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FRESAMENTO
1. Processo
O fresamento é um processo de usinagem que gera superfícies de várias formas pela remoção
progressiva de material através do avanço, relativamente lento, de uma ferramenta rotativa. A ferramenta,
denominada fresa, possui múltiplas arestas (dentes) cortantes que removem, a cada rotação, uma pequena
quantidade de material na forma de cavacos. Pelo fato de ferramenta e peça se movimentarem em mais de
uma direção ao mesmo tempo podem ser obtidas superfícies com quase qualquer orientação.
As principais diferenças entre o fresamento e outros processos de usinagem são (ASM, 1989):
• O corte é interrompido;
• Os cavacos são relativamente pequenos;
• A espessura do cavaco é variável.
2. Aplicações
A Figura 01 mostra alguns tipos de superfície possíveis de serem obtidos com as fresadoras. Devido
a grande possibilidade de movimentação da mesa de a fresa, a variedade de tipos de superfície produzida é
muito grande.
3. Fresadora
Segundo a disposição dos dentes ativos da fresa, classifica-se a operação nos seguintes métodos de
fresamento: o fresamento tangencial ou periférico e o fresamento frontal.
a) Fresamento tangencial
O fresamento tangencial ou periférico é uma operação na qual os dentes ativos estão na superfície
cilíndrica da ferramenta, o eixo da fresa é paralelo à superfície que está sendo gerada. Neste caso, as
fresas são chamadas cilíndricas ou tangenciais. Figura 03.
b) Fresamento frontal
O fresamento frontal é uma operação na qual os dentes ativos da fresa estão na superfície frontal
da ferramenta, o eixo da fresa é perpendicular à superfície gerada. Neste caso, as fresas são chamadas de
frontais ou de topo. Figura 03.
4. Métodos de fresagem
Os métodos de fresagem se referem ao movimento relativo entre a peça e a ferramenta, podem ser
concordante, discordante ou combinado:
No fresamento concordante, o corte inicia-se com a espessura máxima do cavaco e são geradas
forças que tendem a pressionar a peça contra a mesa da máquina.
A grande desvantagem deste método de fresamento é que a força de avanço ocorre no mesmo
sentido do deslocamento, desta forma a folga existente entre porca/parafuso do sistema de
movimentação da mesa, Figura 06(a), é empurrada pelo esforço de corte, fazendo com que a mesa
execute movimentos irregulares que podem prejudicar o acabamento da peça, ou até mesmo quebrar
os dentes da fresa. Este problema pode ser corrigido através de manutenção a fim de tirar folgas
da máquina e do uso de fusos de esferas, onde não existe folga.
O problema da folga entre fuso/porca pode ser evitado com um fuso de esferas recirculantes que é
geralmente utilizado em máquinas de comando numérico. Este fuso não possui folgas e possibilita a
utilização da fresagem concordante. Por esta razão, em geral, em máquinas convencionais o
fresamento discordante é o mais utilizado, já em máquinas comando numérico o fresamento
concordante é o mais indicado.
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A b
Figura 06 – a) Folga entre o fuso e a porca fixa da mesa e b) fuso de esferas recirculantes.
Outro problema do fresamento concordante é que o corte inicia sempre com a espessura máxima de
corte. Se a superfície possui camada superficial endurecida (óxido ou sujeira), o contato inicial
ferramenta-peça será em condições desfavoráveis, o que causará a redução da vida da ferramenta.
A fresagem concordante possui algumas vantagens:
• A força de corte entra na peça forçando-a contra a mesa,
• Vida mais longa da ferramenta,
• Melhor acabamento superficial,
• Menor força e potência para o avanço,
• Caminho mais curto da aresta, durante o corte (≈ 3%).
É a forma mais indicada para fresamento.
c) Combinado – é aquele que ocorre quando a fresa tem seu eixo dentro do campo de corte da peça
(neste caso, a penetração de trabalho, ae, é exatamente igual ao diâmetro da fresa). Assim, uma
parte do corte ocorre em fresagem concordante e outra em discordante, Figura 07.
5. Parâmetros de usinagem:
π .φ .η Vc .1000
• Velocidade de corte e rotação: VC = η=
1000 π .φ
• Avanço: f = f z .z
f – avanço (mm/volta),
z – número e dentes,
fz – avanço por dente,
V f = f .η
• Velocidade de avanço (mm/min):
Lf
• Tempo de corte (min): TC =
Vf
Lf – percurso de avanço (mm),
Vf – velocidade de avanço (mm/min).
