Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pavimentos Econômicos 1 Parte PDF
Pavimentos Econômicos 1 Parte PDF
ECONÔMICOS
Tecnologia do uso dos
Solos Finos Lateríticos
V782p
Villibor, Douglas Fadul
Pavimentos econômicos: tecnologia do uso dos solos finos lateríticos /
Douglas Fadul Villibor, Job Shuji Nogami. – São Paulo: Arte & Ciência, 2009
p.291, 21 cm / contém anexos / Bibliografia
ISBN - 978-85-61165-34-5
Proibida toda e qualquer reprodução desta edição por qualquer meio ou forma, seja ele
eletrônico ou mecânico, fotocópia, gravação ou qualquer meio de reprodução,
sem permissão expressa do editor.
Todos os direitos desta edição, em língua portuguesa, reservados à Editora Arte & Ciência
Editora Arte & Ciência - Rua dos Franceses, 91 - Morro dos Ingleses
São Paulo - SP - CEP 01329-010 / Tel.:(011) 3258-3153
Na internet: http: // www.arteciencia.com.br
DEDICATÓRIA
DEDICATÓRIA
Douglas
HOMENAGEM E IN MEMORIAN
HOMENAGEM
Douglas
IN MEMORIAN
Araken Silveira
Fernando Custódio Corrêa
Luiz P.V.Andreatini
Raphael do Amaral Campos
Sérgio Thenn de Barros
Pela contribuição à engenharia rodoviária.
AGRADECIMENTOS
APRESENTAÇÃO
PREFÁCIO
SUMÁRIO
1. Introdução ................................................................................................... 18
1.1 Histórico ........................................................................................................ 19
1.2 Comportamento de Trechos Executados com SAFL .......................................23
1.3 Objetivos .......................................................................................................28
Bibliografia ......................................................................................................289
INTRODUÇÃO
18
1.1 HISTÓRICO
As técnicas rodoviárias utilizadas em pavimentação nos países em
desenvol-vimento são, geralmente, originárias de países já desen-
volvidos. No Brasil, de uma maneira geral, os organismos responsá-
veis pela construção de pavimentos seguem o que recomendam as
normas e instruções do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), as quais, por sua vez, se baseiam nas normas de
entidades norte-americanas, tais como: American Association of State
Highway and Transportation Officials (AASHTO), American Society
for Testing and Materials (ASTM), Asphalt Institute (AI) e Portland
Cement Association (PCA).
Tais normas resultaram, basicamente, de estudos do comportamento
de rodovias e pistas experimentais situadas nos Estados Unidos da
América (USA) e envolvem fixação de condições empíricas válidas
para os ambientes e solos mais representativos daquele País. Nelas
não se consideram, portanto, as peculiaridades relacionadas com as
condições e com os solos mais frequentes no Brasil, onde, tanto os
solos quanto os climas predominantes, podem ser englobados, gene-
ricamente, como do tipo “tropical úmido”.
19
Pavimentos Econômicos
20
INTRODUÇÃO 1
21
Pavimentos Econômicos
22
INTRODUÇÃO 1
23
Pavimentos Econômicos
24
INTRODUÇÃO 1
Tabela 1.1 CARACTERÍSTICAS DE ALGUNS TRECHOS COM BASE DE SAFL NO ESTADO DE SÃO PAULO.
DADOS LEVANTADOS ATÉ 1981.
Reforço Base Revestimento
Data Ext. Larg. VDM
Trecho esp. esp. Esp.
execução [km] [m] Tipo Nt
[cm] [cm] [cm]
Pereira Barreto – Ilha Solteira 1.212
6/68 1 14 20 15 P.t. 3
(SP-310) 5,0x106
SP-326 – Terra Roxa 810
2/73 17,4 14 15 — P.t. 3
(SP-353) 1,7x106
Cambaratiba – Borborema 1.180
8/74 18,4 10,4 15 — P.s. 0,5
(SP-304) 2,6x106
505
Cândido Rodrigues – SP-310 6/75 13,0 14 20 15 P.s. 3
1,0x106
100
Boa Esperança do Sul – Trabiju 7/75 8,2 12,4 — 20 P.t. 3
1,0x106
958
Itápolis – Ibitinga (SP-317) 7/75 24,9 14 15 - 30 — P.d. 1,4
2,2x106
1.179
SP-326 – Viradouro (SP-351) 7/75 25,4 14 15 15 P.t. 3
2,9x106
1301
Itajobi – N. Horizonte (SP-321) 7/75 31,8 16,5 15 — P.d. 1,4
1,9x106
Acesso de Gavião Peixoto à 500
5/76 13,5 10,4 — 20 P.t. 3
SP-331 1,0x106
N. Lusitânia – Gastão Vidigal 279
5/76 11,9 9,2 0 - 15 15 P.d. 1,4
(SP-473) 8x106
Nova Aliança – Bady Bassit P.d. 356
10/76 12 9,2 0 - 15 15 4,0
(SP-355) C.A. 1,1x106
P.d. 670
Jaci – Mirassol 1/77 8,6 9,2 0 - 15 15 4,5
C.A. 1,5x106
P.d 670
Potirendaba – Cedral 1/77 21 9,2 0 - 15 15 4,5
CA 1,5x106
963
Acesso à Boracéia 5/78 17,5 9,2 0 - 15 15 P.d. 1,4
1,0x106
VDM e Nt – volume diário médio e número total de solicitações do eixo de 80 kN;
C.A., P.s, P.d, P.t. – Concreto Asfáltico e Penetração Invertida Simples, Dupla e Tripla.
