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Contabilidade Geral e Pública

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dos conceitos. 2014.
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poderá ser reproduzida por qualquer ISBN 978-85-63625-61-8
meio ou forma sem a prévia
autorização do Instituto IOB.
A violação dos direitos autorais é
crime estabelecido na Lei nº
9.610/1998 e punido pelo art. 184
do Código Penal.
Sumário

Capítulo 1 – Patrimônio, 9
1. Definição. Bens, Direitos e Obrigações., 9
2. Equação Fundamental. Ativo. Passivo e Patrimônio Líquido, 11
3. Equação Fundamental. Ativo. Passivo e Patrimônio Líquido –
Continuação, 13

Capítulo 2 – Resultado, 15
1. Resultado: Conceito, Receitas e Despesas, 15
2. Classificação das Receitas e Despesas, 16
3. Gastos. Custos. Encargos e Perdas, 18
4. Regimes de Contabilização, 19

Capítulo 3 – Atos e Fatos Contábeis, 22


1. Atos Administrativos e Fatos Contábeis. Classificação dos Fatos
Contábeis, 22
2. Fatos Permutativos, Modificativos e Mistos, 24
3. Fatos Permutativos, Modificativos e Mistos – Continuação, 25

Capítulo 4 – Princípios Fundamentais da Contabilidade, 27


1. Princípio da Entidade e Princípio da Continuidade, 27
2. Princípio da Oportunidade e Princípio do Registro pelo Valor
Original, 29
3. Princípio do Registro pelo Valor Original, o Princípio da
Competência e o Princípio da Prudência, 30

Capítulo 5 – Contas e Lançamentos, 33


1. Definição de Conta Contábil. Elementos das Contas Contábeis.
Teorias das Contas. Tipos de Contas, 33
2. Contas Credoras e Contas Devedoras. Saldos de Contas, 34
3. Lançamentos Contábeis. Método das Partidas Dobradas. Fórmulas
de Lançamentos, 36
4. Fórmulas de Lançamentos. Correção de Lançamentos Incorretos, 37
5. Razonetes. Balancetes de Verificação, 39
6. Plano de Contas. Definição e Estrutura, 40

Capítulo 6 – Escrituração, 42
1. Introdução e Conceito, 42
2. Sistemas de Escrituração, 43
3. Livros de Escrituração, 45
4. Livros de Escrituração – Continuação, 47

Capítulo 7 – Provisões, 49
1. Conceito, 49
2. Passivos Contingentes, 51
3. Ativos Contingentes e Perdas Estimadas no Ativo, 53
4. Perda Estimada em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD), 55
5. Perda Estimada em Estoques (PEE), 56
6. Perda Estimada por Redução ao Valor Recuperável, 58

Capítulo 8 – Depreciação, 60
1. Conceito de Depreciação, 60
2. Métodos de Depreciação: Método das Quotas Constantes, 62
3. Métodos de Depreciação: Método das Somas dos Dígitos, 64
4. Contabilização. Depreciação Acelerada Normal, 65
5. Depreciação Acelerada Incentivada, 67
6. Depreciação de Bens Adquiridos Usados, 68

Capítulo 9 – Amortização e Exaustão, 70


1. Conceito de Amortização. Bens Sujeitos à Amortização.
Contabilização, 70
2. Conceito de Exaustão. Cálculo da Exaustão. Contabilização, 71

Capítulo 10 – Operações com Mercadorias, 74


1. Operações com Mercadorias, 74
2. Operações com Mercadorias – Continuação, 76
3. Operações com Mercadorias – Continuação, 77
4. Operações com Mercadorias – Continuação, 79
5. Operações com Mercadorias – Continuação, 81

Capítulo 11 – Operações com Mercadorias, 83


1. Método do Custo Médio. Contabilização em Inventário
Permanente, 83
2. Contabilização em Inventário Permanente (Continuação), 85
3. Folha de Pagamento. Salário. Remuneração, 86

Capítulo 12 – Operações com Pessoal, 88


1. Contabilização de Retenções e Recolhimentos, 88
2. FGTS. 13º Salário, 90
3. Conceito. Movimentações e Aplicações Financeiras, 91

Capítulo 13 – Operações Financeiras, 94


1. Empréstimos e Financiamentos. Ajuste ao Valor Presente, 94
2. Operações com Duplicatas, 96
3. Operações com Duplicatas – Continuação, 97
4. Conceito e Obrigatoriedade. Exercício Social. Notas
Explicativas, 99
5. Grupos de Contas. Contas do Ativo, 101
6. Contas do Ativo – Continuação, 102
7. Contas do Passivo, 104
8. Contas do Patrimônio Líquido, 106

Capítulo 14 – Balanço Patrimonial, 108


1. Contas do Patrimônio Líquido – Continuação, 108
2. Conceito e Estrutura da DRE, 110
3. Exemplos de Elaboração de DRE, 111
4. Exemplos de Elaboração de DRE – Continuação, 113

Capítulo 15 – Cálculo do IRPJ e da CSLL, 116


1. Fato Gerador e Base de Cálculo. Formas de Tributação, 116
2. Lucro Real, 118
3. Lucro Real – Continuação, 120
4. Lucro Real – Continuação, 122
5. Lucro Presumido, 123
6. Lucro Arbitrado, 124
7. Simples Nacional, 126

Capítulo 16 – Apresentação. Conceitos Básicos, 129


1. Conceito de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
Objetivos, 129
2. Entidades Sujeitas à Contabilidade Pública, 130
3. Entidades Sujeitas à Contabilidade Pública – Continuação, 131
4. Entidades Sujeitas à Contabilidade Pública – Continuação, 132

Capítulo 17 – Patrimônio Público, 135


1. Conceito de Patrimônio Público. Ativo, 135
2. Passivo. Patrimônio Líquido, 136

Capítulo 18 – Princípios da Contabilidade Aplicada ao Setor Público, 138


1. Princípio da Entidade, Princípio da Continuidade e Princípio da
Oportunidade, 138
2. Princípio do Registro pelo Valor Original, Princípio da
Competência e Princípio da Prudência, 139

Capítulo 19 – Orçamento Público, 141


1. Conceito e Aprovação, 141
2. Princípios Orçamentários: Legalidade. Unidade. Universalidade, 142
3. Princípios Orçamentários – Continuação: Orçamento Bruto.
Periodicidade. Exclusividade. Periodicidade. Clareza, 143
4. Princípios Orçamentários – Continuação: Equilíbrio.
Especificação. Publicidade. Exatidão. Não Afetação, 144

Capítulo 20 – Leis Orçamentárias, 146


1. Plano Plurianual (PPA), 146
2. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), 147
3. Lei Orçamentária Anual (LOA), 148

Capítulo 21 – Receitas Públicas, 150


1. Conceitos. Classificação quanto à Origem, 150
2. Classificação quanto à Natureza, 152
3. Classificação quanto à Destinação. Receitas Intraorçamentárias, 153

Capítulo 22 – Despesas Públicas, 155


1. Conceitos. Classificação quanto à Natureza, 155
2. Despesas Intraorçamentárias. Superávit e Déficit, 157

Capítulo 23 – Estágios das Receitas e Despesas Públicas, 159


1. Estágios da Receita, 159
2. Estágios da Despesa Pública, 160
3. Estágios da Despesa Pública – Continuação, 161
4. Restos a Pagar, 163

Capítulo 24 – Dívida Pública, 165


1. Dívida Ativa e Dívida Passiva. Classificação, 165
Capítulo 25 – Créditos Adicionais, 167
1. Definição. Créditos Suplementares, 167
2. Créditos Especiais, 168
3. Créditos Extraordinários. Vigência dos Créditos Adicionais, 169

Capítulo 26 – Subsistemas da Contabilidade Aplicada ao Setor


Público, 171
1. Subsistemas Orçamentário e Patrimonial, 171
2. Subsistemas de Custos e de Compensação, 172

Capítulo 27 – Plano de Contas Aplicado ao Setor Público, 174


1. Conceito e Estrutura, 174
2. Conceito e Estrutura – Continuação, 175

Capítulo 28 – Demonstrações Contábeis, 178


1. Conceito e Espécies. Orientações Gerais, 178
2. Balanço Patrimonial. Balanço Orçamentário. Balanço
Financeiro, 180
3. Demonstração das Variações Patrimoniais. Demonstração dos
Fluxos de Caixa, 181
4. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. Notas
Explicativas, 182

Capítulo 29 – Suprimento de Fundos, 184


1. Conceito e Requisitos, 184

Capítulo 20 – Controle Externo e Controle Interno, 186


1. Controle Externo e Controle Interno, 186

Gabarito, 189
Capítulo 1

Patrimônio

1. Definição. Bens, Direitos e Obrigações.


1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos o patrimônio, as definições, os bens, os di-


reitos e as obrigações.

1.2 Síntese
Contabilidade é uma ciência que tem por objeto o patrimônio das entida-
des, tendo como objetivo o controle destes patrimônios, com a finalidade de
fornecer informações a seus usuários.
Com esta definição, podemos extrair três informações importantes:
– o objeto de estudo é o patrimônio;
– o objetivo é o controle dos patrimônios por parte das empresas e entida-
des públicas;
– o fim da contabilidade pública é fornecer informações aos seus usuários.
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Deve-se ressaltar que a contabilidade não se confunde com a administra-
ção de uma entidade. A contabilidade irá fornecer informações a respeito do
controle do patrimônio, do desempenho econômico da entidade, mas quem
tomará as decisões será a administração.
Os usuários poderão ser os mais amplos possíveis, mas, principalmente,
acionistas ou sócios, governos e investidores.
A contabilidade terá uma função administrativa e uma função econômica.
A função administrativa: refere-se à função da contabilidade como auxilia-
dora dos tomadores de decisões; a função econômica: está relacionada à apura-
ção do resultado, ou seja, se houve lucro ou prejuízo.
O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.
Os componentes positivos do patrimônio são os bens e direitos e o compo-
nente negativo são as obrigações.
Os componentes positivos recebem o nome específico, na contabilidade,
de ativo. O ativo de uma entidade é a soma dos seus bens e direitos.
Por outro lado, como já tido, o patrimônio tem sua parte negativa, que são
as obrigações. Essas obrigações recebem o nome, na contabilidade, de passivo
ou passivo exigível.
Os bens nada mais são do que todas as coisas de propriedade da entidade e
que podem ser aferidos monetariamente.
Esses bens podem ser corpóreos ou incorpóreos.
Bens corpóreos, também chamados bens tangíveis ou bens materiais, são
os bens que podem ser tocados fisicamente; por exemplo, dinheiro, imóveis e
as mercadorias.
Bens incorpóreos são os bens que não podem ser tocados fisicamente; por
exemplo, os direitos, como as patentes, marcas, direitos de exploração de minas,
direitos de concessão.
Para interessar à contabilidade, esses bens devem ser contábeis, ou seja,
precisam ter valor econômico, pois existem bens que não têm valor econômico,
como a reputação de uma entidade.
Definem-se os direitos como todos os créditos que a entidade tem para com
terceiros, que a entidade pode exigir de terceiros; por exemplo, duplicatas a
Contabilidade Geral e Pública

receber, promissórias a receber e adiantamentos a fornecedores.


Em relação às obrigações da entidade, que são as partes negativas, são as
dívidas da entidade; por exemplo, salários a pagar, duplicatas a pagar, décimo
terceiro.
É importante destacar que o patrimônio de uma entidade poderá ser nega-
tivo quando ela tiver mais obrigações do que bens e direitos.
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Exercícios
1. (Cespe – AGU – Contador – 2010) Em contabilidade, define-se
patrimônio como um conjunto de bens, direitos e obrigações per-
tencentes a determinada entidade, sendo autônomo em relação aos
demais patrimônios existentes.
2. (Cesgranrio – Analista em Ciência e Tecnologia Júnior I – 2008) Den-
tre as alternativas abaixo, identifique a que só possui bens tangíveis.
a) Sistemas aplicativos – software; móveis e utensílios; instalações e
direitos sobre recursos naturais.
b) Benfeitorias em propriedades arrendadas; peças e conjuntos de
reposição; marcas, direitos e patentes industriais e participações
em fundos de investimentos.
c) Benfeitorias em propriedades arrendadas; direitos sobre recursos
naturais; participações em sociedades coligadas e controladas e
gastos preliminares de operação.
d) Equipamento de processamento eletrônico de dados; peças e
conjunto de reposição; ferramentas e imóveis não de uso.
e) Direitos de uso de telefones; equipamentos de processamento
eletrônico de dados e marcas, direitos e patentes industriais.

2. Equação Fundamental. Ativo. Passivo e


Patrimônio Líquido
2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a equação fundamental, o ativo, passivo e o


patrimônio líquido.

2.2 Síntese
O ativo de uma empresa deve ser igual ao seu passivo no balanço.
Contabilidade Geral e Pública

O patrimônio é formado pelos bens, direitos e obrigações da entidade.


Os bens e direitos são o ativo de uma empresa e as a obrigações formam a
parte negativa da entidade.
Passivo exigível é a soma das obrigações da sociedade.
Patrimônio líquido ou situação líquida é a soma da parte positiva do patri-
mônio, menos o passível exigível, ou seja, verá se a entidade tem muito mais
dívidas do que bens e direitos, ou muito mais bens e direitos do que obrigações.
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A equação fundamental da contabilidade pode ser representada de várias
formas, dentre elas:
O Patrimônio Líquido (PL) será igual à soma dos bens e dos direitos menos as
obrigações da entidade. Como os bens e direitos são chamados de ativos (A) e as
obrigações são chamadas de passivo exigível, podemos colocar da seguinte forma:
– PL = A – P;
– A – P = PL;
Se o ativo for maior que o passivo, o Patrimônio Líquido será maior do que
zero.
Se o ativo for igual ao passivo exigível, quer dizer os bens e direitos forem
iguais às obrigações, o PL da empresa será zero; não terá lucro nem prejuízo.
Quando o ativo for menor que o passivo exigível, quer dizer que há menos
bens e direitos do que obrigações, será o chamado passivo descoberto.
O ativo de uma entidade, também chamado de patrimônio bruto, capital
aplicado ou recursos investidos, trará as aplicações dos recursos da entidade, ou
seja, onde a entidade investiu esse dinheiro.
O ativo pode ser dividido em várias categorias:
– ativo circulante: são as disponibilidades financeiras, bens e direitos, rea-
lizáveis no exercício subsequente, ou seja, são os bens que a entidade
tem que vão ser realizáveis, transformando-se em dinheiro até o ano se-
guinte. Exemplo: dinheiro, venda de direitos a terceiros, que a entidade
tem a receber no ano seguinte;
– ativo não circulante: são os demais bens e direitos. Exemplo: ativo rea-
lizável em longo prazo. Quando se tratar de empréstimos de operações
feitas entre coligadas ou controladas, diretores e acionistas, será registra-
do no ativo realizável em longo prazo. Os investimentos que abrangem
os valores de participações societárias permanentes, ou seja, as ações
que a entidade tem de outras entidades. Os imobilizados, que são o
conjunto dos bens tangíveis necessários à manutenção da atividade da
empresa, por exemplo, os computadores dos caixas dos supermercados.

Exercício
Contabilidade Geral e Pública

3. (CFC) Em 31/01/2011, uma sociedade empresária que tem como


atividade social a incorporação imobiliária adquire terreno para pos-
terior construção de um edifício residencial para venda, com lança-
mento previsto para o ano de 2013. A classificação CORRETA desse
ativo será:
a) Em Estoque no Ativo Circulante.
b) Em Estoque no Ativo Não Circulante.
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c) No Imobilizado.
d) No Investimento.

3. Equação Fundamental. Ativo. Passivo e


Patrimônio Líquido – Continuação
3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos estudando a equação fundamental, o ati-


vo, o passivo e o patrimônio líquido.

3.2 Síntese
O passivo pode ser entendido de duas formas: estrito e amplo.
•• Passivo estrito é o chamado passivo exigível, ou seja, é a soma das obri-
gações da entidade.
•• Passivo amplo representa a soma do passível exigível com o patrimônio
líquido da entidade.
No sentido estrito, o CFC define o passivo como uma obrigação presente
de entidade, derivado de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que
resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
O passivo se divide em circulante e não circulante:
•• Passivo circulante é composto pelas obrigações exigíveis ao longo do
exercício seguinte.
•• Passivo não circulante são as dívidas exigíveis após o exercício seguinte.
No caso das dívidas de longo prazo, é comum que a entidade pague essa
dívida parcelada, por isso, registra-se a dívida que irá vencer no ano seguinte
em passivo circulante e o restante no passivo não circulante.
Segundo o CFC, patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entida-
de, depois de deduzidos todos os seus passivos.
O patrimônio líquido também é chamado de capital próprio da entidade,
pois são os valores que de fato pertencem à entidade. Esse patrimônio líquido
Contabilidade Geral e Pública

começa a ser formado, quando a entidade é criada.


O patrimônio líquido será formado por várias contas e algumas delas são de
partes positivas e outras partes negativas.
O patrimônio líquido, ao contrário do ativo e passivo, não se divide em
circulante e não circulante, mas em contas específicas, entre elas:
•• Capital social: é a conta onde será registrado o valor que os sócios pro-
meteram injetar na entidade.
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•• Capital subscrito: é o capital que os sócios se comprometeram a entre-
gar para a sociedade.
•• Capital realizado ou integralizado: é o capital que os sócios da entidade
entregaram de fato, que será igual ao capital subscrito.
•• Capital a realizar: é a conta negativa que registra o capital integralizado
realizado pelos sócios.
•• Reserva de lucros: traz o valor somado ao patrimônio líquido em razão
dos lucros obtidos pela entidade.
•• Reserva de capital: é uma conta positiva que traz valores dos sócios ou
de terceiros que entram no patrimônio da entidade, sem afetar o lucro
ou prejuízo do exercício.
•• Prejuízos acumulados: é uma conta negativa que registra os prejuízos
da entidade em vários exercícios.
•• Ações em tesouraria: é uma conta negativa que é usada para a empresa
registrar as ações que ela emitiu mais não vendeu ou recomprou.

Exercício
4. (Esaf – Analista do Mercado de Capitais-CVM-2010) Aponte abaixo
a opção que contém uma assertiva incorreta.
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado
de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros
benefícios econômicos para a entidade.
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de even-
tos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída
de recursos capazes de gerar benefícios econômicos para a enti-
dade.
c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade de-
pois de deduzidos todos os resultados.
d) Muitos ativos têm uma substância física. Entretanto, substância
física não é essencial à existência de um ativo.
e) Muitos ativos estão ligados a direitos legais, inclusive a direito de
propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, entretan-
Contabilidade Geral e Pública

to, o direito de propriedade não é essencial.


Capítulo 2

Resultado

1. Resultado: Conceito, Receitas e Despesas


1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos o resultado, seu conceito, receitas e despesas.

1.2 Síntese
O resultado de uma entidade, também chamado de rédito, é o valor resul-
tado do confronto entre o total de receitas e despesas obtidas pela entidade em
um determinado período.
Se o resultado for positivo, será chamado de lucro, ou seja, a entidade teve
mais receita do que despesas e, caso as despesas sejam maiores do que a receita,
haverá um prejuízo, ou seja, um resultado negativo.
É importante destacar que o resultado sempre será calculado para um deter-
minado período. Esse período pode ser mensal, trimestral, anual, quadrimestral,
semestral, mas, normalmente, as entidades trabalham com o período anual.
16
Receitas são variações positivas do patrimônio líquido, que não decorram
de valores injetados pelos sócios, ou seja, é o valor que vai aumentar o valor do
patrimônio líquido da entidade.
Toda receita é produzida pelo aumento de um ativo ou diminuição de um
passivo, no entanto, em todo aumento do ativo ou diminuição do passivo, vai
produzir uma receita.
Despesas, ao contrário da receita, são os valores que diminuem o patri-
mônio líquido, desde que não decorram de valores repassados aos sócios; por
exemplo, os dividendos.
Desta forma, vemos que a despesa pode ser ocasionada ou pela diminuição
do ativo ou pelo aumento do passivo, entretanto, nem toda diminuição do ativo
ou aumento do passivo irá ocasionar despesas.
No final do exercício, normalmente no final do ano, a entidade irá zerar
todas as suas contas de receita e despesas e passará esses valores para uma conta
chamada Conta de Apuração do Resultado do Exercício.

Exercício
5. A entrada de recursos para o Ativo, proveniente de prestação de ser-
viços, vendas ou juros, significa:
a) Uma despesa.
b) Um superávit.
c) Uma receita.
d) Um lucro.
e) Um resultado.

2. Classificação das Receitas e Despesas


2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a classificação das receitas e despesas.


Contabilidade Geral e Pública

2.2 Síntese
Receita, como já foi estudado, são os valores que fazem com que o patrimô-
nio líquido da entidade aumente.
As receitas se dividem em diversas categorias. São elas:
•• Receitas de vendas: também chamadas de receitas brutas. São as re-
ceitas relacionadas às atividades normais da entidade. Receita bruta é
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diferente de faturamento, pois faturamento é a soma da receita bruta
com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
•• Receita líquida: tudo o que a entidade vender menos algumas dedu-
ções, que são devoluções de vendas, vendas canceladas, abatimento so-
bre vendas, descontos incondicionais concedidos, tributos sobre vendas
(menos o IPI).
•• Receitas financeiras: são os rendimentos que a empresa recebe pela
cessão a terceiro de uso de capitais. Exemplo: juros ativos, descontos
condicionais obtidos dos fornecedores e variações monetárias ativas.
•• Receitas de equivalência patrimonial: são as que decorrem de ganhos
com lucro auferido por empresas coligadas ou controladas.
•• Receitas operacionais: são receitas que não decorrem das atividades
normais da empresa; por exemplo, no caso em que uma empresa com-
pra uma máquina para produção e, posteriormente, vende essa máqui-
na. Esse lucro será de receitas operacionais.
As despesas se classificam da seguinte forma:
•• Despesas com vendas: são os gastos relacionados com a comercializa-
ção e distribuição das mercadorias ou produtos. É importante desta-
car que os gastos relacionados a insumos diretos, ou seja, aquilo que
é comprado pela empresa para ser transformado em outra coisa não é
considerado despesa.
•• Despesas financeiras: são gastos relacionados com a remuneração paga
a terceiros pela utilização do capital deles.
•• Despesas administrativas: são gastos relacionados à administração da
empresa, ou seja, gastos para o funcionamento da empresa.
•• Despesas gerais: são gastos que se relacionam tanto com as despesas
administrativas quanto com as despesas de vendas. Quando não se pode
distinguir o que são despesas financeiras do que são despesas adminis-
trativas, classifica-se como despesas gerais; por exemplo, o gasto com a
compra de produtos de limpeza.
•• Outras despesas: são as despesas que não se enquadram em nenhuma
das já citadas, como multas, por exemplo.
Contabilidade Geral e Pública

Exercício
6. (FCC – 2012) Os gastos decorrentes da venda de ativos imobilizados
devem ser registrados em
a) Receitas não operacionais.
b) Outras receitas operacionais.
c) Receitas diferidas.
18
d) Vendas brutas.
e) Receitas imobiliárias.

3. Gastos. Custos. Encargos e Perdas


3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os gastos, os custos e os encargos e as perdas.

3.2 Síntese
Gasto é todo dispêndio financeiro realizado pela empresa, independente
da finalidade.
Custos é um tipo de gasto, e são todos os gastos relacionados com a produ-
ção de bens e serviços pela entidade, ou seja, os custos estão relacionados com
a atividade da empresa.
Como exemplos de custos, tem-se:
•• empresa comercial que revende móveis. Os custos seriam com a aquisi-
ção de mercadorias que são revendidas;
•• empresa industrial que compra uma matéria-prima, ou produtos inter-
mediários e os transforma em outra coisa;
•• em uma empresa prestadora de serviço de limpeza, de custos, os valores
dos produtos de limpeza utilizados na prestação de serviços.
Os encargos correspondem à perda gradual do valor do bem, normalmente,
do ativo imobilizado.
O encargo pode ser depreciação, amortização ou exaustão.
•• Depreciação: é a diminuição do valor de bens tangíveis.
•• Amortização: é a diminuição do valor de bens intangíveis.
•• Exaustão: é a diminuição do valor de direito de exploração de minas e
florestas.
Perdas correspondem a diminuições dos valores dos patrimônios da entida-
Contabilidade Geral e Pública

de, decorrentes normalmente de eventos imprevisíveis, ou de difícil previsão, e


acarretaram perda patrimonial à entidade.

Exercícios
7. (TJ – Sergipe – Analista Judiciário) A identificação de gasto efetua-
do, que não produza benefícios econômicos futuros, é reconhecida
nas demonstrações de uma entidade como:
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a) Ganho.
b) Despesa.
c) Custo.
d) Receita.
e) Ativo.
8. Os gastos de uma empresa incluem os custos e as despesas, sendo
que normalmente:
a) As despesas são os gastos diretamente ligados à compra de maté-
ria-prima para produção.
b) Os custos são os gastos associados diretamente à produção.
c) Os gastos com energia elétrica de toda empresa são considera-
dos custos.
d) Gastos com juros bancários são considerados custos.
9. A perda de valor dos recursos minerais decorrente de sua exploração
deve ser registrada no resultado como:
a) Despesa de depreciação
b) Despesa de exaustão.
c) Despesa de amortização.
d) Despesa de exploração.
e) Perda com ativos.

4. Regimes de Contabilização
4.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os regimes de contabilização.

4.2 Síntese
Quando se fala em regimes de contabilização, fala-se basicamente, no mo-
Contabilidade Geral e Pública

mento em que a receita ou a despesa é contabilizada.


Os dois principais regimes de contabilização são: regime de caixa e regime
de competência.
A diferença entre eles é o momento em que será registrada a receita ou a
despesa.
No regime de caixa, as despesas são reconhecidas quando da entrada e saída
de dinheiro.
20
Já no regime de competência, as receitas e as despesas não são registradas
no momento em que elas são recebidas ou pagas, mas, sim, no momento em
que elas surgem, ou seja, no momento em que ocorre o fato gerador da receita
ou da despesa.
O tipo de regime adotado pode influenciar no lucro ou prejuízo do exer-
cício. Por exemplo, uma empresa vende em dezembro de 2013, dez mil reais
em mercadoria, para receber em janeiro. Pelo regime de competência, esses
dez mil reais serão registrados em dezembro de 2013. Já pelo regime de caixa,
não está registrado em dezembro de 2013, mas apenas em janeiro de 2014.
Sendo assim, esse valor, sendo registrado em 2013, demonstrará lucro para
empresa naquele ano e, se registrado em 2014, demonstrará lucro para empresa
não em 2013, mas, sim, em 2014.
Atualmente, todas as Sociedades Anônimas e todas as Sociedades Limitadas
de Grande Porte devem adotar o regime de competência.
Em relação às receitas e despesas diferidas, representam valores recebidos
ou pagos antecipadamente, antes que o fato gerador respectivo da receita ou
da despesa ocorra.
Como são registradas antes da ocorrência do fato gerador não se trata de
receitas e despesas, mas de valores registrados no ativo (se forem despesas dife-
ridas) ou no passivo (se forem receitas diferidas como um crédito ou dívida para
com terceiros que não causa impacto).
No caso das receitas diferidas, em verdade, são valores recebidos ou pagos
antecipadamente, ou seja, antes do fato gerador. Essa receita estará registrada
no passivo.
Já no caso das despesas diferidas, são valores que saíram do caixa da entida-
de, antecipadamente, antes do fato gerador e será registrado no ativo.

Exercícios
10. (Cespe – TRE – RJ – 2012) Quando determinada empresa paga uma
parcela de seguro relativo a período de cobertura ainda não trans-
corrido, o valor correspondente à parcela paga não pode integrar as
contas de resultado do período.
Contabilidade Geral e Pública

11. (Fundep – FHEMIG – 2009) A empresa Alfa Ltda. que adota o regi-
me de competência contratou o aluguel de um galpão por 22 meses,
a partir de 01/03/2009, pagando antecipadamente R$ 220.000,00.
O contador, no encerramento do ano de 2009, deve registrar esse
pagamento da seguinte forma:
a) R$ 100.000,00 como despesa e R$ 120.000,00 como Ativo Cir-
culante.
21
b) R$ 110.000,00 como despesa e R$ 110.000,00 como Ativo
Circulante.
c) R$ 100.000,00 como Ativo Circulante e R$ 120.000,00 com Ati-
vo de Longo Prazo.
d) R$ 220.000,00 como despesa.

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 3

Atos e Fatos Contábeis

1. Atos Administrativos e Fatos Contábeis.


Classificação dos Fatos Contábeis
1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os atos administrativos e os fatos contábeis e


a classificação dos fatos contábeis.

1.2 Síntese
Atos administrativos são acontecimentos ocorridos em uma entidade, que
não alteram o seu patrimônio, nem de forma quantitativa nem de forma qua-
litativa, embora possam vir a afetar futuramente. Por exemplo, admissão de
funcionário, aval dado em título de crédito e envio de título ao banco para
cobrança.
23
A princípio, os atos administrativos não interessam à contabilidade, pois
não vão alterar o patrimônio da entidade, mas isso não impede que sejam regis-
trados pela contabilidade.
Se forem registrados pela contabilidade, serão registrados em um tipo espe-
cífico de contas, chamadas de conta de compensação.
As contas de compensação irão registrar os atos administrativos que podem
vir a produzir alguma alteração futura no patrimônio da entidade.
Como exemplo de contas de compensação, tem-se os contratos de aval e
fiança, hipotecas assumidas, bens dados em garantia, mercadorias consignadas,
contratos de empréstimos e financiamentos não liberados, contrato de aluguel
e bens recebidos em comodato.
Fatos contábeis, também chamados de fatos administrativos, são os acon-
tecimentos ocorridos em uma empresa que alteram o seu patrimônio, seja de
forma qualitativa, seja de forma quantitativa.
Alteração quantitativa do patrimônio é aquela alteração que vai trazer uma
mudança no valor total do patrimônio líquido.
Já as alterações qualitativas, são aquelas que não mudam o valor total do
patrimônio líquido, mas sua composição.

Exercícios
12. (Cespe – TRE – RJ – 2012) A elaboração de um parecer de auditoria
sobre a correta aplicação dos princípios fundamentais da contabili-
dade, constitui um fato contábil.
13. (Cespe – Unipampa – RS – 2009) Fatos contábeis são ocorrências
que alteram a composição do patrimônio, seja em seu aspecto quali-
tativo, seja em seu aspecto quantitativo.
14. Qual a diferença entre Ato Administrativo e Fato Administrativo?
a) O primeiro constitui-se em prática administrativa que não mo-
difica materialmente o patrimônio, enquanto que os fatos provo-
cam alteração patrimonial.
b) Não há em verdade diferenças.
c) O primeiro altera qualitativamente o patrimônio, enquanto que
Contabilidade Geral e Pública

o segundo não provoca alteração alguma.


d) O primeiro, quando ocorre, altera de imediato o patrimônio da
empresa, enquanto que o segundo somente provoca alteração
no exercício seguinte.
e) O primeiro altera o patrimônio e o segundo não.
24
2. Fatos Permutativos, Modificativos e Mistos
2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os fatos permutativos, modificativos e mistos.

2.2 Síntese
As alterações qualitativas não vão alterar o valor total do patrimônio líquido,
mas somente a composição das contas. Por exemplo, compra de mercadorias e
pagamentos de duplicatas sem desconto ou sem juros.
Já as alterações quantitativas são as alterações que vão provocar mudança
no valor do patrimônio líquido.
Sempre que se estiver falando em alteração quantitativa, está se falando de
despesas e de receitas.
Como exemplos de alterações quantitativas, tem-se a venda de bens do ati-
vo imobilizado com lucro e pagamento de salários.
Fatos contábeis permutativos, também chamados de fatos contábeis com-
pensatórios, são aqueles que produzem alterações qualitativas no patrimônio
líquido, não o alterando quantitativamente.
Os fatos contábeis permutativos podem ocorrer de cinco formas:
•• quando se aumenta e diminui o ativo no mesmo valor;
•• quando se aumenta o ativo e aumenta o passivo na mesma proporção;
•• quando ocorre a diminuição do passivo e a diminuição do ativo na mes-
ma proporção;
•• quando há um aumento e diminuição passivo no mesmo tempo e no
mesmo valor;
•• quando ocorre a diminuição do patrimônio líquido e um aumento do
patrimônio líquido na mesma proporção.

Exercício
Contabilidade Geral e Pública

15. (FCC – PGE – RJ – 2009) Representa um Fato Contábil Permutati-


vo a:
a) Compra de um veículo à vista.
b) Venda de mercadoria com prejuízo.
c) Venda de imobilizado com prejuízo.
d) Venda de imobilizado com lucro.
e) Venda de mercadoria com lucro.
25
3. Fatos Permutativos, Modificativos e Mistos
– Continuação
3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos os estudos sobre os fatos permutativos, mo-


dificativos e mistos.

3.2 Síntese
Os fatos contábeis modificativos, também chamados de fatos contábeis
quantitativos, trazem modificações quantitativas no patrimônio, ou seja, vão
alterar o valor do patrimônio líquido.
Os fatos contáveis modificativos, pelo fato de modificarem o valor do patri-
mônio líquido, sempre vão envolver receitas ou despesas.
As espécies de fatos contábeis modificativos são:
•• fatos contáveis modificativos aumentativos: aumentam o valor total do
patrimônio líquido, envolvendo uma conta de receita e uma conta pa-
trimonial. Exemplo: ganho de capital;
•• fatos contáveis modificativos diminutivos: diminuem o valor do patri-
mônio líquido. Envolvem uma conta patrimonial (conta do ativo, pas-
sivo ou patrimônio líquido) e mais uma conta de despesa. Exemplo:
pagamento de salários ou a perda de um bem;
•• fatos contáveis modificativos mistos: também são chamados de fatos
contáveis modificativos compostos. Recebem esse nome por envolver
ao mesmo tempo um fato permutativo e um fato modificativo. Vão ao
mesmo tempo alterar qualitativamente contas patrimoniais e vão alterar
também o patrimônio líquido.
Os fatos mistos podem ser de duas espécies:
•• mistos aumentativos: alteram qualitativamente o patrimônio e vão au-
mentar o valor do patrimônio líquido;
Contabilidade Geral e Pública

•• mistos diminutivos: é uma diminuição do patrimônio líquido.


A diferença entre os fatos modificativos aumentativos e os mistos aumenta-
tivos é que, no primeiro, há uma variação do patrimônio líquido e, no segundo,
além de haver uma modificação no patrimônio líquido, também existe uma
alteração na sua composição.
Como exemplo de fatos mistos aumentativos tem-se: recebimento de dupli-
cata no valor original de R$ 1.000,00 com juros de 10%.
26
Já como exemplo de fatos mistos diminutivos tem-se: renegociação de em-
préstimo de R$ 1.000,00 com troca por promissórias no valor de R$ 1.200,00.

Exercício
16. (FCC – Fiscal do ISS – Prefeitura de São Paulo) O pagamento de
uma dívida com juros de mora representa um fato contábil:
a) Permutativo.
b) Modificativo aumentativo.
c) Misto diminutivo.
d) Misto aumentativo.
e) Modificativo aumentativo.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 4

Princípios Fundamentais da
Contabilidade

1. Princípio da Entidade e Princípio da


Continuidade
1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os Princípios da Entidade e da Continuidade.

1.2 Síntese
Quando se fala em princípios fundamentais da contabilidade, se fala em
regras, estruturas basilares que serão essenciais para o desenvolvimento das nor-
mas contábeis.
Quem estabelece os princípios fundamentais da contabilidade é o Conse-
lho Federal de Contabilidade (CFC).
Na falta de uma norma contábil, o contador deve agir respaldado pelos
princípios fundamentais da contabilidade.
28
A Resolução nº 750, de 1993, do CFC, que foi alterada pela Resolução nº
1.282, de 2012 (que extinguiu o princípio da atualização monetária), diz que
atualmente são seis os princípios fundamentais da contabilidade. São eles:
•• Princípio da Entidade;
•• Princípio da Continuidade;
•• Princípio da Oportunidade;
•• Princípio do Registro pelo Valor Original;
•• Princípio da Competência;
•• Princípio da Prudência.
O art. 4º da Resolução nº 750, do CFC, trata do Princípio da Entidade e,
traz a seguinte redação:
“O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Conta-
bilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de
um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independen-
temente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade
ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.
Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles
dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único. O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resul-
ta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.”

Exercícios
17. (Esaf – Serpro – 2001) A Resolução CFC nº 750/1993 estabeleceu
como princípios de Contabilidade, os princípios da:
a) Prudência e da Oportunidade.
b) Oportunidade e da Materialidade.
c) Prudência e da Objetividade.
d) Consistência e da Previsibilidade.
e) Prudência e da Materialidade.
18. O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio como objeto da con-
tabilidade e afirma a autonomia patrimonial à necessidade da diferen-
Contabilidade Geral e Pública

ciação do patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes,


independentemente de pertencer à pessoa, conjunto de pessoas, socie-
dade ou instituição de qualquer natureza, com ou sem fins lucrativos.
19. (Cespe – IPAJM – Contador – 2010) Segundo a Resolução CFC nº
774/1994, o cerne do princípio da entidade está na autonomia do
patrimônio a ela pertencente. O princípio em exame afirma que
o patrimônio deve revestir-se do atributo de autonomia em relação a
29
todos os outros patrimônios existentes, pertencendo a uma entidade,
no sentido de sujeito suscetível à aquisição de direitos e obrigações.
De acordo com essa resolução, devido a sua falta de autonomia pa-
trimonial, não constitui entidade contábil:
a) Uma família.
b) Um governo municipal.
c) Uma sociedade cooperativa.
d) Um grupo econômico consolidado.
e) Uma sociedade de fato, mas sem forma jurídica.

2. Princípio da Oportunidade e Princípio do


Registro pelo Valor Original
2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os Princípios da Oportunidade e do Registro


pelo Valor Original.

2.2 Síntese
Continuando os estudos sobre os princípios fundamentais da contabilida-
de, o art. 5º da Resolução nº 750, do CFC trata do Princípio da Continuidade
com a seguinte redação:
“Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará
em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos compo-
nentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.”
Se o contrato social não informar nada em relação à extinção da sociedade,
quer por morte dos sócios quer por desentendimento entre eles, o prazo de
duração da entidade será indeterminado.
Neste sentido, os valores contábeis, valor do ativo, valor do passivo, valores
dos bens, valores dos direitos e das obrigações deverão ser valorados de acordo
com essa perspectiva.
Contabilidade Geral e Pública

Por exemplo: uma empresa adquire sob encomenda uma máquina no valor
de R$ 300.000,00. Esse valor de compra deve ser registrado no ativo da empre-
sa. Todo ano ocorrerá a depreciação do valor deste maquinário, seja em decor-
rência de seu uso, seja em razão da máquina se tornar obsoleta. Se os sócios
pedirem a liquidação da sociedade, um mês após a compra da máquina, pode
ser que esta não seja registrada com o valor de R$ 300.000,00, pois a empresa
poderá não vender a máquina pelo mesmo valor de compra.
30
Outro Princípio é o da Oportunidade, que está previsto no art. 6º da Reso-
lução nº 750, do CFC, com a seguinte redação:
“Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração
e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações ínte-
gras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância,
por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade
da informação.”
Em relação ao Princípio da Oportunidade, o CFC estabelece que os fatos
contábeis futuros também devem ser registrados, desde que eles sejam certos
ou prováveis.

Exercícios
20. (Cespe – TJ-AC – Analista Judiciário – Contador – 2012) O Princí-
pio da Continuidade está relacionado à certeza de que, no futuro,
a entidade continuará em operação e, por isso, os componentes do
patrimônio devem ser avaliados pelos maiores valores.
21. Segundo a Resolução do CFC nº 750/1993, o princípio contábil que
se refere ao processo de mensuração e apresentação dos componen-
tes patrimoniais, para produzirem informações íntegras e tempesti-
vas é denominado princípio:
a) Do Registro pelo Valor Original.
b) Da Competência.
c) Da Prudência.
d) Da Oportunidade.
e) Da Entidade.
22. A observância do Princípio da Continuidade é indispensável à corre-
ta aplicação do Princípio da Competência, pelo fato de se relacionar
diretamente com a quantificação dos componentes patrimoniais e
com a formação do resultado, e de constituir suma importância para
aferir a capacidade futura de geração deste resultado.

3. Princípio do Registro pelo Valor Original,


o Princípio da Competência e o Princípio
Contabilidade Geral e Pública

da Prudência
3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos o Princípio do Registro pelo Valor Original,


o Princípio da Competência e o Princípio da Prudência.
31
3.2 Síntese
O Princípio do Registro pelo Valor Original está previsto no art. 7º da Reso-
lução 750, do CFC, que estabelece:
“Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os com-
ponentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores origi-
nais das transações, expressos em moeda nacional.”
Esse registro é importante para verificar se a entidade teve ou não lucro.
É imprescindível destacar que, se a transação ocorrer em moeda estrangei-
ra, deverá ser utilizado o câmbio do momento da transação, para registrar esse
valor em moeda nacional.
Isso não quer dizer que este valor não possa ser alterado posteriormente.
O princípio da atualização monetária não existe mais, porém, isso não im-
pede que ela seja feita, ou melhor, ela não é mais obrigatória, segundo o CFC.
O Princípio da Competência está previsto no art. 9º da Resolução nº 750,
do CFC e traz a seguinte redação:
“Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das tran-
sações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem,
independentemente do recebimento ou pagamento.
Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade
da confrontação de receitas e de despesas correlatas.”
Já o Princípio da Prudência, que está previsto no art. 10 da Resolução nº
750, do CFC, diz:
“Art. 10. O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor
para os componentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações
patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo
grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em
certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam
superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo
maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos compo-
nentes patrimoniais.”
Contabilidade Geral e Pública

Exercícios
23. A influência no valor econômico dos ativos e, em muitos casos, no
valor de vencimento dos passivos, especialmente, por causa de um
prazo determinado, previsto ou previsível para que o patrimônio te-
nha cumprido sua destinação social e a sua finalidade se extinga, é
apresentada no Princípio Contábil da:
32
a) Prudência.
b) Oportunidade.
c) Entidade.
d) Continuidade.
e) Competência
24. De acordo com o Princípio da Prudência, quando as opções forem
igualmente aceitáveis perante os princípios fundamentais da conta-
bilidade, deve-se escolher a hipótese de que resulte o maior patrimô-
nio líquido.
25. O Contador afirmou: “As receitas e as despesas devem ser incluídas
na apuração do resultado do período que ocorrerem, independente-
mente de pagamento ou recebimento.”
De acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, o
Contador faz referência ao denominado Princípio da:
a) Prudência.
b) Continuidade.
c) Entidade.
d) Relevância.
e) Competência.
26. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os efeitos
da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional não sejam reco-
nhecidos nos registros contábeis.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 5

Contas e Lançamentos

1. Definição de Conta Contábil. Elementos


das Contas Contábeis. Teorias das Contas.
Tipos de Contas
1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a definição de conta contábil, os elementos


das contas contábeis, as teorias das contas e os tipos de contas.

1.2 Síntese
Conta contábil é o nome técnico representativo de um elemento patri-
monial (bem, direito, obrigação ou componente do patrimônio líquido) ou de
variação patrimonial (receita ou despesa). Controlam o valor ou alterações das
grandezas que representa.
34
São três os tipos de contas contábeis e são elas:
•• contas patrimoniais: são contas que registram bens, direitos e obriga-
ções (ativo, passivo e patrimônio líquido), e não alteram o valor total
do patrimônio líquido, ou seja, não alteram o resultado. As contas re-
tificadoras ou redutoras, que são contas negativas dos grupos aos quais
pertencem, também são contas patrimoniais;
•• contas de resultado: são receitas e despesas. Afetam o resultado do exer-
cício, ou seja, são elas que definem se a empresa terá prejuízo ou lucro.
As contas de resultado, após a apuração no final do ano, são zeradas;
•• contas de compensação: vão registrar atos administrativos que não alte-
ram nem o patrimônio e nem o resultado.
As contas contábeis têm vários elementos, que são:
•• número: é opcional, nem toda empresa utiliza um número para cada
conta, mas é recomendado que se utilize;
•• título: diz o que a conta representa;
•• saldo: valor do elemento;
•• natureza do saldo: pode ser devedora ou credora.

Exercícios
27. É uma conta de resultado:
a) Receita na alienação de bens do ativo não circulante.
b) Receitas diferidas.
c) Despesas antecipadas.
d) Despesas do exercício seguinte.
e) Tributos a pagar.
28. (Cespe/UnB – Abin – 2012) Depreciação acumulada, participações
em outras empresas e perdas estimadas para crédito de liquidação
duvidosa são contas redutoras dos elementos patrimoniais.

2. Contas Credoras e Contas Devedoras.


Saldos de Contas
Contabilidade Geral e Pública

2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos as contas credoras e contas devedoras e, tam-


bém, os saldos de contas.
35
2.2 Síntese
As contas podem ser credoras ou devedoras.
Se a conta for credora, um crédito feito nela aumentará o seu valor e um
débito irá diminui o seu valor.
Se a conta for devedora, os débitos irão aumentar o seu valor e os créditos
irão diminuir o seu valor.
Quando se fala em natureza do saldo das contas, é para saber se é uma
conta credora ou devedora.
As contas de resultado, como já visto, são as contas que alteram o resultado
do exercício. São as contas de receitas e despesas.
As receitas terão sempre um saldo credor, ou seja, serão contas credoras, já
as despesas são contas devedoras.
As contas patrimoniais, exceto as retificadoras, podem ser do ativo, do pas-
sivo ou do patrimônio líquido.
As contas do ativo sempre terão natureza devedora, já o passivo e o patrimô-
nio líquido sempre terão natureza credora.
Contas patrimoniais retificadoras são as contas que, por alguma razão, di-
minuem o valor de outra conta; por exemplo, a depreciação acumulada.
As contas retificadoras do ativo terão natureza credora e, nas contas do pas-
sivo e no patrimônio líquido, elas terão natureza devedora.
Saldo da conta é o valor líquido da conta, credor ou devedor, de acordo
com sua natureza, ou seja, é a diferença entre total de crédito e total de débito,
considerando-se ainda o saldo inicial do período.

Exercício

29. (Cespe – Procon – RJ – 2012) Dentre as alternativas abaixo, aque-


la que contém somente contas cujos saldos são de natureza deve-
dora é:
a) Capital, Contas a Pagar e Caixa.
Contabilidade Geral e Pública

b) Salários, Fornecedores e Mercadorias.


c) Ações em Tesouraria, Juros Passivos e Veículos.
d) Juros Ativos, Clientes e Mobiliários.
e) Duplicatas a Receber, Duplicatas Descontadas e Provisão de
Férias.
36
3. Lançamentos Contábeis. Método
das Partidas Dobradas. Fórmulas de
Lançamentos
3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os lançamentos contábeis, o método das par-


tidas dobradas e as fórmulas de lançamentos.

3.2 Síntese
Lançamento é o registro em contas de fato contábil, contas patrimoniais e
de resultado ou de ato administrativo, que são as contas de compensação. Por
exemplo, quando alguém paga uma conta com o dinheiro da empresa, isso é
um fato contábil, que deve ser registrado.
O processo de lançamento de atos ou fatos contábeis é chamado de escri-
turação.
Existem dois métodos possíveis para a escrituração, mas só um deles é acei-
to atualmente.
•• Método das partidas simples: também chamado de unigrafia, em que
cada fato contábil é registrado com a utilização de apenas um elemento
patrimonial, ou seja, em uma única conta contábil. Esse método não é
mais utilizado.
•• Método das partidas dobradas: é o método atualmente utilizado, em
que é utilizada mais de uma conta para registrar os fatos contábeis. Esse
método foi criado por Luca Pacioli, e também é chamado de digrafia,
porque utiliza pelo menos duas contas para o registro de cada fato con-
tábil. Terá pelo menos o débito em uma conta e o crédito em outra
conta.
Contabilidade Geral e Pública

Os elementos essenciais dos lançamentos são:


•• local e data;
•• contas debitadas;
•• contas que estão sendo creditadas;
•• histórico;
•• valor do lançamento.
37
Exercício
30. Empresa adquiriu um veículo por R$ 9.000,00, pagando a prazo.
Assinale a opção que traz o lançamento gerado:
a) Debitar banco contas movimento e creditar veículos.
b) Creditar veículos.
c) Debitar veículos e creditar banco conta movimento.
d) Veículos a fornecedores.
e) Exigível em longo prazo.

4. Fórmulas de Lançamentos. Correção de


Lançamentos Incorretos
4.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos as fórmulas de lançamentos e a correção de


lançamentos incorretos.

4.2 Síntese
Fórmulas de lançamento nada mais são que modalidades de lançamento,
que vão depender do número de contas debitadas ou contas creditadas.
Existem quatro fórmulas de lançamento. São elas:
•• lançamento de primeira fórmula: há uma conta debitada e uma conta
creditada. Exemplo: compra de veículo à vista, no valor R$ 25.000,00.
Desta forma, temos o seguinte:
Débito – Veículo – R$ 25.000,00
Crédito – Caixa – R$ 25.000,00
•• lançamento de segunda fórmula: há uma conta debitada e mais de
uma conta creditada. Exemplo: recebimento de duplicata no valor R$
Contabilidade Geral e Pública

5.000,00 com juros de 10%. Desta forma, temos o seguinte:


Débito – Caixa – R$ 5.500,00
Crédito – Duplicatas a Receber – R$ 5.000,00
Crédito – Juros Ativos – R$ 500,00
•• lançamento de terceira fórmula: há mais de uma conta debitada e so-
mente uma conta creditada. Exemplo: pagamento de duplicata de R$
10.000,00 com juros de 5%. Desta forma, temos o seguinte:
38
Débito – Duplicatas a pagar – R$ 10.000,00
Débito – Juros passivos – R$ 500,00
Crédito – Caixa – R$ 10.500,00
•• lançamento de quarta fórmula: há mais de uma conta debitada e mais
de uma conta creditada: Exemplo: venda à vista por R$ 8.000,00 de má-
quina de valor original de R$ 10.000,00 e depreciada em R$ 4.000,00.
Desta forma, temos o seguinte:
Débito – Caixa – R$ 8.000,00
Débito – Depreciação acumulada – R$ 4.000,00
Crédito – Máquinas e equipamentos – R$ 10.000,00
Crédito – Rec. Alienação bens ativos imob. – R$ 2.000,00
Existem três formas de corrigir um lançamento feito erroneamente. São
eles o estorno, complementação e transferência.
•• Estorno: realiza-se um lançamento inverso, para anular o incorreto
Como exemplo de estorno, tem-se:
Lançamento errado: Débito – Caixa – R$ 100,00 e, Crédito – Bancos – R$
100,00
Estorno: Débito – Bancos – R$ 100,00 e, Crédito – Caixa – R$ 100,00
•• Complementação: complementa-se lançamento feito a maior ou a
menor.
Como exemplo de complementação, tem-se:
Deveria ter sido feito o lançamento no valor de R$ 120,00
Lançamento errado: Débito – Caixa – R$ 100,00 e, Crédito – Bancos
– R$ 100,00
Complementação: Débito – Bancos – R$ 20,00 e, Crédito – Caixa – R$ 20,00
•• Transferência: uso de conta errada. Contador lança erroneamente
compra a prazo:
Débito – Caixa – R$ 100,00 e, Crédito – Mercadoria – R$ 100,00
Transferência: Débito – Fornecedor – R$ 100,00 e, Crédito – Caixa –
R$ 100,00

Exercício
Contabilidade Geral e Pública

31. (Fundep – FHEMIG – Analista de Gestão – 2009) Um lançamento


contábil com débito na conta Veículos e crédito das contas Bancos e
Nota Promissória a pagar é um lançamento de:
a) Primeira fórmula.
b) Segunda fórmula.
c) Terceira fórmula.
d) Quarta fórmula.
39
5. Razonetes. Balancetes de Verificação
5.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os razonetes e os balancetes de verificação.

5.2 Síntese
O razonete é uma representação gráfica dos lançamentos feitos em uma de-
terminada conta, normalmente, acompanhados dos saldos inicial e final da conta.
Seu nome deriva da denominação do “Livro Razão”, que é um livro que
controla os saldos em lançamentos feitos em cada conta contábil.
Possui a forma de um “T”, onde no lado esquerdo registram-se os débitos e
do direito os créditos feitos na conta.
Cada conta deve ser representada por seu próprio razonete. Assim, todo
lançamento “mexerá” com, no mínimo, dois razonetes.
Como exemplo de aprendizagem, tem-se:
Montar um razonete de Duplicata a Receber de janeiro de 2013, com as
informações abaixo:
a) saldo da conta em 01/01/2013: R$ 5.000
b) recebimento de duplicata: R$ 1.000
c) emissão de duplicata contra cliente: R$ 500
d) baixa de duplicata não recebida: R$ 1.500
Duplicatas a Receber
Saldo Inicial = R$ 5.000 -
Emissão Duplicata = R$ 500 Recebimento de Duplicata = R$ 1.000
- Baixa Duplicata não recebida = R$ 1.500
Saldo Final = R$ 3.000 -
Já o balancete de verificação é a relação de todas as contas com o total de
lançamentos a débito feitos em cada conta registrados em uma coluna e o total
Contabilidade Geral e Pública

de lançamentos a crédito em outra.


Também pode ser elaborado somente com o saldo final das contas.
Como exemplo de lançamento, tem-se:
1) Débito – Caixa – R$ 10.000 e Crédito – Mercadorias – R$ 10.000
2) Débito – Mercadorias – R$ 3.000 e Crédito – Fornecedores – R$ 3.000
3) Débito – Máquinas e Equipamentos – R$ 6.000 e Crédito – Notas Pro-
missórias a Pagar – R$ 6.000
40
Contas Débitos Créditos
Caixa R$ 10.000 -
Mercadorias R$ 3.000 R$ 10.000
Fornecedores - R$ 3.000
Máquinas e Equipamentos R$ 6.000 -
Notas Promissórias a Pagar - R$ 6.000
TOTAL R$ 19.000 R$ 19.000

Exercício
32. (Cespe – TER/BA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2010) Não
é obrigatório que o balancete de verificação apresente o total dos
lançamentos a crédito igual ao total de lançamentos a débito.

6. Plano de Contas. Definição e Estrutura


6.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a definição e a estrutura do plano de contas.

6.2 Síntese
Plano de contas nada mais é do que uma lista, uma relação, de todas as
contas contábeis utilizadas pela entidade em sua contabilidade e que também
trará a descrição dos procedimentos contábeis que aquela entidade utiliza.
Cada entidade tem a liberdade de definir quais as contas que utilizará em
sua contabilidade.
A entidade é obrigada a ter algumas contas, como a conta caixa, por exem-
plo, e outra conta a entidade não é obrigada a ter, como a conta duplicatas a
receber, por exemplo, pois nem toda empresa trabalhará com esse sistema.
Contabilidade Geral e Pública

O objetivo do plano de contas é tornar de fácil entendimento, principal-


mente para quem não trabalha na empresa, qual a função de cada conta, quais
os procedimentos que a entidade utiliza para registrar determinados fatos con-
tábeis, entre outras coisas.
Todo plano de contas será composto, no mínimo, por dois elementos:
•• Elenco de Contas: é a estrutura do Plano de Contas, é a relação orde-
nada e codificada de todas as contas utilizadas pela entidade. Via de
41
regra, cada empresa define seu Elenco de Contas. Porém, entidades
de setores da economia, sujeitos a um maior controle governamental
(como bancos e seguradoras), têm seu Elenco de Contas padronizado
pelos órgãos de fiscalização.
A codificação das contas começa com o grupo e termina na conta, adotan-
do-se tantos graus de divisão quantos forem julgados necessários pela entidade
e esses grupos são: Ativo, Passivo, Exigível, Patrimônio Líquido, Receitas e Des-
pesas.
A entidade também pode adotar: Contas de Compensação Credoras e
Contas de Compensação Devedoras.
Exemplo de divisão de grupos:
1. Ativo (grupo)
1.1. Ativo Circulante
1.1.1. Disponibilidades
1.1.1.1. Caixa
1.1.1.2. Bancos Conta Movimento.
1.1.1.2.1. Banco “X”
1.1.1.2.2. Banco “Y”
1.1.1.2.3. Banco “Z”
2. Passivo Exigível (grupo)
2.1. Passivo Circulante
2.1.1. Fornecedores
2.1.1.1. Fornecedor ABC
2.1.1.2. Fornecedor BCD
2.1.2. Empréstimos Bancários
2.1.3. Salários a Pagar
•• Manual de Contas: objetiva explicar o uso correto de conta, trazendo a
função de cada uma e seu funcionamento, ou seja, quando será debita-
da e quando será creditada, e a forma de seu encerramento (como será
o lançamento para “zerar” a conta).
Além do Elenco e do Manual de Contas, a entidade pode acrescentar ao seu
Plano de Contas outros elementos, como modelos padronizados de demonstra-
ções contábeis, por exemplo.
Contabilidade Geral e Pública

Exercício
33. (Cespe – TER/BA – Técnico Judiciário – Contabilidade – 2010) São
partes de um plano de contas: descrição do funcionamento das con-
tas, elenco de contas e método de encerramento de contas, entre
outras.
Capítulo 6

Escrituração

1. Introdução e Conceito
1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos o conceito de escrituração.

1.2 Síntese
A escrituração é o registro da ocorrência de fatos ou atos contábeis, ou seja,
a escrituração é o registro de lançamentos contábeis.
A escrituração se dá em livros próprios e pode ser feita por vários sistemas
diferentes. São eles:
– Sistema Manual: atualmente, a forma manual não é mais utilizada. O
sistema manual é aquele em que os registros dos fatos contábeis nos
livros são feitos à mão, com utilização de canta de tinta indelével (tinta
que não pode ser apagada);
43
– Sistema Maquinizado: neste sistema, os registros são feitos com a uti-
lização de máquinas de datilografar convencionais, fichas tríplices e
papel carbono. Hoje em dia também não é mais utilizado;
– Sistema Mecanizado: também quase não é mais usado. Nele, também
se utilizam máquinas para preencher fichas (voucher), porém, essas má-
quinas são mais sofisticadas e feitas especificamente para uso contábil;
por exemplo, somadores de débitos e créditos;
– Sistema Informatizado: também chamado de sistema eletrônico, é mui-
to mais prático, eficaz e menos sujeito a erros que os outros, utilizando-
-se do computador para o registro dos fatos contábeis.
Atualmente, caminha-se para a substituição de todos os registros em papel
por registros digitais, o que levará à diminuição de gastos, a uma maior seguran-
ça de dados, e a uma maior eficiência na fiscalização tributária.
No emprego de sistema maquinizado, mecanizado ou eletrônico, é per-
mitido substituir os livros comerciais obrigatórios por formulários contínuos,
folhas soltas, cartões ou fichas, que deverão ser devidamente numerados e
encadernados.

Exercícios
34. Sistema de escrituração em que se utilizam fichas tríplices para re-
gistro dos fatos contábeis é chamado de:
a) Sistema Manual.
b) Sistema Informatizado.
c) Sistema Maquinizado.
d) Sistema de Fichas Contábeis.
35. Atualmente, tem-se assistido à utilização cada vez mais frequente do
sistema mecanizado de escrituração, em que os lançamentos contá-
beis são feitos por meio da utilização de máquinas específicas para o
trabalho contábil, facilitando o trabalho do profissional.
Contabilidade Geral e Pública

2. Sistemas de Escrituração
2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os sistemas de escrituração.


44
2.2 Síntese
Os livros de escrituração são os documentos onde ficam registrados os lan-
çamentos contábeis e alguns atos administrativos da entidade.
Alguns livros de escrituração são exigidos por lei; outros são opcionais; por
exemplo, o livro Diário é um livro obrigatório para todas as empresas.
A escrituração feita com observância das formalidades legais faz prova a
favor do contribuinte dos fatos nela registrados, uma vez comprovados por do-
cumentos hábeis.
É importante destacar que a escrituração feita de forma incorreta faz prova
contra o contribuinte.
Os tipos de livros de escrituração são:
– Livros Fiscais;
– Livros Sociais;
– Livros Trabalhistas;
– Livros Contábeis.
Os livros fiscais são aqueles exigidos pelas Administrações Tributárias (Fis-
co) Federal, Estaduais e Municipais, por meio de legislação específica de cada
uma dessas esferas. São utilizados para controle de tributos.
A legislação federal exige os livros:
– Registro de Apuração do IPI: registra débitos ou créditos de IPI (Impos-
to sobre Produtos Industrializados) e os saldos que ao final do período a
empresa tenha a pagar ou a ser ressarcida. Esse livro é obrigatório para
contribuintes do IPI.
– Registro do Selo de Controle: é obrigatório somente para as indústrias
que fabriquem produtos sujeitos ao uso do selo de controle de IPI, como
cigarros e algumas bebidas alcoólicas. Esse livro controla o número de
selos utilizados.
– Livro de Apuração dos Lucros Reais (Lalur): identifica as adições e ex-
clusões feitas no lucro contábil para a tributação pelo IRPJ e CSLL,
para as empresas que se utilizarem da tributação pelo Lucro Real.
– Registro de Inventários: é obrigatório para todas as empresas e tem o
objetivo de registrar todas as mercadorias em estoques quando do levan-
tamento do balanço da empresa.
Contabilidade Geral e Pública

– Registro de Compras: registra as operações de compra de matérias-


-primas e mercadorias. Pode ser substituído pelo Livro de Registro de
Entradas, exigido pelos Fiscos Estaduais.

Exercício
36. Registra os ajustes feitos ao lucro contábil para efeitos de incidência
do IRPJ e CSLL o:
45
a) Livro de Registro de Entradas.
b) Livro de Registro de Saídas.
c) Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur).
d) Livro de Controle de Mercadorias e Estoque.
e) Livro de Registro de Compras.

3. Livros de Escrituração
3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os livros de escrituração.

3.2 Síntese
Os livros sociais são exigidos das Sociedades Anônimas pelo art. 100 da Lei
nº 6.404/78 e não são importantes para fins de tributos ou leis trabalhistas, mas
são importantes para o controle dos próprios sócios.
São livros sociais previstos na Lei nº 6.404/76:
– Registro de Ações Nominativas;
– Transferência de Ações Nominativas;
– Registro de Partes Beneficiárias Nominativas;
– Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas;
– Atas das Assembleias Gerais;
– Presença de Acionistas;
– Atas das Reuniões do Conselho de Administração (se houver);
– Atas das Reuniões da Diretoria;
– Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Os livros sociais só vão registrar acontecimentos que são de interesse dos
sócios e não os de interesse necessariamente da contabilidade.
Os livros trabalhistas são exigidos para fins de controle da legislação do
trabalho, são livros que possuem a relação empregado e patrão.
Os livros trabalhistas exigidos pela CLT (Consolidação das Leis do Traba-
Contabilidade Geral e Pública

lho) são:
– Livros de Registro de Empregados; e
– Livro de Inspeção do Trabalho.
Já os livros contábeis irão registrar eventos que interessam à contabilidade,
ou seja, vão registrar os fatos contábeis.
Os livros contábeis podem ser obrigatórios (ex.: livro Diário) ou facultativos
(ex.: livros de contas correntes).
46
Os livros obrigatórios podem ser:
– comuns, onde a lei exige que todas as empresas tenham. Atualmente,
apenas o livro Diário é obrigatório a todas as empresas;
– específicos, que são aqueles obrigatórios para determinadas empresas;
por exemplo, o livro de Controle de Duplicatas.
Ainda, os livros obrigatórios podem ser:
– principais, que registram todos os fatos contábeis; por exemplo, livro
Diário;
– auxiliares, que registram alguns fatos contábeis somente; por exemplo,
livro Caixa.
Algumas formalidades devem ser seguidas nos livros de escrituração. São elas:
– Escrituração por contabilista com registro no CRC e obediência à for-
malidade (também chamadas de requisitos) intrínsecas e extrínsecas.
As formalidades intrínsecas dizem respeito ao que está escrito no livro, e são
as seguintes: em idioma e moeda nacional; com respeito às normas do CFC;
em obediência à ordem cronológica; sem intervalos em branco, entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Já as formalidade extrínsecas estão relacionadas à apresentação do livro e
são duas: necessidade de autenticação do livro pela Junta Comercial (alguns
livros estão dispensados de autenticação, como o Razão); lavratura de termos
de abertura e encerramento do livro.
Atualmente, alguns livros empresariais são escriturados digitalmente (Sped
– Sistema Público de Escrituração Digital).
Além disso, podem ser substituídos por folhas ou fichas impressas.

Exercícios
37. (Cespe – TRT 21ª – Analista – 2010) Entre as formalidades intrín-
secas da escrituração contábil, consta a obrigação de manter livros
sem rasuras, emendas, entrelinhas, borrões ou raspaduras, espaço
em branco, observações ou escrituras à margem.
38. (Fedese – Sefaz/SC – Auditor Fiscal da Receita Estadual – 2010) O
Código Civil estabelece ao empresário e à sociedade empresária a
Contabilidade Geral e Pública

obrigação de seguir um sistema de contabilidade com a escrituração


uniforme de seus livros. Afirma também que o Livro Diário é o mais
importante, e por isso, está sujeito a certas formalidades.
a) Livro encadernado com costura, com páginas numeradas meca-
nicamente.
b) Termos de abertura e encerramento, escrituração relatando fiel-
mente o fato contábil, sendo essa uma formalidade intrínseca.
47
c) Deve estar rubricado, em todas as páginas, pelo funcionário da
Junta Comercial ou do Cartório com competência para este
fim, e não podem conter nos registros rasuras, borrões ou emen-
das, sendo essa obrigatoriedade uma formalidade extrínseca.
d) Não pode conter registro nas entrelinhas e margens, intervalos
em branco, borrões, rasuras, e escrituração deve seguir um mé-
todo uniforme.
e) Deve conter a individualização e clareza dos lançamentos, com
os termos de abertura e encerramento assinados pelo comer-
ciante e pelo contabilista.

