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PARTE II – PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO

SUMÁRIO PÁGINA

1. PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO 54


1.1. Compreender a combustão materiais inflamáveis a bordo: Triângulo de Fogo 54
1.2. Descrever o fenômeno da combustão e classificação dos incêndios 55
1.3. Listar os princípios da prevenção do incêndio a bordo 57
1.4. Conhecer as causas de propagação do incêndio. 59
1.5. Citar os métodos preventivos 60
1.6. Descrever vigilância e sistema de patrulha 61
1.7. Identificar o sistema de detecção de fogo e fumaça e alarme automático a bordo. 61
1.8. Listar as ações ao ser detectado fumaça ou fogo. 64

2. COMBATE A INCÊNDIO 69
2.1 Discriminar a classificação de incêndio 69
2.2 Descrever os métodos de combate a incêndio 69
2.3 Relacionar os agentes extintores 70
2.4 Identificar os tipos de extintores portáteis e seu emprego específico 73
2.5 Discorrer sobre aplicação da água como agente extintor: borrifamento e neblina no
resfriamento. 75

3. ORGANIZAÇÃO DE COMBATE A INCÊNDIO 78


3.1 Descrever a organização de combate a incêndio a bordo e funções da Tabela Mestra
da unidade 78
3.2 Relacionar os sistemas fixos de combate a contenção de incêndio a bordo como:
CO2; espuma; Halon, Redes, Máquinas, Tomadas, Sprinklers, Bombas 79
3.3 Citar, sucintamente, ações da Brigada de Incêndio em relação ao controle de
avarias em caso de queda (crash) no local de pouso de helicóptero (LPH). 82

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1 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO


É indispensável qualquer comentário à respeito da existência ou não de material combustível
à bordo das unidades offshore. Praticamente o pessoal embarcado vive cercado de material
desta natureza, sem contar o petróleo e seus derivados existentes em todo o trabalho na
área de prospecção.

1.1 COMBUSTÃO/FOGO
É uma reação química aparentemente simples que ocorre a determinados elementos,
resultando na liberação de energia calórica e na maioria das vezes luminosa. A queima de
uma vela à base de parafina favorece um determinado grau de luminosidade, enquanto
um livro que amarela pela exposição inadequada ao tempo, também está comburindo, porém
sem emitir luz.
OS ELEMENTOS BASICOS DE UMA COMBUSTÃO SÃO:
• COMBUSTÍVEL = toda matéria capaz de combuir.
• COMBURENTE = agente catalisador.
• CALOR = condição favorável.
COMPÕE O TRADICIONAL TRIÂNGULO DE FOGO

Com a necessidade de um melhor entendimento sobre os incêndios é de fundamental


importância o relevante momento em que os elemento se combinam em proporções definidas,
dando origem a uma reação físico-química sustentável, evoluindo assim o tradicional triângulo
para tetraedro, pirâmide ou quadrado do fogo.
O tetraedro do fogo é uma progressão do triangulo onde passamos a relevar o momento da
inteiração entre os elementos de uma combustão, ou seja, a sua cadeia de reações.

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ELEMENTOS: Combustível, comburente, temperatura de ignição e reação em


cadeia.

COMBUSTÍVEL é toda substancia capaz de comburir, denominamos substancialmente ao


elemento que serve como campo de propagação para o fogo.
• Quanto ao estado físico: Sólido, liquido e gasoso.
• Quanto a volatilidade volátil e não volátil.
• Voláteis são os que desprendem vapores inflamáveis a temperatura ambiente, por volta
de 20 a 22°C. Ex: gasolina, álcool, éter.
• Os não voláteis são os que necessitam de um prévio aquecimento para desprender
vapores inflamáveis. Ex: óleo lubrificante, óleo comestível, óleo diesel marítimo etc...

COMBURRENTE: é o elemento químico que alimenta e catalisa o processo de uma


combustão. Como fonte natural, encontramos Oxigênio (O2) encontrado no ar atmosférico
em um percentual de 21% aproximadamente.

CALOR: é a condição favorável diante da qual a reação química poderá acontecer.

REAÇÃO EM CADEIA: neste processo são produzidos radicais livres instáveis e esses por
sua vez transmitem energia gerada pela reação, que se transformara em novas fontes de
energia calorífica. Uma chama tem a capacidade de retirar do ar atmosférico a quantidade
de O2 suficiente para se manter, como também esta reação química terá a capacidade de
gerar temperatura superior a de sua fonte de ignição, estes fenômenos acontecem a partir
de determinado pontos que veremos a seguir:

1.2 Os combustíveis ao atingirem uma determinada temperatura começam a desprender


vapores inflamáveis, mas para que haja combustão será necessário uma
proporcionalidade entre os elementos da reação, caracterizados pelos pontos relevantes
a seguir:

PONTO DE FULGOR (flashpoint): é a temperatura mínima em que os vapores


combustíveis emanam de um corpo, mas não em quantidade suficiente para alimentar
uma combustão, quando em contato com uma fonte de ignição (haverá apenas um clarão).

PONTO DE COMBUSTÃO (fire point): é a temperatura mínima em que os vapores


combustíveis liberados de um corpo, entram em combustão e continuam queimando
mesmo após a retirada da fonte de ignição, geralmente ocorre cerca de 3a 5ºC acima do
ponto de fulgor.

PONTO DE IGNIÇÃO (ignition temperatura): é a temperatura mínima necessária para


inflamar os vapores desprendidos de um combustível somente com a presença do
comburente é o ponto de equalização entre os vários elementos de uma combustão.
Obs: É importante entender que no processo da combustão o que queima na maioria
das vezes não e a matéria em si e sim os vapores liberados.

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12.1 PREVENÇÃO - CLASSES DE INCÊNDIO


Em conformidade com a NR-23 (Proteção contra incêndio) A.B.N.T. (Associação Brasileira
de Normas Técnicas) dispôs os incêndios em quatro classes: A, B, C e D.
• Classe A: Materiais fibrosos; queimam em superfície e em profundidade deixando
resíduos, tais como madeira, papel, tecido, carvão, couro, açúcar, borracha.

• Classe B: Líquidos inflamáveis tais como querosene, álcool, óleo diesel, queimam em
superfície, proporcionalmente ao volume de vapor liberado, não deixa resíduos.

• Classe C: Incêndios envolvendo equipamento elétrico energizado, ao combater, sempre


que aplicável desligue antes a fonte de energia, com especial atenção a determinados
equipamentos que, mesmo depois de desconectado guardam em si um potencial elétrico.
Ex. Capacitores, computadores, acumuladores etc.