Em todos os trechos o reforço e a base foram compactados a > 95 % do Proctor Modificado
25
Pavimentos Econômicos
de 3 cm de espessura.
1.2.2 Apreciação do Comportamento
As principais peculiaridades no comportamento dos pavimentos com
base de SAFL, no Estado de São Paulo, são:
t Ausência de Ruptura da Base: a ruptura, caracterizada pela desa-
gregação estrutural do revestimento, acompanhada de excessi-
va deformação da superfície com expulsão lateral do material
da base, somente tem ocorrido, excepcionalmente, onde o nível
d’água está a menos de 1 m de profundidade e, em alguns locais,
nas bordas do pavimento, quando não existem acostamentos. Isto
mostra a alta capacidade de suporte da base de SAFL.
t Pequena Deflexão: as deflexões determinadas com a Viga
Benkelman, apesar das esbeltas capas de rolamento utilizadas,
apresentaram valores baixos, geralmente dentro do intervalo
20 a 50 centésimos de mm, quando medidas pelo Método de
Ensaio 024/94 do DNIT (similar ao da Canadian Good Roads
Association), sob ação da carga de 80 kN por eixo. As deflexões
têm permanecido dentro daquele intervalo, ao longo do tempo,
mesmo em períodos de chuvas (vide figuras 4.36 e 4.37).
t Contribuição Estrutural da Base: “as bacias” (ou linhas de influ-
ência) obtidas com o uso da Viga Benkelman têm acusado, com
certa frequência, formas que indicam, teoricamente, um módulo
de elasticidade maior das camadas superficiais (valor da relação de
módulos: cerca de 2 a 5). Outra peculiaridade de muitas “bacias”
é a de apresentarem formas semelhantes às dos pavimentos com
base de solo-cimento (irregularidades de curvatura, deslocamento
do ponto de máxima deformação).
t Módulo de Resiliência: determinações laboratoriais preliminares,
efetudas pelo IPT sobre amostras de SAFL em 1975 (Revista DER
nº 124-Maio 1977), acusaram valores bastantes altos, na faixa de
230 a 560 MPa, para o Módulo de Resiliência (MR). Alvares Neto
(1997), ultilizando o FWD (Falling Weight Deflectometer), reali-
zou medidas das deflexões recuperáveis em diversos trechos com
base de SAFL e obteve, por retroanálise, valores ainda elevados
para o MR (na faixa de 210 a 340 MPa) que, embora inferiores
aos do IPT, são explicáveis por incorporarem a influência do trin-
camento da estrutura da base. A revista citada mostra, também,
bases de brita com valores para o MR, na faixa de 105 a 246 MPa.
A comparação desses valores coloca as bases de SAFL em posição
privilegiada relativamente às de brita.
t Recalques: em geral, o tráfego tem causado pequenos recalques
ao longo das rodeiras. Essas deformações provocam um aumento
da densidade nas rodeiras, permanecendo as regiões contíguas
26
INTRODUÇÃO 1
27
Pavimentos Econômicos
1.3 OBJETIVOS
Este livro tem por objetivos apresentar:
t O Estudo geotécnico dos SAFL para bases de pavimentos, com o
uso de uma sistemática não tradicional, denominada MCT.
t Uma série de recomendações, construtivas e de controle tecno-
lógico, para bases de SAFL e suas imprimaduras, as quais resulta-
ram, em grande parte, dos estudos efetuados com a aplicação da
Sistemática MCT.
t Conceitos básicos e estudo geotécnico para bases de solo laterí-
tico-agregado.
Para atingir os objetivos, foram desenvolvidos os seguintes assuntos:
t Dificuldades e deficiências da sistemática tradicional para o
estudo tecnológico das bases de SAFL.
t Desenvolvimento da Sistemática MCT para o estudo geotécnico
de solos.
t Pesquisas desenvolvidas com o uso da Sistemática MCT.
t Estudo geotécnico de solos para bases de SAFL com o uso da
Sistemática MCT.
28
INTRODUÇÃO 1
29
DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA
30
2.1 GENERALIDADES
Até o final da década de setenta, o DER-SP utilizava, para o estudo geotécnico
dos SAFL para bases, praticamente a mesma sistemática tradicio-
nal sugerida na dissertação de Mestrado de Villibor (1974), a qual é
fundamentada no seguinte:
t Determinação do comportamento laterítico do solo, baseada em
informações pedológicas.
t Obtenção dos resultados de ensaios tradicionais de laboratório:
Granulometria por peneiramento, Limites de Consistência [Limite
de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP)] e CBR (Índice de
suporte e Expansão). A partir dos valores de LL e LP, é obtido o
Índice de Plasticidade: IP = (LL - LP).
