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PROF: JAIRO de ALMEIDA MONTALVÃO

CURSO: Técnico em Eletromecânica Integrado ao Ensino Médio

DISCIPLINA: USINAGEM

TEMA DA AULA: “FRESAMENTO”


➢ Que é Fresagem?
É uma Operação de usinagem na qual o material é removido
por meio de uma ferramenta giratória chamada fresa que é
multicortante, as arestas de corte são chamadas de dentes.
A ferramenta (fresa) apresenta arestas cortantes ao redor do
seu eixo, girando com movimento uniforme (rotacional) para arrancar
o cavaco.
✓ Em que Consiste a Fresagem?
A fresagem consiste na retirada do excesso de metal ou
sobremetal da superfície de uma peça, a fim de dar a esta uma forma
e acabamento desejados.
O fresamento é uma operação de usinagem com interrupções
( Intermitentes), porque os dentes entram e saem da peça em cada
revolução.
❖ Como é feito o fresamento?
Na fresagem, a remoção do sobremetal da peça é feita pela
combinação de dois movimentos, efetuados ao mesmo tempo. Um dos
movimentos é o de rotação da ferramenta, a fresa. O outro é o
movimento da mesa da máquina onde é fixada a peça a ser usinada,
que avança em uma direção da ferramenta em rotação.
▪ Tipos de Operações de Fresamento
Existem dois tipos básicos: O fresamento periférico ou
fresamento tangencial e fresamento frontal.

Fresamento tangencial Fresamento frontal


8.2.1 Fresamento Tangencial ou Fresamento periférico.
Nesse tipo de fresamento o eixo da ferramenta é paralelo a
superfície a ser usinada, isto é, paralela a mesa da fresadora, e a
operação é realizada pelas arestas cortantes que se encontram na
periferia externa da fresa. O fresamento periférico apresenta diversos
tipos, são eles.
a) Fresamento tangencial de face.
É a forma básica do fresamento periférico, nesse caso a largura
da fresa é maior que a superfície usinada da peça que ultrapassa a peça
em ambos os lados.
b) Fresamento de canais
Nesse caso a largura da fresa é bem menor que largura da peça,
criando um canal na peça, utiliza uma fresa muito estreita, é usada para
fresar entalhes pequenos ou dividir a peça em duas partes.

c) Fresamento de rasgos
No qual a fresa usina um rasgo, ou um canto, em uma das laterais
da peça.
d) Fresamento de rasgos paralelos
O fresamento ocorre nas duas laterais da peças ao mesmo tempo,
na qual são feitos os rasgos ou rebaixos, utilizando duas ferramentas.