• Classe D: São incêndios envolvendo elementos pirofóricos como, magnésio, titânio,


zircônio, para sua extinção requer o conhecimento da FISP (ficha de informação de
segurança do produto).

Obs: Em alguns países existe a extensão até a classe “E” a qual abrange óleo e gordura
usados na culinária, estas substâncias quando entram em combustão desenvolvem uma
alta temperatura, geralmente alem da capacidade dos extintores comuns.

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Simbologia das classes de incêndio, encontrada nos extintores e próximo aos


cabides.

1.3 PREVENÇÃO - CLASSIFICAÇÃO DAS AREAS QUANTO AO RISCO DE


INCÊNDIO.
• Pequeno risco: Aquelas em que apresentam materiais das classes “A B e C” depositados
ou em manuseio em pequenas quantidades, incluindo o mobiliário e partes estruturais.
Ex. Escritório, sala de aula, residência unifamiliar, etc...
• Médio risco: São áreas em que os combustíveis das classes “A, B e C” estão presentes
em maior quantidade, facilitando a propagação do fogo. Ex. Cozinha, estacionamento
etc.
• Grande risco: Onde existe grande quantidade de combustível das classes “A, B e C” em
estoque e em manuseio. Ex. Refinaria, plataforma, posto de combustíveis, etc.

METODOS DE EXTINÇÃO DE INCÊNDIOS:


São embasados na desproporcionalidade ou desequilíbrio dos elementos essenciais a
combustão.

Resfriamento ou arrefecimento:
Consiste em reduzir a temperatura de
um combustível ou da região onde os
vapores estão concentrados a valor
menor que sua temperatura de
ignição.

Abafamento: Acontece por


intermédio da inibição do percentual
de oxigênio atmosférico a valores
inferiores a 16%.

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Isolamento: Consiste na retirada, na


segregação, na contenção ou mesmo o
alijamento do material em combustão.

Quebra da reação em cadeia: É


requerida uma condição especial onde o
agente extintor atua a nível molecular,
inibindo a transferência de energia entre
os radicais livre.

QUANTO A REAÇÃO A COMBUSTÃO PODE SER: Completa e Incompleta.


• Combustão completa: quando temos uma combinação proporcional entre os elementos
da reação, resultando em CO2, vapor d’água e cinzas.

• Combustão incompleta: quando acontece em ambiente ávido em O2 e no resultado


obtemos CO, vapor de água e cinzas.

QUANTO AO PERCENTUAL DE OXIGENIO


• de 21% a 16% de O2- combustão em sua plenitude em forma de chamas.
• de 16% a 8% de O2-a queima acontece em forma de incandescência.
• O2inferior a 8% não há combustão.

OBS: existem combustíveis que independem do O2 no ambiente para queimar, são


conhecidos como combustíveis com comburente estrutural.
Ex: pólvora, nitrato, celulose.

• Intensidade da combustão - é o volume de chamas gerado durante um incêndio.

Fatores que contribuem para a intensidade da combustão:


a) área da superfície do combustível;
b) concentração do comburente ao meio e
c) capacidade de fragmentação da matéria.

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REAÇÃO SUPERFÍCIE X MASSA:

BAIXA COMBUSTIBILIDADE

MÉDIA COMBUSTIBILIDADE

ALTA COMBUSTIBILIDADE

1.4 PROPAGAÇÃO DO INCÊNDIO POR FATORES FÍSICOS.

Condução
É a transmissão de calor que acontece de
molécula para molécula, através do
movimento vibratório que as anima, nos
corpos sólidos encontra-se o melhor meio
para propagação desta modalidade.

Irradiação
E a transmissão de energia térmica no
espaço, que se processa através de ondas
eletromagnéticas, uma fonte de luz esta
constantemente emitindo ondas caloríficas
com maior ou menor intensidade.

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Convecção
É a elevação da temperatura nos
fluidos, através da perda de
densidade das partes aquecidas,
moléculas quentes ficam menos
densas e sobem, formando o efeito
chaminé.

14.1 CLASSIFICAÇÃO DA COMBUSTÃO


Quanto à velocidade, as combustões podem ser: Lenta, viva, muito viva e instantânea.
• Lenta: quando não existe chama ou qualquer luminosidade.
Ex: oxidação de metais.

• Vivas: quando há produção de luminosidade.


Ex: queima de líquidos inflamáveis, papeis etc...

• Muito viva: são as combustões que reagem com grande velocidade, porém inferior a
300 m/s.
Ex: flashover, deflagração de projéteis de armas de fogo, etc.

• Instantânea: são combustões em que a reação acontece em uma velocidade superior a


300m/s e atinge no mesmo ato, toda massa do corpo; Ex: Explosões.

1.5 CUIDADOS ESPECIAIS NA PREVENÇÃO DE INCÊNDIO


RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES:
• Não guarde duvidas sobre como usar os extintores de incêndio.
• Conheça os locais onde estão instalados os extintores e outros equipamentos de proteção
contra o fogo.
• Não obstrua o acesso aos extintores ou hidrantes.
• Não retire lacres, etiquetas ou selos colocados no corpo dos extintores.
• Não mexa nos extintores de incêndio e hidrantes, a menos que seja necessária a sua
utilização ou manutenção periódica.

15.1 OBSERVAÇÕES ANTES DE USAR OS EXTINTORES:


1 Testar o extintor junto ao seu local;
2 No momento de pressionar a válvula para o teste, procure inclinar o extintor de
modo que, se a válvula soltar da sua rosca não venha atingir seu corpo;
3 Testar com o jato para baixo;
4 Usando o extintor (ou não) - mandar recarregar, cumprindo a rotina de
manutenção.
5 Nas unidades marítimas os extintores fora do cabide após o uso ou por defeito,
mantê-los deitado no piso.

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15.2 PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS


• Evite fumar 30 minutos antes do final do trabalho.
• Não use cestos de lixo como cinzeiros.
• Não jogue pontas de cigarro pela janela nem as deixe sobre armários, mesas,
prateleiras, etc.
• Respeite as proibições de fumar e acender fósforo em locais sinalizados.
• Evite o acúmulo de lixo em locais não apropriados.
• Coloque os materiais de limpeza em recipientes próprios e identificados.
• Mantenha desobstruídas as áreas de escape e não deixe, mesmo que
provisoriamente, materiais nas escadas e nos corredores.
• Não deixe os equipamentos elétricos ligados após sua utilização. Desconecte-os
da tomada.
• Não cubra fios elétricos com o tapete.
• Ao utilizar materiais inflamáveis, faça-o em quantidades mínimas, armazenando-
os sempre na posição vertical e na embalagem original.
• Não utilize chama ou aparelho de solda perto de materiais inflamáveis.
• Não improvise instalações elétricas nem efetue consertos em tomadas e
interruptores sem que esteja familiarizado com isso.
• Não sobrecarregue as instalações elétricas com a utilização do plug “T” (benjamim).
• Verifique, antes de sair do trabalho, se os equipamentos elétricos estão desligados.
• Observe as normas de segurança ao manipular produtos inflamáveis ou explosivos.
• Mantenha os materiais inflamáveis em locais resguardados e à prova de fogo.
• Tenha uma (PT) permissão para trabalho bem elaborada.