Pa ra os resu ltados referentes a esses ensa ios, era m recomendados
os seguintes intervalos de valores:
a] Granulometria por Peneiramento
Material que passa na peneira 0,42 mm .................85 a 100%
Material que passa na peneira 0,075 mm ................. 25 a 45%
b] Limites de Consistência
Limite de Liquidez (LL .............................................20 a 30%
Índice de Plasticidade (IP) ...........................................6 a 9 %
31
Pavimentos Econômicos
32
DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA TRADICIONAL 2
33
Pavimentos Econômicos
34
DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA TRADICIONAL 2
35
Pavimentos Econômicos
36
DIFICULDADES E DEFICIÊNCIAS DA SISTEMÁTICA TRADICIONAL 2
37
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT
3
PARA ESTUDO GEOTÉCNICO
38
3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Detectadas as dificuldades e deficiências da sistemática vigente na década de 70
no DER-SP, a Tese de Doutoramento de Villibor (1981) veio trazer
soluções com a apresentação de uma nova sistemática para o estudo
tecnológico dos SAFL. A mesma é baseada numa diretriz que tornou
possível a obtenção de dados esclarecedores sobre as propriedades de
maior interesse para o desempenho deste tipo de solo como base de
pavimentos, nas condições climáticas brasileiras. Embora o enfoque
principal da pesquisa tenha sido o SAFL, o desenvolvimento da nova
Sistemática (MCT) permitiu um amplo estudo geotécnico dos solos
finos (100% passando na peneira de 2,00 mm), que são de interesse
para diversas aplicações rodoviárias.
Após 1981, ocorreram alterações tanto na designação dos ensaios como na
sua técnica executiva; por essa razão, julgou-se útil apresentá-los de
acordo com os procedimentos agora recomendados e utilizando a
terminologia vigente. Além disso, estão sendo introduzidos novos
ensaios objetivando, sobretudo, a Classificação Geotécnica MCT.
Alterou-se, também, a forma de redação para proporcionar uma
melhor idéia dos objetivos dos ensaios.
39
Pavimentos Econômicos
40
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
Tabela 3.1 ENSAIOS DA MCT E FENÔMENOS FÍSICOS CORRELACIONADOS - ASSOCIAÇÃO COM OS DEFEITOS CONSTRUTIVOS
NA BASE.
41
Pavimentos Econômicos
42
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
43
Pavimentos Econômicos
44
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
45
Pavimentos Econômicos
onde:
E = Expansão
Li e Lf = Leitura inicial e final do cp.
Lo = Altura inicial do cp.
Os valores da Expansão E são designados
Ec e Es, conforme as condições de sobre-
carga e de imersão do cp.
46
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
47
Pavimentos Econômicos
Mini-CBRHo 70 83 70 83 67 76 79 84 80 67 76 84 2,37
Mini-CBRic 48 54 48 44 53 55 50 65 66 44 55 66 2,71
Mini-CBRis 40 47 44 42 46 49 43 55 59 40 50 59 2,43
onde:
Ct = Contração axial.
Li e Lf = Leitura inicial e final do cp.
Lo = Comprimento inicial do cp.
48
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
Sp=área da seção do corpo de prova [cm 2].
b] Permeabilidade
O valor aproximado do coeficiente de permeabilidade à água k,
é obtido utilizando-se corpos de prova que foram “saturados” pelo
ensaio de infiltrabilidade, submetidos a carga hidrostática variável e
com sobrecarga; esse procedimento é similar ao do ensaio tradicional
(vide figura 3.9).
49
Pavimentos Econômicos
50
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
d’= MEAS
Hc
51
Pavimentos Econômicos
onde:
Mi = Massa seca desprendida [g].
Ms = Massa seca do corpo de prova, logo após a sua compactação [g].
Lcp = Altura final do cp, logo após a compactação [mm].
Lf = 10 mm = Altura do Cp, para molde.
Fc = 1,0 quando ocorre um despreendimento normal (esperado).
Fc = 0,5 quando a parte desprendida é um monobloco (exceção).
52
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
53
Pavimentos Econômicos
Onde:
e’= Índice de laterização.
O Gráfico da Classificação de Solos MCT, é traçado com os valores de c’ e e’ (vide
figura 3.11). Na fórmula acima e no Gráfico da Classificação MCT, os
valores foram obtidos considerando como modelo de comportamento
laterítico os solos classificados pedologicamente como latossol roxo
e latossol vermelho escuro, no “Levantamento de Reconhecimento
de Solos do Estado de São Paulo”, Ministério da Agricultura, 1960.
A análise de mais de uma centena de dados disponíveis, em 1981, indicou a
necessidade de se adotar a raiz cúbica a fim de que os solos de
comportamento lateríti-
co (L) e não laterítico (N)
ocupassem áreas equi-
valentes no Gráfico da
Classificação MCT. Por
essa nova conceituação,
o critério de identificação
do comportamento laterí-
tico, ou não, de um solo
é tecnológico, enquanto
que pela antiga, era pedo-
lógico (vide item 2.2).