e) Fresamento de perfil
Nesse tipo de fresamento os dentes da fresa tem um perfil que
define a forma do entalhe que será cortado na peça. O fresamento de
perfil é classificado a partir da seção da fresa, que irá formar na peça.
8.2.2 Operações básicas
As fresadoras são capazes de executar diversos tipos de operações
dependendo de sua configuração, acessórios e ferramentas.
Pode-se citar:
- Superfícies planas, planas inclinadas, curvas e irregulares;
- Canais simples, em T, cauda de andorinha;
- Eixos com seção regular;
- Furos;
- Cavidades poligonais e circulares;
- Rasgos de chaveta;
- Engrenagens e cremalheiras;
8.2.3 Métodos de fresagem
No fresamento periférico a direção de rotação da ferramenta de
corte (fresa) se distingue em duas direções de fresamento: que são os
movimentos concordantes e discordantes, e temos ainda o combinado.
Os movimentos de funcionamento existentes na fresadora são
distinguidos em dois movimentos essenciais.
1. O movimento de corte da ferramenta, de rotação contínua;
2. O movimento de avanço da peça, que é fixada a uma mesa que se
movimenta segundo três eixos ortogonais, ou é dotada de movimento
giratório por meio de fixação em placas giratórias da mesa divisora e
divisores.
a) Fresamento concordante
O sentido de rotação da fresa é o mesmo do avanço da peça no
ponto de contato. O corte inicia-se com a espessura máxima do cavaco e
a força de corte tende a apertar a peça contra a mesa. É a forma menos
indicada de fresamento.
➢ Características do movimento concordante
► As navalhas atacam o cavaco no ponto mais espesso;
► Tende a apertar a peça contra a mesa;
► Usado principalmente para abertura de rasgos de chaveta, cortes
profundos e longos, corte com serra circular, obras de pequena espessura;
► Muito usado para o acabamento
b) Fresamento discordante
Nesta situação o sentido de rotação da fresa é contrário ao
sentido de avanço da peças, no ponto de contato. Isto faz com que o corte
do cavaco se inicie com a espessura mínima. A força de corte tende a
levantar a peça da mesa. Se a peça for longa e estiver presa pelas
extremidades poderá gerar vibrações indesejadas.
➢ Característica do fresamento discordante
► As navalhas atacam o cavaco no ponto mais delgado;
► Forte atrito;
► Tende a arrancar a peça da mesa;
► devem se opor ao deslocamento da obra,
► muito usado para o desbaste.
Este tipo de fresamento costuma desgastar um pouco mais a
ferramenta. Como o corte inicia-se com pouca espessura, o início do corte
é difícil. Na realidade o gume de corte começa encruando o material a ser
cortado, até que sejam superadas as deformações elásticas e realmente
inicie-se o cisalhamento do material.
Este encruamento eleva localmente a dureza, fazendo com que o
desgaste seja um pouco mais elevado.
Neste método de fresamento não há influência da folga entre
porca/parafuso, fazendo com que o movimento da mesa seja mais
uniforme, gerando melhor acabamento.
As vantagens do fresamento concordante, quando comparado com o
discordante, são:
⇨ Menor desgaste e, como consequência, maior vida da ferramenta;
⇨ Melhor qualidade superficial;
⇨ Menor potência requerida para o corte;
⇨ A força resultante empurra a peça contra a mesa onde está fixada,
reduzindo os efeitos de vibração.
Mas deve-se preferir o fresamento discordante nas seguintes situações:
⇨ Quando existe folga no fuso da mesa da máquina-ferramenta;
⇨ Quando a superfície da peça tiver resíduo de areia de fundição, ou for
muito irregular ou o material for proveniente de processos de forjamento.
A maioria das fresadoras trabalham com o movimento de avanço da
mesa baseado em uma porca e um parafuso. Com o tempo e desgaste
da máquina ocorre uma folga entre eles.
No movimento concordante a folga é empurrada pelo dente da fresa
no mesmo sentido de deslocamento da mesa. Isto faz com que a Mesa
execute movimentos irregulares, que prejudicam o acabamento da peça
e podem até quebrar o dente da fresa.
c) Fresamento combinado
Ocorre quando a fresa tem seu eixo dentro do campo de
corte da peça. Desta forma parte do corte ocorre através da fresagem
concordante e parte através da discordante.
8.3 Fresamento Frontal
Neste tipo de fresamento o eixo da fresa é perpendicular a
superfície que esta sendo usinada, ou seja perpendicular a mesa. Esta
operação é realizada tanto pelas arestas de corte que estão na periferia,
quanto pelas arestas secundarias que se encontra na base da fresa.
Também existem diversas formas de fresamento frontal.
a) Fresamento de faceamento convencional
Nessa operação o diâmetro é maior que a largura da peça a ser
usinada, ela cobre a peça por completo nos dois lados.
b) Fresamento de faceamento parcial
A ferramenta de corte cobre apenas um dos lados a superfície que
será usinada.

c) Fresamento de topo.
A ferramenta de corte tem seu diâmetro menor que a largura da peça,
neste caso e gerado um rebaixo na peça.
d) Fresamento de borda.
É um tipo de fresamento de topo em que a periferia da peça é usinada
com as arestas principais da fresa.

e) Fresamento de cavidades.
É outro tipo de fresamento de topo usado para o fresamento de
cavidades ou bolsões em superfícies planas, também conhecido de
fresamento de mergulho ou rampa.
f) Fresamento de superfícies curvas.
É utilizada uma fresa de ponta esférica que avança ao longo de uma
trajetória curvilínea cobrindo toda a peças com movimentos de idas e
vindas, para criar forma tridimensional, côncava ou convexa na superfície
da peça. Nesse tipo de fresamento, a ponta esférica é mais comum que a
reta. Na usinagem de cavidades de moldes, e necessário o mesmo
controle da trajetória do fresamento de superfície. Que utiliza o nome
especifico de fresamento de moldes e matrizes.
➢ Fresadoras
São maquinas ferramentas que fornecem a rotação necessária para as
ferramentas, com mesas que permite a fixação posicionamento e avanço
da peça. Máquina que possui movimento de rotação e que permite
movimentar a peça em 3 ou mais eixos. (lineares ou giratórios).
As máquinas fresadoras são classificadas geralmente de acordo com a
posição do seu eixo-árvore em relação à mesa de trabalho. Mesa de
trabalho é o lugar da máquina onde se fixa a peça a ser usinada. O eixo-
árvore é a parte da máquina onde se fixa a ferramenta.
Tipos de fresadoras
Pode-se classificar as fresadoras de diversas formas, sendo
as principais classificações as que levam em consideração o
tipo de avanço, a estrutura, a posição do eixo-árvore em
relação a mesa de trabalho e a sua aplicação. Tem-se:
a) Quanto ao avanço:
✓ Manual;
✓ Automático (hidráulico ou elétrico).
❖ Fresadora manual
São as de tipo pequeno, dispondo somente de avanços manuais
que permitem “sentir” a ação da ferramenta sobre a obra. São máquinas
usadas para obras leves, onde o tempo de corte é pequeno e porque o
avanço manual é mais ligeiro.
Possuem movimento de rotação automático para a ferramenta (fresa).
Os trabalhos feitos nas fresadoras manuais são, por exemplo:
usinagens de rasgos em cabeças de parafusos, cabeças hexagonais em
porcas, etc.
Fresadora manual de bancada Fresadora hidráulica
b) Quanto à estrutura:
✓ De oficina, também chamada de ferramenteira (maior flexibilidade);
✓ De produção (maior produtividade);