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• Produtividade Pr (peça/min): Pr =
TC
T1.Q
• Tempo do lote – TL (h): TL =
N maq .60
Q – quantidade de peças do lote,
Nmaq – número de máquinas.
Dimensões de corte:
• Profundidade de corte (ap) – é a quantidade que a ferramenta penetra na peça, medida
perpendicularmente ao plano de trabalho (na direção do eixo da fresa).
• Penetração de trabalho (ae) - é a quantidade que a ferramenta penetra na peça, medida no plano de
trabalho e perpendicular a direção de avanço.
A Figura 09 mostra a profundidade de corte e a penetração de trabalho.
6. Fresas
• Quanto à aplicação:
o Tipo W (α=8º, β=57º e γ=25º)
o Tipo N (α=8º, β=73 e γ=10º)
o Tipo H (α=8º, β=81º e γ=4º)
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• Quanto a fixação:
o Fresas de haste cilíndrica;
o Fresas de haste cônica;
o Fresas para mandril;
Chaveta longitudinal;
Chaveta transversal.
7. Fresadoras
Fresadora Horizontal - É aquela na qual o eixo de rotação da fresa é no sentido horizontal, e os movimentos
de avanço são realizados em três direções em três eixos.
Fresadora Vertical - É aquela na qual o eixo de rotação da fresa é no sentido vertical, e os movimentos de
avanço são realizados em três direções em três eixos.
Fresadora Universal - É aquela cujo eixo de rotação da fresa é no sentido vertical ou horizontal,
opcionalmente usado pelo usuário, e os movimentos de avanço são realizados em três direções em três eixos.
Fresadora Ferramenteira - É uma fresadora bastante versátil com movimentos em todos os sentidos,
fazendo com que este tipo de máquina seja amplamente usada em ferramentarias, e em setores que exijam
máquinas de maior flexibilidade. Também é usada em produção de peças de formatos mais complexos.
Fresadora Faceadora - É específica para trabalho frontal, onde o faceamento é a operação praticamente
exclusiva. Normalmente o eixo de rotação da fresa é no sentido horizontal. A fresadora faceadora duplex é
um exemplo.
Fresadora de Engrenagens (processo renânia) - É a fresadora construída especialmente para o corte de
dentes de engrenagens, cujos perfis são obtidos conforme fresas específicas denominadas “caracol”.
Fresadora Pantográfica - É utilizada para reproduzir gravações para estampos de moedas, medalhas, placas
com texto, etc
Centro de Usinagem - É uma versão moderna da fresadora, com movimentos realizados automaticamente via
CNC. É dotado de magazine com troca automática de ferramentas e, em alguns casos, de mesa giratória
(palette).
Na maioria dos Centros de Usinagem, os palettes são trocados automaticamente via CNC,
eliminando o tempo de carga e descarga da peça, pois isto ocorre numa região fora da área de usinagem
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(estação de carga), enquanto outra peça é usinada. Pode também contar com sistema de apalpadores que
realizam medições e ajustes automaticamente, facilitando as preparações e garantindo melhor qualidade.
a
Figura 18 – (a) Fresadora ferramenteira, (b) fresadora de engrenagens e, (c) detalhe do fresamento de
engrenagens.
8. Acessórios
Um outro conjunto de acessórios de grande importância está relacionado com a fixação das
ferramentas. No eixo-árvore das fresadoras existe um furo cônicos dotado de chavetas. Neste cone se
pode fixar um mandril ou uma ferramenta de haste cônica. Para garantir a fixação, utiliza-se uma haste
rosqueada que atravessa a árvore. As chavetas evitam o deslizamento.
OBS! Nas fresadoras modernas (CNC), a troca e fixação da haste cônica das fresas é realizada por um
sistema pneumático e mecânico (molas prato) que está acoplado ao cabeçote principal da máquina.
Figura 19 – Acessórios para fresadoras, (a) parafusos e grampos para fixação, (b) calços.
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b
a c
Figura 20 – Acessórios, (a) divisor universal e contra-ponta, (b) mesa divisora e (c) .divisor universal
a
Figura 21 – a) Mandril porta-fresa curto e com chaveta longitudinal e, b) mandril universal
9. Referências bibliográficas: