita por um segundo
impulso, emitido por outro elemento de sinal, repondo a válvula na posição inicial.

Nos circuitos em cadeia em processo automático, empregam-se principalmente os


comandos por impulsos.

SENAI - Guarulhos 71
Pneumática

72 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Características de
construção em válvulas
direcionais

O princípio de construção da válvula determina:


• a força de acionamento;
• a maneira de acionar;
• a possibilidade de ligação;
• tamanho de construção.

Segundo o tipo de construção, as válvulas distinguem-se em dois grupos:


1. Válvulas de sede ou de assento
• esférica
• prato

2. Válvulas corrediças
• longitudinal (carretel)
• plana longitudinal (comutador)
• giratória (disco)

Válvulas de sede ou assento

As ligações em válvulas de sede são abertas e fechadas por esfera, prato ou cone.

A vedação das sedes de válvulas efetua-se de maneira simples, geralmente com


elementos elásticos de vedação.

As válvulas de sede têm poucas peças de desgaste, prolongando assim a vida útil.

SENAI - Guarulhos 73
Pneumática

A força de acionamento é relativamente alta, pois é necessário vencer a força da mola


de retorno e do ar comprimido agindo sobre a área do obturador.

Válvulas de sede esférica


A construção das válvulas de sede esférica é muito simples e de preço vantajoso.
Estas válvulas caracterizam-se por seu pequeno tamanho. O acionamento das válvulas
efetua-se manual ou mecanicamente.

Uma mola pressiona uma esfera contra a sede, evitando que o ar comprimido passe da
ligação de pressão P para o canal A. Por acionamento da haste da válvula, afasta-se
da esfera da sede. Para isso, é necessário vencer a força da mola e a força do ar
comprimido.

Válvula direcional 2/2 vias NF Válvula direcional 3/2 vias NF

Válvulas de sede de prato


Estas válvulas têm uma vedação simples e boa. Seu tempo de comutação é curto e,
assim como as sede esférica, têm uma longa vida útil.

Ao acionar o apalpador, as três ligações, P, A e R, são interligadas entre si num campo


limitado. Isto provoca, quando em movimento lento, o escape livre de um grande

74 SENAI - Guarulhos
Pneumática

volume de ar, que não é aproveitado para o trabalho. Quando isto ocorre, diz-se que
existe exaustão cruzada.

Válvula direcional 3/2 vias NA Válvula direcional 3/2 vias NF

As válvulas concebidas segundo o princípio de sede de prato único são livres de


exaustão cruzada. Não existe perda de ar com uma comutação lenta.

Válvula direcional (sem exaustão cruzada) 3/2 vias NF

Ao acionar o apalpador, fecha-se primeiro a ligação de A para R (exaustão), pois o


apalpador se assenta no prato. Continuando a empurrar, o prato afasta-se da sede,
abrindo passagem de P para A. O retorno efetua-se mediante a pressão da mola.

SENAI - Guarulhos 75
Pneumática

Empregam-se as válvulas direcionais de 3 vias para comandar cilindros de ação


simples ou como emissores de sinais para pilotar válvulas de comando.

Em uma válvula em posição de repouso aberta, fecha-se primeiro a ligação entre P a A


com um prato, e, posteriormente, a passagem de A para R, através do segundo prato.
O retorno do apalpador é por mola.

O acionamento das válvulas pode ser feito manual, mecânica, elétrica ou


pneumaticamente.

Válvula direcional (sem exaustão cruzada) 3/2 vias NA

Uma válvula direcional de 4 vias (4/2), com princípio de sede prato, consiste na
combinação de duas válvulas de 3 vias (3/2), sendo uma válvula em posição inicial
fechada e outra aberta.

Na posição de repouso, estão abertas as vias de P para B e de A para R.

Ao acionar simultaneamente os dois apalpadores, serão fechadas as vias de P para B


e de A para R.

Empurrando ainda mais os apalpadores até os pratos, serão abertas as vias de P para
A e de B para R.

Este tipo de válvula é livre de exaustão cruzada e o retorno a posição inicial é feito
através de molas.

76 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Empregam-se válvulas direcionais de 4 vias em comando de cilindros de ação dupla.

Válvula direcional 4/2 vias

Válvula direcional de 3/2 vias (sede/ prato) acionada pneumaticamente


A comutação da válvula (pilotagem) é feita com ar comprimido pela conexão Z,
deslocando o eixo da válvula contra a mola de retorno.

Exaurindo o sinal de comando Z, o pistão será recolocado na posição inicial por


intermédio da mola.

Válvula direcional 3/2 vias NF (acionamento pneumático)

SENAI - Guarulhos 77
Pneumática

Outro tipo de construção de uma válvula direcional 3/2 vias com princípio de sede de
prato está representado na figura abaixo.

A pressão de comando na conexão Z aciona uma membrana ligada ao pistão de


comutação, afastando o prato de sua sede.

Devido ao tamanho da membrana, a pressão necessária para a comutação é baixa


(1,2bar para uma pressão de trabalho de 6bar). Invertendo as ligações P e R, a válvula
pode ser normal aberta ou normal fechada.

Válvula direcional (pilotada) 3/2 vias NF

A figura anterior mostra uma válvula direcional de 5 vias (5/2) duplo piloto. Trata-se de
uma válvula de construção pequena (tipo miniatura) que trabalha segundo o princípio
de assento flutuante.

Esta válvula é comutada através de impulso em Z e Y, mantendo a posição, mesmo


sendo retirada a pressão de comando. É uma válvula biestável.

Com impulso em Z, o pistão desloca-se. No centro do pistão de comando encontra-se


um prato com anel, vedante, o qual seleciona os canais de trabalho A e B, com o canal
de entrada de pressão P.

78 SENAI - Guarulhos
Pneumática

A exaustão efetua-se através dos canais R ou S. Com impulso em Y, o pistão retorna à


posição inicial.

Válvula direcional 5/2 vias (princípio de assento flutuante)

Válvula direcional de 3/2 vias servocomandada (princípio de sede de prato)

Válvulas com servocomandos têm por finalidade diminuir a força de acionamento em


válvulas direcionais de comando mecânico.

SENAI - Guarulhos 79
Pneumática

A força de acionamento de uma válvula é, geralmente, um fator determinante para o


emprego da mesma.

Válvula direcional 3/2 vias de rolete (servocomandada)

Função
Na posição inicial, o fluxo de ar em P está bloqueado. A válvula piloto é alimentada
através de uma pequena passagem com o canal de alimentação P. O fluxo de ar de
trabalho em A é esgotado em R.

Acionada a alavanca do rolete, abre-se a válvula de servocomando. O ar comprimido


flui para a membrana e movimenta o prato da válvula para baixo. Primeiro , fecha-se a
passagem de A para R, em seguida, abre-se a passagem de P para A..

Soltando a alavanca do rolete, a válvula servocomando impede a passagem do ar para


a membrana e posterior exaustão.

Uma mola recepciona o pistão de comando da válvula principal na posição inicial.

Este tipo de construção de válvula possibilita o seu emprego como uma válvula normal
aberta ou normal fechada.

80 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Para transformar a válvula de normal fechada para normal aberta, basta trocar as
ligações P e R e girar em 180º o cabeçote (unidade de acionamento).

Válvula direcional 3/2 vias NA

Válvula direcional 4/2 vias servo-comandada

SENAI - Guarulhos 81
Pneumática

82 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Válvulas corrediças

São tipos de válvulas direcionais em que os pontos de ligação no corpo da válvula são
interligados e fechados por pistões corrediços, patins chatos ou discos giratórios.

Válvula corrediça longitudinal (carretel)


Esta válvula tem como elemento de comando um pistão que seleciona as ligações
mediante seu movimento longitudinal.

Válvula direcional 5/2 vias, duplo piloto (princípio de corrediça longitudinal)

Não sendo necessário superar a pressão do ar ou da mola (exceto as de retorno por


mola) como nos princípios de sede de assento, a força atuadora é pequena.

Neste tipo de válvula, são possíveis todas as formas de acionamento: manual, elétrico
e pneumático. O mesmo é válido também para o retorno à posição inicial.

O curso é consideravelmente mais longo que em válvulas de assento, assim como os


tempos de comutação.

Nas válvulas corrediças, a vedação interna é problemática. A vedação metal sobre


metal, utilizada em hidráulica, requer ajuste da corrediça no cilindro.

