Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Projeto Político-Pedagógico
Brasília-DF
2002
Editor
Jair Santana Moraes
Revisão
Antonio Bezerra Filho
Eveline de Assis
Marluce Moreira Salgado
Normalização bibliográfica
Maria Ângela Torres Costa e Silva
Regina Helena Azevedo de Mello
Projeto Gráfico/Capa
Marcos Hartwich
Diagramação e Arte-Final
Celi Rosalia Soares de Melo
Marcos Hartwich
Tiragem
2.000 exemplares
Editoria
Inep/MEC – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Anexo I, 4º Andar, Sala 418
CEP 70047-900 – Brasília-DF – Brasil
Fones: (61) 224-7092, 321-7376
Fax: (61) 224-4167
e-mail: editoria@inep.gov.br
Distribuição
Cibec/Inep – Centro de Informações e Biblioteca em Educação
Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Térreo
CEP 70047-900 – Brasília-DF – Brasil
Fone: (61) 323-3500
e-mail: cibec@inep.gov.br
http://www.inep.gov.br
Colégio Pedro II
Colégio Pedro II: projeto político-pedagógico / Colégio Pedro II. – Brasília: Inep/MEC, 2002.
400 p. : il.
CDU: 37.014
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO – Escola: espaço de memória ............................................................. 27
CAPÍTULO 2
CARACTERIZAÇÃO – Escola: espaço de diferenças.............................................. 31
2.1 Rede física .......................................................................................................... 33
2.2 Corpo docente ................................................................................................... 34
2.2.1 Distribuição por unidades escolares, departamentos e disciplinas ........ 34
2.3 Distribuição do corpo discente .......................................................................... 35
2.3.1 Primeiro Segmento do ensino fundamental ............................................ 35
2.3.2 Segundo Segmento do ensino fundamental ........................................... 35
2.3.3 Ensino médio ............................................................................................ 35
2.4 Formas de acesso (demanda/atendimento) ..................................................... 36
2.5 Convênios, parcerias e projetos com outras instituições .................................. 36
2.5.1 Breve descrição dos convênios e projetos .............................................. 37
CAPÍTULO 3
ANÁLISE DA REALIDADE – Escola: espaço de contradições ................................ 41
3.1 Perfil docente: indicadores diversos na caracterização do educador .............. 43
3.2 Uma abordagem socioeconômica e cultural do alunado ................................. 44
3.2.1 Introdução ................................................................................................. 44
3.2.2 Análise das questões ................................................................................ 44
3.2.2.1 Perfil socioeconômico do aluno do CP II ...................................... 44
3.2.2.2 Perfil cultural do aluno do CP II ..................................................... 47
3.2.3 Conclusão ................................................................................................. 48
3.2.3.1 Unidades Escolares I..................................................................... 48
3.2.3.2 Unidades Escolares II.................................................................... 49
3.3 Diagnóstico educacional: índices comparativos reprovação/evasão ............... 52
3.4 Diagnóstico escolar ............................................................................................ 52
3.4.1 Introdução ................................................................................................. 52
3.4.2 Metodologia utilizada ................................................................................ 53
3.4.2.1 Montagem da matriz ..................................................................... 53
3.4.2.2 Operacionalização da matriz ........................................................ 53
3.4.3 Análise crítica ............................................................................................. 54
3.4.4 Conclusão .................................................................................................. 60
3.5 Entraves institucionais, propostas e metas ....................................................... 60
CAPÍTULO 4
FUNDAMENTOS DO PROJETO – Escola: espaço de cidadania ........................... 63
4.1 Fundamentos legais ........................................................................................... 65
4.2 Fundamentos teórico-filosóficos: que alunos queremos formar?
O papel da escola hoje ...................................................................................... 65
4.2.1 Escola e sociedade ................................................................................... 65
4.2.2 Escola e cultura ........................................................................................ 67
CAPÍTULO 5
PROPOSTA CURRICULAR – Escola: espaço de conhecimento ......................... 71
5.1 Ensino fundamental ........................................................................................ 73
5.1.1 Primeiro Segmento ................................................................................ 73
5.1.1.1 Definição de princípios filosóficos e metodológicos ............... 73
5.1.1.2 Organização curricular ............................................................. 75
5.1.1.3 Opção curricular: desenvolvimento de competências ............ 76
5.1.2 Segundo Segmento .............................................................................. 78
5.1.2.1 Definição de princípios filosóficos e metodológicos ............... 78
5.1.2.2 Competências Transdisciplinares ............................................ 78
Componentes curriculares – Primeiro Segmento ................................................ 79
I. Língua Portuguesa ....................................................................................... 81
II. Literatura ...................................................................................................... 95
III. Educação Artística ....................................................................................... 102
IV. Educação Musical ........................................................................................ 106
V. Educação Física ........................................................................................... 109
VI. Matemática ................................................................................................... 114
VII. Ciências ........................................................................................................ 120
VIII. Estudos Sociais ............................................................................................ 124
Componentes curriculares – Segundo Segmento ............................................... 131
I. Língua Portuguesa e Literaturas .................................................................. 133
II. Inglês ............................................................................................................ 152
III. Francês ......................................................................................................... 164
IV. Artes Visuais ................................................................................................. 168
V. Educação Musical ........................................................................................ 174
VI. Educação Física e Folclore .......................................................................... 183
VII. Matemática ................................................................................................... 188
VIII. Ciências ........................................................................................................ 195
IX. Desenho Geométrico ................................................................................... 204
X. Geografia ...................................................................................................... 206
XI. História ......................................................................................................... 220
XII. Informática Educacional .............................................................................. 226
5.2 Ensino médio .................................................................................................. 229
5.2.1 Área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias .............................. 230
5.2.1.1 Competências ........................................................................... 231
5.2.1.2 Categorias/Conceitos interdisciplinares .................................. 232
5.2.1.3 Temas interdisciplinares ........................................................... 232
5.2.2 Área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias ......... 234
5.2.2.1 Competências ........................................................................... 234
5.2.2.2 Categorias/Conceitos interdisciplinares .................................. 235
5.2.2.3 Temas interdisciplinares ........................................................... 235
5.2.3 Área de Ciências Humanas e Filosofia ................................................. 239
5.2.3.1 Competências da área ............................................................. 241
5.2.3.2 Categorias/Conceitos interdisciplinares .................................. 242
5.2.3.3 Temas interdisciplinares ........................................................... 242
Componentes curriculares – Área 1 – Linguagens, Códigos
e suas Tecnologias ......................................................................................... 243
I. Língua Portuguesa ....................................................................................... 245
CAPÍTULO 6
ESTRUTURA CURRICULAR – Escola: espaço de organização .......................... 359
6.1 Organização dos dias escolares..................................................................... 361
6.1.1 Distribuição das disciplinas pelos dias ................................................. 361
6.1.2 Inclusão do sábado como dia letivo ..................................................... 361
6.2 Proposta de estrutura curricular ..................................................................... 362
6.3 Estrutura curricular para o ensino fundamental ............................................. 362
6.3.1 Premissas gerais ................................................................................... 362
6.4 Estrutura curricular para o ensino médio ....................................................... 363
6.4.1 Premissas gerais ................................................................................... 363
6.4.2 Organização curricular geral do ensino médio .................................... 363
6.4.3 Composição curricular do ensino médio .............................................. 364
6.4.3.1 Ensino médio diurno ................................................................ 364
6.4.3.2 Ensino médio noturno .............................................................. 365
6.4.4 Características específicas dos componentes do currículo ................. 366
Anexo: Elenco de disciplinas eletivas ................................................................... 369
CAPÍTULO 7
AVALIAÇÃO – Escola: espaço de inclusão .......................................................... 379
7.1 Filosofia e avaliação: relações e reflexos ....................................................... 381
7.2 Contextualização do problema ....................................................................... 381
7.2.1 Como a avaliação vem acontecendo: algumas explicações para o
quadro atual........................................................................................... 381
7.2.2 Sinalização para as mudanças ............................................................. 382
7.3 Características do processo de avaliação ...................................................... 383
7.3.1 Princípios gerais .................................................................................... 383
7.3.2 Protagonistas da avaliação ................................................................... 384
7.4 Operacionalização do processo de avaliação do desempenho escolar ....... 385
Tabelas
2.1 – Por Unidade Escolar ...................................................................................... 34
2.2 – Por departamento e disciplina ...................................................................... 34
2.3 – Unidades Escolares I – Classe de Alfabetização a 4ª série ......................... 35
2.4 – Todas as Unidades – 5ª a 8ª série ................................................................. 35
2.5 – Todas as Unidades – Ensino médio .............................................................. 36
2.6 – Atendimento nas três séries de ingresso nos últimos cinco anos ................. 36
3.1 – Docentes por sexo ......................................................................................... 43
3.2 – Docentes por faixa etária (data-base: 1º/3/2000) ......................................... 43
3.3 – Docentes por tempo de admissão ............................................................... 43
3.4 – Docentes por regime de trabalho ................................................................. 43
3.5 – Docentes por grau de escolaridade .............................................................. 44
3.6 – Condições de moradia .................................................................................. 44
3.7 – Número de cômodos da moradia ................................................................. 45
3.8 – Número de TV em cores ............................................................................... 45
3.9 – Número de computadores ............................................................................ 46
3.10 – Número de automóveis ............................................................................... 46
3.11 – Tempo de deslocamento até a escola ........................................................ 46
3.12 – Nível de instrução do pai/responsável ........................................................ 47
3.13 – Nível de instrução da mãe/responsável ...................................................... 47
3.14 – Índices de repetência geral (%) .................................................................. 52
3.15 – Taxa porcentual de abandono (evasão) ..................................................... 52
3.16 – Abrangência da amostra ............................................................................. 53
3.17 – Matriz de levantamento de dados ............................................................... 55
6.1 – Proporcionalidade de tempos pelas áreas, considerando as três
séries do ensino médio .................................................................................. 364
Gráficos
3.1 – Condições de moradia .................................................................................. 49
3.2 – Número de cômodos ..................................................................................... 50
3.3 – Número de TV em cores ............................................................................... 50
3.4 – Número de computadores ............................................................................ 50
3.5 – Número de automóveis ................................................................................. 51
3.6 – Tempo gasto moradia – CP II ........................................................................ 51
3.7 – Instrução da mãe/responsável ...................................................................... 51
3.8 – Instrução do pai/responsável ........................................................................ 52
6.1 – Proporcionalidade das áreas ........................................................................ 365
Novo no sentido de incorporar o acervo de conhecimentos que a ciência, a tecnologia, e as ciências humanas
e comportamentais colocaram modernamente à disposição da Educação; novo no sentido de perquirir
metodologia, conteúdos programáticos e ação educativa ajustada à realidade brasileira; velho no aspecto de
não abdicar da cultura humanística de sua origem, de não abrir mão da densidade e da profundidade na
transmissão de conhecimentos; velho a fim de não se deixar levar por modismos educacionais, muitas vezes
sem lastro na experiência e de origem espúria.
Dialeticamente novo e velho na busca diacrônica e sincrônica de seu destino como instituição nacional.
Atingidos os objetivos que emergiram do 1° Encontro Pedagógico dos Professores do Colégio Pedro
II, eles de novo se reuniram no 2° Encontro Pedagógico, tendo por norte o "futuro velho" Colégio Pedro II,
assim substantivado:
Futuro no aspecto de manter simultaneamente a visão perspectiva e prospectiva dos fatos e do direcionamento
histórico em seus desdobramentos humanos, sociais, políticos, econômicos, culturais e técnico-científicos. Fu-
turo no entendimento e na projeção da realidade educacional atual e na visão, em verdadeira grandeza, do que
virá amanhã. Velho na medida em que ouve e sedimenta as lições do passado e as transforma em arquétipos a
servirem de modelo para o futuro que já está se tornando presente.
Agora, vencida árdua jornada, estamos apresentando o nosso Projeto Político-Pedagógico dentro dos
parâmetros curriculares emanados da LDB e do Conselho Nacional de Educação. E inovar é audacioso.
Tornar-se-á efetivo? O futuro dirá, mas é preciso ter em mente Ortega y Gasset, quando afirma: "Reforma não
é apenas correção de abusos, mas criação de novos usos".
A atual conjuntura não nos facilitará a criação de novos usos, na medida em que o professor for
ignorado como peça estratégica na reestruturação do desenvolvimento social e centro de gravidade e de
impulsos renovadores da sociedade brasileira e mantido na condição de quase pária social e aviltado em
sua ação, sem ele malogrados todos nossos esforços acadêmicos na tentativa de criar e renovar.
Já se disse alhures que "o homem é o único animal melancólico, porque só a ele é dada a capacidade
de comparar o que fez com aquilo que poderia ter feito".
No futuro, quando os historiadores analisarem o papel exercido pelo Colégio Pedro II na evolução da
educação brasileira, registrarão que, no passado, seu brilho provinha do fulgor individual dos membros
de douta congregação.
Nos dias que correm, entretanto, o individualismo cede lugar ao trabalho coletivo altamente profissional
de um corpo de educadores preocupados em conduzir, no Colégio, o esforço educativo que leve pela
educação o Brasil ao encontro das condições que o ajudem a romper sua dependência científica, tecnológica
e cultural, que nos impede, ainda, de ocupar lugar de destaque entre as nações desenvolvidas.
Nesse processo, descobrirão, então, que em tempo algum o Colégio perdeu seu antigo brilho.
Pelo contrário: fomos capazes de ser audaciosos sem padecer de melancolia.
Wilson Choeri
Diretor-Geral do Colégio Pedro II
outubro de 2000
– Existe um engajamento efetivo de muitos, porque sentem que sua construção levará à melhoria da qualidade
do processo educacional.
– (...) vem ao encontro de anseios anteriores para definição de uma linha pedagógica no Colégio.
– (...) porque somos parte de um contexto que nos convoca a refletir e porque ansiamos por mudanças.
– (...) pelo fato de estarmos discutindo a partir de uma orientação institucional, pois todos anseiam pela manu-
tenção da qualidade de ensino e por uma escola mais consciente de si própria.
– (...) o engajamento está longe de ser o ideal diante da falta de perspectivas da conjuntura atual, o que provoca
um certo desânimo tanto nos educadores como nos alunos.
e que:
– (...) existe uma distância entre o que se propõe, o que desejamos e o que é possível realizar para que o Projeto
seja coerente e viável.
CAPÍTULO
Histórico – Escola:
espaço de memória
Em 1739, há 250 anos, fundava-se o Colégio dos Órfãos de São Pedro por inspiração de D. Antonio de Guadalupe,
4º Bispo do Rio de Janeiro. Em 1766, ganhou novas instalações na Capela de São Joaquim, aproximadamente
no local onde se encontra o Colégio Pedro II – Unidade Centro. Transformou-se, então, no Seminário de São
Joaquim, dando continuidade à atividade moral, religiosa e intelectual anteriormente iniciada. Por ato de D.
João VI, foi arbitrariamente extinto, em 1818. O príncipe regente, o futuro D. Pedro I, em 1821, o restabeleceu.
Dez anos depois, em 1831, foi remodelado e passou a ser administrado pelo governo imperial.
Em 1837, Bernardo Pereira de Vasconcelos, grande ministro do Império, apresentou à assinatura do regente
Pedro de Araújo Lima o decreto que reorganizava completamente o Seminário de São Joaquim que recebeu o
nome de Colégio Pedro II, em homenagem ao imperador-menino, no dia de seu aniversário – 2 de dezembro.
Inaugurado com a presença do imperador, das princesas, suas irmãs, de todo o Ministério, do Regen-
te e de outros dignitários do Império, o Colégio foi organizado segundo os padrões educacionais euro-
peus, espelhando-se na estrutura do Collège Henri IV, de Paris. O Imperial Colégio Pedro II foi criado para
servir de modelo às "aulas avulsas" e a outros estabelecimentos de ensino do município da Corte e das
Províncias.
O Colégio foi dividido, em 1857, em duas seções: Externato e Internato. A criação do Internato teve
como objetivo ampliar o número de vagas do Colégio, contribuindo para a necessária formação cultural
dos representantes das elites regionais.
E acrescenta o professor Aluísio Jorge do Rio Barbosa:
Em 1858, o Internato começou a funcionar na Chácara do Engenho Velho, na Rua São Francisco Xavier, próxi-
mo ao Largo da Segunda-Feira, na Tijuca. De lá, em 1888, transferiu-se para o Campo de São Cristóvão, onde
se encontram, hoje, as modernas instalações da Direção-Geral e as Unidades Escolares de São Cristóvão. As
antigas instalações de Internato foram destruídas por um incêndio em 1961.
Com a Proclamação da República, em 1889, o Colégio teve seu nome mudado. Passou a denominar-se Instituto
Nacional de Instrução Secundária, e, posteriormente, Ginásio Nacional. Em 1911, voltou a ter seu glorioso nome
de origem – Colégio Pedro II.
Durante a República Velha, viveu o Colégio um período de crise institucional, uma vez que sua iden-
tidade de "colégio padrão" de ensino foi "apagada" pelas sucessivas "equiparações" de colégios oficiais
dos Estados ao Ginásio Nacional.
Ao longo do tempo, contudo, o CP II sempre ocupou lugar de destaque no cenário educacional
brasileiro. Foi o único estabelecimento de ensino secundário a outorgar a seus formandos o grau de
"bacharel em Letras" e depois o título de "bacharel em Ciências e Letras", deferência que permitia o ingres-
so direto de seus alunos em cursos superiores.
Em 1925, a Reforma da Educação Rocha Vaz criou o Conselho Nacional do Ensino que, na Seção de
Ensino Superior e Secundário, tinha como membros natos os diretores, um catedrático e um docente do
CP II.
Daquele período até a década de 50, os estabelecimentos de ensino particular poderiam solicitar ao
Ministério a formação de uma banca para validação dos exames, desde que provassem que seus progra-
mas de ensino fossem iguais aos do CP II, razão pela qual designavam-no "colégio padrão do Brasil".
CAPÍTULO
Caracterização – Escola:
espaço de diferenças
UEs CA 1ª 2ª 3ª 4ª Total
Engenho Novo I 4 4 4 5 5 22
Humaitá I 4 4 4 4 4 20
São Cristóvão I 8 8 7 7 8 38
Tijuca I 4 4 4 5 4 21
Total 20 20 19 21 21 101
Nas UEs Engenho Novo II e São Cristóvão III, existem, no 3º turno, 30 e 36 alunos, respectivamente,
cursando módulos relativos ao Curso Técnico em Processamento de Dados (CTPD).
Tabela 2.6 – Atendimento nas três séries de ingresso nos últimos cinco anos
Essas duas formas de ingresso possibilitam uma clientela heterogênea, tanto no que se refere ao
nível socioeconômico quanto à área geográfica de proveniência.
Atualmente, o colégio conta com uma maioria de alunos pertencentes a várias faixas de classe média
(em curva ascendente nos últimos anos) e alunos das camadas menos favorecidas, residentes nas zonas
centro, norte, sul e oeste do Rio de Janeiro e em outros municípios (ver Capítulo 3, item 3.2 – Uma aborda-
gem socioeconômica e cultural do alunado).
O ingresso dos alunos é também efetuado de modo a atender às transferências previstas em lei.
A mobilidade horizontal (passagem de uma unidade escolar para outra) é permitida, desde que o
aluno apresente motivos e o Colégio tenha condições de atender.
É uma atividade de pesquisa com alunos da 1ª série do ensino médio, organizada pelo Centro Univer-
sitário da Tijuca. Tem como objetivo colocar o aluno em contato com o conhecimento e experiências da
atualidade. Com o espírito de pesquisa, o aluno desenvolve um trabalho na área de sua preferência sob
orientação teórico-prática de professores, pós-graduados e universitários.
As áreas oferecidas são: Direito, Computação Gráfica, Engenharia Eletrônica, Marketing, Astronáuti-
ca, Engenharia Mecânica, Física, Astronomia, Matemática, Informática, Medicina, Engenharia de Produ-
ção, Química, Engenharia Nuclear, Engenharia Civil, Formação de Executivos e outras.
O Provoc tem o objetivo de despertar, no estudante, o interesse pela pesquisa, possibilitar a participa-
ção dele no desenvolvimento de pesquisas científicas e proporcionar a vivência do trabalho de laboratório
por parte de estudantes, possibilitando-lhes integrar a teoria e a prática.
O Programa oferece vagas limitadas para as áreas de Biologia, Física e Química aos alunos de 1ª
série do ensino médio interessados em ingressar na área de pesquisa. O Programa se divide em duas
partes: Iniciante e Avançado. Os alunos do CP II fazem o trabalho nos dois estágios, sendo alguns aprovei-
tados e obtendo bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mes-
mo que já tenham saído do CP II, ao término do ensino médio.
• Observatório Nacional
É um estágio oferecido a alunos de 2ª e 3ª séries do ensino médio da UE São Cristóvão III, que
tenham interesse na área de Computação Aplicada à Astronomia no Observatório Nacional; estudantes
que tenham interesse por Astronomia e noções de programação em Linguagens Pascal e Fortran.
O estágio tem duração de seis meses com uma carga horária de 20 horas semanais. Os alunos
recebem uma remuneração mensal e, ao final do estágio, um certificado expedido pelo CNPq. Em 2000,
cerca de cinco alunos participaram.
• Museu Nacional
É um Programa de Iniciação Científica (PIC Júnior) no Museu Nacional (UFRJ) direcionado a alunos
da 2ª série do ensino médio das UEs São Cristóvão III e Humaitá II. Tem como objetivo proporcionar aos
alunos a possibilidade de freqüentarem os laboratórios do Museu Nacional, vivendo o cotidiano dos pes-
quisadores e participando de experimentos, despertando o interesse pela pesquisa científica. Em 2000,
cerca de 20 alunos participaram.
• Instituto de Educação dos Surdos (Ines) e Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR)
A UniverCidade concede bolsa-auxílio para os alunos do CP II interessados nos cursos ofertados pela
instituição. O porcentual de desconto depende da média aritmética alcançada pelo aluno no decorrer do
ensino médio: 100% de bolsa para alunos com média de 8,5 a 10; 75% para alunos com média de 7 a 8,4;
e 50% de bolsa para alunos com média de 6 a 6,9.
Os alunos do CP II fazem uma prova de seleção classificatória, da qual constam as seguintes discipli-
nas: Matemática, Física, Química e Biologia. Os candidatos ocupam as vagas de acordo com suas opções
de curso e sua classificação na seleção. São oferecidas, também, 12 vagas para o curso superior de
Engenharia Têxtil, por processo de seleção.
Os alunos do CP II, por meio de concurso interno, podem complementar seus estudos nos cursos
técnicos oferecidos pelo Cefet. O convênio existe desde 1998 e prevê a troca de alunos pertencentes às
duas instituições de ensino, pelo princípio da reciprocidade.
O processo de orientação vocacional é desenvolvido nas UEs, por meio de dinâmicas de grupo,
vivências e testagens, em grupos de 5 a 20 alunos no máximo.
Com duração de 20 horas de trabalho, incluindo a Informação Profissional, conta com a participação
de profissionais específicos.
CAPÍTULO
Escolaridade Porcentual
Normal 0,2
Graduação 24,9
Aperfeiçoamento 0,2
Especialização 53,8
Mestrado 19,5
Doutorado 1,6
Unidades I (%)
UEs Um Dois Três Quatro Cinco Seis ou +
TI 0,64 3,21 30,13 23,72 16,67 25,64
SC I 0,82 5,11 15,16 21,42 26,36 31,14
HI 1,26 6,72 18,91 31,93 16,81 24,37
EN I 0,49 3,16 24,76 22,57 21,36 27,67
Unidades II e III (%)
T II 0,56 4,52 31,07 30,51 14,12 19,21
SC II 0,72 3,93 20,04 21,49 22,11 31,71
SC III 0,49 2,94 21,32 27,21 19,36 28,68
H II 0,72 6,14 21,66 23,83 20,94 26,71
EN II 0,22 4,09 20,43 22,37 23,01 29,89
Centro 0,31 2,51 17,24 18,50 19,44 42,01
Nas UEs I, há predomínio de residências com seis ou mais cômodos, excetuando-se a UE Humaitá I,
com maior porcentagem de residências com quatro cômodos. Destaca-se o fato de que, em Humaitá I,
encontramos também maior número de residências com apenas um cômodo (1,26%).
Nas UEs II, há predomínio de moradias com seis ou mais cômodos, com exceção da UE Tijuca II, com
moradias de três cômodos.
Unidades I (%)
Nas UEs I, a maioria das residências não possui computadores (acima de 47%). A UE São Cristóvão
I, com um porcentual de 71% das famílias sem computador, destaca-se das demais.
Nas UEs II e III, a maioria das residências possui computador, com exceção de São Cristóvão II, cuja
maioria (54,10%) não possui tal recurso tecnológico.
Nas UEs I, predominam famílias com um automóvel, excetuando-se a UE São Cristóvão I, cujos
porcentuais de famílias com um e sem nenhum automóvel são praticamente iguais (cerca de 45% cada um).
Nas UEs II e III, a maioria das famílias possui apenas um automóvel (entre cerca de 48% e 72%).
As UEs Tijuca I e Humaitá I têm entre cerca de 62% e 66% dos pais de alunos com 3º grau (completo,
incompleto ou pós-graduação). Na UE Engenho Novo I, 54% dos pais estão nessa faixa; na UE São
Cristóvão I, o porcentual atinge apenas 38% dos pais.
Nas UEs II e III, repete-se o quadro das UEs I, incluindo-se agora a UE Centro, com cerca de 70% dos
pais de alunos com essa característica.
Repete-se com as mães de alunos das UEs I um quadro similar ao dos pais, com relação à escolaridade.
Repete-se com as mães de alunos das UEs II e III um quadro similar ao dos pais, com relação à
escolaridade.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9.394/96, indica, de uma forma incisiva,
a necessidade de que todas as escolas definam o seu projeto político-pedagógico em conjunto com a
comunidade escolar. Conhecer quem é essa comunidade, estabelecer um diálogo com todos os sujeitos
sociais participantes do processo de escolarização nessa instituição tornou-se urgente, principalmente
em um tempo marcado por mudanças profundas na sociedade que estão alterando não apenas o quadro
econômico, mas influindo nas relações dos homens entre si e nas relações dos homens com o mundo.
O Colégio Pedro II (CP II) representa historicamente um dos marcos na educação pública de qualida-
de neste País. Ao longo de seus 163 anos, as características do aluno, naturalmente, têm se modificado
em função das condições políticas, econômicas e sociais do País, determinando, na atualidade, a exigên-
cia de um levantamento periódico do perfil discente.
Com o objetivo de caracterizar o aluno, utilizou-se, em 1998, nas unidades escolares, durante o proces-
so de matrícula, a aplicação de um instrumento denominado Uma abordagem sociocultural da comunidade
discente do Colégio Pedro II, para subsidiar ações pedagógicas e administrativas relacionadas com:
– o projeto pedagógico da instituição e de cada unidade escolar;
– os planos de trabalho dos diversos setores que compõem as unidades escolares;
– as reflexões sobre currículo formal e currículo oculto da instituição;
– o processo de avaliação;
– as interações da escola com a sociedade.
As ações pedagógicas e administrativas necessitam de um confronto do perfil de aluno oriundo do senso
comum, construído ao longo da história do CP II, com os dados reais a serem coletados periodicamente.
Tal confronto contribui para que se defina uma filosofia educacional que, não descaracterizando a
identidade histórica do CP II, esteja adequada às responsabilidades que a escola, os educadores e a
educação devem assumir na contemporaneidade – um mundo de pluralidades culturais – e, logo, a exigir
solidariedade e respeito maiores, integrando um processo de humanização construído a partir do conhe-
cimento do outro, tornado possível com base na identificação das diferenças e das peculiaridades da
comunidade com a qual a escola interage.
Os dados obtidos através do documento de 1998, Uma abordagem sociocultural da comunidade
discente, são analisados a seguir.
Essa análise será segmentada através das UEs I e II, tendo em vista as diferenças evidenciadas
durante a coleta de dados, ressaltando-se que, no quesito “perfil cultural”, optou-se pela identificação da
escolaridade dos pais.
Os alunos das UEs II e III residem, na maioria, em casa própria, com seis ou mais cômodos, exceção
feita à Tijuca II, onde a maior porcentagem é de residências com três cômodos. Quanto ao item TV em
cores, há predomínio entre dois e três aparelhos. No item Computadores, há um equilíbrio entre os que
têm um computador e os que não possuem, excetuando-se a UE São Cristóvão II, onde a maioria das
pessoas não possui tal recurso tecnológico.
A maioria das famílias possui apenas um automóvel; os alunos gastam menos de 30 minutos no
trajeto casa–escola, com exceção dos alunos das UEs Centro e São Cristóvão, que gastam entre 30 a 60
minutos no percurso.
Quanto à escolaridade dos pais, repete-se o que se destacou nas UEs I, em relação ao ensino supe-
rior, incluindo-se a UE Centro, em que cerca de 70% dos pais de alunos têm essa característica. O grau de
escolaridade do pai e da mãe de aluno da UE Humaitá revela um índice de analfabetismo elevado, sendo
o maior entre as unidades escolares.
Concluímos, então, que o aluno do CP II, em sua grande maioria, reside em casa própria com um
número de cômodos em torno de quatro a seis, possuindo dois aparelhos de TV em cores. O computador,
ainda em processo de incorporação como mais um bem material, apresenta um porcentual equilibrado
entre os que já adquiriram e os que ainda não o têm.
As famílias possuem, predominantemente, um automóvel. O tempo consumido pelo aluno no trajeto
moradia–escola gira em torno de 30 a 60 minutos.
Quanto ao nível de instrução dos pais, tanto o pai quanto a mãe concluíram, em sua grande maioria,
o 3º grau, incluindo-se, nesses dados, cursos de pós-graduação.
A seguir, apresentamos os gráficos globais da instituição que foram utilizados neste trabalho. Estão à
disposição, na Secretaria de Ensino, os gráficos específicos relativos às unidades escolares.
alugada
22,66%
cedida
4,81%
própria
67,02%
Total de alunos que responderam: 4.033, correspondente a 33,93% do total de alunos das UEs II.
2 cômodos
4,15 %
6 ou mais cômodos 3 cômodos
29,98 % 20,67 %
4 cômodos
5 cômodos 23,25 %
21,34 %
nenhum
0,57%
1 televisor
20,80%
3 ou mais
36,11%
2 televisores
42,52%
2 ou mais
3,35%
1 micro
45,84%
nenhum
50,82%
3 ou mais carros
1,34%
1 carro
51,17%
nenhum
35,90%
de 60 a 90 minutos
7,64%
mais de 90 minutos
1,58%
30 a 60 minutos
37,73%
menos de 30 minutos
53,04%
2º grau completo
25,03%
3º grau completo
31,44%
2º grau incompleto
6,85%
2º grau completo
25,03%
3º grau completo
31,44%
2º grau incompleto
6,85%
Nº Quesitos Nº itens
2 Administração 8
3 Orientação educacional 6
5 Coordenação pedagógica 7
9 Exercício da regência 15
Cada item recebeu uma pontuação de 0 a 4. Os resultados obtidos receberam tratamento estatístico
por médias aritméticas simples.
(continua)
– Itens mais pontuados: 9 (média 2,77), 4 (média 2,61), 5 (média 2,61) e 7 (média 2,54); foram considerados apenas razoáveis, já que não atingiram 75%
da preferência dos entrevistados.
– Os nós críticos concentram-se nos itens 2 (média 1,72) e 1 (média 1,96).
• Transcritos, revelam os seguintes pontos negativos:
1. Não estão expressos de forma escrita.
2. Os objetivos da UE não são formulados de modo cooperativo pelos alunos, professores, administradores e pais.
2. Administração/Direção da UE 4 3 2 1 0
1. Atua em tempo integral. 3, 63
2. Encoraja todos os professores e técnicos a
participarem da formulação das diretrizes na unidade
escolar. 3, 09
3. Ajuda os professores à obtenção de materiais
didáticos. 2, 99
4. Ajuda os servidores recém-chegados a se
orientarem na unidade escolar e na comunidade. 2, 64
5. Encoraja e facilita o crescimento dos profissionais
em serviço. 2, 80
6. Tem interesse pelos problemas pessoais e pelo
bem-estar de todos os servidores.
7. Promove a cooperação entre a escola
e a comunidade.
8. Utiliza-se dos serviços da orientação educacional
e da supervisão escolar para solucionar os
problemas de ensino e aprendizagem. 3, 23
3. Orientação educacional 4 3 2 1 0
5. Coordenação pedagógica 4 3 2 1 0
– Este quesito mostrou discrepância entre as UEs I e as UEs II e III, nos itens 1, 2, 4 e, sobretudo, no 6, fato perfeitamente compreensível, tendo em vista
que as atribuições dos coordenadores pedagógicos das UEs I diferenciam-se das atribuições dos coordenadores das UEs II e III.
– Itens mais pontuados foram: 5 (média 3,45), 4 (média 3,37) e 7 (média 3,32).
– Com relação aos itens: 6 (média 3,11), somente para as UEs II e III; 1 (média 3,15), somente para as UEs I; 3 (média 3,25) e 2 (média 3,22), somente para
as UEs II e III, apesar de terem suas médias situadas acima de 75% da preferência dos entrevistados, no contexto geral do quesito, situaram-se entre os
menos pontuados.
6. Organização do currículo/Planejamento 4 3 2 1 0
1. A comunidade escolar tem se empenhado no
estudo, no planejamento e na avaliação do currículo. 2,47 (II, III)
2. A comunidade escolar estuda suas condições, as
necessidades e recursos de que dispõe como
uma parte do currículo.
3. O estudo das necessidades dos alunos é
acentuado no planejamento do currículo.
4. Os pais participam de modo sistemático no
estudo, planejamento e avaliação do currículo. 1,17 (NC)
5. Os alunos participam sistematicamente do estudo,
planejamento e avaliação do currículo. 1,12 (NC)
6. Organização do currículo/Planejamento 4 3 2 1 0
– Apenas o item 10, com média 3,11, pode ser considerado ponto positivo.
– Com relação aos nós críticos destacaram-se: itens 5 (média 1,12), 4 (média 1,17) e 8 (média 1,73).
• Transcritos, revelam os seguintes pontos negativos:
5.Os alunos não participam sistematicamente do estudo, planejamento e avaliação do currículo.
4.Os pais não participam de modo sistemático no estudo, planejamento e avaliação do currículo.
8.Os horários não são flexíveis, não permitindo que se utilizem fatos não-previstos.
9. Exercício da regência 4 3 2 1 0
9. Exercício da regência 4 3 2 1 0
– Itens mais pontuados: 9 (média 3,39), 12 (média 3,39), 8 (média 3,34) e 10 (média 3,27).
– Itens de menor preferência: 6 (média 2,97), 15 (média 2,99) e 14 (média 3,03).
3.4.4 Conclusão
Este diagnóstico escolar, incumbência do Stea, foi executado, apesar das inúmeras dificuldades típi-
cas e atípicas de uma Instituição com o porte, as diferenças e as características do CP II.
Privilegiaram-se aqueles que se dispuseram a participar respondendo aos questionamentos levanta-
dos, cuja opinião permitirá montar o perfil atual do CP II e vislumbrar o que se deseja para esta Instituição.
Para as equipes dos Steas, sintonizadas em torno de um mesmo objetivo, muitas foram as barreiras a
serem ultrapassadas. No final, as respostas obtidas revelaram elevado padrão de expectativas por parte
dos professores e técnicos.
A variabilidade de julgamentos se deu conforme o “estado de humor” de quem estava julgando,
dando origem a respostas que se poderiam chamar de incoerentes, mas que tiveram o seu grau de
importância, quando comparadas a outras, no cômputo geral.
Não nos cabe, neste final, inferir sobre os resultados, mas apenas mostrá-los. É preciso que fiquem
claros os propósitos do trabalho.
Mesmo contando com uma parcela da comunidade escolar (professores e técnicos do Stea e do
SOE), chegou-se aos resultados divulgados por este documento que, certamente, somados a outros,
fornecerão ao Projeto político-pedagógico do CP II um vasto material que refletirá os anseios de toda a
comunidade.
Escola totalmente voltada para o Aulas mais dinâmicas, com práticas Tratamento curricular interdisciplinar
vestibular. mais facilitadoras de aprendizagem. e contextualizado.
Resistência ao novo, por parte de Aproximação conteúdo e vida. Definição de calendário para se pôr
muitos docentes e técnicos. em prática uma política
interdisciplinar sustentada de fato e
de direito pela Instituição.
Ausência de espaço para encontros Definição dos papéis, das Convergência das ações
regulares de todos os segmentos competências e responsabilidades fragmentadas para o alcance de
da Instituição para discussão do dos diversos setores. objetivos comuns.
processo e avaliação do processo
educativo.
CAPÍTULO
4.3.2 Objetivo do CP II
• Formar cidadãos críticos, eticamente orientados para o respeito às identidades, politicamente com-
prometidos com a igualdade, esteticamente sensíveis à diversidade, dotados de competências e de valo-
res capazes de mobilizá-los para a intervenção responsável na sociedade.
CAPÍTULO
Primeiro Segmento
COMPETÊNCIAS DISCIPLINARES
LP LIT EA EM EF MAT CI ES
Segundo Segmento
COMPETÊNCIAS DISCIPLINARES
LP: Língua Portuguesa LE: Línguas Estrangeiras AV: Artes Visuais EM: Educação Musical EF: Educação Física
MAT: Matemática CI: Ciências DG: Desenho Geométrico GEO: Geografia HIST: História
IP: LIT: Literatura EA: Educação Artística ES: Estudo Sociais
Bibliografia
PERRENOUD, Philippe. Construindo competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.
A classe de alfabetização é o lugar do início obrigatório do investimento neste trabalho que deve ser
registrado.
Apresentação
O ensino de Língua Portuguesa tem como finalidade a expressão das possibilidades de uso da lin-
guagem, que se relaciona com o desenvolvimento de quatro habilidades lingüísticas básicas: falar, ouvir,
ler e escrever.
Nesse contrato, as competências de Língua Portuguesa foram selecionadas em função do desenvol-
vimento dessas habilidades e organizadas em torno dos eixos básicos: uso da língua oral (em situação de
intercâmbio oral), uso da língua escrita e análise e reflexão lingüísticas.
Ao eleger conteúdos de acordo com os eixos básicos, entendemos que, por meio deles, o indivíduo:
a) reconstrói sua linguagem oral, diferenciando os registros e apreendendo gêneros e estruturas
mais complexas do discurso, passando a utilizá-los mais adequadamente no cotidiano;
b) constrói conhecimentos sobre a linguagem escrita, o que lhe abre as portas do complexo mundo
das práticas letradas; e
c) reflete sobre o sistema da língua, tornando-o objeto de observação e análise.
As atividades curriculares em Língua Portuguesa correspondem, principalmente, a atividades
discursivas: uma prática constante de escuta de textos orais e leitura de textos escritos e de produção de
textos orais e escritos, que devem permitir, por meio de análise e reflexão sobre alguns aspectos, a expan-
são e a construção de instrumentos que possibilitem ao aluno ampliar a sua competência discursiva.
Ser capaz de ler e produzir textos escritos significa ser capaz de usar socialmente textos em práticas
de leitura e produção. Mas também significa, para fazê-lo, adequar-se aos aspectos gramaticais e formais
da língua (ortografia, pontuação, acentuação, marcas de segmentação), para que os textos produzidos
possam ser eficazes na comunicação.
Por isso, entendemos que o ensino da gramática, da ortografia e da pontuação deve ocorrer em
situações que envolvam a reflexão sobre textos.
Sendo assim, preocupamo-nos com o estudo da gramática contextualizada, pois um trabalho de
linguagem não pretende formar gramáticos, mas sim usuários da língua escrita e falada. Nesse sentido,
buscamos enfocar a gramática em atividades epilingüísticas, em que a reflexão está mais voltada para o
uso do que para construir uma metalinguagem sobre fatos da língua, embora não nos furtemos a nomear
conceitos, quando pertinentes.
O propósito é que os alunos possam escrever adequadamente e com autonomia. O desenvolvimento
dos conhecimentos gramaticais, ortográficos e de pontuação é gradual, e cabe ao professor estar atento
e interferir nas hipóteses que os alunos formularem, à medida que conceitos e regras forem investigados,
durante a construção do saber compartilhado.
Considerando a perspectiva de que a criança, ao longo do processo educativo, torna-se cada vez
mais autônoma na resolução de situações-problema, na capacidade de expressar-se, de obter informa-
ções, etc., propõe-se que a intervenção direta do professor, nas tarefas executas pelos alunos, seja mais
intensa inicialmente, fazendo-se menos necessária conforme os alunos se tornem mais experientes.
Por isso a apresentação dos conteúdos de Língua Portuguesa sob a forma de quadros, visando
orientar a intervenção docente.
O Quadro 5.1.1.I.3 (Análise e Produção de Textos) indica em que aspectos deve ser enfatizada a
interferência do professor no trabalho com os diferentes gêneros textuais: estrutura (elementos do texto),
superestrutura (estruturas gerais que podem determinar a ordem geral das partes do texto) e aspectos
formais. Ao mesmo tempo, aponta a expectativa de desempenho do aluno no decorrer do processo, em
cada nível.
A complexidade e a diversidade dos gêneros e outros conteúdos a serem abordados demandam
uma indicação da ênfase no trabalho a ser desenvolvido em cada ano, embora a reflexão e análise sobre
os aspectos aconteçam ao longo de cada nível.
Os diferentes gêneros textuais que devem ser objeto de trabalho (ouvir, ler, analisar, escrever), no
transcorrer dos níveis, são apresentados no Quadro 5.1.1.I.4.
a linguagem. Para isso, realizamos atividades em que ela poderá perceber a existência de notações con-
vencionais para letras e pontuação, de correspondência entre som e letra, palavras e frases e idéias; e
• sobre a linguagem escrita, ou seja, os conjuntos dos padrões de escrita que circulam na sociedade
letrada. Nesse eixo, damos relevância ao sentido da leitura e da escrita, criamos contextos reais de leitura
e escrita em que diferentes funções da linguagem possam ser exercidas, analisamos cada gênero textual
em sua estrutura e silhueta e conhecemos os diferentes portadores ou suportes de textos.
1. Competências disciplinares
• Compreender sentidos nas mensagens orais e escritas de que é destinatário direto ou indireto;
• ler autonomamente diferentes textos dos gêneros previstos para o ciclo, combinando estratégias de
decifração com estratégias metacognitivas: seleção, antecipação, inferência e verificação;
• utilizar a linguagem oral e escrita, planejando previamente o discurso, demonstrando o domínio de
• produzir textos utilizando estratégias de escrita: planejar o texto, redigir rascunhos, revisar, cuidar
Texto e gênero
! Analisar a qualidade da produção oral, própria e coletiva (com ajuda),
Análise e reflexão lingüística considerando:
– presença/ausência de elementos necessários à compreensão de quem
ouve; e
– adequação da linguagem utilizada à situação comunicativa.
Análise e reflexão lingüística ! Ouvir com atenção diferentes textos produzidos na comunicação direta
ou mediada por telefone, rádio ou televisão, atribuindo significado e
identificando a intencionalidade explícita do produtor.
! Identificar (com ajuda) razões de mal-entendidos na comunicação oral
e suas possíveis soluções.
! Estabelecer, a partir da leitura de textos feita pelo professor, as
seguintes relações:
– correspondência entre partes do oral e partes do escrito; e
– texto/contexto.
! Analisar os sentidos atribuídos a um texto no confronto das diferentes
leituras individuais e identificar os elementos do texto que validem ou
não essas diferentes atribuições de sentido (com ajuda).
! Analisar quantitativa e qualitativamente a correspondência entre
segmentos falados e escritos, utilizando o conhecimento disponível
sobre o sistema de escrita.
! Rever o próprio texto (com ajuda):
– durante o processo de redação, relendo cada parte escrita,
verificando a articulação com o já escrito e planejando o que falta
escrever; e
– depois de produzida uma primeira versão, trabalhando sobre o
rascunho para aprimorá-lo, considerando as seguintes questões:
adequação ao gênero (considerando o efeito de sentido produzido),
coerência e coesão textuais, pontuação, paginação e ortografia
(com orientação, quando necessário).
! Explorar as possibilidades e os recursos da linguagem que se usam
para escrever a partir da observação e análise de textos impressos,
utilizados como referência ou modelo.
Uso da língua escrita ! Produzir textos escritos, de extensão adequada à interação comunicativa.
! Utilizar adequadamente recursos característicos da escrita, ainda que
seu texto possa apresentar falhas no aspecto morfossintático.
! Atribuir sentido ao que lê e ao que escreve, coordenando texto e contexto
(com ajuda).
! Confirmar ou retificar as suposições de sentido por meio de dados
obtidos na leitura.
! Buscar informações em diversas fontes para resolver dúvidas na
compreensão da leitura.
! Produzir textos, considerando o destinatário, a finalidade do texto e as
características do texto.
! Diferenciar ou identificar, por comparação, características de diferentes
textos (narrativos, poéticos, informativos, instrucionais, etc.).
! A partir das condições estabelecidas pela própria tarefa, produzir os
seguintes textos:
– receitas, instruções de uso, listas;
– textos impressos em embalagens, rótulos, calendários;
– cartas, bilhetes, postais, cartões (de aniversário, de Natal, etc.),
convites, diários (pessoais, de classe, de viagem, etc.);
– quadrinhos, textos de jornais, revistas e suplementos infantis: títulos,
lides, notícias, classificados, etc.;
– anúncios, slogans, cartazes, folhetos;
– parlendas, canções, poemas, quadrinhas, adivinhas, trava-línguas,
piadas;
– contos, mitos e lendas populares, folhetos de cordel, fábulas;
– textos instrumentais (relatos históricos, textos de enciclopédia,
verbetes de dicionário, textos expositivos de diferentes fontes,
resumos e comentários); e
– textos teatrais.
! Estabelecer, conforme o projeto textual, articulações diretas de:
fato/opinião; problema/solução; conflito/resolução;
anterioridade/posterioridade.
! Segmentar o texto produzido, em função do projeto textual, em
parágrafos e períodos.
! Empregar na produção de textos, de acordo com as possibilidades de
cada gênero:
– mecanismos básicos de coesão, sem o uso da nomenclatura:
q referência: retomada pronominal, repetição, substituição lexical
(sinonímia, hiperonímia, hiponímia); e
q conectivos.
