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SNJContabilidade - 25022014 PDF
SNJContabilidade - 25022014 PDF
Capítulo 1 – Patrimônio, 9
1. Definição. Bens, Direitos e Obrigações., 9
2. Equação Fundamental. Ativo. Passivo e Patrimônio Líquido, 11
3. Equação Fundamental. Ativo. Passivo e Patrimônio Líquido –
Continuação, 13
Capítulo 2 – Resultado, 15
1. Resultado: Conceito, Receitas e Despesas, 15
2. Classificação das Receitas e Despesas, 16
3. Gastos. Custos. Encargos e Perdas, 18
4. Regimes de Contabilização, 19
Capítulo 6 – Escrituração, 42
1. Introdução e Conceito, 42
2. Sistemas de Escrituração, 43
3. Livros de Escrituração, 45
4. Livros de Escrituração – Continuação, 47
Capítulo 7 – Provisões, 49
1. Conceito, 49
2. Passivos Contingentes, 51
3. Ativos Contingentes e Perdas Estimadas no Ativo, 53
4. Perda Estimada em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD), 55
5. Perda Estimada em Estoques (PEE), 56
6. Perda Estimada por Redução ao Valor Recuperável, 58
Capítulo 8 – Depreciação, 60
1. Conceito de Depreciação, 60
2. Métodos de Depreciação: Método das Quotas Constantes, 62
3. Métodos de Depreciação: Método das Somas dos Dígitos, 64
4. Contabilização. Depreciação Acelerada Normal, 65
5. Depreciação Acelerada Incentivada, 67
6. Depreciação de Bens Adquiridos Usados, 68
Gabarito, 189
Capítulo 1
Patrimônio
1.2 Síntese
Contabilidade é uma ciência que tem por objeto o patrimônio das entida-
des, tendo como objetivo o controle destes patrimônios, com a finalidade de
fornecer informações a seus usuários.
Com esta definição, podemos extrair três informações importantes:
– o objeto de estudo é o patrimônio;
– o objetivo é o controle dos patrimônios por parte das empresas e entida-
des públicas;
– o fim da contabilidade pública é fornecer informações aos seus usuários.
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Deve-se ressaltar que a contabilidade não se confunde com a administra-
ção de uma entidade. A contabilidade irá fornecer informações a respeito do
controle do patrimônio, do desempenho econômico da entidade, mas quem
tomará as decisões será a administração.
Os usuários poderão ser os mais amplos possíveis, mas, principalmente,
acionistas ou sócios, governos e investidores.
A contabilidade terá uma função administrativa e uma função econômica.
A função administrativa: refere-se à função da contabilidade como auxilia-
dora dos tomadores de decisões; a função econômica: está relacionada à apura-
ção do resultado, ou seja, se houve lucro ou prejuízo.
O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações de uma entidade.
Os componentes positivos do patrimônio são os bens e direitos e o compo-
nente negativo são as obrigações.
Os componentes positivos recebem o nome específico, na contabilidade,
de ativo. O ativo de uma entidade é a soma dos seus bens e direitos.
Por outro lado, como já tido, o patrimônio tem sua parte negativa, que são
as obrigações. Essas obrigações recebem o nome, na contabilidade, de passivo
ou passivo exigível.
Os bens nada mais são do que todas as coisas de propriedade da entidade e
que podem ser aferidos monetariamente.
Esses bens podem ser corpóreos ou incorpóreos.
Bens corpóreos, também chamados bens tangíveis ou bens materiais, são
os bens que podem ser tocados fisicamente; por exemplo, dinheiro, imóveis e
as mercadorias.
Bens incorpóreos são os bens que não podem ser tocados fisicamente; por
exemplo, os direitos, como as patentes, marcas, direitos de exploração de minas,
direitos de concessão.
Para interessar à contabilidade, esses bens devem ser contábeis, ou seja,
precisam ter valor econômico, pois existem bens que não têm valor econômico,
como a reputação de uma entidade.
Definem-se os direitos como todos os créditos que a entidade tem para com
terceiros, que a entidade pode exigir de terceiros; por exemplo, duplicatas a
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
O ativo de uma empresa deve ser igual ao seu passivo no balanço.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
O passivo pode ser entendido de duas formas: estrito e amplo.
•• Passivo estrito é o chamado passivo exigível, ou seja, é a soma das obri-
gações da entidade.
•• Passivo amplo representa a soma do passível exigível com o patrimônio
líquido da entidade.
No sentido estrito, o CFC define o passivo como uma obrigação presente
de entidade, derivado de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que
resulte em saída de recursos capazes de gerar benefícios econômicos.
O passivo se divide em circulante e não circulante:
•• Passivo circulante é composto pelas obrigações exigíveis ao longo do
exercício seguinte.
•• Passivo não circulante são as dívidas exigíveis após o exercício seguinte.
No caso das dívidas de longo prazo, é comum que a entidade pague essa
dívida parcelada, por isso, registra-se a dívida que irá vencer no ano seguinte
em passivo circulante e o restante no passivo não circulante.
Segundo o CFC, patrimônio líquido é o valor residual dos ativos da entida-
de, depois de deduzidos todos os seus passivos.
O patrimônio líquido também é chamado de capital próprio da entidade,
pois são os valores que de fato pertencem à entidade. Esse patrimônio líquido
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
4. (Esaf – Analista do Mercado de Capitais-CVM-2010) Aponte abaixo
a opção que contém uma assertiva incorreta.
a) Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado
de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros
benefícios econômicos para a entidade.
b) Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de even-
tos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte em saída
de recursos capazes de gerar benefícios econômicos para a enti-
dade.
c) Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade de-
pois de deduzidos todos os resultados.
d) Muitos ativos têm uma substância física. Entretanto, substância
física não é essencial à existência de um ativo.
e) Muitos ativos estão ligados a direitos legais, inclusive a direito de
propriedade. Ao determinar a existência de um ativo, entretan-
Contabilidade Geral e Pública
Resultado
1.2 Síntese
O resultado de uma entidade, também chamado de rédito, é o valor resul-
tado do confronto entre o total de receitas e despesas obtidas pela entidade em
um determinado período.
Se o resultado for positivo, será chamado de lucro, ou seja, a entidade teve
mais receita do que despesas e, caso as despesas sejam maiores do que a receita,
haverá um prejuízo, ou seja, um resultado negativo.
É importante destacar que o resultado sempre será calculado para um deter-
minado período. Esse período pode ser mensal, trimestral, anual, quadrimestral,
semestral, mas, normalmente, as entidades trabalham com o período anual.
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Receitas são variações positivas do patrimônio líquido, que não decorram
de valores injetados pelos sócios, ou seja, é o valor que vai aumentar o valor do
patrimônio líquido da entidade.
Toda receita é produzida pelo aumento de um ativo ou diminuição de um
passivo, no entanto, em todo aumento do ativo ou diminuição do passivo, vai
produzir uma receita.
Despesas, ao contrário da receita, são os valores que diminuem o patri-
mônio líquido, desde que não decorram de valores repassados aos sócios; por
exemplo, os dividendos.
Desta forma, vemos que a despesa pode ser ocasionada ou pela diminuição
do ativo ou pelo aumento do passivo, entretanto, nem toda diminuição do ativo
ou aumento do passivo irá ocasionar despesas.
No final do exercício, normalmente no final do ano, a entidade irá zerar
todas as suas contas de receita e despesas e passará esses valores para uma conta
chamada Conta de Apuração do Resultado do Exercício.
Exercício
5. A entrada de recursos para o Ativo, proveniente de prestação de ser-
viços, vendas ou juros, significa:
a) Uma despesa.
b) Um superávit.
c) Uma receita.
d) Um lucro.
e) Um resultado.
2.2 Síntese
Receita, como já foi estudado, são os valores que fazem com que o patrimô-
nio líquido da entidade aumente.
As receitas se dividem em diversas categorias. São elas:
•• Receitas de vendas: também chamadas de receitas brutas. São as re-
ceitas relacionadas às atividades normais da entidade. Receita bruta é
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diferente de faturamento, pois faturamento é a soma da receita bruta
com o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
•• Receita líquida: tudo o que a entidade vender menos algumas dedu-
ções, que são devoluções de vendas, vendas canceladas, abatimento so-
bre vendas, descontos incondicionais concedidos, tributos sobre vendas
(menos o IPI).
•• Receitas financeiras: são os rendimentos que a empresa recebe pela
cessão a terceiro de uso de capitais. Exemplo: juros ativos, descontos
condicionais obtidos dos fornecedores e variações monetárias ativas.
•• Receitas de equivalência patrimonial: são as que decorrem de ganhos
com lucro auferido por empresas coligadas ou controladas.
•• Receitas operacionais: são receitas que não decorrem das atividades
normais da empresa; por exemplo, no caso em que uma empresa com-
pra uma máquina para produção e, posteriormente, vende essa máqui-
na. Esse lucro será de receitas operacionais.
As despesas se classificam da seguinte forma:
•• Despesas com vendas: são os gastos relacionados com a comercializa-
ção e distribuição das mercadorias ou produtos. É importante desta-
car que os gastos relacionados a insumos diretos, ou seja, aquilo que
é comprado pela empresa para ser transformado em outra coisa não é
considerado despesa.
•• Despesas financeiras: são gastos relacionados com a remuneração paga
a terceiros pela utilização do capital deles.
•• Despesas administrativas: são gastos relacionados à administração da
empresa, ou seja, gastos para o funcionamento da empresa.
•• Despesas gerais: são gastos que se relacionam tanto com as despesas
administrativas quanto com as despesas de vendas. Quando não se pode
distinguir o que são despesas financeiras do que são despesas adminis-
trativas, classifica-se como despesas gerais; por exemplo, o gasto com a
compra de produtos de limpeza.
•• Outras despesas: são as despesas que não se enquadram em nenhuma
das já citadas, como multas, por exemplo.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
6. (FCC – 2012) Os gastos decorrentes da venda de ativos imobilizados
devem ser registrados em
a) Receitas não operacionais.
b) Outras receitas operacionais.
c) Receitas diferidas.
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d) Vendas brutas.
e) Receitas imobiliárias.
3.2 Síntese
Gasto é todo dispêndio financeiro realizado pela empresa, independente
da finalidade.
Custos é um tipo de gasto, e são todos os gastos relacionados com a produ-
ção de bens e serviços pela entidade, ou seja, os custos estão relacionados com
a atividade da empresa.
Como exemplos de custos, tem-se:
•• empresa comercial que revende móveis. Os custos seriam com a aquisi-
ção de mercadorias que são revendidas;
•• empresa industrial que compra uma matéria-prima, ou produtos inter-
mediários e os transforma em outra coisa;
•• em uma empresa prestadora de serviço de limpeza, de custos, os valores
dos produtos de limpeza utilizados na prestação de serviços.
Os encargos correspondem à perda gradual do valor do bem, normalmente,
do ativo imobilizado.
O encargo pode ser depreciação, amortização ou exaustão.
•• Depreciação: é a diminuição do valor de bens tangíveis.
•• Amortização: é a diminuição do valor de bens intangíveis.
•• Exaustão: é a diminuição do valor de direito de exploração de minas e
florestas.
Perdas correspondem a diminuições dos valores dos patrimônios da entida-
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
7. (TJ – Sergipe – Analista Judiciário) A identificação de gasto efetua-
do, que não produza benefícios econômicos futuros, é reconhecida
nas demonstrações de uma entidade como:
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a) Ganho.
b) Despesa.
c) Custo.
d) Receita.
e) Ativo.
8. Os gastos de uma empresa incluem os custos e as despesas, sendo
que normalmente:
a) As despesas são os gastos diretamente ligados à compra de maté-
ria-prima para produção.
b) Os custos são os gastos associados diretamente à produção.
c) Os gastos com energia elétrica de toda empresa são considera-
dos custos.
d) Gastos com juros bancários são considerados custos.
9. A perda de valor dos recursos minerais decorrente de sua exploração
deve ser registrada no resultado como:
a) Despesa de depreciação
b) Despesa de exaustão.
c) Despesa de amortização.
d) Despesa de exploração.
e) Perda com ativos.
4. Regimes de Contabilização
4.1 Apresentação
4.2 Síntese
Quando se fala em regimes de contabilização, fala-se basicamente, no mo-
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
10. (Cespe – TRE – RJ – 2012) Quando determinada empresa paga uma
parcela de seguro relativo a período de cobertura ainda não trans-
corrido, o valor correspondente à parcela paga não pode integrar as
contas de resultado do período.
Contabilidade Geral e Pública
11. (Fundep – FHEMIG – 2009) A empresa Alfa Ltda. que adota o regi-
me de competência contratou o aluguel de um galpão por 22 meses,
a partir de 01/03/2009, pagando antecipadamente R$ 220.000,00.
O contador, no encerramento do ano de 2009, deve registrar esse
pagamento da seguinte forma:
a) R$ 100.000,00 como despesa e R$ 120.000,00 como Ativo Cir-
culante.
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b) R$ 110.000,00 como despesa e R$ 110.000,00 como Ativo
Circulante.
c) R$ 100.000,00 como Ativo Circulante e R$ 120.000,00 com Ati-
vo de Longo Prazo.
d) R$ 220.000,00 como despesa.
1.2 Síntese
Atos administrativos são acontecimentos ocorridos em uma entidade, que
não alteram o seu patrimônio, nem de forma quantitativa nem de forma qua-
litativa, embora possam vir a afetar futuramente. Por exemplo, admissão de
funcionário, aval dado em título de crédito e envio de título ao banco para
cobrança.
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A princípio, os atos administrativos não interessam à contabilidade, pois
não vão alterar o patrimônio da entidade, mas isso não impede que sejam regis-
trados pela contabilidade.
Se forem registrados pela contabilidade, serão registrados em um tipo espe-
cífico de contas, chamadas de conta de compensação.
As contas de compensação irão registrar os atos administrativos que podem
vir a produzir alguma alteração futura no patrimônio da entidade.
Como exemplo de contas de compensação, tem-se os contratos de aval e
fiança, hipotecas assumidas, bens dados em garantia, mercadorias consignadas,
contratos de empréstimos e financiamentos não liberados, contrato de aluguel
e bens recebidos em comodato.
Fatos contábeis, também chamados de fatos administrativos, são os acon-
tecimentos ocorridos em uma empresa que alteram o seu patrimônio, seja de
forma qualitativa, seja de forma quantitativa.
Alteração quantitativa do patrimônio é aquela alteração que vai trazer uma
mudança no valor total do patrimônio líquido.
Já as alterações qualitativas, são aquelas que não mudam o valor total do
patrimônio líquido, mas sua composição.
Exercícios
12. (Cespe – TRE – RJ – 2012) A elaboração de um parecer de auditoria
sobre a correta aplicação dos princípios fundamentais da contabili-
dade, constitui um fato contábil.
13. (Cespe – Unipampa – RS – 2009) Fatos contábeis são ocorrências
que alteram a composição do patrimônio, seja em seu aspecto quali-
tativo, seja em seu aspecto quantitativo.
14. Qual a diferença entre Ato Administrativo e Fato Administrativo?
a) O primeiro constitui-se em prática administrativa que não mo-
difica materialmente o patrimônio, enquanto que os fatos provo-
cam alteração patrimonial.
b) Não há em verdade diferenças.
c) O primeiro altera qualitativamente o patrimônio, enquanto que
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
As alterações qualitativas não vão alterar o valor total do patrimônio líquido,
mas somente a composição das contas. Por exemplo, compra de mercadorias e
pagamentos de duplicatas sem desconto ou sem juros.
Já as alterações quantitativas são as alterações que vão provocar mudança
no valor do patrimônio líquido.
Sempre que se estiver falando em alteração quantitativa, está se falando de
despesas e de receitas.
Como exemplos de alterações quantitativas, tem-se a venda de bens do ati-
vo imobilizado com lucro e pagamento de salários.
Fatos contábeis permutativos, também chamados de fatos contábeis com-
pensatórios, são aqueles que produzem alterações qualitativas no patrimônio
líquido, não o alterando quantitativamente.
Os fatos contábeis permutativos podem ocorrer de cinco formas:
•• quando se aumenta e diminui o ativo no mesmo valor;
•• quando se aumenta o ativo e aumenta o passivo na mesma proporção;
•• quando ocorre a diminuição do passivo e a diminuição do ativo na mes-
ma proporção;
•• quando há um aumento e diminuição passivo no mesmo tempo e no
mesmo valor;
•• quando ocorre a diminuição do patrimônio líquido e um aumento do
patrimônio líquido na mesma proporção.
Exercício
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
Os fatos contábeis modificativos, também chamados de fatos contábeis
quantitativos, trazem modificações quantitativas no patrimônio, ou seja, vão
alterar o valor do patrimônio líquido.
Os fatos contáveis modificativos, pelo fato de modificarem o valor do patri-
mônio líquido, sempre vão envolver receitas ou despesas.
As espécies de fatos contábeis modificativos são:
•• fatos contáveis modificativos aumentativos: aumentam o valor total do
patrimônio líquido, envolvendo uma conta de receita e uma conta pa-
trimonial. Exemplo: ganho de capital;
•• fatos contáveis modificativos diminutivos: diminuem o valor do patri-
mônio líquido. Envolvem uma conta patrimonial (conta do ativo, pas-
sivo ou patrimônio líquido) e mais uma conta de despesa. Exemplo:
pagamento de salários ou a perda de um bem;
•• fatos contáveis modificativos mistos: também são chamados de fatos
contáveis modificativos compostos. Recebem esse nome por envolver
ao mesmo tempo um fato permutativo e um fato modificativo. Vão ao
mesmo tempo alterar qualitativamente contas patrimoniais e vão alterar
também o patrimônio líquido.
Os fatos mistos podem ser de duas espécies:
•• mistos aumentativos: alteram qualitativamente o patrimônio e vão au-
mentar o valor do patrimônio líquido;
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
16. (FCC – Fiscal do ISS – Prefeitura de São Paulo) O pagamento de
uma dívida com juros de mora representa um fato contábil:
a) Permutativo.
b) Modificativo aumentativo.
c) Misto diminutivo.
d) Misto aumentativo.
e) Modificativo aumentativo.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 4
Princípios Fundamentais da
Contabilidade
1.2 Síntese
Quando se fala em princípios fundamentais da contabilidade, se fala em
regras, estruturas basilares que serão essenciais para o desenvolvimento das nor-
mas contábeis.
Quem estabelece os princípios fundamentais da contabilidade é o Conse-
lho Federal de Contabilidade (CFC).
Na falta de uma norma contábil, o contador deve agir respaldado pelos
princípios fundamentais da contabilidade.
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A Resolução nº 750, de 1993, do CFC, que foi alterada pela Resolução nº
1.282, de 2012 (que extinguiu o princípio da atualização monetária), diz que
atualmente são seis os princípios fundamentais da contabilidade. São eles:
•• Princípio da Entidade;
•• Princípio da Continuidade;
•• Princípio da Oportunidade;
•• Princípio do Registro pelo Valor Original;
•• Princípio da Competência;
•• Princípio da Prudência.
O art. 4º da Resolução nº 750, do CFC, trata do Princípio da Entidade e,
traz a seguinte redação:
“O Princípio da Entidade reconhece o Patrimônio como objeto da Conta-
bilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de
um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independen-
temente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade
ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.
Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles
dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único. O Patrimônio pertence à Entidade, mas a recíproca não é
verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resul-
ta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil.”
Exercícios
17. (Esaf – Serpro – 2001) A Resolução CFC nº 750/1993 estabeleceu
como princípios de Contabilidade, os princípios da:
a) Prudência e da Oportunidade.
b) Oportunidade e da Materialidade.
c) Prudência e da Objetividade.
d) Consistência e da Previsibilidade.
e) Prudência e da Materialidade.
18. O Princípio da Entidade reconhece o patrimônio como objeto da con-
tabilidade e afirma a autonomia patrimonial à necessidade da diferen-
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
Continuando os estudos sobre os princípios fundamentais da contabilida-
de, o art. 5º da Resolução nº 750, do CFC trata do Princípio da Continuidade
com a seguinte redação:
“Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará
em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos compo-
nentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.”
Se o contrato social não informar nada em relação à extinção da sociedade,
quer por morte dos sócios quer por desentendimento entre eles, o prazo de
duração da entidade será indeterminado.
Neste sentido, os valores contábeis, valor do ativo, valor do passivo, valores
dos bens, valores dos direitos e das obrigações deverão ser valorados de acordo
com essa perspectiva.
Contabilidade Geral e Pública
Por exemplo: uma empresa adquire sob encomenda uma máquina no valor
de R$ 300.000,00. Esse valor de compra deve ser registrado no ativo da empre-
sa. Todo ano ocorrerá a depreciação do valor deste maquinário, seja em decor-
rência de seu uso, seja em razão da máquina se tornar obsoleta. Se os sócios
pedirem a liquidação da sociedade, um mês após a compra da máquina, pode
ser que esta não seja registrada com o valor de R$ 300.000,00, pois a empresa
poderá não vender a máquina pelo mesmo valor de compra.
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Outro Princípio é o da Oportunidade, que está previsto no art. 6º da Reso-
lução nº 750, do CFC, com a seguinte redação:
“Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração
e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações ínte-
gras e tempestivas.
Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na
divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância,
por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade
da informação.”
Em relação ao Princípio da Oportunidade, o CFC estabelece que os fatos
contábeis futuros também devem ser registrados, desde que eles sejam certos
ou prováveis.
Exercícios
20. (Cespe – TJ-AC – Analista Judiciário – Contador – 2012) O Princí-
pio da Continuidade está relacionado à certeza de que, no futuro,
a entidade continuará em operação e, por isso, os componentes do
patrimônio devem ser avaliados pelos maiores valores.
21. Segundo a Resolução do CFC nº 750/1993, o princípio contábil que
se refere ao processo de mensuração e apresentação dos componen-
tes patrimoniais, para produzirem informações íntegras e tempesti-
vas é denominado princípio:
a) Do Registro pelo Valor Original.
b) Da Competência.
c) Da Prudência.
d) Da Oportunidade.
e) Da Entidade.
22. A observância do Princípio da Continuidade é indispensável à corre-
ta aplicação do Princípio da Competência, pelo fato de se relacionar
diretamente com a quantificação dos componentes patrimoniais e
com a formação do resultado, e de constituir suma importância para
aferir a capacidade futura de geração deste resultado.
da Prudência
3.1 Apresentação
Exercícios
23. A influência no valor econômico dos ativos e, em muitos casos, no
valor de vencimento dos passivos, especialmente, por causa de um
prazo determinado, previsto ou previsível para que o patrimônio te-
nha cumprido sua destinação social e a sua finalidade se extinga, é
apresentada no Princípio Contábil da:
32
a) Prudência.
b) Oportunidade.
c) Entidade.
d) Continuidade.
e) Competência
24. De acordo com o Princípio da Prudência, quando as opções forem
igualmente aceitáveis perante os princípios fundamentais da conta-
bilidade, deve-se escolher a hipótese de que resulte o maior patrimô-
nio líquido.
25. O Contador afirmou: “As receitas e as despesas devem ser incluídas
na apuração do resultado do período que ocorrerem, independente-
mente de pagamento ou recebimento.”
De acordo com os princípios fundamentais de contabilidade, o
Contador faz referência ao denominado Princípio da:
a) Prudência.
b) Continuidade.
c) Entidade.
d) Relevância.
e) Competência.
26. O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os efeitos
da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional não sejam reco-
nhecidos nos registros contábeis.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 5
Contas e Lançamentos
1.2 Síntese
Conta contábil é o nome técnico representativo de um elemento patri-
monial (bem, direito, obrigação ou componente do patrimônio líquido) ou de
variação patrimonial (receita ou despesa). Controlam o valor ou alterações das
grandezas que representa.
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São três os tipos de contas contábeis e são elas:
•• contas patrimoniais: são contas que registram bens, direitos e obriga-
ções (ativo, passivo e patrimônio líquido), e não alteram o valor total
do patrimônio líquido, ou seja, não alteram o resultado. As contas re-
tificadoras ou redutoras, que são contas negativas dos grupos aos quais
pertencem, também são contas patrimoniais;
•• contas de resultado: são receitas e despesas. Afetam o resultado do exer-
cício, ou seja, são elas que definem se a empresa terá prejuízo ou lucro.
As contas de resultado, após a apuração no final do ano, são zeradas;
•• contas de compensação: vão registrar atos administrativos que não alte-
ram nem o patrimônio e nem o resultado.
As contas contábeis têm vários elementos, que são:
•• número: é opcional, nem toda empresa utiliza um número para cada
conta, mas é recomendado que se utilize;
•• título: diz o que a conta representa;
•• saldo: valor do elemento;
•• natureza do saldo: pode ser devedora ou credora.
Exercícios
27. É uma conta de resultado:
a) Receita na alienação de bens do ativo não circulante.
b) Receitas diferidas.
c) Despesas antecipadas.
d) Despesas do exercício seguinte.
e) Tributos a pagar.
28. (Cespe/UnB – Abin – 2012) Depreciação acumulada, participações
em outras empresas e perdas estimadas para crédito de liquidação
duvidosa são contas redutoras dos elementos patrimoniais.
2.1 Apresentação
Exercício
3.2 Síntese
Lançamento é o registro em contas de fato contábil, contas patrimoniais e
de resultado ou de ato administrativo, que são as contas de compensação. Por
exemplo, quando alguém paga uma conta com o dinheiro da empresa, isso é
um fato contábil, que deve ser registrado.
O processo de lançamento de atos ou fatos contábeis é chamado de escri-
turação.
Existem dois métodos possíveis para a escrituração, mas só um deles é acei-
to atualmente.
•• Método das partidas simples: também chamado de unigrafia, em que
cada fato contábil é registrado com a utilização de apenas um elemento
patrimonial, ou seja, em uma única conta contábil. Esse método não é
mais utilizado.
•• Método das partidas dobradas: é o método atualmente utilizado, em
que é utilizada mais de uma conta para registrar os fatos contábeis. Esse
método foi criado por Luca Pacioli, e também é chamado de digrafia,
porque utiliza pelo menos duas contas para o registro de cada fato con-
tábil. Terá pelo menos o débito em uma conta e o crédito em outra
conta.
Contabilidade Geral e Pública
4.2 Síntese
Fórmulas de lançamento nada mais são que modalidades de lançamento,
que vão depender do número de contas debitadas ou contas creditadas.
Existem quatro fórmulas de lançamento. São elas:
•• lançamento de primeira fórmula: há uma conta debitada e uma conta
creditada. Exemplo: compra de veículo à vista, no valor R$ 25.000,00.
Desta forma, temos o seguinte:
Débito – Veículo – R$ 25.000,00
Crédito – Caixa – R$ 25.000,00
•• lançamento de segunda fórmula: há uma conta debitada e mais de
uma conta creditada. Exemplo: recebimento de duplicata no valor R$
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
Contabilidade Geral e Pública
5.2 Síntese
O razonete é uma representação gráfica dos lançamentos feitos em uma de-
terminada conta, normalmente, acompanhados dos saldos inicial e final da conta.
Seu nome deriva da denominação do “Livro Razão”, que é um livro que
controla os saldos em lançamentos feitos em cada conta contábil.
Possui a forma de um “T”, onde no lado esquerdo registram-se os débitos e
do direito os créditos feitos na conta.
Cada conta deve ser representada por seu próprio razonete. Assim, todo
lançamento “mexerá” com, no mínimo, dois razonetes.
Como exemplo de aprendizagem, tem-se:
Montar um razonete de Duplicata a Receber de janeiro de 2013, com as
informações abaixo:
a) saldo da conta em 01/01/2013: R$ 5.000
b) recebimento de duplicata: R$ 1.000
c) emissão de duplicata contra cliente: R$ 500
d) baixa de duplicata não recebida: R$ 1.500
Duplicatas a Receber
Saldo Inicial = R$ 5.000 -
Emissão Duplicata = R$ 500 Recebimento de Duplicata = R$ 1.000
- Baixa Duplicata não recebida = R$ 1.500
Saldo Final = R$ 3.000 -
Já o balancete de verificação é a relação de todas as contas com o total de
lançamentos a débito feitos em cada conta registrados em uma coluna e o total
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
32. (Cespe – TER/BA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2010) Não
é obrigatório que o balancete de verificação apresente o total dos
lançamentos a crédito igual ao total de lançamentos a débito.
6.2 Síntese
Plano de contas nada mais é do que uma lista, uma relação, de todas as
contas contábeis utilizadas pela entidade em sua contabilidade e que também
trará a descrição dos procedimentos contábeis que aquela entidade utiliza.
Cada entidade tem a liberdade de definir quais as contas que utilizará em
sua contabilidade.
A entidade é obrigada a ter algumas contas, como a conta caixa, por exem-
plo, e outra conta a entidade não é obrigada a ter, como a conta duplicatas a
receber, por exemplo, pois nem toda empresa trabalhará com esse sistema.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
33. (Cespe – TER/BA – Técnico Judiciário – Contabilidade – 2010) São
partes de um plano de contas: descrição do funcionamento das con-
tas, elenco de contas e método de encerramento de contas, entre
outras.
Capítulo 6
Escrituração
1. Introdução e Conceito
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
A escrituração é o registro da ocorrência de fatos ou atos contábeis, ou seja,
a escrituração é o registro de lançamentos contábeis.
A escrituração se dá em livros próprios e pode ser feita por vários sistemas
diferentes. São eles:
– Sistema Manual: atualmente, a forma manual não é mais utilizada. O
sistema manual é aquele em que os registros dos fatos contábeis nos
livros são feitos à mão, com utilização de canta de tinta indelével (tinta
que não pode ser apagada);
43
– Sistema Maquinizado: neste sistema, os registros são feitos com a uti-
lização de máquinas de datilografar convencionais, fichas tríplices e
papel carbono. Hoje em dia também não é mais utilizado;
– Sistema Mecanizado: também quase não é mais usado. Nele, também
se utilizam máquinas para preencher fichas (voucher), porém, essas má-
quinas são mais sofisticadas e feitas especificamente para uso contábil;
por exemplo, somadores de débitos e créditos;
– Sistema Informatizado: também chamado de sistema eletrônico, é mui-
to mais prático, eficaz e menos sujeito a erros que os outros, utilizando-
-se do computador para o registro dos fatos contábeis.
Atualmente, caminha-se para a substituição de todos os registros em papel
por registros digitais, o que levará à diminuição de gastos, a uma maior seguran-
ça de dados, e a uma maior eficiência na fiscalização tributária.
No emprego de sistema maquinizado, mecanizado ou eletrônico, é per-
mitido substituir os livros comerciais obrigatórios por formulários contínuos,
folhas soltas, cartões ou fichas, que deverão ser devidamente numerados e
encadernados.
Exercícios
34. Sistema de escrituração em que se utilizam fichas tríplices para re-
gistro dos fatos contábeis é chamado de:
a) Sistema Manual.
b) Sistema Informatizado.
c) Sistema Maquinizado.
d) Sistema de Fichas Contábeis.
35. Atualmente, tem-se assistido à utilização cada vez mais frequente do
sistema mecanizado de escrituração, em que os lançamentos contá-
beis são feitos por meio da utilização de máquinas específicas para o
trabalho contábil, facilitando o trabalho do profissional.
Contabilidade Geral e Pública
2. Sistemas de Escrituração
2.1 Apresentação
Exercício
36. Registra os ajustes feitos ao lucro contábil para efeitos de incidência
do IRPJ e CSLL o:
45
a) Livro de Registro de Entradas.
b) Livro de Registro de Saídas.
c) Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur).
d) Livro de Controle de Mercadorias e Estoque.
e) Livro de Registro de Compras.
3. Livros de Escrituração
3.1 Apresentação
3.2 Síntese
Os livros sociais são exigidos das Sociedades Anônimas pelo art. 100 da Lei
nº 6.404/78 e não são importantes para fins de tributos ou leis trabalhistas, mas
são importantes para o controle dos próprios sócios.
São livros sociais previstos na Lei nº 6.404/76:
– Registro de Ações Nominativas;
– Transferência de Ações Nominativas;
– Registro de Partes Beneficiárias Nominativas;
– Transferência de Partes Beneficiárias Nominativas;
– Atas das Assembleias Gerais;
– Presença de Acionistas;
– Atas das Reuniões do Conselho de Administração (se houver);
– Atas das Reuniões da Diretoria;
– Atas e Pareceres do Conselho Fiscal.
Os livros sociais só vão registrar acontecimentos que são de interesse dos
sócios e não os de interesse necessariamente da contabilidade.
Os livros trabalhistas são exigidos para fins de controle da legislação do
trabalho, são livros que possuem a relação empregado e patrão.
Os livros trabalhistas exigidos pela CLT (Consolidação das Leis do Traba-
Contabilidade Geral e Pública
lho) são:
– Livros de Registro de Empregados; e
– Livro de Inspeção do Trabalho.
Já os livros contábeis irão registrar eventos que interessam à contabilidade,
ou seja, vão registrar os fatos contábeis.
Os livros contábeis podem ser obrigatórios (ex.: livro Diário) ou facultativos
(ex.: livros de contas correntes).
46
Os livros obrigatórios podem ser:
– comuns, onde a lei exige que todas as empresas tenham. Atualmente,
apenas o livro Diário é obrigatório a todas as empresas;
– específicos, que são aqueles obrigatórios para determinadas empresas;
por exemplo, o livro de Controle de Duplicatas.
Ainda, os livros obrigatórios podem ser:
– principais, que registram todos os fatos contábeis; por exemplo, livro
Diário;
– auxiliares, que registram alguns fatos contábeis somente; por exemplo,
livro Caixa.
Algumas formalidades devem ser seguidas nos livros de escrituração. São elas:
– Escrituração por contabilista com registro no CRC e obediência à for-
malidade (também chamadas de requisitos) intrínsecas e extrínsecas.
As formalidades intrínsecas dizem respeito ao que está escrito no livro, e são
as seguintes: em idioma e moeda nacional; com respeito às normas do CFC;
em obediência à ordem cronológica; sem intervalos em branco, entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Já as formalidade extrínsecas estão relacionadas à apresentação do livro e
são duas: necessidade de autenticação do livro pela Junta Comercial (alguns
livros estão dispensados de autenticação, como o Razão); lavratura de termos
de abertura e encerramento do livro.
Atualmente, alguns livros empresariais são escriturados digitalmente (Sped
– Sistema Público de Escrituração Digital).
Além disso, podem ser substituídos por folhas ou fichas impressas.
Exercícios
37. (Cespe – TRT 21ª – Analista – 2010) Entre as formalidades intrín-
secas da escrituração contábil, consta a obrigação de manter livros
sem rasuras, emendas, entrelinhas, borrões ou raspaduras, espaço
em branco, observações ou escrituras à margem.
38. (Fedese – Sefaz/SC – Auditor Fiscal da Receita Estadual – 2010) O
Código Civil estabelece ao empresário e à sociedade empresária a
Contabilidade Geral e Pública
4.2 Síntese
Os principais livros contábeis são:
– livro Diário: é um livro obrigatório e principal, que registra todos os
fatos contábeis em ordem cronológica de dia, mês e ano. É o principal
livro contábil e o único exigido pela legislação contábil;
– livro Razão: é um livro facultativo pela legislação comercial (Código
Civil) e obrigatório pela legislação fiscal para empresas que adotam a
tributação pelo Lucro Real. É um livro principal, como o livro Diário.
No Razão, os fatos são organizados primeiramente por tipo de conta e
somente depois (dentro de cada conta) é que é adotada a ordem cro-
nológica. Em verdade, ele funciona como um conjunto de razonetes,
uma para cada conta contábil;
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
39. (Movens – DNPM – Técnico em Contabilidade – 2010) Assinale a
opção que apresenta a função do livro contábil denominado Diário:
a) Demonstrar de forma resumida a variação do patrimônio.
b) Indicar o lucro bruto do período.
c) Informar os ajustes de exercícios anteriores.
d) Registrar as ocorrências disciplinares de funcionários.
e) Registrar todas as operações da empresa na ordem em que
ocorrem.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 7
Provisões
1. Conceito
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
O pronunciamento Técnico CPC 25/2009, do Conselho de Pronuncia-
mentos Contábeis, define a provisão como sendo um passivo de prazo ou valor
incerto, ou seja, a provisão representa um valor que a empresa provavelmente
terá que pagar, porém, não sabe ainda o valor exato ou quando deverá pagá-lo.
Assim, não existem mais as chamadas “provisões para 13º salário”, “provi-
sões para férias”, e outras, pois, nesses casos, sabe-se quando os valores terão que
ser pagos e quais os seus montantes. Esses valores, por exemplo, passaram a se
chamar “13º a pagar” e “férias a pagar”.
50
Como exemplos de provisão têm:
– a empresa é acionada na Justiça, perdeu em 1ª instância e é provável
que perca na segunda instância. Ela provavelmente terá que desembol-
sar valores ao final da ação, mas não sabe quando nem o valor exato.
Pode ser reconhecida a provisão;
– empresa de varejo tem por prática reembolsar clientes insatisfeitos.
Com base em sua experiência, calcula que cerca de 2% das vendas te-
nham que ser reembolsadas. Pode-se reconhecer provisão para custear
os reembolsos.
De acordo com o CPC 25, para que seja reconhecida a provisão, é necessá-
rio que sejam preenchidos três condições. São elas:
– a entidade tenha uma obrigação presente (ou provável, como no caso
da ação judicial e dos reembolsos citados como exemplos);
– seja provável que será necessária uma saída de recursos para liquidar a
obrigação (é mais provável que sim do que não);
– possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.
Na Constituição de provisão, credita-se a conta de provisão correspondente
e debita-se uma conta de despesa. No cálculo, considera-se o possível valor a
pagar e a chance de ocorrer o evento.
Por exemplo, existem dois processos trabalhistas contra a empresa em que
os advogados consideram provável que a empresa seja obrigada a desembol-
sar valores, trazendo a tabela abaixo os desembolsos prováveis e chances de
ocorrência:
Processo Desembolso Provável Probabilidade de Ocorrência
A R$ 100.000 70%
B R$ 150.000 80%
Valor provisão: R$ 100.000 x 70% + R$ 150.000 x 80% = R$ 190.000.