1.6 VIGILÂNCIA E SERVIÇO DE PATRULHA


O homem é o melhor detector, no entanto, nem sempre é possível a sua presença em todas
AS situações e lugares, em complemento contamos com os circuitos fechado de TV instalado.
Monitorando, fazendo uma vigilância constante. No entanto durante a resposta as
emergências, precisamos reforçar principalmente as áreas mais afetadas com a presença
de vigias e patrulhas.

1.7 DETECTORES
Os detectores dos gases de combustão são classificados da seguinte forma:
• Óptico – quando a detecção é feita pela medição da interferência das partículas de fumaça
sobre o sensor de luz (detector fotoelétrico).
• Iônico – detectam o produto da combustão pela sua influência sobre a corrente elétrica
numa câmara de ionização.

Os detectores de temperatura são assim classificados:


• Termovelocímetro: é aquele que detecta se a velocidade com que aumenta a temperatura
excede de um determinado valor durante um tempo especificado.
• Termostático: é aquele que detecta quando a temperatura ambiente excede um certo
valor durante um tempo determinado.

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Os detectores encontrados em instalações industriais são de dois tipos:


• O sensível à fumaça e a gases de combustão em geral, e
• O sensível ao calor.

1.7.1 TREINAMENTO
Existe uma co-relação entre este item e os dois primeiros, uma vez que os exercícios
consistem em treinar incessantemente, tudo aquilo que foi organizado e instruído.
Somente pelo treinamento constante uma tripulação se faz capaz de atuar em equipe,
fazendo o que foi ensinado, da maneira como foi ensinado, aprimorando e aprendendo
com os erros.

Portanto, diante das seguintes perguntas:


• Em caso de incêndio, o que eu faço?
• Qual equipamento eu guarneço?
• A Tabela Mestra (Organização) responde: Mesmo sabendo o equipamento que devo
guarnecer em caso de incêndio, estou capacitado a fazer isto?
• A instrução prévia me capacita?
Esta confirmação de afinidade entre os três itens só vem a comprovar a necessidade
dos treinamentos constantes, para deste modo, estarmos sempre em contato com os
novos meios de resposta a emergência, assim como, às novas técnicas constantemente
aperfeiçoada. Cujos conhecimentos se adquire nas reciclagens e cursos periódicos,
é bem melhor exercitar antes em simples treinamentos, do que se desesperar em
situações reais, por desconhecimento do equipamento, ou das atitudes a serem
tomadas, cujas conseqüências podem não ser agradáveis.

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Manutenção do Material – É sabido que cada membro da tripulação exerce a função


profissional para a qual foi contratado. No entanto, é preciso lembrar que a segurança a
bordo é da competência de todos, independente da atividade.
“Todos os equipamentos de segurança devem estar prontos para uso imediato.”

Vejamos um exemplo:
Passando pelo convés, vejo uma mangueira de incêndio sendo usada cheia de “cocas”,
ou suja de óleo ou graxa; será que deve-se avisar ao responsável pelo equipamento, ou
não? E se na hora de usar este mesmo equipamento, por motivo maior, eu for o
encarregado de colocá-lo em funcionamento? Pelo exposto acima, ficou evidente a
importância da conscientização por toda a tripulação de qualquer unidade da conservação
dos equipamentos em um todo. Agindo deste modo, saberá que se pode contar com a
eficiência do material, o que, convenhamos, já é um grande passo na resposta a
emergência.

1.7.2 SISTEMA DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO


A eficiência do combate a incêndio reside na presteza da sua detecção.

Existem dois tipos:


• O humano - é o melhor, no entanto, nem sempre é possível sua presença em todas as
situações e lugares.
• O automático - tem a finalidade de descobrir rapidamente o princípio de incêndio,
acionar um alarme e colocar em ação um plano de emergência.

Os sensores podem ser classificados quanto:


• Aos que detectam os gases da combustão;
• A chama, e
• A temperatura.

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1.8 PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA


Emergência é toda anormalidade que
possa gerar sérios danos ao pessoal
embarcado a equipamentos e ao meio
ambiente marinho. Os procedimentos
em situações de emergência exigem
uma coordenação centralizada. Esta
coordenação é exercida pelo Supervisor
da Plataforma (SUPLAT). Toda
plataforma, desde que habitada, terá
obrigatoriamente um grupo de
salvamento, sob a responsabilidade do
Superintendente (SUPLAT) que deverá
estar bem familiarizado com suas
características, possibilidades e
limitações. Caberá ao SUPLAT
assegurar-se de que todas as pessoas
que trabalham na plataforma conheçam
seus pontos de reunião e deveres em
caso de incêndio e outras emergências.
(Tabela Mestra).

As providências iniciais para o combate ao incêndio são as seguintes:


• Acionar o alarme apropriado;
• Usando o telefone ou o rádio, dar a localização, área e classe do incêndio, detalhes,
sobre eventuais vítimas e seu nome;
• Caso você seja capaz de identificar a classe de incêndio, tendo habilidade e equipamento
correto, iniciar o combate ao fogo; e
• Se o incêndio for muito grande ou você não tiver o equipamento correto a mão para
combatê-lo e você não estiver em perigo imediato, fique em um lugar seguro aguardando
a chegada da Brigada de Incêndio. A sua informação sobre o incêndio é de grande valia
para a Brigada quando esta chegar ao cenário.