– recursos expressivos e efeitos de sentido:
q pontuação expressiva;
q recursos prosódicos: aliteração; e
q linguagem figurada: metáfora, hipérbole, eufemismo;
– esquemas temporais próprios aos gêneros;
– sinais básicos de pontuação: dois pontos, travessão, reticências;
– recursos gráficos suplementares (distribuição espacial, margem,
marcação de parágrafo, letra maiúscula, aspas, “balões”);
– formas ortográficas resultantes de padrões regulares e irregulares de
palavras de uso mais freqüente, incluindo o uso do acento gráfico; e
– mecanismos básicos de concordância nominal e verbal.
! Conhecer e usar os seguintes aspectos notacionais do sistema de
escrita:
– marcas de segmentação: da palavra (espaço); da frase (uso da letra
maiúscula inicial e pontuação final); do parágrafo (espaço inicial e final
e pontuação final);
– pontuação: ponto final, ponto de interrogação, ponto de exclamação,
vírgula nas enumerações e datações; travessão entre turnos do
diálogo; dois pontos nas enumerações; reticências; e
– base alfabética: diferença entre realização fônica e representação
gráfica; relação entre grafemas e fonemas da língua.
Literários
De Imprensa
1° nivel 2° nivel
Objeto de análise
CA 1º 2º 3º 4º
= Concordância verbal de
modo e/ou forma: 1 1 1234 234 5
- indicativo 1 1234 234 234
1
- subjuntivo 1 1234 234 234
1
- imperativo 1 1234 234 2345
1
- infinitivo (Presente, (Pretérito
- impessoal
pretérito, perfeito/
futuro) imperfeito,
futuro do
pretérito)
= Pontuação e espaçamento: 5
- paragrafação e limite da 2 4 (inicial)
1 2 4 5 (geral) 245
palavra 5
- ponto final, interrogação e 1 234 234
2345 5
exclamação 1 234 234 234
- vírgula (intercalação)
1 (enumeração) (enumeração) (vocativo) 5
- dois pontos 1 234 234 5 2345
- travessão 1 1 234 234 2345
- reticências 1 1 1 234
- aspas
1° nivel 2° nivel
Objeto de análise
CA 1º 2º 3º 4º
= Artigos 1 1 1 234 5
= Adjetivos 1 1 1 2345 5
= Numerais 1 1 1 234 5
= Advérbios 1 1 1 134 234
= Conjunções 1 1 1 34 34
= Preposições 1 1 1 134 234
= Classificação da palavra
quanto ao número de
sílabas - 13 234 5 5
= Encontro vocálico e
encontro consonantal 1 134 2 3 4 (geral) 234 5
(ditongo e
hiato)
= Dígrafo 1 1 234 5 5
= Tonicidade 1 1 134 234 5
= Classificação da palavra
quanto à tonicidade - - 134 234 5
Fonemas/Grafemas Alfabeto 3 3 E E E
Sílabas <nh >, <ch >, <lh >, <rr > e <ss > 2 3 3 E E
não-canônicas Encontros Consonantais 2 3 3 E E
<H > inicial 1 2 3 3 3
Tritongo 1 2 3 3 E
Regras de Oxítonos
acentuação Paroxítonos
Proparoxítonos 1 1 2 3 3
Monossílabos Tônicos
Traços de Surdas/Sonoras 2 3 3 E E
sonoridades
Segmentação Hipossegmentação 2 3 3 E E
Hipersegmentação
1. Trabalho assistemático/observadas todas as possibilidades.
2. Trabalho sistemático/observação mais atenta visando à continuidade do trabalho.
3. Trabalho mais sistemático/aprofundamento.
E. Trabalho eventual/com grupos que apresentam dificuldades.
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
Língua Portuguesa. Brasília, 1997.
______. Matrizes curriculares de referências para o Saeb. Brasília, 1998. Mimeografado.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 1989.
FULGÊNCIO, Lúcia. Como facilitar a leitura. São Paulo: Contexto, 1992.
Glossário
Aspectos discursivos – são aqueles que caracterizam a linguagem em uso.
Aspectos notacionais – são aqueles que caracterizam a representação gráfica da linguagem (sistema de
escrita alfabético, escrita dos números, escrita musical, etc.).
Atividade epilingüística – atividade de reflexão sobre a língua, voltada para o uso, no próprio interior da
atividade lingüística em que se realiza.
Atividade metalingüística – atividade de reflexão sobre a língua relacionada com um tipo de análise voltada
para a descrição, por meio da categorização e sistematização dos elementos lingüísticos.
Atividades metacognitivas – as de reflexão sobre o conhecimento.
Coerência – princípio de interpretabilidade do texto numa situação de comunicação e a capacidade que o
receptor do texto tem para calcular o seu sentido.
Coesão – conjunto de recursos por meio dos quais as sentenças se interligam formando um texto.
Competência discursiva – capacidade de se produzirem discursos – orais ou escritos – adequados às
situações enunciativas em questão, considerando todos os aspectos e decisões envolvidos nesse
processo.
Encadeadores discursivos – recursos que estabelecem as relações semânticas (encadeamento) entre
orações, enunciados ou seqüências maiores.
Eficácia (no uso da linguagem) – os efeitos alcançados em relação ao que se pretende, como convencer
o interlocutor por meio de um texto argumentativo ou fazer rir por meio de uma piada, etc.
Escrita alfabética – sistema de escrita regido pelo princípio da fonografia, em que o signo gráfico representa,
normalmente, um ou mais fonemas do idioma.
Estratégias de leitura:
– estratégias de antecipação: permitem ao leitor supor o que ainda está por vir;
– estratégias de inferência: permitem ao leitor captar o que não está dito explicitamente no texto;
– estratégias de seleção: possibilitam ao leitor se ater apenas aos índices úteis, desprezando os
irrelevantes;
– estratégias de verificação: tornam possível o “controle” sobre a eficácia ou não das demais estratégias.
Fruição – interação com um texto ou obra em que ocorre, a partir de provocação feita por eles, algum tipo
de desestruturação ou estranhamento por parte do leitor ou apreciador.
Hiperonímia – expressão lingüística que possui uma relação de classe em relação a outras, que são os
elementos nessa relação. Ex: remédio – analgésico, calmante, pílulas.
Hiponímia – expressão lingüística que possui uma relação semântica de membro ou elemento com outra,
que é a classe nessa relação. Ex: automóvel – veículo.
Hipossegmentação – juntura intervocabular.
Interação verbal – toda e qualquer comunicação que se realiza pela linguagem, tanto na presença como
na ausência do interlocutor.
Apresentação
1. Fundamentação teórica
Devemos começar com uma pergunta: em que medida uma atividade textual pode ser considerada
literária? O debate que nos preparamos para instituir a partir dessa interrogação corre o risco de nos
lançar num uso abusivo de palavras. É muito difícil definir “o que é literatura”, “qual é a sua função”. Não
Texto de prazer; aquele que contenta, enche, dá euforia; aquele que vem da cultura, não rompe com ela, está
ligado a uma prática confortável da leitura. Texto de fruição; aquele que desconforta (talvez até chegar a um
certo aborrecimento), faz vacilar as bases históricas, dos seus valores e das recordações, faz entrar em crise e
sua relação com a linguagem (Barthes, 1974, p. 49).
elementos;
• oportunizar ao aluno o contato com diferentes linguagens e não apenas com a linguagem-padrão,
de uso social;
• estimular o gosto pela leitura auxiliando a criança a acelerar o seu processo de maturação, através
da relação real/imaginário;
• possibilitar o desenvolvimento das estruturas mentais pelo estabelecimento de relações, tais como
eu/outro, eu/as coisas verdadeiras/as coisas inventadas, e do contato com diferentes tipos de tempo e
espaço, fazer a criança refletir sobre os problemas de seu tempo, levando-a a desenvolver o espírito
crítico;
• incorporar o texto literário às práticas cotidianas na sala de aula.
2. Competências
• Identificar a existência de variados tipos de texto, literários ou não, estabelecendo semelhanças e
• estabelecer relações comparativas entre o texto literário e outros textos, literários ou não;
interdito;
• perceber a prática de leitura como modo de fruição;
• posicionar-se criticamente diante de diversos materiais de leitura com os quais tenha contato;
• realizar práticas permanentes de leitura, considerando o texto oral ou escrito como um campo de
significação;
• compreender variadas manifestações do comportamento humano e a existência de diferenças cul-
3. Conteúdos
3.1 Eixos norteadores: livro e texto
3.2 Especificação
• Exploração da especificidade do texto literário no livro e das inúmeras possibilidades de apropria-
ção dos elementos que ele oferece: texto, autoria, ilustração, diagramação, paginação, recursos gráficos,
editora, contexto no qual o texto foi produzido.
• Utilização da seguinte tipologia textual: texto poético (poemas, acalantos, cantigas de roda, trovas,
trava-línguas, canções populares, parlendas); texto dramático; texto narrativo (contos de fada, contos
maravilhosos, contos fantásticos, narrativas contemporâneas, narrativa mítica, lendas, crônicas, fábulas,
provérbios).
O ato de ler não se restringe só às letras, mas atravessa outras linguagens. No dia-a-dia as crianças
estão mergulhadas num mundo de sons, imagens e escrita que se constrói via lógica de outras lingua-
gens que tradicionalmente a escola, muitas vezes, insiste em facultar.
Por considerar que estas linguagens são fundamentais, o conteúdo de Literatura abrange:
• a leitura de imagens das histórias em quadrinhos, onde através da imaginação o leitor reconstrói na
sua mente o texto, atribuindo-lhe o sentido do todo;
• o teatro, funcionando como mecanismo de identificação em que são recolocadas para a criança a
sua experiência e a sua pessoa como objetos, ajudando-a a esclarecer o seu lugar entre as coisas;
• a poesia, repleta de sonoridade, ritmo, significação afetiva e imaginativa, que oferece à criança a
oportunidade de experimentar a potencialidade lingüística, descobrindo novos efeitos de sentido;
• as narrativas contemporâneas, cujos personagens exercem grande fascínio sobre as crianças, pois
refletem o seu mundo, seus problemas, curiosidades, preocupações;
• as lendas e contos populares oriundos de várias culturas;
• as narrativas mitológicas, cujos conteúdos permitam estabelecer relações com questões da atuali-
dade; e
• as narrativas fantásticas que abordam temas instigantes (viagens interplanetárias, por exemplo).
Além do sistema textual do jornal, utilizando como estratégia, por exemplo, a elaboração de um jornal
criativo, com manchetes absurdas.
Níveis de competência
Conteúdos Primeiro nível Segundo nível
1º ano 2º ano 3º ano 1º ano 2º ano
Livro
Autoria X X X X X
Ilustração X X X X X
Diagramação X X X X X
Paginação X X X X X
Editora X X X X
Edição X X
Contexto em que o texto foi
produzido X X X X X
Textos
Poéticos
Acalantos X* X** X***
Cantigas de roda X* X** X***
Quadrinhos X* X** X***
Trava-línguas X* X** X***
Canções populares X* X** X***
Poemas de autores contemporâneos X* X** X*** X*** X***
Narrativos
Contos de fada Xs Xss Xsss
Contos maravilhosos Xs Xss Xsss
Narrativas contemporâneas Xs Xss Xsss X0 X00
Lendas Xs Xss Xsss
Fábulas Xs Xss Xsss
Contos fantásticos Xsss
Narrativa mítica X0 X00
Provérbios X0 X00
Quadrinhos X0 X00
Crônicas X
Dramáticos X
Tratamento dado:
X*: Apresentação dos elementos constituintes (sonoridade, ritmo, forma: versos, estrofes); predominância da expressão oral, plástica e corporal.
X**: Maior preocupação com os elementos constituintes; predominância da expressão plástica e corporal.
X***: Exploração da relação palavras/imagens; recortes e recriação de textos poéticos; manutenção da expressão oral, plástica e corporal.
Xs: Caracterização e criação de personagens; identificação das ações; caracterização do ambiente; ouvir, recontar (partes), dramatizar; prevalência
da expressão oral, plástica e corporal.
Xss: Caracterização dos principais personagens; identificação das ações; caracterização do ambiente; identificação do narrador; construção de
personagens; ouvir, recontar, dramatizar; introdução de propostas de escrita e leitura; expressão oral, plástica e corporal.
Xsss: Apresentação do narrador enquanto personagem do texto; identificação de personagens principais e secundários; caracterização das ações;
indicações temporais e espaciais (contextualização); expressão oral, plástica e corporal; leitura e escrita de pequenos textos (introdução de
elementos novos no texto e criação de novas histórias a partir de histórias conhecidas).
X0: Além dos anteriores: identificação de semelhanças e diferenças entre os diferentes tipos de texto; identificação das características mais marcantes
dos personagens mitológicos; seqüência lógica das narrativas; sistemas de significação não-lingüísticos/signos auditivos e visuais); produção
de histórias em quadrinhos.
X00: Além dos anteriores: caracterização dos personagens, ações e situações do cotidiano nas crônicas; relação entre os temas e os valores mais
presentes nas narrativas mitológicas.
3.4 Metodologia
A visão futura de mundo da criança será influenciada conforme o que for lido ou contado para ela.
Portanto, as primeiras leituras são fundamentais para o desenvolvimento deste processo.
A linguagem poética representada pelos contos, repletos de visão afetiva de desejos, funciona
como matéria-prima para realização de uma série de jogos de ficção: paródias, jogos de errar. Os
Bibliografia
ARROIO, Leonardo. Literatura infantil brasileiro. São Paulo: Melhoramentos, 1988.
BARTHES, Roland. O prazer do texto. Tradução de Maria Margarida Barahona. Lisboa: Edições 70, 1974.
BRUNO, Mário. A noção de obra aberta e o aspecto lúdico no desenvolvimento da criatividade. Revista do
III Encontro Interdisciplinar de Letras da UFRJ, Rio de Janeiro, p. 312-319, 1992.
ECO, Umberto. Obra aberta. São Paulo: Perspectiva, 1976.
KHEDE, Sônia (Org.). Literatura infanto-juvenil: um gênero polêmico. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1986.
A arte é um fenômeno comum a todas as culturas de todos os tempos, sendo própria do homem a
busca incessante do registro de suas experiências e impressões. Nos diversos grupos sociais existentes
através da história, observa-se a presença insubstituível da arte; manifestando sentimentos e questões
humanas e sua interpretação e vivência em um determinado ambiente ou época.
Vivemos em uma sociedade caracterizada pela utilização da visualidade em quantidades nunca vis-
tas anteriormente, o que gera a necessidade de uma educação que instrumentalize o ser humano para
saber perceber e distinguir sentimentos, sensações, idéias e qualidades. Tal aprendizagem pode favore-
cer compreensões mais amplas para que o aluno desenvolva sua sensibilidade, afetividade, seus concei-
tos e se posicione criticamente.
A arte na educação busca alcançar, pela utilização de métodos pedagógicos específicos, a alfabetiza-
ção estética, o que requer trabalho continuamente informado sobre os conteúdos e experiências relacio-
nados com os materiais, com as técnicas e com as formas visuais de diversos momentos da história,
inclusive contemporâneos. A educação estética deve considerar, além das formas tradicionais incluídas
nas artes visuais (pintura, escultura, gravura, arquitetura, artefato, desenho industrial), outras modalidades
que resultam dos avanços tecnológicos e transformações estéticas a partir da modernidade (fotografia,
artes gráficas, cinema, televisão, vídeo, computação, performance).
Além disso, a arte na educação não pode ignorar que a criança, ao chegar à escola, já se relaciona e
interage com diferentes grupos sociais. A escola deve aprofundar experiências e incentivar a expressão
de novas descobertas.
Nesse cenário, a atividade lúdica desempenha um papel fundamental, pois é ela que permite à crian-
ça estabelecer mais facilmente relações entre a realidade objetiva e o mundo interior. Estando a criança
envolvida com atividades criativas e expressivas de descobrir e dispor formas, cores e movimentos corpo-
rais num dado espaço e tempo, ela virá utilizar sua percepção, memória e imaginação de forma indiscuti-
velmente mais ampla.
Em síntese, o que se deseja é que o aluno compreenda suas experiências anteriores e que possa
aprofundar suas ordenações poéticas, vivendo novas experiências, onde a forma sensível esteja efetiva-
mente presente como dado relevante para a construção do saber, o que implica uma forma de conquista
da liberdade.
Dessa forma, a alfabetização estética não está centrada apenas no fazer artístico, mas também no
fruir a arte. Nesta perspectiva é que se apresentam algumas direções importantes a serem trabalhadas,
tais como: a manipulação significativa dos elementos formais das linguagens visual e cênica, nos aspec-
tos expressivos e conceituais; a leitura de imagens e de sua relação com a trajetória humana; a identifica-
ção formal do geométrico para a manipulação criativa e a compreensão da tecnologia contemporânea.
A escolha, para as artes visuais, dos conceitos espaço, forma, luz/cor, tempo/movimento e, para as
artes cênicas, dos conceitos corpo, espaço, tempo/movimento, drama foi feita considerando que a
abrangência desses conceitos abre possibilidades para a reconstrução da experiência do aluno no pen-
sar, no fazer e no fruir a arte. Nosso intuito é operacionalizar, dentro das possibilidades que dispomos, a
integração das artes cênicas e visuais sem, contudo, perder de vista as competências específicas de cada
linguagem.
Finalmente, consideramos que, ao fazer e conhecer a arte, o aluno percorre trajetos de aprendizagem
que propiciam, além de conhecimentos específicos sobre sua relação com o mundo, o desenvolvimento
de potencialidades (como percepção, observação, imaginação e sensibilidade). Estas podem alicerçar a
consciência do seu lugar no mundo e contribuir inegavelmente para a apreensão significativa dos conteú-
dos de outras disciplinas do currículo.
• Contorno:
– identificar linhas de contorno no corpo, na natureza, em objetos construídos e em obras-de-arte
bidimensionais e tridimensionais;
– identificar espaços internos e externos decorrentes das linhas de contorno;
– criar formas a partir de linhas de contorno;
– redefinir formas em função da utilidade e de contextos variados; e
– perceber as relações de distâncias, proximidade e nitidez das formas a partir do uso de focos
de luz.
• Textura:
– identificar as propriedades das diferentes superfícies;
– criar texturas a partir de diferentes materiais;
– redefinir formas através da modificação da sua qualidade de superfície; e
– perceber como os diferentes artistas plásticos representam distintas qualidades de superfície.
• Estrutura:
– identificar a estrutura do corpo humano, dos elementos da natureza e dos objetos construídos e
de obras-de-arte;
– montar estruturas a partir de diferentes materiais, intuindo e construindo as noções de equilíbrio
físico e estético; e
– redefinir formas a partir de modificações em sua estrutura.
Espaço
Tempo/Movimento
Luz/Cor
• Cor-pigmento:
– identificar e nomear as diferentes cores;
– utilizar combinações e mistura de cores com diferentes materiais;
– observar, em obras-de-arte, a dinâmica e variação da cor e suas tonalidades e matizes;
– utilizar tonalidades e matizes como recurso plástico em seu trabalho;
– fabricar, artesanalmente, cores utilizando diferentes materiais; e
– perceber e explorar os efeitos obtidos a partir do uso de diferentes densidades de tintas.
• Cor/Luz:
– identificar as sensações visuais provocadas pelas cores quentes e frias;
– perceber a influência emocional das cores;
– identificar as diferenças entre claro e escuro e as transformações da cor em função da luz;
– utilizar variação de claro/escuro, explorando os diferentes efeitos visuais;
– criar efeitos de transparências, opacidade e translucidez;
– compreender a ocorrência da transparência e da opacidade;
– relacionar a existência da cor física com o fenômeno de decomposição da luz;
– utilizar a luz enquanto matéria-prima plástica; e
– perceber a cor, em suas qualidades e propriedades, como recurso expressivo plástico utilizado em
seu trabalho e nas obras-de-arte.
Espaço
Tempo/Movimento
– Utilizar o pulso de seu próprio corpo, o do(s) outro(s) e de elementos da natureza, para a constru-
ção de sons, movimentos ou gestos “em diferentes andamentos”;
– identificar e criar espaços contextuais para a representação de formas expressivas;
– aplicar as noções básicas de ordenação lógica dos fatos em composições cênicas;
– relacionar a construção gestual com a delimitação do espaço numa composição cênica.
Drama
Apresentação
Já não é de hoje que se vem preconizando o ensino da Música na educação infantil e no ensino
fundamental. O trabalho com a percepção, criação e expressão musicais, por meio de experiências con-
cretas com instrumentos e vozes, de maneira livre, é de fundamental importância no desenvolvimento da
atenção, da percepção, da memória, da antecipação, da imaginação, da previsão, da organização, bem
como na construção das competências exigidas pelo mundo moderno: ler, interpretar, cantar, relacionar,
contextualizar, antecipar, inferir, relacionar, organizar, todas elas encontram eco no trabalho musical.
A música sempre esteve associada às tradições e às culturas de cada época. O constante desenvol-
vimento tecnológico aplicado às comunicações vem trazendo possibilidades muito abrangentes no que
diz respeito à simultaneidade do acesso às produções mundiais por meio de discos, fitas, rádio, televisão,
computador, jogos eletrônicos, cinema, publicidade, etc.
Não se pode deixar de considerar essa diversidade numa proposta de ensino que também deve abrir
espaço para o aluno trazer música para a sala de aula e, desse modo, ampliar e aprimorar sua condição
de avaliar a qualidade de suas próprias produções e de outros.
A Educação Musical no Primeiro Segmento do ensino fundamental do Colégio Pedro II apóia-se no
tripé ouvir e apreciar/interpretar e compor/contextualizar para desenvolver seu trabalho visando ao desen-
volvimento integral do aluno como cidadão atuante e consciente de seus direitos e deveres dentro da
sociedade à qual pertence.
Os conteúdos trabalhados giram em torno do som e de tudo o que a ele se relaciona: os parâmetros
(altura, timbre, intensidade, duração), a ausência de som (o silêncio) , as manifestações musicais caracte-
rísticas de cada sociedade, bem como a sua organização e representação gráfica.
1. Competências
1.1 Competências específicas do Primeiro Segmento
• Perceber e estabelecer a relação som/silêncio como fonte potencial de expressão musical;
• demonstrar entendimento dos conceitos estruturais da linguagem musical através das diversas
formas de relacionamento com o objeto de estudo: criação/composição, audição/percepção e execução/
interpretação;
• perceber, explorar e utilizar as manifestações sonoras presentes no próprio corpo, na natureza e no
cotidiano para a prática da criação e da improvisação;
• expressar-se com o movimento do corpo a partir de manifestações sonoras percebidas e produzidas;
• utilizar variedade de recursos e fontes sonoras para criar e executar breves idéias musicais;
• executar peças musicais de ouvido e/ou notação, em formações grupais instrumentais e/ou vocais;
• utilizar conhecimentos da técnica adequada ao canto (respiração, postura, dicção e afinação) e à
execução instrumental para expressar-se musicalmente de modo a:
– reproduzir pequenas estruturas da linguagem musical; e
– criar variações/improvisar a partir de pequenas estruturas sonoras (rítmicas, melódicas e tímbricas)
e em resposta a uma variedade de outros estímulos, a partir da combinação de timbres diversos (voz e/ou
instrumentos);
• construir instrumentos convencionais e não-convencionais, a partir das técnicas de produção de
som e da utilização de diversos materiais (da natureza, de sucata, da indústria, dentre outros);
• utilizar corretamente a terminologia musical para expressar-se oral e verbalmente;
• estabelecer a relação entre símbolos gráficos (convencionais ou criados pelos alunos) e a(s)
qualidade(s) dos sons ouvidos e produzidos;
• estabelecer a relação entre as organizações sonoras (ouvidas, cantadas, tocadas e criadas) e sua
representação gráfica, por meio de(a):
– símbolos convencionais;
– criação de símbolos;
• contextualizar sócio e historicamente a música das diversas culturas e épocas, a partir do tripé:
ouvir – apreciar – interpretar (executar);
• avaliar performances próprias e de outros;
Pensamento crítico/Contextualização
• Criar e/ou adequar um novo texto literário a um contorno melódico e rítmico previamente conhecido;
• criar e descodificar símbolos para representar o som, o silêncio e seus parâmetros;
• indicar as graduações dos parâmetros do som por movimentos corporais;
• expressar-se ritmicamente por meio do uso de instrumentos (convencionais ou não) e da percussão
corporal, de modo a acompanhar a leitura de textos literários.
Pensamento crítico/Contextualização
Apresentação
A proposta pedagógica da Educação Física
A Educação Física deve ser entendida, em seu caráter mais amplo, como resultado de um conjunto de práticas
corporais que o ser humano construiu ao longo da história. É, portanto, a Educação Física a disciplina curricular
que tem como objeto de estudo a cultura corporal do movimento, resultado de conhecimentos socialmente
produzidos e historicamente acumulados pela humanidade, que necessitam ser retraçados e transmitidos para
os alunos nas escolas (Metodologia do ensino da educação física, 1993).
Nesse sentido, a Educação Física tem como objetivo geral desenvolver uma reflexão pedagógica
sobre o acervo de formas de representação do mundo que a humanidade tem produzido no decorrer da
história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, mala-
barismo, contorcionismo, mímica e toda forma de representação de realidades de movimentos simbólicos
vividos pelo ser humano, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas. Nesta proposta respeita-
se o aluno como um ser integral trazendo consigo uma bagagem cultural cognitivo/corporal.
Dessa forma, tal reflexão envolve um conjunto de análises de vários campos do conhecimento (biológicos,
antropológicos, históricos, físicos, sociológicos, etc.) sobre esses conteúdos construídos ao longo do tempo.
Nossas considerações estão de acordo com as orientações que compõem os Parâmetros curriculares
nacionais (PCNs), já que, considerando a Educação Física, não podemos restringir
o conceito de corpo e movimento aos seus aspectos fisiológicos, deixando de considerar toda a complexidade
que deriva da produção da cultura corporal brasileira (...). Trata-se então de (...) evoluir de uma cultura do físico
para uma cultura corporal (Brasil, 1999, p. 5).
localizar, em cada uma dessas práticas, os seus benefícios fisiológicos e suas possibilidades de utilização como
instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura. A partir disso, a Educação Física Escolar pode sistema-
tizar procedimentos de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso prático e conceitual desses
conhecimentos, e a primeira providência necessária para que isso ocorra é mudar a ênfase na aptidão física, no
rendimento e no simples “fazer por fazer”, que caracterizava a educação física tradicional, para uma ênfase mais
abrangente, que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal (Brasil, 1999, p. 5-6).
Diante desses conceitos e das demandas colocadas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), segundo a qual o ensino deve estar voltado para a prática social e para o desenvolvimen-
to pleno da cidadania, faz-se necessário reformular o plano geral de ensino da Educação Física com vistas
ao atendimento da necessidade de transformação da sociedade.
1. Competências
A operacionalização desta diretriz levará o aluno a desempenhar na sociedade o que se pode enten-
der como cidadania plena. A execução destas ações, tratadas daqui por diante como habilidades, requer
deste estudante uma série de conhecimentos fundamentais. Esses conhecimentos é que lhe proporciona-
rão a base necessária à coerência de suas ações, permitindo-lhe estar seguro na construção de seus atos.
(...) a faculdade de mobilizar o conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações, etc.). Para
solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações (Perrenoud, 2000).
O referencial de competências deve ser instrumento permanente de trabalho da escola e do professor, sendo
entendido como linguagem comum e central do processo educativo e não como uma lista abstrata que precisa
estar presente no “plano de curso” e no “plano de aula”, mas não no cotidiano escolar. Ele deve ser o roteiro
permanente para se definir os problemas que serão propostos aos alunos e o parâmetro para a avaliação do
processo pedagógico, pelo desempenho do aluno e pela análise do trabalho (Berger Filho, 1998).
Parece claro que os objetivos gerais da Educação Física não mais se restringirão ao movimento,
sendo, porém, alcançados através do movimento, que permitirá ao aluno compreender como o corpo
“trabalha” para executar; que permitirá ao aluno entender sua construção, dentro de determinado contex-
to socioeconômico-cultural; qual a sua história que demonstrará os momentos de várias sociedades,
desde as mais primitivas até as mais desenvolvidas.
É evidente que esta mudança, para não ser pretensioso e chamar de evolução, requer que educado-
res modifiquem, primeiro conceitualmente, suas práxis. A prática pedagógica elaborada, construída e
solidificada sob um outro paradigma, necessita ser profundamente reformulada. É preciso antes de mais
nada que haja a vontade, vontade de mudar-se no interior, para, em seguida, mudar o exterior. Desta
maneira, possibilitaremos aos alunos uma verdadeira oportunidade de intervir na construção de uma
sociedade mais coletiva, menos egoísta e onde o respeito permeie todas as relações. Acreditamos que a
retomada destes valores seja a chance que temos de recompor nossa sociedade.
• Investigação e compreensão:
– compreender o funcionamento do organismo humano de forma a reconhecer e modificar as ativi-
dades corporais, valorizando-as como melhoria de suas aptidões físicas;
– desenvolver as noções conceituadas de esforço, intensidade e freqüência, aplicando-as em suas
práticas corporais;
– refletir sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capaz de discerni-las e
reinterpretá-las em bases científicas, adotando uma postura autônoma, na seleção de atividades e proce-
dimentos para a manutenção ou aquisição de saúde.
• Contextualização sociocultural:
– compreender as diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as
diferenças de desempenho, linguagem e expressão.
2.2.1 Conteúdos
Visam estabelecer uma padronização da atuação da Educação Física nas diferentes Unidades de
Ensino que compõem o Colégio Pedro II.
• Observações:
– as atividades terão a duração de um trimestre;
– as UEs São Cristóvão I, II e III poderão usar a natação como atividade de acréscimo;
– os alunos do ensino médio poderão escolher as atividades oferecidas pela equipe de educação
física de sua unidade de ensino;
– a Educação Física é obrigatória em todas as séries, exceto no terceiro turno, conforme reza a LDB.
2.2.2 Avaliação
Considerando os aspectos característicos e peculiaridades da Educação Física, foi necessário que
esse departamento apresentasse uma proposta de adequação para a Diretriz de Ensino nº 2/2001. Tal
proposta atribuiu novos porcentuais quantitativos às provas escritas, e aumenta e justifica o leque de
instrumentos e mecanismos para avaliação.
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem está em consonância com as Portarias nº 605 e
nº 606, de 30 de março de 2001, da Direção-Geral do Colégio Pedro II, as quais criam as Diretrizes de
Ensino nº 1/2001 e nº 2/2001, respectivamente.
É necessário ressaltar que, mesmo com um instrumento de avaliação essencialmente prático, o aluno
é avaliado de modo global, pois os domínios cognitivo e afetivo estão presentes em qualquer atividade
motora. Não estamos, com o exposto, abolindo de forma radical a avaliação teórica/escrita, mas sim
pretendendo usá-la como mais um instrumento de avaliação; contudo, cabe ressaltar que a Educação
Física possui peculiaridades e características próprias que a faz ser avaliada sob uma ótica mais adequa-
da e totalmente voltada para tal. Por exemplo: para executar um movimento, o aluno, antes de tudo, deve
identificar e compreender as várias etapas necessárias à sua execução. Após este processo de compre-
ensão, também é necessário que o aluno supere alguma(s) dificuldade(s) interna(s)/externa(s), ajustando-
se a situações de êxito e fracasso.
Diante do que foi exemplificado, não podemos reduzir a avaliação em Educação Física à prova escri-
ta, pois esta prova não dará conta das nuanças aqui descritas.
• Procedimento
As avaliações serão aplicadas pelos professores regentes utilizando-se dos diversos instrumentos
coerentes com os conteúdos ministrados correspondentes ao trimestre em foco.
Nortearão a avaliação do processo ensino-aprendizagem os blocos abaixo definidos:
– Formação do cidadão
Observação do uso crítico de conhecimentos e experiências adquiridos, percebendo-os como recur-
sos válidos para a formação de sua cidadania e estruturação da auto-estima, preparando-se para interagir
no seu meio, com autonomia, pela participação, cooperação, respeito coletivo, sem discriminação, dentro
de um contexto social.
• Observações:
– para os alunos dispensados por qualquer motivo, serão criados mecanismos específicos de ava-
liação coerentes com as suas condições e consonante com a filosofia da proposta;
– é de única responsabilidade do aluno dispensado tomar ciência dos temas e do calendário das
avaliações trimestrais;
– as avaliações serão consideradas regulares para efeito de assiduidade. Os alunos dispensados
das práticas das aulas terão obrigatoriamente que assistir às aulas de Educação Física;
– nos pólos de Treinamento e Atividades, haverá um processo avaliativo que integrará a avaliação
global do aluno na Educação Física;
– esta avaliação é de responsabilidade do professor dinamizador do pólo, que deverá encaminhá-
la à unidade escolar de origem do aluno, no período previsto no calendário escolar.
Bibliografia
BERGER FILHO, Ruy Leite. Comunicação verbal. Pelotas, 1998. Trabalho apresentado no 5º Congresso de
Educação Tecnológica dos Países do Mercosul.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, 1999.
COMISSÃO DE REFORMULAÇÃO DO PGE. Reformulação do Plano Geral de Ensino de Educação Física
do Colégio Pedro II. Rio de Janeiro: Colégio Pedro II, DEFF, 1998.
METODOLOGIA do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1993.
PERRENOUD, Philippe. A arte de construir competências. Revista Nova Escola, São Paulo, n. 131, p. 12-
21, set. 2000.
Apresentação
O ensino da Matemática, assim como das demais áreas, tem se transformado na direção de sua
constituição como instrumento de cidadania, favorecendo e, antes, permitindo a ação concreta do ho-
mem no mundo. Saber Matemática é apropriar-se de uma linguagem que garante uma visão mais
abrangente da realidade. O acesso a esse saber deve ser meta prioritária da escola, possibilitando a
democratização do ensino da Matemática.
Segundo o educador colombiano Bernardo Toro (2002), algumas das competências fundamentais
para a formação do cidadão neste milênio são: fazer cálculos e resolver problemas; analisar, sintetizar e
interpretar dados, fatos e situações; e, compreender seu entorno social e atuar sobre ele. Não é através da
simples apropriação de fórmulas prontas e da repetição de procedimentos sem a sua compreensão que
o aluno desenvolverá tais competências. É preciso que ele se sinta capaz de imaginar, criticar, criar, cons-
truir, dar contra-exemplos, conjecturar, errar e acertar.
A Matemática, dentro dessa visão, deixa de ser uma área do conhecimento estanque e isolada das
demais para fazer parte do conjunto de conhecimentos necessários ao cidadão, interligando-se com as
demais áreas. Ler uma notícia de jornal, por exemplo, exige que saibamos não só ler a língua portuguesa
como também “ler” as mensagens veiculadas em linguagem matemática e outras.
As novas demandas da educação matemática, delineadas acima, buscam seus alicerces básicos em
pesquisas recentes, como as realizadas por Parra e Saiz (1996), que posicionam o aprendiz como sujeito
de sua aprendizagem, capaz de refletir sobre o objeto de estudo, elaborar diferentes hipóteses e construir
estratégias de apropriação.
Além disso, um ensino baseado em concepções socioconstrutivistas busca, na dinâmica do cotidia-
no escolar, criar oportunidades de intervenção docente, possibilitando a construção dos conceitos mate-
máticos pela criança, a partir de sua relação com o outro e com o ambiente. A tarefa docente reveste-se do
papel de mediação entre o conhecimento científico acumulado historicamente e as ações do aprendiz,
que decorrem de seu conhecimento de mundo, agora reconhecidos como conhecimentos prévios.
Para uma eficaz intervenção, o professor deve compreender os processos de pensamento, os dife-
rentes modos de explicar, de entender e de atuar na realidade, dentro do contexto cultural do próprio
aprendiz, compreensão para a qual contribui a etnomatemática.
Para a compreensão da realidade na sociedade moderna, cujo desenvolvimento se apóia em crescente
avanço tecnológico, é preciso, cada vez mais, comparar quantidades, compreendendo como as diferenças
interferem nas relações; analisar gráficos e tabelas, que demonstram e caracterizam a realidade; medir, calcu-
lar, resolver problemas, entre outras competências fundamentais para o estar na sociedade. Por isso, elege-
mos como temas básicos o conhecimento dos números, das operações, das relações espaciais e das formas
geométricas, das medidas e dos diferentes modos de organizar, divulgar e analisar a informação. Os conteú-
dos relativos a esses temas deverão ser selecionados e organizados levando-se em conta sua relevância
social, o desenvolvimento intelectual da criança e a articulação entre os diferentes blocos de conteúdo.
Organização dos conteúdos, tradicionalmente, tem sido marcada pela linearidade e pela segmentação dos
assuntos. No entanto, para que a aprendizagem possa ser significativa, é preciso que os conteúdos sejam
analisados e abordados de modo a formarem uma rede de significados (Brasil, 1999).
Há que se considerar que um conteúdo só terá significado para o aluno se este puder entender de
que forma esse conhecimento se relaciona com o saber que ele traz para a escola. Daí a prática da
contextualização dos conteúdos ser vista como um agente facilitador do processo ensino-aprendizagem,
uma vez que torna possível que alunos e professor compartilhem o sentido em que as noções, relações,
propriedades e procedimentos matemáticos se aplicam a uma situação específica.
Apropriamo-nos, então, das seguintes linhas-mestras propostas nos PCNs como norteadores da ação
pedagógica para o ensino da Matemática no Colégio Pedro II:
– direcionamento do ensino fundamental para a aquisição de competências básicas necessárias ao
cidadão e não apenas voltadas para a preparação de estudos posteriores;
– importância do desempenho de um papel ativo do aluno na construção do seu conhecimento;
– ênfase na resolução de problemas, na exploração da Matemática a partir dos problemas vividos no
cotidiano e encontrados nas várias disciplinas;
– importância de se trabalhar com um amplo espectro de conteúdos, incluindo-se, já no ensino fun-
damental, elementos de estatística, probabilidade e combinatória, para atender à demanda social que
indica a necessidade de abordar esses assuntos;
1. Competências
• Estabelecer pontos de referência para situar-se, posicionar-se e deslocar-se no espaço, bem como
para identificar relações de posição entre objetos no espaço;
• interpretar e fornecer instruções de localização e movimentação, usando terminologia adequada;
• perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço, identificando formas tridimensionais
ou bidimensionais, em situações que envolvam descrições orais, construções e representações;
• reconhecer grandezas mensuráveis, como comprimento, massa, capacidade, e elaborar estratégias
pessoais de medida;
• utilizar instrumentos de medida, usuais ou não, estimar resultados e expressá-los por meio de re-
presentações não necessariamente convencionais;
• identificar, reconhecer e interpretar os significados dos números em situações cotidianas que envol-
vam códigos numéricos, medidas e contagem;
• interpretar e produzir escritas numéricas, levantando hipóteses sobre elas, com base na observa-
ção de regularidade, utilizando-se da linguagem oral, de registros informais e da linguagem matemática;
• resolver situações-problema e construir, a partir delas, os significados das operações funda-
mentais;
• desenvolver procedimentos de cálculo-mental, escrito, exato, aproximado – pela observação de
regularidades e de propriedades das operações e pela antecipação e verificação de resultados;
• identificar o uso de tabelas e gráficos para facilitar a leitura e interpretação de informações;
• construir formas pessoais de registro para comunicar informações coletadas;
• demonstrar interesse para investigar, explorar e interpretar os diferentes conceitos e procedimentos
matemáticos, reconhecendo sua utilidade na vida cotidiana;
• valorizar a linguagem matemática como uma das formas de comunicar suas idéias; e
• utilizar tecnologias contemporâneas.
1.1 Temas
• Espaço e forma
• Números
• Operações
• Tratamento da informação
• Medidas
• Forma:
– estabelecer relações de tamanho e forma para dimensionar o espaço;
– identificar eixo de simetria;
– identificar semelhanças e diferenças entre cubos e quadrados, paralelepípedos e retângulos,
pirâmides, esferas e cilindros;
– classificar sólidos geométricos, segundo suas características;
– representar formas geométricas, mantendo seus elementos constituintes (retas, ângulos).
1.2.2 Números
• Reconhecer o número no contexto diário;
• quantificar elementos de uma coleção utilizando diferentes estratégias: contagem, pareamento,
estimativa e correspondência de agrupamentos;
• identificar números em situações que envolvem contagens e medidas;
• comparar e ordenar coleções pela quantidade de elementos;
• ordenar grandezas pelo aspecto da medida;
• formular hipóteses sobre a grandeza numérica, pela identificação da quantidade de algarismos e
da posição ocupada por eles na escrita numérica;
• ler, escrever, comparar e ordenar números familiares e freqüentes;
• observar critérios que definem uma classificação de números (maior que, menor que, estar entre);
• observar regras usadas em seriações (mais 1, mais 2, dobro, etc.);
• contar, em escalas ascendentes e descendentes de um em um, de dois em dois, etc., a partir de
qualquer número dado;
• identificar regularidades na série numérica para nomear, ler e escrever números menos freqüentes;
• ler, escrever, comparar e ordenar notações numéricas pela compreensão das características do
sistema de numeração decimal (base, valor posicional).
1.2.3 Operações
• Analisar, interpretar, resolver e formular situações-problema, compreendendo os significados das
operações:
– adição: juntar e acrescentar;
– subtração: subtrair, adicionar e comparar;
– multiplicação: adicionar sucessivas vezes e compor disposições retangulares; e
– divisão: repartir e medir;
• utilizar sinais convencionais na escrita das operações (+, –, x, ÷, =, ( , ));
• organizar os fatos básicos das operações pela identificação de regularidades e propriedades;
• utilizar os fatos básicos no cálculo;
• realizar cálculo mental exato e aproximado, utilizando a decomposição das escritas numéricas;
• realizar adições, subtrações e multiplicações por meio de estratégias pessoais e algumas técnicas
convencionais;
• realizar divisões por meio de estratégias pessoais;
• fazer estimativas para avaliar e adequar um resultado;
• aplicar estratégias de verificação e controle de cálculos utilizando a calculadora ou outros instrumentos.
1.2.5 Medidas
• Reconhecer e interpretar situações que envolvem medidas;
• utilizar estratégias pessoais para medir, explicando o procedimento usado;
• utilizar instrumentos de medida conhecidos – fita métrica, balança, recipientes de uso freqüente e
termômetro;
• identificar unidades de tempo: dia, semana, mês, ano, bimestre, semestre, década, hora e minuto;
• utilizar calendários;
• estabelecer relações entre unidades de tempo: dia/semana; dia/mês; mês/ano; dia/hora; ano/déca-
da; hora/minuto;
• ler horas, comparando relógios digitais e de ponteiros;
• reconhecer as cédulas e moedas que circulam no Brasil;
• reconhecer possíveis trocas entre cédulas e moedas, em função de seus valores;
• aplicar essas trocas em situações de compra e venda.
• Movimentação:
– descrever, interpretar e representar a movimentação de uma pessoa ou objeto no espaço;
– construir itinerários.
• Forma:
– representar o espaço por meio de maquetes;
– reconhecer semelhanças e diferenças entre corpos redondos, como a esfera, o cone, o cilindro e
outros;
– reconhecer semelhanças e diferenças entre poliedros (como os prismas, as pirâmides e outros);
– identificar faces, vértices e arestas em poliedros;
– compor e decompor figuras tridimensionais, identificando diferentes possibilidades;
– explorar as planificações de algumas figuras tridimensionais;
– identificar figuras poligonais e circulares nas superfícies planas das figuras tridimensionais;
– identificar semelhanças e diferenças entre polígonos, usando critérios como forma, número de
lados e eixos de simetria;
– compor e decompor figuras planas;
– identificar ângulo reto;
– classificar quadriláteros pela medida de seus lados e pelos seus ângulos;
– explorar paralelismo e perpendicularismo de lados em figuras planas.
1.3.2 Números
• Reconhecer números naturais e racionais no contexto diário;
• ler, esclarecer, comparar e ordenar números naturais de qualquer ordem ou grandeza, utilizando as
regras do sistema de numeração decimal;
1.3.3 Operações
• Analisar, interpretar, resolver e formular situações-problema, compreendendo os diferentes signifi-
cados das operações envolvendo números naturais e racionais;
• observar critérios que definem uma classificação de números, de acordo com os resultados de uma
operação (números primos, múltiplos, divisores);
• resolver as operações com números naturais, por meio de estratégias pessoais e do uso de técni-
cas operatórias convencionais, com compreensão dos processos nelas envolvidos;
• realizar cálculo mental e escrito, utilizando a decomposição das escritas numéricas e as proprieda-
des das operações;
• utilizar estratégias de verificação e controle de resultados pelo uso do cálculo mental e da calcula-
dora;
• decidir sobre a adequação do uso do cálculo mental – exato ou aproximado – ou da técnica opera-
tória, em função do problema, dos números e das operações envolvidas;
• realizar adições e subtrações de números racionais na forma decimal, por meio de estratégias
pessoais e pelo uso de técnicas operatórias convencionais;
• determinar o produto e o quociente de números racionais na forma decimal por potências de 10, ou
números naturais menores que 9;
• realizar cálculos simples de porcentagem, utilizando diferentes estratégias.
1.3.5 Medidas
• Comparar grandezas de mesma natureza utilizando unidades usuais de medida de comprimento,
massa, capacidade, tempo e temperatura;
• utilizar instrumentos de medida e procedimentos, em função do problema e da precisão do resultado;
• estabelecer relações entre unidades usuais de medida de uma mesma grandeza;
Bibliografia
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais. Brasília, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
PARRA, Cecília; SAIZ, I. (Orgs.). Didática da Matemática: reflexão físico-pedagógica. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1996.
TORO, Bernardo. Entrevista. Revista Nova Escola, São Paulo, n. 26, p. 47-49, jan./fev. 2000.
Apresentação
Os objetivos de Ciências Naturais, propostos nos Parâmetros curriculares nacionais (PCNs) para o
ensino fundamental, “são concebidos para que o aluno desenvolva competências que lhe permitam com-
preender o mundo e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza cientí-
fica e tecnológica”.
Nessa perspectiva, considera-se que o ensino de Ciências deva contribuir para:
• o questionamento do que se vê e ouve;
• a ampliação das explicações acerca dos fenômenos da natureza;
• a compreensão e atribuição de valor aos modos de intervir na natureza e de utilizar seus recursos;
• a reflexão sobre éticas implícitas nas relações entre Ciências, sociedade e tecnologia (manipulação
genética, desmatamento, acúmulo de produtos tóxicos na atmosfera, lixo industrial, hospitalar, doméstico,
nuclear);
• a reconstrução da relação homem/natureza (compreensão da apropriação indébita do ambiente
pelo homem, que precisa reconhecer, definitivamente, que não é o centro do universo);
• o conhecimento do comportamento da natureza e o processo da vida;
• o conhecimento do próprio corpo – a individualidade do corpo humano na formação da integridade
pessoal;
• a compreensão da saúde como valor pessoal e social; e
• a compreensão da sexualidade humana sem preconceitos.
Entendemos que o ensino de Ciências deva colaborar para o desenvolvimento das capacidades de
refletir e agir, de solucionar problemas individuais e coletivos, de buscar o conhecimento através da inves-
tigação e contribuir para o desenvolvimento do respeito à vida e ao ambiente. Para tanto, elegemos como
conteúdos a serem desenvolvidos não apenas conceitos, mas também procedimentos, valores e atitudes.
No que se refere aos conteúdos procedimentais, concordamos com o PCN de Ciências quando
destaca aqueles que permitem a investigação, a comunicação e o debate de idéias, já que são procedi-
mentos essenciais à produção do conhecimento.
Quanto aos conteúdos que envolvem atitudes e valores, apontamos como relevantes o desenvolvi-
mento de “posturas e valores pertinentes às relações entre os seres humanos, o conhecimento e o ambi-
ente”. É preciso que trabalhemos o desenvolvimento de atitudes como apreço e respeito à individualidade
e à coletividade e “incentivemos atitudes de curiosidade, de respeito à diversidade de opiniões e às
provas obtidas por meio de investigações, de valorização da vida em sua diversidade e de preservação do
ambiente”.
Uma das intenções para o ensino de Ciências é a apropriação do conhecimento científico e o desen-
volvimento de autonomia no pensar e agir por parte de todos os alunos. Para que isso seja possível, é
preciso considerar a relação de ensino e aprendizagem “uma relação entre sujeitos”. E, nesse tipo de
relação, cada um (tanto professor quanto aluno), a seu modo, está envolvido “na construção de uma
compreensão dos fenômenos naturais e suas transformações, na formação de atitudes e valores huma-
nos”.
Assim, no espaço da sala de aula, os sujeitos envolvidos na construção de conhecimento precisam
interagir “por meio da linguagem e da ação coletiva”. Nesse processo, a linguagem propicia dois movi-
mentos. Por um lado permite que o estudante comunique os seus significados e assim passe a ter em
relação a eles uma consciência mais ampla, tanto de suas possibilidades quanto de suas lacunas. Por
outro lado, a comunicação, que é sempre uma “ação mútua”, em que o ouvinte concorda, discorda,
apresenta argumentos, etc., provê uma “descentração do sujeito”, algo “fundamental ao pensamento
racional”. A comunicação permite essa descentração à medida que leva ao exercício do ouvir e analisar
outros pontos de vista, que não os seus, e outras opiniões, que não as suas, além de incentivar o sujeito a
buscar fundamentar suas opiniões antes de emiti-las.
Para que essa interação se faça, entretanto, o aprendiz precisa estar envolvido ativamente no proces-
so, e um fator necessário a esse envolvimento é que os conhecimentos escolares sejam trabalhados em
contextos “que o estudante reconheça como significativos e merecedores de seu esforço intelectual”. Por
outro lado, isso exige que as dinâmicas propostas permitam uma ação (material, discursiva ou mental)
sobre objetos de conhecimento.
Admitir a importância dos processos de comunicação na construção do conhecimento escolar é
reconhecer também a importância de se propor situações em que os alunos possam conversar entre si
sobre as práticas e teorias envolvidas na solução dos problemas.
1. Competências
• Explorar ambientes e seus elementos identificando semelhanças e diferenças;
• estabelecer relações entre características e comportamentos dos seres vivos e condições do ambi-
ente em que vivem;
• compreender a importância dos elementos da natureza e de suas interações para a vida;
• conhecer o próprio corpo, compreendendo-o como um todo integrado;
• compreender a saúde como bem-estar físico, social e psíquico do indivíduo;
• adotar atitudes e comportamentos favoráveis à saúde individual e ambiental;
• reconhecer a importância dos recursos naturais na obtenção de produtos consumidos pelo ho-
mem;
• reconhecer a importância dos recursos tecnológicos na preservação, conservação, recuperação e
reabilitação ambientais;
• utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo,
sistema, equilíbrio e vida;
• reconhecer a importância dos ciclos e fluxos que ocorrem na natureza.
• Recursos tecnológicos:
– investigar processos de obtenção de produtos (transformados ou não) utilizados pelo homem, os
instrumentos e/ou técnicas utilizadas nessa obtenção e os elementos naturais que foram usados;
– investigar as relações de diferentes materiais com a água, a luz e o calor;
– relacionar algumas formas de energia aos seus usos;
– identificar os prejuízos causados pela utilização indevida de recursos naturais.
Apresentação
Basicamente, o que se pretende com as atividades de Estudos So-
ciais é a construção da noção de vida em sociedade e sua organi-
zação sociopolítico-cultural, no espaço e no tempo, encontrando
seus fundamentos na História, Geografia, Sociologia, Antropologia
Cultural e Social, Economia e Política.
Aracy do R. Antunes, Heloísa F. Menandro, Tomoko I. Paganelli.
In: Estudos sociais: teoria e prática
1. Competências
• Relacionar noções de diferença e semelhança, de continuidade e de permanência, no tempo e no
espaço, para a constituição de uma identidade individual, coletiva e social;
• compreender as diversas formas de relações sociais, observando que as histórias individuais se
integram e fazem parte do que se denomina história nacional e de outros lugares;
• apropriar-se de informações históricas relevantes, na intenção de:
– estabelecer identidade e diferenças com os outros indivíduos e com grupos sociais presentes na
realidade vivida;
– formular algumas explicações para questões presentes e passadas;
• conhecer histórias de outros tempos relacionadas com o espaço em que vive, possibilitando a
compreensão de si mesmo e da vida coletiva de que faz parte;
• interpretar paisagens, estabelecendo comparações e analisando as múltiplas relações entre socie-
dade e natureza de determinado lugar.
1.2.2 Espaço
• Perceber as formas de organização dos espaços cotidianos (individual, coletivo, de permanência e
de circulação);
• utilizar a observação e a descrição na leitura direta da paisagem;
• reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais de localização, orientação e distância, de modo a
deslocar-se com autonomia;
• construir, ler e interpretar diferentes formas de representação do espaço;
• identificar diferentes relações entre as pessoas e os lugares (as condições socioeconômicas, as
relações afetivas e a identidade cultural e a história do lugar);
• reconhecer as permanências e as transformações ocorridas nos seus espaços cotidianos, obser-
vando a interferência dessas relações na qualidade de vida;
• reconhecer a importância de uma atitude responsável de cuidado com o meio em que vivem, evi-
tando o desperdício e percebendo os cuidados que se deve ter na preservação e na manutenção da
natureza.
1.2.3 Cultura
• Valorizar a memória individual e coletiva, por relatos, documentos, objetos e fatos, como resgate de
sua cultura;
1.2.4 Tempo
• Ordenar fatos e acontecimentos numa sucessão, estabelecendo relações temporais tanto numa
ordem linear como cíclica (antes/depois, remoto/próximo, simultaneamente, durante e recorrente);
• representar graficamente uma seqüência temporal por uma linha de tempo;
• localizar um ou mais fatos em uma seqüência temporal;
• relacionar fatos organizados em uma linha de tempo, estabelecendo relações de anterioridade,
posterioridade e simultaneidade;
• perceber que as relações de anterioridade e posterioridade são estabelecidas a partir de referenciais;
• constatar que determinados fatos e acontecimentos ocorrem ao mesmo tempo ou num mesmo
intervalo de tempo;
• identificar o início e o fim de determinadas ações realizadas ou períodos de tempo;
• medir os intervalos de tempo contidos entre o início e o fim de uma ação realizada e/ou períodos de
tempo, utilizando unidades de medida padronizadas ou não;
• comparar durações de tempo variadas;
• perceber a diferença entre o passar contínuo do tempo e a contagem ou quantificação que se faz
sobre ele;
• perceber que uma determinada ação, desenvolvida num dado intervalo de tempo físico, pode pro-
vocar, em diferentes indivíduos, variadas sensações de intensidade e duração;
• perceber variadas formas de utilização do tempo, relacionando-as com as diferentes culturas e
atividades humanas;
• utilizar a memória individual e coletiva para reconstituir o passado em seus vários níveis;
• estabelecer relação entre as histórias individuais e a coletiva;
• compreender a história como um processo coletivo, em que todos estão incluídos, influenciando a
ação das pessoas e por ela sendo influenciados.
1.3.2 Espaço
• Reconhecer e localizar as características da paisagem local e compará-las com as outras paisagens;
• identificar diferenças regionais do Brasil, considerando os aspectos da espacialização e especiali-
zação do trabalho, a interdependência entre as cidades e o campo, os elementos biofísicos da natureza,
os limites e as possibilidades dos recursos naturais;
• conhecer e valorizar os modos de vida de diferentes grupos sociais, como se relacionam com o
espaço e como constituem a paisagem no qual se encontram inseridos;
• reconhecer o papel das tecnologias, da informação, da comunicação e dos transportes na configu-
ração de paisagens na estruturação da vida em sociedade;
• comparar as ações do homem e da natureza na formação de diferentes paisagens;
• identificar as transformações ocorridas na natureza, pela ação do homem, e suas conseqüências;
• estabelecer relações entre as ações humanas e a qualidade do meio ambiente;
• valorizar práticas que demonstrem a preocupação com a qualidade do meio ambiente;
• construir, ler e interpretar diferentes formas de representação do espaço;
• observar que a linguagem cartográfica tem uma simbologia própria;
• reconhecer a necessidade de indicadores de direção, distância e proporção na confecção de dife-
rentes tipos de mapas para garantir a legibilidade das informações;
• utilizar os procedimentos básicos de observação, descrição, registro, comparação, análise e sínte-
se, na coleta e tratamento da informação mediante diferentes fontes.
1.3.4 Tempo
• Ordenar fatos e acontecimentos numa sucessão, estabelecendo relações temporais tanto numa
ordem linear como cíclica (antes/depois, remoto/próximo, simultaneamente, durante e recorrente);
• representar graficamente uma seqüência temporal por uma linha de tempo;
• localizar um ou mais fatos em uma seqüência temporal;
• relacionar fatos organizados em uma linha de tempo, estabelecendo relações de anterioridade,
posterioridade e simultaneidade;
• perceber que as relações de anterioridade e posterioridade são estabelecidas a partir de referenciais;
• constatar que determinados fatos e acontecimentos ocorrem ao mesmo tempo ou num mesmo
intervalo de tempo;
• identificar o início e o fim de determinadas ações realizadas ou períodos de tempo;
• medir os intervalos de tempo contidos entre o início e o fim de uma ação realizada e/ou períodos de
tempo, utilizando unidades de medida padronizadas ou não;
• comparar durações de tempo variadas;
• perceber a diferença entre o passar contínuo do tempo e a contagem ou quantificação que se faz
sobre ele;
• perceber que uma determinada ação, desenvolvida num dado intervalo de tempo físico, pode pro-
vocar, em diferentes indivíduos, variadas sensações de intensidade e duração;
• perceber variadas formas de utilização do tempo, relacionando-as com as diferentes culturas e
atividades humanas;
• utilizar a memória individual e coletiva para reconstituir o passado em seus vários níveis;
• estabelecer relação entre as histórias individuais e a coletiva;
• compreender a história como um processo coletivo, em que todos estão incluídos, influenciando a
ação das pessoas e por ela sendo influenciados;
• reconhecer a presença de alguns elementos do passado no presente, projetando a sua realidade
numa dimensão histórica, identificando a participação de diferentes sujeitos, obras e acontecimentos, de
outros tempos, na dinâmica da vida atual;
• caracterizar determinadas épocas ou períodos históricos da sociedade brasileira, a partir da análise
de alguns aspectos do cotidiano da cidade do Rio de Janeiro;
• reconhecer permanências e transformações sociais, econômicas e culturais nas vivências cotidia-
nas de diferentes grupos sociais, no tempo;
• identificar determinados marcos que demonstram mudanças pelas quais o tempo pode ser demar-
cado dentro de sua duração infinita;
• utilizar diferentes fontes de informação para leituras críticas da história de nossa sociedade;
• reconhecer que existem diferentes fontes históricas que podem ser utilizadas para formular algu-
mas explicações para questões presentes e passadas;
• utilizar diferentes fontes históricas para formular algumas explicações para questões presentes e
passadas.
Apresentação
Os componentes curriculares em Língua Portuguesa adotados no terceiro e no quarto nível do ensino
fundamental do Colégio Pedro II (CP II) estão em consonância com a Resolução nº 2, de 7 de abril de
1998, do Conselho Nacional de Educação (CNE), que instituiu as Diretrizes curriculares nacionais para o
ensino fundamental.
1. Competências
Ao final do quarto nível do ensino fundamental, prevê-se que, em Língua Portuguesa, o aluno seja
capaz de sete competências fundamentais que servirão como parâmetros para sua avaliação:
• compreender os sentidos nas mensagens orais e escritas de que é co-enunciador direto e indireto;
• articular as categorias gramaticais sintáticas e morfossintáticas com a economia e as intencionalidades
do texto (oral ou escrito);
• utilizar a língua oral e escrita, produzindo textos coerentes e coesos em que demonstre domínio das
variantes lingüísticas de acordo com o projeto discursivo e situação contextual;
• reconhecer e operar com as diferentes estruturas dos gêneros discursivos (narrativo, descritivo,
argumentativo) concretizadas nas variadas tipologias textuais;
• relacionar informações contidas em um mesmo texto (relações intratextuais) e entre diferentes tex-
tos do conhecimento de mundo (relações intertextuais e extratextuais), fazendo uma avaliação e um uso
crítico dessas informações;
• produzir textos nos gêneros discursivos previstos no ciclo em que demonstre domínio adequado da
organização do texto e da frase de acordo com a variante culta da língua: acentuação, ortografia, pontua-
ção, escolha vocabular, concordância, relações lógico-discursivas; e
• posicionar-se, socialmente, como sujeito jurídico de seu discurso (oral ou escrito), responsável
pelos comportamentos do que diz, como diz, quando diz e para quem.
Consideramos esta função como uma internalização de ações externas das práticas discursivas. Para
que a comunicação seja possível, para que haja uma socialização de experiências, é necessário que elas
passem por um processo de generalização. É preciso que as experiências tenham conceitos gerais, em-
bora experiências concretas sejam diferentes de indivíduo para indivíduo.
O objetivo da prática da internalização das experiências do comportamento e pensamento verbais,
isto é, comportamentos e pensamentos (raciocínios) mediados por conceitos, é levar o indivíduo a abstra-
ir-se das situações concretas regras gerais que sirvam para interpretar e reinterpretar novas ocorrências
particulares.
A metodologia proposta, portanto, é a de uma contínua retroalimentação: de ocorrências particulares
inferem-se regras gerais que vão interpretar e reinterpretar outras ocorrências particulares.
Estamos entendendo as competências cognitivas como um modelo cíclico de fluxo de informações,
laços de realimentação. Uma ocorrência particular A pode afetar ou explicar B; B pode afetar ou explicar
C; e C pode “realimentar” A e novos casos particulares de um sistema. Com isso, não estabelecemos uma
matriz curricular que se pauta essencialmente em competências operacionais, em atos mecânicos de
repetição de modelos.
Com essas posições metodológicas, deixamos claro que o objeto de conhecimento das aulas de
Língua Portuguesa é a própria língua portuguesa, o saber idiomático e expressivo da língua.
= Redigir cartas,
bilhetes com
formas de
tratamento
diferentes.
1. Gênero discursivo narrativo = Usar a linguagem = Transformar textos = Relatar um mesmo fato
Narrativas (relatos) não- em situação jornalísticos em levando em conta pontos
ficcionais discursiva históricos e vice-versa). de vista ou posições
= Históricos. (planejada ou = Produzir crônicas a discursivas diferentes.
= Jornalísticos. espontânea) partir de fatos. = Produzir textos
= Pessoais (diário- levando em conta = Emitir e fundamentar assumindo outras vozes,
objetivo subjetivo). as variedades de opiniões a partir de pontos de vista de
uso e suas normas: fatos. outrem.
Narrativas ficcionais - normas de uso = Adequar as escolhas = Avaliar, comparar e
= Crônicas (poéticas e social; lexicais e gramaticais respeitar pontos de vista
não-poéticas. - normas de uso ao tipo e projeto de diferentes.
familiar; texto. = Comparar e avaliar
2. Gênero discursivo - normas de uso = Articular e segmentar pontos de vista diferentes
descritivo profissional. os elementos do em “cartas de leitores” e
a) Textos em prosa = A partir de parágrafo assumir uma posição
= Reportagens. condições argumentativo. argumentativa própria.
= Classificados. oferecidas pela = Usar os conectores
= Textos didáticos. própria tarefa, lógicos e discursivos
= Textos científicos. produzir os para a coerência e
= Textos instrucionais. seguintes tipos de coesão do texto.
= Horóscopos. textos: = Usar a pontuação e
=
- relatos tipo de frase
b) Textos em verso
históricos adequados à coesão e
= Poemas descritivos.
(pessoais e coerência do texto.
= Receitas poéticas.
impessoais, = Empregar mecanismos
= Canções.
passados, de coesão referencial
atuais ou (pronomes, sinônimos,
3. Gênero discursivo
futuros); elipses).
argumentativo
- relatos = Empregar a
jornalísticos concordância nominal e
Nas seguintes ocorrências
com: verbal fundamentais
a) Parágrafo argumentativo
manchete; para a coesão e
= Formas e
lead; coerência do texto.
desenvolvimento:
corpo.
- declaração;
Elaborar textos
- definição;
descritivos:
- oposição;
- didáticos;
- divisão;
- instrucionais;
- enumeração;
- reportagens;
- referenciação.
- classificados;
= Formas de conclusão:
- horóscopos.
- resumo;
- proposta;
- comentário;
b) Textos
= Editoriais.
= Artigos.
= Cartas de leitores.
= Charges.
= Entrevistas.
= Didáticos.
= Científicos.
= Reportagens.
1. Gênero discursivo narrativo =Usar a linguagem em = Transformar relatos = Relatar um mesmo fato
Textos nas funções situação discursiva jornalísticos em levando em conta
= Referencial. (planejada ou históricos (vice-versa). pontos de vista ou
= Apelativa.
espontânea) levando = Articular os elementos posições discursivas
= Expressiva.
em conta as do parágrafo diferentes.
variedades de uso e dissertativo. = Produzir textos
suas normas: = Articular os vários narrativos, descritivos e
a) Em prosa - do uso social; parágrafos dissertativos assumindo
= Poética.
- do uso familiar; dissertativos num outras vozes, pontos de
= Não-poética.
- do uso profissional; texto. vista de outrem.
= Relatos:
- do uso científico; = Usar os conectores = Produzir textos de
- jornalísticos; = A partir de condições lógico-discursivos nos sujeitos líricos
- históricos; oferecidas pela períodos, entre diferentes.
- pessoais; tarefa ou períodos e = Avaliar, julgar e produzir
= Narrativas: simulações, produzir parágrafos. textos respeitando
- contos; os seguintes tipos de = Empregar a pontos de vista
= crônicas; textos: concordância nominal diferentes.
- leituras - relatos históricos e verbal fundamentais = Comparar e avaliar
representadas. (pessoais e para a coesão e pontos de vista
impessoais, coerência do texto. diferentes de
b) Em verso passados, atuais ou = Empregar nos textos argumentos e assumir
futuros); marcas lingüísticas de uma posição
= Relatos pessoais.
- relatos jornalísticos acordo com o projeto argumentativa própria.
= Relatos com
(notícias); do texto e a função de = Avaliar e produzir um
diferentes sujeitos linguagem (emotiva, texto com uma função
poéticos. apelativa, referencial). diferente da
apresentada.
Classes de palavras e
morfologia
- antíteses; = Empregar os
- paradoxos; mecanismos de
- personificações; coesão referencial
- figuras de relação (retomada
entre enunciador e pronominal,
enunciatário substituição por
(de pensamento - sinônimos,
quando não há hiperônimos, elipses
equivalência, pronominais,
isomorfia entre expressão nominal
enunciado e definida).
enunciação); = Manter a coerência
- eufemismos; entre nível de
- hipérboles; linguagem e situação
- ironia; discursiva.
- litotes;
- reticências.
Bibliografia
AZEREDO, José Carlos de. Fundamentos da gramática do português. Rio de Janeiro: Zahar, 2000.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1979.
CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1991.
CHARAUDEAU, P. Grammaire du sens et de l’expression. Paris: Hachette Livre, 1992.
CITELLI, Adilson (Coord.). Aprender e ensinar com textos não escolares. São Paulo: Cortez, 1998. v. 1, 2 e 3.
DUCROT, Oswald. Princípios de semântica: dizer e não dizer. São Paulo: Cultrix, 1997.
FAVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.
FAVERO, Leonor Lopes; KOCH, Ingedore G. Villaça. Lingüística textual: introdução. São Paulo: Cortez,
1994.
FIORIN, José Luiz. Elementos de análise de discurso. São Paulo: Contexto, 1992.
______. As astúcias da enunciação. São Paulo: Ática, 1996.
GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1969.
ILARI, Rodolfo. A lingüística e o ensino da Língua Portuguesa. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
KOCH, Ingedore G. Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 1992.
______. A inter-ação pela linguagem. São Paulo: Contexto, 1997.
______. Argumentação e linguagem. São Paulo: Cortez, 1993.
ORLANDI, Eni Pulcinelli et al. A leitura e os leitores. Campinas: Pontes, 1998.
______. Análise de discurso: princípios e procedimentos. São Paulo: Pontes, 1999.
SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 1998.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino da gramática no 1º e 2º
graus. São Paulo: Cortez, 1996.
De acordo com a concepção de linguagem com que trabalhamos, o sentido não é inerente à palavra,
mas construído pelos participantes por meio da interação. Assim, ainda que os interlocutores comparti-
lhassem de um mesmo código, isso não garantiria o entendimento do que pretendem comunicar. Na
verdade, toda comunicação requer negociação.
Segundo o pensamento de Bakhtin, entendemos que, assim como o homem é um ser histórico e social,
também a linguagem e seu sentido estão diretamente ligados ao contexto social em que são produzidos.
Desse modo, os significados são construídos em um determinado contexto social, através da interação,
do diálogo, isto é, de uma relação entre os sujeitos do discurso, uma vez que: “Na realidade, toda palavra
comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém como pelo fato de que
se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte.” (Bakhtin,
1999, p. 113).
Desse modo: “Não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras,
coisas boas ou más, importantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre
carregada de um conteúdo ou de um sentido ideológico ou vivencial.” (Bakhtin, 1999, p. 95).
Portanto, entender a linguagem não se resume a decodificá-la e ter, assim, garantido seu sentido. O
significado é resultado da interação entre os interlocutores, considerado o contexto em que foi produzido.
A relação entre linguagem, ideologia e poder é intrínseca às próprias relações humanas e este poder
é, geralmente, exercido entre as pessoas, em graus e de modos diversos, mediante o uso da linguagem.
Existe relação de poder entre pais e filhos, professor e aluno, médico e paciente, advogado e teste-
munha, seja entre grupos com orientação sexual, religiosa ou de raças diferentes, ou entre governo e
sociedade na tentativa de marcar seu papel e lugar em um determinado contexto social, de fazer valer
suas prerrogativas e/ou pressuposições.
Linguagem, então, é um instrumento que tem papel fundamental na produção, manutenção e mu-
dança nas relações sociais de poder, isto é, a relação entre linguagem, ideologia e poder determina quem
fala, o quê e com quem. É, portanto, mediante o uso da linguagem na sociedade que é revelada a ideolo-
gia dos diferentes grupos sociais e são exercidos o controle social e o poder, embora nem sempre as
pessoas tenham consciência disso. Assim, a linguagem reflete crenças, valores e projetos políticos. Como
bem lembram Aronowitz e Giroux (1991, p. 89), “não existe discurso ideologicamente inocente ou politica-
mente neutro”.
Assim, é importante perceber a relação intrínseca entre linguagem e poder: os significados conside-
rados mais importantes, as experiências consideradas mais legítimas e as formas de ler e de escrever que
importam são, em grande parte, determinados por aqueles grupos que detêm o poder econômico e
cultural em determinada sociedade.
É igualmente importante perceber que este embate ideológico não se dá apenas na linguagem, mas
também pela linguagem, visto que é a apropriação do discurso que está em jogo. É, então, pelo uso da
linguagem que a ideologia é manifesta (implícita ou explicitamente) e o poder exercido. Assim, para en-
tender a linguagem e o uso da linguagem é preciso entender sobre a sociedade e as relações sociais.
Na sala de aula, a relação entre linguagem, ideologia e poder também se evidencia, para citar apenas
alguns exemplos na escolha dos temas apresentados nos livros didáticos (onde nem as minorias nem os
conflitos estão presentes), na não aceitação, pelo(a) professor(a), do tópico colocado pelo(a) aluno(a), na
punição do erro, na ameaça do vai valer pra nota.
Portanto, em todo contexto social, sobretudo naqueles em que as relações são assimétricas (e quase
sempre o são), essa relação se faz presente.
Discurso é entendido como prática social, uma vez que o significado não é inerente à palavra, mas
construído socialmente via interação entre seus participantes em determinadas condições socioistóricas.
Sempre disseram às escolas o que fazer e como fazer e aos professores de Biologia por que, para
que e o quê ensinar na disciplina. Com a promulgação da Lei nº 9.394/96, passamos a ter autonomia para
formular nossa proposta curricular, fundamentada no projeto da escola, sob as orientações dos Parâmetros
curriculares nacionais (PCNs), em contextos significativos para o aluno.
Diante de questões como projeto genoma, alimentos transgênicos, impactos ambientais e outras que
exigem tomada de decisões e implicam escolhas e intervenções, a Biologia tem importante função no
ensino médio, instrumentalizando o aluno para este papel.
A busca por explicações sobre a origem e classificação dos seres vivos e outros aspectos ligados ao
estudo da vida já se destacava na antiga Grécia (Aristóteles), porém, entre as chamadas Ciências da
Natureza, a Biologia foi a última a se definir (apenas no século 19, o termo foi introduzido por Lamarck,
segundo Capra, 1996).
Hoje, a Biologia se destaca como uma das ciências mais discutidas em função de todas as inúmeras
questões éticas envolvidas com o seu objeto de estudo – a vida – e levantadas pelas possibilidades de
manipulação surgidas a partir da evolução do conhecimento científico. O aprendizado da Biologia deve
permitir a compreensão da natureza viva e dos limites dos diferentes sistemas. A ciência não tem respos-
tas definitivas para tudo. Considera-se uma de suas características a possibilidade de ser questionada e
de se transformar.
O aluno deve compreender que há uma ampla rede de relações entre a produção científica e o
contexto social, econômico e político, e que o sucesso ou o fracasso das diferentes teorias científicas
associam-se ao momento histórico em que são elaboradas.
A Biologia, bem como as demais ciências, possui um código próprio, regido por uma lógica interna,
com uma metodologia específica que resulta da elaboração de teorias explicativas. Atualmente, as gran-
des teorias que regem a Biologia dizem respeito à constituição celular, à evolução dos seres vivos, à
manipulação genética. Apropriar-se desses códigos, dos conceitos e métodos relacionados com a Biolo-
gia, compreender a relação entre ciência, tecnologia e sociedade são formas de ampliar nos alunos suas
possibilidades de compreensão e participação efetiva nesse mundo.
O ensino da Biologia deve voltar-se para a formação de um ser humano crítico e autocrítico, com
múltiplas habilidades, solidário, criativo, capaz de absorver as vertiginosas transformações de seu cotidi-
ano e a elas adaptar-se, além de possibilitar-lhe condições de aprender a aprender.
1. Competências
1.1 Representação e comunicação
• Descrever processos e características do ambiente ou de seres vivos, observando em microscópio
ou a olho nu;
• perceber e utilizar os códigos intrínsecos da Biologia;
• apresentar suposições e hipóteses sobre os fenômenos biológicos em estudo;
• apresentar, de forma organizada, o conhecimento biológico apreendido, por meio de textos, dese-
nhos, esquemas, gráficos, tabelas, maquetes, etc;
• conhecer diferentes formas de obter informações (observação, experimento, leitura de texto e ima-
gem, entrevista), selecionando as pertinentes ao tema biológico em estudo;
• expressar dúvidas, idéias e conclusões acerca dos fenômenos biológicos.
2. Conteúdos
2.1 Abordagem
A decisão sobre o quê e como ensinar Biologia no ensino médio deve ser feita de maneira a promover
as intenções formativas estabelecidas pela legislação em vigor para a área de Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias. Há aspectos da Biologia que têm a ver com a construção de uma visão de
mundo, outros – práticos e instrumentais – com a ação e ainda aqueles que permitem a formação de
conceitos, a avaliação, a tomada de decisão cidadã.
É importante, no ensino médio, que os conhecimentos partam do geral para o particular. Assim, é
mais segura a compreensão do todo. Os conteúdos devem ser apresentados como problemas a serem
resolvidos com os alunos.
O objetivo geral de desenvolver a curiosidade e o gosto de aprender, praticando efetivamente o
questionamento e a investigação, deve ser promovido no programa de aprendizado escolar.
A organização e o tratamento dos conteúdos de Biologia devem seguir dois conceitos norteadores: a
interdisciplinaridade e a contextualização.
As conteúdos programáticos serão meios para a construção global dos alunos. Os professores orga-
nizarão o aprendizado a partir da construção de novas competências seguindo as orientações da legisla-
ção em vigor.
Com base nas competências anteriormente relatadas e buscando temas que provoquem a
interdisciplinaridade e a contextualização no processo ensino-aprendizagem, selecionamos blocos
temáticos que serão mostrados a seguir.
2.1.3 Ecologia
Relações ecológicas, biológicas de populações; níveis de organização dos sistemas vivos; principais
ecossistemas brasileiros; fluxo de energia e matéria na natureza; sucessões ecológicas; ciclos
biogeoquímicos.
O conhecimento de Biologia deve subsidiar o julgamento de questões polêmicas que dizem respeito
ao desenvolvimento, ao aproveitamento de recursos naturais e à utilização de tecnologias que implicam
grande intervenção humana no ambiente, cuja avaliação deve levar em conta a dinâmica dos ecossistemas,
dos organismos, enfim, o modo como a natureza se comporta e a vida se processa.
Uma idéia central a ser desenvolvida é a do equilíbrio dinâmico da vida. A identificação da necessida-
de de os seres vivos obterem nutrientes e metabolizá-los permite o estabelecimento de relações alimenta-
res entre os mesmos, uma forma básica de interação nos ecossistemas, solicitando do aluno a investiga-
ção das diversas maneiras de obtenção de alimento e energia e o reconhecimento das relações entre elas
no contexto dos diferentes ambientes em que tais relações ocorrem.
Para o estudo da dinâmica ambiental, contribuem outros campos, como a Física, a Química, a Geo-
grafia, a História e a Filosofia, possibilitando ao aluno relacionar conceitos aprendidos nessas disciplinas,
numa compreensão mais ampla de ecossistema.
Ressaltamos ainda que aspectos regionais referentes às questões ambientais brasileiras devam ser
objeto de um estudo mais atento, considerando que os alunos possuem capacidade de intervenção na
busca de soluções e alternativas para os problemas socioambientais.
2.1.4 Biodiversidade
Características gerais dos seres vivos; sistemas de classificação – evolução dos sistemas; taxionomia;
os reinos; os vírus; as características gerais dos principais grupos.
O estudo da biodiversidade deve partir da história geológica da vida, tendo como foco sua origem e
evolução no planeta. Tal enfoque permitirá a compreensão das características encontradas nos diferentes
grupos taxionômicos hoje existentes, favorecendo a compreensão da necessidade do estabelecimento
de um sistema de classificação cada vez mais complexo.
2.1.7 Genética
Genética de Mendel; genética moderna – polialelia, herança quantitativa, pleiotropia, interação e
recombinação gênica, ligação fatorial, herança ligada ao sexo e genética das populações.
O estudo do DNA não se deve limitar à estrutura e composição, mas deve ir além, relacionando a
síntese protéica com as características do ser, conduzindo-o à identificação dos processos de reprodução
celular, conceitos fundamentais para a compreensão da hereditariedade, dos processos de prevenção
das possibilidades genéticas e dos usos que a ciência faz desse conhecimento. Os estudos das leis de
herança mendeliana e da genética moderna necessitam de conceitos trabalhados por outras disciplinas,
como a Matemática e a Química.
O desenvolvimento da Engenharia Genética, da Biologia Molecular, das tecnologias de manipulação
do DNA e de clonagem traz à tona aspectos éticos, morais, econômicos e políticos envolvidos na produ-
ção e aplicação do conhecimento científico e tecnológico, num chamado à reflexão entre Ciência, Tecnologia
e Sociedade.
Questões como variabilidade, mutação e recombinação gênica, fatores essenciais no processo de
seleção natural e adaptação, também não podem prescindir dos mecanismos de transferência de material
genético que ocorrem durante a reprodução, determinando a permanência ou não de um caráter especí-
fico em uma população.
3. Conclusão
A formação do cidadão do futuro engloba a percepção e a compreensão de um conhecimento am-
plo, interdisciplinar e criativo, que lhe permita movimentar-se de forma consciente dentro de uma estrutura
social complexa, diversificada e com valores a cada dia mais internacionalizados, em contínuas mudan-
ças de prioridades socioeconômicas. É fundamental, para isso, relacionar-se com as tecnologias que
fazem parte do cotidiano popular.
Os conhecimentos que contribuem para o desenvolvimento científico devem ser apresentados com o
uso de estratégias que possibilitem a construção de competências e o desenvolvimento das habilidades
pelos trabalhos autônomos, resultados de questionamentos internos que se projetam na busca de soluções.
Dessa forma, as relações que permeiam o processo de ensino-aprendizagem das Ciências Físicas e
Biológicas tornam-se um grande desafio em função da velocidade da produção de novas informações e
tecnologias. Mudanças profundas na teoria e na prática afetam nosso cotidiano social e educacional,
alterando também as perspectivas profissionais.
Para a efetiva participação do aluno do novo ensino médio nos processos sociais, torna-se imprescin-
dível que o conhecimento básico seja estruturado de forma abrangente e fundamentado numa visão
crítica e histórica, sem o que nenhum posicionamento consciente será possível.
Não admito uma educação não-diretiva (...) Sou diretivo na medida em que sonho, em que tenho uma utopia.
Você já imaginou um professor que pouco se interessa diante de sua classe, com o sonho de uma sociedade
menos injusta e nada faz pela criação de uma sociedade menos injusta só porque o que ele ensina é a Biologia,
como se fosse possível ensinar Biologia, o fenômeno vital, sem considerar o social? (Paulo Freire).
Bibliografia
AMABIS, José Mariano; MARTHO, Gilberto. Biologia. São Paulo: Moderna, 1999.
ARAÚJO, Marlise Alves Vieira de. Novas estratégias para o ensino de ciências. Rio de Janeiro: Colégio
Pedro II, 1995. Mimeografado.
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é; como se faz. São Paulo: Sabiá, 1999.
BERGER FILHO, Ruy Leite. Eixos estruturadores do Enem e da reforma do ensino médio. Brasília: Inep,
1999. Mimeografado. Trabalho apresentado no 1º Seminário do Exame Nacional do Ensino Médio.
1. Competências
2. Conteúdos
• Introdução à Física: o que é e para que serve a Física, grandezas, medidas, representações e
unidades básicas.
• Mecânica:
– descrição de modelos básicos de movimentos;
– estudo da Dinâmica: leis de Newton, energia, movimento linear e os teoremas de conservação;
– equilíbrio estático dos sólidos e líquidos.
• Termologia:
– escalas termométricas;
– conseqüências da variação da energia das moléculas;
– trocas de calor;
– Termodinâmica.
• Eletricidade:
– Interação entre cargas elétricas;
– estudo do campo elétrico;
– estudo dos circuitos elétricos.
• Eletromagnetismo:
– estudo do campo magnético;
– estudo da indução eletromagnética.
• Física Moderna:
– a relatividade e os quanta;
– radioatividade, fissão e fusão nuclear.
1. Competências
Nos quadros a seguir, na coluna da direita, estão colocados exemplos de conteúdos e/ou atividades
recomendados para a formação das respectivas competências, à esquerda.
• Compreender os fatos químicos dentro de uma • Modelos atômicos – Mol, reações químicas.
visão macroscópica.
• Reconhecer os limites éticos e morais que podem • Transgênicos, energia nuclear, poluição industrial,
estar envolvidos no desenvolvimento da Química coleta seletiva de lixo.
e da tecnologia.
2. Conteúdos
Para desenvolver nos alunos as competências acima citadas, foram selecionados os seguintes blo-
cos de conteúdos:
2.1 O átomo
A História das Ciências, átomos e moléculas, substâncias simples e compostas, mistura e combina-
ção, modelo atômico atual e classificação periódica.
2.4 Dispersão
Soluções, unidades de concentração, solubilidade, propriedades coligativas e colóides.
Bibliografia
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. São Paulo: Sabiá, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Médio e Tecnológico. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio. Brasília, 1999. 2 v.
COLL, César et al. Os conteúdos na reforma: ensino e aprendizagem de conceitos, procedimentos e
atitudes. Porto Alegre: Artmed, 1998.
______. Fundamentos do currículo em Psicologia e currículo. São Paulo: Cortez, 1995.
FELTRE, Ricardo. Química 2. São Paulo: Moderna, 1997.
GRUPO TEKNÊ. Galileu e o nascimento da ciência moderna. São Paulo: Atual, 1997. Componentes do
Grupo: Andréia Guerra, Jairo Freitas, José C. Reis, Marco Braga.
Apresentação
Introdução
Mais próximas a nós cronologicamente, as críticas dos teóricos da desescolarização, como Ivan Illich, contra
um sistema educacional excessivamente fechado em si mesmo, desligado da realidade, ou as opiniões emiti-
das por numerosos pensadores sobre a perda de tempo e inutilidade daquilo que se aprende na instituição
escolar, sobre a necessidade de uma educação mais aberta, etc., transformaram-se em argumentos que tam-
bém serão recolhidos pelos partidários da globalização e da interdisciplinaridade.
Compreende-se, hoje, a educação como um processo formativo de cidadania orientado para a forma-
ção de direitos e deveres que devem proporcionar ao educando a construção da consciência e possibilida-
des necessárias para a sua integração na sociedade, procurando torná-la mais livre e igualitária. Esta integração
somente se faz com a capacitação do educando, inferindo harmoniosamente no que será sua vida como
cidadão adulto, em todos os seus aspectos: familiar, político e, sobretudo, profissional.
A presente proposta curricular mantém a disciplinaridade do currículo escolar, mas propõe uma for-
ma de trânsito entre os saberes, estabelecendo temas comuns que articulem as várias disciplinas.
O aluno, em sua prática diária, usa e recria os conhecimentos que a sua própria inserção na socieda-
de lhe provê. É nesse sentido que se busca um currículo adequado que incorpore e dinamize as informa-
ções do mundo e dos sujeitos que nele vivem.
Buscando integrar os conteúdos que se encontram nas fronteiras das disciplinas, propõe-se respon-
der a questionamentos vitais feitos pelos alunos. Tais questões não podem ser confinadas dentro dos
limites das áreas disciplinares. Contribui-se, assim, para a criação de hábitos intelectuais que obriguem os
alunos a levar em consideração as intervenções humanas de todas as perspectivas e pontos de vista
possíveis.
Essa modalidade de organização curricular desperta o interesse e a curiosidade dos estudantes,
tendo em vista que o estudo estará vinculado a questões reais e práticas, estimulando-os à análise dos
problemas nos quais se envolvem e à procura de soluções num universo que lhes será mais familiar.
Como conseqüência imediata, seremos levados à formação de pessoas mais criativas e inovadoras.
É certo também que o desenvolvimento curricular será efetivamente feito na escola e pela escola.
Para isso, o trabalho do professor, em sala de aula, deverá estar em sintonia com os demais níveis. Deverá
apropriar-se não só dos princípios legais, políticos e pedagógicos que fundamentam o currículo proposto,
mas também da própria proposta pedagógica da escola, estabelecendo consensos sobre o que e como
ensinar. Desse modo, surgirão professores que não só dominam uma informação, mas que a usam para
ensinar seus alunos a serem mais autônomos e mais cidadãos.
Exige-se o reconhecimento de que a autonomia intelectual aprende-se, constrói-se, não se nasce
com ela. É preciso aprender a lidar com o sentimento que foi despertado pela aprendizagem. No sentido
geral do que já foi exposto, compreende-se que a formação básica proposta no ensino médio se realizará
muito mais pela construção de competências, habilidades e disposições de conduta, do que pela quanti-
dade de informações.
Selecionaram-se as competências e habilidades consideradas necessárias para a formação básica a
que se propõe o ensino médio, buscando orientação nos eixos metodológicos dos PCNEM: contextualização
e interdisciplinaridade.
Quanto ao que se pretende, em parte, com a contextualização, incluímos facilitar o aproveitamento da
experiência pessoal no processo de concretização dos conhecimentos abstratos que a escola trabalha,
sem a banalização do conteúdo e a perda da essência do significado histórico, filosófico e construtor da
Matemática. No tocante à interdisciplinaridade, sugere-se um diálogo permanente com outros conheci-
mentos, que pode ser pelo questionamento, confirmação, complementação, iluminação e ampliação de
aspectos não distinguidos. É importante ressaltar que um currículo – interdisciplinar, pluridisciplinar,
multidisciplinar, etc. – continua a ser, antes de tudo, um currículo disciplinar.
Na determinação e avaliação de competências e habilidades gerais e específicas para a Matemática,
usam-se como referências norteadoras os textos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), dos PCNEM e das Matrizes Curriculares de Referência para o Saeb.
Competências são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor, ações e operações que utilizamos
para estabelecer relações com e entre objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. As
habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano imediato do “saber fazer”. Por meio
das ações e operações, as habilidades aperfeiçoam-se e articulam-se, possibilitando nova reorganização das
competências.
No texto dos PCNEM relativos à Matemática (Brasil, 1999, v. 3, p. 82) estão discriminadas as finalida-
des do ensino da disciplina no âmbito da LDB. Consideram-se os caracteres formativos, instrumentais,
assim como seu status como ciência.
Com o caráter formativo, objetiva-se a estruturação do pensamento e do raciocínio lógico-dedutivo,
desenvolvendo habilidades específicas de análise, julgamento e investigação, contemplando raciocínios
típicos da Matemática, como o uso de regularidades e generalizações.
Levando em conta seu caráter instrumental, a Matemática deve ser vista como um sistema de códigos
e regras que a torne uma linguagem de comunicação de idéias que permite modelar e interpretar a
realidade. Assim, objetiva-se sua aplicação em situações do dia-a-dia relacionando-a com outras ciências,
explorando a capacidade de resolver problemas.
Vista como ciência, a Matemática possui características estruturais específicas que permitem o de-
senvolvimento de métodos próprios de pesquisa, validação e organização. É importante perceber que tais
características têm a função de construir novos conceitos e estruturas a partir de outras e que servem para
validar intuições e dar sentido às técnicas aplicadas.
Conclusão
Este não é o fim, mas apenas o início de um trabalho árduo para uma verdadeira reformulação da
Proposta Curricular do Colégio Pedro II. Não queremos e não devemos nos deter apenas no que se deve
ensinar ou quando é importante ensinar. Isso significaria manter a visão de que a função da escola é a de
transmitir informação. Vivemos na era da informação que nunca esteve tão acessível como agora, mesmo
a quem não tem acesso à escola. Portanto, a função primordial da escola é formar indivíduos capazes de
interpretar toda essa informação de forma crítica.
Enfim, a função da escola é ensinar a aprender, a lidar com o conhecimento. Nesse sentido, torna-se
fundamental, além da preocupação com os conteúdos que irão compor a proposta curricular, a metodologia
por meio da qual esses conteúdos serão desenvolvidos. Eles precisam ser contextualizados e tratados de
forma interdisciplinar. Isso não significa desenvolver uma Matemática simplesmente utilitarista, com vistas
a prover instrumentos para a resolução de problemas de outras áreas. Esse aspecto é relevante, mas não
é o único. Há que se considerar também o caráter formativo, o uso de regularidades e generalizações, o
desenvolvimento do raciocínio dedutivo e a visão da Matemática como ciência.
Por fim, é preciso salientar que não será um documento o realizador das mudanças esperadas; é
necessário conquistar aquele que será o principal realizador deste projeto – o professor.
1. Competências
• Dominar e fazer uso da linguagem matemática;
• construir e aplicar conceitos matemáticos na compreensão de fenômenos naturais, de processos
histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas;
• selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes for-
mas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema;
• relacionar informações, representadas em diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em situ-
ações concretas para construir argumentação consistente;
• recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaboração de propostas de intervenção
solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando a diversidade sociocultural;
• dominar a leitura e interpretação de textos de Matemática e a transcrição da linguagem corrente
para a linguagem simbólica (algébrica e gráfica);
• utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como instrumentos de produção e de comunica-
ção, por exemplo: calculadoras e computadores;
• identificar uma situação-problema, selecionando e interpretando informações correlatas, formulan-
do hipóteses, selecionando estratégias de resolução e prevendo resultados, em especial em outras áreas
do conhecimento;
2. Conteúdos
Com base nessas competências e habilidades, foram selecionados os seguintes conteúdos:
2.2 Os números
• A exploração do conceito de número com fundamentação histórica:
– números naturais, inteiros, racionais e reais; intervalos reais;
– divisibilidade em n; a divisão de polinômios (teorema do resto e afins);
– princípio da indução finita.
• Análise geral do gráfico de uma curva no plano: zeros, crescimento e decrescimento, paridade,
simetrias, máximos e mínimos, etc.
Bibliografia
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 15. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino
médio. Relatora: Guiomar Namo de Mello. Brasília, 1998. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/
cne/ftp/PCB/PCB1598.doc>.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Médio e Tecnológico. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio. Brasília, 1999. 2 v.
IMENES, L. M; LELLIS, M. A Matemática e o novo ensino médio. São Paulo, 2000.
SANTOMÉ, T. Jurjo. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas,
1998.
A geometria começa com Euclides, por um período durante o qual se estuda as propriedades das figuras e dos
corpos geométricos enquanto relações internas entre os elementos destas figuras e destes corpos.
(...)
Vem em seguida uma etapa caracterizada por um estabelecimento de relação das figuras entre elas, cuja mani-
festação específica é a procura de transformações, ligando figuras segundo múltiplas formas de correspondên-
cias, mas sem chegar à subordinação das transformações às estruturas de conjunto. É o período durante o qual
a Geometria dominante é a Geometria projetiva.