54
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
55
Pavimentos Econômicos
56
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
Figura 3.13 Medida da Contração Diametral da Figura 3.14 Ensaio do Minipenetrômetro mecânico
Pastilha, designada Cd. com a indicação da penetração em uma pastilha.
Figura 3.15 Argila laterítica com permanência de Figura 3.16 Solo saprolítico argiloso, com
contração e consistência elevada, sem trincas, e inchamento, amolecimento e trincas.
Minipenetrômetro manual.
Com os valores do coeficiente c’, dados pelas expressões I e II, e o valor da penetração
p, obtém-se o grupo da classificação de solo MCT conforme tabela 3.6.
57
Pavimentos Econômicos
a] Apresentação do Programa
a.1) Para cada amostra foram moldados 25 cp com 5 diferentes
teores de umidade (Hi ; i= 1,2,3,4,5), com intervalo de 1,5%
entre eles, aproximadamente.
a.2) Com cada série de 5 cp, com um mesmo teor de umidade
e compactados na energia Intermediária, foram executados os
ensaios relacionados no fluxograma da figura 3.17.
b] Curvas Geradas
Os resultados dos ensaios forneceram, para cada teor de umida-
de, os valores das propriedades mecânicas e hídricas do solo
ensaiado. Isso proporcionou a obtenção de curvas para diversas
propriedades, em função do teor de umidade.
Para o desenvolvimento das pesquisas foram utilizados não só os
58
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
59
Pavimentos Econômicos
60
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
61
Pavimentos Econômicos
a] Apresentação do Programa
a.1) Para cada amostra foram moldados 5 cp com cinco diferentes
teores de umidade, com intervalo de 1,5% entre eles.
a.2) Com cada um dos cp foram executados os ensaios do fluxo-
grama da figura 3.19, que também indica as curvas obtidas pelos
ensaios e os coeficiente necessários para a Classificação MCT.
O tipo de equipamento de compactação é o mesmo, tanto para o
Mini-Proctor, como para o Mini-MCV (esquema na figura 3.1).
a.3) Os resultados dos ensaios para amostras de solo L e solo N,
que se acham nas figuras 3.20 e 3.21, apresentam as curvas que
62
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
b] Curvas Geradas
Para cada teor de umidade da amostra de solo ensaiado foi
gerada uma curva de compactação Mini-MCV, também designa-
da curva de deformabilidade. Cada cp resultante desse ensaio
foi submetido ao ensaio da Perda de Massa por Imersão (Pi) e
esse procedimento foi repetido para os cinco diferentes teores de
umidade.
Além das curvas de deformabilidade foi obtida, com os dados dos ensaios,
uma família de curvas de compactação para diferentes energias que
englobam, desde energias menores que a Normal, até maiores que a
Modificada. Essas curvas são obtidas, no entanto, com massas cons-
tantes de 200 g e pela compactação segundo o Mini-MCV; suas ener-
gias, portanto, são diferentes das do Mini-Proctor cujo ensaio de
compactação preconiza volume constante.
As figuras 3.20 e 3.21 ilustram a família das curvas de deformabilidade e densida-
de de um solo L e de um solo N, além da curva de Pi x Mini-MCV.
63
Pavimentos Econômicos
Figura 3.20 Resultados de ensaios Mini-MCV e Perda de Massa, de um solo L, com a amostra
do SAFL utilizado na base do acesso a Água Vermelha – SP.
64
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
65
Pavimentos Econômicos
66
DESENVOLVIMENTO DA SISTEMÁTICA MCT 3
67
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO
4
DA SISTEMÁTICA MCT
68
4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
69
Pavimentos Econômicos
Figura 4.1 Designação genética geral das camadas de solo, nas regiões tropicais.
70
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Para ilustrar esses dois tipos de solos, apresenta-se um perfil de solo esquemático
(figura 4.1) e outro de um corte rodoviário (figura 4.2), no qual, em
sua parte superior (vermelha), aparece um solo de comportamen-
to laterítico e, na inferior, um solo de comportamento não laterí-
tico (saprolítico). Pelo aspecto visual do talude, pode-se verificar a
grande diferença de comportamento desses dois tipos de solo quanto
à erosão: a parte laterítica é resistente, enquanto a não laterítica é
muito susceptível a ela.
Figura 4.2 Perfil de um corte rodoviário – parte superior solo laterítico (vermelho)
e inferior solo saprolítico variegado.
71
Pavimentos Econômicos
As figuras 4.3 e 4.4 ilustram as microfábricas dos solos SAFL (L) e Saprolítico
(N), em questão.
t SAFL (L): caracterizada por apresentar argilos minerais aglutina-
dos em forma de “nuvens” ou pipocas.
t Saprolitico (N): caracterizada por apresentar argilos minerais
individualizados.
72
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.3 Microfábrica do solo L, aumento 10.000X. Figura 4.4 Microfábrica do solo N, aumento 10.000X.
73
Pavimentos Econômicos
74
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
SOLO “COMPOSTO”
PROPRIEDADES
LATERÍTICO Ff=100% SAPROLÍTICO Ff=100%
COEFICIENTE DE SORÇÃO (s)
!