18.1 Itens importantes para a informação à Brigada:


• Onde o fogo se situa;
• O que está queimando;
• Qualquer circunstância de risco;
• Posição e número de vítimas;
• Detalhes de circuitos elétricos, válvulas ou equipamentos que tenham sido isolados;
• Quais as ações que você tenha tomado. Considere as condições do tempo e a
possibilidade de propagação do fogo. Se possível tome as ações para conter o fogo.
Isso pode ser conseguido com resfriamento, removendo o material inflamável, parando
a ventilação (fechando as portas e vigas), isole válvulas e desligue circuitos elétricos;
• Não seja tentado a resgatar alguém se o ambiente for inseguro e você não dispõe de
habilidade, do Equipamento de Proteção Individual e apoio, então em caso de um
sinistro o importante e cumprir procedimentos básicos como...
F Found Encontrar
I Inform Informar
R Restringe Restringir
E Evacuator Abandonar

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1.8.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO E SEGURANÇA


O homem que engaja em faina de combate a incêndio deve ter três tipos de proteção, a
saber:
a) Proteção Contra Queimaduras
b) Proteção Respiratória
c) Proteção Contra Impactos
Na ausência de roupas especiais, as vestimentas à base de algodão oferecem proteção
significativa contra o calor de um incêndio. Recomenda-se, neste caso, o uso de
macacão (RF) resistente ao fogo com roupa de baixo, tais como, cueca, camiseta,
meia, luva, e capuzes (para a cabeça) em algodão ou com tratamento ante chamas.

1.8.3 ROUPAS
ROUPA DE APROXIMAÇÃOOs componentes da Equipe
de Combate a Incêndio devem usar roupas próprias para
o combate do tipo “FEARNOUGHT” ou similar.O uso da
roupa de aproximação protege os homens, permitindo um
ataque eficaz, por um tempo maior.As botas de borracha
com proteção de aço e cano alto são de elevada
necessidade.

ROUPA DE PENETRAÇÃOAs roupas de penetração são


aluminizadas. Elas são usadas pelos brigadistas que
entrarão em contato direto com as chamas ou altas
temperaturas.

Observações sobre a colocação das roupas de penetração e o uso dos equipamentos


de proteção:
• As roupas devem ser sempre usadas sobre o macacão;
• As roupas devem ter sua parte superior fechada apenas na hora em que o homem for
empregado na faina, de modo a mantê-lo o maior tempo possível “refrescado”;
• As roupas devem ter as golas viradas para cima, os velcros passados e zíperes
fechados;
• As luvas a serem utilizadas devem ser apropriadas. As luvas de raspas de couro, por
exemplo, podem dificultar o manuseio de esguichos quando molhadas;
• As luvas devem ser colocadas por cima das mangas das roupas, se possível, e serem
de tamanho ligeiramente maior, a fim de permitir ao homem movimentar os dedos
dentro da luva, evitando queimaduras por vapor;
• O capuz anti-flash deve ser colocado sobre a peça facial da máscara, cobrindo todas
as partes expostas, da pele do homem e a parte superior da máscara, e por dentro da
roupa de proteção.
• As máscaras de combate a incêndio devem ter todas as cintas passadas e corretamente
ajustadas ao corpo do homem e cabeça através da jugular).
• A utilização de capacete é obrigatória (deve ser colocado bem preso à cabeça através
da jugular).
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1.8.4 PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA


Esta proteção somente será conseguida com o uso de máscaras autônomas ou de
escape de emergência.
As máscaras autônomas ficam em locais apropriados (casulos, cabides, armários, etc)
para pronto uso, normalmente pelo pessoal da Brigada de Incêndio ou Equipe de Resgate,
enquanto que as máscaras para escape de Emergência devem ser em número igual ou
maior do que as pessoas embarcadas.

TABELA DOS VALORES MÁXIMOS ADMITIDOS PARA OS GASES

BS.: PPM = PARTES (OU PARTÍCULAS) POR MILHÃO.

1.8.5 PROTEÇÃO AO APARELHO RESPIRATÓRIO


Os riscos mais comuns ao aparelho respiratório encontrados em incêndio são:
• Falta de oxigênio;
• Gases tóxicos;
• Temperaturas elevadas, e
• Fumaça.

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MÁSCARA/RESPIRADORES CONTRA
GASES
Seu uso é indicado quando há a
possibilidade de concentração de gases
tóxicos e fumaça, desde que o % de O²
esteja > 19.5. Não deve ser usada para
combate a incêndio.

MÁSCARA/RESPIRADORES COM
AMPOLA DE AR COMPRIMIDO
Seu uso é indicado para:
• Falta de oxigênio;
• Gases tóxicos;
• Temperaturas elevadas,
• Fumaça e
• Ambiente IPVS.
Funciona debitando automaticamente a quantidade de ar necessária para cada inalação.
É composto de um conjunto de máscara facial contra gases, suporte básico e de formato
anatômico, cilindro de ar comprimido, válvula de demanda automática, sinal acústico de
alarme e manômetro. É importante ressaltar que quando as temperaturas excedem
60ºC, pode-se considerar que está excessivamente quente para a nossa respiração,
desta forma, quando o ar, nesta temperatura, rapidamente preenche os pulmões, pode
causar baixa da pressão sanguínea, danos ao sistema circulatório e queimadura das
vias aéreas.

MODELOS

DRAGGER LUBECA PA 54:O cilindro


trabalha com pressão de 200 bar para um
volume de 1.400 l de ar. Quando a pressão
no cilindro atinge 50 bar, soa o alarme, mas
ainda restam 5 minutos.

MÁSCARA AUTÔNOMA MSA: O cilindro


trabalha com pressão de 1510 bar, possui o
volume de 1.270 l de ar. Totalmente
carregada, dá uma autonomia de 30 minutos.

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BASCCA: Com uma pressão de 207 bar,


possui um volume de 1.400 l de ar no modelo
padrão e 1.210 l de ar para a versão não
magnética. No modelo padrão, dá uma
autonomia de 27 minutos até o disparo ou
25 minutos na versão magnética, tendo
ambas mais 7 minutos de uso.

MÁSCARA DE ESCAPE DE
EMERGÊNCIA: Deve-se ter a bordo
máscaras de escape de emergência como
a ELSA, (recarregável), cuja vida útil é de
15 anos e a máscara EEDB, que é
descartável. Essas máscaras foram
concebidas apenas para o escape de
pessoal de locais tomados por fumaça
espessa e, como tal, não podem ser
empregadas em fainas de combate a
incêndio.

1.8.6 PROTEÇÃO INDIVIDUAL CONTRA IMPACTOS


É comum nas fainas de incêndio a queda
de materiais provenientes do alto, tais
como: luminárias, calhas e escombros.
Em geral a proteção mais eficaz ainda é o
uso do capacete.Este procedimento
também é adotado nos ambientes
(construções, fábricas, etc) onde haja risco
de queda de algum corpo estranho sobre
a cabeça do funcionário/visitante.

Além dos capacetes comuns, existem os


chamados capacetes especiais, os quais
são usados em situações mais específicas,
nas quais, recursos variados são
necessários como: minas, túneis, lugares
onde a visão, audição e até a comunicação
por rádio se faz às vezes imprescindíveis.
São equipamentos com um microfone, dois
alto-falantes, uma chave de operação e um
rádio transceptor a prova de choque e de
água.

