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Theodor Adorno - Educação e Emancipação
Theodor Adorno - Educação e Emancipação
“Mas pode-se dizer que houve uma segunda revolução industrial. A primeira se define pela
utilização científica da matéria inerte e das forças da natureza. A segunda se define pela
utilização científica da matéria viva, isto é, dos homens” (WEIL, 1979, p.112)
- A questão do salário acaba por encobrir e sempre estar a frente de outras reividincações
importantes. (p. 113)
“A classe operária sofre por estar sujeita à vontade arbitrária dos quadros dirigentes da
sociedade, que lhe impõem fora de fábrica, seu padrão de existência e, dentro da fábrica,
suas condições de trabalho” (WEIL, 1979, p. 113).
PRESSÕES:
Relação
Máquina Homem
“É feita Carregado de
essencialmente para sonhos,
“Os homens estão lá
produzir” (WEIL, 1979, necessidades e
para ajudar as
p.114)
máquinas a fazerem
todos os dias o maior
número possível de
produtos bem feitos e
baratos” (WEIL, 1979,
- A real solução, segundo a autora, seria no final de cada expediente, juntamente com a
produção alta e bem feita, os trabalhadores estarem felizes. “[...]tornar o trabalho
alegre[...]” (WEIL, 1979, p. 114).
“[...] os homens que nela entram de manhã, não saiam dela diminuídos física ou
moralmente à noite, ao final de um dia, de um ano ou de vinte anos” (WEIL, 1979, p. 115).
- O Taylorismo é: Seleção dos mais fortes (p.119) / trabalhar mais do que trabalhar melhor
(p.20) / meio de controle dos operários. (p.121)
“A morte, evidentemente, é o extremo limite que não se quer atingir, mas enquanto não se
está morto, ao fim de uma hora de trabalho, do ponto de vista dos patrões, é que se pode
ainda trabalhar mais” (WEIL, 1979, p. 122).
“[...] não existe nenhum meio científico para medir o gosto do organismo humano pelo
trabalho [...]”(WEIL, 1979, p. 122).
“Ford diz ingenuamente que é excelente ter operários que se dêem bem, mas é preciso que
eles não se dêem bem demais, porque isso diminuiria o espírito de concorrência e de
emulação indispensável para a produção” (WEIL, 1979, p. 124).
“[...] ninguém se acostuma, ao menos que se possa trabalhar pensando em outra coisa”
(WEIL, 1979, p. 124).
- tempo do trabalho é o segredo do trabalhador: este segredo foi violado pelo patrão.
(p.125)
“O ser humano tem uma raiz ativa por sua participação real, ativa e natural na existência
de uma coletividade que conserva vivos certos tesouros do passado e certos
pressentimentos do futuro” (WEIL, 1979, p. 347).
- É viver e se ver nas coisas que faz. “Precisa receber quase que a totalidade de sua vida
moral, intelectual, espiritual por intermédio dos meios de que faz parte naturalmente”
(WEIL, 1979, p. 347).
- o indivíduo se vê fazendo parte nas coisas que faz. É sentir-se pertencendo a todas esferas
da vida que participa: no trabalho, na família, na casa em que vive, na comunidade que faz
parte. (p.347).
- Comunidades que conservam tradições do passado, famílias que mantém rituais próprios
da família herdados de seus antepassados revelam traços de enraizamento.
“O dinheiro destrói as raízes por onde vai penetrando, substituindo todos os motivos pelo
desejo de ganhar” (WEIL, 1979, p. 348).
- Arranca o indivíduo de sua vida, sua cultura e costumes de seus antepassados. (p.350)
- Sistema doente: “Um sistema social está profundamente doente quando um camponês
trabalha a terra pensando que, se ele é camponês, é porque não era inteligente o bastante
para tornar-se professor” (WEIL, 1979, p. 350).
- O exemplo dado acima por Weil pode ser aplicado, também, à indústria, quando um
operário lastima sua sorte e capacidade em ocupar aquele lugar, almejando um lugar
distante de sua realidade e, ao mesmo tempo, colocando-se em uma posição impossível
para a mudança, no que se refere, como Weil diz, à inteligência, capacidade.
1º segura;
“Uma classe operária constituída quase inteiramente por bons profissionais não é um
proletariado” (WEIL, 1979, p. 358).
“Se os operários se tornassem em sua maioria um pouco mais felizes, vários problemas
aparentemente essenciais e angustiantes estariam, não resolvidos, mas abolidos” (WEIL,
1979, p. 364).
“O povo tem pouco lazer para se dedicar a um esforço intelectual[...]” (WEIL, 1979, p.
364).
- O próprio conteúdo das matérias oferecidas às crianças e jovens na escola lhes parecem
estranhos, pois não há aplicação disso no mundo, na realidade, em que vivem, fazem parte.
Os conteúdos não são aproximados da experiência vivida. (p.366)
“O pensamento é livre e soberano por essência quando se exerce realmente. Ser livre e
soberano, na qualidade de ser pensante, durante uma hora ou duas, e escravo pelo resto
do dia, é um esquartejamento tão doloroso que é quase impossível não renunciar, para
fugir a ele, às formas mais altas do pensamento” (WEIL, 1979, p. 367).
- a supressão da condição proletária é criar um ambiente em que os operários estejam e se
sintam em casa. (p.368)
A sujeição. Nunca fazer nada, por menos que seja, que se constitua numa iniciativa. Cada gesto é,
simplesmente, a execução de uma ordem. Pelo menos para operadores da máquina. Numa máquina
burguesa, para uma série de peças, cinco ou seis movimentos simples são indicados, e basta apenas
repeti-los a toda velocidade. Até quando? Até que se receba ordem para fazer outra coisa. (...) A cada
momento estamos na contingência de receber uma ordem. A gente é uma coisa entregue à vontade de
outro. Como não é natural para um homem transformar-se em coisa, e como não há coação visível
(chicote, correntes) é preciso dobrar-se a si próprio em direção a esta passividade. Que vontade de
poder largar a alma no cartão de entrada e só retoma-la à saída! Mas não é possível. A alma vai com a
gente para a fábrica. É preciso o tempo todo fazê-la calar-se. Na saída, muitas vezes, não a temos
mais, porque estamos cansados em excesso. Ou, se a temos ainda, que sofrimento, quando chega a
noite, reparar no que fomos durante oito horas nesse dia, e que no dia seguinte serão ainda oito horas,
e também no dia seguinte do dia seguinte ... (Weil, 1979, p.104)