COEFICIENTE DE
PERMEABILIDADE (k)
EXPANSÃO [%]
MINI-CBR [%]
MEAS = MASSA ESPECÍFICA
APARENTE SECA [g/cm ]
Figura 4.5 Resultados de dois solos “compostos”, um laterítico e outro saprolítico, correspondentes a Ff = 100% e
Fg = 0, na energia Intermediária.
75
Pavimentos Econômicos
Figura 4.6 Gráficos Resumo dos “Solos Compostos”, misturas L e N. Propriedades obtidas na Ho da energia Normal do
Mini-Proctor.
76
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
A variação da porcentagem da fração grossa tem pouco efeito sobre a Relação RIS,
no caso do solo L, e um efeito bastante nítido, no caso do solo N.
77
Pavimentos Econômicos
Figura 4.7 Posição no Gráfico de Plasticidade (segundo Casagrande) dos solos estudados, de
comportamento laterítico e não laterítico.
78
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.8 Gráficos dos solos naturais. Características do grupo HRB-AASHTO, LL, IP e Granulometria, de
alguns pares indicados na figura 4.7.
79
Pavimentos Econômicos
Figura 4.9 Gráficos resumo dos solos naturais. Propriedades na Ho da energia Normal.
80
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
81
Pavimentos Econômicos
A figura 4.10 apresenta os valores da Relação RIS em função da porcentagem
que passa na peneira 0,075 mm (fração fina), para solos de compor-
tamento laterítico e não laterítico, tanto compostos artificialmente
como naturais. A análise da figura mostra que os solos estudados
apresentam valores da RIS que se enquadram em 2 classes distintas,
a saber:
Comportamento Laterítico: RIS > 60%
Comportamento Não Laterítico: RIS < 30%
Figura 4.10 Relação RIS, em função da porcentagem que passa na peneira 0,075 mm, dos solos
compostos e naturais, estudados.
82
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Essa constatação mostra que a Relação RIS é um critério para a diferenciação desses
solos. Com o uso da energia Intermediária foi, então, feito um estudo
específico considerando-se 36 solos arenosos de comportamento late-
rítico (utilizados em bases) e 9 solos arenosos de comportamento
não laterítico (constituintes de subleitos). Os resultados dos ensaios
estão resumidos na figura 4.11 e o critério de separação dos solos, de
comportamentos laterítico e não laterítico, na tabela 4.4.
Figura 4.11 Valores da relação “RIS” para solos arenosos de comportamento Laterítico usados
em base, e não Laterítico, constituintes de subleito.
Para uma melhor comprovação da reprodu- TABELA 4.4 CRITÉRIO PARA DIFERENCIAÇÃO DOS SOLOS DE
tibilidade do critério proposto, COMPORTAMENTO L ATERÍTICO E NÃO L ATERÍTICO.
foram enviadas 3 amostras de
solos L e 3 de solos N ao labo-
ratório de Estradas do Depar-
tamento de Transportes (STT)
da Escola de Engenharia de São
Carlos, da USP. Os resultados
dos ensaios lá executados, e apresentados na tabela 4.5, confirmam
a validade do critério.
Outra forma de medir a sensibilidade da perda de suporte por imersão
do mini-CBR na umidade de moldagem, é usar a relação PSI obtida
pela expressão: PSI = 100-RIS, em %.
A relação PSI indica o valor, em porcentagem, da perda do suporte do Mini-CBR
na Ho com imersão em água por 24 horas, em relação ao valor inicial.
A PSI é obtida para as mesmas condições de compactação e umidade
83
Pavimentos Econômicos
84
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
b] Classificação USCS
No Gráfico de Plasticidade USCS, da figura 4.7, os solos de compor-
tamento laterítico e não laterítico, que ocupam posições próximas
e com a mesma classificação, têm índices de suporte nitidamente
diferentes, conforme se verifica pela figura 4.12. Isso ilustra que,
para a avaliação das propriedades, de um modo geral, é funda-
mental saber se o solo é de comportamento laterítico ou não. A
necessidade dessa informação já é apontada no próprio M-76-71
do DER-SP (Classificação do solo segundo HRB e USCS).
c] Comprovações Práticas das Limitações pela HRB-AASHTO
As limitações da avaliação das propriedades mecânicas e hídricas
dos solos pela classificação HRB-AASHTO já foram, muitas vezes,
confirmadas pelas práticas construtivas utilizadas no Brasil. Um
exemplo marcante desse fato é a técnica construtiva adotada na
região do “Embasamento Cristalino” do Estado de São Paulo. No
perfil de solos daquela região a zona intermediária é composta
de solos saprolíticos, genuinamente residuais das rochas existen-
tes, e, na zona superior, é frequente a ocorrência de camadas de
85
Pavimentos Econômicos
86
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
87
Pavimentos Econômicos
88
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.14 Curvas de variação das propriedades, versus o teor de umidade na Ho da EI.
89
Pavimentos Econômicos
90
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.15 Curvas de compactação de 3 solos lateríticos típicos, com energias Intermediária e Normal.