SENAI - Guarulhos 83
Pneumática

Nas válvulas pneumáticas, a folga do carretel não deve ultrapassar 0,005mm. Uma
folga maior provocaria grandes vazamentos internos.

Tipos de vedação entre carretel e cilindro

Sendo muito dispendisioso obter ajustes desta natureza, geralmente veda-se com
anéis “ O - Ring” ou com guarnições tipo copo, pelo processo dinâmico (montados nos
carretéis) ou estático (anéis “O - Ring” no corpo da válvula). As aberturas de passagem
do ar podem ser distribuídas na circunferência das buchas do pistão, evitando, assim,
danificações dos elementos vedantes.

Válvula corrediça longitudinal manual, 3/2 vias N.F

84 SENAI - Guarulhos
Pneumática

A figura mostra uma válvula corrediça plana longitudinal de construção simples,


utilizada como válvula de fechamento, antes das instalações pneumáticas.

Por deslocamento da bucha, unem-se as ligações de P para A ou de A para R.

Válvula corrediça plana longitudinal (comutador)


Esta válvula tem, para sua comutação, um pistão de comando (carretel).

A interligação dos canais é feita, porém, por uma corrediça plana suplementar. A
corrediça ajusta-se automaticamente pela pressão do ar e pela mola montada, obtendo
uma boa vedação ao deslizar.

As câmaras de ar são vedadas por anéis “O - Ring” montados no pistão de comando.

A válvula apresentada é do tipo direcional de 4 vias (4/2), princípio de corrediça plana,


comutação por acréscimo de pressão (piloto positivo).

Mediante um impulso pneumático Y, a corrediça une P com B e A com R. Com impulso


em Z, P une-se com A e B com R.

Válvula direcional de corrediça longitudinal 4/2 vias, duplo piloto positivo

SENAI - Guarulhos 85
Pneumática

Outra válvula de corrediça plana longitudinal difere da anterior pelo tipo de


acionamento; é uma válvula comutadora por alívio de pressão.

Válvula direcional de corrediça plana longitudinal 4/2 vias, duplo piloto negativo

Na válvula direcional de corrediça longitudinal duplo piloto negativo, o ar comprimido


também deve ser enviado a duas câmaras de comando.

Por isso, em ambos os carretéis, existem pequenos orifícios que são ligados com o
canal P. Existindo ar comprimido no canal P, ambos os lados do carretel também ficam
sob pressão.

Como as áreas pressurizadas são iguais, existe equilíbrio de forças.

Esgotado o ar do canal Y,a pressão cai. No lado oposto (Z), com pressão maior, o
carretel é empurrado para o lado despressurizado.

Ao fechar o canal Y, a pressão aumenta outra vez nesta câmara, porém, o carretel
permanece em sua posição (comportamento biestável) até que, por exaustão, suceda
uma comutação em sentido contrário. Em muitos casos, o emprego destas válvulas em
formação de comando resulta em simplicidade e baixo custo. Entretanto, caso haja um
rompimento na tubulação de comando ou vazamento, a válvula será comutada.

Válvula corrediça giratória (disco)


As válvulas deste tipo geralmente são construídas para acionamento manual ou pedal,
pela dificuldade em adaptar-se outro tipo de acionamento a elas. São, na maioria dos
casos, de 3/3 ou de 4/3 vias.
86 SENAI - Guarulhos
Pneumática

A figura a seguir representa a posição central na qual os canais estão fechados.


Devido a isso, a haste de pistão de um cilindro pode parar em qualquer posição de seu
curso, porém essas posições intermediárias não podem ser fixadas com exatidão. Por
causa da compressibilidade do ar comprimido, caso haja modificação de carga, a haste
do pistão poderá também ocupar outra posição, numa válvula de mesmo princípio
construtivo, porém com outro tipo de interligação de canais na posição inicial (centro
aberto).

Nesta válvula, os canais A e B estão abertos para a atmosfera.

Quando a válvula estiver na posição central, o êmbolo do cilindro poderá ser desligado
manualmente para a posição desejada em seu curso.

Válvula corrediça giratória, centro fechado Válvula corrediça giratória, centro aberto

SENAI - Guarulhos 87
Pneumática

Vazão em válvulas
Vazão é a quantidade de fluído que passa através da secção de uma tubulação em
uma unidade de tempo. Tratando-se de válvulas, geralmente os fabricantes fornecem
os valores da vazão por ser um fator importante na utilização das mesmas. A vazão
está diretamente ligada ao volume, à velocidade dos cilindros, aos números de
comandos, à queda de pressão, etc.

A quantidade de ar passante poderá ser mantida


através de um medidor de vazão (por exemplo, um rotâmetro).

Unidades mais utilizadas


m 3 /s l /min
3
cm /h GPM (galão/min)

m 2 /h Nm 3 /h (para ar), etc.

88 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Válvulas eletromagnéticas

São válvulas de acionamento eletromagnético de grande utilização em comandos com


distância relativamente grande entre o local emissor e o receptor ou onde a rapidez do
sinal de comando é importante.

Utilizam-se estas válvulas quando os sinais de comando provêm de aparelhos elétricos


ou eletrônicos como temporizadores “timers” elétricos, chaves fim de curso,

pressostatos, etc.

Válvulas de acionamento eletromagnético, comumente chamadas de válvulas


solenóides, dividem-se em válvulas de comando direto e válvulas com servocomando
(comando indireto). As de comando direto empregam-se apenas para pequenas
secções de passagem. Para passagem maiores, empregam-se as válvulas com
servocomando.

SENAI - Guarulhos 89
Pneumática

Válvula direcional 3/2 vias NF (acionamento magnético direto)


Quando energizada a bobina, o induzido (núcleo) é puxado para cima, vencendo a
força da mola, intercalando os canais P e A. O canal R é fechado pela extremidade
superior do induzido. Cessando o acionamento da bobina, a mola pressiona o
induzido contra a sede inferior da válvula e interrompe a ligação de P para A,
retornando à posição inicial. O ar do canal A escapa pelo R.

Este tipo de válvula permite exaustão cruzada. Para válvulas de maior porte ou de
grande vazão, este tipo de construção seria antieconômico, pois as bobinas seriam
muito grandes.

Para poder manter pequena a construção das válvulas eletromagnéticas, empregam-


se solenóides com servocomando. Estas são formadas de duas válvulas: uma válvula
solenóide com servo, de dimensões reduzidas, e uma válvula principal, acionada pelo
ar do servo.

90 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Válvula direcional 4/2 vias (solenóide e servocomando)

Na posição de repouso, o ar flui de P para B e a exaustão de A para B.

Da válvula principal, da alimentação P, deriva uma passagem para a sede da válvula


de servocomando. O núcleo da bobina mantém a passagem fechada, pressionado por
uma mola. Energizada a bobina, o induzido afasta-se e o ar flui para o pistão de
comando da válvula principal, afastando o prato da sede.

O ar flui de P para A e a exaustão de B para R.

Ao desenergizar a bobina, a mola pressiona o induzido sobre a sede e fecha o canal


do ar piloto. Sem pressão no pistão de comando da válvula principal, o mesmo será
recuado por uma mola à posição inicial.

SENAI - Guarulhos 91
Pneumática

92 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Válvulas de bloqueio

Válvulas de bloqueio são aparelhos que impedem a passagem do fluxo de ar em uma


direção, dando passagem na direção oposta. Internamente, a própria pressão aciona a
peça de vedação positiva e ajusta, com isto, a vedação da válvula.

Válvula de retenção

Esta válvula pode fechar completamente a passagem do ar em um sentido


determinado. Em sentido contrário, o ar passa com a mínima queda possível de
pressão. O bloqueio do fluxo pode ser feito por cone, esfera, placa ou membrana. Há
dois tipos de válvulas de retenção:
• retenção com mola
• retenção sem mola

Símbolos

Com contrapressão (mola), dá-se o bloqueio do ar


quando a pressão de saída é maior ou igual à pressão
de entrada.

Na retenção sem mola, o bloqueio é feito pela própria


pressão do ar na peça de vedação.

Válvula alternadora (função lógica “OU”)


SENAI - Guarulhos 93
Pneumática

Esta válvula tem duas entradas P1 e P2 e uma saída, A. Entrando ar comprimido em


P1, a esfera fecha a entrada P2 e o ar flui de P1 para A. Quando o ar flui de P2 para A,
a entrada P1 é bloqueada.