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2 COMBATE A INCÊNDIO
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS
Os incêndios classificam-se em função do material em chamas. Isto serve para que o agente
extintor correto seja empregado na sua extinção.

CLASSE A: É o que envolve material que deixa resíduo (brasa, cinza, restos, etc), ou seja,
a queima ocorre na sua profundidade e também na superfície.

CLASSE B: Esta classificação abrange os líquidos, óleo, graxas e gases. Deve-se lembrar
que a queima nestes combustíveis ocorre apenas na superfície e nunca em profundidade,
tanto é verdade que após a combustão não sobram vestígios do combustível.

CLASSE C: Esta classe de incêndio, diz respeito aos equipamentos elétricos que incendeiam-
se quando energizados, assim sendo estes aparelhos quando desligados, da fonte de
energia mudam de classe, passando de C para A.
Nos equipamentos elétricos a mudança da Classe C para a Classe A implica no cuidado
com os capacitores (condensadores ou acumuladores) pois ainda ficam “carregados” por
um bom tempo.

CLASSE D: Este incêndio acomete os metais (lítio, magnésio, sódio, zircônio, etc) – sua
principal característica é o nível da temperatura que é bastante elevado, e deste modo,
reage violentamente caso seja empregado algum agente extintor não indicado para esta
classe.

2.2 MÉTODO DE COMBATE A INCÊNDIO NAS DIVERSAS CLASSES:


1 CLASSE “A”
A extinção ocorre de modo eficaz se for usado um agente que cause resfriamento
rapidamente, e, como sabemos, o uso da água é a maneira mais fácil de fazer com que
isto ocorra, ou então, espuma com proporção mínima de ar e líquido gerador, facilitando
assim, a penetração nas fibras do material em chamas.
Obs.: os pós químicos de maneira geral, por não terem o poder de penetração nas fibras
(profundidade) apenas tem o poder de retardar a expansão do foto, atuando por
abafamento.

2 CLASSE “B”
Para a extinção desta classe de incêndio, fazemos uso do recurso do abafamento, ou na
falta deste, teremos que atuar na quebra de reação em cadeia (com Halogênicos ou pós
a base de PKP (bicarbonato de Potássio)).

3 CLASSE “C”
Não é novidade que nesta classe de incêndio, não podemos usar agente condutor de
eletricidade como por exemplo: água, espuma, etc. Os agentes mais eficazes no combate
a esta classe C são: CO2, PQS, Halon e os pós de maneira geral.

4 CLASSE “D”
O material para extinção nesta classe de incêndio deve ser do tipo que permita a fusão
em contato com o metal em chamas isolando o ar atmosférico, causando deste modo
o abafamento. Os agentes extintores para esta classe, compõem-se basicamente de:
grafite seco, monofosfato de amônia, cloreto de sódio, cloreto de bário, etc.

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2.3 AGENTES EXTINTORES:


Os agentes extintores compõem-se de um grupo de suma importância no combate aos
incêndios de todas as classes.

Basicamente podemos resumir esta formação deste modo:


a) Água
b) Espuma
c) Pó Químico Seco
d) Gás Carbônico
e) Composto Halogênicos
f) Extintores portáteis.

1) ÁGUA
É o agente extintor de uso mais comum. Age por resfriamento, abafamento e diluição
dependendo da forma como é aplicada, Jato Sólido, Neblina de Alta Velocidade Neblina
de Baixa Velocidade e Nevoa.
O Jato Sólido consiste em um jorro de água
(figura abaixo), lançado à determinada
pressão, por meio de um esguicho a água
atinge o material incendiado com violência
e penetra fundo em seu interior. É o meio
por excelência para a extinção de incêndios
classe “A”.
As neblinas, tanto na alta, como na baixa
velocidade, consistem no borrifamento da
água por meio de pulverizadores. A água,
assim aplicada sob a forma de gotículas tem
aumentada sua superfície de contacto com
o material incendiado, propiciando um rápido
decréscimo da temperatura no ambiente em
que ocorre o fogo (extinção por
resfriamento).
As neblinas, na ausência da espuma, prover
uma alternativa na extinção de incêndios
classe “B”.
Sob a forma de “Nevoa” produzida no
sistema “Water-Mist” e lançado através de
atomizadores, encontramos seu grau
máximo de eficiência, onde atua resfriando,
abafando e diluindo os incêndios em salas
de maquinas. A água sob quaisquer das
quatro formas em que é empregada,
extingue incêndios por resfriamento, no
entanto, quando
lançada sobre uma substância em
combustão, parte desta água se transforma
em vapor. O vapor, como veremos adiante,
tem uma ação de abafamento. Teorizamos
então, que a água extingue incêndios
principalmente por resfriamento e,
secundariamente, por abafamento, e vice-
versa, pois é relevante saber que 1l d’água
produz cerca de 1700L de vapor.
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2. ESPUMA
É um agente extintor para incêndios das classes “B e A”, a espuma e produzida pelo batimento
da água, LGE (líquido gerador de espuma) e Ar atmosférico. Atua flutuando sobre a superfície
do líquido inflamado, isolando-o da atmosfera, a espuma mecânica e empregada para
extinção de incêndios de grande intensidade por meio de um equipamento que misturam
proporcionalmente os seus componentes, também encontrada em extintores portáteis.
• A água entra com aproximadamente 85% (em peso) na composição da espuma, tendo
um efeito secundário na extinção. Nos incêndios da classe “A” é mais eficiente que a água,
o LGE atua como um rompedor de tensão superficial, dando-a melhor poder de penetração,
extinguindo em profundidade.

Tipos de liquido gerador de


espumas:Protéicos,
fluorproteicos.Sintético ARC/ATC
concentrado resistente a álcoolAFFF
aqueus film forming foam;
LGE “MGV”, para treinamento.

3) AGENTES EM PÓ
PÓ QUÍMICO SECO – são substâncias constituídas a base de bicarbonato de sódio,
bicarbonato de potássio ou cloreto de potássio e fosfato de monoamonia, que micro
pulverizadas, formam uma nuvem de pó sobre o fogo extinguindo-o pela quebra da reação
em cadeia ou por abafamento. É empregado preferencialmente para combate a incêndios
em líquidos inflamáveis da (classe “B”), podendo ser utilizado em incêndios envolvendo
equipamentos elétricos energizados (classe “C”) e o múltiplo uso Pó “ABC”.
• O pó deve receber um tratamento anti-higroscópico para não umedecer, evitando assim
a solidificação no interior do extintor. O PKP é um agente extintor à base de bicarbonato de
potássio, muito eficiente na extinção de incêndios em líquidos inflamáveis em forma
pulverizada atacando a reação em cadeia necessária para sustentar a combustão. Pode
ser utilizado para combater incêndios classe “C”, porém, deixará resíduos de difícil remoção.
Pode ser empregado para o combate a incêndio em copas, cozinhas, fritadeiras e chapas
quentes nos fogões.