Em seguida começa uma terceira etapa, (...) caracterizada pela preeminência das estruturas. A expressão mais
característica desta etapa é o Programa de Erlanger, de Félix Klein1. Estas três etapas, bem delimitadas na
história da Geometria, testemunham a evolução no processo da conceptualização das noções geométricas.
Não se trata de períodos de “crescimento” dos conhecimentos (em relação à etapa precedente), mas de uma
reinterpretação total dos fundamentos conceptuais.
(...)
Um tal processo evolutivo demonstra a posição sustentada desde há muito tempo pela epistemologia genética,
ao mostrar, mediante numerosos exemplos retirados da psicologia genética, que o desenvolvimento cognitivo
nunca é linear e exige, de modo geral, no momento de acesso a qualquer nível, a reconstrução do que foi
adquirido nos níveis precedentes.
Sabemos que o processo evolutivo da Geometria resultou na sua algebrização pela Matemática. A
Geometria Sintética, na qual raciocinamos sobre formas reais e existentes, analisando-as e construindo-
as, ficou, praticamente, ao encargo do Desenho Geométrico. Em trabalho publicado nos anais do Graphica
96, Detoni (1996) ressalta:
Percebe-se hoje, em decorrência deste processo, em todos os graus de ensino, que o estudo da Geometria
Pura só ser praticado nas disciplinas do desenho – sendo o geométrico o mais presente –, nas quais a obser-
vância fiel aos processos gráficos apresenta uma autonomia de pensamento geométrico, ficando para os mate-
máticos o trato geométrico aprofundado no formalismo algébrico. Só nas disciplinas do desenho é que o estu-
dante toma contato com o esforço próprio da Geometria Sintética para superar suas limitações epistemológicas
e metodológicas, e ser contemporânea de outras ciências em refundamentar-se como instâncias potenciais de
dar ao homem argumentos firmes na busca de suas certezas.
É importante ressaltar que o Desenho Geométrico não ministra a geometria na sua totalidade, mas,
pelo seu caráter gráfico, mantém o desenvolvimento do raciocínio lógico dedutível, enquanto que a Geo-
metria, algebrizada em sua evolução, se ressente deste.
Outro tópico desenvolvido pelo ensino do Desenho é o da visualização espacial. Discorrendo sobre a
inteligência matemática, Penrose defende a idéia de que grande parte do que é essencial no pensamento
matemático não é de caráter computacional. Para provar sua tese, faz uso da visualização Matemática
pela imagem de estruturas matemáticas. O autor compara a visualização humana com as imagens gera-
das pelo computador e conclui: “a visualização traz consigo fortes elementos de compreensão, e seria a
compreensão efetiva o que faltaria às simulações por computador” (Penrose, 1995).
Acreditamos que tal compreensão deverá ser desenvolvida, gradativamente, no educando. Não bas-
ta que os alunos conheçam os teoremas; é preciso que aprendam e pratiquem a construção de figuras
baseadas nas relações geométricas.
1
Exposto de maneira simplificada, o Programa de Erlanger sustenta que a Geometria é a investigação das propriedades das figuras que se mantêm
inalteradas quando as figuras são sujeitas a um grupo de transformações. (...) O Erlanger Program advoga a classificação das geometrias existentes,
além da criação e do estudo de novas geometrias (...). Cf. Eves (1992).
1. Competências
• Codificar e decodificar imagens;
• visualizar e criar novas formas e idéias a partir do desenvolvimento da capacidade de percepção e
da acuidade visual;
• utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como instrumentos de produção e de comunicação;
• desenvolver a visualização espacial;
• interpretar e criticar resultados em situações concretas;
• operar graficamente na resolução de problemas geométricos planos e estereométricos;
• compreender e utilizar a representação gráfica na informática;
• utilizar o raciocínio lógico e espacial na resolução de problemas;
• validar conjecturas, experimentando, recorrendo a modelos, esboços, relações e propriedades;
• utilizar adequadamente os recursos tecnológicos como instrumentos de produção e de comunicação.
2. Conteúdos
Sistemas de projeção
Perspectiva cônica
Geometria Descritiva
Desenho Técnico
Desenho Decorativo
Desenho Geométrico
Bibliografia
Para o professor:
BERGES, Gladys Cabral de Mello et al. Noções de Geometria Descritiva. Porto Alegre: Sagra Luzatto,
1996.
BONGIOVANNI, Vincenzo, SAVIETTO, Elder; MOREIRA, Luciano. Desenho geométrico para 2º grau. São
Paulo: Ática, 1993.
DETONI, Adlai Ralph. Contexto filosófico no estudo do desenho. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE
ENGENHARIA GRÁFICA NAS ARTES E NO DESENHO, 1., 1996, Florianópolis. Anais... Florianópolis,
1996.
EVES, Howard. História da Geometria. São Paulo: Atual, 1992. (Tópicos de história da Matemática para
uso em sala de aula; v. 3).
JOTA, José Carlos Putinoki. Geometria e desenho geométrico. São Paulo: Scipione, 1991. 3 v.
LACOURT, Helena. Noções e fundamentos de Geometria Descritiva. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1995.
MARMO, M. B. Carlos. Curso de desenho. São Paulo: Moderna, 1994. 4 v.
MONTENEGRO, Gildo Aparecido. Desenho arquitetônico. São Paulo: Edgard Blucher, 1991.
MORGADO, Augusto César. Geometria. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1981. v. 1 e 2.
PENROSE, Roger. Inteligência matemática. In: KHALFA, Jean (Org.). A natureza da inteligência. São Paulo:
Ed. Unesp, 1995.
PEREIRA, Aldemar. Desenho técnico básico. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.
Para o aluno:
CARVALHO, Benjamim: Desenho geométrico. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1986.
LACOURT, Helena. Noções e fundamentos de Geometria Descritiva. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
1995.
PEREIRA, Aldemar. Desenho técnico básico. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983.
RODRIGUES, Álvaro. Geometria Descritiva. Rio de Janeiro: Agir, 1964.
1. Competências e conteúdos
Apresentamos em seguida nossa proposta curricular por série, destacando que foram escolhidas
uma competência da área e uma da disciplina apontadas nos Parâmetros curriculares nacionais do ensino
médio (PCNEM), deixando que as demais competências a serem desenvolvidas ao longo do ensino mé-
dio sejam definidas pelas equipes de cada unidade escolar, contemplando-se a diversidade e as necessi-
dades dos alunos.
Destacamos, ainda, que, a título de contribuição, foram sugeridas contextualizações pedagógicas
(que partem da realidade do aluno, sem ficarem presas a ela) para o necessário “ir e vir” no tempo
histórico.
• Contextualização pedagógica
O estudo da construção de identidades, nesta série, passa pela reflexão e (re)elaboração das identi-
dades dos próprios professores e alunos, a partir das articulações de suas diferentes vivências sociais, em
especial dos diferentes grupos aos quais os alunos pertencem.
Discutir a formação, a negação e a imposição de culturas para chegar à formação cultural do homem
brasileiro, por meio da música, da demarcação de terras/massacre indígena, etc.
Práticas culturais: cultura objetivada; conjunto de obras, realizações que conferem originalidade e/ou autentici-
dade à vida de um grupo humano, inclusive seus usos e costumes.
(...)
Representações culturais: cultura como representante coletiva, resultante de algum tipo de ação (mental, espi-
ritual, ideológica) das práticas culturais sobre o respectivo grupo humano considerado, quer em seus aspectos
coletivos, quer , eventualmente, em seus componentes culturais (Falcon, 1992, p. 5-6).
A proposta curricular da 2ª série, ampliando o repertório de referência da série anterior, visa promover
o desenvolvimento do aluno enquanto sujeito capaz de resolver situações-problema.
• Contextualização pedagógica
Discutir práticas de cidadania, como: eleições para o grêmio estudantil, representante de turma, re-
presentante do povo; a organização da sociedade civil/intervenção social, pontuando as associações de
bairro, etc.
No desenvolvimento do trabalho sobre representações culturais, refletir sobre o papel das Igrejas e
seus mecanismos de atuação na vida dos indivíduos.
No tocante à questão fundiária, destacar um movimento social recente, como o dos Sem-Terra (MST).
5.2.3.I.2 – 2ª Série
(continua)
• concepções e práticas de
cidadania;
• processos de emancipação na
Europa e na América;
• Tempo de Reconstrução: • A construção das identidades • monarquia constitucional;
século 19. nacionais na América. • monarquia unitária;
• República;
• escravismo;
• formas de representação do
Estado;
• As Igrejas Católica e
Protestantes: estruturas
simbólicas e esferas de atuação;
• a questão fundiária;
• estruturas de dependência.
A ampliação do campo do político permite novos aportes, decorrentes do intercâmbio com a história cultural,
um caminho de interpretação que possibilita o estudo da diversidade do político nos fundamentos da educação
e cultura, ou seja, a análise do papel das instituições dos homens, das idéias, e do peso da tradição na forma-
ção de modelos culturais e epocais (Certeau, 1995).
Neste tempo de descontração e reconstrução, “uma necessidade identitária parece estar compondo
a experiência coletiva dos homens e a identidade tem no passado seu lugar de construção” (D´Alessio,
1993).
O sentido da aprendizagem deverá fornecer subsídios para a construção de novas identidades pela
busca da ancestralidade e das raízes culturais.
• Contextualização pedagógica
Bibliografia
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal,
1984.
ANDERSON, Perry. As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Os contornos de uma disciplina escolar: da história sagrada à
história profana. Revista Brasileira de História, São Paulo, n. 25/26, p. 193-221, 1993.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes; IOKOY, Zilda Marcia Gricoli (Org.). Educação na América Latina.
In: AMÉRICA, raízes e trajetória. São Paulo: Edusp, 1996.
BORGES, Vavy Pacheco. História e política: laços permanentes. Revista Brasileira de História, São Paulo,
n. 23/24, p. 7-18, 1992.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1974.
______. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio. Brasília, 1999.
BRAUDEL, Fernand. O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico. Lisboa: Dom Quixote, 1983. 2 v.
BRUIT, Héctor Hernan. América Latina: 500 anos entre resistência e a revolução. Revista Brasileira de
História, São Paulo, n. 20, p. 147-171, 1991.
BURKE, Peter. O descobrimento do tempo. Folha de S. Paulo, São Paulo, 24 jan. 1998. Caderno Mais!
CARDOSO, Ciro Flamarion; BRIGNOLE, H. Perez. História econômica da América Latina. Rio de Janeiro:
Graal, 1984.
CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. São Paulo: Papirus, 1995.
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1990.
COSTA, Emília Viotti da. Da Monarquia à República. São Paulo: Grijalbo, 1982.
CROUZET, Maurice. História geral das civilizações. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1963. v. 17.
DOSSE, François. A história em migalhas: dos Annales à nova história. São Paulo: Ensaio, 1994.
DREYFUS, René. 1964: a conquista do Estado. Petrópolis: Vozes, 1978.
DUROSELLE, J. B. A Europa de 1815 aos nossos dias: vida política e relações internacionais. São Paulo:
Pioneira, 1976.
______. A história cultural. Rio de Janeiro: PUC, 1992. (Rascunhos de História, 1).
FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. Porto Alegre: Globo:
Edusp, 1975. v. 2.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.
GAY, Peter. O estilo na história. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
GEBRAN, Filomena (Org.). América Latina: cultura, Estado e sociedade. Rio de Janeiro: Anplac, 1994.
(Novas perspectivas).
GOMES, Angela de Castro. História e historiadores: a política cultural do Estado Novo. Rio de Janeiro:
Fundação Getúlio Vargas, 1996.
HOBSBAWN, Eric. Nações e nacionalismos desde 1870. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1990.
______. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HOLANDA, Sérgio Buarque; FAUSTO, Boris. História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difel, 1984.
v. 11.
LE GOFF, Jacques. A História nova. São Paulo: Martins Fontes, 1986.
______. Memória. In: ______. Memória – História. Lisboa: Imprensa Nacional: Casa da Moeda, 1984.
LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: novas abordagens. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.
______. História: novos problemas. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976.
LINHARES, Maria Yedda (Org.). História geral do Brasil. Rio de Janeiro: Campus, 1990.
MATTOS, Ilmar Rohllof de. O tempo Saquarema: a formação do Estado Imperial. Rio de Janeiro: Access
Ed., 1994.
Coleções:
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA. Dirigida por Philippe Ariès e Georges Duby. São Paulo: Companhia das
Letras, 1990. 5 v.
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL. Dirigida por Fernando A. Novais. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997. 4 v.
OS PENSADORES. São Paulo: Abril Cultural, 1972. 52 v.
Paradidáticos das editoras Ática, Atual, Global, Melhoramentos e Moderna.
• Reconhecer que a sociedade e a natureza possuem princípios e leis próprias e que o espaço geo-
gráfico resulta das interações entre elas, historicamente definidas;
• orientar seu olhar para os fenômenos ligados ao espaço, reconhecendo-os não apenas a partir da
dicotomia sociedade-natureza, mas tomando-os como produto das relações que orientam seu cotidiano,
definem seu “locus espacial” e o interligam a outros conjuntos espaciais;
• relacionar diferentes escalas de tempo e espaço;
• reconhecer a existência de diferentes territórios, delimitados por fronteiras, reconhecendo-as como
passíveis de mudança;
• distinguir as grandes unidades de paisagens em seus diferentes graus de humanização da natureza;
• perceber, na paisagem local e no lugar em que vive, as diferentes manifestações da natureza,
entendendo sua dinâmica própria e sua apropriação e transformação pela ação da coletividade, de seu
grupo social;
• reconhecer e comparar a presença da natureza, expressa na paisagem local, com as manifesta-
ções da natureza presentes em outras paisagens;
• compreender as características da sociedade capitalista urbano-industrial.
• Estar familiarizado com a cartografia, como uma forma de linguagem para trabalhar em diferentes
escalas espaciais as representações locais e globais do espaço geográfico;
• criar uma linguagem comunicativa, apropriando-se de elementos da linguagem gráfica utilizada
nas representações cartográficas;
• conhecer e utilizar fontes de informação escritas, de imagens, de dados estatísticos e de documen-
tos, usando, para tanto, os procedimentos básicos da ciência geográfica;
• saber desenvolver pesquisas sobre temas geográficos;
• saber utilizar a observação e descrição na leitura direta ou indireta da paisagem;
• reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientação e distância, de
modo que se desloque com autonomia e represente os lugares onde vive e se relaciona.
3. Conteúdos
Nenhum estudo geográfico das formas de interação entre a sociedade e a natureza poderá estar
desvinculada da territorialidade do fato estudado. O território é a base física e material da paisagem, palco
onde se desenvolvem as ações humanas, por isso, representado cartograficamente. É fundamental, como
parte do ensino da geografia, reconhecer os diversos espaços construídos pelas sociedades. Nesse sen-
tido, essa unidade é uma parte conceitual significativa do pensar e agir geograficamente.
– A Geografia e os seus conceitos fundamentais: espaço natural, espaço geográfico, paisagem, terri-
tório, territorialidade e lugar.
– Fundamentos da cartografia como instrumento de representação do espaço geográfico: escala,
mapas temáticos, mapas físicos, projeções cartográficas.
– Representação e localização: movimentos da Terra, linhas imaginárias, latitude e longitude e fuso
horário.
– O espaço como acumulação de tempos desiguais.
– Visões de mundo: a ideologia nos mapas.
– O espaço mundial, o território brasileiro e o Rio de Janeiro.
Cada grupo social constrói uma cultura e uma identidade nacional próprias, associadas a seu passa-
do histórico, a sua produção material e a sua relação com a natureza.
– Estado nacional, relações internacionais e Instituições Internacionais.
– Os povos e as etnias do mundo atual, a cultura nacional ou a identidade nacional e a cultura global
do capitalismo.
– A cultura e o consumo como fenômenos contemporâneos.
– Estados, povos e nações redesenhando suas fronteiras.
– As disputas étnicas, nacionais e religiosas do mundo contemporâneo.
– A dinâmica da população mundial e do Brasil:
a) as atividades econômicas: PEA e seus desdobramentos na estrutura produtiva;
b) crescimento da população;
c) as teorias demográficas;
d) estrutura etária e sexual;
e) políticas demográficas;
f) demografia e a reorganização espacial dos aglomerados humanos: as migrações.
A natureza tem seus mecanismos que podem ser estudados em sua singularidade e tempos própri-
os. É fundamental tratar os componentes da natureza em suas especificidades, mas sem perder de vista
que muitos dos seus mecanismos são interdependentes.
– A paisagem natural e a dinâmica de formação dos componentes da paisagem geográfica:
a) formação do relevo e seus diferentes tipos;
b) litosfera e os movimentos tectônicos;
c) os solos e sua ocupação: rural e urbano;
d) erosão e desertificação: morte dos solos;
e) os grandes ambientes naturais da Terra, a circulação atmosférica e os tipos de climas;
f) as grandes formações vegetais, sua exploração econômica e os problemas decorrentes dessa
exploração: o desmatamento e suas conseqüências.
– A paisagem mundial e a do Brasil.
– O tempo da natureza e o tempo da sociedade.
• Os modelos econômicos
Os blocos regionais na nova ordem mundial: novas relações socioeconômicas que emergem no
interior do processo de globalização, redesenhando as relações e negociações entre os diversos estados
nacionais.
– Os blocos econômicos e suas articulações políticas, econômicas e geoestratégicas.
– Os megablocos de poder: UE, Nafta, Alca, Mercosul e outros.
– As economias de transição e sua inserção na atual ordem mundial.
– Os “tigres asiáticos”: as novas economias emergentes da Ásia.
– O papel da África na nova ordem mundial.
– O mundo e o Brasil:
a) o que vem a ser riqueza e pobreza e sua espacialização;
b) a divisão internacional do trabalho e o papel das regiões do mundo;
c) os mecanismos de transferência e circulação de mercadorias, capital e população;
d) os organismos internacionais e seu papel na estruturação da conjuntura mundial;
e) as redes mundiais de comunicação: Internet, redes de TV e outras;
f) o Estado Nacional na economia globalizada: seu papel na construção da cidadania e da identida-
de nacional;
g) a distribuição desigual da riqueza mundial e o processo de exclusão social;
h) os bolsões de riqueza e pobreza no mundo;
i) o papel e a ação dos conglomerados transnacionais no mercado mundial;
j) a produção e o domínio das tecnologias como mecanismos de poder no cenário mundial: os países
ricos e os países pobres;
k) o domínio da biotecnologia e do uso da natureza; o papel dos países ricos e pobres.
– O Brasil e o mundo:
a) a questão da concentração fundiária e a luta pela reforma agrária;
b) os problemas sociais urbanos e o processo de exclusão social;
c) a concentração e a desconcentração espacial da indústria no Brasil;
d) o crescimento excludente e o processo de concentração de renda;
e) a questão regional e o papel das regiões na divisão nacional do trabalho;
f) a rede de transportes e o rodoviarismo;
Bibliografia
BENJAMIM, Cesar et al. A opção brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998.
CANO, Wilson. Reflexões sobre o Brasil e a nova (des)ordem internacional. Campinas: Ed. Unicamp, 1993.
CASTRO, Iná Elias de et al. Brasil: questões atuais da reorganização do território. São Paulo: Bertrand
Brasil, 1996.
CASTRO, Iná Elias de (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
GARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995.
GONÇALVES. C. W. J. Os des(caminhos) do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 1989.
GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas: Papirus, 1990.
GUIBERMAN, M. Nacionalismos: o Estado nacional e o macronacionalismo no século XX. Rio de Janeiro:
Zahar, 1997.
HAESBAERT, Rogério (Org.). O globalizado e o fragmentado no mundo contemporâneo. Niterói: EdUFF,
1998.
HARWEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.
HOSBAWN, Eric. Nações e nacionalismo de 1780. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
KURZ, R. O colapso da modernização. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
LYOTARD, Jean-François. O pós-moderno. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.
MARTINE, George. O mito da expressão demográfica. Revista Ciência Hoje, São Paulo, n. 51, 1989.
MENDONÇA, F. Geografia e meio ambiente. São Paulo: Contexto, 1993.
______. Geografia física: ciências humanas? São Paulo: Contexto, 1989.
MORAES, Antonio Carlos R. de. A gênese da geografia moderna. São Paulo: Hucitec, 1989.
MORAES, Antonio Carlos R. de; COSTA, Wanderley Messias da. A valorização do espaço. São Paulo:
Hucitec, 1987.
______. Geografia crítica: a valorização do espaço. São Paulo: Hucitec, 1987.
______. Ideologias geográficas. São Paulo: Hucitec, 1988.
______. Conhecimento educacional e formação do professor. Campinas: Papirus, 1994.
MORAIS, Fernando. Corações sujos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
MOREIRA, Ruy. O círculo e a espiral: a crise paradigmática do mundo moderno. [S. l.]: Cooperautor, 1993.
______. O discurso do avesso. Rio de Janeiro: Dois Pontos, 1987a.
______. O que é Geografia. São Paulo: Brasiliense, 1987b. (Coleção Primeiros passos).
______. O tempo e a forma. O Espaço do Geógrafo, Bauru, n. 4, p. 8-10, 1995.
OLIVEIRA, A. U. A geografia das lutas no campo. São Paulo: Contexto. 1989a.
______. Modo capitalista de produção e agricultura. São Paulo: Ática, 1986. (Série Princípios).
Paradidáticos:
ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. São Paulo: Brasiliense, 1983.
CORREIA, Roberto Lobato. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1978. (Série Princípios).
LAGO, Antonio; PÁDUA, J. Augusto. O que é ecologia. São Paulo: Brasiliense, 1985.
MENDONÇA, Francisco. Geografia física: ciência humana? São Paulo: Contexto, 1989.
MINC, Carlos. Como fazer movimento ecológico e defender a natureza e as liberdades. Petrópolis: Vozes,
1985.
OLIVEIRA, Ariovaldo U. de. A geografia das lutas no campo. São Paulo: Contexto, 1988.
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo. São Paulo: Brasiliense, 1985.
SANTOS, Joel Rufino dos. O que é racismo. São Paulo: Brasiliense, 1984.
Coleções e séries:
COLEÇÃO PRIMEIROS PASSOS. São Paulo, Editora Brasiliense.
SÉRIE “REPENSANDO A GEOGRAFIA”. São Paulo, Editora Contexto.
COLEÇÃO FAZER. Petrópolis, Editora Vozes.
Apresentação
Introdução axiológica
I
A espécie humana constitui-se histórica e socialmente por dois media específicos: a linguagem e o
trabalho. Linguagem aqui entendida como a capacidade de simbolização própria do modo de ser huma-
no. Aristóteles já definia o homem como “o ser vivo na dimensão do logos”, ou seja, aquele que está no
âmbito do pensamento e da linguagem, o que o introduz na possibilidade propriamente humana de con-
vivência social como um ser político. E trabalho compreendido como esforço que o homem tem em fazer-
se, construir-se. O homem é o ser que nasce por fazer. Essa construção possui um caráter aberto, isto é,
inovador, criativo e, salvo melhor juízo, infinito.
Por um lado, essa existência humana social se faz como construção interativo-lingüística, a partir da
possibilidade do simbólico, que desempenha uma função de mediação, e da relação comunicativo-prag-
mática. Por outro lado, faz-se como disponibilidade técnica sobre a natureza, a partir da possibilidade da
ferramenta e do processo sociocooperativo.
Ambas as dimensões, tomadas em conjunto, projetam o modo como o ser humano define, historica-
mente, o sentido de seu existir. Tal sentido tem, como ponto de partida, um complexo de necessidades e,
como direção, a busca de sua satisfação ou, ainda, a completude da existência. Em outras palavras, o
homem é um ser que possui, diferentemente de outros seres, uma necessidade existencial. Essa necessi-
dade pode ser traduzida em diversas ordens: material, emocional, cognitiva e espiritual. Se quisermos
dizer, portanto, que há satisfação existencial, é necessário que essas diversas ordens estejam atendidas.
A definição dessas necessidades depende, em parte, das coordenadas lingüístico-culturais que as
engendram e modelam e, em parte, do poderio instrumental que permite a oferta de bens e serviços.
A satisfação das necessidades tem lugar num quadro interpretativo-normativo-político, que define, ao
mesmo tempo, quem terá e quando terá acesso à satisfação das necessidades que podem ser satisfeitas
no dado momento histórico-cultural. Além disso, esse quadro assinala diferentes necessidades para os
indivíduos de acordo com a posição que nele ocupam.
Como ser de cultura, isto é, que inova e cria, o homem busca sua realização existencial e, nesse
sentido, tem necessidade de um processo sistemático e contínuo de aprendizagem. O resultado dessa
aprendizagem, entendido como patrimônio cultural, precisa ser estendido socialmente, a fim de garantir a
continuidade da existência social humana. O processo que possibilita essa extensão é, precisamente, a
educação.
Educação é produção, reprodução e transformação de um patrimônio cultural. Ela é, em primeiro
lugar, um processo de transmissão cultural. Tratando-se de uma espécie que necessita de vínculos
normativos para estabelecer sua sociabilidade, o primeiro e fundamental aspecto do processo educativo
é, então, o da integração social, isto é, a transmissão dos elementos que permitam ao indivíduo, por um
lado, adentrar o universo simbólico-cultural do seu grupo – socializar-se – e, por outro, estruturar suas
próprias características – individuar-se.
Na medida em que processos de aprendizagem são desencadeados por indivíduos, a educação é,
em segundo lugar, auto-educação, isto é, o conjunto dos processos pelos quais um indivíduo logra apro-
priar-se, por conta própria, dos elementos culturais.
Os processos de transmissão cultural podem ocorrer mais ou menos sistematicamente. Do ponto de
vista de uma transmissão sistemática, denomina-se Pedagogia ao conjunto de iniciativas individuais ou
coletivas que tendem a orientar o processo educacional num modo sistemático rumo a objetivos prefixa-
dos pelos métodos determinados. As raízes do termo remontam, como se sabe, à cultura grega, em cujo
horizonte aparece pela primeira vez – de modo refletido – , à necessidade que uma sociedade tem de
educar seus indivíduos segundo um modelo cultural ideal.
Assim, como transmissão cultural, a educação não se reveste, necessariamente, do caráter de inova-
ção cultural. Como modelagem cultural, no entanto, e dependendo do modelo ideal a ser buscado, ela
pode assumir, como no caso da Paidéia grega, o caráter deliberado de uma auto-educação constante. Ou
como, no caso da Bildung alemã, o caráter de um processo de formação consciente e contínuo.
Retornando, então, à questão da inovação e/ou transformação cultural, fica patente que é no interior
de um determinado quadro histórico-interpretativo-político-cultural que se definem as características a
serem assumidas pelo processo educacional na sociedade que se toma como ponto de partida.
Nos exemplos citados, a educação deveria, necessariamente, conduzir à auto-educação, a fim de
que, num processo dialético em relação à transmissão cultural, fosse posteriormente estendida ao grupo
social, propiciando a criação e o aprimoramento culturais. Em ambos, a autonomia (entendida como
sabedoria ou esclarecimento, respectivamente) é o télos do processo e, ao mesmo tempo, requisito indis-
pensável à inovação e ao melhoramento sociais.
II
Princípios e valores educacionais não são algo sem conseqüências. Seus resultados têm sempre,
necessariamente, um grande significado para todos os que recebem sua formação de vida por meio de
alguma instituição escolar. Por conseguinte, para além de um estabelecimento meramente dogmático de
princípios para nosso projeto, seria preciso apontar ainda, antes que passemos adiante, alguns elementos
de crítica à mentalidade educacional dominante (excetuadas as resistências) e, sobretudo, apropriarmo-
nos cuidadosa e reflexivamente das orientações que a atual legislação educacional propõe, a fim de,
reconstrutivamente, levá-la a seu melhor termo.
Todo ser humano vive, necessariamente, imerso em um sistema de crenças. As crenças têm sido,
desde Platão, um objeto de atento enfoque pela filosofia. A rigor, a análise e a posterior crítica ao sistema
de crenças que regem o agir e o pensar dos homens são das tarefas mais caras a toda a grande tradição
filosófica.
À diferença das idéias, que são produzidas por nós e que, portanto, temos, sustentamos e discutimos,
a crença é, segundo Ortega y Gasset, um conteúdo em que estamos, uma vez que a recebemos passiva-
mente, sem que haja da parte do receptor nenhuma reflexão sobre sua validade. Assim, as crenças são
conteúdos aceitos acriticamente e que compõem aquilo que se convencionou chamar de “senso co-
mum”. Ao mesmo tempo, o senso comum é também “opinião da maioria”, uma vez que a grande maioria
de nós não pode, por sua menoridade intelectual, dar-se ao luxo de realizar empresas filosóficas a fim de
fundamentar e justificar a validade de suas crenças. Então, aceita aquelas em que “todo mundo crê”,
numa espécie de reação em cadeia.
Houve um momento, por exemplo, no decurso da história das idéias, em que se pensou que as
coisas surgissem espontaneamente. No crepúsculo do século 20, essa crença carece inteiramente de
sentido, visto que o real fenômeno exige uma explicação segundo uma cadeia causal. No entanto, se
conseguimos avançar no sentido de explicar mais satisfatoriamente a gênese dos entes físicos, nossa
atitude não é exatamente a mesma no que tange às crenças. A maioria de nós continua a aceitar que o
sistema de crenças no qual estamos imersos ou surgiu do nada ou tem sua proveniência envolta nas
brumas do mistério.
A concepção liberal e neoliberal de cidadania – que defende o Estado mínimo, a privatização da educação e
que estimula a concentração de renda – entende que a cidadania é apenas um produto da solidariedade da
“gente de bem”, entre as pessoas, e não uma conquista no interior do próprio Estado. A cidadania implica em
instituições e regras justas.
Um ser humano realmente solidário é, antes de tudo, um participante político que reconhece e luta
por seus direitos e os de sua comunidade, e não apenas um agente social isolado que distribui assistência
aos menos favorecidos. A solidariedade deve ser traduzida em política de Estado, no sentido da justa
distribuição da renda nacional, e não no incentivo à compaixão dos afortunados do sistema por seus
“irmãos excluídos”.
III
O século 21 começa agora!
Pensar o novo século é repensar com olhos novos o velho século, descobrir os fundamentos ocultos
que o sustentaram e, se, de fato, queremos mudanças, estabelecer novos paradigmas, orientados por
valores muito diferentes dos que organizaram nossas práticas até aqui.
Ainda somos, inegavelmente, fruto de uma cosmovisão eurocêntrica, responsável pela mentalidade
colonialista e, portanto, os principais valores que sustentam nosso pensamento devem-se à colonização
cultural. Ora, um dos valores que mais encorajamos é o da competição, o que sabemos, tem sua raiz
ideológica mais nítida numa concepção historicamente determinada, e cujos corolários formam um deter-
minado sistema de crenças e, conseqüentemente, a concepção de mundo de “senso comum” adotada
pela maioria de nós e que move toda a lógica do capitalismo, da economia de mercado e do neoliberalismo.
Fazendo uma breve retrospectiva do desenvolvimento da idéia tornada valor dominante, encontra-
mos suas raízes no pensamento inglês do século 18. Em 1798, o anglicano Thomas Malthus publicou Um
ensaio sobre o princípio da população. Nesse texto famoso, Malthus postula que a produção de alimentos
cresce em progressão aritmética, enquanto as populações crescem em progressão geométrica. Toda
miséria, portanto, resulta da defasagem entre a produção de alimentos e o crescimento demográfico. Para
conter a miséria, Malthus propôs que não se criassem novos hospitais e que fossem canceladas as políti-
cas de saúde, de modo a conter o crescimento demográfico.
Ementa:
O currículo do curso de Filosofia do Colégio Pedro II (CP II), pensado para atualizar-se no ciclo dos
três períodos anuais do ensino médio e, em cada período, efetivado em, no mínimo, 60 horas-aula, é o
elemento concreto e específico pelo qual os docentes do Departamento Pedagógico de Filosofia se
propõem propiciar, ao longo da duração do ciclo, a construção das competências dos educandos com
referência ao saber filosófico, em especial as que estão apontadas nos PCNs para o ensino médio de
Filosofia.
Genéricas Específicas
• Ler textos filosóficos de modo significativo. • Tematizar e analisar, de modo rigoroso, os elementos
conceituais que articulam a compreensão precisa
de textos especificamente filosóficos;
• reconstruir a “ordem formal” dos textos e avaliar sua
coerência interna;
• problematizar e exercer a crítica de conceitos,
proposições e argumentos, valores e normas,
expressões subjetivas e estruturas formais, explícitas
ou não, nos textos filosóficos.
• Ler, de modo filosófico, textos de diferentes • Aplicar as competências de leitura e análise filosófica
estruturas e em diferentes registros. a configurações discursivas próprias das diferentes
esferas culturais: jornais, obras de arte, vídeos, textos
didáticos, científicos, literários, filmes, peças teatrais,
manifestações sociais, eventos, leis, códigos, etc.
• Contextualizar conhecimentos filosóficos, tanto no • Interpretar os conhecimentos filosóficos na visão dos
plano de sua origem específica quanto em outros autores e nos contextos de origem;
planos: o pessoal-biográfico; o entorno sociopolítico, • relacionar conhecimentos filosóficos com demandas
histórico e cultural; o horizonte da sociedade problemáticas pessoais;
científico-tecnológica. • contextualizar os saberes filosóficos com referência
à sua inserção socioistórico-cultural: classe, grupo
social; tempo histórico; lugar geopolítico e cultural,
sexo, idade, valores dominantes, etc.;
• tematizar, analisar e problematizar estruturas
discursivas, sistemas de representação e ideologias
que forjam a modernidade social e a
contemporaneidade em seu modo tecnológico de
reprodução.
• Elaborar, por escrito, o que foi apropriado de modo • Produzir resumos, fichamentos, paráfrases,
reflexivo. argumentações, análises críticas e dissertações a
partir de livro-texto, edições didáticas, pesquisa
bibliográfica, rede mundial e também outros registros
textuais como filmes, exposições, obras de arte, etc.;
• desenvolver, na medida do possível, um estilo
próprio de apresentar seus pontos de vista, de modo
a denotar uma apropriação pessoal do material
pesquisado, uma capacidade “autoral”.
Genéricas Específicas
2. Conteúdos
2.1 Conceitos da disciplina a serem trabalhados (mapa mínimo)
• Mito, senso comum, ciência, filosofia;
• significado, lógica, linguagem, pensamento, verdade, crença;
• razão, conhecimento, saber, teoria, modelo, estrutura;
• método, experiência, formalização;
• análise, retórica, hermenêutica, dialética, fenomenologia, teoria crítica;
• ação, comunicação, homem, natureza, cultura, sociedade;
• ética, política, estética;
• liberdade, poder, ideologia, trabalho, alienação;
• cidadania, subjetividade, identidade, igualdade, diversidade, autonomia.
Bibliografia
Em Educação:
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 15. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino
médio. Relatora: Guiomar Namo de Mello. Brasília, 1998. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/
cne/ftp/PCB/PCB1598.doc>.
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial
da União, Brasília, 23 dez. 1996. p. 27833. col. 1.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria do Ensino Médio e Tecnológico. Parâmetros curriculares
nacionais: do ensino médio. Brasília, 1999.
Em Filosofia:
A critério do professor, de acordo com os “blocos de armar”, organizados e planejados previamente.
A seleção bibliográfica que suporta as atividades desenvolvidas deve conter, no entanto, a indicação de
alguns textos de autores filosóficos, além, se for o caso, de textos de autores de outras áreas de saber.
a) Compreender a sociedade, sua gênese e transformação, e os múltiplos fatores que nela intervêm, como
produtos da ação humana; a si mesmo como agente social; e os processos sociais como orientadores da
dinâmica dos diferentes grupos de indivíduos (...) os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que
constituem a identidade própria e a dos outros;
b) compreender o desenvolvimento da sociedade como processo de ocupação de espaços físicos e as rela-
ções da vida humana com a paisagem, em seus desdobramentos políticos, culturais, econômicos e humanos;
(...) a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as às práticas
dos diferentes grupos e atores sociais, aos princípios que regulam a convivência em sociedade, aos direitos e
deveres da cidadania, à justiça e distribuição dos benefícios econômicos;
c) entender os princípios das tecnologias associados ao conhecimento do indivíduo, da sociedade e da cultura,
entre as quais as de planejamento, organização, gestão, trabalho de equipe, e associá-los aos problemas que
se propõem resolver; (...) a importância das tecnologias contemporâneas de comunicação e informação para o
planejamento, gestão, organização e fortalecimento do trabalho de equipe; (...) o impacto das tecnologias
associadas às Ciências Humanas sobre sua vida pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do
conhecimento e a vida social;
d) aplicar as tecnologias das Ciências Humanas e Sociais na escola, no trabalho e em outros contextos relevan-
tes para sua vida (...e...) traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a sociedade, a economia, as práticas
sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e protagonismo diante de situações
novas, problemas ou questões da vida pessoal, social, política, econômica e cultural.1
Tendo como referência as competências de área citadas para examinar os conceitos e as categorias
da Sociologia, Antropologia e Política mencionados também pelos Parâmetros curriculares nacionais (PCNs),
temos subsídios para evidenciar a importância de as escolas incorporarem tais conhecimentos a seus
currículos. Sem o aporte teórico-metodológico da Sociologia, a tarefa de mobilizar as competências da
área de Ciências Humanas e suas Tecnologias apresenta limitações, principalmente sob o ponto de vista
conceitual e do contexto sociocultural, onde se desenrolam as relações entre os homens.
Cabe ressaltar que não se trata de recompor as disciplinas acadêmicas do ensino superior no ensino
médio. Cumpre-nos, de fato, realizar uma reapropriação de conhecimentos que permita ao jovem estar
preparado para enfrentar os desafios do mundo do trabalho e exercer plenamente a sua cidadania. Reco-
menda-se também que os procedimentos metodológicos nunca estejam desvinculados dos conteúdos
conceituais. Acreditamos que o aluno precisa aprender, na prática, a fazer pesquisa: coletando, selecio-
nando, sistematizando e analisando dados e informações.
Um outro aspecto, também de fundamental importância, é o fato de o professor realizar tal reapropriação
de conhecimentos, considerando o universo de valores de seus alunos, ou seja, priorizando a realidade
local no processo de seleção e organização dos conteúdos.
1
PCNEM – Competências da Área de Ciências Humanas e suas Tecnologias.
2. Conteúdos
1º Tema geral: Indivíduo, ambiente e sociedade
• Conteúdos programáticos:
– indivíduo e sociedade;
– ação e interação social;
– grupos sociais;
– corpo e sociedade;
– ecossistema e sociedade.
• Conceitos básicos:
– conceito e objeto da Sociologia;
– origens da Sociologia;
– preservação e recuperação do meio ambiente e da saúde.
• Conteúdos programáticos:
– controle social e justiça social;
– instituições sociais;
– diferenciação e desigualdade social;
– cultura e ideologia;
– mudança social.
• Conceitos básicos:
– noções básicas de Antropologia;
– cultura brasileira;
– principais teorias sociológicas.
• Conteúdos programáticos:
– sistemas socioeconômicos;
– a questão do desenvolvimento;
– instituições políticas;
– sistemas políticos;
– dinâmica política.
Bibliografia
ARIAS, Maria. A liber(t)ação da mulher. Rio de Janeiro: Salvat; Lausanne: Grammont, 1979.
AZAMBUJA, Darcy. Introdução à ciência política. 3. ed. Porto Alegre: Globo, 1979.
BARBOSA, Leila Maria A.; MANGABEIRA, Wilma C. A incrível história dos homens e suas relações sociais.
11. ed. Petrópolis: Vozes, 1992.
BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Tradução de Sérgio Milliet. 3. ed. São Paulo: Difusão Européia
do Livro, 1960. 2 v.
BERGER, Manfredo. Educação e dependência. Porto Alegre: Difel: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, 1976.
BERGER, Peter. Perspectivas sociológicas: uma visão humanística. Tradução de Donaldson M. Garschagen.
3. ed. Petrópolis: Vozes, 1976.
BERTELLI, A. R.; PALMEIRA, Moacir; VELHO, Octávio G. A. A. (Org.). Estrutura de classes e estratificação
social. 8. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. Tradução de Sérgio Bath. 2. ed. Brasília: Ed. UnB,
1980.
BONAVIDES, Paulo. Ciência política. 4. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1978.
BOSI, Ecléa. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. Petrópolis: Vozes, 1981.
BOTTOMORE, T. B. As elites e a sociedade. Tradução de Otávio Guilherme C. A. Velho. Rio de Janeiro:
Zahar, 1965.
BOTTOMORE, T. B.; NISBET, Robert (Org.). História da análise sociológica. Tradução de Waltensir Dutra.
Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
______. Sociologia política. Tradução de Francisco Assis Pereira. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
BOUTHOUL, Gaston. História da sociologia. Tradução de J. Guinsburg. 2. ed. São Paulo: Difusão Européia
do Livro, 1959.
BRAVERMAN, Harry. Trabalho e capital monopolista: a degradação do trabalho no século XX. Tradução de
Natanael C. Caixeiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1981.
BRITTO, Sulamita (Org.). Sociologia da juventude 1: da Europa de Marx à América Latina de hoje. Tradução
de Esperança Lourdes de Franco Netto et al. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.
BUCKLEY, Walter. A sociologia e a moderna teoria dos sistemas. Tradução de Octavio Mendes Cajado. São
Paulo: Cultrix, 1971.
CANEVACCI, Massimo (Org.). Dialética da família: gênese, estrutura e dinâmica de uma instituição repressiva.
Tradução de Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Brasiliense, 1981.
CARDOSO, Fernando Henrique; FALETTO, Enzo. Dependência e desenvolvimento na América Latina: ensaio
de interpretação sociológica. 4. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.
CARDOSO, Fernando Henrique; FALETTO, Enzo; IANNI, Octavio (Org.). Homem e sociedade: leituras
básicas de sociologia geral. 12. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1980.
COMPETÊNCIAS DISCIPLINARES
LP LE AV EM EF INF B F Q M D G H S F
LP: Língua Portuguesa LE: Línguas Estrangeiras AV: Artes Visuais EM: Educação Musical EF: Educação Física
INF: Informática Educativa B: Biologia F: Física Q: Química M: Matemática
D: Desenho G: Geografia H: História S: Sociologia F: Filosofia
Introdução
O desenho curricular traçado para o ensino médio do Colégio Pedro II (CP II) parte da integração das
três áreas curriculares explicitadas nos Parâmetros curriculares nacionais do ensino médio (PCNEM),
centrando seu trabalho nos três eixos das competências, a saber:
a) representação (referindo-se à área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias);
b) investigação e compreensão (área de Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias); e
c) contextualização sociocultural (área de Ciências Humanas e suas Tecnologias).
Consideramos que as competências de cada área e também de cada disciplina encontram-se agru-
padas e organizadas a partir desses três eixos. Isso significa que cada área interliga-se interdisciplinarmente,
ao construir suas competências específicas, às duas outras áreas do currículo.
Acreditamos porém que, no ensino médio, há que se dar ênfase, num certo sentido, ao eixo da
investigação e compreensão, não só de forma a atingir competências específicas definidas pelo currículo
que propomos, mas, principalmente, como estratégia para desenvolver a autonomia e co-responsabilida-
de do aluno na apropriação de conhecimentos.
A escola, desde os primeiros anos da educação formal, assume a tarefa de estimular o gosto do aluno
pelo desvendar de novos conhecimentos e a curiosidade por assuntos que não lhe são ainda familiares.
Apresentação
No CP II, os componentes curriculares da área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias são:
Língua Portuguesa e Literaturas, Línguas Estrangeiras Modernas (Espanhol, Francês e Inglês), Arte (Músi-
ca e Artes Visuais), Educação Física e Informática Educativa.
Constituem conhecimentos da área os que permitem ao jovem a compreensão e o uso dos sistemas
simbólicos, sustentados por diferentes linguagens: verbais, icônicas, corporais, indiciais, sonoras e
tecnológicas. Como instrumento da livre expressão do indivíduo, essas linguagens possibilitam a organi-
zação cognitiva da realidade e o entendimento do seu significado, já que a principal razão de qualquer ato
de linguagem humana é a produção de sentido. É importante ressaltar que esse entendimento não é
apenas um processo individual e subjetivo, mas um processo social que se dá na interação entre os
participantes do discurso, situados histórica, social e culturalmente. Assim, o conhecimento é construído
e socialmente compartilhado entre os indivíduos que, nesse processo, desempenham papel ativo na
criação, interpretação e recriação do mundo. A linguagem permeia o conhecimento, o pensamento e a
ação.
A proposta da área é criar condições para que o aluno se expresse e se comunique em várias lingua-
gens, analise criticamente opiniões e pontos de vista diferentes e intervenha na realidade, respeitando os
valores humanos e a diversidade física e sociocultural, ressaltando que não há linguagem no vazio: seu
objetivo é a interação, a comunicação entre pessoas, num determinado espaço social.
A ação pedagógica deverá levar o aluno a responder a situações desafiadoras que estimulem o
desenvolvimento da sensibilidade e do conhecimento e possibilitem a livre expressão de seus sentimen-
tos, sem, no entanto, cair no espontaneísmo ingênuo e desinformado da especificidade de um determina-
do código.
A prática escolar tem sido a da fragmentação dos saberes: ao privilegiar apenas o código verbal,
subestima as outras linguagens. Para que isso não aconteça, deve-se implementar uma ação pedagógica
que estimule a compreensão e o uso das diferentes linguagens. Entendido que o conhecimento não deve
ocorrer de forma fragmentada, é necessário que se trabalhe em uma perspectiva interdisciplinar, relacio-
nando tanto os conhecimentos da própria área como estes com os das outras áreas.
No que toca à concepção de texto, ele, aqui, está sendo conceituado num sentido amplo, ou seja,
como qualquer elemento ou manifestação que comunique uma idéia. Assim, um gesto, uma música, uma
palavra, uma imagem, um símbolo, todos são textos. Tendo em vista que um texto não diz tudo e um signo
5.2.1.1 Competências
• Representação e comunicação:
– apropriar-se das linguagens e usá-las como meio de expressão e comunicação;
– aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contex-
tos relevantes para a sua vida;
– conhecer e usar línguas estrangeiras modernas como instrumento de acesso a informações e de
interação com outros grupos sociais, respeitando a diversidade étnica, religiosa e sociocultural;
– expressar-se nas múltiplas linguagens da arte por meio de produções individuais e/ou coletivas.