Com pressões iguais e havendo coincidência de sinais P1 e P2, prevalecerá o sinal


que chegar primeiro. Em caso de pressões diferentes, a pressão maior fluirá para A.

A válvula alternadora é empregada quando há necessidade de enviar sinais de lugares


diferentes a um ponto comum de comando.
Exemplo

No de Válvulas = número de sinais menos (-) 1

94 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Válvula reguladora de fluxo


unidirecional

Nesta válvula, a regulagem do fluxo é feita somente em uma direção. Uma válvula de
retenção fecha a passagem numa direção e o ar pode fluir somente através da área
regulada. Em sentido contrário, o ar passa livre através da área de retenção aberta.
Empregam - se estas válvulas para a regulagem da velocidade em cilindros
pneumáticos.

Válvula reguladora de fluxo unidirecional com acionamento mecânico

SENAI - Guarulhos 95
Pneumática

Está válvula é utilizada para alterar a velocidade de um cilindro de ação simples ou


dupla, durante o seu trajeto. Pode servir como um elemento auxiliar de amortecimento
de fim de curso.

Por meio de um parafuso pode - se regular a velocidade - base. Um came, que força o
rolete para baixo, regula a secção transversal de passagem e o fluxo de ar em um
sentido.

Em sentido contrário , o ar passa livremente deslocando a vedação de seu assento.

96 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Válvula de escape rápido

Quando se necessita de movimentos rápidos do êmbolo nos cilindros, com velocidade


superior àquela desenvolvida normalmente, utiliza – se a válvula de escape rápido.

A válvula possui conexões de entrada(P), de saída (R) e de alimentação (A). Havendo


fluxo de ar comprimido em P, o elemento de vedação impede a passagem do fluxo em
R e o ar flui para A. Eliminando a pressão em P, o ar, que retorna por A, desloca o
elemento de vedação contra a conexão P e provoca o bloqueio. Desta forma, o ar
escapa por R, rapidamente, para a atmosfera. Evita - se com isso, que o ar de escape
seja obrigado a passar por uma canalização longa e de diâmetro pequeno até a válvula
de comando. É recomendável colocar a válvula de escape rápido diretamente no
cilindro ou, então, o mais próximo do mesmo.

SENAI - Guarulhos 97
Pneumática

98 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Expulsor pneumático
(por impulso)

É um elemento empregado para extrair peças executadas por estampos ou prensas,


soprar dispositivos, etc. O expulsor consiste em um reservatório com uma válvula de
escape rápido. O volume do reservatório corresponde ao volume de ar necessário. O
ar comprimido flui para o reservatório através de uma válvula direcional 3/2 vias NA e
da válvula de escape rápido. Interrompendo fluxo de ar, o ar do reservatório flui
rapidamente através do escape rápido para exaustão, formando um golpe concentrado
de ar. O comando para expulsão pode ser feito através de processo manual, mecânico,
pneumático ou eletropneumático.

SENAI - Guarulhos 99
Pneumática

100 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Válvulas de pressão

São válvulas que influenciam principalmente a pressão e pelas quais podem ser feitos
regulagem ou comandos dependendo da pressão.

Válvula reguladora de pressão

O regulador tem a tarefa de manter constante a pressão de trabalho (secundária) pré-


regulada no manômetro, mesmo com a pressão oscilante na rede, a fim de que seu
fornecimento para os elementos de trabalho, e outros equipamentos , seja estável. A
pressão de entrada deve der sempre maior que a de saída.

SENAI - Guarulhos 101


Pneumática

Válvula seqüencial

Esta válvula é utilizada em comandos pneumáticos, quando há necessidade de uma


pressão determinada para o processo de comando (comandos em dependência da
pressão e comandos seqüênciais).

A válvula de seqüência (cabeçote pressostato) é normalmente acoplada à uma válvula


base de 3 ou 4 vias. Nesta válvula, o ar flui de P (alimentação) para A (utilização).
Quando é alcançada no comando Z uma pressão predeterminada, maior que a
pressão regulada na mola do cabeçote, o ar aciona o êmbolo de comando que abre a
passagem de P para A.

102 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Válvula limitadora de pressão

Utiliza- se esta válvula, principalmente, como válvula de segurança ou de alívio. Esta


não permite que o aumento da pressão no sistema seja acima da pressão máxima
admissível (predeterminada). Quando é alcançada a pressão máxima na entrada da
válvula, o êmbolo é deslocado da sua sede permitindo a exaustão do ar através de
orifícios de escape. Quando a pressão excedente é eliminada, atingindo o valor de
regulagem, a mola recoloca o êmbolo na posição inicial, vedando a passagem de ar.

SENAI - Guarulhos 103


Pneumática

104 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Válvulas de fluxo

Estas válvulas têm por finalidade influenciar o fluxo do ar comprimido. O fluxo será
influenciado igualmente em ambas as direções.

Regulável Constante

Válvula de estrangulamento constante

Válvula de estrangulamento na qual o comprimento do


estrangulamento é maior que o diâmetro.

Válvula de membrana (diafragma) na qual o comprimento do


estrangulamento é menor que o diâmetro.

Válvula de estrangulamento regulável

Válvula reguladora de fluxo unidirecional

Válvula reguladora de fluxo com acionamento mecânico, com


mola de retorno

É vantajoso montar as válvulas reguladoras diretamente no cilindro.

SENAI - Guarulhos 105


Pneumática

106 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Válvulas de fechamento

São válvulas que abrem e fecham a passagem do fluxo de ar comprimido. Estas


válvulas são, em geral, de acionamento manual.

Demonstração simples

Tipo assento

SENAI - Guarulhos 107


Pneumática

108 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Combinações de válvulas

Em pneumática, muitas vezes faz- se a união de duas ou mais válvulas, para


conseguir condições diferentes de aplicação do seu funcionamento individual.

Válvula de retardo (repouso fechada)

A válvula de retardo é empregada quando há necessidade, num circuito


pneumático, de um espaço de tempo entre uma e outra operação em um ciclo de
operações.

Esta unidade consiste em uma válvula de 3/2 vias NF, com acionamento
pneumático, de uma válvula reguladora de fluxo unidirecional e de reservatório de
ar.

Função

O ar de comando flui da conexão Z (pilotagem) para o reservatório, passando pela


válvula reguladora de fluxo com pressão e velocidade mais baixas.

Alcançada a pressão de comutação necessária no reservatório, a válvula 3/2 vias


permite a passagem do ar principal de P para A.

O tempo de aumento da pressão no reservatório é igual ao do retardamento do


comando da válvula.

SENAI - Guarulhos 109


Pneumática

Exaurindo o canal de comando Z, o ar do reservatório escapa através dos autos


de comando e a válvula de retardo volta à posição inicial.

Válvula de retardo - Temporizador - NF

Válvula de retardo (repouso - aberta)

A válvula de retardo é composta de uma válvula de 3/2 vias, uma válvula reguladora de
fluxo unidirecional e um reservatório de ar. Na válvula de retardo, a válvula de 3/2 vias
é normalmente aberta (NA).

Também neste caso, o ar de comando entra pela conexão Z. Uma vez estabelecida no
reservatório de ar a pressão necessária para comando, a válvula 3/2 vias é acionada e
fecha- se a passagem de P para A. Retirando o ar de Z, a válvula voltará à sua posição
normal.

O tempo necessário para estabelecer pressão no reservatório corresponde ao tempo


de retardamento.

110 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Em ambos os tipos de válvulas, NF ou NA, o tempo de retardamento é de 0 a 30s.


Com um acumulador adicional esse tempo pode ser aumentado. Para uma
temporização exata, o ar deve ser limpo e a pressão constante.

Válvula de retardo (NA)

SENAI - Guarulhos 111


Pneumática

112 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Divisor binário (flip-flop)

A válvula flip-flop é composta de: uma válvula 3/2 vias NF, acionamento pneumático de
retorno por mola, um pistão de comando com haste basculante e um came. Esta válvula
aplica-se para acionamento alternado de avanço e retorno de cilindro ou como divisor de
sinais. A flip-flop é uma válvula de atuação pneumática que, a cada impulso na conexão
Z, permanece aberta ou fechada, ou seja, os canais permanecem interligados de P para
A ou de A para R. A saída em A tem a função binária “sim-não”.

Equipamentos para comandos programados

SENAI - Guarulhos 113


Pneumática

Os comandos partido de um ponto e, ainda, segundo um programa em dependência


de tempo, podem ser feitos com um aparelho de comando programado.