Figura 4.16 Valores da Ho e da MEASmáx, da EI. Numeração das amostras conforme tabela 4.8.
91
Pavimentos Econômicos
Figura 4.17 Número de golpes do soquete leve para obtenção de um grau de compactação igual a 100% da
MEASmáx, na Ho da EI.
92
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Também a mesma figura mostra que, praticamente, 90% dos solos apresentam
Ho entre 9,2 e 13,2 % e MEASmáx de 1,95 à 2,10 [g/cm3].
d] Pela figura 4.17 verifica-se que o solo que apresenta elevada
porcentagem de areia fina (solo 05) necessita de um número de
golpes muito maior (maior energia de compactação) do que os
que possuem fração areia constituída predominantemente de
areia média e grossa (solos 06 e 21), para se alcançar a MEAS máx
correspondente à energia Intermediária na Ho. A parte inferior
da figura mostra que, no campo, o grau de compactação obtido
na execução da base com o solo 05 foi inferior aos obtidos nas
bases executadas com os solos 06 e 21, fato esse em consonância
com o que se obteve em laboratório. Numa pesquisa efetuada
no IPT, com solos de características próximas ao 05, verificou-se
que, para a obtenção de 100 % da MEASmáx da E.I., foi necessário
usar 12 golpes de soquete pesado (4,5 kg); isso mostra que, para
se conseguir a MEASmáx da E.I. no campo, é necessário utilizar
equipamentos pesados.
93
Pavimentos Econômicos
94
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.19 Índice de suporte Mini-CBR e Expansão, obtidos na Ho, da EI, das amostras e
dados da tabela 4.8.
95
Pavimentos Econômicos
Figura 4.20 Curvas de carga versus penetração, obtidas no ensaio do Mini -CBR, para 3 solos.
Figura 4.21 Famílias de Curvas do Mini-CBR de mesma MEAS, em função da umidade de moldagem,
obtidas através da variação da energia de compactação, para 2 solos.
96
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.22 Curvas dos Coeficientes de sorção d’ agua (s) e de permeabilidade (k), de 3 amostras de
solos lateríticos típicos.
Figura 4.23 Valores dos Coeficientes (s) e (k), obtidos na Ho da EI, das amostras e dados da tabela 4.7.
97
Pavimentos Econômicos
Figura 4.24 Coeficiente de sorção d’ água (s) de um solo, na umidade de moldagem e após a secagem
ao ar.
98
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Os resultados dos ensaios apresentados nas figuras 4.25 e 4.26, mostram que:
a] Para um mesmo solo, a contração aumenta com o aumento da
umidade de moldagem.
b] A contração mais elevada é a da amostra nº 6 a qual, também, é
a que apresenta maior sensibilidade da contração com o teor de
umidade, em comparação com as demais.
c] Para a amostra nº 1, um acréscimo de 2% no teor de umidade,
em relação ao ótimo, aumenta o valor da contração da ordem de
3 vezes.
d] Os valores da contração para os corpos de prova das 36 amostras,
compactados na Ho, situam-se entre 0,03 e 0,6%. O valor médio
da contração das amostras é Ct = 0,28%.
e] Aproximadamente 90% dos solos das amostras apresentam
contração entre 0,1 e 0,5%. Dos restantes, dois têm contração
abaixo de 0,1% e dois, acima de 0,5%; os primeiros são extrema-
mente arenosos e pouco coesivos e os últimos, argilosos e muito
coesivos.
f] Os solos com contração de 0,1 a 0,5 (90%) foram os que apresen-
taram melhor comportamento como base.
g] O solo da amostra nº 20 tem uma elevada quantidade de mate-
rial passando na peneira 0,075 mm (47%) e apresenta a maior
contração, Ct = 0,6%, entre os solos usados para base. Já o solo
99
Pavimentos Econômicos
Figura 4.26 Valores da contração (Ct) das amostras da tabela 4.7, obtidas na Ho.
100
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.27 Gráfico da Classificação MCT com a localização dos 36 solos da tabela 4.7. Grupos LA, LA' e LG'.
101
Pavimentos Econômicos
102
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
103
Pavimentos Econômicos
Figura 4.28 Curvas de frequência dos valores da MEAS e do teor de umidade nas bases de SAFL, em duas
profundidades.
104
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.29 Variação do teor de umidade da base para 3 trechos com base de SAFL e revestimentos
betuminos diferentes.
105
Pavimentos Econômicos
106
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
O exposto nas últimas conclusões mostra que, de uma maneira geral, as umida-
des de trabalho da base se encontram abaixo da umidade ótima de
laboratório, para a energia Intermediária, mesmo em períodos de
chuva.
107
Pavimentos Econômicos
Figura 4.33 Curva de frequência dos valores do Mini-CBR in situ, de bases de SAFL.
108
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.34 Curvas de frequência dos valores do Mini-CBR in situ na borda da pista, para duas
profundidades, em trechos com base de SAFL.
Figura 4.35 Curvas de frequência dos valores do Mini-CBR in situ, no eixo e na borda da pista,
em trechos com base de SAFL, na profundidade 10 cm.