• Investigação e compreensão:
– perceber diferenças e semelhanças no confronto de opiniões e pontos de vista sobre as múltiplas
linguagens;
– analisar criticamente e avaliar as diferentes linguagens, sempre relacionando os textos com seus
contextos;
– analisar as especificidades de cada linguagem e seus códigos e estabelecer relações entre elas;
– analisar a intervenção das modernas tecnologias da comunicação e da informação em todas as
esferas de atuação;
– entender os princípios das tecnologias da comunicação e da informação, e associá-las aos conhe-
cimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte e aos problemas que pretendem solucionar;
– entender a natureza das tecnologias da informação como integração de diferentes meios de comu-
nicação, linguagens e códigos, bem como a função integradora que elas exercem na sua relação com as
demais tecnologias.
• Contextualização sociocultural:
– conhecer e usar a língua portuguesa como manifestação de cidadania, geradora de sentidos e
significações e organizadora da consciência do sujeito;
– recuperar, valorizar e preservar manifestações e elementos do patrimônio cultural;
– reconhecer e utilizar a linguagem e suas manifestações como fontes de legitimação do exercício
democrático, e sua representação simbólica como forma de expressão de sentidos, emoções e experiên-
cias do ser humano na vida social;
– conhecer e valorizar todas as manifestações das linguagens, reconhecendo sua legitimidade e
identificando preconceitos e estereótipos;
– entender as linguagens como produções culturais, historicamente construídas pelas diferentes
sociedades.
PALAVRA LÍNGUA
LÍNGUA PORTUGUESA
LÍNGUA ESTRANGEIRA
SOM ARTE
LITERATURA
REPRESENTAÇÃO
LEITURA
MÚSICA
ESPAÇO FORMA
EDUCAÇÃO FÍSICA
INFORMÁTICA
TEMPO MOVIMENTO
CÓDIGO
(continua)
Artes Visuais
• Presente/passado;
• faixas, cartazes, cartuns, outdoors;
• política comercial;
• crítica institucional;
• público-alvo: faixa etária, sexo, nível sociocultural do consumidor;
• embalagem/logomarca;
• o psicológico na cor;
• a cor levando ao impulsivo ou ao reflexivo;
• a imagem e o texto;
• poluição visual.
Línguas
Música
• O jingle;
• estrutura e criação;
• prosódia;
• técnica de propaganda;
• uso de músicas conhecidas;
• os pregões;
• a paródia.
Educação Física
Informática
Artes Visuais
Música
Línguas
Educação Física
Informática
5.2.2.1 Competências
• Representação e comunicação
• Investigação e compreensão
– Saber observar e identificar os fenômenos que se apresentam no seu cotidiano e estabelecer rela-
ções com os conhecimentos adquiridos no estudo das ciências;
– utilizar raciocínios dedutivos para identificar os parâmetros relevantes de quantificação para os
fenômenos observados;
– desenvolver atitudes críticas de validação de resultados quantificados, bem como produzir argu-
mentos convincentes de possíveis previsões ou extrapolações desses resultados;
– desenvolver a capacidade de resolver problemas.
• Contextualização sociocultural
– Compreender a construção e a transformação histórica das ciências e sua influência nas sociedades;
– compreender as fronteiras entre a tecnologia, a ciência e os limites éticos da sociedade;
– apropriar-se das tecnologias, na medida do seu desenvolvimento, obtendo melhores condições de
integrar-se plenamente à sociedade e participar de suas transformações;
– utilizar corretamente instrumentos de medição e de desenho ao estabelecer relações entre o conhe-
cimento científico e outras formas de expressão cultural.
A QU
IC ÍM
S IC
FÍ E MO L É
O C
A
OM U
ÁT
LA
ERGIA
EN E
MA
TÉRIA
IDA
SISTEMA
BIOLO
O
ED
ENH
ESP O E
AÇ
GIA
S
DE
FORMA
MAT
EMÁTICA
• Nutrição
– Contextos sugeridos: corpo, alimentação e consumo
• Biodiversidade
– Contextos sugeridos: ecossistemas brasileiros (florestas, manguezais, etc.), Jardim Zoológico,
Jardim Botânico
Matemática • Probabilidade;
• estatística e quantificação de dados;
• representação gráfica.
Biologia • Transgênicos;
(Citogenética) • clones;
• genéricos;
• genoma;
• biotecnologia;
• ética e biossegurança.
Apresentação
No Colégio Pedro II (CP II), a Área de Ciências Humanas e Filosofia compõe-se das disciplinas História,
Geografia, Filosofia e Sociologia e de conhecimentos relativos à Antropologia, Direito, Economia, Política e
Psicologia, passando a denominar-se “Área de Ciências Humanas e Filosofia”.
O sentido do novo ensino médio brasileiro, conforme apontam as Diretrizes curriculares nacionais do
ensino médio (DCNEM) e os Parâmetros curriculares nacionais do ensino médio (PCNEM), considerados
como documentos de referência, é o coroamento, o aprimoramento e a completude do ciclo formativo da
educação básica. Tratando-se de uma etapa concludente, passa a ser entendido como um curso
tematicamente dedicado à consolidação da aprendizagem básica da prática social, nos contextos do
trabalho, da cidadania, da convivência e do lazer.
Na composição curricular do CP II, a área de Ciências Humanas e Filosofia passa a exercer importan-
te papel: promover a construção de competências, de contextualização sociocultural dos conhecimentos
e conteúdos curriculares, visando à formação de identidades autônomas, referenciadas espacialmente
pela Geografia, temporalmente pela História, socioculturalmente pelas Ciências Sociais e discursivo-
conceitualmente pela Filosofia.
Somente a composição desse “repertório de referências” e, sobretudo, a construção de competênci-
as capazes de mobilizá-lo significativamente é que podem definir uma aprendizagem básica, sem a qual
nenhum conhecimento fará sentido na complexidade contemporânea. Tais competências devem ser
construídas por meio de um trabalho educativo para desenvolver atitudes de observação, pesquisa, refle-
xão, leitura e análise crítica, promover a consciência da necessidade de reunir o que está disperso, elimi-
nar o enfoque dogmático dos conhecimentos, e, finalmente, apropriar o que foi aprendido em todos os
componentes curriculares numa síntese significativa.
Considerando a relevância e o papel que essa área de ensino possui no currículo escolar, é necessá-
rio destacar, ainda que sumariamente, alguns aspectos que devem ser levados em conta na organização
e seleção dos conteúdos e competências referidas à área:
Podemos observar o tempo presente a partir de inúmeros enfoques, dentre os quais destacam-se a
“racionalização” do sistema produtivo, que se caracteriza pela crescente divisão intelectual, social, técni-
ca (e, até mesmo, sexual) do trabalho (com a permanência de processos seculares de exclusão de grupos
étnicos, sociais e das mulheres), e a emancipação individual, processo caracterizado pela dessacralização
das imagens do mundo.
O momento hoje é o de se estruturar um currículo em que o estudo das ciências e o das humanidades sejam
complementares e não excludentes. Busca-se, com isso, uma síntese entre humanismo, ciência e tecnologia,
que implique a superação do paradigma positivista, referindo-se à ciência, à cultura e à história (PCNEM, v. 4, p.
19).
A Filosofia e as Ciências Humanas, por sua própria natureza interdisciplinar, organizadas em torno de
seu objeto comum – o homem –, estão situadas na interface das áreas que constituem o currículo escolar.
Toda ciência, técnica, arte e linguagem são produtos de uma história, de um espaço, de uma sociedade,
de uma cultura e de um modo de pensar.
Não compreender isso é não conceber ciência, técnica, arte e linguagem no que têm de especifica-
mente humano, como se não houvessem seres humanos a mobilizá-las. É condenar-se ao positivismo
estéril, à alienação política e à compreensão completamente equivocada de como surgem e se reprodu-
zem as práticas sociais das quais ciência, técnica, arte e linguagem são exemplos.
Cumpre, por fim, ressaltar que tanto as DCNs quanto os PCNs asseguram a importância fundamental
da dimensão humanista no ensino médio ao preverem uma organização escolar e curricular fundada em
princípios estéticos, políticos e éticos, e que, em boa hora, encontram guarida e confortável acolhimento
no CP II, vindo ao encontro da história de resistência do currículo humanista do nosso colégio, sempre
voltado para a defesa da educação pública democrática e de qualidade e comprometido com a formação
de indivíduos críticos, solidários, e participantes.
A utilização freqüente da intertextualidade é essencial para o diálogo entre professor e aluno quanto à
sua experiência social. Transitar e buscar interação entre os discursos acadêmico da escola e cotidiano do
aluno, esse envolvendo registros provenientes da cultura popular, da sua cultura de classes e da mídia,
tornam as vivências mais compreensíveis, revelando-lhes inúmeros significados sociais antes ocultos,
ambíguos ou obscuros.
• Representação e comunicação
• Investigação e compreensão
– Compreender e analisar criticamente os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que cons-
tituem as identidades própria, dos outros, grupais e coletivas;
– compreender a dinâmica de transformação das sociedades como produto da ação humana e dos
múltiplos fatores que nela intervêm e, ao mesmo tempo, o homem como produto dessa dinâmica;
– dialogar, debater e trabalhar em equipe no encaminhamento de problemas pessoais, grupais e
sociais, como exercício de cidadania.
SOCIOLOGIA
INTERAÇÃO
ESTRUTURA
SOCIEDADE
CULTURA
LINGUAGEM
RAZÃO
FILOSOFIA
• Contextos sugeridos
Apresentação
Fundamentação
Toda prática, quer existencial, quer pedagógica, é derivada de uma determinada concepção, de uma
teoria de seu objeto. E teorias, segundo Popper (apud Alves, 1981), são redes de palavras com o fim de
surpreender o objeto desejado. São elas que determinam a concepção do objeto e a forma de manipulá-
lo, de atuar sobre ele.
As práticas de ensino de Língua Portuguesa também pressupõem uma teoria a respeito do que é
língua(gem). Diferentes teorias, diferentes práticas pedagógicas. A história do ensino de Língua Portugue-
sa nesta instituição demonstra esse pressuposto teórico.
Mais do que um código, a língua(gem) é uma atividade, uma forma de ação interindividual orientada
para um fim. É uma prática social que deve possibilitar aos membros de uma sociedade marcar sua
posição nessa sociedade pela capacidade de entenderem e produzirem discursos.
Gêneros Espécies
Epistolares Bilhetes, convites, cartas pessoais, cartas formais, literárias, telegramas, cartões.
Literários Diários (pessoais, de viagem), lendas, mitos, fábulas, contos de fada, literatura
juvenil, infantil, narrativas policiais, textos dramáticos, canções populares, poemas.
Conclusão
Tal como os PCNs, este Departamento também privilegia a teoria da linguagem como interatividade,
como uma ação e um comportamento social, colocando-se em uma linha de reflexão da análise do discur-
so. Conscientes das novas tarefas, os professores do Departamento estão capacitados para assumir e
realizá-las. Atividades necessárias para um ensino eficaz da linguagem, entre outras, devem propor:
• a escuta de textos orais;
• a produção de textos orais e escritos;
• a criação e o planejamento de situações de atuação sobre a língua.
Mas, antes dessas atividades em sala, há toda uma carga de trabalho anterior que o professor deve
assumir. É o trabalho de seleção de textos de escuta e leitura. Para fazê-lo bem, deverá levar em conta
alguns critérios, tais como:
• textos de uso público;
• textos que favoreçam a reflexão crítica;
• textos com usos artísticos, próprios para a fruição estética.
Como se vê, a tarefa é imensa. Na prática, o professor deve substituir o livro didático. No entanto,
temerária será essa travessia se a instituição (todos os professores de todas as disciplinas, a direção) não
a assumir como política pedagógica.
1. Competências
A disciplina Língua Portuguesa, no ensino médio, representa uma tentativa de intensificação de um
processo de aquisição lingüística iniciado no ensino fundamental. A aquisição de que aqui se fala é o
paulatino aperfeiçoamento dos conhecimentos acerca da estrutura e das possibilidades expressivas e
estilísticas da língua materna e a conseqüente expansão das habilidades comunicativas, quer como pro-
dutor, quer como receptor de textos e de discursos orais ou escritos circunscritos a uma determinada
situação de comunicação bem delimitada.
Com base nesse princípio, consideram-se habilidades e competências do ensino de Língua Portu-
guesa no ensino médio:
• compreensão do fenômeno lingüístico, e, especialmente, da língua, como instrumento responsável
pela integração do indivíduo à sociedade de que faz parte e elemento capital à construção da cidadania
plena, por meio da manipulação consciente e adequada das modalidades e dos registros lingüísticos;
• reconhecimento das variantes lingüísticas no emprego efetivo da língua materna e de sua importân-
cia na conseqüente compreensão da diversidade sociocultural da realidade brasileira;
• aquisição e aperfeiçoamento de habilidades referentes à variedade culta da língua, objetivando um
melhor desempenho do educando tanto na expressão oral quanto na expressão escrita e a possibilidade
• Narração:
– narração de fatos;
– carta narrativa;
– discursos direto, indireto e indireto livre;
– níveis de linguagem.
• Descrição:
– descrição;
– carta descritiva.
• Dissertação:
– estudo do parágrafo;
– tópico frasal;
– unidade, coerência e ênfase.
• Dissertação expositiva: estrutura dissertativa.
• Dissertação argumentativa.
• Contra-argumentação:
– carta argumentativa.
• Narração/dissertação:
– carta argumentativa;
– temas de vestibular;
– cotejamento explícito e trabalho prévio com detalhes das idéias por fichamento.
2. Conteúdos
• A linguagem:
– língua e linguagem;
– funções da linguagem;
– sujeito e linguagem;
– norma culta e variedade lingüística;
– os três níveis de linguagem: universal, histórico, individual;
– variação e norma;
– variedades regionais e sociais;
– gíria;
– empréstimo/estrangeirismos;
– o português do Brasil/o português europeu/o português africano.
• A gramática:
– objetivos do estudo de gramática;
– gramática normativa;
– gramática descritiva;
– partes da gramática.
• Morfologia:
– elementos mórficos;
– formação de palavras;
– recursos expressivos fonológicos e morfológicos;
– o trabalho com os sons das palavras;
– o trabalho com a forma das palavras.
• O sintagma verbal:
– flexões verbais;
– formação dos tempos e modos;
– mecanismos de coesão seqüencial;
– relação causa e conseqüência;
– relação de condição, tempo, gradação;
– relação de acréscimo ou conjunção;
– advérbio.
• Coerência textual:
– texto e coerência;
– aspectos determinantes da coerência: semânticos, sintáticos, estilísticos e pragmáticos;
– a articulação dos elementos do texto;
– regência nominal e verbal;
– crase.
• O texto:
– relação texto/contexto;
– o relato, a crônica e a narrativa;
– a estrutura do texto narrativo;
– a estrutura do texto dissertativo;
– a estrutura do texto persuasivo.
• O texto narrativo:
– o foco narrativo;
– os tipos de discurso;
– a personagem;
– o espaço e o tempo.
• O texto analítico-expositivo:
– diferentes tipos de exposição;
– recursos expositivos: descrição, enumeração, comparação, contraste;
– o resumo e a resenha;
– a análise;
– a leitura de um tema;
– elaborando um projeto de texto dissertativo.
• O texto persuasivo:
– o contexto da persuasão;
– imagem: as características do interlocutor;
– o contexto publicitário;
– a carta argumentativa.
Bibliografia
ALVES, Rubem. Filosofia da Ciência. São Paulo: Brasiliense, 1981.
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1979.
CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. São Paulo: Ática, 1991.
Apresentação
É indiscutível que o ensino de Literatura não deve se separar do ensino de Língua Portuguesa; no
entanto, é preciso tomar cuidado para a literatura não ser utilizada como uma simples ilustração de fatos
da língua. Em vez de ser a poética uma mera função da linguagem, como queria Roman Jakobson na
década de 60, ela traz em seu corpo discursivo as vozes polifônicas da sociedade que a engendrou.
Sabendo-se que essas vozes sociais são regidas pela história daquela sociedade, a literatura, feita de
linguagem, extrapola o estudo desta para ir ao encontro de um contexto cultural mais amplo. Portanto, o
ensino da literatura é uma verdadeira arena interdisciplinar, onde se ouvem as vozes da filosofia, da soci-
ologia, da psicologia, da economia, dos estudos geográficos e históricos, assim como dos outros discur-
sos artísticos. Estudar literatura é percorrer o caminho da resistência humana à perda da condição de
sujeito criador.
O ensino da literatura deve sempre ter em vista a contextualização do fenômeno literário na história da
cultura. Como diz Mikhail Bakhtin (1992), “a literatura é uma parte inalienável da cultura, sendo impossível
compreendê-la fora do contexto global da cultura de uma dada época”. Deve-se fugir da aporia formalista,
agravada pelo estruturalismo na década de 60, que propunha o estudo imanente da obra literária, isto é,
a análise do fenômeno literário apenas em seus atributos estéticos, inteiramente desgarrado das outras
obras de sua época e da cultura que as gerou. Bakhtin denominava esse caminho teórico de “estética do
material”. É essa tendência que tem como objetivo máximo expulsar a história do estudo da literatura.
Evidentemente o estruturalismo desempenhou um papel importante não só no estudo da literatura
como em toda a história da cultura, haja vista sua radical contribuição para a Antropologia e para a Lin-
güística. É preciso considerar o horizonte em que seu precursor téorico, o Formalismo Russo, surgiu: os
estudos literários resumiam-se a um desfilar de nomes de autores, datas e nomes de obras, listagem de
personagens e suas características físicas e morais.
A perspectiva histórica se resumia a uma conjugação de datas históricas com a publicação de obras,
como se estas fossem causadas por essas efemérides. Como a História também era estudada a partir de
heróis, datas e fatos isolados, ignorando os movimentos da sociedade, o traçado individualista de ambas
as disciplinas se entrelaçava. Assim, o ensino dessas disciplinas tornava-se quase que exclusivamente um
tratado de técnicas de memorização.
Foi nesse contexto que a reflexão teórica dos formalistas russos e depois a sistematização empreen-
dida pelo estruturalismo tiveram sua importância capital no resgate da especificidade do fenômeno literá-
rio. No entanto, por falta de dimensionamento desses postulados em seu contexto de surgimento, os
seguidores do estruturalismo radicalizaram no sentido do isolamento da obra de seu contexto histórico-
social, deixando seqüelas em algumas posturas teóricas ainda não de todo sepultadas.
No Brasil, o estudo da obra literária apenas em seus elementos intrínsecos teve seu auge na década
de 70, durante a ditadura militar. Os defensores de um ensino da literatura enraizado na História foram
substituídos pelos paladinos dos estudos meramente sincrônicos da literatura. Para estes, os aspectos
estéticos deviam ser analisados de forma inteiramente dissociada da história da cultura, como se história,
cultura e arte não fossem fenômenos interdependentes. Como se a literatura se fizesse por si mesma,
independente do homem histórico e dos movimentos da sociedade.
O estruturalismo no Brasil, já bastante atrasado em relação à matriz francesa, encontrou terreno fértil
no período da ditadura militar para se espalhar nas universidades, pois os estudos históricos eram bastan-
te incômodos para o poder naquele momento. Assim, retirando a história dos estudos literários, o ensino
da literatura se pautava apenas pela análise fragmentária da estrutura estética e do material lingüístico de
uma obra literária. Quando muito, eram empreendidos estudos das questões morais e filosóficas suscita-
das pelas obras, sempre descontextualizadas e dentro de uma perspectiva idealista.
Porém, havia uma resistência no Brasil ao exílio da história no ensino da literatura. Ela estava localiza-
da basicamente na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de São Paulo (USP), encabeçada
pelo professor Antônio Cândido e seus discípulos, como Davi Arrigucci (principal estudioso de Manuel
Bandeira no Brasil) e Roberto Schwarz (conhecido por sua análise de Machado de Assis).
As obras simbólicas dessa resistência de Antônio Cândido à descontextualização histórica da literatu-
ra são Formação da literatura brasileira (1959) e Literatura e sociedade (1965).
Atualmente, a tendência universal dos estudos literários é de fato a intertextualidade. Sob a rubrica de
“estudos culturais”, a ciência da literatura não se contenta mais com o trabalho intramuros, ou seja, a
análise literária limitada à sua especificidade. Ao contrário, o estudo da literatura caminha ao lado da
sociologia, da filosofia, da história, da geografia, da psicanálise, da política, para, juntamente com o dis-
curso das outras artes e ciências, ouvir as vozes da sociedade e seu corpo textual, dando chance inclusive
Diretrizes metodológicas
Partindo de uma visão contextualizada do texto literário na sociedade, defendemos uma estratégia de
ensino de literatura que privilegie suas relações interdisciplinares tanto no eixo da diacronia quanto no da
sincronia. Enquanto a perspectiva diacrônica nos permite conhecer a história dos efeitos estéticos e sua
recepção na sociedade, a análise sincrônica nos fornece o viés comparativo de temas, ideologia e formas
não só com outros estilos literários de época como também com outros gêneros do discurso.
Portanto, a tarefa que se nos apresenta é composta de dois momentos interconexos e interdependentes:
primeiro, devemos investigar o impacto de uma nova forma artística na sociedade, esclarecendo sua
importância na alteração do horizonte de expectativas do público leitor daquele momento histórico; de-
pois, resta-nos apontar a reiteração de temas e traços estilísticos. A análise do movimento de renovação e
permanência de traços dos estilos literários nos permite traçar estratégias de ensino de literaturas que não
se limitem nem a um mero desfilar da história literária nem tampouco a uma limitadora apresentação de
formas e temas descontextualizados.
Evidentemente, a perspectiva interdisciplinar de ensino da literatura depende da formação
multidisciplinar do professor e deve ser enriquecida com a permanente troca e até mesmo com o trabalho
conjunto com professores das disciplinas conexas. Entretanto, a condição básica para que este trabalho
obtenha resultados se prende a um efetivo trabalho de leitura com os alunos, tanto de textos literários
quanto de outros gêneros discursivos. Sem que a leitura seja o alvo permanente, o ensino de literatura
torna-se via de mão única, contrariando frontalmente a matriz de toda política pedagógica que se quer
inovadora: o diálogo, sempre.
1. Competências
• Perceber o discurso literário como elaboração estética de uma visão de mundo e uma tradução
própria da complexidade humana, reconhecendo sua especificidade de linguagem artística;
• reconhecer, no eixo temporal e espacial, o patrimônio representativo da cultura brasileira e valorizá-
lo tanto em sua manifestação oral quanto na escrita.
2. Conteúdos
• O discurso contemporâneo na poesia, no teatro e no romance:
– noção de texto;
– vozes do texto;
– plurissignificação da mensagem;
– temática;
– tempo e espaço;
– personagens;
– a literatura no cinema e no vídeo.
Bibliografia
Para o professor de Literatura:
ARRIGUCCI JÚNIOR, Davi. Humildade, paixão e morte: a poesia de Manuel Bandeira. São Paulo: Companhia
das Letras, 1990.
BAHKTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
______. Problemas da poética de Dostoievski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.
______. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: Hucitec, 1988.
BARTHES, Roland. O prazer do texto. São Paulo: Perspectiva, 1977.
BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas: magia e técnica, arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1985.
BRITO, Mário da Silva. História do Modernismo brasileiro. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
1997.
CAMPOS, Haroldo de. O seqüestro do Barroco na formação da literatura brasileira: o caso Gregório de
Mattos. Salvador: Fundação Casa de Jorge Amado, 1989.
CÂNDIDO, Antônio. Formação da literatura brasileira: momentos decisivos. 6. ed. Belo Horizonte: Itatiaia,
1981. 2 v.
______. Literatura e sociedade. 7. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1985.
CHKLOVSKI, V. et al. Teoria da literatura: formalistas russos. Porto Alegre: Globo, 1978.
JAKOBSON, Roman. Lingüística e comunicação. 4. ed. São Paulo: Cultrix, 1970.
JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação à teoria literária. Rio de Janeiro: Ática, 1984.
LIMA, Luís Costa (Org.). A literatura e o leitor: textos de estética da recepção. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1979.
______. Teoria da literatura em suas fontes. 2. ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1983. 2 v.
SCHWARZ, Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas Cidades,
1990.
SEVCENKO, Nicolau. Literatura como missão. São Paulo: Brasiliense, 1983.
Sobre leitura:
BARTHES, Roland. Elementos de Semiologia. Tradução de Izidoro Blikstein. 11. ed. São Paulo: Cultrix,
[199-].
NEIVA JÚNIOR, Eduardo. Comunicação: teoria e prática social. São Paulo: Brasiliense, 1991.
SANTARELLA, Lúcia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
Periódico:
PROLEITURA. São Paulo: Unesp, v. 4, n. 15, ago. 1997.
Apresentação
Conceito de linguagem
De acordo com a concepção de linguagem com que trabalhamos, o sentido não é inerente à palavra,
mas construído pelos participantes pela interação. Assim, ainda que os interlocutores compartilhassem
de um mesmo código, isso não garantiria o entendimento do que pretendem comunicar. Na verdade, toda
comunicação requer negociação.
Segundo o pensamento de Bakhtin, entendemos que, assim como o homem é um ser histórico e
social, também a linguagem e seu sentido estão diretamente ligados ao contexto social em que são
produzidos.
Desse modo, os significados são construídos em um determinado contexto social, pela interação,
pelo diálogo, isto é, de uma relação entre os sujeitos do discurso, uma vez que:
Na realidade, toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém
como pelo fato de que se dirige para alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do
ouvinte (Bakhtin, 1999, p. 113).
Assim:
Não são palavras o que pronunciamos ou escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, impor-
tantes ou triviais, agradáveis ou desagradáveis, etc. A palavra está sempre carregada de um conteúdo ou de um
sentido ideológico ou vivencial (Bakhtin, 1999, p. 95).
Portanto, entender a linguagem não se resume a decodificá-la e ter, assim, garantido seu sentido. O
significado é resultado da interação entre os interlocutores, considerado o contexto em que foi produzido.
O conceito de aprendizagem
Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educacional a um só princípio, eu diria o seguinte: o mais importante
fator isolado a influenciar a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra o que ele sabe e baseie
nisso seus ensinamentos.
As implicações deste princípio para o processo de ensino-aprendizagem são várias e convém ressal-
tar duas delas. No plano estritamente didático, a aceitação deste princípio exige um planejamento do
ensino – tanto em nível macro (o programa) quanto em nível micro (a aula) – que leve em consideração a
bagagem de conhecimentos que o aluno já possui ao ingressar na escola, na série, na turma, de modo a
possibilitar eficientemente a incorporação de novos conhecimentos, ou seja, proporcionar uma aprendi-
zagem significativa. E no plano psicossocial, reconhecer o princípio de que o aluno, qualquer aluno,
possui um cabedal de conhecimentos próprio. Valorizar isso é contribuir para a sua auto-estima e para a
conscientização de sua identidade nos diversos planos em que esta se constrói.
É importante que também se ensine ao aluno os princípios e conceitos básicos componentes da
estrutura de cada matéria do currículo. Com isso, contribuímos para que ela se torne mais compreensível
e o ensino mais proveitoso, já que são aprendidos seus princípios gerais ou fundamentais. Além disso,
Contextualização e interdisciplinaridade
No mundo atual, com a quantidade de informações que o educando recebe pelos diversos meios de
comunicação, incluindo a Internet, entendemos que o processo ensino-aprendizagem deve ser trabalha-
do em associação com a realidade e inserido em um contexto, assim contribuindo para a construção não-
fragmentada do conhecimento.
Há algum tempo os livros didáticos vêm fazendo diversas tentativas no sentido de apresentar todas as
etapas do aprendizado da língua inglesa em contextos os mais variados possíveis e mais aproximados da
realidade. Além disso, os professores de inglês procuram complementar a ligação com o mundo em que
vivemos pelo estudo de textos tirados de jornais e revistas, letras de músicas, folhetos diversos e páginas
da Internet, entre outros. A contextualização, então, torna possível não só relacionar a língua inglesa com
o cotidiano do educando, mas também relacioná-la com a realidade da escola e com as características
locais e regionais.
Dessa forma, pretende-se ir além do ensino das estruturas lingüísticas e do vocabulário: pretende-se
colaborar para a construção de uma visão real sobre a cultura e a vida nos diversos países em que a língua
inglesa é falada, contribuindo, assim, para a formação geral do educando e sua visão crítica da socieda-
de. Como expresso nos Parâmetros curriculares nacionais (PCNs), queremos que nosso aluno possa
compreender como os enunciados refletem a forma de ser, pensar, agir e sentir de quem os produz, assim
contribuindo para sua formação enquanto cidadão.
A interdisciplinaridade baseia-se em uma concepção do conhecimento como algo que transcende os
limites disciplinares. Ela surge do entendimento da necessidade de se reorganizar o processo ensino-apren-
dizagem no sentido de superar a fragmentação e a linearidade do conhecimento e de romper os limites que
demarcam o território de cada disciplina, confinando-as e isolando-as em suas próprias fronteiras.
Assim, o ensino de língua inglesa, além de contextualizado, deve ser trabalhado, sempre que perti-
nente, em consonância com os demais componentes curriculares da área de linguagens, códigos e suas
tecnologias, bem como em consonância com os demais componentes curriculares das diversas áreas do
conhecimento.
Interdisciplinaridade é entendida, então, como uma articulação de conhecimentos de modo que ve-
nham a ser compreendidos como um todo organizado e não como um quebra-cabeça cujas peças não se
consegue encaixar e cujo desenho final, portanto, não se consegue reconhecer.
Tecnologia e educação
Como afirmado por Bruner (1977, p. 17), “a aprendizagem não deve apenas nos conduzir a algum
lugar, ela deve permitir-nos prosseguir mais facilmente”, ou seja, ela deve capacitar o aluno, por meio do
instrumental necessário, a dar continuidade aos estudos e ao exercício de uma profissão. Dentro da área
de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, o ensino de inglês no Colégio Pedro II (CP II) tem por objetivo
desenvolver um processo contínuo alicerçado no aperfeiçoamento da capacidade de aprender.
O ensino de uma língua estrangeira moderna se justifica na medida em que permite ao estudante o
acesso a várias culturas e, desse modo, a possibilidade de estar mais integrado num mundo globalizado.
No ensino médio, trabalha-se a habilidade da leitura, valorizando-se tanto a compreensão geral quanto a
compreensão mais aprofundada, quando se recorrerá aos conhecimentos que o aluno já possui sobre o
mundo que o cerca, sobre sua língua materna, sobre a escrita e sobre a organização de textos. Os meca-
nismos de coesão e coerência, as estratégias verbais e não-verbais e as variantes lingüísticas merecem
destaque, assim como os aspectos gramaticais e formais da língua, tudo dentro de um processo de
desenvolvimento das habilidades lingüísticas e das competências comunicativas.
Será então realçado o aspecto sociolingüístico, discursivo e estratégico envolvido no aprendizado de
uma língua estrangeira hegemônica, como é o caso do inglês. O importante será fazer com que o aluno
seja capaz de raciocinar, inferir e tirar conclusões a partir do significado global; fazer associações, predi-
zer e aplicar seu conhecimento prévio sobre o assunto; e localizar informações específicas no texto por
meio de uma abordagem muito mais rica e motivadora, o que o levará, inclusive, a desenvolver maior
autoconfiança e capacidade crítica.
O trabalho com a habilidade da leitura deriva de dois fatores. O primeiro refere-se às condições físico-
estruturais: as turmas são compostas por 35 a 40 alunos, em salas de aula sem condições apropriadas
para desenvolver, por exemplo, a habilidade de conversação. O outro fator diz respeito ao fato de a leitura
ser a habilidade mais socialmente justificável dentro do nosso contexto de país em desenvolvimento: raras
são as oportunidades que ele tem de falar esta língua, mas inúmeras são as oportunidades em que a
leitura representará um instrumento importante de comunicação e/ou de acesso a outras culturas. Além
disso, essa é uma habilidade que também poderá ser utilizada em outras disciplinas, como Matemática,
História, Língua Materna, contribuindo, desse modo, para seu melhor entendimento e aprendizagem.
Assim, entendemos que ela é a mais necessária para o aprendiz, que poderá continuar a usá-la autono-
mamente na escola e uma vez egresso dela. Ao se fornecer ao estudante o instrumental necessário para
que ele possa dominar o processo de leitura em língua inglesa, também se estará estimulando a sua
consciência crítica para formar-se como cidadão que participa, que transforma e que constrói, tanto no
contexto interno do seu país como em sua relação com o mundo.
Dentro desse mesmo processo, merecerá destaque o aperfeiçoamento do uso da linguagem como
meio de construção de conhecimento, de compreensão e de formação de atitudes e valores. Pela apren-
dizagem de uma língua estrangeira, o aluno estará se apropriando de material inestimável para o entendi-
mento de si mesmo e de sua cultura, já que o distanciamento crítico por meio da aproximação com outra
cultura facilitará uma percepção mais profunda de sua realidade.
No que se refere ao viés cultural no ensino de língua inglesa, nunca é demais enfatizar que este deve
se dar de forma instrumental, visto ser de fundamental importância que se preserve a identidade cultural
do aluno, ou seja, que se pense a língua estrangeira de um ponto de vista que reflita os interesses do Brasil
dentro de um mundo globalizado.
Leitura
Ler, além de ser uma atividade pessoal e particular, é uma prática social, já que pressupõe a interação
entre leitor/texto/escritor, situados social, política, cultural e historicamente na construção social do significado.
Os aspectos cognitivos e sociais da leitura são elementos integrantes deste processo. Para expô-los,
usamos como referência teórica o trabalho de Moita Lopes (1996a) elaborado com base na teoria de uso
da linguagem proposta por Widdowson, além de subsídios de outras fontes.
lemos como mulheres, homens, heterossexuais, negros, brancos, pobres, ricos, mais ou menos letrados, pro-
gressistas, conservadores, etc., agindo no mundo social através do discurso escrito em um momento socioistórico
específico, o que significa dizer que lemos como comunidades interpretativas.
Nesse seu trabalho, Fish (1993, p. 156) argumenta que “os significados não são propriedades de
textos fixos e estáveis ou de leitores livres e independentes, mas de comunidades interpretativas respon-
sáveis pela forma das atividades do leitor e os textos que essas atividades produzem”. Assim, o significa-
do do que lemos é regulado pela ideologia que permeia esse discurso, o que também explicaria a seme-
lhança e acrescentaria a diferença de interpretação. Dessa forma, um texto sobre o aborto, por exemplo,
será lido diferentemente por uma dona-de-casa da década de 50 ou por uma ativista feminina da década
de 60.
O ato de ler é muito mais abrangente do que simplesmente comunicar idéias ou entender o que diz o
escritor. Na verdade, o objetivo principal é estabelecer relações sociais, comunicar idéias e emoções,
exercer controle, posicionar-se socialmente, buscar privilégios e recompensas, envolver-se em diversos
tipos de interação social. Assim, ler é uma forma de agir no mundo. Essa visão de leitura como processo
social mostra, portanto, que nesses eventos de leitura acontece o mesmo que acontece em nossa vida
social.
Dessa perspectiva, a leitura tem papel importante na formação da identidade das pessoas. Quando o
evento de leitura é visto como construído por meio de um processo de interação social, o significado é
visto como dado pelos participantes via interação de uns com os outros. Inversamente, quando o significa-
do de um evento de leitura não é compartilhado, mas definido por apenas um de seus participantes
(aquele que detém a autoridade textual), e visto como parâmetro para medir o desempenho dos demais,
isso não só reflete ideologia e valores culturais como também, equivocadamente, mede o sucesso ou
fracasso desse evento de leitura.
E, o que é mais grave, pode incutir a falsa noção de que a única leitura possível é a daquele que
detém a autoridade textual ou a de quem define o contexto do evento de leitura.
Algumas perguntas podem servir como ponto de apoio para a leitura:
– Quem escreveu o texto (e, se não há autor explícito, qual sua fonte)?
– Qual o assunto do texto?
Conforme afirmado anteriormente, no ensino médio, trabalha-se a habilidade da leitura. Neste seg-
mento, os alunos terão a oportunidade de ler e de manusear textos em inglês de diferentes fontes, forma-
tos e propósitos, preferencialmente autênticos e sem adaptação, de modo a extraírem deles o que for
necessário e/ou proposto. Dos tipos de textos oferecidos constam anúncios, cartas, textos de revistas,
jornais, folhetos informativos, textos literários, charges, manuais, catálogos, formulários, receitas, letras de
canções, etc. Os alunos deverão perceber que o modo de ler um texto depende de vários aspectos, entre
eles o objetivo do leitor e o tipo de texto. Serão trabalhadas estratégias para melhor reconhecimento e
compreensão dos níveis lexical, sintático e semântico da língua. Ao mesmo tempo, utilizarão as estratégi-
as apropriadas a um processo de leitura crítica: reconhecimento do assunto principal, localização de
informações específicas ou leitura aprofundada.
1. Competências
Ao final da educação básica, o aprendiz deverá ser capaz de:
• refletir sobre a realidade, posicionando-se crítica e responsavelmente nos diversos contextos
socioculturais de modo a ser capaz de interferir no mundo que o cerca;
• tomar consciência dos aspectos socioculturais, pela utilização de diferentes fontes de informação e
recursos tecnológicos, compreendendo que as expressões podem ser interpretadas de acordo com o
contexto sociocultural no qual elas são produzidas e utilizadas;
• entrar em contato com outras fontes de expressão vinculadas ao mundo cultural plurilíngüe onde o
aprendiz está inserido e, desse modo, ter acesso aos bens culturais da humanidade;
• reconhecer o registro adequado à situação na qual se processa a comunicação e escolher o vocá-
bulo que melhor reflita a sua idéia;
• construir significados que lhe sejam relevantes pela interação com seus pares, professores e textos;
• ser capaz de selecionar informações, analisar, sintetizar, argumentar e negociar significados;
• perceber a ideologia e as relações de poder que permeiam o discurso;
• desenvolver em graus variados (e levando em conta a realidade da escola) as habilidades de ouvir,
falar, ler e escrever;
• perceber que diferentes textos têm diferentes objetivos e refletem o modo de pensar, ser, agir e
sentir de seus autores;
• valorizar a leitura como fonte de informação e prazer;
• reconhecer a importância da utilização das estratégias de leitura na apreensão dos sentidos veicu-
lados no texto;
• identificar os elementos não-verbais como provedores de sentido em textos diversos, tanto orais
quanto escritos;
• reconhecer e utilizar mecanismos de coesão e de coerência textual;
• ser capaz de predizer, inferir, deduzir, fazer associações, tirar conclusões a partir do significado
global de um texto;
• estabelecer relações entre os diversos componentes curriculares bem como entre as diversas áre-
as do conhecimento, além de transferir e utilizar esses conhecimentos em sua vida cotidiana.
2. Conteúdos
= Referir-se a diversos tipos de ações e Revisão de tempos verbais present simple, present progressive,
acontecimentos: past simple, past progressive, present perfect simple.
- ações habituais; fatos; gostos e
preferências;
- ações em andamento no presente;
- ações passadas já terminadas;
- ações em andamento no passado;
- ações passadas, mas que ainda
persistem no presente.
= Expressar habilidade, possibilidade, Verbos modais: can, could, may, might, must, mustn't, have to,
obrigação, dedução lógica, proibição, should, had better, ought to.
conselho.
= Fazer pedidos educadamente.
= Fazer oferecimentos.
= Emitir críticas a respeito de ações já Verbos modais relativos a passado: should have, could have, might
realizadas; have.
= Expressar possibilidade não-viabilizada
no passado.
= Expressar condições reais e hipotéticas; Orações condicionais: real/unreal conditions (present/future and
expressar condições não-preenchidas no past reference).
passado.
Temas Vocabulário
Temas Vocabulário
Observações: Esses são alguns dos temas que poderão ser abordados de acordo com o material
didático adotado em cada unidade escolar. Também poderão ser utilizados textos que trabalhem temas
de interesse mais imediato, atendendo a necessidades/expectativas dos alunos.
• Estratégias de conversação
– Iniciar o relato de um caso; acompanhar um relato com demonstrações verbais de interesse;
– divulgar novidades/notícias;
– emitir opiniões; concordar e discordar;
– manifestar descrença/desconfiança;
– expressar ênfase;
– mudar de assunto;
– pedir e dar explicações;
– verificar se a compreensão está ocorrendo;
– pedir que se repita o que foi dito.
1.Conscientização
• Conceito de leitura e texto:
– alguns itens para reflexão;
– leitura crítica;
– gêneros/tipos de texto.
Bibliografia
ANDREOLA, A. B. Interdisciplinaridade na obra de Freire: uma pedagogia da simbiose e da solidariedade.
In: STRECK, D. R. (Org.). Paulo Freire: Ética, utopia e educação. Petrópolis: Vozes, 1999.
ARONOWITZ, S.; GIROUX, H. Postmodern education. Minneapolis: University of Minesota Press, 1991.
AUSUBEL, D. Educational psychology: a cognitive view. New York: Holt, Rinehart and Winston, 1968.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
BARNES, D. From communication to curriculum. Harmondsworth: Penguin, 1976.
BLOOME, D. Reading as a social process. In: HUTSON, B. (Ed.). Advances in reading/language research.
Greenwich: JAI Press, 1983. v. 2, p. 165-195.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Estrangeira. Brasília, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, 1999.
BRINTON, D. M. The use of media in language teaching. In: CELCE-MURCIA, M. (Ed.). Teaching english as
a second foreign language. New York: Newbury House, 1991.
BRUNER, J. The process of education. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1977.
______. Vygotsky: a historical and conceptual perspective. In: WERTSCH, J. V. (Ed.). Culture, communication
and cognition: vygotskian perspectives. Cambridge: Cambridge University Press, 1985.
CELANI, M. A. A. Afinal, o que é lingüística aplicada? In: PASCHOAL, M. S. Z.; CELANI, M. A. A. (Org.).
Lingüística aplicada: da aplicação da lingüística à lingüística transdisciplinar. São Paulo: Educ, 1992.
p. 15-24.
______. A integração político-econômica do final do milênio e o ensino de língua(s) estrangeira(s) no 1º e 2º
graus. Trabalho apresentado na 47ª Reunião do SBPC, 1995.
DOMINGUES, J. L.; TOSCHI, N. S.; OLIVEIRA, J. F. de. A reforma do ensino médio: a nova formulação
curricular e a realidade da escola pública. Educação & Sociedade, Campinas, n. 70, p. 63-79, 2000.
EDWARDS, D.; FURLONG, V. J. The language of teaching. London: Heinemann, 1978.
EDWARDS, D.; FURLONG, V. J.; MERCER, N. Common knowledge: the development of understanding in
the classroom. Londres: Routledge, 1987.
Apresentação
A natureza ama as diferenças; em suas produções, ela não eco-
nomiza nem as espécies, nem as mutações, que produzem ou-
tras espécies. A grande quantidade de línguas que coexistem
em nosso planeta demonstra essa inclinação universal para as
diferenças.
Harald Weinrich1
As línguas naturais são expressão social e cultural de diferentes povos, cada um com sua visão
particular do mundo. São representações da diversidade social e histórica da humanidade. Veículo de
acesso a informações e instrumento de comunicação, as línguas estrangeiras, segundo os Parâmetros
curriculares nacionais do ensino médio (PCNEM), fazem parte de um conjunto que visa ao desenvolvimen-
to pleno da cidadania do indivíduo, sua formação constante e próxima ao mundo no qual vive.
Aprender línguas estrangeiras é fator importante na formação cognitiva, social e cultural dos estudan-
tes, permitindo-lhes integrar-se ao mundo social e dele participar, assim como conhecer “as diferentes
formas de pensar, criar, sentir, agir e conceber a realidade” de diferentes povos (Brasil, 1999).
Segundo Daniel Cose, o valor do ensino das línguas estrangeiras reside no fato de que elas favore-
cem o “desenvolvimento e o desabrochar de diferentes componentes cognitivos, afetivos, culturais e até
mesmo estéticos, éticos ou corporais daqueles ou daquelas que as aprendem” (Coste, 1995, p. 91).
Estudar uma língua diferente da língua materna ajuda no desenvolvimento cognitivo oferecendo um
“outro instrumento de organização” do conhecimento (Destarac, 1989, p. 64). Refletir e trabalhar sobre o
rigor da ordem direta das palavras nas frases francesas em comparação com as do inglês, por exemplo,
é modelar a estrutura mental do aluno, fazendo-o sentir as diferenças.
(...) une langue, à la fois, exprime et imprime. Dès le jeune âge, elle imprime des structures, dans notre esprit, par
exemple, la rigueur de l’ordre direct des mots dans la phrase française qui va généralement du simple au complexe,
de la partie vers le tout: un bouton de porte – ou bien, au contraire, dans la phrase allemande, une sorte de
préférence affective concrétisée par la pose de l’adjectif toujours avant le nom – ou encore, dans la phrase
anglaise, un souci de commodité consistant à mettre le complément de nom avant ce nom. Un bouton de porte
devient a door knob. Chacune de ces structures modèle notre architecture mentale, répond à une logique, à un
sens des rapports, à un ordre des priorités particulier, à une façon de ressentir les choses. De les ressentir et de
les exprimer à travers des mots qui, à l’oreille, auront leur musique propre. Architecture des concepts, musique de
l’expression, telle est la langue (Lalanne-Berdouticq, 1998).
A língua espanhola, por sua vez, estimula a utilização de mecanismos cognitivos na contextualização
de vocábulos cuja semântica se diferencia da existente na língua portuguesa. Este procedimento contribui
para o desenvolvimento da competência estratégica do aluno na construção do conhecimento.
Reflexo e produto de uma outra cultura, a língua estrangeira permite ao aluno ter outra visão sobre sua
própria língua e cultura, compreendendo-as melhor, refletindo sobre seus mecanismos.
L’apprentissage est plus facile lorsque l’apprenant a l’occasion d’échanger avec des élèves dont les acquis culturels
et familiaux, les centres d’intérêt et les valeurs sont différents des siens. Les environnements d’apprentissage qui
prévoient et respectent la diversité promeuvent une pensée ouverte aussi bien qu’une compétence sociale et un
développement moral. A l’intérieur de tels environnements, les personnes, ayant la chance d’envisager les choses
selon d’autres perspectives et de développer une pensée réflexive, accèdent à des perceptions et font des découvertes
qui engendrent de nouveaux savoirs (American Psychological Association, 1993).
É também fator importante para a descoberta e fortalecimento de sua identidade pessoal e social no
confronto de estranhamento com o “outro”, por meio de contatos ricos e diversificados com outras reali-
dades lingüísticas e culturais. “Num mundo onde tudo é azul, o azul não existe.”