Esta unidade pode ser formada de até 20 válvulas direcionais de 3 ou 4 vias, de


rolete.

Os cilindros pneumáticos podem ser comandados diretamente através das válvulas


da unidade. Nos casos de cilindros maiores, que exigem maior fluxo de ar ou
grandes distâncias entre programador e o cilindro de trabalho, é recomendável a
utilização de comando indireto.

Uma outra vantagem é o emprego de chaves fim de curso elétrico, com dimensões
correspondentes às das válvulas.

As válvulas de rolete, ou microrruptores elétricos fim de curso, são acionadas


através de discos de came.

Os discos são agrupados em duas metades de curva, que podem ser giradas uma
em relação à outra. Girando uma das curvas, pode-se modificar o curso de atuação,
sem escalonamento, de 180º até 360º.

Se ao tempos programados tiverem de ser mais longos ou se um elemento de


comando, dentro do ciclo programado, tiver de ser reacionado, pode- se montar um
programador de esteira de cames, com memorizadores de programa encaixáveis.

Esta esteira, dependendo do comprimento e da combinação de acionamento, pode


ser usada para ciclos de 9s até 24 min..

Mediante uma simples troca de esteira de cames ou do eixo de cames completo, é


possível mudar para outro programa pré-memorizado, sem necessidade de grandes
perdas de tempo para ajuste ou preparação.

O acionamento do programador pode ser feito por um moto variador ou por um


moto redutor e, em alguns casos, manualmente, com disco divisor.

114 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Programador com eixo de cames

SENAI - Guarulhos 115


Pneumática

116 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Cilindros

O cilindro pneumático é um elemento de máquina útil, já que permite a aplicação do


movimento linear exatamente onde é necessário, sem qualquer complicação
mecânica, como por exemplo em transmissões, eixos, ressaltos, etc.

Através de cilindros pneumáticos pode-se transformar a energia pneumática em


movimentos retilíneos e, através de motores pneumáticos, em movimentos
rotativos.

A geração de um movimento retilíneo com elementos mecânicos, conjugados com


acionamentos elétricos, é relativamente custosa e está ligada a certas dificuldades de
fabricação e durabilidade.

Cilindros de ação simples


Os cilindros de ação simples são acionados por ar comprimido de um só lado
e, portanto, trabalham em uma só direção.

O retrocesso efetua-se mediante uma força externa ou por mola.

A força da mola é calculada para que ela possa fazer o pistão retroceder à posição
inicial, com uma velocidade suficientemente alta, sem dispender grande energia.

SENAI - Guarulhos 117


Pneumática

Em cilindros de ação simples com mola montada, o curso do êmbolo é limitado pelo
cumprimento da mola.

Por essa razão, fabricam-se cilindros de ação simples de comprimento até


aproximadamente 100mm.

Empregam-se esses elementos de trabalho principalmente para fixar, expulsar,


prensar, elevar, alimentar, etc.

Invertendo-se a montagem da mola (da frente para trás do êmbolo),


o cilindro poderá ser utilizado para travamento.

A grande vantagem dessa inversão é o efeito de freio, empregado em caminhões,


carretas, vagões ferroviários, etc.

A vedação é feita por material flexível, alojado em êmbolo metálico ou de material


sintético.

Cilindro de membrana plana


Uma membrana, que pode ser de borracha, material sintético ou também metálico,
assume a tarefa do êmbolo.

A haste do êmbolo é fixada no centro da membrana.

Neste caso, a vedação deslizante não existe.

Em ação existe somente o atrito, provocado pela dilatação da membrana.

É empregado na fabricação de ferramentas e dispositivos, bem como em prensas de


cunhar, rebitar e fixar peças em lugares estreitos.

118 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Cilindro de membrana de projeção


Uma construção similar do cilindro de membrana é o cilindro de membrana de
projeção.

Quando aciona pelo ar comprimido, a membrana se projeta no interior do cilindro,


movimentando a haste do êmbolo para fora.

Este sistema permite fazer cursos maiores (aproximadamente 50 a 80mm) do que os


de cilindro de membrana plana.

O atrito é consideravelmente menor do que nos cilindros de êmbolo.

Cilindros de ação dupla


Os movimentos de avanço e retorno, nos cilindros de ação dupla, são produzidos pelo
ar comprimido e por isso podem realizar trabalho nos dois sentidos de seu movimento.

SENAI - Guarulhos 119


Pneumática

Estes cilindros podem, em princípio, ter curso ilimitado, porém deve-se levar em
consideração as possibilidades deformação por flexão e flambagem. São encontrados,
normalmente, cilindros de ação dupla com curso até 2000mm.

Os cilindros de ação dupla, também designados por duplo efeito, são empregados em
todos os casos em que é necessária força nos dois sentidos do movimento, devendo-
se entretanto observar que os esforços de flexão sobre a haste dos cilindros devem ser
evitados ao máximo, através do uso de guias, fixações oscilantes, etc., para que não
haja desgaste acentuado de bucha, gaxeta do mancal e gaxeta do êmbolo. A vedação,
neste caso, efetua-se mediante êmbolo (pistão de dupla vedação).

Cilindro com amortecimento nos fins de curso


Quando volumes grandes e pesados são movimentados por um cilindro, emprega-se
um sistema de amortecimento para evitar impactos secos e danificação das partes.

Antes de alcançar a posição final, um êmbolo de amortecimento interrompe o escape


direto do ar, deixando somente uma passagem pequena, geralmente regulável.

Com o escape de ar restringido, cria-se uma sobrepressão que, para ser vencida,
absorve grande parte de energia, o que resulta em perda de velocidade nos fins de

120 SENAI - Guarulhos


Pneumática

curso. Invertendo o movimento do êmbolo, o ar entra sem impedimento, pelas válvulas,


no cilindro, e o êmbolo pode retroceder com força e velocidade totais.

Possibilidades de amortecimento:
• amortecimento regulável em ambos os lados;
• amortecimento regulável em um só lado do êmbolo (dianteiro ou traseiro);
• amortecimento não regulável em ambos os lados;
• amortecimento não regulável em um só lado do êmbolo (dianteiro ou traseiro)

Cilindro de ação dupla em execução especial


O cilindro de haste passante de ambos os lados tem algumas vantagens. A haste é
melhor guiada devido aos dois mancais de guia, o que possibilita a admissão de uma
ligeira carga lateral. Os elementos sinalizadores podem ser montados na parte livre da
haste do êmbolo.

Neste caso, a força é igual em ambos os lados (mesma área de pressão).

SENAI - Guarulhos 121


Pneumática

Cilindro tandem (geminado)


Trata-se de dois cilindros de ação dupla que formam uma só unidade. Assim, como
cargas simultânea nos dois êmbolos, a força será a soma das forças dos dois cilindros.

Ele é recomendado para obter grande desempenho quando a área útil do cilindro é
pequena.

Cilindro de posição múltipla

- Este cilindro é formado por dois ou mais cilindros de ação dupla.


- Os elementos estão unidos um ao outro como mostra a ilustração.
- Os cilindros movimentam-se individualmente, conforme o lado de pressão.
- Com dois cilindros de cursos diferentes obtêm-se quatro posições.

122 SENAI - Guarulhos


Pneumática

É utilizado para carregar estantes com esteira transportadora, acionar alavancas e


como dispositivo selecionador.

Cilindro de impacto (percursor)


O uso dos cilindros pneumáticos normais na técnica de deformação é limitado. Um tipo
de cilindro ideal para alta energia cinética é o cilindro de impacto. Segundo a fórmula
para a energia cinética, a aceleração é o caminho lógico para altas energias de
impacto.

Kg.m 2
E = energia em ≅ joule
S2

M.V 2
E= M = massa em Kg
2
V = velocidade em m/s

Cilindros percussores desenvolvem velocidade entre 7,5 e 10m/s (velocidade normal


entre 1 e 2m/s).

Esta velocidade só pode ser alcançada por uma construção especial.

A força de impacto é muito grande em relação ao tamanho de construção dos cilindros.


Geralmente empregam-se estes cilindros em pequenas prensas. Dependendo do
diâmetro do cilindro, podem ser alcançadas energias cinéticas de 25 a 500Nm.

A energia destes cilindros será empregada para prensar, rebordar, rebitar, cortar, etc.