4. Livros de Escrituração – Continuação


4.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos os estudos em relação aos livros de escri-


turação.

4.2 Síntese
Os principais livros contábeis são:
– livro Diário: é um livro obrigatório e principal, que registra todos os
fatos contábeis em ordem cronológica de dia, mês e ano. É o principal
livro contábil e o único exigido pela legislação contábil;
– livro Razão: é um livro facultativo pela legislação comercial (Código
Civil) e obrigatório pela legislação fiscal para empresas que adotam a
tributação pelo Lucro Real. É um livro principal, como o livro Diário.
No Razão, os fatos são organizados primeiramente por tipo de conta e
somente depois (dentro de cada conta) é que é adotada a ordem cro-
nológica. Em verdade, ele funciona como um conjunto de razonetes,
uma para cada conta contábil;
Contabilidade Geral e Pública

– Lalur: o Lalur é um livro obrigatório só para empresas tributadas pelo


Lucro Real. Ele é usado para registrar os ajustes feitos ao resultado do
exercício exigidos pela legislação fiscal;
– livro Caixa: via de regra, é um livro facultativo e auxiliar (registra so-
mente alguns fatos contábeis). Nele são registrados os fatos que envol-
vem movimentação financeira, inclusive a bancária. No entanto, é um
livro obrigatório para as empresas que optarem pelo Lucro Presumido
48
para o IRPJ e para as optantes do Simples, se não fizerem escrituração
contábil na forma da lei comercial;
– livro Contas Correntes: também é um livro facultativo e auxiliar. Nele
são registrados os fatos que envolvam direitos e deveres da empresa,
como aqueles relacionados às contas Clientes, Fornecedores e Bancos;
– livro Registro de Duplicatas: É um livro obrigatório para empresas que
realizem vendas a prazo emitindo duplicatas. Nele registram-se todas as
duplicatas emitidas pela empresa contra clientes.

Exercício
39. (Movens – DNPM – Técnico em Contabilidade – 2010) Assinale a
opção que apresenta a função do livro contábil denominado Diário:
a) Demonstrar de forma resumida a variação do patrimônio.
b) Indicar o lucro bruto do período.
c) Informar os ajustes de exercícios anteriores.
d) Registrar as ocorrências disciplinares de funcionários.
e) Registrar todas as operações da empresa na ordem em que
ocorrem.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 7

Provisões

1. Conceito
1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos o conceito de provisões.

1.2 Síntese
O pronunciamento Técnico CPC 25/2009, do Conselho de Pronuncia-
mentos Contábeis, define a provisão como sendo um passivo de prazo ou valor
incerto, ou seja, a provisão representa um valor que a empresa provavelmente
terá que pagar, porém, não sabe ainda o valor exato ou quando deverá pagá-lo.
Assim, não existem mais as chamadas “provisões para 13º salário”, “provi-
sões para férias”, e outras, pois, nesses casos, sabe-se quando os valores terão que
ser pagos e quais os seus montantes. Esses valores, por exemplo, passaram a se
chamar “13º a pagar” e “férias a pagar”.
50
Como exemplos de provisão têm:
– a empresa é acionada na Justiça, perdeu em 1ª instância e é provável
que perca na segunda instância. Ela provavelmente terá que desembol-
sar valores ao final da ação, mas não sabe quando nem o valor exato.
Pode ser reconhecida a provisão;
– empresa de varejo tem por prática reembolsar clientes insatisfeitos.
Com base em sua experiência, calcula que cerca de 2% das vendas te-
nham que ser reembolsadas. Pode-se reconhecer provisão para custear
os reembolsos.
De acordo com o CPC 25, para que seja reconhecida a provisão, é necessá-
rio que sejam preenchidos três condições. São elas:
– a entidade tenha uma obrigação presente (ou provável, como no caso
da ação judicial e dos reembolsos citados como exemplos);
– seja provável que será necessária uma saída de recursos para liquidar a
obrigação (é mais provável que sim do que não);
– possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
Na Constituição de provisão, credita-se a conta de provisão correspondente
e debita-se uma conta de despesa. No cálculo, considera-se o possível valor a
pagar e a chance de ocorrer o evento.
Por exemplo, existem dois processos trabalhistas contra a empresa em que
os advogados consideram provável que a empresa seja obrigada a desembol-
sar valores, trazendo a tabela abaixo os desembolsos prováveis e chances de
ocorrência:
Processo Desembolso Provável Probabilidade de Ocorrência
A R$ 100.000 70%
B R$ 150.000 80%
Valor provisão: R$ 100.000 x 70% + R$ 150.000 x 80% = R$ 190.000.
Desta forma, a constituição da provisão será da seguinte forma:
Débito – Despesas com Provisão para Riscos Trabalhistas (resultado) – R$
190.000
Crédito – Provisão para Riscos Trabalhistas (conta do passivo) – R$ 190.000
Contabilidade Geral e Pública

A realização da provisão é a contabilização do gasto, que só ocorrerá no


efetivo desembolso, se houver. Na realização, debita-se a conta de provisão
correspondente e credita-se a conta de onde saíram os recursos.
Como exemplo de realização de provisão tem-se: utilizando-se ainda do
exemplo acima, nos processos trabalhistas A e B, a empresa de fato perdeu as
ações e teve de desembolsar à vista R$ 180.000,00. Nesse caso, a contabilização
ficaria:
51
Provisão para Riscos Trabalhistas
Saldo Inicial – 0,00
Realização – 180.000 190.000 – Constituição
10.000 – Saldo

Exercício
40. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico Contabilidade – 2011) Considere
as seguintes afirmativas:
– No Passivo, não somente são lançadas obrigações definidas, cer-
tas e suportadas por documentação que não deixe dúvidas quan-
to ao valor e data prevista para pagamento.
– Existem Passivos que também devem ser registrados, mesmo não
tendo data fixada de pagamento ou não contendo expressão exa-
ta de seus valores.
– No exigível, deve ser contabilizada a totalidade das obrigações,
encargos e riscos conhecidos e calculáveis.
As afirmativas acima estão relacionadas ao conceito de:
a) Reservas de Capital.
b) Reservas de Lucros.
c) Provisões.
d) Patrimônio Líquido.
e) Reservas de Capital e Patrimônio Líquido.

2. Passivos Contingentes
2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os passivos contingentes.


Contabilidade Geral e Pública

2.2 Síntese
Em relação à provisão tem-se:
– constituição: que é o registro da provisão na contabilidade e irá debitar
uma conta de despesa e irá creditar a conta de provisão;
– realização: será o pagamento do valor que a empresa iria pagar. Debita-
-se a previsão e credita ou caixa ou outras contas de onde sai o dinheiro;
52
– reversão: é quando sobra um saldo na provisão, ou seja, quando sobra
um valor daquele em que a empresa achava que deveria pagar.
Após realização da provisão (desembolso dos valores), pode restar um saldo,
pelo fato de o valor pago ter sido maior que o previsto, ou a provisão pode nem
chegar a se realizar, não ocorrer a situação que motivou sua contabilização.
Retomado o exemplo que foi utilizado em aula anterior, a empresa pro-
visionou R$ 190,00 para pagamento de processos trabalhistas, mas pagou R$
180.000,00 restando um saldo na conta de provisão de R$ 10.000,00.
Nesse caso, pode ser feita a Reversão da provisão, se não houver outras
ações trabalhistas contra a empresa com grande probabilidade de perda.
A reversão é feita da seguinte forma:
– Débito – Provisão para Riscos Trabalhistas – R$ 10.000
– Crédito – Receita com Reversão Provisões – R$ 10.000
O Razonete, neste caso, seria da seguinte forma:
Provisão para Riscos Trabalhistas
Saldo Inicial – 0.00
Realização – 180.000 Constituição – 190.000
Reversão – 10.000
Saldo Final – 0.00
Segundo o CFC, Passivo Contingente é:
– uma obrigação possível (mas não provável) cuja existência será confir-
mada pela ocorrência ou não de eventos incertos;
– uma obrigação presente, mas cuja saída de recursos não seja provável; ou
– uma obrigação presente, mas acerca da qual não se possa fazer uma
estimativa confiável de valor.
Assim, as formas de distinguir provisão de passivo contingente referem-se:
– à probabilidade de necessidade de pagamento (na provisão, a chance de
ter que pagar é maior do que não ter que pagar, no passivo contingente,
o oposto);
– à possibilidade de se realizar uma estimativa confiável sobre o valor que
deverá ser eventualmente pago (se não for possível fazer uma estimativa
confiável, tratar-se-á de um passivo contingente).
Contabilidade Geral e Pública

Há duas observações importantes em relação ao passivo contingente. São


elas:
1ª) os passivos contingentes não são contabilizados, mas somente devem
aparecer nas notas explicativas anexas às demonstrações contábeis;
2ª) se o desembolso de recursos for muito pouco provável (remoto), não
será considerado passivo contingente, ou seja, o passivo contingente pode ser
pouco provável, mas não remoto.
53
Exercício
41. (FCC – TER/SP – Analista Judiciário – 2012) A reversão, no exercício
corrente, de um saldo não utilizado de uma provisão constituída no
exercício anterior tem como contrapartida uma conta:
a) Patrimonial redutora do passivo.
b) De receita.
c) Patrimonial redutora do ativo.
d) De despesa diferida.
e) De despesa.

3. Ativos Contingentes e Perdas Estimadas


no Ativo
3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os Ativos Contingentes e perdas estimadas


no ativo.

3.2 Síntese
Ativo Contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e
cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de eventos futu-
ros incertos não totalmente controlados pela entidade.
Assim, o Ativo Contingente é o oposto do Passivo Contingente, pois repre-
senta um ganho possível, ao passo que o Passivo Contingente representa um
desembolso de recursos possível.
Os Ativos Contingentes não são registrados, pois podem não vir a se rea-
lizar. Porém, devem aparecer nas notas explicativas, com a descrição da sua
natureza, o valor potencial e a expectativa da companhia sobre a sua eventual
realização. No entanto, quando a realização do ganho é quase certa (extre-
Contabilidade Geral e Pública

mamente provável), não se trata de Ativo Contingente, e o reconhecimento


(contabilização) do ganho é adequado.
Como exemplo dessa situação, têm-se os valores registrados na conta “IR a
Compensar”. Nesse caso, a empresa somente poderá usar tais valores se tiver
lucro em algum exercício posterior. Como é altamente provável que isso ve-
nha a ocorrer (ainda que não necessariamente no próximo ano), os valores são
reconhecidos.
54
Outro exemplo: determinada empresa move, em 2010, ação judicial contra
um de seus fornecedores, no valor de R$ 1 milhão. Em 2012, ganha em pri-
meira instância: R$ 1 milhão deve ser considerado como Ativo Contingente, e
como tal, só deve aparecer em notas explicativas.
Em 2015, a empresa ganha em segunda instância, mas ainda cabe recurso:
R$ 1 milhão (mais sua eventual correção) ainda deve ser considerado como
Ativo Contingente, pois a empresa ainda pode perder a ação.
Em 2016, o processo termina com a vitória da empresa: o valor deve, agora
sim, ser registrado no Ativo da empresa como um direito (deixa de ser um Ativo
Contingente), mesmo que a empresa ainda não tenha recebido o valor, pois é
extremamente provável que a empresa o receba.
Em relação às perdas estimadas no Ativo, já vimos que, de acordo com o
pronunciamento técnico do CPC, a expressão “provisões” só se aplica a passi-
vos de prazo incerto ou valor indeterminado.
Assim, não se fala mais em provisão, em se tratando de componente
do Ativo, usando-se o termo “perdas estimadas”, contudo, os conceitos são
semelhantes.
Perdas estimadas são registradas quando houver alta probabilidade de que
ocorra diminuição no valor realizável de ativos.
Essas perdas são registradas em contas retificadoras do Ativo, sendo conta-
bilizadas a débito de contas de despesas.
Entre as perdas estimadas do Ativo mais comuns, temos:
– Perda Estimada em Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD): ante-
riormente denominada Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa
(PCLD);
– Perda Estimada em Estoques;
– Perda Estimada por Redução ao Valor Recuperável.

Exercícios
42. (Cespe – Correios – Analista de Correios – Contador) A divulgação
de um passivo contingente é feita no grupo de passivos não circu-
lantes.
Contabilidade Geral e Pública

43. Sobre Ativos Contingentes, assinale a alternativa correta:


a) Devem ser contabilizados no Ativo da entidade, em obediência
aos princípios da prudência e da oportunidade.
b) Representam valores que deverão ser pagos pela entidade no
exercício seguinte.
c) Representam ganhos possíveis da entidade no futuro.
d) Sua divulgação em notas explicativas é facultativa.
55
e) Não existe a possibilidade de que os ativos contingentes sejam
reclassificados, no exercício seguinte, para direitos de entidade a
serem registrados no Ativo.

4. Perda Estimada em Créditos de Liquidação


Duvidosa (PECLD)
4.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a Perda Estimada em Créditos de Liquida-


ção Duvidosa (PECLD).

4.2 Síntese
São três as perdas estimadas do Ativo e uma delas é a Perda Estimada em
Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD).
A Perda Estimada em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) é conta
retificadora dos valores a receber de clientes (normalmente de “Duplicatas a
Receber”), que traduz a perda estimada por inadimplência dos pagadores.
Há dois critérios distintos que podem ser utilizados para a apuração da
PECLD:
– Critério das Perdas Esperadas: por esse critério das perdas esperadas,
calcula-se a perda de acordo com sua experiência anterior, com o saldo
de Duplicatas a Receber e com o nível de risco dos clientes. Exemplo:
Clientes Duplicatas a Receber Percentual de PECLD PECLD
Risco A 100.000 1% 1.000
Risco B 200.000 1.5% 3.000
Risco C 300.000 2% 2.000
TOTAL PECLD 6.000
Contabilidade Geral e Pública

– Critério das Perdas Efetivas: a empresa só vai reduzir aqueles valores


que de fato não devem ser recebidos porque ou o cliente está falido ou
o cliente já está sendo cobrado, entre outras coisas. É o único aceito
pela legislação do Imposto de Renda (se utilizado o critério das perdas
esperadas, o valor das despesas de reconhecimento das perdas deverá
ser adicionado ao lucro real). De acordo com a lei, só são dedutíveis da
base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição sobre o
56
Lucro Líquido (CSLL) despesas com perdas em créditos de clientes em
algumas situações, como:
– declaração de falência do devedor;
– operação vencida há determinado tempo.
A contabilização das Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvi-
dosa é feito a débito de conta de despesa com PECLD (uma despesa de ven-
das), contra conta própria de PECLD (retificadora de Duplicatas a Receber).
Exemplo:
Contabilização
Débito – Despesas com PECLD – 5.000,00
Crédito – PECLD – 5.000,00
No balanço, teremos:
Duplicatas a Receber – 100.000,00
PECLD – (5.000,00)

Exercício
44. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) A empre-
sa “X”, em 31 de dezembro, tem créditos normais, sem garantias
específicas de recebimento, no montante de R$ 60.000,00. Deve,
portanto, constituir uma provisão para risco de crédito.
No seu livro Razão há um saldo remanescente da Provisão para De-
vedores Duvidosos no valor de R$ 1.000,00.
A nova provisão deverá ser contabilizada à razão de 3% dos créditos
sob risco, o que, neste balanço, fará a empresa suportar uma despesa
no valor de:
a) R$ 770,00.
b) R$ 800,00.
c) R$ 1.770,00.
d) R$ 1.800,00.
e) R$ 2.800,00.
Contabilidade Geral e Pública

5. Perda Estimada em Estoques (PEE)


5.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a Perda Estimada em Estoques (PEE).


57
5.2 Síntese
Estoques são os bens da empresa registrados no Ativo Circulante, como:
– bens mantidos para venda no curso normal dos negócios;
– bens em processo de produção para venda;
– bens na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou
transformados no processo de produção ou na prestação de serviços.
Embora os estoques sejam inicialmente registrados pelo valor de custo (re-
gistro pelo valor original), seu valor deve ser sempre revisto, sendo que, em
cada balanço, tais bens devem assumir o menor, dentre os seguintes valores:
– valor do custo de aquisição (valor da transação original); ou
– valor realizável líquido: valor que seria possível obter-se com a venda do
bem de estoque.
Se o valor realizável líquido for menor do que o custo de aquisição (que é
o valor pelo qual ele foi originalmente registrado), o bem deverá ser reavaliado.
A Perda Estimada em Estoque é uma conta retificadora de Estoques, tendo,
portanto, natureza credora.
A contabilidade da Perda é feita a crédito de conta própria e a débito de
conta de despesa. Exemplo:
Débito – Despesas com PEE – 3.000,00
Crédito – PEE – 3.000,00
No balanço teremos, por exemplo:
Estoques – 80.000,00
PEE – (3.000,00)

Exercício

45. No encerramento do exercício, uma empresa identificou os seguin-


tes dados sobre o valor de suas matérias-primas:
Valor Aquisição: 100.000
Valor Recuperável: 80.000
Neste caso:
Contabilidade Geral e Pública

a) Não deverá fazer qualquer ajuste, em respeito ao Princípio do


Registro pelo Valor Original.
b) Não deverá fazer qualquer ajuste, em razão do fato de o valor de
aquisição ser maior do que o valor recuperável.
c) Deverá fazer uma reavaliação de seu estoque de matérias-primas
adotando como valor dos mesmos R$ 80.000,00, o que impacta-
rá negativamente o resultado do exercício em R$ 20.000,00.
58
d) Deverá fazer uma reavaliação do seu estoque de matérias-primas,
adotando como valor os mesmos R$ 80.000,00, o que impactará
negativamente o resultado do exercício em R$ 20.000,00.
e) Deverá reavaliar suas matérias-primas para R$ 100.000,00.

6. Perda Estimada por Redução ao Valor


Recuperável
6.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a Perda Estimada por Redução ao Valor


Recuperável.

6.2 Síntese
A Perda Estimada por Redução ao Valor Recuperável é semelhante à Perda
Estimada em Estoque. Porém, enquanto esta se aplica aos bens de estoque,
aquela se aplica aos bens do Ativo Imobilizado ou Intangível.
Assim, como ocorre com os estoques, os bens imobilizados e intangíveis não
devem ser avaliados por um valor maior do que seu valor realizável, ou seja,
eles sempre estarão registrados pelo valor de aquisição (menos depreciação) ou
pelo valor realizável, o que for menor. A diferença, no entanto, encontra-se na
definição de valor recuperável. Isso porque, nos bens do estoque, o valor recu-
perável é o valor de venda do bem e, nos bens imobilizados e intangíveis, esse
valor é dado pelo maior valor entre:
– Valor justo líquido de despesa de venda: obtido pela venda do bem en-
tre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas estimadas de
venda. Exemplo: empresa tem máquina que vale R$ 120.000, mas, para
vendê-la, precisa gastar R$ 20.000 com a desinstalação. Valor justo lí-
quido: R$ 100.000.
– Valor em uso: valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que de-
vem advir de um ativo. É o valor de receita que seria obtido com produ-
Contabilidade Geral e Pública

tos ou serviços gerados pelo uso do bem, até sua completa depreciação,
descontados os custos de produção dos bens ou serviços. Exemplo: em-
presa prevê que a máquina produzirá 3.000 produtos/ano, durante cinco
anos, quando estará totalmente depreciada, totalizando 15.000 itens.
Custo de cada produto: R$ 10,00
Valor de venda do produto: R$ 18,00
Valor em uso = 15.000 x (18 – 10) = R$ 120.000,00
59
Exercício
46. Empresa possui uma máquina registrada em seu Ativo Imobilizado
pelo valor de R$ 110.000, com uma depreciação acumulada de R$
20.000.
Em 31/12/XXXX, a empresa levantou os seguintes dados:
– Valor mercado máquina: R$ 120.000.
– Despesas com venda máquina: R$ 40.000.
– Receitas de produtos com a máquina até total depreciação: R$
100.000.
– Despesas com fabricação desses produtos R$ 30.000.
Pergunta-se: qual valor deve ser dado à máquina no balanço de
31/12/XXXX?

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 8

Depreciação

1. Conceito de Depreciação

1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos o conceito de depreciação.

1.2 Síntese
Depreciação é a despesa com a perda de valor (desvalorização) de bens
tangíveis do Ativo Imobilizado, sujeitos ao desgaste pelo uso, ação da natureza
ou por se tornarem obsoletos.
A contrapartida do lançamento da Despesa de Depreciação é a conta De-
preciação Acumulada, que é uma conta retificadora do Ativo Imobilizado (que
reduz o valor contábil dos bens do Ativo Imobilizado).
61
Exemplo:
a) 31/12/XXX1
Débito – Despesa de Depreciação – 100.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 100.000
Máquinas e Equipamentos – R$ 500.000
(Depreciação Acumulada) – (R$ 100.000)
b) 31/12/XXX2
Débito – Despesa de Depreciação – 100.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 100.000
Máquinas e Equipamentos – R$ 500.000
(Depreciação Acumulada) – (R$ 200.000)
Existem alguns bens que a legislação proíbe a depreciação. São eles:
a) terrenos, exceto em relação a benfeitorias e construções;
b) bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras
de arte;
c) bens para os quais sejam registradas contas de amortização ou exaustão;
d) bens móveis ou imóveis que não estejam intrinsecamente relacionados à
produção ou comercialização de bens e serviços pela entidade.
A base de cálculo é o custo de aquisição do bem, incluindo os gastos neces-
sários à colaboração do bem em funcionamento, e acréscimos posteriores, tais
como correção monetária e reavaliação.
De acordo com a legislação, a depreciação de um bem não é calculada
a partir da data de sua aquisição, mas, sim, a partir do mês em que o bem for
colocado em funcionamento ou em condições de produzir.
As taxas máximas de depreciação são definidas pela Secretaria da Receita
Federal, e variam de acordo com a vida útil do bem, de forma que até o final da
vida útil do bem ele esteja totalmente depreciado.
Exemplo:
Bem Vida Útil Taxa Anual
Veículos 5 anos 20%
Imóveis (só edificação) 25 anos 4%
Máquinas e Equipamentos 10 anos 10%
Contabilidade Geral e Pública

Em relação às taxas, devemos fazer algumas observações:


a) as taxas de tabela anterior aplicam-se a bens utilizados num turno de 8
(oito) horas. Se forem utilizados em dois ou três turnos, a taxa deverá ser mul-
tiplicada por dois ou três respectivamente;
b) via de regra, a depreciação é calculada mensalmente;
c) o art. 310 do Regulamente do Imposto de Renda permite que a empresa
use taxas superiores às da tabela anterior, desde que haja comprovação por
laudo pericial por entidade oficial de pesquisa.
62
O valor residual de um bem depreciado corresponde ao valor da provável
realização do bem, após totalmente depreciado, ou seja, é o valor que poderia
ser na venda do bem após o final de sua vida útil. Exemplo: empresa adquire
veículo no valor de R$ 50.000, com depreciação em 5 anos (20% ao ano),
com valor residual de R$ 10.000 (valor pelo qual espera conseguir o veículo
após os 5 anos). Nesse caso, os 20% de depreciação anual seriam calculados
sobre R$ 40.000, que é a diferença entre R$ 50.000 e R$ 10.000.

Exercício
47. (Cespe – TER/PA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2010) O
reconhecimento de despesa de depreciação mensal provoca variação
patrimonial de natureza quantitativa, afetando o resultado líquido
para menos.

2. Métodos de Depreciação: Método das


Quotas Constantes
2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os métodos de depreciação com enfoque nos


Métodos das Quotas Constantes.

2.2 Síntese
A depreciação pode ser calculada por vários métodos. Os dois principais são:
a) Método Linear, também chamado de Método das Quotas Constantes;
b) Método da Soma dos Dígitos, também chamado de Método de Cole.
O Método Linear ou das Quotas Constantes é o método mais simples, mais
comum e que é considerado padrão.
Nele o percentual de depreciação é o mesmo para cada período e a taxa
Contabilidade Geral e Pública

anual é obtida pela divisão de 100% pelo número de anos de vida útil do bem.
Deve-se lembrar de que:
a) caso haja valor residual informado na questão, a depreciação deverá ser
calculada sobre a diferença entre o valor registrado do bem e seu valor residual;
b) tratando-se de anos em que a depreciação não será calculada para todo o
período, mas somente para determinados meses, a taxa de depreciação deverá
ser proporcionalizada em relação ao número de meses.
63
Para melhor entendimento, utilizaremos o seguinte exemplo:
1) Bem de R$ 40.000,00, vida útil de 10 anos, colocado em uso em julho
de 2013.
Depreciação anual = 100%/10 = 10%.
Contabilização:
• Em 2013 (6 meses) = 5%
Débito – Despesas com Depreciação – 2.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 2.000
• De 2014 a 2022 (12 meses) = 10%
Débito – Despesas com Depreciação – 4.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 4.000
• Em 2023 (6 últimos meses) = 5%
Débito – Despesas com Depreciação – 2.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 2.000
Como não há valor residual, ao final de 2023, o bem aparecerá no balanço
com valor contábil zerado (o valor do bem terá sido anulado pela depreciação
total).
2) Veículo de R$ 100.000, com valor residual de R$ 20.000, depreciado à
taxa de 20% ao ano, adquirido em janeiro de 2013.
Contabilização em 2013. Nesse caso, o percentual de 20% será aplicado
sobre a diferença entre o valor registrado do bem (R$ 100.000) e seu valor resi-
dual (R$ 20.000), o que dá uma base de cálculo de R$ 80.000:
Débito – Despesas com Depreciação – 16.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 16.000
No balanço de 2013, a Conta Veículos (considerando que a empresa só
possui tal veículo) será apresentada assim:
Veículos – 100.000
Depreciação Acumulada – (16.000)

Exercício
48. (CFC – Contador – 2011) Uma empresa adquiriu um ativo em
01.01.2009, o qual foi registrado por R$ 15.000. Sua vida útil foi
estimada em cinco anos. Espera-se que o ativo, ao final dos cinco
Contabilidade Geral e Pública

anos, possa ser vendido por R$ 3.000. Usando-se o método linear


para cálculo da depreciação, ao final de 2010, o valor contábil do
ativo líquido será de:
a) R$ 7.200,00.
b) R$ 9.000,00.
c) R$ 10.200,00.
d) R$ 12.000,00.
64
3. Métodos de Depreciação: Método das
Somas dos Dígitos
3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os métodos de depreciação com enfoque nos


Métodos das Somas dos Dígitos.

3.2 Síntese
O Método da Soma dos Dígitos pode ser aplicado de duas formas:
a) Quotas Decrescentes (mais comum), também chamado somente de Mé-
todo das Quotas Decrescentes;
b) Quotas Crescentes.
O Método da Soma dos Dígitos Decrescentes segue os seguintes passos:
1º passo: realizar uma soma (que chamaremos de S) com os números de
1 até o número de anos de vida útil do bem (n). Exemplo: se n = 4, ou seja, 4
anos de vida útil => S = 1 + 2 + 3 + 4 = 10.
2º passo: multiplicar o valor a ser depreciado a cada ano pela fração cujo
denominador é o número S e o numerador, para o primeiro ano, é o tempo de
vida útil do bem (n); para o segundo ano, é n-1; para o terceiro, n-2 e, assim,
sucessivamente, até o último ano, quando o numerador será 1.
Como exemplo de quotas decrescentes, temos:
Depreciação de um bem de R$ 10.000, com vida útil de 4 anos
1º passo:
S = soma dos dígitos = 1 + 2 + 3 + 4 = 10
2º passo (cálculo depreciação anual):
Primeiro Ano = 4/10 x 10.000 = 4.000
Segundo Ano = 3/10 x 10.000 = 3.000
Terceiro Ano = 2/10 x 10.000 = 2.000
Quarto Ano = 1/10 x 10.000 = 1.000
Devem-se levar em consideração as seguintes observações:
Contabilidade Geral e Pública

– o Método da Soma dos Dígitos não é aceito pela legislação do Imposto


de Renda, que somente admite, para fins fiscais, a depreciação linear;
– a vantagem do Método das Quotas Decrescentes sobre o Método das
Quotas Constantes é que ele proporciona maior uniformidade nos custos,
visto que, com o tempo, os gastos com manutenção do bem se tornam
maiores. Assim, despesas com depreciação decrescentes ajudam a equi-
librar os gastos com manutenção;
65
– assim como ocorre com o Método das Quotas Constantes, o valor resi-
dual do bem, se houver, não será considerado para cálculo da deprecia-
ção do bem;
– somente deve-se utilizar o Método da Soma dos Dígitos se isso for soli-
citado, pois o padrão é o Método Linear.

Exercício
49. (CFC – Contador – 2012) Uma prefeitura estabeleceu que seus
bens seriam depreciados pelo método da soma dos dígitos. No dia
02/01/2009, foi adquirida e colocada em funcionamento uma má-
quina nova para recuperação de estradas no valor de R$ 45.000,00,
com vida útil de 10 anos.
Considerando como base apenas a depreciação, o valor da Depre-
ciação Acumulada e do Valor Líquido Contábil, será de, respectiva-
mente (em R$):
a) 22.090,91 e 22.909,09 no final do 8º ano.
b) 27.818,18 e 17.181,82 no final do 3º ano.
c) 32.727,27 e 12.272,73 no final do 5º ano.
d) 36.818,18 e 8.181,82 no final do 7º.

4. Contabilização. Depreciação Acelerada


Normal
4.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a contabilização com enfoque na deprecia-


ção acelerada normal.

4.2 Síntese
Contabilidade Geral e Pública

O Método das Quotas Crescentes é muito semelhante, com a diferença


de que os valores com a depreciação aumentam ao longo do tempo, ao invés de
diminuir.
O método das quotas crescentes também é feito em dois passos, e são eles:
1º passo: realizar uma soma (que chamaremos de S) com os números de
1 até o número de anos de vida útil do bem (n). Exemplo: Se n = 4, ou seja, 4
anos de vida útil => S = 1 + 2 + 3 + 4 = 10.
66
2º passo: multiplicar o valor a ser depreciado a cada ano pela fração cujo
denominador é o número S e o numerador, para o primeiro ano, é 1; para o
segundo ano, 2; para o terceiro, 3; e, assim, sucessivamente, até o último ano,
quando o numerador será n (número de anos de vida útil do bem).
Para melhor entendimento, vejamos o seguinte exemplo:
Depreciação de um bem de R$ 10.000, com vida útil de 4 anos.
1º passo:
S = soma dos dígitos = 1 + 2 + 3 + 4 = 10
2º passo (cálculo depreciação anual):
Primeiro Ano => 1/10 x 10.000 = 1.000
Segundo Ano => 2/10 x 10.000 = 2.000
Terceiro Ano => 3/10 x 10.000 = 3.000
Quarto Ano => 4/10 x 10.000 = 4.000
Em relação à depreciação acelerada, normalmente, utiliza-se o método li-
near, e o percentual será maior do que o normalmente utilizado.
Existem dois tipos de depreciação acelerada:
– Depreciação Acelerada Normal;
– Depreciação Acelerada Incentivada.
Na Depreciação Acelerada Normal, o número de anos de vida útil dos bens
depende do número de horas diárias que esse bem é utilizado.
A legislação toma como padrão o uso deles em 1 (um) turno de 8 (oito)
horas.
No caso de utilização do bem em mais de um turno, a legislação prevê que
ele poderá ser depreciado em um tempo menor.
Assim, a depreciação será acelerada em função do número de turnos de
utilização do bem.
A tabela abaixo traz os coeficientes de aceleração da depreciação, apre-
sentando o coeficiente contábil (pode ser utilizado na contabilidade para fins
não fiscais) e o coeficiente fiscal (para fins de cálculo de impostos, cobrado em
provas para cargos fiscais):
Nº Turnos 8 horas Coeficiente Contábil Coeficiente Fiscal
1 1,0 1,0
2 2,0 1,5
Contabilidade Geral e Pública

3 3,0 2,0
Na Depreciação Acelerada, esses coeficientes são utilizados para multipli-
car a depreciação em cada ano.
Assim, para fins fiscais, uma máquina que opera 24 horas por dia será depre-
ciada na metade do tempo que uma que opera somente 8 horas.
67
Exercício
50. (FCC – Sefaz – Agente Fiscal de Rendas – 2009) A depreciação
de uma máquina, pelo método linear, relativa ao ano de 2008, ad-
quirida por R$ 100.000,00, em 1º de julho de 2008, com vida útil
estimada de 10 anos, valor residual de 5% do valor histórico, e que
trabalha em dois turnos, é:
a) R$ 14.250,00.
b) R$ 10.000,00.
c) R$ 7.125,00.
d) R$ 5.000,00.
e) R$ 4.750,00.