(...) pour commencer à comprendre ce qui se passe dans une culture donnée, il faut savoir ce qui se passe dans sa
propre culture. Comme le disait E. T. Hall, c’est la fréquentation des autres cultures qui nous permettra de saisir les
spécificités de la nôtre: “On n’est pas conscient de sa propre culture tant qu’on n’a pas fréquenté les cultures des
autres.’ En effet, ‘dans un monde où tout est bleu, le bleu n’existe pas”, expliquait B. L. Whorf (De-Salins, 1995, p. 185).
1
WEINRICH, Harald, citado por BIOJOUT DE AZAR, Irma. Política linguística y lenguas extranjeras. Disponível em: <http://shop.logos.it/idiomania/
archivio/plle.html>.
colher relatos descritivos de suas paisagens. Essas paisagens, se enriquecidas por sua sonoridade e essas
culturas, se tornadas vibrantes pela manifestação de suas músicas e danças, correspondem a uma verdadeira
inserção do aluno na descoberta do outro e nos valores que o fazem sorrir e sofrer (Antunes, 1998, p. 60).
Manejar códigos lingüísticos diferentes do próprio favorece o desenvolvimento de uma estrutura mental
mais diversificada e um pensamento e atitudes de relação com o mundo mais flexíveis. Ao desenvolverem
estratégias de aprendizagem das línguas estrangeiras, os alunos desenvolvem igualmente suas habilidades
de aprender a aprender aproximando-se da autonomia desejável como produto final do ensino. Aprender
uma outra língua, além de desenvolver a inteligência verbal ou lingüística, também ajuda a pensar diferente.
Buscar a lógica das frases da língua estrangeira em estudo, por exemplo, constitui-se uma operação mental
estimuladora da inteligência do mesmo modo que a busca da lógica de um enunciado matemático.
Trabalhar o imaginário do aluno, levando-o a perceber e organizar mensagens com nova arquitetura
lingüística e refletir sobre a relação entre o significado das palavras e o seu som, perceber a nuança dos
ritmos e entonações das frases, levá-lo a “viajar” por outras culturas é, sem dúvida alguma, uma valiosa
experiência de estimulação da inteligência.
É preciso não esquecer igualmente a importância do aprendizado de línguas estrangeiras para se ter
acesso a informações diversificadas e atuais que permitirão a pesquisa em outras disciplinas, evitando-se
o analfabetismo funcional no mundo moderno da comunicação. Sem o conhecimento de mais de uma
língua estrangeira fica limitado o acesso à informação e ao conhecimento.
Para permitir ao educando conscientizar-se de seu papel de cidadão do mundo e estimular ao máxi-
mo as suas potencialidades discursivas, com vistas, inclusive, ao seu melhor desempenho no mundo do
trabalho e da globalização, é importante oferecer o maior número de opções quanto à formação lingüísti-
ca. O plurilingüismo deve ser preservado na escola para proporcionar ao educando liberdade de escolha,
assegurando-lhe, além disso, uma formação de qualidade. Há que se respeitar a independência intelectu-
al do aluno, oferecendo-lhe a opção de mais de uma língua estrangeira no ensino médio, o que é previsto
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n° 9.394, em seu artigo 36.
O monolingüismo no mundo equivaleria ao aniquilamento da identidade dos povos e de suas cultu-
ras, transmitidas pela língua, entre outros meios, e a uniformização das culturas representaria uma amea-
ça a elas mesmas, levando ao prevalecimento da “grande máquina da civilização técnica, una e uniforme”
(Weinrich, 1989).
O Colégio Pedro II, com objetivos de um ensino humanístico e de oferecimento de um currículo que
leve em conta as características intelectuais e afetivas de seus alunos, “Les curriculum efficaces sont
adaptés au développement des caractéristiques intellectuelles, affectives, physiques et sociales de la
personne” (American, 1993), proporciona-lhes a aprendizagem das línguas francesa e espanhola.
O francês é “um dos elementos da diversidade cultural da humanidade, entre outros, que é preciso
preservar” (Attali, 2000). Tem sido escolhido por 52 países espalhados por todos os continentes, e sua
riqueza origina-se da diversidade de seu uso; não se trata da língua de uma potência que pretenda pre-
ponderar sobre os demais países.
Lutar pela francofonia é o mesmo que lutar pela lusofonia ou pela hispanidade, ou seja, lutar contra a
uniformidade de expressão, pela liberdade “de criar e se expressar em sua própria cultura” (Jospin, 2000).
Segundo Boutros Boutros Ghali, Secretário-Geral da Organização Internacional da Francofonia, cita-
do por Alain Rouquié, embaixador da França no Brasil, em 15 de março de 2000, no auditório da Câmara
dos Deputados em Brasília,
a mensagem da francofonia é universal. É uma mensagem de solidariedade e de paz, mas também de tolerân-
cia, pois a defesa da língua francesa é essencial para a sobrevivência de todas as outras culturas e línguas. A
francofonia é a recusa de uma língua única, de uma cultura única, de um modo de pensar único.2
2
http://www.ambafrance.org.br/culturel/fbreves6.htm
A melhor defesa contra a limpeza étnica, a xenofobia e o racismo que nos ameaçam a todos e colocam em
dúvida a possibilidade de uma nova ordem internacional é a abertura para o diverso, é admitir que uma cultura
perece no isolamento, mas se fortalece no contacto com outras culturas,
afirma Carlos Fuentes, escritor mexicano, ganhador do Prêmio da Latinidade, outorgado pela Academia
Brasileira de Letras em 27 de junho de 1999.
Quanto ao espanhol, sabemos que ele é objeto de estudo nos departamentos universitários como
veículo de rica literatura. Hoje o idioma saltou desses círculos para converter-se em instrumento de comu-
nicação e trabalho e em fator imprescindível no processo de integração regional.
A importância do espanhol para os brasileiros vai além da consciência de que o mesmo é a quarta
língua do mundo quanto ao número de falantes: a maior parte de seus usuários está nas Américas; a atual
política exterior e econômica do Brasil privilegia o Cone Sul com a criação do Mercosul. Dessa forma, o
ensino do espanhol como ferramenta de comunicação e interação com o mundo cultural e de inserção no
mundo do trabalho torna-se primordial no ensino médio.
Diretrizes metodológicas
1. Competências
Considerando-se as habilidades que deverão ser desenvolvidas no ensino das duas disciplinas, nos
baseamos nos seguintes focos: temático, discursivo e das ferramentas do código. O primeiro dá o tom
cultural, o segundo o domínio do uso lingüístico e o terceiro fornece as ferramentas que deverão ser
trabalhadas exclusivamente dentro de contextos de uso. Esses focos, por sua vez, podem ser divididos
em diferentes competências:
2. Conteúdos
No ensino do espanhol e do francês, optou-se pelo enfoque comunicativo, isto é, por trabalhar com
os alunos não somente as regras gramaticais, mas também com as possibilidades do uso das referidas
línguas em situações reais e significativas de comunicação.
É necessário que, “além de adquirir a capacidade de compor frases corretas”, o aluno possa “ter o
conhecimento de como essas frases são adequadas a um determinado contexto” (Brasil, 1999, p. 58).
O aluno será levado a identificar e a compreender a organização e as estratégias do discurso narrati-
vo, descritivo, argumentativo e explicativo, e a se expressar utilizando esses mecanismos.
O objetivo é a aquisição de um certo manejo na compreensão e produção do espanhol e do francês,
proporcionando ao aluno o prazer de se expressar em uma nova língua e de conhecer novas culturas e
novos modos de viver e pensar.
Não havendo discurso puro, essas quatro grandes categorias entrelaçam-se e combinam-se. Por
conseguinte, as funções discursivas abaixo descritas não apresentam ordem de progressão ou de hierar-
quia: descrever pessoas ou objetos também pode servir à argumentação.
Narrar fatos presentes ou passados. Puis, ensuite, la semaine dernière, ce soir-là, la veille,
le lendemain,
les voleurs ont été arrêtés.
Gramática necessária: Indicadores cronológicos, concordância de tempos verbais, voz passiva, pronomes
relativos.
Fazer previsões, projetos, expressar ações futuras. Bientôt, avec Internet, on ne correspondra plus par
lettre.
S'il fait beau, on ira à la campagne demain.
Tu partiras à Paris quand tu seras guéri.
Gramática necessária: futuro simples, futur antérieur, futur proche, indicadores cronológicos.
Fazer propostas, convidar, aceitar, recusar, justificar, Locuções verbais: durativa (estar + gerúndio) de
insistir, agradecer. obrigação (tener + que + infinitivo), de intencionalidade
(ir + a + infinitivo).
Verbos no presente do indicativo.
Formas afirmativas e negativas.
Locuções explicativas (porque, es que, etc.).
Pronomes complemento (objeto direto).
Expressar ordens, conselhos, instruções, proibições e Verbos (presente do subjuntivo, imperativo afirmativo e
desejos. negativo).
Expressões de opinião (creo que, pienso que, en mi
opinión, es mejor que, etc.).
Expressões de enumeração (primero, luego, después,
enseguida, etc.).
2.1 Estratégias
2.1.1 De compreensão escrita
• Identificar os elementos não-lingüísticos, iconográficos, visuais que levem à compreensão da
mensagem;
• descobrir a associação entre a função argumentativa da imagem e a do texto;
• identificar o tipo de documento (jornal, revista, panfleto, literário, etc.);
• identificar a organização do texto e sua diagramação;
• deduzir a importância de elementos sintáticos e semânticos para o significado do contexto;
• procurar palavras-chave nos textos que levem ao significado do texto;
• identificar os elementos de coerência e coesão;
• fazer uso do dicionário quando o contexto não for esclarecedor para a compreensão do léxico.
Bibliografia
ALONI, Nimrod. Educação humanística. Israel: Hakibbutzim College of Education, 1999. Disponível em:
<http://educacao.pro.br/ed-human.htm>. Acesso em: 30 ago. 1999.
AMERICAN PSYCHOLOGICAL ASSOCIATION. Principes psychologiques centrés sur l’apprenant ou
l’apprenante. USA: Mid-continent Regional Educational Laboratory, jan. 1993. Disponível em: <http:/
/www.fse.ulaval.ca/fac/tact/fr/html/principe.html>. Acesso em: 7 ago. 2000.
A reforma do ensino pressupõe para a área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias uma visão
ampla, comum a todas as disciplinas que a integram, de que se deve trabalhar com a compreensão da
existência de um conjunto de linguagens em articulação, que constituem o processo de conhecimento.
Pela elaboração de idéias, sensações, hipóteses e esquemas pessoais que o indivíduo vai estruturando
e transformando ao interagir com os diversos conteúdos da arte, ele torna-se capaz de ampliar sua forma-
ção como cidadão, uma vez que, principalmente, intensifica, por meio dessa linguagem, as relações tanto
com o seu universo interior quanto com o exterior – a cultura e a sociedade. A dimensão social das
manifestações artísticas é capaz de revelar modos de perceber, sentir e articular significados e valores que
orientam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos na sociedade. Além disso, as diversas lingua-
gens artísticas são agentes capazes de promover o desvelamento da realidade cotidiana mais vivamente,
por meio do reconhecimento e decodificação de formas, sons, gestos e movimentos.
Tornar possível ao aluno, principalmente no ensino médio, o conhecimento de formas contemporâneas
de linguagem é missão dos componentes da área, sendo seu objeto de estudo comum a representação.
Em Artes Visuais, tal objeto especifica-se na representação visual e no seu valor estético. A experiên-
cia estética sempre esteve relacionada com as funções que a Arte assumiu ao longo de sua história, com
o desempenho de três funções principais: a pragmática ou utilitária, a naturalista e a formalista.
A arte é um modo próprio pelo qual os indivíduos internalizam e externam a sua humanidade. Ensinar
arte significa, essencialmente, possibilitar a aquisição de uma maneira específica, formativa e inventiva de
fazer, exprimir e conhecer para além da ciência e dos limites das estruturas da língua falada e escrita. A
arte é, por excelência, a disciplina integradora da ação, do pensar e do sentir.
Toda disciplina, todo saber, todo conhecimento, quaisquer que sejam, fundamentam-se num sistema
dotado de uma lógica que lhes assegura identidade, estrutura e funcionamento próprios. Assim, o que é
comum a toda e qualquer disciplina também o é para Artes Visuais, componente curricular obrigatório,
que também se estrutura num sistema peculiar, num conjunto de elementos cujas interações apresentam
uma coesão e uma estabilidade que o distingue de todos os outros.
A concepção contemporânea do ensino de Artes Visuais, no ambiente escolar, compreende que as
ações pedagógicas devam abarcar três competências – a construção do pensamento artístico, o fazer
artístico e o conhecimento dos elementos visuais – eliminando-se as atividades puramente experimentais.
Os trabalhos plásticos precisam ser contextualizados, e as práticas devem envolver a fruição e a análise
das obras de arte antes, durante e depois do fazer artístico para alcançar-se uma das contribuições mais
imprescindíveis do ensino da arte: o trabalho de avaliação e de desenvolvimento de opinião sobre aquilo
que se produz. Essa é uma atitude diferente e nova no ensino da arte.
Ao desenvolver suas competências, por meio do conhecer, apreciar e fazer produções artísticas, o
aluno torna-se capaz de integrar, em suas ações, o perceber, o pensar, o aprender, o imaginar, o sentir, o
expressar, o comunicar e o criticar.
Os estudiosos da arte tendem a considerar a imagem visual como fonte de todo o conhecimento
humano. Ela antecede o logos e serve de base para a formulação do conhecimento que irá se desenvolver
como filosofia e ciência. O mundo no qual o homem sempre se encontrou imerso é constituído, funda-
mentalmente, por imagens, responsáveis por grande parte das mensagens captadas ao seu redor. Tor-
nou-se até banal falar de “civilização da imagem”, mas essa expressão revela bem o sentimento genera-
lizado de viver-se em um mundo onde as imagens são cada vez mais numerosas, diversificadas e com
grande poder de persuasão.
O homem comum está num mundo onde a arte talvez seja o campo da cultura que sofreu um impacto
maior, resultante do desenvolvimento dos meios de comunicação de massa e da indústria cultural. As
novas linguagens audiovisuais e a multiplicação da mídia determinam uma intensa produção de imagens,
fato sem precedentes na história da arte, fazendo com que a imagem passasse a ocupar o primeiro plano
da civilização ocidental.
Assim, uma de nossas metas é educar o olhar do aluno, despertando e aguçando-lhe um novo olhar,
crítico e, obviamente, estético. Esse processo passa por etapas diversas, num trabalho que compreende
desde a sensibilização para “ver o visto e/ou o não-visto com outros olhos” até a observação, a apreciação
e a compreensão da “sintaxe das imagens”.
Numa sociedade em que toda produção cultural é permeada pela mídia, a cultura reproduzida pela
escola ainda tem como suporte quase exclusivo a linguagem escrita. Vários autores têm alertado para o
1. Competências
Quadro 5.2.1.V.1 – Competências
(continua)
2. Conteúdos
apreciação
ão
ele
zaç
me
contextuali
Construção
do Saber
u
Artístico
te
fa
ar
ze
ra
da a rtí
óri ic o st
hist
LINGUAGENS VISUAIS
ARTE
ARTES PLÁSTICAS
INDÚSTRIA
COLAGEM
GRAVURA AUDIOVISUAL
ASSEMBLAGE
ARTES
DESIGN DESENHO ANIMADO
DECORATIVAS
VÍDEO
ARTE
Bibliografia
ADES, Dawn. Arte na América Latina. São Paulo: Cosac & Naify, 1997.
ARGAN, Grulho Carro; FAGIOLO, Maurício. Guia de história da arte. Lisboa: Estampa, 1992.
______. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
ARNHELM, Rudolf. Arte: percepção visual. São Paulo: Pioneira, 1992.
ARTE no Brasil. São Paulo: Nova Cultural, 1986.
BARBOSA, Ana Mae. A imagem no ensino da arte. São Paulo: Perspectiva, 1991.
______. Arte-educação: conflitos/acertos. São Paulo: Max Limonad, 1988.
BARDI, Pietro Maria. Pequena história da arte. São Paulo: Melhoramentos, [19—].
Apresentação
Em todos os espaços conhecidos, desde os tempos mais remotos, a música, entendida aqui de
maneira ampla e abrangendo manifestações sonoras de grande diversidade, vem desempenhando os
mais variados papéis nas sociedades, seja como reguladora e disciplinadora de atitudes, seja transgre-
dindo a ordem, seja como expressão de estados emocionais e sentimentos religiosos.
Muitos filósofos e músicos debruçaram-se sobre a dimensão pedagógica da música ao longo dos
séculos, esforçando-se por estabelecer e esquematizar métodos de ensino formal desta linguagem artís-
tica que possibilitassem a sua aprendizagem e a de seus diversos elementos estruturais de maneira real-
mente eficiente.
A importância e a valorização atribuídas à Arte na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei
nº 9.394/96), e nos Parâmetros curriculares nacionais (PCNs) – ali apresentada como Música, Artes Visu-
ais, Teatro e Dança – são o reflexo e o reconhecimento oficial do resultado das pesquisas que vêm sendo
desenvolvidas há vários anos pelos profissionais da área, nos vários campos de atuação.
A grande novidade, no entanto, é a sua inclusão como componente curricular obrigatório do ensino
médio, salientando sua importância enquanto linguagem que se apresenta como produto e produtora de
significados culturais no contexto em que se insere, envolvendo um conjunto de diferentes tipos de conhe-
cimentos que geram diversas significações e que fazem com que o aluno se considere um agente de
transformação.
O acesso ao conhecimento, então, se dá na complementaridade entre arte e ciência, considerando-
se arte como um conhecimento humano sensível-cognitivo, voltado para um fazer e apreciar artístico e
estético e para uma reflexão sobre sua história e contextos na sociedade humana.
Uma das linguagens artísticas especificadas pelos Parâmetros curriculares nacionais do ensino mé-
dio (PCNEM) é a música. A bibliografia consultada destaca fatores que explicam sua presença no currícu-
lo do ensino médio por envolver aspectos cognitivos, afetivos, sensoriais e motores; pela relação destes
aspectos com os dispositivos cerebrais, levando-se em consideração, ainda, o funcionamento destes
últimos; pela existência de “conteúdos de natureza figurativa e simbólica” envolvidos na experiência mu-
sical (Santos, 1994, p. 21); ou ainda em função de suas “características estruturais, históricas, antropoló-
gicas e semiológicas” (Costa, 1994, p. 15).
A aprendizagem musical na educação básica deve levar em conta o fazer, apreciar e contextualizar
eixos que norteiam nosso trabalho. Para tal, é necessário que o aluno tenha a oportunidade de exercitar
sua capacidade criadora, tendo contato com produções musicais de variados períodos históricos e espa-
ços geográficos, aprendendo a valorizar a diversidade sem preconceitos estéticos, étnicos, culturais ou
sociais.
Desse modo, a música exerce importante papel como elemento de inserção e identidade sociocultural
do jovem, ao mesmo tempo em que, pelo seu caráter universal, proporciona a vivência e a compreensão
das mais diversas formas de manifestação musical da humanidade.
Acreditamos que as interconexões e relações com outras linguagens, modalidades artísticas e com-
ponentes curriculares de outras áreas possam ser articuladas e desenvolvidas por meio de temas e/ou
projetos interdisciplinares ou por outras formas de trabalho.
A utilização dos avanços tecnológicos como recursos pedagógicos, com ênfase nos atuais documen-
tos oficiais sobre a educação brasileira, merece atenção, considerando seu impacto e abrangência em
todas as esferas da sociedade atual e, em particular, na música do século 20.
A música do século 20 parece aproximar-se de um todo sonoro interconectado, no qual nenhuma das
partes é mais fundamental do que qualquer outra, as características de cada parte são determinadas
pelas de todas as outras ou onde as partes são tão ou mais importantes do que o todo. O compositor não
produz mais uma obra perene, estável, durável para o eterno, mas produz fugazes ensaios: cada obra é
produzida como um testemunho de um instante de sua própria sensibilidade. Os conceitos tradicionais da
música dos séculos 18 e 19 deram lugar a questionamentos e indagações.
É nesse contexto que se apresentam os instrumentos eletrônicos/eletroacústicos, surgidos no início
deste século, como um item de papel relevante na busca que os músicos empreenderam a partir de então
1. Competências
As competências aqui estabelecidas têm relação direta com o “fazer musical”. Este “fazer musical”
está centrado na coexistência de diversas formas de relacionamento com a música, quais sejam, interpre-
tação, composição, percepção e apreciação. É no trabalho integrado, que leva em conta a ampla vivência
dos elementos musicais, envolvendo aspectos cognitivos, afetivos e sensoriais, que está a chave para
uma educação integral do indivíduo.
1.3 Contextualizar
• Identificar estruturas e práticas musicais características de um determinado contexto social, históri-
co e cultural, bem como suas formas de registro e notação, e analisá-las crítica e criteriosamente;
• identificar e avaliar as manifestações musicais da contemporaneidade no contexto socioistórico-
cultural;
• conhecer as habilidades e funções dos profissionais envolvidos na criação e produção musical,
bem como as características das diversas áreas de atuação e do mercado de trabalho.
2. Conteúdos
Nossa proposta apresenta uma visão ampla de conteúdos e pretende realizar um trabalho centrado
em dois grandes eixos: “tempo” e “espaço”. A partir desses módulos, os conteúdos são organizados sem
a preocupação de uma abordagem linear ou cronológica.
Enfatizamos a intenção de promover atividades sempre voltadas para o “fazer musical” em suas
competências básicas – interpretar e compor, ouvir e apreciar e contextualizar – sem o qual a aprendiza-
gem musical não se consolidaria.
O “repertório” a ser praticado e a maior ou menor ênfase nos tipos de abordagem, prática e enfoque
serão determinados pelo conteúdo selecionado dentre uma ampla gama de manifestações musicais:
folclórico, popular, clássico, étnico, por exemplo. Este “repertório” deverá ser vivenciado em seus “ele-
mentos” musicais estruturais, quais sejam, parâmetros do som, fontes sonoras, estilos, gêneros, formas,
entre outros.
1. Pré-História
1.1 O som enquanto comunicação
1.2 As fontes sonoras (construídas pelo homem ou à sua disposição, na natureza)
1.3 Documentos
2. Antigüidade Clássica
2.1 Os diversos sistemas de organização e registro eventual dos sons
2.2 A relação entre a música e a organização social
2.3 A função pedagógica da música nas sociedades
2.4 Grécia: Ética, Música e Filosofia
2.5 Tragédia e Comédia
2.6 Profissionais da Arte/Música: características/integração
Espaço
1. Mundo*
1.1 Dicotomia Ocidente/Oriente: as estruturas musicais e a organização social
1.2 Europa: as várias regiões/Europa Oriental e Europa Ocidental
1.3 África
1.4 Ásia: Japão, Índia, China
1.5 Américas
1.6 Oceania
2. Brasil
2.1 Inserção e localização do Brasil no mundo/sua relação com as demais sociedades/a participação da
mídia na construção de gêneros musicais
2.2 Brasil e Europa: o “descobrimento” europeu/a “importação” do tonalismo, de fontes sonoras, de persona-
gens, do idioma/as sociedades indígenas e a aculturação
2.3 Brasil e África: a África é aqui!
2.4 Brasil e Américas
2.5 Brasil e Ásia: exotismo e etnias
2.6 Brasil e Oceania
2.7 O Brasil em regiões
* Em cada um dos itens citados, sugerimos que sejam trabalhados os seguintes elementos, musicais ou não, e suas implicações na vida da sociedade/
povo em questão: etnias, exotismo, organização intervalar, escalas, significado religioso, organização social – sociedade, fontes sonoras, notação
musical, gêneros, tribos e dialetos.
Espaço
5. O bairro da escola
5.1 As manifestações musicais
5.2 Os grupos sociais
6. A escola
Todos os módulos estão interligados, estabelecendo uma linha de “mão dupla”, como num grande
círculo. Uma prática musical que teve lugar em um determinado espaço e em um determinado tempo terá
seus elementos musicais estudados pelo repertório produzido por ela. No centro de tudo isso, estão a
busca e o estabelecimento de nossa identidade cultural e o desenvolvimento da sensibilidade para com
os valores nacionais.
Bibliografia
ADORNO, Theodor W. Filosofia da nova música. São Paulo: Perspectiva, 1989.
______. Teoria estética. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1995.
BASTIDE, Roger. Arte e sociedade. São Paulo: Ed. Nacional, 1979.
BAUDELAIRE, Charles. Escritos sobre arte. São Paulo: Imaginário, 1991.
BÉHAGUE, Gerard. La música en América Latina: una introducción. Caracas: Monte Avila, 1983.
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 3. ed. Brasília:
Fundação Universidade de Brasília, 1983. 2 v.
BOSI, Alfredo. Dialética da colonização. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
CONNOR, Steven. Teoria e valor cultural. São Paulo: Loyola, 1994.
CONTIER, Arnaldo D. Música e ideologia no Brasil. São Paulo: Novas Metas, 1985.
COSTA, Márcia Victório de Araújo. Música religiosa: som de memória ou memória do som? Um estudo
das relações entre educação, religião e música na Igreja Presbiteriana do Brasil no Presbitério do Rio
de Janeiro. Rio de Janeiro, 1994. Dissertação (Mestrado) – Conservatório Brasileiro de Música.
DA MATTA, Roberto. A casa e a rua: espaço, cidadania, mulher e morte no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco,
1997.
______. Carnavais, malandros e heróis: para uma sociologia do dilema brasileiro. Rio de Janeiro: Rocco,
1997.
EAGLETON, Terry. A ideologia da estética. Rio de Janeiro: Zahar, 1993.
FISCHER, Ernst. A necessidade da arte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
Apresentação
A proposta pedagógica da Educação Física no Colégio Pedro II
... a Educação Física deve ser entendida em seu caráter mais amplo, como resultado de um conjunto de práti-
cas corporais que o ser humano construiu ao longo da história. É, portanto, a Educação Física a disciplina
curricular que tem como objeto de estudo a cultura corporal do movimento, resultado de conhecimentos soci-
almente produzidos e historicamente acumulados pela humanidade, que necessitam ser retraçados e transmi-
tidos para os alunos nas escolas (Metodologia do ensino da educação física, 1993).
Nesse sentido, a Educação Física tem como objetivo geral desenvolver uma reflexão pedagógica
sobre o acervo de formas de representação do mundo que a humanidade tem produzido no decorrer da
história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, mala-
barismo, contorcionismo, mímica e toda forma de representação de realidades de movimentos simbólicos
vividas pelo ser humano, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas. Nessa proposta, respeita-
se o aluno como um ser integral, trazendo consigo uma bagagem cultural cognitivo/corporal.
Dessa forma, tal reflexão envolve um conjunto de análises de vários campos do conhecimento (bioló-
gicos, antropológicos, históricos, físicos, sociológicos, etc.) sobre esses conteúdos construídos ao longo
do tempo.
Nossas considerações estão de acordo com as orientações que compõem os Parâmetros curriculares
nacionais (PCNs), já que, considerando a Educação Física, não podemos restringir
o conceito de corpo e movimento aos seus aspectos fisiológicos, deixando de considerar toda a complexidade
que deriva da produção da cultura corporal brasileira (...) Trata-se então de (...) evoluir de uma cultura do físico
para uma cultura corporal (Brasil, 1998a, p. 5).
localizar, em cada uma dessas práticas, os seus benefícios fisiológicos e suas possibilidades de utilização como
instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura. A partir disso, a educação física escolar pode siste-
matizar procedimentos de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso prático e conceitual
desses conhecimentos, e a primeira providência necessária para que isso ocorra é mudar a ênfase na aptidão
física, no rendimento e no simples “fazer por fazer”, que caracterizava a educação física tradicional, para uma
ênfase mais abrangente, que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal (Brasil, 1998a,
p. 5-6).
Diante desses conceitos e das demandas colocadas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), cujo ensino deve estar voltado para a prática social e para o desenvolvimento pleno da
cidadania, faz-se necessário reformular nosso Plano Geral de Ensino da Educação Física com vistas ao
atendimento da necessidade de transformação da sociedade.
A disciplina Educação Física no ensino fundamental e médio terá o paradigma da cultura corporal
como seu norte. Para que possamos atender a esse novo conceito, pautaremos o nosso trabalho de modo
a favorecer a formação do cidadão, a utilização prática e consciente do desempenho motor e os aspectos
técnicos cognitivos assimilados.
O trabalho gradativo dessas linhas conceituais acima citadas nos levará a um educando com possibili-
dades para um posicionamento crítico ante a realidade e os valores éticos e morais universalmente aceitos.
A operacionalização desta diretriz levará o aluno a desempenhar na sociedade o que se pode enten-
der como cidadania plena. A execução dessas ações, tratadas daqui por diante como habilidades, requer
do estudante uma série de conhecimentos fundamentais.
(...) a faculdade de mobilizar o conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações, etc.). Para
solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações (Perrenoud, 2000).
O referencial de competências deve ser instrumento permanente de trabalho da escola e do professor, sendo
entendido como linguagem comum e central do processo educativo e não como uma lista abstrata que precisa
estar presente no “plano de curso” e no “plano de aula”, mas não no cotidiano escolar. Ele deve ser o roteiro
permanente para se definir os problemas que serão propostos aos alunos e o parâmetro para a avaliação do
processo pedagógico, pelo desempenho do aluno e pela análise do trabalho (Berger Filho, 1998).
Parece claro que os objetivos gerais da Educação Física não mais ficarão restritos ao movimento,
sendo, porém, alcançados pelo movimento. Isso permitirá ao aluno compreender como o corpo “traba-
lha” para sua execução, possibilitando ao aluno entender sua construção, dentro de determinado contex-
to socioeconômico-cultural.
É evidente que esta mudança, para não ser pretensiosa e chamar de evolução, requer que educado-
res modifiquem, primeiro conceitualmente, suas práxis.
A prática pedagógica elaborada, construída e solidificada sob um outro paradigma necessita ser
profundamente reformulada.
É preciso antes de mais nada que haja a vontade, vontade de mudar-se no interior, para, em seguida,
mudar o exterior. Desta maneira, possibilitaremos aos alunos uma verdadeira oportunidade de intervir na
construção de uma sociedade mais coletiva, menos egoísta, onde o respeito permeie todas as relações.
Acreditamos que a retomada destes valores seja a chance que temos de recompor nossa sociedade.
1. Competências
• Representação e comunicação:
– demonstrar autonomia na elaboração de atividades corporais, assim como capacidade para discu-
tir e modificar regras, reunindo elementos de várias manifestações de movimento e estabelecendo uma
melhor utilização dos conhecimentos adquiridos sobre a cultura corporal;
– assumir uma postura ativa, na prática das atividades físicas, e consciente da importância delas na
vida do cidadão;
– participar de atividades em grandes e pequenos grupos, compreendendo as diferenças individuais
e procurando colaborar para que o grupo possa atingir os objetivos que se propôs;
– reconhecer, na convivência e nas práticas pacíficas, maneiras eficazes de crescimento coletivo,
dialogando, refletindo e adotando uma postura democrática sobre os diferentes pontos de vista postos
em debate;
– interessar-se pelo surgimento das múltiplas variações da atividade física, enquanto objeto de pes-
quisa e área de interesse social e de mercado de trabalho promissor.
• Investigação e compreensão:
– compreender o funcionamento do organismo humano de forma a reconhecer e modificar as ativida-
des corporais, valorizando-as como melhoria de suas aptidões físicas;
– desenvolver as noções conceituadas de esforço, intensidade e freqüência, aplicando-as em suas
práticas;
– refletir sobre as informações específicas da cultura corporal, sendo capaz de discerni-las e
reinterpretá-las em bases científicas, adotando uma postura autônoma, na seleção de atividades e proce-
dimentos para a manutenção ou aquisição de saúde.
• Contextualização sociocultural:
– compreender as diferentes manifestações da cultura corporal, reconhecendo e valorizando as dife-
renças de desempenho, linguagem e expressão.
2. Conteúdos
2.1 Organização
Visa ao estabelecimento de uma padronização da atuação da Educação Física nas diferentes Unida-
des de Ensino (UE) que compõem o Colégio Pedro II (CP II).
Conhecimento do corpo
Observações:
a) as atividades terão a duração de um trimestre;
b) a UE São Cristóvão II poderá incluir a natação em substituição a uma das outras atividades;
c) as turmas do ensino médio, junto com o professor, poderão optar pelas atividades escolhidas do
ano letivo, em qual trimestre atuarão;
d) a Educação Física é obrigatória em todas as séries, exceto no terceiro turno, conforme rege a LDB.
2.2 Avaliação
Considerando os aspectos, características e peculiaridades da Educação Física, foi necessário que
este Departamento apresentasse uma proposta de adequação para Diretriz de Ensino nº 2/2001. Tal pro-
posta atribuiu novos porcentuais quantitativos às provas escritas, aumenta e justifica o leque de instru-
mentos e mecanismos para avaliação.
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem está em consonância com as Portarias nº 605 e
nº 606, de 30 de março de 2001, da Direção-Geral do CP II, as quais criam as Diretrizes de Ensino nº 1/
2001 e nº 2/2001, respectivamente.
De acordo com o que está descrito na Diretriz de Ensino n° 6, no item 2, Da Avaliação do Aproveita-
mento, “a avaliação do aproveitamento será feita de acordo com as características da disciplina...”, será
efetivada mediante provas práticas, em todas as séries do ensino médio, uma vez que esta disciplina tem
como característica específica o desenvolvimento do domínio motor.
É necessário ressaltar que, mesmo com um instrumento de avaliação essencialmente prático, o aluno
é avaliado de modo global, pois os domínios cognitivo e afetivo estão presentes em qualquer atividade
motora. Por exemplo: para executar um movimento, o aluno, antes de tudo, deve identificar e compreen-
der as várias etapas necessárias à sua execução. Após este processo de compreensão, também é neces-
sário que o aluno supere alguma(s) dificuldade(s) interna(s)/externa(s), ajustando-se a situações de êxito
e fracasso.
Diante do que foi exemplificado, não podemos reduzir a avaliação em Educação Física à prova
escrita, pois esta prova não dará conta das nuanças aqui descritas.
• Procedimento
As avaliações serão aplicadas pelos professores regentes, utilizando-se dos diversos instrumentos
coerentes com os conteúdos ministrados relativos ao trimestre em foco.
Nortearão a avaliação do processo ensino-aprendizagem os blocos abaixo definidos:
– Formação do cidadão
Observação do uso crítico de conhecimentos e experiências adquiridos, percebendo-os como recur-
sos válidos para a formação de sua cidadania e estruturação da auto-estima, preparando-se para interagir
no seu meio, com autonomia, pela participação, cooperação, respeito coletivo, sem discriminação, dentro
de um contexto social.
Bibliografia
BERGER FILHO, Ruy Leite. Comunicação verbal. Pelotas, 1998. Trabalho apresentado no V Congresso de
Educação Tecnológica dos Países do Mercosul.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, 1999.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
primeiro e segundo ciclos: Educação Física. Brasília, 1997.
______. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: Educação Física. Brasília, 1998.
______. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos: temas transversais. Brasília, 1998.
COMISSÃO DE REFORMULAÇÃO DO PGE. Reformulação do Plano Geral de Ensino de Educação Física
do Colégio Pedro II. Rio de Janeiro: Colégio Pedro II/Departamento de Educação Física e Folclore,
1998.
METODOLOGIA do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1993.
PERRENOUD, Philippe. A arte de construir competências. Revista Nova Escola, São Paulo, v. 15, n. 135, p.
12-21, set. 2000.
Apresentação
2. Conteúdos
Na medida em que a postura pedagógica do CP II é de inserir a Informática como recurso para o
desenvolvimento de conhecimentos, para a simulação de efeitos entendidos no seu espectro teórico e
para a aplicação de conceitos aprendidos, ela permeia todos os componentes curriculares.
Enumeramos, a seguir, a base dos conteúdos que estarão integrados nos demais componentes
curriculares:
• lógica interna do computador, seus principais periféricos e sistemas operacionais;
• organização de arquivos e documentos no computador;
• mecanismos essenciais para a construção de documentos de formatos e fins variados (via diferen-
tes categorias de aplicativos): cortar/colar, formatação de texto e tabelas (fontes, parágrafos, células, li-
nhas, bordas, cabeçalho/rodapé, entre outros), classificação e outras funções;
• princípios gerais da construção de planilhas e extração de gráficos (organização de células – colu-
nas, linhas, incluindo o uso de fórmulas);
• noções da lógica da estrutura e funcionamento de banco de dados (campo, seleção, etc.);
• recursos para aplicações gráficas (uso de linhas, formas, cores, texturas, etc.);
• emprego de programas específicos, auxiliares à construção de conhecimento ou transmissão de
informações.
O conceito de aprendizagem
Em um de seus trabalhos, Ausubel (1968) afirma: “Se eu tivesse que reduzir toda a psicologia educa-
cional a um só princípio, eu diria o seguinte: o mais importante fator isolado a influenciar a aprendizagem
é aquilo que o aprendiz já sabe. Descubra o que ele sabe e baseie nisso seus ensinamentos.”
As implicações deste princípio para o processo de ensino-aprendizagem são várias e convém ressal-
tar duas delas. No plano estritamente didático, a aceitação deste princípio exige um planejamento do
ensino – tanto no nível macro (o programa) quanto no nível micro (a aula) – que leve em consideração a
bagagem de conhecimentos que o aluno já possui ao ingressar na escola, na série, na turma, de modo a
possibilitar eficientemente a incorporação de novos conhecimentos, ou seja, proporcionar uma aprendi-
zagem significativa. E no plano psicossocial, reconhecer o princípio de que o aluno, qualquer aluno,
possui um cabedal de conhecimentos próprio. Valorizar isso é contribuir para a sua auto-estima e para a
conscientização de sua identidade nos diversos planos em que esta se constrói.
É importante que também se ensine ao aluno os princípios e conceitos básicos componentes da
estrutura de cada matéria do currículo. Com isso, contribuímos para que ela se torne mais compreensível
e o ensino mais proveitoso, já que são aprendidos seus princípios gerais ou fundamentais.
Além disso, conhecer a estrutura da matéria representa a chave para a questão da transferência na
aprendizagem – entendida como transferência de princípios e atitudes – , que consiste em utilizar uma
idéia geral básica para reconhecer novos problemas e, em conseqüência, resolvê-los.
Em cada estágio de desenvolvimento, a criança apresenta um modo característico de ver e de expli-
car o mundo. O que o professor tem a fazer é respeitar esses estágios, no sentido de adequar o que vai ser
ensinado ao estágio em que o aprendiz se encontra. Igualmente importante é a tarefa de ajudar a criança
a passar progressivamente dos estágios iniciais (do pensamento concreto) para os estágios mais avança-
dos. Aqui o professor busca formas de dar suporte ao aluno para que ele seja capaz de continuar a
Contextualização e interdisciplinaridade
No mundo atual, com a quantidade de informações que o educando recebe por meio dos diversos
meios de comunicação, incluindo a Internet, entendemos que o processo ensino-aprendizagem deve ser
trabalhado em associação com a realidade e inserido em um contexto, assim contribuindo para a constru-
ção não-fragmentada do conhecimento.
Há algum tempo os livros didáticos vêm fazendo diversas tentativas no sentido de apresentar os
conteúdos em contextos os mais variados possíveis e mais aproximados da realidade.
Além disso, os professores de inglês procuram garantir a ligação com o mundo em que vivemos
através do estudo de textos tirados de jornais e revistas, letras de músicas, folhetos diversos e páginas da
Internet, entre outros. A contextualização, então, torna possível não só relacionar a língua inglesa com o
cotidiano do educando, mas também relacioná-la com a realidade da escola e com as características
locais e regionais.
O que se pretende, então, é ir além do ensino das estruturas lingüísticas e do vocabulário e, desta
forma, colaborar para a construção de uma visão real sobre a cultura e a vida nos diversos países em que
a língua inglesa é falada, contribuindo, assim, para a formação geral do educando e sua visão crítica da
sociedade.
A interdisciplinaridade se baseia em uma concepção do conhecimento como algo que transcende os
limites disciplinares. Ela surge do entendimento da necessidade de se reorganizar o processo ensino-
aprendizagem no sentido de superar a fragmentação e a linearidade do conhecimento e de romper os
limites que demarcam o território de cada disciplina, confinando-as e isolando-as em suas próprias fron-
teiras. Ela nos permite compreender e fazer compreender que o conhecimento é resultado de uma
multiplicidade de fatores que não se excluem mutuamente, mas explicam-se uns em relação aos outros.
Assim, a interdisciplinaridade pressupõe um trabalho de interação na construção do conhecimento e
corresponde a uma nova maneira de pensar-se a realidade, resultante do diálogo entre as diversas áreas
do conhecimento.
Ao contrário do trabalho com a disciplina fechada em si mesma, em que o conhecimento apreendido
é compreendido e trabalhado como algo ordenado, fixo, absoluto, finito, isento de incertezas e dissociado
do próprio sujeito que aprende, a interdisciplinaridade permite a elaboração de novos conceitos e idéias.
Isso pode ser realizado por meio do estímulo à interpretação, comparação, dedução, inferência, síntese,
problematização, desse modo propiciando a participação no processo de produção do conhecimento – e
não apenas de sua reprodução – e o exercício de uma visão crítica da realidade e de nosso universo
social.
É importante assinalar, no entanto, que com isso não se está desvalorizando ou abrindo mão da
disciplina e de seus conteúdos, uma vez que ela é a fonte dos elementos, informações e idéias que são
utilizadas em uma abordagem interdisciplinar.
É igualmente importante assinalar que é preciso ter o necessário cuidado para não transformar esses
mesmos conteúdos em elementos que apenas possibilitarão a associação com outras disciplinas.
Por ser a língua inglesa importante veículo de comunicação e, por meio da leitura, um instrumento
que facilita a aquisição de conhecimentos em outras áreas, ela pode interligar-se com qualquer outra
disciplina, assim contribuindo para a reelaboração e transformação do processo ensino-aprendizagem
em algo mais interativo e dinâmico.
Assim, o ensino de língua inglesa, além de contextualizado, deve ser trabalhado, sempre que perti-
nente, em consonância com os demais componentes curriculares da área de linguagens, códigos e suas
tecnologias, bem como em consonância com os demais componentes curriculares das diversas áreas do
conhecimento.
Ao tentar elaborar uma exposição de motivos para o uso da tecnologia na sala de aula, chega-se à
conclusão de que tanto mais valiosa será essa tecnologia quanto mais ela servir de estímulo ao aluno,
reproduzindo em sala de aula momentos do cotidiano, apresentando a língua em situações comunicativas
e fornecendo como input uma grande quantidade de informações e riqueza cultural. Além disso, a tecnologia
se mostrará bastante útil ao desempenhar a função de contextualizadora de informações e de um sólido
ponto de partida para atividades de sala de aula.
Podemos, assim, listar os seguintes argumentos para o uso da tecnologia no ensino de línguas:
– a tecnologia pode imprimir autenticidade à situação de sala de aula, reforçando a relação direta
existente entre a sala de aula e o mundo exterior;
– levando-se em consideração o papel que essa mesma tecnologia desempenha no mundo externo
à sala de aula, podemos dizer que ela serve como elemento motivador no processo ensino-aprendiza-
gem, uma vez que o aluno muitas vezes espera encontrá-la também em sala de aula;
– material audiovisual pode fornecer ao aluno conteúdo e orientação, contextualizando uma situação
a partir da qual itens da língua serão apresentados e praticados;
– a tecnologia pode favorecer alunos com ritmos de aprendizagem diferentes, uma vez que atende
mais diretamente às necessidades visuais e auditivas dos mesmos;
– no que diz respeito à teoria de esquemas (schema theory), que postula que ao abordarmos informa-
ção nova escaneamos (scan) nossos bancos de memória à procura de informação relacionada, afirma-se
que a tecnologia pode ajudar os alunos a ativar esquemas (schemata) existentes e a maximizar o uso do
conhecimento anterior (background knowledge);
– levando-se em consideração o papel importante que o input desempenha na aprendizagem de
uma língua, podemos afirmar que a tecnologia permite ao professor expor seus alunos a formas variadas
de input, diminuindo, assim, o risco de torná-los dependentes de seu estilo e, conseqüentemente, enri-
quecendo sua aprendizagem;
– finalmente, sugere-se que a tecnologia permite ao professor apresentar seu conteúdo de maneira
mais rápida e eficiente, estimulando os sentidos dos alunos e ajudando-os a processar informação mais
rapidamente.
Existe uma grande variedade de instrumentos/meios que podem ser usados em sala de aula. Portan-
to, não causa estranheza o fato de muitas vezes o professor encontrar-se perplexo diante do que escolher
Como afirmado por Bruner (1977, p. 17), “a aprendizagem não deve apenas nos conduzir a algum
lugar, ela deve permitir-nos prosseguir mais facilmente”, ou seja, ela deve capacitar o aluno, por meio do
instrumental necessário, a dar continuidade aos estudos e ao exercício de uma profissão. Dentro da área
de linguagens, códigos e suas tecnologias, o ensino de inglês no Colégio Pedro II tem por objetivo desen-
volver um processo contínuo alicerçado no aperfeiçoamento da capacidade de aprender.
O ensino de uma língua estrangeira moderna se justifica, uma vez que permite ao estudante o acesso
a várias culturas e, desse modo, a possibilidade de estar mais integrado num mundo globalizado. Será
então realçado o aspecto sociolingüístico, discursivo e estratégico envolvido no aprendizado de uma
língua estrangeira hegemônica, como é o caso de inglês.
Dentro desse processo, merecerá destaque o aperfeiçoamento do uso da linguagem como meio de
construção de conhecimento, de compreensão e de formação de atitudes e valores. Através da aprendi-
zagem de uma língua estrangeira, o aluno estará apropriando-se de material inestimável para o entendi-
mento de si mesmo e de sua cultura, já que o distanciamento crítico por meio da aproximação com outra
cultura facilitará uma percepção mais profunda de sua realidade.
No que se refere ao viés cultural no ensino de língua inglesa, nunca é demais enfatizar que este deve
dar-se de forma instrumental, visto ser de fundamental importância que se preserve a identidade cultural
do aluno, ou seja, que se pense a língua estrangeira de um ponto de vista que reflita os interesses do Brasil
dentro de um mundo globalizado.
Concepção de leitura
Ler, além de ser uma atividade pessoal e particular, é uma prática social, já que pressupõe a interação
entre leitor-texto-escritor, situados social, política, cultural e historicamente na construção social do signi-
ficado.