Fresadora ferramenteira
Fresadora de produção
c) Quanto a aplicação:
✓ Convencional
✓ CNC
✓ Chaveteira (específica para fazer chavetas internas e/ou externas)
✓ Dentadora (específica para usinar engrenagens)
✓ Copiadora (o apalpador toca um modelo e a ferramenta o reproduz na
peça)
d) Quanto a posição do eixo-árvore:
✓ Vertical (eixo árvore perpendicular a mesa);
✓ Horizontal (eixo árvore paralelo a mesa);
✓ Universal (pode ser configurada para vertical ou horizontal);
✓Duplex (dois eixos-árvore simultâneos);
✓ Triplex;
✓ Multiplex;
✓ Especiais.
❖ Fresadora ferramenteira
O cabeçote que contém o eixo arvore é localizado na extremidade
do torpedo, que pode ser ajustado para uma região sobre a mesa de
trabalho, esse cabeçote pode ser inclinado para atingir de acordo com sua
orientação angular da ferramenta em relação a peça. O que proporcionam
uma versatilidade considerável na usinagem de geometrias diversas.
❖ Fresadora vertical
O eixo-árvore ocupa posição vertical, perpendicular à superfície da
mesa da máquina, o que é apropriado para fresamento de topo.
Elementos básicos de uma Fesadora Vertical:
❖ Fresadora horizontal
O eixo-árvore ocupa a posição horizontal, paralela à superfície da mesa
da máquina, adequada para fresamento tangencial.
Elementos básicos de uma Fesadora Horizontal:
❖ Fresadora Universal
Essa fresadora pode trabalhar tanto com eixo horizontal como eixo
vertical.
❖ Fresadora simplex
A fresa e montada em um cabeçote que pode ser ajustado
verticalmente na coluna da máquina, utilizada na produção em série,
quando há necessidade de fresar uma face lateral.
❖ Fresadora duplex:
Apresenta dois cabeçotes um oposto ao outro, eles podem atuar
independentemente. O movimento da mesa pode ser combinado como o
movimento vertical dos cabeçotes sobre suas respectivas guias. É possível
realizar operações simultânea com um único avanço da peça.
❖ Fresadora triplex:
Tem um terceiro cabeçote vertical, sendo dois horizontais e um vertical.
❖ Fresadora especial
Enquadram-se nesta classe as fresadoras que se
destinam a trabalhos específicos. Por exemplo: fresadora
copiadora, fresadoras pantográficas ou pantógrafo,
fresadoras CNC, fresadoras geradoras de engrenagens etc.
8.4.11 Fresadora Copiadora
Esta fresadora trabalha com uma mesa e dois cabeçotes. Um
cabeçote apalpador e outro de usinagem. Realiza o trabalho de usinagem
a partir da cópia de um modelo dado.
❖ Fresadoras Pantográficas ou pantógrafo
Esta fresadora trabalha com um cabeçote e duas
mesas, permitem a cópia de um modelo, o movimento de
coordenadas operado manualmente, permitem trabalhar
detalhes mais difíceis de serem obtidos através da
copiadora.
❖ Fresadora CNC (Computer Numeric Control )
São fresadoras onde o percurso de corte e é controlado por
informações alfanuméricas, em vez de modelo físico, são adequadas
para o fresamento de perfil, cavidades, fresamento de contorno de
superfície de matrizes, nos quais dois ou três eixos da mesa devem ser
controlados de forma simultaneamente para realizar a trajetória
requerida, através de uma lista de movimentos escrita num código
específico.
a) Vantagens das fresadoras CNC
✓ Produção de peças complexas com grande precisão,
✓ Produção de peças em séries,
✓ Melhores acabamentos;
✓ Menor tempo de usinagem;
✓ Melhores precisões;
✓ Independentemente dos fatores humanos, redução do número de
erros humanos etc..
b) Desvantagens das fresadoras CNC
✓ Alto custo de produção;
✓ Equipamentos de preços elevadíssimos;
✓ Alto grau de exigência da qualificação do operador, etc..
c) Benefícios das fresadoras CNC
Os benefícios trazidos pela aplicação de comandos numéricos a
máquinas ferramenta foram inúmeros:
✓ fabricação de peças de geometrias mais complexas,
✓ tolerâncias dimensionais mais estreitas e melhor acabamento
superficial;
✓ maior repetibilidade das características do produto;
✓ as peças produzidas são idênticas umas às outras,
✓ independentemente dos fatores humanos;
✓ redução da fadiga dos operadores humanos.
Centro de Usinagem
❖ Fresadora Geradora de Engrenagens
A fresadora geradora de engrenagens permite a usinagem em alta
produção de engrenagens.
Os processos de geração de engrenagens por meio desse tipo de
máquina-ferramenta são de três tipos condicionados ao tipo da máquina.
Eles são: Processo Renânia; Processo Fellows e Maag, e fresadora
pantográfica.
a) Processo Renânia,
No processo renânia o movimento giratório sincronizado entre a
ferramenta denominada de caracol) e a peça possibilita maior produção
com perfil exato da envolvente.
A característica principal do processo Renânia é o movimento
sincronizado de giro entre a peça e a ferramenta, a fresa caracol.
A vantagem do movimento sincronizado é que ele possibilita
maior produção de peças bem como exatidão em suas medidas.
b) Processo Fellows e maag
No processo fellows o movimento principal de corte da ferramenta é
linear (parecido com o da plaina vertical) e o movimento da peça é giratório.
Nesses processos, a produção é menor, mas possibilita a usinagem de
engrenagens escalonadas e internas.
Muito Obrigado a todos.
Referencias bibliográficas
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Acesso 20/09/2015

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