Além das conclusões acima, cabe ressaltar que trechos cujas bases tiveram uma
execução aprimorada, motivada pelo uso de equipamentos adequa-
dos e de um maior rigor no controle tecnológico dos serviços, apre-
109
Pavimentos Econômicos
110
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.36 Curva de frequência dos valores da deflexão, obtidos com uso da viga Benkelman.
111
Pavimentos Econômicos
Figura 4.37 Deflexões e linhas de influência obtidas com uso da viga Benkelman no trecho experimental Dois Córregos-
Guarapuã.
112
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.38 Deflexões medidas, ao longo do tempo, em três trechos com base de SAFL.
113
Pavimentos Econômicos
114
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
115
Pavimentos Econômicos
116
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
117
Pavimentos Econômicos
118
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
119
Pavimentos Econômicos
Programa Complementar
Com os resultados do seu uso foram obtidos os gráficos das figuras 4.47, 4.48.
A análise dessas figuras permite concluir:
a] Influência da Irrigação Prévia
Obteve-se maior penetração da pintura asfáltica nos corpos de
prova que foram irrigados antes da aplicação da imprimadura
(figuras 4.47 e 4.48).
b] Influência da Umidade na Ocasião da Imprimadura
Os resultados, tanto na EN como na EI, para os corpos de prova
moldados no intervalo Ho a (Ho-1) e submetidos a diferentes
níveis de secagem, mostram que os pontos de máxima penetração
120
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
121
Pavimentos Econômicos
122
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
123
Pavimentos Econômicos
4.6.2 Granulometria
4.6.2.1 Método de Ensaio e Solos Ensaiados
Para efeito do estudo granulométrico desses solos, será usada a classificação
preconizada no M-6-53 DER-SP (defloculante hexametafosfato de
sódio), porém alterando-se os intervalos granulométricos que defi-
nem as frações silte mais argila, e argila. A classificação granulomé-
trica adotada está representada na parte inferior da figura 4.51.
O estudo foi realizado em duas séries de amostras:
124
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
125
Pavimentos Econômicos
126
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
*+ $
')
!
127
Pavimentos Econômicos
128
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
129
Pavimentos Econômicos
4.6.3.1 Mineralogia
A fração areia dos SAFL ensaiados é constituída, quase que exclusivamente,
de quartzo; entretanto os minerais pesados (magnetita, ilmenita,
rutilio, granada,etc) estão sempre presentes, embora em porcentagem
muito pequena. É bastante frequente a presença da película opaca
que recobre, parcialmente, os grãos maiores e imprime à fração areia
uma coloração peculiar arroxeada, rósea ou amarelada, conforme se
pode observar nas figuras 4.54, 4.55 e 4.56.
A tabela 4.16 apresenta os minerais que constituem a fração silte mais argila
de 11 solos lateríticos estudados com uso da difratometria de Raio
X. O exame dessa tabela revela a presença constante de quartzo,
caulinita, gibsita e óxidos de ferro hidratados (goetita e magnetita).
Esse elenco mineralógico é uma característica peculiar dos solos de
comportamento laterítico.
130
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Esses dados mostram, de forma nítida, que os solos integrantes da camada abaixo
da linha de seixos, apresentam constituição mineralógica diferente
da dos lateríticos, que estão acima daquele horizonte. Essa diferen-
ça é caracterizada pela presença de argilo-minerais, das famílias da
muscovita e montmorilonita, na camada subjacente à linha de seixos,
indicando que os mesmos não são lateríticos.
4.6.3.2 Fábrica
a] Quanto à Macrofábrica:
Em suas condições naturais, os SAFL apresentam-se com macro-
fábrica predominantemente homogênea e porosa e com baixa
MEAS in situ (da ordem de 1,5 g/cm 3), conforme mostram os
valores abaixo (em g/cm3), obtidos das jazidas dos trechos:
Aeroporto de Araraquara............................1,46
Trabiju - Boa Esperança do Sul..................1,48
São Carlos - Broa ........................................1,50
Cambaratiba - Borborema...........................1,47
b] Quanto à Microfábrica:
As conclusões obtidas a partir dos resultados do estudo feito pelo
IPT, da microfábrica de diversas amostras de SAFL, são resumidas
a seguir:
As partículas individuais de argila não são, em geral, distin-
guíveis; quando distinguíveis, aparecem com muito pouca
nítidez.
São vizualizados flocos relativamente grandes, aglutinando
partículas argilosas, com aspecto de “nuvens” ou “pipocas” e
tamanhos desde 1 a 2 até 50 a 100 mm, na sua maior dimen-
são.
131
Pavimentos Econômicos
Figura 4.57 Amostra 09 - Aumento 1.000X. Figura 4.58 Amostra 09 - Aumento 10.000X.
Figura 4.59 Amostra 33 - Aumento 1.000X. Figura 4.60 Amostra 33 - Aumento 10.000X.
132
PESQUISAS DESENVOLVIDAS COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT 4
Figura 4.61 Amostra do furo 05, acima da linha de Figura 4.62 Amostra abaixo da linha de seixos do furo
seixos, de solo laterítico (Aumento 5.000X). da amostra 05, de solo saprolítico (Aumento 5.000X).