Os aspectos cognitivos e sociais da leitura são elementos integrantes deste processo. Para expô-los,
usamos como principal referência teórica o trabalho de Moita Lopes (1996a) elaborado com base na
teoria de uso da linguagem proposta por Widdowson.
Diferentemente do modelo de leitura de decodificação (centrado no texto e, portanto, na informação
encontrada na página impressa, assim caracterizando um processo ascendente de leitura) e do modelo
psicolingüístico de leitura (centrado no leitor e, portanto, na informação que ele traz para o texto, caracte-
rizando, desse modo, um processo descendente de leitura), o modelo sociointeracional de leitura, por nós
adotado, considera que o fluxo da informação opera em ambas as direções. Dessa forma, ler é um pro-
cesso que envolve tanto a informação contida no texto quanto aquela trazida pelo leitor para o texto.
Ainda segundo o modelo sociointeracional, os falantes de uma língua utilizam três tipos de conheci-
mento na construção do significado: a) conhecimento sistêmico, abrangendo os aspectos léxico-semân-
ticos, morfológicos e sintáticos; b) conhecimento de organização textual, que diz respeito às convenções
sobre a organização da informação nos diferentes tipos de texto; c) conhecimento de mundo, referente ao
conhecimento convencional que as pessoas têm sobre as coisas do mundo, e que se encontra organiza-
do na memória em blocos de informação.
De acordo com a concepção de leitura como prática social, não é possível supor que cada leitor crie
um significado com base na sua própria subjetividade. Utilizando o conceito de comunidades interpretativas
de Fish (1993), Moita Lopes (1996c) afirma:
lemos como mulheres, homens, homossexuais, heterossexuais, negros, brancos, pobres, ricos, mais ou menos
letrados, progressistas, conservadores, etc; agindo no mundo social através do discurso escrito em um mo-
mento socioistórico específico, o que significa dizer que lemos como comunidades interpretativas.
Fish (1993, p. 156) argumenta que “os significados não são propriedades de textos fixos e estáveis ou
de leitores livres e independentes, mas de comunidades interpretativas responsáveis pela forma das ativi-
dades do leitor e os textos que essas atividades produzem.” Assim, o significado do que lemos é regulado
pela ideologia que permeia esse discurso, o que também explicaria a semelhança e, acrescentaria, a
diferença, de interpretação.
Dessa forma, um texto sobre aborto, por exemplo, será lido diferentemente por uma dona de casa da
década de 50 ou por uma ativista feminina da década de 60.
O ato de ler é muito mais abrangente do que simplesmente comunicar idéias ou entender o que diz o
escritor. Na verdade, o objetivo principal é estabelecer relações sociais, comunicar idéias e emoções, exer-
cer controle, posicionar-se socialmente, buscar privilégios e recompensas, envolver-se em diversos tipos de
interação social. Assim, ler é uma forma de agir no mundo. Essa visão de leitura como processo social
mostra, portanto, que nesses eventos de leitura acontece o mesmo que acontece em nossa vida social.
Vimos, então, que linguagem, ideologia e poder estão visceralmente relacionadas e que a consciên-
cia dessa relação representa um primeiro passo no sentido da emancipação dos indivíduos. Assim como
o reconhecimento de um problema é o primeiro passo no sentido de (tentar) resolvê-lo, do mesmo modo,
é a consciência crítica da linguagem que permite que se reconheça a ideologia subjacente a ela e o seu
uso como instrumento de exercício de poder. E é essa mesma consciência que, eventualmente, poderá
emancipar e libertar o oprimido.
A relação entre linguagem e poder é intrínseca às próprias relações humanas, e este poder, como já
colocado, geralmente é exercido entre as pessoas, em graus e de modos diversos, através do uso da
linguagem. Como também já mencionado, não há como escapar disso. Ao mesmo tempo, essas circuns-
tâncias não são irreversíveis. A consciência crítica da linguagem é uma alternativa emancipadora que
poderá possibilitar a transformação dessas relações, quase sempre, de opressão.
No contexto escolar, a consciência crítica da linguagem é, do mesmo modo, instrumento importante
de transformação, uma vez que o aluno percebe e aprende a desafiar a autoridade textual do professor.
Assim, trabalhada e desenvolvida essa consciência crítica, o que importa, de fato, é o que fazemos, ou
tentamos fazer, para mudar nossa condição de oprimido ou, por solidariedade, nossa condição de opres-
sor. Ter consciência crítica da linguagem e ler criticamente, enfim, é não assumir o papel do consumidor
passivo das idéias do outro; é fazer ouvir a sua voz e a do outro; é não se deixar subjugar ou deixar
subjugar o outro.
O que se quer, em última análise, é que os indivíduos se transformem em cidadãos críticos e consci-
entes (não apenas no sentido de responsáveis), autônomos, éticos e solidários, senhores de seu próprio
destino, e que, juntos, possam lutar e construir uma sociedade mais justa.
Ler criticamente, portanto, é uma atividade que deve estar sempre presente no ato de ler e que não se
limita a considerações como certo/errado, concordo/discordo, gosto/não gosto. Ler criticamente é ler nas
entrelinhas; é ter a possibilidade de contestar não só o conteúdo proposicional de um texto, mas também
suas pressuposições ideológicas.
Algumas perguntas podem servir como ponto de apoio para uma leitura crítica:
– Quem escreveu o texto (e, se não há autor explícito, qual sua fonte)?
– Qual o assunto do texto?
– Por que o autor está escrevendo sobre aquele assunto?
– Como o autor está escrevendo sobre aquele assunto?
– Quem é o público-alvo do texto?
– De que outra(s) maneira(s) se poderia escrever sobre esse assunto?
– Que outros textos você já leu sobre o assunto?
No ensino fundamental, o ensino de língua inglesa no Colégio Pedro II (CP II) caracteriza-se por
trabalhar, na medida do possível, as quatro habilidades: falar (produção oral), ouvir (compreensão oral),
ler (compreensão escrita) e escrever (produção escrita).
Prioriza-se, contudo, a compreensão escrita, não somente devido ao contexto escolar (grande núme-
ro de alunos por turma, escassez de recursos de multimeios, como gravador, vídeo, etc.), mas também
em função das reais necessidades dos alunos. É indiscutível o fato de que a capacidade de ler bem se faz
fundamental na sociedade moderna, tanto em língua materna quanto em língua estrangeira.
Desde a 5ª série os alunos entrarão em contato com estratégias de compreensão escrita que os
capacitarão a ler textos de fontes, tipos e gêneros diversos (cartas, anúncios, artigos de revistas ou jornais,
diálogos, letras de música, etc.), identificando a idéia central e/ou os pontos principais, extraindo informa-
ções específicas ou chegando a uma compreensão aprofundada. Cabe ressaltar que o trabalho com
textos visa também ao desenvolvimento de competências capazes de tornar o aluno autônomo e crítico
em sua busca de conhecimentos.
A produção escrita será desenvolvida através da prática de elaboração de frases e pequenos textos
“guiados”, tentando-se, sempre que possível, remeter a estrutura e a função lingüísticas a um contexto
socialmente relevante de uso da escrita. Já no desenvolvimento da produção oral, as estratégias mais
utilizadas serão a repetição de falas, frases e pequenos diálogos, o diálogo professor/aluno e o chamado
“pair-work”. Finalmente, a compreensão oral será trabalhada por meio da interação professor/aluno, visan-
do ao reconhecimento e execução de procedimentos de rotina em sala de aula e também pela utilização
das fitas cassetes que acompanham os livros didáticos adotados, cujas atividades visam à compreensão
geral ou à identificação de informações específicas (“listening with a purpose”).
Cumpre ainda enfatizar que no ensino fundamental se trabalha bastante com o lúdico, por meio da
utilização de jogos, músicas e brincadeiras que levam um maior dinamismo às aulas, principalmente nas
séries iniciais (5ª e 6ª).
1. Competências
Ao final do ensino fundamental, o aprendiz deverá ser capaz de:
• entrar em contato com outras fontes de expressão vinculadas ao mundo cultural plurilíngüe onde
ele está inserido e, desse modo, ter acesso aos bens culturais da humanidade;
• reconhecer o registro adequado à situação na qual se processa a comunicação e escolher a(s)
forma(s) lingüística(s) que melhor reflita(m) a sua idéia;
• construir significados que lhe sejam relevantes por meio da interação com seus pares, professores
e textos;
• ser capaz de selecionar informações, analisar, sintetizar, argumentar e negociar significados;
• valorizar a leitura como fonte de informação e prazer;
• perceber que diferentes textos têm diferentes objetivos e demandam estratégias de leitura específicas;
• estabelecer relações entre os diversos componentes curriculares bem como entre as diversas áre-
as do conhecimento, além de transferir e utilizar esses conhecimentos em sua vida cotidiana.
Competências Atividades/Conteúdo
Referir-se a diversos tipos de ações e acontecimentos: Tempos verbais: present simple, present progressive,
– ações habituais; fatos; gostos e preferências; past simple, past progressive, present perfect simple.
– ações em andamento no presente; Advérbios de tempo e de freqüência.
– ações passadas já terminadas; Construção de vocabulário básico referente a verbos:
– ações em andamento no passado; atividades cotidianas, gostos e sentimentos, esportes
– ações passadas, mas que ainda persistem no e lazer, etc.
presente.
Identificar, formular e responder perguntas. Formas interrogativas dos tempos verbais; os três
tipos de perguntas: yes/no, what alternative.
Respostas curtas e longas.
Expressar habilidade, possibilidade, obrigação, Verbos modais: can, could, may might, must, mustn’t,
dedução lógica, proibição, conselho, pedidos e have to, should, had better, ought to, would.
oferecimentos.
Competências Atividades/Conteúdo
Compreender diálogos e pequenos textos orais. Compreensão oral: listening with a purpose;
execução de procedimentos simples em sala de
aula a partir de ordens/pedidos formulados
oralmente.
Bibliografia
ANDREOLA, A. B. Interdisciplinaridade na obra de Freire: uma pedagogia da simbiose e da solidariedade.
In: STRECK, D. R. (Org.). Paulo Freire: Ética, utopia e educação. Petrópolis: Vozes, 1999.
ARONOWITZ, S.; GIROUX, H. Postmodern education. Minneapolis: University of Minesota Press, 1991.
AUSUBEL, D. Educational psychology: a cognitive view. New York: Holt, Rinhart and Winston, 1968.
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.
BARNES, D. From communication to curriculum. Harmondsworth: Penguin, 1976.
BLOOME, D. Reading as a social process. In: HUTSON, B. (Ed.). Advances in reading/language research.
Greenwich: JAI Press, 1983. v. 2, p. 165-195.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Estrangeira. Brasília, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, 1999.
1. Competências
O ensino da língua francesa no terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental visa igualmente ao
desenvolvimento das seguintes competências:
• conhecer e usar a língua francesa como instrumento de comunicação atual e de acesso a bens
culturais da humanidade e a informações científicas e tecnológicas num mundo plurilíngüe;
2. Conteúdos
2.1 Gramática
• Être en train de + infinitif / aller + infinitif / venir de + infinitif;
• la phrase affirmative, négative et interrogative;
• l’adjectif interrogatif;
• l’adjectif qualificatif;
• le comparatif et le superlatif;
• le genre masculin et féminin;
• le pluriel des noms et des adjectifs;
• les adjectifs démonstratifs;
• les adjectifs possessifs;
• les articles contractés;
• les articles définis;
• les articles indéfinis;
• les articles partitifs;
2.2 Temas
• A francofonia;
• a França, sua geografia, produtos típicos, personalidades famosas;
• a escola na França e em outros países;
• as férias e as viagens;
• as preferências dos jovens, o lazer;
• os alimentos, a restauração;
• a saúde e forma física;
• as relações familiares;
• os meios de transporte;
• as atividades culturais;
• outros temas atuais que sejam motivadores da aprendizagem.
Bibliografia
ANTUNES, Celso. As inteligências múltiplas e seus estímulos. Campinas: Papirus, 1998.
BOURDET, Jean-François. Penser la classe de langue autrement. Le Français dans le Monde, Paris, n. 274,
juil. 1995.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Estrangeira. Brasília, 1998.
BUTZBACH, M. et al. Junior 1, livre du professeur, classe de sixième. Santillana: Clé International, 1997.
DESTARAC, Marie Claire. Enseigner une langue et une culture étrangère à l’école élémentaire. Le Français
dans le Monde, Paris, n. 227, p. 64, aôut./sept. 1989.
LE COQ, Josette (Coord.). L’évaluation des élèves. Revue Internationale d’Éducation, Sèvres, n. 11, sept.
1996.
OBJECTIFS d’apprentissage d’une langue moderne. Disponível em: <http://www.profor.be/documentation/
doc/socles/compdisc/langues/langues.html>. Acesso em: 25 jun 2000.
A reforma do ensino pressupõe para a área de linguagens, códigos e suas tecnologias uma visão
ampla, comum a todas as disciplinas que a integram, de que se deve trabalhar com a compreensão da
existência de um conjunto de linguagens em articulação, que constituem o processo de conhecimento.
Por meio da elaboração de idéias, sensações, hipóteses e esquemas pessoais, que o indivíduo vai
estruturando e transformando ao interagir com os diversos conteúdos da arte, ele se torna capaz de
ampliar sua formação como cidadão, uma vez que, principalmente, intensifica, por meio dessa lingua-
gem, as relações tanto com o seu universo interior quanto com o exterior – a cultura e a sociedade. A
dimensão social das manifestações artísticas é capaz de revelar modos de perceber, sentir e articular
significados e valores que orientam os diferentes tipos de relações entre os indivíduos na sociedade. Além
disso, as diversas linguagens artísticas são agentes capazes de promover o desvelamento da realidade
cotidiana mais vivamente, pelo reconhecimento e decodificação de formas, sons, gestos e movimentos.
Tornar possível ao aluno, principalmente no ensino médio, o conhecimento de formas contemporâneas
de linguagem é missão dos componentes da área, sendo seu objeto de estudo comum a representação.
Em Artes Visuais, tal objeto especifica-se na representação visual e no seu valor estético. A experiên-
cia estética sempre esteve relacionada com as funções que a arte assumiu ao longo de sua história, com
o desempenho de três funções principais: a pragmática ou utilitária, a naturalista e a formalista.
A arte é um modo próprio pelo qual os indivíduos internalizam e externam a sua humanidade. Ensinar
arte significa, essencialmente, possibilitar a aquisição de uma maneira específica, formativa e inventiva de
fazer, exprimir e conhecer para além da ciência e dos limites das estruturas da língua falada e escrita. A
arte é, por excelência, a disciplina integradora da ação, do pensar e do sentir.
Toda disciplina, todo saber, todo conhecimento, quaisquer que sejam, fundamentam-se num sistema
dotado de uma lógica que lhes assegura identidade, estrutura e funcionamento próprios. Assim, o que é
comum a toda e qualquer disciplina também o é para Artes Visuais, componente curricular obrigatório,
que também se estrutura num sistema peculiar, num conjunto de elementos cujas interações apresentam
uma coesão e uma estabilidade que o distingue de todos os outros.
A concepção contemporânea do ensino de Artes Visuais, no ambiente escolar, compreende que as
ações pedagógicas devam abarcar três competências – a construção do pensamento artístico, o fazer
artístico e o conhecimento dos elementos visuais – eliminando-se as atividades puramente experimentais.
Os trabalhos plásticos precisam ser contextualizados, e as práticas devem envolver a fruição e a análise
das obras de arte antes, durante e depois do fazer artístico para se alcançar uma das contribuições mais
imprescindíveis do ensino da arte: o trabalho de avaliação e de desenvolvimento de opinião sobre aquilo
que se produz. Essa é uma atitude diferente e nova no ensino da arte.
Ao desenvolver suas competências, através do conhecer, apreciar e fazer produções artísticas, o
aluno torna-se capaz de integrar, em suas ações, o perceber, o pensar, o aprender, o imaginar, o sentir, o
expressar, o comunicar e o criticar.
Os estudiosos da arte tendem a considerar a imagem visual como fonte de todo o conhecimento
humano. Ela antecede o logos e serve de base para a formulação do conhecimento que irá se desenvolver
como filosofia e ciência. O mundo no qual o homem sempre se encontrou imerso é constituído, funda-
mentalmente, por imagens, responsáveis por grande parte das mensagens captadas a seu redor. Tornou-
se até banal falar de “civilização da imagem”, mas essa expressão revela bem o sentimento generalizado
de viver-se em um mundo onde as imagens são cada vez mais numerosas, diversificadas e com grande
poder de persuasão.
O homem comum está num mundo onde a arte talvez seja o campo da cultura que sofreu um impacto
maior, resultante do desenvolvimento dos meios de comunicação de massa e da indústria cultural. As
novas linguagens audiovisuais e a multiplicação da mídia determinam uma intensa produção de imagens,
fato sem precedentes na história da arte, fazendo com que a imagem passasse a ocupar o primeiro plano
da civilização ocidental.
Assim, uma de nossas metas é educar o olhar do aluno, despertando e aguçando-lhe um novo olhar,
crítico e, obviamente, estético. Esse processo passa por etapas diversas, num trabalho que compreende
Objetivos gerais
Ao longo do ensino fundamental, as aulas de Artes Visuais no Colégio Pedro II visam progressivamen-
te à aquisição de duas competências centrais: o desenvolvimento da sensibilidade artística, afetiva e da
cognição na área do pensamento e da apreensão do conhecimento.
Busca-se tais objetivos não só por meio da produção e crítica artística, mas também do contato com
o patrimônio cultural, artístico e natural, o que leva o aluno ao exercício constante de sua cidadania.
Assim, o ensino de Artes Visuais organiza-se de modo que o aluno seja capaz de:
• explorar as diferentes linguagens visuais;
• compreender a arte como uma linguagem, tornando-se um sujeito fruidor por meio de decodificação
de imagens artísticas e da codificação de produções individuais;
1. Competências
Quadro 5.1.2.IV.1 – Classificação das competências
Objetivos/Competências Conteúdo
2. Conteúdos
apreciação
ão
ele
zaç
me
contextuali
Construção
do Saber
u
Artístico
te
fa
ar
ze
ra
da rtí
ia st
t ór ic o
his
LINGUAGENS VISUAIS
ARTES PLÁSTICAS
DESENHO PINTURA
COLAGEM
GRAVURA
ASSEMBLAGE
INSTALAÇÃO ESCULTURA
ARTES
DESIGN
DECORATIVAS
PERFORMANCE ARQUITETURA
PROGRAMAÇÃO HISTÓRIA EM
VISUAL QUADRINHOS
Bibliografia
Para o professor:
Ver referências bibliográficas indicadas pelo Departamento no ensino médio.
Para o aluno:
Apostilas produzidas pelas equipes de Artes Visuais das unidades escolares e por todos os professo-
res do Departamento.
ADES, Dawn. Arte na América Latina. São Paulo: Cosac & Naify, 1997.
ARGAN, Grulho Carro; FAGIOLO, Maurício. Guia de história da arte. Lisboa: Estampa, 1992.
______. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
ARNHELM, Rudolf. Arte: percepção visual. São Paulo: Pioneira, 1992.
ARTE no Brasil. São Paulo: Nova Cultural, 1986.
As mais diferentes sociedades de todas as épocas expressa(ra)m-se por meio do som. Cada cultura
delimitou certas possibilidades sonoras como material musical, estabeleceu regras para sua manipulação
e criou modelos próprios para a organização e registro desses sons. A música, sendo uma linguagem
artística organizada e estruturada culturalmente, juntamente com o código de sua construção, é um fato
histórico e social.
A presença e o papel do som/ruído/silêncio nas sociedades, as inovações e transformações estéticas
promovidas pelos avanços tecnológicos e a importância da afetividade e da sensibilidade no processo de
construção/transformação do ser humano e da sociedade são algumas das muitas discussões que vêm
sendo travadas.
Muitos filósofos e músicos debruçaram-se sobre essa dimensão pedagógica da música, esforçando-
se por estabelecer e esquematizar métodos de ensino formal desta linguagem artística que possibilitas-
sem a sua aprendizagem e a de seus diversos elementos estruturais de maneira realmente eficiente.
Ao longo do século 20, assistimos a uma verdadeira “enxurrada” de novos métodos de Educação
Musical, vindos de várias partes do mundo ou elaborados no Brasil, aplicados ao ensino regular da Músi-
ca em escolas vocacionais e/ou como parte integrante do currículo de escolas regulares.
Entretanto, durante algum tempo, o ensino da Música em escolas regulares foi entendido (e pratica-
do) como “pano de fundo” para atividades consideradas mais “importantes” ou mais valorizadas social-
mente ou “como momento de liberação emocional e/ou relaxamento para o envolvimento em processos
cognitivos desenvolvidos em outras disciplinas do currículo” (Santos, 1994, p. 10).
O “fazer musical” restringia-se, muitas vezes, a atividades extraclasse em grupos de alunos seleciona-
dos por seu “talento”, à livre expressão pelo canto em conjunto ou da “bandinha rítmica”, ou mesmo para
ilustrar temas centrados no calendário de eventos do ano letivo (Dia do Soldado, Dia das Mães, Festa
Junina, etc.).
A importância e a valorização atribuídas à arte na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº
9.394/96), e nos Parâmetros curriculares nacionais – Música, Artes Visuais, Teatro e Dança – são o reflexo e
o reconhecimento oficial do resultado das pesquisas que vêm sendo desenvolvidas há vários anos pelos
profissionais da área, nos vários campos de atuação, modificando os rumos tomados anteriormente.
A inclusão da Música na educação básica se dá:
• por envolver aspectos cognitivos, afetivos, sensoriais e motores;
• pela relação destes aspectos com os dispositivos cerebrais, levando-se em consideração, ainda, o
funcionamento destes últimos;
• pela existência de “conteúdos de natureza figurativa e simbólica” envolvidos na experiência musical
(Santos, 1994, p. 21);
• em função de suas “características estruturais, históricas, antropológicas e semiológicas” (Costa,
1994, p. 15).
Não se trata aqui de justificar sua presença nos currículos escolares, mas de dar-lhe a dimensão e o
papel exatos na transformação do sujeito e na construção de uma sociedade pós-moderna, na produção
de cultura e na contestação do status quo, bem como daquilo que é apresentado como verdade absoluta.
No momento em que a política educacional brasileira se volta para a educação básica, investindo em um
combate à repetência, evasão e aprendizagem mecânica nas primeiras séries do (...) [ensino fundamental],
parece que maior sucesso se obteria a partir do tratamento do currículo com ênfase nos diversos modos de
expressão, destacando-se a dimensão criadora, tornando qualquer reflexão mais profícua, pois neste jogo
criador unem-se o mundo interior e o exterior, a percepção e o sentimento (Santos, 1994, p. 9).
Como músicos-educadores, temos o desafio de abrir espaços onde a emoção seja a base de condu-
tas que resultem em interações recorrentes, espaços nos quais aceita-se o outro como legítimo.
Assim, nossa tarefa de educador é propiciar um diálogo no qual o limite dessa aceitação seja tão
amplo que possa envolver inúmeras culturas num projeto comum, como um desejo básico de convivên-
cia, que é o nosso âmbito de liberdade e a nossa referência para agir com responsabilidade social.
Contudo, a simples inclusão das linguagens artísticas no currículo não garantirá um incremento nos modos de
expressão, a não ser que a manipulação delas por parte de alunos e professores represente oportunidade
efetiva de desenvolvimento do potencial do educando, destacando-se a vivência da linguagem e a dimensão
criadora, que em si integra os aspectos cognitivo, afetivo e social (Santos, 1994, p. 9).
SOM
(Conceito Fundamental)
PARÂMETROS DO SOM
TEMAS GERADORES
MÓDULOS TEMÁTICOS
COMPETÊNCIAS
A organização desses parâmetros resulta em uma forma, diferente em cada tempo, espaço e contex-
to cultural. Entretanto, é possível observar que, embora as estruturas rítmicas, melódicas, harmônicas e
tímbricas sejam características de cada cultura, alguns elementos podem ser identificados como estando
presentes em todos os contextos culturais, quais sejam, a repetição, a variação e o contraste.
Destacamos, então, na forma:
– elementos estruturais: motivo, frase, seção, período e tema;
– formas de organização: rítmicas e métricas, melódicas, harmônicas, texturais e tímbricas, e tempo-
rais (andamento);
– formas-padrão: binária, ternária, rondó, sonata, entre outras.
Vale lembrar que os itens acima descritos referem-se basicamente à música européia ou estruturada
à sua maneira. Embora tenhamos por princípio o trabalho com a maior diversidade possível de manifesta-
ções musicais, toda a nossa música e a música trazida por nossos alunos está impregnada de tonalismo
ou de modalismo e, como tal, sujeita à construção formal a partir de tais itens.
2.4 Competências
Finalmente, no círculo 4 estão as competências específicas da disciplina. Embora já tenham sido
esmiuçadas nos itens anteriores, seguem-se alguns exemplos escolhidos dentre aquelas competências
que pudessem ser efetivamente alcançadas ao longo do trabalho com qualquer um dos conceitos-chave
e em qualquer um dos módulos temáticos. São elas:
• compor em resposta a uma variedade de estímulos;
• explorar o registro das diversas fontes sonoras;
• comunicar idéias pelo uso do som;
• ouvir, executar e apreciar músicas de diferentes sociedades, épocas e lugares, aplicando seu co-
nhecimento em seu próprio trabalho e desenvolvendo seu entendimento e compreensão acerca dessas
manifestações musicais;
• mostrar-se sensível a performances “ao vivo” e gravadas, inclusive a sua própria, avaliando-as de
acordo com critérios musicais adequados ao seu nível;
• cantar e tocar em conjunto e individualmente;
• desenvolver a percepção e a consciência de público/audiência;
• dominar a técnica de emissão de sons pela voz e por instrumentos, temperados ou não, em nível
adequado ao seu desenvolvimento cognitivo e emocional;
• criar novas estruturas sonoras a partir da vivência de formas musicais características de diversos
ambientes, épocas e países;
• compreender os caminhos seguidos pela música no mundo;
• perceber manifestações de ritmo e som presentes no corpo e no ambiente, contextualizando-as;
• expressar-se com o movimento do corpo a partir de manifestações sonoras percebidas e/ou
produzidas;
• reproduzir estruturas musicais pertencentes à expressão musical da comunidade e de outras cultu-
ras e épocas;
• perceber a relação som/silêncio;
• criar pequenas estruturas melódicas e rítmicas fazendo uso da voz e/ou de instrumentos a partir de
diferentes estímulos;
• compreender que os conceitos musicais podem ser grafados por meio de símbolos que os identifi-
quem;
• decodificar os principais signos da grafia musical tradicional;
• criar símbolos gráficos alternativos à notação tradicional e que representem as organizações sono-
ras vivenciadas;
• investigar e experimentar todo e qualquer fenômeno sonoro livremente, como fonte potencial de
criação musical.
A Educação Física deve ser entendida em seu caráter mais amplo, como resultado de um conjunto de práticas
corporais que o ser humano construiu ao longo da história. É, portanto, a Educação Física a disciplina curricular
que tem como objeto de estudo a cultura corporal do movimento, resultado de conhecimentos socialmente
produzidos e historicamente acumulados pela humanidade, que necessitam ser retraçados e transmitidos para
os alunos nas escolas (Metodologia do ensino da educação física, 1993).
Nesse sentido, a Educação Física tem como objetivo geral desenvolver uma reflexão pedagógica
sobre o acervo de formas de representação do mundo que a humanidade tem produzido no decorrer da
história, exteriorizadas pela expressão corporal: jogos, danças, lutas, exercícios ginásticos, esporte, mala-
barismo, contorcionismo, mímica e toda forma de representação de realidades de movimentos simbólicos
vividas pelo ser humano, historicamente criadas e culturalmente desenvolvidas. Nesta proposta respeita-
se o aluno como um ser integral, trazendo consigo uma bagagem cultural cognitivo-corporal.
Desta forma, tal reflexão envolve um conjunto de análises de vários campos do conhecimento (bioló-
gicos, antropológicos, históricos, físicos, sociológicos) sobre esses conteúdos construídos ao longo do
tempo. Nossas considerações estão de acordo com as orientações que compõem os Parâmetros
curriculares nacionais (PCNs), já que, considerando a Educação Física, não podemos restringir “o concei-
to de corpo e movimento aos seus aspectos fisiológicos, deixando de considerar toda a complexidade
que deriva da produção da cultura corporal brasileira (...). Trata-se então de (...) evoluir de uma Cultura do
Físico para uma Cultura Corporal” (Brasil, 1998a, p. 5).
Como ainda considera o documento, no conjunto de práticas corporais historicamente construídas
pela humanidade (jogos, ginásticas, esportes, danças e lutas), trata-se de
localizar, em cada uma dessas práticas, os seus benefícios fisiológicos e suas possibilidades de utilização como
instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura. A partir disso, a Educação Física Escolar pode siste-
matizar procedimentos de ensino e aprendizagem que garantam aos alunos o acesso prático e conceitual
desses conhecimentos, e a primeira providência necessária para que isso ocorra é mudar a ênfase na aptidão
física, no rendimento e no simples “fazer por fazer”, que caracterizava a Educação Física Tradicional, para uma
ênfase mais abrangente, que contemple todas as dimensões envolvidas em cada prática corporal (Coletivo de
autores, 1993, p. 5-6).
Diante desses conceitos e das demandas colocadas pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), com o ensino voltado para a prática social e o desenvolvimento pleno da cidadania, faz-
se necessário reformular o Plano Geral de Ensino da Educação Física com vistas ao atendimento da
necessidade de transformação da sociedade.
A disciplina Educação Física no ensino fundamental e médio terá o paradigma da cultura corporal
como seu norte. Para que possamos atender a esse novo conceito, pautaremos o nosso trabalho de modo
a favorecer a formação do cidadão, a utilização prática e consciente do desempenho motor e aspectos
técnico-cognitivos assimilados.
O trabalho gradativo dessas linhas conceituais acima citadas nos levará a um educando com possibi-
lidades para um posicionamento crítico ante a realidade e os valores éticos e morais universalmente
aceitos.
1. Competências
A operacionalização desta diretriz levará o aluno a desempenhar na sociedade o que se pode enten-
der como cidadania plena. A execução destas ações, tratadas daqui por diante como habilidades, requer
do estudante uma série de conhecimentos fundamentais que propiciarão a base necessária à coerência
(...) a faculdade de mobilizar o conjunto de recursos cognitivos (saberes, capacidades, informações, etc.). Para
solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações (Perrenoud, 2000).
O referencial de competências deve ser instrumento permanente de trabalho da escola e do professor, sendo
entendido como linguagem comum e central do processo educativo e não como uma lista abstrata que precisa
estar presente no “plano de curso” e no “plano de aula”, mas não no cotidiano escolar. Ele deve ser o roteiro
permanente para se definir os problemas que serão propostos aos alunos e o parâmetro para a avaliação do
processo pedagógico, pelo desempenho do aluno e pela análise do trabalho (Berger Filho, 1998).
Parece claro que os objetivos gerais da Educação Física não mais se restringirão ao movimento,
sendo, porém, alcançados por meio do movimento, que permitirá ao aluno compreender como o corpo
“trabalha” para executar; que permitirá ao aluno entender sua construção, dentro de determinado contex-
to socioeconômico-cultural; qual a sua história que demonstrará os momentos de várias sociedades,
desde as mais primitivas até as mais desenvolvidas.
É evidente que esta mudança, para não ser pretensioso e chamar de evolução, requer que educado-
res modifiquem, primeiro conceitualmente, suas práxis. A prática pedagógica elaborada, construída e
solidificada sob um outro paradigma, necessita ser profundamente reformulada. É preciso, antes de mais
nada, que haja a vontade, vontade de mudar o interior, para, em seguida, mudar o exterior. Dessa maneira,
possibilitaremos aos alunos uma verdadeira oportunidade de intervir na construção de uma sociedade
mais coletiva, menos egoísta e onde o respeito permeie todas as relações. Acreditamos que a retomada
destes valores seja a chance que temos de recompor nossa sociedade.
A Educação Física é obrigatória em todas as séries, exceto no terceiro turno, conforme reza a LDB.
1.6.2 Avaliação
Considerando os aspectos característicos e peculiaridades da Educação Física, foi necessário que
esse Departamento apresentasse uma proposta de adequação para a Diretriz de Ensino nº 2/2001. Tal
proposta, que atribuiu novos porcentuais quantitativos às provas escritas, aumenta e justifica o leque de
instrumentos e mecanismos para avaliação.
A avaliação do processo de ensino e aprendizagem está em consonância com as Portarias nº 605 e
nº 606, de 30 de março de 2001, da Direção-Geral do Colégio Pedro II, as quais criam as Diretrizes de
Ensino nº 1/2001 e nº 2/2001, respectivamente.
Observação geral: a Educação Física é obrigatória em todas as séries.
De acordo com o que está descrito na Diretriz de Ensino nº 6, no item 2, Da Avaliação do Aproveita-
mento, “a avaliação do aproveitamento será feita de acordo com as características da disciplina...”, e será
efetivada mediante provas práticas, em todas as séries do ensino médio, uma vez que esta disciplina tem
como característica específica o desenvolvimento do domínio motor.
É necessário ressaltar que, mesmo com um instrumento de avaliação essencialmente prático, o aluno
é avaliado de modo global, pois os domínios cognitivo e afetivo estão presentes em qualquer atividade
motora. Por exemplo: para executar um movimento, o aluno, antes de tudo, deve identificar e compreen-
der as várias etapas necessárias à sua execução. Após este processo de compreensão, também é neces-
sário que o aluno supere alguma(s) dificuldade(s) interna(s)/externa(s), ajustando-se a situações de êxito
e fracasso.
Diante do que foi exemplificado, não podemos reduzir a avaliação em Educação Física à prova escri-
ta, pois esta prova não dará conta das nuanças aqui descritas.
• Procedimento
As avaliações serão aplicadas pelos professores regentes utilizando-se dos diversos instrumentos
coerentes com os conteúdos ministrados correspondentes ao trimestre em foco.
Nortearão a avaliação do processo ensino-aprendizagem os blocos abaixo definidos:
• Formação do cidadão
Observação do uso crítico de conhecimentos e experiências adquiridos, percebendo-os como recur-
sos válidos para a formação de sua cidadania e estruturação da auto-estima, preparando-se para interagir
no seu meio, com autonomia, pela participação, cooperação, respeito coletivo, sem discriminação, dentro
de um contexto social.
• Observações:
– Para os alunos dispensados por qualquer motivo, serão criados mecanismos específicos de avalia-
ção coerentes com as suas condições e consonante na filosofia da proposta.
– É de única responsabilidade do aluno dispensado tomar ciência dos temas e do calendário das
avaliações trimestrais.
Bibliografia
BERGER FILHO, Ruy Leite. Comunicação verbal. Pelotas, 1998. Trabalho apresentado no V Congresso de
Educação Tecnológica dos Países do Mercosul.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília, 1999.
COMISSÃO DE REFORMULAÇÃO DO PGE. Reformulação do Plano Geral de Ensino de Educação Física
do Colégio Pedro II. Rio de Janeiro: Colégio Pedro II/Departamento de Educação Física e Folclore,
1998.
METODOLOGIA do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1993.
PERRENOUD, Philippe. A arte de construir competências. Revista Nova Escola, São Paulo, v. 15, n. 135, p.
12-21, set. 2000.
Quem hoje em dia lida com Matemática, seja professor ou aluno, já ouviu frases do tipo “a Matemática
do meu tempo era diferente”, ou “não aprendi nada disso”.
E é de certa forma um alívio que isso aconteça. Significa que a Matemática está “viva”, adequando-se
às mudanças tecnológicas e demandas do mercado de trabalho.
Questões que são lugar comum em qualquer conversa sobre a educação atual, como
interdisciplinaridade e contextualização, não eram sequer mencionadas há cerca de dez ou 15 anos. Já
era reconhecida, no entanto, a necessidade da mudança. Tanto é que nosso ilustre Jairo Bezerra afirmava,
no ano de 1995: “É inconcebível que vocês ensinem a mesma Matemática que eu ensinava há cinqüenta
anos”.
E por que mudar? Apenas para acompanhar os avanços tecnológicos? Se fosse assim, bastaria fazer
livros coloridos, com melhor resolução gráfica, e nada mais. A verdade é que essa necessidade de mu-
dança veio de dentro da sala de aula. A forma de ensinar Matemática não estava trazendo bons resulta-
dos: professores frustrados e alunos ainda mais. O bom desempenho estava se tornando meta inatingível
e essa ciência, tão presente em nossa vida, dela se distanciava cada vez mais em sala.
É importante frisar que não se trata de aprender “mais” Matemática, e sim de aprender de outra
forma. A proposta apresentada aqui não é melhor nem pior do que aquelas de décadas passadas. É
apenas diferente.
Não é uma moda que traz conteúdos novos ou um método utópico, que jamais poderia ser aplicado
em nossa sala de aula. É simplesmente o retorno de algo que parece havíamos deixado de lado: o bom
senso.
É uma nova forma de encarar a Matemática. Contextualizada, interativa, vibrante, em sintonia com a
vida do estudante e o conhecimento que ele já possui. É um ensino que dá espaço ao aluno para partici-
par e transpor o conteúdo para o seu dia-a-dia, fazendo que ele se torne “íntimo” da matéria, criando
afinidades com ela. Dessa “intimidade” vem a curiosidade de aprender mais e o gosto pelo estudo.
Essa abordagem, por si mesma, já faz acontecer a interdisciplinaridade tal como ela deve ser: natural,
sem artifícios que a façam surgir. Interdisciplinar de fato é aquela aula em que o professor, ao planejar,
percebe que pode abordar temas de outras disciplinas sem perder de vista seus objetivos em relação ao
conteúdo. É uma aula agradável, “leve”, na qual todos colaboram e trazem informações.
É claro que, dependendo do tema que irá abordar, é necessário que o professor tenha noção do
quanto o aluno já sabe sobre esse tema (ou mesmo se ele já o estudou). Tal noção pode vir, então, de um
trabalho interdisciplinar mais profundo, realizado pelo grupo de professores da série ou de toda a escola.
Também a contextualização é indispensável, tanto nas aulas quanto nos exercícios a serem resolvi-
dos e cobrados. Cabe, aqui, um cuidado: se a maioria dos alunos não tem, por exemplo, acesso à Internet,
propor um problema que envolva as senhas utilizadas para o acesso à rede não fará parte de sua realida-
de, e logo, para eles, não estará contextualizado. Por outro lado, a preocupação crescente com ética,
meio ambiente, saúde, trabalho e pluralidade cultural faz desses assuntos temas obrigatórios em sala de
aula.
Essa contextualização, antes considerada secundária e difícil de ser colocada em prática, agora é
vista como essencial ao bom desempenho em Matemática. Se o aluno percebe um motivo concreto pelo
qual ele deve estudar determinado assunto, com certeza seu interesse em aprendê-lo aumentará.
Nesse aspecto, é particularmente importante a resolução de problemas.
Estamos acostumados a ensinar sobre problemas que têm uma forma de resolução padrão e apenas
uma resposta.
Mas isso não é o que acontece em nossa vida, na maioria das vezes. Somos levados, todos os dias,
a reavaliar situações, para saber se podemos agir ou não da mesma forma que agimos anteriormente.
Deparamo-nos também com problemas que possuem mais de uma solução, ou que não têm solução
alguma.
Por que, então, não preparar nosso aluno, na medida do possível, para o que ele irá encontrar em sua
vida? Por que não acostumá-lo a diferentes maneiras de resolver um mesmo problema? Ou problemas
que têm mais de uma solução? Ou, eventualmente, problemas que não possuam solução?
E, o mais importante (e mais difícil, também), habituá-lo a problemas cuja resolução não seja padro-
nizada (a “receita de bolo”). Ao deparar-se com questões em que tem que analisar e descobrir o melhor
Fundamentos pedagógicos
Tudo o que aqui está escrito talvez não seja novidade para alguns. Nada nessa proposta é utópico ou
impraticável. Tomamos como fundamentos nossas próprias experiências de sala de aula, reflexões com
alunos e colegas e como material mais consistente os Parâmetros curriculares nacionais (PCNs) de Mate-
mática para o terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental (5ª a 8ª série).
Sobre “Matemática e os temas transversais”, recomendamos a leitura dos referidos Parâmetros, pági-
nas 28 a 35.
Ainda nessa mesma referência, sobre a importância da resolução de problemas, julgamos imprescin-
dível transcrever o texto encontrado à página 40:
Também foi de extrema importância para nós a “Síntese dos princípios norteadores”, à página 56:
Os Parâmetros Curriculares Nacionais para a área de Matemática no ensino fundamental estão pautados por
princípios decorrentes de estudos, pesquisas, práticas e debates desenvolvidos nos últimos anos, cujo objetivo
principal é o de adequar o trabalho escolar a uma nova realidade, marcada pela crescente presença dessa área
do conhecimento em diversos campos da atividade humana. São eles:
• a Matemática é importante na medida em que a sociedade necessita e se utiliza, cada vez mais, de conheci-
mentos científicos e recursos tecnológicos, que, por sua vez, são essenciais para a inserção das pessoas como
cidadãos no mundo do trabalho, da cultura e das relações sociais;
• a Matemática pode e deve estar ao alcance de todos, e a garantia de sua aprendizagem deve ser meta
prioritária do trabalho docente;
• a atividade matemática escolar não é “olhar para coisas prontas e definitivas”, mas a construção e a apropri-
ação de um conhecimento pelo aluno, que se servirá dele para compreender e transformar sua realidade;
• o ensino de Matemática deve garantir o desenvolvimento de capacidades como: observação, estabelecimen-
to de relações, comunicação (diferentes linguagens), argumentação e validação de processos e o estímulo às
formas de raciocínio, como intuição, indução, dedução, analogia, estimativa;
• o ensino-aprendizagem de Matemática tem como ponto de partida a resolução de problemas;
• no ensino da Matemática, destacam-se dois aspectos básicos: um consiste em relacionar observações do
mundo real com representações (esquemas, tabelas, figuras, escritas numéricas); outro consiste em relacionar
essas representações com princípios e conceitos matemáticos. Nesse processo, a comunicação tem grande
importância e deve ser estimulada, levando-se o aluno a “falar” e a “escrever” sobre Matemática, a trabalhar
com representações gráficas, desenhos, construções, a aprender como organizar e tratar dados;
• a aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à atribuição e apreensão de significado;
apreender o significado de um objeto ou acontecimento pressupõe identificar suas relações com outros objetos
e acontecimentos. Assim, o tratamento dos conteúdos em compartimentos estanques e numa rígida sucessão
linear deve dar lugar a uma abordagem em que as conexões sejam favorecidas e destacadas. O significado da
Matemática para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e as demais áreas, entre ela e os
Temas Transversais, entre ela e o cotidiano, e das conexões que ele estabelece entre os diferentes temas mate-
máticos;
• a seleção e organização de conteúdos deve levar em conta sua relevância social e sua contribuição para o
desenvolvimento intelectual do aluno e não deve ter como critério apenas a lógica interna da Matemática;
• o conhecimento matemático é historicamente construído e, portanto, está em permanente evolução. Assim, o
ensino de Matemática precisa incorporar essa perspectiva, possibilitando ao aluno reconhecer as contribuições
que ela oferece para compreender as informações e posicionar-se criticamente diante delas;
• recursos didáticos como livros, vídeos, televisão, rádio, calculadoras, computadores, jogos e outros materiais
têm um papel importante no processo de ensino e aprendizagem. Contudo, eles precisam estar integrados a
situações que levem ao exercício da análise e da reflexão;
• a avaliação é parte do processo de ensino e aprendizagem. Ela incide sobre uma grande variedade de aspectos
relativos ao desempenho dos alunos, como aquisição de conceitos, domínio de procedimentos e desenvolvimen-
to de atitudes. Mas também devem ser avaliados aspectos como seleção e dimensionamento dos conteúdos,
práticas pedagógicas, condições em que se processam o trabalho escolar e as próprias formas de avaliação.
As características principais do processo de ensino-aprendizagem desse ciclo estão muito bem des-
critas à página 61 dos PCNs de Matemática:
Novamente, vamos nos remeter aos PCNs de Matemática. À página 80, encontramos os seguintes
parágrafos sobre o processo de ensino e aprendizagem nesse ciclo:
A perspectiva de ingresso na juventude, além de expectativas quanto ao futuro, traz para os alunos do 4º ciclo
novas experiências e necessidades. Nessa fase, o conhecimento do mundo e as experiências de vida aconte-
cem no círculo do grupo, fora da tutela dos pais. Isso faz com que esses jovens ampliem suas percepções e
tornem-se mais independentes e autônomos diante de certas vivências: administrar as próprias economias, seja
a mesada ou o salário, decidir sobre a prioridade de gastos, adquirir coisas das quais necessitam, transitar
sozinhos por novos espaços e lidar com novos referenciais de localização, ter consciência e participar das
decisões sobre o orçamento familiar. Mesmo as atividades de lazer, como organizar comemorações, participar
de grupos de música, de esportes, etc., exigem planejamento, previsão e capacidade para gerenciar as própri-
as ações.
Essas novas vivências e situações colocam em jogo os conhecimentos matemáticos, evidenciando para os
alunos sua importância e significado e fazendo com que se sintam mais competentes ante esse conhecimento.
Em síntese, é preciso fazer uso de todas essas situações para mostrar aos alunos que a Matemática é parte do
saber científico e que tem um papel central na cultura moderna, como também para mostrar que algum conhe-
cimento básico da natureza dessa área e uma certa familiaridade com suas idéias-chave são requisitos para ter
acesso a outros conhecimentos, em especial à literatura científica e tecnológica.
Nestes ciclos, o ensino de Matemática, tomando como eixo metodológico a resolução de problemas,
deve visar à aquisição, pelos alunos, das competências relacionadas no quadro abaixo. Optamos por
organizar este quadro em conformidade com o modelo proposto nos PCNs, onde encontramos uma
distribuição das competências por diferentes campos do saber matemático. Entendemos, contudo, que
esta forma de organização é apenas uma entre tantas outras possíveis e que a aparente separação das
competências por diferentes campos do saber matemático, na prática de sala de aula, não existe.
1. Competências
Cada ciência em particular possui um código intrínseco, uma lógica interna, métodos próprios de
investigação que se expressam nas teorias, nos modelos construídos para interpretar os fenômenos os
quais se propõe explicar.
A ciência é uma especialização, um refinamento do conhecimento comum a todos os campos.