Em uma deformação profunda, a velocidade diminui rapidamente, assim como a


energia cinética, razão pela qual o cilindro de impacto não é mais adequado para esse
fim.

Forma de atuação do cilindro

A câmara A do cilindro está sobre pressão.

Por acionamento de uma válvula, a pressão cresce na câmara B.

SENAI - Guarulhos 123


Pneumática

A câmara A é exaurida.

Quando a força exercida na superfície C é maior que a força sobre a superfície de


coroa na câmara A, o pistão se movimenta em direção a Z.

Com isto, libera-se o restante da superfície do êmbolo e sua força é ampliada.

O ar comprimido contido na câmara B pode fluir rapidamente pela grande seção de


passagem, acelerando fortemente o êmbolo do cilindro.

Cilindro de cabos (cilindro tracionador de cabos)


Trata-se de um cilindro de ação dupla e que trabalha tracionando. De cada lado do
êmbolo está fixado um cabo guiado por rolos.

É utilizado para abertura e fechamento de portas e grande cursos com pequenas


dimensões de construção.

124 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Cilindro rotativo
Na execução com cilindros de ação dupla, a haste do êmbolo tem um perfil dentado
(cremalheira).

A haste do êmbolo aciona, com esta cremalheira, uma engrenagem, transformando o


movimento linear em movimento rotativo, à esquerda ou à direita, sempre segundo a
direção do curso.

De acordo com a necessidade, o movimento rotativo poderá ser de 45°, 90°,180° até
720°.

Um parafuso de regulagem possibilita a determinação do campo de rotação parcial


dentro da rotação total.

Isto significa que se o cilindro tem uma capacidade de giro de 180°, por exemplo,
poderá, mediante uma regulagem, determinar outras possibilidades de rotação até
180°.

O momento de torção depende da pressão, da área do êmbolo e da relação de


transmissão.

O acionamento giratório emprega-se para virar peças, curvar tubos, regular instalações
de ar condicionado, acionar válvulas de fechamento e válvulas - borboletas, etc.

SENAI - Guarulhos 125


Pneumática

Cilindro de aleta giratória


Como nos cilindros rotativos já descritos, também nos cilindros de aleta giratória é
possível um giro angular limitado. O movimento angular raramente vai além de 300°. A
vedação é problemática e o diâmetro em relação à largura, em muitos casos, somente
possibilita pequenos momentos de torção (torque). Estes cilindros raramente são
empregados na pneumática, sendo usados, porém, freqüentemente, na hidráulica.

126 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Execuções especiais para


cilindros

Execuções especiais para cilindros

Cilindro com haste de êmbolo reforçada

Guarnição do êmbolo para pressão máxima de 25bar

Cilindro com guarnições (gaxetas) resistentes a calor até


473k (200ºC)

Cilindro com tubo de latão

Superfície interna do cilindro em cromo duro

Haste do êmbolo em aço à prova de ácidos

Superfície externa do cilindro com proteção de material


sintético e haste do êmbolo em aço à prova de ácidos.

SENAI - Guarulhos 127


Pneumática

128 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Tipos de fixação

Um fator significativo para o rendimento final positivo de um sistema pneumático é o


posicionamento de um de seus componentes, principalmente válvulas e cilindros.

Determina-se o tipo de fixação dos cilindros pela montagem dos mesmos em máquinas
e dispositivos. É importante que sua fixação seja perfeita, de modo que possamos
aproveitar toda energia fornecida pelo equipamento, ao mesmo tempo, evitando danos
aos cilindros.

Ao empregar um grande número de cilindros pneumáticos, é vantajoso ter um estoque


racional simplificado de peças de montagem padronizadas, pois somente será
necessário combinar o cilindro básico com o tipo de fixação desejado.

Por pés Rosca

Flange dianteiro Flange traseiro

SENAI - Guarulhos 129


Pneumática

Munhão dianteiro Munhão central

Oscilante

130 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Componentes de um cilindro

Componentes de um cilindro

O cilindro de êmbolo consiste em um tubo cilíndrico (camisa), tampas anterior e


posterior (cabeçotes), êmbolo com gaxetas, haste do êmbolo, bucha de guia, anel
limpador; suplementarmente, tem ainda peças de adaptação e vedação.

SENAI - Guarulhos 131


Pneumática

A camisa (1), na maioria dos casos, é feita de um tubo de aço trefilado a frio, sem
costura. Para aumentar a vida útil dos elementos de vedação, a superfície interna do
tubo é brunida. Para casos especiais, o cilindro é feito de alumínio ou latão ou de aço
com superfície interna de cromo duro. Estes equipamentos serão empregados para
trabalhos nem sempre contínuos ou onde existe possibilidade de corrosão muito
acentuada.

Para as tampas (2) e (3) usa-se normalmente material fundido (alumínio fundido ou
ferro maleável). A fixação das tampas pode ser feita com tirantes, roscas ou flanges.

A haste do êmbolo (4) geralmente é feita com aço beneficiado e, com proteção
anticorrosiva, tem boa porcentagem de cromo. As roscas são geralmente laminadas,
diminuindo assim o perigo de ruptura. Sob pedido, a haste do êmbolo pode ser
temperada. Maior densidade da haste, neste caso, será de 1µm.

Na hidráulica, é necessário que a haste do êmbolo seja de material duro ou


temperado.

Para a vedação da haste do êmbolo, existe um anel circular (5) na tampa anterior. A
haste do êmbolo está guiada na bucha de guia (6). Esta bucha pode ser de bronze
sinterizado ou de material sintético metalizado.

Na frente desta bucha, encontra-se o anel limpador (7), que evita a entrada de
partículas de pó e de sujeira no cilindro. Assim, não é necessária outra proteção.

A guarnição duplo lábio (8) veda de ambos os lados.

Material de guarnição

Buna N para -10ºC até + 80ºC


Perbunam para -20°C até + 80ºC
Viton para -20ºC até + 190ºC
Teflon para -80ºC até + 200ºC

Juntas toroidais ou “ O-Ring” (9) são utilizadas para vedação estática. Este tipo de
vedação não é recomendado em vedações móveis, pois provoca relativa perda de
carga por atrito.

132 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Tipos de vedação para


êmbolos

“O-Ring” (junta toroidal) Junta toroidal achatada internamente

“Quadring” (perfil quadrado) Junta copo de encaixe bilateral

Junta tipo faca (lábio simples) Junta copo de encaixe unilateral

Junta duplo lábio (T – DUO) Junta duplo copo com anel deslizante

SENAI - Guarulhos 133


Pneumática

Anel de vedação em L

134 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Cálculo dos cilindros

Força do êmbolo
A força do êmbolo, exercida com o elemento de trabalho, depende da pressão de ar,
do diâmetro do cilindro e da resistência de atrito dos elementos de vedação.

A força teórica do êmbolo é calculada segundo a fórmula abaixo:

F th = A .P
F th = força teórica do êmbolo (kp)
A = superfície útil do êmbolo (cm 2 )
p = pressão de trabalho (bar, kp/cm 2 )

Na prática, é importante a força efetiva do êmbolo. Ao calculá-la, a resistência de atrito


deve ser considerada. Em condições normais de trabalho (faixa de pressão 4-8bar),
esta resistência pode absorver de 3 a 20% da força alcançada.

Cilindro de ação simples


F n = A. .p - (F R + F F )
Cilindro de ação dupla (avanço)
F n = A. .p -F R

Cilindro de ação dupla (retrocesso)


F n = A 1 .p - F R

F n = força efetiva do êmbolo (kp)

A = superfície útil do êmbolo =


(D . π)
2
= r2 . π (cm2)
4

SENAI - Guarulhos 135


Pneumática

π
A 1 = superfície útil do êmbolo = (D2 - d2) . (cm2)
4

p = pressão de trabalho (bar,kp/cm2)


FR = resistência de atrito (kp) ; (3-20% de F th )
F F = força de mola de retrocesso (kp)
D = diâmetro do cilindro (cm)
d = diâmetro da haste do êmbolo (cm)

Exemplo
Fn = ? A = 19,625cm2
D = 50mm A = 18,5cm2
d = 12mm F R = valor médio 10%

Superfície do êmbolo (avanço)


π 3,14
A = D. = 5cm . 5cm . = 19,625cm2
4 4

Força teórica do êmbolo


F th = A .p = 19,625cm2 . 6bar = 117,75kp

Resistência de atrito 10% F R = 11,775kp

Força efetiva do êmbolo


F n = A . p - F R = 19,625cm2 . 6bar - 11,775kp = 106kp

Superfície do anel do êmbolo (retrocesso)


π 3,14
A = (D2 - d2) . = (25cm2 - 1,44cm) . = 18,5cm2
4 4

Força e êmbolo ao retrocesso

Força teórica do êmbolo


1
F th = A . p = 18,5cm2 . 6bar = 111,0kp
Resistência de atrito 10% F R = 11,1KP

Força efetiva do êmbolo


1
F n =A . p - F R = 18,5cm2 . 6bar - 11,1kp =100kp

136 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Motores pneumáticos

O motor pneumático com campo angular ilimitado é um dos elementos pneumáticos


mais usados na indústria moderna. Seu campo de aplicação é dos mais diversos. Com
o motor pneumático, podem-se executar operações tais como:
• parafusar;
• furar;
• roscar;
• lixar;
• polir;
• rebitar, etc.