Desta forma, a constituição da provisão será da seguinte forma:
Débito – Despesas com Provisão para Riscos Trabalhistas (resultado) – R$
190.000
Crédito – Provisão para Riscos Trabalhistas (conta do passivo) – R$ 190.000
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
40. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico Contabilidade – 2011) Considere
as seguintes afirmativas:
– No Passivo, não somente são lançadas obrigações definidas, cer-
tas e suportadas por documentação que não deixe dúvidas quan-
to ao valor e data prevista para pagamento.
– Existem Passivos que também devem ser registrados, mesmo não
tendo data fixada de pagamento ou não contendo expressão exa-
ta de seus valores.
– No exigível, deve ser contabilizada a totalidade das obrigações,
encargos e riscos conhecidos e calculáveis.
As afirmativas acima estão relacionadas ao conceito de:
a) Reservas de Capital.
b) Reservas de Lucros.
c) Provisões.
d) Patrimônio Líquido.
e) Reservas de Capital e Patrimônio Líquido.
2. Passivos Contingentes
2.1 Apresentação
2.2 Síntese
Em relação à provisão tem-se:
– constituição: que é o registro da provisão na contabilidade e irá debitar
uma conta de despesa e irá creditar a conta de provisão;
– realização: será o pagamento do valor que a empresa iria pagar. Debita-
-se a previsão e credita ou caixa ou outras contas de onde sai o dinheiro;
52
– reversão: é quando sobra um saldo na provisão, ou seja, quando sobra
um valor daquele em que a empresa achava que deveria pagar.
Após realização da provisão (desembolso dos valores), pode restar um saldo,
pelo fato de o valor pago ter sido maior que o previsto, ou a provisão pode nem
chegar a se realizar, não ocorrer a situação que motivou sua contabilização.
Retomado o exemplo que foi utilizado em aula anterior, a empresa pro-
visionou R$ 190,00 para pagamento de processos trabalhistas, mas pagou R$
180.000,00 restando um saldo na conta de provisão de R$ 10.000,00.
Nesse caso, pode ser feita a Reversão da provisão, se não houver outras
ações trabalhistas contra a empresa com grande probabilidade de perda.
A reversão é feita da seguinte forma:
– Débito – Provisão para Riscos Trabalhistas – R$ 10.000
– Crédito – Receita com Reversão Provisões – R$ 10.000
O Razonete, neste caso, seria da seguinte forma:
Provisão para Riscos Trabalhistas
Saldo Inicial – 0.00
Realização – 180.000 Constituição – 190.000
Reversão – 10.000
Saldo Final – 0.00
Segundo o CFC, Passivo Contingente é:
– uma obrigação possível (mas não provável) cuja existência será confir-
mada pela ocorrência ou não de eventos incertos;
– uma obrigação presente, mas cuja saída de recursos não seja provável; ou
– uma obrigação presente, mas acerca da qual não se possa fazer uma
estimativa confiável de valor.
Assim, as formas de distinguir provisão de passivo contingente referem-se:
– à probabilidade de necessidade de pagamento (na provisão, a chance de
ter que pagar é maior do que não ter que pagar, no passivo contingente,
o oposto);
– à possibilidade de se realizar uma estimativa confiável sobre o valor que
deverá ser eventualmente pago (se não for possível fazer uma estimativa
confiável, tratar-se-á de um passivo contingente).
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
Ativo Contingente é um ativo possível que resulta de eventos passados e
cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência ou não de eventos futu-
ros incertos não totalmente controlados pela entidade.
Assim, o Ativo Contingente é o oposto do Passivo Contingente, pois repre-
senta um ganho possível, ao passo que o Passivo Contingente representa um
desembolso de recursos possível.
Os Ativos Contingentes não são registrados, pois podem não vir a se rea-
lizar. Porém, devem aparecer nas notas explicativas, com a descrição da sua
natureza, o valor potencial e a expectativa da companhia sobre a sua eventual
realização. No entanto, quando a realização do ganho é quase certa (extre-
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
42. (Cespe – Correios – Analista de Correios – Contador) A divulgação
de um passivo contingente é feita no grupo de passivos não circu-
lantes.
Contabilidade Geral e Pública
4.2 Síntese
São três as perdas estimadas do Ativo e uma delas é a Perda Estimada em
Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD).
A Perda Estimada em Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD) é conta
retificadora dos valores a receber de clientes (normalmente de “Duplicatas a
Receber”), que traduz a perda estimada por inadimplência dos pagadores.
Há dois critérios distintos que podem ser utilizados para a apuração da
PECLD:
– Critério das Perdas Esperadas: por esse critério das perdas esperadas,
calcula-se a perda de acordo com sua experiência anterior, com o saldo
de Duplicatas a Receber e com o nível de risco dos clientes. Exemplo:
Clientes Duplicatas a Receber Percentual de PECLD PECLD
Risco A 100.000 1% 1.000
Risco B 200.000 1.5% 3.000
Risco C 300.000 2% 2.000
TOTAL PECLD 6.000
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
44. (Esaf – MDIC – Analista de Comércio Exterior – 2012) A empre-
sa “X”, em 31 de dezembro, tem créditos normais, sem garantias
específicas de recebimento, no montante de R$ 60.000,00. Deve,
portanto, constituir uma provisão para risco de crédito.
No seu livro Razão há um saldo remanescente da Provisão para De-
vedores Duvidosos no valor de R$ 1.000,00.
A nova provisão deverá ser contabilizada à razão de 3% dos créditos
sob risco, o que, neste balanço, fará a empresa suportar uma despesa
no valor de:
a) R$ 770,00.
b) R$ 800,00.
c) R$ 1.770,00.
d) R$ 1.800,00.
e) R$ 2.800,00.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
6.2 Síntese
A Perda Estimada por Redução ao Valor Recuperável é semelhante à Perda
Estimada em Estoque. Porém, enquanto esta se aplica aos bens de estoque,
aquela se aplica aos bens do Ativo Imobilizado ou Intangível.
Assim, como ocorre com os estoques, os bens imobilizados e intangíveis não
devem ser avaliados por um valor maior do que seu valor realizável, ou seja,
eles sempre estarão registrados pelo valor de aquisição (menos depreciação) ou
pelo valor realizável, o que for menor. A diferença, no entanto, encontra-se na
definição de valor recuperável. Isso porque, nos bens do estoque, o valor recu-
perável é o valor de venda do bem e, nos bens imobilizados e intangíveis, esse
valor é dado pelo maior valor entre:
– Valor justo líquido de despesa de venda: obtido pela venda do bem en-
tre partes conhecedoras e interessadas, menos as despesas estimadas de
venda. Exemplo: empresa tem máquina que vale R$ 120.000, mas, para
vendê-la, precisa gastar R$ 20.000 com a desinstalação. Valor justo lí-
quido: R$ 100.000.
– Valor em uso: valor presente de fluxos de caixa futuros esperados que de-
vem advir de um ativo. É o valor de receita que seria obtido com produ-
Contabilidade Geral e Pública
tos ou serviços gerados pelo uso do bem, até sua completa depreciação,
descontados os custos de produção dos bens ou serviços. Exemplo: em-
presa prevê que a máquina produzirá 3.000 produtos/ano, durante cinco
anos, quando estará totalmente depreciada, totalizando 15.000 itens.
Custo de cada produto: R$ 10,00
Valor de venda do produto: R$ 18,00
Valor em uso = 15.000 x (18 – 10) = R$ 120.000,00
59
Exercício
46. Empresa possui uma máquina registrada em seu Ativo Imobilizado
pelo valor de R$ 110.000, com uma depreciação acumulada de R$
20.000.
Em 31/12/XXXX, a empresa levantou os seguintes dados:
– Valor mercado máquina: R$ 120.000.
– Despesas com venda máquina: R$ 40.000.
– Receitas de produtos com a máquina até total depreciação: R$
100.000.
– Despesas com fabricação desses produtos R$ 30.000.
Pergunta-se: qual valor deve ser dado à máquina no balanço de
31/12/XXXX?
Depreciação
1. Conceito de Depreciação
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Depreciação é a despesa com a perda de valor (desvalorização) de bens
tangíveis do Ativo Imobilizado, sujeitos ao desgaste pelo uso, ação da natureza
ou por se tornarem obsoletos.
A contrapartida do lançamento da Despesa de Depreciação é a conta De-
preciação Acumulada, que é uma conta retificadora do Ativo Imobilizado (que
reduz o valor contábil dos bens do Ativo Imobilizado).
61
Exemplo:
a) 31/12/XXX1
Débito – Despesa de Depreciação – 100.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 100.000
Máquinas e Equipamentos – R$ 500.000
(Depreciação Acumulada) – (R$ 100.000)
b) 31/12/XXX2
Débito – Despesa de Depreciação – 100.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 100.000
Máquinas e Equipamentos – R$ 500.000
(Depreciação Acumulada) – (R$ 200.000)
Existem alguns bens que a legislação proíbe a depreciação. São eles:
a) terrenos, exceto em relação a benfeitorias e construções;
b) bens que aumentam de valor com o tempo, como antiguidades e obras
de arte;
c) bens para os quais sejam registradas contas de amortização ou exaustão;
d) bens móveis ou imóveis que não estejam intrinsecamente relacionados à
produção ou comercialização de bens e serviços pela entidade.
A base de cálculo é o custo de aquisição do bem, incluindo os gastos neces-
sários à colaboração do bem em funcionamento, e acréscimos posteriores, tais
como correção monetária e reavaliação.
De acordo com a legislação, a depreciação de um bem não é calculada
a partir da data de sua aquisição, mas, sim, a partir do mês em que o bem for
colocado em funcionamento ou em condições de produzir.
As taxas máximas de depreciação são definidas pela Secretaria da Receita
Federal, e variam de acordo com a vida útil do bem, de forma que até o final da
vida útil do bem ele esteja totalmente depreciado.
Exemplo:
Bem Vida Útil Taxa Anual
Veículos 5 anos 20%
Imóveis (só edificação) 25 anos 4%
Máquinas e Equipamentos 10 anos 10%
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
47. (Cespe – TER/PA – Analista Judiciário – Contabilidade – 2010) O
reconhecimento de despesa de depreciação mensal provoca variação
patrimonial de natureza quantitativa, afetando o resultado líquido
para menos.
2.2 Síntese
A depreciação pode ser calculada por vários métodos. Os dois principais são:
a) Método Linear, também chamado de Método das Quotas Constantes;
b) Método da Soma dos Dígitos, também chamado de Método de Cole.
O Método Linear ou das Quotas Constantes é o método mais simples, mais
comum e que é considerado padrão.
Nele o percentual de depreciação é o mesmo para cada período e a taxa
Contabilidade Geral e Pública
anual é obtida pela divisão de 100% pelo número de anos de vida útil do bem.
Deve-se lembrar de que:
a) caso haja valor residual informado na questão, a depreciação deverá ser
calculada sobre a diferença entre o valor registrado do bem e seu valor residual;
b) tratando-se de anos em que a depreciação não será calculada para todo o
período, mas somente para determinados meses, a taxa de depreciação deverá
ser proporcionalizada em relação ao número de meses.
63
Para melhor entendimento, utilizaremos o seguinte exemplo:
1) Bem de R$ 40.000,00, vida útil de 10 anos, colocado em uso em julho
de 2013.
Depreciação anual = 100%/10 = 10%.
Contabilização:
• Em 2013 (6 meses) = 5%
Débito – Despesas com Depreciação – 2.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 2.000
• De 2014 a 2022 (12 meses) = 10%
Débito – Despesas com Depreciação – 4.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 4.000
• Em 2023 (6 últimos meses) = 5%
Débito – Despesas com Depreciação – 2.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 2.000
Como não há valor residual, ao final de 2023, o bem aparecerá no balanço
com valor contábil zerado (o valor do bem terá sido anulado pela depreciação
total).
2) Veículo de R$ 100.000, com valor residual de R$ 20.000, depreciado à
taxa de 20% ao ano, adquirido em janeiro de 2013.
Contabilização em 2013. Nesse caso, o percentual de 20% será aplicado
sobre a diferença entre o valor registrado do bem (R$ 100.000) e seu valor resi-
dual (R$ 20.000), o que dá uma base de cálculo de R$ 80.000:
Débito – Despesas com Depreciação – 16.000
Crédito – Depreciação Acumulada – 16.000
No balanço de 2013, a Conta Veículos (considerando que a empresa só
possui tal veículo) será apresentada assim:
Veículos – 100.000
Depreciação Acumulada – (16.000)
Exercício
48. (CFC – Contador – 2011) Uma empresa adquiriu um ativo em
01.01.2009, o qual foi registrado por R$ 15.000. Sua vida útil foi
estimada em cinco anos. Espera-se que o ativo, ao final dos cinco
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
O Método da Soma dos Dígitos pode ser aplicado de duas formas:
a) Quotas Decrescentes (mais comum), também chamado somente de Mé-
todo das Quotas Decrescentes;
b) Quotas Crescentes.
O Método da Soma dos Dígitos Decrescentes segue os seguintes passos:
1º passo: realizar uma soma (que chamaremos de S) com os números de
1 até o número de anos de vida útil do bem (n). Exemplo: se n = 4, ou seja, 4
anos de vida útil => S = 1 + 2 + 3 + 4 = 10.
2º passo: multiplicar o valor a ser depreciado a cada ano pela fração cujo
denominador é o número S e o numerador, para o primeiro ano, é o tempo de
vida útil do bem (n); para o segundo ano, é n-1; para o terceiro, n-2 e, assim,
sucessivamente, até o último ano, quando o numerador será 1.
Como exemplo de quotas decrescentes, temos:
Depreciação de um bem de R$ 10.000, com vida útil de 4 anos
1º passo:
S = soma dos dígitos = 1 + 2 + 3 + 4 = 10
2º passo (cálculo depreciação anual):
Primeiro Ano = 4/10 x 10.000 = 4.000
Segundo Ano = 3/10 x 10.000 = 3.000
Terceiro Ano = 2/10 x 10.000 = 2.000
Quarto Ano = 1/10 x 10.000 = 1.000
Devem-se levar em consideração as seguintes observações:
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
49. (CFC – Contador – 2012) Uma prefeitura estabeleceu que seus
bens seriam depreciados pelo método da soma dos dígitos. No dia
02/01/2009, foi adquirida e colocada em funcionamento uma má-
quina nova para recuperação de estradas no valor de R$ 45.000,00,
com vida útil de 10 anos.
Considerando como base apenas a depreciação, o valor da Depre-
ciação Acumulada e do Valor Líquido Contábil, será de, respectiva-
mente (em R$):
a) 22.090,91 e 22.909,09 no final do 8º ano.
b) 27.818,18 e 17.181,82 no final do 3º ano.
c) 32.727,27 e 12.272,73 no final do 5º ano.
d) 36.818,18 e 8.181,82 no final do 7º.
4.2 Síntese
Contabilidade Geral e Pública
3 3,0 2,0
Na Depreciação Acelerada, esses coeficientes são utilizados para multipli-
car a depreciação em cada ano.
Assim, para fins fiscais, uma máquina que opera 24 horas por dia será depre-
ciada na metade do tempo que uma que opera somente 8 horas.
67
Exercício
50. (FCC – Sefaz – Agente Fiscal de Rendas – 2009) A depreciação
de uma máquina, pelo método linear, relativa ao ano de 2008, ad-
quirida por R$ 100.000,00, em 1º de julho de 2008, com vida útil
estimada de 10 anos, valor residual de 5% do valor histórico, e que
trabalha em dois turnos, é:
a) R$ 14.250,00.
b) R$ 10.000,00.
c) R$ 7.125,00.
d) R$ 5.000,00.
e) R$ 4.750,00.
5.2 Síntese
A Depreciação Acelerada Incentivada não é definida pelo desgaste efetivo
dos bens, mas, sim, por incentivo fiscal para implantação, renovação ou moder-
nização de instalações e equipamentos de empresas tributadas pelo Lucro Real.
Os efeitos da depreciação acelerada incentivada dão-se somente na esfera
fiscal, ou seja, somente são consideradas para fins de pagamento de IRPJ e
CSLL e, por isso, essa depreciação é controlada no Lalur.
Normalmente, esse benefício é dado a um setor específico por um prazo
certo.
Exemplo: empresas que adquiriram máquinas e equipamentos para obras
audiovisuais entre 01/01/1992 e 31/12/1993 puderam depreciar esses bens em
Contabilidade Geral e Pública
apenas 24 meses.
A vantagem de depreciar o bem em menor tempo é que, depreciando em
menor tempo, as despesas (para fins tributários) com depreciação em cada ano
serão maiores, e isso reduzirá o lucro real (lucro fiscal) sobre o qual incidirão
o IRPJ e a CSLL.
A utilização do benefício da depreciação acelerada incentivada é feita se-
guindo-se as seguintes etapas:
68
1) na escrituração comercial (contabilidade), é registrado o encargo de
depreciação normal (não acelerada), aplicando-se a taxa usualmente admitida;
2) a quota de depreciação acelerada incentivada, menos o valor da depre-
ciação normal (diferença entre a depreciação acelerada e a comum) constituirá
exclusão do lucro líquido do exercício, devendo ser escriturada no Lalur;
3) o total da depreciação acumulada, incluindo a normal e a acelerada, não
poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem depreciado;
4) a partir do período em que for atingido o valor total do bem, ou seja,
quando o valor contábil líquido do bem for zerado, o valor da depreciação
normal, registrado na escrituração comercial, que continuar a ser reconhecido
contabilmente, deverá ser adicionado ao lucro líquido no Lalur.
Exercício
51. (FCC – Nossa Caixa Desenvolvimento – 2011 – Contador) A De-
preciação Acelerada Incentivada:
a) Não é escriturada nos livros contábeis da pessoa jurídica contri-
buinte.
b) Consiste na permissão da utilização do dobro da taxa de depre-
ciação aceita para fins tributários, quando a pessoa jurídica utili-
za os seus equipamentos em dois turnos de 8 horas.
c) Deve deixar de lançar a depreciação normal em sua escrituração
contábil, caso o contribuinte opte por este tipo de incentivo fiscal.
d) Consiste na permissão da utilização do triplo da taxa de depre-
ciação aceita para fins tributários, quando a pessoa jurídica utili-
za os seus equipamentos em três turnos de 8 horas.
6.2 Síntese
Há diferença entre um bem adquirido usado e um bem adquirido novo.
Depreciação é a perda que se tem no valor do bem em função de sua utili-
zação e ela é definida de acordo com a vida útil do bem.
69
Desta forma, quando se compra um bem novo, este se deprecia em 5 anos,
já quando se compra um bem usado, ele já foi desgastado anteriormente, por
isso, o prazo de depreciação irá mudar.
O prazo de depreciação de bens adquiridos usados será o maior entre:
– metade do prazo de vida útil do bem quando adquirido novo;
– restante do prazo de vida útil do bem, considerado este em relação à
primeira instalação ou utilização deste bem. Exemplo: empresa adqui-
re, em 12/07/XXX4, uma máquina de vida útil estimada em 5 anos,
tendo sido fabricada em 10/04/XXX1.
Qual o prazo de depreciação?
– metade do prazo de vida útil do bem: 2 anos e 6 meses (metade de 5 anos);
– restante do prazo de vida útil: a depreciação total ocorreria em março
de X6 (5 anos após fabricação). Adquirida em julho de X4, restariam à
época 21 meses (6 + 12 + 3) até total depreciação.