5. Depreciação Acelerada Incentivada


5.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a Depreciação Acelerada Incentivada.

5.2 Síntese
A Depreciação Acelerada Incentivada não é definida pelo desgaste efetivo
dos bens, mas, sim, por incentivo fiscal para implantação, renovação ou moder-
nização de instalações e equipamentos de empresas tributadas pelo Lucro Real.
Os efeitos da depreciação acelerada incentivada dão-se somente na esfera
fiscal, ou seja, somente são consideradas para fins de pagamento de IRPJ e
CSLL e, por isso, essa depreciação é controlada no Lalur.
Normalmente, esse benefício é dado a um setor específico por um prazo
certo.
Exemplo: empresas que adquiriram máquinas e equipamentos para obras
audiovisuais entre 01/01/1992 e 31/12/1993 puderam depreciar esses bens em
Contabilidade Geral e Pública

apenas 24 meses.
A vantagem de depreciar o bem em menor tempo é que, depreciando em
menor tempo, as despesas (para fins tributários) com depreciação em cada ano
serão maiores, e isso reduzirá o lucro real (lucro fiscal) sobre o qual incidirão
o IRPJ e a CSLL.
A utilização do benefício da depreciação acelerada incentivada é feita se-
guindo-se as seguintes etapas:
68
1) na escrituração comercial (contabilidade), é registrado o encargo de
depreciação normal (não acelerada), aplicando-se a taxa usualmente admitida;
2) a quota de depreciação acelerada incentivada, menos o valor da depre-
ciação normal (diferença entre a depreciação acelerada e a comum) constituirá
exclusão do lucro líquido do exercício, devendo ser escriturada no Lalur;
3) o total da depreciação acumulada, incluindo a normal e a acelerada, não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem depreciado;
4) a partir do período em que for atingido o valor total do bem, ou seja,
quando o valor contábil líquido do bem for zerado, o valor da depreciação
normal, registrado na escrituração comercial, que continuar a ser reconhecido
contabilmente, deverá ser adicionado ao lucro líquido no Lalur.

Exercício
51. (FCC – Nossa Caixa Desenvolvimento – 2011 – Contador) A De-
preciação Acelerada Incentivada:
a) Não é escriturada nos livros contábeis da pessoa jurídica contri-
buinte.
b) Consiste na permissão da utilização do dobro da taxa de depre-
ciação aceita para fins tributários, quando a pessoa jurídica utili-
za os seus equipamentos em dois turnos de 8 horas.
c) Deve deixar de lançar a depreciação normal em sua escrituração
contábil, caso o contribuinte opte por este tipo de incentivo fiscal.
d) Consiste na permissão da utilização do triplo da taxa de depre-
ciação aceita para fins tributários, quando a pessoa jurídica utili-
za os seus equipamentos em três turnos de 8 horas.

6. Depreciação de Bens Adquiridos Usados


6.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a depreciação de bens adquiridos usados e


Contabilidade Geral e Pública

depreciação de edifícios e construções.

6.2 Síntese
Há diferença entre um bem adquirido usado e um bem adquirido novo.
Depreciação é a perda que se tem no valor do bem em função de sua utili-
zação e ela é definida de acordo com a vida útil do bem.
69
Desta forma, quando se compra um bem novo, este se deprecia em 5 anos,
já quando se compra um bem usado, ele já foi desgastado anteriormente, por
isso, o prazo de depreciação irá mudar.
O prazo de depreciação de bens adquiridos usados será o maior entre:
– metade do prazo de vida útil do bem quando adquirido novo;
– restante do prazo de vida útil do bem, considerado este em relação à
primeira instalação ou utilização deste bem. Exemplo: empresa adqui-
re, em 12/07/XXX4, uma máquina de vida útil estimada em 5 anos,
tendo sido fabricada em 10/04/XXX1.
Qual o prazo de depreciação?
– metade do prazo de vida útil do bem: 2 anos e 6 meses (metade de 5 anos);
– restante do prazo de vida útil: a depreciação total ocorreria em março
de X6 (5 anos após fabricação). Adquirida em julho de X4, restariam à
época 21 meses (6 + 12 + 3) até total depreciação.
Assim, o maior valor é o da metade do prazo de vida útil, que é de 2 anos e
6 meses, sendo este o prazo para depreciação do bem a partir do momento em
que foi adquirido, ou seja, a taxa de depreciação seria de 40% ao ano.
Em relação à depreciação de edifícios e construções, aplicam-se as mesmas re-
gras relativas à depreciação de bens em geral, com duas observações importantes:
– a depreciação deve ser registrada a partir do início da utilização;
– o valor do terreno deve ser descontado quando da depreciação, somente
incidindo a depreciação sobre o valor da construção, pois terreno não se
deprecia.

Exercício
52. (Esaf – Agente Tributário – MS) A empresa Alfa encerra seu balanço
em 31 de dezembro de cada ano. No dia 10 de janeiro de 2001, ad-
quiriu da empresa Beta uma máquina industrial usada, cuja vida útil
remanescente foi estimada em 5 anos.
A empresa Beta adquiriu esta máquina nova em 01/01/1998.
O valor pago pela empresa Alpha pela máquina foi de R$ 750, sendo
o valor residual de R$ 50,00.
Contabilidade Geral e Pública

Assim, o valor da depreciação anual a ser contabilizada em


31/12/.2001, pelo método da linha reta, será de:
a) R$ 140,00.
b) R$ 150,00.
c) R$ 280,00.
d) R$ 300,00.
e) R$ 700,00.
Capítulo 9

Amortização e Exaustão

1. Conceito de Amortização. Bens Sujeitos à


Amortização. Contabilização
1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a amortização, seu conceito, os bens sujeitos


à amortização e a contabilização.

1.2 Síntese
Amortização é a diminuição do valor dos elementos do ativo imobilizado
ou do ativo intangível.
Como exemplos de elementos sujeitos à amortização têm-se: patentes, di-
reitos autorais, concessões e custos ou direitos sobre benfeitorias em imóveis de
terceiros.
71
Para que seja aplicada a amortização, devem ocorrer duas situações simul-
tâneas, sendo elas:
– prazo de duração limitada;
– inexistência de indenização ao final do período de fruição do direito.
Em relação à taxa de amortização, assim como ocorre com a depreciação,
ela é definida em função do tempo de utilização do bem, podendo decorrer da
lei ou de contrato. Exemplo: para um direito válido por 5 anos, a taxa anual de
amortização será de 20%.
Calcula-se a amortização da mesma forma que se calcula a depreciação
pelo método linear (ou das quotas constantes), podendo o cálculo ser mensal
ou anual.
Já a contabilização da amortização é feita de forma semelhante à da depre-
ciação, debitando-se uma conta de despesa e creditando-se a conta redutora do
ativo “Amortização Acumulada”.
Assim, o maior valor é o da metade do prazo de vida útil, que é de 2 anos e
6 meses, sendo este o prazo para depreciação do bem a partir do momento em
que foi adquirido, ou seja, a taxa de depreciação seria de 40% ao ano.

Exercício
53. (Funcab – MPE-RO – Analista – 2012) A conta retificadora de Di-
reito de Exploração e de Ponto Comercial é:
a) Depreciação Acumulada.
b) Amortização Acumulada.
c) Exaustão Acumulada.
d) Ajuste a valor de mercado.
e) Goodwill.

2. Conceito de Exaustão. Cálculo da


Exaustão. Contabilização
Contabilidade Geral e Pública

2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos o conceito de exaustão, o cálculo da exaus-


tão e a contabilização.
72
2.2 Síntese
A exaustão corresponde à perda de valor, decorrente de sua exploração, de
direitos cujos objetos sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados
nessa exploração.
Sobre este assunto devemos nos atentar a duas observações:
– as máquinas e equipamentos de extração mineral ou florestal tanto po-
dem ser exauridos como depreciados;
– não se aplica a exaustão a jazidas inesgotáveis ou de fim indeterminável,
como as de água mineral.
Em relação ao cálculo de exaustão de recursos minerais, são dois os méto-
dos possíveis de cálculo, que dependerão da relação entre o prazo de exauri-
mento previsto para a mina e o prazo de concessão.
O método de exaustão em função do prazo de concessão é utilizado quan-
do o prazo de concessão for menor do que o prazo previsto para o esgotamento.
Exemplo:
– Custo da concessão: R$ 100.000
– Prazo concessão: 25 anos
– Taxa de Exaustão anual = 4%
– Despesa Anual Exaustão = 4% x 100.000 = 4.000,00
Já o método de exaustão em função da relação entre a produção e a capaci-
dade (possança) conhecida da mina é utilizado quando o prazo de esgotamen-
to for menor do que o prazo previsto para o esgotamento.
Exemplo:
– Custo da concessão: R$ 100.000
– Prazo da concessão: 25 anos
– Capacidade estimada mina: 10.000 m³
– Produção anual: 1.000 m³
– Taxa de Exaustão anual = 10%
– Despesa de Exaustão = 10% x 100.000 = 10.000,00
No caso do Cálculo Exaustão Recursos Florestais, diferente do previsto
para os minerais, a legislação do Imposto de Renda só permite o cálculo de
exaustão se o prazo para o esgotamento dos recursos florestais for inferior ao
Contabilidade Geral e Pública

de exploração, calculando-se a exaustão em função do prazo de esgotamento.

Exercício
54. A empresa Papeliptus Papéis Ltda. adquiriu em 01/07/2013, por R$
1.000.000, plantação de eucaliptos de 500 hectares, possuindo o pra-
zo de 10 anos para extrair as árvores.
73
A extração anual é de 100 hectares.
Nesse caso:
a) Não deve ser contabilizada a exaustão, uma vez que o prazo
de exaurimento dos recursos florestais é superior ao do direito de
exploração.
b) Não deve ser contabilizada a exaustão, uma vez que o prazo
de exaurimento dos recursos florestais é inferior ao do direito de
exploração.
c) O valor de despesas de exaustão que deve ser reconhecido em
2013 é de R$ 200.000,00.
d) O valor de despesas de exaustão que deve ser reconhecido em
2013 é de R$ 100.000,00.

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 10

Operações com Mercadorias

1. Operações com Mercadorias


1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos as operações com mercadorias.

1.2 Síntese
Antes de entrarmos nos estudos referentes às operações com mercadorias, é
necessário entendermos alguns conceitos. São eles:
– Mercadorias: são bens que a empresa adquire para revenda.
– Compra: ato por meio do qual uma entidade adquire a propriedade das
mercadorias para revenda.
– Venda: ato pelo qual uma empresa revende mercadorias anteriormente
adquiridas.
75
– Devolução: ato pelo qual as mercadorias são devolvidas pelo comprador
ao vendedor, por estarem em desacordo com o pedido.
– Abatimento: valor que o fornecedor concorda em reduzir do preço a
receber, para evitar uma devolução. Não aparece na Nota Fiscal, pois é
posterior à venda.
– Desconto condicional (financeiro): redução do valor pago em razão da
antecipação do pagamento pelo devedor. Também não consta na NF.
– Desconto incondicional: não depende das condições de pagamento, e é
dado no momento da venda das mercadorias. Pode ser dado, por exem-
plo, para compra em grande quantidade, ou por interesse promocional
ou para clientes preferenciais. Como é dado no momento da venda,
aparecerá na Nota Fiscal.
– Consignação: remessa de mercadorias de propriedade da empresa para
terceiros, que tentarão vendê-la, ganhando uma comissão. Quem paga
a comissão, a contabiliza como “Comissões Passivas” (despesa operacio-
nal). Quem a recebe contabiliza receita de “Comissões Ativas”.
– Nota Fiscal: havendo qualquer movimentação de mercadorias (venda,
devolução, remessa em consignação, etc.) deve-se emitir Nota Fiscal.
Vale resaltar que as prestadoras de serviço também devem emitir Nota
Fiscal quando da prestação, no entanto, os Varejistas podem emitir
Cupom Fiscal.
– Duplicata: título comercial utilizado em vendas a prazo. Quem emite a
duplicata é o credor, devendo o devedor, se concordar com a emissão,
dar o “aceite”, assinando a duplicata.
– Tributos cumulativos e não cumulativos: tributos cumulativos são aque-
les em que o contribuinte, no cálculo do valor devido, não pode se
creditar dos valores do mesmo tributo pagos pelos seus antecessores na
cadeia produtiva. Já nos tributos não cumulativos isso é permitido, o
que reduz o valor a pagar pelo contribuinte.

Exercício
55. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico Contabilidade – 2010) Atente
Contabilidade Geral e Pública

para o lançamento seguinte:


D – Fornecedores a Pagar.
C – Abatimentos sobre Compras 12.500
Considerando-se somente a informação acima, o lançamento repre-
senta:
a) Desconto condicional obtido sobre venda à vista.
b) Abatimento concedido sobre vendas realizadas à vista.
76
c) Abatimento recebido sobre compras realizadas a prazo.
d) Devolução de compras feitas à vista.
e) Devolução de compras realizadas a prazo.

2. Operações com Mercadorias –


Continuação
2.1 Apresentação

Nesta unidade, apresentaremos os conceitos de compras brutas, de com-


pras líquidas e de mercadorias disponíveis para venda.

2.2 Síntese
O valor da Compra Bruta (CB), em cada operação mercantil, é o valor da
compra mais valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) menos o
valor do ICMS porventura incidentes.
Desta forma, o cálculo ficaria da seguinte forma:
CB = Valor Compra + IPI – ICMS
Já as Compras Líquidas (CL) representam o custo total das compras, in-
cluindo fretes, seguros e deduções.
Desta forma, o cálculo ficaria da seguinte forma:
CL = CB + Fretes + Seguros – Deduções
Por representar o custo total, o conceito de compras líquidas é mais utiliza-
do do que o de compras brutas.
Algumas observações são necessárias para melhor compreensão do tema:
– deduções podem ser: devoluções de compras, abatimentos sobre com-
pras ou descontos incondicionais obtidos;
– as deduções de compras são registradas contabilmente em contas retifi-
cadoras de compras brutas;
– os fretes e seguros somente comporão as compras líquidas se forem pa-
Contabilidade Geral e Pública

gos pelo comprador. Se forem pagas pelo vendedor, deverão ser conta-
bilizadas por ele (e, provavelmente, estarão embutidos no preço cobra-
do pela mercadoria);
– se o comprador pagar o frete de mercadoria e esta for devolvida, o frete
será considerado despesa operacional (perdas com fretes) referentes ao
período em que houver a devolução. Se a devolução for parcial, a perda
com frete será proporcional ao valor da devolução.
77
Exemplo (valores em R$):
Compras – 10.000
Fretes líquidos de devoluções – 500
Descontos Incondicionais Obtidos – 1.000
Descontos Condicionais Obtidos – 500
Devoluções de Compras – 100
Qual o valor das compras líquidas?
CL = CB + Fretes + Seguros – Deduções
CB = 10.000
CL = 10.000 + 500 + 0 – (1.000 + 100) => CL = R$ 9.400,00
O conceito de Mercadorias Disponíveis para Venda (MDV) representa o
valor de mercadorias que ingressaram no estoque de revenda da empresa.
É representado pela soma do estoque inicial (EI) mais as compras líquidas
(CL):
MDV = EI + CL

Exercício
56. Uma empresa apura ao final de jan./XXX1:
Valor das Compras – 50.000
Fretes e Seguros sobre Compras – 5.000
Abatimentos sobre Compras – 5.000
Estoque em 01/01/XXX1 – 70.000
Qual valor das mercadorias disponíveis para venda em 31/01/XXX1?
a) R$ 20.000.
b) R$ 95.000.
c) R$ 120.000.
d) R$ 125.000.
e) R$ 130.000.

3. Operações com Mercadorias –


Continuação
Contabilidade Geral e Pública

3.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o custo das mercadorias vendidas, das


vendas brutas, das vendas líquidas e do resultado com mercadorias.
78
3.2 Síntese
O Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) é dado pela seguinte fórmula:
CMV = EI + CL – EF
EI = Estoque Inicial
CL = Compras Líquidas
EF = Estoque Final
Para melhor entendimento, vejamos o seguinte exemplo:
Estoque Inicial Mercadorias – R$ 5.000
Estoque Final Mercadorias – R$ 4.000
Compras – R$ 2.000
Devoluções de Compras – R$ 200
CMV = 5.000 + (2.000 – 200) – 4.000
Desta forma CMV = 2.800
O valor das Vendas Brutas (VB) é o valor original das operações de ven-
das. Desta forma, se uma empresa vende mercadorias por R$ 10.000,00, com
ICMS de 12%, concedendo ao cliente um desconto incondicional de 10%, o
valor da venda bruta será de R$ 10.000,00.
O valor das Vendas Líquidas (VL) é igual ao valor das vendas brutas menos
as deduções de vendas, e representa o valor de fato recebido pelas vendas:
VL = VB – Deduções
Algumas observações são necessárias:
a) As deduções de vendas podem ser:
– Devoluções de Vendas;
– Vendas Canceladas;
– Abatimentos sobre Vendas;
– Descontos Incondicionais Concedidos;
– Impostos sobre Vendas (ICMS, ISS e IE); e
– Contribuições Sociais sobre Vendas;
b) o IPI não é uma dedução, pois o mesmo não está incluído no valor da
Receita Bruta de Vendas, por ser um imposto “por fora”;
c) as contribuições sociais sobre vendas são o PIS/Pasep e a Cofins.
O Resultado com Mercadorias (RCM) é a diferença entre o valor das Ven-
Contabilidade Geral e Pública

das Líquidas (VL) e o Custo das Mercadorias Vendidas (CMV).


Esse cálculo é feito utilizando-se a seguinte fórmula:
RCM = VL – CMV
Se VL for maior que CMV, teremos Lucro Bruto na operação. Caso con-
trário, Prejuízo Bruto.
79
Exercício
57. (Ipad – Compesa – Técnico de Contabilidade – 2009) Assinale a
opção que representa, respectivamente, o valor do Resultado com
Mercadorias (RCM) e o valor do Custo com Mercadorias Vendidas
(CMV) da empresa ABC, com base em 31/12/2009.
Para tanto, utilize os saldos das contas da empresa ABC, extraídos do
livro Razão em 31/12/2009:
Estoque Inicial = R$ 20.000,00;
Compras = R$ 90.000,00;
Vendas = R$ 100.000,00
Obs.: Foi realizado um inventário físico e constatou-se que o Esto-
que Final é igual a R$ 70.000,00.
a) R$ 60.000,00 e R$ 70.000,00.
b) R$ 100.000,00 e R$ 40.000,00.
c) R$ 40.000,00 e R$ 60.000,00.
d) R$ 40.000,00 e R$ 100.000,00.
e) R$ 60.000,00 e R$ 40.000,00.

4. Operações com Mercadorias –


Continuação
4.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre formas de levantamento de inventário


de mercadorias e sobre as formas de cálculo do custo das mercadorias
vendidas.

4.2 Síntese
Vimos que para que a empresa possa calcular o seu resultado com mer-
cadorias, precisa saber o valor das mercadorias existentes em estoque em um
Contabilidade Geral e Pública

determinado momento, ou seja, deve fazer o inventário das mercadorias.


Esse inventário pode ser feito apenas periodicamente (normalmente, no
início e fim do período em que se deseja calcular o resultado) ou, o que é mais
recomendável, continuamente.
Assim, há 2 tipos de inventário de mercadorias:
– inventário periódico; e
– inventário permanente ou contínuo.
80
O inventário periódico é aquele feito em determinados períodos; por exem-
plo, no começo e no final de cada mês. No entanto, esse método apresenta um
problema, pois a empresa só saberá o valor das mercadorias vendidas ao final
do mês.
Já o inventário permanente é o que permite um controle mais preciso do
estoque de mercadorias, uma vez que, a cada venda, é possível saber o custo
das mercadorias vendidas.
Utiliza-se de fichas de controle, onde são registradas as operações de entra-
da e saída de mercadorias do estoque.
Existem 4 (quatro) formas principais de calcular-se o custo das mercadorias
vendidas quando a empresa utiliza-se do inventário periódico:
– Método do Custo Específico;
– Método PEPS (o Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair);
– Método UEPS (o Último a Entrar é o Primeiro a Sair); e
– Método do Custo Médio (Móvel).
O Método do Custo Específico é utilizado para mercadorias de valor signi-
ficativo e distinguíveis entre si, como automóveis, imóveis, etc.
No Método do Custo Específico, registra-se exatamente o custo de cada
item do estoque, comparando-se, depois, o resultado obtido com sua venda,
para apurar-se o resultado.
No método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair), dá-se primeiro saída
nas mercadorias mais antigas, ficando no estoque as mais recentes.
Para controle das mercadorias que entram e que saem, são utilizadas as
fichas de controle.
Como num regime inflacionário, os preços das mercadorias aumentam
com o tempo, no PEPS, os valores do Estoque Final e CMV serão respectiva-
mente maiores e menores que em relação aos outros métodos, pois na venda
sairão primeiro as mercadorias mais baratas.
Como exemplo de aplicação do PEPS, tem-se:
No início de um período, havia no estoque da Empresa “X” 40 unidades da
mercadoria a R$ 8,00/unidade, ou seja, o valor do estoque inicial era de R$ 320.
Ocorreram os seguintes eventos:
a) compra de 60 unidades a R$ 9,00 cada;
Contabilidade Geral e Pública

b) compra de 50 unidades a R$ 10,00 cada;


c) venda de 120 unidades a R$ 16,00 cada; e
d) compra de 50 unidades a R$ 12,00 cada.
Assim, pelo método PEPS, temos:
CMV = (40 x 8) + (60 x 9) + (20 x 10) = 1.060
Estoque Final = (30 x 10) + (50 x 12) = 900
Receita Vendas = 120 x 16 = 1.920
RCM = 1.920 – 1.060 = 860
81
5. Operações com Mercadorias –
Continuação
5.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o método UEPS de cálculo dos custos das
mercadorias vendidas.

5.2 Síntese
No método UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair), dá-se primeiro saída
nas mercadorias mais recentes, ficando no estoque as mais antigas.
Em comparação com outros métodos, num regime de inflação, os valores
do Estoque Final e do CMV tendem a ser, respectivamente, menores e maiores.
Como exemplo da utilização do método UEPS, temos:
a) estoque inicial: 40 unidades a R$ 8,00 cada;
b) compra de 60 unidades a R$ 9,00 cada;
c) compra de 50 unidades a R$ 10,00 cada;
d) venda de 120 unidades a R$ 16,00 cada
e) compra de 50 unidades a R$ 12,00 cada.
CMV = (50 x 10) + (60 x 9) + (10 x 8) = 1.120
Estoque Final = (30 x 8) + (50 x 12) = 840
Receita Vendas = 120 x 16 = 1.920
RCM = 1.920 – 1.120 = 800

Exercício
58. (Cesgranrio – Petrobras – 2011) Analise as afirmativas abaixo, refe-
rentes ao sistema PEPS.
I – A utilização do PEPS tende a elevar o resultado econômico da
empresa.
Contabilidade Geral e Pública

II – O sistema PEPS considera o custo das mercadorias vendidas


como o correspondente ao custo de compra da mercadoria mais an-
tiga do estoque.
III – Normalmente usado para produtos ou mercadorias de valor
unitário elevado, o sistema PEPS controla o estoque por unidade
comprada ou produzida, determinando o custo específico, real, de
cada unidade estocada e dando baixa em cada venda, por unidade.
82
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 11

Operações com Mercadorias

1. Método do Custo Médio. Contabilização


em Inventário Permanente
1.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o método do custo médio de cálculo dos


custos das mercadorias vendidas e sobre a contabilização de compras e
vendas no regime de inventário permanente.

1.2 Síntese
No Método do Custo Médio, a cada nova aquisição é calculada uma nova
média. Assim, como exemplo, para melhor entendimento, temos:
a) compra de 60 unidades a R$ 9,00 cada;
b) compra de 50 unidades a R$ 10,00 cada;
84
c) venda de 120 unidades a R$ 16,00 cada;
d) compra de 50 unidades a R$ 12,00 cada.
Custo Unitário = [(40 x 8) + (60 x 9) + (50 x 10)] / 150 = 9,07
CMV = 120 x 9,07 = R$ 1.088,40
RCM = 1.920,00 – 1.088,40 = R$ 831,60
Veremos como devem ser feitas as contabilizações de compras e vendas em
uma empresa que trabalha com inventário permanente.
Observaremos que as mesmas terão diferenças se incidir ou não ICMS so-
bre as operações.
No caso da contabilização de compras sem ICMS, a contabilização é feita
em mercadorias contra Bancos/Caixa (se pagamento à vista) ou Fornecedores
(se a prazo):
Compra à vista:
Mercadorias – 10.000
Caixa – 10.000
Compra a Prazo:
Mercadorias – 10.000
Fornecedores – 10.000
Na contabilização de compras com ICMS, seu valor é descontado do valor
da compra, e lançado em “ICMS a Recuperar”. Isso porque o ICMS integra o
preço da mercadoria comprada, e a empresa pode se compensar dele quando
for recolher o ICMS sobre as vendas.
Exemplos:
Compra de R$ 10.000,00 em mercadorias à vista, com ICMS de 18%:
Débito – Mercadorias – 8.200,00
Débito – ICMS a Recuperar – 1.800,00
Crédito – Caixa – 10.000,00
Compra de R$ 20.000,00 em mercadorias a prazo, com ICMS de 25%:
Débito – Mercadorias – 15.000,00
Débito – ICMS a Recuperar – 5.000,00
Crédito – Fornecedores – 20.000,00
Na contabilização de vendas sem ICMS, são feitos dois lançamentos: um
envolvendo o recebimento (ou o reconhecimento de um direito de recebimen-
Contabilidade Geral e Pública

to) contra receitas de vendas e outro envolvendo CMV contra mercadorias:


1) conta de recebimento contra receita:
Venda à vista:
Caixa – 15.000
Vendas – 15.000
Venda a prazo:
Clientes – 15.000
Vendas – 15.000
85
2) conta de despesa (CMV) contra mercadorias:
CMV (será calculado de acordo com qualquer dos métodos já estudados)
– 10.000
Mercadorias – 10.000

2. Contabilização em Inventário Permanente


(Continuação)
2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre a contabilização de ope-


rações com mercadorias, nas empresas que se utilizam do inventário
permanente.

2.2 Síntese
No caso das vendas com ICMS, o valor do ICMS não será descontado do
valor da venda, sendo o lançamento feito como se não houvesse ICMS. No en-
tanto, o ICMS sobre a venda será registrado como passivo da empresa, contra a
conta de despesa “ICMS sobre Vendas”.
Para melhor compreensão, vejamos os seguintes exemplos:
a) empresa vende mercadorias à vista, no valor R$ 10.000,00, incidindo
ICMS com alíquota de 10%:
Obs.: Considerar um CMV calculado de R$ 5.000,00.
Débito – Caixa
Crédito – Vendas – 10.000,00
Débito – CMV
Crédito – Mercadorias – 5.000,00
Débito – ICMS sobre Vendas
Crédito – ICMS a Recolher – 1.000,00
b) empresa vende mercadorias a prazo, no valor R$ 50.000,00, incidindo
Contabilidade Geral e Pública

ICMS com alíquota de 15% e com um CMV de R$ 25.000,00:


Débito – Clientes
Crédito – Vendas – 50.000,00
Débito – CMV
Crédito – Mercadorias – 25.000,00
Débito – ICMS sobre Vendas
Crédito – ICMS a Recolher – 7.500,00
86
3. Folha de Pagamento. Salário. Remuneração
3.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre as chamadas “operações com


pessoal”, definindo alguns conceitos básicos.

3.2 Síntese
Quando se fala de operações com pessoal está a se referir aos fatos contábeis
que envolvem os empregados da entidade, como pagamento de salários, de
adicional de férias, de horas extras, desconto de contribuição para o INSS, etc.
Antes de adentrar ao estudo, faz-se necessário o entendimento de alguns
conceitos. São eles:
– Folha de pagamento (Fopag) é o documento que deve ser elaborado,
ao final de cada mês, por todas as entidades que possuem empregados,
indicando seus nomes, funções, remunerações, descontos, valores líqui-
dos a serem pagos, etc.
– Salário é o valor pago mensalmente ao empregado em troca de seus
serviços. É o valor pago normalmente ao empregado, de acordo com o
estipulado no contrato de trabalho.
Já a remuneração é o valor total pago ao empregado em um mês.
É a soma do salário com adicionais (horas extras, adicional noturno, comis-
sões, etc), menos o valor relativo às faltas injustificadas.
A remuneração também é chamada de “salário bruto”.
Sobre a remuneração, poderão incidir descontos, como a contribuição para
o INSS, retenção do Imposto de Renda, eventuais empréstimos consignados e
seguros de vida, entre outros.
Ao valor do salário bruto menos os descontos, dá-se o nome de salário
líquido.
A contabilização dos salários a serem pagos no mês seguinte deve ser feita
ao final de cada mês da seguinte forma:
Contabilidade Geral e Pública

– Débito – Salário (ou Despesas de Salários);


– Crédito – Salários a Pagar – VBF (Valor Bruto da Folha).
Posteriormente, até o 5º dia útil do mês seguinte, serão pagos os salários e
será feita a seguinte contabilização:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – Caixa (ou Bancos) – VBF – D (Valor Bruto da Folha menos
os descontos).
87
Retenções são valores que a empresa desconta da remuneração do empre-
gado e que devem ser repassados a terceiros.
Exemplos:
– IRRF (Imposto Renda Retido na Fonte);
– Contribuição para a Previdência Social;
– Contribuição Sindical.

Exercício
59. A empresa “Bom Patrão Ltda.” contabilizou uma folha de pagamen-
to de $ 100.000,00 no mês de janeiro de 2013, referente à remu-
neração de empregados a ser paga em fevereiro via transferências
bancárias.
Em 31 de janeiro de 2013, a empresa deverá fazer o seguinte lança-
mento:
a) Salários a Pagar a Bancos, no valor de $ 100.000.
b) Salários a Salários a Pagar, no valor de $ 100.000.
c) Salários a Bancos, no valor de $ 100.000.
d) Salários a Caixa, no valor de $ 100.000.

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 12

Operações com Pessoal

1. Contabilização de Retenções e
Recolhimentos
1.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre as chamadas “operações com


pessoal”, definindo alguns conceitos básicos.

1.2 Síntese
Todo mês o empregador deve descontar do salário do empregado a quantia
que este deve pagar ao INSS. A contabilização da retenção (desconto) deve
feita da seguinte forma:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – INSS a Recolher – VCE (Valor contribuição do Empregado).
89
Posteriormente, tal valor descontado do empregado deve ser recolhido pelo
empregador aos cofres públicos, juntamente com a parte que lhe cabe pagar ao
INSS (contribuição patronal), sendo lançados tais eventos da seguinte forma:
– na apropriação contribuição patronal:
– Débito – INSS (ou Despesas com INSS);
– Crédito – INSS a Recolher – VCP (Valor da contribuição patronal ao
INSS);
– Recolhimento INSS:
– Débito – INSS a Recolher;
– Crédito – Caixa (ou Bancos) – VTINSS [Valor total devido ao INSS
(contribuição descontada do empregado mais contribuição patronal)].
Além do INSS, a empresa deve reter do empregado a parcela relativa ao
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), devida pelo empregado, quando este
receber acima do limite de isenção.
O valor do IRPF descontado do empregado é chamado de IRRF (Imposto
de Renda Retido na Fonte).
A contabilização do IRRF é feita da seguinte forma:
a) retenção:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – IRRF a Recolher – IRPF empregado;
b) recolhimento:
– Débito – IRRF a Recolher;
– Crédito – Caixa/Bancos – Total IRPF empregados.

Exercício
60. (Esaf – Receita Federal – Auditor-Fiscal – 2012) A empresa Data
Power S.A. apura sobre sua folha de R$ 100.000 o total de 20% de
INSS, relativo a 12% da parcela de responsabilidade da empresa e
8% da parcela do empregado. Efetuou-se a contabilização de R$
20.000 como despesa de INSS no resultado. Ao fazer a conciliação
da conta, deve o contador:
a) Considerar o lançamento certo, pois a folha refere-se a despesas
administrativas.
Contabilidade Geral e Pública

b) Estornar da despesa o valor de R$ 8.000,00, lançando a débito


da conta salários a pagar.
c) Reverter da despesa o valor de R$ 12.000,00, lançando contra a
conta de INSS a recolher.
d) Reconhecer mais R$ 8.000,00 a débito de despesa de INSS per-
tinente a parcela do empregado.
e) Lançar um complemento de R$ 12.000,00 a crédito da conta
salários a pagar.
90
2. FGTS. 13º Salário
2.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre a contabilização do FGTS e do 13º


salário.