Os motores pneumáticos estão classificados, segundo a construção, como:


• Motor de pistão
• Motor de palhetas
• Motor de engrenagens
• Turbomotor

Motor de pistão
Este tipo está subclassificado em motores de pistão radial e axial. O ar, através de uma
biela, aciona o eixo de motor por pistões em movimento inverso. Para que seja
garantido um movimento sem golpes e vibrações são necessários vários pistões. A
capacidade dos motores depende da pressão de entrada, número de pistões, área dos
pistões e curso dos mesmos.

SENAI - Guarulhos 137


Pneumática

O modo de trabalho dos motores de pistão axial é similar ao dos motores de pistão
radial.

Um disco oscilante transforma a força de 5 cilindros, axialmente posicionados em


movimento giratório. Dois pistões são alimentados simultaneamente com ar
comprimido. Com isto, obter-se-á um movimento uniforme de inércia equilibrado,
garantindo um movimento uniforme e sem vibrações do motor. Existem motores
pneumáticos com rotação à direita e à esquerda. A rotação máxima está fixada em
5000rpm. A faixa de potência, em pressão normal de ar, está entre 1,5 e 19kw (2 a
25CV).

Motor radial

Motor axial

138 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Motor de palhetas (lamelas)


Graças a sua construção simples e pequeno peso, geralmente os motores
pneumáticos são fabricados como máquinas rotativas, com lamelas. Estes seguem
princípio inverso ao dos compressores de células múltiplas (compressor rotativo).
O rotor é fixado excentricamente em um espaço cilíndrico e é dotado de ranhuras. As
palhetas colocadas nas ranhuras serão, pela força centrífuga, afastadas contra a
parede interna do cilindro, e assim a vedação individual das câmaras estará garantida.

Por meio de pequenas quantidade de ar, as palhetas serão afastadas contra a parede
interna do cilindro, já antes de acionar o motor.

Em tipos de construção diferente, o encosto das palhetas é feito por pressão de molas.

Motores deste tipo têm, geralmente, de três a dez palhetas. Estas formam câmaras de
trabalho no motor, nas quais pode atuar o ar, sempre de acordo com o tamanho da
área de ataque das palhetas. O ar entra na câmara menor, expandindo-se na medida
do aumento da câmara.

A velocidade do rotor varia de 3000 a 8500rpm e existem unidades com rotação à


direita e à esquerda.

A faixa de potência é de 0,1 a 17kw (0,1 a 24CV).

Motor de engrenagens
A geração do momento de torção efetua-se, nesta construção, pela pressão de ar
contra os flancos dos dentes de duas engrenagens engrenadas. Uma engrenagem é
fixada em um dos eixos do motor, a outra gira livremente no outro eixo.

SENAI - Guarulhos 139


Pneumática

Esses motores, empregados com máquinas de acionar, estão à disposição com até
44kw (60CV). A direção de rotação desses motores, fabricados com engrenagens retas
ou helicoidais, é reversível.

Turbomotor

Turbomotores somente podem ser empregados para trabalhos leves. A faixa de


rotação, porém, é muito ampla (em equipamentos dentários é de até 500 000rpm).

Características dos motores pneumáticos

• regulagem sem escala da rotação e do momento de torção;


• construção leve e pequena;
• seguro contra sobrecarga;
• Mesmo que o movimento de torção não seja suficiente, não haverá danos;
• insensível contra poeira, água , calor, frio;
• seguro contra explosão;
• grande escolha de rotação;
• pouca conservação e manutenção;
• sentido de rotação fácil de inverter.

140 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Seqüência de movimentos

Quando os procedimentos de comando de instalações pneumáticas são complicados,


e estas instalações têm de ser reparadas, é importante que o técnico de manutenção
disponha de esquemas de comando e seqüência, segundo o desenvolvimento de
trabalho das máquinas.

A má confecção dos esquemas resulta em interpretação insegura que torna impossível,


para muitos, a montagem ou a busca de defeitos, de forma sistemática.
É pouco rentável ter de basear a montagem ou a busca de defeito empiricamente.

Antes de iniciar qualquer montagem ou busca de defeitos, é importante representar


seqüências de movimentos e estados de comutação, de maneira clara e correta.
Essas representações permitirão realizar um estudo, e, com ele, ganhar tempo no
momento de montar ou reparar o equipamento.

Exemplo
Pacotes que chegam sobre um transportador de rolos são elevados por um cilindro
pneumático A e empurrados por um cilindro B sobre um segundo transportador.
Assim, para que o sistema funcione devidamente, o cilindro B deverá retornar apenas
quando A houver alcançado a posição final.

Possibilidades de representação da seqüência de trabalho, para o exemplo dado:

SENAI - Guarulhos 141


Pneumática

1. Relação em seqüência cronológica:


O cilindro A avança e eleva os pacotes;
O cilindro B empurra os pacotes no transportador II;
O cilindro A desce;
O cilindro B retrocede.

2. Forma de tabela

Passo de trabalho Movimento Cilindro A Movimento cilindro B


1 para cima -
2 - para frente
3 para baixo -
4 - para trás

3. Diagrama de setas
Representação simplificada
Avanço
Retorno

A
B
A
B

4. Maneira de escrever abreviada


Avanço +
Retorno -
A+, B+, A-, B- ou

A+
B+
A-
B-

5 Representação gráfica em forma de diagrama .

142 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Na representação de seqüências de funcionamento deve-se distinguir:

Diagrama de movimento 

 Diagrama de funcionamento

Diagrama de comando 

Diagrama de movimento

Onde se fixam estados de elementos de trabalho e unidades construtivas.

O diagrama de movimento pode ser:


• Diagrama de trajeto e passo
• Diagrama de trajeto e tempo

Diagrama de trajeto e passo

Representa a seqüência de operação de um elemento de trabalho e o valor percorrido


em cada passo considerado.

Passo é a variação do estado de movimento de qualquer elemento de trabalho


pneumático.

No caso de vários elementos de trabalho para comando, estes são representados da


mesma maneira e desenhados uns sob os outros.

A correspondência é realizada através de passos.

SENAI - Guarulhos 143


Pneumática

Para o exemplo citado significa que, do passo 1 até o passo 2, a haste do cilindro A
avança da posição final traseira para posição final dianteira, sendo que esta é
alcançada no passo 2.

Entre o passo 2 e 4 a haste permanece imóvel.

A partir do passo 4, a haste retorna, alcança a posição final traseira no passo 5,


completando assim, um ciclo de movimento.

Para o exemplo apresentado, o diagrama de trajeto e passo possui construção


segundo a figura abaixo.

Recomendamos que, para a disposição do desenho, observe-se o seguinte:


• convém representar os passos de maneira linear e horizontalmente;
• o trajeto não deve ser representado em escala, mas com tamanho igual para todas
as unidades construtivas;
• já que a representação do estado é arbitrária pode-se designar, como no exemplo
acima, da página anterior, através da indicação da posição do cilindro ou através
de sinais binários, isto é, 0 para posição final traseira e 1 ou L para posição final
dianteira;
• a designação da unidade em questão deve ser posicionada à esquerda do
diagrama.

144 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Diagrama de trajeto e tempo

Nesse diagrama o trajeto de uma unidade construtiva é representado em função do


tempo.

Para representação em desenho, também são válidas as recomendações para o


diagrama de trajeto e passo.

Através das linhas pontilhadas (linhas de passo), a correspondência com o diagrama


de trajeto e passo torna-se clara.
Neste caso, porém, a distância entre os passos está em função do tempo.