Assim, o maior valor é o da metade do prazo de vida útil, que é de 2 anos e
6 meses, sendo este o prazo para depreciação do bem a partir do momento em
que foi adquirido, ou seja, a taxa de depreciação seria de 40% ao ano.
Em relação à depreciação de edifícios e construções, aplicam-se as mesmas re-
gras relativas à depreciação de bens em geral, com duas observações importantes:
– a depreciação deve ser registrada a partir do início da utilização;
– o valor do terreno deve ser descontado quando da depreciação, somente
incidindo a depreciação sobre o valor da construção, pois terreno não se
deprecia.
Exercício
52. (Esaf – Agente Tributário – MS) A empresa Alfa encerra seu balanço
em 31 de dezembro de cada ano. No dia 10 de janeiro de 2001, ad-
quiriu da empresa Beta uma máquina industrial usada, cuja vida útil
remanescente foi estimada em 5 anos.
A empresa Beta adquiriu esta máquina nova em 01/01/1998.
O valor pago pela empresa Alpha pela máquina foi de R$ 750, sendo
o valor residual de R$ 50,00.
Contabilidade Geral e Pública
Amortização e Exaustão
1.2 Síntese
Amortização é a diminuição do valor dos elementos do ativo imobilizado
ou do ativo intangível.
Como exemplos de elementos sujeitos à amortização têm-se: patentes, di-
reitos autorais, concessões e custos ou direitos sobre benfeitorias em imóveis de
terceiros.
71
Para que seja aplicada a amortização, devem ocorrer duas situações simul-
tâneas, sendo elas:
– prazo de duração limitada;
– inexistência de indenização ao final do período de fruição do direito.
Em relação à taxa de amortização, assim como ocorre com a depreciação,
ela é definida em função do tempo de utilização do bem, podendo decorrer da
lei ou de contrato. Exemplo: para um direito válido por 5 anos, a taxa anual de
amortização será de 20%.
Calcula-se a amortização da mesma forma que se calcula a depreciação
pelo método linear (ou das quotas constantes), podendo o cálculo ser mensal
ou anual.
Já a contabilização da amortização é feita de forma semelhante à da depre-
ciação, debitando-se uma conta de despesa e creditando-se a conta redutora do
ativo “Amortização Acumulada”.
Assim, o maior valor é o da metade do prazo de vida útil, que é de 2 anos e
6 meses, sendo este o prazo para depreciação do bem a partir do momento em
que foi adquirido, ou seja, a taxa de depreciação seria de 40% ao ano.
Exercício
53. (Funcab – MPE-RO – Analista – 2012) A conta retificadora de Di-
reito de Exploração e de Ponto Comercial é:
a) Depreciação Acumulada.
b) Amortização Acumulada.
c) Exaustão Acumulada.
d) Ajuste a valor de mercado.
e) Goodwill.
2.1 Apresentação
Exercício
54. A empresa Papeliptus Papéis Ltda. adquiriu em 01/07/2013, por R$
1.000.000, plantação de eucaliptos de 500 hectares, possuindo o pra-
zo de 10 anos para extrair as árvores.
73
A extração anual é de 100 hectares.
Nesse caso:
a) Não deve ser contabilizada a exaustão, uma vez que o prazo
de exaurimento dos recursos florestais é superior ao do direito de
exploração.
b) Não deve ser contabilizada a exaustão, uma vez que o prazo
de exaurimento dos recursos florestais é inferior ao do direito de
exploração.
c) O valor de despesas de exaustão que deve ser reconhecido em
2013 é de R$ 200.000,00.
d) O valor de despesas de exaustão que deve ser reconhecido em
2013 é de R$ 100.000,00.
1.2 Síntese
Antes de entrarmos nos estudos referentes às operações com mercadorias, é
necessário entendermos alguns conceitos. São eles:
– Mercadorias: são bens que a empresa adquire para revenda.
– Compra: ato por meio do qual uma entidade adquire a propriedade das
mercadorias para revenda.
– Venda: ato pelo qual uma empresa revende mercadorias anteriormente
adquiridas.
75
– Devolução: ato pelo qual as mercadorias são devolvidas pelo comprador
ao vendedor, por estarem em desacordo com o pedido.
– Abatimento: valor que o fornecedor concorda em reduzir do preço a
receber, para evitar uma devolução. Não aparece na Nota Fiscal, pois é
posterior à venda.
– Desconto condicional (financeiro): redução do valor pago em razão da
antecipação do pagamento pelo devedor. Também não consta na NF.
– Desconto incondicional: não depende das condições de pagamento, e é
dado no momento da venda das mercadorias. Pode ser dado, por exem-
plo, para compra em grande quantidade, ou por interesse promocional
ou para clientes preferenciais. Como é dado no momento da venda,
aparecerá na Nota Fiscal.
– Consignação: remessa de mercadorias de propriedade da empresa para
terceiros, que tentarão vendê-la, ganhando uma comissão. Quem paga
a comissão, a contabiliza como “Comissões Passivas” (despesa operacio-
nal). Quem a recebe contabiliza receita de “Comissões Ativas”.
– Nota Fiscal: havendo qualquer movimentação de mercadorias (venda,
devolução, remessa em consignação, etc.) deve-se emitir Nota Fiscal.
Vale resaltar que as prestadoras de serviço também devem emitir Nota
Fiscal quando da prestação, no entanto, os Varejistas podem emitir
Cupom Fiscal.
– Duplicata: título comercial utilizado em vendas a prazo. Quem emite a
duplicata é o credor, devendo o devedor, se concordar com a emissão,
dar o “aceite”, assinando a duplicata.
– Tributos cumulativos e não cumulativos: tributos cumulativos são aque-
les em que o contribuinte, no cálculo do valor devido, não pode se
creditar dos valores do mesmo tributo pagos pelos seus antecessores na
cadeia produtiva. Já nos tributos não cumulativos isso é permitido, o
que reduz o valor a pagar pelo contribuinte.
Exercício
55. (Cesgranrio – Petrobras – Técnico Contabilidade – 2010) Atente
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
O valor da Compra Bruta (CB), em cada operação mercantil, é o valor da
compra mais valor do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) menos o
valor do ICMS porventura incidentes.
Desta forma, o cálculo ficaria da seguinte forma:
CB = Valor Compra + IPI – ICMS
Já as Compras Líquidas (CL) representam o custo total das compras, in-
cluindo fretes, seguros e deduções.
Desta forma, o cálculo ficaria da seguinte forma:
CL = CB + Fretes + Seguros – Deduções
Por representar o custo total, o conceito de compras líquidas é mais utiliza-
do do que o de compras brutas.
Algumas observações são necessárias para melhor compreensão do tema:
– deduções podem ser: devoluções de compras, abatimentos sobre com-
pras ou descontos incondicionais obtidos;
– as deduções de compras são registradas contabilmente em contas retifi-
cadoras de compras brutas;
– os fretes e seguros somente comporão as compras líquidas se forem pa-
Contabilidade Geral e Pública
gos pelo comprador. Se forem pagas pelo vendedor, deverão ser conta-
bilizadas por ele (e, provavelmente, estarão embutidos no preço cobra-
do pela mercadoria);
– se o comprador pagar o frete de mercadoria e esta for devolvida, o frete
será considerado despesa operacional (perdas com fretes) referentes ao
período em que houver a devolução. Se a devolução for parcial, a perda
com frete será proporcional ao valor da devolução.
77
Exemplo (valores em R$):
Compras – 10.000
Fretes líquidos de devoluções – 500
Descontos Incondicionais Obtidos – 1.000
Descontos Condicionais Obtidos – 500
Devoluções de Compras – 100
Qual o valor das compras líquidas?
CL = CB + Fretes + Seguros – Deduções
CB = 10.000
CL = 10.000 + 500 + 0 – (1.000 + 100) => CL = R$ 9.400,00
O conceito de Mercadorias Disponíveis para Venda (MDV) representa o
valor de mercadorias que ingressaram no estoque de revenda da empresa.
É representado pela soma do estoque inicial (EI) mais as compras líquidas
(CL):
MDV = EI + CL
Exercício
56. Uma empresa apura ao final de jan./XXX1:
Valor das Compras – 50.000
Fretes e Seguros sobre Compras – 5.000
Abatimentos sobre Compras – 5.000
Estoque em 01/01/XXX1 – 70.000
Qual valor das mercadorias disponíveis para venda em 31/01/XXX1?
a) R$ 20.000.
b) R$ 95.000.
c) R$ 120.000.
d) R$ 125.000.
e) R$ 130.000.
3.1 Apresentação
4.2 Síntese
Vimos que para que a empresa possa calcular o seu resultado com mer-
cadorias, precisa saber o valor das mercadorias existentes em estoque em um
Contabilidade Geral e Pública
Nesta unidade, falaremos sobre o método UEPS de cálculo dos custos das
mercadorias vendidas.
5.2 Síntese
No método UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair), dá-se primeiro saída
nas mercadorias mais recentes, ficando no estoque as mais antigas.
Em comparação com outros métodos, num regime de inflação, os valores
do Estoque Final e do CMV tendem a ser, respectivamente, menores e maiores.
Como exemplo da utilização do método UEPS, temos:
a) estoque inicial: 40 unidades a R$ 8,00 cada;
b) compra de 60 unidades a R$ 9,00 cada;
c) compra de 50 unidades a R$ 10,00 cada;
d) venda de 120 unidades a R$ 16,00 cada
e) compra de 50 unidades a R$ 12,00 cada.
CMV = (50 x 10) + (60 x 9) + (10 x 8) = 1.120
Estoque Final = (30 x 8) + (50 x 12) = 840
Receita Vendas = 120 x 16 = 1.920
RCM = 1.920 – 1.120 = 800
Exercício
58. (Cesgranrio – Petrobras – 2011) Analise as afirmativas abaixo, refe-
rentes ao sistema PEPS.
I – A utilização do PEPS tende a elevar o resultado econômico da
empresa.
Contabilidade Geral e Pública
1.2 Síntese
No Método do Custo Médio, a cada nova aquisição é calculada uma nova
média. Assim, como exemplo, para melhor entendimento, temos:
a) compra de 60 unidades a R$ 9,00 cada;
b) compra de 50 unidades a R$ 10,00 cada;
84
c) venda de 120 unidades a R$ 16,00 cada;
d) compra de 50 unidades a R$ 12,00 cada.
Custo Unitário = [(40 x 8) + (60 x 9) + (50 x 10)] / 150 = 9,07
CMV = 120 x 9,07 = R$ 1.088,40
RCM = 1.920,00 – 1.088,40 = R$ 831,60
Veremos como devem ser feitas as contabilizações de compras e vendas em
uma empresa que trabalha com inventário permanente.
Observaremos que as mesmas terão diferenças se incidir ou não ICMS so-
bre as operações.
No caso da contabilização de compras sem ICMS, a contabilização é feita
em mercadorias contra Bancos/Caixa (se pagamento à vista) ou Fornecedores
(se a prazo):
Compra à vista:
Mercadorias – 10.000
Caixa – 10.000
Compra a Prazo:
Mercadorias – 10.000
Fornecedores – 10.000
Na contabilização de compras com ICMS, seu valor é descontado do valor
da compra, e lançado em “ICMS a Recuperar”. Isso porque o ICMS integra o
preço da mercadoria comprada, e a empresa pode se compensar dele quando
for recolher o ICMS sobre as vendas.
Exemplos:
Compra de R$ 10.000,00 em mercadorias à vista, com ICMS de 18%:
Débito – Mercadorias – 8.200,00
Débito – ICMS a Recuperar – 1.800,00
Crédito – Caixa – 10.000,00
Compra de R$ 20.000,00 em mercadorias a prazo, com ICMS de 25%:
Débito – Mercadorias – 15.000,00
Débito – ICMS a Recuperar – 5.000,00
Crédito – Fornecedores – 20.000,00
Na contabilização de vendas sem ICMS, são feitos dois lançamentos: um
envolvendo o recebimento (ou o reconhecimento de um direito de recebimen-
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
No caso das vendas com ICMS, o valor do ICMS não será descontado do
valor da venda, sendo o lançamento feito como se não houvesse ICMS. No en-
tanto, o ICMS sobre a venda será registrado como passivo da empresa, contra a
conta de despesa “ICMS sobre Vendas”.
Para melhor compreensão, vejamos os seguintes exemplos:
a) empresa vende mercadorias à vista, no valor R$ 10.000,00, incidindo
ICMS com alíquota de 10%:
Obs.: Considerar um CMV calculado de R$ 5.000,00.
Débito – Caixa
Crédito – Vendas – 10.000,00
Débito – CMV
Crédito – Mercadorias – 5.000,00
Débito – ICMS sobre Vendas
Crédito – ICMS a Recolher – 1.000,00
b) empresa vende mercadorias a prazo, no valor R$ 50.000,00, incidindo
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
Quando se fala de operações com pessoal está a se referir aos fatos contábeis
que envolvem os empregados da entidade, como pagamento de salários, de
adicional de férias, de horas extras, desconto de contribuição para o INSS, etc.
Antes de adentrar ao estudo, faz-se necessário o entendimento de alguns
conceitos. São eles:
– Folha de pagamento (Fopag) é o documento que deve ser elaborado,
ao final de cada mês, por todas as entidades que possuem empregados,
indicando seus nomes, funções, remunerações, descontos, valores líqui-
dos a serem pagos, etc.
– Salário é o valor pago mensalmente ao empregado em troca de seus
serviços. É o valor pago normalmente ao empregado, de acordo com o
estipulado no contrato de trabalho.
Já a remuneração é o valor total pago ao empregado em um mês.
É a soma do salário com adicionais (horas extras, adicional noturno, comis-
sões, etc), menos o valor relativo às faltas injustificadas.
A remuneração também é chamada de “salário bruto”.
Sobre a remuneração, poderão incidir descontos, como a contribuição para
o INSS, retenção do Imposto de Renda, eventuais empréstimos consignados e
seguros de vida, entre outros.
Ao valor do salário bruto menos os descontos, dá-se o nome de salário
líquido.
A contabilização dos salários a serem pagos no mês seguinte deve ser feita
ao final de cada mês da seguinte forma:
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
59. A empresa “Bom Patrão Ltda.” contabilizou uma folha de pagamen-
to de $ 100.000,00 no mês de janeiro de 2013, referente à remu-
neração de empregados a ser paga em fevereiro via transferências
bancárias.
Em 31 de janeiro de 2013, a empresa deverá fazer o seguinte lança-
mento:
a) Salários a Pagar a Bancos, no valor de $ 100.000.
b) Salários a Salários a Pagar, no valor de $ 100.000.
c) Salários a Bancos, no valor de $ 100.000.
d) Salários a Caixa, no valor de $ 100.000.
1. Contabilização de Retenções e
Recolhimentos
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Todo mês o empregador deve descontar do salário do empregado a quantia
que este deve pagar ao INSS. A contabilização da retenção (desconto) deve
feita da seguinte forma:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – INSS a Recolher – VCE (Valor contribuição do Empregado).
89
Posteriormente, tal valor descontado do empregado deve ser recolhido pelo
empregador aos cofres públicos, juntamente com a parte que lhe cabe pagar ao
INSS (contribuição patronal), sendo lançados tais eventos da seguinte forma:
– na apropriação contribuição patronal:
– Débito – INSS (ou Despesas com INSS);
– Crédito – INSS a Recolher – VCP (Valor da contribuição patronal ao
INSS);
– Recolhimento INSS:
– Débito – INSS a Recolher;
– Crédito – Caixa (ou Bancos) – VTINSS [Valor total devido ao INSS
(contribuição descontada do empregado mais contribuição patronal)].
Além do INSS, a empresa deve reter do empregado a parcela relativa ao
Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), devida pelo empregado, quando este
receber acima do limite de isenção.
O valor do IRPF descontado do empregado é chamado de IRRF (Imposto
de Renda Retido na Fonte).
A contabilização do IRRF é feita da seguinte forma:
a) retenção:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – IRRF a Recolher – IRPF empregado;
b) recolhimento:
– Débito – IRRF a Recolher;
– Crédito – Caixa/Bancos – Total IRPF empregados.
Exercício
60. (Esaf – Receita Federal – Auditor-Fiscal – 2012) A empresa Data
Power S.A. apura sobre sua folha de R$ 100.000 o total de 20% de
INSS, relativo a 12% da parcela de responsabilidade da empresa e
8% da parcela do empregado. Efetuou-se a contabilização de R$
20.000 como despesa de INSS no resultado. Ao fazer a conciliação
da conta, deve o contador:
a) Considerar o lançamento certo, pois a folha refere-se a despesas
administrativas.
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
Todo mês, a empresa deve recolher em nome de cada empregado, a título
de FGTS, o valor correspondente a 8% de seu salário bruto.
Tal valor não é retido do empregado, sendo um encargo do empregador.
Vejamos como é feita a contabilização:
– apropriação do FGTS:
– Débito – FGTS;
– Crédito – FGTS a Recolher.
Alternativamente, podem-se contabilizar os valores a recolher de FGTS e
INSS patronal numa mesma conta, chamada “Encargos Sociais a Recolher”.
E é feito da seguinte forma:
– Débito – FGTS (ou Encargos Sociais);
– Crédito – Encargos Sociais a Recolher.
O recolhimento do FGTS é contabilizado da seguinte forma:
– Débito – FGTS a Recolher (ou Encargos Sociais a Recolher);
– Crédito – Caixa/Bancos.
O 13º salário, ou Gratificação Natalina, corresponde a 1/12 avos do salário
bruto do empregado por mês trabalhado.
Pelo Princípio da Competência, os valores do 13º salário devem apropria-
dos mensalmente, no fim do mês.
Também os valores de INSS patronal (cujo percentual variará de empresa
para empresa) e FGTS (8%) sobre o 13º salário devem ser contabilizados em
contas do passivo (a Pagar) mensalmente.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
61. A empresa ABC Ltda., no final do mês de março, obteve os seguintes
dados relativos à sua folha de pagamento:
– Folha Pagamento: R$ 120.000;
– FGTS: 9.600;
– total INSS retido dos empregados: 12.000;
– total INSS patronal: 24.000.
a) O valor do INSS retido deve ser contabilizado da seguinte forma:
– Débito – Despesas com INSS;
– Crédito – INSS a Recolher – 12.000.
b) O valor do INSS patronal deve ser contabilizado assim:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – Provisão para INSS – 24.000.
c) O valor do INSS patronal deve ser contabilizado da seguinte
forma:
– Débito – Despesas com INSS;
– Crédito – INSS a Recolher – 24.000.
d) O valor do FGTS a ser recolhido deve ser contabilizado assim:
– Débito – Salários a Pagar;
– Crédito – FGTS a Recolher – 9.600.
3.1 Apresentação
Exercício
62. Em 18/11/XXX0, a Comercial XPTO Ltda. aplicou R$ 60.000 no
Banco Juros Baixos S.A., para resgatar, em 10/02/XXX1, o valor de
R$ 64.200. Assim, ao final do exercício social de X0, a empresa de-
verá apropriar como receitas financeiras o valor de (desconsiderar o
IRRF):
a) R$ 4.200.
b) R$ 1.950.
c) R$ 1.500.
d) R$ 1.750.
e) R$ 2.150.