PÓ QUÍMICO SECO ESPECIAL: É empregado exclusivamente no combate a incêndios


em metais combustíveis (classe “D”) recomenda-se para o manuseio o prévio conhecimento
da FISP. (Ficha de informação de segurança do produto).
• Gás Carbônico:
Por ser o CO2 um gás inerte, ele é empregado como agente extintor por abafamento, criando,
ao redor, do corpo em chamas, uma atmosfera rica em CO2 e, por conseguinte, pobre em
oxigênio. O CO2 é também um gás mau condutor de eletricidade e, por isso, é especialmente
indicado para incêndios da classe “C”.
Atualmente, o CO2 é o agente extintor por excelência para extintores portáteis, sendo
empregado em incêndios das classes “C e B”.enquanto o Nitrogênio e o argônio são utilizados
como agente protetor de tanques e canalizações que trabalham com combustíveis de alta
periculosidade.

Cuidados:
• Pode causar asfixia quando utilizado em ambientes fechados e sem ventilação.
• Pode causar queimaduras na pele e principalmente nos olhos, em face de sua baixa
temperatura, se dirigido à curta distância sobre o pessoal.

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A descarga em alta velocidade das ampolas de CO2 pode dar origem a formação de cargas
de eletricidade estática. Não é indicada, portanto, a utilização das ampolas de CO2 para
saturação de ambientes onde existam misturas inflamáveis, mas apenas para combate a
incêndios já em evolução.

B) PROPRIEDADES DO CO2:
O Dióxido de Carbono é um gás incolor, gás inerte, mais pesado que o ar, ocupando 1.84 kg
por metro cúbico em comparação com 1.173 kg por metro cúbico para o ar. Ele é
freqüentemente encontrado em bebidas carbonatadas, o que causa uma sensação de
formigueiro no nariz; a mesma sensação é produzida quando se respira uma concentração
razoavelmente alta de CO2.

Segurança Geral: O Dióxido de Carbono, em baixas concentrações, não é um gás tóxico,


no sentido geral do termo ele produz efeitos fisiológicos úteis. Entretanto, em exposição às
altas concentrações necessárias no uso de CO2 sozinho para combate a incêndio, uma
pessoa poderia morrer rapidamente de acidose por CO2 a falta severa de oxigênio chamada
asfixia. Portanto, é muito importante que todas as pessoas envolvidas estejam familiarizadas
com esta seção relativa a segurança.

Risco pessoal: Dióxido de Carbono é normalmente existente no ar atmosférico ao nível de


aproximadamente 0.03%. Este baixo teor não produz efeitos fisiológicos mensuráveis.

Sistema Fixo de FM-200 ou FE, são agentes “limpo” e por isto é recomendado para proteção
em equipamentos vitais e de segurança, usa-se em incêndios Classe “C”, é necessária a
completa evacuação e “selagem” do compartimento.

Duplo Agente: São dois equipamentos ligados por uma chapa de ferro. O canhão de PKP e
o esguicho tipo AFFF, permite o uso seletivo de acordo com a classe do sinistro.

Extintores Portáteis: São aparelhos de pequena dimensão destinados a combater princípio


de incêndio, normalmente os mais usados são a base de: água, espuma mecânica, dióxido
de carbono (CO2), bicarbonato de sódio ou potássio e fosfato de monoamônia.

Regras básicas para a instalação:


• Correta seleção e distribuição pela área
• Posicionamento em local visível
• Os locais reservados aos extintores devem ser sinalizados por um circulo vermelho ou
uma seta larga vermelha, com bordas amareladas.
• Deve ser pintada de vermelho, uma área de no mínimo 1M x 1M no piso.
• Os extintores não devem ter sua parte superior a mais de 1.60M do piso

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2.4 EXTINTORES PORTÁTEIS:


São cilindros (normalmente vermelhos) empregados no combate à incêndio e dispostos
em pontos estratégicos e de fácil acesso.
Existem extintores de vários tipos, a saber:
a) Água pressurizada (AP)
b) Pó Químico Seco (PQS)
c) Espuma Mecânica (EM)
d) Gás Carbônico (CO2)

Identificação dos Extintores Portáteis:


CLASSE A: Triângulo verde com letra A branca.
CLASSE B: Quadrado vermelho com letra B branca.
CLASSE C: Bola azul com letra C branca.
CLASSE D: Estrela amarela com letra D branca.

1) TIPOS COMUNS DE EXTINTORES PORTÁTEIS

EXTINTOR DE EXPUMA

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EXTINTOR DE PQS

EXTINTOR DE CO2

EXTINTOR DE ÁGUA

AGENTES EXTINTORES
Agente extintor é qualquer material empregado para resfriar, abafar as chamas ou quebrar
a reação em cadeia, oriundas de uma combustão, proporcionando sua extinção.
Os agentes extintores de uso mais difundido a bordo são:água, espuma, vapor, CO2, Halon,
Pó químico e Solução Aquosa de Carbonato de Potássio (APC).
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2.5 AGUA COMO AGENTE EXTINTOR


Conforme vimos, é o agente extintor mais usado. Age principalmente por resfriamento,
devido a sua propriedade de absorver grande quantidade de calor.
Atua também por abafamento, dependendo da forma como é aplicada, Jato Sólido, Neblina
de Alta Velocidade Neblina de Baixa Velocidade.
O Jato Sólido consiste em um jorro de água, lançado à alta pressão, por meio de um
esguicho com orifício circular de descarga. Sob esta forma, a água atinge o material
incendiado com violência e penetra fundo em seu interior. É o meio por excelência para a
extinção de incêndios classe “A”, onde o material tem de ser bem encharcado de água para
garantir a extinção total do fogo e impedir seu ressurgimento. Em alguns casos, como
incêndios em colchões e travesseiros, é conveniente que o material seja mergulhado na
água garantindo-se, assim, que não permaneçam brasas no seu interior.
As neblinas, tanto de alta velocidade como de baixa velocidade consistem no borrifamento
de água por meio de pulverizadores especiais.