2.2 Síntese
Todo mês, a empresa deve recolher em nome de cada empregado, a título
de FGTS, o valor correspondente a 8% de seu salário bruto.
Tal valor não é retido do empregado, sendo um encargo do empregador.
Vejamos como é feita a contabilização:
– apropriação do FGTS:
– Débito – FGTS;
– Crédito – FGTS a Recolher.
Alternativamente, podem-se contabilizar os valores a recolher de FGTS e
INSS patronal numa mesma conta, chamada “Encargos Sociais a Recolher”.
E é feito da seguinte forma:
– Débito – FGTS (ou Encargos Sociais);
– Crédito – Encargos Sociais a Recolher.
O recolhimento do FGTS é contabilizado da seguinte forma:
– Débito – FGTS a Recolher (ou Encargos Sociais a Recolher);
– Crédito – Caixa/Bancos.
O 13º salário, ou Gratificação Natalina, corresponde a 1/12 avos do salário
bruto do empregado por mês trabalhado.
Pelo Princípio da Competência, os valores do 13º salário devem apropria-
dos mensalmente, no fim do mês.
Também os valores de INSS patronal (cujo percentual variará de empresa
para empresa) e FGTS (8%) sobre o 13º salário devem ser contabilizados em
contas do passivo (a Pagar) mensalmente.
Contabilidade Geral e Pública

Para melhor entendimento, vejamos o exemplo de contabilização do 13º


salário:
a) apropriação mensal:
Dados fornecidos:
– Folha de Pagamento do Mês: $ 360.000;
– FGTS sobre 13º Salário: $ 240,00;
– INSS sobre 13º Salário: $ 780,00;
91
b) pagamento.
– Débito – 13º Salário a Pagar;
– Crédito – Caixa/Bancos – 3.000;
– Débito – FGTS sobre 13º a Pagar;
– Crédito – Caixa/Bancos – 240;
– Débito – INSS sobre 13º a Pagar;
– Crédito – Caixa/Bancos – 780.

Exercício
61. A empresa ABC Ltda., no final do mês de março, obteve os seguintes
dados relativos à sua folha de pagamento:
– Folha Pagamento: R$ 120.000;
– FGTS: 9.600;
– total INSS retido dos empregados: 12.000;
– total INSS patronal: 24.000.
a) O valor do INSS retido deve ser contabilizado da seguinte forma:
– Débito – Despesas com INSS;
– Crédito – INSS a Recolher – 12.000.
b) O valor do INSS patronal deve ser contabilizado assim:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – Provisão para INSS – 24.000.
c) O valor do INSS patronal deve ser contabilizado da seguinte
forma:
– Débito – Despesas com INSS;
– Crédito – INSS a Recolher – 24.000.
d) O valor do FGTS a ser recolhido deve ser contabilizado assim:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – FGTS a Recolher – 9.600.

3. Conceito. Movimentações e Aplicações


Financeiras
Contabilidade Geral e Pública

3.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o conceito de operações financeiras, bem


como sobre movimentações e aplicações financeiras.
92
3.2 Síntese
Operações financeiras são transações que envolvem variação do dinheiro
em função do tempo.
As operações financeiras mais comuns são as que tratam de:
– movimentações/aplicações financeiras;
– empréstimos e financiamentos;
– descontos de duplicatas.
Normalmente, as operações financeiras estarão envolvendo juros.
Juro é a quantificação monetária do tempo no que se refere a um determi-
nado capital.
Em geral, o juro corresponde à remuneração recebida na aplicação do di-
nheiro ou cobrada pelo empréstimo de dinheiro ou venda a prazo.
Existem os chamados juros ativos e os juros passivos.
– juros ativos: são juros que a empresa está recebendo; por exemplo, um
cliente que pague em atraso uma dívida;
– juros passivos: é quando a empresa está pagando juros; por exemplo, a
empresa pagar um fornecedor em atraso.
Como exemplo da contabilização de movimentações e aplicações finan-
ceiras temos:
– Depósitos (oriundos de saídas de caixa):
– Débito – Bancos Conta Movimento;
– Crédito – Caixa.
– Saques bancários:
– Débito – Caixa;
– Crédito – Bancos Conta Movimento.
– Quitação de Duplicata por Cliente mediante Depósito:
– Débito – Bancos Conta Movimento;
– Crédito – Clientes.
– Pagamento de Fornecedores com Cheque:
– Débito – Fornecedores;
– Crédito – Bancos Conta Movimento.
– Aplicação Financeira:
– Débito – Aplicações Financeiras;
Contabilidade Geral e Pública

– Crédito – Bancos Conta Movimento.


– Resgate de Aplicação Financeira:
– Débito – Bancos Conta Movimento;
– Crédito – Aplicações Financeiras.
– Crédito dos Juros sobre Aplicação:
– Débito – Aplicações Financeiras;
– Crédito – Juros sobre Aplicações Financeiras (Receita).
93
Deve-se destacar que juros de aplicações são apropriados respeitando-se o
regime de competência. Se forem pré-fixados, deverão ser apropriados propor-
cionalmente ao número de dias do período.
– IRRF sobre os rendimentos:
– Débito – IRRF a Compensar;
– Crédito – Aplicações Financeiras.

Exercício
62. Em 18/11/XXX0, a Comercial XPTO Ltda. aplicou R$ 60.000 no
Banco Juros Baixos S.A., para resgatar, em 10/02/XXX1, o valor de
R$ 64.200. Assim, ao final do exercício social de X0, a empresa de-
verá apropriar como receitas financeiras o valor de (desconsiderar o
IRRF):
a) R$ 4.200.
b) R$ 1.950.
c) R$ 1.500.
d) R$ 1.750.
e) R$ 2.150.

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 13

Operações Financeiras

1. Empréstimos e Financiamentos. Ajuste ao


Valor Presente
1.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre a distinção entre empréstimos e financia-


mentos, bem como sobre o ajuste ao valor presente.

1.2 Síntese
Antes de adentrar ao estudo, é necessário entender o que são empréstimos
e o que são financiamentos.
Empréstimos são operações de mútuo sem necessidade de comprovação
de aplicações de recursos. Não há vinculação a uma operação específica e não
estão sujeitos ao ajuste ao valor presente.
95
Financiamentos também são operações de mútuo, porém, atreladas a uma
destinação específica. Exemplo: compra de um veículo.
Na operação de empréstimo, os juros são contabilizados de forma propor-
cional ao período, devendo ser feitos os lançamentos exemplificados a seguir:
– Empréstimo de R$ 1.000.000,00, tomado por empresa em 30/11/XXX1,
a ser pago em prestação única, ao final de 4 meses, com taxa de juros
simples de 2% ao mês:
– Débito – Bancos;
– Crédito – Empréstimos – 1.000.000.
- Apropriação dos juros (31/12/XXX1):
– Débito – Juros Passivos;
– Crédito – Empréstimos a Pagar – 20.000.
– Apresentação no Balanço (X1):
– Passivo Circulante;
– Empréstimos a Pagar – 1.020.000.
Os financiamentos sujeitam-se a ajuste ao Valor Presente (VP), que é a
aferição do valor do bem/direito/obrigação descontados os juros incidentes no
período de financiamento.
É dado pela fórmula:
VP = Valor Futuro (total) / (1 + i) n
i = taxa de juros mensal
n = número de meses
Por Exemplo: Empresa adquire em 30/11/XXX1, um terreno mediante a
emissão de Nota Promissória no valor de R$ 1.000.000,00, a ser paga ao final
de 4 meses, com taxa de juros simples de 2% ao mês.
VP = 1.000.000 / (1 + 0,02)4 = 923.845,43
– Cálculo dos Juros em Dezembro de X1:
Juros = 2% x R$ 923.845,43 = 18.476,91
– Lançamento em novembro de X1 (Aquisição):
– Débito – Terrenos – 923.845,43;
– Débito – Juros a Vencer – 76.154,57;
– Crédito – Promissórias a Pagar – 1.000.000,00.
– Apropriação dos Juros em dezembro de XXX1:
Contabilidade Geral e Pública

– Débito – Juros Passivos (Despesa):


– Crédito – Juros a Vencer – 18.476,91.
– Apresentação no Balanço (X1):
– Passivo Circulante;
– Promissórias a Pagar – 1.000.000,00;
– Juros a Vencer – (57.677,66).
96
Exercício
63. (CFC – Contador – 2012) Uma sociedade realizou uma venda a prazo
no valor de R$ 110.250,00, para recebimento em uma única parcela,
após o prazo de dois anos. Observando o que dispõe a NBC TG 12 –
Ajuste a Valor Presente, foi registrado um ajuste a valor presente desta
operação, considerando-se uma taxa de juros composta de 5% a.a.
O montante do ajuste a valor presente da operação, na data de seu
registro inicial, é de:
a) R$ 10.022,73.
b) R$ 10.250,00.
c) R$ 11.025,00.
d) R$ 11.300,63.

2. Operações com Duplicatas


2.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre operações com duplicatas.

2.2 Síntese
Duplicatas são títulos de crédito que constituem instrumentos de prova de
contratos de compra e venda a prazo.
Nelas, há a promessa de pagamento da quantia correspondente à fatura de
mercadorias vendidas a prazo ou de serviços, também a serem pagos a prazo.
A duplicata é emitida pelo vendedor da mercadoria ou prestador de serviço
(credor), sendo que o comprador (devedor) deve dar o seu “aceite” no título, ou
seja, deve assinar a duplicata concordando com sua emissão.
É importante destacar que a duplicata pode ser negociada com terceiros
pelo credor, mediante endosso.
Contabilidade Geral e Pública

As duplicatas são títulos de crédito causais, pois sua existência vincula-se a


outro negócio jurídico anterior (compra e venda).
A cópia ou segunda via de uma duplicata é chamada de triplicata.
É comum os bancos, mediante tarifa, oferecerem aos clientes o serviço de
cobrança simples de duplicata, no qual o cliente (credor das duplicatas) repas-
sa ao banco as duplicatas para que este cobre os devedores, creditando o valor
pago na conta dos clientes (credores).
97
Nesse caso, a empresa deverá registrar, contabilizar o valor da tarifa (como
despesa bancária) e poderá registrar contabilmente, em contas de compensa-
ção (que não alteram o patrimônio), o valor das duplicatas enviadas ao banco.
A contabilização pode ser das seguintes formas:
– pelo envio dos títulos:
– Débito – Bancos Conta Cobrança (compensação);
– Crédito – Endossos Cobrança (compensação);
– pela tarifa:
– Débito – Despesas Bancárias;
– Crédito – Bancos Conta Movimento;
– pela baixa na compensação:
– Débito – Endossos Cobrança (compensação);
– Crédito – Bancos Conta Cobrança (compensação);
– pelo recebimento:
– Débito – Bancos Conta Movimento;
– Crédito – Duplicatas a Receber;
– pela baixa de duplicatas incobráveis:
– Débito – Perda no Recebimento de Créditos;
– Crédito – Duplicatas a Receber.

Exercício
64. (Cespe – TRE-ES – Técnico Contabilidade – 2011) Julgue o item
seguinte:
Um cliente liquidou de forma antecipada uma duplicata em co-
brança simples, valendo-se de um desconto financeiro. Nesse caso, a
empresa deverá realizar lançamento com crédito na conta duplicata
descontada, débitos nas contas disponíveis e desconto financeiro.

3. Operações com Duplicatas – Continuação


3.1 Apresentação
Contabilidade Geral e Pública

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre operações com duplicatas.

3.2 Síntese
No desconto de duplicatas, diferentemente do que ocorre na cobrança sim-
ples, o banco adianta o valor da duplicata ao seu cliente (credor emissor do
título) e, posteriormente (na data do vencimento), cobra esse valor do devedor.
98
A contabilização de duplicatas descontadas anteriormente era feita credi-
tando-se uma conta redutora do ativo chamada “Duplicatas Descontadas” (re-
tificadora de Clientes), procedimento que ainda pode ser cobrado em alguns
concursos.
A partir de 2009, com a adoção de novas regras pelo CFC, “Duplicatas
Descontadas” passou a ser uma conta do Passivo, deixando de ser uma conta
retificadora do Ativo.
O Registro da Operação de Desconto, de acordo com a regra antiga, era
feita da seguinte forma:
– Débito – Banco Conta Movimento;
– Débito – Juros Passivos;
– Crédito – Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante).
Já, de acordo com a regra nova, o Registro da Operação de Desconto é feita
da seguinte forma:
– Débito – Banco Conta Movimento;
– Débito – Juros a Apropriar;
– Crédito – Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante).
Vê-se que, pela regra nova, os juros deverão ser reconhecidos obedecendo-
-se o regime de competência, sendo contabilizados a débito de “Juros a Vencer”
ou “Juros a Apropriar”, sendo os valores “excluídos” aos poucos desta conta
conforme os períodos de apuração.
A contabilização do pagamento de duplicatas pelo cliente é feita da seguin-
te forma:
– Débito – Duplicatas Descontadas;
– Crédito – Duplicatas a Receber.
É importante destacar que, no caso de pagamento de duplicata pelo clien-
te, não há lançamento em conta de resultado, pois a empresa já recebeu esses
valores adiantados pelo banco.

Exercício
65. A empresa Desconto Já Ltda., em 31/10/XXX1, descontou R$
10.000,00 de duplicatas a vencer em 3 meses, cobrando o Banco, de
forma antecipada, R$ 500,00 de juros.
Contabilidade Geral e Pública

Assinale a opção que, de acordo com o CPC 38, registra o lançamen-


to que deve ser feito na realização da operação:
a) D – Bancos Conta Movimento:
C – Duplicatas Descontadas – 10.000.
b) D – Bancos Conta Movimento – 9.500:
D – Juros Passivos – 500;
C – Duplicatas Descontadas – 10.000.
99
c) D – Bancos Conta Movimento – 10.000:
C – Juros Ativos – 500;
C – Duplicatas Descontadas – 9.500.
d) D – Bancos Conta Movimento – 9.500:
D – Juros a Apropriar – 500;
C – Duplicatas Descontadas – 10.000.

4. Conceito e Obrigatoriedade. Exercício


Social. Notas Explicativas
4.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre uma das mais importantes de-
monstrações contábeis: o Balanço Patrimonial, definindo-o e estudando
sua estrutura.

4.2 Síntese
Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que tem por objetivo evi-
denciar o valor e composição do patrimônio de uma entidade em um determi-
nado momento (normalmente, no fim do exercício social).
As empresas devem elaborar, ao final de cada exercício social, pelo menos
o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício, além de
outras demonstrações a que cada uma, dependendo de seu setor de atuação,
deverá elaborar. No caso das micro e pequenas empresas, essa exigência foi
trazida pelo item 7 da NBC T 19.13.
O balanço deve indicar os valores para cada exercício, juntamente com os
valores do exercício anterior, das contas patrimoniais, permitindo a agregação
de contas cujos saldos somados não ultrapassem 10% do respectivo grupo (Ati-
vo, Passivo e Patrimônio Líquido).
Contabilidade Geral e Pública
100

Exemplo:
Não se deve utilizar termos genéricos como “outras contas”, devendo cada
conta indicar o que nela está representado.
Em relação ao exercício social, este terá sempre a duração de 1 (um) ano,
sendo que a data de término poderá ser definida livremente pela empresa.
Normalmente, as empresas adotam o exercício social que vai de 1º de ja-
neiro a 31 de dezembro.
Focando nas notas explicativas, estas complementam o Balanço Patrimo-
nial e as outras demonstrações contábeis, trazendo informações adicionais para
uma melhor compreensão da situação patrimonial da entidade.
As notas deverão indicar:
– os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais;
– os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;
– o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações;
– os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias presta-
das a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
– a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias de obrigações de
Contabilidade Geral e Pública

longo prazo;
– o número, a espécie e as classes das ações do capital social;
– as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
– os ajustes de exercícios anteriores;
– os eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que pos-
sam vir a ter efeito relevante sobre a situação patrimonial futura da en-
tidade.
101
Exercício
66. (Cespe – FUB – Contador – 2011) Julgue a afirmação seguinte:
As notas compreendem não só as informações obrigatórias não con-
tidas nas demonstrações contábeis, como também informações adi-
cionais quando o conteúdo das demonstrações for insuficiente.

5. Grupos de Contas. Contas do Ativo


5.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre os grupos de contas do balanço


patrimonial.

5.2 Síntese
A Lei nº 6.404/1976, para fins de elaboração do Balanço Patrimonial, se-
parou as contas em 3 grupos: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, divididos da
forma abaixo e que devem ser apresentados na ordem seguinte:
1) Ativo Ordem 2) Passivo Ordem
– Circulante Decrescente – Circulante Decrescente
– Não Circulante Liquidez – Não Circulante Exigibilidade
3) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Ativo Circulante é composto por:
a) disponibilidades:
– Caixa;
– Bancos Conta Movimento;
– Aplicações com Liquidez Imediata;
– Numerário em Trânsito;
b) direitos realizáveis no exercício seguinte: são direitos que se espera rece-
ber, ou bens que se espera consumir ou vender até o final do exercício seguinte.
Contabilidade Geral e Pública

Exemplos:
– mercadorias;
– matérias-primas;
– duplicatas a receber;
– adiantamentos a fornecedores;
c) despesas do exercício seguinte: despesas cujos fatos geradores ocorrerão
no exercício seguinte, mas cujo desembolso ocorrerá no exercício corrente.
102
Exemplo: despesa de aluguel de R$ 10.000,00, referente a janeiro de X2 que é
paga em dezembro de X1. Nesse caso, os lançamentos seriam:
Em dezembro de X1 (pagamento):
– Débito – Aluguéis a Vencer – 10.000;
– Crédito – Caixa – 10.000.
Em janeiro de X2 (apropriação):
– Débito – Despesas de Aluguéis – 10.000;
– Crédito – Aluguéis a Vencer – 10.000.

Exercício

67. (Esaf – AFRF) Considere os dados:


Ativo Circulante Passivo Circulante
Mercadorias 50 Impostos a Pagar 80
Duplicatas a Receber 70 Salários a Pagas 120
Caixa 10 Fornecedores 240
Bancos 30 Empréstimos 180
Outras Contas 60
Matérias-primas 60
Máquinas 120
A apresentação anterior, de acordo com a Lei nº 6.404/76, incorre
em algumas incorreções. Elas são em número de:
a) 03.
b) 01.
c) 02.
d) 05.
e) 04.

6. Contas do Ativo – Continuação


Contabilidade Geral e Pública

6.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre as contas que compõem o


ativo no balanço patrimonial.
103
6.2 Síntese
O Ativo Não Circulante subdivide-se em 4 tipos de contas. São elas:
– Ativo Realizável a Longo Prazo;
– Investimentos;
– Imobilizado;
– Intangível.
Os Ativos Realizáveis a Longo Prazo são:
– direitos realizáveis após o término do exercício seguinte;
– direitos relativos a vendas ou empréstimos a coligadas, controladas, dire-
tores, acionistas, desde que não sejam negócios usuais da entidade.
Deve-se destacar que se a empresa tiver um ciclo operacional (compra,
venda e recebimento) com duração maior do que o exercício social (maior do
que 1 ano), a classificação no ativo circulante ou de longo prazo terá parâmetro
esse prazo.
Os investimentos são:
– bens não destinados à manutenção das atividades da empresa, como
imóveis para aluguel, terrenos não utilizados, obras de arte, etc.
– participações permanentes no capital de outras sociedades.
Os ativos imobilizados são:
– bens corpóreos (tangíveis) destinados à manutenção das atividades da
empresa, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à com-
panhia os benefícios, riscos e controle do bem (ex.: leasing). Exemplos:
imóveis em uso; veículos; móveis e utensílios; máquinas e equipamen-
tos; e instalações.
Já os ativos intangíveis são:
– bens incorpóreos destinados à manutenção da atividade da empresa,
como: patentes; ponto comercial; concessões obtidas; e direitos de ex-
ploração de jazidas.

Exercício
68. (Esaf – Analista de Finanças e Controle Externo – TCU – 2000) A
Contabilidade Geral e Pública

empresa S.A. Indústria e Comércio produz tornos metálicos e outras


ferramentas industriais que são comercializados em operações de
venda, tanto à vista como a prazo. Seu exercício financeiro coincide
com o ano-calendário.
Em 21/12/1999, seu Diretor Financeiro, que também é seu acio-
nista, obteve na Tesouraria empréstimo de R$ 6.000,00, assinando
uma promissória vencível em 25 do mês seguinte. No mesmo dia,
104
esse Diretor comprou a prazo ferramentas, na própria loja da fábrica,
assinando três notas promissórias de R$ 600,00, vencíveis a 60, 120
e 180 dias.
As operações foram debitadas em Títulos a Receber.
Ao encerrar o exercício em 31 de dezembro do referido ano, deverá
constar no balanço patrimonial dessa empresa a conta “Títulos a
Receber” com saldo de:
a) R$ 7.800,00 no ativo circulante.
b) R$ 7.800,00 no ativo realizável a longo prazo.
c) R$ 6.000,00 no ativo circulante.
d) R$ 6.000,00 no ativo circulante e de R$ 1.800,00 no realizável a
longo prazo.
e) R$ 1.800,00 no ativo circulante e de R$ 6.000,00 no ativo reali-
zável a longo prazo.

7. Contas do Passivo
7.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre as contas que compõem o


ativo no balanço patrimonial.

7.2 Síntese
O Passivo Circulante compõe-se das contas que representam obrigações
exigíveis até o fim do exercício seguinte.
Tais obrigações podem ser de vários tipos. As principais categorias e exem-
plos de contas que as integram:
Obrigações com Fornecedores:
– Fornecedores;
– Duplicatas a Pagar;
– Promissórias a Pagar;
Contabilidade Geral e Pública

– Debêntures a Resgatar;
– Financiamentos;
– Empréstimos Bancários.
Obrigações Fiscais:
– ICMS a Recolher;
– IPI a Recolher;
– ISS a Recolher;
105
– Cofins a Recolher;
– PIS/Pasep a Recolher;
– IRRF a Recolher;
– Imposto de Renda a Pagar;
– CSLL a Recolher.
Obrigações Trabalhistas:
– Salários a Pagar;
– Encargos Sociais a Recolher.
Obrigações com Sócios/Participantes:
– Participações de Empregados a Pagar;
– Participações de Administradores a Pagar;
– Participações de Partes Beneficiárias a Pagar.
Provisões:
– Provisão para Riscos Fiscais;
– Provisão para Riscos Trabalhistas;
– Provisão para Riscos Cíveis.
Outras Obrigações:
– Adiantamentos de Clientes;
– Aluguéis a Pagar;
– Multas a Pagar.
O Passivo Não Circulante compõe-se de:
– Obrigações exigíveis após o exercício seguinte;
– Receitas Diferidas (Antecipadas).
As contas do Passivo Não Circulante têm os nomes das contas do Circulan-
te, acrescidas de “Longo Prazo” ou “LP”.
Exemplos:
– Duplicatas a Pagar – Longo Prazo;
– Empréstimos a Pagar de Longo Prazo;
– Financiamentos a Pagar – Longo Prazo.
Deve-se destacar que as Receitas Antecipadas de Juro costumam ser classifi-
cadas como contas redutoras do Ativo, em vez de serem classificadas no Passivo
Não Circulante.
Exemplo:
Contabilidade Geral e Pública

Empréstimos – 100.000;
– Juros Ativos a Vencer – 5.000.

Exercícios
69. (Funcab – Analista – MPE-RO – 2012) Uma característica funda-
mental ao reconhecimento de um passivo é:
106
a) A existência de uma obrigação contratual.
b) A existência de uma obrigação presente.
c) A definição precisa do prazo.
d) A existência de incerteza.
e) A definição precisa do seu valor.
70. (Fumarc – Analista de Desenvolvimento – BDMG – 2011) Assinale
a opção em que TODAS as contas pertencem ao Passivo Circulante
do Balanço de uma empresa elaborado em 31/12/2013:
a) Salário a Pagar, Impostos a Pagar, Encargos a Recolher, Parcela
de Leasing vincenda dali 14 meses.
b) Adiantamentos a Fornecedores, Despesas Antecipadas, Energia
Elétrica.
c) Salários a Pagar, Imóveis, Impostos a Pagar, Encargos a Recolher.
d) Salários a Pagar, Empréstimos Bancários de Curto Prazo, En-
cargos a Recolher.

8. Contas do Patrimônio Líquido


8.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre as contas que compõem o


ativo no balanço patrimonial.

8.2 Síntese
O Patrimônio Líquido (PL) representa o capital investido na empresa que
de fato pertence a ela.
O Patrimônio Líquido possui contas credoras (que aumentam o valor do
PL) e contas devedoras (que diminuem o valor do PL).
As Contas Credoras são:
– Capital Social (ou Capital Subscrito ou Capital): ações subscritas (lan-
çadas) na constituição ou no aumento do capital de uma sociedade
Contabilidade Geral e Pública

anônima.
No caso de uma Ltda., o Capital Social corresponde ao valor que os sócios
comprometeram-se a injetar na sociedade.
– Reservas: são valores acumulados no Patrimônio Líquido para uso pos-
terior.
Dependendo da origem de recursos das reservas, elas são classificadas em:
Reservas de Capital ou Reservas de Lucros.
107
Reservas de Capital: seus recursos originam-se de valores recebidos dire-
tamente dos proprietários ou terceiros. Exemplos: Reserva de Ágio na Emis-
são de Ações; Reserva de Ganho na Venda de Ações; Reserva Alienação Partes
Beneficiárias; Reserva Alienação Bônus Subscrição; Reserva Correção Mone-
tária Capital.
– Reservas de Lucros: seus recursos advêm de lucros obtidos pela empre-
sa em um ou mais exercícios. Essas Reservas de Lucro surgem quando
a empresa “reserva” parte do lucro obtido para a formação de reservas.
Exemplo: Reserva Legal (mínimo 5% do lucro líquido, limitada a 20% do
capital corrigido), Reservas Estatutárias e Reservas para Contingências.
– Ajustes de Avaliação Patrimonial (quando positivos): essa conta registra
diferenças positivas ocorridas na reavaliação de bens do ativo ou obri-
gações do passivo. Exemplo: imóvel registrado por R$ 300.000,00, mas
que é reavaliado (valor de mercado) para R$ 500.000,00.

Exercícios
71. (Ceperj – Procon – 2012) Observe a relação das contas que com-
põem o PL de determinada companhia:
– Ágio na Emissão de Ações.
– Reserva Legal.
– Reserva de Contingência.
– Reserva de Incentivos Fiscais.
– Produto Alienação Bônus Subscrição.
– Ajustes de Avaliação Patrimonial.
– Ações em tesouraria.
Das contas relacionadas, classificadas como Reservas de Capital são
em número de:
a) Seis.
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
Contabilidade Geral e Pública

72. (Cespe – CBM – DF – Ciências Contábeis – 2011) A reserva de


capital, composta pelas contas de ágio na emissão de ações, alie-
nação de partes beneficiárias e alienação de bônus de subscrição, é
representada por valores recebidos pela empresa que transitaram no
resultado do exercício.
Capítulo 14

Balanço Patrimonial

1. Contas do Patrimônio Líquido –


Continuação
1.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre as contas que compõem o


grupo Patrimônio Líquido no balanço patrimonial.

1.2 Síntese
Continuando os estudos sobre as contas do Patrimônio Líquido (PL), vere-
mos agora as chamadas contas devedoras, que diminuem o valor do PL.
As contas devedoras são:
– Capital a Realizar (ou Capital a Integralizar): essa conta representa a
parcela do capital subscrito, mas que ainda não foi integralizado pelos
sócios ou acionistas;
109
– Prejuízos Acumulados: essa conta registra os prejuízos acumulados pela
entidade ao longo dos vários exercícios. Esses valores ficarão registrados
para eventuais absorções futuras por lucros auferidos posteriormente.
– Ações em Tesouraria: é uma conta retificadora do Patrimônio Líquido
que registra o valor das ações da empresa que ela mesma adquiriu.
O resultado na venda posterior dessas ações não deve transitar por contas
de resultado, devendo ser registradas diretamente em contas do PL.
Exemplos:
Compra de ações da própria empresa:
– Débito – Ações em Tesouraria (PL);
– Crédito – Caixa ou Bancos Conta Movimento (Ativo).
Venda de Ações em Tesouraria com ganho:
– Débito – Caixa ou Bancos Conta Movimento (Ativo);
– Crédito – Ações em Tesouraria (PL);
– Crédito – Reserva de Capital (PL).
Venda de Ações em Tesouraria com perda:
– Débito – Caixa ou Bancos Conta Movimento (Ativo);
– Débito – Prejuízos Acumulados;
– Crédito – Ações em Tesouraria (PL);
– Ajustes de Avaliação Patrimonial (quando negativos): diferenças negati-
vas ocorridas na reavaliação de bens do ativo ou obrigações do passivo.
Exemplo: imóvel registrado por R$ 300.000,00, mas que é reavaliado
(valor de mercado) para R$ 200.000,00.

Exercício

73. (Esaf – Auditor-Fiscal Receita Federal – 2012) A empresa Valoriza-


ção S.A. tem como estratégia a compra de suas próprias ações para
aumentar a liquidez de seus papéis no mercado e aproveitar a dife-
rença entre o valor patrimonial e o de mercado. O resultado obtido,
quando da venda dessas ações em tesouraria, deve ser contabilizado
Contabilidade Geral e Pública

como:
a) Reserva de capital, quando gerarem um ganho.
b) Outras receitas operacionais, quando gerarem ganho.
c) Ágio na venda de ações, quando gerarem perda.
d) Ações em tesouraria, quando gerarem uma perda.
e) Reserva de lucros, se gerarem perda.
110
2. Conceito e Estrutura da DRE
2.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre outra demonstração contábil


importante: a DRE (Demonstração do Resultado do Exercício).

2.2 Síntese
A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é a demonstração con-
tábil que tem por objetivo evidenciar a situação econômica da entidade, a qual
se traduz na apuração do lucro ou prejuízo líquido do período.
Ela traz somente contas de resultado (receitas e despesas) e, assim, funcio-
na como complemento ao balanço, que traz as contas patrimoniais.
A estrutura da DRE, ou seja, como são realizados os cálculos, é feito da
seguinte forma:
A DRE começa com o valor das vendas brutas e termina com o cálculo do
resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo), de acordo com a sequência
abaixo:
Receita Bruta de Vendas (Receita Operacional Bruta):
(–) Deduções de Vendas (devoluções, abatimentos, impostos, etc.)
(=) Receita Líquida de Vendas (Receita Operacional Líquida)
(–) CMV
(=) Resultado Operacional Bruto
(–) Despesas com Vendas
(–) Despesas Administrativas
(–) Despesas Gerais
(+) Receitas Financeiras
(–) Despesas Financeiras
(+) Outras Receitas
(–) Outras Despesas
(+) Receitas de Equivalência Patrimonial
Contabilidade Geral e Pública

(–) Despesas de Equivalência Patrimonial


(=) Resultado Operacional Líquido (Resultado antes do IR)
(–) Provisão para IRPJ (Despesa)
(–) Provisão para CSLL (Despesa)
(=) Resultado Líquido antes das Participações
(–) Debêntures com Participação Lucros
(–) Participação dos Empregados (PLR)
111
(–) Participação dos Administradores
(–) Partes Beneficiárias
(–) Fundos de Assistência e Previdência dos Empregados
(=) Resultado Líquido do Exercício

Exercício
74. (Exatus – Detran – RJ – Analista – Contabilidade – 2012) A De-
monstração do Resultado do Exercício deverá conter algumas rubri-
cas, obedecidas também as determinações legais. Assinale a alterna-
tiva abaixo que não integra essa Demonstração Contábil:
a) Receitas.
b) Custo dos Produtos Vendidos, das Mercadorias Vendidas ou dos
Serviços Prestados.
c) Ajustes de Exercícios Anteriores.
d) Despesas e Receitas Financeiras.

3. Exemplos de Elaboração de DRE


3.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos dois exemplos de Demonstrações de Resultado


do Exercício.