Operações Financeiras
1.2 Síntese
Antes de adentrar ao estudo, é necessário entender o que são empréstimos
e o que são financiamentos.
Empréstimos são operações de mútuo sem necessidade de comprovação
de aplicações de recursos. Não há vinculação a uma operação específica e não
estão sujeitos ao ajuste ao valor presente.
95
Financiamentos também são operações de mútuo, porém, atreladas a uma
destinação específica. Exemplo: compra de um veículo.
Na operação de empréstimo, os juros são contabilizados de forma propor-
cional ao período, devendo ser feitos os lançamentos exemplificados a seguir:
– Empréstimo de R$ 1.000.000,00, tomado por empresa em 30/11/XXX1,
a ser pago em prestação única, ao final de 4 meses, com taxa de juros
simples de 2% ao mês:
– Débito – Bancos;
– Crédito – Empréstimos – 1.000.000.
- Apropriação dos juros (31/12/XXX1):
– Débito – Juros Passivos;
– Crédito – Empréstimos a Pagar – 20.000.
– Apresentação no Balanço (X1):
– Passivo Circulante;
– Empréstimos a Pagar – 1.020.000.
Os financiamentos sujeitam-se a ajuste ao Valor Presente (VP), que é a
aferição do valor do bem/direito/obrigação descontados os juros incidentes no
período de financiamento.
É dado pela fórmula:
VP = Valor Futuro (total) / (1 + i) n
i = taxa de juros mensal
n = número de meses
Por Exemplo: Empresa adquire em 30/11/XXX1, um terreno mediante a
emissão de Nota Promissória no valor de R$ 1.000.000,00, a ser paga ao final
de 4 meses, com taxa de juros simples de 2% ao mês.
VP = 1.000.000 / (1 + 0,02)4 = 923.845,43
– Cálculo dos Juros em Dezembro de X1:
Juros = 2% x R$ 923.845,43 = 18.476,91
– Lançamento em novembro de X1 (Aquisição):
– Débito – Terrenos – 923.845,43;
– Débito – Juros a Vencer – 76.154,57;
– Crédito – Promissórias a Pagar – 1.000.000,00.
– Apropriação dos Juros em dezembro de XXX1:
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
Duplicatas são títulos de crédito que constituem instrumentos de prova de
contratos de compra e venda a prazo.
Nelas, há a promessa de pagamento da quantia correspondente à fatura de
mercadorias vendidas a prazo ou de serviços, também a serem pagos a prazo.
A duplicata é emitida pelo vendedor da mercadoria ou prestador de serviço
(credor), sendo que o comprador (devedor) deve dar o seu “aceite” no título, ou
seja, deve assinar a duplicata concordando com sua emissão.
É importante destacar que a duplicata pode ser negociada com terceiros
pelo credor, mediante endosso.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
64. (Cespe – TRE-ES – Técnico Contabilidade – 2011) Julgue o item
seguinte:
Um cliente liquidou de forma antecipada uma duplicata em co-
brança simples, valendo-se de um desconto financeiro. Nesse caso, a
empresa deverá realizar lançamento com crédito na conta duplicata
descontada, débitos nas contas disponíveis e desconto financeiro.
3.2 Síntese
No desconto de duplicatas, diferentemente do que ocorre na cobrança sim-
ples, o banco adianta o valor da duplicata ao seu cliente (credor emissor do
título) e, posteriormente (na data do vencimento), cobra esse valor do devedor.
98
A contabilização de duplicatas descontadas anteriormente era feita credi-
tando-se uma conta redutora do ativo chamada “Duplicatas Descontadas” (re-
tificadora de Clientes), procedimento que ainda pode ser cobrado em alguns
concursos.
A partir de 2009, com a adoção de novas regras pelo CFC, “Duplicatas
Descontadas” passou a ser uma conta do Passivo, deixando de ser uma conta
retificadora do Ativo.
O Registro da Operação de Desconto, de acordo com a regra antiga, era
feita da seguinte forma:
– Débito – Banco Conta Movimento;
– Débito – Juros Passivos;
– Crédito – Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante).
Já, de acordo com a regra nova, o Registro da Operação de Desconto é feita
da seguinte forma:
– Débito – Banco Conta Movimento;
– Débito – Juros a Apropriar;
– Crédito – Duplicatas Descontadas (Ativo Circulante).
Vê-se que, pela regra nova, os juros deverão ser reconhecidos obedecendo-
-se o regime de competência, sendo contabilizados a débito de “Juros a Vencer”
ou “Juros a Apropriar”, sendo os valores “excluídos” aos poucos desta conta
conforme os períodos de apuração.
A contabilização do pagamento de duplicatas pelo cliente é feita da seguin-
te forma:
– Débito – Duplicatas Descontadas;
– Crédito – Duplicatas a Receber.
É importante destacar que, no caso de pagamento de duplicata pelo clien-
te, não há lançamento em conta de resultado, pois a empresa já recebeu esses
valores adiantados pelo banco.
Exercício
65. A empresa Desconto Já Ltda., em 31/10/XXX1, descontou R$
10.000,00 de duplicatas a vencer em 3 meses, cobrando o Banco, de
forma antecipada, R$ 500,00 de juros.
Contabilidade Geral e Pública
Nesta unidade, começaremos a falar sobre uma das mais importantes de-
monstrações contábeis: o Balanço Patrimonial, definindo-o e estudando
sua estrutura.
4.2 Síntese
Balanço Patrimonial é a demonstração contábil que tem por objetivo evi-
denciar o valor e composição do patrimônio de uma entidade em um determi-
nado momento (normalmente, no fim do exercício social).
As empresas devem elaborar, ao final de cada exercício social, pelo menos
o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultado do Exercício, além de
outras demonstrações a que cada uma, dependendo de seu setor de atuação,
deverá elaborar. No caso das micro e pequenas empresas, essa exigência foi
trazida pelo item 7 da NBC T 19.13.
O balanço deve indicar os valores para cada exercício, juntamente com os
valores do exercício anterior, das contas patrimoniais, permitindo a agregação
de contas cujos saldos somados não ultrapassem 10% do respectivo grupo (Ati-
vo, Passivo e Patrimônio Líquido).
Contabilidade Geral e Pública
100
Exemplo:
Não se deve utilizar termos genéricos como “outras contas”, devendo cada
conta indicar o que nela está representado.
Em relação ao exercício social, este terá sempre a duração de 1 (um) ano,
sendo que a data de término poderá ser definida livremente pela empresa.
Normalmente, as empresas adotam o exercício social que vai de 1º de ja-
neiro a 31 de dezembro.
Focando nas notas explicativas, estas complementam o Balanço Patrimo-
nial e as outras demonstrações contábeis, trazendo informações adicionais para
uma melhor compreensão da situação patrimonial da entidade.
As notas deverão indicar:
– os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais;
– os investimentos em outras sociedades, quando relevantes;
– o aumento de valor de elementos do ativo resultante de novas avaliações;
– os ônus reais constituídos sobre elementos do ativo, as garantias presta-
das a terceiros e outras responsabilidades eventuais ou contingentes;
– a taxa de juros, as datas de vencimento e as garantias de obrigações de
Contabilidade Geral e Pública
longo prazo;
– o número, a espécie e as classes das ações do capital social;
– as opções de compra de ações outorgadas e exercidas no exercício;
– os ajustes de exercícios anteriores;
– os eventos subsequentes à data do encerramento do exercício que pos-
sam vir a ter efeito relevante sobre a situação patrimonial futura da en-
tidade.
101
Exercício
66. (Cespe – FUB – Contador – 2011) Julgue a afirmação seguinte:
As notas compreendem não só as informações obrigatórias não con-
tidas nas demonstrações contábeis, como também informações adi-
cionais quando o conteúdo das demonstrações for insuficiente.
5.2 Síntese
A Lei nº 6.404/1976, para fins de elaboração do Balanço Patrimonial, se-
parou as contas em 3 grupos: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, divididos da
forma abaixo e que devem ser apresentados na ordem seguinte:
1) Ativo Ordem 2) Passivo Ordem
– Circulante Decrescente – Circulante Decrescente
– Não Circulante Liquidez – Não Circulante Exigibilidade
3) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Ativo Circulante é composto por:
a) disponibilidades:
– Caixa;
– Bancos Conta Movimento;
– Aplicações com Liquidez Imediata;
– Numerário em Trânsito;
b) direitos realizáveis no exercício seguinte: são direitos que se espera rece-
ber, ou bens que se espera consumir ou vender até o final do exercício seguinte.
Contabilidade Geral e Pública
Exemplos:
– mercadorias;
– matérias-primas;
– duplicatas a receber;
– adiantamentos a fornecedores;
c) despesas do exercício seguinte: despesas cujos fatos geradores ocorrerão
no exercício seguinte, mas cujo desembolso ocorrerá no exercício corrente.
102
Exemplo: despesa de aluguel de R$ 10.000,00, referente a janeiro de X2 que é
paga em dezembro de X1. Nesse caso, os lançamentos seriam:
Em dezembro de X1 (pagamento):
– Débito – Aluguéis a Vencer – 10.000;
– Crédito – Caixa – 10.000.
Em janeiro de X2 (apropriação):
– Débito – Despesas de Aluguéis – 10.000;
– Crédito – Aluguéis a Vencer – 10.000.
Exercício
6.1 Apresentação
Exercício
68. (Esaf – Analista de Finanças e Controle Externo – TCU – 2000) A
Contabilidade Geral e Pública
7. Contas do Passivo
7.1 Apresentação
7.2 Síntese
O Passivo Circulante compõe-se das contas que representam obrigações
exigíveis até o fim do exercício seguinte.
Tais obrigações podem ser de vários tipos. As principais categorias e exem-
plos de contas que as integram:
Obrigações com Fornecedores:
– Fornecedores;
– Duplicatas a Pagar;
– Promissórias a Pagar;
Contabilidade Geral e Pública
– Debêntures a Resgatar;
– Financiamentos;
– Empréstimos Bancários.
Obrigações Fiscais:
– ICMS a Recolher;
– IPI a Recolher;
– ISS a Recolher;
105
– Cofins a Recolher;
– PIS/Pasep a Recolher;
– IRRF a Recolher;
– Imposto de Renda a Pagar;
– CSLL a Recolher.
Obrigações Trabalhistas:
– Salários a Pagar;
– Encargos Sociais a Recolher.
Obrigações com Sócios/Participantes:
– Participações de Empregados a Pagar;
– Participações de Administradores a Pagar;
– Participações de Partes Beneficiárias a Pagar.
Provisões:
– Provisão para Riscos Fiscais;
– Provisão para Riscos Trabalhistas;
– Provisão para Riscos Cíveis.
Outras Obrigações:
– Adiantamentos de Clientes;
– Aluguéis a Pagar;
– Multas a Pagar.
O Passivo Não Circulante compõe-se de:
– Obrigações exigíveis após o exercício seguinte;
– Receitas Diferidas (Antecipadas).
As contas do Passivo Não Circulante têm os nomes das contas do Circulan-
te, acrescidas de “Longo Prazo” ou “LP”.
Exemplos:
– Duplicatas a Pagar – Longo Prazo;
– Empréstimos a Pagar de Longo Prazo;
– Financiamentos a Pagar – Longo Prazo.
Deve-se destacar que as Receitas Antecipadas de Juro costumam ser classifi-
cadas como contas redutoras do Ativo, em vez de serem classificadas no Passivo
Não Circulante.
Exemplo:
Contabilidade Geral e Pública
Empréstimos – 100.000;
– Juros Ativos a Vencer – 5.000.
Exercícios
69. (Funcab – Analista – MPE-RO – 2012) Uma característica funda-
mental ao reconhecimento de um passivo é:
106
a) A existência de uma obrigação contratual.
b) A existência de uma obrigação presente.
c) A definição precisa do prazo.
d) A existência de incerteza.
e) A definição precisa do seu valor.
70. (Fumarc – Analista de Desenvolvimento – BDMG – 2011) Assinale
a opção em que TODAS as contas pertencem ao Passivo Circulante
do Balanço de uma empresa elaborado em 31/12/2013:
a) Salário a Pagar, Impostos a Pagar, Encargos a Recolher, Parcela
de Leasing vincenda dali 14 meses.
b) Adiantamentos a Fornecedores, Despesas Antecipadas, Energia
Elétrica.
c) Salários a Pagar, Imóveis, Impostos a Pagar, Encargos a Recolher.
d) Salários a Pagar, Empréstimos Bancários de Curto Prazo, En-
cargos a Recolher.
8.2 Síntese
O Patrimônio Líquido (PL) representa o capital investido na empresa que
de fato pertence a ela.
O Patrimônio Líquido possui contas credoras (que aumentam o valor do
PL) e contas devedoras (que diminuem o valor do PL).
As Contas Credoras são:
– Capital Social (ou Capital Subscrito ou Capital): ações subscritas (lan-
çadas) na constituição ou no aumento do capital de uma sociedade
Contabilidade Geral e Pública
anônima.
No caso de uma Ltda., o Capital Social corresponde ao valor que os sócios
comprometeram-se a injetar na sociedade.
– Reservas: são valores acumulados no Patrimônio Líquido para uso pos-
terior.
Dependendo da origem de recursos das reservas, elas são classificadas em:
Reservas de Capital ou Reservas de Lucros.
107
Reservas de Capital: seus recursos originam-se de valores recebidos dire-
tamente dos proprietários ou terceiros. Exemplos: Reserva de Ágio na Emis-
são de Ações; Reserva de Ganho na Venda de Ações; Reserva Alienação Partes
Beneficiárias; Reserva Alienação Bônus Subscrição; Reserva Correção Mone-
tária Capital.
– Reservas de Lucros: seus recursos advêm de lucros obtidos pela empre-
sa em um ou mais exercícios. Essas Reservas de Lucro surgem quando
a empresa “reserva” parte do lucro obtido para a formação de reservas.
Exemplo: Reserva Legal (mínimo 5% do lucro líquido, limitada a 20% do
capital corrigido), Reservas Estatutárias e Reservas para Contingências.
– Ajustes de Avaliação Patrimonial (quando positivos): essa conta registra
diferenças positivas ocorridas na reavaliação de bens do ativo ou obri-
gações do passivo. Exemplo: imóvel registrado por R$ 300.000,00, mas
que é reavaliado (valor de mercado) para R$ 500.000,00.
Exercícios
71. (Ceperj – Procon – 2012) Observe a relação das contas que com-
põem o PL de determinada companhia:
– Ágio na Emissão de Ações.
– Reserva Legal.
– Reserva de Contingência.
– Reserva de Incentivos Fiscais.
– Produto Alienação Bônus Subscrição.
– Ajustes de Avaliação Patrimonial.
– Ações em tesouraria.
Das contas relacionadas, classificadas como Reservas de Capital são
em número de:
a) Seis.
b) Duas.
c) Três.
d) Quatro.
e) Cinco.
Contabilidade Geral e Pública
Balanço Patrimonial
1.2 Síntese
Continuando os estudos sobre as contas do Patrimônio Líquido (PL), vere-
mos agora as chamadas contas devedoras, que diminuem o valor do PL.
As contas devedoras são:
– Capital a Realizar (ou Capital a Integralizar): essa conta representa a
parcela do capital subscrito, mas que ainda não foi integralizado pelos
sócios ou acionistas;
109
– Prejuízos Acumulados: essa conta registra os prejuízos acumulados pela
entidade ao longo dos vários exercícios. Esses valores ficarão registrados
para eventuais absorções futuras por lucros auferidos posteriormente.
– Ações em Tesouraria: é uma conta retificadora do Patrimônio Líquido
que registra o valor das ações da empresa que ela mesma adquiriu.
O resultado na venda posterior dessas ações não deve transitar por contas
de resultado, devendo ser registradas diretamente em contas do PL.
Exemplos:
Compra de ações da própria empresa:
– Débito – Ações em Tesouraria (PL);
– Crédito – Caixa ou Bancos Conta Movimento (Ativo).
Venda de Ações em Tesouraria com ganho:
– Débito – Caixa ou Bancos Conta Movimento (Ativo);
– Crédito – Ações em Tesouraria (PL);
– Crédito – Reserva de Capital (PL).
Venda de Ações em Tesouraria com perda:
– Débito – Caixa ou Bancos Conta Movimento (Ativo);
– Débito – Prejuízos Acumulados;
– Crédito – Ações em Tesouraria (PL);
– Ajustes de Avaliação Patrimonial (quando negativos): diferenças negati-
vas ocorridas na reavaliação de bens do ativo ou obrigações do passivo.
Exemplo: imóvel registrado por R$ 300.000,00, mas que é reavaliado
(valor de mercado) para R$ 200.000,00.
Exercício
como:
a) Reserva de capital, quando gerarem um ganho.
b) Outras receitas operacionais, quando gerarem ganho.
c) Ágio na venda de ações, quando gerarem perda.
d) Ações em tesouraria, quando gerarem uma perda.
e) Reserva de lucros, se gerarem perda.
110
2. Conceito e Estrutura da DRE
2.1 Apresentação
2.2 Síntese
A DRE (Demonstração do Resultado do Exercício) é a demonstração con-
tábil que tem por objetivo evidenciar a situação econômica da entidade, a qual
se traduz na apuração do lucro ou prejuízo líquido do período.
Ela traz somente contas de resultado (receitas e despesas) e, assim, funcio-
na como complemento ao balanço, que traz as contas patrimoniais.
A estrutura da DRE, ou seja, como são realizados os cálculos, é feito da
seguinte forma:
A DRE começa com o valor das vendas brutas e termina com o cálculo do
resultado líquido do exercício (lucro ou prejuízo), de acordo com a sequência
abaixo:
Receita Bruta de Vendas (Receita Operacional Bruta):
(–) Deduções de Vendas (devoluções, abatimentos, impostos, etc.)
(=) Receita Líquida de Vendas (Receita Operacional Líquida)
(–) CMV
(=) Resultado Operacional Bruto
(–) Despesas com Vendas
(–) Despesas Administrativas
(–) Despesas Gerais
(+) Receitas Financeiras
(–) Despesas Financeiras
(+) Outras Receitas
(–) Outras Despesas
(+) Receitas de Equivalência Patrimonial
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
74. (Exatus – Detran – RJ – Analista – Contabilidade – 2012) A De-
monstração do Resultado do Exercício deverá conter algumas rubri-
cas, obedecidas também as determinações legais. Assinale a alterna-
tiva abaixo que não integra essa Demonstração Contábil:
a) Receitas.
b) Custo dos Produtos Vendidos, das Mercadorias Vendidas ou dos
Serviços Prestados.
c) Ajustes de Exercícios Anteriores.
d) Despesas e Receitas Financeiras.
3.2 Síntese
Para melhor entendimento da DRE, vejamos os seguintes exemplos:
Primeiro Exemplo:
Dados:
– Vendas Brutas = 100.000
– Devoluções Vendas = 1.000
– Descontos Incondicionais = 6.000
Contabilidade Geral e Pública
Nesta unidade, veremos mais um exemplo de DRE; desta vez, com cálculo
de participações sobre o lucro.
4.2 Síntese
Continuando os estudos sobre o DRE, vejamos mais um exemplo.