JATO
SÓLIDO

NEBLINA
DEALTA
VELOCIDADE

NEBLINA DE BAIXA
VELOCIDADE

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1. USO DA ÁGUA - REDES DE INCÊNDIO


Válvulas - as válvulas existentes nas
redes de incêndio normalmente são:
Válvula de Interceptação e Válvula de
Segurança, com as seguintes finalidades:

• Válvula de interceptação - isola


trechos do sistema, possibilitando o”by-
pass contorno” em caso de avarias
para que seja efetuado o reparo.

• Válvula de segurança - dispara


quando a pressão ultrapassa 10% da
PMTA (Pressão máxima de trabalho
admitida) valor ajustado com a
finalidade de proteger o sistema.

Mangueiras de incêndio - Variam do tipo


1 a 5 de acordo com a aplicabilidade
levando em consideração o limite de
pressão e a exposição a abrasão.

2. EQUIPAMENTOS DE INCÊNDIO
DIVIDE-SE EM DOIS GRUPOS: FIXOS E MÓVEIS

• Bomba de Incêndio: têm a finalidade de suprir o sistema com pressão suficiente para
operar os equipamentos de combate a incêndio. Sua pressão pode variar de 150 a 70
PSI.

3. TOMADAS/HIDRANTES DE INCÊNDIO:
São instaladas nas canalizações do sistema, existem nos diâmetros de 2" ½ e 1" ½,. Deve-
se observar a disposição das tomadas/hidrantes, de modo que seja possível alcançar com
no máximo duas seções de mangueira qualquer ponto da área protegida.

Sistema Sprinklers - consiste em uma ampola ou liga metálica sensível, que quando sofre a
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ação do calor se rompe ou funde, liberando o agente extintor na área protegida.

• Cuidados:
Todos os agentes extintores apresentam efeitos secundários sobre o material ou sobre o
pessoal, requerendo cuidados adicionais para sua seleção e emprego, de forma que sejam
evitados acidentes, ou que o material venha sofrer danos maiores que aqueles já sofridos
pela ação do fogo.

Requer providências efetivas quanto ao esgoto. Fainas prolongadas podem causar a redução
da reserva de flutuabilidade por excesso de peso da água embarcada, bem como dar origem
à formação de superfície livre, banda permanente ou redução de estabilidade por acréscimo
de peso.

A água, especialmente a água salgada, é boa condutora de eletricidade e não deve, portanto,
ser utilizada na extinção de incêndios classe “C”. Quando utilizada em jato sólido, pode
avariar equipamentos frágeis, tais como equipamentos eletrônicos.

Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos, principalmente em se tratando


de água salgada.

Pode originar acidentes se, sob a forma de jato sólido, for dirigida ao pessoal a curta distância,
principalmente se atingir o rosto.

Se dirigida a equipamentos elétricos energizados, pode causar choque elétrico ao pessoal


que guarnece a mangueira.

4. CUIDADOS QUE DEVEM SER ADOTADOS AO SE FAZER USO DA ESPUMA:


• Sendo condutora de eletricidade, pode causar acidentes se utilizada contra equipamentos
elétricos energizados.
• Reduz a resistência de isolamento de equipamentos e circuitos elétricos e eletrônicos.
• Alguns tipos possuem propriedades corrosivas sobre diversos materiais.
• Produz irritação na pele e, principalmente, nos olhos.

5. VAPOR:
O vapor de água pode ser utilizado como agente extintor, por abafamento. Usa-se o vapor
para extinguir incêndios da classe “B”, principalmente em porões de praças de caldeiras e
máquinas, quando esses incêndios se mostram insensíveis a outros agentes. O uso de
vapor obriga ao isolamento do compartimento.
Cuidados:
• Requer a retirada de todo o pessoal do compartimento.
• Submete todos equipamentos contidos no compartimento a uma temperatura elevada.

6. SISTEMA GERADOR DE ESPUMA MECÂNICA:


É usado para apagar incêndio Classe B por abafamento. A
espuma mecânica: é obtida pela junção (forçada) da água
do AR e o líquido gerador de espuma (LGE). A espuma
mecânica é conseguida pelo uso dos esguichos tipo: Vazão
variável, NPU, FB 5X, FB 10X, ESGUICHO UNIVERSAL,
FIREFIGHTER WATERWALL.Obs: Para a produção de
uma boa espuma com esguichos de vazão variável, será
necessário usar o LGE do tipo sintético.

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Componentes da Espuma
A espuma (mecânica) contém três componentes:
• Ar, contido nas bolhas de espuma;
• Água, distribuída a uma determinada densidade em litros por minuto por metro quadrado
da superfície em questão; e
• Concentrado de “LGE”, injetado ao jato ou neblina de água numa percentagem específica.
A solução flui livremente dentro da tubulação para distribuição na área de risco, onde o ar é
acrescentado para produzir uma cobertura contínua de abafamento que seja suficientemente
leve para flutuar sobre os líquidos inflamáveis.

• Espuma mecânica - as espumas utilizadas incluem as que são à base de proteína, à


base de fluoroproteína, espuma formadora de película aquosa, concentrados resistentes
à álcool e espuma especial para treinamento.

• Espumas à base de Proteína - Espumas que contém aditivos à base de proteínas


animais, fluoroproteína; Espumas que contém aditivos com substâncias químicas com
flúor que possibilitam melhor fluidez.

• Espumas Resistentes à Álcool, são espumas utilizadas na extinção em solventes polar.


Liquido gerador tipo “MGV” destinado a produção de espuma para treinamento, é uma
alternativa aos LGE que agridem ao meio ambiente.

• Espumas Formadoras de Películas Aquosas (AFFF) - A espuma sintética forma uma


película fina aquosa que separa o combustível do comburente realçando sua capacidade
de abafar.

3. ORGANIZAÇÃO DO COMBATE A INCÊNDIO


O combate a incêndio, geralmente é um trabalho que exige competência e treinamento do
pessoal envolvido, principalmente a bordo (navio ou plataforma), onde existe visível restrição
da área de escape em caso de perda de controle do sinistro ou situação. Por isto, é necessário
que a tripulação esteja permanentemente preparada para este tipo de ocorrência. Bem,
não é novidade que para o bom desempenho de um grupo (equipe, brigada, turma, etc) no
combate a incêndio todos estejam capacitados de modo eficiente. É preciso que determinados
pré-requisitos sejam cumpridos. Estes itens obedecem à distribuição abaixo exposta:

3.1 ORGANIZAÇÃO (TABELA MESTRA)


A Organização (TABELA MESTRA) nada mais é do que obedecer à uma prévia
distribuição do pessoal de bordo (fixo ou não), pelas funções que deverão ser preenchidas
(guarnecidas) como também os substitutos das pessoas chaves. Em caso de quebra da
rotina normal de trabalho (situação de emergência). Para isto, em locais previamente
determinados e de fácil acesso em algumas unidades existem quadros para consulta,
também conhecidos como “Tabela Mestra” nos quais encontramos a distribuição de
todo o pessoal de bordo nas mais variadas situações de emergência, tais como: Incêndio,
Abandono, Homem ao Mar, Colisão, Vazamento de Gás e Emergência externa. A
finalidade é fazer com que cada membro da tripulação saiba o que fazer em cada situação
exposta no anteriormente.
OBS: Algumas unidades, no intuito de facilitar a conscientização, fornecem a Tabela
Mestra Individual - (TMI), que permanece em poder do tripulante, para consulta a qualquer
momento.