4.6.3.3 Cor
As amostras secas ao ar, segundo a tabela de cor Munsell, apresentam predomi-
nantemente cor vermelha (2YR 5/6, 4/8, 4/6, 5/8) e vermelho-ama-
relada (5YR 6/6 a 4/6). As variedades marrom (ou bruna) (7.5YR 4/4,
4/5, 5/6, 5/8) são, sobretudo, frequentes na área de ocorrência do
Latosol Vermelho Amarelo, textura arenosa.
133
ESTUDO GEOTÉCNICO DE SOLOS PARA BASES
DE SAFL COM O USO DA SISTEMÁTICA MCT
134
O estudo geotécnico para a escolha das jazidas de solos arenosos finos
lateríticos, segundo a Sistemática MCT, objetivando seu uso em bases,
é desenvolvido em duas fases: a preliminar e a básica.
Na fase preliminar utilizam-se informações pedológicas (basicamente cartas de
solos) obtidas pelo reconhecimento de campo e ensaios de granu-
lometria. Na fase básica efetua-se uma amostragem sistemática
acompanhada de: execução de ensaios de laboratório, tratamento
estatístico dos valores das propriedades, análise dos resultados esta-
tísticos, qualificação das jazidas e escolha das jazidas definitivas.
135
Pavimentos Econômicos
136
ESTUDO DE SOLOS PARA BASES DE SAFL COM A MCT 5
Figura 5.1 Posição das amostras de solos das Classes LV, LVA (23 amostras) e
PVA (12 amostras).
137
Pavimentos Econômicos
Figura 5.2 Histogramas para uso do solo em base – Solos das Classes LV e PVA.
Ainda na fase preliminar, esse estudo torna possível que as informações pedo-
lógicas se constituam numa orientação muito confiável com proba-
bilidades > 80 %, para os solos da Classe
Tabela 5.1 PORCENTAGEM DOS SOLOS LV E PVA PARA USO EM
LV e > 95 % para os da PVA com texturas
BASE DE SAFL.
arenosa e média (areno-argilosa), para seu
uso em base. Isso permite que os engenhei-
ros possam utilizar essas informações para
a escolha das melhores jazidas a serem
detalhadas na fase básica.
Ressalta-se que a análise do Mapa Pedológi-
co mostra que os solos, coletados na Região
Central do Estado de São Paulo, também
ocorrem em outras regiões, perfazendo
uma área da ordem de 70 % do Estado. Classes de solos com características simi-
lares àquelas estudadas, e que ocorrem em outras regiões do Brasil, têm grande
probabilidade de se constituir em jazidas para base de SAFL.
Portanto, se estudos semelhantes forem feitos para outras Classes de solos, serão
geradas informações para essa mesma finalidade, em quaisquer partes
do território nacional.
138
ESTUDO DE SOLOS PARA BASES DE SAFL COM A MCT 5
139
Pavimentos Econômicos
Figura 5.3 Fluxograma da Fase Preliminar do Estudo Geotécnico das Ocorrências de SAFL.
140
ESTUDO DE SOLOS PARA BASES DE SAFL COM A MCT 5
141
Pavimentos Econômicos
vel, o solo deve conter pelo menos 90% da fração que passa na
peneira de 2,00 mm.
b] Sendo a Sistemática MCT aplicável, são considerados essenciais os
valores das propriedades obtidos pelos ensaios indicados a seguir,
que devem ser realizados conforme a sequência do item 5.2.2.7.
142
ESTUDO DE SOLOS PARA BASES DE SAFL COM A MCT 5
143
Pavimentos Econômicos
t Contração Axial:
onde:
N = número de amostras (no mínimo 10).
Xi = valores individuais das amostras.
K e K1 = coeficientes, função de N sendo, respecti-
Tabela 5.2 VALORES DOS COEFICIENTES K E K1. vamente, tolerância unilateral e bilateral, confor-
me valores da tabela 5.2.
No caso dos ensaios de infiltrabilidade e permeabi-
lidade, os resultados dos coeficientes s e k, de todas
as amostras, devem atender os intervalos admissí-
veis da tabela 5.4, sem a necessidade de tratamento
estatístico.
144
ESTUDO DE SOLOS PARA BASES DE SAFL COM A MCT 5
Tabela 5.3 CRITÉRIO SAFL PARA BASES DE PAVIMENTOS. USO RESTRITO PARA
DE ESCOLHA DE
O ESTADO DE SÃO PAULO.
LG’, LA’, LA M5 e M8
!" >2000 M5
#$%&&'(" >50 M2
&)*'
(" >80 —
&++&
,&&'-
&(. <20 —
#'/0&/
<0,2 M2
+'$("
#,*'$,(" 0,2 a 0,5 M3
145
Pavimentos Econômicos
146
ESTUDO DE SOLOS PARA BASES DE SAFL COM A MCT 5
Figura 5.4 Fluxograma da Fase Básica do Estudo Geotécnico das jazidas de SAFL para base.
147