Dados:
– Vendas Brutas = 100.000
– Descontos Incondicionais = 5.000
Contabilidade Geral e Pública
1.2 Síntese
O fato gerador do IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL) é o auferimento de lucro pela entidade num certo período (lucro fiscal).
A base de cálculo é basicamente o lucro do período, o qual, porém, pode
ser calculado de quatro formas diferentes (formas de apuração):
117
– Lucro Real;
– Lucro Presumido;
– Lucro Arbitrado;
– Simples Nacional.
Embora na prática algumas vezes sejam reconhecidas algumas pequenas
diferenças entre a base de cálculo do IRPJ e da CSLL, nos concursos públicos,
costuma-se considerar a base de cálculo de ambos os tributos como iguais.
Período de apuração é a periodicidade, na qual a empresa terá que calcular
o IRPJ e CSLL a serem pagos.
Os períodos são:
– Lucro Real: anual ou trimestral;
– Lucro Presumido: trimestral;
– Lucro Arbitrado: trimestral;
– Simples Nacional: mensal.
As alíquotas do IRPJ e da CSLL serão as mesmas, não importando a forma
de cálculo do lucro.
IRPJ:
– básica: 15%;
– adicional: 10% sobre o valor do lucro que ultrapassar R$ 20.000,00 x
número de meses do período de apuração.
CSLL: 9% (regra) ou 15% (exceções).
Como exemplos têm-se:
a) PA trimestral:
– Lucro = 100.000
– IRPJ = 100.000 x 15% + (100.000 – 20.000 x 3) x 10% = 19.000
– CSLL = 100.000 x 9% = 9.000
b) PA anual:
– Lucro = 300.000
– IRPJ = 300.000 x 15% + (300.000 – 20.000 x 12) x 10% = 51.000
– CSLL = 300.000 x 9% = 27.000
Na forma de cálculo no Lucro Real, a entidade calcula o IRPJ e a CSLL
sobre o lucro líquido contábil de fato auferido, ajustado, porém, pelas adições,
exclusões e compensação de prejuízos anteriores previstas na legislação fiscal.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
75. (Funiversa – Sejus-DF – 2010) O imposto de renda das pessoas jurídi-
cas, por opção ou determinação legal, não pode ser apurado do lucro:
a) Bruto.
b) Real.
c) Presumido.
d) Simples.
e) Arbitrado.
2. Lucro Real
Contabilidade Geral e Pública
2.1 Apresentação
3.2 Síntese
A lei determina que a empresa possa optar pelo Lucro Real no período
de apuração anual, na qual a empresa vai ao final do ano verificar se, de fato,
ocorreu mais imposto do que o devido ou pode optar pelo lucro real período de
apuração trimestral, em que ela vai calcular em cada trimestre.
Se a empresa optar pelo Lucro Real no período de apuração anual, terá
que recolher as chamadas estimativas, que são os valores que ela vai recolher
mensalmente e, no final do ano, fazer um encontro de contas para verificar se
pagou mais ou menos que o devido.
Uma das formas de apuração do IRPJ é o chamado Lucro Real. Este pode
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
77. A empresa Alpha, contribuinte de IRPJ e CSLL pelo Lucro Real,
período de apuração anual, obteve as seguintes receitas no mês de
janeiro de 2013:
– revenda Mercadorias: 100.000;
– prestação de Serviços: 10.000.
Contabilidade Geral e Pública
4.2 Síntese
Para melhor entendimento da matéria, vejamos o seguinte exemplo:
Uma empresa prestadora de serviços, optante pelo Lucro Real Anual, trou-
xe em sua DRE as seguintes informações:
Vendas Brutas = 100.000
Descontos Incondicionais = 5.000
ICMS sobre Vendas = 22.000
CMV (ou CPV ou CSP) = 30.000
Despesas com Vendas = 10.000
Na apuração do Lucro Real, no fim do ano, verificou-se:
a) que a empresa tinha em prejuízos acumulados o valor de R$ 50.000;
b) a necessidade de se realizar as seguintes adições: R$ 20.000, e as seguin-
tes exclusões: R$ 10.000.
A mesma recolheu, ao longo do ano, a título de antecipações, R$ 4.000 de
IRPJ e R$ 2.000 de CSLL. Teve retido na fonte, pelos seus clientes, um total
de R$ 1.000 de IRPJ e R$ 500 de CSLL. Diante disso, pergunta-se: a empresa
terá que recolher ainda IRPJ (15%) e CSLL (9%) no final do período ou terá
direito à restituição desses valores?
O que a empresa pagou ao longo do ano é a soma das estimativas com os
valores retidos na fonte.
Contabilidade Geral e Pública
IRPJ pago = soma do IRPJ que recolheu com estimativa + aquilo que os
fornecedores detiveram do pagamento dela quando foram pagar pelos serviços
prestados, ou seja, R$ 4.000,00 + R$ 1.000,00 = R$ 5.000,00 pagos de IRPJ,
tanto o que foi pago como estimativas, quanto o que foi retido na fonte pelas
empresas que prestaram os serviços.
CSLL paga = o total retido a título de estimativa no valor de R$ 2.000,00
+ o que seus pagadores retiveram na fonte, ou seja, R$ 500,00 = R$ 2.500,00.
123
A diferença a ser recolhida é de R$ 525,00 de IR.
Na CSLL, deveriam ter pagado R$ 2.709,00, mas pagaram R$ 2.500,00.
A diferença a ser recolhida a título de CSLL é de R$ 209,00.
5. Lucro Presumido
5.1 Apresentação
5.2 Síntese
No Lucro Presumido, a base de cálculo do IRPJ e da CSLL é um percen-
tual da receita bruta.
Esse percentual é o mesmo da base de cálculo das estimativas, no caso do
Lucro Real anual:
Atividade da empresa % Receita Bruta
Revenda de Combustível 1,6%
Indústria, Comércio, Serviços Hospitalares, Transpor- 8%
te de Carga
Transporte, exceto carga 16%
Serviços em Geral – receita bruta anual até R$ 16%
120.000,00
Serviços em Geral – receita bruta maior que R$ 32%
120.000,00
A diferença é que, no lucro presumido, não é feito, no final do exercício, o
cálculo do lucro fiscal, para fins de ajuste.
Se a empresa for contribuinte do IRPJ Lucro Presumido, deverá pagar o
Contabilidade Geral e Pública
imposto mesmo que não tenha tido lucro, uma vez que o lucro é presumido.
O período de apuração do Lucro Presumido é sempre trimestral, ou seja, a
cada 3 (três) meses, a empresa deverá recolher o IRPJ e a CSLL devidos sobre
o percentual da receita bruta.
Excetuando-se as empresas obrigadas a apurar o IRPJ e a CSLL pelo Lucro
Real, qualquer empresa pode optar pelo lucro presumido, sendo que tal opção
é feita no momento de recolhimento do imposto referente ao 1º trimestre.
124
Se a empresa exercer mais de uma atividade, aplicar-se-á o percentual de
cada atividade sobre as receitas respectivas.
Na receita bruta, excluem-se as vendas canceladas e descontos incondicio-
nais concedidos.
Os ganhos de capital, os rendimentos de aplicações financeiras, os ganhos
líquidos em operações de renda variável, se houver, deverão ser adicionados ao
resultado obtido pela aplicação dos percentuais referidos sobre a receita bruta,
para fins de aplicação da alíquota.
Em 31 de dezembro, o contribuinte deverá somar o valor que recolheu
de estimativas de IRPJ e CSLL com os valores retidos na fonte por terceiros, e
compará-lo com os valores calculados pelo lucro real.
A empresa poderá fazer, em qualquer mês, um “balanço de suspensão”,
para verificar qual o seu lucro obtido até aquele mês e se o total de IRPJ e
CSLL pagos por estimativa até ali foi maior do que o valor que deveria ter sido
pago com base nesse lucro.
Exercício
78. A empresa “Bom Preço Ltda.”, optante pelo Lucro Presumido, obte-
ve as seguintes receitas no 1º trimestre de 2013:
– revendas de mercadorias: 200.000;
– prestação de serviços limpeza: 50.000;
– Ganho de Capital Venda Imobiliária: 20.000
Qual o valor a ser pago de IRPJ e CSLL?
6. Lucro Arbitrado
6.1 Apresentação
6.2 Síntese
A apuração do IRPJ e da CSLL pelo Lucro Arbitrado não é opção do contri-
buinte, nem tampouco uma penalidade, embora seja usada no caso de descum-
primento de obrigações impostas pela legislação tributária.
125
Somente haverá arbitramento nos casos previstos na legislação, quais sejam:
– quando a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evi-
dentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que
a tornem imprestável para:
a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou
b) determinar o lucro real;
– o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e
documentos da escrituração comercial e fiscal, ou deixar de apresentar
o livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação
financeira, inclusive bancária, quando optar pelo lucro presumido e
não mantiver escrituração contábil regular;
– o contribuinte optar indevidamente pelo lucro presumido;
– o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de
escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do
comitente, residente ou domiciliado no exterior;
– o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas con-
tábeis recomendadas, livro Razão ou fichas utilizadas para resumir, to-
talizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário;
– o contribuinte não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e
fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela
legislação fiscal, nos casos em que o mesmo se encontre obrigado ao
Lucro Real.
O período de apuração do Lucro Arbitrado é sempre trimestral, sendo que
podem ser arbitrados um, dois, três ou os quatro trimestres do exercício.
O Lucro Arbitrado pode ser calculado de duas formas:
a) percentual aplicado sobre a receita bruta, quando esta for conhecida (os
percentuais serão os mesmos do Lucro Presumido, acrescidos de 20%):
Atividade da Empresa % Receita Bruta
Revenda de Combustível 1,92%
Indústria, Comércio, Serviços Hospitalares, Transpor- 9,6%
te de Carga
Transporte (exceto carga) 19,2%
Serviços em Geral – receita bruta anual até R$ 19,2%
Contabilidade Geral e Pública
120.000,00
Serviços em Geral – receita bruta maior que R$ 38,4%
120.000,00
b) com base em outros critérios, quando desconhecida a receita bruta.
Exemplos:
– Lucro Real do último período em que a escrituração comercial e fiscal
encontrava-se de acordo com a legislação;
126
– soma dos valores do ativo, existentes no último balanço patrimonial co-
nhecido;
– valor das compras de mercadorias efetuadas no mês;
– valor mensal do aluguel.
Exercício
79. Sobre o cálculo do lucro arbitrado, assinale a alternativa correta:
a) É uma opção do contribuinte.
b) É uma forma de punição do contribuinte.
c) Só pode ser utilizado nas hipóteses legais.
d) Somente pode ser calculado pela autoridade tributária quando
conhecida a receita bruta.
7. Simples Nacional
7.1 Apresentação
7.2 Síntese
O Simples Nacional é uma tentativa de dar um tratamento diferenciado
para microempresas e pequenas empresas. Tratamento diferenciado no que se
refere aos tributos.
O Simples Nacional é uma das formas de cálculo do IRPJ e a CSLL, po-
dendo ser usado pelas microempresas e pequenas empresas, que não incidam
em nenhuma hipótese de vedação.
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado e favorecido
Contabilidade Geral e Pública
para:
a) Microempreendedores Individuais;
b) Microempresas;
c) Empresas de Pequeno Porte.
O microempreendedor individual está isento do IRPJ, CSLL, PIS/Pasep,
Cofins e IPI, pagando um valor único que englobará ICMS ou ISS e contri-
buição para o INSS.
127
As definições são:
– Microempreendedor Individual (MEI): pessoa que trabalha por conta
própria e que se legaliza como pequeno empresário. Deve faturar no má-
ximo até R$ 60.000,00 por ano e não ter participação em outra empresa.
– Microempresa (ME): empresário individual ou pessoa jurídica que te-
nha receita bruta anual de no máximo R$ 360.000,00.
– Empresa de Pequeno Porte (EPP): empresário individual ou pes-
soa jurídica que tenha receita bruta anual entre R$ 360.000,00 e R$
3.600.000,00.
Existem algumas microempresas e pequenas empresas que, por vedação
legal, não podem optar pelo Simples Nacional.
Não poderá optar pelo Simples Nacional, a pessoa jurídica:
I – de cujo capital participe outra pessoa jurídica;
II – que seja filial, sucursal, agência ou representação no país de pessoa
jurídica com sede no exterior;
III – de cujo capital participe pessoa física empresária, ou seja, sócia de
outra empresa que opte pelo Simples Nacional, se a receita bruta global ultra-
passar R$ 3.600.000,00;
IV – cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra
empresa que não seja micro ou pequena, se a receita bruta global ultrapassar
R$ 3.6000.000,00;
V – cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa ju-
rídica com fins lucrativos, se a receita bruta global ultrapassar R$ 3.600.000.00;
VI – constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo;
VII – que participe do capital de outra pessoa jurídica;
VIII – que exercer atividade de banco comercial ou assembleia;
IX – a empresa resultante ou remanescente de cisão ou outra forma de
desmembramento de pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos 05 anos
anteriores;
X – constituída sob a forma de sociedade por ações.
Consiste, entre outras coisas, na simplificação do procedimento de paga-
mento de tributos, permitindo o recolhimento, mediante um só documento
de arrecadação (DAS), dos seguintes tributos federais, estaduais e municipais:
Contabilidade Geral e Pública
a) IRPJ;
b) CSLL;
c) IPI;
d) PIS/Pasep;
e) Cofins;
f) ICMS;
g) ISS;
h) CPP (contribuição patronal para INSS).
128
Exercício
80. Sobre o Simples Nacional, assinale a alternativa correta:
a) Pode ser utilizado por qualquer empresa.
b) Pode ser utilizado por qualquer microempresa.
c) Abrange o Imposto de Importação.
d) Abrange somente tributos federais.
e) O valor a ser calculado depende da Receita Bruta Anual.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 16
Apresentação. Conceitos
Básicos
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Contabilidade Aplicada ao Setor Público é o ramo da ciência contábil
que aplica, no processo gerador de informações, os Princípios Fundamentais
de Contabilidade e as normas contábeis direcionados ao controle patrimo-
nial de entidades do setor público.
130
Existem dois grandes ramos na contabilidade:
– contabilidade privada, comercial, empresarial: controla o patrimônio
privado; e
– contabilidade pública, ou aplicada ao setor público ou contabilidade
governamental: controla o patrimônio público.
A contabilidade privada sempre teve que seguir as resoluções do CFC. Já
a contabilidade pública não deu importância às resoluções do CFC, sendo
sempre regida por leis próprias.
A contabilidade pública sempre trabalhou com leis, principalmente, a Lei
nº 4.320/1964 e a Lei Complementar nº 101/2000. Mas, atualmente, tem uma
aplicação do CFC na contabilidade pública.
A contabilidade pública tem por objetivo fornecer informações para:
a) as corretas tomadas de decisões pelos Administradores Públicos;
b) a adequada prestação de contas por parte de quem administrar ou se
utilizar de recursos públicos;
c) o exercício do controle social sobre os atos do Administrador Público
(função social da contabilidade).
Exercício
81. Sobre os objetivos da contabilidade pública, considere:
I. Fornecer informações úteis e confiáveis aos gestores públicos.
II. Determinar, de forma impositiva, as decisões a serem tomadas
pelos administradores públicos.
III. Permitir a adequada prestação de contas pelos administradores
públicos.
IV. Permitir que a sociedade acompanhe a gestão dos recursos públicos.
V. Fornecer informações para a tomada de decisão dos administrado-
res de empresas privadas.
Estão corretas:
a) Todas as afirmações.
b) As afirmações I, II, III e IV, somente.
c) As afirmações I, III e IV, somente.
d) As afirmações I e III, somente.
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
As autarquias são pessoas jurídicas criadas pelo Poder Público, submetidas
ao regime jurídico de direito público (mesmas prerrogativas da Administração
Direta) e que exercem alguma atividade típica da Administração Pública.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
82. Sobre autarquias, assinale a alternativa correta:
a) Fazem parte da Administração Direta.
b) São criadas para exercer atividade econômica, visando, assim, o
lucro.
c) Somente podem ser criadas pela União.
d) São entidades que pautam pelo regime jurídico de direito público.
e) Podem ter os seus bens penhorados por determinação judicial.
4.2 Síntese
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
83. Qual das alternativas traz somente entidades que devem obedecer às
normas da contabilidade pública?
a) Entidades sem fins lucrativos, Prefeituras e Fundações.
b) Autarquias, Estados e empresas estatais dependentes.
c) Agências reguladoras, Banco Central e bancos estatais.
d) Bancos de fomento, Banco Central e Fundos de Previdência.
e) Banco Central, empresas de economia mista e Caixas Econô-
micas.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 17
Patrimônio Público
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Patrimônio Público é conjunto de direitos e bens, tangíveis ou intangíveis,
adquiridos, produzidos, recebidos ou utilizados por entidades do setor público,
que represente fluxo de benefícios, presente ou futuro, inerente à prestação de
serviços públicos ou à exploração econômica por entidades do setor público, e
suas obrigações (NBC T 16.2, do CFC).
136
O Patrimônio Líquido (PL) divide-se em três grandes classes:
a) Ativo;
b) Passivo (Passivo Exigível); e
c) Patrimônio Líquido.
Ativo é o conjunto de recursos controlados pela entidade como resultado
de eventos passados e do qual se espera que resultem para a entidade benefícios
econômicos futuros.
Divide-se em:
1) circulante – ativos que:
– estejam disponíveis para realização imediata; ou
– tinham expectativa de realização de até 12 meses da data das demons-
trações contábeis;
2) não circulante – demais ativos.
Os bens públicos podem ser classificados da seguinte forma:
– bens de uso comum: bens que não pertencem a ninguém, mas sim a
um todo; por exemplo, praias, pacas e ruas;
– bens de uso especial: são os bens que são públicos e são destinados para
um uso específico, podendo limitar o uso do particular; por exemplo,
um prédio de um banco público;
– bens dominicais: são os bens que de fato pertencem ao ente público
que, inclusive, pode vendê-lo.
Exercício
2.1 Apresentação
Exercício
85. (FCC – TCE-SP – Agente Fiscalização Financeira – 2012 – Adapta-
da) Sobre patrimônio público, considere:
I. O patrimônio público, de acordo com as normas brasileiras de
contabilidade, é estruturado em três grupos: ativos, passivos e patri-
mônio líquido.
II. Os bens de uso comum do povo constituem o patrimônio das
pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal,
ou real, de cada uma dessas entidades.
III. Os passivos são obrigações presentes da entidade, cujos paga-
mentos se esperam que resultem saídas capazes de gerar benefícios
econômicos.
IV. A conta “Capital a Integralizar” é conta devedora do Patrimônio
Líquido, nas entidades governamentais.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
Contabilidade Geral e Pública
Princípios da Contabilidade
Aplicada ao Setor Público
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
O Princípio da Entidade define-se da seguinte forma: o patrimônio público
é o objeto da contabilidade pública e o patrimônio das entidades públicas ou
privadas que utilizam recursos públicos; não se confunde com o patrimônio de
seus sócios ou de seus administradores.
139
O Princípio da Continuidade pressupõe que a entidade continuará em ope-
ração no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes
do patrimônio levam em conta esta circunstância.
No âmbito da entidade pública, a continuidade está vinculada ao estrito cum-
primento da destinação social do seu patrimônio, ou seja, a continuidade da en-
tidade se dá enquanto perdurar sua finalidade (Resolução CFC nº 1.111/2007).