Instrução - Este item indica a necessidade do conhecimento técnico por parte do pessoal

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de bordo, de todos os recursos existentes na unidade, bem como as circunstâncias nas


quais estes recursos devem ser usados. Encontraremos essas instruções no MANUAL
DE TREINAMENTO existente a bordo.

3.2 SISTEMAS FIXOS DE COMBATE A INCÊNDIOS


Sistemas Fixos de CO2:
Estes sistemas existem de dois tipos:

1. Mangueira em Sarilho: Consiste em


duas ampolas interligadas ao sarilho,
onde é colhida a mangueira que tem o
tamanho do compartimento a proteger, na
extremidade encontra-se um difusor com
válvula de pressão manual, onde controla
a descarga do agente extintor.

Descarga Direta:
Uma bateria de ampolas dispostas em um
determinado compartimento quando
acionadas, o CO2 é canalizado até os
compartimentos a ser protegido, fora do
compartimento há um acionador remoto
conjugado com o sistema de alarme.Obs.:
A pesagem das ampolas seguem o
mesmo processo dos extintores portáteis,
ou seja, semestral.Para inundar um
compartimento com agente extintor é
necessário alguns procedimentos
básicos: Soar o alarme, retirar o pessoal,
parar as maquinas, parar o sistema de
ventilação, fechar todas as vias para o
meio externo, pedir autorização, confirmar
o checklist e lançar.

2. Monitores Manuais Para Lançamento


de EspumaTodos os Monitores Manuais
possuem um Botão de Pressão fixado
próximo. Este colocará em funcionamento
a Bomba de Espuma apropriada. Quando
a Válvula de Isolamento manual se abre,
a pressão na tubulação principal de água
do sistema de combate a incêndio cai e
a(s) Bomba(s) de Água do Sistema de
Combate a Incêndio começará(ão) a
funcionar automaticamente.

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3. Sistema de Inertização:O Nitrogênio é


o agente ideal para este fim, na falta do
n 2 o CO 2 pode ser usado, em baixa
velocidade para não formar excesso de
carga eletrostática, o que poderia formar
centelha e conseqüentemente dar origem
a uma explosão.

4. Compostos Halogenados:Encontra-se
com seu uso restrito e em via de
substituição total atendendo o protocolo
de Montreal (1987) devido aos seus
efeitos nocivos ao meio ambiente, porem,
agentes extintores alternativos já se
encontram em disponibilidade, a exemplo
do FM-200, FE, Argonito, Novec TM-1230.
Etc...

5. Console do Monitor Controlado a


DistânciaÉ localizado na Sala Central de
Controle. Sobre o Console estão as telas
da TV de circuito fechado, pelas quais
todos os monitores podem ser
observados. A superfície externa inclinada
do Console possui uma tela a toque ‘touch
screen”) para operar os monitores,
bombas e válvulas, a qual mostra as
posições dos monitores no convés de
Carga e no Helideck e a situação/estado/
posição das bombas e válvulas. Os
monitores em operação são mostrados
por pictogramas. Estes mostram a
elevação e rotação dos monitor(es)
Controlado(s) a Distância que estão em
uso, assim como a situação das bombas
e válvulas. Outras telas podem ser usadas
para mudança de certos ajustes e para
diagnóstico primário em caso houver
falhar num monitor.

A mesa plana possui duas alavancas de


direção e dois conjuntos de interruptores
com ação de cotovelo para bocal jato-
spray do monitor. Um máximo de dois
Monitores Controlados a Distância podem
ser controlados de cada vez. Em caso de
incêndio, é possível operar e controlar os
devidos Monitores Controlados a
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Distância, colocar em funcionamento a


Bomba de Espuma e observar a sucessão
de eventos no monitor com tela a toque e
nas Telas da TV de Circuito Fechado.

A indicação da existência de fogo é dada


pelos detectores localizados ao redor das
zonas de sinalização do Painel de
Detecção de Gás e Fogo ou por
observação das Telas do Circuito Fechado
de TV.

6. SprinklersSão os recursos detectores


mais usados pois ao ser constatada a
presença do fogo/fumaça ou calor
excessivo, a liberação da água já ocorre
no próprio detector com velocidade maior
do que a rede principal de incêndio em
função do menor diâmetro da rede que o
alimenta.Funcionamento: o Spinkler é
fixado no local a ser protegido
normalmente no teto, e dispõe de um
bulbo de vidro cheio de liquido (de
sensibilidade variada) o qual dilata na
presença do calor, deixando de escapara
a água de uma derivação da rede de
incêndio de menor diâmetro (e maior
velocidade) combatendo o foco inicial, até
que sejam adotadas medidas mais
eficazes para a completa extinção do
incêndio.

7. Bombas de Recalque
É de suma importância que existam
pressão e demanda nas redes que
“alimentam” (abastecem) os sistemas de
chuveiros automáticos. Para isto, fazemos
uso de um dos três recursos abaixo:
a) por gravidade – a fonte hidráulica deve
ser posicionada no alto, para que a coluna
d’água pressurize a rede. É o mais
confiável e o que menos exige
manutenção.
b) por bombas de recalque – é o método
mais usado, pois depende somente de um
motor elétrico para “arrastar” a bomba.
c) por tanque de pressão – consta um
tanque permanentemente pressurizado
(com ar comprimido) e com manômetro e
dispositivos que acionam a reposição da
água em caso de uso.
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3.1 A Brigada de Incêndio da Unidade de “crash” (visto que quem for receber a
aeronave, encontra-se em condições normais, sem incêndio deve ser acionada em auxilio
à equipe de EMCIA, a qual estará apostos por ocasião do pouso/lançamento, e é
qualificada para este tipo de procedimento. Obviamente que em caso de necessidade
de alijamento da aeronave (ou partes dela), a equipe de EMCIA (poucos homens) não
tem condições totais de fazê-lo, situação na qual a “ajuda” por parte da Brigada de
Incêndio será muito “bem vinda”.

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