Enquanto o diagrama de trajeto e passo oferece a possibilidade de melhor visão das


correlações, no diagrama de trajeto e tempo podem ser representadas, mais
claramente, sobreposições e diferenças de velocidade de trabalho.

No caso de se desejar construir diagramas para elementos de trabalho rotativos como,


por exemplo, motores elétricos e motores a ar comprimido, devem ser utilizadas as
mesmas formas fundamentais.

Entretanto, a seqüência das variações de estado no tempo não é considerada, isto é,


no diagrama de trajeto e passo, uma variação de estado, como o ligar de um motor
elétrico, não transcorrerá durante um passo inteiro, mas será representada diretamente
sobre a linha de passo.

SENAI - Guarulhos 145


Pneumática

Diagrama de comando

No diagrama de comando, o estado de comutação de um elemento de comando é


representado em dependência dos passos ou dos tempos.

Como o tempo de comutação é insignificante ou praticamente instantâneo, esse tempo


não é considerado.

Exemplo:

Estado de abertura de um relé b1.

O relé abre no passo 2 e fecha novamente no passo 5.

Uma outra maneira de representação para o exemplo acima.

Na elaboração do diagrama de comando recomenda-se:


• desenhar, sempre que possível, o diagrama de comando, em combinação com o
diagrama de movimento, de preferência em função de passos;
• que os passos ou tempos sejam representados linear e horizontalmente ;
• que a altura e a distância, que são arbitrárias, sejam determinadas de forma a
proporcionar fácil supervisão.

Quando se representa o diagrama de movimento e de comando em conjunto, esta


representação recebe o nome de diagrama de funcionamento.

146 SENAI - Guarulhos


Pneumática

O diagrama de funcionamento para o exemplo da página anterior está representado na


figura abaixo.

No diagrama, observa-se o estado das válvulas que comandam os cilindros (1.1 para
A, 2.1 para B) e o estado de uma chave fim de curso 2.2, instalada na posição dianteira
do cilindro A .

Como já foi mencionado, os tempos de comutação dos equipamentos não são


considerados no diagrama de comando.

Entretanto, como mostra a figura acima, (válvula fim de curso 2.2), as linhas de
acionamento para válvulas (chaves) fim de curso devem ser desenhadas antes ou
depois da linha de passo, uma vez que, na prática o acionamento não se dá
exatamente no final do curso, mas sim, certo tempo antes ou depois.

Esta maneira de representação determina todos os comandos e seus conseqüentes


movimentos.

Este diagrama permite controlar, com maior facilidade, o funcionamento do circuito e


determinar erros, principalmente sobreposição de sinais.

SENAI - Guarulhos 147


Pneumática

148 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Tipos de esquemas

Na construção de esquemas de comando, temos duas possibilidades que indicam a


mesma coisa.

As alternativas são:
• Esquema de comando de posição
• Esquema de comando de sistema

Veremos as vantagens inconvenientes destes dois tipos de esquemas nos exemplos a


seguir.

SENAI - Guarulhos 149


Pneumática

Podemos verificar que no esquema de comando de posição estão simbolizados todos


os elementos (cilindros, válvulas e unidades de conservação), onde realmente se
encontram na instalação.

Esta forma de apresentação é vantajosa para o montador, porque ele pode ver de
imediato onde se devem montar os elementos.

Entretanto, este tipo de esquema de comando tem o inconveniente dos muitos


cruzamentos de linhas (condutores de ar), onde podem ocorrer enganos na conexão
dos elementos pneumáticos.

Esquema de comando de sistema

150 SENAI - Guarulhos


Pneumática

O esquema de comando de sistema está baseado em uma ordenação, isto é, todos os


símbolos pneumáticos são desenhados em sentido horizontal e em cadeia de
comando.

A combinação de comandos básicos simples, de funções iguais ou diferentes, resulta


em um comando mais amplo com muitas cadeias de comando.

Este tipo de esquema, em razão da ordenação, além de facilitar a leitura, elimina ou


reduz os cruzamentos de linhas.

No esquema de comando, devem-se caracterizar os elementos pneumáticos, em geral


numericamente, para indicar a posição que ocupam e facilitar sua interpretação.

Noções de composição de esquemas

Em princípio, pode-se apresentar duas possibilidades principais para composição de


esquemas:
• Método intuitivo com base tecnológica, também denominado convencional ou
de experimentação. Neste método a intuição e a experiência predominam,
portanto, a influência do projetista é marcante.
• Composição metódica segundo prescrições e diretrizes estabelecidas.

Neste caso, praticamente , não haverá influência pessoal do projetista, porque é


seguida uma sistemática preestabelecida.

Convém ressaltar que, para a composição de esquema independentemente do


método ou da técnica, deve-se ter um conhecimento bem fundamentado da tecnologia
considerada, das possibilidades de ligação e das características dos elementos
utilizados.

Ao elaborar um esquema de comando, devem ser considerados aspectos importantes


como:
• conforto na operação;
• segurança exterior da instalação;
• segurança de funcionamento;
• facilidade de manutenção;
• custo, etc.

SENAI - Guarulhos 151


Pneumática

Outro aspecto a considerar são as condições marginais de funcionamento ou de


segurança.
Exemplo:
• ciclo único - ciclo contínuo
• manual - automático
• parada de emergência - desbloqueio de parada de emergência.

Estas condições devem ser introduzidas no esquema somente depois de


esquematizada a seqüência em ciclo único (esquema fundamental).

Em todos os casos de elaboração de esquemas, é recomendável, a partir do problema,


fazer um esboço da situação e uma representação gráfica dos movimentos.

Pela facilidade de visualização, principalmente das sobreposições de sinais


(contrapressão, por exemplo), dá-se preferência ao diagrama de funcionamento, mas
em muitos casos, apenas o diagrama de movimento é suficiente.

Em caso de sobreposição de sinais, onde o desligamento de sinais se faz necessário,


devemos escolher a maneira mais conveniente para fazê-lo.
Podemos optar por válvulas:
• de encurtamento de sinais;
• de rolete escamoteável (gatilho)
• de inversão (memória).

Ao empregar válvula de rolete escamoteável, deve-se identificar com flechas o sentido


de comando da mesma, no esquema de comando de sistema.

Exemplo

As linhas de marcação indicam que, na posição final dianteira, comanda-se o elemento


de sinal 1.3, e, no retrocesso do cilindro, comanda-se o elemento de sinal 2.2.

A flecha indica que se trata de uma válvula com rolete escamoteável, que só é
acionada no retrocesso do cilindro.
152 SENAI - Guarulhos
Pneumática

Representação de equipamento

Todos os equipamentos devem ser representados no esquema na posição inicial de


comando.
Caso não se proceda desta maneira, é necessário fazer uma indicação.

Exemplo

Supondo que a posição inicial seja conforme a figura acima e a0, válvula fim de curso
de 3/2 vias NF de rolete.

Devemos então representá-la no esquema em estado acionado, através de um


ressalto.

Tratando-se de uma botoeira, podemos representá-la através de uma seta.

Ordem de composição

Para facilitar a composição de esquema de comando, recomenda-se o seguinte


procedimento:
• desenhar os elementos de trabalho e suas respectivas válvulas de comando;
• desenhar os módulos de sinais (partida, fim de curso, etc.);
• conectar as canalizações de comando (pilotagem) e de trabalho (utilização),
seguindo a seqüência de movimento;
• numerar os elementos;
• desenhar o abastecimento de energia;

SENAI - Guarulhos 153


Pneumática

• verificar os locais onde se tornam necessários os desligamentos de sinais para


evitar as sobreposições de sinais;
• eliminar as possibilidades de contrapressão nos elementos de comando;
• eventualmente, introduzir as condições marginais;
• desenhar os elementos auxiliares;
• certificar-se de que, mesmo colocando pressão nas válvulas, o primeiro movimento
do elemento de trabalho só se dará depois de acionada a válvula de partida.

154 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Denominação dos elementos


pneumáticos

Para denominar os elementos usamos o seguinte critério:


• Elementos de trabalho
• Elementos de comando
• Elementos de sinais
• Elementos auxiliares

Um elemento de trabalho (cilindros, motores pneumáticos, unidades de avanço, etc),


com as correspondentes válvulas, é considerado como cadeia de comando número 1,
2, 3, etc.