O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apre-
sentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e
tempestivas.
A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da in-
formação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso, é necessá-
rio ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação.
Exercício
86. (Esaf – DNIT – Analista Administrativo – Contábil – 2013) A respei-
to da aplicação do princípio de contabilidade da entidade no setor
público, é correto afirmar:
a) A autonomia patrimonial no ente público é limitada em razão
da obrigatoriedade da destinação social desse patrimônio.
b) O princípio tem aplicação limitada porque nem todas as entida-
des públicas são pessoas jurídicas.
c) Embora exista a necessidade de responsabilização pela gestão
do patrimônio público, não é possível caracterizar as entidades
pelo conceito contábil.
d) O princípio aplica-se de forma limitada uma vez que a destina-
ção e autonomia do patrimônio dependem das definições das
políticas públicas.
e) O princípio firma-se pela autonomia e responsabilização do pa-
trimônio pertencente ao ente público e necessidade de respon-
sabilização pela gestão.
da Prudência
2.1 Apresentação
Exercício
87. (Consulplan – TSE – Analista Judiciário – 2012) (...) A abertura
de créditos adicionais extraordinários, destinados a atendimento de
despesas imprevisíveis e urgentes, deve ser feita por decreto do Poder
Executivo e submetidos ao Legislativo correspondente, possibilitan-
do o registro tempestivo de fatos que afetam o patrimônio público.
O evento apresentado está relacionado com o Princípio da:
a) Competência.
b) Entidade.
c) Oportunidade.
d) Prudência.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 19
Orçamento Público
1. Conceito e Aprovação
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
De uma forma simples, o orçamento pode ser definido como a previsão de
receitas e autorização de despesas para um determinado período.
Essa autorização é dada pelo Poder Legislativo aos demais Poderes.
Atualmente, entende-se que o orçamento é um importante instrumento de
planejamento estatal, com definição de metas e objetivos a serem alcançados
com os recursos disponibilizados, buscando-se uma integração entre o planeja-
mento, a programação e a orçamentação (orçamento-programa).
142
O orçamento é aprovado pelo Poder Legislativo de cada ente da Federação,
a partir da discussão de proposta encaminhada pelo Poder Executivo.
Assim, o Presidente da República encaminha projeto de orçamento federal
ao Congresso Nacional, que irá aprová-lo, com alterações que julgar conve-
nientes. Da mesma forma, o Governador encaminha o projeto de orçamento
estadual à Assembleia Legislativa, que irá aprová-lo, e o Prefeito encaminha a
proposta de orçamento municipal à Câmara dos Vereadores.
O orçamento é aprovado por uma lei formal e, após sua aprovação pelo
Legislativo, deverá ser sancionado pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente
da República, Governador ou Prefeito).
Exercício
88. (Cespe – CNJ – Técnico Judiciário – 2013) Julgue o item seguinte
em (C) certo ou (E) errado:
“Os esforços para a integração entre planejamento, programação e
orçamentação marcam a evolução da integração do planejamento
no orçamento público.”
2.2 Síntese
Segundo o Princípio da Legalidade, o orçamento deve ser aprovado por lei
formal, ou seja, é o Poder Legislativo, em cada esfera de governo, que define
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
89. (Ceperj – Procon – 2012) A Constituição Federal preconiza que a
Lei Orçamentária Anual compreenderá o orçamento fiscal, o orça-
mento de investimento das empresas e o orçamento da seguridade
social.
Nesse diploma legal está implícita a essência do seguinte princípio
orçamentário:
a) Universalidade.
b) Exclusividade.
c) Especificação.
d) Orçamento bruto.
e) Unidade.
3.2 Síntese
Segundo o Princípio do Orçamento Bruto, todas as parcelas da receita e da
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
90. (Cespe – CNJ – Analista – 2013) Julgue o item seguinte como (C)
certo ou (E) errado:
“O princípio do orçamento bruto faz com que a peça orçamentária
contenha muitas informações — que, inclusive, poderiam ser elimi-
nadas, se usados dados líquidos sobre receitas e despesas —, vez que
não há ganho efetivo originado do uso de informações brutas.”
91. Uma lei orçamentária que preveja a criação de um tribunal fere o
Princípio da:
a) Anualidade.
b) Universalidade.
c) Exclusividade.
d) Unidade.
e) Especificação.
4.2 Síntese
Segundo o Princípio do Equilíbrio, o total das despesas não deve ultrapas-
sar o total das receitas para o exercício, ou seja, o total de receitas deve ser igual
ao total de despesas.
145
Já o Princípio da Especificação determina que a lei orçamentária deve tra-
zer as receitas e as despesas com um nível satisfatório de detalhamento, facili-
tando sua análise por parte dos interessados.
Para o Princípio da Publicidade, o conteúdo do orçamento deve ser de co-
nhecimento público, divulgado pelos meios oficiais, possibilitando o controle
social. Como o orçamento é aprovado por lei, esse princípio é obedecido na
publicação da lei orçamentária.
O Princípio da Exatidão determina que as receitas e despesas devem ser
previstas no orçamento da forma mais exata possível.
Por fim, tem-se o Princípio da Não Afetação, também chamado de Princí-
pio da Não Vinculação, que proíbe a vinculação de receita de impostos a órgão,
fundo ou despesa, ressalvadas as exceções previstas na Constituição Federal.
Exercícios
92. (FCC – TRT-6ª – Analista – 2012) O Princípio que exige a inclusão
na Lei Orçamentária Anual de todas as receitas e despesas orçamen-
tárias é o da:
a) Competência.
b) Unidade.
c) Exclusividade.
d) Universalidade.
e) Anualidade.
93. (UFPR – Contador – 2010) A respeito dos princípios orçamentários,
assinale a alternativa correta:
a) O princípio da anualidade diz que o orçamento deve conter to-
das as receitas e despesas da administração pública.
b) O princípio da universalidade prevê que o orçamento deve ser
único.
c) Segundo o principio da especificação, o montante da despesa
não deve ultrapassar a receita prevista para o período.
d) Segundo o princípio da exclusividade, a composição do orça-
mento deve ser divulgada por meio de veículo oficial de comu-
Contabilidade Geral e Pública
Leis Orçamentárias
1.2 Síntese
No Brasil, cada ente da Federação (União, Estados e Municípios) deve ela-
borar três leis orçamentárias:
a) Plano Plurianual (PPA);
b) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO); e
c) Lei Orçamentária Anual (LOA).
O PPA estabelece as diretrizes, objetivos e metas, de forma regionalizada,
da administração pública para os quatro anos seguintes. Prevê as despesas de
147
capital e as de custeio delas decorrentes, bem como as despesas relativas aos
programas de duração continuada.
O prazo para encaminhamento da proposta do PPA do Executivo para o
Legislativo é 31 de agosto do primeiro ano de Governo.
Já o prazo para aprovação pelo Poder Legislativo é o encerramento da ses-
são legislativa.
Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro
poderá ser iniciado sem prévia inclusão no Plano Plurianual.
Exercício
94. (FCC – TRT-3ª – Analista – 2005) A lei que estabelece, de forma
regionalizada, as diretrizes, os objetivos e metas da administração pú-
blica federal para as despesas de capital e outras dela decorrentes é a:
a) De diretrizes orçamentárias.
b) Do orçamento anual.
c) Do plano plurianual.
d) Dos planos e programas nacionais.
e) Do plano diretor.
2.2 Síntese
A principal função da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é fazer a
intermediação entre o planejamento de longo prazo constante do PPA e o de
curto prazo constante da LOA.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
95. (FCC – TRE-PB – Analista – 2007) Nos termos da Constituição
Federal, compõe a lei de diretrizes orçamentárias:
a) Metas e prioridades para os 4 (quatro) anos do mandato e orien-
tações para elaboração do orçamento anual.
b) Orçamento fiscal; orçamento de investimento das estatais; orça-
mento da seguridade social.
c) Metas e prioridades para o exercício subsequente; alterações na
legislação tributária; política de aplicação das agências oficiais
de fomento.
d) Programas de duração continuada; diretrizes e objetivos para as
despesas de capital; critérios para limitação de empenho.
e) Todos os investimentos cuja execução ultrapasse um exercício
financeiro.
3.2 Síntese
Lei Orçamentária Anual (LOA) é o orçamento propriamente dito, à qual se
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
96. (Cespe – MS – 2010) Julgue o item seguinte como (C) Certo ou (E)
Errado:
“A LOA compreende o orçamento de investimentos das empresas
em que a União indiretamente detenha a maioria do capital social
com direito a voto.”
Receitas Públicas
1.2 Síntese
Existem dois conceitos diferentes para determinar o que são receitas públi-
cas: o conceito legal e o conceito doutrinário.
– conceito legal (implícito na Lei nº 4.320/1964): receitas públicas são
todos os ingressos de numerário (dinheiro) nos cofres públicos, não im-
portando sua natureza ou origem;
– conceito doutrinário: receitas públicas são os ingressos financeiros
que produzem acréscimos patrimoniais, sem gerar obrigações, re-
151
servas ou reivindicações de terceiros. São as entradas definitivas de
recursos nos cofres públicos.
Deve-se atentar que em provas de concursos, normalmente, adota-se o con-
ceito legal.
Quanto à origem, as receitas públicas se classificam da seguinte forma:
– receitas originárias: obtidas pelo Estado a partir da exploração de seu
próprio patrimônio. Exemplos: rendimentos de aplicações financeiras,
vendas e aluguéis de imóveis, venda de bens e serviços produzidos;
– receitas derivadas: obtidas pelo Estado a partir da exploração do patri-
mônio alheio (contribuições obrigatórias). São os tributos e as multas.
Exercícios
97. (FCC – PGE-AM – 2010) Classificam-se as receitas públicas em
originárias e derivadas. São exemplos de receita derivada e receita
originária, respectivamente:
a) Taxa de lixo domiciliar e pagamento pelo consumo de energia
elétrica.
b) Empréstimo compulsório e contribuição de intervenção no do-
mínio econômico.
c) Taxa de lixo urbano e imposto sobre a propriedade predial e
territorial urbana.
d) Imposto sobre a renda e contribuição de intervenção no domí-
nio econômico.
e) Contribuição de melhoria e contribuição social.
98. (Cespe – TRF 2ª Região – 2009) Um comerciante resolve aumentar
a área de seu estabelecimento e passa a pagar, mensalmente, um va-
lor ao ente da Federação para poder utilizar área pública contígua a
seu estabelecimento (servidão). A respeito dessa situação hipotética,
assinale a opção correta:
a) A receita auferida pelo ente da Federação classifica-se como de-
rivada, por ser advinda da exploração de atividade econômica.
b) O ingresso do valor é temporário, uma vez que, em algum mo-
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
Quanto à natureza ou categoria econômica, as receitas públicas se classifi-
cam da seguinte forma:
1) receitas orçamentárias: receitas que devem constar da Lei Orçamentária
Anual, por pertencerem de fato ao ente público. Dividem-se em:
1.1) receitas de capital: são receitas eventuais, com as quais o ente público
não pode contar para fechar as contas. São de cinco tipos: operações de crédito;
alienação de bens; amortização de empréstimos concedidos; transferências de
capital; superávit do orçamento corrente;
1.2) receitas correntes: são todas as outras, e se caracterizam por serem
constantes. O ente pode contar com essas receitas para fechar as contas. São
classificadas em cinco categorias: receitas tributárias; receitas de contribuições;
receitas patrimoniais; receitas agropecuárias, industriais e serviços; transferên-
cias correntes;
2) receitas extraorçamentárias: são receitas que não constam do orçamento.
Isso porque representam valores que, embora tenham ingressado nos cofres
públicos, não pertencem de fato ao ente público, que detém a sua posse de
forma temporária.
Como exemplos de receitas extraorçamentárias têm-se: cauções; pagamen-
tos não reclamados por terceiros; valores recolhidos de terceiros e que devem ser
repassados ao titular; operações de crédito por antecipação de receita (ARO).
Exercício
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
As Antecipações de Receita Orçamentária (ARO) ou Operações de Crédito
por Antecipação de Receita Orçamentária são operações de créditos feitas para
atender a insuficiências de caixa dentro do exercício financeiro.
São requisitos para que uma operação de crédito seja classificada como ARO:
– deve ser contratada somente após 10 de janeiro, não podendo ser con-
tratada no último ano do mandato do governante;
– deve ser liquidada até o dia 10 de dezembro do mesmo ano em que
contratada;
Contabilidade Geral e Pública
Exercícios
100. (Cespe – Analista – Anatel – 2012) Julgue o item a seguir:
“As operações de crédito por antecipação de receita orçamentária
integram a lei orçamentária anual (LOA) e são classificadas, quanto
à natureza econômica, como despesas de capital.”
101. (FCC – Analista de Controle – TCE/PR – 2011) No dia 30 de ja-
neiro do penúltimo ano de mandato o prefeito de um Município do
Estado do Paraná, realizou operação de crédito por antecipação da
receita orçamentária para atender insuficiência de caixa, obrigação
liquidada em 15 de dezembro do mesmo ano. Nesse caso:
a) Houve ilegalidade, pois não é possível tratar de operação de cré-
dito nos dois últimos anos;
b) Não houve ilegalidade, pois respeitado o prazo-limite para con-
tratação de tal operação, que é a partir do 10º dia do início do
exercício.
c) Houve ilegalidade, pois a liquidação deveria ter ocorrido até o
dia 10 de dezembro.
d) Houve ilegalidade, uma vez que a operação de crédito foi con-
tratada para atender insuficiência do caixa, hipótese que confi-
gura planejamento inadequado.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 22
Despesas Públicas
1.2 Síntese
Existem dois tipos de conceito de despesas públicas. São eles o conceito
legal e o conceito doutrinário:
– conceito legal (implícito na Lei nº 4.320/1964): despesas públicas são
todas as saídas de numerário (dinheiro) nos cofres públicos, não impor-
tando sua natureza ou origem;
– conceito doutrinário: são as saídas financeiras que produzem decrés-
cimos patrimoniais, sem gerar direitos ou aquisição de bens. São as
156
saídas definitivas de recursos dos cofres públicos e que diminuem o
valor do patrimônio líquido.
A categoria econômica se classifica quanto às despesas. São elas:
1) despesas orçamentárias: despesas que devem constar da Lei Orçamentá-
ria Anual, por necessitarem de autorizações legislativas para serem incorridas.
Dividem-se em:
1.1) despesas de capital: estão relacionadas, principalmente, à compra de
bens usados. Essas despesas se subdividem em:
– investimentos: despesas com a criação de um bem público novo, de um
programa novo, aquisição de imóveis ainda novos pela Administração;
– inversões financeiras: troca de dinheiro por bens já em utilização (usa-
dos) e aquisição de ações de entidades já constituídas;
– transferências de capital: valores repassados pelo ente público a outra
entidade para utilização em despesas de capital;
1.2) despesas correntes ou de custeio:
– despesas utilizadas para manutenção de um bem ou serviço público já
existente;
– transferências correntes: repasses a outros entes públicos para gasto em
despesas correntes;
2) despesas extraorçamentárias: pagamentos que não dependem de auto-
rização legislativa, ou seja, não constam do orçamento público. Nada mais
são do que a devolução de valores arrecadados sob o título de receitas ex-
traorçamentárias. Exemplos: devolução de cauções contratuais e liquidação
de ARO.
Exercício
material permanente:
a) Outras despesas correntes.
b) Despesas de inversões financeiras.
c) Despesas de investimento.
d) Despesas de aplicação direta.
e) Despesas de instalação.
157
2. Despesas Intraorçamentárias. Superávit
e Déficit
2.1 Apresentação
2.2 Síntese
Resultado orçamentário é a diferença entre as receitas previstas e as despe-
sas autorizadas.
Se o resultado for positivo, chama-se de superávit, já se for negativo, chama-
-se déficit.
Pelo princípio do equilíbrio, não poderá haver déficit do orçamento visto
como um todo. No entanto, poderá ocorrer o chamado superávit ou déficit
corrente.
Superávit corrente é a diferença positiva entre receitas correntes e despesas
correntes.
Déficit corrente é a diferença negativa entre receitas correntes e despesas
correntes.
A regra de ouro da Lei de Responsabilidade Fiscal determina que as recei-
tas de capital devem ser utilizadas somente para pagamento de despesas de
capital.
Assim, não se devem tomar empréstimos, por exemplo, para pagar funcio-
nários públicos (despesa de custeio).
É por essa razão que a Lei nº 4.320/1964 determina que o superávit do orça-
mento corrente é considerado receita de capital e, portanto, deve ser utilizado
para pagamento de despesas de capital, ou seja, sobrando receitas correntes
em relação às despesas correntes, tal sobra deve ser usada na criação de bem/
serviço público novo.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
103. A Câmara de determinado Município aprovou um orçamento com
as seguintes informações:
– Total de Receitas Orçamentárias: 100.000
– Total de Receitas de Capital Previstas: 20.000
158
Com base somente nessas informações, o limite para despesas cor-
rentes no orçamento é de:
a) Zero.
b) R$ 20.000.
c) R$ 80.000.
d) R$ 100.000.
e) Dependerá do valor das receitas extraorçamentárias.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 23
1. Estágios da Receita
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Estágios da Receita Pública são as diversas fases pelo qual a receita pública
vai passar até que aquele valor entre, de fato, nos cofres públicos.
São quatro os estágios da receita pública:
– previsão: é a fase que quantifica a expectativa de arrecadação. É feita com
base na quantia de receitas arrecadadas no exercício anterior, com os
ajustes aplicáveis. É feita quando da elaboração do orçamento público;
160
– lançamento: é o procedimento administrativo que permite aos Fiscos
cobrar as receitas devidas pelos contribuintes, identificando o contri-
buinte, calculando o valor devido e inscrevendo o valor em dívida ativa;
– arrecadação: estágio em que os contribuintes comparecem perante os
agentes arrecadadores (normalmente instituições financeiras) e reali-
zam o pagamento dos tributos e outros débitos para com o Estado;
– recolhimento: é a fase na qual ocorre o repasse dos valores recebidos
pelos agentes arrecadadores ao Poder Público. No caso da esfera fede-
ral, esses valores são repassados à Conta Única do Tesouro Nacional,
mantida pelo Banco Central.
Exercícios
2.1 Apresentação
Exercício
106. Determinado Estado da Federação comprou, em 10/11/XXX1, um
imóvel no valor de R$ 600.000,00, a ser pago em 60 prestações men-
sais, com início de pagamento em 01/01/XXX2.
Ao iniciar o exercício X1, tal Estado deverá fazer um empenho:
a) Ordinário no valor de R$ 600.000.
b) Global no valor de R$ 600.000.
c) Ordinário no valor de R$ 120.000.
d) Global no valor de R$ 120.000.
e) Por estimativa.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
107. Julgue os itens abaixo e assinale a opção correta:
I – Por pagamento da despesa entende-se o ato emanado de autori-
Contabilidade Geral e Pública
4. Restos a Pagar
4.1 Apresentação
4.2 Síntese
De acordo com a Lei nº 4.320/1964, consideram-se restos a pagar as despe-
sas legalmente empenhadas, mas não pagas dentro do exercício financeiro, ou
seja, até 31 de dezembro.