3.2 Síntese
Para melhor entendimento da DRE, vejamos os seguintes exemplos:
Primeiro Exemplo:
Dados:
– Vendas Brutas = 100.000
– Devoluções Vendas = 1.000
– Descontos Incondicionais = 6.000
Contabilidade Geral e Pública

– Descontos Condicionais = 1.000


– ICMS sobre Vendas = 22.000
– CMV (ou CPV ou CSP) = 30.000
– Despesas com Vendas = 10.000
– Despesas Administrativas = 10.000
– Provisão IRPJ = 2.000
– Provisão CSLL = 1.000
112
Deve-se destacar que:
– somente colocaremos as linhas que tenham valores diferentes de zero;
– descontos incondicionais são deduções de vendas brutas; já os descon-
tos condicionais (descontos dados ao comprador por antecipar o paga-
mento, nas compras a prazo) são considerados despesas financeiras.
Assim, a Demonstração de Resultado do Exercício montada com os dados
acima ficaria da seguinte forma:
Demonstração do Resultado Exercício
Vendas Brutas 100.000,00
(-) Devolução 1.000,00
(-) Descontos Incondicionais 6.000,00
(-) ICMS Vendas 22.000,00
(=) Vendas Líquidas 71.000,00
(-) CMV 30.000,00
(=) Resultado Operacional Bruto 41.000,00
(-) Despesas Vendas 10.000,00
(-) Despesas Administrativas 10.000,00
(-) Despesas Financeiras 1.000,00
(=) Resultado Operacional Líquido (Lair) 20.000,00
(-) Provisão IRPJ 2.000,00
(-) Provisão CSLL 1.000,00
(=) Resultado antes da Participação 17.000,00
(=) Resultado Líquido Exercício 17.000,00
Segundo exemplo.
– Vendas Brutas = 200.000
– Valor do IPI = 20.000
– ICMS sobre Vendas = 50.000
– Abatimentos = 5.000
– Descontos Incondicionais = 6.000
– CMV (ou CPV ou CSP) = 120.000
Contabilidade Geral e Pública

– Despesas com Vendas = 30.000


– Despesas Administrativas = 20.000
– Receita Venda Imobilizados = 20.000
Outro ponto a ser observado é que embora tenha sido informado o valor de
IPI, tal valor não é demonstrado na DRE (que começa com as vendas brutas,
as quais não incluem o IPI). Sendo assim, a demonstração deve ser feita sem se
levar em consideração o valor do IPI, ficando da seguinte forma:
113
Demonstração do Resultado Exercício
Vendas Brutas 200.000,00
(-) Abatimentos 5.000,00
(-) Descontos Incondicionais 6.000,00
(-) ICMS Vendas 50.000,00
(=) Vendas Líquidas 139.000,00
(-) CMV 120.000,00
(=) Resultado Operacional Bruto 19.000,00
(-) Despesas Vendas 30.000,00
(-) Despesas Administrativas 20.000,00
(+) Outras Receitas 20.000,00
(=) Resultado Operacional Líquido (Lair) -11.000,00
(=) Resultado antes da Participação -11.000,00
(=) Resultado Líquido Exercício -11.000,00

4. Exemplos de Elaboração de DRE –


Continuação
4.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos mais um exemplo de DRE; desta vez, com cálculo
de participações sobre o lucro.

4.2 Síntese
Continuando os estudos sobre o DRE, vejamos mais um exemplo.
Dados:
– Vendas Brutas = 100.000
– Descontos Incondicionais = 5.000
Contabilidade Geral e Pública

– ICMS sobre Vendas = 22.000


– CMV (ou CPV ou CSP) = 30.000
– Descontos Condicionais Recebidos = 1.000
– Provisão IRPJ = 2.000, Provisão CSLL = 1.000
– Participação Debêntures = 10%
– Participação Empregados = 10%
– Participação Administradores = 5%
114
A diferença deste exemplo para os demais é que nele calcularemos parti-
cipações sobre o lucro (debêntures, participação empregados e de administra-
dores).
O cálculo das participações é feito de forma sucessiva, obedecendo-se à
seguinte ordem, determinada pela lei:
1º) Participação dos Debenturistas;
2º) Participação dos Empregados (PLR);
3º) Participação dos Administradores;
4º) Partes Beneficiárias;
5º) Fundos Assistência e Previdência Empregados.
A base de cálculo da Participação dos Debenturistas (que é a primeira a ser
calculada) é dada pela seguinte fórmula:
Base Cálculo Debêntures = Lair – IR – Prejuízos Acumulados
A base de cálculo das demais participações é o valor da base de cálculo das
debêntures menos o valor das participações anteriores. Assim, a cada participa-
ção, a base de cálculo da participação posterior vai sendo reduzida.
Exemplo:
– Lair = 20.000, Prov. IR = 2.000
– Prejuízos Acumulados = 5.000
– Participação Debenturistas = 10%
– Participação Empregados = 10%
Base de Cálculo Debêntures = Lair – IR – Prejuízos Acumulados = 20.000
– 2.000 – 5.000 = 13.000
a) Participação Debêntures = 13.000*10% = 1.300
b) PLR Empregados = (13.000-1.300)*10%= 1.170
Assim, podemos voltar ao nosso exemplo e calcular os valores da DRE:
Demonstração de Resultado do Exercício
Vendas Brutas 100.000,00
(-) Descontos Incondicionais 5.000,00
(-) ICMS Vendas 22.000,00
(=) Vendas Líquidas 73.000,00
(-) CMV 30.000,00
Contabilidade Geral e Pública

(=) Resultado Operacional Bruto 43.000,00


(+) Receitas Financeiras 1.000,00
(=) Resultado Operacional Líqui- 44.000,00
do (Lair)
(-) Provisão IRPJ 6.000,00
115
Demonstração de Resultado do Exercício
(-) Provisão CSLL 4.000,00
(=) Resultado antes da Participação 34.000,00
(-) Debêntures 3.400,00 34.000*10%
(-) PLR 3.060,00 (34.000-3.400)*10%
(-) Participação de Administradores 1.377,00 (34.000-3.400-3.060)*5%
(=) Resultado Líquido do Exercício 26.163,00

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 15

Cálculo do IRPJ e da CSLL

1. Fato Gerador e Base de Cálculo. Formas de


Tributação
1.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o cálculo do Imposto de Renda Pessoa


Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL),
estudando seu fato gerador, base de cálculo e formas de tributação.

1.2 Síntese
O fato gerador do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) é o auferimento de lucro pela entidade num certo período (lucro fiscal).
A base de cálculo é basicamente o lucro do período, o qual, porém, pode
ser calculado de quatro formas diferentes (formas de apuração):
117
– Lucro Real;
– Lucro Presumido;
– Lucro Arbitrado;
– Simples Nacional.
Embora na prática algumas vezes sejam reconhecidas algumas pequenas
diferenças entre a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, nos concursos públicos,
costuma-se considerar a base de cálculo de ambos os tributos como iguais.
Período de apuração é a periodicidade, na qual a empresa terá que calcular
o IRPJ e CSLL a serem pagos.
Os períodos são:
– Lucro Real: anual ou trimestral;
– Lucro Presumido: trimestral;
– Lucro Arbitrado: trimestral;
– Simples Nacional: mensal.
As alíquotas do IRPJ e da CSLL serão as mesmas, não importando a forma
de cálculo do lucro.
IRPJ:
– básica: 15%;
– adicional: 10% sobre o valor do lucro que ultrapassar R$ 20.000,00 x
número de meses do período de apuração.
CSLL: 9% (regra) ou 15% (exceções).
Como exemplos têm-se:
a) PA trimestral:
– Lucro = 100.000
– IRPJ = 100.000 x 15% + (100.000 – 20.000 x 3) x 10% = 19.000
– CSLL = 100.000 x 9% = 9.000
b) PA anual:
– Lucro = 300.000
– IRPJ = 300.000 x 15% + (300.000 – 20.000 x 12) x 10% = 51.000
– CSLL = 300.000 x 9% = 27.000
Na forma de cálculo no Lucro Real, a entidade calcula o IRPJ e a CSLL
sobre o lucro líquido contábil de fato auferido, ajustado, porém, pelas adições,
exclusões e compensação de prejuízos anteriores previstas na legislação fiscal.
Contabilidade Geral e Pública

O Período de Apuração (PA) representa o período ao final do qual o con-


tribuinte deverá apurar o montante de IRPJ e CSLL que deverá ser pago. No
Lucro Real, o período de apuração pode ser anual ou trimestral (a escolha do
contribuinte).
Optando pelo PA anual, deverá recolher todo mês as antecipações (estima-
tivas).
Optando pelo PA anual, o contribuinte deve recolher as chamadas estima-
tivas ou antecipações, calculadas sobre a receita bruta mensal.
118
No fim do ano, a empresa confronta o quanto recolheu de estimativas e o
quanto deveria ter pagado.
Se o contribuinte pagou mais do que deveria, terá direito à restituição.
Qualquer contribuinte pode optar por esse método, não importando seu
porte, faturamento ou setor de atuação, pode optar pelo Lucro Real.
No entanto, alguns estão obrigados a calcular o IRPJ e a CSLL por esta forma.
Entre outros contribuintes, estão obrigados a recolher o IRPJ e a CSLL
pelo Lucro Real:
– os contribuintes cuja receita total seja superior a R$ 24.000.000,00, ou a
R$ 2.000.000,00 multiplicado pelo número de meses do período, quan-
do inferior a 12 meses;
– os bancos comerciais e de investimentos, caixas econômicas, sociedades
de crédito, financiamento e investimento, corretoras de títulos, valores
mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, em-
presas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de
seguros e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;
– os contribuintes que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital
oriundos do exterior;
– as empresas que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de be-
nefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto.

Exercício
75. (Funiversa – Sejus-DF – 2010) O imposto de renda das pessoas jurídi-
cas, por opção ou determinação legal, não pode ser apurado do lucro:
a) Bruto.
b) Real.
c) Presumido.
d) Simples.
e) Arbitrado.

2. Lucro Real
Contabilidade Geral e Pública

2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre o cálculo do IRPJ e da CSLL


pelo lucro real.
119
2.2 Síntese
O Imposto de Renda sobre o Lucro Real é calculado pela seguinte fórmula:
Lucro Real = Lair + A – E – C
Em que:
Lair = Lucro Antes do Imposto de Renda
A = Adições
E = Exclusões
C = Compensação de Prejuízos Anteriores
As adições são valores que, embora deduzidos no cálculo do lucro contábil,
não são considerados dedutíveis para fins de IRPJ e CSLL pela legislação fiscal,
devendo ser somados ao lucro para anular, para fins fiscais, tal dedução feita no
lucro contábil. As principais são:
– despesas com multas;
– despesas com Provisões do Passivo e Perdas Estimadas no Ativo;
– despesa de Equivalência Patrimonial;
– despesa com alimentação de sócios, acionistas e administradores;
– despesas com brindes.
As exclusões são valores que a legislação fiscal permite que sejam deduzi-
dos do lucro para fins de IRPJ e CSLL, embora componham o lucro contábil.
Exemplos:
– Receita de equivalência patrimonial;
– Receita de dividendos;
– Despesas de depreciação acelerada.
Se ao fim do trimestre (PA trimestral) ou do ano (PA anual), resultar lucro
real negativo (após adições e exclusões), teremos prejuízo fiscal, e tal valor
poderá ser compensado nos trimestres ou anos seguintes com lucros posterior-
mente percebidos. Porém, o valor do prejuízo fiscal a ser compensado em cada
período de apuração não pode exceder 30% do lucro contábil ajustado pelas
adições e exclusões.
Exemplo (PA anual):
– Prejuízo Acumulado até 31/12/XXX0: 100.000
Contabilidade Geral e Pública

– Lucro Contábil em 31/12/XXX1: 200.000


– Adições: 70.000
– Exclusões: 20.000
– Lucro Contábil + Adições – Exclusões = R$ 250.000
– Limite de Compensação = 75.000 (30% de 250.000)
– Lucro Real = 250.000–75.000 = 175.000
120
Exercício
76. (FCC – MPU – Analista – 2007) Na determinação do lucro real da
companhia, os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores
podem ser compensados:
a) Sem qualquer tipo de limitação.
b) Desde que não reduzam o lucro real, antes da compensação,
em mais de 30%.
c) Em montante inferior a 50% do seu valor total, assegurado o di-
reito a posterior compensação em períodos de apuração futuros.
d) Em montante inferior ou igual a 30% do seu valor total.
e) Desde que o imposto devido em virtude da compensação não
seja reduzido em mais de 50%.

3. Lucro Real – Continuação


3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre o cálculo do IRPJ e da CSLL


pelo Lucro Real.

3.2 Síntese
A lei determina que a empresa possa optar pelo Lucro Real no período
de apuração anual, na qual a empresa vai ao final do ano verificar se, de fato,
ocorreu mais imposto do que o devido ou pode optar pelo lucro real período de
apuração trimestral, em que ela vai calcular em cada trimestre.
Se a empresa optar pelo Lucro Real no período de apuração anual, terá
que recolher as chamadas estimativas, que são os valores que ela vai recolher
mensalmente e, no final do ano, fazer um encontro de contas para verificar se
pagou mais ou menos que o devido.
Uma das formas de apuração do IRPJ é o chamado Lucro Real. Este pode
Contabilidade Geral e Pública

ter dois períodos de apuração:


– período de apuração trimestral;
– período de apuração anual.
O contribuinte que pagar o IRPJ e CSLL pelo Lucro Real, PA anual (e
somente ele), deverá, mensalmente, recolher valores a título de estimativas ou
antecipações de IRPJ e CSLL, aplicando as alíquotas desses tributos sobre um
percentual da receita bruta mensal, da seguinte forma:
121
Atividade da Empresa % Receita Bruta
Revenda de Combustível 1,6%
Indústria, Comércio, Serviços Hospitalares, Transpor- 8%
te de Carga
Transporte (exceto carga) 16%
Serviços em Geral – Receita bruta anual até R$ 16%
120.000,00
Serviços em Geral – Receita bruta maior que R$ 32%
120.000,00
Se a empresa exercer mais de uma atividade, será aplicado o percentual
correspondente a cada atividade sobre as receitas respectivas.
Na receita bruta, excluem-se as vendas canceladas e descontos incondicio-
nais concedidos.
Os ganhos de capital, os rendimentos de aplicações financeiras, os ganhos
líquidos em operações de renda variável, se houver, deverão ser adicionados ao
resultado obtido pela aplicação dos percentuais referidos sobre a receita bruta,
para fins de aplicação da alíquota.
Em 31 de dezembro, o contribuinte deverá somar o valor que recolheu
de estimativas de IRPJ e CSLL com os valores retidos na fonte por terceiros, e
compará-lo com os valores calculados pelo lucro real.
A empresa poderá fazer, em qualquer mês, um “balanço de suspensão”,
para verificar qual o seu lucro obtido até aquele mês e se o total de IRPJ e
CSLL pagos por estimativa até ali foi maior do que o valor que deveria ter sido
pago com base nesse lucro.

Exercício
77. A empresa Alpha, contribuinte de IRPJ e CSLL pelo Lucro Real,
período de apuração anual, obteve as seguintes receitas no mês de
janeiro de 2013:
– revenda Mercadorias: 100.000;
– prestação de Serviços: 10.000.
Contabilidade Geral e Pública

Sabendo-se que os percentuais que devem ser aplicados sobre a re-


ceita bruta para cálculo das estimativas mensais é de 8% para ativida-
des comerciais e de 32% para serviços, o valor que a empresa deverá
recolher, em fevereiro de 2013 (considerando-se alíquota de 15%
para o IRPJ e de 9% para a CSLL) é de:
a) R$ 1.200 de IRPJ e R$ 720 de CSLL.
b) R$ 1.680 de IRPJ e R$ 1.008 de CSLL.
122
c) R$ 1.200 de IRPJ e R$ 1.008 de CSLL.
d) R$ 1.680 de IRPJ e R$ 720 de CSLL.
e) R$ 1.000 de IRPJ e R$ 600 de CSLL.

4. Lucro Real – Continuação


4.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre o cálculo do IRPJ e da CSLL


pelo Lucro Real.

4.2 Síntese
Para melhor entendimento da matéria, vejamos o seguinte exemplo:
Uma empresa prestadora de serviços, optante pelo Lucro Real Anual, trou-
xe em sua DRE as seguintes informações:
Vendas Brutas = 100.000
Descontos Incondicionais = 5.000
ICMS sobre Vendas = 22.000
CMV (ou CPV ou CSP) = 30.000
Despesas com Vendas = 10.000
Na apuração do Lucro Real, no fim do ano, verificou-se:
a) que a empresa tinha em prejuízos acumulados o valor de R$ 50.000;
b) a necessidade de se realizar as seguintes adições: R$ 20.000, e as seguin-
tes exclusões: R$ 10.000.
A mesma recolheu, ao longo do ano, a título de antecipações, R$ 4.000 de
IRPJ e R$ 2.000 de CSLL. Teve retido na fonte, pelos seus clientes, um total
de R$ 1.000 de IRPJ e R$ 500 de CSLL. Diante disso, pergunta-se: a empresa
terá que recolher ainda IRPJ (15%) e CSLL (9%) no final do período ou terá
direito à restituição desses valores?
O que a empresa pagou ao longo do ano é a soma das estimativas com os
valores retidos na fonte.
Contabilidade Geral e Pública

IRPJ pago = soma do IRPJ que recolheu com estimativa + aquilo que os
fornecedores detiveram do pagamento dela quando foram pagar pelos serviços
prestados, ou seja, R$ 4.000,00 + R$ 1.000,00 = R$ 5.000,00 pagos de IRPJ,
tanto o que foi pago como estimativas, quanto o que foi retido na fonte pelas
empresas que prestaram os serviços.
CSLL paga = o total retido a título de estimativa no valor de R$ 2.000,00
+ o que seus pagadores retiveram na fonte, ou seja, R$ 500,00 = R$ 2.500,00.
123
A diferença a ser recolhida é de R$ 525,00 de IR.
Na CSLL, deveriam ter pagado R$ 2.709,00, mas pagaram R$ 2.500,00.
A diferença a ser recolhida a título de CSLL é de R$ 209,00.

5. Lucro Presumido
5.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o cálculo do IRPJ e da CSLL pelo Lucro


Presumido.

5.2 Síntese
No Lucro Presumido, a base de cálculo do IRPJ e da CSLL é um percen-
tual da receita bruta.
Esse percentual é o mesmo da base de cálculo das estimativas, no caso do
Lucro Real anual:
Atividade da empresa % Receita Bruta
Revenda de Combustível 1,6%
Indústria, Comércio, Serviços Hospitalares, Transpor- 8%
te de Carga
Transporte, exceto carga 16%
Serviços em Geral – receita bruta anual até R$ 16%
120.000,00
Serviços em Geral – receita bruta maior que R$ 32%
120.000,00
A diferença é que, no lucro presumido, não é feito, no final do exercício, o
cálculo do lucro fiscal, para fins de ajuste.
Se a empresa for contribuinte do IRPJ Lucro Presumido, deverá pagar o
Contabilidade Geral e Pública

imposto mesmo que não tenha tido lucro, uma vez que o lucro é presumido.
O período de apuração do Lucro Presumido é sempre trimestral, ou seja, a
cada 3 (três) meses, a empresa deverá recolher o IRPJ e a CSLL devidos sobre
o percentual da receita bruta.
Excetuando-se as empresas obrigadas a apurar o IRPJ e a CSLL pelo Lucro
Real, qualquer empresa pode optar pelo lucro presumido, sendo que tal opção
é feita no momento de recolhimento do imposto referente ao 1º trimestre.
124
Se a empresa exercer mais de uma atividade, aplicar-se-á o percentual de
cada atividade sobre as receitas respectivas.
Na receita bruta, excluem-se as vendas canceladas e descontos incondicio-
nais concedidos.
Os ganhos de capital, os rendimentos de aplicações financeiras, os ganhos
líquidos em operações de renda variável, se houver, deverão ser adicionados ao
resultado obtido pela aplicação dos percentuais referidos sobre a receita bruta,
para fins de aplicação da alíquota.
Em 31 de dezembro, o contribuinte deverá somar o valor que recolheu
de estimativas de IRPJ e CSLL com os valores retidos na fonte por terceiros, e
compará-lo com os valores calculados pelo lucro real.
A empresa poderá fazer, em qualquer mês, um “balanço de suspensão”,
para verificar qual o seu lucro obtido até aquele mês e se o total de IRPJ e
CSLL pagos por estimativa até ali foi maior do que o valor que deveria ter sido
pago com base nesse lucro.

Exercício
78. A empresa “Bom Preço Ltda.”, optante pelo Lucro Presumido, obte-
ve as seguintes receitas no 1º trimestre de 2013:
– revendas de mercadorias: 200.000;
– prestação de serviços limpeza: 50.000;
– Ganho de Capital Venda Imobiliária: 20.000
Qual o valor a ser pago de IRPJ e CSLL?

6. Lucro Arbitrado
6.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o cálculo do IRPJ e da CSLL pelo Lucro


Arbitrado.
Contabilidade Geral e Pública

6.2 Síntese
A apuração do IRPJ e da CSLL pelo Lucro Arbitrado não é opção do contri-
buinte, nem tampouco uma penalidade, embora seja usada no caso de descum-
primento de obrigações impostas pela legislação tributária.
125
Somente haverá arbitramento nos casos previstos na legislação, quais sejam:
– quando a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evi-
dentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que
a tornem imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real;
– o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e
documentos da escrituração comercial e fiscal, ou deixar de apresentar
o livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação
financeira, inclusive bancária, quando optar pelo lucro presumido e
não mantiver escrituração contábil regular;
– o contribuinte optar indevidamente pelo lucro presumido;
– o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de
escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do
comitente, residente ou domiciliado no exterior;
– o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas con-
tábeis recomendadas, livro Razão ou fichas utilizadas para resumir, to-
talizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário;
– o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e
fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela
legislação fiscal, nos casos em que o mesmo se encontre obrigado ao
Lucro Real.
O período de apuração do Lucro Arbitrado é sempre trimestral, sendo que
podem ser arbitrados um, dois, três ou os quatro trimestres do exercício.
O Lucro Arbitrado pode ser calculado de duas formas:
a) percentual aplicado sobre a receita bruta, quando esta for conhecida (os
percentuais serão os mesmos do Lucro Presumido, acrescidos de 20%):
Atividade da Empresa % Receita Bruta
Revenda de Combustível 1,92%
Indústria, Comércio, Serviços Hospitalares, Transpor- 9,6%
te de Carga
Transporte (exceto carga) 19,2%
Serviços em Geral – receita bruta anual até R$ 19,2%
Contabilidade Geral e Pública

120.000,00
Serviços em Geral – receita bruta maior que R$ 38,4%
120.000,00
b) com base em outros critérios, quando desconhecida a receita bruta.
Exemplos:
– Lucro Real do último período em que a escrituração comercial e fiscal
encontrava-se de acordo com a legislação;
126
– soma dos valores do ativo, existentes no último balanço patrimonial co-
nhecido;
– valor das compras de mercadorias efetuadas no mês;
– valor mensal do aluguel.

Exercício
79. Sobre o cálculo do lucro arbitrado, assinale a alternativa correta:
a) É uma opção do contribuinte.
b) É uma forma de punição do contribuinte.
c) Só pode ser utilizado nas hipóteses legais.
d) Somente pode ser calculado pela autoridade tributária quando
conhecida a receita bruta.

7. Simples Nacional
7.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o cálculo do IRPJ e da CSLL pelo Sim-


ples Nacional.

7.2 Síntese
O Simples Nacional é uma tentativa de dar um tratamento diferenciado
para microempresas e pequenas empresas. Tratamento diferenciado no que se
refere aos tributos.
O Simples Nacional é uma das formas de cálculo do IRPJ e a CSLL, po-
dendo ser usado pelas microempresas e pequenas empresas, que não incidam
em nenhuma hipótese de vedação.
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado e favorecido
Contabilidade Geral e Pública

para:
a) Microempreendedores Individuais;
b) Microempresas;
c) Empresas de Pequeno Porte.
O microempreendedor individual está isento do IRPJ, CSLL, PIS/Pasep,
Cofins e IPI, pagando um valor único que englobará ICMS ou ISS e contri-
buição para o INSS.
127
As definições são:
– Microempreendedor Individual (MEI): pessoa que trabalha por conta
própria e que se legaliza como pequeno empresário. Deve faturar no má-
ximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa.
– Microempresa (ME): empresário individual ou pessoa jurídica que te-
nha receita bruta anual de no máximo R$ 360.000,00.
– Empresa de Pequeno Porte (EPP): empresário individual ou pes-
soa jurídica que tenha receita bruta anual entre R$ 360.000,00 e R$
3.600.000,00.
Existem algumas microempresas e pequenas empresas que, por vedação
legal, não podem optar pelo Simples Nacional.
Não poderá optar pelo Simples Nacional, a pessoa jurídica:
I – de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II – que seja filial, sucursal, agência ou representação no país de pessoa
jurídica com sede no exterior;
III – de cujo capital participe pessoa física empresária, ou seja, sócia de
outra empresa que opte pelo Simples Nacional, se a receita bruta global ultra-
passar R$ 3.600.000,00;
IV – cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra
empresa que não seja micro ou pequena, se a receita bruta global ultrapassar
R$ 3.6000.000,00;
V – cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa ju-
rídica com fins lucrativos, se a receita bruta global ultrapassar R$ 3.600.000.00;
VI – constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII – que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII – que exercer atividade de banco comercial ou assembleia;
IX – a empresa resultante ou remanescente de cisão ou outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 05 anos
anteriores;
X – constituída sob a forma de sociedade por ações.
Consiste, entre outras coisas, na simplificação do procedimento de paga-
mento de tributos, permitindo o recolhimento, mediante um só documento
de arrecadação (DAS), dos seguintes tributos federais, estaduais e municipais:
Contabilidade Geral e Pública

a) IRPJ;
b) CSLL;
c) IPI;
d) PIS/Pasep;
e) Cofins;
f) ICMS;
g) ISS;
h) CPP (contribuição patronal para INSS).
128
Exercício
80. Sobre o Simples Nacional, assinale a alternativa correta:
a) Pode ser utilizado por qualquer empresa.
b) Pode ser utilizado por qualquer microempresa.
c) Abrange o Imposto de Importação.
d) Abrange somente tributos federais.
e) O valor a ser calculado depende da Receita Bruta Anual.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 16

Apresentação. Conceitos
Básicos

1. Conceito de Contabilidade Aplicada ao


Setor Público. Objetivos

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o conceito de contabilidade aplicada ao setor


público e quais seus objetivos.

1.2 Síntese
Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil
que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios Fundamentais
de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimo-
nial de entidades do setor público.
130
Existem dois grandes ramos na contabilidade:
– contabilidade privada, comercial, empresarial: controla o patrimônio
privado; e
– contabilidade pública, ou aplicada ao setor público ou contabilidade
governamental: controla o patrimônio público.
A contabilidade privada sempre teve que seguir as resoluções do CFC. Já
a contabilidade pública não deu importância às resoluções do CFC, sendo
sempre regida por leis próprias.
A contabilidade pública sempre trabalhou com leis, principalmente, a Lei
nº 4.320/1964 e a Lei Complementar nº 101/2000. Mas, atualmente, tem uma
aplicação do CFC na contabilidade pública.
A contabilidade pública tem por objetivo fornecer informações para:
a) as corretas tomadas de decisões pelos Administradores Públicos;
b) a adequada prestação de contas por parte de quem administrar ou se
utilizar de recursos públicos;
c) o exercício do controle social sobre os atos do Administrador Público
(função social da contabilidade).

Exercício
81. Sobre os objetivos da contabilidade pública, considere:
I. Fornecer informações úteis e confiáveis aos gestores públicos.
II. Determinar, de forma impositiva, as decisões a serem tomadas
pelos administradores públicos.
III. Permitir a adequada prestação de contas pelos administradores
públicos.
IV. Permitir que a sociedade acompanhe a gestão dos recursos públicos.
V. Fornecer informações para a tomada de decisão dos administrado-
res de empresas privadas.
Estão corretas:
a) Todas as afirmações.
b) As afirmações I, II, III e IV, somente.
c) As afirmações I, III e IV, somente.
d) As afirmações I e III, somente.
Contabilidade Geral e Pública

2. Entidades Sujeitas à Contabilidade Pública


2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos quais entidades submetem-se às regras da


contabilidade pública.
131
2.2 Síntese
No Brasil, a Administração Pública Federal, Estadual e Municipal dividem-
-se em dois grandes ramos:
– Administração Direta: formada pela União, Estados e Municípios e
seus órgãos. São os chamados “órgãos do Governo”. Esta administração
caracteriza-se pelo fato do Estado prestar o serviço diretamente.
No Brasil, a administração direta abrange a União, os Estados, os Municí-
pios e o Distrito Federal e órgãos do governo.
Os órgãos governamentais são subdivisões internas dos entes, como setores
de uma empresa e, não possuem personalidade jurídica.
– Administração Indireta: conjunto de entidades criadas pela Administra-
ção Direta, com personalidade jurídica, patrimônio e corpo funcional
próprio, para o exercício de determinadas atividades.
As entidades da Administração Indireta podem ser de quatro tipos: Au-
tarquias, Sociedades de Economia Mista, Empresas Públicas e Fundações
Públicas.

3. Entidades Sujeitas à Contabilidade Pública


– Continuação
3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a estudar sobre quais entidades subme-


tem-se às regras da Contabilidade Pública.

3.2 Síntese
As autarquias são pessoas jurídicas criadas pelo Poder Público, submetidas
ao regime jurídico de direito público (mesmas prerrogativas da Administração
Direta) e que exercem alguma atividade típica da Administração Pública.
Contabilidade Geral e Pública

Como toda entidade da Administração Indireta possui autonomia para se


autoadministrar. Porém, estão sujeitas à fiscalização e ao controle por parte da
Administração Direta para que esta possa certificar-se de que a autarquia esteja
cumprindo a função para a qual foi criada e que esteja agindo em harmonia
com a política e programas de Governo para o setor em que atua.
As autarquias são criadas para prestar um serviço específico e, assim, não
podem praticar atividades diversas daquelas para as quais foram instituídas.
132
São sempre criadas e extintas por lei, e esta deve ser específica (art. 37, XIX,
da CF).
Por se submeterem ao regime jurídico público, possuem as mesmas prer-
rogativas e sujeições da Administração Direta (regime jurídico administrativo).
Como exemplos de autarquias têm-se: o Instituto Nacional da Seguridade
Social (INSS), o Banco Central do Brasil (Bacen), e as Agências Reguladoras
(essas últimas classificadas como autarquias de regime especial).
Tanto a administração direta como as Autarquias, são entidades de direito
público, ou seja, se submete a regras diferentes. E são criadas pelos Estados
para exercer atividade típica de governo.

Exercício
82. Sobre autarquias, assinale a alternativa correta:
a) Fazem parte da Administração Direta.
b) São criadas para exercer atividade econômica, visando, assim, o
lucro.
c) Somente podem ser criadas pela União.
d) São entidades que pautam pelo regime jurídico de direito público.
e) Podem ter os seus bens penhorados por determinação judicial.

4. Entidades Sujeitas à Contabilidade Pública


– Continuação
4.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a estudar sobre quais entidades subme-


tem-se às regras da contabilidade pública.

4.2 Síntese
Contabilidade Geral e Pública

As sociedades de economia mista e as empresas públicas são entidades cria-


das pelo Poder Público para exercício de atividade de natureza econômica, ou
seja, por elas o Poder Público exerce atividade típica de particular ou atividades
não típicas do governo.
Diferentemente das autarquias (que são criadas por lei), a criação das socie-
dades de economia mista e das empresas públicas é autorizada por lei, mas é
concretizada por um ato do Poder Executivo.
133
Como exercem atividades típicas de particular, sujeitam-se ao regime ju-
rídico de direito privado, colocando-se em situação de igualdade com os parti-
culares. Mas a sujeição a esse regime sofre algumas restrições, pois, justamente
por se tratar de empresas estatais, tais entidades sujeitam-se a algumas regras
de direito público.
Essa derrogação parcial do direito comum pelo direito público só ocorrerá
se houver previsão expressa a respeito. Se nada for dito na Constituição ou
na lei, aplicar-se-ão as mesmas regras seguidas pelo particular. Como exemplo
dessa derrogação, podemos citar a submissão dessas entidades à licitação e a
necessidade de concurso para contratação de seus funcionários.
Dois são os principais pontos distintivos entre as sociedades de economia
mista e as empresas públicas:
a) a composição do capital; e
b) a forma de organização.
Vejamos essas diferenças:
Quanto à composição do capital:
Enquanto as sociedades de economia mista são formadas por capital públi-
co e capital privado, as empresas públicas somente são compostas por capital
público.
No caso das sociedades de economia mista, exige-se participação majoritá-
ria do Poder Público em seu capital (mais de 50%), seja por intermédio da Ad-
ministração Direta (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) ou Indireta
(porém, por disposição legal, não pode ser outra sociedade de economia mista,
mas autarquia ou empresa pública).
Já no caso da empresa pública, o capital deve estar totalmente nas mãos da
Administração Pública Direta ou Indireta, admitindo-se a “mistura” de capital
federal, estadual ou municipal.
As sociedades de economia mista somente podem ser organizadas sob a
forma de sociedades anônimas.
Já as empresas públicas podem tomar qualquer forma admitida em direito
(sociedades anônimas, sociedades por quotas de responsabilidade limitada e
outras, podendo inclusive adotar uma forma inédita, como é o caso das empre-
sas públicas unipessoais – ou seja, que só possuem um sócio).
Contabilidade Geral e Pública

Exemplos de sociedades de economia mista: Petrobras e Banco do Brasil.