Por isto, o primeiro número da denominação do elemento indica a que cadeia de


comando pertence o elemento.
O número depois do ponto indica de que elemento se trata.
De acordo com o esquema anterior temos:

SENAI - Guarulhos 155


Pneumática

• 0 elementos de trabalho;
• 1 elementos de comando;
• 2, 4... todos os elementos que influenciam o avanço do elemento de
trabalho considerado (números pares);
• 3, 5,... todos os elementos que influenciam o retorno (números impares);
• 01, 02,... elementos entre o elemento de comando e o elemento de trabalho;
• 0.1, 0.2,... elementos auxiliares (unidade de conservação, válvulas de
fechamento) que influenciam todas as cadeias de comando.

A figura abaixo mostra a correspondência entre as designações e os elementos em


uma cadeia de comando.

156 SENAI - Guarulhos


Pneumática

A denominação dos elementos de trabalho e de sinais pode ser feita também através
de letras.

Neste caso, as denominações das chaves fim de curso ou elementos de sinal não
correspondem ao grupo influenciado pelos mesmos, mas a cada cilindro que os
aciona.

SENAI - Guarulhos 157


Pneumática

158 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Símbolos pneumáticos
normalizados (DIN 24300)

Transformação de energia
Compressor

Bomba de vácuo

Motor pneumático de velocidade constante com um


sentido de rotação

Motor pneumático de velocidade constante com dois


sentidos de rotação

Motor pneumático com volume variável e com um


sentido de rotação

Motor pneumático com volume variável e com dois


sentidos de rotação

SENAI - Guarulhos 159


Pneumática

Motor pneumático com campo giratório limitado

Cilindro de simples ação, retorno por força externa

Cilindro de simples ação, retorno por mola

Cilindro de dupla ação com haste de êmbolo


unilateral

Cilindro de dupla ação com haste de êmbolo


passante

Cilindro diferencial com haste de êmbolo reforçada

Cilindro de dupla ação com amortecimento regulável


em ambos os lados

Cilindro telescópico de simples ação com retorno por


força externa

Cilindro telescópico de dupla ação

Intensificador para o mesmo meio de pressão

160 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Intensificador para ar e óleo

Conversor do meio de pressão


Exemplo: de ar para óleo

Válvulas direcionais

Válvula direcional de 2 vias - 2 posições


Posição normal fechada

Válvula direcional de 2 vias - 2 posições


Posição normal aberta

Válvula direcional de 3 vias - 2 posições


Posição normal fechada

Válvula direcional de 3 vias - 2 posições


Posição normal aberta

SENAI - Guarulhos 161


Pneumática

Válvula direcional de 3 vias - 3 posições


Posição intermediária fechada

Válvula direcional de 4 vias - 2 posições

Válvula direcional de 4 vias - 3 posições


Posição intermediária fechada

Válvula direcional de 4 vias - 3 posições


Posição intermediária com saídas em exaustão

Válvula direcional de 5 vias - 2 posições

Válvula direcional de 5 vias - 3 posições


Posição intermediária fechada

Válvula direcional com posições intermediárias


de comando e com duas posições finais

162 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Válvula de simbolização simples


Exemplo: 4 vias - 2 posições

Acionamentos

Peças mecânicas

Eixo - movimento giratório em um sentido

Eixo - movimento giratório nos dois sentidos

Engate (trava)

Trava (símbolo para o meio de acionamento para


Destravar)
* (especificar no rodapé)

Dispositivo de avanço intermitente

Conexão articulada simples

Conexão articulada com eixo de alavanca


passante

Articulação com ponto fixo (oscilante)

SENAI - Guarulhos 163


Pneumática

Acionamento manual (muscular)

Geral

Por botão

Por alavanca

Por pedal

Acionamento mecânico

Por came ou apalpador

Por mola

Por rolete apalpador

Por rolete apalpador com retorno em vazio (gatilho)

Acionamento elétrico

Por eletroimã com um enrolamento ativo (bobina


solenóide)

164 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Por eletroimã
com duas bobinas atuantes em sentido contrário

Por motor elétrico


com momento giratório contínuo

Por motor elétrico de passo a passo


(intermitente)

Acionamento por pressão

Direto por aumento de pressão (positivo)

Direto por alívio de pressão (negativo)

Por acionamento de pressão diferencial

Centragem por pressão

Centragem por mola

Indireto por aumento de pressão (servopiloto positivo)

Indireto por alívio de pressão (servopiloto negativo)

SENAI - Guarulhos 165


Pneumática

Acionamento combinado

Por eletroimã e válvula servocomandada

Por eletroimã ou válvula de servocomando

Por eletroimã ou acionamento manual com mola de


retorno

Por aumento de pressão sobre amplificador


Alimentado (baixa pressão)

Por aumento de pressão, cada acionamento gerando


um estado alternado, divisor binário (não
normalizado)

Geral
*Símbolo explicador para acionamentos diversos
(especificar no rodapé)

Válvulas de bloqueio

Válvula de retenção sem mola

Válvula de retenção com mola

Válvula de retenção comandada

Válvula alternadora (elemento OU)

166 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Válvula de escape rápido

Válvulas de pressão

Válvula limitadora de pressão regulável (alívio)

Válvula de seqüência regulável com escape

Válvula reguladora de pressão sem abertura de


escape

Válvula reguladora de pressão com abertura de


escape

Válvulas de fluxo

Válvula de fluxo com estrangulamento constante

Válvula de diafragma com estrangulamento constante

SENAI - Guarulhos 167


Pneumática

Válvula reguladora de fluxo com estrangulamento


regulável nos dois sentidos

Válvula reguladora de fluxo com acionamento manual

Válvula reguladora de fluxo com acionamento mecânico


ou rolete e retorno por mola

Válvula de fechamento, simbolização simplificada

Válvulas reguladoras de fluxo com válvulas


de retenção em ligação paralela.

Válvula reguladora de fluxo com retorno livre

Válvula reguladora de fluxo com diafragma e retorno


livre

Transmissão de energia

Fonte de pressão

Linha de trabalho (utilização)

Linha de comando (pilotagem)

Linha de escape (exaustão)

168 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Tubulação flexível

Instalação elétrica

Conexão fixa (derivação)

Cruzamento de linhas não ligadas

Ponte de escape

Escape livre

Escape dirigido

Ponto de ligação de pressão fechado

Ponto de ligação de pressão com conexão

Conexão rápida, acoplada com válvulas de


bloqueio, sem abertura mecânica

Conexão rápida, acoplada com válvulas de


bloqueio, com abertura mecânica (engate rápido)

Conexão rápida, desacoplada, canal fechado

SENAI - Guarulhos 169


Pneumática

Conexão rápida, desacoplada, canal aberto

Conexão giratória em um só sentido

Conexão giratória nos dois sentidos

Silenciador

Reservatório pneumático (acumulador)

Filtro

Separador de água com dreno manual

Separador de água com dreno automático

Filtro com separador de água com dreno automático

Secador de ar

170 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Lubrificador

Unidade de conservação (filtro, válvula reguladora de


pressão, lubrificador e manômetro)
Simbolização simplificada

Refrigerador (resfriador)

Aparelhos diversos

Indicador de pressão (manômetro)

Indicador de pressão diferencial

Indicador de temperatura

Aparelho medidor de fluxo (vazão)

Aparelho medidor de fluxo (volume)

SENAI - Guarulhos 171


Pneumática

Conversor pneumático-elétrico

Aparelho sensitivo de pressão (pressostato)

Aparelho sensitivo de temperatura (termostato)

Aparelho sensitivo de fluxo

172 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Símbolos especiais não


normalizados

Sensor de reflexão

Bocal em geral
Bocal transmissor para barreira de ar

Bocal receptor alimentado para barreira de ar

Bocal de represamento

Válvula de simultaneidade (elemento E)

SENAI - Guarulhos 173


Pneumática

174 SENAI - Guarulhos


Pneumática

Referência bibliográfica

FESTO DIDATIC. Introdução à Pneumática (P11), 1977.

SENAI-SP. Compressores – instalação, funcionamento e manutenção. Por Ilo da


Silva Moreira. São Paulo, 1991. (Série Tecnologia Industrial 2).

SENAI-SP. Movimentos e esquemas de comandos pneumáticos. Por Keiji Terahata


e Sergio Nobre Franco. São Paulo, 1985.

SENAI SP. Projetos Pneumáticos. Núcleo de Automação Hidráulica e Pneumática.


São Paulo. sd.

SENAI - Guarulhos 175

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