A inscrição de empenho em restos a pagar terá validade até 31 de dezembro
do ano subsequente, quando será automaticamente cancelado.
É vedada a reinscrição de empenhos em restos a pagar. O reconhecimento
de eventual direito do credor far-se-á pela emissão de nova nota de empenho,
no exercício do reconhecimento, à conta de despesas de exercícios anteriores.
Na inscrição, são considerados receita extraorçamentária do exercício
seguinte.
No pagamento, são considerados despesa extraorçamentária.
Os restos a pagar poderão ser de duas formas:
Contabilidade Geral e Pública
Dívida Pública
1.2 Síntese
A Dívida Pública pode ser Ativa ou Passiva.
a) Dívida Ativa: valores dos quais a Administração Pública é credora, ou
seja, são os valores que podem ser exigidos pelo Estado. Divide-se em:
– Dívida Ativa Tributária: representam tributos; e
– Dívida Ativa Não Tributária: representam outros créditos da Adminis-
tração Pública, que não tributos. Exemplos: valores contratuais e multas
de trânsito.
166
b) Dívida Passiva: valores dos quais a Administração Pública é devedora,
ou seja, são os valores que devem ser pagos pelo Estado a terceiros. A Dívida
Passiva divide-se em fundada e flutuante:
– Dívida Fundada (ou Consolidada): compreende os compromissos de
exigibilidade superior a 12 (doze) meses, contraídos para atender a
desequilíbrio orçamentário ou a financiamento de obras e serviços
públicos;
– Dívida Flutuante (Não Consolidada): são os compromissos de exigibili-
dade inferior a 12 meses, e compreende, entre outros:
I – os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;
II – os serviços da dívida a pagar (parcelas de amortização e de juros da
dívida fundada);
III – os depósitos de terceiros (consignações ou cauções);
IV – os débitos de tesouraria (ARO – operações de crédito por antecipação
de receita destinadas a cobrir insuficiências de caixa ou tesouraria).
Exercício
109. De acordo com a Lei Federal nº 4.320/1964:
I) compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos
para atender a desequilíbrio orçamentário ou financeiro de obras e
serviços público; e
II) restos a pagar, excluídos os serviços da dívida, serviços da dívida a
pagar, depósitos e os débitos de tesouraria.
Esses conceitos representam, respectivamente:
a) Dívida flutuante e dívida fundada.
b) Dívida fundada e dívida flutuante.
c) Dívida contratual e dívida flutuante.
d) Dívida de curto prazo e operações de créditos.
e) Dívida flutuante e dívida mobiliária.
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 25
Créditos Adicionais
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Os créditos adicionais são verdadeiras alterações na LOA, e são utilizados
para fazer frente a despesas imprevistas ou cujo valor previsto no orçamento
revela-se insuficiente.
Devem passar pelo crivo do Poder Legislativo, uma vez que se trata de uma
alteração do orçamento.
168
Os créditos adicionais podem ser:
– créditos suplementares;
– créditos especiais; e
– créditos extraordinários.
Os créditos suplementares são solicitados pelo Poder Executivo ao Poder
Legislativo para fazer frente a despesas previstas de forma insuficiente no orça-
mento (dotação orçamentária insuficiente).
Ao solicitá-los, o Poder Executivo deve justificar o pedido e demonstrar a
existência de recursos disponíveis.
São autorizados por lei e abertos por um decreto do Poder Executivo.
Exercício
110. (FCC – MPE-AP – Analista – 2012) O prefeito da cidade de Povo
Contente ao proceder à abertura de licitação para aquisição de me-
renda escolar foi avisado pelo Contador que a despesa não poderia
ser realizada por não ter saldo suficiente na dotação orçamentária.
Nestas condições, nos termos da Lei Federal nº 4.320/64, deve-se
abrir um crédito adicional:
a) Especial.
b) Extraordinário.
c) Suplementar.
d) Extraorçamentário.
e) Emergencial.
2. Créditos Especiais
2.1 Apresentação
2.2 Síntese
Créditos especiais são utilizados para custear uma despesa para a qual não
haja dotação orçamentária específica (despesa não prevista no orçamento).
Ao solicitar um crédito especial, assim como ocorre com os créditos suple-
mentares, o Poder Executivo deve justificar o pedido e demonstrar a existência
de recursos disponíveis.
169
São considerados recursos para abertura dos créditos suplementares e espe-
ciais, desde que não comprometidos:
I – o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício
anterior;
II – os provenientes de excesso de arrecadação, considerando-se a tendên-
cia do exercício;
III – os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias
ou de créditos adicionais, autorizados em lei;
IV – o produto de operações de crédito autorizadas;
V – a dotação global não especificamente destinada a órgão, unidade orça-
mentária, programa ou categoria econômica, denominada de reserva de con-
tingência; e
VI – os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do pro-
jeto de LOA, ficarem sem despesas correspondentes.
Assim como ocorre com os suplementares, os créditos especiais são auto-
rizados por Lei (Poder Legislativo) e abertos por Decreto do Poder Executivo.
Exercícios
111. (Cespe – TCE-RO – Agente Administrativo – 2013) Julgue a afirma-
ção seguinte como (C) Certa ou (E) Errada:
“É proibida a utilização de receita de capital como fonte de abertura
de crédito adicional suplementar ou especial.”
112. (Cespe – ANTT – Técnico Administrativo – 2013) Julgue a afirma-
ção seguinte como (C) Certa ou (E) Errada:
“A abertura dos créditos suplementares e especiais não depende ne-
cessariamente da existência de recursos disponíveis para atender a
despesa, mas, sim, da devida justificativa.”
3.1 Apresentação
Exercício
113. (Cespe – ANTT – Técnico Administrativo – 2013) Julgue a afirma-
ção seguinte como (C) Certa ou (E) Errada:
“É admitida a abertura de créditos extraordinários somente para
atender as despesas imprevisíveis e urgentes, como as resultantes de
guerra, comoção interna ou calamidade pública.”
Contabilidade Geral e Pública
Capítulo 26
Subsistemas da Contabilidade
Aplicada ao Setor Público
1.2 Síntese
A Resolução CFC nº 1.129 estabelece que a Contabilidade Aplicada ao
Setor Público é organizada na forma de sistema de informações, cujos subsis-
temas, conquanto possam oferecer produtos diferentes em razão da respectiva
especificidade, convergem para o produto final, que é a informação sobre o
patrimônio público.
172
Esses subsistemas são em número de quatro:
– subsistema orçamentário;
– subsistema patrimonial;
– subsistema de custos;
– subsistema de compensação.
Os lançamentos são feitos em cada subsistema pelo método das partidas
dobradas.
O subsistema orçamentário registra, processa e evidencia os atos e os fatos
relacionados ao planejamento e à execução orçamentária.
O subsistema patrimonial registra, processa e evidencia os fatos financeiros
e não financeiros relacionados com as variações qualitativas e quantitativas do
patrimônio público.
Exercício
114. (Cespe – MPU – Analista – 2013) Julgue o item abaixo como certo
ou errado:
“Os subsistemas contábeis devem ser integrados entre si e a outros
subsistemas de informações de modo a subsidiar a administração
pública com informações sobre o conhecimento da composição e
movimentação patrimonial.”
2.2 Síntese
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
115. (FCC – DPE-SP – Agente de Defensoria – Contador – 2013) A con-
tabilidade aplicada ao setor público utiliza-se de contas escrituradas
nos sistemas orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação.
São utilizadas contas do Sistema de Compensação para o registro:
a) Das alterações da situação líquida patrimonial decorrentes de
alterações de ativos e passivos permanentes independentes da
execução orçamentária.
b) Da previsão da receita e da fixação da despesa, analiticamente,
de acordo com as especificações constantes na Lei de Orçamen-
to e dos créditos adicionais.
c) Das operações que resultem débitos e créditos de natureza fi-
nanceira, inclusive das entradas compensatórias no ativo e passi-
vo financeiros.
d) Das alterações qualitativas do patrimônio público decorrentes
de mutações patrimoniais ativas e passivas resultantes da execu-
ção orçamentária.
e) Dos atos de gestão cujos efeitos possam produzir modificações
Contabilidade Geral e Pública
1. Conceito e Estrutura
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Um plano de contas é uma relação de todas as contas contábeis utilizadas
por uma entidade, com seus nomes, funções e descrição dos procedimentos
contábeis utilizados pela entidade.
A partir de 2010, começou-se a padronizar os planos de contas utilizados
pela União, Estados, DF e Municípios, a partir da adoção do Plano de Contas
Aplicado ao Setor Público (PCASP).
175
Cada conta do PCASP está cadastrada com as seguintes informações:
– Código da Conta: 7 níveis;
– Título da Conta: nome da conta;
– Função da Conta: descrição da natureza dos atos e fatos registráveis na
conta, explicando de forma clara e objetiva o papel desempenhado pela
conta na escrituração;
– Funcionamento (quando debita e quando debita): descrição da relação
de uma conta específica com as demais, demonstrando quando se debi-
ta a conta, e quando se credita;
– Natureza do Saldo: se credor, devedor ou misto;
– Encerramento: indica a condição de permanência do saldo em uma
conta, conforme sua natureza e se ela deverá ou não ser encerrada ao
fim do exercício;
– Indicador para cálculo do superávit financeiro: atributo utilizado para
informar se as contas do Ativo e Passivo são classificadas como Ativo/
Passivo Financeiro ou Ativo/Passivo Permanente, conforme definições
do art. 105 da Lei nº 4.320/1964.
Exercícios
2.1 Apresentação
Exercício
118. (FCC – TRE-RN – Analista – Contabilidade – 2011 – Adaptada) De
acordo com o Plano de Contas da Administração Federal, o primeiro
nível representa a classificação máxima na agregação das contas nas
Contabilidade Geral e Pública
seguintes classes:
a) Ativo, Passivo, Despesa, Receita, Resultado Diminutivo do
Exercício e Resultado Aumentativo do Exercício.
b) Ativo, Passivo, Despesa, Receita, Patrimônio Líquido e Resulta-
do Operacional do Exercício.
c) Ativo, Passivo, Variações Patrimoniais Diminutivas, Variações
Patrimoniais Aumentativas, Controles Aprovação Orçamento,
177
Controles Execução Orçamento, Controles Credores e Con-
troles Devedores.
d) Ativo e Passivo de Curto e Longo Prazo, Patrimônio Líquido,
Receitas e Despesas Orçamentárias e Resultados do Exercício.
e) Grupo, Subgrupo, Elemento, Item e Tabela de Eventos.
Demonstrações Contábeis
1.2 Síntese
As demonstrações contábeis são relatórios extraídos após o registro de todos
os documentos que fizeram parte dos quatro subsistemas em um exercício. Ex-
pressam a situação orçamentária e patrimonial da entidade pública, bem como
os eventos que podem vir a alterar essas situações.
De acordo com a NBC T 16.6, as demonstrações contábeis obrigatórias na
Contabilidade Aplicada ao Setor Público são:
179
a) Balanço Patrimonial;
b) Balanço Orçamentário;
c) Balanço Financeiro;
d) Demonstração Variações Patrimoniais;
e) Demonstração dos Fluxos de Caixa;
f) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Orientações Gerais sobre a Elaboração das Demonstrações Contábeis:
De acordo com a NBC T 16.6, as demonstrações contábeis:
a) devem ser acompanhadas por anexos, outros demonstrativos exigidos por
lei e pelas notas explicativas;
b) devem apresentar informações extraídas dos registros e dos documentos
que integram o sistema contábil da entidade;
c) devem conter a identificação da entidade do setor público, da autoridade
responsável e do contabilista;
d) devem ser divulgadas com a apresentação dos valores correspondentes
ao período anterior;
e) devem trazer as contas semelhantes agrupadas; os pequenos saldos po-
dem ser agregados, desde que indicada a sua natureza e não ultrapassem 10%
do valor do respectivo grupo de contas, sendo vedadas a compensação de saldos
e a utilização de designações genéricas;
f) Para fins de publicação, as demonstrações contábeis podem apresentar os
valores monetários em unidades de milhar ou em unidades de milhão, deven-
do indicar a unidade utilizada;
g) devem apresentar os saldos devedores ou credores das contas retificado-
ras como valores redutores das contas ou do grupo de contas que lhes deram
origem; e
h) devem ser publicadas com a identificação da entidade pública e com a
assinatura da autoridade responsável e do contabilista da entidade registrado
no Conselho Regional de Contabilidade.
Exercício
119. Assinale a opção que não traz uma espécie de demonstração contábil
Contabilidade Geral e Pública
2.2 Síntese
O Balanço Orçamentário evidencia as receitas e as despesas orçamentárias,
detalhadas em níveis relevantes de análise, confrontando o orçamento inicial
e as suas alterações com a execução, demonstrando o resultado orçamentário.
As receitas devem ser discriminadas por fonte (espécie) e as despesas por
grupo de natureza (pessoal e encargos sociais; juros e encargos da dívida; outras
despesas correntes; investimentos; inversões financeiras; amortização da dívida;
reserva do RPPS; reserva de contingência).
O Balanço Patrimonial evidencia, qualitativa e quantitativamente, a situa-
ção patrimonial da entidade pública, por meio de contas representativas do
patrimônio público, além das contas de compensação, conforme as seguintes
classes: Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido e Contas de Compensação.
O Balanço Financeiro demonstra a receita e a despesa orçamentárias bem
como os recebimentos e os pagamentos de natureza extraorçamentária, conju-
gados com os saldos em espécies provenientes do exercício anterior, e os que se
transferem para o exercício seguinte, ou seja, enquanto o Balanço Orçamentá-
rio trata do acompanhamento da execução orçamentária, o Financeiro traz a
movimentação financeira, bem como o valor de recursos disponíveis que estão
“em caixa” ou “em bancos”.
Exercício
120. (FCC – MPE-SE – Analista do Ministério Público –2009) Os saldos
Contabilidade Geral e Pública
3.2 Síntese
A Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP) traz as alterações veri-
ficadas no patrimônio, consistentes nas variações quantitativas e qualitativas,
evidenciando o resultado patrimonial do exercício (superávit ou déficit).
Tem função semelhante à Demonstração do Resultado do Exercício da
área empresarial, no que tange a apurar as alterações verificadas no patrimônio.
Porém, a DVP evidencia todas as alterações ocorridas no patrimônio, indepen-
dentemente de serem receitas ou despesas.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa tem por objetivo demonstrar, de
forma clara e detalhada, a movimentação das contas do grupo Disponível do
Ativo Circulante.
Ela propicia informações que permitem a análise da eficiência da Adminis-
tração do gestor público.
A Demonstração dos Fluxos de Caixa deve evidenciar as movimentações
havidas no caixa e seus equivalentes, nos seguintes fluxos:
a) das operações: compreende os ingressos, inclusive decorrentes de receitas
originárias e derivadas, e os desembolsos relacionados com a ação pública e os
demais fluxos que não se qualificam como de investimento ou financiamento;
b) de investimentos: inclui os recursos relacionados à aquisição e à aliena-
ção de Ativo Não Circulante, bem como recebimentos em dinheiro por liqui-
dação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos e outras
operações da mesma natureza; e
Contabilidade Geral e Pública
Exercício
121. (Cespe – MPU – Analista – 2013) A partir das demonstrações con-
tábeis, determinam-se três tipos de resultados: o orçamentário, apu-
182
rado no balanço orçamentário; o financeiro, apurado no balanço
financeiro; e o patrimonial, apurado no balanço patrimonial.
4.2 Síntese
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL) é uma de-
monstração exigida apenas das empresas estatais dependentes e pelos entes que
as incorporarem no processo de consolidação das contas.
Tal demonstração evidencia a movimentação havida em cada componente
do Patrimônio Líquido com a divulgação, em separado, dos efeitos das altera-
ções nas políticas contábeis e da correção de erros.
As notas explicativas contêm informações adicionais em relação à apresen-
tada no corpo dessas demonstrações e oferecem descrições narrativas ou segre-
gações e aberturas de itens anteriormente divulgados.
As notas explicativas devem evidenciar, ainda, o reconhecimento de in-
conformidades provavelmente relevantes para a avaliação de responsabilidades
(accountability), que pode afetar a avaliação do usuário sobre o desempenho e
o direcionamento das operações da entidade.
Entre as informações constantes das notas explicativas possíveis, podemos
citar:
a) evidenciação da legislação regente de determinados atos;
b) critérios contábeis utilizados para a valoração de bens do Ativo ou
Passivo;
Contabilidade Geral e Pública
Suprimento de Fundos
1. Conceito e Requisitos
1.1 Apresentação
1.2 Síntese
Suprimento de fundos é um adiantamento de dinheiro, em espécie ou me-
diante o uso de cartão corporativo, que é concedido a um servidor público, com
prazo certo para utilização e mediante comprovação dos gastos.
O suprimento de fundos pode ser concedido somente:
a) para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços
especiais, que exijam pronto pagamento em espécie;
185
b) quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classifi-
car em regulamento; ou
c) para atender despesas de pequeno vulto, que são aquelas cujos valores,
em cada caso, não ultrapassarem os limites estabelecidos pelo Ministério da
Fazenda.
O prazo máximo que pode ser concedido ao servidor para a aplicação do
suprimento de fundos é de 90 dias, não podendo ultrapassar o final do exercício
financeiro.
O servidor deverá prestar dentro do prazo de 30 dias após o final do prazo
para aplicação.
A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de
janeiro do ano seguinte.
Atualmente, a concessão de suprimento de fundos deverá ocorrer por meio
do Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF), utilizando as contas
de suprimento de fundos somente em caráter excepcional, onde comprovada-
mente não seja possível utilizar o cartão.
Exercício
123. (Cespe – TRT-10ª Reg. – Analista – Contabilidade – 2013) Julgue o
item abaixo:
“O prazo máximo para aplicação do suprimento de fundos será de
até sessenta dias, a contar da data do ato de concessão do suprimento
de fundos.”
1.2 Síntese
Controle interno é aquele realizado pelos órgãos internos de cada Poder
sobre os órgãos daquele próprio Poder. Exemplo: a Controladoria Geral da
União é órgão de controle interno do Poder Executivo Federal.
Controle externo é aquele realizado por um Poder sobre outro (Legis-
lativo sobre o Executivo, Executivo sobre o Legislativo, Judiciário sobre o
Executivo, etc.).
187
Atenção: A Constituição Federal costuma definir de uma forma mais estri-
ta o controle externo, como sendo aquele exercido pelo Poder Legislativo (com
o auxílio do Tribunal de Contas), sobre os demais Poderes, conforme o que
determina o art. 70:
“Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e pa-
trimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à
legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia
de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo,
e pelo sistema de controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública
ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,
bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.”
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido
com o auxílio do Tribunal de Contas da União (...).”
A Constituição Federal determina que cada Poder deverá instituir um ór-
gão de controle interno, que deverá atuar de forma integrada com os órgãos de
controle interno dos demais poderes, de acordo com o que diz o art. 74:
“Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma
integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execu-
ção dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e efi-
ciência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entida-
des da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por
entidades de direito privado;
III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem
como dos direitos e haveres da União;
IV – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.”
Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qual-
quer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas
da União, sob pena de responsabilidade solidária.
Contabilidade Geral e Pública
Exercício