Exemplos de empresas públicas: EBCT e CEF.
As fundações (inclusive as privadas) são pessoas jurídicas compostas por
um patrimônio personalizado, destacado pelo seu instituidor para atingir uma
finalidade específica, ou seja, uma fundação pode ser entendida como uma
pessoa jurídica formada, não a partir da união de alguns sócios, mas sim a partir
do destaque que alguém fez do seu patrimônio.
134
Se o patrimônio doado à fundação provier de um particular, ela será uma
fundação privada, se, por outro lado, provier da União, Estado, Distrito Federal
ou Município, será fundação pública.
Quanto ao regime jurídico das fundações públicas, existem Fundações Pú-
blicas de Direito Público e Fundações Públicas de Direito Privado, a depender
do que disser a lei que autorizar sua criação.
Sujeitam-se à contabilidade pública:
a) as entidades da Administração Direta, Autarquias e Fundações de direito
público;
b) serviços sociais (Sesi, Senai, Senat, Sesc, Senac, etc.) e entidades de
classe (OAB, CRM, CFC);
c) as sociedades de economia mista e empresas públicas, somente quando
receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios (empresas estatais dependentes de recursos públicos);
d) entidades privadas (fora da Administração Pública) que recebam, guar-
dem, movimentem, gerenciem ou apliquem recursos públicos, na execução
de suas atividades, no tocante aos aspectos contábeis da prestação de contas,
inclusive pessoas físicas.

Exercício
83. Qual das alternativas traz somente entidades que devem obedecer às
normas da contabilidade pública?
a) Entidades sem fins lucrativos, Prefeituras e Fundações.
b) Autarquias, Estados e empresas estatais dependentes.
c) Agências reguladoras, Banco Central e bancos estatais.
d) Bancos de fomento, Banco Central e Fundos de Previdência.
e) Banco Central, empresas de economia mista e Caixas Econô-
micas.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 17

Patrimônio Público

1. Conceito de Patrimônio Público. Ativo

1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o conceito de patrimônio público, suas divisões e


quais contas compõem o Ativo.

1.2 Síntese
Patrimônio Público é conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,
adquiridos, produzidos, recebidos ou utilizados por entidades do setor público,
que represente fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de
serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público, e
suas obrigações (NBC T 16.2, do CFC).
136
O Patrimônio Líquido (PL) divide-se em três grandes classes:
a) Ativo;
b) Passivo (Passivo Exigível); e
c) Patrimônio Líquido.
Ativo é o conjunto de recursos controlados pela entidade como resultado
de eventos passados e do qual se espera que resultem para a entidade benefícios
econômicos futuros.
Divide-se em:
1) circulante – ativos que:
– estejam disponíveis para realização imediata; ou
– tinham expectativa de realização de até 12 meses da data das demons-
trações contábeis;
2) não circulante – demais ativos.
Os bens públicos podem ser classificados da seguinte forma:
– bens de uso comum: bens que não pertencem a ninguém, mas sim a
um todo; por exemplo, praias, pacas e ruas;
– bens de uso especial: são os bens que são públicos e são destinados para
um uso específico, podendo limitar o uso do particular; por exemplo,
um prédio de um banco público;
– bens dominicais: são os bens que de fato pertencem ao ente público
que, inclusive, pode vendê-lo.

Exercício

84. Julgue o item abaixo como (C) certo ou (E) errado:


“Define-se patrimônio público o conjunto de bens e direitos e seus
respectivos ônus, incluídos os considerados inservíveis, por já não
terem a capacidade de gerar benefícios presentes ou futuros.”

2. Passivo. Patrimônio Líquido


Contabilidade Geral e Pública

2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre patrimônio público, anali-


sando suas duas outras divisões: passivo exigível e patrimônio líquido.
137
2.2 Síntese
Passivo é o conjunto de obrigações presentes da entidade, derivadas de
eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem, para a entidade,
saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
O passivo se divide em:
1) circulante – passivos:
– forem exigíveis em até 12 meses da data das demonstrações contábeis;
– valores de terceiros ou retenções, quando a entidade for a fiel depositá-
ria, independente do prazo de exigibilidade;
2) não circulante – demais passivos.
Patrimônio Líquido de uma entidade pública é o valor residual dos ativos
da entidade, depois de deduzidos todos seus passivos.

Exercício
85. (FCC – TCE-SP – Agente Fiscalização Financeira – 2012 – Adapta-
da) Sobre patrimônio público, considere:
I. O patrimônio público, de acordo com as normas brasileiras de
contabilidade, é estruturado em três grupos: ativos, passivos e patri-
mônio líquido.
II. Os bens de uso comum do povo constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal,
ou real, de cada uma dessas entidades.
III. Os passivos são obrigações presentes da entidade, cujos paga-
mentos se esperam que resultem saídas capazes de gerar benefícios
econômicos.
IV. A conta “Capital a Integralizar” é conta devedora do Patrimônio
Líquido, nas entidades governamentais.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
Contabilidade Geral e Pública

d) II, III e IV.


e) I, III e IV.
Capítulo 18

Princípios da Contabilidade
Aplicada ao Setor Público

1. Princípio da Entidade, Princípio da


Continuidade e Princípio da Oportunidade

1.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a ver os princípios que regem a contabilida-


de pública, de acordo com as definições dadas pelas resoluções do CFC.

1.2 Síntese
O Princípio da Entidade define-se da seguinte forma: o patrimônio público
é o objeto da contabilidade pública e o patrimônio das entidades públicas ou
privadas que utilizam recursos públicos; não se confunde com o patrimônio de
seus sócios ou de seus administradores.
139
O Princípio da Continuidade pressupõe que a entidade continuará em ope-
ração no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes
do patrimônio levam em conta esta circunstância.
No âmbito da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito cum-
primento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da en-
tidade se dá enquanto perdurar sua finalidade (Resolução CFC nº 1.111/2007).
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apre-
sentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas.
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da in-
formação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso, é necessá-
rio ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.

Exercício
86. (Esaf – DNIT – Analista Administrativo – Contábil – 2013) A respei-
to da aplicação do princípio de contabilidade da entidade no setor
público, é correto afirmar:
a) A autonomia patrimonial no ente público é limitada em razão
da obrigatoriedade da destinação social desse patrimônio.
b) O princípio tem aplicação limitada porque nem todas as entida-
des públicas são pessoas jurídicas.
c) Embora exista a necessidade de responsabilização pela gestão
do patrimônio público, não é possível caracterizar as entidades
pelo conceito contábil.
d) O princípio aplica-se de forma limitada uma vez que a destina-
ção e autonomia do patrimônio dependem das definições das
políticas públicas.
e) O princípio firma-se pela autonomia e responsabilização do pa-
trimônio pertencente ao ente público e necessidade de respon-
sabilização pela gestão.

2. Princípio do Registro pelo Valor Original,


Princípio da Competência e Princípio
Contabilidade Geral e Pública

da Prudência
2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a ver os princípios que regem a contabili-


dade pública, de acordo com as definições dadas pelas resoluções do CFC.
140
2.2 Síntese
O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componen-
tes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das
transações, expressos em moeda nacional.
Tal princípio não impede a reavaliação posterior do componente do patri-
mônio, mas refere-se ao momento do registro inicial na contabilidade.
O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e
outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, indepen-
dentemente do recebimento ou pagamento. Pressupõe a simultaneidade da
confrontação de receitas e de despesas correlatas.
O Princípio da Prudência determina a adoção do menor valor para os com-
ponentes do Ativo e do maior para os do Passivo, sempre que se apresentem
alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais
que alterem o patrimônio líquido.

Exercício
87. (Consulplan – TSE – Analista Judiciário – 2012) (...) A abertura
de créditos adicionais extraordinários, destinados a atendimento de
despesas imprevisíveis e urgentes, deve ser feita por decreto do Poder
Executivo e submetidos ao Legislativo correspondente, possibilitan-
do o registro tempestivo de fatos que afetam o patrimônio público.
O evento apresentado está relacionado com o Princípio da:
a) Competência.
b) Entidade.
c) Oportunidade.
d) Prudência.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 19

Orçamento Público

1. Conceito e Aprovação
1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o conceito de orçamento público e a forma de


sua aprovação.

1.2 Síntese
De uma forma simples, o orçamento pode ser definido como a previsão de
receitas e autorização de despesas para um determinado período.
Essa autorização é dada pelo Poder Legislativo aos demais Poderes.
Atualmente, entende-se que o orçamento é um importante instrumento de
planejamento estatal, com definição de metas e objetivos a serem alcançados
com os recursos disponibilizados, buscando-se uma integração entre o planeja-
mento, a programação e a orçamentação (orçamento-programa).
142
O orçamento é aprovado pelo Poder Legislativo de cada ente da Federação,
a partir da discussão de proposta encaminhada pelo Poder Executivo.
Assim, o Presidente da República encaminha projeto de orçamento federal
ao Congresso Nacional, que irá aprová-lo, com alterações que julgar conve-
nientes. Da mesma forma, o Governador encaminha o projeto de orçamento
estadual à Assembleia Legislativa, que irá aprová-lo, e o Prefeito encaminha a
proposta de orçamento municipal à Câmara dos Vereadores.
O orçamento é aprovado por uma lei formal e, após sua aprovação pelo
Legislativo, deverá ser sancionado pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente
da República, Governador ou Prefeito).

Exercício
88. (Cespe – CNJ – Técnico Judiciário – 2013) Julgue o item seguinte
em (C) certo ou (E) errado:
“Os esforços para a integração entre planejamento, programação e
orçamentação marcam a evolução da integração do planejamento
no orçamento público.”

2. Princípios Orçamentários: Legalidade.


Unidade. Universalidade
2.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a ver quais são os princípios orçamentários.

2.2 Síntese
Segundo o Princípio da Legalidade, o orçamento deve ser aprovado por lei
formal, ou seja, é o Poder Legislativo, em cada esfera de governo, que define
Contabilidade Geral e Pública

onde os recursos arrecadados serão gastos, a partir de propostas encaminhadas


pelos outros poderes.
No Princípio da Unidade, cada esfera de governo deve possuir só um orça-
mento para um determinado exercício, evitando-se a pluralidade de orçamentos.
É importante destacar que a tríplice divisão da LOA em orçamento fis-
cal, da seguridade social e de investimento das empresas estatais não fere tal
princípio.
143
O Princípio da Universalidade, o orçamento deve prever a totalidade das
receitas e despesas que serão incorridas no exercício seguinte.
Outro ponto importante a destacar é que referido princípio não se aplica às
receitas e despesas extraorçamentárias.

Exercício
89. (Ceperj – Procon – 2012) A Constituição Federal preconiza que a
Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal, o orça-
mento de investimento das empresas e o orçamento da seguridade
social.
Nesse diploma legal está implícita a essência do seguinte princípio
orçamentário:
a) Universalidade.
b) Exclusividade.
c) Especificação.
d) Orçamento bruto.
e) Unidade.

3. Princípios Orçamentários – Continuação:


Orçamento Bruto. Periodicidade.
Exclusividade. Periodicidade. Clareza
3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre os princípios orçamentários.

3.2 Síntese
Segundo o Princípio do Orçamento Bruto, todas as parcelas da receita e da
Contabilidade Geral e Pública

despesa devem aparecer no orçamento em seus valores brutos, vedada qualquer


dedução.
Segundo o Princípio da Periodicidade ou da Anualidade, o orçamento deve
prever a receita e autorizar a realização das despesas por um determinado pe-
ríodo (exercício financeiro). Os créditos orçamentários têm vigência durante o
período fixado, ao fim do qual o orçamento perderá sua validade.
Deve-se destacar que, no Brasil, o exercício financeiro é de um ano.
144
O Princípio da Exclusividade diz que a lei orçamentária somente pode con-
ter previsão de receitas e fixação de despesas.
Exceção: autorizações para abertura de créditos suplementares e para a
contratação de operações de crédito.
Segundo o Princípio da Clareza ou da Transparência, embora a lei orça-
mentária deva ser elaborada de forma técnica, deve ser clara e compreensível
para todos os cidadãos.

Exercícios
90. (Cespe – CNJ – Analista – 2013) Julgue o item seguinte como (C)
certo ou (E) errado:
“O princípio do orçamento bruto faz com que a peça orçamentária
contenha muitas informações — que, inclusive, poderiam ser elimi-
nadas, se usados dados líquidos sobre receitas e despesas —, vez que
não há ganho efetivo originado do uso de informações brutas.”
91. Uma lei orçamentária que preveja a criação de um tribunal fere o
Princípio da:
a) Anualidade.
b) Universalidade.
c) Exclusividade.
d) Unidade.
e) Especificação.

4. Princípios Orçamentários – Continuação:


Equilíbrio. Especificação. Publicidade.
Exatidão. Não Afetação
4.1 Apresentação
Contabilidade Geral e Pública

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre os princípios orçamentários.

4.2 Síntese
Segundo o Princípio do Equilíbrio, o total das despesas não deve ultrapas-
sar o total das receitas para o exercício, ou seja, o total de receitas deve ser igual
ao total de despesas.
145
Já o Princípio da Especificação determina que a lei orçamentária deve tra-
zer as receitas e as despesas com um nível satisfatório de detalhamento, facili-
tando sua análise por parte dos interessados.
Para o Princípio da Publicidade, o conteúdo do orçamento deve ser de co-
nhecimento público, divulgado pelos meios oficiais, possibilitando o controle
social. Como o orçamento é aprovado por lei, esse princípio é obedecido na
publicação da lei orçamentária.
O Princípio da Exatidão determina que as receitas e despesas devem ser
previstas no orçamento da forma mais exata possível.
Por fim, tem-se o Princípio da Não Afetação, também chamado de Princí-
pio da Não Vinculação, que proíbe a vinculação de receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, ressalvadas as exceções previstas na Constituição Federal.

Exercícios
92. (FCC – TRT-6ª – Analista – 2012) O Princípio que exige a inclusão
na Lei Orçamentária Anual de todas as receitas e despesas orçamen-
tárias é o da:
a) Competência.
b) Unidade.
c) Exclusividade.
d) Universalidade.
e) Anualidade.
93. (UFPR – Contador – 2010) A respeito dos princípios orçamentários,
assinale a alternativa correta:
a) O princípio da anualidade diz que o orçamento deve conter to-
das as receitas e despesas da administração pública.
b) O princípio da universalidade prevê que o orçamento deve ser
único.
c) Segundo o principio da especificação, o montante da despesa
não deve ultrapassar a receita prevista para o período.
d) Segundo o princípio da exclusividade, a composição do orça-
mento deve ser divulgada por meio de veículo oficial de comu-
Contabilidade Geral e Pública

nicação, para conhecimento dos contribuintes.


e) O princípio da não afetação afirma que é vedada a vinculação
da receita de impostos a órgãos, fundos ou despesas, excetuadas
as afetações que a própria Constituição determina.
Capítulo 20

Leis Orçamentárias

1. Plano Plurianual (PPA)


1.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre as leis orçamentárias, estudan-


do a primeira delas: o Plano Plurianual (PPA).

1.2 Síntese
No Brasil, cada ente da Federação (União, Estados e Municípios) deve ela-
borar três leis orçamentárias:
a) Plano Plurianual (PPA);
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e
c) Lei Orçamentária Anual (LOA).
O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas, de forma regionalizada,
da administração pública para os quatro anos seguintes. Prevê as despesas de
147
capital e as de custeio delas decorrentes, bem como as despesas relativas aos
programas de duração continuada.
O prazo para encaminhamento da proposta do PPA do Executivo para o
Legislativo é 31 de agosto do primeiro ano de Governo.
Já o prazo para aprovação pelo Poder Legislativo é o encerramento da ses-
são legislativa.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual.

Exercício
94. (FCC – TRT-3ª – Analista – 2005) A lei que estabelece, de forma
regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas da administração pú-
blica federal para as despesas de capital e outras dela decorrentes é a:
a) De diretrizes orçamentárias.
b) Do orçamento anual.
c) Do plano plurianual.
d) Dos planos e programas nacionais.
e) Do plano diretor.

2. Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)


2.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

2.2 Síntese
A principal função da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é fazer a
intermediação entre o planejamento de longo prazo constante do PPA e o de
curto prazo constante da LOA.
Contabilidade Geral e Pública

Segundo o art. 165, § 2º, da CF, a LDO:


“a) definirá as metas e prioridades da administração pública, incluindo as
despesas de capital para o exercício financeiro subsequente;
b) orientará a elaboração da lei orçamentária anual;
c) disporá sobre as alterações na legislação tributária; e
d) estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de
fomento.”
148
O prazo para encaminhamento de proposta da LDO do Executivo para o
Legislativo é até 15 de abril de cada ano.
Já o prazo para aprovação pelo Poder Legislativo é o encerramento do pri-
meiro período da sessão legislativa, ou seja, até 17 de julho.

Exercício
95. (FCC – TRE-PB – Analista – 2007) Nos termos da Constituição
Federal, compõe a lei de diretrizes orçamentárias:
a) Metas e prioridades para os 4 (quatro) anos do mandato e orien-
tações para elaboração do orçamento anual.
b) Orçamento fiscal; orçamento de investimento das estatais; orça-
mento da seguridade social.
c) Metas e prioridades para o exercício subsequente; alterações na
legislação tributária; política de aplicação das agências oficiais
de fomento.
d) Programas de duração continuada; diretrizes e objetivos para as
despesas de capital; critérios para limitação de empenho.
e) Todos os investimentos cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro.

3. Lei Orçamentária Anual (LOA)


3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos a Lei Orçamentária Anual (LOA).

3.2 Síntese
Lei Orçamentária Anual (LOA) é o orçamento propriamente dito, à qual se
Contabilidade Geral e Pública

aplicam os princípios orçamentários, devendo prever as receitas e autorizar as


despesas para o exercício seguinte.
Nenhuma despesa não prevista na LOA poderá ser incorrida.
A LOA divide-se em três partes:
a) orçamento fiscal: inclui as receitas e despesas dos três poderes, seus fun-
dos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo Poder Público;
149
b) orçamento de investimento das empresas estatais: recursos alocados nas
empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capi-
tal social com direito a voto;
c) orçamento da seguridade social: abrange todas as entidades e órgãos vin-
culados à seguridade social, da administração direta ou indireta, bem como os
fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
O prazo para encaminhamento da proposta é até o dia 31 de agosto de
cada ano.
Já o prazo para aprovação pelo Poder Legislativo é até o fim do ano
legislativo.
Em caso de não aprovação da LOA pelo Poder Legislativo até o início do
exercício financeiro, será aplicada a chamada “regra dos duodécimos”.
Depois da aprovação pelo Legislativo, o projeto é enviado ao Chefe do Po-
der Executivo para ser sancionado. Após a sanção, transforma-se em lei.
Após aprovada, somente pode ser alterada pelos chamados créditos adicionais.

Exercício
96. (Cespe – MS – 2010) Julgue o item seguinte como (C) Certo ou (E)
Errado:
“A LOA compreende o orçamento de investimentos das empresas
em que a União indiretamente detenha a maioria do capital social
com direito a voto.”

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 21

Receitas Públicas

1. Conceitos. Classificação quanto à Origem


1.1 Apresentação

Nesta unidade, iniciaremos nosso estudo sobre receitas públicas, exami-


nando seus conceitos e a classificação das mesmas quanto à sua origem.

1.2 Síntese
Existem dois conceitos diferentes para determinar o que são receitas públi-
cas: o conceito legal e o conceito doutrinário.
– conceito legal (implícito na Lei nº 4.320/1964): receitas públicas são
todos os ingressos de numerário (dinheiro) nos cofres públicos, não im-
portando sua natureza ou origem;
– conceito doutrinário: receitas públicas são os ingressos financeiros
que produzem acréscimos patrimoniais, sem gerar obrigações, re-
151
servas ou reivindicações de terceiros. São as entradas definitivas de
recursos nos cofres públicos.
Deve-se atentar que em provas de concursos, normalmente, adota-se o con-
ceito legal.
Quanto à origem, as receitas públicas se classificam da seguinte forma:
– receitas originárias: obtidas pelo Estado a partir da exploração de seu
próprio patrimônio. Exemplos: rendimentos de aplicações financeiras,
vendas e aluguéis de imóveis, venda de bens e serviços produzidos;
– receitas derivadas: obtidas pelo Estado a partir da exploração do patri-
mônio alheio (contribuições obrigatórias). São os tributos e as multas.

Exercícios
97. (FCC – PGE-AM – 2010) Classificam-se as receitas públicas em
originárias e derivadas. São exemplos de receita derivada e receita
originária, respectivamente:
a) Taxa de lixo domiciliar e pagamento pelo consumo de energia
elétrica.
b) Empréstimo compulsório e contribuição de intervenção no do-
mínio econômico.
c) Taxa de lixo urbano e imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana.
d) Imposto sobre a renda e contribuição de intervenção no domí-
nio econômico.
e) Contribuição de melhoria e contribuição social.
98. (Cespe – TRF 2ª Região – 2009) Um comerciante resolve aumentar
a área de seu estabelecimento e passa a pagar, mensalmente, um va-
lor ao ente da Federação para poder utilizar área pública contígua a
seu estabelecimento (servidão). A respeito dessa situação hipotética,
assinale a opção correta:
a) A receita auferida pelo ente da Federação classifica-se como de-
rivada, por ser advinda da exploração de atividade econômica.
b) O ingresso do valor é temporário, uma vez que, em algum mo-
Contabilidade Geral e Pública

mento, o comerciante pode não mais utilizar a área pública e,


por esse fato, não se trata de receita.
c) O valor cobrado tem natureza de tributo e, por isso, o ingresso é
receita originária.
d) O ingresso do valor classifica-se como receita originária.
e) A concessão da área pública é atividade de exploração do patri-
mônio, cuja receita é derivada.
152
2. Classificação quanto à Natureza
2.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre a classificação das receitas públicas


quanto à natureza econômica.

2.2 Síntese
Quanto à natureza ou categoria econômica, as receitas públicas se classifi-
cam da seguinte forma:
1) receitas orçamentárias: receitas que devem constar da Lei Orçamentária
Anual, por pertencerem de fato ao ente público. Dividem-se em:
1.1) receitas de capital: são receitas eventuais, com as quais o ente público
não pode contar para fechar as contas. São de cinco tipos: operações de crédito;
alienação de bens; amortização de empréstimos concedidos; transferências de
capital; superávit do orçamento corrente;
1.2) receitas correntes: são todas as outras, e se caracterizam por serem
constantes. O ente pode contar com essas receitas para fechar as contas. São
classificadas em cinco categorias: receitas tributárias; receitas de contribuições;
receitas patrimoniais; receitas agropecuárias, industriais e serviços; transferên-
cias correntes;
2) receitas extraorçamentárias: são receitas que não constam do orçamento.
Isso porque representam valores que, embora tenham ingressado nos cofres
públicos, não pertencem de fato ao ente público, que detém a sua posse de
forma temporária.
Como exemplos de receitas extraorçamentárias têm-se: cauções; pagamen-
tos não reclamados por terceiros; valores recolhidos de terceiros e que devem ser
repassados ao titular; operações de crédito por antecipação de receita (ARO).

Exercício
Contabilidade Geral e Pública

99. (FCC – TRF-2ª Região – Analista Judiciário – 2012) A receita pública:


I. classifica-se em orçamentária e extraorçamentária.
II. orçamentária classifica-se nas categorias econômicas denomina-
das receitas correntes e receitas de capital.
III. classificada como transferência corrente é oriunda de recur-
sos financeiros recebidos de outras entidades de direito público ou
153
privado e destinados ao atendimento de gastos, classificáveis em
despesas correntes.
IV. de contribuições é também uma fonte das receitas correntes,
destinada a arrecadar receitas relativas a contribuições sociais e eco-
nômicas, destinadas à manutenção dos programas e serviços sociais
e de interesse coletivo.
É correto o que consta em:
a) I, II, III e IV.
b) I, II e III, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) II e III, apenas.

3. Classificação quanto à Destinação. Receitas


Intraorçamentárias
3.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre as operações de crédito por Antecipação


de Receita Orçamentária (ARO), e sobre a classificação das receitas pú-
blicas quanto à sua destinação.

3.2 Síntese
As Antecipações de Receita Orçamentária (ARO) ou Operações de Crédito
por Antecipação de Receita Orçamentária são operações de créditos feitas para
atender a insuficiências de caixa dentro do exercício financeiro.
São requisitos para que uma operação de crédito seja classificada como ARO:
– deve ser contratada somente após 10 de janeiro, não podendo ser con-
tratada no último ano do mandato do governante;
– deve ser liquidada até o dia 10 de dezembro do mesmo ano em que
contratada;
Contabilidade Geral e Pública

– o valor tomado deve ser inferior ao percentual da receita corrente líqui-


da estabelecido na legislação.
Classificação das receitas públicas quanto à sua destinação:
De acordo com a destinação dada às receitas públicas, elas podem ser:
– receitas ordinárias: não estão vinculadas a nenhuma despesa específica,
podendo ser alocadas para o pagamento de quaisquer despesas. Exem-
plo: receitas de impostos;
154
– receitas vinculadas: devem ser utilizadas para o pagamento de despesas
específicas, previstas na legislação, não podendo ser usadas para custear
outros gastos. Exemplo: receitas de contribuições sociais.

Exercícios
100. (Cespe – Analista – Anatel – 2012) Julgue o item a seguir:
“As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária
integram a lei orçamentária anual (LOA) e são classificadas, quanto
à natureza econômica, como despesas de capital.”
101. (FCC – Analista de Controle – TCE/PR – 2011) No dia 30 de ja-
neiro do penúltimo ano de mandato o prefeito de um Município do
Estado do Paraná, realizou operação de crédito por antecipação da
receita orçamentária para atender insuficiência de caixa, obrigação
liquidada em 15 de dezembro do mesmo ano. Nesse caso:
a) Houve ilegalidade, pois não é possível tratar de operação de cré-
dito nos dois últimos anos;
b) Não houve ilegalidade, pois respeitado o prazo-limite para con-
tratação de tal operação, que é a partir do 10º dia do início do
exercício.
c) Houve ilegalidade, pois a liquidação deveria ter ocorrido até o
dia 10 de dezembro.
d) Houve ilegalidade, uma vez que a operação de crédito foi con-
tratada para atender insuficiência do caixa, hipótese que confi-
gura planejamento inadequado.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 22

Despesas Públicas

1. Conceitos. Classificação quanto à Natureza


1.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos os conceitos de despesas públicas e sua clas-


sificação quanto à natureza.

1.2 Síntese
Existem dois tipos de conceito de despesas públicas. São eles o conceito
legal e o conceito doutrinário:
– conceito legal (implícito na Lei nº 4.320/1964): despesas públicas são
todas as saídas de numerário (dinheiro) nos cofres públicos, não impor-
tando sua natureza ou origem;
– conceito doutrinário: são as saídas financeiras que produzem decrés-
cimos patrimoniais, sem gerar direitos ou aquisição de bens. São as
156
saídas definitivas de recursos dos cofres públicos e que diminuem o
valor do patrimônio líquido.
A categoria econômica se classifica quanto às despesas. São elas:
1) despesas orçamentárias: despesas que devem constar da Lei Orçamentá-
ria Anual, por necessitarem de autorizações legislativas para serem incorridas.
Dividem-se em:
1.1) despesas de capital: estão relacionadas, principalmente, à compra de
bens usados. Essas despesas se subdividem em:
– investimentos: despesas com a criação de um bem público novo, de um
programa novo, aquisição de imóveis ainda novos pela Administração;
– inversões financeiras: troca de dinheiro por bens já em utilização (usa-
dos) e aquisição de ações de entidades já constituídas;
– transferências de capital: valores repassados pelo ente público a outra
entidade para utilização em despesas de capital;
1.2) despesas correntes ou de custeio:
– despesas utilizadas para manutenção de um bem ou serviço público já
existente;
– transferências correntes: repasses a outros entes públicos para gasto em
despesas correntes;
2) despesas extraorçamentárias: pagamentos que não dependem de auto-
rização legislativa, ou seja, não constam do orçamento público. Nada mais
são do que a devolução de valores arrecadados sob o título de receitas ex-
traorçamentárias. Exemplos: devolução de cauções contratuais e liquidação
de ARO.

Exercício

102. (FCC – Analista Judiciário – TRT-2ª – 2012) Despesa pública


com planejamento e a execução de obras, inclusive com a aqui-
sição de imóveis considerados necessários à realização destas
últimas, bem como a aquisição de instalações, equipamentos e
Contabilidade Geral e Pública

material permanente:
a) Outras despesas correntes.
b) Despesas de inversões financeiras.
c) Despesas de investimento.
d) Despesas de aplicação direta.
e) Despesas de instalação.
157
2. Despesas Intraorçamentárias. Superávit
e Déficit
2.1 Apresentação

Nesta unidade, apresentaremos os conceitos de resultado orçamentário e


superávit e déficit corrente.

2.2 Síntese
Resultado orçamentário é a diferença entre as receitas previstas e as despe-
sas autorizadas.
Se o resultado for positivo, chama-se de superávit, já se for negativo, chama-
-se déficit.
Pelo princípio do equilíbrio, não poderá haver déficit do orçamento visto
como um todo. No entanto, poderá ocorrer o chamado superávit ou déficit
corrente.
Superávit corrente é a diferença positiva entre receitas correntes e despesas
correntes.
Déficit corrente é a diferença negativa entre receitas correntes e despesas
correntes.
A regra de ouro da Lei de Responsabilidade Fiscal determina que as recei-
tas de capital devem ser utilizadas somente para pagamento de despesas de
capital.
Assim, não se devem tomar empréstimos, por exemplo, para pagar funcio-
nários públicos (despesa de custeio).
É por essa razão que a Lei nº 4.320/1964 determina que o superávit do orça-
mento corrente é considerado receita de capital e, portanto, deve ser utilizado
para pagamento de despesas de capital, ou seja, sobrando receitas correntes
em relação às despesas correntes, tal sobra deve ser usada na criação de bem/
serviço público novo.
Contabilidade Geral e Pública

Exercício
103. A Câmara de determinado Município aprovou um orçamento com
as seguintes informações:
– Total de Receitas Orçamentárias: 100.000
– Total de Receitas de Capital Previstas: 20.000
158
Com base somente nessas informações, o limite para despesas cor-
rentes no orçamento é de:
a) Zero.
b) R$ 20.000.
c) R$ 80.000.
d) R$ 100.000.
e) Dependerá do valor das receitas extraorçamentárias.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 23

Estágios das Receitas e


Despesas Públicas

1. Estágios da Receita
1.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre os estágios ou fases pelas quais passam as


receitas públicas, até sua completa realização.

1.2 Síntese
Estágios da Receita Pública são as diversas fases pelo qual a receita pública
vai passar até que aquele valor entre, de fato, nos cofres públicos.
São quatro os estágios da receita pública:
– previsão: é a fase que quantifica a expectativa de arrecadação. É feita com
base na quantia de receitas arrecadadas no exercício anterior, com os
ajustes aplicáveis. É feita quando da elaboração do orçamento público;
160
– lançamento: é o procedimento administrativo que permite aos Fiscos
cobrar as receitas devidas pelos contribuintes, identificando o contri-
buinte, calculando o valor devido e inscrevendo o valor em dívida ativa;
– arrecadação: estágio em que os contribuintes comparecem perante os
agentes arrecadadores (normalmente instituições financeiras) e reali-
zam o pagamento dos tributos e outros débitos para com o Estado;
– recolhimento: é a fase na qual ocorre o repasse dos valores recebidos
pelos agentes arrecadadores ao Poder Público. No caso da esfera fede-
ral, esses valores são repassados à Conta Única do Tesouro Nacional,
mantida pelo Banco Central.

Exercícios

104. (FCC – Analista Judiciário – TRT-2ª – 2012) A identificação do


devedor ou da pessoa do contribuinte ocorre no estágio da receita
chamado:
a) Previsão.
b) Lançamento.
c) Arrecadação.
d) Aplicação.
e) Recolhimento.
105. (FCC – Analista Judiciário – TRT/6ª – 2012) Um contribuinte pa-
gou no banco o IPTU devido, essa situação corresponde ao estágio
da receita da receita denominado:
a) Recolhimento.
b) Arrecadação.
c) Lançamento.
d) Previsão.
e) Empenho.

2. Estágios da Despesa Pública


Contabilidade Geral e Pública

2.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre os estágios ou fases pelas quais passam as


despesas públicas, até sua completa realização.
161
2.2 Síntese
São três os estágios pelos quais passam a despesa pública: empenho, liqui-
dação e pagamento.
É importante destacar que essas três fases são sucessivas e obrigatórias.
Empenho: o art. 58 da Lei nº 4.320/1964 define empenho como “o ato
emanado da autoridade competente que cria para o estado obrigação de paga-
mento pendente ou não de implemento de condição”.
Além disso, nessa fase, é feita também a “reserva” orçamentária do valor.
Existem três tipos diferentes de empenho. São eles:
– empenho ordinário: utilizado para despesas de valor fixo e previamente
determinado e cujo pagamento deva ocorrer de uma só vez;
– empenho por estimativa: utilizado para as despesas cujo montante não
se possa determinar previamente, tais como: contas de água e energia
elétrica, compras de combustíveis, gastos com cópias de documentos;
– empenho global: utilizado para as despesas contratuais e outras de valor
determinado, mas cujo pagamento será feito de forma parcelada, como:
aluguéis de imóveis, contratação de serviços com pagamento mensal,
pagamento de salários.
As despesas relativas a contratos, convênios e outros ajustes de vigência plu-
rianual, serão empenhadas em cada exercício pela parte nele a ser executada.
O empenho deverá ser reforçado quando seu valor se revelar insuficiente.