O rigor científico próprio das ciências é uma capacidade de especificação do conhecimento.
Consideramos, no currículo escolar, o aprendizado dos conceitos científicos como um processo de
aquisição de uma nova forma de pensar que vem contribuir com o senso comum completando-o ou indo
de encontro a ele, segundo a situação (Vygotsky, 1984; Perrenoud, 1995). Em ciência, como no senso
comum, existe uma relação entre observar com clareza e dizer com clareza. Fazer ciência é um aprendi-
zado que consiste na manutenção e modificação de capacidades possuídas pelo aprendiz.
Apropriar-se de códigos, conceitos e métodos relacionados com a ciência representa ampliação das
possibilidades de compreensão do mundo e participação efetiva nesse mundo.
Qualquer que seja o caminho escolhido para se desvelar a dinâmica escolar, é fundamental que ora o
educando possa se perceber como investigador ora como construtor do conhecimento. Educando/edu-
cador devem ser entendidos como agentes/pesquisadores de uma realidade que ainda é encoberta e
está sempre passível de ser revisitada.
Os objetivos podem ser agrupados por categorias de competências, de valores, atitudes, habilidades
que garantam a expressão do raciocínio e que seja preocupação de todos os envolvidos no processo
educacional, possibilitando ao educando construir sua identidade/cidadania.
Nesta proposta, pretendemos uma organização curricular que permita a flexibilidade dos programas
dentro de princípios políticos, éticos e estéticos, um currículo planejado de forma interativa, explícito e
aberto que busque o gradativo aprofundamento do conteúdo e que ofereça ao professor a oportunidade
de avaliar os alunos segundo seu desenvolvimento por meio de atividades diversas. Acreditamos estar
acordes com as propostas da área, integrando os conteúdos das séries ou ciclos dentro de uma compre-
ensão crítica e dinâmica do conhecimento científico, contrapondo a simples listagem e apresentação dos
conhecimentos específicos. Assim, julgamos que poderemos romper com a fragmentação e
compartimentalização dos conteúdos.
O Colégio Pedro II precisa participar do processo de mudança, dele não podendo omitir ou mesmo deixar de
liderar a busca de novas práticas ou de criar novas metodologias... A nova Lei abre aos educadores e planejadores
da educação brasileira um horizonte amplo de criar. O seu êxito só estará assegurado se houver criatividade e
ousadia em experimentar (Choeri, 1998).
(...) e proporcionar condições à realização de um trabalho de qualidade buscando contribuir para uma transfor-
mação social através da formação de um cidadão crítico capaz de absorver os desafios dos novos tempos
(Ramos, 1999).
Partindo da noção de que é o aluno quem constrói seu próprio conhecimento e que, para fazê-lo,
utiliza os sistemas de significação que construiu previamente, temos que reconhecer ser mais importante
permitir que construa conceitos em um processo de transformação conceitual no lugar de expor os estu-
dantes a condições onde o saber não está acessível a eles. De acordo com os princípios explicitados nos
Fundamentos do projeto político-pedagógico do Colégio Pedro II, que nos propõe a construção de um
currículo por competências, cabe-nos definir quais são as competências fundamentais para definir os
• o reconhecimento das características do estado inicial e do estado final, que permitem detectar que alguma
transformação foi produzida;
• a identificação das condições de reação que levam ou favorecem a obtenção de alguns produtos em lugar de
outros (temperatura, tempo, pressão, tamanho das partículas reagentes, estado de acréscimo dos reativos,
etc.);
• a distinção entre aquelas transformações de natureza física (nas quais não mudam as substâncias nem os átomos)
e as transformações químicas (nas quais as substâncias mudam, embora os átomos sejam conservados).
1. Competências
A seguir, serão apresentadas sugestões de situações de ensino-aprendizagem em que, no final do
ensino fundamental, os alunos terão desenvolvido as seguintes competências:
• reconhecer que a humanidade sempre se envolveu com o conhecimento da natureza e que a Ciên-
cia, uma forma de desenvolver este conhecimento, relaciona-se com outras atividades humanas;
• valorizar a disseminação de informações socialmente relevantes aos membros da sua comunidade;
• compreender a natureza como um todo dinâmico que guarda relações entre si e o ser humano, em
sociedade, como agente de transformação do mundo em que vive, em relação essencial com os demais
seres vivos e outros componentes do ambiente;
• compreender a Ciência como uma atividade humana onde se dá um processo de produção de
conhecimentos dentro de um contexto histórico associada a aspectos de ordem social, econômica, polí-
tica, e cultural;
• ser capaz de perceber a existência de relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia
e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e compreender a tecnologia como
meio para suprir necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas
científico-tecnológicas;
2. Competências e conteúdos
2.1 Terceiro Ciclo
2.1.1 Competências
• Compreender a história evolutiva dos seres vivos relacionando a história dos seres vivos com os
processos de formação do planeta;
• valorizar a vida em sua diversidade e a conservação dos ambientes;
• elaborar, individualmente e em grupo, relatos orais e outras formas de registros acerca do tema em
estudo, considerando informações obtidas por meio de observação, experimentação, textos ou outras
fontes;
• confrontar as diferentes explicações individuais e coletivas, inclusive as de caráter histórico, para
reelaborar suas idéias e interpretações;
• elaborar perguntas e hipóteses, selecionando e organizando dados e idéias para resolver problemas;
• caracterizar as condições e a diversidade de vida no planeta Terra em diferentes espaços, particu-
larmente nos ecossistemas brasileiros;
• interpretar situações de equilíbrio e desequilíbrio ambiental relacionando informações sobre a inter-
ferência do ser humano e a dinâmica das cadeias alimentares;
• identificar diferentes tecnologias que permitem as transformações de matérias e de energia neces-
sárias a atividades humanas essenciais hoje e no passado;
• compreender a importância das três esferas terrestres na disponibilização de recursos para os
seres vivos, incluindo o homem, considerando-se o relevo da interdependência e manutenção do equilí-
brio entre elas;
• organizar informações sobre doenças endêmicas no Brasil e como preveni-las;
• investigar e interpretar a importância dos fósseis na história da vida na Terra.
2.2.2 Conteúdos
2.2.2.1 Terra e ambiente
Nesse eixo temático, a observação direta e a compreensão dos fenômenos devem continuar enfocando
os temas de trabalho, sendo desejável uma orientação ao estudante de forma qualitativa e quantitativa,
proporcionando o desenvolvimento das suas capacidades. Os conteúdos a serem abrangidos:
• identificação da atração gravitacional da Terra como a força que mantém pessoas, objetos presos
ao solo, que os faz cair ou que mantém um astro em órbita da Terra;
• identificação da estrutura da matéria, suas associações, considerando suas descobertas historica-
mente;
• compreensão da importância do método científico e grupo de controles, reconhecendo sua utiliza-
ção na ciência, tecnologia e sociedade;
• identificação das características gerais de algumas substâncias presentes no meio ambiente relaci-
onando-as com certas reações químicas em processos experimentais ou do cotidiano, ressaltando a
diferenciação deles, como, por exemplo: a preparação de um soro caseiro, cozimento de alimentos, etc.;
• caracterização e propriedades das misturas e diferentes processos físicos e biológicos de separa-
ção de misturas.
2.2.3 Conexões
Os currículos de Ciências devem incluir a análise das conseqüências sociais e culturais do desenvol-
vimento científico e tecnológico, proporcionando o estabelecimento das relações entre desenvolvimento,
progresso social e melhoria da qualidade de vida.
Também devem incluir a promoção de situações de ensino-aprendizagem nas quais os estudantes se
preparem para usar esses conhecimentos e atitudes na vida prática.
A análise das conseqüências sociais e culturais do desenvolvimento científico e tecnológico por parte
dos alunos, no entanto, somente se dará quando isto se constituir um ponto de reflexão crítica significativo
para a vida deles. As situações de ensino-aprendizagem que hoje se concretizam nas escolas mantêm os
alunos numa fase de conscientização que, segundo Paulo Freire, consiste numa fase predominantemente
ingênua, a consciência transitiva que se caracteriza pela simplicidade na interpretação dos problemas,
pela tendência a julgar que o tempo melhor foi o tempo passado, pela transferência da responsabilidade
e da autoridade, em vez de sua delegação.
A superação dessa fase, no entanto, é possível, desde que sejam desafiados a atuar. Quanto mais
refletirem de maneira crítica sobre sua existência e mais atuarem sobre ela, mais conscientes serão. Como
diz Freire (1980), “Os homens enquanto ‘seres-em-situação’ encontram-se submersos em condições es-
paço-temporais que influem neles e nas quais eles igualmente influem”.
O estudo e o conhecimento das diferentes invenções e inventores fornecem uma boa oportunidade
para o estudo do avanço científico e tecnológico. A invenção é também conseqüência do estágio de
desenvolvimento científico e tecnológico de sua época, e sua aplicabilidade é condicionada às condições
gerais da sociedade na qual ocorre.
Assim, por exemplo, as invenções hidráulicas de Heron da Alexandria, no período helenístico, não
provocaram nenhuma revolução tecnológica ou no modo de produção, enquanto a máquina a vapor de
James Watts, surgida em outra época e outras condições, desempenhou papel crucial no desenvolvimen-
to da Revolução Industrial, na expansão do Capitalismo e no progresso geral da Ciência e Tecnologia.
A proposta de trabalho com a história das invenções e com a biografia dos inventores visa justamente
entender o processo inventivo em sua inserção social e cultural, bem como seu significado geral no
processo de desenvolvimento científico e tecnológico e seus desdobramentos até os dias atuais.
É possível utilizar-se de história da Ciência e da Tecnologia como instrumento e associá-la a algum
evento histórico importante que possa ensinar ao aluno tais assuntos de maneira dinâmica e interessante,
principalmente os ligados à astronomia e à trigonometria na Matemática. O descobrimento do Brasil e o
pau-brasil (pigmentos para tintura) são temas que oferecem conexões com a História e a Química (cores,
corantes naturais e artificiais). A flora e fauna brasileiras, pelos relatos dos primeiros visitantes e estudio-
sos europeus, abrem perspectivas para o estudo da diversidade biológica e para o problema do
desmatamento e da perda da biodiversidade verificados em nossos dias.
Além disso, outras disciplinas/áreas também podem servir para conexão. Uma dramatização ou quais-
quer das diversas formas de expressão artística podem ser uma maneira lúdica e muito divertida de se
avaliar os conhecimentos sobre os fenômenos da vida.
Por meio do conhecimento da evolução do método científico na história, o aluno poderá entender a
utilidade e praticidade de alguns procedimentos atuais. Por exemplo, o tema da classificação em Biologia:
ao estudar a história da classificação de animais e plantas desde os tempos antigos (em especial Aristóteles)
e as dificuldades e limitações de tal classificação até o sistema classificatório desenvolvido por Lineu no
século 18, utilizado até nossos dias, poderá o aluno entender a necessidade de uma classificação univer-
sal, simples, flexível e funcional, não só dos animais e plantas, mas também a aplicação de princípios e
critérios semelhantes em outros setores científico-tecnológicos e também cotidianos.
As sugestões de trabalho aqui apresentadas são apenas idéias gerais para discussão. Essencial é
formalizar propostas mais concretas com programação curricular detalhada e com material didático pro-
duzido e adequado ao ensino.
Conclusão
Esta proposta pretende coordenar o que se entende por ciência/fazer ciência/pensamento científico
com uma estrutura pedagógica explicitada por um currículo que busca uma abordagem sociointeracionista
que se estabelece sobre competências, valores, atitudes, ética e cidadania. As novas informações devem
A educação para o Terceiro Milênio deve ser aquela capaz de não uniformizar o modo de pensar, mas de fazer
do questionamento, da criatividade e da autonomia a fórmula para que um novo homem seja inventado... Não
um simples do já-feito e já vivido... mas um ser que traga em germe a expressão de um dinamismo voluntário e
lúcido, enfim, alguém que construa enquanto homem e assuma habitar historicamente seu espaço, lembrando
que habitar significa deixar vestígios (Araújo, 1995).
Bibliografia
AMABIS, J. M.; MARTHO, G. Biologia. São Paulo: Moderna, 1999.
ARAÚJO, Marlise Alves Vieira de. Novas estratégias para o ensino de Ciências. Rio de Janeiro: Colégio
Pedro II, 1995. Mimeografado.
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é; como se faz. São Paulo: Sabiá, 1999.
BERGER FILHO, Ruy Leite. Eixos estruturadores do Enem e da Reforma do Ensino Médio. Brasília: Inep,
1999. Mimeografado. Trabalho apresentado no 1º Seminário do Exame Nacional do Ensino Médio.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Parecer nº 15. Diretrizes curriculares nacionais para o ensino
médio. Relatora: Guiomar Namo de Mello. Brasília, 1998. Disponível em: <http://www.mec.gov.br/
cne/ftp/PCB/PCB1598.doc>.
BRASIL. Lei nº 9.394, 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da
União, Brasília, 23 dez. 1996. p. 27833. col.1.
CADE, Selem. Proposta curricular de Ciências e Biologia. Rio de Janeiro: Departamento de Ciências e
Biologia, Colégio Pedro II, 1999. Mimeografado.
CAPRA, F. A teia da vida. São Paulo: Cultrix, 1996.
CARVALHO, A. M. P.; GIL-PÉREZ, D. Formação de professores de Ciências: tendências e inovações. São
Paulo: Cortez, 1995. Mimeografado. (Coleção Questões de nossa época, v. 16).
CARVALHO, Francisco Moreno. Ensino e aprendizagem em História da Ciência e da Tecnologia para o
ensino médio e profissional. Brasília, 1996. Mimeografado.
CHOERI, Wilson. O ensino médio no Colégio Pedro II. Rio de Janeiro: Colégio Pedro II, 1998. Mimeografado.
COLL, Cesar. Psicologia e currículo. São Paulo: Cortez, 1995.
1. Competências
• Desenvolver a criatividade na elaboração de formas e idéias, a partir do aprimoramento da capaci-
dade de percepção e acuidade visual, estabelecendo conexões com os diversos códigos e símbolos
gráficos;
• iniciar a prática e a habilidade no uso do instrumento adequado ao desenvolvimento do traçado das
construções geométricas, criando hábito de boa apresentação e organização dos trabalhos;
• reconhecer os símbolos e representações gráficas como linguagem universalizante das formas
naturais e culturais;
• identificar e correlacionar os aspectos qualitativos das formas geométricas a partir da observação
de suas propriedades;
• traduzir graficamente situações-problema e resolvê-las, selecionando estratégias e hipóteses pela
intuição, conceitos e propriedades;
• desenvolver o raciocínio lógico-espacial a partir da organização dos espaços 2D e 3D, utilizando os
recursos técnicos, inclusive com as novas tecnologias;
• desenvolver a capacidade de construir conhecimentos geométricos, estimulando a autoconfiança e
a perseverança na busca de soluções de problemas, inclusive os relacionados com o cotidiano;
2. Conteúdos
Bibliografia
Docente:
CASTILHO, Edgard. Apostilas.
CORREA PINTO, Nilda Helena. Desenho Geométrico. São Paulo: Moderna, 1995.
HOFFER, Alan R. Mathematics resource project: Geometry and visualization. Palo Alto: Creative, 1977.
OSTROWER, Fayga. Universo da arte. Rio de Janeiro: Campus, 1991.
Discente:
HERLING, André. Desenho e educação. artística.São Paulo: Ibep, 1982.
JORGE, Sonia. Desenho Geométrico, idéias e imagens. São Paulo: Saraiva, 1998.
LOPES, Elizabeth Teixeira. Desenho Geométrico. São Paulo: Scipione, 1999.
PENTEADO, José Arruda. Curso de Desenho. 3. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1967.
Apresentação
O trabalho que segue é o resultado de um processo que vem sendo desenvolvido pelo Departamento
de Geografia do Colégio Pedro II (CP II) desde 1998, num esforço de corrigir e reordenar os conteúdos
programáticos de nossa disciplina, conferindo-lhes maior adequação às mudanças recentes na conjuntu-
ra e na legislação atinente ao Ensino Fundamental no Brasil.
Ainda que tenha sido resultado de um processo de discussão coletiva, a condução do trabalho ficou
a cargo de um grupo de professores com dedicação exclusiva (DE), estando entre os projetos desenvol-
vidos por essa equipe. Aí reside o principal mérito dessa proposta: o de ser uma reflexão desenvolvida por
professores a partir do seu cotidiano de sala de aula, sendo, portanto, fruto de reflexões teóricas embasadas
na prática. O constante retorno ao colegiado do Departamento garantiu maior profundidade e abrangência
à discussão, o que não exime este projeto de estar sujeito a retificações e mudanças, visto que não o
entendemos como um trabalho acabado, mas como um momento importante de um processo contínuo.
Todo o trabalho foi estruturado tendo-se como premissa a idéia de competências e habilidades a
serem desenvolvidas pelos alunos nos níveis conceitual, procedimental e atitudinal, seguindo a sugestão
dos Parâmetros curriculares nacionais (PCNs).
Essa explicação não deve ser vista como mero formalismo, mas como princípio orientador de uma
visão específica da educação, em que esta não se resume unicamente na transmissão de conhecimentos
socialmente construídos, mas como um processo em que a preocupação central é a autoconstrução do
aluno enquanto indivíduo e cidadão. Indivíduo como resultado de uma construção ética e estética, e
cidadão como produto da construção cultural e política. Construção que só pode ser feita pelo próprio
aluno, estabelecendo modos de existência ou estilos de vida próprios; nesse sentido, o papel do profes-
sor seria o de orientar e conduzir o processo ensino-aprendizagem.
Nessa perspectiva, os conteúdos de Geografia serão instrumentais valiosos na criação de um ambi-
ente propício para a autoconstrução do aluno como indivíduo e como cidadão, uma vez que possibilita a
percepção das relações interindividuais e dos homens com seu espaço.
Considerações iniciais
Dentro do terceiro ciclo, no período correspondente à 5ª série, são introduzidos alguns conceitos
fundamentais de Geografia – espaço geográfico, paisagens, lugar, território, sítio e posição geográfica –
que irão sustentar os conhecimentos posteriores. São identificados diferentes níveis de organização do
espaço e diferentes formas dessa organização, especialmente o rural e o urbano. Todo o trabalho utiliza
imagens e representações gráficas produzidas pelos alunos, objetivando construir conceitos, em vez de
enunciar definições.
Trabalha-se, em seguida, com a alfabetização cartográfica, pela incorporação gradual do instrumen-
tal geográfico – orientação, localização no espaço e no tempo, construção e uso de mapas, leitura de
tabelas e gráficos –, construindo-se, assim, as condições para o desenvolvimento de estudos posteriores.
Posteriormente, são introduzidos os estudos da natureza, buscando-se a compreensão dos fenôme-
nos naturais, suas regularidades e, especialmente, os efeitos das interações entre o homem (em socieda-
de) e a natureza (como sistema).
No período correspondente à 6ª série, novos conceitos são introduzidos, além de serem aprofundados
os conceitos trabalhados na série anterior. Inicia-se pelo estudo das populações e ocupação dos espaços,
incorporando-se os conceitos ligados à dinâmica e à estrutura populacional.
Em seguida, é discutido o processo produtivo a partir do qual os homens utilizam os recursos da
natureza, enfatizando-se as crescentes transformações técnicas e a esgotabilidade dos recursos. São
apresentados, então, os conceitos ligados ao trabalho, recursos, produção e tecnologia. As formas de
organização dos espaços são diferenciadas a partir do uso de fatores de produção e dos níveis das forças
produtivas, com a constituição dos espaços rural e urbano. São abordadas a organização e as problemá-
ticas dos espaços rural e urbano, diferenciados, mas interligados.
Aspectos metodológicos
Alguns aspectos metodológicos devem ser observados pelos professores neste ciclo:
1.1 Competências
• Os novos conceitos
O aluno deve se familiarizar com as novas terminologias e categorias analíticas, tais como espaço,
paisagem, lugar e território, entendendo a importância que esses novos conceitos terão para o seu enten-
dimento dos lugares que conhece e dos que virá a conhecer.
O conceito de lugar, ao ser trabalhado, permite a inserção natural do cotidiano do aluno, com toda
carga de afetividade e de imaginário, possibilitando a construção do conceito de cidadania.
• Valorização da ciência
A valorização da ciência será útil tanto para a vida prática do aluno, enquanto ser pensante, quanto
para o seu reconhecimento da necessidade contínua de aprofundamento do conhecimento científico,
para o qual poderá contribuir.
1.4 Organização temática dos conceitos para o Terceiro Ciclo (5ª e 6ª séries)
5ª série 6ª série
2.4 Organização temática dos conceitos para o Quarto Ciclo (7ª e 8ª séries)
Bibliografia
BENJAMIM, Cesar et al. A opção brasileira. Rio de Janeiro: Contraponto, 1998.
CANO, Wilson. Reflexões sobre o Brasil e a nova (des)ordem internacional. Campinas: Ed. Unicamp, 1993.
CASTRO, Iná Elias de et al. Brasil: questões atuais da reorganização do território. São Paulo: Bertrand
Brasil, 1996.
CASTRO, Iná Elias de (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
GARDER, Jostein. O mundo de Sofia. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1995.
GONÇALVES. C. W. J. Os des(caminhos) do meio ambiente. São Paulo: Contexto, 1989.
GUATTARI, Félix. As três ecologias. Campinas: Papirus, 1990.
GUIBERMAN, M. Nacionalismos: o Estado nacional e o macronacionalismo no século XX. Rio de Janeiro:
Zahar, 1997.
HAESBAERT, Rogério (Org.). O globalizado e o fragmentado no mundo contemporâneo. Niterói: EdUFF,
1998.
HARWEY, David. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 1992.
HOSBAWN, Eric. Nações e nacionalismo de 1780. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
KURZ, R. O colapso da modernização. São Paulo: Paz e Terra, 1992.
LYOTARD, Jean-François. O pós-moderno. Rio de Janeiro: José Olympio, 1986.
MARTINE, George. O mito da expressão demográfica. Revista Ciência Hoje, São Paulo, n. 51, 1989.
MENDONÇA, F. Geografia e meio ambiente. São Paulo: Contexto, 1993.
Paradidáticos:
ARANTES, Antonio Augusto. O que é cultura popular. São Baulo: Brasiliense, 1983.
CORREIA, Roberto Lobato. O espaço urbano. São Paulo: Ática, 1978. (Série Princípios).
Coleções e Séries:
COLEÇÃO PRIMEIROS PASSOS. São Paulo: Editora Brasiliense.
SÉRIE REPENSANDO A GEOGRAFIA. São Paulo: Editora Contexto.
COLEÇÃO FAZER. Petrópolis: Editora Vozes.
1. Competências
• Reconhecer os elementos que constituem sua própria identidade e a do grupo, respeitando a
diversidade;
1
Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: História.
1.1 Objetivos
• Construir um instrumental conceitual que permita a identificação das semelhanças e diferenças
entre as sociedades no tempo e no espaço e de suas formas próprias de realização na História;
• reconhecer os elementos que constituem sua própria identidade e a do grupo;
• situar acontecimentos históricos e localizá-los em sua multiplicidade de tempos;
• reconhecer que o conhecimento histórico é parte de um conhecimento interdisciplinar;
• compreender que as histórias individuais são partes integrantes de histórias coletivas;
• valorizar o patrimônio sociocultural e respeitar a diversidade social, considerando critérios éticos;
• valorizar o direito de cidadania dos indivíduos, dos grupos e dos povos como condição de efetivo
fortalecimento da democracia, mantendo-se o respeito às diferenças e a luta contra as desigualdades;
• caracterizar e distinguir relações sociais da cultura com a natureza em diferentes realidades históricas;
• caracterizar e distinguir relações sociais de trabalho em diferentes realidades históricas;
• refletir sobre as transformações tecnológicas e as modificações que elas geram no modo de vida
das populações e nas relações de trabalho;
• localizar acontecimentos no tempo, dominando padrões de medida e noções para distingui-los por
critérios de anterioridade, posterioridade e simultaneidade;
• utilizar fontes históricas em suas pesquisas escolares.
2. Conteúdos
Conteúdos Conceitos
Conteúdos Conceitos
Conteúdos Conceitos
Conteúdos Conceitos
Bibliografia
ALBUQUERQUE, Manoel Maurício. Pequena história da formação social brasileira. Rio de Janeiro: Graal,
1984.
ANDERSON, Perry. As origens da pós-modernidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Os contornos de uma disciplina escolar: da história sagrada à
história profana. Revista Brasileira de História, São Paulo, n. 25/26, p. 193-221, 1993.
BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes; IOKOY, Zilda Marcia Gricoli (Org.). Educação na América Latina.
In: AMÉRICA, raízes e trajetória. São Paulo: Edusp, 1996.
BORGES, Vavy Pacheco. História e política: laços permanentes. Revista Brasileira de História, São Paulo,
n. 23/24, p. 7-18, 1992.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1974.
______. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares
nacionais: ensino médio. Brasília, 1999.
BRAUDEL, Fernand. O Mediterrâneo e o mundo mediterrânico. Lisboa: Dom Quixote, 1983. 2 v.
BRUIT, Héctor Hernan. América Latina: 500 anos entre resistência e a revolução. Revista Brasileira de
História, São Paulo, n. 20, p. 147-171, 1991.
BURKE, Peter. O descobrimento do tempo. Folha de S. Paulo, São Paulo, 24 jan. 1998. Caderno Mais!
CARDOSO, Ciro Flamarion; BRIGNOLE, H. Perez. História econômica da América Latina. Rio de Janeiro:
Graal, 1984.
CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. São Paulo: Papirus, 1995.
Coleções:
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA. Dirigida por Philippe Ariès e Georges Duby. São Paulo: Companhia das
Letras, 1990. 5 v.
HISTÓRIA DA VIDA PRIVADA NO BRASIL. Dirigida por Fernando A. Novais. São Paulo: Companhia das
Letras, 1997. 4 v.
OS PENSADORES. São Paulo: Abril Cultural, 1972. 52 v.
Paradidáticos das Editoras Ática, Atual, Global, Melhoramentos e Moderna.
1. Competências
1.1 Representação e comunicação
• Utilizar a Informática como recurso para novas estratégias de aprendizagem, capaz de contribuir de
forma significativa para o processo de construção do conhecimento, nas diversas áreas.
2. Conteúdos
Uma vez que a postura pedagógica do CP II é de inserir a informática como recurso para o desenvol-
vimento de conhecimentos, para a simulação de efeitos entendidos no seu espectro teórico, e para a
aplicação de conceitos aprendidos, ela permeia todos os componentes curriculares.
Enumeramos, a seguir, a base dos conteúdos que estarão integrados nos demais componentes
curriculares:
• lógica interna do computador, seus principais periféricos e sistemas operacionais;
• organização de arquivos e documentos no computador;
• mecanismos essenciais para a construção de documentos de formatos e fins variados (via diferen-
tes categorias de aplicativos): cortar/colar, formatação de texto e tabelas (fontes, parágrafos, células, li-
nhas, bordas, cabeçalho/rodapé, entre outros), classificação e outras funções;
• princípios gerais da construção de planilhas e extração de gráficos (organização de células – colu-
nas, linhas, incluindo o uso de fórmulas);
• recursos para aplicações gráficas (uso de linhas, formas, cores, texturas, etc.);
• emprego de programas específicos, auxiliares à construção de conhecimento ou transmissão de
informações;
• Internet (mecanismos de busca, pesquisa, troca de informações via e-mail, etc.).
Bibliografia
ALMEIDA, F. J. de. Educação e informática: os computadores na escola. São Paulo: Cortez, 1988.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação a Distância. Programa Nacional
de Informática na Educação. Brasília: MEC: Bird, 1996.
CASTRO, Claudio de Moura. O computador na escola. Rio de Janeiro: Campus, 1988.
LA TAILLE, Yves de. Ensaio sobre o lugar do computador na educação. São Paulo: Iglu, 1990.
LEVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 1999.
CAPÍTULO
ciaDisci
cip e C
s d plin
as
Dis ns
a N as
e
atu
ag
gu
ezr
Lin
Disciplinas
Ciências Humanas
Nessa formatação, os tempos serão destinados às áreas, e a composição interna resulta, principal-
mente, das discussões e contribuições dos departamentos que integram a área.
Ficaram definidas as seguintes disciplinas como componentes das áreas.
Obrigatórias LE 1 3 3 3
Parte 2
Desenho
diversificada
Eletivas (número mínimo) 2 4 4
Soma 37 37 37
Nº total de disciplinas 14 14 14
Ciências Humanas
29,7%
LE 1 3 3 3
Parte Obrigatórias
diversificada Desenho 2
Eletivas (número mínimo) 2 2
Soma 33 33 33
Nº total de disciplinas integrantes do currículo 12 12 12
Parte facultativa Ed. Física 2 2 2
Eletivas 2 2 2
Soma final 37 37 37
Nº total de disciplinas 14 14 14
18 a 35 Música Artes
Visuais
As disciplinas eletivas poderão versar sobre um tema ou uma problemática e compreender uma abor-
dagem interdisciplinar. Nesses casos, a eletiva poderá ser realizada em 4 tempos semanais (valendo por
duas eletivas de 2 tempos).
– No final do ano letivo anterior, a unidade escolar definirá seu planejamento de disciplinas eletivas,
ouvindo os professores interessados, os Departamentos Pedagógicos e a Secretaria de Ensino. A unida-
de, então, apresentará aos alunos o elenco de disciplinas eletivas que serão oferecidas na unidade no ano
subseqüente (com as ementas, horários, número de vagas e nome do professor(es) responsável(is), de
modo que os alunos possam definir suas opções. Caberá à unidade estabelecer os critérios de vagas e a
distribuição dos alunos em consonância com os horários das turmas para o ano subseqüente.
– Deverá haver uma distribuição equilibrada de eletivas dos diferentes Departamentos, evitando-se
oferecimentos numerosos de uma área e escassos de outra.
– Esses oferecimentos serão abertos a alunos de séries variadas (e/ou unidades escolares diferentes,
em um segundo momento, se for o caso).
– As eletivas serão ministradas dentro da estratégia pedagógica mais adequada a seu desenvolvi-
mento, devendo incluir, necessariamente, procedimentos de avaliação condizentes com as diretrizes de
avaliação do CP II. Terão, necessariamente, uma avaliação sistemática com registro de conceitos ou no-
tas, resultante não só de prova ou trabalho acadêmico stricto sensu, como também de relatórios, portfólios,
produtos multimídia ou outros.
– O aluno que não atingir as competências mínimas estabelecidas para o encerramento do programa
da eletiva não receberá o crédito correspondente, devendo compensá-lo no ano letivo subseqüente, cur-
sando a mesma eletiva ou outra de sua opção.
Como o cumprimento dos tempos de eletiva é obrigatório, o aluno que não tiver cumprido todos os
tempos exigidos para o total do ensino médio não será considerado concluinte desta etapa da sua forma-
ção escolar.
– Deve ser oferecido um número de disciplinas eletivas obedecendo à proporção de 1 disciplina para
cada 20 alunos da série de referência.
– Em casos específicos, as turmas poderão ser planejadas com maior número de vagas (até 35
alunos) ou até com menor número de vagas, quando se tratar de projetos/convênios com instituições
externas ou em casos especiais (a serem aprovados pela Secretaria de Ensino).
– As disciplinas que não tiverem o número mínimo de 15 inscritos serão canceladas, e os alunos nela
matriculados deverão fazer nova escolha. No caso de haver número de interessados em uma disciplina
eletiva maior do que o número de vagas, não sendo possível ampliar o número de vagas ou oferecer outra
turma da mesma disciplina eletiva, serão obedecidos os critérios estabelecidos para atendimento.
– Os alunos poderão cursar um número maior do que o número de eletivas previsto para cumprir a
composição curricular de cada série do ensino médio, caso haja vagas disponíveis.
A matrícula na(s) disciplina(s) eletiva(s), além da quantidade prevista para a série, deverá ser efetuada
somente no início do ano letivo, após a consolidação da distribuição dos alunos nas eletivas de cumpri-
mento obrigatório.
– Os alunos poderão solicitar/sugerir eletivas que queiram ver oferecidas no ano letivo seguinte. As
sugestões serão analisadas quanto à adequação e viabilidade da proposta.
– A carga horária das eletivas será atribuída aos professores, dentro de sua carga horária de aulas, e,
como tal, devem ser incluídas dentro do máximo permitido por lei.
– Os convênios (Fiocruz, Impa, Museu Nacional, Cenpes, etc.) que visam à monitoria de pesquisa
serão considerados integrantes desse leque de oferecimentos.
– As unidades poderão montar um programa de aprofundamento de estudos a ser oferecido na 3ª
série, com vistas à complementação de conhecimentos para os exames vestibulares. Dependendo da
carga horária oferecida, poderá valer como disciplina eletiva de 2 ou mais tempos semanais.
O aprofundamento da 3ª série será um conjunto de disciplinas, com carga horária pré-estipulada, a ser
oferecido por todas as unidades escolares com a mesma organização. Quando forem definidas as combi-
nações de disciplinas/carga horária para este fim, poderá haver composições diferenciadas de acordo
com diferentes grupos de carreiras, de modo que haja distribuições de tempos e disciplinas variadas,
conforme a ênfase dos vestibulares.
– No leque de disciplinas eletivas, deverá ser oferecida ao aluno a oportunidade de cumprir a eletiva
na forma de Estágio de Socialização Comunitária em áreas ou órgãos especializados, perfazendo um total
de, no mínimo, 60 horas anuais, por estágio (valendo por uma eletiva de dois tempos).
O aluno poderá substituir uma ou, no máximo, duas eletivas pelo Estágio de Socialização Comunitá-
ria. As horas desse estágio serão cumpridas em órgão, instituição, empresa ou entidade específica que
possibilite ao aluno relacionar os conhecimentos e as competências adquiridas na escola com a realidade
do mundo.
O aluno será encaminhado ao local de estágio pelo profissional do CP II designado para organizar,
orientar e acompanhar esses estágios. Os estágios deverão ter relação com as atividades que o aluno
estiver desenvolvendo dentro da programação da base comum ou da parte diversificada, de modo que
haja contextualização e interligação dos conteúdos ou habilidades integrantes do currículo com a vivência
do aluno no local (nos locais) no qual for estagiar.
O aluno deverá, ao final do estágio, apresentar relatório registrando as diferentes fases percorridas,
bem como uma avaliação da sua experiência.
Caberá ao professor ou ao técnico orientador do estágio, no CP II, definir outras atividades de acom-
panhamento que se façam necessárias.
Os estágios serão desenvolvidos fora do horário do aluno no CP II.
Alguns dos locais em que podem ser realizados os estágios são:
Artes integradas
Ementa: Produzir obras por meio de trabalhos interdisciplinares com Música, Literatura, Artes Visuais,
1 Dança, Teatro.
Departamentos responsáveis: Educação Musical e demais departamentos envolvidos.
Número de vagas: 35
A língua francesa e a canção
Ementa: Aprofundar conhecimentos da língua francesa associando sua utilização ao prazer de ouvir e
2 cantar músicas francesas, aprimorando a pronúncia, ampliando o vocabulário, valorizando a rima e
experimentando a criação de versos e poesia.
Departamento responsável: Francês.
Número de vagas: 15
A língua francesa e o cinema
Ementa: Desenvolver a oralidade e a redação de textos a partir de uma seleção de filmes clássicos e
3 modernos, gravados em fita-cassete, escolhidos de acordo com o tema e interesse dos alunos.
Departamento responsável: Francês.
Número de vagas: 15
A língua francesa e o turismo
Ementa: Desenvolver a fluência em língua francesa, aproveitando a vocação turística do Rio de Janeiro,
com a utilização de material específico que envolva assuntos das funções de hotelaria, guia de turismo ou
4 restauração (experimentar treinamentos em situações reais com visitas a estágios em alguma instituição/
empresa).
Departamento responsável: Francês.
Número de vagas: 15
A arte de traduzir
Ementa: Compreender e empregar as técnicas de tradução para o aprimoramento do conhecimento da
5 Língua Estrangeira, ampliar o vocabulário e perceber sutilezas estruturais da língua.
Departamento responsável: Inglês.
Número de vagas: 20
A Física aplicada ao automóvel I e II
Ementa: Identificar e compreender o automóvel como um laboratório ambulante para os conceitos de
física.
6 Ênfase em mecânica, termologia e ondas: A Física no Automóvel I.
Ênfase em eletricidade, eletrônica e óptica: A Física no Automóvel II.
Departamento responsável: Física.
Número de vagas: 20
A Física na cozinha
Ementa: Identificar e compreender a física existente nos objetos e materiais usados na cozinha.
7
Departamento responsável: Física.
Número de vagas: 20
A oralidade em língua francesa
Ementa: Desenvolver a compreensão e a expressão oral a partir de jornais televisivos do canal TV5, com
realização de exercícios Vif@x, enviados pela Universidade de Bordeaux em parceria com o Colégio
8
Pedro II.
Departamento responsável: Francês.
Número de vagas: 15
A questão ambiental e a qualidade de vida
Ementa: Enfocar a questão ambiental sob o ponto de vista da economia de mercado. Discutir o papel do
homem e sua interferência na natureza. Buscar alternativas para as relações do homem com a natureza
9 de modo a não colocá-la a serviço do ganho.
Departamentos responsáveisl: Geografia, Biologia e Química.
Número de vagas: 20
A voz dos alunos
Ementa: Compreender a estrutura e função de jornais e outras publicações (seções, postura editorial,
relacionamento com o público). Elaborar um projeto para um jornal ou revista e produzir, pelo menos,
10 um número. Utilizar softwares de editoração eletrônica.
Departamentos responsáveisl: Português e Informática.
Número de vagas: 20
Amazônia brasileira – a biodiversidade e os interesses internacionais
Ementa: Estudar a Amazônia Brasileira à luz da contraposição dos discursos e a partir de um
questionamento quanto à internacionalização da região. Compreender os interesses do País em face da
11 riqueza de sua flora, fauna e recursos minerais.
Departamentos responsáveisl: Geografia e Biologia.
Número de vagas: 20
Teatro na escola
Ementa: Desenvolver a linguagem corporal, as habilidades de comunicação e a desautomatização dos
83 movimentos por meio de atividades e jogos de teatro.
Departamento responsável: Educação Artística.
Número de vagas: 20
Textos literários comparados
Ementa: Estudar expoentes da literatura mundial, comparando os textos literários nos seus
84 procedimentos estilísticos e contextuais.
Departamento responsável: Português.
Número de vagas: 20
Transformações no plano
Ementa: Estudar os espaços vetoriais e transformações lineares; transformações no plano cartesiano
85 (efeitos geométricos sobre uma figura).
Departamento responsável: Matemática.
Número de vagas: 20
Uma janela para o mundo
Ementa: Utilizar os aplicativos de criação de páginas na Internet para construir sites de conteúdos
diferentes. Aplicar os recursos de animação e de inserção de links, sons ou outros procedimentos de
86 enriquecimento de páginas.
Departamento responsável: Informática.
Número de vagas: 18
Uma paisagem
Ementa: Identificar os componentes da natureza a partir de uma paisagem. Estudar fatores bióticos e
abióticos; meio ambiente, poluição. Analisar as adaptações e evoluções dos grupos vegetais e a
ocupação do ambiente pelos seres vivos. Examinar os fenômenos físicos e químicos que ocorrem na
87
natureza.
Departamentos responsáveis: Biologia e Química (com Geografia, Física e Educação Artística).
Número de vagas: 20
Uma pequena história da Filosofia I
Ementa: Introduzir os alunos em alguns dos principais problemas filosóficos que configuram a história da
88 Filosofia, tais como: conhecimento e verdade.
Departamento responsável: Filosofia.
Número de vagas: 20
Usando inglês na Internet
Ementa: Desenvolver estratégias de leitura e de ampliação do léxico por meio de visitas a páginas da
Internet. Desenvolver a habilidade escrita pela compreensão e produção de mensagens eletrônicas.
89 Discutir as temáticas surgidas nas páginas visitadas.
Departamento responsável: Inglês (com Informática e outras disciplinas dependendo da temática
abordada).
Número de vagas: 20
Verde, vida e criação
Ementa: Analisar os movimentos artísticos envolvidos na questão ambiental e suas transformações.
90 Relacionar o verde com a esperança de vida, pelos olhares das ciências e das artes.
Departamentos responsáveis: Desenho e Educação Artística e Biologia.
Número de vagas: 20
www.química.cp2.br
Ementa: Utilizar a informática como aliada para o aprendizado de conceitos de Química e suas
aplicações, pelo uso de softwares específicos. Elaborar home page e softwares, com conteúdos de
91 Química.
Departamentos responsáveis: Química e Informática.
Número de vagas: 30
CAPÍTULO
Avaliação – Escola:
espaço de inclusão
7.1 Filosofia e avaliação: relações e reflexos
A avaliação é um processo abrangente da existência humana, que implica uma reflexão crítica sobre
a prática, no sentido de captar seus avanços, resistências, dificuldades e possibilitar uma tomada de
decisão sobre o que fazer para superar obstáculos.
A avaliação, como crítica de percurso, é uma ferramenta necessária ao ser humano no processo de
construção dos resultados que planificou e produziu, assim como o é no redirecionamento da ação.
Podemos verificar que, no cotidiano, tanto em atos simples como em atos complexos, a atividade de
avaliar caracteriza-se como um meio subsidiário da construção de resultados satisfatórios.
A avaliação, em geral ou especificamente no caso da aprendizagem, não possui uma finalidade em
si. Ela subsidia um curso de ações com vistas à construção de um resultado previamente definido, ou
seja, a avaliação não é uma atividade neutra. A avaliação não se dá num vazio conceitual, mas sim
dimensionada por um modelo teórico de mundo e de educação, traduzido em prática pedagógica.
A avaliação da aprendizagem escolar não pode ser tratada como um dado à parte, segmentado dos
demais, uma vez que integra o processo didático de ensino-aprendizagem como um dos seus elementos
constitutivos. Ao lado do planejamento e da execução do ensino, a avaliação constitui um todo delimitado
por uma concepção filosófico-política de educação.
Qualquer que seja o modelo ou processo de avaliação adotado, deve concentrar uma série de deci-
sões que se expressam na ação prática do professor quando avalia seus alunos, toma novas decisões,
mantém ou reformula seus planos a partir dos resultados da avaliação.
Esse conjunto de decisões não é neutro nem arbitrário; ao contrário, traz em seu bojo uma maneira
bem específica de conceber o mundo, o indivíduo, a sociedade e a educação, a qual condiciona a tomada
de decisões no plano das políticas educacionais e orienta e norteia a prática pedagógica no âmbito da
escola e da sala de aula.
Assim, os valores e princípios orientadores da prática avaliativa são oriundos de um universo muito
amplo que reflete as perspectivas e as crenças de grupos dominantes na nossa sociedade. A escola se
torna o espaço político onde os valores e crenças do senso comum, orientadores da prática escolar, são
socialmente constituídos a partir de pressupostos normativos e políticos.
• Contínua
A avaliação contínua é a que privilegia o processo, acompanhando as etapas da construção do co-
nhecimento pelo aluno, tendo em vista os objetivos estabelecidos pelo Projeto Político-Pedagógico.
• Qualitativa
Dizer que (qualquer) avaliação é qualitativa é descrever sua própria natureza. É refletir
epistemologicamente.
Avaliar, a partir de qualquer instrumento, é estabelecer um juízo de valor. Se, considerando uma nota
numérica ou um conceito numa escala ordinal ou nominal, concluímos que alguém está apto a ultrapassar
uma determinada fase (período, série, ciclo ou módulo) de sua aprendizagem, estamos tomando uma
decisão e, assim, nos arriscando a cometer um erro ou injustiça.
Todavia, essa decisão é necessária e não pode ser abolida por pressões individualistas sem funda-
mento, o que inviabilizaria o processo de ensino formal. Mas ela pode ser revista e aprimorada pelas
avaliações institucionais.
Juízos de valor são influenciados pelos vínculos afetivos, por estados emocionais em situações de
verificação de aprendizagem e pela adequação dos instrumentos utilizados.
Por outro lado, avaliações tomam como dados as exteriorizações de competências e não a interioridade
dos alunos. Apesar de ser predominante a correlação entre essas instâncias, ela não é absoluta. Pessoas
competentes podem ter desempenho desfavorável numa situação e vice-versa. A diversidade humana
induz as pessoas a realizarem diferentes percursos para alcançar uma determinada habilitação.
Nesse sentido, falar em avaliação quantitativa é uma contradição, porque cria uma falsa impressão de
neutralidade, omitindo as subjetividades e diversidades de fatos existentes, porque escamoteia a dimen-
são afetiva dos relacionamentos e isenta o avaliador de justificar ou assumir a responsabilidade por seus
juízos.
Evidentemente, não há impedimento no uso de instrumentos quantitativos de verificação da aprendi-
zagem, quando o fenômeno é quantificável. Se não for, a sua tradução em notas numa escala deve ser
extremamente criteriosa, sob pena de ser infundada.
A avaliação qualitativa é mais do que a simples medida. Não despreza os dados quantificáveis, nas
situações em que eles forem pertinentes, porém vai além deles, interpretando-os, num conjunto de dados
para abranger todos os aspectos do desenvolvimento do aluno, conduzindo à interferência pedagógica
mais adequada à melhoria de sua aprendizagem.
Bibliografia
BENCINI, Roberto. Vergonha nacional. Nova Escola: a Revista do Professor, São Paulo, n. 137, p. 16-32,
nov. 2000.
BITTENCOURT, Leila Maria R. et al. Relatórios de avaliação do Projeto Logo. Rio de Janeiro: Senai, [19 - -].
______. Fundamentos teóricos sobre a estrutura curricular por ciclos de formação: elementos para reflexão.
Rio de Janeiro: Colégio Pedro II, 2000. Mimeografado.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário
Oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996. p. 27833. col. 1.
CARVALHO FILHO, Aldir. Avaliação de competências: sentidos e práticas da avaliação formativa. Rio de
Janeiro: Colégio Pedro II, 2000. Mimeografado.
6. Departamento de Filosofia
Chefe do Departamento: Rogier da Silva Viegas
Aldir Araújo Carvalho Filho Marcelo Senna Guimarães
Dario Alves Teixeira Filho Maurício de Albuquerque Rocha
Esther Ozon Monfort
Ingrid Muller Xavier Zulena dos Santos Silva
7. Departamento de Física
Chefe do Departamento: Sidney Paulo Alves Drago
8. Departamento de Geografia
Chefe do Departamento: Antonio R. da Silva
9. Departamento de História
Chefe Do Departamento: Beatriz B. M. dos Santos