Exercício
106. Determinado Estado da Federação comprou, em 10/11/XXX1, um
imóvel no valor de R$ 600.000,00, a ser pago em 60 prestações men-
sais, com início de pagamento em 01/01/XXX2.
Ao iniciar o exercício X1, tal Estado deverá fazer um empenho:
a) Ordinário no valor de R$ 600.000.
b) Global no valor de R$ 600.000.
c) Ordinário no valor de R$ 120.000.
d) Global no valor de R$ 120.000.
e) Por estimativa.
Contabilidade Geral e Pública

3. Estágios da Despesa Pública – Continuação


3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre os estágios ou fases pelas


quais passam as despesas públicas, até sua completa realização.
162
3.2 Síntese
Antes de continuar o estudo sobre os outros Estágios da Despesa Pública,
devemos entender o que é anulação de empenho.
Anulação de empenho nada mais é do que o cancelamento de um empe-
nho feito anteriormente.
O empenho deverá ser anulado no decorrer do exercício:
– parcialmente: quando seu valor exceder o montante da despesa realizada;
– totalmente: quando o serviço contratado não tiver sido prestado; o ma-
terial encomendado não tiver sido entregue; o empenho tiver sido emi-
tido incorretamente.
O empenho deverá ser anulado também no encerramento do exercício
quando a despesa não tiver sido liquidada, salvo aquelas que forem inscritas
em restos a pagar.
Os outros dois Estágios da Despesa Pública são a liquidação e pagamento:
– liquidação: de acordo com o art. 63 da Lei nº 4.320/1964, “a liquida-
ção da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor
tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito”. É na liquidação da despesa que se verifica se o credor cum-
priu todas as obrigações constantes do empenho (se o credor não for
identificado no empenho é na liquidação que se verificará quem deverá
receber o valor) e o valor que deverá ser pago;
– pagamento: após o empenho e liquidação da despesa, procede-se ao seu
pagamento, o qual pode ser definido como a transferência dos recursos
financeiros ao credor.
Somente se procederá ao pagamento se houver recursos financeiros dispo-
níveis.
É feito, via de rega, por Ordem Bancária (OB), mas pode ser feito por meio
de suprimento de numerário, para pequenos valores.

Exercício
107. Julgue os itens abaixo e assinale a opção correta:
I – Por pagamento da despesa entende-se o ato emanado de autori-
Contabilidade Geral e Pública

dade competente que criou para o Estado obrigação de pagamento


pendente de implemento de condição.
II – O empenho da despesa consiste no ato pelo qual os agentes
arrecadadores entregam diariamente ao Tesouro Público o produto
da arrecadação.
III – A liquidação da despesa consiste na verificação do direito do
credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios
163
do respectivo crédito, em que se apura a origem e o objeto do que se
deve pagar, a importância exata a pagar e a quem se deve pagar para
extinguir a obrigação.
IV – O ato praticado pela Fazenda Pública que identifica o contri-
buinte, o valor devido e efetua a inscrição fiscal do devedor, deno-
mina-se lançamento.
São corretas APENAS as afirmações:
a) II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

4. Restos a Pagar
4.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o conceito e classificação dos restos a pagar.

4.2 Síntese
De acordo com a Lei nº 4.320/1964, consideram-se restos a pagar as despe-
sas legalmente empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro, ou
seja, até 31 de dezembro.
A inscrição de empenho em restos a pagar terá validade até 31 de dezembro
do ano subsequente, quando será automaticamente cancelado.
É vedada a reinscrição de empenhos em restos a pagar. O reconhecimento
de eventual direito do credor far-se-á pela emissão de nova nota de empenho,
no exercício do reconhecimento, à conta de despesas de exercícios anteriores.
Na inscrição, são considerados receita extraorçamentária do exercício
seguinte.
No pagamento, são considerados despesa extraorçamentária.
Os restos a pagar poderão ser de duas formas:
Contabilidade Geral e Pública

– restos a pagar processados: despesas liquidadas, ou seja, em que o credor


já cumpriu as suas obrigações, tendo, portanto, direito líquido e certo,
faltando apenas o pagamento;
– restos a pagar não processados: representam as despesas não liquidadas,
ou seja, são aquelas que dependem da prestação do serviço ou forneci-
mento do material, isto é, cujo direito do credor não foi apurado, tendo
somente ocorrido o empenho.
164
Exercício
108. Restos a pagar processados referem-se à despesa:
a) Empenhada, paga, mas ainda não liquidada.
b) Empenhada, liquidada, mas ainda não paga.
c) Empenhada, liquidada e paga.
d) Empenhada, em liquidação e paga.
e) Extraorçamentária a pagar.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 24

Dívida Pública

1. Dívida Ativa e Dívida Passiva. Classificação


1.1 Apresentação

Nesta unidade, veremos o conceito e classificação da dívida pública.

1.2 Síntese
A Dívida Pública pode ser Ativa ou Passiva.
a) Dívida Ativa: valores dos quais a Administração Pública é credora, ou
seja, são os valores que podem ser exigidos pelo Estado. Divide-se em:
– Dívida Ativa Tributária: representam tributos; e
– Dívida Ativa Não Tributária: representam outros créditos da Adminis-
tração Pública, que não tributos. Exemplos: valores contratuais e multas
de trânsito.
166
b) Dívida Passiva: valores dos quais a Administração Pública é devedora,
ou seja, são os valores que devem ser pagos pelo Estado a terceiros. A Dívida
Passiva divide-se em fundada e flutuante:
– Dívida Fundada (ou Consolidada): compreende os compromissos de
exigibilidade superior a 12 (doze) meses, contraídos para atender a
desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços
públicos;
– Dívida Flutuante (Não Consolidada): são os compromissos de exigibili-
dade inferior a 12 meses, e compreende, entre outros:
I – os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II – os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e de juros da
dívida fundada);
III – os depósitos de terceiros (consignações ou cauções);
IV – os débitos de tesouraria (ARO – operações de crédito por antecipação
de receita destinadas a cobrir insuficiências de caixa ou tesouraria).

Exercício
109. De acordo com a Lei Federal nº 4.320/1964:
I) compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos
para atender a desequilíbrio orçamentário ou financeiro de obras e
serviços público; e
II) restos a pagar, excluídos os serviços da dívida, serviços da dívida a
pagar, depósitos e os débitos de tesouraria.
Esses conceitos representam, respectivamente:
a) Dívida flutuante e dívida fundada.
b) Dívida fundada e dívida flutuante.
c) Dívida contratual e dívida flutuante.
d) Dívida de curto prazo e operações de créditos.
e) Dívida flutuante e dívida mobiliária.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 25

Créditos Adicionais

1. Definição. Créditos Suplementares

1.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre os créditos adicionais, come-


çando pelos suplementares.

1.2 Síntese
Os créditos adicionais são verdadeiras alterações na LOA, e são utilizados
para fazer frente a despesas imprevistas ou cujo valor previsto no orçamento
revela-se insuficiente.
Devem passar pelo crivo do Poder Legislativo, uma vez que se trata de uma
alteração do orçamento.
168
Os créditos adicionais podem ser:
– créditos suplementares;
– créditos especiais; e
– créditos extraordinários.
Os créditos suplementares são solicitados pelo Poder Executivo ao Poder
Legislativo para fazer frente a despesas previstas de forma insuficiente no orça-
mento (dotação orçamentária insuficiente).
Ao solicitá-los, o Poder Executivo deve justificar o pedido e demonstrar a
existência de recursos disponíveis.
São autorizados por lei e abertos por um decreto do Poder Executivo.

Exercício
110. (FCC – MPE-AP – Analista – 2012) O prefeito da cidade de Povo
Contente ao proceder à abertura de licitação para aquisição de me-
renda escolar foi avisado pelo Contador que a despesa não poderia
ser realizada por não ter saldo suficiente na dotação orçamentária.
Nestas condições, nos termos da Lei Federal nº 4.320/64, deve-se
abrir um crédito adicional:
a) Especial.
b) Extraordinário.
c) Suplementar.
d) Extraorçamentário.
e) Emergencial.

2. Créditos Especiais
2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre os créditos adicionais, co-


mentando sobre os créditos especiais.
Contabilidade Geral e Pública

2.2 Síntese
Créditos especiais são utilizados para custear uma despesa para a qual não
haja dotação orçamentária específica (despesa não prevista no orçamento).
Ao solicitar um crédito especial, assim como ocorre com os créditos suple-
mentares, o Poder Executivo deve justificar o pedido e demonstrar a existência
de recursos disponíveis.
169
São considerados recursos para abertura dos créditos suplementares e espe-
ciais, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior;
II – os provenientes de excesso de arrecadação, considerando-se a tendên-
cia do exercício;
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias
ou de créditos adicionais, autorizados em lei;
IV – o produto de operações de crédito autorizadas;
V – a dotação global não especificamente destinada a órgão, unidade orça-
mentária, programa ou categoria econômica, denominada de reserva de con-
tingência; e
VI – os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do pro-
jeto de LOA, ficarem sem despesas correspondentes.
Assim como ocorre com os suplementares, os créditos especiais são auto-
rizados por Lei (Poder Legislativo) e abertos por Decreto do Poder Executivo.

Exercícios
111. (Cespe – TCE-RO – Agente Administrativo – 2013) Julgue a afirma-
ção seguinte como (C) Certa ou (E) Errada:
“É proibida a utilização de receita de capital como fonte de abertura
de crédito adicional suplementar ou especial.”
112. (Cespe – ANTT – Técnico Administrativo – 2013) Julgue a afirma-
ção seguinte como (C) Certa ou (E) Errada:
“A abertura dos créditos suplementares e especiais não depende ne-
cessariamente da existência de recursos disponíveis para atender a
despesa, mas, sim, da devida justificativa.”

3. Créditos Extraordinários. Vigência


dos Créditos Adicionais
Contabilidade Geral e Pública

3.1 Apresentação

Nesta unidade, estudaremos sobre a última modalidade de créditos adi-


cionais: os créditos extraordinários e veremos qual o prazo de vigência dos
créditos adicionais.
170
3.2 Síntese
Créditos extraordinários são utilizados para custear despesas urgentes e im-
previsíveis, tais como as decorrentes de guerra, comoção interna e calamidade
pública.
Diferentemente do que ocorre com os suplementares e especiais, não há
necessidade de indicação dos recursos para fazer frente às despesas.
São autorizados e abertos por meio de Medida Provisória (ato do Poder
Executivo com força de lei), sendo que essa Medida Provisória deve ser imedia-
tamente encaminhada ao Poder Legislativo para apreciação.
Vigência dos Créditos Adicionais:
Em princípio, os créditos adicionais têm sua vigência restrita ao exercício
em que abertos. Porém, os especiais e extraordinários, se abertos nos últimos
4 meses do exercício, serão incorporados ao orçamento do exercício seguinte.

Exercício
113. (Cespe – ANTT – Técnico Administrativo – 2013) Julgue a afirma-
ção seguinte como (C) Certa ou (E) Errada:
“É admitida a abertura de créditos extraordinários somente para
atender as despesas imprevisíveis e urgentes, como as resultantes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública.”
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 26

Subsistemas da Contabilidade
Aplicada ao Setor Público

1. Subsistemas Orçamentário e Patrimonial


1.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a falar sobre os quatro subsistemas de infor-


mação que compõem o sistema de informações da contabilidade aplicada
ao setor público.

1.2 Síntese
A Resolução CFC nº 1.129 estabelece que a Contabilidade Aplicada ao
Setor Público é organizada na forma de sistema de informações, cujos subsis-
temas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em razão da respectiva
especificidade, convergem para o produto final, que é a informação sobre o
patrimônio público.
172
Esses subsistemas são em número de quatro:
– subsistema orçamentário;
– subsistema patrimonial;
– subsistema de custos;
– subsistema de compensação.
Os lançamentos são feitos em cada subsistema pelo método das partidas
dobradas.
O subsistema orçamentário registra, processa e evidencia os atos e os fatos
relacionados ao planejamento e à execução orçamentária.
O subsistema patrimonial registra, processa e evidencia os fatos financeiros
e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do
patrimônio público.

Exercício
114. (Cespe – MPU – Analista – 2013) Julgue o item abaixo como certo
ou errado:
“Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros
subsistemas de informações de modo a subsidiar a administração
pública com informações sobre o conhecimento da composição e
movimentação patrimonial.”

2. Subsistemas de Custos e de Compensação


2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a falar sobre os quatro subsistemas de in-


formação que compõem o sistema de informações da contabilidade apli-
cada ao setor público.

2.2 Síntese
Contabilidade Geral e Pública

O subsistema de custos registra, processa e evidencia os custos dos bens e


serviços, produzidos e ofertados à sociedade pela entidade pública.
De acordo com a Resolução CFC nº 1.366/2011, do CFC, o subsistema de
custos tem como objetivos:
– mensurar, registrar e evidenciar os custos dos produtos, serviços, pro-
gramas, projetos, atividades, ações, órgãos e outros objetos de custos da
entidade;
173
– apoiar a avaliação de resultados e desempenhos, permitindo a compa-
ração entre os custos da entidade com os custos de outras entidades
públicas, estimulando a melhoria do desempenho dessas entidades;
– apoiar a tomada de decisão em processos, tais como comprar ou alugar,
produzir internamente ou terceirizar determinado bem ou serviço;
– apoiar as funções de planejamento e orçamento, fornecendo informa-
ções que permitam projeções mais aderentes à realidade com base em
custos incorridos e projetados; e
– apoiar programas de controle de custos e de melhoria da qualidade do
gasto.
O subsistema de compensação registra, processa e evidencia os atos de ges-
tão cujos efeitos possam produzir modificações no patrimônio da entidade do
setor público, bem como aqueles com funções específicas de controle.

Exercício
115. (FCC – DPE-SP – Agente de Defensoria – Contador – 2013) A con-
tabilidade aplicada ao setor público utiliza-se de contas escrituradas
nos sistemas orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação.
São utilizadas contas do Sistema de Compensação para o registro:
a) Das alterações da situação líquida patrimonial decorrentes de
alterações de ativos e passivos permanentes independentes da
execução orçamentária.
b) Da previsão da receita e da fixação da despesa, analiticamente,
de acordo com as especificações constantes na Lei de Orçamen-
to e dos créditos adicionais.
c) Das operações que resultem débitos e créditos de natureza fi-
nanceira, inclusive das entradas compensatórias no ativo e passi-
vo financeiros.
d) Das alterações qualitativas do patrimônio público decorrentes
de mutações patrimoniais ativas e passivas resultantes da execu-
ção orçamentária.
e) Dos atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações
Contabilidade Geral e Pública

no patrimônio da entidade do setor público.


Capítulo 27

Plano de Contas Aplicado ao


Setor Público

1. Conceito e Estrutura
1.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a estudar sobre o Plano de Contas Aplicado


ao Setor Público (PCASP).

1.2 Síntese
Um plano de contas é uma relação de todas as contas contábeis utilizadas
por uma entidade, com seus nomes, funções e descrição dos procedimentos
contábeis utilizados pela entidade.
A partir de 2010, começou-se a padronizar os planos de contas utilizados
pela União, Estados, DF e Municípios, a partir da adoção do Plano de Contas
Aplicado ao Setor Público (PCASP).
175
Cada conta do PCASP está cadastrada com as seguintes informações:
– Código da Conta: 7 níveis;
– Título da Conta: nome da conta;
– Função da Conta: descrição da natureza dos atos e fatos registráveis na
conta, explicando de forma clara e objetiva o papel desempenhado pela
conta na escrituração;
– Funcionamento (quando debita e quando debita): descrição da relação
de uma conta específica com as demais, demonstrando quando se debi-
ta a conta, e quando se credita;
– Natureza do Saldo: se credor, devedor ou misto;
– Encerramento: indica a condição de permanência do saldo em uma
conta, conforme sua natureza e se ela deverá ou não ser encerrada ao
fim do exercício;
– Indicador para cálculo do superávit financeiro: atributo utilizado para
informar se as contas do Ativo e Passivo são classificadas como Ativo/
Passivo Financeiro ou Ativo/Passivo Permanente, conforme definições
do art. 105 da Lei nº 4.320/1964.

Exercícios

116. (Cespe – TJ-ES – Técnico de Contabilidade – 2011) Julgue o item


seguinte como (C) Certo ou (E) Errado:
“As contas patrimoniais e de resultado acumulam saldos de um exer-
cício para o seguinte.”
117. (Cespe – MPE/PI – Analista Ministerial – Controle Interno – 2012)
Julgue o item seguinte como (C) Certo ou (E) Errado:
No plano de contras, o ativo e o passivo são separados em contas
financeiras e não financeiras, com vistas a facilitar o cálculo do supe-
rávit financeiro.

2. Conceito e Estrutura – Continuação


Contabilidade Geral e Pública

2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a estudar sobre o Plano de Contas Aplica-


do ao Setor Público (PCASP).
176
2.2 Síntese
As contas do PCASP são estruturadas em 7 níveis em seus respectivos códi-
gos de identificação.
Os primeiros cinco níveis têm um dígito só para identificação e os dois
últimos têm dois dígitos para identificação.
1º Nível = Classe
1 = Ativo
2 = Passivo e PL
3 = Variações Diminutivas
4 = Variações Aumentativas
5 = Controles Aprovação Orçamento
6 = Controles Execução Orçamento
7 = Controles Devedores (previsão atos potenciais)
8 = Controles Credores (execução atos potenciais)
2º Nível = Grupo. Exemplos:
1.1. Ativo Circulante
2.2. Passivo Não Circulante
3.1. Pessoal e Encargos
5.2. Orçamento Aprovado
3º Nível = Subgrupo
4º Nível = Título
5º Nível = Subtítulo
6º Nível = Item
7º Nível = Subitem
Cada ente da Federação pode detalhar ainda mais o código de identifica-
ção, se julgar necessário.

Exercício
118. (FCC – TRE-RN – Analista – Contabilidade – 2011 – Adaptada) De
acordo com o Plano de Contas da Administração Federal, o primeiro
nível representa a classificação máxima na agregação das contas nas
Contabilidade Geral e Pública

seguintes classes:
a) Ativo, Passivo, Despesa, Receita, Resultado Diminutivo do
Exercício e Resultado Aumentativo do Exercício.
b) Ativo, Passivo, Despesa, Receita, Patrimônio Líquido e Resulta-
do Operacional do Exercício.
c) Ativo, Passivo, Variações Patrimoniais Diminutivas, Variações
Patrimoniais Aumentativas, Controles Aprovação Orçamento,
177
Controles Execução Orçamento, Controles Credores e Con-
troles Devedores.
d) Ativo e Passivo de Curto e Longo Prazo, Patrimônio Líquido,
Receitas e Despesas Orçamentárias e Resultados do Exercício.
e) Grupo, Subgrupo, Elemento, Item e Tabela de Eventos.

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 28

Demonstrações Contábeis

1. Conceito e Espécies. Orientações Gerais


1.1 Apresentação

Nesta unidade, começaremos a estudar as demonstrações contábeis da


contabilidade pública.

1.2 Síntese
As demonstrações contábeis são relatórios extraídos após o registro de todos
os documentos que fizeram parte dos quatro subsistemas em um exercício. Ex-
pressam a situação orçamentária e patrimonial da entidade pública, bem como
os eventos que podem vir a alterar essas situações.
De acordo com a NBC T 16.6, as demonstrações contábeis obrigatórias na
Contabilidade Aplicada ao Setor Público são:
179
a) Balanço Patrimonial;
b) Balanço Orçamentário;
c) Balanço Financeiro;
d) Demonstração Variações Patrimoniais;
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
f) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Orientações Gerais sobre a Elaboração das Demonstrações Contábeis:
De acordo com a NBC T 16.6, as demonstrações contábeis:
a) devem ser acompanhadas por anexos, outros demonstrativos exigidos por
lei e pelas notas explicativas;
b) devem apresentar informações extraídas dos registros e dos documentos
que integram o sistema contábil da entidade;
c) devem conter a identificação da entidade do setor público, da autoridade
responsável e do contabilista;
d) devem ser divulgadas com a apresentação dos valores correspondentes
ao período anterior;
e) devem trazer as contas semelhantes agrupadas; os pequenos saldos po-
dem ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 10%
do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedadas a compensação de saldos
e a utilização de designações genéricas;
f) Para fins de publicação, as demonstrações contábeis podem apresentar os
valores monetários em unidades de milhar ou em unidades de milhão, deven-
do indicar a unidade utilizada;
g) devem apresentar os saldos devedores ou credores das contas retificado-
ras como valores redutores das contas ou do grupo de contas que lhes deram
origem; e
h) devem ser publicadas com a identificação da entidade pública e com a
assinatura da autoridade responsável e do contabilista da entidade registrado
no Conselho Regional de Contabilidade.

Exercício
119. Assinale a opção que não traz uma espécie de demonstração contábil
Contabilidade Geral e Pública

prevista na contabilidade aplicada ao setor público:


a) Balanço Patrimonial.
b) Balanço Orçamentário.
c) Balanço Financeiro.
d) Demonstração do Resultado do Exercício.
180
2. Balanço Patrimonial. Balanço
Orçamentário. Balanço Financeiro
2.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a estudar as demonstrações contábeis da


contabilidade pública.

2.2 Síntese
O Balanço Orçamentário evidencia as receitas e as despesas orçamentárias,
detalhadas em níveis relevantes de análise, confrontando o orçamento inicial
e as suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário.
As receitas devem ser discriminadas por fonte (espécie) e as despesas por
grupo de natureza (pessoal e encargos sociais; juros e encargos da dívida; outras
despesas correntes; investimentos; inversões financeiras; amortização da dívida;
reserva do RPPS; reserva de contingência).
O Balanço Patrimonial evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situa-
ção patrimonial da entidade pública, por meio de contas representativas do
patrimônio público, além das contas de compensação, conforme as seguintes
classes: Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e Contas de Compensação.
O Balanço Financeiro demonstra a receita e a despesa orçamentárias bem
como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conju-
gados com os saldos em espécies provenientes do exercício anterior, e os que se
transferem para o exercício seguinte, ou seja, enquanto o Balanço Orçamentá-
rio trata do acompanhamento da execução orçamentária, o Financeiro traz a
movimentação financeira, bem como o valor de recursos disponíveis que estão
“em caixa” ou “em bancos”.

Exercício
120. (FCC – MPE-SE – Analista do Ministério Público –2009) Os saldos
Contabilidade Geral e Pública

em espécie provenientes de exercício anterior, e os que se transferem


para o exercício seguinte, serão demonstrados no Anexo denominado:
a) Fluxo de Caixa.
b) Balanço Compensado.
c) Boletim de Caixa e Bancos.
d) Balanço Financeiro.
e) Balanço Patrimonial.
181
3. Demonstração das Variações Patrimoniais.
Demonstração dos Fluxos de Caixa
3.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a estudar as demonstrações contábeis da


contabilidade pública.

3.2 Síntese
A Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) traz as alterações veri-
ficadas no patrimônio, consistentes nas variações quantitativas e qualitativas,
evidenciando o resultado patrimonial do exercício (superávit ou déficit).
Tem função semelhante à Demonstração do Resultado do Exercício da
área empresarial, no que tange a apurar as alterações verificadas no patrimônio.
Porém, a DVP evidencia todas as alterações ocorridas no patrimônio, indepen-
dentemente de serem receitas ou despesas.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa tem por objetivo demonstrar, de
forma clara e detalhada, a movimentação das contas do grupo Disponível do
Ativo Circulante.
Ela propicia informações que permitem a análise da eficiência da Adminis-
tração do gestor público.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve evidenciar as movimentações
havidas no caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos:
a) das operações: compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas
originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os
demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento;
b) de investimentos: inclui os recursos relacionados à aquisição e à aliena-
ção de Ativo Não Circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liqui-
dação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras
operações da mesma natureza; e
Contabilidade Geral e Pública

c) de financiamentos: inclui os recursos relacionados à captação e à amor-


tização de empréstimos e financiamentos.

Exercício
121. (Cespe – MPU – Analista – 2013) A partir das demonstrações con-
tábeis, determinam-se três tipos de resultados: o orçamentário, apu-
182
rado no balanço orçamentário; o financeiro, apurado no balanço
financeiro; e o patrimonial, apurado no balanço patrimonial.

4. Demonstração das Mutações do Patrimônio


Líquido. Notas Explicativas
4.1 Apresentação

Nesta unidade, continuaremos a estudar as demonstrações contábeis da


contabilidade pública.

4.2 Síntese
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é uma de-
monstração exigida apenas das empresas estatais dependentes e pelos entes que
as incorporarem no processo de consolidação das contas.
Tal demonstração evidencia a movimentação havida em cada componente
do Patrimônio Líquido com a divulgação, em separado, dos efeitos das altera-
ções nas políticas contábeis e da correção de erros.
As notas explicativas contêm informações adicionais em relação à apresen-
tada no corpo dessas demonstrações e oferecem descrições narrativas ou segre-
gações e aberturas de itens anteriormente divulgados.
As notas explicativas devem evidenciar, ainda, o reconhecimento de in-
conformidades provavelmente relevantes para a avaliação de responsabilidades
(accountability), que pode afetar a avaliação do usuário sobre o desempenho e
o direcionamento das operações da entidade.
Entre as informações constantes das notas explicativas possíveis, podemos
citar:
a) evidenciação da legislação regente de determinados atos;
b) critérios contábeis utilizados para a valoração de bens do Ativo ou
Passivo;
Contabilidade Geral e Pública

c) evidenciação do cálculo de estimativas;


d) natureza das operações e principais atividades da entidade;
e) riscos e incertezas que afetem a entidade;
f) inconformidades (ilegalidades) detectadas no processo de elaboração das
demonstrações contábeis.
183
Exercício
122. (FCC – TRE-CE – Analista – Contabilidade – 2012 – Adaptada)
Demonstração feita em três partes, que permite um melhor ge-
renciamento e controle financeiro dos órgãos e entidades do setor
público e proporciona instrumentos para avaliar a capacidade de a
entidade gerar recursos financeiros e equivalentes a estes, bem como
suas necessidades de liquidez:
a) Fluxo de Caixa.
b) Resultado Econômico.
c) Mutações do Patrimônio Líquido.
d) Variações Patrimoniais.
e) Balanço Financeiro.

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 29

Suprimento de Fundos

1. Conceito e Requisitos
1.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre suprimento de fundos (ou suprimento de


numerário).

1.2 Síntese
Suprimento de fundos é um adiantamento de dinheiro, em espécie ou me-
diante o uso de cartão corporativo, que é concedido a um servidor público, com
prazo certo para utilização e mediante comprovação dos gastos.
O suprimento de fundos pode ser concedido somente:
a) para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços
especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;
185
b) quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classifi-
car em regulamento; ou
c) para atender despesas de pequeno vulto, que são aquelas cujos valores,
em cada caso, não ultrapassarem os limites estabelecidos pelo Ministério da
Fazenda.
O prazo máximo que pode ser concedido ao servidor para a aplicação do
suprimento de fundos é de 90 dias, não podendo ultrapassar o final do exercício
financeiro.
O servidor deverá prestar dentro do prazo de 30 dias após o final do prazo
para aplicação.
A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de
janeiro do ano seguinte.
Atualmente, a concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer por meio
do Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), utilizando as contas
de suprimento de fundos somente em caráter excepcional, onde comprovada-
mente não seja possível utilizar o cartão.

Exercício
123. (Cespe – TRT-10ª Reg. – Analista – Contabilidade – 2013) Julgue o
item abaixo:
“O prazo máximo para aplicação do suprimento de fundos será de
até sessenta dias, a contar da data do ato de concessão do suprimento
de fundos.”

Contabilidade Geral e Pública


Capítulo 20

Controle Externo e Controle


Interno

1. Controle Externo e Controle Interno


1.1 Apresentação

Nesta unidade, falaremos sobre o controle externo e o controle interno da


Administração Pública.

1.2 Síntese
Controle interno é aquele realizado pelos órgãos internos de cada Poder
sobre os órgãos daquele próprio Poder. Exemplo: a Controladoria Geral da
União é órgão de controle interno do Poder Executivo Federal.
Controle externo é aquele realizado por um Poder sobre outro (Legis-
lativo sobre o Executivo, Executivo sobre o Legislativo, Judiciário sobre o
Executivo, etc.).
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Atenção: A Constituição Federal costuma definir de uma forma mais estri-
ta o controle externo, como sendo aquele exercido pelo Poder Legislativo (com
o auxílio do Tribunal de Contas), sobre os demais Poderes, conforme o que
determina o art. 70:
“Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e pa-
trimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.”
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União (...).”
A Constituição Federal determina que cada Poder deverá instituir um ór-
gão de controle interno, que deverá atuar de forma integrada com os órgãos de
controle interno dos demais poderes, de acordo com o que diz o art. 74:
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execu-
ção dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e efi-
ciência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entida-
des da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.”
Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qual-
quer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.
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Exercício

124. (FCC – DPE-RS – Defensor Público – 2011) Considere as seguintes


afirmações com relação aos controles externo e interno da adminis-
tração pública, tendo em vista os artigos 70 a 75 da Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988:
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I – Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de for-
ma independente, sistema de controle interno, com a finalidade de
apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
II – Os responsáveis pelo controle externo, ao tomarem conheci-
mento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência
ao Tribunal de Contas competente, sob pena de responsabilidade
subsidiária.
III – O controle externo exercerá a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da administração, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções
e renúncia de receitas.
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e III.
e) II e III.
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Gabarito

1. Correta. 19. Letra D.


2. Letra D. 20. Incorreta.
3. Letra B. 21. Letra D.
4. Letra C. 22. Correta.
5. Letra C. 23. Letra D.
6. Letra B. 24. Incorreta.
7. Letra B. 25. Letra E.
8. Letra B. 26. Incorreta.
9. Letra B. 27. Letra A.
10. Correta. 28. Incorreta.
11. Letra A. 29. Letra C.
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12. Incorreta. 30. Letra D.


13. Correta. 31. Letra B.
14. Letra A. 32. Incorreta.
15. Letra A. 33. Correta.
16. Letra C. 34. Letra C.
17. Letra A. 35. Errada.
18. Correta. 36. Letra C.
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37. Correta. 48. Letra C.
38. Letra D. 49. Letra C.
39. Letra E. 50. Letra C.
40. Letra C. 51. Letra A.
41. Letra B. 52. Letra A.
42. Incorreta. 53. Letra B.
43. Letra C. 54. Letra D.
44. Letra B. 55. Letra C.
45. Letra C ou D, as duas alternati- 56. Letra C.
vas estão iguais. 57. Letra E.
46. Primeiramente, precisamos lem- 58. Letra D.
brar que o valor que deve ser 59. Letra B.
atribuído é o menor valor entre 60. Letra B.
o custo de aquisição (considera- 61. Letra C.
da a depreciação) que, no caso, 62. Letra E.
é de R$ 90.000,00, e o valor re- 63. Letra B.
cuperável, que é o maior valor 64. Incorreta.
entre: 65. Letra D.
a) Valor justo de despesas de 66. Correta.
vendas = 120.000 – 40.000 = 67. Letra A.
80.000. 68. Letra E.
b) Valor em uso = 100.000 – 69. Letra B.
30.000 = 70.000. 70. Letra D.
Assim, o valor recuperável é de 71. Letra B.
R$ 80.000,00. 72. Incorreta.
Como o valor recuperável é 73. Letra A.
menor do que o valor original, 74. Letra C.
deverá ser feita uma reavaliação 75. Letra A.
para menor do bem (redução ao 76. Letra B.
valor recuperável), no valor de 77. Letra B.
R$ 10.000,00 (diferença entre o 78. IRPJ = R$ 7.800,00 e CSLL =
valor de aquisição e o valor recu- R$ 4.680,00.
perável). 79. Letra C.
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A contabilização é feita assim: 80. Letra E.


Débito – Despesas Redução ao 81. Letra C.
Valor Recuperável – 10.000,00 82. Letra D.
Débito – Depreciação Acumu- 83. Letra B.
lada – 20.000,00 84. Errado.
Crédito Máquinas e Equipa- 85. Letra A.
mentos – 30.000,00 86. Letra E.
47. Correta. 87. Letra C.
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88. Certo. 107. Letra C.
89. Letra E. 108. Letra B.
90. Errado. 109. Letra B.
91. Letra C. 110. Letra C.
92. Letra D. 111. Errada.
93. Letra E. 112. Errada.
94. Letra C. 113. Certa.
95. Letra C. 114. Certo.
96. Certo. 115. Letra E.
97. Letra A. 116. Errado.
98. Letra D. 117. Certo.
99. Letra A. 118. Letra C.
100. Errado. 119. Letra E.
101. Letra C. 120. Letra D.
102. Letra C. 121. Errada.
103. Letra C. 122. Letra A.
104. Letra B. 123. Errado.
105. Letra B. 124. Letra D.
106. Letra D.

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